tcc - planejamento tributÁrio

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1 UNIJUÍ-UNIVERSIDADE REGIONAL DO NOROESTE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL DECON-DEPARTAMENTO DE ECONOMIA E CONTABILIDADE CURSO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO: ESTUDO REALIZADO EM UMA EMPRESA QUE ATUA NO RAMO DE COMÉRCIO VAREJISTA DE COMBUSTÍVEIS Andréia Zangirolami Professor Orientador: André Hoffmann Ijuí, RS, Agosto de 2010.

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    UNIJU-UNIVERSIDADE REGIONAL DO NOROESTE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL

    DECON-DEPARTAMENTO DE ECONOMIA E CONTABILIDADE CURSO DE CINCIAS CONTBEIS

    PLANEJAMENTO TRIBUTRIO: ESTUDO REALIZADO EM UMA EMPRESA QUE ATUA NO RAMO DE COMRCIO VAREJISTA DE COMBUSTVEIS

    Andria Zangirolami

    Professor Orientador: Andr Hoffmann

    Iju, RS, Agosto de 2010.

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    UNIJU-UNIVERSIDADE REGIONAL DO NOROESTE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL

    DECON-DEPARTAMENTO DE ECONOMIA E CONTABILIDADE CURSO DE CINCIAS CONTBEIS

    PLANEJAMENTO TRIBUTRIO: ESTUDO REALIZADO EM UMA EMPRESA QUE ATUA NO RAMO DE COMRCIO VAREJISTA DE COMBUSTVEIS

    Trabalho de concluso do curso para obteno do ttulo de Bacharel em Cincias Contbeis, apresentado no Decon - Departamento de Economia e Contabilidade da Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul-Uniju.

    Andria Zangirolami

    Professor Orientador: Andr Hoffmann

    Iju, RS, Agosto de 2010.

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    AGRADECIMENTOS

    Agradeo primeiramente a Deus que iluminou o meu caminho durante esta caminhada.

    minha famlia, em especial meus pais, pelo apoio, incentivo e carinho dedicados a mim. Devo a eles tudo o que sou hoje.

    Agradeo amigas, pela amizade e por estar sempre ao meu lado em diversos momentos da minha vida, sou muito grata elas.

    Aos professores do curso pela ateno, em especial ao meu orientador, Professor Andr Hoffmann, pela dedicao e disponibilidade.

    Agradeo a Universidade do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul Uniju, por ter nos repassado o conhecimento necessrio nossa formao.

    A todos que colaboraram de uma maneira ou outra para a elaborao deste trabalho, o meu muito obrigado.

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    SUMRIO

    INTRODUO ...................................................................................................................... 10 1. CONTEXTUALIZAO DO ESTUDO ..................................................................... 11

    1.1 rea de Conhecimento Contemplada ......................................................................... 11 1.2 Caracterizao da organizao .................................................................................... 11 1.3 Problematizao do tema ............................................................................................ 11 1.4 Objetivos ..................................................................................................................... 12

    1.4.1 Objetivo geral ................................................................................................................ 13 1.4.2 Objetivos especficos ................................................................................................... 13

    1.5 Justificativa ................................................................................................................. 13 1.6 Metodologia do Trabalho ............................................................................................ 14

    1.6.1 Classificao da Pesquisa ............................................................................................ 15 1.6.1.1 Do Ponto de Vista de Sua Natureza ............................................................... 15 1.6.1.2 Quanto Forma de Abordagem do Problema ................................................ 15 1.6.1.3 Do Ponto de Vista de Seus Objetivos ............................................................. 16 1.6.1.4 Do Ponto de Vista dos Procedimentos Tcnicos ............................................ 17

    1.6.2 Plano de Coleta de Dados ............................................................................................ 17

    1.6.3 Plano de Anlise e Interpretao de Dados ............................................................... 18

    2. REVISO BIBLIOGRFICA ...................................................................................... 19 2.1 Contabilidade Tributria ............................................................................................. 19 2.2 Planejamento Tributrio .............................................................................................. 19 2.3 Sistema Tributrio Nacional ....................................................................................... 20

    2.3.1 Conceito de tributo ....................................................................................................... 21

    2.3.2 Espcies de tributos ...................................................................................................... 21

    2.3.2.1 Impostos ......................................................................................................... 22 2.3.2.2 Taxas .............................................................................................................. 23

    2.3.2.3 Contribuio de melhoria ............................................................................... 23 2.3.2.4 Contribuio social ......................................................................................... 24 2.3.2.5 Emprstimo Compulsrio............................................................................... 25

    2.4 Elementos Fundamentais do Tributo .......................................................................... 25 2.4.1 Obrigao Tributria ............................................................................................ 25 2.4.2 Elementos fundamentais da obrigao tributria ................................................. 26

    2.4.2.1 Lei ................................................................................................................... 26

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    2.4.2.2 Objeto ............................................................................................................. 27 2.4.2.3 O fato gerador ................................................................................................. 27

    2.5 Legislao tributria .................................................................................................... 27 2.5.1 Vigncia ......................................................................................................................... 28

    2.5.2 Aplicao ....................................................................................................................... 28 2.5.3 Princpios Constitucionais do Sistema Tributrio Nacional ................................... 29

    2.6 Forma de Tributao do Imposto de Renda Pessoa Jurdica ...................................... 30 2.6.1 Lucro Real ..................................................................................................................... 31

    2.6.1.1 Ajustes do Lucro Lquido Contbil para Apurao do Lucro Real ................ 31 2.6.1.1.1 Adies ..................................................................................................... 32 2.6.1.1.2 Excluses e Compensaes ...................................................................... 32

    2.6.2 Pessoas jurdicas obrigadas a optar ............................................................................ 33 2.6.3 Formas de tributao do Lucro Real .......................................................................... 33

    2.6.3.1 Lucro Real Trimestral .................................................................................... 33 2.6.3.2 Imposto de Renda da Pessoa Jurdica (IRPJ) - Lucro Real Trimestral .......... 34 2.6.3.3 Contribuio Social sobre o Lucro Lquido (CSLL) - Lucro Real Trimestral35

    2.6.4 Lucro Real Anual ......................................................................................................... 35

    2.6.5 Lucro Real por Estimativa (mensal) .......................................................................... 36 2.6.5.1 Opo pelo pagamento mensal do imposto por estimativa ............................ 37 2.6.5.2 Procedimentos para clculo do Imposto de Renda por estimativa ................. 37 2.6.5.3 Contribuio Social sobre o Lucro Lquido CSLL por Estimativa .............. 39 2.6.5.4 Pessoa jurdica exclusivamente prestadora de servios ................................. 39 2.6.5.5 Base de clculo do Lucro Real por estimativa mensal ................................... 39

    2.6.6 Programa de Integrao Social (PIS) Lucro Real ............................................. 41 2.6.7 Contribuio para Financiamento da Seguridade Social (COFINS) Lucro Real .................................................................................................................................................. 42

    2.7 Lucro Presumido ........................................................................................................ 43

    2.7.1 Empresas que podem optar pelo Lucro Presumido .................................................. 45

    2.7.2 Empresas que no podem optar pelo lucro presumido ............................................ 45

    2.7.3 Valores que compem a receita bruta ........................................................................ 46

    2.7.4 Imposto de Renda da Pessoa Jurdica (IRPJ) Lucro Presumido ......................... 46 2.7.5 Contribuio Social sobre o Lucro Liquido (CSLL) Lucro Presumido ............. 48 2.7.6 Programa de Integrao Social (PIS) Lucro Presumido ...................................... 49

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    2.7.7 Contribuio para Financiamento da Seguridade Social (COFINS) Lucro Presumido ................................................................................................................................ 50

    2.8 Lucro Arbitrado .......................................................................................................... 51 2.8.1Quando cabvel ........................................................................................................... 52 2.8.2 Percentuais aplicveis sobre a receita bruta de vendas de mercadorias/produtos e

    de prestao de servios ........................................................................................................ 52

    2.9 Simples Nacional ........................................................................................................ 53 2.9.1 Empresas que podem optar pelo Simples Nacional ................................................. 54

    2.9.2 Empresas que esto impedidas de optar pelo Simples Nacional ............................ 54

    2.9.3 Receita bruta para fins do Simples Nacional ............................................................ 56

    2.9.4 Clculo do Simples Nacional ...................................................................................... 56

    3. APLICAO PRTICA ............................................................................................... 57 3.1 Simples Nacional ........................................................................................................ 57 3.2 Lucro Arbitrado .......................................................................................................... 57 3.3 Lucro Presumido ......................................................................................................... 58

    3.3.1 Apurao do IRPJ pelo Lucro Presumido ................................................................. 58

    3.3.2 Apurao da CSLL pelo Lucro Presumido ............................................................... 62

    3.3.3 Apurao do PIS e da COFINS pelo Lucro Presumido .......................................... 65

    3.3.4 Programa de Integrao Social (PIS) No Cumulativo ........................................ 67 3.3.5 Contribuio para Financiamento da Seguridade Social (COFINS) No Cumulativa .............................................................................................................................. 74

    3.4 Apurao Lucro Real Anual ....................................................................................... 80 3.5 Lucro Real Trimestral ................................................................................................. 84 3.6 Resumo e Comparao dos Encargos Tributrios Federais ........................................ 88

    CONCLUSO ......................................................................................................................... 92 BIBLIOGRAFIA .................................................................................................................... 95

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    LISTA DE ABREVIATURAS

    BC Base de Clculo CTN Cdigo Tributrio Nacional CF Constituio Federal CSLL Contribuio Social sobre o Lucro Lquido DAS Documento de Arrecadao do Simples Nacional DRE Demonstrao do Resultado do Exerccio DARF Documento de Arrecadao de Receitas Federais EPP Empresa de Pequeno Porte EC Emenda Constitucional IRPJ Imposto de Renda das Pessoas Jurdicas IPI Imposto sobre Produtos Industrializados IOF Imposto sobre Operaes Financeiras II Imposto de Importao IE Imposto de Exportao ME Micro Empresa

    PGDAS Programa Gerador do Documento de Arrecadao do Simples Nacional RIR Regulamento do Imposto de Renda SELIC Sistema Especial de Liquidao e Custdia SIMPLES Sistema Integrado de Pagamento de Impostos e Contribuies da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte TCC Trabalho de Concluso de Curso UNIJUI Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul

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    LISTA DE QUADROS

    Quadro 1: Alquotas, dedues e prazo de pagamento do Imposto de Renda Trimestral ........ 34 Quadro 2: Percentuais aplicveis sobre a receita bruta mensal ................................................ 38 Quadro 3: Percentuais aplicveis para determinao do lucro estimado (mensal) ................... 40 Quadro 4: Percentuais aplicveis sobre a receita bruta de vendas de mercadorias/produtos e/ou da prestao de servios ........................................................................................................... 47 Quadro 5: Percentuais aplicveis sobre a receita bruta ............................................................ 52 Quadro 6: Apurao IRPJ pelo Lucro Presumido 2007 ........................................................ 59 Quadro 7: Apurao IRPJ pelo Lucro Presumido 2008 ........................................................ 60 Quadro 8: Apurao IRPJ pelo Lucro Presumido 2009 ........................................................ 61 Quadro 9: Apurao CSLL pelo Lucro Presumido - 2007 ....................................................... 62 Quadro 10: Apurao CSLL pelo Lucro Presumido - 2008 ..................................................... 63 Quadro 11: Apurao CSLL pelo Lucro Presumido - 2009 ..................................................... 64 Quadro 12: Apurao PIS e COFINS pelo Lucro Presumido - 2007 ....................................... 65 Quadro 13: Apurao PIS e COFINS pelo Lucro Presumido - 2008 ....................................... 66 Quadro 14: Apurao PIS e COFINS pelo Lucro Presumido - 2009 ....................................... 67 Quadro 15: Apurao PIS - No Cumulativo -2007................................................................. 68 Quadro 16: Demonstrativo do PIS a pagar ou a compensar - 2007 ......................................... 69 Quadro 17: Apurao PIS - No Cumulativo 2008 ............................................................... 70 Quadro 18: Demonstrativo do PIS a pagar ou a compensar - 2008 ......................................... 71 Quadro 19: Apurao PIS No - Cumulativo 2009 ............................................................... 72 Quadro 20: Demonstrativo do PIS a pagar ou a compensar - 2009 ......................................... 73 Quadro 21: Comparativo do PIS No - Cumulativo ................................................................ 73 Quadro 22: Apurao COFINS No-Cumulativa - 2007 ......................................................... 74 Quadro 23: Demonstrativo da COFINS a pagar ou a compensar -2007 .................................. 75 Quadro 24: Apurao COFINS No-Cumulativa - 2008 ......................................................... 76 Quadro 25: Demonstrativo da COFINS a pagar ou a compensar -2008 .................................. 77 Quadro 26: Apurao COFINS No Cumulativa 2009 ......................................................... 78 Quadro 27: Demonstrativo da COFINS a pagar ou a compensar -2009 .................................. 79 Quadro 28: Comparativo da COFINS No Cumulativa ........................................................... 79 Quadro 29: Apurao IRPJ e CSLL pelo Lucro Real Anual -2007 ......................................... 81 Quadro 30: Apurao IRPJ e CSLL pelo Lucro Real Anual -2008 ......................................... 82 Quadro 31: Apurao IRPJ e CSLL pelo Lucro Real Anual -2009 ......................................... 83

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    Quadro 32: Apurao IRPJ e CSLL pelo Lucro Real Trimestral - 2007 ................................. 85 Quadro 33: Apurao IRPJ e CSLL pelo Lucro Real Trimestral - 2008 ................................. 86 Quadro 34: Apurao IRPJ e CSLL pelo Lucro Real Trimestral - 2009 ................................. 87 Quadro 35: Quadro Comparativo dos Encargos Tributrios .................................................... 88 Quadro 36: Quadro Comparativo dos Encargos Tributrios .................................................... 89 Quadro 37: Quadro Comparativo dos Encargos Tributrios .................................................... 93

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    INTRODUO

    A contabilidade de fundamental importncia para a tomada de deciso gerencial nas empresas. Tem como finalidade principal coletar, sistematizar e registrar fatos contbeis praticados pela empresa, demonstrando sua real situao patrimonial e econmico-financeira, de acordo com os princpios e normas de contabilidade.

    Com a inteno de se estabilizar no mercado e enfrentar a concorrncia, as empresas procuram alternativas para reduzir seus custos e obter lucros. A maior dificuldade de quem abre uma empresa, no s a alta carga tributria, mas tambm o desconhecimento dessa carga. O empresrio, muitas vezes, no tem o conhecimento da responsabilidade fiscal e, quando se depara com tais conhecimentos, perde o controle da situao.

    Diante das constataes acima se decidiu realizar este estudo, porque alm do interesse particular observa-se tambm uma carncia de profissionais qualificados para atender as demandas da rea.

    No primeiro captulo deste trabalho apresentada a contextualizao do estudo, onde demonstra-se a rea de conhecimento contemplada, a caracterizao da empresa estudada, a problematizao do tema, objetivos gerais e especficos, justificativa da escolha do tema. Em seguida apresenta-se a metodologia do trabalho, a classificao da pesquisa e seus pontos de vista: Quanto a sua natureza, seus objetivos e procedimentos tcnicos.

    A reviso bibliogrfica, apresentada no segundo captulo, contm os embasamentos tericos que fundamentaro a rea do conhecimento, buscando a base terica para anlise da problemtica definida. Por fim, apresenta-se a aplicao prtica, a concluso e a bibliografia consultada.

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    1. CONTEXTUALIZAO DO ESTUDO

    Nesse trabalho apresenta-se o Planejamento Tributrio de um Posto de Combustvel localizado na cidade de Iju/RS.

    A contextualizao do estudo apresenta a rea do conhecimento contbil escolhida para a realizao do Trabalho de Concluso de Curso, bem como a caracterizao da organizao, a problematizao do tema, os objetivos a serem alcanados durante o trabalho, a justificativa do aluno pela escolha do tema, e por fim, a metodologia que ser utilizada.

    1.1 rea de Conhecimento Contemplada

    Atualmente a legislao fiscal vem enfrentando constantes alteraes, em pequenos perodos de tempo, deixando os empresrios cada vez mais preocupados e inseguros, pois mal entendem uma lei, j surge outra para substitu-la. Em virtude disso foi desenvolvido este trabalho na rea de contabilidade tributria, com nfase no planejamento tributrio de impostos, para orientar o empresrio a administrar com clareza e segurana seus tributos, dentro das devidas leis.

    1.2 Caracterizao da organizao

    O presente trabalho foi desenvolvido na empresa Zan & Cia Ltda, localizada no municpio de Iju/RS com ramo de comrcio varejista de combustveis e lubrificantes para veculos automotores e lubrificantes e inclusive gs. Iniciou suas atividades em 19 de agosto de 1999. Sendo enquadrada no ICMS como modalidade geral e seu atual regime de tributao federal o Lucro Real.

    1.3 Problematizao do tema

    A carga tributria que incide sobre as empresa bastante alta, o que faz com que estas paguem um montante significativo de impostos sobre as suas receitas. Em funo disso, os empresrios e profissionais envolvidos, necessitam de alternativas rpidas e precisas para a reduo de seus custos. Para que obtenham sucesso, necessrio que sejam feitos diversos

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    estudos e anlises das informaes contbeis disponveis na empresa, visando assim encontrar alternativas legais que venham maximizar seus lucros.

    No bastasse a pesadssima carga tributria imposta aos contribuintes, existe ainda a complexa legislao tributria brasileira, que se apresenta como um emaranhado de normas legais e infralegais, que devem ser conhecidas e estudadas para serem aplicadas aos mais variados casos.

    Com a globalizao, o mercado competitivo e o pesado nus tributrio que domina as empresas, requerem do profissional da contabilidade, a todo instante, prticas de gerenciamento eficazes para preservar a continuidade do empreendimento. Procurar formas lcitas de reduzir o pagamento de tributos e ao mesmo tempo permanecer atento s mudanas da legislao uma necessidade indispensvel para manuteno dos negcios e maximizao dos lucros.

    em casos como esses, que o planejamento tributrio assume um papel de extrema importncia na estratgia e finanas das empresas, pois quando se analisam os balanos das mesmas, percebe-se que os encargos relativos a impostos, taxas e contribuies so em alguns casos mais representativos do que os custos de produo.

    O presente trabalho um estudo de caso, em uma empresa que atua no comrcio varejista de combustveis e lubrificantes no municpio de Iju. O estudo foi um instrumento para a tomada de decises, atravs do planejamento tributrio, permitindo a anlise e opo pela melhor forma de tributao para minimizar os gastos com impostos e otimizar seus lucros.

    Diante destes fatores pergunta-se: Qual a melhor forma de enquadramento em nvel federal para uma empresa que atua no ramo de comrcio varejista de combustveis?

    1.4 Objetivos

    Os objetivos tm como base a problematizao do tema. O objetivo geral evidencia a idia central do trabalho, enquanto os objetivos especficos definem detalhadamente o que se pretende alcanar com a realizao do TCC.

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    1.4.1 Objetivo geral

    O presente trabalho tem como objetivo geral efetuar um estudo sobre a melhor alternativa de enquadramento e pagamento de tributos federais de uma empresa que atua no comrcio varejista de combustveis.

    1.4.2 Objetivos especficos

    -Efetuar uma pesquisa bibliogrfica dos embasamentos tericos da Legislao Tributria, Contabilidade Tributria, Planejamento Tributrio; -Coletar documentos e relatrios contbeis necessrios realizao do Planejamento Tributrio; -Proceder os clculos das diversas formas de tributao; -Realizar anlises e comparaes, verificando qual a forma mais econmica de tributao a nvel federal.

    1.5 Justificativa

    Para as empresas, reduo de custos e despesas de extrema importncia para a tomada de decises, pois o mercado de trabalho bastante competitivo e o empresrio deve estar preparado para adequar-se as constantes mudanas. Quando esta reduo trata-se de tributos, o nico profissional habilitado para proceder a um estudo e avaliar se estes no esto sendo excessivos o profissional contbil.

    Atravs do Planejamento Tributrio, o profissional contbil poder auxiliar a empresa a reduzir legalmente sua carga tributria, analisando as diversas formas de tributao, dentro dos princpios contbeis e da legislao vigente.

    funo do contador, conhecer a legislao pertinente e certificar-se de que sua aplicabilidade no poder ser considerada ilcita e, simultaneamente, procurar maneiras para que, dentro da legalidade e com segurana, a empresa obtenha economias no pagamento de tributos.

    Diante disto, este trabalho de grande importncia para a empresa objeto do estudo,

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    pois atravs deste ficar conhecendo como funciona cada mtodo de tributao e poder assim escolher dentre eles o mais vantajoso para ela. Assim economizando recursos, a empresa poder utiliz-lo para a expanso do negcio.

