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TCE-RJ Ligia Bahia Contratação de Serviços de Saúde pelo SUS

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TCE-RJ Ligia Bahia

Contratação de Serviços de Saúde pelo SUS

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Roteiro da Apresentação

A vida e a saúdeA constituição dos sistemas de saúde Indicadores de comparação entre sistemas de saúdeE o Brasil...

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A expectativa de vida ao nascer para nossos ancestrais caçadores-coletores era talvez 25 anos. Houve pouco, se algum, progresso durante o Império Romano, e mesmo em 1700 a expectativa de vida, ao nascer, na Inglaterra, o país mais rico do mundo depois da Holanda na época, era apenas 37 anos (Wrigley e Schofield, 1981). No século XVIII, a mortalidade começou a declinar. Na Inglaterra e País de Gales a redução começou em torno do meados do século XVIII.

Em 1820, a expectativa de vida ao nascer na Inglaterra, foi cerca de 41 anos. Entre 1820 e 1870, o período de maior industrialização, a expectativa de vida manteve-se estável (cerca de 41 anos).

Desde 1870, a mortalidade caiu relativamente continuamente. A expectativa de vida na Inglaterra subiu para 50 anos, na primeira década do século XX e hoje é 80 anos. Uma transição semelhante, com algumas diferenças na cronologia ocorreu em todos os países desenvolvidos. A redução da mortalidade na França foi muito semelhante a da Inglaterra. Nos Estados Unidos, a redução da mortalidade parece ter iniciado por volta de 1790, com um padrão global semelhante. A expectativa de vida ao nascer nos Estados Unidos passou de 47 anos em 1900 para 79 anos hoje

A Vida e a Saúde

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A vida e a Saúde Desafios do Passado

Melhoria na nutrição

Saúde pública Grandes projetos de obras públicas: filtragem e cloração da água, sistemas de saneamento, drenagem de pântanos, pasteurização do leite e as campanhas de vacinação em massa. Ações sobre individuos: uso de água fervida, proteção de alimentos contra insetos, lavar as mãos, ventilação dos quartos

Atenção MédicaEspecialmente após a II Guerra MundialDoenças Cardiovasculares

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A Situação Atual

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A Situação Atual

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Desafios Atuais

Disparidades na Saúde

Classe Social RendaEducação RaçaSexo/GêneroEtniaOrientação Sexual

A Vida e a Saúde

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DietaExercícioTabacoÁlcool

Manejo de condições como asma, diabetes e hipertensão

Desafios para a Saúde Pública no Mundo Atual

1) Mudanças no Comportamento

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2) Mudanças no Ambiente Social e Físico no qual as pessoas vivem e trabalham

Desafios para a Saúde Pública no Mundo Atual

Baixa escolaridadeMorar em locais com poucas lugares que vendem frutas e legumesMorar em cidades organizadas para o tráfego de carros e não de pessoas

As despesas com saúde relativas a pacientes obesos nos EUA em 2006 foram $ 1429 a mais do que as efetuadas com pessoas sem sobrepeso. Annual Medical Spending Attributable To Obesity: Payer-And Service-Specific Estimates. Health Affairs, 28 (5):822-831, 2009

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Desafios para a Saúde Pública no Mundo Atual

3) Organização de Sistemas de Saúde podem criar, exacerbar ou reduzir desigualdades

Pacientes negros nos EUA moram perto de centros hospitalares de alta qualidade mas a probabilidade que as cirurgias para pacientes negros é 25% a 58% mais elevada do que para pacientes brancos DimickJ, RutherJ, Sarrazim MV, Birkmeyer JD. Black Patients More Likely Than Whites To Undergo Surgery. Health Affairs 32 (6): 1046-53, 2013

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A constituição de sistemas de saúdeQuadro 1 A Origem dos Sistemas de Saúde na Inglaterra e nos EUA

Contexto Legislação Organização do Sistema Sindicatos de Trabalhadores

Empresários Médicos

Inglaterra I Guerra Mundial, Restabelecimento da Ordem Social (contenção do socialismo)/ Autoridade Política mais Centralizada

