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UNIVERSIDADE DE UBERABA PAULO EDUARDO BORGES FIDELIS PROPOSTA PARA IMPLANTAÇÃO DE PLANO DE GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS: ESTUDO DE CASO DE UMA EMPRESA DE COMERCIALIZAÇÃO E PROCESSAMENTO DE AÇO. UBERLÂNDIA MG 2013

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Page 1: TCC Paulo Eduardo Borges Fidelis

UNIVERSIDADE DE UBERABA PAULO EDUARDO BORGES FIDELIS

PROPOSTA PARA IMPLANTAÇÃO DE PLANO DE GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS: ESTUDO DE CASO DE UMA EMPRESA DE

COMERCIALIZAÇÃO E PROCESSAMENTO DE AÇO.

UBERLÂNDIA – MG 2013

Page 2: TCC Paulo Eduardo Borges Fidelis

PAULO EDUARDO BORGES FIDELIS

PROPOSTA PARA IMPLANTAÇÃO DE PLANO DE GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS: ESTUDO DE CASO DE UMA EMPRESA DE

COMERCIALIZAÇÃO E PROCESSAMENTO DE AÇO. Trabalho apresentado à Universidade de Uberaba, como parte das exigências à conclusão da disciplina Projeto de conclusão de curso, do 10° período, do curso de Engenharia Ambiental. Orientador: Prof. Dr. Euclides Antônio Pereira de Lima

UBERLÂNDIA – MG

2013

Page 3: TCC Paulo Eduardo Borges Fidelis

PAULO EDUARDO BORGES FIDELIS

PROPOSTA PARA IMPLANTAÇÃO DE PLANO DE GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS: ESTUDO DE CASO DE UMA EMPRESA DE

COMERCIALIZAÇÃO E PROCESSAMENTO DE AÇO.

Trabalho apresentado à Universidade de Uberaba, como parte das exigências à conclusão da disciplina Trabalho de Conclusão de Curso, do 10º período, do curso de Engenharia Ambiental Orientador: Prof. Dr. Euclides Antônio Pereira de Lima

Aprovado em: ___/___/___

BANCA EXAMINADORA

____________________________ Prof. Dr. Euclides Antônio Pereira de Lima

Universidade de Uberaba Orientador

____________________________ Profa. M.Sc. Djane Araújo Inácio da Cunha

Universidade de Uberaba Examinadora

____________________________ Profa. M.Sc. Eleonora Henrique Amorim de Jesus

Universidade de Uberaba Examinadora

Page 4: TCC Paulo Eduardo Borges Fidelis

AGRADECIMENTOS

Agradeço aos professores Euclides Antônio Pereira de Lima, Djane Araújo

Inácio da Cunha e Eleonora Henrique Amorim de Jesus por me darem a

oportunidade de reconhecer que sempre podemos melhorar, como também pela

ajuda e paciência durante os momentos finais do curso.

Page 5: TCC Paulo Eduardo Borges Fidelis

RESUMO

O Plano de Gerenciamento Integrado de Resíduos (PGRS) se resume em

uma forma adequada de quantificar os resíduos gerados em um empreendimento e

propor formas corretas de redução e destinação final. Neste trabalho foi realizado

um estudo de caso em uma empresa de produtos siderúrgicos e metalúrgicos.

Portanto, a aplicação e elaboração de um PGRS para essa empresa proporcionou a

minimização da geração de resíduos e garantiu seu manuseio, separação,

estocagem e disposição final de forma mais adequada, atendendo a legislação

vigente, de modo a evitar danos à saúde e segurança dos funcionários e ao meio

ambiente. Nesse sentido, observou-se que as mudanças não foram significativas só

para o meio ambiente, como também ocorreu uma sensibilização entre os

funcionários da empresa, que passaram a ter um comportamento consciente,

possibilitando economia e sustentabilidade.

Palavras-chave: resíduos sólidos, meio ambiente, sustentabilidade

Page 6: TCC Paulo Eduardo Borges Fidelis

ABSTRACT

The Integrated Waste Management Plan (IWMP) is summarized in an

appropriate way to quantify the waste generated in a project and propose ways to

reduce and to do the correct disposal. In this work is presented a study case in a

company of steel and metallurgical products. Therefore, the application and

development of a IWMP for the company provided the minimization of waste

generation and assured handling, separation, storage and disposal more appropriate

as determined by the current legislation, in order to avoid damage to the health and

safety employees and the environment. Accordingly, it was observed that the

changes were not significant only for the environment, but also there was a sensitize

way among the employees of the company, which now have a conscious behavior,

which generates economy and sustainability.

Keywords: solid waste, environment, sustainability

Page 7: TCC Paulo Eduardo Borges Fidelis

LISTA DE ILUSTRAÇÕES Figura 1 – Código de cores ....................................................................................... 24

Figura 2 – Fluxograma de pesquisa .......................................................................... 27

Figura 3 – Armazenagem da chapa de aço............................................................... 31

Figura 4 – Chapa cortada .......................................................................................... 32

Figura 5 – Fluxograma do processo de produção ..................................................... 32

Figura 6 – Carepa sendo estocada no pátio ............................................................. 34

Figura 7 – Pallets usados para criação de horta ....................................................... 39

Figura 8 – Horta em pallets ....................................................................................... 40

Page 8: TCC Paulo Eduardo Borges Fidelis

LISTA DE QUADROS

Quadro 1 - Quantificação dos resíduos .................................................................. 36

Quadro 2. – Plano de gerenciamento de resíduos sólidos A ................................. 46

Quadro 3.1 – Plano de gerenciamento de resíduos sólidos B ............................... 47

Quadro 3.2 – Plano de gerenciamento de resíduos sólidos C ............................... 48

Page 9: TCC Paulo Eduardo Borges Fidelis

LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS

ABRELPE – Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos

Especiais

RSU – Resíduos Sólidos Urbanos

PGRS – Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos

CONAMA - Conselho Nacional do Meio Ambiente

NR – Normas Regulamentadoras

CLT – Consolidação das Leis do Trabalho

ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas

NBR – Norma Brasileira

ANVISA – Agência Nacional de Vigilância Sanitária

IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

SNVS – Sistema Nacional de Vigilância Sanitária

SUASA – Sistema Único de Atenção à Sanidade Agropecuária

SISNAMA – Sistema Nacional do Meio Ambiente

PNRS – Política Nacional de Resíduos Sólidos

SINIR - Sistema Nacional de Informações sobre a Gestão dos Resíduos Sólidos ABAL – Associação Brasileira de Alumínio MMA – Ministério do Meio Ambiente PMSB – Plano Municipal de Saneamento Básico BRACELPA – Associação Brasileira de Celulose e Papel CETESB - Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental

Page 10: TCC Paulo Eduardo Borges Fidelis

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 12

1.1 JUSTIFICATIVA .................................................................................................. 13

1.2 OBJETIVOS ........................................................................................................ 14

1.2.1 Objetivo Geral ................................................................................................. 14

1.2.2 Objetivos Específicos .................................................................................... 14

1.3 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ........................................................................... 15

1.3.1 Planos de Saneamento e a Política Nacional dos Resíduos Sólidos .............. 15

1.3.1.1 Coleta seletiva ............................................................................................... 17

1.3.1.2 Logística reversa ........................................................................................... 17

1.3.1.3 Catadores de materiais reutilizáveis e recicláveis ......................................... 18

1.3.2 Classificação de resíduos ............................................................................. 19

1.3.3 Resíduos sólidos industriais ......................................................................... 20

1.3.4 Pilhas e baterias ............................................................................................. 20

1.3.5 Resíduos orgânicos ....................................................................................... 21

1.3.6 Carepa ............................................................................................................. 21

1.3.7 Metal ................................................................................................................ 22

1.3.8 Plástico ............................................................................................................ 23

1.3.9 Papel ................................................................................................................ 23