    Como acadmica busca-se o aprimoramento na rea tributria, a qual considera uma das mais importantes na profisso contbil. Colocando em prtica, com conhecimentos tcnicos desenvolvidos durante as aulas, aprofundados agora com a reviso bibliogrfica, para que no futuro possa vir a atuar nessa rea. Ao nvel acadmico, produzir material que sirva como contedo de estudo para profissionais e estudantes tanto do Direito como da Contabilidade.

    Este estudo aborda uma tcnica que contribui para uma importante rea de atuao dos contadores de planejamento tributrio que no explorada com profundidade na Universidade. Tambm, contribui como fonte para novas pesquisas, pois h carncia em livros relacionados a esse tema e os que so encontrados muitas vezes esto desatualizados, o que acaba comprometendo o estudo, pois esta uma rea que vive em constante mudana.

    O presente estudo torna-se vivel medida em que consegue demonstrar aos demais usurios das informaes, dados essenciais de como elaborar um planejamento tributrio de acordo com a legislao. Os empresrios e os profissionais devem estar preparados para a real necessidade de se planejar, sendo que mais que vivel realizar esse processo, porque hoje o mercado muito competitivo, e a maioria est despreparada ou no tem esse conhecimento, ou ainda no se conscientizaram para este tipo de situao.

    1.6 Metodologia do Trabalho

    Esta etapa busca classificar a pesquisa explicitando qual a metodologia utilizada. A metodologia inclui o conjunto de tcnicas empregadas para a realizao de um trabalho. Est voltada aos procedimentos, ferramentas e caminhos que sero usados para chegar ao resultado que se quer.

    Na metodologia do Trabalho de Concluso de Curso definido o tipo de pesquisa, as formas de coleta, anlise e interpretao de dados mais apropriados para a sua realizao, tanto na fase terica como na fase prtica. Inicialmente apresenta-se o tipo de classificao da pesquisa que ser realizada, a seguir, o plano de coleta de dados, o plano de anlise e

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    interpretao de dados.

    1.6.1 Classificao da Pesquisa

    Em observncia ao artigo 8, item b, do Regulamento do Trabalho de Concluso de Curso da Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul, o trabalho realizado na modalidade de monografia por se tratar de relatrio tcnico-cientfico decorrente de estudos e pesquisas ligadas ao campo do conhecimento contbil.

    A pesquisa pode ser classificada segundo a sua natureza, quanto forma de abordagem do problema, do ponto de vista de seus objetivos e seus procedimentos tcnicos.

    1.6.1.1 Do Ponto de Vista de Sua Natureza

    Boaventura (2004) classifica a pesquisa em fundamental ou bsica e aplicada. A pesquisa fundamental busca aumentar o conhecimento cientfico atravs da descoberta de leis e efeitos.

    De acordo com Gil (1999) a pesquisa bsica um conhecimento mais generalizado, objetivando a formulao de teorias e leis.

    Segundo Boaventura (2004) a pesquisa aplicada objetiva gerar conhecimentos para a aplicao prtica dirigida soluo de problemas especficos.

    Considerando o exposto acima este trabalho se classifica como pesquisa aplicada, pois objetiva a gerao de conhecimento atravs do estudo de bibliografia especfica e legislao tributria, para aplicao prtica com intuito de simular as diversas formas de tributao dos impostos federais permitindo a anlise das variaes ocorridas atravs do planejamento tributrio.

    1.6.1.2 Quanto Forma de Abordagem do Problema

    De acordo com Boaventura (2004) outra forma de pesquisa a qualitativa e quantitativa, conforme trabalhe e se expresse em nmeros. A pesquisa qualitativa uma

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    pesquisa descritiva, em que os pesquisadores se interessam mais pelo processo do que pelos resultados e examinam os dados de maneira indutiva privilegiando o significado. J a pesquisa quantitativa caracteriza-se pelo emprego da quantificao na coleta de informaes e no tratamento dessas atravs de tcnicas estatsticas.

    Este trabalho classificado como pesquisa quantitativa, pois far a quantificao das informaes coletadas para que as mesmas sejam classificadas e analisadas.

    1.6.1.3 Do Ponto de Vista de Seus Objetivos

    Conforme Gil (1999), quanto aos seus objetivos, a pesquisa pode ser classificada em Pesquisa Exploratria, Pesquisa Descritiva e Pesquisa Explicativa.

    A pesquisa exploratria consiste especialmente em aprofundar conhecimentos quando o tema escolhido pouco explorado e de difcil entendimento. Ela visa esclarecer e modificar conceitos e idias, com o objetivo de facilitar a compreenso do assunto para estudos posteriores. De modo geral utilizam-se o levantamento bibliogrfico e documental, entrevistas e estudos de caso.

    A pesquisa descritiva tem como objetivo principal identificar as caractersticas de determinada populao ou fenmeno. As tcnicas padronizadas de coleta de dados so as mais empregadas neste tipo de pesquisa.

    A pesquisa explicativa objetiva identificar os fatores que interferem ou contribuem para ocorrncia dos fenmenos. o tipo de pesquisa que mais aprofunda o conhecimento da realidade, porque explica a razo, o porqu das coisas. Nas cincias naturais utiliza quase que exclusivamente o mtodo experimental, e nas cincias sociais, sobretudo, o mtodo observacional.

    Assim este trabalho enquadrado como pesquisa exploratria, uma vez que se utilizar pesquisa bibliogrfica, documental e o estudo e anlise da melhor forma de tributao a ser aplicada na empresa de que trata o trabalho.

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    1.6.1.4 Do Ponto de Vista dos Procedimentos Tcnicos

    Quanto aos procedimentos tcnicos a pesquisa pode ser classificada em pesquisa bibliogrfica, pesquisa documental, levantamento e estudo de caso.

    De acordo com Gil (1999) a pesquisa bibliogrfica desenvolvida a partir de material j existente, como livros e artigos cientficos. A pesquisa documental elaborada a partir de materiais que no receberam ainda um tratamento analtico, como documentos oficiais, contratos, etc. A pesquisa do tipo levantamento se caracteriza pelo questionamento direto das pessoas cujo comportamento se almeja conhecer. E o estudo de caso se caracteriza pelo estudo profundo e exaustivo de um ou de poucos objetos, permitindo assim o seu conhecimento vasto e detalhado.

    Este trabalho classificado como pesquisa bibliogrfica porque se utiliza de matrias literrias para o aprofundamento do tema estudado. Como pesquisa documental, pois foi efetuado o estudo de documentos fornecidos pela empresa, tais como balancete, balano, etc. E estudo de caso por se tratar de circunstncias especficas da empresa a qual se refere este trabalho, objetivando realizar o planejamento tributrio da mesma.

    1.6.2 Plano de Coleta de Dados

    Conforme Roesch (2006) no plano de coleta de dados necessrio especificar os documentos que sero analisados, quando os mesmos sero levantados e quais instrumentos sero utilizados para este fim, ou seja, de que forma sero coletados os dados para a realizao do trabalho.

    Inicialmente foi realizada a reviso bibliogrfica para a qual ser utilizada a legislao tributria e ainda livros, artigos, internet. A seguir foi realizado o levantamento dos dados atravs de documentos contbeis dos fatos ocorridos, como balanos patrimoniais, balancete, relatrios de faturamento e demais demonstrativos contbeis fornecidos pela empresa.

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    1.6.3 Plano de Anlise e Interpretao de Dados

    No plano de anlise e interpretao dos dados o pesquisador dever encontrar meios de organizar o material coletado, para aps efetuar a anlise das informaes e realizar uma concluso sobre a pesquisa.

    Segundo Roesch (2006) no plano de anlise de dados sugere-se que o aluno visualize como far a descrio e anlise dos resultados, sendo que para tal poder prever a utilizao de grficos e tabelas.

    No caso deste trabalho a anlise e interpretao das informaes foram feitas com base na reviso terica, a qual foi aplicada nos clculos efetuados, sendo que estes foram demonstrados atravs de tabelas. Por final foi emitida a concluso a qual se chegou atravs de todos os dados levantados.

    Por se tratar de planejamento tributrio, o trabalho foi realizado no domiclio da autora, sendo que a produo dos clculos, tabelas, grficos e concluses foram feitos atravs de ferramentas disponveis em Word e Excel.

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    2. REVISO BIBLIOGRFICA

    A reviso bibliogrfica uma pesquisa na literatura dos fundamentos para o entendimento do tema a que se refere o trabalho. A sua funo dar suporte com informaes tericas e tcnicas para a realizao da parte prtica do Trabalho de Concluso de Curso.

    2.1 Contabilidade Tributria

    As principais funes da contabilidade tributria apurar com exatido o resultado tributvel de determinado exerccio fiscal, bem como cuidar da emisso, escriturao, do registro dos documentos fiscais, com base na legislao pertinente.

    De acordo com Oliveira et al (2004), pode-se dizer que contabilidade tributria o ramo da contabilidade, o estudo da teoria e a aplicao prtica dos princpios e normas bsicas da legislao tributria, sendo responsvel pelo gerenciamento dos tributos.

    O contador deve estar sempre atento legislao tributria, pois esta vive em constante mudana. Por este motivo o mesmo deve estar sempre atualizado a fim de no causar danos empresa.

    A Contabilidade Fiscal operacionaliza com a escriturao de fatos que geram obrigaes tributrias e fiscais. Representa a obrigatoriedade das empresas de prestarem informaes legalmente exigidas pelos rgos governamentais dos diferentes entes pblicos.

    2.2 Planejamento Tributrio

    O planejamento tributrio muito importante para a tomada de deciso na empresa. Este tem como objetivo principal a economia de tributos e assim tenta buscar alternativas para reduzir, eliminar e at retardar legalmente o pagamento de tributos. Tambm, uma das funes da contabilidade tributria, que consiste em um estudo minucioso dos tributos incidentes na operao de determinada empresa, alm de considerar a legislao tributria vigente.

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    De acordo com Oliveira et al (2004. P.38) entende-se planejamento tributrio como:

    Uma forma lcita de reduzir a carga fiscal, o que exige alta dose de conhecimento tcnico e bom-senso dos responsveis pelas decises estratgicas no ambiente corporativo. Trata-se do estudo prvio concretizao dos fatos administrativos, dos efeitos jurdicos, fiscais e econmicos de determinada deciso gerencial, com o objetivo de encontrar a alternativa legal menos onerosa para o contribuinte.

    Para uma empresa obter sucesso, de fundamental importncia ter uma contabilidade bem feita e um bom planejamento tributrio. nesse contexto que entra o papel do contador, tendo a oportunidade de dar enormes contribuies direo da empresa.

    Segundo Fabretti (2003, p. 32), planejamento tributrio o estudo feito preventivamente, ou seja, antes da realizao do fato administrativo, pesquisando-se seus efeitos jurdicos e econmicos e as alternativas legais menos onerosas.