Em 1885 a Lei que determinava que o uso de enfermarias de hospitais fosse restrito aos pobres (derivação da Lei dos Pobres) foi abolida (por exemplo, o Royal Free Hospital, fundado em 1828, não aceitava nenhuma restrição ao ingresso de pacientes) 1890 instância de coordenação de todos os hospitais e dispensários por distrito 1911 Seguro SocialRelatório Dawson em 1920 Localização das unidades de saúde “de acordo com a distribuição da população e dos meios públicos de transporte” e com “as correntes naturais de fluxos comerciais e de tráfego” , variando “em tamanho e complexidade, segundo as circunstâncias

Caixas de socorros e mutualidades Serviços “domiciliares” apoiados por centros de saúde primários e auxílio de laboratórios, radiografias e acomodação para internaçãoNas cidades maiores, centrosde saúde, com serviços especializados (clínica, cirurgia, gineco, oftalmo, otorrino)

Favoráveis/ consentimento passivo ao seguro social

Apoio ao seguro social

Apoio ao seguro social (Generalistas pagto per capita e especialistas assalariados)

EUA Liberalismo (Defesa do seguro social pelo Partido Socialista)/ Descentralização da Autoridade Política

Entre 1905 e 1917 tribunais de diversos estados decidiram que as corporações médicas não poderiam participar da prática comercial da medicina (na prática contra o investimento de terceiros na organização de empresas e contra a contratação de serviços médicos por empresas empregadoras)

Mutualidades voltadas ao seguro de vida (exemplos Prudential e Metropolitan)

Contrários ao seguro social

Contrários ao seguro social

Contrários ao seguro social (pacientes particulares, nos hospitais atendimentos gratuitos exceção quartos particulares)

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Quadro 2 A Origem dos Sistemas de Saúde na Inglaterra e nos EUA

  Contexto Legislação Organização do Sistema

Sindicatos de Trabalhadores

Empresários

Médicos

Inglaterra Crescimento EconômicoII Guerra Mundial

Sistema de Proteção Social Sistema tipo Serviço Nacional de Saúde

Distritos GP’s (remuneração per capita atendimento em consultórios fora dos hospitais) Especialistas (assalariados, atendimento no inicio nos ambulatórios dos hospitais)

Favoráveis/ NHS apoiado pelos Socialistas Fabianos

??????? Apoio dos GeneralistasDisputa entre generalistas e especialistas

EUA Recessão Quebra de Hospitais

American Hospital Association (apoio aos planos de pré-pagamento, contra o plano de hospital único)Decisão da Suprema Corte nos anos 1940 reconheceu que os planos de benefícios eram compatíveis com as normas referentes as condições de trabalho

Blue Cross (organização não lucrativa – Risco Comunitário)Empresas Comerciais (Risco Individual)

Empresas Comerciais

Favoráveis as Blue Cross

Preferiram as empresas de planos e comerciaisNos anos 1950 os sindicatos eram responsáveis pela negociação de pelo menos ¼ do total de planos

Blue Shields Pauta de preços por procedimentos

A constituição de sistemas de saúde

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Quadro 3 - Implementação da Reforma do Sistema de Saúde nos EUA (situação no inicio de 2013)

Coberturas/Reorganização do Mercado Detalhamento

Cobertura para jovens adultos de até 26 anos

Jovens que morem em domicílios diferentes, não sejam estudantes, nem dependentes para fins de declaração de impostos (cerca de dois milhões de jovens adultos adquiriram cobertura)

Seguro de Condição Pré-Existente Inicio em 23 de setembro de 2010. Proibição de exclusões de coberturas para crianças com condições pré-existentes

Controle dos recursos captados pelas empresas de planos e seguros de saúde

As empresas de planos e seguros de saúde devem gastar pelo menos 80% a 85% com cuidados à saúde (visando a redução dos custos administrativos, com marketing e dos lucros)

Controle de preços das mensalidades dos planos e seguros de saúde

revisão dos aumentos das prestações (prêmios) de planos e seguros por estados e governo federal negando aumentos de tarifas solicitados em determinados casos, levando a redução do crescimento das mensalidades;

