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UNIVERSIDADE DO OESTE DE SANTA CATARINA UNOESC - CAMPUS DE XANXERÊ LUCAS DAL MAGRO MÓVEL MULTIFUNCIONAL PARA AMBIENTES COMPACTOS Xanxerê 2012

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Page 1: Tcc - Móvel Multifuncional Para Ambientes Compactos

UNIVERSIDADE DO OESTE DE SANTA CATARINA UNOESC - CAMPUS DE XANXERÊ

LUCAS DAL MAGRO

MÓVEL MULTIFUNCIONAL PARA AMBIENTES COMPACTOS

Xanxerê 2012

Page 2: Tcc - Móvel Multifuncional Para Ambientes Compactos

LUCAS DAL MAGRO

MÓVEL MULTIFUNCIONAL PARA AMBIENTES COMPACTOS

Monografia de Conclusão de Curso, apresentada ao Curso de Design, como quesito parcial para a obtenção do título de Bacharel em Design pela Universidade do Oeste de Santa Catarina - Unoesc Campus de Xanxerê.

Orientador: Prof. Karina Tissiani

Xanxerê 2012

Page 3: Tcc - Móvel Multifuncional Para Ambientes Compactos

LUCAS DAL MAGRO

MÓVEL MULTIFUNCIONAL PARA AMBIENTES COMPACTOS

Monografia de Conclusão de Curso, apresentada aoCurso de Design, como quesito parcial para aobtenção do título de Bacharel em Design pelaUniversidade do Oeste de Santa Catarina - Unoesc Campus de Xanxerê.

Aprovada em

BANCA EXAMINADORA

Prof. Karina Tissiani Orientador - Avaliador Prof. Aleteonir José Tomasoni Júnior Avaliador Prof. Ana Claudia Gaicoski Pinto Avaliador

Page 4: Tcc - Móvel Multifuncional Para Ambientes Compactos

Dedico com enorme satisfação este trabalho a meus pais, meus irmãos e minha namorada que estão sempre presentes me fortalecendo cada dia mais para meu crescimento pessoal e profissional. Considero-me forte porque eles me ensinaram a ser forte.

Page 5: Tcc - Móvel Multifuncional Para Ambientes Compactos

AGRADECIMENTOS

Dedico este trabalho a minha família que sempre esteve no meu lado tanto nos bons

quanto nos maus momentos, me dando amparo suficiente em qualquer que fosse

situação

À minha orientadora Professora Karina Tissiani que coordenou a execução do

presente projeto, e graças a sua competência e dedicação, pode me ajudar na

realização de mais esse grande passo.

A minha namorada que é fonte de segurança em todos os momentos e que

contribuiu muito para a realização deste projeto.

A todos os colegas pelo longo tempo de convivência nessa caminhada, e por todos

os momentos de descontração e estudos.

Page 6: Tcc - Móvel Multifuncional Para Ambientes Compactos

RESUMO

O design é uma atividade projetual que permeia por várias áreas de

conhecimento e por isso é considerado interdisciplinar. Um dos campos do design é

o moveleiro, este é direcionado à pesquisa, planejamento e projeto de móveis, ele

juntamente com as outras áreas do design estão em constante evolução, o que traz

a necessidade de criar produtos de qualidade e que atendem as necessidades

impostas pelo mercado. A partir desta premissa, pretende-se projetar um móvel

multifuncional para ambientes compactos. Para tanto, fez-se fundamental estudar as

áreas do design industrial e moveleiro, identificar as necessidades e o perfil do

público-alvo, para então, projetar um móvel multifuncional. Também tornou-se

necessário a utilização de um método projetual para direcionar o desenvolvimento,

sendo o método de Santos (2005) o escolhido para concepção. Como resultado de

projeto, tem-se o desenvolvimento de uma poltrona contendo também a

funcionalidade de guarda objetos e componente para atividades diversas como

suporte para computador, leitura, e também para apoio de objetos, o projeto foi

destinado para o público C e D que geralmente vivem em ambientes compactos,

tornando pertinente esta proposta. No que se refere aos elementos simbólicos,

foram utilizados os conceitos de minimalismo, equilíbrio e simplicidade. Já os

conceitos formais norteiam a adaptabilidade, versatilidade, praticidade.

Palavras-chaves: Design, móvel, multifuncional.

Page 7: Tcc - Móvel Multifuncional Para Ambientes Compactos

ABSTRACT

The design is a project activity which permeates by several areas of knowledge and

because of that is considered interdisciplinary. One of the design fields is the

furniture, this is directed to the research, planning and furniture design, it together

with another design areas are in constant evolution, this justifies the creating

products with quality and that attends so, the market’s needs. From this premise,

wants to design a compact multifunction mobile environment. Therefore, it was

essential to study the areas of industrial design and furniture industries, identify the

needs and profile of the target audience, to then, design a multifunction mobile. Also

it has become necessary to use a method projectual to direct development, the

method being of Santos (2005) for the chosen design. As a project result , has the

development of an armchair containing functionality also saves objects and

component for various activities such as computer support, for reading, and for

objects supports, the project was intended for the public that C and D usually lives in

compact environments, making relevant the proposal. In the case of symbolic

elements, it’s used the concepts of minimalism balance and simplicity. Since the

formal concepts guide the adaptability, versatility, practicality.

Keys-words: design, furniture, multifunction.

Page 8: Tcc - Móvel Multifuncional Para Ambientes Compactos

LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Tabela 01 Adaptação ao desdobramento da metodologia MD3E 32

Tabela 02 Cronograma 33

Figura 01 Desdobramentos mínimos obrigatórios 29

Figura 02 Painel de similares 35

Figura 03 Cadeiras que viram mesa 36

Figura 04 Móvel multifuncional 37

Figura 05 Possibilidade de uso (sala pequena) 38

Figura 06 Painel de público-alvo 40

Figura 07 Móvel em mogno 42

Figura 08 Móvel em eucalipto 43

Figura 09 Móvel em pinus 44

Figura 10 Móvel em MDF 45

Figura 11 Cadeira Wassily - utilização de tubos de aço 46

Figura 12 Painel de conceitos formais 48

Figura 13 Painel de conceitos 51

Figura 14 Geração de alternativas - 01 52

Figura 15 Geração de alternativas - 02 53

Figura 16 Geração de alternativas - 03 54

Figura 17 Geração de alternativas - 04 55

Figura 18 Geração de alternativas - 05 56

Figura 19 Geração de alternativas - 06 57

Figura 20 Seleção e adequação 58

Figura 21 Seleção e adequação 59

Figura 22 Móvel aberto 62

Figura 23 Móvel fechado 63

Figura 24 Desenho técnico - Móvel aberto 64

Figura 25 Desenho técnico - Móvel fechado 65

Figura 26 Possibilidades de uso 66

Page 9: Tcc - Móvel Multifuncional Para Ambientes Compactos

9

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 11

1.1 TEMA ............................................................................................................... 11

1.2 PROBLEMA ..................................................................................................... 11

1.3 OBJETIVO GERAL .......................................................................................... 12

1.3.1 Objetivos Específicos ................................................................................. 12

1.4 JUSTIFICATIVA ............................................................................................... 13

1.5 METODOLOGIA DE DESIGN E DA PESQUISA ............................................. 14

1.6 ESTRUTURA DA MONOGRAFIA .................................................................... 14

2 BASES DO CONHECIMENTO ............................................................................... 16

2.1 DESIGN ........................................................................................................... 16

2.1 DESIGN INDUSTRIAL ..................................................................................... 19

2.2 DESIGN DE MÓVEIS ...................................................................................... 22

2.3 ERGONOMIA ................................................................................................... 25

2.4 ANTROPOMETRIA .......................................................................................... 26

3 DESENVOLVIMENTO DE PROJETO DE DESIGN ............................................... 28

3.1 METODOLOGIA DE PROJETO DE DESIGN .................................................. 28

3.2 PROJETO DE DESIGN ................................................................................... 32

3.2.1 Problema de projeto ................................................................................... 32

3.2.2 Pré-Concepção .......................................................................................... 33

3.2.2.1 Planejamento do produto ........................................................................ 33

3.2.2.2 Análise do problema ............................................................................... 34

3.2.2.2.1 Pesquisas ............................................................................................ 34

3.2.2.2.2 Conceitos ............................................................................................. 48

3.2.2.2.3 Temática .............................................................................................. 49

3.2.3.3 Atributos do produto ................................................................................ 49

3.2.3.3.1 Funcionais ........................................................................................... 49

3.2.3.3.2 Estético-formais ................................................................................... 50

3.2.3.3.3 Simbólicos ........................................................................................... 50

3.2.4 Concepção ................................................................................................. 50

3.2.4.1 Caminhos criativos .................................................................................. 50

3.2.4.2 Geração de alternativas .......................................................................... 51

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10

3.2.4.2.1 Esboços e Croquis ............................................................................... 51

3.2.4.2.2 Alternativa escolhida ............................................................................ 57

3.2.4.3 Seleção e adequação ............................................................................. 58

3.2.4.3.1 Melhor Solução .................................................................................... 58

3.2.5 Pós-concepção .......................................................................................... 59

3.2.5.1 Sub-sistemas e componentes ................................................................. 60

3.2.5.2 Processos produtivos .............................................................................. 60

3.2.5.2.1 Aspectos mercadológicos .................................................................... 61

4 RESULTADO DO PROJETO DE DESIGN............................................................. 62

4.1 MODELO 3D ....................................................................................................... 62

4.2 DESENHOS TÉCNICOS ................................................................................. 64

4.3 SITUAÇÃO DE USO ........................................................................................ 65

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................... 67

REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 68

ANEXO - Tabela de medidas antropométricas......................................................... 71

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11

1 INTRODUÇÃO

O design é uma atividade projetual que visa o desenvolvimento de produtos,

serviços e sistemas de comunicação, ele permeia por várias áreas de conhecimento

e por isso é considerado interdisciplinar, sendo que um projeto design vai além da

estética é muito mais amplo e complexo, pois envolvem questões econômicas,

sociais, e também de caráter cultural.

