tcc1 - implementação de hortas comunitárias em espaços urbanos subutlizados

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9 1 INTRODUÇÃO O trabalho apresentará a evolução dos centros urbanos no Brasil, e o processo de como eles foram perdendo sua área verde. Mostrando como a retomada dessas áreas vem se tornando necessária para o benefício ambiental, assim como, a história das hortas comunitárias, sua definição, características, infraestrutura necessária e a localização das já existentes, pois essas demonstram a necessidade e a busca por espaços verdes em áreas urbanas. Apresentará também empresas que sugerem como solução ambiental a implementação de hortas comunitárias em espaços ociosos como edifícios residenciais/comerciais, prédios públicos, praças e parques na cidade de São Paulo. Como objetivo, o trabalho busca o entendimento e análise de viabilidade dessas hortas visando implantar uma horta no Centro Universitário SENAC integrando em seu projeto sustentabilidade, responsabilidade social, benefícios ambientais, econômicos e a saúde. 2 BREVE HISTÓRIA DO PROCESSO DE URBANIZAÇÃO DAS CIDADES DO BRASIL As novas gerações nascidas na industrialização passaram a se organizar em uma sociedade urbana. Com a transformação radical das antigas formas urbanas e dos antigos modos de vida, as pessoas passaram a não ter mais uma identificação com seu bairro ou comunidade, assim os espaços urbanos foram se tornando cada vez mais impessoais e imensos. A cidade tornou-se então um centro privilegiado de consumo, destinado a relações políticas e financeiras, negando sua herança comunitária de um lugar de encontro e de lutas. O processo de urbanização potencializou o mundo da mercadoria, estabelecendo a “terra” como propriedade privada, ou seja, uma mercadoria a ser negociada, vendida e comprada. Com isso, as relações urbanas se transformaram, criando ausências e negação de identidade em função das perdas de referenciais urbanos que sustentavam a vida e a memória da população.

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9

1 INTRODUÇÃO

O trabalho apresentará a evolução dos centros urbanos no Brasil, e o processo de

como eles foram perdendo sua área verde. Mostrando como a retomada dessas

áreas vem se tornando necessária para o benefício ambiental, assim como, a

história das hortas comunitárias, sua definição, características, infraestrutura

necessária e a localização das já existentes, pois essas demonstram a necessidade

e a busca por espaços verdes em áreas urbanas. Apresentará também empresas

que sugerem como solução ambiental a implementação de hortas comunitárias em

espaços ociosos como edifícios residenciais/comerciais, prédios públicos, praças e

parques na cidade de São Paulo.

Como objetivo, o trabalho busca o entendimento e análise de viabilidade dessas

hortas visando implantar uma horta no Centro Universitário SENAC integrando em

seu projeto sustentabilidade, responsabilidade social, benefícios ambientais,

econômicos e a saúde.

2 BREVE HISTÓRIA DO PROCESSO DE URBANIZAÇÃO DAS CIDADES DO

BRASIL

As novas gerações nascidas na industrialização passaram a se organizar em uma

sociedade urbana. Com a transformação radical das antigas formas urbanas e dos

antigos modos de vida, as pessoas passaram a não ter mais uma identificação com

seu bairro ou comunidade, assim os espaços urbanos foram se tornando cada vez

mais impessoais e imensos. A cidade tornou-se então um centro privilegiado de

consumo, destinado a relações políticas e financeiras, negando sua herança

comunitária de um lugar de encontro e de lutas.

O processo de urbanização potencializou o mundo da mercadoria, estabelecendo a

“terra” como propriedade privada, ou seja, uma mercadoria a ser negociada, vendida

e comprada. Com isso, as relações urbanas se transformaram, criando ausências e

negação de identidade em função das perdas de referenciais urbanos que

sustentavam a vida e a memória da população.

10

Refletir sobre o urbano é pensar na relação problemática da sociedade urbana, que

reproduz não só um espaço urbano determinado, mas também cria um novo modo

de vida, um novo ser humano. Onde lugares se tornam imensos e impessoais, onde

não há mais identificação com o lugar, nem com a vizinhança que é a base para a

comunidade e para a solidariedade. Assim, o urbano acaba se tornando apenas o

lugar onde as pessoas se veem, mas não se enxergam.

No caso da cidade de São Paulo, em função da ascensão do setor imobiliário e de

construção civil, os terrenos vazios passam a sofrer enorme pressão por parte do

governo e da própria população em decorrência ao crescente adensamento que vem

ocorrendo na cidade.

O processo de redefinição do uso e ocupação do solo da área metropolitana passou

a ter terrenos comercializados por metros quadrados e não mais por hectares.

Seguindo esta linha de raciocínio, com os espaços urbanos cada vez mais

fragmentados e reduzidos, foi gerando uma impossibilidade da prática da agricultura

urbana.

A cada dia que passa as fronteiras que separam o rural do urbano estão cada vez

mais próximas, o que acaba causando uma urbanização do espaço rural, e uma

“ruralização” do espaço urbano. O IBGE avalia para o reconhecimento de

cidades/municípios, o tamanho populacional do município, sua densidade

demográfica e sua localização, que apenas são dados estatísticos, porém, esse

método de reconhecimento legal/institucional não da conta da realidade do que seria

o urbano e não leva em conta a complexidade de relações que existem nestes dois

espaços (rural e urbano).

A definição do que é o urbano então, se dá pelo uso e pela essência do local, ou

seja, pelas relações que se produzem e reproduzem construindo e modificando o

espaço.

O lado rural presente em um passado não tão distante das pessoas pode voltar à

tona com a prática da agricultura urbana, que tem como objetivo restabelecer as

relações de vizinhança, fazendo com que as pessoas se identifiquem umas com as

outras, cultivar a terra através do trabalho coletivo, doar alimentos, troca de

11

sementes e produtos, além de ter o potencial de gerar renda para a família dos

agricultores.

Parte dos envolvidos na agricultura urbana relatou nesta atividade uma economia de

renda familiar que gira em torno de R$30,00 a R$50,00 por semana ao deixarem de

comprar os alimentos que produzem.

3 VALORIZAÇÃO DOS ESPAÇOS LIVRES NAS CIDADES

Desde o ano de 1850, devido ao processo de urbanização das cidades brasileiras, o

preço da terra sofre uma considerável valorização devido à alta procura por lotes no

espaço urbano. O crescente adensamento das cidades levou a uma consequente

diminuição dos espaços livres inseridos na malha urbana, o que valorizou ainda

mais os espaços remanescentes.

Por este motivo, os espaços livres públicos e privados que antes eram encontrados

com facilidade nas cidades, se tornaram cada vez mais raros. A cada ano que

passa, os terrenos na área urbana da cidade de São Paulo se tornam cada vez mais

valorizados, e a verticalização acabou sendo uma solução comum para suportar o

crescente adensamento na área urbana. A população então passou a valorizar cada

vez mais os espaços livres ajardinados em resposta ao constante processo de

urbanização e verticalização da cidade. Isso mostra que existe uma grande procura

por parte dos paulistanos por lugares “verdes” e que é possível otimizar locais que

hoje estão degradados ou subutilizados e agregar um valor social à ele implantando

hortas comunitárias.