1.3.10 Código de cores para diferentes tipos de resíduos .................................. 24

1.3.11 Destinação final de resíduos ....................................................................... 25

2 METODOLOGIA .................................................................................................... 27

2.1 PRIMEIRA ETAPA .............................................................................................. 28

2.2 SEGUNDA ETAPA .............................................................................................. 28

2.3 TERCEIRA ETAPA ............................................................................................. 28

2.4 QUARTA ETAPA ................................................................................................. 29

3 RESULTADOS E DISCUSSÕES ........................................................................... 30

3.1 CARACTERIZAÇÃO DA EMPRESA ................................................................... 30

3.2 OS RESÍDUOS ANTES DA IMPLANTAÇÃO DO PGRS..................................... 33

3.3 PROPOSTAS IMPLANTADAS DO PROGRAMA DE GERENCIAMENTO DE

RESÍDUOS SÓLIDOS ............................................................................................... 34

3.3.1 Classificação dos resíduos ........................................................................... 37

Page 11: TCC Paulo Eduardo Borges Fidelis

3.3.2 Manuseio ......................................................................................................... 37

3.3.3 Destinação ...................................................................................................... 38

3.4 PROPOSTAS ...................................................................................................... 39

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................... 41

5 REFERÊNCIAS ...................................................................................................... 42

APÊNDICES ............................................................................................................. 45

Page 12: TCC Paulo Eduardo Borges Fidelis

1 INTRODUÇÃO

Com o atual nível de consumo e avanço tecnológico, a geração de resíduos e

sua variedade aumentam a cada dia. O que fazer com eles é um problema

enfrentado por várias cidades, das pequenas às grandes, no Brasil e no mundo.

Segundo a Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e

Resíduos Especiais (ABRELPE) em 2010, o volume de Resíduos Sólidos Urbanos–

RSU gerados em 2010 pela população é 6,8% superior ao registrado pelo Panorama

em 2009. Foram quase 61 milhões de toneladas de resíduos produzidos nos últimos

doze meses e o aumento populacional no país não é justificado por esse

crescimento, pois o estudo mostrou que a geração de resíduos aumentou seis vezes

mais do que a população em 2010, o que significa que, no último ano, cada

brasileiro produziu, sozinho, uma média de 1,1 kg de resíduo.

Em Uberlândia, a produção diária de 700 gramas de resíduo sólido por

habitante que chega ao aterro sanitário está abaixo da média nacional de 1,1 kg,

segundo dados do Panorama dos Resíduos Sólidos no Brasil (2010), pela

Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais.

O país dispõe de importantes contribuições para o setor de tratamento de

resíduos com a criação das leis 11.445 de 5 de janeiro de 2007, a qual estabeleceu

estabelece diretrizes nacionais para o saneamento básico, como também a lei da

Política Nacional de Resíduos Sólidos de número 12.305 de 2 de agosto de 2010, a

qual dispõe sobre princípios, objetivos, instrumentos e diretrizes relativas à gestão

integrada e gerenciamento de resíduos sólidos.

O critério de progresso do Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos

cogitou as diferentes etapas de implantação e projetou, para cada uma delas, quais

as ações a serem tomadas para o manuseio, estocagem e destinação final. A partir

daí foram elaboradas medidas preventivas, ações de comunicação e soluções para

destinar corretamente os resíduos gerados pelas obras do empreendimento.

A empresa em estudo destina-se ao comércio atacadista de produtos

siderúrgicos e metalúrgicos. O aço (matéria prima) chega à empresa em caminhões

terceirizados, a seguir ele é pesado e descarregado nos galpões de armazenamento

Page 13: TCC Paulo Eduardo Borges Fidelis

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e processamento. Nestes galpões existem baias onde o produto fica estocado até a

seu beneficiamento.

No processo de industrialização o aço passa por uma máquina que estira e o

enrola formando bobinas. Estas bobinas, por sua vez, são processadas por

máquinas que desbobinam, cortam e dobram o aço formando o produto final. Os

produtos finais que serão utilizados na construção civil são: alambrado, arame

recozido, barra de transferência, estribo, perfil estrutural, prego, tela, treliça,

vergalhão, vergalhão cortado e dobrado.

Os produtos da empresa então são utilizados em diversos setores da

economia, se estendendo desde setores de base como construção civil, indústria,

agropecuária e mineração até saúde e alimentício.

É importante, portanto, saber que é possível reduzir os resíduos gerados por

qualquer fonte poluidora através de um planejamento bem elaborado, utilizando-se

melhor os recursos e assim preservando o meio ambiente.

O objetivo principal deste trabalho é apresentar um Plano de Gerenciamento

de Resíduos Sólidos para uma empresa de comercialização e processamento de

aço, o qual prevê a definição de ações e procedimentos necessários para o

gerenciamento de resíduos sólidos, objetivando dar a destinação correta aos

resíduos gerados pela empresa.

1.1 JUSTIFICATIVA

De acordo com a Lei 12.305 de 2010, a qual institui a Política Nacional de

Resíduos Sólidos, a empresa em estudo está sujeita à elaboração de Plano de

Gerenciamento de Resíduos Sólidos, onde a mesma está prevista na alínea “f” do

inciso I do art. 13 desta lei a qual apresenta a classificação quanto à origem:

resíduos industriais gerados nos processos produtivos e instalações industriais.

O empreendimento faz uso de materiais que mais tarde se tornam resíduos,

os quais alguns constituem serviços públicos segundo a Lei 11.445 de 2007, que

estabelece diretrizes nacionais para o saneamento básico.

De acordo com o Art. 7º da Lei 11.445/2007:

Page 14: TCC Paulo Eduardo Borges Fidelis

14

Para os efeitos desta Lei, o serviço público de limpeza urbana e de manejo de resíduos sólidos urbanos é composto pelas seguintes atividades: I - de coleta, transbordo e transporte dos resíduos relacionados na alínea c do inciso I do caput do art. 3

o desta Lei;

II - de triagem para fins de reúso ou reciclagem, de tratamento, inclusive por compostagem, e de disposição final dos resíduos relacionados na alínea c do inciso I do caput do art. 3

o desta Lei [...] (Lei 11.445/2007).

Este trabalho trará, em atendimento à solicitação da Secretaria de Estado de

Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável/Superintendência Regional

Regularização Ambiental para concessão de Licenciamento Ambiental, tido como

condicionante a apresentação do Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos do

empreendimento, o PGRS que prevê a definição de ações e procedimentos

necessários para o gerenciamento dos resíduos sólidos, decorrentes das

intervenções do empreendimento, de acordo com as normas oficiais, aos preceitos

técnicos da engenharia e ao meio ambiente.

Seguindo este contexto, o presente trabalho visa a criação de um Plano de

Gerenciamento de Resíduos Sólidos para uma empresa destinada ao comércio de

produtos siderúrgicos e metalúrgicos.

1.2 OBJETIVOS

1.2.1 Objetivo Geral

Elaborar um Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos - PGRS, que

permita o destino mais adequado aos resíduos que gerados nas instalações do

empreendimento.

1.2.2 Objetivos Específicos

Definir práticas que permitam minimizar a geração de resíduos.

Fazer um estudo sobre formas corretas de manuseio, separação, estocagem

e disposição final atendendo a legislação vigente.

Page 15: TCC Paulo Eduardo Borges Fidelis

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Aplicar e propor métodos de redução e não geração às principais setores

geradores de resíduos na área de produção, pátios, escritórios, recepção e

refeitório.

1.3 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

1.3.1 Planos de Saneamento e a Política Nacional dos Resíduos Sólidos

Em 2007 ocorreu a publicação da Lei n.º 11.445, que define parâmetros para

elaboração do Plano Municipal de Saneamento Básico (PMSB), o qual todas as

prefeituras dos Municípios devem elaborar até o final de 2013. Portanto, sem esse

plano, os municípios a partir do ano de 2014 não receberão os recursos federais

para projetos de saneamento básico.