O design configura-se basicamente em duas grandes áreas: gráfico e

produto, estas se subdividem de acordo com especialidades e características

objetivas dos fins. Um dos campos é o design moveleiro, este é direcionado à

pesquisa, planejamento e projeto de móveis, ele juntamente com as outras áreas do

design estão em constante evolução, o que traz a necessidade de criar produtos de

qualidade e que atendam as necessidades impostas pelo mercado.

Atualmente, percebe-se a busca por produtos que exercem mais funções

além daquelas básicas já existentes, pois com a mudança no perfil de consumo,

esse tipo de produto está cada vez mais em evidência.

O objetivo dessa pesquisa é a criação de um móvel multifuncional, voltado

para ambientes compactos, que atenda as necessidades através das

funcionalidades atribuídas a ele. Diante disso, o papel do design é fundamental para

que se conheça todo o sistema envolvido no desenvolvimento de um produto como

os materiais, os processos, não se limitando apenas a fatores estéticos.

A partir disso, apresenta-se a proposta de solução que tem a finalidade de

atingir todos os fatores envolvidos no projeto, com a escolha dos materiais, formas

e a execução correta do mesmo.

1.1 TEMA

Projetar um móvel multifuncional para ambientes compactos.

1.2 PROBLEMA

O profissional de design está cada vez mais envolvido com o

desenvolvimento de projetos e pesquisas, tanto na área gráfica como na industrial. A

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12

busca por soluções devem acontecer de forma criativa para que a melhor solução

seja apresentada para um determinado problema.

A constante rapidez de absorção e descarte de um produto leva de uma

forma geral ao encarregado por desenvolver os produtos, a buscar novas

tecnologias e processos para que o produto não se torne obsoleto no mercado em

relação aos concorrentes. Diante disso, a pesquisa torna-se fundamental para que

sejam traçados os rumos mais consistentes e assim, descubra-se os melhores

recursos disponíveis para a concepção do projeto.

O processo de desenvolvimento de um projeto de design é iniciado quando

são atribuídos os conceitos do mesmo. Identificando os requisitos mais importantes

a serem tratados, torna-se mais fácil desenvolver um projeto pois são esses mesmos

conceitos que deveram estar presentes durante a execução do projeto.

Quando um produto é desenvolvido diversos fatores são levados em

consideração: o público-alvo, a competitividade com os produtos concorrentes, os

materiais, a estética, os processos. Diante disso, há produtos que são desenvolvidos

para problemas mais específicos, ou seja, visam atingir uma faixa limitada de

usuários. Essa limitação de usuários torna-se pertinente quando fala-se em um

problema muito comum na situação do mobiliário brasileiro, a falta de espaço.

Devido ao crescimento do setor mobiliário é visível que nem todos tem condição de

comprar um imóvel que possua um amplo espaço para montar seu ambiente

domiciliar.

Diante deste fato, pode-se lançar a seguinte questão: como adequar um

móvel multifuncional que resolva problemas de espaço em um ambiente compacto?

1.3 OBJETIVO GERAL

Desenvolver um móvel multifuncional que seja adaptável a ambientes

compactos.

1.3.1 Objetivos Específicos

- Fundamentar o design industrial e moveleiro;

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- Identificar as necessidades e o perfil do público-alvo;

- Projetar um móvel multifuncional.

1.4 JUSTIFICATIVA

A indústria moveleira é uma das mais importantes em todo mundo e é

essencial para o cotidiano das pessoas, ela é responsável por grande parte dos

setores industriais destacando-se através de equipamentos e processos que a cada

dia trazem mais novidades para os consumidores.

Devido ao crescimento do consumo, as empresas procuram por diferenciais

no mercado e o design é uma grande ferramenta competitiva para elas, uma vez

que, os novos materiais, a variedade nas formas, a durabilidade são fatores que

agregam valor final ao produto.

Aliando os fatores técnicos, produtivos, tendências de mercado, ainda há a

necessidade de se considerar o perfil geral da sociedade, pois, esse grande

mercado moveleiro é movido por públicos exigentes, que procuram produtos de

qualidade e que atendam as suas necessidades primordiais, obviamente pela

grande abrangência, a demanda desses móveis é muito segmentada, variando de

acordo com fatores culturais e principalmente por níveis de renda. Desta forma, os

projetos de móveis devem considerar o cenário da segmentação para então propor

soluções condizentes com a realidade a que se destina o projeto.

Hoje, é notável que grande parte da população vive em imóveis com espaços

limitados para montar seu ambiente domiciliar. A limitação faz com que os

consumidores busquem por alternativas práticas para suprir sua necessidade,

assim, os móveis multifuncionais estão cada vez mais em uso e já são uma

realidade no mercado.

Portando, este projeto releva a necessidade de desenvolver um móvel

multifuncional que atenda as necessidades de consumidores que vivem em

ambientes compactos e estão em busca por novos produtos no mercado.

Page 14: Tcc - Móvel Multifuncional Para Ambientes Compactos

14

1.5 METODOLOGIA DE DESIGN E DA PESQUISA

Metodologia tem a função de direcionar e orientar os caminhos para as ações

que vão ser executadas no projeto. Rodrigues (2007, p.2) aborda a metodologia

como “um conjunto de abordagens, técnicas e processos utilizados pela ciência para

formular e resolver problemas de aquisição objetiva de conhecimento de uma

maneira sistemática”.

A metodologia de pesquisa é definida como de natureza aplicada que tem

objetivo de trazer dados e informações. O procedimentos técnico é classificado em

pesquisa bibliográfica, onde os dados são extraídos de bancos de dados ou de

materiais publicados.

A metodologia de design utilizada será a de Santos (2005). A metodologia é

dividida em 3 fases principais: pré-concepção, concepção e pós concepção. Cada

uma dessas etapas principais contém várias subdivisões que auxiliam no processo

de concepção do projeto.

1.6 ESTRUTURA DA MONOGRAFIA

A estruturação da monografia está dividida em cinco capítulos estruturados de

forma que auxiliam um melhor entendimento do processo de pesquisa e

desenvolvimento do produto, são eles:

Capítulo 1 - Introdução

Capítulo 2 - Bases do conhecimento

Capítulo 3 - Metodologia de projeto de Design

Capítulo 4 - Resultado

Capítulo 5 - Considerações finais.

O capítulo um é a parte introdutória do projeto, onde está contido a introdução

do tema, os objetivos, a justificativa e a metodologia. O capítulo dois apresenta as

bases do conhecimento, no qual, o conteúdo essencial para a construção do projeto

é abordado. O capítulo três é referente a apresentação e aplicação da metodologia

de projeto que ilustrada o passo a passo do processo de desenvolvimento, nessa

Page 15: Tcc - Móvel Multifuncional Para Ambientes Compactos

15

etapa é feita a coleta e análise dos dados, a geração de alternativas e também a

solução do projeto. O capítulo quatro é onde vão ser expostas as soluções finais

para o projeto. Por último, o capítulo cinco são expostas as considerações finais, no

qual é relatado um parecer final sobre o projeto desenvolvido.

Page 16: Tcc - Móvel Multifuncional Para Ambientes Compactos

16

2 BASES DO CONHECIMENTO

2.1 DESIGN

O significado teórico mais concreto de design ainda causa confusão e

preocupação em vários meios. O fato de ser um termo que foi transportado de outra

língua causa muita estranheza para aqueles que ainda não estão acostumados com

ele. Denis (2000, p.16) diz que "A origem imediata da palavra está na língua inglesa,

na qual, o substantivo design se refere tanto à ideia de plano, desígnio, intenção,

quanto à de configuração, arranjo, estrutura[..]". O autor ainda coloca que "A origem

mais remota da palavra está no latim designare, verbo que abrange ambos o

sentidos, o de designar e o de desenhar". Para ele, a própria origem da palavra já

apresenta uma certa ambiguidade, pois, existe uma confusão entre um aspecto

formal de projetar e o outro de formar. Assim, pode-se afirmar que o design trabalha

para a criação de projetos, atribuindo formas e arranjos de maneira que possa

transformar em algo concreto.

A origem profissional de design é muito antiga e ampla. Segundo Denis

(2000, p. 22) "não resta dúvida de que a existência de atividades ligadas ao design

antecede a aparição da figura do designer". O autor se refere pelo fato de que

muitos operários na época da Revolução Industrial eram promovidos por conter

experiência ou habilidades para assumir um cargo de controle sobre a divisão do

trabalho. O autor completa ainda que "o design é fruto de três grandes processos

históricos que ocorreram de modo interligado e concomitante, em escala mundial,

entre os séculos 19 e 20: A industrialização, a urbanização e a globalização".

