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"Não faças do amanhã o sinônimo de nunca, nem o ontem te seja o mesmo que nunca mais. Teus passos ficaram.

Olhes para trás ... Mas vá em frente, pois há muitos que precisam que chegues para poderem seguir-te."

Charles Chaplin

ntusiasmo é o mesmo que fervor, veemência com que se age, ardor, paixão, sentimento caloroso de adesão a uma ideia, tarefa, trabalho etc., o que leva ao otimismo e a uma atuação enérgica e dedicada. Essas palavras já nos bastam para definirmos a receita de bolo, chamada Revista Arte Real. E

Nosso principal ingrediente, o entusiasmo, nos leva, a cada nova edição, a empunharmos, com mais galhardia, a bandeira da Maçonaria de Verdade.

Revestimo-nos deste entusiasmo, alma dinâmica de nosso grafismo, motivado por reconstruir uma Ordem que, há muito, vem fugindo dos seus principais objetivo: participar das decisões políticas do nosso país; buscar o aperfeiçoamento moral e cultural de seus membros; atuar nos problemas sociais de nossas cidades.

Com alegria, observamos que nossa luta constante, para elucidar nossos leitores, não tem sido estéril. Os movimentos de repúdio, organizados por diversas Obediências, começam a se deflagrar em todo o país, rasgando o silêncio de anos de inércia e comodismo. Ao lermos essas declarações, repudiando as inversões de valores, as injustiças sociais e, principalmente, a corrupção, nos sentimos mais entusiasmado, e certo de que nossos esforços não têm sido despejados no ralo da insignificância.

Mas palavras é, apenas, o primeiro passo de uma longa caminhada. Res non verba! Precisamos partir para ação concreta, pois, apesar de as palavras nos contagiarem de “entusiasmo”, é fundamental termos organização e direção de nossos propósitos, para que possamos obter êxito.

Precisamos, pelo menos, nessa altruística empreitada de resgatar a dignidade política do país, unir-nos, a começar por derrubar os muros internos de nossa Ordem que nos dividem em “potências” (em uma de suas definições, potência é “a fonte de onde se origina a ação”). “Potência”, seríamos, se a vaidade de alguns em ostentar aventais e alfaias bordados a fio de ouro e a ganância pelo pseudopoder não nos houvesse pulverizado em centenas de “potências” maçônicas, criando esse cenário lúgubre, sinal da decadência de uma Ordem milenar.

Diante dessa situação caótica, da qual, jamais, queremos fazer parte, como veículo de informação comprometido em fazer Maçonaria de Verdade, nos inspiramos em um periódico, publicado há quase 200 anos, o “Revérbero Constitucional Fluminense”, editado pelos ilustres Irmãos Joaquim Gonçalves Ledo e Januário da Cunha Barbosa, que visava, dentre outros feitos, à emancipação política do país.

Na coluna Trabalhos, muito nos honra publicar a matéria de nosso Confrade Aldery Silveira, membro da Academia Maçônica de Letras do DF, com o título “Beneficência Maçônica”. Nós, acadêmicos, temos a enorme responsabilidade de, através de nossos escritos, elucidar nossos leitores nos mais diversos assuntos. Ainda, nessa coluna, a matéria, “O Estado Maçônico”, cujo autor não conseguimos descobrir, é uma sinopse da história da atuação de nossa Ordem, que muitos pseudo-iniciados insistem em ignorar, desperdiçando a bela oportunidade de a utilizarem como fonte de inspiração.

Conclamando à reflexão, a coluna Destaques traz a matéria “Criatividade”, de autor, também, ignorado; brilhantemente, uniu-se a arte da escrita e o altruísmo, chamando o leitor à razão, quanto a sua cidadania.

Já na coluna, a Matéria da Capa, o texto de autoria do Irmão Alfredo Roberto Netto, “Egrégoras – Uma Visão Esotérica”, apresenta um tema muito oportuno, já que manipulamos, em nossos rituais, excelsas energias, embora poucos se atenham a tal magia.

Nesta edição, encerramos a série de matérias sobre “As Cruzadas”, com que intentamos fazer luz sobre o período sombrio do poder da Igreja e suas atrocidades, “em nome de Deus”. A coluna Reflexões traz a fábula “O Cavalo e o Porco”, retrato fiel do cotidiano de nossas vidas.

Desejo a todos uma boa leitura, na esperança de que nosso entusiasmo os contagie e nossas palavras ecoem no silêncio de suas consciências!Até! ?

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Capa – Egrégoras – Precisamos Saber Mais!..................CapaEditorial.....................................................................................2Matéria da Capa – Egrégoras – Uma Visão Esotérica...........3Destaques – Criatividade........................................................5 Informe Cultural - Décima Quarta Inspetoria de MG é Homenageada..6

Os Grandes Iniciados - Maomé................................................6Ritos Maçônicos - As Cruzadas – Parte Final........................8Trabalhos - Beneficência Maçônica.........................................11 - O Estado Maçônico..............................................12Reflexões - O Cavalo e o Porco................................................14 Boas Dicas - Livros.....................................................................15

Egrégoras – Uma Visão EsotéricaEgrégoras – Uma Visão Esotérica

Alfredo Roberto Netto palavra Egrégora traz, em seu bojo, uma peculiar representação plenamente compreendida e assimilada por diferentes linhas esotéricas e/ou espiritualistas, inclusive pela Maçonaria.

AA eminente professora de Português Maria Tereza de Queiroz

Piacentini informa a origem do termo Egrégora: “a mesma de “gregário”, “que faz parte da grei, ou seja, rebanho, congregação, sociedade, conjunto de pessoas; no plano da espiritualidade, usa-se o nome Egrégora para designar um grupo vibracional, um campo de energia sutil em que se congregam forças, pensamentos ou vibrações com um determinado fim ou direcionamento espiritual”.

No Dicionário Maçônico Completo, informa-se que a palavra Egrégora deriva do grego "egrogorien", com o significado de "vigiar". Há, ainda, uma terceira interpretação, como sendo a origem da palavra etimologicamente semelhante a “egregiu” ou “egrégio”, com o significado de “distinto”, “ilustre”. No entendimento do autor, das informações pesquisadas sobre a origem da palavra, a de Piacentini é a correta.

Por outro lado, observamos que, nos grandes compêndios da língua, a palavra Egrégora não consta do Novo Aurélio – Século XXI, tampouco no dicionário Houaiss, fato esse que, no nosso entender, em nada invalida sua existência ou mesmo sua representação. Isso nos leva à hipótese da criação de um neologismo – Egrégora - para representar uma idiossincrasia maçônica.

Neologismo quer dizer palavra ou expressão nova, ou palavra antiga com sentido novo; nova doutrina, sobretudo em teologia.

Idiossincrasia quer dizer "disposição do temperamento do indivíduo, que o faz reagir de maneira pessoal à ação dos agentes externos". Em

outras palavras, é uma peculiaridade da pessoa, uma maneira diferente de ser, um modo próprio de sentir, ver a vida, reagir às coisas. Assim como todos nós temos nossas idiossincrasias, também, podem tê-las as instituições, os países etc.

Dessa forma, o pensamento maçônico sobre a Egrégora é, apenas, uma questão de semântica. A compreensão desses fatos nos permitiu validar a existência da palavra Egrégora, tão comum e tão pouco compreendida nos trabalhos maçônicos. Alguns IIr∴ são resistentes às explicações transcendentais sobre os trabalhos da Maç∴, debitando a isso a tentativa de impingir à Or∴ conceitos externos incompatíveis com os princípios maçônicos.