Abaixo estão importantes valores ambientais dos espaços livres urbanos:

Melhora a ventilação e aeração urbana. O espaço livre é importante para

permitir a circulação de ar, facilitando a dispersão de poluentes. Grandes

metrópoles padecem atualmente de problemas devido à poluição atmosférica,

a cidade de São Paulo, por exemplo, vive situações críticas nos meses de

inverno.

12

Melhora a insolação de áreas muito adensadas, ajudando no controle de

temperatura.

Melhora a drenagem das águas pluviais com superfícies permeáveis, que

absorvem parte das águas e diminuem sua velocidade de escoamento, assim

evitando enchentes.

Protege o solo contra erosão, deslizamentos de terra e desmoronamentos.

Protegem os mananciais de abastecimento, lagos e represas contra

contaminações e poluição.

Além do papel social que esses locais desempenham, também trazem diversos

benefícios ambientais a todos os habitantes de uma metrópole. Isso mostra que

estes espaços livres urbanos são mais do que necessários para o bom

funcionamento de uma cidade grande.

Em uma reportagem para o portal de notícias virtuais G11, em sete de maio de

2015, o jornalista Murilo Basso explica a proposta de arquitetos do Paraná que

apresentam proposta de agricultura urbana aproveitando espaços ociosos, na busca

de obter um desenvolvimento sustentável.

Este projeto foi desenvolvido por arquitetos do Estúdio 41 em conjunto com alunos

da UFPR para uma exposição realizada no prédio da Universidade Federal do

Paraná no mês de maio. Nesta exposição, eles apresentam uma mostra com

soluções para transformar espaços ociosos da região central de Curitiba em hortas

urbanas, os modelos levam em conta áreas como terraços, estacionamentos,

edifícios abandonados e terrenos vazios. Ideia semelhante a que pretendo aplicar na

cidade de São Paulo.

1 http://g1.globo.com/pr/parana/noticia/2015/05/arquitetos-apresentam-proposta-de-agricultura-urbana-para-

curitiba.html. Acessado em maio de 2015.

13

Imagem 1: Montagem da proposta de projeto

Disponível em: http://g1.globo.com/pr/parana/noticia/2015/05/arquitetos-apresentam-

proposta-de-agricultura-urbana-para-curitiba.html. Acesso em 25/5/2015.

4 HORTA COMUNITÁRIA

4.1 Breve história das hortas comunitárias nas Américas

4.1.1 História das hortas comunitárias nos Estados Unidos da América

Segundo a autora Rita Gonçalvez (2014), a agricultura Urbana nos Estados Unidos

surgiu em consequência de um processo migratório de populações Europeias, que

trouxeram junto às atividades agrícolas típicas dos respectivos países de origem. A

cidade de Nova Iorque, por exemplo, é uma cidade que aprimorou e adotou algumas

práticas agrícolas de emigrantes gregos e italianos.

14

Nos Estados Unidos nota-se que os períodos de maior expansão agrícola coincidem

com épocas socioeconomicamente conturbadas, os períodos de menor expansão

agrícola coincidem com épocas de melhora na qualidade de vida da população.

Podemos perceber claramente isso nestes períodos:

- Década de 1890. Entre os anos de 1893 e 1897, uma grave crise econômica

atingiu os Estados Unidos fazendo que com a taxa de desemprego aumentasse

consideravelmente.

Detroit foi uma das cidades mais afetadas por esta crise, tentando amenizar esta

situação, Hazen Pingree (atual prefeito na época), cedeu terrenos baldios à

população desempregada para que pudessem cultivar e vender esses alimentos

com o objetivo de garantir seu próprio sustento e gerar uma renda alternativa para

sua família.

Por esta razão, as primeiras hortas comunitárias do país surgiram na cidade de

Detroit. A repercussão positiva deste programa levou outras cidades a seguirem o

exemplo de Detroit, como: Nova Iorque, Chicago e Boston.

Essas iniciativas proporcionaram diversos benefícios à população, promovendo uma

autossuficiência alimentar, novos hábitos de consumo sustentáveis e também uma

alimentação mais saudável.

- Década de 1910. Entre os anos de 1914-1918 (Primeira Guerra Mundial), durante o

período da guerra os preços dos alimentos aumentaram consideravelmente, e

alguns até se tornaram escassos. A fim de assegurar as necessidades alimentares

básicas da população em geral, o Governo promoveu construções de hortas

comunitárias.

Graças a esta iniciativa, o número de Hortas Urbanas nos Estados Unidos passou

de 3 000 para 5 285, no espaço de um ano. No final da guerra, as Hortas Urbanas

continuaram a fazer parte do dia a dia das pessoas, porém seu número foi

decrescendo cada vez mais.

- Década de 1940. Entre os anos de 1939-1945 (Segunda Guerra Mundial), durante

este período as Hortas Urbanas ficaram conhecidas como “Victory Gardens”. Nesta

fase, foi criado um programa chamado “National Victory Garden Program”, que

incentivava as pessoas a cultivar alimentos com o objetivo de abastecer as Forças

15

Armadas. Assim, as Hortas Urbanas começaram a ser vistas de outro modo, uma

vez que não eram apenas utilizadas pela população com menos recursos, mas por

todas as pessoas.

Em 1944, a produção nestas hortas passou a representar 40% da produção total de

hortaliças nos Estados Unidos, o que se traduzia em mais de 1 000 000 de

toneladas de vegetais. No entanto, assim como ao final da Primeira Guerra Mundial,

o número de hortas decresceu à medida que a vida das pessoas voltava à

normalidade.

Imagem 2: Cartaz para criação do “Victory Garden”

Disponível em: http://gardeningspirits.com/wp-content/uploads/2015/03/grow-food-

not-lawns.jpg. Acesso em 25/5/2015.

4.1.2 História das hortas comunitárias na América Latina

Segundo a autora Rita Gonçalvez (2014), no século XIX, após a independência dos

países da América Latina e com as Guerras Mundiais no século XX, um novo

conceito de agricultura foi sendo criado. Este conceito incentivava a agricultura

16

urbana nos bairros periféricos mais pobres, e que se localizavam próximos a

grandes cidades colonizadas por Espanha e Portugal.

Durante as décadas de 1970 e 1980, a agricultura nas cidades da América Latina foi

promovida por apoios dados pelos Governos, Programas de Caridade e Instituições

Religiosas. Deste período até os dias de hoje, estes apoios e incentivos à Agricultura

Urbana têm aumentado cada vez mais, em função de todos os benefícios

reconhecidos desta prática, especialmente em épocas de crise econômica.

Usando Cuba como exemplo, de 1992 a 2000, constatou-se um aumento da

produção urbana de alimentos de 300%, e durante esse período verificou-se que as

crianças passaram a consumir 4 vezes mais vegetais comparado ao período de

1982 a 1992.

Apesar da longa tradição da atividade agrícola em diversos países do Continente

Africano, Oriente Médio e América Latina, sua devida importância só começou a ser

reconhecida recentemente através de medidas políticas, como uma legislação

favorável à criação de Hortas Urbanas, que na maioria dos casos vieram em

resposta a períodos de crise.

