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ESCOLA SUPERIOR DE GUERRA MURILO MAC CORD MEDINA
COMANDO LOGÍSTICO DO TEATRO DE OPERAÇÕES:
sua importância para a otimização da aplicação dos recursos logísticos das Forças Armadas do Brasil
Rio de Janeiro 2012
MURILO MAC CORD MEDINA
COMANDO LOGÍSTICO DO TEATRO DE OPERAÇÕES:
sua importância para a otimização da aplicação dos recursos logísticos das Forças Armadas do Brasil
Trabalho de Conclusão de Curso - Monografia apresentada ao Departamento de Estudos da Escola Superior de Guerra como requisito à obtenção do diploma do Curso de Altos Estudos de Política e Estratégia. Orientador: Cel Int R1 Antonio Celente Videira
Rio de Janeiro 2012
C2012 ESG
Este trabalho, nos termos de legislação que resguarda os direitos autorais, é considerado propriedade da ESCOLA SUPERIOR DE GUERRA (ESG). É permitido a transcrição parcial de textos do trabalho, ou mencioná-los, para comentários e citações, desde que sem propósitos comerciais e que seja feita a referência bibliográfica completa. Os conceitos expressos neste trabalho são de responsabilidade do autor e não expressam qualquer orientação institucional da ESG. ______________________________
Biblioteca General Cordeiro de Farias
Medina, Murilo Mac Cord Comando Logístico do Teatro de Operações: sua importância para a
otimização da aplicação dos recursos logísticos das Forças Armadas do Brasil / CMG(IM) Murilo Mac Cord Medina - Rio de Janeiro: ESG, 2012.
30 f.: il. Orientador: Cel Int R1 Antonio Celente Videira Trabalho de Conclusão de Curso – Monografia apresentada ao
Departamento de Estudos da Escola Superior de Guerra como requisito à obtenção do diploma do Curso de Altos Estudos de Política e Estratégia (CAEPE), 2012.
1. Interoperabilidade. 2. Logística. 3. Estado-Maior Conjunto. 4. Teatro
de Operações. I. Título.
Aos meus pais, esposa e filhos, pelo
suporte e presença constante nas
horas de dúvida e de grandes decisões,
que muito me ajudaram a manter o
rumo em minha missão.
AGRADECIMENTOS
Aos estagiários da Turma “Programa Antártico Brasileiro” pelo convívio
harmonioso e amigo ao longo de 2012.
Ao Corpo Permanente da ESG pelo estímulo às reflexões e
conhecimentos transmitidos durante o CAEPE, que me fizeram conhecer
melhor o Brasil e seu extraordinário potencial.
Ao Cel. Celente, meu orientador, pelas contribuições e paciência.
Ao CF(IM) Anderson Oliveira Marendaz pelas inúmeras contribuições a
este trabalho.
A diferença entre o impossível e o possível reside na determinação de uma pessoa.
Tommy Lasorda
RESUMO
Esta monografia aborda o Comando Logístico do Teatro de Operações, criado em
2011 pelo Ministério da Defesa, e sua importância para a otimização da aplicação
dos recursos logísticos das Forças Armadas do Brasil. Para a perfeita compreensão
desse novo conceito, é realizada uma breve abordagem sobre a evolução da
logística, desde sua origem até os tempos atuais, com ênfase na Logística Militar,
procurando familiarizar o leitor com as nuances dessa atividade, despertando sua
atenção para a relevância do assunto no sucesso dos empreendimentos civis e
militares. Para a contextualização do CLTO, são apresentados os principais pontos
da Estratégia Nacional de Defesa, que introduziram relevantes ações para o
incremento da integração das Forças Armadas. A Doutrina de Operações Conjuntas,
emitida pelo Ministério da Defesa em 2011 e que estabeleceu as normas para o
funcionamento do CLTO, é analisada sob o ponto de vista da integração da logística
conjunta, descrevendo as normas estabelecidas pelo MD para sua ativação e
guarnecimento pelas Forças Singulares. Fruto da análise desse documento e das
experiências adquiridas por ocasião da ativação desse Comando em exercícios de
Operações Conjuntas promovidas por aquele Ministério, são identificadas e
apresentadas oportunidades de melhoria para o aprimoramento da
operacionalização do CLTO, quando da revisão das referidas normas em 2013.
Palavras chave: Interoperabilidade. Logística. Estado-Maior Conjunto. Teatro de
Operações.
ABSTRACT
This end of course work addresses the Theater Logistic Command Operations
(CLTO) created in 2011 by the Ministry of Defense and its importance to optimize the
application of logistics resources of the Brazilian Armed Forces. For a full
understanding of this new concept a brief approach is performed on the evolution of
logistics from its origins to modern times, with emphasis on Military Logistics, trying
to familiarize the reader with the nuances of this activity by bringing to their attention
the relevance of the challenges and its success within civil and military ventures. To
contextualize the CLTO, the main points of the National Defense Strategy are
presented which introduced relevant actions to increase the integration of the Armed
Forces. The Doctrine for Joint Operations, issued by Ministry of Defense (MD) in
2011 in which standards for the operation of CLTO were established, is analyzed
from the point of view of integration of joint logistics, describing the standards set by
the MD to its activation and manning of the respective military services. As a result
of the analysis of this document and experiences gained during Joint Operations
exercises executed by the command after its activation which were promoted by that
Ministry, are identified and opportunities presented to improve the operations of
CLTO will be taken into consideration in 2013 when a complete review of the
standards will take place.
Keywords: Interoperability. Logistics. Joint Chiefs of Staff. Theater of Operations.