Percebe-se que o design trata de uma área muito abrangente e que evoluiu

com o passar dos anos, por mais que a figura do designer tenha surgido somente

depois. Essa transição faz com que sua definição tenha alguns conflitos, nesse

processo transitório é notável que a influência do design está diretamente vinculada

com o crescimento histórico ocorrido principalmente depois da Revolução Industrial.

Portanto, o design têm uma dimensão importante nesse contexto, pois paralelo ao

surgimento da profissão designer ou ao termo design, foi na época em que

aconteceu a globalização, fato que trouxe grandes avanços para o crescimento

industrial e tecnológico.

Page 17: Tcc - Móvel Multifuncional Para Ambientes Compactos

17

Durante muito tempo o design era reconhecido por muitos como uma área

que tinha função apenas de embelezar a estética dos produtos, e esses rótulos

causavam preocupação para os que já eram profissionais na época.

Segundo Cara (2010, p. 24) ,

Teóricos como Bonsiepe e Maldonado, eram contra a essa possível compreensão, pois, tal fato poderia gerar o distanciamento do profissional às etapas projetivas e produtivas, e sua atividade compreendida somente como garantia do processo de concepção. O que levaria a sua dificuldade de inserção no mercado de trabalho e, especialmente, no da produção industrial.

Em uma fase mais atual, Bürdek (2006, p. 359) aborda que o design passou a

ter uma importância maior, devido a mudança de pensamento em relação ao design

dos empresários e administradores.

Desde os anos 80, o tema gestão do design passou a ter um evidente impulso, quando alguns administradores reconheceram que o design não se resume a questões estéticas, mas especialmente por sua participação relevante nas questões econômicas.

Percebe-se que essa mudança de pensamento sobre as atividades ligadas

ao design foi fundamental para o crescimento da profissão. Os empresários

começaram a reconhecer que o design poderia dar bons resultados aos seus

negócios, e isso ocorreu de forma relevante, pois não foi somente agregando beleza

estética aos produtos ou serviços, mas sim, participando definitivamente de

questões econômicas, sociais e culturais.

São infinitas as definições dadas ao design, Cara (2010, p.27), traz no seu

livro uma conceituação de design pelo ICSID (International Council of Societies of

industrial Design) em que diz:

Design é uma atividade criativa na qual o objetivo é estabelecer as qualidade multifacetadas dos objetos, processos, serviços, compreendendo todo o seu ciclo da vida. Portanto, o design é um fator central de inventiva humanização das tecnologias e fator crucial de mudanças culturais e econômicas.

Já Löbach (2001, p.16) conceitua o design como a "concretização de uma

ideia em forma de projetos ou modelos, mediante a construção e configuração

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18

resultando em produto industrial passível de produção em série". O autor completa

dizendo que "o design também é a produção de um produto ou sistema de produtos

que satisfazem às exigências do ambiente humano”.

Nota-se que ambos os autores explicam o design como uma atividade de

criação de projetos que visam atender as necessidades dos consumidores. Devido a

grande exigência do mercado atual, o design tornou-se fator diferencial para

empresas que visam uma expansão maior no mercado, os consumidores exigem

produtos de qualidade o que obriga as empresas a investirem em atributos

competitivos, fato que aumenta a visibilidade dela e eleva o patamar dos produtos.

Assim, é possível atribuir ao design a responsabilidade pelo surgimento de novos

produtos e novas tecnologias e, na medida que a expansão do setor torna-se mais

visível, em paralelo aos resultados apresentados por meio dele, a procura

consequentemente acaba valorizando ainda mais o trabalho do profissional

designer.

Neste contexto, o design pode ser utilizado como principal ferramenta pra

resolução de problemas do cotidiano, deixando a execução dessas tarefas mais

fáceis e com margens de erros menores. Segundo Fuentes (2006, pag. 25), “o ponto

de partida de todo o processo de design é a expressão de uma necessidade, de

uma encomenda de um cliente para um designer”. Percebe-se então que o design

parte de um problema, assim a partir de exaustiva análise o projeto vai ser

conduzido normalmente a melhor solução possível.

Por ser uma área que aborda vários conhecimentos interligados, o design é

multidisciplinar, e por isso apresenta subdivisões em sua ramificação. As duas

grandes áreas, design gráfico e design industrial, se subdividem em várias outras

como: o design de interiores, web design, design de moda, design de jogos, gestão

de design e entre outras áreas. Essas subdivisões são consequência do

aperfeiçoamento exigido no mercado atual, no qual, cada área específica exige

profissionais capacitados para encontrar as soluções mais viáveis para os

problemas apresentados.

Para se obter os melhores resultados para projetos de design é necessário

organização e criatividade. Esses dois requisitos são tão interligados que

praticamente são dependentes um do outro. Um projeto bem organizado vai

definitivamente trazer resultados criativos, mas se a parte de organização não

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19

estiver adequada ao projeto, as chances de apresentar os mesmos resultados vão

diminuindo com o passar das etapas do projeto.

Para Bürdek (2006, p.225) "Cada objeto de design é o resultado de um

processo de desenvolvimento, cujo andamento é determinado por condições e

decisões - e não apenas por configuração". Assim, se faz necessário o uso de uma

metodologia, que vai auxiliar na concepção do projeto, trazendo as etapas

específicas para cada momento. A metodologia varia de acordo com o gênero do

projeto e também com qual o designer melhor se adapta, por isso, se faz necessário

uma análise sobre projeto para decidir qual a melhor opção, porque de maneira

geral elas são muito parecidas, mas sofrem alterações conforme o necessário.

Concluindo, percebe-se que a profissão sofreu um forte crescimento,

principalmente nos últimos anos, mas que ainda não está totalmente estabilizada no

mercado profissional. O mercado mudou em relação ao profissionais de design, mas

é preciso estreitar mais ainda a relação com ele. De fato a situação atual pode

melhor muito, mas isso somente o próprio profissional pode mostrar e provar.

2.1 DESIGN INDUSTRIAL

A tarefa de conceituar o design, pode causar algumas confusões e distinções

de termos, e por isso, para conceituar o design industrial é preciso atribuir algumas

características mais específicas. Por muito tempo o termo desenho industrial foi

definido como nomenclatura, mas foi enfraquecendo até ser abandonado uma vez

que o mesmo parecia não definir na totalidade a atividade realizada por ele.

Segundo Cara (2008, p. 16)

Assim, a noção de desenhos industrial, como fora genuinamente definida, na qual há um redução dos aspectos de projeto às questões formais e funcionais, não parece ser mais suficiente para incluir os contextos distintos em que o designer é chamado para atuar pelos desenvolvimentos do capitalismo contemporâneo.

Page 20: Tcc - Móvel Multifuncional Para Ambientes Compactos

20

Percebe-se que essa mudança foi importante para que a profissão não

ficasse limitada pela nomenclatura. Além de dificultar o ingresso no mercado, o

profissional teria o limitador de ser apenas um desenhista industrial e não um

profissional capaz de atribuir mudanças em processos de fabricação ou ainda,

podendo gerar melhorias em aspectos funcionais de um produto .

Para Santos (2000) design de produto é "uma atividade projetual que visa a

concretização física de ideias e conceitos abstratos em algo em que possa trazer

melhorias no produto ou ainda como diferenciação competitiva de mercado." Já

Löbach (2001, p.17) diz que "um processo de adaptação dos produtos de uso,

fabricados industrialmente, às necessidades físicas e psíquicas dos usuários ou

grupos de usuários."

Os dois autores abordam o design industrial como uma atividade capaz

transformar ideias em um produto possível para a fabricação, mas Santos ressalta a

importância da diferenciação competitiva no mercado, e Löbach destaca que é

preciso lançar produtos que supram as necessidades de determinados indivíduos ou

grupos. Com a competição acirrada para encontrar novos clientes, esses diferenciais

são fatores determinantes no mercado.

Projetar novos produtos é arriscado para qualquer empresa, por isso, se

torna uma tarefa complexa para quem está encarregado dessa função, para que

essa missão se transforme em um produto bem concebido futuramente é preciso

que algumas questões sejam consideradas. Para Baxter (2000, p.2) "o

desenvolvimento de novos produtos é uma atividade complexa, envolvendo diversos

interesses e habilidades, tais como:

Os consumidores desejam novidades, melhores produtos, a preços razoáveis;

Os vendedores desejam diferenciações e vantagens competitivas;

Os engenheiros de produção desejam simplicidade na fabricação a facilidade

de montagem;

Os designers gostariam de experimentar novos materiais, processos e

soluções formais; e

Os empresários querem poucos investimentos e retorno rápido do capital.

O autor completa dizendo que o desenvolvimento de novos produtos é

necessariamente uma solução de um compromisso e que vários tipos de interesses

devem ser satisfeitos". Portanto, percebe-se a importância de se obter um equilíbrio

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21

dentre os vários interesses agregados a um produto. A empresa que consegue

trabalhar com isso de forma bem esclarecida manterá um produto sempre

competindo no mercado, caso contrário, o produto não vai obter os resultados

esperados.