4.1.3 O que elas produzem

O que uma horta comunitária produz varia muito do local em que está inserida, do

clima e da época do ano. Certos alimentos tem seu período específico de produção,

mas em geral elas produzem desde legumes, verduras e frutas, até ervas

fitoterápicas. Nas hortas visitadas foram encontrada produção de: rúcula, milho,

maracujá, jiló, beterraba, batata, alface, gengibre, coentro, arruda, camomila,

espinafre, couve, alho, mandioca, feijão, pimentão, tomate maracujá, melancia,

melão e ervas fitoterápica. E o mais importante, sem qualquer uso de produtos

químicos, como fertilizantes e agrotóxicos.

17

4.1.4 Vantagens e desvantagens da implementação de hortas comunitárias

No período anterior à década de 1970, a hortas comunitárias eram vistas apenas

como algo temporário que visava minimizar os danos causados por crises

econômicas e guerras, porém muitas pessoas afirmam que hortas comunitárias

como algo à longo prazo ou definitivo, trazem diversos benefícios não só a um

individuo, mas também a sua família e comunidade. A agricultura urbana é uma

atividade no qual sua principal função é de que as pessoas possam produzir e

cultivar os seus próprios alimentos.

Os produtos cultivados nestes locais apresentam aspectos diferentes comparados

aos que se encontram na maioria dos supermercados, pelo fato de não serem

aplicados agrotóxicos ao longo do seu cultivo. Por este motivo, os alimentos

apresentam uma melhor textura e sabor, são fatores que fazem com que a

população se interesse cada vez mais em consumir produtos orgânicos. Está prática

permite que as pessoas tenham uma maior confiança nos alimentos que consomem,

gerando vegetais e frutos essenciais para uma dieta equilibrada.

As hortas comunitárias tem o potencial de ser uma atividade econômica capaz de

gerar renda as famílias que participam, através da venda dos produtos que cultivam.

Está prática também ajuda na redução dos custos com alimentação, uma vez que os

agricultores não necessitam comprar nos supermercados os produtos que

cultivaram. Estudos realizados revelam que, 40 a 75% da população (adultos e

crianças) que mora em áreas urbanas de países em desenvolvimento, que é o caso

da população paulistana, apresentam limitações nas suas capacidades de

aprendizagem e de desempenhar seu papel no trabalho. Deste modo, reduzindo o

índice de má nutrição, as hortas comunitárias ajudam a minimizar essas limitações.

Esta atividade agrícola proporciona a seus cultivadores benefícios terapêuticos, a

presença destes espaços na cidade contribuem para a saúde, não só física, mas

também mental, da população. O trabalho com a “terra” proporciona uma condição

de bem-estar e relaxamento, uma vez que se esta em contato com a natureza.

Deste modo, a participação em Hortas Urbanas promove uma experiência que

18

influencia de maneira positiva a opinião das pessoas sobre os alimentos, a saúde e

o meio ambiente.

É fato que os locais que apresentam hortas comunitárias, possuem níveis mais

elevados de interação social. Elas têm a capacidade de promover um sentimento de

comunidade, o que acaba gerando uma aproximação das pessoas, que

compartilham seus conhecimentos e produtos. Para alguns, esses locais são

encarados como uma extensão de suas residências, isso acaba resultando em um

sentimento maior de segurança entre a vizinhança. Segue abaixo as vantagens

obtidas pela implementação de hortas comunitárias:

- É uma atividade enriquecedora para a biodiversidade e para o equilíbrio ecológico.

- Tem a capacidade de modificar o microclima através dos impactos que exerce

sobre o meio ambiente.

- Gera uma diminuição na temperatura do ar e um aumento da umidade relativa,

melhorando a qualidade atmosférica.

- Aumentam os níveis de oxigênio e abaixam os níveis de dióxido de carbono,

essenciais para a redução do efeito de estufa.

- Provoca um trabalho no solo que diminui o escoamento superficial, abaixando os

níveis de erosão e melhorando a sua qualidade, aspeto essencial para a fertilidade e

biodiversidade do local.

- Reduz o consumo de combustíveis fósseis durante o transporte dos alimentos com

locais de produção próximo dos seus locais de venda.

Segue abaixo as desvantagens obtidas pela implementação de hortas comunitárias:

Os principais aspectos negativos estão ligados à poluição em áreas populacionais e

alimentos que são produzidos com auxilio de produtos químicos, como fertilizantes e

19

inseticidas. Estes alimentos podem provocar contaminações às pessoas que tenham

contato direto, no caso os cultivadores, e principalmente para os consumidores.

O fato de existir uma maior concentração de pessoas no meio urbano, acaba

agravando este problema. Deste modo, torna-se necessário tentar minimizar os

efeitos negativos provocados por uso de produtos químicos que às vezes são

utilizadas nas cidades para acelerar o processo produtivo.

O impacto ambiental gerado pelos produtos químicos depositados sobre o solo e os

alimentos, persiste durante um determinado intervalo de tempo, tornando-se

responsável por vários tipos de poluição, como a do solo e dos alimentos, do ar

atmosférico, da água para irrigação (devido à acumulação de metais pesados), além

de provocar uma diminuição da biodiversidade.

Em alguns casos de escolha precipitada do local para a criação de uma horta

comunitária, como um local não apropriado, pode provocar opiniões negativas de

moradores da comunidade em relação ao efeito estético da vizinhança. Porém são

opiniões relativas que variam de lugar para lugar dependendo da cultura e da

sociedade que la está inserida.

4.1.5 Vantagens e desvantagens de hortas comunitárias implantadas em tetos

verdes

As hortas implantadas em tetos verdes trazem benefícios tanto para o meio

ambiente, quanto para o edifício em que esta inserida. Para o meio ambiente as

hortas resultam em uma redução de dióxido de carbono e da poluição de nitrogênio,

assim minimizando os efeitos da chuva ácida, gerando uma diminuição da poluição

e melhorando a qualidade do ar. Elas também auxiliam no combate às ilhas de calor

em áreas urbanas e retém a água da chuva minimizando o risco de enchentes. Além

disso, as hortas implantadas em tetos verdes criam uma maior biodiversidade no

local, atraindo pássaros, borboletas e insetos.

Já para o edifício em que a horta está inserida, os benefícios obtidos são: uma

melhora térmica mantendo a temperatura interna mais estável (em períodos de calor

a redução de temperatura pode chegar a 3ºC), e devido à redução da temperatura

20

interna, o consumo de energia com ar condicionado também é reduzido. Melhora no

isolamento acústico diminuindo os ruídos externos. As hortas também absorvem o

calor fazendo com que os edifícios que possuem painéis solares na cobertura

tenham um aumento na sua eficiência. Além disso, ela prolonga a vida útil do

telhado. Duplicando ou às vezes até triplicando a vida útil dos materiais, que por ter

contato com luz solar excessiva, acaba tornando o telhado mais frágil e

apresentando rachaduras.

Por estes motivos, as hortas comunitárias implantadas em tetos verdes se tornaram

uma opção mais sustentável em comparação às lajes e telhados tradicionais.

O lado negativo de implantar uma horta comunitária em teto verde é que sua

execução tem um custo maior do que uma cobertura tradicional, este motivo se da

pela necessidade da aplicação de várias camadas para a conservação da estrutura

do edifício. São elas: camada de reforço da estrutura, camada de drenagem da

água, camada de manta permeável (protege para que as raízes das plantas não

danifiquem a estrutura), camada de substrato de acordo com a vegetação desejada.