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
Figura 1 Recursos logísticos............................................................................. 17
Mapa 1 O mundo grego durante as guerras com a Pérsia.............................. 19
Figura 2 Exemplo de aplicação de itens de suprimento em equipamentos...... 25
Figura 3 Estrutura organizacional do Comando Operacional Conjunto............ 33
Figura 4 Estrutura organizacional do CLTO...................................................... 34
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
APA Análise Pós Ação
AVL Automatic Vehicle Location
BaLogCj Base Logística Conjunta
BIEG Banco de Informações Estratégicas e Gerenciais
CAT-BR Catálogo de Itens e Empresas
CCL Centro de Coordenação Logística
CECAFA Centro de Catalogação das Forças Armadas
CLTO Comando Logístico do Teatro de Operações
COMDABRA Comando de Defesa Aeroespacial Brasileiro
ComTO Comandante do Teatro de Operações
EB Exército Brasileiro
EG Equipagem
EMCFA Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas
EMCj Estado-Maior Conjunto
EMD Estado-Maior de Defesa
EMFA Estado-Maior das Forças Armadas
END Estratégia Nacional de Defesa
EPT Eixo Prioritário de Transporte
EQ Equipamento
ESG Escola Superior de Guerra
FAB Força Aérea Brasileira
FAC Força Aérea Componente
FGV Fundação Getúlio Vargas
FNC Força Naval Componente
FTC Força Terrestre Componente
HE Hipótese de Emprego
IS Item de Suprimento
MB Marinha do Brasil
MD Ministério da Defesa
OM Organização Militar
OMLS Organização Militar Logística Singular
PAED Plano de Articulação e de Equipamento da Defesa
RFID Radio Frequency Identification
SAbM Sistema de Abastecimento da Marinha
SCM Supply Chain Management
SEGAR Segurança da Área de Retaguarda
SELOM Secretaria de Ensino, Logística, Mobilização, Ciência e Tecnologia
SEORI Secretaria de Coordenação e Organização Institucional
SEPESD Secretaria de Pessoal, Ensino, Saúde e Desporto
SEPROD Secretaria de Produtos de Defesa
SIGLD Sistema de Gerenciamento de Logística de Defesa e Mobilização
SINCONSUP Sistema de Controle de Suprimentos
SILOMS Sistema Integrado de Logística de Material e de Serviços
SIMATEX Sistema de Material do Exército
SINFORGEx Sistema de Informações Organizacionais do Exército
SINGRA Sistema de Informações Gerenciais de Abastecimento da Marinha
SISMA Sistema de Material Aeronáutico
SISMAB Sistema de Material Bélico
SISMICAT Sistema Militar de Catalogação
SPEAI Secretaria de Política, Estratégia e Assuntos Internacionais
TO Teatro de Operações
ZA Zona de Administração
ZC Zona de Combate
ZI Zona do Interior
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO............................................................................................ 12
2 LOGÍSTICA........................................ ......................................................... 15
2.1 A ORIGEM DA LOGÍSTICA.….................................................................... 15
2.2 A LOGÍSTICA NA ATUALIDADE.…............................................................. 20
2.3 A LOGÍSTICA MILITAR.…........................................................................... 22
3 O COMANDO LOGÍSTICO DO TEATRO DE OPERAÇÕES....... .............. 28
3.1 A ESTRATÉGIA NACIONAL DE DEFESA.….............................................. 28
3.2 A DOUTRINA DE OPERAÇÕES CONJUNTAS.......................................... 30
3.3 O CLTO EM EXERCÍCIOS DE OPERAÇÕES CONJUNTAS..................... 35
4 OPORTUNIDADES DE MELHORIA........................ ................................... 38
4.1 INTEGRAÇÃO DOS SISTEMAS LOGÍSTICOS DAS FORÇAS................. 38
4.2 MANUAIS OPERACIONAIS........................................................................ 39
4.3 COMANDO CONJUNTO PERMANENTEMENTE ATIVADO...................... 40
5 CONCLUSÃO........................................ ..................................................... 43
REFERÊNCIAS........................................................................................... 45
12
1 INTRODUÇÃO
Os altos e crescentes custos inerentes à obtenção e à manutenção de meios
navais, terrestres e aéreos dotados de tecnologia de ponta, capazes de contribuir
efetivamente para o atingimento dos Objetivos Nacionais, tornaram indispensável à
união de esforços no âmbito das três Forças Armadas, para a manutenção da
expressão militar do Poder Nacional compatível com os interesses do País.
Essa integração teve significativo incremento com a criação do Ministério da
Defesa (MD), em 1999, quando se iniciaram, no seio da sociedade brasileira,
discussões mais substantivas acerca da Política Nacional de Defesa e da
necessidade de o Brasil dispor de Forças Armadas bem aparelhadas.
O consequente estreitamento do relacionamento entre as Forças,
combinado com a crescente necessidade de otimização da aplicação dos escassos
recursos orçamentários alocados à manutenção das tropas e meios da Marinha,
Exército e Força Aérea, incrementou o diálogo sobre a interoperabilidade nas
operações conjuntas. Ganhando maior importância naquele Ministério, essas
operações passaram a ser objeto de diversos estudos, buscando a atualização das
doutrinas.
Nesse contexto, demonstrando sua preocupação com a integração da
logística, o MD dedicou especial atenção à revisão de diversos documentos
normativos sobre o tema, como, por exemplo, a Doutrina de Logística Militar,
aprovada pela Portaria Normativa nº 614/MD, de 24 de outubro de 2002, e a Política
de Logística de Defesa, aprovada pela Portaria Normativa nº 1.890/MD, de 29 de
dezembro de 2006, aprimorando a gestão dos recursos empregados no apoio
logístico das Forças.