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O Conhecimento é um só, ainda que venha travestido de diferentes roupagens... “O Homem apenas inicia sua escalada na montanha do Conhecimento e, enquanto não alcançar seu ápice, não poderá afirmar que possui a visão completa que ela lhe permite. Mas qual é o limite desse Conhecimento? Quem pode defini-lo?”

Os campos de estudos maçônicos são numerosos, incluindo diferentes propostas ocultistas, onde a realidade desses campos energéticos é demonstrada e ensinada, ainda que expressa por nomes diferentes. Muitos IIr∴ desconhecem que a maior obra de nossa Ordem está no seu trabalho sócio-espiritual, que edifica o Conhecimento, transmutando o Homem em “Espírito Livre” ou “Livre Pensador”, no interior de seu próprio “Templo Íntimo”.

Para melhor compreendermos o significado do que se intitula “Egrégora”, necessário se faz, inicialmente, a compreensão do pensamento humano como elemento “construtor” de formas.

“Como pensa o homem, assim ele é” informam os tratados de diferentes linhas esotéricas ou espirituais. O Homem verdadeiro, o “Pensador”, está envolto em um corpo composto de inumeráveis combinações da matéria sutil dos planos que o cercam.

Quando emite um pensamento, dá origem a uma série de vibrações que, imediatamente, atuam na matéria extracorpórea, projetando, para o exterior, uma porção vibrante de si mesmo, assumindo forma determinada, condizente com as vibrações emitidas, revestindo-as com a “matéria espiritual” do plano em que se situa, ou de onde o poder vibratório de seu pensamento alcança.

Dessa maneira, temos uma “Forma-Pensamento” pura e simples, uma entidade vivente temporária, criada e corporificada pela idéia que lhe deu nascimento. O Corpo Mental e o Emocional estão diretamente relacionados, no homem, ao que é chamado de “Forma-Pensamento”, uma consequência de seu ato de pensar. Emitindo uma ideia, passamos a refletir as que se lhe assemelham, ideia essa que logo se corporifica, com intensidade correspondente à nossa insistência em sustentá-la, mantendo-nos, assim, espontaneamente em comunicação com todos os que nos esposem o modo de sentir.

Quando um determinado número de pessoas se reúne com um objetivo em comum, seus pensamentos, unificados pelo mesmo ideal, produzem, consequentemente, uma “Forma-Pensamento” maior e mais poderosa. É o que ocorre em uma Loja Maçônica, em seus trabalhos regulares, onde dezenas de IIr∴ se reúnem envoltos em um só pensamento e ideal.

Temos que entender, também, o Templo Maçônico como um Centro de Magnetismo. Qualquer lugar, onde se haja, repetidas vezes, celebrado uma cerimônia, sobretudo, com vistas a um ideal elevado, estará sempre impregnado de uma vibração especial.

Todos os elementos, utilizados na edificação de um edifício, madeira, ferro, pedra, etc, emitem irradiações próprias, mas o aspecto, que desejamos destacar, é que todos esses elementos são capazes de absorver a influência humana e depois, retransmiti-la. Quanto maior o tempo de exposição desses elementos a uma mesma irradiação, maior seu potencial de retransmissão; quanto mais velho o local de uso para as reuniões de uma Loja, mais impregnadas estarão suas estruturas físicas da energia, emitida pela “Forma-Pensamento” do ritual maçônico.

Participam desse “centro magnético”, potencializando seu poder energético, sua arquitetura, seus símbolos, suas pinturas, etc., cada qual cumprindo um objetivo bem definido na condução do pensamento humano aos planos mais elevados.

Dessa forma, o Templo Maçônico não representa, apenas, um lugar de culto ao G∴A∴D∴U∴, mas um centro de magnetismo através do qual fluem forças espirituais, tanto para benefício de seus frequentadores como para áreas circunvizinhas, até onde sua vibração alcance.

A comunhão de pensamentos, dirigidos a um ideal elevado, o Templo, sua arquitetura, seus símbolos e seus rituais, irão constituir o que conhecemos por “Egrégora”.

Uma grande “Forma-Pensamento” que traz Luz ao escuro plano material em que vivemos. Beneficia e desenvolve seus adeptos, elevando-os e transformando-os na alquimia de sua magia oculta, assim

como, silenciosamente, estimula os neófitos, ao alcance de suas vibrações, a uma vida mais fraterna e condizente com os princípios universais do Bem e da Verdade.

Tão potente será, quanto maior for a seriedade e o respeito com que seus membros conduzam seus trabalhos, dentro de um legítimo sentimento de devoção e religiosidade...

O Homem, transformado no Bem e na Verdade, modifica a sociedade em que vive, assim como Homens, transformados no Bem e na Verdade e unidos, geram um belíssimo e potente “Egrégora”, Justa e Perfeita. ?

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CriatividadeCriatividadeAutor ignorado

amento, profundamente, não saber quem é o autor do artigo, em destaque, pois gostaria muito de parabenizá-lo. Esbanjando criatividade, soube expressar a realidade da grande maioria dos políticos brasileiros (com raríssimas exceções, ainda, existem os não contaminados pelo vírus da corrupção), em campanhas eleitorais. Para tanto, basta

ler o texto abaixo, normalmente.

LANTES DA POSSE ↓

O nosso partido cumpre o que promete. Só os tolos podem crer que

não lutaremos contra a corrupção. Porque, se há algo certo para nós, é que

a honestidade e a transparência sejam fundamentais. Para alcançarmos nossos ideais

Mostraremos que é uma grande estupidez crer que as máfias continuarão no governo, como sempre.

Asseguramos, sem dúvida, que a justiça social será o alvo de nossa ação.

Apesar disso, há idiotas que imaginam que se possa governar com as manchas da velha política. Quando assumirmos o poder, faremos tudo para que

se termine com os marajás e as negociatas. Não permitiremos, de nenhum modo, que

nossas crianças morram de fome. Cumpriremos nossos propósitos mesmo que os recursos econômicos do país se esgotem.

Exerceremos o poder até que Compreendam que

Somos a nova política.

DEPOIS DA POSSE ↑

Você gostaria de saber como serão seus discursos depois de eleitos? Então, leia, agora, o texto de baixo para cima, frase após frase.

De certo, você gostou da criatividade do autor, mas o nosso objetivo maior, ao publicarmos este texto, é o de chamar sua atenção para o país que estamos deixando para nossos filhos e netos. Façamos melhor uso do nosso voto. Escolha bem seu candidato e procure acompanhar os passos de seu mandato. Sua responsabilidade não termina ao depositar o voto na urna. Use, também, da criatividade nas próximas eleições, tanto quanto o autor desse texto!

Seja parte da solução para não ser parte do problema. O Brasil e as futuras gerações, desde já, agradecem pelo cumprimento do seu DEVER de cidadão! ?

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Décima Quarta Inspetoria é Homenageada!Décima Quarta Inspetoria é Homenageada!

Francisco Feitosa Supremo Conselho do Grau 33º do R∴E∴A∴A∴da Maçonaria para a República Federativa do Brasil, através do Soberano Grande

Comendador, Poderoso Irmão Luiz Fernando Rodrigues Torres, 33º, outorgou a Comenda Comemorativa dos 180 anos de fundação daquele Supremo Conselho à Décima Quarta Inspetoria Litúrgica de Minas Gerais, através do seu Grande Inspetor Litúrgico, Poderoso Irmão Francisco Feitosa da Fonseca, 33º.

O

A homenagem se deu na sede do Supremo Conselho, no Rio de Janeiro, no Gabinete do Soberano Grande Comendador, no dia 25 de agosto, próximo passado, em reconhecimento pelo profícuo trabalho que está sendo realizado no Sul de Minas.

