tct 1 2007 - escola sá pereira · peixinhos do mar / ei nós que viemos de outras terras de outro...

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Rua Capistrano de Abreu, 29 – Botafogo / Rua Marques, 19 – Humaitá – 2535-2434 www.sapereira.com.br / [email protected] Turma do Oceano / TCT Educação Infantil Relatório do Primeiro Semestre de 2007 1 D escobertas, novidades, muito envolvimento e curiosidade permearam os dias dessas dezenove crianças tão queridas e, também, os nossos projetos. A Turma vem se fortalecendo e se constituindo como um grupo através do trabalho diário de compreensão e respeito às regras e limites e da introjeção de comportamentos tão importantes como aprender a ouvir, ceder e aceitar o outro. Com nossa mediação intensa, com constância e disponibilidade, vislumbramos um grupo organizado que conquistou um bom nível de produção, não só coletiva como individual. Crianças que vêm descobrindo afinidades e que puderam, ao longo do semestre, inaugurar parcerias e amizades. É uma turma unida e contente com sua rotina, na qual encontram espaço para crescer, trocar, se expressar, explorar e construir. E como os projetos de pesquisa vão acontecendo à medida em que o grupo se interessa por um determinado assunto que poderá surgir de diferentes maneiras, nós, professores, que também fazemos parte dessa história, podemos, também, trazer nossas sugestões para o grupo. Foi assim que tudo começou. Depois de analisarem diferentes tipos de mapas e de muita conversa sobre o continente americano, tema do Projeto Institucional deste ano, as crianças escolheram estudar a América do Sul. Ficaram encantadas ao descobrirem que quando vão às praias cariocas mergulham no Oceano Atlântico. Diante dessa preciosa informação, decidiram o nome da turma: Oceano. Juntando nossas idéias e desejos resolvemos conhecer algumas características da fauna e flora marinhas e as histórias dos navegantes que atravessaram o Atlântico e o Pacífico em busca de novas terras. Livros de literatura, enciclopédias, DVDs, fotos, jornais e objetos de artes foram fontes de consultas e de aprendizado. A partir desse material, muitas questões começaram a ser discutidas: O que comem esses animais? Como vivem? Por onde respiram? Como se defendem de seus predadores? Turma Ana Luisa Travassos Porto Alegre André Guilherme Chaves Santos Andrei Megre Souto Anna Laura Alves de Oliveira Felipe Stelet Fernandes Carlos Filipe Xavier Ferreira de Sá Gabriel Braga Goldenstein Gabriel Monteiro Sampaio Guilherme Coutinho Herszage Julia Weinman Luísa Lunière Jefferson Marina Barbosa da Silva Vilela Miguel Herzog Nina Paulo Tetü Nina Simões Pires Fragale Rafael Sivieri Arruda Prado Rafaela Morosini Menezes Rodrigo de Almeida Schultz Tereza Dutra Reis de Moura Neves Professores e Auxiliares de Turma Alessandra Rabello de Almeida Jean Philippe T Conilh de Beyssac Luciana Saldanha Roberta Porto da Silva

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Rua Capistrano de Abreu, 29 – Botafogo / Rua Marques, 19 – Humaitá – 2535-2434 www.sapereira.com.br / [email protected]

Turma do Oceano / TCT Educação Infantil Relatório do Primeiro Semestre de 2007 1

D escobertas, novidades, muito envolvimento e curiosidade permearam os dias dessas dezenove crianças tão queridas e, também, os nossos projetos.

A Turma vem se fortalecendo e se constituindo como um grupo através do trabalho diário de compreensão e respeito às regras e limites e da introjeção de comportamentos tão importantes como aprender a ouvir, ceder e aceitar o outro. Com nossa mediação intensa, com constância e disponibilidade, vislumbramos um grupo organizado que conquistou um bom nível de produção, não só coletiva como individual. Crianças que vêm descobrindo afinidades e que puderam, ao longo do semestre, inaugurar parcerias e amizades.

É uma turma unida e contente com sua rotina, na qual encontram espaço para crescer, trocar, se expressar, explorar e construir. E como os projetos de pesquisa vão acontecendo à medida em que o grupo se interessa por um determinado assunto que poderá surgir de diferentes maneiras, nós, professores, que também fazemos parte dessa história, podemos, também, trazer nossas sugestões para o grupo. Foi assim que tudo começou.

Depois de analisarem diferentes tipos de mapas e de muita conversa sobre o continente americano, tema do Projeto Institucional deste ano, as crianças escolheram estudar a América do Sul. Ficaram encantadas ao descobrirem que quando vão às praias cariocas mergulham no Oceano Atlântico. Diante dessa preciosa informação, decidiram o nome da turma: Oceano.