Dando início a um novo conjunto de programas de reaparelhamento
voltados para o fortalecimento da Defesa do País, o Presidente da República
aprovou, por meio do Decreto nº 6.703, de 18 de dezembro de 2008, a Estratégia
Nacional de Defesa (END).
Esse documento foi elaborado com base em ações estratégicas de médio e
longo prazo, visando à modernização da estrutura nacional de defesa, atuando em
três eixos estruturantes: a reorganização das Forças Armadas, a reestruturação da
indústria brasileira de material de defesa e a política de composição dos efetivos das
13
Forças Armadas.
A interoperabilidade nas operações conjuntas foi estabelecida como uma
capacidade desejada para as Forças Armadas, quando da sua reestruturação,
demonstrando a consolidação do entendimento ministerial quanto à necessidade de
maior integração entre as Forças.
Um importante desafio atual para as Forças Armadas é a consolidação da
nova Doutrina de Operações Conjuntas (MD-30-M-01), aprovada pela Portaria
Normativa nº 3.810 do MD, de 8 de dezembro de 2011, que estabeleceu os
fundamentos doutrinários para o planejamento, preparo e emprego das Forças em
Operações Conjuntas, principalmente no tocante à logística conjunta no Teatro de
Operações (TO).
Conforme bem exposto naquele documento, os conflitos contemporâneos
não admitem mais o emprego isolado de uma única Força em campanha, sendo que
a união de esforços, com a combinação dos meios navais, terrestres e aéreos,
constitui-se em indispensável catalisador para a obtenção do rendimento máximo
das Forças.
No seu prefácio, alerta que o planejamento de uma operação conjunta
diferencia-se das demais pela heterogeneidade dos processos de emprego e pelas
peculiaridades técnico-profissionais das Forças, ressaltando, desta forma, a
relevância da coordenação e da integração das ações planejadas.
Após alguns anos de estudos e de ativações em caráter experimental em
operações conjuntas, nessa Doutrina, foi estabelecido, formalmente, o novo conceito
de Comando Logístico do Teatro de Operações (CLTO), concebido com o propósito
de promover a execução da logística conjunta de modo eficiente e otimizado nessas
operações.
Com a criação do CLTO, novos paradigmas terão que ser quebrados, a fim
de permitir que as lições aprendidas no TO sirvam de subsídio para a revisão do
planejamento estratégico, operacional e tático da Logística Militar em tempo de paz.
As dificuldades enfrentadas por aquele Comando, inerentes à previsão e provisão de
materiais e serviços de toda monta para as Forças Componentes em operações
conjuntas, podem proporcionar a adequada retroalimentação para os tomadores de
decisão no MD e nas Forças Singulares.
Para a perfeita compreensão do valor desse assunto, o presente trabalho
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apresentará um breve histórico da logística e seus aspectos militares, discorrerá
sobre a importância da END, para a integração logística das Forças e avaliará a
atual concepção conceitual do CLTO, instituída pelo MD na Doutrina de Operações
Conjuntas, procurando apresentar oportunidades de melhoria, que maximizem o
emprego eficiente, racional e judicioso dos recursos logísticos disponíveis pelas
Forças Armadas nas operações conjuntas.
15
2 LOGÍSTICA
Com a finalidade de proporcionar um adequado entendimento da
importância do CLTO, a Logística será apresentada, nesta seção, abordando-se sua
interessante origem histórica, seus aspectos atuais e aqueles específicos das
atividades militares.
2.1 A ORIGEM DA LOGÍSTICA
Logística. O quê significa esta palavra tão comumente encontrada no dia a
dia das pessoas, que tem despertado muito interesse nos meios acadêmico e
empresarial. Diuturnamente, ouve-se falar em Logística Nacional, logística de
transporte, operador logístico, custos logísticos, etc. Qual, afinal, a origem dessa
palavra?
Segundo o Dicionário Michaelis, “logística” é um substantivo comum
feminino, originário da palavra grega logistiké, pertencente à área de estudo militar,
que significa “ciência militar que trata do alojamento, equipamento e transporte de
tropas, produção, distribuição, manutenção e transporte de material e de outras
atividades não combatentes relacionadas”.
Essa definição é corroborada pelo Dicionário Houaiss, que conceitua essa
palavra como “organização teórica da disposição do transporte e do abastecimento
de tropas em operações militares”. Essa etimologia, desta forma, remete o leitor à
época em que a logística estava relacionada tão somente às atividades do campo
militar do extenso conhecimento humano.
A primeira menção literária na história sobre logística é consignada ao Barão
Antoine Henri Jomini, um importante teórico militar da primeira metade do século
XIX, que, tendo participado das campanhas napoleônicas, escreveu o Sumário da
Arte da Guerra em 1836, dividindo as operações militares em cinco grandes ramos:
Estratégia, Grande Tática, Logística, Engenharia e Tática Menor.
De acordo com Crocoft (1862), àquela época faltava às escolas de formação
de militares manuais que provessem os necessários princípios básicos nessas áreas
das campanhas terrestres. O aprendizado dos militares no século XIX era obtido,
principalmente, por meio do convívio com seus chefes mais antigos, que lhes
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transmitiam suas experiências e ensinamentos adquiridos nas guerras.