A região, nos últimos 15 anos, com seus Corpos, quase em sua totalidade, desativados, recebeu uma “oxigenização” em dois anos, reativando e fundando novos Altos Corpos, recuperando diversos Irmãos inativos, por falta de Corpos Filosóficos para frequentar, e iniciando outros tantos que almejavam dar continuidade ao estudo do Rito Escocês.

O Sul de Minas Gerais é uma região atípica, pois possui 156 municípios, distribuídos por 54.612 km², uma área maior, cerca de 125 %, que todo o estado do Rio de Janeiro. Era administrado por, apenas, uma Inspetoria Litúrgica, a Décima. Sabiamente, o Soberano Grande Comendador, observando essa enorme dificuldade, em um primeiro momento, dividiu-a em duas, surgindo a

Décima Quarta, em julho de 2008.A Décima Quarta de MG, em dois anos de intenso

labor, conta com duas Lojas de Perfeição, Capítulo Rosa-Cruz, Conselho de CCav∴ Kadosch e está em vias de fundar seu Consistório, nos próximos meses.

Hoje, essa nova Inspetoria, com o prestimoso apoio, que vem recebendo do nosso Supremo Conselho, e com a dedicação e entusiasmo dos Presidentes e Oficiais de seus Altos Corpos, consegue atender, com excelência de

qualidade, as aspirações dos valorosos Irmãos da região, proporcionando-lhes condições de darem continuidade aos excelsos estudos do R∴E∴A∴A∴.

Estamos lisonjeados com a outorga e o reconhecimento desse trabalho, cujos méritos recaem sobre todos os Irmãos da região, que vêm, denodadamente, empenhando-se em suas funções para o crescimento espiritual de todos.

Ascender aos Graus Filosóficos do R∴E∴A∴A∴é muito

mais do que ostentar comendas e medalhas. Cada Grau recebido, através do estudo sério do significado de seus símbolos e lendas, proporciona ao postulante crescimento moral e ascendência espiritual, além de induzi-lo à prática de profundos estudos e pesquisas, enriquecendo-lhe a mente. Conscientes dessa necessidade, os Irmãos do Sul de Minas seguem, com passos largos e firmes, a Vereda da Iniciação, sorvendo seus excelsos ensinamentos, através de seus 33 Graus.

Parabéns a todos! ?a b

MaoméMaoméFrancisco Feitosa

bu'l Kasim, ou como ficou mais conhecido, Maomé, era árabe e nasceu em Meca no ano de 570 d.C., filho de um negociante de nome Abdallah e de Amina, no seio

da família dos hoxemitas, ramo pobre da tribo dos coraixitas. Seu pai faleceu antes mesmo de seu nascimento; sua mãe, quando Maomé tinha, apenas, seis anos de idade. Órfão, foi criado por seu avô paterno, Abal Al Mottalib. Ainda criança, aos oito anos, seu avô morre, passando a viver com seu tio Abu Talib e o filho deste, Ali, seu melhor amigo e irmão. Em sua adolescência, foi pastor e condutor de caravanas, até os vinte anos.

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No ano de 591, passou a trabalhar como mercador para uma rica viúva, Khadidja, de trinta e cinco, com a qual se casa, cinco anos depois. Desse casamento, que lhe resultou a tranquilidade financeira e um status social, teve sete filhos: três homens, que morreram, ainda bebês; quatro mulheres, Zeneb, Fátima, Rogaria e Ummu Zelltsum.

Em suas viagens, Maomé entrou em contato com povos e religiões diferentes. Esteve várias vezes no Egito, Palestina, Pérsia, regiões onde fervilhavam, intensamente, o espírito religioso. Ele conheceu, principalmente, o judaísmo e o cristianismo e ficou muito influenciado pelo seu caráter monoteísta. Aos quarenta anos, inicia sua vida de profeta. Depois de distribuir esmolas aos pobres de Meca, retirou-se para as Montanhas, onde começa a se dedicar às meditações.

Em um de seus prolongados êxtases, teve a visão do Arcanjo Gabriel, que lhe disse: “Há um só Deus, Allah, e um só profeta, Maomé”. Certa noite, quando dormia, sonhou que um anjo lhe entregava um pergaminho e ordenava: “Leia”. Maomé, que era analfabeto, respondeu ao anjo que não sabia ler, no entanto, diante da insistência, obedeceu. Para sua própria surpresa, conseguiu ler o que estava escrito e acordou sentindo que um livro havia descido do céu para o seu coração.

Ao contar o sonho para seus familiares, converteu-os à nova religião que ora começava a se formar. Iniciou suas pregações com os coraixitas, insistindo, sempre, na destruição dos ídolos e afirmando a existência de um só Deus, Allah, proposta que entrava em choque com os interesses econômicos de tal tribo, pois o monoteísmo implicaria diminuição das peregrinações a Meca, o que originou, no ano de 615 d.C., uma onda de perseguições aos seus seguidores, gerando dissidências e fugas de muitos convertidos.

Devido à grande influência de seu tio, membro do Conselho da cidade, Maomé não sofria nenhuma censura, além disso, sua esposa, Khadidja, era muito rica. No ano de 619 d.C., perde ao mesmo tempo, sua esposa e seu tio, e, com isso, a proteção, tentando se instalar na cidade Taif, onde não foi aceito, tendo que voltar a Meca.

Insiste em continuar sua pregação em Meca, mas, em três anos depois, alertado de que seria assassinado, partiu para cidade de Yatreb; tal ato ficaria conhecido como Hégira, passando a ser o marco inicial do calendário muçulmano. Hégira, em árabe, significa rompimento ou partida. Maomé rompeu com a própria comunidade, os parentes e a cidade natal. Não se trata de uma fuga, mas o fato ficou comparado à história bíblica de Abraão, que, atendendo à ordem de Deus, deixou seu lar, em Ur, na Mesopotâmia.

Em Yatreb, foi bem recebido por seus seguidores,

mas encontrou forte oposição dos judeus, que resistiram às tentativas de conversão, sendo, por isso, assassinados em massa. Nesse momento, implantou um governo teocrático, transformando a cidade em sua base e mudando seu nome para Medina, a “Cidade do Profeta”.

Em Medina, foi, ao mesmo, tempo governador, juiz e chefe religioso. Dois anos depois, não conseguindo a conversão pacífica de Meca, iniciou as hostilidades contra seus inimigos, optando pela “Guerra Santa” e a conquistando. Meca foi sitiada e obrigada a aceitar a volta do profeta, que, graças ao apoio dos beduínos já convertidos, destruiu os ídolos da Caaba, mantendo um único elo entre as tribos: a pedra negra.

Subjugou quase toda a Arábia e iniciou algumas campanhas contra os cristãos, sem grandes resultados. Na peregrinação anual dos povos árabes, no ano de 631, os peregrinos não mais encontraram suas divindades, mas, em seu lugar, a Caaba, transformada numa mesquita. Essa peregrinação marcou a transição do politeísmo para o monoteísmo. No ano seguinte, na peregrinação anual, Maomé compareceu e ensinou como os rituais deveriam ser feitos nas futuras peregrinações, fazendo seu último discurso, onde declarou ter cumprido sua missão, rogando a todos os árabes que permanecessem

unidos no Islã.Já com sessenta e um anos de idade, retornou à

cidade de Medina, onde morreu no dia 8 de junho de 632. Suas predições de profeta e as leis, que ditou a seus discípulos, estão reunidas no Qur'an (Corão).