Juntando nossas idéias e desejos resolvemos conhecer algumas características da fauna e flora marinhas e as histórias dos navegantes que atravessaram o Atlântico e o Pacífico em busca de novas terras.

Livros de literatura, enciclopédias, DVDs, fotos, jornais e objetos de artes foram fontes de consultas e de aprendizado.

A partir desse material, muitas questões começaram a ser discutidas: O que comem esses animais? Como vivem? Por onde respiram? Como se defendem de seus predadores?

Turma Ana Luisa Travassos Porto Alegre André Guilherme Chaves Santos

Andrei Megre Souto Anna Laura Alves de Oliveira

Felipe Stelet Fernandes Carlos Filipe Xavier Ferreira de Sá Gabriel Braga Goldenstein

Gabriel Monteiro Sampaio Guilherme Coutinho Herszage

Julia Weinman Luísa Lunière Jefferson

Marina Barbosa da Silva Vilela Miguel Herzog

Nina Paulo Tetü Nina Simões Pires Fragale Rafael Sivieri Arruda Prado Rafaela Morosini Menezes

Rodrigo de Almeida Schultz Tereza Dutra Reis de Moura Neves

Professores e Auxiliares de Turma

Alessandra Rabello de Almeida

Jean Philippe T Conilh de Beyssac Luciana Saldanha

Roberta Porto da Silva

Rua Capistrano de Abreu, 29 – Botafogo / Rua Marques, 19 – Humaitá – 2535-2434 www.sapereira.com.br / [email protected]

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Para esclarecer algumas dúvidas fomos à praia da Urca encontrar o biólogo Edie, do Projeto Espaço e Vida e conhecer um pouco mais da vida marinha do Oceano Atlântico.

"Quando nós chegamos à praia vimos o Edie mergulhando. Ele apanhou no mar muitas coisas prá a gente ver.

Tinha caranguejo e siri. Descobrimos que eles têm as patas diferentes: o siri tem duas patas atrás, que parecem um remo, e com elas consegue nadar rapidinho. Ele também pegou cavalos marinhos e disse que a Baía de Guanabara é cheia deles.

O pepino do mar fez cocô na nossa frente, e quando o Edie quebrou a esponja do mar vimos vários siris pequenininhos que moravam ali. Aprendemos que não tem problema quebrar a esponja, pois ela cresce novamente, igual à estrela do mar.

O biólogo colocou um ouriço na sua boca, dentro da roupa e até penteou o cabelo com ele. Nós mexemos em tudo, menos no baiacu, pois seus espinhos espetam muito.

No final do passeio fomos à beira da água soltar alguns bichos". (Texto Coletivo).

A Turma do Oceano mergulhou fundo em suas pesquisas sobre a fauna e a flora marinhas. Assistiram à animação "O velho e o mar", um pequeno documentário sobre o Oceano Ártico e apreciaram pinturas de paisagens marinhas de diferentes artistas.

Diante desses materiais, dramatizaram e brincaram de marinheiros, navegantes, pescadores e criaram, com diversos materiais de artes, os ambientes marinhos.

P rocuramos contribuir para a formação da sensibilidade das crianças, o que significou incentivar e criar oportunidades para que se expressassem, ampliassem e enriquecessem suas experiências, aumentando suas possibilidades de

interlocução e entendimento das diferentes realidades que os cercam.

Inúmeras possibilidades de trabalho foram surgindo e os ventos acabaram sobrando em direção às histórias dos navegantes espanhóis e portugueses.

Para ilustrar nossas pesquisas sobre as grandes navegações, assistimos a trechos do filme "1492- Em busca do Paraíso", de Ridley Scott, que mostra a viagem e a chegada de Cristóvão Colombo à América.

No passeio que fizemos ao Centro Cultural da Marinha, as crianças visitaram um submarino museu e viram alguns objetos que apareceram no filme, como o astrolábio e a ampulheta, além de diferentes tipos de ancora.

Já bastante apropriados desse universo marítimo, embarcamos nas aventuras da Nau Catarineta. Conhecemos sua tripulação, analisamos esse tipo de embarcação e decidimos montar um teatro. As crianças buscaram inspiração para seus personagens e fantasias

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quando assistiram ao espetáculo "As aventuras e Desventuras da Nau Catarineta", do grupo Os Sobrados Companhia Teatral, na Pereirona. Foi uma tarde muito especial para a criançada que, no final do espetáculo, fez comentários sobre o cenário e as características dos personagens e, em coro, anunciou: Nós não gostamos, nós amamos! Os atores iam gostar de ver o nosso teatro também!"

Pudemos analisar e perceber que as crianças já têm suas próprias impressões, idéias e interpretações sobre a produção de arte e o fazer artístico. Suas construções são elaboradas a partir de suas experiências ao longo da vida, que envolvem a relação com a produção de arte, com o mundo dos objetos e com o seu próprio fazer. Exploram, sentem, agem, refletem e elaboram os sentidos de suas experiências e, dessa forma, constroem significações sobre como se faz, o que é, para que serve e muitas coisas mais a respeito de arte.