    2.3 Sistema Tributrio Nacional

    O Sistema Tributrio Nacional esta estruturado de forma a permitir ao Estado a cobrana de impostos, taxas e contribuio de melhoria e contribuies sociais.

    Segundo Art. 2/CTN. O Sistema tributrio nacional regido:

    O Sistema tributrio nacional regido pelo disposto na Emenda Constitucional n.18, de 1 de dezembro de 1965, em leis complementares, em resolues do Senado Federal e, nos limites das respectivas competncias, em leis federais, nas Constituies e em leis estaduais, e em leis municipais.

    De acordo com Harada (2006 p.324) conceitua o Sistema Tributrio Nacional como:

    O Sistema Tributrio Nacional o conjunto de normas constitucionais de natureza tributria, inserido no sistema jurdico global, formado por um conjunto unitrio e ordenado de normas subordinadas aos princpios fundamentais, reciprocamente harmnicos, que organiza os elementos constitutivos do Estado, que outra coisa no seno a prpria Constituio.

    A Lei 5.172, de 25 de Outubro de 1966, com alteraes posteriores, passa denominar-se Cdigo Tributrio Nacional, conforme artigo 7:

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    Art. 7 A competncia tributria indelegvel, salvo atribuio das funes de arrecadar ou fiscalizar tributos, ou de executar leis, servios, atos ou decises administrativas em matria tributria, conferida por uma pessoa jurdica de direito pblico a outra, nos termos do 3 do artigo 18 da Constituio. 1 A atribuio compreende as garantias e os privilgios processuais que competem pessoa jurdica de direito pblico que a conferir. 2 A atribuio pode ser revogada, a qualquer tempo, por ato unilateral da pessoa jurdica de direito pblico que a tenha conferido. 3 No constitui delegao de competncia o cometimento, a pessoas de direito privado, do encargo ou da funo de arrecadar tributos.

    2.3.1 Conceito de tributo

    Tributo a obrigao imposta aos indivduos e pessoas jurdicas com a finalidade de recolher valores ao Estado, ou entidades equivalentes. comumente chamado por imposto.

    De acordo com Oliveira et al (2004. p.23) o Cdigo Tributrio Nacional conceitua tributo como:

    O Cdigo Tributrio Nacional conceitua tributo como toda prestao pecuniria compulsria, em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir, que no constitua sano por ato ilcito, instituda em lei e cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada.

    O tributo devido um ente pblico (Unio, Estado e Municpio). algo obrigatrio institudo em lei e no h como negar recolhe-los, porm existem maneiras de se pagar menos e de forma lcita. Sua principal finalidade obter meios para o atendimento das necessidades financeiras do Estado.

    2.3.2 Espcies de tributos

    O Sistema Tributrio Nacional est estruturado de forma a permitir ao Estado a cobrana de: Impostos, Taxas e Contribuies de melhoria.

    Art. 145/CF. A Unio, os Estados, o Distrito Federal e os Municpios podero instituir os seguintes tributos: I - impostos; II - taxas, em razo do exerccio do poder de polcia ou pela utilizao, efetiva ou potencial, de servios pblicos especficos e divisveis, prestados ao contribuinte ou postos a sua disposio; III - contribuio de melhoria, decorrente de obras pblicas.

    Segundo Art. 5 do CTN, os tributos so impostos, taxas e contribuies de melhoria.

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    De acordo com Art. 146/CF. Cabe lei complementar:

    I - Dispor sobre conflitos de competncia, em matria tributria, entre a Unio, os Estados, o Distrito Federal e os Municpios; II - regular as limitaes constitucionais ao poder de tributar; III - estabelecer normas gerais em matria de legislao tributria, especialmente sobre: a) definio de tributos e de suas espcies, bem como, em relao aos impostos discriminados nesta Constituio, a dos respectivos fatos geradores, bases de clculo e contribuintes; b) obrigao, lanamento, crdito, prescrio e decadncia tributrios; c) adequado tratamento tributrio ao ato cooperativo praticado pelas sociedades cooperativas.

    2.3.2.1 Impostos

    O imposto a quantia em dinheiro legalmente exigida pelo Poder Pblico, que dever ser paga pela pessoa fsica ou jurdica a fim de atender s despesas feitas no interesse comum, sem levar em conta vantagens de ordem pessoal ou particular.

    Segundo Fabretti (2003 p.116) imposto :

    aquele que, uma vez institudo por lei, devido, independentemente de qualquer atividade estatal em relao ao contribuinte. Portanto, no est vinculado a nenhuma prestao especfica do Estado ao sujeito passivo.

    De acordo com Art. 16/ CTN/66. O imposto tributo cuja obrigao tem por fato gerador uma situao independente de qualquer atividade estatal especfica, relativa ao contribuinte.

    Segundo Art. 154 CF/88 - A Unio poder instituir:

    I - mediante lei complementar, impostos no previstos no artigo anterior, desde que sejam no-cumulativos e no tenham fato gerador ou base de clculo prprio dos discriminados nesta Constituio; II - na iminncia ou no caso de guerra externa, impostos extraordinrios, compreendidos ou no em sua competncia tributria, os quais sero suprimidos, gradativamente, cessadas as causas de sua criao.

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    2.3.2.2 Taxas

    A taxa diferencia-se do imposto, pois quando paga-se uma taxa, em contrapartida tem-se a prestao de um servio pblico. Possu natureza jurdica de Direito Pblico e como fato gerador o exerccio regular do poder de polcia, estando sujeitas a todas as limitaes legais, sendo que a sua cobrana est vinculada efetiva prestao do servio.

    Segundo art. 77/CTN as taxas tem como fator gerador:

    As taxas cobradas pela Unio, pelos Estados, pelo Distrito Federal ou pelos Municpios, no mbito de suas respectivas atribuies, tm como fato gerador o exerccio regular do poder de polcia, ou a utilizao, efetiva ou potencial, de servio pblico especfico e divisvel, prestado ao contribuinte ou posto sua disposio.

    De acordo com Harada (2006, p. 329):

    Podemos conceituar a taxa como um tributo que surge da atuao estatal diretamente dirigida ao contribuinte, quer pelo exerccio do poder de polcia, quer pela prestao efetiva ou potencial de um servio pblico especfico e divisvel, cuja base de clculo difere, necessariamente, da de qualquer imposto.

    O fato gerador da taxa no um fato do contribuinte, mas um fato do Estado. O Estado exerce determinada atividade e, por isso, cobra taxa da pessoa a quem aproveita aquela atividade. A taxa possui um carter contraprestacional, pois existe nela um benefcio ou vantagem para o contribuinte.

    2.3.2.3 Contribuio de melhoria

    De acordo com a legislao brasileira a contribuio de melhoria o tributo, onde a obrigao tem por fato gerador uma situao que representa um benefcio especial auferido pelo contribuinte. Seu fim se destina s necessidades do servio ou atividade estatal, previsto no art. 145, III, da Constituio Federal.

    Segundo Art.81/CTN:

    A contribuio de melhoria cobrada pela Unio, pelos Estados, pelo Distrito Federal ou pelos Municpios, no mbito de suas respectivas atribuies, instituda para fazer face ao custo de obras pblicas de que decorra valorizao imobiliria, tendo

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    como limite total a despesa realizada e como limite individual o acrscimo de valor que da obra resultar para cada imvel beneficiado.

    De acordo com Machado (2004, p.72) contribuio de melhoria :

    o tributo cuja obrigao tem como fato gerador a valorizao de imveis decorrente de obra pblica. Distingue-se do imposto porque depende de atividade estatal especfica, e da taxa porque a atividade estatal de que depende diversa. Enquanto a taxa esta ligada ao exerccio regular do poder de polcia, ou a servio pblico, a contribuio de melhoria est ligada realizao de obra pblica. Caracteriza-se, ainda, a contribuio de melhoria por ser o seu fato gerador instantneo e nico.

    A contribuio de melhoria pode ser instituda e cobrada por quaisquer dos entes tributantes, desde que, por evidente, seja realizada a obra pblica que d sustentao ao fato gerador desse tributo. Ela um instrumento de grande valia para o desenvolvimento da atividade urbana. Percebe-se que o tributo da contribuio de melhoria um meio capaz de aperfeioar a gesto urbanstica brasileira, de forma a propiciar uma melhor condio de vida no espao em que habitam. um tributo de aspecto quantitativo simplificado, j que no possui base de clculo. So exemplos de obras pblicas as de saneamento bsico, construo de estradas e metrs, construo, alargamento e pavimentao de ruas, canalizao, etc.

    2.3.2.4 Contribuio social

    Foram criadas pelo art. 195 da CF. e tiveram sua redao alterada pela EC n 20/1998. Essa emenda constitucional ampliou o conceito de contribuinte das contribuies sociais, que era o empregador, passando a definir com contribuinte, alm do empregador, a empresa e a entidade a ela equiparada na forma de lei.

    Art. 195/CF - A seguridade social ser financiada por toda a sociedade, de forma direta e indireta, nos termos da lei, mediante recursos provenientes dos oramentos da Unio, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municpios, e das seguintes contribuies sociais: I - do empregador, da empresa e da entidade a ela equiparada na forma da lei, incidentes sobre: a) a folha de salrios e demais rendimentos do trabalho pagos ou creditados, a qualquer ttulo, pessoa fsica que lhe preste servio, mesmo sem vnculo empregatcio; b) a receita ou o faturamento; c) o lucro;

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    A Constituio Federal em seu artigo 149 da a competncia exclusiva para a Unio de instituir trs tipos de contribuies:

    Art. 149-CF/88. Compete exclusivamente Unio instituir contribuies sociais, de interveno no domnio econmico e de interesse das categorias profissionais ou econmicas, como instrumento de sua atuao nas respectivas reas, observado o disposto nos arts. 146, III, e 150, I e III, e sem prejuzo do previsto no art. 195, 6, relativamente s contribuies a que alude o dispositivo. Pargrafo nico. Os Estados, o Distrito Federal e os Municpios podero instituir contribuio, cobrada de seus servidores, para o custeio, em benefcio destes, de sistemas de previdncia e assistncia social.

    2.3.2.5 Emprstimo Compulsrio

    O emprstimo Compulsrio pode ser tido como uma espcie particular de tributo, pois alm de ser autorizado em situaes prprias dever ser devolvido ao sujeito passivo que o tenha suportado. No texto da Constituio Federal no seu artigo 148 dispe:

    Art. 148 CF/1988. A Unio, mediante lei complementar, poder instituir emprstimos compulsrios: I - para atender a despesas extraordinrias, decorrentes de calamidade pblica, de guerra externa ou sua iminncia; II - no caso de investimento pblico de carter urgente e de relevante interesse nacional, observado o disposto no art. 150, III, b. Pargrafo nico. A aplicao dos recursos provenientes de emprstimo compulsrio ser vinculada despesa que fundamentou sua instituio.