Ainda hoje, depois de uma evolução de 1 300 anos, pode-se reconhecer, na autêntica religiosidade maometana, aquela idiossincrasia, que remonta, em última instância, à vivência pessoal de Deus, que Maomé possuía. Nele coexiste a religiosidade com um sentido político astuto e provisor. Sua doutrina não é uma compilação de ensinamentos ou um sistema de ritos, mas, sim, uma forma de energia espiritual, uma semente viva, que desenvolve sua própria essência e atrai para si a vida espiritual alheia a ela, segundo uma lei, cujo significado e finalidade só se revelam, integralmente, no curso de uma longa evolução. Esotericamente considera-se que Maomé, para o cumprimento de sua missão, tinha conhecimento de doutrinas secretas, claramente, árabes, talvez, através dos monges cristãos nestorianos, ou por contato direto com o mundo invisível.

Islã significa submissão. A religião islâmica, criada há quase 1.400 anos, hoje, possui cerca de 1,2 milhão de seguidores; é a segunda maior e a que mais cresce no mundo.

O Alcorão é o livro sagrado do islamismo, dividido em 114 suratas ou capítulos. Um registro das palavras reveladas por Deus, por intermédio do anjo Gabriel, ao Profeta Maomé. Foi memorizado por ele e, então, ditado aos seus companheiros e registrado pelos seus escribas, que o conferiram durante sua vida. ?

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As Cruzadas – Parte FinalAs Cruzadas – Parte Final

“200 anos de guerras, roubos e crimes em nome de Deus.”

Francisco Feitosancerramos a série sobre As Cruzadas, cujo principal objetivo foi elucidar nossos leitores quanto às atrocidades, cometidas pela Igreja “em nome de

Deus”. Hoje, os tempos são outros, mas, por incrível que possa parecer, ainda, existe muita gente deixando se levar pela fé cega, permitindo, com isso, ser manipulado por lideres religiosos de má índole, que, somente, estão interessados em poder e riqueza pessoal. Fica aqui a nossa contribuição para que a história não se repita.

E

A Segunda CruzadaA Segunda Cruzada teve

origem na queda de Edessa (1144). Na época, em Roma, foi realizado o Segundo Concilio de Latrão (1139), que havia proibido o uso da balestra, sob pena de excomunhão, pois a arma causava feridas horríveis. Mas seu uso foi admitido na guerra contra os infiéis. O papado conseguiu convencer o rei da França e o imperador germânico a se lançarem contra os turcos. Como na época da Primeira Cruzada, a empolgação contra os infiéis, de início, mirou os judeus. O abade de Cluny, Pedro, o Venerável, protestou porque estes não versavam uma contribuição para financiar a Cruzada.

Na Alemanha, o monge cisterciense Rodolfo instigou a multidão a massacrar os judeus; só foi calado após a intervenção decisiva de Bernardo de Clairvaux. Como as outras Cruzadas, esta, também, teve seus "acidentes de percurso". Em Filipópolis, por exemplo, os cruzados incendiaram um mosteiro e trucidaram seus ocupantes.

Saladino era um CavalheiroA Terceira Cruzada foi causada pela queda de

Jerusalém (1187), obra do grande comandante islâmico Saladino, que já estendera seu domínio ao Egito e à Arábia Ocidental. Ao contrário dos cruzados, Saladino não promovia massacres nas cidades que conquistava. Os

cristãos tinham a chance de ir embora se pagassem um resgate em ouro (para um homem, dez dinares; para uma mulher, cinco). Quem não pagasse era feito escravo. Os nobres cristãos capturados podiam baratear a liberdade com a entrega das fortalezas a eles designadas. Assim, a conquista acontecia de maneira fácil e indolor.

Embora os reis da Inglaterra e da França, bem como o imperador germânico, participassem da Cruzada, seus resultados foram irrelevantes (o Imperador Frederico I,

Barba-Roxa chegou a morrer na época, e nem foi a combate) em razão das divergências internas.

Jerusalém permaneceu nas mãos dos turcos, ainda que os cristãos tivessem liberdade de acesso. O único resultado útil foi deter, pelo menos momentaneamente, o avanço turco. A Cruzada que errou o caminho

O Papa Inocêncio III ordenou a Quarta Cruzada (1202-1204), procurando aproveitar a morte de Saladino (1193). Os cruzados entraram em acordo com a República de Veneza para poderem usar sua poderosa frota. O plano era desembarcar no

Egito, conquistá-lo e, de lá, chegar a Jerusalém. Mas Veneza, que tinha boas relações comerciais com o Egito, conseguiu desviar a Cruzada com astúcia.

Para começar, os venezianos puseram os cruzados em uma posição de inferioridade. "Acampados na pequena ilha de São Nicolau do Lido, atormentados por mercadores venezianos com quem haviam contraído dívidas, mantidos sob a ameaça de terem suspensas todas as provisões se não desembolsassem dinheiro [...] os cruzados estavam dispostos a aceitar qualquer condição" (Runciman, 1996, p. 728.). E a condição dos venezianos era a seguinte: os cruzados só poderiam partir se, antes, aceitassem conquistar, para a Sereníssima, a cidade cristã de Zara, em Istria. Em poucos dias, Zara foi atacada, conquistada e saqueada.

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Indignado, Inocêncio III excomungou os cruzados, mas, logo depois, concedeu-lhes o perdão, na esperança de que, finalmente, lançassem-se contra os turcos.

Enquanto os cruzados invernavam em Zara, chegou ao acampamento o filho do imperador de Constantinopla para anunciar que o pai havia sido banido pelo irmão. Se o ajudassem a retomar o trono, os cruzados ganhariam grandes somas em dinheiro e a submissão da Igreja grega a Roma.

Os cruzados, então, dirigiram-se a Constantinopla, onde encontraram a resistência dos cidadãos, que não queriam saber dos latinos. O imperador deposto e cegado foi recolocado no trono sem que fosse derramado sangue nobre, pois o irmão usurpador já havia fugido da cidade. Os cruzados exigiram que o filho fosse coroado ao lado do imperador, com o mesmo título, para garantir os compromissos feitos em Zara.

O tesouro de Constantinopla, todavia, estava vazio. O patriarca e o povo se recusavam a reconhecer o papa como chefe da Igreja Universal, e não tinham a menor intenção de pagar as dívidas do imperador nem de conceder privilégios aos cruzados e aos venezianos. Por essa razão, a população bizantina se rebelou, matando o imperador, o filho e algumas centenas de soldados.

Os cruzados invadiram, novamente, a cidade e a saquearam terrivelmente, proclamando o Império Latino do Oriente e se esquecendo de Jerusalém.

"O saque a Constantinopla não teve paralelos na história. Por nove séculos, a grande cidade foi capital da civilização cristã. Era cheia de obras de arte, deixadas pela Antiga Grécia, e de obras-primas de seus próprios e excelentes artesãos. Os venezianos conheciam, efetivamente, o valor de tais objetos e, onde puderam, apoderaram-se dos tesouros para adornar as praças, as igrejas e os palácios de suas cidades. Mas os franceses e os flamengos estavam ávidos pela destruição. Lançavam-se furiosos e gritando pelas ruas e pelas casas, arrancando tudo que brilhava e destruindo tudo que não pudessem transportar, parando, apenas, para assassinar ou violentar, ou para arrombar as adegas e matar a sede com vinho. Não poupavam nem mosteiros, nem igrejas, nem bibliotecas. Na própria [basílica de] Santa Sofia, viam-se soldados bêbados arrancando as tapeçarias e quebrando as iconóstases de prata, pisando nos livros sagrados e nos ícones. Enquanto bebiam alegremente no cálice do altar, uma prostituta se sentou no trono do patriarca e começou a cantar uma canção obscena francesa. Muitas freiras foram violentadas em seus próprios conventos. Palácios e cabanas foram igualmente invadidos e destruídos. Mulheres e crianças feridas jaziam moribundas pelas ruas. Por três dias, as terríveis cenas de saque e derramamento de sangue continuaram, até que a imensa e magnífica cidade foi reduzida a um matadouro. Até os sarracenos teriam sido mais misericordiosos, exclamou o historiador Niceta, e com razão." (Runciman, 1996, p. 792.)