Para Löbach (2001, p.21) um dos principais fatores no desenvolvimento de

produtos é o planejamento "nosso ambiente atual é o resultado da soma de múltiplos

fatores, que se estabeleceram por meio de processos de planejamento,

configuração e produção independentes uns dos outros". Para ele quando essas

ações são feitas de forma não coordenadas, elas apresentam em certas ocasiões

um efeito secundário negativo. Por isso, aspectos como: a exploração ilimitada da

matéria-prima, a poluição ambiental não podem ser esquecidos quando um projeto

está sendo executado. Essas ações poderiam causar um dando ainda maior quando

não planejadas.

Além do planejamento, o desenvolvimento de projetos é uma questão de

percepção de oportunidades do mercado, de acordo com Santos (2000), "projetar

não se resume apenas em desenvolver um produto, mas avaliá-lo no contexto de

uso". Assim, percebe-se que é preciso fazer uma análise do que está sendo

projetado para que o produto possa ser utilizado no mercado e ele que atenda todas

as necessidades impostas pelo mercado. Desenvolver novos produtos é um

investimento para as empresas, e que obviamente, como em qualquer negócio,

procura lucrar com ele, mas isso deve ser feito de forma pensada e bem elaborada.

O produto projetado de forma equivocada pode virar um fator de risco, pois ele deve

atender as expectativas da empresa e principalmente dos consumidores, e quando

esses objetivos não são atingidos a chance de concorrentes conquistarem aquele

mercado é muito maior.

Mesmo com muitas opções de modelos e marcas, existem ainda muitos

produtos similares no mercado, e devido a essa super oferta é natural que o espaço

fique limitado e saturado para eles. A consequência disso é que as empresas

acabam se sentindo pressionadas a apresentar novas propostas para que consigam

continuar vendendo e principalmente a frente de seus concorrentes, tarefa que é

muito complicada.

Assim, para qualquer produto que esteja entrando no mercado é essencial

que possua diferenciais competitivos, através desses diferenciais, as empresas

conseguem despertar o interesse do consumidor por seus produtos, pois serão

Page 22: Tcc - Móvel Multifuncional Para Ambientes Compactos

22

diferentes em relação aos demais. Löbach (2001, p.113) diz que a "diversificação é

aquela atividade da empresa pela qual ela amplia o programa de produção

adicionando mais tipos de produtos. O principal motivo para isto é garantir contra

possíveis mudanças negativas no mercado".

Portanto, a diversificação é essencial para que a empresa consiga se manter

estabilizada no mercado e ao mesmo tempo garanta que seu produto seja lembrado

pelos consumidores até porque a vida útil dos produtos estão cada vez menores .

O desenvolvimento de novos produtos é uma tarefa delicada e que pode

trazer muito benefícios às empresas, mas isso tem que ser feito de forma pensada e

elaborada. Por isso, o profissional de design industrial ainda precisa de mais

respaldo das empresas e dos empresários para que possa desempenhar seu papel

da melhor forma.

Apesar de a situação ter melhorado em comparação com épocas anteriores,

ele necessita que os empresários concordem em dar mais liberdade para que

busquem as melhores alternativas. São várias as contribuições que podem ser

conquistadas e que podem ir muito além do que os empresários esperam, podendo

participar tanto de questões internas quanto externas da empresa.

O designer capacitado pode atribuir melhorias aos processos e

procedimentos técnicos de produção ou pensar em fatores externos como a

melhoria em embalagens. Outro fator importante para o crescimento do setor é o

alavancando consumo da sociedade, pois dessa forma novas empresas surgem e

novos produtos são inseridos no mercado, oferecendo ao profissional uma grande

oportunidade de trabalho e ao mesmo trazendo a necessidade de maior capacitação

por parte dele.

2.2 DESIGN DE MÓVEIS

Segundo Ferreira (1986) Móvel (do latim modole), significa inconstante,

variável, volúvel, peça de mobiliária, este último é o termo relativo aos objetos para

uso ou adorno interior de uma casa ou ambiente. Portanto, pode-se dizer que o

Page 23: Tcc - Móvel Multifuncional Para Ambientes Compactos

23

móvel é um objeto que o homem utiliza para ficar em repouso, ou guardar seus

pertences, sendo utilizado em um ambiente doméstico ou no trabalho.

Por muito tempo a criação de móveis aconteceu de forma artesanal, pois as

habilidades eram passadas de gerações para gerações. Esses herdavam de seus

pais o saber transmitido oralmente e pelo conhecimento prático obtido em longos

anos de aprendizado, panorama que foi mudado principalmente com a revolução

industrial que trouxe inovações tecnológicas. Nesse aspecto Ferreira (2008, p.1)

considera que "a indústria moveleira pode ser considerada uma das mais antigas do

mundo, pois deriva dos carpinteiros e artesãos produtores de móveis, que com a

revolução industrial passaram a utilizar máquinas e ferramentas visando obter

economias de esforço e tempo"

Portanto, percebe-se que a indústria de móveis é muito antiga e que por muito

tempo o saber prático predominou na concepção dos produtos. Essa situação

acabou sofrendo uma grande transformação com a Revolução Industrial que mudou

essa realidade. Os processos ganharam mais agilidade o que aumentou a produção

e reduziu o tempo de concepção de um produto.

Apesar desse crescimento notável da tecnologia em processos produtivos nas

industrias, a manufatura de móveis é feita de forma mais conservadora por grande

parte das empresas. Como o mercado é dominado por micro e pequenas empresas,

é difícil para elas introduzir processos produtivos contínuos. Sobre isso Gorini (1998)

"O setor, que se caracteriza pela predominância de pequenas e médias empresas

que atuam em um mercado muito segmentado, é ainda intensivo em mão-de-obra e

apresenta baixo valor adicionado (por unidade de mão-de-obra) em comparação

com outros setores."

Completando BNDES (2007, p.68) diz que:

Em resumo, a indústria de móveis pode ser considerada uma das mais conservadoras da atual estrutura produtiva. Isso é especialmente verdadeiro no segmento de móveis de madeira, uma vez que se trata de material pouco propício à utilização de processos contínuos de fabricação, o que por sua vez dificulta consideravelmente a automação e a possibilidade de ganhos de escala. Uma das soluções encontradas pelo setor – conforme descrito no item seguinte deste artigo – consiste na transferência de determinadas operações para o varejo (montagem) e para a preparação da matéria-prima (acabamento de painéis).

Page 24: Tcc - Móvel Multifuncional Para Ambientes Compactos

24

Já em relação ao uso no mercado, a indústria de móveis é dividida em vários

segmentos: móveis domésticos, móveis para escritórios ou ainda móveis

institucionais (Móveis de escolas, hospitais, hotéis e entre outros). Segundo BNDES

(2007, p.67) O IBGE classifica a indústria de móveis com base nas matérias-primas

predominantes, as categorias básicas são: móveis de madeira (incluindo vime e

junco), que constituem o principal segmento, com 91% dos estabelecimentos, 83%

do pessoal ocupado e 72% do valor da produção; e os móveis de metal, com 4%

dos estabelecimentos, 9% do pessoal ocupado e 12% do valor da produção. O

restante diz respeito aos móveis confeccionados em plástico e artefatos do

mobiliário, que reúnem colchoaria e persianas.

Assim, percebe-se que a indústria de móveis ocupa um papel muito

importante na economia e que os móveis de madeira dominam o segmento. As

várias ramificações na área fazem com que as empresas busquem diferencias para

que se mantenham em uma posição estabilizada no mercado, porque com o fácil

acesso a sistemas mais tecnológicos, a tecnologia já não faz tanta diferença na hora

da venda do produto e sim os diferenciais apresentados ao consumidor.

A grande maioria das industrias de móveis utilizam a estratégia de se basear

em tendências que são observadas em feiras e revistas especializadas na área,

essas tendências refletem diretamente no resultado do produto, ou seja, com

exceção das grandes empresas que são as que lançam as tendências, as pequenas

e as médias empresas seguem as mesmas ideias dos produtos para acompanhar o

mercado porque elas dependem de resultados imediatos deixando o processo de

criação em segundo plano. Leão e Naveiro (1998) abordam essa importância,

"normalmente o que ocorre no país ocasionado pela falta de investimentos em

design, é que os modelos fabricados são cópias dos disponíveis no mercado

internacional, que são conhecidos por meio de feiras, revistas e protótipos".

Portanto, com a exceção das grandes empresas que são responsáveis por

lançar as tendências no mercado, as pequenas deixam o processo de design de

lado e acabam tornando-se escravas dessas tendências lançadas pelas grandes

empresas. Diante dessa relativa facilidade de imitação, elas seguem essas

tendências como forma de segurança e também por ser uma maneira de obter

melhores resultados a curto prazo no mercado.

Page 25: Tcc - Móvel Multifuncional Para Ambientes Compactos

25

2.3 ERGONOMIA

O nome Ergonomia deriva-se de duas palavras gregas: ERGOS (trabalho) e

NOMOS (leis, normas e regras). É portanto uma ciência que pesquisa, estuda,

desenvolve e aplica regras e normas a fim de organizar o trabalho, tornando este

último compatível com as características físicas e psíquicas do ser humano. De

acordo com Ansolin (2009, p.29) o início da ergonomia surgiu na idade primitiva

"Com relação à ergonomia, que teve o inicio de sua história com o homem primitivo

na construção de objetos para se conseguir sobreviver utilizando a intuição", assim

percebe-se que o uso da ergonomia surgiu muito primitivamente para que o homem

pudesse executar suas tarefas de maneira mais fácil, o autor completa dizendo que

a ergonomia evoluiu muito com o passar de tempo quando a produção de produtos

seriados obrigou a se investir em pesquisas sobre o homem em relação a sua

tarefa.