Com a aplicação dessas camadas, o teto verde aumenta consideravelmente o peso

da laje, que varia de 60 a 250 quilos por metro quadrado (se estiver saturado de

água). Com isso é importantíssimo revisar a carga que a estrutura do edifício

suporta.

Outro ponto negativo é a necessidade de ter um maior cuidado e atenção com a

manutenção da horta e da cobertura.

21

4.1.6 Como montar uma horta comunitária

Imagem 3: 10 passos para criação de uma horta comunitária

Disponível em: https://assementeiras.files.wordpress.com/2015/01/horta.jpg

Horta para pequenos espaços

Este método de plantio é um sistema vantajoso, pois permite a quem nunca lidou

com hortas a começar com um pequeno espaço, para se acostumar, e depois ir

fazendo outros módulos.

O seu formato permite alcançar toda a horta para semear, regar e colher, sem

necessidade de caminhar sobre o solo, com isso a rotação de culturas é automática.

Uma cultura de longa estação como o tomate pode ser plantada entre outras

culturas de amadurecimento rápido e que serão colhidas antes que a planta maior

precise de mais espaço.

22

Imagem 4: Criação de hortas para pequenos espaços

Fonte: O Estado de São Paulo, 27 de agosto de 2008.

Como Fazer:

Cada bloco é dividido em quadrados menores. Cada quadrado tem um

legume, flor ou erva diferente.

Na construção da treliça usam-se canos de ferro ou PVC e arames.

As plantas maiores vão ficando na fila de trás; as menores, na fila da frente,

na direção do sol.

As plantas verticais, como tomateiro, vão próximas das treliças.

Por ultimo, ancore a moldura vertical com arame para dar segurança contra

ventos fortes.

23

5 ESTUDO DE CASO

5.1.1 Relatório da Pesquisa Qualitativa: Horta do Shopping Eldorado

Imagem 5: Horta do Shopping Eldorado

Autor: Gabriel Ramos, maio 2015.

A horta comunitária do Shopping Eldorado em 2015 completará 4 anos de

funcionamento, e é fruto de uma parceria do Shopping Center junto à empresa de

soluções ambientais chamada Bioideias. No início deste projeto, a empresa foi

contratada para atender as exigências do Plano Nacional de Resíduos Sólidos

impostas pelo Ministério do Meio Ambiente, buscando reduzir a produção de lixo

orgânico do shopping que atualmente gira em torno de 1 tonelada por dia.

Hoje em São Paulo já esta em vigor uma lei que proíbe a criação de novos aterros

sanitários, então a solução encontrada para lidar com este problema foi utilizar um

processo de transformação do lixo orgânico produzido pela praça de alimentação do

shopping em adubo. O processo de compostagem natural que demora cerca de 130

dias pra ser concluído, é reduzido através do estudo realizado por esta empresa,

que se utilizam de enzimas para acelerar este processo que pode ser concluído em

apenas 5 dias.

24

O investimento do shopping para implementação deste projeto foi de

aproximadamente R$ 130.000,00 com equipamentos, materiais e treinamento.

Imagem 6: Composteira mecânica

Autor: Gabriel Ramos, maio 2015.

Imagem 7: Triturador de resíduos

Autor: Gabriel Ramos, maio 2015.

25

O retorno deste dinheiro investido é obtido em longo prazo, principalmente na

redução de caminhões e caçambas que deixaram de ser enviados aos aterros.

Recentemente o shopping também aderiu a uma nova tecnologia desenvolvida por

esta empresta para o tratamento de esgoto através de ozônio, que acabou

reduzindo em 50% o consumo de água do shopping.

Enfim, a horta comunitária acabou sendo uma consequência deste processo de

compostagem. Todo este adubo produzido precisaria ser destinado a algum lugar,

então surgiu uma ideia conjunta de funcionários do shopping e da empresa de

utilizar a cobertura do shopping para a implementação de uma horta comunitária,

antes um espaço que não havia uso algum.

Então o espaço teve de ser totalmente adaptado para esta prática, hoje a horta

produz uma variedade enorme de alimentos, como: alface, pimentão, tomate

maracujá, melancia, melão, ervas fitoterápicas, entre outros. Tudo o que é produzido

é exclusivamente destinado aos funcionários.

Imagem 8: Horta Shopping Eldorado

Autor: Gabriel Ramos, maio 2015.

26

Após a implementação desta horta, a temperatura média do shopping reduziu em

torno de 3 graus e o shopping conseguiu diminuir ainda mais suas despesas com

consumo de energia elétrica com ar condicionado. Hoje em dia a horta ocupa

5.000m² dos 6.000m² de área útil da cobertura.

Em entrevista com Cícero Aquino (funcionário do shopping responsável pela horta),

ele citou uma melhora de qualidade de vida em relação ao seu emprego anterior

(motoboy) e uma melhora em sua saúde e alimentação ingerindo alimentos livres de

agrotóxicos.

Imagem 9: Horta Shopping Eldorado

Autor: Gabriel Ramos, maio 2015.

27

5.1. 2 Relatório da Pesquisa Qualitativa: Horta do CCSP

Imagem 10: Horta do centro cultural de São Paulo

Autor: Gabriel Ramos, maio 2015.

A horta do CCSP, em 2015 está completando 2 anos de existência e está localizada

no jardim suspenso do Centro Cultural de São Paulo, é um local aberto ao público

em geral durante o horário de funcionamento do edifício. O Centro Cultural tem uma

parceria com o grupo “Hortelões Urbanos” que prestam auxílio à horta, é um grupo

de pessoas que através das redes sociais se reúnem e marcam mutirões de cultivo

e colheita por esta e outras diversas hortas na cidade de São Paulo. No caso do

Centro Cultural esse mutirão ocorre sempre no ultimo domingo do mês.

28

Imagem 11: Horta do centro cultural de São Paulo

Autor: Gabriel Ramos, maio 2015.

O espaço onde se localiza a horta, apesar de ser reduzido em comparação com o

potencial que o local propicia, já apresenta uma variedade enorme de alimento e

vegetais, como: rúcula, milho, maracujá, jiló, beterraba, batata, alface, gengibre,

coentro, arruda, camomila, espinafre, couve, alho mandioca, feijão, entre outros.

Imagem 12: Horta do centro cultural de São Paulo

Autor: Gabriel Ramos, maio 2015.

29

Além disso, o grupo também desenvolve outros trabalhos em conjunto, como:

Imagem 13: Reciclagem óleo vegetal - CCSP

Autor: Gabriel Ramos, maio 2015.

Imagem 14: Sistema de captação de água - CCSP

Autor: Gabriel Ramos, maio 2015.

30

Imagem 15: Cultivo de abelhas sem ferrões, que aceleram o processo de produção

das plantas através da polinização. - CCSP

Autor: Gabriel Ramos, maio 2015.

Minha ideia inicial era de que este local era destinado apenas às pessoas ligadas ao

cultivo da horta, após a visita de campo pude perceber que por ser um espaço

aberto ao publico, as pessoas praticam diversas atividades neste local, desde

reuniões de estudos até picnics com amigos. Isso acaba tornando o Centro Cultural

de São Paulo um espaço cada vez mais vivo na cidade.