Nesse sentido, essa lei, define que o saneamento básico é um conjunto de

infraestruturas, tecnologias e serviços relativos aos processos que envolvem o

planejamento adequado do sistema de abastecimento de água potável; do sistema

de esgotamento sanitário; do sistema de manejo de resíduos sólidos e do sistema

de drenagem das águas pluviais urbanas.

Portanto, um plano municipal de saneamento básico deve abranger esses quatro

sistemas citados, que são diretamente relacionados, pois o mau planejamento de

um desses pode interferir na qualidade de um ou mais sistemas. Por exemplo, um

mau gerenciamento e manejo de resíduos sólidos pode acarretar em contaminação

dos recursos hídricos ou interferir na eficiência do sistema de drenagem urbana

provocando enchentes.

Em vista do exposto, o Brasil deu um importante passo com a criação da Lei

12.305 de 2010, a qual institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos, dispondo

sobre seus princípios, objetivos e instrumentos, bem como sobre as diretrizes

relativas à gestão integrada e ao gerenciamento de resíduos sólidos, incluídos os

perigosos, às responsabilidades dos geradores e do poder público e aos

instrumentos econômicos aplicáveis.

Page 16: TCC Paulo Eduardo Borges Fidelis

16

É um avanço em termos ambientais a adoção de uma lei nacional a qual

disciplina o melhor e mais consciente manejo dos resíduos sólidos. Além de proibir a

criação de lixões a céu aberto, e os mesmos já existentes, serem substituídos por

aterros sanitários, de acordo com a mesma lei, foi criada a política da logística

reversa, a qual determina que os fabricantes, distribuidores ou vendedores recolham

seus produtos, que vão desde pilhas e baterias até embalagens de óleos e

agrotóxicos.

Segundo Santana (2007), aquilo que seu proprietário não mais faz uso e que

não há um valor significativo, seja em qualquer tempo ou local, se torna um resíduo.

Algumas definições presentes nesta lei são muito importantes para a

realização correta do Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos, pois da mesma

se tem estabelecidos os princípios, objetivos e instrumentos usados para a gestão

integrada e gerenciamento dos resíduos sólidos mostrando a responsabilidade da

sociedade, dos geradores e também consumidores.

De acordo com o manual “Planos de Gestão de Resíduos Sólidos” (2012), um

dos objetivos fundamentais estabelecidos pela Lei 12.305/2010 é a ordem de

prioridade para a gestão de resíduos, a qual deixa de ser voluntária e passa a ser

obrigatória: na geração, redução, reutilização, reciclagem, tratamento dos resíduos

sólidos e disposição final ambientalmente adequada aos rejeitos.

Conforme o manual “Planos de Gestão de Resíduos Sólidos” (2012): “A lei

estabelece a diferença entre resíduo e rejeito: resíduos devem ser reaproveitados e

reciclados e apenas os rejeitos devem ter disposição final”.

Entre os instrumentos definidos estão: a coleta seletiva; os sistemas de

logística reversa; o incentivo à criação e ao desenvolvimento de cooperativas e

outras formas de associação dos catadores de materiais recicláveis, e o Sistema

Nacional de Informações sobre a Gestão dos Resíduos Sólidos (SINIR).

Não só as empresas privadas, como a sociedade em geral devem, portanto,

ter a consciência e a responsabilidade de cuidar devidamente dos resíduos gerados

como um todo, incorporando mudanças de hábitos que reduzam o consumo, assim

como sua geração.

Page 17: TCC Paulo Eduardo Borges Fidelis

17

1.3.1.1 Coleta Seletiva

Coleta seletiva é o reaproveitamento de resíduos que normalmente

chamamos de lixo e deve sempre fazer parte de um sistema de gerenciamento

integrado de lixo. (RIBEIRO, 2001).

Para efeitos da Lei 12.305/2010 a qual institui o PNRS:

A coleta seletiva deverá ser implementada mediante a separação prévia dos resíduos sólidos (nos locais onde são gerados), conforme sua constituição ou composição (úmidos, secos, industriais, da saúde, da construção civil, etc.). A implantação do sistema de coleta seletiva é instrumento essencial para se atingir a meta de disposição final ambientalmente adequada dos diversos rejeitos (Lei 12.305/2010).

Faz-se uma forma essencial e adequada de disposição aos diversos tipos de

resíduos e rejeitos em qualquer ambiente.

1.3.1.2 Logística reversa

Pensamos em logística como o gerenciamento do fluxo de materiais do seu

ponto de aquisição até o seu ponto de consumo. No entanto, existe também um

fluxo logístico reverso, do ponto de consumo até o ponto de origem, que precisa ser

gerenciado (LACERDA, 2002).

O Instrumento econômico e social denominado logística define procedimentos

para a coleta e devolução de resíduos sólidos ao setor o qual o produziu, segundo a

Lei 12.305/2010, Art. 33:

São obrigados a estruturar e implementar sistemas de logística reversa, mediante retorno dos produtos após o uso pelo consumidor, de forma independente do serviço público de limpeza urbana e de manejo dos resíduos sólidos, os fabricantes, importadores, distribuidores e comerciantes de: I - agrotóxicos, seus resíduos e embalagens, assim como outros produtos cuja embalagem, após o uso, constitua resíduo perigoso; II - pilhas e baterias; III - pneus; IV - óleos lubrificantes, seus resíduos e embalagens; V - lâmpadas fluorescentes, de vapor de sódio e mercúrio e de luz mista; VI - produtos eletroeletrônicos e seus componentes.

Page 18: TCC Paulo Eduardo Borges Fidelis

18

A logística reversa contribui legitimamente para a preservação do meio

ambiente e gera pontos para a imagem da empresa que a pratica.

1.3.1.3 Catadores de materiais reutilizáveis e recicláveis

Os resíduos oriundos do comércio, geralmente são reciclados pela ação dos

catadores, que os recolhem e comercializam junto ao mercado informal dos

sucateiros, principalmente embalagens de papel, plásticos, metal e vidros.

(RIBEIRO, 2001).

Um aspecto importante e de bastante relevância presente na Lei da Política

Nacional de Resíduos Sólidos é o apoio à inclusão produtiva dos catadores de

materiais reutilizáveis e recicláveis, priorizando a participação de cooperativas de

catadores (Plano de Gestão de Resíduos Sólidos, 2012).

A PNRS definiu por meio do Decreto 7.404, que os sistemas de coleta

seletiva e de logística reversa, deverão priorizar a participação dos catadores de

materiais recicláveis, e que os planos municipais deverão definir programas e ações

para sua inclusão nos processos.

Em Uberlândia, o projeto “Coleta Seletiva” das secretarias municipais de

Serviços Urbanos e Meio Ambiente, tem como objetivo facilitar a separação e a

destinação do material para reciclagem (UBERLÂNDIA, 2013):

“Todo o lixo recolhido durante a operação “Coleta Seletiva” será

encaminhado às entidades parceiras da Prefeitura na reciclagem de lixo: a Associação dos Recicladores e Catadores Autônomos de Uberlândia (Arca), a Cooperativa dos Recicladores de Uberlândia (Coru) e a Associação dos Coletores de Plástico, Pets, PVC e Outros Materiais Recicláveis (Acopppmar)” (UBERLÂNDIA, 2013).

As cooperativas são então formadas por iniciativas de catadores que

procuram meios de viabilizar seu trabalho frente a uma série de dificuldades

enfrentadas na comercialização de materiais recicláveis, aliando-se ao trabalho

coletivo para fortalecer a categoria.

Page 19: TCC Paulo Eduardo Borges Fidelis

19

1.3.2 Classificação de resíduos

A Norma Brasileira 10.004, criada no dia 28 de maio de 2004 é uma

ferramenta muito importante no setor de gerenciamento de resíduos.