O Sumário da Arte da Guerra de Jomini tinha como propósito preencher
essa lacuna, disponibilizando um manual que transmitisse conhecimento teórico no
campo militar de forma clara aos jovens oficiais. Em seu livro, esclarece que a
palavra “logística” é originária do termo francês “Major General des Logis”, atribuído
ao Oficial encarregado pela acomodação, orientação e preparação de tropas para o
combate. Esse militar era responsável, em resumo, por quase tudo no campo das
atividades militares, exceto o combate.
No que diz respeito à Logística, Jomini (1836, p. 51, tradução nossa) ensina
que:
Logística é a arte dos exércitos em movimento. Compreende a ordem e os detalhes das marchas e acampamentos e do aquartelamento e abastecimento de tropas; […] compreende os meios e mecanismos que executam os planos estratégicos e táticos. A Estratégia decide onde atuar; A Logística traz as tropas até esse ponto; [...]1.
Coadunado com esse relevante raciocínio, conforme o pensamento da
Escola Superior de Guerra (ESG) expresso em seu Manual Básico Volume II (2009,
p. 79), a Logística fornece os meios necessários, que foram planejados e
determinados pela Estratégia e que serão aplicados pela Tática. A capacidade
logística de uma Força Armada é, portanto, “o grau de competência que dispõe para
desenvolver um conjunto de atitudes visando a prever e prover, na quantidade,
qualidade e oportunidade, os recursos humanos, o material e os serviços
necessários ao seu preparo e emprego”.
Sem a pretensão de esgotar as ilimitadas opções sobre o assunto, a Figura
1, a seguir, esquematiza resumidamente os recursos logísticos necessários para a
conquista do pleno emprego das forças combatentes, cuja provisão deve ser
equacionada em quantidade, qualidade, momento e local adequados, sob pena de
não ser possível o cumprimento de sua missão.
1 Do original em inglês: Logistics is the art of moving armies. It comprises the order and details of
marches and camps, and of quartering and supplying troops; […] comprises the means and arrangements which work out the plans of strategy and tactics. Strategy decides where to act; logistics brings the troops to this point; [...]
17
Figura 1: Recursos logísticos Fonte: O autor (2012)
O estudo dos conflitos armados é repleto de exemplos, que evidenciam a
influência cada vez maior da logística nos seus resultados. Exércitos e forças navais
mal preparados aprenderam, nos mares e campos de batalha, que as necessidades
de alimentos, munição, uniformes, transporte, serviços de saúde, reparos, dentre
outras, vitais para o sucesso de suas empreitadas, não podem ser atendidas sem
um perfeito diagnóstico prévio das possibilidades da Nação, de forma improvisada e
sem planejamento adequado.
Necessidades estas que tendem a crescer em volume e complexidade, à
medida que as inovações tecnológicas disponibilizam novos recursos para as forças
militares, que proporcionam vantagem competitiva aos seus detentores e logo se
tornam imprescindíveis ao sucesso das batalhas.
Como exemplo, pode-se citar o sistema de propulsão dos navios de guerra.
Até a Revolução Industrial, em meados do século XVIII, as necessidades logísticas
desses meios, para esse sistema, eram, basicamente, remadores, remos, velas e
adriças, que, muito possivelmente, estavam disponíveis para reposição em
18
curtíssimo prazo em qualquer porto longe de sua base. Hoje, esse mesmo sistema
necessita de especialistas em motores, combustíveis, lubrificantes, graxas,
sobressalentes de máquinas e eletrônicos, ferramentas especiais, estopas,
computadores, softwares, etc. cuja disponibilidade para obtenção pode demandar
tempo demasiado longo, em face da distância onde se encontra a fonte do material
ou do serviço necessário à prontidão operativa do meio.
Um acontecimento histórico em que a logística influenciou diretamente os
rumos da humanidade foi a Batalha de Salamina entre gregos e persas. Segundo o
Livro Fatos da História Naval (1971, p. 18), em 480 a.C., um exército persa de cerca
de 180 mil homens atravessou o estreito de Dardanelos, apoiado por uma força
naval de aproximadamente 1.300 navios, com a missão de conquistar a Península
Helênica.
No mais significativo confronto naval do mundo antigo, uma frota naval
grega, em desvantagem numérica, derrotou a Armada Persa e conquistou,
decisivamente, o domínio do mar. As monumentais forças terrestres persas lideradas
por Xerxes, que já haviam derrotado o Rei Leônidas, transposto o desfiladeiro das
Termópilas e alcançado a cidade de Atenas, tiveram suas indispensáveis linhas de
reabastecimento pelo mar cortadas. O exército persa, que era bastante grande para
a época e não podia encontrar todos os meios necessários ao seu sustento no
território ocupado, dependia dos recursos trazidos de suas fontes de
reabastecimento no Império Pérsia.
Devido à impossibilidade de receber apoio logístico pelo mar e às longas
distâncias terrestres para transporte dos seus recursos logísticos, que podem ser
observadas no Mapa 1 a seguir apresentado, os persas viram-se obrigados a retirar-
se da Grécia.
O triunfo grego no mar pôs fim às invasões persas e garantiu a segurança
da maior democracia da história, graças ao problema logístico do inimigo.
19
Mapa 1: O mundo grego durante as guerras com a Pérsia Fonte: Wikipedia (2012)
A importância da logística também pode ser exemplificada pelos
acontecimentos históricos na frente oriental alemã contra os soviéticos na Segunda
Guerra Mundial. Conforme Davies (2009, p. 117):
A vitória de Jukov2 nas proximidades de Moscou geralmente é atribuída ao inverno, à inconstância de propósitos de Hitler e aos sucessivos atrasos na implementação dos estágios finais da Barbarossa3. Todavia, há outros fatores envolvidos. Um deles é a logística. O Exército Vermelho pôde recorrer a reservas desconhecidas de efetivos militares e possuía seis ferrovias pelas quais transportá-los. Os alemães tinham poucas reservas e somente uma estrada de ferro para enviar suprimentos ao fundamental setor central.