    2.4 Elementos Fundamentais do Tributo

    Os elementos fundamentais do tributo so: A obrigao tributria, os elementos fundamentais da obrigao tributria, contribuinte ou responsvel, base de clculo e alquota.

    2.4.1 Obrigao Tributria

    A obrigao tributria o vnculo jurdico pelo qual o Estado, com base exclusivamente na legislao tributria, pode exigir do particular uma prestao tributria positiva ou negativa.

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    De acordo com Oliveira et al (2004. P.28), possvel afirmar que obrigao tributria :

    possvel afirmar que obrigao tributria a relao de Direito Pblico na qual o Estado (sujeito ativo) pode exigir do contribuinte (sujeito passivo) uma prestao (objeto) nos termos e nas condies descritos na lei (fato gerador).

    A obrigao tributria uma relao jurdica tributria em que o contribuinte ou responsvel, tem o dever de prestar dinheiro ou de fazer algo em favor do sujeito ativo, que seria o Estado.

    2.4.2 Elementos fundamentais da obrigao tributria

    Os trs elementos fundamentais da obrigao tributria so: a lei, o objeto e o fato gerador.

    2.4.2.1 Lei

    A lei uma regra jurdica que permite, probe ou obriga uma conduta humana.

    Segundo Oliveira et al (2004. P.28) caracteriza a lei como:

    A lei o principal elemento da obrigao, pois cria os tributos e determina as condies de sua cobrana (princpio da legalidade dos tributos). Contudo, assume, em um sistema jurdico, formas diferentes de expresso, a partir de um texto fundamental (Constituio), as regras ordinrias de convivncia (leis em sentido restrito).

    De acordo com Harada (2006, p. 483), a lei que elege certos fatos econmicos, aptos a suportar a imposio fiscal, como veculo de incidncia tributria. Determinados fatos so abstratamente descritos na lei, tornando-se, assim, juridicizados.

    A lei uma norma, uma prescrio que visa orientar o comportamento humano,

    levando o homem a agir na sociedade segundo os preceitos legais. um preceito criador de direitos e obrigaes para o cidado que introduz algo de novo na sociedade e inova no direito.

  • 27

    2.4.2.2 Objeto

    De acordo com Oliveira et al (2004. P.29) pode-se entender objeto como:

    O objeto representa as obrigaes que o sujeito passivo (contribuinte) deve cumprir, segundo as determinaes legais. Basicamente, as prestaes consistem em: pagamento do valor em dinheiro referente ao tributo devido ou multa imposta por no-atendimento determinao legal (obrigao principal) ou cumprimento de formalidades complementares, destinadas a comprovar a existncia e os limites da operao tributada e a exata observncia da legislao aplicvel (obrigao acessria), como, por exemplo, a escriturao de livros fiscais, a apresentao de declaraes de rendimento, o preenchimento de formulrios, a absteno da prtica de certos atos etc.

    2.4.2.3 O fato gerador

    O fato gerador a situao definida em lei como necessria e suficiente para sua ocorrncia.

    Segundo Fabretti (2003, p. 128), denomina-se fato gerador a concretizao da hiptese de incidncia tributria prevista em abstrato na lei, que gera (faz nascer) a obrigao tributria.

    Para Harada (2006, p.484) costuma-se definir o fato gerador como uma situao abstrata, descrita na lei, a qual, uma vez ocorrida em concreto enseja o nascimento da obrigao tributria.

    2.5 Legislao tributria

    A legislao tributria se refere s leis referentes definio de tributos, atribuio de responsabilidade tributria e cobrana de tributos no pas, incluindo a fiscalizao e as penalidades para quem no cumpre a lei.

    Segundo Art. 96/CTN A expresso legislao tributria compreende as leis, os tratados e as convenes internacionais, os decretos e as normas complementares que versem, no todo ou em parte, sobre tributos e relaes jurdicas a eles pertinentes.

  • 28

    Conforme exposto acima, percebe-se que a Legislao Tributria indica os atos que constituem as fontes normativas do Direito Tributrio no sistema positivo brasileiro.

    2.5.1 Vigncia

    A vigncia, no espao e no tempo, da legislao tributria rege-se pelas disposies legais aplicveis s normas jurdicas em geral, ressalvado o previsto neste Captulo, Art. 101/CTN.

    Segundo Harada (2006, p. 474) a vigncia qualidade daquilo que est em vigor, isto , diz respeito validade formal da lei.

    Assim sendo, entende-se que uma lei para que seja legalmente aplicada, deve estar em vigor. E no que diz respeito ao tempo, a lei entra em vigor 45 dias depois da sua publicao oficial, exceto se estiver estipulado o contrrio.

    As disposies legais aplicveis s normas jurdicas em geral esto estabelecidas na Lei de Introduo ao Cdigo Civil Lei 4.657/1942 que estabelece em seu art. 1: ... salvo disposio contrria, a lei comea a vigorar em todo o pas quarenta e cinco dias depois de oficialmente publicada.

    2.5.2 Aplicao

    Art. 105/CTN A legislao tributria aplica-se imediatamente aos fatos geradores futuros e aos pendentes, assim entendidos aqueles cuja ocorrncia tenha tido incio, mas no esteja completa nos termos do artigo 116.

    De acordo com o artigo citado acima, entende-se que iniciada a concretizao do fato gerador aplica-se a norma que ento vigorava, mesmo que no curso deste venha ocorrer alterao da lei. No se admite no mbito tributrio que o contribuinte seja surpreendido por uma tributao que no tinha conhecimento.

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    2.5.3 Princpios Constitucionais do Sistema Tributrio Nacional

    O Sistema Constitucional Tributrio est sujeito a uma srie de Princpios constitucionais:

    Principio da Legalidade: O texto do referido art. 150, I da CF/88 estabelece que " vedado Unio, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municpios exigir ou aumentar tributo sem lei que o estabelea". Esse principio limita a atuao do poder tributante em prol da justia e da segurana jurdica dos contribuintes.

    Principio da Igualdade: Segundo art.150, II, CF/88, este princpio probe distino arbitraria, entre contribuintes que se encontrem em situaes semelhantes. Visa garantia do individuo, evitando perseguies e favoritismos. "Nem pode o aplicador, diante da lei, discriminar, nem se autoriza o legislador, ao ditar a lei a fazer discriminaes".

    Principio da Irretroatividade: De acordo com art. 150, III, a, CF/88, este principio probe a lei de retroagir: ou seja, no podem ser exigidos tributos sobre fatos geradores ocorridos antes do incio da vigncia da lei que instituiu ou aumentou algum tributo.

    Principio da Anterioridade: Segundo art. 150, III, b, CF/88, este princpio estabelece que os entes tributantes no podem exigir tributos no mesmo exerccio financeiro em que estes foram criados ou majorados. Sendo que o mesmo no se aplica aos seguintes tributos: Emprstimo compulsrio para atender despesas extraordinrias, IPI, IOF, II, IE, que podero ter alteradas suas regras, inclusive com aumento da carga tributria, no prprio exerccio financeiro.

    Principio do No Confisco: De acordo com art. 150, IV, CF/88, este principio visa estabelecer uma limitao atividade tributria do Estado, estabelecendo que o valor do tributo no poder ter alquota to elevada a ponto de representar a perda do bem ou mercadoria sobre o qual esteja incidindo. A cobrana no poder significar a perda do bem, pois se assim fosse, estaramos diante da possibilidade de negar vigncia do principio da garantia da propriedade privada.

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    2.6 Forma de Tributao do Imposto de Renda Pessoa Jurdica

    As Pessoas Jurdicas, por opo ou por determinao legal, so tributadas por uma das seguintes formas:

    a) Lucro Real b) Lucro Presumido. c) Lucro Arbitrado. d) Simples Nacional

    Segundo Pinto (2007, p.49) determina da seguinte forma a tributao do imposto de renda:

    A partir do ano-calendrio de 1997, o Imposto de Renda das pessoas jurdicas passou a ser determinado com base no lucro real, presumido, ou arbitrado, por perodos de apurao trimestrais, encerrados nos dias 31 de maro, 30 de junho, 30 de setembro e 31 de dezembro de cada ano-calendrio.

    Conforme art. 43/ CTN dispe da seguinte forma o fato gerador do IR:

    Art. 43/CTN - O imposto, de competncia da Unio, sobre a renda e proventos de qualquer natureza tem como fato gerador a aquisio da disponibilidade econmica ou jurdica: I - de renda, assim entendido o produto do capital, do trabalho ou da combinao de ambos; II - de proventos de qualquer natureza, assim entendidos os acrscimos patrimoniais no compreendidos no inciso anterior. 1o A incidncia do imposto independe da denominao da receita ou do rendimento, da localizao, condio jurdica ou nacionalidade da fonte, da origem e da forma de percepo. 2o Na hiptese de receita ou de rendimento oriundos do exterior, a lei estabelecer as condies e o momento em que se dar sua disponibilidade, para fins de incidncia do imposto referido neste artigo.

    O Simples Nacional um tratamento tributrio previsto na Lei Complementar n 123, de 14 de dezembro de 2006, que institui o Estatuto Nacional da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte. Entrou em vigor em 1 de julho de 2007. A partir de ento tornaram-se sem efeitos todos os regimes especiais de tributao para as microempresas e empresas de pequeno porte prprio da Unio, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municpios. O Simples Federal previsto na Lei n 9.317, de 1996, portanto, deixou de ser aplicado s ME e s EPP, sendo substitudo pelo Simples Nacional, a partir de 1 de julho de 2007.

  • 31

    2.6.1 Lucro Real

    Para fins da legislao do imposto de renda, o lucro real significa o prprio lucro tributvel, onde o mesmo distinto do lucro lquido apurado contabilmente.

    Segundo Rodrigues et al (2009, p.33) Lucro Real a forma completa de apurao do Imposto de Renda e da Contribuio Social sobre o Lucro Lquido direcionada a todas as pessoas jurdicas quer por obrigatoriedade prevista na legislao vigente quer por livre opo.

    De acordo com Oliveira et al ( 2004, p.176) considera que Lucro real :

    o lucro lquido do perodo apurado na escriturao comercial, denominado lucro contbil, ajustado pelas adies, excluses e compensaes autorizadas pela legislao do Imposto de Renda. Os ajustes do lucro lquido do perodo de apurao e a demonstrao do lucro real devem ser transcritos no Livro do Lucro Real (LALUR).