Segundo Kraemer (2005), a partir da classificação estipulada pela norma, o

gerador de um resíduo pode facilmente identificar o potencial de risco do mesmo,

bem como identificar as melhores alternativas para destinação final e/ou reciclagem.

De acordo com a ABNT NBR 10.004 de 2004:

Os resíduos perigosos (Classe I) são aqueles que por suas características podem apresentar riscos para a sociedade ou para o meio ambiente. São considerados perigosos também os que apresentem uma das seguintes características: inflamabilidade, corrosividade, reatividade, toxicidade e/ou patogenicidade. Na norma estão definidos os critérios que devem ser observados em ensaios de laboratório para a determinação destes itens. Os resíduos que recebem esta classificação requerem cuidados especiais de destinação (NBR 10004:2004).

Ainda de acordo com a mesma norma, os resíduos não perigosos (Classe II)

não apresentam nenhuma das características acima, podem ainda ser classificados

em dois subtipos:

Classe II A – não inertes: são aqueles que não se enquadram no item anterior, Classe I, nem no próximo item, Classe II B. Geralmente apresenta alguma dessas características: biodegradabilidade, combustibilidade e solubilidade em água. Classe II B – inertes: quando submetidos ao contato com água destilada ou desionizada, à temperatura ambiente, não tiverem nenhum de seus constituintes solubilizados a concentrações superiores aos padrões de potabilidade da água, com exceção da cor, turbidez, dureza e sabor, conforme anexo G da norma (NBR10004:2004).

Quanto maior o aprofundamento nesta grande variedade, que a cada dia

cresce de resíduos, melhor o conhecimento adquirido a cerca de como melhorar as

formas de seu descarte.

Page 20: TCC Paulo Eduardo Borges Fidelis

20

1.3.3 Resíduos sólidos industriais

A realidade vivida pelo setor industrial no Brasil é bastante peculiar. Apesar

de o gerador ser o responsável pelo destino de seus resíduos, a escassez de

informações e de alternativas disponíveis para esse fim e a carência de pessoal

especializado fazem com que algumas indústrias dispensem pouca ou nenhuma

atenção a tal responsabilidade (SISINNO, 2003).

De acordo com a CONAMA 313/2002, Art. 2º para fins desta resolução

entende-se que:

Resíduo sólido industrial: é todo o resíduo que resulte de atividades industriais e que se encontre nos estados sólido, semi-sólido, gasoso - quando contido, e líquido - cujas particularidades tornem inviável o seu lançamento na rede pública de esgoto ou em corpos d`água, ou exijam para isso soluções técnica ou economicamente inviáveis em face da melhor tecnologia disponível. Ficam incluídos nesta definição os lodos provenientes de sistemas de tratamento de água e aqueles gerados em equipamentos e instalações de controle de poluição (CONAMA 313/2002).

Os geradores de resíduos sólidos industriais são responsáveis por agressões

fatais ao ambiente. Nele estão incluídos produtos químicos (cianureto, pesticidas,

solventes), metais (mercúrio, cádmio, chumbo) e solventes químicos que ameaçam

os ciclos naturais onde são despejados (KRAEMER. 2005). Como muitos desses

resíduos são mal dispostos, eles acabam por chegar à cadeia alimentar dos

humanos, prejudicando sua saúde.

1.3.4 Pilhas e baterias

O descarte inadequado de pilhas e baterias pode causar impactos negativos

ao meio ambiente devido à sua composição química. É certa, portanto, a

necessidade de se disciplinar o descarte e o gerenciamento ambientalmente

adequado de pilhas e baterias usadas, no que tange à coleta, reutilização,

reciclagem, tratamento ou disposição final (CONAMA 257, 1999).

Segundo a resolução CONAMA 257/99:

Page 21: TCC Paulo Eduardo Borges Fidelis

21

[...] após seu esgotamento energético, serão entregues pelos usuários aos estabelecimentos que as comercializam ou à rede de assistência técnica autorizada pelas respectivas indústrias, para repasse aos fabricantes ou importadores, para que estes adotem, diretamente ou por meio de terceiros, os procedimentos de reutilização, reciclagem, tratamento ou disposição final ambientalmente adequada. (CONAMA 257/99).

É, portanto, de suma importância a conscientização quanto às pilhas e

baterias sobre seu descarte, de modo a chegar seguro de volta ao seu fabricante, o

qual possui a melhor maneira de dar uma disposição final ao mesmo.

1.3.5 Resíduos orgânicos

Cerca de 50% do que vai para aterros e lixões é representado por resíduos

orgânicos. Esse tipo de resíduo fica em processo de decomposição por até um ano,

ocupa espaço, produz chorume, gera risco de incêndio e é o local de reprodução e

manutenção de insetos e de pássaros nocivos à saúde humana. Além de promover

a percolação de outros materiais no solo, que podem ser lixiviados para as vertentes

de água (IPT/CEMPRE, 2000).

De acordo com a Lei 12.305/2010, Art. 36:

Art. 36. No âmbito da responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida dos produtos, cabe ao titular dos serviços públicos de limpeza urbana e de manejo de resíduos sólidos, observado, se houver, o plano municipal de gestão integrada de resíduos sólidos: V - implantar sistema de compostagem para resíduos sólidos orgânicos e articular com os agentes econômicos e sociais formas de utilização do composto produzido (Lei 12.305/2010).

A forma mais simples de acabar com esse problema é a utilização desse

material, por meio da compostagem, para a geração de compostos orgânicos, que

podem ser utilizados no solo a fim de melhorar a produtividade agrícola (TORRES,

2008), como também ajudar a reter a água no solo, reduzir a contaminação e a

poluição atmosférica.

1.3.6 Carepa

As atividades siderúrgicas são responsáveis pela geração de uma grande

variedade e quantidade de resíduos passíveis de reciclagem, sendo que a

Page 22: TCC Paulo Eduardo Borges Fidelis

22

reutilização da maioria desses materiais ainda está sendo estudada. Devido à

crescente preocupação com as questões ambientais, várias indústrias passaram a

investir em novas alternativas para solucionar os problemas decorrentes da sua

geração e disposição (CUNHA, 2006).

Segundo Castro (2006), a carepa, é uma camada de óxidos que ocorre na

superfície do aço inoxidável ferrítico durante o processo de fabricação a quente e

através de uma reação com o meio externo.

Anualmente, as empresas siderúrgicas do Brasil, produzem aproximadamente

245 mil toneladas de carepa de aço, material este muitas vezes sem destinação

adequada. Devido à grande quantidade de resíduos gerados, algumas empresas

estão adotando uma nova política de gestão ambiental, reaproveitando-os com a

finalidade de aumentarem seus lucros (ALMEIDA, 2009).

Uma solução para esse problema seria fazer parcerias empresariais,

conforme Almeida (2009), buscando dar uma destinação ecologicamente melhor

para certos tipos de resíduos industriais.

1.3.7 Metal

O metal é um elemento químico caracterizado pela alta condutividade elétrica

e térmica, com elevada durabilidade e resistência mecânica. Os metais podem ser

classificados em dois grupos quanto a sua composição: os ferrosos, como o ferro e

o aço; e os não-ferrosos, como alumínio e o cobre (IPT/CEMPRE. 2000, pág. 171).

Segundo a Associação Brasileira de Alumínio – ABAL (2006), o país se

manteve pelo quinto ano consecutivo na liderança do ranking mundial dessa

atividade com o índice de 96% na reciclagem de latas de alumínio para bebidas em

2005.

Page 23: TCC Paulo Eduardo Borges Fidelis

23

1.3.8 Plástico

Segundo IPT/CEMPRE (2000), o plástico é produzido a partir de um polímero

que surgiu logo após a descoberta do petróleo como fonte de energia e matéria-

prima em meados do século nove.