No comando da Igreja bizantina, foi colocado um novo patriarca que procurou fazer um jogo vantajoso, aproximando a população local, a grega e a eslava, do catolicismo. O papa condenou oficialmente o massacre, mas, quando viu que o imperador eleito e o patriarca reconheciam sua supremacia sobre toda a Igreja Cristã do Oriente e do Ocidente, decidiu aceitar o fato.

Mais ainda que o papado ou os senhores feudais, foi Veneza que tirou maior vantagem da conquista do Império Bizantino. Os mercadores venezianos, em especial, conseguiram obter isenção fiscal para suas mercadorias em todos os países do Império.

O Império Latino ruiu em 1261, sob o golpe conjunto dos búlgaros, dos albaneses e dos bizantinos, ajudados pelos genoveses, que temiam a presença veneziana nos Bálcãs.

O Império de Bizâncio sobreviveria por outros duzentos anos, mas nunca mais voltaria a seu antigo esplendor.

As Cruzadas das CriançasOs apelos de Inocêncio III para a partida de uma

Cruzada "verdadeira" (já que a Quarta havia sido desviada para Constantinopla) obtiveram, em uma Europa incessantemente percorrida por pregadores, tomados, por uma espécie de histeria coletiva contra os infiéis de toda espécie (muçulmanos e hereges; na época, havia, também, a Cruzada contra os cátaros), um efeito curioso. Inflamados pela propaganda da época, milhares de crianças de França e Alemanha formaram verdadeiros exércitos e marcharam em direção à Terra Santa.

Em maio de 1212, Estêvão, um pastor de 12 anos, proveniente da cidade de Cloyes, em Orleans, apresentou-se à corte do rei Filipe da França. Ele afirmava que, enquanto conduzia as ovelhas ao pasto, Cristo em pessoa apareceu e o mandou chamar os fiéis para a Cruzada, entregando-lhe uma carta para o monarca.

Este mandou o menino voltar para casa, mas ele não se deixou abater e começou a pregar em público, diante da porta da Abadia de Saint-Denis. Prometeu que aqueles que se juntassem à Cruzada veriam os mares se abrirem, como o Mar Vermelho para Moisés, e que chegariam a pé até a Terra Santa.

O rapaz "tinha o dom de uma eloquência extraordinária; os adultos se impressionavam, e as crianças respondiam em massa ao seu chamado" (Runciman, 1996, p. 806). Estêvão começou sua viagem pela França reunindo prosélitos e pedindo a ajuda de seus convertidos nos sermões.

Todos os garotos se reuniram em Vendôme por volta do final de junho. Os cronistas da época falavam em pelo menos trinta mil jovens, nenhum de mais de 12 anos. Eram na maioria órfãos; filhos de pais desconhecidos ou de pequenos camponeses, cujas famílias viam a partida como um alívio, livrando-se, assim, de mais uma boca para alimentar. Mas havia, também, descendentes da nobreza foragidos de casa e algumas moças.

Aos "pequenos profetas", como os chamavam os cronistas da época, juntaram-se alguns peregrinos adultos e alguns jovens padres, talvez, incentivados, em parte, pela compaixão para com aqueles meninos, em parte, pela esperança de receber alguns dos donativos que choviam sobre os rapazes.

Estêvão dividiu a horda em bandos, cada um guiado por um chefe que levava uma auriflama, o estandarte do rei da França. No final, a Cruzada partiu em direção a Marselha: os pequenos camponeses marchavam a pé; os pequenos nobres, a cavalo, ao lado de seu profeta; Estêvão, sobre um carro decorado, encimado por um baldaquim para protegê-lo do Sol. "Ninguém se ressentiu do fato de que o inspirado profeta viajava confortavelmente, mas, ao contrário, todos o tratavam como um santo e guardavam chumaços de seus cabelos e pedaços de suas roupas como preciosas relíquias" (Runciman, 1996, p. 807).

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Naquele ano, o verão foi árido, a seca causou escassez de comida e de água, e viajar a pé pelas estradas da época não era fácil. Muitas crianças morreram; outras abandonaram a Cruzada e tentaram voltar para casa. Mas, no final, o grosso da expedição chegou a Marselha, onde os meninos foram acolhidos cordialmente pelos habitantes. Os pequenos cruzados correram para o porto para ver o mar se abrir, mas, como o milagre não acontecia, alguns se revoltaram contra Estêvão, acusando-o de tê-los enganado, e fizeram o caminho de volta.

Muitos, no entanto, permaneceram à beira do mar, esperando o milagre por mais alguns dias, até que dois mercadores marselheses lhes ofereceram uma carona em navios para a Palestina. Estêvão aceitou de bom grado, e todo o contingente de jovens partiu a bordo de sete barcos.

Só em 1230 se receberiam notícias deles, dadas por um ex-membro da expedição que, por sorte, voltara à Europa. Dois dos sete navios afundaram por causa de uma tempestade, e todos os seus ocupantes morreram afogados. Os sobreviventes foram entregues aos sarracenos pelos mercadores de Marselha, para serem vendidos como escravos. Em Bagdá, 18 deles foram martirizados por se recusarem a abraçar o islamismo. De acordo com os relatos do ex-membro, no momento em que ele partira, dos trinta mil componentes da expedição, que saíram de Vendôme, só restavam aproximadamente setecentos.

A notícia dos sermões de Estêvão logo se espalhou pela Europa, inflamando a imaginação de muitos jovens da sua idade. Poucas semanas após sua partida, na Alemanha, surgiu outro pequeno pregador: chamava-se Nicolau e provinha de um vilarejo à beira do Reno. Começou sua obra no Santuário dos Três Reis Magos, em Colônia. Ele, também, anunciava que os jovens podiam fazer melhor que os adultos e que o mar seria aberto na frente deles. Mas, ao contrário de Estêvão, Nicolau anunciava que as crianças não conquistariam a Terra Santa com as armas, mas com a conversão dos infiéis.

Nicolau, auxiliado por outros pequenos pregadores, seus discípulos, reuniu em Colônia um verdadeiro e próprio exército. Os meninos alemães deviam ser um pouco mais velhos que seus colegas franceses; entre eles, havia mais moças e um contingente de descendentes de nobres mais numeroso. Também, não faltavam vagabundos e prostitutas.

A expedição se dividiu em dois grupos, que se dirigiram para a Itália (onde o mar se deveria abrir para permitir que chegassem a pé à Terra Santa): um para o lado do Mar Tirreno; outro para o Adriático. O primeiro contingente, de vinte mil unidades, guiado pelo próprio Nicolau, atravessou a Suíça e os Alpes, sofrendo perdas consideráveis durante o difícil percurso. Menos de um terço dos rapazes, saídos de Colônia, chegou a Gênova, em 3 de agosto. Lá, as autoridades (que temiam um complô alemão) permitiram que descansassem, apenas, uma noite, mas ofereceram a todos os que quisessem a possibilidade de se estabelecer definitivamente na cidade.