O ergonomia possui caráter interdisciplinar pois se apoia em outras áreas do

conhecimento humano como: a antropometria, fisiologia, psicologia e sociologia.

De acordo com Silva (20--, p.3):

Estuda aspectos tais como: fatores humanos (físico, fisiológico, psicológico, social, influência do sexo, idade, treinamento e motivação), fatores ambientais (temperatura, ruído, luzes,..), informações, organização (horários, turnos...), consequências do trabalho (fadiga, estresse...). Refere-se as aplicações práticas de tais conhecimentos oportunizando a redução de acidentes, doenças ocupacionais, erros, fadigas e estresse no trabalho, aumentando a produtividade e o bem-estar, mas não é aplicação de receitas, pois para necessidades e realidades diferentes exige-se pesquisas diferentes.

Assim, pode-se dizer que a ergonomia busca cada vez mais ampliar seu

campo de visão, pois os diversos fatores que são levados em consideração,

influenciam tanto no bem-estar do homem quanto na melhoria dos processos de

produção de uma empresa. Portanto, a busca por uma organização adequada, pela

melhoria na flexibilidade dos processos, pelo equilíbrio das tarefas influenciam na

realidade e no funcionamento das empresas.

Os produtos projetados atualmente devem atender as necessidades dos

consumidores através de sua tecnologia e também com seu aspecto estético, mas

existem outros fatores que melhoram a interação do usuário com o produto.

Page 26: Tcc - Móvel Multifuncional Para Ambientes Compactos

26

De acordo com Iida (2000, p. 354; 355)

Do ponto de vista ergonômico, todos os produtos, sejam eles grandes ou pequenos, simples ou complexos, destinam-se a satisfazer certas necessidades humanas e, dessa forma, direta ou indiretamente, entram em contato com o homem. Então, para que esses produtos funcionem bem em suas interações com seus usuários ou consumidores, devem ter as seguintes características básicas: Qualidade técnica – É a parte que faz funcionar o produto, do ponto de vista mecânico, elétrico, eletrônico ou químico, transformando uma forma de energia em outra, ou realizando funções como cortes, soldas, dobragens e outras. Dentro da qualidade técnica deve-se considerar a eficiência com que o produto executa a função, o rendimento na conversão de energia, a ausência de ruídos e vibrações, a facilidade de limpeza e manutenção e assim por diante. Qualidade ergonômica – A qualidade ergonômica do produto inclui a facilidade de manuseio, a adaptação antropométrica, o fornecimento claro de informações, as compatibilidades de movimentos e demais itens de conforto e segurança. Qualidade estética – A qualidade estética envolve a combinação de formas, cores, uso de materiais, texturas e cores, para que os produtos sejam visualmente agradáveis.

Portanto, essas características básicas devem estar presentes no produto

para que ele possa estar apto a competir no mercado, e assim tonar a vida do

usuário cada vez mais fácil.

2.4 ANTROPOMETRIA

A antropometria é um ramo das ciências biológicas que tem como objetivo o

estudo dos caracteres mensuráveis da morfologia humana. Como diz Sobral (l985,

apud SANTOS, 2003, P.2) "o método antropométrico baseia-se na mensuração

sistemática e na análise quantitativa das variações dimensionais do corpo humano".

A antropometria permite a obtenção de muitas informações, porém peso,

altura e suas combinações são os métodos antropométricos mais utilizados em

estudos epidemiológicos.

Em uma simples análise nas características físicas das pessoas verifica-se que a

espécie humana varia grandemente de tamanhos físicos. Um indício disto é o fato

Page 27: Tcc - Móvel Multifuncional Para Ambientes Compactos

27

de existir roupas e demais vestimentas de diferentes tamanhos, que diferenciam o

indivíduo em medidas baseadas no comprimento dos braços, circunferência

abdominal, dentre outras. Tudo isto tem derivado dos dados antropométricos

(ACUÑA, CRUZ, 2004, p. 3).

Quanto aos dados que podem ser avaliados em dados antropométricos são:

as diferenças individuais, variação ou diversidade humana, diferenças sexuais,

diferenças étnicas, tendência secular para o crescimento, envelhecimento, classe

social e ocupação, os adultos "normativos" versus as "pessoas reais", adequação

entre a diversidade humana e os diferentes envolvimentos, base estatística da

variabilidade humana, constrições impostas pela variabilidade humana (espaço livre,

alcance, força e postura).

Portanto, a antropometria é um estudo que traz muitas informações a respeito

de características físicas como: comprimentos, profundidades e circunferências

corporais e que através desses resultados possa se projetar equipamentos e

produtos para a população utilizadora.

Page 28: Tcc - Móvel Multifuncional Para Ambientes Compactos

28

3 DESENVOLVIMENTO DE PROJETO DE DESIGN

3.1 METODOLOGIA DE PROJETO DE DESIGN

A organização na execução de um projeto é essencial para que se obtenha as

melhores soluções, e para que isso seja feito se faz necessário a utilização de uma

metodologia projetual. A metodologia desenvolvida por Flávio Anthero Nunes Vianna

dos Santos (2005) será utilizada para o desenvolvimento deste projeto, essa

metodologia, como o próprio autor determina, é um método aberto que possibilita

uma maior amplitude para a solução de um problema. Além de possuir sua estrutura

voltada a projetos industriais, ela possui fácil entendimento em relação a cada passo

que podem se remodelar conforme a necessidade do mesmo.

A metodologia é dividida em 3 fases principais: pré-concepção, concepção e

pós concepção. Cada uma dessas etapas contém várias subdivisões que auxiliam

no processo de concepção do projeto, sendo as básicas: planejamento, análise de

problema, atributos do produto, caminhos criativos, geração de alternativas, seleção

e adequação, subsistemas componentes, processos produtivos e mercado. O

restante dos desdobramentos dependem do caráter do projeto e o uso ou não fica a

critério do próprio autor.

Segundo o autor, nos desdobramentos auxiliares serão definidas as

atividades através das quais os desdobramentos mínimos serão realizados. Ele

completa dizendo que, quanto mais desdobramentos auxiliares forem realizados

mais informações ficarão sistematizadas à disposição do projeto e isso reduz as

incertezas e aumenta a qualidade do trabalho.

A figura 01 a seguir demonstra como o autor propõe a organização do

conteúdo da metodologia.

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29

De acordo com Santos (2005, p.80-81):

Desta forma, são atividades inerentes à etapa básica de pré-concepção:

planejamento do produto;

a análise do problema e

a definição dos atributos do produtos.

Page 30: Tcc - Móvel Multifuncional Para Ambientes Compactos

30

São atividades inerentes á etapa básica de concepção:

a definição das possibilidades de solução para o problema (caminho

criativos)

a geração de alternativas e

a seleção e adequação da melhor alternativa.

São atividades inerentes à etapa básica de pós-concepção:

o detalhamento dos subsistemas e componentes do produto;

a definição dos processos produtivos e

a definição de aspectos mercadológicos (lançamentos, venda e pós-

venda)

Através das etapas principais define-se os desdobramentos obrigatórios.

Assim, tem-se as seguintes etapas:

Planejamento do produto - Primeiramente são definidos o

cronograma de execução do projeto, os investimentos que serão feitos

e ainda as tecnologias que serão utilizadas (Software, Hardware);

Análise do problema - Na etapa seguinte são realizadas as

pesquisas de concorrentes, clientes ou tecnologias utilizadas. Também

define-se os conceitos que serão utilizados e a temática abordada;

Definição dos atributos do produto - Neste momento são atribuídas

características funcionais, estéticas e simbólicas ao projeto. Essa etapa

é fundamental para se definir atributos que o projeto deve conter.

A fase seguinte é a de concepção que possui os seguintes desdobramentos:

Caminhos criativos - É a primeira etapa do processo de concepção

no qual define-se as ferramentas para o desenvolvimento de alternativas;

Geração de alternativas - Posteriormente, todas as pesquisas

desenvolvidas e as características atribuídas ao produto são colocadas

em prática. A geração de alternativas é a fase no qual são desenvolvidas

Page 31: Tcc - Móvel Multifuncional Para Ambientes Compactos

31

as alternativas para uma possível solução do projeto. Ela pode ser feita

através de sketch e croquis;

Seleção e adequação - Por fim, a melhor alternativa é selecionada, e

revista para possíveis alterações.

A fase de pós-concepção é formada por:

Subsistemas e componentes - Nesse momento é feito o

detalhamento do produto no qual todas as partes que o compõe serão

expostas;

Processos produtivos - Consiste em relatar de que maneira o produto

será produzido;

Resultado final - Na etapa final do projeto é feito o modelo virtual em

3D e também os desenhos técnicos do produto. Através dos modelos 3D

é possível ter uma percepção mais detalhada de como o produto será

esteticamente e também como será sua composição morfológica, e a

partir dos desenhos técnicos tem-se detalhes técnicos, como medidas e

a estruturação dos componentes do produto. Também são feitas

pranchas de apresentação para melhor entendimento do projeto

Devido a necessidade do projeto foi desenvolvida uma tabela adaptada a

metodologia de Santos (2005), para melhor visualização de cada etapa do projeto. A

tabela está presentada a seguir:

Page 32: Tcc - Móvel Multifuncional Para Ambientes Compactos

32

3.2 PROJETO DE DESIGN

3.2.1 Problema de projeto

A identificação do problema foi relacionada através da necessidade de criar

novas alternativas para móveis a serem usados em ambientes que não provém de

muito espaço, fato que é muito presente na vida de muitos devido a situação do

setor imobiliário atualmente. A criação de um móvel com as funções de guarda

Page 33: Tcc - Móvel Multifuncional Para Ambientes Compactos

33

objetos, descanso e ainda o uso para atividades cotidianas como comer e estudar

irá auxiliar aquelas pessoas que necessitam ter essas opções adaptadas a um

ambiente compacto.