31

5.1.3 Relatório da Pesquisa Qualitativa: Horta do Ciclista

Imagem 16: Praça do ciclista

Autor: Gabriel Ramos, junho 2015.

Esta horta comunitária foi criada no dia 12/10/2012 e esta localizada na Praça do

Ciclista, no canteiro central da Avenida Paulista. Os mutirões de cultivo são

realizados em todo primeiro domingo do mês a partir do meio dia.

Ela tem um caráter simbólico de horta, por ser no meio de um centro comercial

econômico e ter um espaço reduzido, incompatível com uma estrutura necessária

para a prática de agricultura. Esta iniciativa partiu de um grupo de ciclistas com a

finalidade de cultivar alimentos e hoje em dia recebem o auxilio do grupo “Hortelões

Urbanos”.

32

Imagem 17: Horta praça do ciclista

Autor: Gabriel Ramos, junho 2015.

O projeto inicial da horta foi criado pensando na existência de caminhos entre os

canteiros que permitisse o acesso ao monumento do Miranda, bem como a

circulação e acesso confortável aos canteiros. Como podemos ver abaixo:

Imagem 18: Projeto horta do ciclista

Disponível em:

http://pt.wikiversity.org/wiki/Horta_do_Ciclista#/media/File:Horta_Paulista.png

33

Ao visitar o local, tive a percepção de ser um espaço que não está sendo cultivado

como deveria. A principal característica de hortas comunitárias em espaços públicos

é a dependência dos cuidados de uma comunidade próxima. Pela região da Avenida

Paulista não ter essa característica residencial, os dias de cultivo se limitam apenas

a uma vez por mês, sendo insuficiente para tornar este espaço produtivo.

Além disso, pela horta estar localizada em um espaço público, qualquer pessoa tem

o direito de se apropriar, inclusive moradores de rua. Como podemos ver na imagem

abaixo:

Imagem 19: Moradores de rua ocupando a Praça do Ciclista

Autor: Gabriel Ramos, junho de 2015.

6 TERRENOS PÚBLICOS OU PRIVADOS COM POTENCIAL CONSTRUTIVO

A partir das visitas realizadas nas hortas comunitárias atuais, nota-se a possibilidade

de implementação de um número maior de hortas dentro do perímetro urbano. Para

a execução de uma horta comunitária a estrutura necessária é basicamente: um

local de fácil acesso com água, canteiros para o plantio (pode-se substituir por palets

34

reutilizados, caixotes ou baldes), terra, mudas de plantas, adubo, placas de

identificação e ferramentas agrícolas.

Essa estrutura pode ser construída ou simplesmente adaptada, pois, muitos dos

lugares já possuem infraestrutura básica.

De acordo com dados já mencionados em outros capítulos, as hortas oferecem

muitos benefícios e podem ser aproveitadas de maneiras diferentes dependendo do

espaço a ser inserida.

Após os estudos, nota-se que espaços ociosos em moradias, prédios públicos,

parques e praças, apresentam potencial para execução dessas hortas, pois

apresentam as seguintes características:

- Disponibilidade de água neste espaço.

- Possuem espaços ociosos com fácil acesso.

- Área com alta incidência de luz solar.

- Período de manutenção regular.

- Os funcionários responsáveis são contratatos pelo local.

- Estes locais estão próximos a regiões residenciais.

- Não necessita de alto investimento.

Com a implementação de uma horta em condomínios privados com espaços

subutilizados, os condôminos poderiam utilizar os alimentos, oferecendo-os para

funcionários e para uso próprio, assim como inserir atividades educativas para

crianças moradoras participarem do projeto, unindo o benefício de consumir

alimentos orgânicos e agindo a favor do meio ambiente.

Como exemplo de projeto eficaz em moradias, pode se citar a cidade de Recife, que

no dia 13 de abril de 2015 aprovou a Lei Municipal 18.112/2015, que obriga a

implementação de teto verde na cobertura de qualquer novo edifício com mais de 4

pavimentos e área construída superior a 400 metros quadrados, visando aumentar a

quantidade de áreas verdes e reduzir o efeito de ilha de calor.

No caso de edifícios públicos, a viabilidade também se dá por conta do acesso e

permissão que é concedida mais facilmente. O Edifício Matarazzo, atual sede da

Prefeitura de São Paulo, retrata uma área em sua cobertura que poderia ser apenas

adaptada e se tornar uma horta comunitária.

35

Imagem 20: Teto verde. Ed. Matarazzo

Disponível em: https://quandoacidade.files.wordpress.com/2014/06/6921.jpg

Os parques também apresentam potencial construtivo de hortas comunitárias e

podem desenvolver diversos papéis com sua implementação. O fato de ser um

parque permitiria o controle de horário de entrada e saída de pessoas, além de obter

recurso próprio de manutenção. O local estaria fechado no período da noite e aberto

ao público durante o dia. O espaço poderia ser usado também como local de

atividades educacionais e seus alimentos poderiam ser doados para ONGs da

região, visando à melhoria da situação de moradores mais necessitados.

Um dos parques que apresenta as características, estrutura, manutenção e fluxo de

pessoas necessárias é parque o Severo Gomes, que está localizado no bairro

Granja Julieta em São Paulo, ele ainda disponibiliza alguma área que poderia ser

adaptada. Nos dias de hoje já é possível encontrar hortas comunitárias no Parque

Itaipu, em Maringa-PR.

36

Imagem 21: Horta comunitária do parque Itaipu

Disponível em:

http://www2.maringa.pr.gov.br/sistema/imagens/gd_d5f172bbb8ad.jpg

7 EMPRESAS QUE PRESTAM SERVIÇOS RELACIONADOS À HORTAS

URBANAS

7.1.1 Empresas que atuam na área

Desde 2007 cresce o número de empresas que aderiram o serviço que sugere

implementar hortas comunitárias como solução ambiental e econômica, pois, além

de tendência, há inúmeras vantagens para se apresentar as empresas contratantes,

as vantagens serão apresentadas nos próximos subtítulos. Para contratação de uma

empresa que auxilie e implemente uma horta comunitária recomenda-se que os

segmentos sejam consideravelmente impactados e exerçam responsabilidade social

na cidade, ou seja, gerar benefícios e esses serem enxergados não só pelo

contratante, mas por todos que desfrutem de tal espaço, exemplo de empresas com

potencial para contratação de prestadoras do serviço de implementação de hortas

urbanas são shoppings e centros culturais. Para isso, as empresas prestadoras de

37

serviço contam com a ajuda de profissionais como agrônomos, cientistas e

engenheiros de empresas que buscam soluções ambientais para os espaços

urbanos. Algumas das empresas conhecidas atuantes na área são: a Bioideias que

pesquisa e desenvolve tecnologias que beneficiam o meio ambiente, a Ecotelhado

no mercado desde 2005 oferece o serviço de projetos de arquitetura sustentável

além de desenvolverem produtos que causam menor impacto ambiental e o Instituto

Dois ou Mais que dissemina, desenvolve e empreende em soluções ambientais. As

três empresas são fáceis de localizar e realizam divulgação na rede social facebook,

além de possuírem web site e email de contato.