    Conforme artigo 247 do RIR/99 o Lucro Real :

    Art. 247. Lucro real o lucro lquido do perodo de apurao ajustado pelas adies, excluses ou compensaes prescritas ou autorizadas por este Decreto (Decreto-Lei n 1.598, de 1977, art. 6). 1 A determinao do lucro real ser precedida da apurao do lucro lquido de cada perodo de apurao com observncia das disposies das leis comerciais (Lei n 8.981, de 1995, art. 37, 1). 2 Os valores que, por competirem a outro perodo de apurao, forem, para efeito de determinao do lucro real, adicionados ao lucro lquido do perodo de apurao, ou dele excludos, sero, na determinao do lucro real do perodo de apurao competente, excludos do lucro lquido ou a ele adicionados, respectivamente, observado o disposto no pargrafo seguinte (Decreto-Lei n 1.598, de 1977, art. 6, 4). 3 Os valores controlados na parte "B" do Livro de Apurao do Lucro Real - LALUR, existentes em 31 de dezembro de 1995, somente sero atualizados monetariamente at essa data, observada a legislao ento vigente, ainda que venham a ser adicionados, excludos ou compensados em perodos de apurao posteriores (Lei n 9.249, de 1995, art. 6).

    2.6.1.1 Ajustes do Lucro Lquido Contbil para Apurao do Lucro Real

    Segundo Rodrigues et al (2009, p.43) :

  • 32

    Quando do levantamento do Balano ou Balancete em cada trimestre, o lucro lquido contbil dever ser ajustado de acordo com a legislao comercial e fiscal para fins de determinao do lucro real e da base de clculo da Contribuio Social sobre o Lucro Lquido.

    A partir da contabilidade, no final da apurao do exerccio da DRE, encontra-se o Resultado antes da CSLL, que poder ser lucro ou prejuzo. Aps apurao deste valor sero feitos os ajustes, sendo estes compreendidos como as adies e excluses.

    De acordo com o art. 247 do RIR/1999, lucro real o lucro lquido do perodo de apurao ajustado pelas adies, excluses ou compensaes prescritas ou autorizadas pela legislao fiscal.

    2.6.1.1.1 Adies

    Segundo Pinto (2007, p.150), para determinao do lucro real, sero adicionados ao lucro lquido do perodo-base:

    a) os custos, despesas, encargos, perdas, provises, participaes e quaisquer outros valores deduzidos na apurao do lucro lquido, que, de acordo com o Regulamento do Imposto de Renda, no sejam dedutveis na determinao do lucro real;

    b) os resultados, rendimentos, receitas e quaisquer outros valores no includos na apurao do lucro lquido que, de acordo com o Regulamento do Imposto de Renda, devam ser computados na determinao do lucro real.

    2.6.1.1.2 Excluses e Compensaes

    Segundo Pinto (2007, p.151) para determinao do lucro real, podero ser excludos do lucro lquido, no perodo-base:

    a) os valores cuja deduo seja autorizada pelo Regulamento do Imposto de Renda e que no tenham sido computados na apurao do lucro lquido contbil do perodo-base;

  • 33

    b) os resultados, rendimentos, receitas ou quaisquer outros valores includos na apurao que, de acordo com o Regulamento do Imposto de Renda, no sejam computados no lucro real;

    c) prejuzos fiscais apurados em perodos-base anteriores, nas condies definidas na legislao.

    2.6.2 Pessoas jurdicas obrigadas a optar

    De acordo com a lei 7.918 Art. 14, esto obrigadas a optar pelo lucro real as pessoas jurdicas que estiverem enquadradas em uma das seguintes situaes:

    I - cuja receita total, no ano-calendrio anterior, seja superior ao limite de R$ 48.000.000,00 (quarenta e oito milhes de reais), ou ao limite proporcional de R$ 4.000.000,00 (quatro milhes de reais), multiplicados pelo nmero de meses do perodo, quando inferior a 12 (doze) meses; II - cujas atividades sejam de bancos comerciais, bancos de investimentos, bancos de desenvolvimento, caixas econmicas, sociedade de crdito, financiamento e investimento, sociedade de crdito imobilirio, sociedades corretoras de ttulos, valores mobilirios e cmbio, distribuidora de ttulos e valores mobilirios, empresas de arrendamento mercantil, cooperativas de crdito, empresas de seguros privados e de capitalizao e entidades de previdncia privada aberta; III - que tiverem lucros, rendimentos ou ganhos de capital oriundo do exterior; IV- que, autorizadas pela legislao tributria, usufruam de benefcios fiscais relativos iseno ou reduo do imposto; V - que, no decorrer do ano-calendrio, tenham efetuado pagamento mensal do imposto de renda, determinado sobre a base de clculo estimada, na forma do RIR/1999, art. 222; VI - que exeram atividade de factoring.

    2.6.3 Formas de tributao do Lucro Real

    So caracterizadas em trs formas de tributao: Lucro real trimestral, lucro real anual e lucro real por estimativa (mensal).

    2.6.3.1 Lucro Real Trimestral

    A apurao com base no lucro real trimestral ser procedida com o levantamento de Balanos ou Balancetes no encerramento de cada trimestre.

  • 34

    De acordo com Rodrigues et al (2009) a apurao do lucro real trimestral uma forma completa e definitiva de tributao. Este deve ser determinado por perodos trimestrais encerrados nos dias 31 de maro, 30 de junho, 30 de setembro e 31 de dezembro de cada ano calendrio, com base no resultado lquido de cada trimestre.

    O resultado da apurao do lucro real trimestral ser apurado com base nas demonstraes contbeis, levando em considerao a legislao comercial e fiscal, onde o mesmo ser ajustado pelas adies, excluses e compensaes determinadas pela legislao tributria.

    De acordo com Art. 21 da Lei n 9.249/1995, a pessoa jurdica que tiver parte ou todo o seu patrimnio absorvido em virtude de incorporao, fuso ou ciso dever levantar balano especfico para esse fim, no qual os bens e direitos sero avaliados pelo valor contbil ou de mercado.

    So consideradas as receitas e as despesas que a empresa obtenha durante o trimestre. Esta forma de tributao a que mais se aproxima da apurao verdadeira do lucro/prejuzo auferido pela pessoa jurdica. Para as empresas que possuem muitas despesas, consideradas dedutveis para fins do imposto de renda, esta uma forma de tributao aconselhvel.

    2.6.3.2 Imposto de Renda da Pessoa Jurdica (IRPJ) - Lucro Real Trimestral

    Segundo Oliveira et al ( 2004), o imposto de renda trimestral ser calculado mediante a aplicao de alquotas, podero ser feitas dedues do valor do imposto de renda trimestral e o prazo de pagamento do Imposto de Renda e da Contribuio Social podero ser pagos em quota nica no ms seguinte ao trimestre,sem acrscimos.

    Quadro 1: Alquotas, dedues e prazo de pagamento do Imposto de Renda Trimestral

    Alquota

    a) alquota normal de 15% (quinze por cento) sobre a totalidade da base de clculo, ou seja, 15% do lucro real; b) alquota adicional de 10% sobre a parcela da base de clculo que exceder o limite de R$ 60.000,00 - limite trimestral. No caso de incio de atividades, o limite trimestral ser proporcional ao nmero de meses, ou seja, R$ 20.000,00 para cada ms em que a empresa exerceu atividades no trimestre.

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    Fonte: Oliveira et al (2004,p.183)

    2.6.3.3 Contribuio Social sobre o Lucro Lquido (CSLL) - Lucro Real Trimestral

    A contribuio social devida, apurada trimestralmente, ser paga em quota nica, at o ltimo dia til do ms subseqente ao do encerramento do perodo de apurao. A pessoa jurdica tambm poder optar o pagamento em trs quotas mensais, iguais e com vencimento no ltimo dia til dos trs meses subseqentes ao de encerramento do perodo de apurao a que corresponder, acrescidas de juros equivalentes taxa Selic.

    Aps as adies e excluses ao resultado antes da CSLL, faz-se a compensao da base de clculo negativa de perodos anteriores (limitada em 30% do resultado apurado) e encontra-se a base de clculo da CSLL, sobre a qual se aplica a alquota de 9% e apura-se o valor da CSLL devida.

    2.6.4 Lucro Real Anual

    A legislao atual permite a quem estiver obrigada, a optar pela tributao de lucro real, a opo de escolher entre fazer o recolhimento do imposto de renda e da contribuio social por estimativa, ou, ento, utilizar o sistema de apurao trimestral.

    Segundo Oliveira et al (2004), o lucro Real Anual ser apurado no perodo de janeiro a dezembro de cada ano, sendo que a empresa dever recolher os tributos mensalmente.

    De acordo com Rodrigues et al (2009, p.34) o Lucro Real Anual uma forma de tributao em que dever apurar o lucro real, definitivamente, em 31 de dezembro de cada ano-calendrio, com antecipaes mensais, do imposto de renda e da contribuio social.

    Dedues

    a) os incentivos fiscais, dentro dos limites e condies fixados pela legislao; b) o Imposto de Renda pago ou retido na fonte sobre receitas computadas na determinao do lucro real. c) o saldo de imposto pago a maior ou indevidamente em perodos anteriores.

    Prazo para Pagamento

    a) o Imposto de Renda e a Contribuio Social a pagar, apurados em cada trimestre, podero ser pagos em quota nica no ms seguinte ao trimestre, sem qualquer acrscimo. O contribuinte tem a opo de pagar em trs quotas mensais, com juros pela taxa Selic at o ms anterior ao do pagamento e de 1% no ms.

  • 36

    Ainda, conforme Rodrigues et al (2009, p.34), a pessoa Jurdica:

    Pode suspender ou reduzir o imposto devido a qualquer momento, mediante a elaborao de balanos ou balancetes de suspenso ou reduo de imposto devendo escriturar a Parte A do Livro de Apurao do Lucro Real (LALUR) e do Livro Dirio.

    A pessoa jurdica optante pelo lucro real anual pode apurar o IRPJ e a CSLL, com base na receita bruta auferida mensalmente e com base em Balanos ou Balancetes de Suspenso ou Reduo.

    2.6.5 Lucro Real por Estimativa (mensal)

    Nesta forma de tributao, o imposto de renda e a contribuio social sobre o lucro so calculados mensalmente, com base no faturamento. So aplicados percentuais (definidos em lei, de conformidade com a atividade desempenhada) sobre a base de clculo. Esta dever ser acrescida de demais receitas no operacionais para que sobre este montante, seja aplicada a alquota do imposto de renda.