3.2.2 Pré-Concepção

Essa etapa é o começo do desenvolvimento do projeto de design, nela estão

constituídas o planejamento do produto, a análise do problema e os atributos do

produto.

3.2.2.1 Planejamento do produto

Cronograma

O cronograma é a distribuição das etapas através de um planejamento pré-

estabelecido. Nele são determinadas as datas e as atividades referentes a cada

atividade do projeto, sendo estabelecido um prazo inicial e final para que possam ser

realizadas. O cronograma deste projeto é apresentado a seguir na tabela 02:

Cronograma

Fase Atividade Objetivo Início Fim

1 Pré-Concepção

- Planejamento do projeto

- Análise do problema

- Atributos do produto

5/10 12/10

2 Concepção

- Caminhos criativos

- Geração de alternativas

- Seleção e adequação

12/10 26/10

Banca 1 Apresentação 01 - Relatório parcial

- Apresentação 01 27/10 27/10

3 Pós-concepção

-Sub-sistemas e componentes

- Processos produtivos

- Resultado final

28/10 23/11

Page 34: Tcc - Móvel Multifuncional Para Ambientes Compactos

34

Banca

final Apresentação final - Apresentação final 07/12 07/12

Tabela: 02 - Cronograma Fonte: O autor

Investimentos

O projeto terá três investimentos principais: o valor em pesquisa, construção

do protótipo e ainda para apresentação do projeto final. O investimento em

pesquisas será feito durante a fase de concepção do projeto e serão através de

livros, impressos e cópias. A construção do protótipo terá o valor investido em

compra de matéria-prima e mão de obra. Já para a parte de apresentação, o valor

será investido em pranchas e no documento escrito que será entregue a toda a

banda avaliadora.

Tecnologias

A representação do projeto é será feita através de modelo em 3 dimensões

que será executado pelo software Solidworks que também fará os desenhos

técnicos e os renderings. O Illustrator será responsável por toda a parte gráfica,

incluindo a apresentação do projeto. O Microsoft Word será utilizado para concepção

de toda parte teórica do projeto através do documento escrito.

3.2.2.2 Análise do problema

3.2.2.2.1 Pesquisas

Similares

Os móveis com multifunções ganham cada vez mais espaço no mercado, e

diante dessa situação pode-se destacar dois principais fatores que levam o

consumidor a optar por esse tipo de móvel: os altos preços dos apartamentos e

casas que possuem um espaço maior e a mudança na mentalidade que opta por

Page 35: Tcc - Móvel Multifuncional Para Ambientes Compactos

35

menos excessos. Aliado a tecnologia e a funcionalidade, esses móveis não só

economizam espaço nas residências, mas são uma grande economia para o bolso

do consumidor a longo prazo. A seguir, observa-se na figura 02, o painel com

produtos similares.

Nota-se que a grande maioria dos móveis multifuncionais se regulam de

maneira fácil e prática, além disso, é possível notar uma forte tendência em produtos

que desintegram seus componentes a partir de um bloco simples que pode ser

Page 36: Tcc - Móvel Multifuncional Para Ambientes Compactos

36

desmontando. Esse formato reforça a ideia de economia de espaço nas residências,

pois quando o móvel se encontrar de maneira fechada (bloco) automaticamente irá

ocupar menos espaço. Também observa-se em alguns casos o aproveitamento dos

vãos consequentes das formas dos móveis, esses vãos podem ser utilizados como

guarda objetos ou até mesmo servir de encaixe para outro componente. A figura 03

demonstra um exemplo de como duas cadeiras podem virar uma mesa.

Na imagem apresentada, observa-se que os dois vãos do lado da cadeira

servem de encaixe para montar a mesa. Nesse caso é preciso observar também

que os pés das cadeiras também servem como pés para a mesa quando houver

necessidade de montar daquela forma.

Page 37: Tcc - Móvel Multifuncional Para Ambientes Compactos

37

A figura 04, mostra as várias possibilidades obtidas através dos diferentes

tipos de montagem de um mesmo produto.

Nota-se que o produto pode ser montado de acordo com a necessidade ou

com o gosto do usuário. Nesse caso utilizou-se a estratégia de um bloco simples

com vários componentes internos que podem ser rearranjados da maneira que for

mais eficaz.

Possibilidades de uso

As possibilidades do uso de um móvel multifuncional encontra-se através da

necessidade de se criar alternativas para a economia de espaço em um ambiente

Page 38: Tcc - Móvel Multifuncional Para Ambientes Compactos

38

compacto domiciliar, porém, seu uso poderia se encaixar em qualquer outra

situação. Por este projeto se tratar de um móvel que objetiva atender as funções de

uso para o descanso, atividades cotidianas como comer, estudar, ele deve ser

utilizado na sala ou até mesmo como um móvel para um quarto.

Na figura 05, identifica-se um ambiente com possibilidade de uso para o

móvel. Um móvel pequeno poderia ser adicionado ao ambiente ou até mesmo

poderia substituir outro móvel agregando mais de uma função a ele para que se

ganhe espaço.

Público-Alvo

Pelo fato de poder ser utilizado em vários lugares, o móvel tem um público-

alvo muito grande. O público varia entre pessoas da classe C até a classe D que

moram sozinhas ou com suas famílias, incluindo crianças, jovens e adultos. Essas

Page 39: Tcc - Móvel Multifuncional Para Ambientes Compactos

39

classes tem impulsionado a economia do país, tornando-se o maior nicho de

mercado. A Classe C é conhecida como a nova classe média, o que representa mais

da metade dos brasileiros. (FONSECA, 2011 apud FGV 2009). Segundo (IBGE) A

classe C é composta de famílias com renda entre R$ 1.200 e R$ 5.174 e na classe

D figuram as famílias que recebem entre R$ 751 e R$ 1.200 por mês. Essas classes

tem um perfil de consumo muito particular, ao contrário do que se imagina, esse

público consumidor procura produtos de qualidade, de boa resistência, bom

acabamento e uma estética agradável, já que possuem maior poder de compra, o

que aumenta a exigência em cima dos produtos, deixando de ser o preço o fator de

escolha no momento da compra. Assim, é necessário ter maior atenção com essa

classe, sobretudo as empresas, que devem atingir esse público pelos diferenciais

nos seus produtos através de materiais e suas tecnologias, e não copiando produtos

já existentes no mercado e atribuindo-lhes materiais de baixa qualidade e com uma

estética desagradável, isso vai tornar o produto obsoleto em relação aos

concorrentes. Segundo Prahalad (2010, p.76), “A oportunidade de mercado da base

da pirâmide não pode ser suprida por versões obsoletas de soluções de tecnologia

tradicionais partindo de mercados desenvolvidos.” Logo, esse público sonha em

comprar produtos que estão introduzidos em classes superiores, e que estão longe

de seu poderio econômico, e não querem comprar aqueles em versões mais

baratas.

Mesmo com o aumento no poderio de compra, esse público ainda enfrenta

dificuldades em mobiliar seu imóvel. Por serem classes emergentes, essas classes

não conseguem comprar ou projetar todo seu mobiliário de uma única vez, tornando-

se inevitável comprar os móveis somente quando for possível ou devido a uma

necessidade imediata.

Devido a atual situação do mercado de imobiliário, os preços dos imóveis

estão bem elevados, fazendo com que poucas pessoas consigam viver em lugares

com espaço amplo e favorável para suas famílias. Assim, esse público procura

lugares menores que tem um espaço limitado para montar seus móveis. O perfil

desse perfil de público-alvo está representado na figura 06 a seguir:

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Tecnologias

A indústria moveleira caracteriza-se pela diversificação de produtos finais

produzidos e estes vão desde móveis residenciais, para escritórios, ou até mesmo

móveis institucionais. A produção envolve diferentes tipos de materiais como

madeira, metais, tecidos, couro, plásticos, acrílicos, entre outros, que variam de

acordo com o tipo do móvel.

O processo de produção não é contínuo, por isso a modernização só é

aplicada em algumas etapas de produção. Um fator bem importante que caracteriza

a industria moveleira é o fato de que a tecnologia usada para a modelagem dos

produtos não é mais privilégio somente das grandes empresas, as pequenas

empresas também utilizam de recursos visuais o que, além de diminuir custos,

Page 41: Tcc - Móvel Multifuncional Para Ambientes Compactos

41

otimiza mais ainda o processo de criação, diminuindo consideravelmente o tempo de

produção.

Matérias-primas

Na fabricação de móveis em geral as principais fontes de matérias-primas são

a madeira e os metais, além de materiais de revestimentos como couros e

estofados. A madeira é a principal fonte de matéria prima para a fabricação dos

móveis, tendo grande diversificação de tipos.