Organização de um novo ambiente para o mercado de seguros de saúde

Início das atividades em inicio de outubro de 2013, para atender a obrigatoriedade da oferta de planos para todos os cidadãos, independente do status socioeconômico e de saúde (existem estados que estão definindo como as empresas de planos e seguros irão participar da oferta das coberturas, os tipos de planos que serão oferecidos e a assistência necessária para auxiliar as pessoas a se vincularem aos novos planos; outros estados estão prevendo a contratação de planos por meio de cooperação com o governo federal;

Guia obrigatório de coberturas Sumário de coberturas e benefícios (todas as empresas de planos e seguros de saúde deverão fornecer informações sobre garantias assistenciais, limites e exclusões e co-pagamentos (easy-to-read summary of benefits and coverage –SBC) incluindo ilustrações sobre o que os clientes não devem pagar (cuidados a problemas prevalentes como gravidez de baixo risco e tratamento de diabetes)

Fontes: U.S. Department of Health & Human Services, 2013 e Kaiser Family Foundation, 2013

A Reforma Obama

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A constituição do sistema de saúde brasileiro

Escolas de medicina por

decreto

Filantropia Estatal

Os critérios de ingresso e os conteúdos dos cursos de medicina foram sendo estabelecidos por sucessivos decretos[. Por exemplo, o decreto de 1º de abril de 1813 estabeleceu que as credencias para os dos ingressos nos cursos de medicina: os candidato deveriam saber ler e escrever, compreender as línguas francesa e inglesa e pagar uma taxa de matricula considerada elevada. O decreto nº1.623, de 30/06/1855, concedeu honras de desembargador aos catedráticos das duas faculdades médicas. O decreto de 21 de abril de 1860 aprovou e mandou executar os novos modelos de vestimentas, as vestes talares, que deveriam ser usadas por professores, diretores, secretários e doutorandos das faculdades de medicina, por ocasião da colação de grau. Em 19 de abril de 1879, por meio do decreto nº 7.247, aprovou-se uma reforma inspirada nas universidades alemãs, instituindo a freqüência livre às aulas, a realização de cursos não oficiais nos próprios recintos das faculdades e a abolição do juramento católico por ocasião da colação de grau, podendo cada doutorando jurar conforme o seu credo religioso. Entre seus artigos propugnava-se pela primeira vez a permissão da diplomação de mulheres nos diversos cursos das faculdades.

Os primeiros hospitais brasileiros eram vinculados as Misericórdias. E as relações entre as misericórdias brasileiras e o Estado eram estruturais. Quando as santas casas foram criadas, governadores-gerais acumularam o cargo com o de provedores. Como quem podia pagar um médico recebia assistência domiciliar, os hospitais das irmandades tinham uma clientela constituída por: negros, brancos pobres, estrangeiros, soldados da guarnição e soldados e marinheiros dos navios de guerra e outros barcos da Coroa. Somente a partir do século XIX, em situações excepcionais, alguns médicos e/ou cirurgiões assumiram os cargos de provedor e mordomo das Santas Casas.

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A constituição do sistema de saúde brasileiro

Médicos

Instituições Filantrópicas

exigências para a admissão nas Irmandades

1 - ser puro de sangue a pelo menos duas gerações, o que equivale dizer: não ter sangue de negro, mouro ou judeu. Tal exigência também recaía sobre a mulher do candidato [esta regra foi abolida no século XIX]; 2 - ser livre de toda infâmia de fato e de direito; 3 - ter idade conveniente: pelo menos 25 anos no caso de ser solteiro; 4 - não servir a casa por salário; 5 - ser isento de trabalhar com suas próprias mãos: em caso de ser ‘oficial mecânico' ser dono de sua tenda; 6 - ser de bom entendimento e saber: que saiba ler e escrever; 7 - ter tenda suficiente para acudir ao serviço da irmandade quando necessário e para não ser suspeito de aproveitar do dinheiro da instituição em benefício próprio.

domínio da língua francesa

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Sistema de saúde brasileiro e dos países europeus, EUA