    Deve ser efetuado um balano de ajuste em dezembro, para confrontao entre o que foi pago durante o ano-calendrio como lucro estimado e o resultado efetivo da empresa.

    Segundo Rodrigues et al (2009, p.34) Lucro Real por Estimativa Mensal uma forma de tributao anual onde o imposto de renda e a contribuio social sobre o lucro lquido so apurados mensalmente e determinados sobre a base de clculo estimado.

    A opo por esse tipo de recolhimento deve ser manifestada com o pagamento do imposto de renda correspondente ao ms de janeiro ou de incio de atividade e ser considerada irretratvel para todo o ano-calendrio (RIR/1999, art. 222).

    De acordo com a Lei 9.430, de 27 de dezembro de 1996, a pessoa jurdica sujeita a tributao com base no lucro real por estimativa mensal poder optar:

    Art. 2 A pessoa jurdica sujeita a tributao com base no lucro real poder optar pelo pagamento do imposto, em cada ms, determinado sobre base de clculo estimada, mediante a aplicao, sobre a receita bruta auferida mensalmente, dos percentuais de que trata o art. 15 da Lei n 9.249, de 26 de dezembro de 1995, observado o disposto nos 1 e 2 do art. 29 e nos arts. 30 a 32, 34 e 35 da Lei n

  • 37

    8.981, de 20 de janeiro de 1995, com as alteraes da Lei n 9.065, de 20 de junho de 1995. 1 O imposto a ser pago mensalmente na forma deste artigo ser determinado mediante a aplicao, sobre a base de clculo, da alquota de quinze por cento. 2 A parcela da base de clculo, apurada mensalmente, que exceder a R$ 20.000,00 (vinte mil reais) ficar sujeita incidncia de adicional de imposto de renda alquota de dez por cento. 3 A pessoa jurdica que optar pelo pagamento do imposto na forma deste artigo dever apurar o lucro real em 31 de dezembro de cada ano, exceto nas hipteses de que tratam os 1 e 2 do artigo anterior.

    2.6.5.1 Opo pelo pagamento mensal do imposto por estimativa

    Conforme Oliveira et al (2004), destacaram os seguintes aspectos dessa modalidade de tributao:

    a) Incidir o adicional do imposto de renda sobre a parcela do lucro real que exceder ao valor resultante da multiplicao de R$ 20.000,00 (vinte mil reais) pelo nmero de meses do respectivo perodo de apurao, sujeitar-se incidncia de adicional de imposto alquota de 10% (dez por cento);

    b) O imposto devido em cada ms, calculado em bases estimadas dever ser pago at o ltimo dia til de cada ms;

    c) O imposto de renda devido em cada ms ser calculado mediante a aplicao da alquota de 15% (quinze por cento).

    2.6.5.2 Procedimentos para clculo do Imposto de Renda por estimativa

    Conforme Rodrigues et al (2009, p.57) a base de clculo do imposto mensal ser a somatria dos seguintes valores:

    a) resultado da aplicao dos percentuais de atividade, sobre a receita bruta mensal proveniente das vendas de mercadorias ou produtos, da prestao de servios e de outras atividades compreendidas no objeto social da empresa; b) ganhos de capital e outras receitas ou resultados auferidos no ms, no compreendidos na receita bruta proveniente das atividades de venda de produtos de fabricao prpria.

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    Quadro 2: Percentuais aplicveis sobre a receita bruta mensal

    Espcies de atividades geradoras da receita Percentuais aplicveis sobre a receita

    - Revenda para consumo de combustvel derivado de petrleo, lcool etlico carburante e gs natural

    1,6%

    - Venda de mercadorias ou produtos (exceto revendas de combustvel para consumo) - Transporte de cargas - Servios hospitalares - Atividade rural - Industrializao - Atividades imobilirias - Construo por empreitada, quando houver emprego de materiais prprios, em qualquer quantidade - Qualquer outra atividade (exceto prestao de servios), para a qual no esteja previsto percentual especfico

    8%

    - Servios de transporte (exceto o de cargas) - Servios (exceto hospitalares, de transporte e de sociedades civis de profisses regulamentadas) prestados com exclusividade por empresas com receita bruta anual no superior a R$ 120.000,00 - Instituies financeiras e entidades a elas equiparadas

    16%

    - Servios em geral, para os quais no esteja previsto percentual especfico, inclusive os prestados por sociedades civis de profisses regulamentadas - Intermediao de negcios, inclusive representao comercial e corretagem (de seguros, de imveis etc.) - Administrao, locao ou cesso de bens imveis, mveis e direitos de qualquer natureza - Factoring - Construo por empreitada, quando houver emprego unicamente de mo-de-obra, ou seja, sem o emprego de materiais - Administrao de consrcios - Hotelaria e estacionamento

    32%

    Fonte: Rodrigues et al (2009, p.59)

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    2.6.5.3 Contribuio Social sobre o Lucro Lquido CSLL por Estimativa

    De acordo com Rodrigues et al (2009, p.61) a base de clculo da CSLL devida em cada ms corresponder soma dos seguintes valores:

    a) 12% da receita bruta auferida nos meses, provenientes das atividades que constituam objeto social da empresa segundo definio vlida para o imposto de renda;

    b) 32% da receita bruta auferida nos meses, provenientes das seguintes atividades: b.1) prestao e servios em geral, exceto servios hospitalares e de transporte, inclusive carga; b.2) intermediao de negcios;

    b.3) administrao, locao ou cesso de bens imveis, mveis e direitos de qualquer natureza;

    b.4) factoring; c) ganhos de capital obtido na alienao de bens pertencentes ao ativo permanente e demais ganhos, receitas e resultados auferidos no ms; d) demais receitas no compreendida na receita bruta de vendas e servios.

    2.6.5.4 Pessoa jurdica exclusivamente prestadora de servios

    Segundo Rodrigues et al (2009, p.63) a pessoa jurdica prestadora de servio poder utilizar o seguinte percentual:

    a) A pessoa jurdica exclusivamente prestadora de servios ( exceto servios hospitalares, de transporte e os relativos ao exerccio de profisses legalmente regulamentadas) poder utilizar o percentual de 16% enquanto a sua receita bruta acumulada no ano em curso se comportar dentro do limite de R$ 120.000,00, observando-se que: b) Se a receita bruta acumulada at determinado ms ultrapassar o referido limite, a pessoa jurdica que houver utilizado o percentual de 16% ficar sujeita ao percentual normal de 32%, retroativamente ao ms de janeiro do ano em curso, impondo-se o pagamento das diferenas de imposto, apuradas em cada ms, at o ltimo dia til do ms subseqente ao da verificao do excesso; c) Dentro do prazo mencionado na letra a, as diferenas de imposto podero ser pagas sem acrscimos moratrios.

    2.6.5.5 Base de clculo do Lucro Real por estimativa mensal

    A base para o clculo da estimativa mensal ser o montante determinado pela soma das seguintes parcelas (RIR/1999, arts. 223 e 225):

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    1. do valor resultante da aplicao dos percentuais fixados na lei, variveis conforme o tipo de atividade explorada, sobre a receita bruta auferida mensalmente; 2. dos ganhos de capital, das demais receitas e dos resultados positivos decorrentes de receitas no compreendidas na atividade, inclusive:

    a. dos rendimentos auferidos nas operaes de mtuo realizadas entre pessoas jurdicas controladoras, controladas, coligadas ou interligadas, exceto se a muturia for instituio autorizada a funcionar pelo Banco Central do Brasil; b. dos ganhos de capital auferidos na alienao de participaes societrias permanentes em sociedades coligadas e controladas, e de participaes societrias que permaneceram no ativo da pessoa jurdica at o trmino do ano-calendrio seguinte ao de suas aquisies; c. dos ganhos auferidos em operaes de cobertura (hedge), realizados em bolsas de valores, de mercadorias e de futuros ou no mercado de balco; d. da receita de locao de imvel, quando no for este o objeto social da pessoa jurdica, deduzida dos encargos necessrios sua percepo; e. dos juros relativos a impostos e contribuies a serem restitudos ou compensados; f. das variaes monetrias ativas; g. da diferena entre o valor em dinheiro ou o valor dos bens e direitos recebidos de instituio isenta, a ttulo de devoluo de patrimnio, e o valor em dinheiro ou o valor dos bens e direitos que tenha sido entregue para a formao do referido patrimnio (Lei no 9.532, de 1997, art. 17, 3o, e 81, II); h. dos ganhos de capital auferidos na devoluo de capital em bens e direitos (IN SRF no 11, de 1996, art. 60, 1o).

    Os percentuais a serem aplicados sobre a receita bruta, para fins de determinao da base de clculo estimada conforme (RIR/1999, art. 223) so os seguintes:

    Quadro 3: Percentuais aplicveis para determinao do lucro estimado (mensal)

    Fonte: RIR/1999, art. 223

    Atividades Percentuais

    Atividades em geral (RIR/1999, art. 518) 8% Revenda de combustveis 1,6% Servios de transporte (exceto transporte de carga) 16% Servios de transporte de cargas 8% Servios em geral (exceto servios hospitalares) 32% Servios hospitalares 8% Intermediao de negcios 32% Administrao, locao ou cesso de bens e direitos de qualquer natureza (inclusive imveis) 32% Instituies financeiras, bancos e assemelhados 16% Factoring 32%

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    2.6.6 Programa de Integrao Social (PIS) Lucro Real

    Segundo o Art. 1 da Lei 10637/02, a contribuio para o PIS/PASEP tem como fato gerador o faturamento mensal, assim entendido o total das receitas auferidas pela pessoa jurdica, independentemente de sua denominao ou classificao contbil. Portanto o total das receitas compreende a receita bruta da venda de bens e servios nas operaes em conta prpria ou alheia e todas as demais receitas auferidas pela pessoa jurdica.

    De acordo com Pinto (2010, p.249) no integram a base de clculo da incidncia no cumulativa as receitas:

    I isentas ou no alcanadas pela incidncia da contribuio ou sujeitas alquota zero; II no operacionais decorrentes da venda de ativo permanente; III auferidas pela pessoa jurdica revendedora, na revenda de mercadorias em relao s quais a contribuio seja exigida da empresa vendedora, na condio de substituta tributria.