Os cruzados alemães, também, correram para a beira do mar no dia seguinte, esperando que ele se abrisse, e, mais uma vez, houve muita desilusão quando o milagre não aconteceu. Muitas crianças aceitaram a oferta das autoridades genovesas, mas Nicolau e o grosso do contingente continuaram a viagem: se o mar não se abriu em Gênova, talvez pudesse fazê-lo em outro lugar. Poucos dias depois, chegaram a Pisa, onde dois navios a caminho da Palestina concordaram em aceitar vários rapazes a bordo. Nunca mais aconteceram notícias deles.

Contudo, Nicolau permanecera em terra, junto com seus mais fiéis seguidores, pois ainda esperava o milagre. Os rapazes que sobreviveram se dirigiram a Roma, onde foram recebidos pelo papa Inocêncio III. "Ele ficou comovido com a devoção deles, mas confuso com sua loucura. Com gentil firmeza, disse que deveriam voltar para casa; quando crescessem, poderiam cumprir suas promessas e combater pela cruz" (Runciman, 1996, p. 808). Aos garotos, só restou pegar o caminho de volta. Muitos deles, em especial as moças, cansados com as loucuras da viagem, detiveram-se na Itália. Apenas, poucos debandados voltaram à Renânia na primavera seguinte, e não é certo que Nicolau estivesse entre eles. O pai do pequeno profeta, acusado de ter encorajado o filho em sua obra vangloriosa, foi preso pelos pais dos rapazes desaparecidos e enforcado.

Nem o ramo "adriático" dos jovens alemães teve sorte. Cansados da viagem, realizada em condições precárias, os pequenos cruzados chegaram a Ancona, onde esperaram inutilmente pelo milagre da abertura do mar. Então, continuaram viagem até Brindisi. Lá, alguns embarcaram em navios que zarpavam para a Palestina, mas a maior parte recuou, batendo em retirada para casa. Desde então, apenas, um grupo desaparecido de fato voltou.

Outras CruzadasA Quinta, a Sexta, a Sétima e a Oitava Cruzadas não tiveram muita importância, senão pelo número de mortes que

causaram: os cruzados sofreram outras derrotas, apesar da adesão dos mongóis contra os turcos e os árabes.O imperador Frederico II chegou a entrar em acordo com os turcos sem ao menos lutar. O fato é que, depois da

Quarta Cruzada, não havia mais quase ninguém no Ocidente disposto a participar de expedições distantes e perigosas, e, por isso, os cruzados enfrentavam dificuldades e nunca conseguiam a ajuda e os reforços requeridos.

Nos séculos XII-XIII, na Europa, verificou-se um notável aumento da produção agrícola. As técnicas de cultivo haviam se aperfeiçoado, as cidades haviam se desenvolvido. O aumento das áreas cultivadas e do produto das colheitas fez os camponeses perderem o interesse de emigrar. Os mercadores se contentaram com os resultados das primeiras quatro Cruzadas, que haviam assegurado a eliminação da função mediadora entre Leste e Oeste, exercitada pelo Império Bizantino. Os cavaleiros, por sua vez, tiveram a possibilidade de ingressar nas tropas mercenárias das monarquias nacionais europeias, cujo poder só crescia.

Mas não houve, apenas, Cruzadas pela reconquista de lugares sagrados na Terra Santa: houve Cruzadas contra os hereges, Cruzadas contra reis e imperadores católicos, e outras que se dirigiram ao Norte e ao Leste da Europa. ?

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Beneficência MaçônicaBeneficência Maçônica

Aldery Silveira Júnior * Maçonaria tem seus fundamentos basilares apoiados em três grandes colunas: a Filosofia, a Fraternidade e a Beneficência. A prática da

beneficência é fundamental para o aperfeiçoamento moral e espiritual do Maçom, razão pela qual, a ela, estão obrigados todos os membros de nossa Instituição.

A

O presente paper aborda a beneficência no seio da Maçonaria, com algumas divagações e questionamentos sobre a forma de praticá-la.

A prática da beneficência pelo Maçom pode, perfeitamente, ser entendida como uma forma de sua integração à sociedade, não como participante passivo, mas, sim, como vetor de mudanças e de melhorias, bem como o exercício da mais pura fraternidade e da caridade, uma vez que visa ao efetivo bem de outrem.

Todas as Lojas praticam beneficência, conforme determinam os ditames da Maçonaria, mas o fazem de forma tímida, com o fruto do Tronco de Beneficência (salvo algumas poucas e honrosas exceções), aplicado em programas e projetos sociais de pequeno vulto, como ajuda a creches, asilos, orfanatos, etc., ou, ainda, em ações sociais isoladas, também, de pequeno vulto, como a ajuda a alguém que esteja passando por necessidade financeira.

Ora, mas será que essas ações podem ser consideradas como um vetor de mudança e de melhoria na qualidade de vida de algumas pessoas? Certamente que sim, embora microscopicamente falando, pois o seu alcance é limitado.

E haveria outra forma de tratar a beneficência? Seria possível transformar o microscópio em lente de aumento? Entende-se que sim. E como se faria isso? Despulverizando-a, direcionando-a para uma única ação ou para poucas ações. Desparticularizando-a, ou seja, transformando-a de ações isoladas das Lojas para ações concentradas da Maçonaria como um todo.

Seria factível tal proposição? Obviamente que sim; bastaria uma decisão de cúpula e uma inversão do entendimento de como deve ser praticada a beneficência maçônica: de doses homeopáticas para doses maciças. Algo como: em vez de dar pequenas ajudas esporádicas a instituições de caridades, formar um fundo com a beneficência de todas as Lojas de um

determinado Estado, construir e operar uma instituição de caridade, carrear a beneficência mensal de todas as Lojas do Estado para a manutenção dessa instituição. Dessa forma, sim, estar-se-ía promovendo mudança palpável e significativa melhoria na qualidade de vida de algumas pessoas, inclusive, de próprios Maçons e seus familiares, no caso de virem a ser atendidos por tal instituição.

Mas que tipo de instituição seria essa? Existem vários que podem ser adotados pela Maçonaria: lar para idosos desamparados; creche para filhos de pais com poucos recursos financeiros; lar para crianças desamparadas; clínica para recuperação de drogados; abrigo para mães solteiras e desamparadas; hospital direcionado para tratamento de determinada enfermidade, etc., etc., etc. Oportunidade, para se proceder a uma beneficência efetiva e consistente, não falta.

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Costuma-se ressaltar o papel importante da Maçonaria nos momentos decisivos que marcaram a história do Brasil, como a Independência de Portugal, a Proclamação da República e a Libertação dos Escravos, entre outros. No entanto, chega a parecer que a Maçonaria está preocupada, apenas, em enaltecer o seu papel marcante em ações responsáveis pela formação da nacionalidade brasileira. Não seria o momento de buscarmos alternativas para marcar a ação contemporânea da Maçonaria brasileira?

Entendemos que sim; a atuação contemporânea da Maçonaria pode, perfeitamente, ser marcada por ações de grande vulto, impulsionadas pela beneficência.

A implementação de ações, exemplificadas no item anterior, promoveria, de forma marcante, a consecução de, pelo menos, três objetivos: mudança social, exaltação da ação maçônica contemporânea e oportunidade de trabalho para Maçons e familiares.

A mudança social seria atingida com a atuação em áreas não satisfatoriamente atendidas pelo poder público: saúde, educação e assistência social. Tal atuação, levada a efeito com o fruto concentrado da beneficência maçônica, seria, indiscutivelmente, um marco da ação maçônica contemporânea. Por outro lado, empreendimentos dessa natureza poderiam ser revertidos em benefícios diretos para alguns Maçons e/ou familiares destes, a partir da prioridade que fosse dada aos mesmos para trabalhar nas operações dessas Instituições.