Ao contrário do que ocorreu em países europeus e nos EUA, a estratificação de classes transpôs-se sem sofrer adaptações à organização do sistema de saúde brasileiro tanto no que diz respeito aos critérios excludentes para o exercício da medicina e no uso de escravos como serviçais, quanto na escolha de membros da elite política e empresarial para ocupar cargos nas Santas Casas. Portanto, o modelo arquitetônico norte-americano, do final do século XIX e inicio do XX, de internação no mesmo estabelecimento de ricos e pobres, desde que em instalações privativas ou coletivas, não se implantou plenamente no Brasil. Foi a Previdência Social, nos anos 1970, que internalizou nas Santas Casas diferenças entre classes sociais (não entre ricos e pobres, mas sim entre trabalhadores urbanos – com maior e menor renda e trabalhadores rurais).

No Brasil a modernização dos hospitais no Brasil não foi liderada pelas santas casas e sim pelos hospitais de ensino tais como o Hospital das Clinicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo e os da Previdência Social, construídos ao longo dos anos 1940 e 1950. No entanto, os hospitais de instituições filantrópicas e beneficentes seguiram ocupando um papel proeminente na assistência à população quer pelo fato de serem os únicos estabelecimentos com internação em inúmeras cidades brasileiras quer pelos incentivos financeiros provenientes da isenção de pagamentos de tributos dispositivos quer por repasses diretos de recursos públicos.

Diferença 1 Diferença 2

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Sistemas baseados na provisão, administração e financiamento público

(Serviços Nacionais de Saúde) Sistemas Nacionais de Saúde

Exemplo NHS

Sistemas baseados na provisão privada-particular de serviços, administração e financiamento público

Seguros Sociais – universalização

ExemplosAlemanha, França,

Canada

Single Payer “Único

Pagador”

Sistemas baseados na provisão, administração e financiamento privado e público

EUA

Modelos de Sistemas de Saúde

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Modelos de Sistemas de Saúde

Universal

Reino Unido (Inglaterra

Per Capita (Generalistas)

Salário (Especialistas)

Valor Elevado

Planejamento Estatal

Tipo de Sistema Modo de Remuneração/ Valor

Participação do Estado na Formação

Profissionais de Saúde

Universal

Escandinávia Salário (Generalistas e Especialistas –

Especialistas >Generalistas)Menor Valor

Planejamento Estatal

Seguro Social (Alemanha,

França, Canadá;

Pagamento por Procedimento/ Salário

Governo Paga

Especialistas >Generalistas

Valor Elevado

Planejamento Estatal

Orientado pelo Mercado (EUA)

Pagamento por Procedimento Planos e Seguros Pagam

Especialistas >GeneralistasValor Elevado

Regulação por Entidades

Profissionais

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Misericórdias “Casas de Morte”

Brasil Colônia

Hospitais da Coroa Instalados nas Misericórdias

Hospitais da Coroa Instalados em Estabelecimentos Públicos

Hospícios, Lazaretos, Hanseniase, Tuberculose

Assistência às Tropas

“Contrabando”

Sistema de Saúde no Brasil: Histórico

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Brasil República

Contexto Guerras Mundiais e Expansão das Coberturas Previdenciárias

Clinicas Privadas (pequeno porte)

Clinicas Privadas Credenciadas (pequeno porte)

Consultórios Médicos Particulares Exclusivamente Privados

Consultórios Médicos Particulares Credenciados

Hospitais Públicos Gerais Grande Porte (Financiamento Estrangeiro) HCSP

Hospitais Públicos dos IAP’S (Financiamento Nacional)

População > Status Socioeconômico não coberta pela PS

População/ Categorias trabalhadores PS

Hospitais Gerais Médio/Grande Porte Municipais e Estaduais

Misericórdias e Hospitais Públicos Especializados

População < Status Socioeconômico não coberta pela PS

Sistema de Saúde no Brasil: Histórico

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Renda Familiar > R$ 100.000 e Autoridades Políticas (ABEP 2012)

Planos de Saúde AAA Sirio-Libanês, Einstein, Moinhos de Vento

Financiamento Privado e Público para Oferta e para Demanda (subsídios fiscais e créditos), provisão e administração privada

Financiamento Privado Público para Oferta e para Demanda (subsídios fiscais e créditos), provisão e administração privada