Esses vários tipos de polímeros e sua utilização são em grande parte responsáveis pela construção da denominação “sociedade dos descartáveis”, uma vez que são utilizados como embalagens que, após um único uso, são jogadas fora. Assim, o plástico se torna o culpado por grande parte da poluição provocada pelos resíduos sólidos, como o entupimento de bocas de lobo e canais hídricos; além de que a fumaça derivada de sua queima é altamente tóxica (TORRES, 2008).

Quando uma embalagem plástica contém materiais que possam causar um

impacto negativo ao meio ambiente, como embalagens de óleos lubrificantes, seu

fabricante, importador, distribuidores e comerciantes são obrigados, de acordo com

a Lei 12.305 de 2010, a estruturar e implementar sistemas de logística reversa,

mediante retorno dos produtos após o uso pelo consumidor, de forma independente

do serviço público de limpeza urbana e de manejo dos resíduos sólidos.

1.3.9 Papel

Segundo a Associação Brasileira de Celulose e Papel - BRACELPA, nos

últimos 10 anos, a produção mundial de papel cresceu 35 %, sendo que o Brasil

somou 8,2 milhões de toneladas 2004 e ocupou a posição de sétimo maior

fabricante mundial de celulose, com cerca de 9,4 milhões de toneladas (PINHEIRO;

VIEIRA; RODRIGUEZ; MONTEIRO, 2008)

A opção por aterro sanitário para disposição final do papel é inviável, em

função dos altos custos para sua implantação e manutenção, além da exigência de

cuidados especiais no manuseio, tendo em vista os riscos de contaminação

ambiental (BELLOTE; SILVA; FERREIRA; ANDRADE, 1998).

A reciclagem de uma tonelada de papel representa a não derrubada de vinte

árvores, enquanto que a reciclagem de uma tonelada de metal significa a economia

de cinco toneladas de bauxita. (OLIVEIRA; CARVALHO, 2004).

Page 24: TCC Paulo Eduardo Borges Fidelis

24

Com a reciclagem do papel, estão sendo preservadas severas áreas de

florestas, as quais sofrem impactos ambientais negativos pela remoção das árvores

e exposição do solo. A reciclagem também gera renda a milhares de pessoas no

Brasil que trabalham em associações de catadores e recicladores de papel.

1.3.10 Código de cores para diferentes tipos de resíduos

Considerando a necessidade de se reduzir os impactos ambientais, a

reciclagem e sua correta disposição, mesmo que temporária, deve ser incentivada.

A resolução CONAMA 275 de 25 de abril de 2001 estabelece o código de

cores para os diferentes tipos de resíduos, a ser adotado na identificação de

coletores e transportadores, bem como nas campanhas informativas para a coleta

seletiva, de acordo com a figura 1.

Figura 1 - Código de cores

Fonte - Google, 2013

Page 25: TCC Paulo Eduardo Borges Fidelis

25

A educação ambiental pode então ajudar a minimizar os impactos ambientais

associados à extração, geração, beneficiamento, transporte, tratamento e

destinação final de matérias-primas, os quais provocam o aumento de lixões e

aterros sanitários (CONAMA 275, 2001).

1.3.11 Destinação final de resíduos

De acordo com a Política Nacional de Resíduos Sólidos de 2010, se entende

por destinação final ambientalmente adequada a destinação de resíduos que inclui a

reutilização, a reciclagem, a compostagem, a recuperação e o aproveitamento

energético ou outras destinações admitidas pelos órgãos competentes do Sisnama,

do Sistema Nacional de Vigilância Sanitária- SNVS e do Sistema Único de Atenção

à Sanidade Agropecuária - SUASA, entre elas a disposição final, observando

normas operacionais específicas de modo a evitar danos ou riscos à saúde pública e

à segurança e a minimizar os impactos ambientais adversos, enquanto disposição

final ambientalmente adequada se da pela distribuição ordenada de rejeitos em

aterros, observando normas operacionais específicas, de modo a evitar danos ou

riscos à saúde pública e à segurança e a minimizar os impactos ambientais

adversos.

Existem três tipos de aterros: Aterro Sanitário, Aterro Controlado e Lixão.

sendo que os ideais, ou, os aterros sanitários são aqueles que têm o terreno

preparado para receber adequadamente os resíduos sólidos sem prejudicar o meio

ambiente ou a população local e são o destino dos resíduos sólidos em 27% das

cidades brasileiras. Número bem abaixo do que o país precisa, mas que aumentou

nos últimos anos, segundo a Pesquisa Nacional de Saneamento Básico, do IBGE no

ano de 2010.

De acordo com Lima e Silva, Guerra e Mousinho (1999), o lixão se da por

uma maneira inapropriada de disposição final de resíduos sólidos, sem critérios

técnicos, na qual se descarrega o lixo diretamente no solo, sem qualquer tratamento

prévio, colocando em risco o meio ambiente e a saúde pública.

Segundo a Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental - CETESB,

o Aterro Sanitário é um aprimoramento de uma das técnicas mais antigas utilizadas

Page 26: TCC Paulo Eduardo Borges Fidelis

26

pelo homem para descarte de seus resíduos, que é o aterramento. Modernamente, é

uma obra de engenharia que tem como objetivo acomodar no solo resíduos no

menor espaço prático possível, causando o menor dano possível ao meio ambiente

ou à saúde pública. (CETESB, 2013)

Mais de 140 mil toneladas de lixo são geradas diariamente no Brasil.” (UFRJ,

2008). Segundo dados da Abrelpe (2011), 76% dos detritos produzidos no país são

jogados em lixões e outros 13% nos “aterros controlados”, locais onde o lixo é,

basicamente, confinado sem medidas de proteção à natureza e ao ser humano.

Estas áreas de despejo (aterros controlados) não podem ser consideradas como o ponto final para muitas das substâncias contidas ou produzidas a partir do lixo urbano, pois, quando a água principalmente das chuvas percola através desses resíduos, várias dessas substâncias orgânicas e inorgânicas são carreadas pelo chorume: líquido poluente originado da decomposição do lixo (SISINNO, 1996).

Essa técnica consiste basicamente, então, na compactação dos resíduos no

solo, na forma de camadas que são periodicamente cobertas com terra ou outro

material inerte.

Page 27: TCC Paulo Eduardo Borges Fidelis

27

2 METODOLOGIA

Foi realizado um estudo de caso um empreendimento de porte médio

caracterizado como comércio atacadista e industrialização de produtos siderúrgicos

e metalúrgicos que se destina ao corte e dobra de aço.

A mesma ao despender suas atividades juntamente com a interação dos

trabalhadores em salas, escritórios, refeitórios, área de produção, pátios e recepção,

estavam gerando resíduos de variadas naturezas, como orgânicos (restos de

comida e cascas de frutas), papel, papelão, copos descartáveis, e carepa, que

segundo Cunha (2006), é um subproduto oriundo da oxidação da superfície do aço,

quando submetido ao gradiente térmico, ao meio corrosivo ou à simples ação do

tempo.

A pesquisa analisou o processo produtivo, realizando um levantamento direto

de dados, analisando e interpretando-os, na busca da identificação dos impactos

gerados, assim elaborando um plano de gerenciamento dos resíduos (CAMERA,

2010). A Figura 2 representa as etapas da pesquisa de forma simplificada.

Figura 2 - Fluxograma da pesquisa

Fonte - Elaborado pelo autor

Page 28: TCC Paulo Eduardo Borges Fidelis

28

Ao analisar o fluxograma da Figura 2, nota-se que a metodologia vista de

forma mais simples, é feita em visitas frequentes ao local de estudo, definindo-se o

objetivo a ser alcançado, pode-se finalmente criar o plano proposto.

2.1 PRIMEIRA ETAPA

Para começar o processo de criação do Plano de Gerenciamento de

Resíduos Sólidos, foi necessário fazer uma visita in loco para se obter um

conhecimento sobre o local, os trabalhadores, usuários do local e suas atividades

realizadas, desde setores como recepção e escritórios, aos de produção e faxina,

assim identificando as metas a serem alcançadas.