E ra hora de finalizar o projeto e dividir com a comunidade escolar tudo que fora aprendido. Na Festa Pedagógica apresentaram a coreografia que elaboraram nas aulas de Expressão Corporal para a música "Ora Bolas", de Paulo Tatit, a peça

"Nau Catarineta" e uma bela exposição de artes.

Acreditamos que quando as crianças criam com linhas, cores, palavras, gestos, movimentos e sons, desenvolvem uma atividade que está diretamente ligada à necessidade de construir um conhecimento do mundo e de comunicar esse conhecimento a outros.

"Truléu, léu, léu, Truléu da Marieta Que nós somos marinheiros Desta Nau Catarineta...

Domínio Público

Depois de tanto navegar, a turma do Oceano ancorou em terra firme, no Peru. Assistiram a um documentário do Vídeo Escola sobre Macchu Picchu e levantaram algumas questões sobre a cidade construída pelos Incas: Como eles fizeram os muros? O que eles comiam? Lá tem muita ovelha? E lhama? O que eles usavam para montar as casas? No Peru tem neve? Tem praia?

Durante nossa viagem respondemos às perguntas das crianças e começamos a desvendar os mistérios deste lugar depois que recebemos uma caixa com um bilhete: Cuidado Frágil. A criançada, muito curiosa, arriscou um palpite: essa caixa está cheia de coisas do Peru!

Um cartão revelou o mistério: Tetê mandou o presente cheio de lembranças e objetos do país que escolhemos estudar. Aos poucos, o conteúdo foi sendo desvendado e, com ele, a história e a cultura peruana. Instrumentos musicais e peças feitas de argila, palha e lã encantaram a todos.

Também proporcionamos um ambiente alfabetizador trazendo a língua, com toda a sua riqueza e complexidade para a sala de aula, não esquecendo a sua função social e incentivando as crianças a participarem de momentos produtivos e significativos. É através dessa ampla e contínua participação que conseguem compreender o porquê da escrita ser tão importante em nossa sociedade.

Rodas de conversa, construção de textos e de histórias coletivas, atividades de leitura e

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escrita espontânea, planejamento das salas do dia, foram algumas das situações que vivemos em nossa rotina escolar.

Assim como a língua escrita, os números estão presentes em nosso cotidiano. Na intenção de que as crianças pudessem levantar hipóteses a respeito da leitura e escrita dos numerais e, pouco a pouco, se aproximassem das regras do nosso sistema de

numeração, procuramos trazer situações que favorecessem essa reflexão. A possibilidade de fazer registros de situações vivenciadas pela turma, o contato com a seqüência numérica com as ações de acrescentar, retirar, repartir com diversos materiais e em diferentes contextos foram importantes para as crianças construírem algumas idéias a respeito dos números.

Aqui está um pequeno recorte de como foi intenso e prazeroso o trabalho desse grupo tão empreendedor.

Música _________________________________________________________

A Turma do Oceano começou sua jornada por mares nunca antes navegados e as crianças embarcaram na onda. Pudemos contar a história de Manuel, um menino que sonhava ser marinheiro. Sua infância era embalada por cirandas praieiras e

antigas canções marítimas e conheceu o seu destino sendo enfeitiçado pelo canto das sereias. Com uma dobradura de barco que já tinha sido o chapéu do marinheiro, surgiu, boiando, o único testemunho da história, a camisa de Manuel. "Manuel tu não te embarques / Que eu te quero sustentar / Tiru-léu, léu, léu / Que eu te quero sustentar", apelava sua mãe temerosa dos perigos do mar. E assim foi se firmando o nosso desejo de montar a Nau Catarineta. Esse folguedo vem se juntar às cheganças e marujadas, revelando textos tragicômicos originais e muita ligação musical com os colonizadores lusitanos e espanhóis. "Truléu, léu, léu / Truléu da Marieta / Que nós somos marinheiros dessa Nau Catarineta". Em meio à fome que habitava o convés dos navios, muitas solas de sapato viraram ensopados e pareciam contribuir para o clima fantástico das jornadas. Para nossa montagem, contamos com o Tambor Mar, tarol recheado de contas que imitam as ondas do mar. Um Roi-roi também foi indispensável na sonoplastia para levantar as velas. Até as nossas batalhas puderam ser mais sonoras e divertidas com as espadas de madeira emprestadas de uma antiga montagem de Guerreiros, folguedo que remonta aos conflitos entre mouros e cristãos e nossas origens ibéricas. "Quem te ensinou a nadar / Foi os peixinhos do mar / Ei nós que viemos de outras terras de outro mar/ Temos pólvora chumbo e bala / Nós queremos é guerrear".