Planos de Saúde Hospitais A (Trabalhadores de Determinadas Estatais e Instituições Públicas, Empresas Privadas Urbanas; Circuito Dinâmico)

Financiamento Privado Público para Oferta e para Demanda (subsídios fiscais e créditos), provisão e administração privada

Planos de Saúde Hospitais C (Trabalhadores de “chão de fabrica”, Empresas Privadas de menor porte, Servidores Públicos Municipais e Estaduais)

Financiamento Público, Oferta Pública e Privada e Administração Pública (gestão terceirizada ou pública). Atualmente PPP’s (financiamento privado e público

SUS

Brasil Contemporâneo

Rede Pública e Privada Exclusiva e Alto Custo em Hospitais que Predominantemente Atendem Clientes de Planos de Saúde

Sistema de Saúde no Brasil: Histórico

Page 24: TCE-RJ Ligia Bahia Contratação de Serviços de Saúde pelo SUS

Processos Contemporâneos

“Nova Classe Média” ou “Ralé” e a Recessão

Ampliação da Demanda por Planos e Seguros Privados SUS Residual para os pobres e miseráveis (28,9% % da população)

Plataformas de Incorporação de Tecnologia na Saúde Hospitais Paulistas

Acesso Injusto e Discriminatório

Centralização Territorial do Acesso

Auto-Venda da Amil para a United (Empresa Americana de Planos de Saúde) R$ 6,5 bilhões

Terceirização Gestão – Mudanças Relevantes na Natureza do Componente Privado do SUS

Bancos de Investimentos Associação com Empresas Nacionais

Sistema de Saúde no Brasil: Histórico Brasil Contemporâneo

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O sistema brasileiro de saúde contemporâneo

O sistema brasileiro contemporâneo é extremamente complexo. O SUS, o sistema universal de saúde formalizado por uma legislação que permanece vigente avançou a passos largos na extensão do acesso a população brasileira. Além disso, houve uma efetiva universalização no atendimento de pacientes com HIV/AIDS e na realização de procedimento tais como transplantes e hemodiálises, fornecimento de medicamentos excepcionais e aquisição por todos que deles necessitarem de medicamentos subsidiados. No entanto, essas importantes rupturas com o padrão pretérito de discriminação de pacientes não foram suficientes para reverter o padrão estratificado e segmentado do sistema de saúde.

Após 27 anos de aprovação da Constituição de 1988 e de implementação mitigada do SUS, quer em função do subfinanciamento e inadequação das instituições existentes às necessidades de um novo modelo de organização, quer em decorrência do profundo descrédito das autoridades políticas do país no potencial da saúde pública como vetor de desenvolvimento social. A tsunami neoliberal, ao varrer as políticas sociais universalizantes da agenda pública, não poupou o SUS. Durante os anos 1990, o ideário que concedeu às políticas de transferência de renda, o status de única política social, atribuiu ao investimento em educação para corrigir um pressuposto skill-mismatch e concedeu à saúde pública o papel de mero coadjuvante no alívio da miséria.

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Resultados

Austra

lia

Canad

aChil

e

Denmark

Estonia

Finlan

d

France

German

y

Greece Ita

lyJa

pan

Korea

Luxe

mbourg

Mexico

Netherl

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New Zea

land

Norway

Spain

Sweden

Switzerl

and

Turkey

United

King

dom

United

Stat

es0

1000

2000

3000

4000

5000

6000

7000

8000

9000

3865.74304.4

1475.9

4512.3

1442.8

3402.74045.1

4693.3

2328.7

3137.53591.8

2142.1

4370.8

1026.3

5081.3

3213.7

5823

2956.8

4743.2

6140.5

889.8

3175.5

8454.4

Gastos com Saúde Per Capita 2012

OECD HealthData, 2015

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Resultados Foi Atendido por Quatro ou Mais Médicos no Ano Passado

Percent of patients 65 and older

Source: 2014 Commonwealth Fund International Health Policy Survey of Older Adults in 11 Countries

Data collection: Social Science Research Solutions

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Despesas Diretas com Saúde e Problemas para Pagar Tratamento Médico no Ano Anterior

%

More than US$1,000 in out-of-pocket costs

Serious problems paying or unable to pay medical bills

Source: 2011 Commonwealth Fund International Health Policy Survey of Sicker Adults in Eleven Countries.