Foram também realizadas revisões in loco as quais consistiram na coleta de

informações sobre a empresa, tais como responsáveis, endereço, produção,

sazonalidade nas operações, número de empregados e área construída.

2.2 SEGUNDA ETAPA

Na segunda etapa, o objetivo principal foi de desenvolver a revisão

bibliográfica, dando uma lógica ao estudo e conceituação ao buscar conhecimento

sobre metodologias para a elaboração do Plano de Gerenciamento de Resíduos

Sólidos.

2.3 TERCEIRA ETAPA

Nessa etapa foi elaborado o Fluxograma (Figura 6) dos procedimentos e

processos produtivos da empresa, assim facilitando a identificação dos pontos

geradores de resíduos.

Page 29: TCC Paulo Eduardo Borges Fidelis

29

2.4 QUARTA ETAPA

Foi considerado um conjunto de ações como procedimentos para a

elaboração do PGRS: identificar, quantificar, caracterizar, classificar, definir e manter

critérios para coleta, manuseio, acondicionamento, armazenamento, transporte,

disposição de resíduos sólidos.

Verificou-se como é o processo atual de gestão dos resíduos, o qual engloba

a segregação, acondicionamento, armazenamento e a destinação dos resíduos,

bem como os procedimentos e controles atualmente praticados.

Realizou-se o inventário de resíduos onde, a partir da identificação dos tipos

de resíduos gerados em cada fonte, se fez necessário a quantificação dos mesmos

através de uma amostragem.

Com base nos subsídios apurados, permitiu-se nesta etapa identificar áreas

com significativa geração de resíduos, evidências de resíduos perigosos, bem como

pontos críticos.

Page 30: TCC Paulo Eduardo Borges Fidelis

30

3 RESULTADOS E DISCUSSÕES

Para que seja possível o melhor aproveitamento do Plano de Gerenciamento

de Resíduos Sólidos, foi fundamental fazer um levantamento sobre os trabalhadores

e usuários do local.

Foram apresentadas as propostas sobre gerenciamento de resíduos aos

mesmos, visando a conscientização sobre a geração de resíduos dentro e fora do

processo produtivo, a evitar desperdícios e sobre a coleta seletiva dos resíduos e

seu manuseio correto, de modo a preservar a saúde e segurança dos funcionários e

ao meio ambiente.

Nos procedimentos para o desenvolvimento do PGRS, foram considerados

um conjunto de ações para identificar, quantificar, caracterizar, classificar, definir e

manter critérios para coleta, manuseio, acondicionamento, armazenamento,

transporte, disposição de resíduos sólidos.

Portanto, verificou-se como é o processo atual de gestão dos resíduos,

englobando a segregação, acondicionamento, armazenamento e a destinação dos

resíduos, bem como os procedimentos e controles atualmente praticados, realizando

um inventário de resíduos onde, a partir da identificação dos tipos de resíduos

gerados em cada fonte, se fez necessário a quantificação dos mesmos por meio de

uma amostragem.

Com base nos subsídios apurados foi essencial a identificação das áreas com

significativa geração de resíduos, evidências de resíduos perigosos, bem como

pontos críticos.

3.1 CARACTERIZAÇÃO DA EMPRESA

O empreendimento destina-se ao comércio atacadista de produtos

siderúrgicos e metalúrgicos.

A empresa dispõe de um total de 50 funcionários trabalhando no horário

comercial das 08 horas às 18 horas nos dias de segunda à sexta.

Page 31: TCC Paulo Eduardo Borges Fidelis

31

O aço (matéria prima) chega à empresa em caminhões terceirizados, a seguir

ele é pesado e descarregado nos galpões de armazenamento e processamento.

Nestes galpões existem baias onde o produto fica estocado até a sua

industrialização, conforme apresentado na Figura 3.

Figura 3 - Armazenagem da chapa de aço

Fonte - Arquivo pessoal do autor

No processo de industrialização, o aço passa por uma máquina que o estira e

enrola formando bobinas. Estas, por sua vez, são processadas por máquinas que

desbobinam, cortam e dobram o aço formando o produto final, que pode ser utilizado

em setores de base como construção civil, indústria, agropecuária e mineração, até

saúde e alimentício (Figura 4).

Page 32: TCC Paulo Eduardo Borges Fidelis

32

Figura 4 - Chapa cortada

Fonte - Arquivo pessoal do autor

Os produtos finais que serão utilizados na construção civil são: alambrado,

arame recozido, barra de transferência, estribo, perfil estrutural, prego, tela, treliça,

vergalhão, vergalhão cortado e dobrado.

A Figura 5 representa de forma simplificada o processo de produção da

empresa em estudo.

Figura 5 - Fluxograma do processo de produção

Fonte - Elaborado pelo autor

Page 33: TCC Paulo Eduardo Borges Fidelis

33

Como pode ser visto na Figura 5, são apresentadas as etapas do processo de

produção e os pontos de geração de resíduo.

3. 2 OS RESÍDUOS ANTES DA IMPLANTAÇÃO DO PGRS

Neste tópico, são apresentados os tipos de resíduos e seus respectivos

destinos, antes da aplicação do Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos.

a) Área de produção:

Os resíduos provenientes da área de produção tinham a maior quantidade em

se tratando do total de resíduos da empresa, assim ocupando maior espaço.

Resíduos como carepa e sobras de sucata ocupavam a maior parte do pátio

onde eram estocados. Posteriormente, a carepa, que é um subproduto oriundo da

oxidação da superfície do aço, quando submetido ao gradiente térmico, ao meio

corrosivo ou à simples ação do tempo, direcionada para outra empresa de aço da

mesma linha desta em estudo (Figura 6).

Page 34: TCC Paulo Eduardo Borges Fidelis

34

Figura 6 – Carepa sendo estocada no pátio

Fonte - Arquivo pessoal do autor

Outros resíduos menores que também eram gerados na área de produção

como luvas, lâmpadas e outros rejeitos, eram colocados em um único latão.

b) Área de escritórios, recepção e refeitório:

Nas áreas de escritórios, recepção e refeitórios são gerados resíduos como:

papéis, copos descartáveis, lâmpadas e restos de alimentos. Eram colocados em

coletores comuns de resíduos, nos seus respectivamente cômodos.

3.3 PROPOSTAS IMPLANTADAS DO PLANO DE GERENCIAMENTO DE

RESÍDUOS SÓLIDOS

Ao reunir a quantidade de resíduos e suas respectivas locações no período

de um mês, foi possível elaborar o Gráfico 1, onde visualiza-se melhor a diferença

de quantidade de um resíduo para outro.

Page 35: TCC Paulo Eduardo Borges Fidelis

35

Gráfico 1 - Resíduos sólidos gerados

Fonte - Elaboração do autor

Ao analisar o Gráfico 1, nota-se que a grande quantidade de resíduo de

carepa gerado em comparação com os outros, em termos de massa, ressaltando

que a carepa, segundo Cunha (2006), é um subproduto oriundo da oxidação da

superfície do aço, quando submetido ao gradiente térmico, ao meio corrosivo ou à

simples ação do tempo.

No Quadro 1, encontram-se detalhados a quantidade de resíduos em

quilograma por mês, separados por setores e seus tipos. Este levantamento inclui

também informações sobre o processo produtivo e matéria-prima utilizada no

período, sendo que estes dados foram levantados por estimativa e identificação na

fonte geradora.