Tratando-se de uma residência familiar, não há necessidade de contratar uma

prestadora com esse tipo de serviço, pois, o espaço para criação da horta é

reduzido, não sendo necessário uso de maquinas ou equipamentos especializados.

Muitos sites e livros também já disponibilizam e orientam como se montar uma horta

em casa, isso por que independente do processo utilizado são encontradas diversas

vantagens para sua realização.

7.1.2 Como elas atuam

A empresa interessada em exercer algum tipo de responsabilidade social/ambiental

ou que deseja implementar uma tecnologia sustentável visando redução de

despesas e/ou lucro a longo prazo, entra em contato com uma empresa

especializada que possa levar essa tecnologia até ela. É o caso da Bioideias, que

apresenta os pacotes para a estrutura e demanda da empresa que esta solicitando a

prestação de serviço. Nos pacotes estão inclusos as máquinas necessárias,

treinamento, venda de produtos e gerenciamento de compra.

No período de treinamento, a empresa contratada prepara um funcionário da

empresa contratante através de aulas de manuseio de máquinas e produtos que

possam ser necessários na utilização das máquinas, assim como o tratamento e

cuidados que deve haver na execução de uma horta. A maioria das empresas

oferecem tecnologias próprias e desenvolvem suas próprias máquinas e produtos.

Após o período de treinamento a empresa contratante se torna totalmente

responsável pelos resultados que obtiver, assim como todos os frutos que lhe

render.

38

7.1.3 Quais os benefícios para a empresa contratante

O maior benefício para a empresa que adquiri este serviço é a redução de custos

em longo prazo. No início a empresa terá um gasto maior com investimento em

maquinário, produtos e treinamento, porém, dependendo do serviço contratado,

esse investimento irá gerar uma redução de gastos em: produção de lixo orgânico e

consumo de energia e água. Assim, todo esse investimento pode ser recuperado em

cerca de 1 ano.

No caso do Shopping Eldorado que conta com processo de compostagem do lixo

orgânico, sistema de tratamento de esgoto e um teto verde, são inúmeros os

benefícios gerados para a empresa, como:

- A redução de gastos com o processo de compostagem, que se dá pela diminuição

da produção de lixo, assim reduzindo os caminhões e caçambas que seriam

enviados aos aterros.

- A redução de gastos com sistema de tratamento de esgoto, que se dá pela

diminuição do consumo de água, utilizando a água de reuso para descarga de

sanitários ou irrigação de jardins ou hortas.

- A redução de gastos para a empresa que possui um teto verde ou horta

comunitária é diretamente ligada à redução no consumo de energia. O teto verde

reduz a temperatura interna do ambiente em até 3 graus, assim diminui a

necessidade da utilização do ar condicionado. Já uma horta na cobertura, além dos

benefícios a saúde de que consome os alimentos, também gera inúmeros benefícios

ambientais.

39

8 PROJETO – HORTA COMUNITÁRIA: CAMPUS SANTO AMARO

A minha proposta inicial de projeto era ocupar um espaço residual urbano na cidade

e implantar uma horta comunitária, porém sem um foco definido. Após a visita de

campo à horta do Shopping Eldorado, pude perceber as semelhanças que o

shopping e o Centro Universitário SENAC tem em comum. Tanto no método utilizado

para o plantio, como para o processo de compostagem do lixo orgânico produzido

pelas praças de alimentação, então comecei a estudar a viabilidade de trazer esta

proposta para o campus, que hoje em dia tem um fluxo diário de aproximadamente

12 mil pessoas.

O terreno que hoje o Centro Universitário ocupa, era o local da fábrica de

eletrodomésticos Walita. Devido à contaminação do solo gerada pela fábrica, a

opção mais viável para uma horta no campus seria através da plantação em

caixotes plásticos sem contato direto com solo (mesmo processo utilizado no teto

verde do Shopping Eldorado), surgiu então à ideia de retirar a horta do nível do solo

e utilizar espaços ociosos na cobertura dos edifícios.

A partir deste momento comecei a listar quais edifícios teriam a viabilidade de

implantar uma horta comunitária em sua cobertura. Após uma analise detalhada dos

acessos à cobertura, capacidade de carga que a estrutura suportaria e também a

área útil disponível para a execução do projeto, cheguei à conclusão de que os

edifícios da biblioteca e gastronomia possuem uma estrutura compatível para a

implantação da horta.

Pelo local escolhido da horta estar situado em uma área de acesso restrito, a

manutenção da mesma deverá ser realizada somente por funcionários responsáveis

do campus.

Segue abaixo a imagem com a identificação dos locais propostos:

40

Imagem 22: Vista aérea do Centro Universitário SENAC.

Fonte: Ferramenta Googlemaps. Acesso em 01/06/2015.

O meu projeto pretende fazer o plantio da horta em caixotes plásticos tal como se

utilizam em feiras para o carregamento de frutas (com dimensões de: 43 cm de

largura, 60 cm de comprimento, 36 cm de altura). É importante que esse caixote seja

vazado, pois se for totalmente fechado dificulta a homogeneização do solo e o

escoamento da água.

Imagem 23: Modelo de caixote utilizado no projeto.

Fonte: Imagem produzida pelo autor, no programa Sketchup.

41

Pelo fato do caixote ser vazado, é necessário que a parte interna seja envolto por

uma manta de drenagem própria para plantio pra que a terra não saia do caixote e

também permita o escoamento da água normalmente. A partir deste único caixote,

agrupei juntamente com mais 3 caixotes idênticos formando um módulo que

pudesse ser reproduzido, podendo assim aumentar ou diminuir a escala da horta

dependendo do tamanho do local disponível.

Imagem 24: Módulo de caixotes.

Fonte: Imagem produzida pelo autor, no programa Sketchup.

Cada caixote individual tem o peso de 900 gramas (vazio). Já com a adição de terra,

adubo, mudas, sementes e água, seu peso médio varia dentre 20 e 22 kg. Assim

cada módulo exerce uma carga de 80 à 88 kg por m², peso inferior à margem de

segurança que a laje suporta.

Com o objetivo de aproveitar o melhor período de plantio e colheita, a escolha dos

alimentos que virão a ser cultivados na horta foi de acordo com um calendário

agrícola. O critério de seleção utilizado foi cultivar as hortaliças e frutas que tivessem

um maior tempo de produção, visando assim aumentar o intervalo de tempo entre o

plantio e colheita. Todos os alimentos selecionados são produtivos em pelo menos 4

42

meses do ano, fazendo com que os cuidados com a manutenção sejam reduzidos

no sentido de não necessitar replantar vários tipos de alimentos no mesmo caixote.

Segue abaixo a imagem com a seleção dos alimentos divididos em categorias e

suas épocas produtivas.

Imagem 25: Alimentos selecionados

Disponível em: http://image.slidesharecdn.com/publialimentos-130627101038-

phpapp01-140407125121-phpapp01/95/publi-alimentos-29-638.jpg

Um detalhe importante é que entre as hortaliças selecionadas, a alface, cenoura,

alho e alho poró, podem ser replantadas sem a necessidade de se comprar

sementes e mudas. Assim diminuindo os gastos com manutenção.