Talvez influenciados pelo mar do Caribe, alguns sucessos latinos nos chegavam aos ouvidos. Música como La Bamba, que pedia não confundir marinheiro com capitão. Em outros momentos uma Cucaracha passeava pelo nosso convés. "La Cucaracha, ya no puede caminar". Nesse ponto, demos continuidade ao trabalho com os instrumentos, iniciado no carnaval, buscando conhecer alguns de origem latina, de timbres diferenciados

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mas parecidos com outros conhecidos da gente. Foi o caso do Guiro, instrumento de cabaça parecido com o reco-reco de bambu e a campana, similar do cowbell, primo do nosso agogô. Algumas maracas também sacudiram as nossas performances.

As crianças tiveram muito prazer na montagem da Nau Catarineta, foi bacana vê-los cantar, como autênticos marinheiros, pedindo bons ventos. "Vamos ver a Barca Nova / Que do céu caiu no mar / Nossa Senhora vem dentro / Com seus anjinhos a remar / São José seja o piloto / E São Joaquim o capitão / E Maria mãe da graça / Olerelerelere/ Que é a Mãe da Consolação".

Nesse momento aproveitamos para contar algumas histórias musicadas sobre as festas de São João, seu boizinho encantado, Pai Francisco e Catirina. E é claro muita quadrilha!

Expressão Corporal _________________________________________________________

C omeçamos em roda, nos apresentando, apresentando os amigos, conversando sobre a aula, sobre o corpo. Fomos acordando-o devagarzinho, com cuidado, aquecendo-o e preparando-o para os estímulos que estavam por vir.

Trabalhamos o esquema corporal (Corpo Vivido), nomeando suas partes, dissociando os membros e trabalhando-os separadamente. Andamos pela sala de diferentes maneiras, explorando o espaço e as diferentes possibilidades motoras, brincando com o nosso eixo e equilíbrio. Nesse primeiro encontro, pudemos perceber o quão ágil é essa turma. As crianças respondem muito rápido a todos os estímulos e produzem de uma maneira muito satisfatória.

Com a proximidade do Carnaval, criamos as nossas fantasias utilizando roupas e acessórios do baú da escola. Fantasiados, dançamos ao som das marchinhas, do samba e do frevo, criando poses carnavalescas bem divertidas. Com duas imagens distintas, uma de um bloco de rua e outra de um grupo de frevo, dividimos a turma em dois grupos pedindo que cada um reproduzisse uma das imagens, corporalmente. Queríamos fazer com que as crianças se organizassem espacialmente.

Trabalhando o ritmo, improvisaram ao som de trilhas de espetáculos do Grupo Corpo.

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Criaram movimentos lindos e estavam extremamente atentas às mudanças rítmicas. Novamente dividimos a turma em dois grupos: um criava, outro observava. Desse modo, puderam acompanhar a experimentação do outro. Estabeleceram-se com isso dois pontos de vista: o de produtor e o de espectador.

Ao nos aproximarmos do projeto da turma, mantivemos as improvisações com a música "Ora Bolas" com o intuito de esboçarmos uma coreografia. A idéia era que as crianças, enfileiradas, criassem movimentos; e que cada fila fosse simulando o movimento de uma onda do mar, deixando em evidência a fila seguinte. Dinâmicas foram apresentadas para que pudéssemos marcar o ritmo da música e experimentar movimentos de ondas com o corpo. Depois, dividimos a turma em quatro grupos e cada um ficou responsável por uma estrofe da letra da canção. Para nossa surpresa, no final da aula, tínhamos a coreografia quase pronta e um pedido insistente das crianças: apresentar na Pereirona! Essa turminha, mesmo sendo muito agitada, é um grupo extremamente criativo. Em um segundo encontro continuamos as improvisações e terminamos nossa coreografia.

Na agitação peculiar das crianças, tentamos estabelecer a observação e a escuta como prioridade. Brincamos de manipular o corpo do outro. Em roda, uma criança se colocava como estátua, enquanto as outras, uma a uma, manipulavam, cuidadosamente, o corpo do amigo, colocando-o em posições inusitadas. Observar tal manipulação, ter cuidado ao tocar, permitir o toque do outro, mesmo que muitas vezes com aquela risada nervosa, envergonhada, nos fortalece como grupo, cria intimidade aproximando os que estão distantes.

Trabalhamos em circuitos variados, com ou sem a utilização de materiais como o bolão, o túnel, os colchonetes, as pranchas de equilíbrio, as pernas de balde etc, vivenciando diferentes possibilidades motoras e qualidades de movimento.

Terminamos o semestre satisfeitos e orgulhosos das conquistas dessa turma.