Somem-se a isso outros benefícios indiretos: maior visibilidade da ação maçônica por parte da sociedade, por conseguinte, contribuindo para a promoção do respeito e

da admiração dos profanos pela Ordem Maçônica, além de, também, contribuir para a desmistificação da Maçonaria; orgulho e satisfação que provocaria nos Maçons por estarem contribuindo, de forma direta, para a consecução de uma ação social grandiosa.

Apresentaram-se, no presente texto, alguns questionamentos sobre a forma de se praticar a beneficência maçônica, algumas divagações sobre uma possível forma pró-ativa de praticá-la. Obviamente que são, apenas, digressões, não se constituindo em proposições concretas, haja vista que, para colocá-las em prática, seriam necessários estudos aprofundados sobre a eficácia e a pertinência das mesmas, seguidos da elaboração de projetos consistentes e exequíveis.

No entanto, tais digressões refletem a posição e o ponto de vista do autor a respeito da prática da beneficência maçônica, da forma de como potencializá-la, em termos de resultado concreto, bem como de utilizá-la como instrumento para enaltecer a atuação da Maçonaria perante a sociedade brasileira.

Vale salientar, também, que nada nos impede de sonhar com uma ação conjunta das lojas do Grande Oriente do Brasil com as de outras Potências, como as Grandes Lojas e os Grandes Orientes Independentes, irmanadas na consecução de projetos específicos e comuns, lastreados com a beneficência maçônica de seus obreiros.

Por fim, apesar de entender que as proposições, discutidas no presente texto, são um tanto utópicas, deixa-se aqui, a título de ensaio propositivo para as autoridades maçônicas, a semente embrionária. ?

*O autor é Membro e Titular da Cadeira nº 8 da Academia Maçônica de Letras do Distrito Federal.

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O Estado MaçônicoO Estado Maçônico

Autor ignoradostado é uma sociedade organizada sob a forma de Governantes e governados,

vivendo em um território delimitado, dispondo de poder próprio, para promover o bem de seus membros, isto é, o bem público.

EHá algum tempo, a ONU e o

Papa João Paulo II se referiram à Maçonaria como a precursora da democracia ideal, indo o Papa mais longe, dizendo: “o compasso e o esquadro fizeram mais pela humanidade do que a cruz”. O Estado Maçônico tem sua origem na poeira dos tempos, não se sabe quando, porém vestígios das corporações de ofícios são encontrados por toda parte. As corporações de ofícios chegaram à Idade Média e já eram bem definidas e organizadas, cada uma com seu Mestre, Companheiros e Aprendizes. Já, naquela época, a simbologia era uma constante, e, como hoje, o compasso, o nível e o esquadro eram seus principais símbolos.

Aos sapateiros e curtidores de couro era vedado ostentarem o compasso, pois lidavam com a pele de animais mortos, e o compasso era o símbolo do Criador. Sua organização já discriminava os aleijados, não permitia

o ingresso de criminosos, libertinos e mulheres, somente, era permitido o concurso da esposa do Venerável ou da sua filha mais velha.

Na Europa Medieval, não estavam definidos os países; havia uma colcha de retalhos de grandes ou pequenas propriedades feudais, dominadas por senhores, que tinham o

poder de vida ou de morte sobre seus súditos. As corporações de ofícios se opunham a isso, e eram toleradas e respeitadas porque suas atividades eram essenciais. Na sua maioria, viviam nos limites dos castelos ou mosteiros e só eram itinerantes os Pedreiros Construtores de muralhas, castelos, abadias, etc.

Os Pedreiros Livres eram reconhecidos pelo seu trajar escuro, sob a forma de um burel de tecido grosseiro, destinado a resistir aos maus tratos da profissão, e, talvez, seja o ancestral do nosso balandrau. Como capítulo à parte das Corporações Operativas, os Pedreiros Livres começaram a se destacar a partir do século VI, em novas formas de agrupamentos, através de associações monásticas, absorvendo novos conhecimentos, como os dos Collegia, a Ars Românica e as formas de arquitetura dos Godos Burgúndios.

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As confrarias germânicas dos Stein Meister (mestres da pedra) caracterizaram-se pelas guildas, corpos profissionais e de assistência mútua; na Itália, os Muratori (construtores de muros), também, copiavam-nos. Copiamos, hoje, muitos costumes das guildas e um bem-notado é o do banquete, após as reuniões.

Quando o Velho Continente começou a delinear os reinos ou países, as corporações deixaram de ficar vinculadas aos senhores feudais, passando ao Poder Real, contudo a língua oficial, o francês, denominavam-nos de freemasons ou masonfree, vocábulo oposto ao ligiers, que, em francês, tinha o significado de vassalo.

A maçonaria recebeu influências dos Templários em alguns costumes àquela época, mas, também, ganharam novos conhecimentos, carreados por eles do Oriente. Pelo caldeamento de conhecimentos dos franco-maçons de várias raças, costumes e, até, cultos religiosos e seu primordial pensamento de não serem homens servis, deduz-se que a Franco-Maçonaria de Ofícios nunca foi puramente operativa.

Acredito que a base dos atuais Regulamentos e dos Antigos Landmarks foi o Manuscrito Regius, onde há obrigatoriedade de crença em um Ser Supremo. O texto, também, impunha estudar Geometria, Arte, Filosofia e Teologia.

Os motivos de as Lojas Operativas se transformarem em Especulativas são vários, porque foi um fenômeno geral, tanto na Inglaterra quanto na França ou na Alemanha. Esse fenômeno deveu-se à admissão de membros que não pertenciam aos ofícios operativos. Citamos que, na Inglaterra, em 1607, o Rei Jaime I se declarou protetor da Maçonaria. Houve a transformação de imediato. Em 24 de junho de 1717, foram criadas quatro Lojas na Inglaterra, mas isso não foi um fenômeno local.

A Maçonaria foi se expandindo, acompanhando os grandes descobrimentos e as conquistas dos homens. Para ela, não existiam mais fronteiras, acidentes geográficos ou simples traçados de tintas nos mapas, limitando fronteiras. Como exemplo, citamos Pedro, o Grande Tzar de todas as Rússias, iniciado em uma Loja que funcionava dentro de um estaleiro, em Londres. Ao voltar para a Rússia, fundou uma Loja, em 1717. Em 1737, a Grande Loja da Inglaterra designou um Grão-Mestre para toda a Rússia; fundou-se uma Loja em Calcutá, em 1730. Em 1733, Price funda, em Boston, a primeira Grande Loja Providencial Norte-Americana.

Em 1734, Benjamim Franklin publica, em Filadélfia, a Primeira Edição Norte-Americana do Livro das Constituições de Anderson. Em 1738, criaram-se Lojas,

em Varsóvia, sendo uma dentro do Palácio Real e, no mesmo ano, outras em Alepo e Smirna, na Ásia, de língua árabe.

A filosofia maçônica foi, também, perseguida, pois não interessava àqueles que detinham o poder por problemas pessoais ou corporativistas. A “Santa Inquisição” e os ditadores perseguiram-nos e tentaram nos erradicar, porém nunca foi encontrado um covarde, e sobrevivemos em muitos países na clandestinidade, mantendo, sempre, os mesmos ideais de Liberdade, Igualdade e Fraternidade.

O mundo de hoje muito deve à Maçonaria como “Estado Universal” que se estabeleceu. A Royal Society foi por nós fundada; a Queda da Bastilha foi nossa obra; a Independência dos Estados Unidos, também, tendo, à frente, Benjamim Franklin, membro da Royal Society, sendo a sua Declaração de Independência assinada, totalmente, por Maçons.