No início do conflito entre esses dois países em 1941, a Alemanha estava
muito melhor preparada militarmente para a campanha do que a União Soviética,
tanto em material quanto em pessoal. Na fase inicial dos combates, chegou a invadir
2 O Marechal Jukov liderou o Exército Vermelho na expulsão dos alemães da União Soviética. Foi o
Oficial-General mais condecorado da história daquele País. 3 Operação Barbarossa foi o codinome da operação militar alemã para invadir a União Soviética,
iniciada em 22 de junho de 1941, durante a Segunda Guerra Mundial, rompendo assim com o Pacto Nazi-Soviético de não-agressão.
20
aproximadamente cerca de 5% do território soviético. Seu avanço somente foi
interrompido graças à obstinação de Stalin em evitar a ocupação da cidade que
levava seu nome e a capital do país, Moscou, sacrificando significativo contingente
de soldados nessas frentes.
Entretanto, toda a capacidade logística da União Soviética foi empregada,
revelando ao seu inimigo sua dimensão praticamente inesgotável. Apesar de as
perdas soviéticas em combate serem muito superiores às alemãs, a impressionante
reposição de pessoal, tanques, aviões e armamento as compensou, superando
largamente a capacidade logística de seu oponente, fator esse crucial para reversão
de sua situação e alcance da vitória na guerra.
Essa variável do problema militar, as incalculáveis possibilidades logísticas
da União Soviética, certamente não foi levada em consideração por Hitler e seus
estrategistas no seu planejamento de campanha, vaticinando sua derrota.
2.2 A LOGÍSTICA NA ATUALIDADE
Ensinamentos adquiridos no campo militar, principalmente aqueles ligados à
inovação, costumeiramente migram para o mundo empresarial onde encontram
campo fértil para disseminação em função da lucratividade que proporcionam.
Como não poderia deixar de ser, as lições aprendidas acerca da logística e
de sua relação com o sucesso dos empreendimentos militares, foram absorvidas
pelo mundo corporativo, sendo o conceito original de Jomini, paulatinamente,
adaptado àquele metiê.
Para uma visualização atualizada desse conceito, pode-se recorrer à
definição de Logística atribuída pelo Council of Supply Chain Management
Professionals (2010, não paginado):
Logística é o processo de planejar, implementar e controlar de maneira eficiente o fluxo e a armazenagem de produtos, bem como os serviços e informações associados, cobrindo desde o ponto de origem até o ponto de consumo, com o objetivo de atender aos requisitos do consumidor.4
4 Do original em inglês: The process of planning, implementing, and controlling procedures for the
efficient and effective transportation and storage of goods including services, and related information from the point of origin to the point of consumption for the purpose of conforming to customer requirements.
21
Como pode ser observado, num ambiente empresarial altamente
competitivo, o conceito de logística está diretamente ligado ao atendimento das
necessidades das corporações, indispensáveis ao seu pleno funcionamento e
atingimento dos seus objetivos. O foco no planejamento da armazenagem,
circulação e distribuição de produtos tem como propósito a indispensável redução
dos custos logísticos, maximização de eficiência e otimização da satisfação dos
clientes.
Segundo Videira (2008, p. 104), “a Logística dos tempos modernos é o
desafio que se impõe àqueles que estão compromissados com o sucesso dos
negócios de suas empresas”. O mesmo autor nos ensina que, no mundo moderno, o
sucesso da logística carece do suporte da tecnologia. Cita como exemplos o uso da
Identificação por Rádio Frequência5, mais conhecida pela sua sigla em inglês RFID,
para o gerenciamento de estoques; a Localização de Veículos Automática6 para o
controle de frotas; e a conteinerização para o transporte de produtos, em especial,
aquela dotada de refrigeração, que introduziu possibilidades ilimitadas para o
transporte transcontinental de produtos perecíveis.
O conhecimento sobre logística adquiriu tamanha importância no Brasil, que
diversos centros universitários criaram cursos de nível superior, com o propósito de
capacitar profissionais para atuarem como catalisadores da melhoria dos níveis de
qualidade, produtividade e competitividade de suas organizações. Farto é o campo
de atuação de profissionais formados nessa área, em face da capilaridade com que
a logística se espraia em todos os setores da economia. Nesse diapasão, há que ser
ressaltada a necessidade de um adequado gerenciamento de toda a cadeia de
suprimentos de uma empresa. A título de ilustração, a Fundação Getúlio Vargas
(FGV) oferece um MBA em “Logística e Supply Chain Management”, cujo objetivo é
o desenvolvimento de competências estratégicas e operacionais relacionadas à
logística e à gestão da cadeia de suprimento, dentro de uma visão voltada para a
eficiência e a eficácia. Segundo a FGV (2012, não paginado):
A gestão da cadeia de suprimento (supply chain management) é a aplicação mais avançada dos recursos da moderna logística. Trata-se de uma ação
5 Do original em inglês: Radio Frequency Identification (RFID) 6 Do original em inglês: Automatic Vehicle Location (AVL)
22
que busca otimizar os elos de uma cadeia produtiva de bens ou de serviços de modo a alcançar o cliente final com produtos de menor custo e maior qualidade e, sempre que possível, sustentáveis.