    Ainda conforme Pinto (2010, p. 250), podero ser excludos da base de clculo os valores:

    I das vendas canceladas; II dos descontos incondicionais concedidos; III do IPI; IV do ICMS, quando destacado em nota fiscal e cobrado pelo vendedor dos bens ou prestador de servios na condio de substituto tributrio; V das reverses de provises; VI das recuperaes de crditos baixados como perda, que no representem ingresso de novas receitas; VII do resultado positivo da avaliao de investimentos pelo valor do patrimnio liquido e os lucros e dividendos derivados de investimentos e avaliados pelo custo de aquisio, que tenham sido computados como receita; VII decorrentes de transferncia onerosa, a outros contribuintes do Imposto sobre Operaes relativas Circulao de Mercadorias e sobre Prestaes de Servios de Transporte Interestadual e intermunicipal e de Comunicao ICMS, de crditos de ICMS originados de operaes de exportao, conforme o disposto no inciso II do 1 do art.25 da Lei Complementar n 87, de 13 de setembro de 1996 (Lei n 11.945-09).

    Do valor da contribuio para o PIS/PASEP apurado, a pessoa jurdica poder deduzir crditos calculados sobre o valor das entradas de bens, produtos e servios, com a alquota de 1,65%. O crdito ser calculado mediante a aplicao da alquota de 1,65% sobre o valor:

    a) Dos seguintes itens adquiridos no ms:

  • 42

    - bens adquiridos para revenda; - bens e servios utilizados como insumo na fabricao de produtos destinados venda ou na prestao de servios, inclusive combustveis e lubrificantes. b) dos seguintes itens incorridos no ms:

    - aluguis de prdios, mquinas e equipamentos, pagos a pessoa jurdica, utilizados nas atividades de empresa;

    c) dos encargos de depreciao e amortizao dos seguintes bens, incorridos no ms: - mquinas e equipamentos adquiridos para utilizao na fabricao de produtos

    destinados venda ( partir de 08/2004 para bens adquiridos partir de 05/2004) d) dos seguintes bens, devolvidos no ms: - bens recebidos em devoluo, cuja receita de venda tenha integrado faturamento do ms ou de ms anterior, e tributados conforme as regras vigentes. e) energia eltrica consumida nos estabelecimentos da pessoa jurdica (Lei 10.637/2002, art. 3 1).

    2.6.7 Contribuio para Financiamento da Seguridade Social (COFINS) Lucro Real

    Conforme Art. 1 da Lei n 10.833/03, a COFINS tem como fato gerador o faturamento mensal, assim entendido o total das receitas auferidas pela pessoa jurdica, independentemente de sua denominao ou classificao contbil. Portanto o total das receitas compreende a receita bruta da venda de bens e servios nas operaes em conta prpria ou alheia e todas as demais receitas auferidas pela pessoa jurdica. Ainda conforme a lei so dedutveis da base de clculo os itens abaixo citados.

    Art.1 (...)

    3o No integram a base de clculo a que se refere este artigo as receitas: I - isentas ou no alcanadas pela incidncia da contribuio ou sujeitas alquota 0 (zero); II - no-operacionais, decorrentes da venda de ativo permanente; III - auferidas pela pessoa jurdica revendedora, na revenda de mercadorias em relao s quais a contribuio seja exigida da empresa vendedora, na condio de substituta tributria; IV - de venda de lcool para fins carburantes; (Redao dada pela Lei n 10.865, de 2004) (Vide Lei n 11.727, de 2008)(Vigncia) V - referentes a: a) vendas canceladas e aos descontos incondicionais concedidos; b) reverses de provises e recuperaes de crditos baixados como perda que no representem ingresso de novas receitas, o resultado positivo da avaliao de investimentos pelo valor do patrimnio lquido e os lucros e dividendos derivados de investimentos avaliados pelo custo de aquisio

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    que tenham sido computados como receita.

    Segundo o artigo 3 da Lei 10.833/03, do valor da COFINS devida, a pessoa jurdica poder deduzir crditos calculados sobre o valor das entradas de bens, produtos e servios, sendo calculado com o percentual de 7,6%. O crdito ser calculado sobre:

    - bens adquiridos para revenda; - bens e servios utilizados como insumo na prestao de servios e na produo ou fabricao de bens ou produtos destinados venda, inclusive combustveis e lubrificantes;

    - energia eltrica;

    - aluguis pagos a pessoa jurdica, utilizados nas atividades da empresa; - armazenagem e mercadoria e frete na operao de venda; - os valores dos encargos de depreciao e amortizao; - bens recebidos em devoluo, cuja receita tenha integrado o faturamento do ms ou

    anterior, e tributados conforme as regras vigentes.

    2.7 Lucro Presumido

    O lucro presumido uma forma de tributao simplificada para determinao da base de clculo do imposto de renda e da CSLL das pessoas jurdicas que no estiverem obrigadas, no ano-calendrio, apurao do lucro real. O imposto de renda devido trimestralmente.

    Segundo Rodrigues et al (2009, p.327) o lucro presumido :

    O lucro presumido uma forma de tributao simplificada para determinao da base de clculo do imposto de renda e da CSL (devidos trimestralmente) das pessoas jurdicas que no estiverem obrigadas, no ano-calendrio, apurao do lucro real. A base de clculo do imposto e da contribuio apurada mediante a aplicao de um determinado percentual sobre a receita bruta.

    Conforme Oliveira et al (2004, p.178)o lucro presumido:

    O Lucro Presumido difere do conceito de lucro real, visto tratar-se de uma presuno por parte do fisco do que seria o lucro das organizaes caso no houvesse a Contabilidade. Em outras palavras, como j comentado, a introduo pelo fisco do conceito de lucro presumido visou facilitar a apurao da base de

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    clculo, para algumas empresas, para apurao e recolhimento dos tributos de Imposto de Renda e contribuio Social.

    Sobre o faturamento trimestral so aplicados os percentuais (margem de lucro determinada pelo Fisco), de conformidade com a atividade desenvolvida, para determinao da base de clculo.

    De acordo com o artigo 15 da Lei n 9.249, de 26 de dezembro de 1995, o percentual aplicado sobre a receita bruta ser:

    Art. 15. A base de clculo do imposto, em cada ms, ser determinada mediante a aplicao do percentual de oito por cento sobre a receita bruta auferida mensalmente, observado o disposto nos arts. 30 a 35 da Lei n 8.981, de 20 de janeiro de 1995. 1 Nas seguintes atividades, o percentual de que trata este artigo ser de: I - um inteiro e seis dcimos por cento, para a atividade de revenda, para consumo, de combustvel derivado de petrleo, lcool etlico carburante e gs natural; II - dezesseis por cento; a) para a atividade de prestao de servios de transporte, exceto o de carga, para o qual se aplicar o percentual previsto no caput deste artigo; b) para as pessoas jurdicas a que se refere o inciso III do art. 36 da Lei n 8.981, de 20 de janeiro de 1995, observado o disposto nos 1 e 2 do art. 29 da referida Lei; III - trinta e dois por cento, para as atividades de: a) prestao de servios em geral, exceto a de servios hospitalares e de auxlio diagnstico e terapia, patologia clnica, imagenologia, anatomia patolgica e citopatologia, medicina nuclear e anlises e patologias clnicas, desde que a prestadora destes servios seja organizada sob a forma de sociedade empresria e atenda s normas da Agncia Nacional de Vigilncia Sanitria - Anvisa; b) intermediao de negcios; c) administrao, locao ou cesso de bens imveis, mveis e direitos de qualquer natureza; d) prestao cumulativa e contnua de servios de assessoria creditcia, mercadolgica, gesto de crdito, seleo de riscos, administrao de contas a pagar e a receber, compra de direitos creditrios resultantes de vendas mercantis a prazo ou de prestao de servios (factoring). 2 No caso de atividades diversificadas ser aplicado o percentual correspondente a cada atividade. 3 As receitas provenientes de atividade incentivada no comporo a base de clculo do imposto, na proporo do benefcio a que a pessoa jurdica, submetida ao regime de tributao com base no lucro real, fizer jus. 4 O percentual de que trata este artigo tambm ser aplicado sobre a receita financeira da pessoa jurdica que explore atividades imobilirias relativas a loteamento de terrenos, incorporao imobiliria, construo de prdios destinados venda, bem como a venda de imveis construdos ou adquiridos para a revenda, quando decorrente da comercializao de imveis e for apurada por meio de ndices ou coeficientes previstos em contrato. (Includo pela Lei n 11.196, de 2005).

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    2.7.1 Empresas que podem optar pelo Lucro Presumido

    Podem optar pela tributao com base no lucro presumido as pessoas jurdicas que iniciarem atividades ou que resultarem de incorporao, fuso ou ciso, desde que no estejam obrigadas tributao pelo lucro real.

    De acordo Rodrigues et al (2009, p.327) podem optar pelo lucro presumido:

    Podem optar pelo lucro presumido as pessoas jurdicas no obrigadas apurao do lucro real, cuja receita bruta total, no ano-calendrio imediatamente anterior (em 2008, para a opo no ano calendrio de 2009), tenha sido igual ou inferior a R$ 48.000.000,00 ou ao limite proporcional de R$ 4.000.000,00 multiplicados pelo nmero de meses de atividades no ano, se inferior a 12.

    A opo pela tributao com base no lucro presumido manifestada com o pagamento da primeira ou nica quota do imposto devido correspondente ao primeiro perodo de apurao de cada ano calendrio e ser definitivo em relao a todo o ano calendrio, o que impede ou restringe o planejamento durante o exerccio.

    Essa modalidade de apurao direcionada s pequenas e mdias empresas, sendo que sua contabilidade mais simples do que no lucro real. A fiscalizao tambm mais fcil, pois se necessita apenas conhecer a receita bruta total para se obter o valor do tributo devido.

    2.7.2 Empresas que no podem optar pelo lucro presumido

    As empresas que estiverem obrigadas apurao do lucro real, esto impedidas de optar pelo lucro presumido.

    De acordo com Oliveira et al (2004, p.179) no podem optar por essa modalidade, mesmo que a receita bruta total seja inferior ao mencionado limite, as empresas:

    b) que efetuarem pagamento mensal pelo regime de estimativa, no decorrer do ano-calendrio, inclusive mediante balano ou balancetes de suspenso ou reduo de imposto; c) cujas atividades sejam de instituies financeiras ou equiparadas; d) que obtiverem lucros, rendimentos ou ganhos de capital oriundos do exterior; e) que so beneficirias de isenes ou redues do Imposto de Renda;

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    f) que exercem as atividades de factoring.

    2.7.3 Valores que compem a receita bruta

    De acordo com Rodrigues et al (2009, p.329) integram a receita bruta:

    Para fins de enquadramento no limite que autoriza a empresa a optar pelo lucro presumido, integram a receita bruta: a) as receitas da prestao de servios, da venda de produtos de fabricao prpria, da revenda de mercadorias, do transporte de cargas, da industrializao de produtos em que a matria-prima, o produto intermedirio e o material de embalagem tenham sido fornecidos por quem encomendou a industrializao, da atividade rural e das outras ativ