43

O projeto também visa integrar à reutilização do lixo orgânico gerado na

universidade, e através dele gerar adubo para a horta, visando aumentar a

produtividade da horta e reduzir gastos com coleta de lixo.

Em conversa com o Ivan Augusto Furini Rogati (Coordenador de Manutenção do

campus), ele afirmou que o SENAC já realiza um processo de compostagem do

material orgânico, más somente com folhas secas, este adubo gerado é usado para

a manutenção dos jardins do campus. Pelo fato de não utilizarem restos de

alimentos neste processo, todo lixo orgânico produzido pelas praças de alimentação

é coletado por uma empresa privada, que também faz a seleção do material

reciclável. Todo material reciclável coletado é pesado e descontado no preço da

coleta do material orgânico, tendo assim um abatimento do preço total cobrado pela

empresa de coleta de lixo.

8.1.1 Horta comunitária – Biblioteca

O edifício da biblioteca ocupa uma área de 2550 m² e possui uma infraestrutura

compatível para abrigar uma horta comunitária, este é um bom exemplo de como

podemos utilizar melhor os espaços ociosos na cidade de São Paulo.

Imagem 26: Vista Aérea - Biblioteca

Fonte: Ferramenta Googlemaps. Acesso em 12/11/2015.

44

O edifício em si, tem uma dimensão de 37,5 metros de largura por 68 metros de

comprimento, com 9,5 metros de altura. Por sua fachada principal ser inclinada, a

área da cobertura acaba sendo maior do que a área total ocupada pelo edifício.

Segue abaixo a imagem da planta com as dimensões e indicações dos acessos:

Imagem 27: Planta baixa – Térreo

Disponível em: http://www.purarquitetura.arq.br/imagem/projetos/800/2-17.jpg

Legenda: acesso de alunos ao edifício.

acesso de funcionários à cobertura.

45

O seu acesso até o terceiro pavimento é feito através de uma escada “quadrada”

convencional. Já o acesso à cobertura é feito por uma escada “marinheiro”.

Imagem 28: Acesso à cobertura da biblioteca

Autor: Ivan Augusto Furini Rogati, novembro de 2015.

Imagem 29: Acesso à cobertura da biblioteca

Autor: Ivan Augusto Furini Rogati, novembro de 2015.

46

A cobertura do edifício possui uma área total de 2575 m², porém nem todo este

espaço pode ser utilizado devido à presença de equipamentos de manutenção

como: exaustores, equipamentos de ar condicionado, antenas de transmissão, além

de aberturas na laje para a entrada de iluminação natural. Como se pode ver a

seguir:

Imagem 30: Cobertura da biblioteca

Autor: Ivan Augusto Furini Rogati, novembro de 2015.

O local já possui instalações hidráulicas que são necessárias no auxilio a irrigação

da horta. Apesar de todos estes equipamentos instalados na cobertura, a área útil

disponível para a execução da horta é de: 1356 m².

Abaixo, mais imagens que mostram esta ampla área útil:

47

Imagem 31: Cobertura da biblioteca

Autor: Ivan Augusto Furini Rogati, novembro de 2015.

Imagem 32: Cobertura da biblioteca

Autor: Ivan Augusto Furini Rogati, novembro de 2015.

48

Pelo fato do percurso até a cobertura ser de difícil acesso, eu proponho em meu

projeto a instalação de um elevador “monta-carga” temporariamente na parte

externa, apenas durante a execução da horta. A fim de levar todos os materiais

necessários para a implantação da horta, como: caixotes plásticos utilizados para o

plantio, sacos de terra, adubo e ferramentas de jardinagem. O elevador provisório

estará localizado em uma fachada “cega”, com isso não comprometera a iluminação

e a ventilação interna do edifício.

Na imagem à esquerda, segue o modelo de elevador “monta-carga” fabricado pela

empresa “Tanner Elevadores”. Na imagem à direita esta a localização em vermelho

no local exato em que ele será inserido.

Imagem 33: Modelo elevador monta-carga

Disponível em: http://www.tanner.com.br/images/stories/tanner_montacargas_1.jpg

49

Utilizando os módulos de caixotes mencionados anteriormente, desenvolvi 2 opções

de modelos à serem implantados na cobertura. Ambos os modelos seguem uma

margem de segurança de 1,50 metros da beirada (margem) do edifício.

Na opção 1, os módulos são distribuídos separadamente com uma circulação

interna de 1,20 metros entre eles. Nesta opção o espaço de circulação é maior,

enquanto o espaço destinado ao plantio é reduzido.

Imagem 34: Modelo biblioteca – opção 1

Fonte: Imagem produzida pelo autor, no programa Sketchup.

50

Nesta configuração, há 259 módulos. Com cada módulo contendo 4 caixotes, o total

de caixotes utilizados é de 1036. Podendo assim utilizar cada módulo ou caixote

para plantar um alimento diferente, criando uma opção enorme de variações.

A seguir mais imagens deste modelo:

Imagem 35: Modelo biblioteca – opção 1

Fonte: Imagem produzida pelo autor, no programa Sketchup.

Imagem 36: Modelo biblioteca – opção 1

Fonte: Imagem produzida pelo autor, no programa Sketchup.

51

Imagem 37: Modelo biblioteca – opção 1

Fonte: Imagem produzida pelo autor, no programa Sketchup.

Imagem 38: Modelo biblioteca – opção 1

Fonte: Imagem produzida pelo autor, no programa Sketchup.

52

A opção 2, assim como a opção 1, segue uma margem de segurança de 1,50

metros da beirada (margem) do edifício, porém os módulos de caixotes são

agrupados de 4 em 4, formando um novo módulo de 16 caixotes e não somente 4

como na opção anterior. Nesta configuração o espaço para o plantio é maior,

enquanto o espaço destinado à circulação é reduzido. O espaço de circulação entre

os módulos continua na medida de 1,20 metros, mas com menos corredores para

circular entre eles.

Imagem 39: Modelo biblioteca – opção 2

Fonte: Imagem produzida pelo autor, no programa Sketchup.

53

Nesta configuração, há 113 módulos. Com cada módulo contendo 16 caixotes, o

total de caixotes utilizados é de 1808, uma diferença de 772 caixotes a mais em

comparação à primeira opção. Podendo assim tornar o espaço ocioso da cobertura

um local muito mais produtivo, além de todos os benefícios econômicos, ambientais

e sociais que acompanham esta prática.

A seguir, mais imagens deste modelo:

Imagem 40: Modelo biblioteca – opção 2

Fonte: Imagem produzida pelo autor, no programa Sketchup.

Imagem 41: Modelo biblioteca – opção 2

Fonte: Imagem produzida pelo autor, no programa Sketchup.

54

Imagem 42: Modelo biblioteca – opção 2

Fonte: Imagem produzida pelo autor, no programa Sketchup.

Imagem 43: Modelo biblioteca – opção 2

Fonte: Imagem produzida pelo autor, no programa Sketchup.

55

8.1.2 Horta comunitária – Gastronomia

O edifício da gastronomia, diferente da biblioteca, possui uma cobertura bem mais

ocupada com equipamentos de manutenção. Sua área total é de 1640 m², mas sua

área útil é de apenas 514 m², isso devido à presença de inúmeros exautores,

antenas de transmissão, equipamentos de ar condicionado e painéis solares, que

fazem o aquecimento de parte da água quente do edifício.