Aquela Fundação esclarece, também, que, no ambiente da economia
globalizada e sob o impacto da crise financeira internacional, a gestão das cadeias
de suprimentos pode contribuir para a neutralização dos efeitos negativos e
conjunturais da recessão econômica. Além disto, voltada para a redução dos
impactos ambientais e para mitigação dos seus efeitos, é fator de grande
significância para o alcance do desenvolvimento econômico sustentável. Em tempos
de generalizada preocupação com essa seara, nota-se a tendência a ser
transportada para a esfera de atuação da Logística a necessidade de observância
de modernos métodos de preservação ambiental, sendo este um fator diferencial
para o sucesso dos futuros empreendimentos.
2.3 A LOGÍSTICA MILITAR
Para a compreensão das possibilidades de integração logística entre as
Forças, pressuposto básico onde se contextualiza o CLTO, é necessário serem
conhecidos, primeiramente, os aspectos específicos da Logística Militar.
A Logística Militar consiste no conjunto de atividades relativas à previsão e à
provisão dos recursos e dos serviços necessários à execução das missões das
Forças Armadas. Os conceitos básicos acerca dessas atividades estão
normatizados na Doutrina de Logística Militar, documento de alto nível do MD,
emitido em outubro de 2002, que serve de base para o planejamento e a execução
das atividades logísticas das Forças.
Esse documento agrupa as atividades logísticas em conjuntos de atividades
afins, correlatas ou de mesma natureza, denominadas Funções Logísticas, quais
sejam: Recursos Humanos, Saúde, Suprimento, Manutenção, Transporte,
Engenharia e Salvamento. Essas funções logísticas recebem tratamento específico
em cada Força, que se organiza administrativamente em tempo de paz, com
estrutura organizacional e procedimentos próprios, da forma que melhor atenda suas
peculiaridades. Não há padronização sob esse aspecto. As Forças devem se
estruturar per se, de modo estarem capacitadas para apoiar logisticamente suas
próprias tropas em operações.
23
As organizações militares de uma Força Singular, existente desde o tempo
de paz ou ativada em operações, dotada de pessoal, equipamentos e outros meios
especializados, apta para executar atividades e tarefas de uma ou mais funções
logísticas é denominada, na Doutrina de Operações Conjuntas, como Organização
Militar Logística Singular (OMLS) (Volume I, p. 49).
A execução das Funções Logísticas é dividida, na Doutrina de Logística
Militar, nas seguintes fases: determinação das necessidades; obtenção; distribuição;
acrescidas de determinação das capacidades logísticas e reversão nas operações
conjuntas pela Doutrina de Operações Conjuntas (Volume I, p. 48).
Em que pese a interdependência de todas as Funções Logísticas para o
sucesso de uma operação, seja isolada ou conjunta, uma das que se vislumbram
com a maior possibilidade de integração entre as Forças é a Função Logística
Suprimento, em face da possibilidade de essa integração poder ser amadurecida
sistemicamente pelo MD em tempo de paz, independentemente da realização de
adestramentos operacionais.
Conforme a finalidade de emprego, os itens de suprimento são agrupados
em classes. Essas classes são definidas pela Doutrina de Logística Militar como:
Classe I - Material de Subsistência;
Classe II - Material de Intendência;
Classe III - Combustíveis e Lubrificantes;
Classe IV - Material de Construção;
Classe V - Armamento e Munição;
Classe VI - Material de Engenharia e de Cartografia;
Classe VII - Material de Comunicações, Eletrônica e de Informática;
Classe VIII - Material de Saúde;
Classe IX - Material Naval, de Motomecanização e de Aviação; e
Classe X - Materiais não incluídos nas demais classes.
A Função Logística Suprimento é mais conhecida, no âmbito da MB, como
“Abastecimento”. Tendo em vista as peculiaridades daquela Força, onde seus meios
devem apresentar como característica fundamental a mobilidade pelos mares e
oceanos do planeta, a logística dos itens de suprimento é vital para a operação dos
navios, especialmente, quando afastados de suas bases.
A falta de um sobressalente de eletrônica para um radar, por exemplo, pode
24
inviabilizar o sistema de navegação da belonave, tornado-a impossibilitada de
manobrar e, logo, incapaz de cumprir sua missão, enquanto aguarda atracada no
porto o recebimento do material necessário ao seu reparo.
O destaque atribuído a essa Função Logística pela MB pode ser constatado
em suas Normas para Execução do Abastecimento (SGM-201), onde as atividades
ligadas ao Abastecimento são metodologicamente classificadas em Técnicas ou
Gerenciais. As Atividades Técnicas são: Pesquisa; Desenvolvimento; Avaliação;
Especificação; Inspeção; Determinação Técnica de Necessidades; e Orientação
Técnica. As Atividades Gerenciais são: Catalogação; Contabilidade do Material;
Determinação Corrente de Necessidades; Controle de Estoque; Controle de
Inventário; Obtenção; Armazenagem; Tráfego de Carga; Fornecimento; e Destinação
de Excessos. Para cada atividade são atribuídas responsabilidades às diversas
organizações navais.
Na MB, costuma-se utilizar, para melhor entendimento dessa Função, a
metáfora da corrente, afirmando-se que esta será tão forte quanto seu elo mais
fraco. Os elos da corrente do Abastecimento são as Atividades Técnicas e
Gerenciais.
As possibilidades de integração da logística conjunta relacionada aos itens
de suprimento dependem diretamente do domínio da informação proporcionada pela
Atividade Gerencial Catalogação. Essa atividade visa à reunião de um conjunto
definido de informações sobre os materiais, equipamentos, fabricantes, empresas
fornecedoras, etc. em um banco de dados, metodologicamente organizado, a fim de
serem perfeitamente conhecidas especificações, fontes de fornecimento, vida útil,
etc., que contribuam para a previsão e o provimento dos itens de suprimento ao
usuário.