0,0%

10,0%

20,0%

30,0%

40,0%

50,0%

60,0%

70,0%

PapelCopos

DescartáveisCarepa

OrgânicosSobra deSucata

0,1% 0,1%

68,0%

1,0%

25,0%

Resíduos Sólidos (kg)

Page 36: TCC Paulo Eduardo Borges Fidelis

36

Quadro 1 - Quantificação dos resíduos

Setor Tipo Quantidade

(kg/mês)

Recepção Papel

Copos descartáveis

0,5

0,2

Escritórios Papel

Copos descartáveis

2

0,003

Refeitório Orgânicos

Copos descartáveis

10

1

Área de produção

Sobras de Sucata

Carepa

200

550

Total 763,003

Fonte - Elaboração do autor

Através dessa quantidade mensal estimada, os empregados podem assim,

estipular se no atual mês estão gastando, por exemplo, mais papel do que o comum,

Page 37: TCC Paulo Eduardo Borges Fidelis

37

gerando uma tendência a diminuir a quantidade, o que resulta em economia,

portanto.

3.3.1 Classificação dos resíduos

Dos resíduos gerados na área de produção segundo a NBR 10.004 de 2004:

- Ambos os resíduos carepa e sucata metálica, são classificados como de Classe 2

B – Inertes.

Dos resíduos gerados nas áreas de escritórios, recepção e refeitórios,

segundo a NBR 10.004 de 2004:

- Os resíduos orgânicos são classificados como Classe 2 A – Não inertes

- Os copos descartáveis são classificados como Classe 2 B – Inertes

- As latas de refrigerantes são classificados como Classe 2 B – Inertes

- Os resíduos de papel e papelão são classificados como Classe 2 A – Não inertes

- As pilhas e baterias são classificadas como Classe 1 – Perigosos

Estas classificações se encontram no APÊNDICE A em quadros para uma

melhor visualização.

3.3.2 Manuseio

Dos resíduos gerados na área de produção:

- Ambos os resíduos carepa e sucata metálica, assim que gerados, são

acondicionados em caçambas estacionárias temporariamente.

Dos resíduos gerados nas áreas de escritórios, recepção e refeitórios:

- Os resíduos orgânicos são acondicionados em coletores específicos, com tampa e

identificação na cor marrom, depois, armazenados no coletor específico do pátio

externo do empreendimento.

Page 38: TCC Paulo Eduardo Borges Fidelis

38

- Os copos descartáveis são acondicionados em coletores específicos de porta-

copos e depois colocados em coletores de copos descartáveis, depois,

armazenados no coletor específico do pátio externo do empreendimento.

- As latas de refrigerantes são acondicionadas em coletores com identificação e cor

amarela, depois, armazenados no pátio externo do empreendimento em seu coletor

específico.

- Os resíduos de papel e papelão são acondicionados em coletores de papel com

identificação e cor azul, depois, armazenados no pátio externo do empreendimento

em seu coletor específico.

- As pilhas e baterias são acondicionadas em coletores com identificação e cor

laranja.

As características do manuseio, onde inclui sua segregação,

acondicionamento e armazenagem estão no APÊNDICE A em quadros para sua

melhor visualização.

3.3.3 Destinação

Dos resíduos gerados na área de produção:

- Ambos os resíduos de carepa e sucata metálica, são reutilizados pela outra

unidade desta empresa em seu processo de produção.

Dos resíduos gerados nas áreas de escritórios, recepção e refeitórios:

- Os resíduos orgânicos são destinados ao aterro sanitário.

- Os copos descartáveis que não são reutilizados, são destinados às associações

e/ou cooperativas de recicladores.

- As latas de refrigerantes são destinadas às associações e/ou cooperativas de

recicladores.

- Os resíduos de papel e papelão são destinados às associações e/ou cooperativas

de recicladores.

- As pilhas e baterias são devolvidas ao fabricante.

Page 39: TCC Paulo Eduardo Borges Fidelis

39

As formas de destinação do PGRS se encontram no APÊNDICE A em forma

de quadro para uma melhor visualização do conteúdo ao todo.

3.4 PROPOSTAS

Como a elaboração, implantação e revisão do plano se inserem dentro do

contexto de melhoria contínua e devido a um considerável número de pallets não

usados no empreendimento, fica como proposta a utilização dos mesmos como

estrutura para criação de um compostor.

Os resíduos orgânicos deixariam de ser destinados a aterros sanitários e

seriam usados como composto, melhorando a estrutura do solo, atuando como

adubo ao jardim da empresa, ou mesmo à criação de um novo, conforme Figura 7.

Figura 7 – Pallets usados para criação de horta

Fonte – Google, 2013

A compostagem é o processo biológico de decomposição e de reciclagem da

matéria orgânica contida em restos de origem animal ou vegetal formando um

composto. A compostagem propicia um destino útil para os resíduos orgânicos,

evitando sua acumulação em aterros e melhorando a estrutura dos solos (MMA,

2005).

Page 40: TCC Paulo Eduardo Borges Fidelis

40

Os produtos da compostagem são largamente utilizada em jardins, hortas,

substratos para plantas e na adubação de solo para produção agrícola em geral

como mostrado na Figura 8, como adubo orgânico devolvendo à terra os nutrientes

de que necessita, aumentando sua capacidade de retenção de água, permitindo o

controle de erosão e evitando o uso de fertilizantes sintéticos (MMA, 2005).

Figura 8 – Horta em pallets

Fonte – Google, 2013

Esta proposta, portanto, torna-se um modo de reduzir a quantidade de

resíduos orgânicos que vão para aterros sanitários, aumentado sua vida útil,

propiciando sustentabilidade para o mesmo, quanto para uma destinação melhor

aos resíduos orgânicos gerados pelo empreendimento.

Page 41: TCC Paulo Eduardo Borges Fidelis

41

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS

A partir do exposto nesse trabalho, pode-se considerar que controlar os

resíduos de uma empresa, seja de qualquer porte, é muito importante tanto para os

assuntos econômicos da mesma, quanto para o meio ambiente, o qual é o principal

motivo para se dar um fim adequado aos resíduos que são de forma direta ou

indiretamente, gerados pela mesma.

Os resíduos gerados que antes eram acondicionados no mesmo coletor, sem

nenhuma segregação ou cuidado, causando impactos ambientais negativos em

aterros, as vezes nem sanitário, têm agora uma forma correta de manuseio e

disposição final, ajudando a gerar renda às associações de catadores, diminuindo o

volume de resíduos total ao se reutilizar, e a devolução, quando perigosos, ao

fabricante.

Nesse sentido, a engenharia ambiental torna-se essencial para propostas

relacionadas ao gerenciamento de resíduos, seja num município ou em uma

empresa, pois concede conhecimentos em específico sobre formas corretas de

gerenciar e aplicar novas tecnologias para proporcionar o melhor aproveitamento e

destinação dos resíduos gerados.

É importante ressaltar que trabalhos desse tipo não devem ser levados só à

empresa como uma forma estática, a qual os empregados devem seguir

estreitamente para reduzir e reciclar/reutilizar de maneira mais eficiente os resíduos

gerados, mas sim como uma forma de reeducação que se faz necessária cada vez

mais em vista da escassez de recursos naturais renováveis no país, para assim

estas formas inteligentes de uso serem passadas para as próximas gerações como

uma melhoria contínua.

Este trabalho foi de grande importância, pois permitiu a junção de teorias

estudadas ao longo do curso com a prática, gerando ações que contribuíram para o

meio ambiente. Utilizar esses meios para se mitigar o excesso desperdiçado por

empresas na fabricação de produtos é apenas o começo para uma sociedade

realmente sustentável.

Page 42: TCC Paulo Eduardo Borges Fidelis

42

5 REFERÊNCIAS

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 10.004. Resíduos Sólidos: classificação. Rio de Janeiro, 2004. 63p.

CONAMA, Conselho Nacional do Meio Ambiente. Resolução nº. 313, de 29 de outubro de 2002. Dispõe sobre o Inventário Nacional de Resíduos Sólidos Industriais.

ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 11.174/NB1264 de 1990. Armazenamento de resíduos classes II – não inertes e III – inertes. ABNT, 2004.

CONAMA, Conselho Nacional do Meio Ambiente. Resolução nº 275, de 25 de Abril de 2001. Estabelece o código de cores para os diferentes tipos de resíduos, a ser adotado na identificação de coletores e transportadores, bem como nas campanhas informativas para a coleta seletiva.