Imagem 44: Vista Aérea – Gastronomia

Fonte: Ferramenta Googlemaps. Acesso em 12/11/2015.

Apesar da cobertura mais ocupada em comparação à biblioteca, o lado positivo

deste edifício é a questão do fácil acesso à cobertura e uma manutenção mais

simples uma vez que o espaço destinado à horta é mais reduzido.

O acesso à cobertura é através de uma escada em “U” convencional, porém em um

local restrito apenas para funcionários, como pode-se ver na imagem a seguir com a

indicação do acesso.

56

Imagem 45: Planta baixa – Térreo

Disponível em: http://www.purarquitetura.arq.br/imagem/projetos/800/2-22.jpg

Pelo fato de anteriormente já ter existido uma horta no mesmo local, a cobertura já

possui instalações hidráulicas necessárias no auxilio a irrigação da horta

comunitária.

Em conversa com o Ivan Augusto Furini Rogati (Coordenador de Manutenção do

campus) sobre a horta que existia anteriormente, ele me afirmou que a horta existiu

por um período de tempo para atender uma parte da demanda do curso de

gastronomia, mas a partir do momento em que essa demanda foi diminuindo e a

manutenção foi ficando cada vez mais difícil, devido às mudanças climáticas e por

não possuir um funcionário responsável pela horta, o SENAC optou por vetar a

continuidade desta prática.

Ao saber deste fato, meu objetivo com este projeto é retomar esta ideia e mostrar

que é viável a utilização de espaços ociosos na cobertura deste edifício para a

implementação de uma horta comunitária.

57

Abaixo segue as imagens recentes da cobertura do edifício:

Imagem 46: Acesso à cobertura

Autor: Ivan Augusto Furini Rogati, novembro de 2015.

Imagem 47: Equipamentos de aquecimento solar

Autor: Ivan Augusto Furini Rogati, novembro de 2015.

58

Imagem 48: Cobertura gastronomia

Autor: Ivan Augusto Furini Rogati, novembro de 2015.

Imagem 49: Cobertura gastronomia

Autor: Ivan Augusto Furini Rogati, novembro de 2015.

59

Imagem 50: Cobertura gastronomia

Autor: Ivan Augusto Furini Rogati, novembro de 2015.

Imagem 51: Cobertura gastronomia

Autor: Ivan Augusto Furini Rogati, novembro de 2015.

60

Utilizando os mesmos módulos de caixotes mencionados anteriormente, desenvolvi

2 opções de modelos à serem implantados neste edifício, assim como no projeto da

cobertura da biblioteca. Ambos seguindo a margem de segurança de 1,50 metros da

beirada (margem) do edifício.

Na opção 1, os módulos são distribuídos separadamente com uma circulação

interna de 1,20 metros entre eles. Nesta opção o espaço de circulação é mais

amplo, enquanto o espaço destinado ao plantio é menor.

Imagem 52: Modelo gastronomia – opção 1

Fonte: Imagem produzida pelo autor, no programa Sketchup.

Nesta configuração, há 74 módulos. Com cada módulo contendo 4 caixotes, o total

de caixotes utilizados é de 296. Podendo assim utilizar cada módulo ou caixote para

plantar um alimento diferente, aumentando as opções de variações.

61

A seguir, mais imagens deste modelo:

Imagem 53: Modelo gastronomia – opção 1

Fonte: Imagem produzida pelo autor, no programa Sketchup.

Imagem 54: Modelo gastronomia – opção 1

Fonte: Imagem produzida pelo autor, no programa Sketchup.

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Imagem 55: Modelo gastronomia – opção 1

Fonte: Imagem produzida pelo autor, no programa Sketchup.

Imagem 56: Modelo gastronomia – opção 1

Fonte: Imagem produzida pelo autor, no programa Sketchup.

63

A segunda opção de distribuição, segue o mesmo sistema de agrupamento dos

módulos apresentado na opção 2 do edifício da biblioteca, juntando os módulos de

caixotes de 4 em 4, formando um novo módulo de 16 caixotes. Esta proposta

também segue uma margem de segurança de 1,50 metros da beirada (margem) do

edifício, assim como a distância de 1,20 metros entre os corredores.

Nesta configuração o espaço para o plantio é ampliado, enquanto o espaço

destinado à circulação é reduzido.

Imagem 57: Modelo gastronomia – opção 2

Fonte: Imagem produzida pelo autor, no programa Sketchup.

Nesta configuração, há 32 módulos de 16 caixotes e 13 módulos de 4 caixotes,

sendo assim o total de caixotes utilizados é de 564, uma diferença de 268 caixotes a

mais em comparação à primeira opção. Podendo assim tornar o espaço ocioso da

cobertura um local muito mais produtivo, lembrando também que quanto maior o

número de caixotes, maior os cuidados com a manutenção.

64

A seguir, mais imagens deste modelo:

Imagem 58: Modelo gastronomia – opção 2

Fonte: Imagem produzida pelo autor, no programa Sketchup.

Imagem 59: Modelo gastronomia – opção 2

Fonte: Imagem produzida pelo autor, no programa Sketchup.

65

Imagem 60: Modelo gastronomia – opção 2

Fonte: Imagem produzida pelo autor, no programa Sketchup.

Imagem 61: Modelo gastronomia – opção 2

Fonte: Imagem produzida pelo autor, no programa Sketchup.

66

9 CONCLUSÃO

Após as análises e estudos de caso realizados, conclui-se que as áreas urbanas

possuem a necessidade de preservação e/ou aumento de áreas verdes, porém, não

disponibilizam muito espaço e como solução, as cidades como São Paulo e Recife

colocaram em sua legislação a presença jardins verticais e tetos verdes nos prédios.

No decorrer do estudo, a implementação de uma horta comunitária em praças foi

questionada e após as visitas de campo realizadas esta hipótese foi eliminada, pois

nesses locais é difícil o controle de manutenção assim como a preservação da área

que esta vulnerável aos moradores de rua.

Apesar disso, o trabalho de conclusão de curso reafirma a viabilidade de hortas em

prédios residenciais, públicos ou privados e em parques. A partir dessa afirmação,

foi desenvolvido o projeto que buscou um local com as mesmas características e

requisitos para projetar, executar e incluir mais uma área verde na cidade através de

uma horta comunitária e buscando o objetivo de realizar um trabalho social através

de mutirões para que estas pessoas envolvidas no projeto tenham a possibilidade de

ter acesso aos alimentos produzidos, sem nenhum fim lucrativo.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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Robba, Fabio; Macedo, Silvio Soares. Praças Brasileiras. São Paulo: Edusp,

2002;

Rostichelli, Michele. Entre a terra e o asfalto: A região metropolitana de São

Paulo no contexto da agricultura urbana. São Paulo, 2013;

Pinto, Liliana; Mendes, Luis; Padilha, Maria; Nissola, Verginia. Telhados Verdes –

Vantagens e Desvantagens. São Paulo, 2014;

Mougeot, L.J.A. Urban Agriculture: Definition, Presence, Potencials and Risks.

Thematic Paper, 2000;

Clemente, F. M. V. T.; Haber, L. L. Horta em pequenos espaços. Brasília: Editora

Embrapa, 2012.