Segundo o Centro de Catalogação das Forças Armadas (CECAFA)7 (2012,
não paginado), o Sistema Militar de Catalogação (SISMICAT) é um sistema uniforme
para identificação, classificação e codificação de itens de suprimento das Forças
Armadas Brasileiras, concebido para possibilitar máxima eficiência no apoio logístico
e facilitar a gerência de dados dos materiais em uso nas organizações participantes.
7 O CECAFA é um órgão do MD, destinado a prestar serviços de codificação e catalogação de
material para as Forças Armadas, podendo ampliar seu atendimento a todas as entidades do Governo.
25
Seu produto final é o Catálogo de Itens e Empresas (CAT-BR), que representa o
universo dos itens gerenciados pelas Forças e permite ao usuário distinguir cada
item de suprimento de forma inequívoca através da descrição das suas
características e/ou referências dos seus fabricantes.
Desta forma, três conceitos básicos, constantes das Normas para Execução
do Abastecimento da Marinha do Brasil, são fundamentais para a compreensão da
Catalogação: Equipamento, Equipagem e Item de Suprimento.
Equipamento (EQ) é um conjunto de componentes intimamente
relacionados, capaz de produzir um determinado trabalho ou atender à determinada
função, com o emprego de alguma forma de energia mecânica, elétrica,
eletromecânica, eletromagnética, térmica etc. Como exemplos podem ser citados:
motores, radares, sonares, etc.
Equipagem (EG) é um conjunto de itens de suprimento, normalmente
portátil, que se destina a atender a um serviço específico. Como exemplos podem
ser citados: material de rancho, roupa de cama, bandeiras e pavilhões, instrumentos
de navegação, ferramentas de oficina, etc.
Item de Suprimento (IS) é uma peça, um conjunto de peças, aplicados em
um equipamento ou equipagem, que possui características essenciais que a
individualizam. A cada item de suprimento distinto deve ser atribuído um código
específico e único.
Para visualização da possibilidade de integração das informações
disponibilizadas pela Catalogação entre as Forças, foi concebido o modelo
conceitual constante da Figura 2 a seguir.
26
Figura 2: Exemplo de aplicação de itens de suprimento em equipamentos
Fonte: O autor (2012) Tendo em vista que as três Forças Armadas possuem, cada uma, seu
próprio conjunto de equipamentos, é de se pressupor que possam existir
equipamentos comuns a duas ou mais Forças. No caso do exemplo acima, o EQ 1
pertenceria somente à MB, enquanto que o EQ 3, ao EB e à MB, e o EQ 6, às três
Forças. Como itens de suprimento podem ser aplicados a um ou mais
equipamentos, chega-se a um cenário interessante: o IS 1 é consumido pelas três
Forças, pois é aplicado num equipamento comum (EQ 6). O IS 2 é consumido pela
MB e pela FAB, mesmo sendo aplicados em equipamentos distintos (EQ 2 e EQ 4).
Esse conhecimento será tão profundo quanto a qualidade da catalogação dos
equipamentos, equipagens e itens de suprimento realizada por cada Força, sob a
coordenação do CECAFA.
Devido ao significativo volume de informações a serem processadas e
armazenadas inerentes à Função Logística Suprimentos, é indispensável o suporte
da tecnologia de informação, por meio do desenvolvimento de sistemas
informatizados do tipo Supply Chain Management (SCM). Atualmente, cada Força
Singular possui seu próprio sistema corporativo para esse apoio, concebido para
atender suas peculiaridades. A FAB dispõe do Sistema Integrado de Logística de
Material e de Serviços (SILOMS), integrado ao Sistema de Material Aeronáutico
(SISMA) e ao Sistema de Material Bélico (SISMAB). O EB possui o Sistema de
Material do Exército (SIMATEX), integrante do Sistema de Informações
27
Organizacionais do Exército (SINFORGEx). Já a MB, desenvolveu o Sistema de
Informações Gerenciais de Abastecimento da Marinha (SINGRA), para apoiar o
Sistema de Abastecimento da Marinha (SAbM).
Esses sistemas, apesar de alimentarem o SISMICAT, no momento não estão
interligados eletronicamente. Ou seja, uma Força Singular não tem acesso on line à
catalogação do material das demais Forças8.
Segundo a Doutrina de Operações Conjuntas do MD, o Teatro de Operações
é o espaço geográfico necessário à condução das operações militares, para o
cumprimento de determinada missão, englobando o necessário apoio logístico
(Volume I, p. 38). Em função do espaço necessário para as manobras operacionais e
táticas e para as instalações logísticas e de Comando e Controle, a parcela terrestre
de um TO poderá ser dividida, no sentido da profundidade, em Zona de Combate9
(ZC) e em Zona de Administração10 (ZA).
No TO, as informações disponíveis nos sistemas de apoio logístico das
Forças Singulares são vitais para a integração da logística conjunta e para o apoio
mútuo de necessidades de itens de suprimento. Um meio, por exemplo, pode
precisar, tempestivamente, de um determinado item de suprimento, vital à
manutenção da sua capacidade operativa, que não se encontre disponível para
fornecimento imediato por sua Força, mas que esteja disponível em outra Força nos
seus estoques na ZA. A integração do apoio logístico, neste caso, abreviaria o tempo
de obtenção e o prazo para restabelecimento da capacidade operativa do meio,
beneficiando, certamente, todas as Forças envolvidas na operação.