Resultados

Page 29: TCE-RJ Ligia Bahia Contratação de Serviços de Saúde pelo SUS

Problemas de Gastos Relacionados com Acesso no Ano Anterior

Percent AUS

CAN FR GE

RNETH NZ NO

RSWE

SWIZ UK US

Did not fill prescription or skipped doses

16 15 11 14 8 12 7 7 9 4 30

Had a medical problem but did not visit doctor

17 7 10 12 7 18 8 6 11 7 29

Skipped test, treatment, or follow-up

19 7 9 13 8 15 7 4 11 4 31

Yes to at least one of the above 30 20 19 22 15 26 14 11 18 11 42

Source: 2011 Commonwealth Fund International Health Policy Survey of Sicker Adults in Eleven Countries.

Resultados

Page 30: TCE-RJ Ligia Bahia Contratação de Serviços de Saúde pelo SUS

Perfil Adultos com Condições Crônicas em 2011

Percent AUS CAN FR GER NETH NZ NOR SWE SWIZ UK US

Age 50 or older 57 50 54 60 57 54 60 58 63 62 56

Has two or more chronic conditions (out of eight)

44 41 34 42 34 34 35 26 37 45 53

Health care usein past two years:

Hospitalized 54 37 51 43 40 50 46 48 54 48 40

Surgery 43 37 36 37 39 46 38 35 46 41 38

Saw four or more doctors

32 21 23 36 24 26 19 23 6 16 21

Taking four or more prescription medications regularly

28 30 26 24 31 27 29 30 24 35 37

Source: 2011 Commonwealth Fund International Health Policy Survey of Sicker Adults in Eleven Countries.

Resultados

Page 31: TCE-RJ Ligia Bahia Contratação de Serviços de Saúde pelo SUS

Percepção sobre o Sistema de Saúde

Source: 2013 Commonwealth Fund International Health Policy Survey.

Resultados

Page 32: TCE-RJ Ligia Bahia Contratação de Serviços de Saúde pelo SUS

Confiança de Obter o Cuidado quando Doente (adultos)

Source: 2011 Commonwealth Fund International Health Policy Survey in Eleven Countries

Data collection: Harris Interactive, Inc.

Resultados

Page 33: TCE-RJ Ligia Bahia Contratação de Serviços de Saúde pelo SUS

O governo brasileiro gasta menos que a média mundial com a saúde de seus cidadãos. Hoje, mais da metade das necessidades de saúde de um brasileiro é paga pelo próprio cidadão, não pelos serviços públicos.Segundo os dados, os gastos públicos mundiais com a saúde de cada cidadão chegou a US$ 571 por ano em 2010, a última cifra disponível em escala mundial. No Brasil, esse gasto per capita somou US$ 466/ano.A OMS destaca que, em uma década, o orçamento do setor no País cresceu quatro vezes. Em 2000, o governo destinava US$ 107 à saúde de cada cidadão.Os Estados Unidos gastam anualmente, per capita, US$ 3,7 mil; na Holanda, são US$ 4,8 mil e na Noruega, US$ 6,8 mil.Na outra ponta dos investimentos está o Congo, na África, com US$ 4 per capita por ano, e a Libéria, com US$ 8.A OMS também ressaltou a defasagem que existe entre o Brasil e a média mundial em relação ao porcentual do orçamento público investido na saúde.De acordo com a organização, 15,1% do orçamento público do mundo vai para a saúde - no Brasil, a taxa era de 10,7% em 2010; entre os demais países emergentes, 11,7%.

E o Brasil...

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E o Brasil...