- Madeira Nativa

Foi a primeira matéria-prima utilizada para a fabricação de móveis e nesse

perfil de madeira enquadra-se o mogno, a imbuia, a cerejeira, marfim e entre outros.

As principais características são: a alta resistência física e mecânica , a durabilidade,

usinabilidade (pode ser facilmente torneada). No entanto, devido ao crescimento da

utilização de madeiras de reflorestamento (eucalipto e pinos) esse tipo de matéria-

prima teve o seu uso diminuído, além disso, questões ambientais tem se tornado

uma constante preocupação no panorama atual o que reduz as vantagens de se

usar esse tipo de madeira. Abaixo na figura 07, um exemplo de um móvel feito em

mogno.

Page 42: Tcc - Móvel Multifuncional Para Ambientes Compactos

42

Na figura 07, tem-se um exemplo de um móvel feito em mogno, uma madeira

maciça que possui a beleza de suas diferentes fibras e colorações, alta resistência

física e mecânica, durabilidade e usinabilidade (pode ser emoldurada, torneada ou

entalhada).

- Eucalipto

O eucalipto é uma madeira que se tornou sinônimo contra a devastação das

florestas e justamente por isso tem sido utilizado para projetos de âmbitos

ambientais. O seu principal uso é no setor de celulose e para a produção de lenha e

carvão, mas também é utilizado para acabamentos na construção civil e até mesmo

a obtenção do óleo essencial usado para perfumes, remédios, produtos de limpeza e

alimentícios. Na fabricação de móveis o eucalipto tem algumas restrições como:

elevadas retrabilidade, propensão ao colapso durante a secagem e à presença de

tensões de crescimento, que levam a rachaduras e empenamentos.

Page 43: Tcc - Móvel Multifuncional Para Ambientes Compactos

43

Na figura 08, um exemplo de um conjunto de móveis feito em madeira

eucalipto. O eucalipto é uma madeira leve, de boa resistência mecânica, capaz de

receber os mais variados tipos de acabamento, mas apresenta alguns problemas de

processamento e usinabilidade.

- Pinus

O principal uso dessa matéria-prima é para industriais de madeira serrada e

laminada, móveis, papel e também a celulose. O grande problema da utilização na

indústria moveleira é alta concentração de nós, á secagem e ao desdobro

inadequado. Na figura 09, tem-se um exemplo de um móvel feito de madeira de

pinus.

Page 44: Tcc - Móvel Multifuncional Para Ambientes Compactos

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Na figura 09, um exemplo de uma estante feita com pinus. A madeira de pinus

é fácil de ser trabalhada, e por isso mesmo é utilizada nos mais variados tipos de

móveis. As características gerais dessa madeira são: Cerne e alburno indistintos

pela cor, branco-amarelado, brilho moderado, cheiro e gosto distintos e

característicos (resina), agradável, densidade baixa, macia ao corte, grã direita,

textura fina.

- Madeiras reconstituídas

Madeiras reconstituídas são aquelas que utilizam madeira sobre forma de

cavacos como matéria-prima principal. São classificadas em dois grupos: Os

compostos laminados (estrutura de linha contínua de cola através do processo de

colagem) e os compostos particulados (pequenos elementos de madeira (partículas

e fibras) que constituem uma estrutura de linha descontínua de cola). Nos

compostos laminados constituem-se os compensados que possuem uma infinidade

de produtos e já nos compostos particulados os principais tipos são os aglomerados

e o MDF (medium density fiberboard).

Page 45: Tcc - Móvel Multifuncional Para Ambientes Compactos

45

Na figura 10, apresenta-se móveis feitos em MDF. Apesar de não ser um

material muito resistente ele é muito utilizado na fabricação dos móveis devido a seu

baixo custo. O uso mais comum nos móveis em MDF é somente em algumas partes

dos móveis, aquelas das quais não irão suportar muito peso e que não terão contato

com a umidade, pois quando essa parte é danificada, o móvel inteiro pode ser

comprometido.

- Metal

Utilizado geralmente em partes estruturais dos produtos como em barras de

sustentação ou ainda em forma de puxadores. Os principais produtos são as barras

de metais e as chapas. A utilização desses materiais em móveis são uma importante

ferramenta para se obter a melhor de design do produto.

Page 46: Tcc - Móvel Multifuncional Para Ambientes Compactos

46

Acima, na figura 11, uma cadeira que revolucionou o conceito de fazer

móveis. A cadeira criada por Marcel Breuer foi uma das maiores inovações do

século XX devido a utilização de tubos de aço no design do móvel. Outra forma

bastante utilizada são os puxadores.

-Tecidos

Jeans ou brim

É um dos mais resistentes dos tecidos. Perfeito para quem tem animais de

estimação, crianças pequenas. A lavagem também é bastante prática, apesar de

encolher com facilidade.

Page 47: Tcc - Móvel Multifuncional Para Ambientes Compactos

47

Aveludados

Costuma esquentar demais em lugares muito quentes. Em contra partida,

deixar o ambiente mais refinado, mas não costumam ser muito fáceis de limpar.

Poliéster

Se tem animais de estimação, nem pense em usar este tecido. Por desfiar

com facilidade, ele não é recomendado nestes casos. Porém, o efeito do tecido

aplicado ao sofá fica muito bonito e este costuma ser mais fácil de limpar. O

poliéster possui ótima resistência e baixo encolhimento, além de não desbotarem

com o tempo.

Couro

Legítimo ou sintético, este é bastante durável e fácil de limpar. Ainda que não

seja muito recomendado para ambientes quentes, o couro também confere um estilo

especial ao móvel.

Sarja peletizada

É um dos tecidos mais macios do mercado e é perfeito para vários ambientes.

Além disso, é fácil de limpar e costuma oferecer uma boa durabilidade.

Diante disso, pode-se concluir que existem uma infinidade muito grande de

madeiras e que cada uma delas tem características específicas. As madeiras de lei

possuem grande resistência mecânica, são fáceis de modelar, e são bonitas

esteticamente, agregando grande vantagem em relação as outras. As madeiras

reconstituídas tem baixa resistência e por isso não suportam grande carga.

Em relação aos tecidos, todos possuem características voltadas para cada

tipo de ambiente e situação. Os aveludados são bonitos, mas em compensação

esquentam com muita facilidade, e por isso mesmo não podem ser utilizados em

lugares muito quentes. Outros tipos que pode-se destacar são os couros, tanto o

original quanto o sintético tem as mesmas características estéticas e são tecidos

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bem duradouros. O poliéster é um tecido de alta resistência e que não encolhe com

o tempo, diferente do jeans e do brim, além de serem fáceis de limpar.

3.2.2.2.2 Conceitos

O móvel multifuncional tem como conceitos principais: a praticidade, a

versatilidade e adaptabilidade. Os três conceitos devem estar presentes no produto

final para que ele possa atender as necessidades do problema proposto e essas são

características essenciais para que isso possa ser alcançado. A figura 12, a seguir,

representa os conceitos formais do produto:

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3.2.2.2.3 Temática

O principal objetivo é que esse produto seja condicionado a várias opções de

uso, por isso a importância de que ele tenha várias funções e que elas atendam

essas exigências. A principal temática é a multifuncionalidade.

3.2.3.3 Atributos do produto

Nessa etapa apresenta-se as características principais que devem estar

presentes no produto, constituindo-se as aspectos funcionais e também de aspectos

estético-formais.

3.2.3.3.1 Funcionais

As principais características é o fácil manuseio de mudança de posições dos

componentes do produto através de mecanismos como dobradiços ou corrediças. A

estrutura deve conter uma forma que vai de encontro as exigências do público, por

isso deve se adaptar ao ambiente em que será colocada .

Os componentes da base devem estar sempre bem firmes para que o usuário

possa mexer com segurança sem perigo de algum componente se solte o que pode

ocasionar acidentes.

O móvel deve ter a segurança necessária para que possa receber todo o

peso que for colocado em cima dele, por isso a importância de ter uma boa

resistência de pés ou da própria base.

O produto deve conter todas as funcionalidades propostas como um móvel

para guardar objetos, que possa servir para o descanso e ainda possa ser utilizado

para realizar atividades cotidianas.

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3.2.3.3.2 Estético-formais

O produto terá uma estética condizente com o perfil do público-alvo e que

quer um produto que possa se adaptar no ambiente sem que o mesmo fuja das

características estéticas dos demais. Assim, deve-se seguir os conceitos

supracitados.

3.2.3.3.3 Simbólicos

A multifuncionalidade e a adaptabilidade representarão o valor simbólico do

produto. Através desse atributos o produto pode entrar no mercado e competir com

os demais concorrentes.

3.2.4 Concepção

3.2.4.1 Caminhos criativos

A figura13, representa o painel de conceitos simbólicos do móvel. A partir

desses conceitos começa-se a elaborar as gerações de alternativas, os conceitos

devem estar evidentes na concepção do móvel.

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3.2.4.2 Geração de alternativas

Nesta fase, passa-se a esboçar as possíveis definições para a solução do

problema, sendo que se determinam quais serão os conceitos utilizados para a

execução das alternativas geradas.

3.2.4.2.1 Esboços e Croquis

Alternativa 01

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As primeiras alternativas basearam-se na ideia de um bloco que

desmembrava seus componentes através de partes extras acopladas na base

principal do móvel e também com componentes que poderiam virar partes auxiliares

do objeto. Essa geração baseou-se em uma mesa de centro que possuía partes

auxiliares. Nesse caso, a mesa de centro desmembrava os componentes

representados pelos números 1 e 2 para virar base para um colchão. O número 3

representa uma base articular presa a parte traseira que poderia ser erguida para

servir como base para estudo.