CONAMA, Conselho Nacional do Meio Ambiente. Resolução nº. 307, de 05 de julho de 2002. Estabelece diretrizes, critérios e procedimentos para a gestão dos resíduos da construção civil. CONAMA, 2002.

Decreto nº 7.401, de 26 de setembro de 1997. Regulamenta responsabilidade de coleta, transporte, tratamento e destinação final de resíduos sólidos que menciona e dá outras providências.

Lei nº 6.938, de 31 de Agosto De 1981. Dispõe sobre a Política Nacional do Meio Ambiente, seus fins e mecanismos de formulação e aplicação, e dá outras providências.

Lei nº 18.031, de 12 de Janeiro de 2009, que instituiu a Política Estadual de Resíduos Sólidos. Esta Lei estabelece os princípios, as diretrizes, os objetivos e os instrumentos da Política Estadual de Resíduos Sólidos.

SANTANA, D. Logística Ambiental: Resíduos se transformam em matéria-prima. 2007.

MMA. Planos de Gestão de Resíduos Sólidos: Manual de Orientação. 2012. (Em: <mma.gov.br/estruturas/182/_arquivos/manual_de_resíduos_solidos3003_182.pdf> Acesso em: 3/07/2013)

LACERDA, Leonardo. Logística Reversa: Uma visão sobre os conceitos básicos e as práticas operacionais. 2002.

RIBEIRO, Túlio. Coleta seletiva de lixo domiciliar – Estudo de caso. 2001.

Page 43: TCC Paulo Eduardo Borges Fidelis

43

CONAMA. Resolução Nº 404/2008 - “Estabelece critérios e diretrizes para o licenciamento ambiental de aterro sanitário de pequeno porte de resíduos sólidos urbanos”.

SISINNO, Cristina. Avaliação da contaminação e poluição ambiental na área de influência do aterro controlado do Morro do Céu, Niterói, Brasil. 1996.

CUNHA, A. F. da. Caracterização, beneficiamento e reciclagem de carepas geradas em processos siderúrgicos. Ouro Preto (MG): Redemat (Rede Temática em Engenharia de Materiais)/UFOP/CETEC/UMG, 2006. [Dissertação de Mestrado em Engenharia de Materiais].

Lima, S. C., & Ribeiro, T. F. (2000). A coleta seletiva de lixo domiciliar: Estudos de casos. Caminhos de Geografia, 2, 50-69.

CEMPRE; INSTITUTO DE PESQUISAS TECNOLÓGICAS. Lixo Municipal: Manual de Gerenciamento Integrado. 2 ed. São Paulo: IPT/CEMPRE, 2000. 370p. (Publicação IPT 2622).

TORRES, Henrique Rodrigues. As organizações dos catadores de material reciclável: Inclusão e sustentabilidade. O caso da associação dos catadores de papel, papelão e material reaproveitável, Asmare, em Belo Horizonte. 2008.

CASTRO, Geovane Martins. Caracterização da carepa em aço inoxidável ferrítico ABNT 430. 2006.

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Page 44: TCC Paulo Eduardo Borges Fidelis

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CORU. Cooperativa de recicladores de Uberlândia. 2003. Disponível em: <

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Acesso em: 12/07/2013.

Page 45: TCC Paulo Eduardo Borges Fidelis

45

APÊNDICE

Page 46: TCC Paulo Eduardo Borges Fidelis

APÊNDICE A – Quadros do PGRS

Quadro 2 - Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos A

Fonte - Elaborado pelo autor

ResíduoClassificação segundo

ABNT NBR 1004Coleta e transporte Disposição final

Resíduos Orgânicos 2 A - Não Inertes

Os Resíduos orgânicos são encaminhados

para a área externa observando os dias e

horários em que o caminhão de coleta

urbana recolhe o lixo

Aterro Sanitário

Plásticos e copos

descartáveis2 B - Inertes

Os coletores de plásticos são pesados

antes e depois para serem transportados às

empresas de recicláveis. O transporte será

realizado por veículo da empresa

Reciclagem

Resíduos de papel e papelão 2 A - Não Inertes

Os coletores de papéis são pesados antes

e depois para serem destinados às

empresas de recicláveis. O transporte será

realizado por veículo da empresa

Reciclagem

Latas de refrigerantes 2 B - Inertes

O recipiente de latas de refrigerante é

pesado antes e depois para ser destinado

às empresas de recicláveis. O transporte é

realizado por veículo da empresa

Reciclagem

Sucata Metálica e Carepa 2 B - Inertes

São acondicionados em caçambas e

mensalmente encaminhadas à Usina de aço

(outra unidade desta mesma empresa)

Reutilização

Pilhas e baterias 1 - PerigososSão acondicionadas em coletor fixo na

recepção da empresa

Devolução ao

fabricante

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Quadro 3.1 - Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos B

Fonte - Elaborado pelo autor

Resíduo Segregação na origem e acondicionamento Coleta e transporte interno

Resíduos orgânicos:

Restos de comida e

cascas de fruta

Os resíduos orgânicos são acondicionados em

coletores específicos, com tampa e identificação na cor

marrom, situados nos seguintes pontos: refeitório

Quando o recipiente está cheio, o saco é retirado

pelo funcionário da limpeza, sendo colocado outro

sem seu lugar.

Copos descartáveis

Os resíduos de plásticos são acondicionados em

coletores específicos, porta-copos e coletores de copos

descartáveis situados nos seguintes pontos: refeitório,

recepção, escritório, sala de reuniões

Quando o recipiente está cheio, o saco é retirado

pelo funcionário da limpeza, sendo colocado outro

sem seu lugar.

Latas de refrigerantes

Os resíduos são acondicionados nos coletores

seletivos, com identificação e cor amarela, situados nos

seguintes pontos: área de circulação, área externa, área

de estacionamento, vestiários, refeitório

A coleta é realizada com atenção. O funcionário

utiliza EPI´s básicos

Sucata metálica e carepaLogo que este resíduo é gerado, é levado à caçamba

estacionária na área de armazenamento temporário

A coleta é realizada com atenção. O funcionário

utiliza EPI´s básicos

Resíduos de papel

Logo que este resíduo é gerado, é acondicionado nas

caixas seletoras de papéis nas áreas: escritório,

financeiro, recepção

A coleta é realizada com atenção. O funcionário

utiliza EPI´s básicos

Pilhas e bateriasLogo que não mais utilizado, é acondicionado em caixas

seletoras de cor laranja nas áreas: área de circulação

Coleta é realizada com atenção para impactos que

possam fazer a pilha liberar componentes químicos

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Quadro 3.2 - Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos C

Fonte - Elaborado pelo autor

Resíduo Armazenamento Reutilização/Reciclagem

Resíduos orgânicos:

Restos de comida e

cascas de fruta

Na área de armazenamento, pátio externo, o funcionário

coloca o saco contendo os resíduos no respectivo

coletor e depois fecha corretamente para evitar o acesso

de vetores

Todos os resíduos orgânicos são destinados ao

aterro sanitário

Copos descartáveis

Na área de armazenamento, pátio externo, o funcionário

coloca o saco contendo os resíduos no respectivo

coletor e depois fecha corretamente para evitar o acesso

de vetores

Os resíduos não reutilizáveis são destinados às

associações e/ou cooperativas de recicladores

Latas de refrigerantesOs sacos contendo latas são colocados na área de

armazenamento

Os recicláveis são destinados às associações e/ou

cooperativas de recicladores

Sucata metálica e carepa Caçamba estacionáriaOs resíduos são reutilizados pela outra unidade da

empresa

Resíduos de papelResíduos de papel são colocados na área de

armazenamento

Os recicláveis são destinados às associações e/ou

cooperativas de recicladores

Pilhas e baterias São armazenados no mesmo coletor laranja São devolvidos ao fabricante

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