Universal Salário e Pagamento por Procedimento

Menor Valor

Tipo de Sistema Modo de

Remuneração/ Valor

Participação do Estado na Formação de

Profissionais de Saúde

Planos e Seguros de

Saúde Pagamento por Procedimento

Especialistas >Generalistas

Menor Valor> que o SUS

Regulação por Entidades

Profissionais

Especialistas > Generalistas e Pagamento por Procedimento Governo e Empresas de Planos e Seguros de Saúde

Múltiplos Vínculos

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Algumas interrogações à 15a Conferência Nacional de Saúde:

 1) as novas escolas médicas privadas,  muitas das quais  financiadas inclusive pelo mesmos investidores estrangeiros que

entraram nos negócios hospitalares (somos contra a participação nos hospitais, mas não nas escolas médicas?)

2) substituição de contratos de trabalho por bolsas (prática fartamente disseminada desde a saúde indígena até apoio a pesquisadores com vínculos formais nas instituições de ensino e pesquisa)?

3) o uso dos recursos do PROADI (dos hospitais filantrópicos privados)   para apoio a programas cujo atendimento não é universal e a pesquisas financiadas sem edital público?

4) a investigação dos inúmeros e sucessivos problemas de financiamento, uso dos recursos e coberturas da  Geap?

5) a filantropização de organizações privadas inclusive Organizações Sociais?

6) a  contratação de redes de laboratórios (oligopólios) e novas clinicas oncológicas  privadas pelas secretarias estaduais e municipais?  

7) o uso comum de empresas  de distribuição de medicamentos pelo SUS e pelas empresas de planos (empresas que pertencem a grupos empresariais da área de seguros e planos)?

8) os créditos e empréstimos do BNDES para empresas de planos e hospitais privados?

9) a atuação da Caixa Econômica no processo de "bancarização" mediante a comercialização de seguro saúde?

10) o Sistema S Saúde?

11) A constituição de órgãos para administrar planos de saúde para servidores do Poder Legislativo, Executivo e Judiciário?  

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Despesas com Saúde por Faixa de Renda Faixa de Renda 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013Até 1/2 Salário Mín. 51,79 80,26 95,77 131,40 143,09 186,93 261,42 1/2 a 1 Salário Mín. 70,71 89,92 137,40 142,89 155,15 205,92 251,90 1 a 2 Salários Mín. 96,22 120,38 168,12 205,57 231,88 290,57 354,24 2 a 3 Salários Mín. 90,58 113,29 142,46 156,18 179,32 221,88 248,10 3 a 5 Salários Mín. 159,46 222,84 308,56 385,59 417,28 588,07 778,52 5 a 10 Salários Mín. 1.746,38 1.982,62 1.995,92 1.867,80 1.923,08 2.232,89 2.466,04 10 a 20 Salários Mín. 4.376,55 4.636,31 4.433,55 4.087,57 4.095,60 4.598,83 4.954,47 20 a 40 Salários Mín. 6.969,64 7.135,50 7.094,08 6.828,53 6.940,85 7.794,13 8.483,26 40 a 80 Salários Mín. 9.170,65 9.421,81 9.654,21 9.624,99 9.935,37 10.708,45 11.547,94 80 a 160 Salários Mín. 10.456,68 10.684,62 10.762,28 10.783,39 11.014,85 11.689,06 12.785,03 > 160 Salários Mín. 12.691,16 12.495,22 13.343,04 13.327,80 14.078,99 16.328,55 17.012,72 Fonte: Receita Federal, Grandes Números das Declarações do Imposto de Renda das Pessoas Físicas, 2015Disponível em: http://idg.receita.fazenda.gov.br/dados/receitadata/estudos-e-tributarios-e-aduaneiros/estudos-e-estatisticas/Elaboração Própria

Rendimentos de Médicos e Pagamentos e Isenções de Despesas com Saúde do Imposto de Renda de Pessoa Física

Mario Dal Poz, Ligia Bahia e Mario Scheffer

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Desafios Juridico-Legais Desafios InstitucionaisDesafios Operacionais

• Desafios Financeiros • Desafios Éticos-Morais

• Desafios Técnicos e Tecnológicos • Desafios de Gestão-Governabilidade

Desafio Político

E o Brasil...

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Relevância X Irrelevância da Política de Saúde

Política de Saúde X Programas Assistenciais Verticais e Focalizados

O SUS “sumiu” dos discursos dos políticos

E o Brasil...

O SUS “apareceu” nas manifestações nas ruas em julho