Na figura 14, observa-se como o móvel poderia ser desmontando para virar

um móvel extra auxiliar (base para a cama) e também um suporte auxiliar para ser

utilizado como mesa.

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Alternativa 02

Na geração de alternativa 02, buscou-se o mesmo propósito da alternativa 01,

com a adição de partes auxiliares no móvel para que virassem algum outro

componente. Nessas alternativas acrescentou-se a ideia de partes que seriam

embutidas ao móvel. Nesses casos, nota-se que os componentes poderiam ficar

muito grandes, caso fossem embutidos ao móvel, indo contra a ideia de móvel

compacto.

Na figura 15, tem-se o propósito de partes auxiliares em conjunto com o bloco

que se desintegram para virar outros componentes.

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Alternativa 03

Na figura 16, observa-se a geração de alternativa 03, no qual, consiste em

uma mesa de centro, com plataformas superiores que se movem de um lado para o

outro (através de barras internas), podendo ser utilizada para apoiar objetos (prato,

computador). Na parte interna puffs que podem servir para o descanso do usuário.

Na parte superior da mesa pequenos espaços deixados para guardar objetos.

Na figura 16, tem-se a mesa de centro que tem várias funções agregadas, as

bases superiores poderiam ser giradas em 360 graus para não atrapalhar a visão de

quem está sentado.

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Alternativa 04

Na figura 17, observa-se a geração de alternativas 04, essas alternativas

começaram a dar forma na alternativa seguinte que foi a escolhida. A ideia de blocos

que se movem através de barras de metais deu início a ideia final. O princípio da

mesa de centro foi mantido, mas com adição de barras que interligavam as laterais

poderia reduzir o tamanho final do móvel. A adição de espaços para guardar objetos

acrescentaria mais uma função, e com a colocação de uma base na parte inferior,

todas as funções estariam atribuídas.

Na figura 17, observa-se a ideia dos blocos se movendo um em direção ao

outro para que o tamanho do móvel ficasse reduzido.

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Alternativa 05

Na figura 18, observa-se a ideia final do produto, no qual devido as gerações

de alternativas realizadas surgiu uma poltrona multifuncional. O princípio das barras

de metal foi mantido, mas agora de forma mais evidente. O movimento das laterais

fez com que fosse possível tomar forma um espaço para que o usuário pudesse

sentar e descansar. A movimentação dos blocos é possível porque estão

interligados um ao outro. Assim, é possível aproximar os dois diminuindo o tamanho

do produto. Quando aberto na sua forma total forma-se um espaço para descansar e

na parte superior de um dos bloco encontra-se uma base articulável para apoio de

objetos (pratos, notebook), ela é acoplada a umas das laterais.

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3.2.4.2.2 Alternativa escolhida

Na figura 19, tem-se a alternativa escolhida para a próxima etapa que é a

adequação da melhor solução. Nesse momento pode-se começar a fazer os ajustes

necessários para fazer os modelos virtuais e físicos.

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3.2.4.3 Seleção e adequação

3.2.4.3.1 Melhor Solução

A partir do projeto selecionado, desenvolveu-se a renderização no software

Solidworks, o que possibilita visualizar de maneira mais precisa as intenções

projetuais. Percebeu-se, no entanto, que o móvel apresenta uma estrutura muito

rígida não transmitindo os valores objetivados. Desta forma, fez-se necessário

adequar as formas, suavizando as laterais.

Na figura 20, observa-se um móvel com uma estrutura muito dura e rígida, por

isso foram feitas adequações ao projeto.

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Na figura 21, apresenta-se o móvel com as alterações, e assim algumas

características ficaram mais evidenciadas, deixando o móvel com um aspecto mais

leve e suave. A abertura para guardar objetos, foi transferida para a parte lateral do

móvel, deixando assim um espaço maior para colocá-los. A base para auxiliar foi

mantida na posição inicial.

3.2.5 Pós-concepção

Nesta etapa, apresenta-se o detalhamento físico do móvel para ambientes

compactos, com as definições estabelecidas no projeto.

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3.2.5.1 Sub-sistemas e componentes

O móvel é constituído por três componentes principais: as duas estruturas em

madeira, sendo que uma delas contém a base articulada para notebook, os tubos

para mover os blocos que estão interligados, e o tecido no momento em que o móvel

estiver aberto.

Quanto à matéria-prima do móvel ressalta-se que os tubos são em aço inox,

pois possui resistência suficiente para aguentar o peso que for colocado na hora de

sentar. A estrutura das bases laterais são feitas em madeira rígida, sendo aplicada

outra camada de madeira de mogno no acabamento que pode ser facilmente

modelado.

O tecido é feito poliéster, pois possui resistência necessária para aguentar a

tensão provocada no momento em que a poltrona for aberta na sua totalidade.

Na articulação da base articulada usam-se corrediças para a movimentação

da peça que se acopla na parte lateral do móvel. A corrediça é composta por um

perfil de chapa fina dobrada e, um “trilho” guia com rodinhas para o deslize desta

peça.

As rodinhas na parte inferior do móvel são para a movimentação dos

conjuntos o que facilita quando houver a necessidade de economizar espaços.

3.2.5.2 Processos produtivos

Para a fabricação deste tipo de móvel, os processos produtivos básicos

empregados são o corte e montagem das madeiras da estruturas laterais (madeiras

rígidas), juntamente com os cortes das peças em mogno para o acabamento final

colocado sobre essa estrutura.

Para a construção das peças para o acabamento final são empregados

dobras e cortes nas chapas, e através do processo de fixação são encaixados as

rodinhas na parte inferior do móvel.

Os tubos possuem um sistema de "tubo telescópio" no qual um se encaixe

dentro do outro, para que se possa abrir o móvel sem maiores problemas.

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O tecido é colocado com argolas fixadas nas extremidades para que se possa

ter maior segurança no momento de sentar.

3.2.5.2.1 Aspectos mercadológicos

O produto em si desenvolvido é de caráter experimental, e no momento não

será disposto no mercado. O lançamento do móvel está previsto para a fase de

apresentação do mesmo, em que será desenvolvido um protótipo dele,

exemplificando a construção final do objeto.

O documento escrito contém todo o processo de desenvolvimento do projeto

relatado de forma explicativa. Nele consta todas as fases do processo de

desenvolvimento do projeto.

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4 RESULTADO DO PROJETO DE DESIGN

Como resultado final do projeto desenvolvido, apresenta-se as soluções

propostas através de renderings, desenhos técnicos e modelo de protótipo.

4.1 MODELO 3D

Nas figuras seguintes observa-se o modelo do móvel com as especificações,

explicando o funcionamento no momento em que estiver aberto e fechado.

Na figura 23, apresenta-se o móvel fechado na sua forma final.

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Analisando a figura 23, tem-se em seu estado fechado. Com as articulações

das estruturas laterais o móvel diminui o tamanho para que poupe espaço em um

ambiente compacto.

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4.2 DESENHOS TÉCNICOS

Nos desenhos técnicos estão especificados principalmente o tamanho do

móvel em seu estado aberto e fechado, pois a principal necessidade do móvel era

se adaptar a ambientes compactos.

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4.3 SITUAÇÃO DE USO

Na figura 26, observa-se o móvel em uma situação de uso. Um espaço

pequeno que o móvel poderia estar se posicionando de maneira aberta ou de

maneira fechada, diminuindo o espaço ocupado pelo mesmo. Como tem a

característica de adaptabilidade poderia estar condicionado a ocupar esse espaço.

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5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Considerando que o objetivo central deste trabalho era o desenvolvimento do

projeto de um móvel multifuncional para ambientes compactos, a pesquisa tomou

rumos que envolveram estudos bibliográficos à cerca do design, design industrial,

design de móveis, ergonomia e antropometria; fundamentos estes essencias para

embasar o processo de desenvolvimento que se deu por meio da metodologia

MD3E proposta Santos (2005).

Ao longo do projeto algumas definições foram essenciais. Primeiramente

definiu-se o público-alvo, constituído por crianças, jovens e adultos pertencentes às

classes C e D, o perfil deste público pode ser resumidamente definido como

consumidores ativos que prezam qualidade e estética dos produtos, onde entendem

a relação custo-benefício. Também foi necessário definir as funcionalidades, sendo

elencadas a adaptabilidade, praticidade e a versatilidade. Quanto aos valores

simbólicos definiu-se o conceito de minimalismo, equilíbrio, simplicidade.

A partir dos quesitos já citados, as gerações de alternativas prezaram ao

atendimento do máximo de itens objetivados. Desta forma, desenvolveu-se uma

poltrona que agrega múltiplas funções contendo guarda objetos e componente para

atividades diversas como suporte para computador, leitura, e também para apoio de

objetos.

Acredito que o resultado condiz com o problema de projeto uma vez que os

elementos formais, funcionais e simbólicos atendem à necessidade exposta.

Pessoalmente, este foi o momento de construção do conhecimento onde pude aliar

em um projeto todos os conteúdos teóricos e práticos adquiridos ao longo de 4 anos.

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REFERÊNCIAS

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ANEXO - Tabela de medidas antropométricas

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