A Conjuração Mineira tinha por objetivo a nossa Independência e foi obra de Maçons; a nossa Independência, também, o foi, e seu maior mentor foi Gonçalves Lêdo. Heroico foi seu grito, em agosto, “Independência ou Morte”, aproveitado por D. Pedro.

A Proclamação da República foi mais uma obra de Maçons.

É fácil deduzir porque a Europa está a extinguir fronteiras, baseando-se em nosso Estado e teorias de Irmãos ilustres.

O Estado Maçônico, cada vez mais, firma-se em toda a face da Terra. A humanidade, cansada de guerras e de governos, reconhece o valor de nossa doutrina de Igualdade, Fraternidade e Liberdade.

Falaremos, então, de uma das histórias sobre as nossas origens.

Quando o eixo da Terra não tinha a inclinação que tem hoje, ela transladava, perfeitamente, em paralelo com o eixo do Sol, e a ciência prova que é verdade, pelo estudo do magnetismo de rochas, surgidas quando a crosta terrestre se solidificou, não havendo variações climáticas. Não existiam os continentes de hoje, o que, também, ficou provado, mas uma grande porção de terra e um grande oceano.

Naquele grande continente, situava-se o paraíso, dito Bíblico, onde os homens haviam alcançado grande desenvolvimento científico e, como aprendizes de feiticeiros, acharam que poderiam ser maiores que o Criador do Universo. Houve a Grande Catástrofe, quase o aniquilamento do ser humano. O homem caiu no barbarismo, ocorreram mutações genéticas, dando origem às raças branca, amarela, negra e vermelha. Alguns sobreviventes se encarregaram de tentar manter os conhecimentos básicos para o novo desenvolvimento e se mantinham, assim, em grupos fechados, em meio à barbárie.

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Existe uma lógica nessa história, que a própria história, ainda, desconhece, pois todos os homens aprenderam a fazer fogo da mesma maneira, usaram o mesmo arco e flecha, foram aprendendo a redescobrir a roda e sua utilidade, os metais, e, hoje, aqui, estamos, outra vez, tentando comer do fruto proibido do “Excesso de Saber”.

Talvez, tenhamos, um dia, de recomeçar tudo de novo, de criar, novamente, um Estado sem fronteiras, em que os idiomas e tipos de povos não sejam o empecilho. Quem sabe, se descobertos meios de viajarmos para outras

galáxias, tenhamos de ir como operativos/especulativos? De quem seremos irmãos? De um ser igual a nós?

Prezados Irmãos, grato por lerem essas linhas, nas quais misturei realidade com, bastantes doses de fantasia. Esse pedaço de fantasia foi apresentado por mim no Seminário de Mestres Maçons de 1993 e publicado pelo GOERJ.

*Lamentavelmente, não conseguimos descobrir a autoria desse texto. Mesmo assim, gostaríamos de expressar nosso agradecimento pela

bela Peça de Arquitetura. ?a b

O Cavalo e o PorcoO Cavalo e o Porco

Autor ignorado

m fazendeiro colecionava cavalos, e só faltava uma determinada raça. Um dia, descobriu que seu vizinho tinha este determinado cavalo.

Assim, atenazou seu vizinho até conseguir comprá-lo. Um mês depois, o cavalo adoeceu, e ele chamou o veterinário:

U- Bem, seu cavalo está com uma virose, precisa tomar

este medicamento durante três dias; no terceiro dia, retornarei, e, caso não esteja melhor, será necessário sacrificá-lo.

Nesse momento, o porco escutava toda a conversa. No dia seguinte, deram o medicamento e foram embora. O porco se aproximou do cavalo e disse:

- Força, amigo! Levante daí, senão você será sacrificado!

No segundo dia, deram o medicamento e foram embora. O porco se aproximou do cavalo e disse:

- Vamos lá, amigão, levante, senão você vai morrer!

- Vamos lá, eu ajudo a levantar... Upa!

No terceiro dia, deram o medicamento, e o veterinário disse:

- Infelizmente, vamos ter que sacrificá-lo amanhã, pois a virose pode contaminar os outros cavalos.

Quando foram embora, o porco se aproximou do cavalo e disse:

- Cara, é agora ou nunca, levante logo! Coragem! Upa! Upa! Isso, devagar! ótimo, vamos: um, dois, três! Legal! Legal! Agora, mais depressa, vá... Fantástico! Corra, corra mais! Upa! Upa! Upa!!! Você venceu Campeão!

Então, de repente, o dono chegou, viu o cavalo correndo no campo e gritou:

- Milagre! O cavalo melhorou. Isso merece uma festa... Vamos matar o porco!'

Isso acontece com frequência no ambiente de trabalho, em nossas Lojas. Nem sempre alguém percebe quem é, realmente, que tem o mérito pelo sucesso. Saber viver sem ser reconhecido é uma arte; afinal, quantas vezes fazemos o papel do porco amigo ou quantos já nos levantaram, e nem do sabor da gratidão puderam dispor?

Se, algum dia, alguém lhe disser que seu trabalho não é o de um profissional, lembre-se: amadores construíram a Arca de Noé; profissionais, o Titanic.

Procure ser uma pessoa de valor, em vez de ser uma pessoa de sucesso!!! ?

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a LivroLivro bGostaria de sugerir a leitura do livro do meu querido Confrade, Escritor e Acadêmico Maçom, Robson

Rodrigues da Silva, intitulado “POMPAS FÚNEBRES”, lançado no mês de julho de 2009 pela Editora A Trolha. Autor de vários livros, nosso Irmão Robson trata o tema, por sinal, muito pouco conhecido por muitos, com profundidade e conhecimento. Trata-se de um estudo elucidativo merecedor de leitura reflexiva e de ilustrar o acervo da mais nobre biblioteca. Recomendo com empenho! Façam contato com o autor: [email protected] (21) 2604-7146 / 9834-9956.

rte Real é uma Revista maçônica virtual, de publicação mensal, fundada em 24 de

fevereiro de 2007, com registro na ABIM – Associação Brasileira de Imprensa Maçônica – 005-JV, que se apresenta como mais um canal de informação,

integração e incentivo à cultura maçônica, sendo distribuída, diretamente, via Internet, para mais de 13.350 e-mails de Irmãos de todo o Brasil e, também, do exterior, além de uma vasta redistribuição em listas de discussões, sites maçônicos e listas particulares de nossos leitores. Sentimo-nos muitíssimo honrados em poder contribuir, de forma muito positiva, com a cultura maçônica, incentivando o estudo e a pesquisa no seio das Lojas e fazendo muitos Irmãos repensarem quanto à importância do momento a que chamamos de “¼ de Hora de Estudos”. Obrigado por prestigiar esse altruístico trabalho.

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Editor Responsável, Diagramação, Editoração Gráfica e Distribuição: Francisco Feitosa da Fonseca - M∴I∴ - 33º

Revisão Ortográfica: João Geraldo de Freitas Camanho - M∴I∴ − 33º Colaboradores nesta edição: Aldery Silveira Junior e Alfredo Roberto NettoEmpresas dos Irmãos Patrocinadores: Arte Real Software – CH Dedetizadora – CONCIV - CFC Objetiva Auto Escola – Dirija Rent a Car – Gráfiva Everesty - López y López Advogados – Maçonaria Virtual - Olheiros.com – Santana Pneus – Sul Minas Lab. Fotográfico – Sysprodata – Turmalina – Vivenda do Chela.

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