Outro aspecto da logística militar de grande importância para a integração
das Forças é a padronização. De acordo com a Doutrina de Logística Militar,
entende-se como padronização o uso mais eficiente possível dos meios de
catalogação, pesquisa, desenvolvimento, produção e gerenciamento de modo a
8 Nota-se que as informações disponibilizadas pela Catalogação diferem daquelas disponibilizadas
pela Atividade Gerencial Controle de Estoque. Aquela se preocupa com o relacionamento do item de suprimento com o equipamento/equipagem e com o conhecimento de seus fabricantes e fornecedores, enquanto esta é responsável pelo controle das quantidades e dos locais de estocagem do material.
9 Zona de Combate (ZC) é a porção do TO onde as Forças são empregadas na condução das operações com a manobra de seus elementos ou pelo emprego do poder de fogo.
10 Zona de Administração (ZA) é a porção do TO onde são desdobradas as instalações de Comando e Controle, instalações fixas, unidades especializadas e outros órgãos necessários para o apoio logístico às Forças na ZC.
28
assegurar a interoperabilidade, através de equipamentos, armamentos,
componentes e suprimentos comuns, compatíveis ou intercambiáveis;
procedimentos operacionais, administrativos e logísticos comuns ou compatíveis; e
critérios e procedimentos técnicos comuns ou compatíveis.
Desnecessário dizer que a complexidade do modelo exposto na Figura 2
variará diretamente em função da quantidade de equipamentos diferentes que
existirem nas Forças. Quanto maior a quantidade de equipamentos distintos, numa
mesma Força ou entre as três Forças, maior será, provavelmente, a quantidade de
itens de suprimentos diferentes e a quantidade de informações a serem tratadas
pelas atividades técnicas e gerenciais.
29
3 O COMANDO LOGÍSTICO DO TEATRO DE OPERAÇÕES
A concepção do CLTO está inserida no contexto histórico da emissão da
END e da Doutrina de Operações Conjuntas, que fundamentam sua ativação e
regulamentam sua operacionalização.
O conhecimento dessa normatização e sua influência no desenvolvimento
desse novo conceito são, por conseguinte, de grande relevância para o
entendimento da importância do CLTO.
3.1 A ESTRATÉGIA NACIONAL DE DEFESA (END)
Diante da previsão de um cenário de grande desenvolvimento econômico,
previsto para o Brasil para as próximas décadas, onde a segurança da Nação
poderá ser ameaçada por interesses internacionais, o Presidente da República
aprovou a END, por meio do Decreto nº 6.703, de 18 de dezembro de 2008.
Este documento constitui-se num marco histórico de destaque para a
retomada do pensamento estratégico em Defesa no Brasil, que tem significativa
influência no desenvolvimento do conceito CLTO.
A END focou três eixos estruturantes: reorganização das Forças Armadas,
reestruturação da indústria brasileira de material de defesa e política de composição
dos efetivos das Forças Armadas.
Das suas 23 diretrizes, duas apresentam afinidade direta com a importância
do CLTO, à medida que estimulam a unificação das operações das três Forças, bem
como o desenvolvimento da capacidade logística, sobretudo na região amazônica,
muito além dos limites impostos pelos protocolos de exercícios conjuntos.
Esse documento de alto nível para o planejamento estratégico das Forças
Armadas prevê, também, que as organizações militares serão articuladas de modo a
conciliar o atendimento às Hipóteses de Emprego11 (HE) com a necessidade de
otimização dos seus custos de manutenção.
11 A END define Hipóteses de Emprego (HE) como a antevisão de possível emprego das Forças
Armadas em determinada situação ou área de interesse estratégico para a defesa nacional, com base nas quais serão elaborados e mantidos atualizados os planos estratégicos e operacionais, visando a possibilitar o contínuo aprestamento da Nação como um todo, e em particular das Forças Armadas, para emprego na defesa do País.
30
Essa conciliação é de extrema complexidade logística, em face de não
serem vislumbradas, no momento, quaisquer ameaças concretas e bem definidas,
protagonizadas por forças antagônicas de Estados potencialmente inimigos ou de
outros agentes internacionais. Este cenário exige que o preparo das Forças Armadas
seja orientado, desta forma, para o cumprimento de variadas missões, em diferentes
áreas e situações de conflitos.
Para o atendimento eficaz das HE, a END determina que as Forças Armadas
se organizem e articulem, de maneira a facilitar a realização de operações conjuntas
e singulares, adequadas às características peculiares das operações de cada uma
das áreas estratégicas.
Está previsto que a reorganização das Forças Armadas será consolidada no
Plano de Articulação e de Equipamento da Defesa (PAED), elaborado a partir dos
Planos elaborados pelas Forças. A END estabelece que duas capacidades
desejadas para as Forças devem ser contempladas nessa reorganização: a
“permanência na ação, sustentada por um adequado apoio logístico, buscando ao
máximo a integração da logística das três Forças (grifo nosso); […] e
interoperabilidade nas operações conjuntas.”.
No rol das ações estratégicas que irão orientar a implementação da END foi
incluída uma ação de destaque na área da Logística: “acelerar o processo de
integração entre as três Forças (grifo nosso), especialmente nos campos da
tecnologia industrial básica, da logística e mobilização, do comando e controle e das
operações conjuntas.”.
Além dessa ação, o MD ficou incumbido de promover estudos relativos ao
aperfeiçoamento da Doutrina de Operações Conjuntas, considerando,
principalmente, o ambiente operacional e o aprimoramento dos meios de defesa, a
experiência e os ensinamentos adquiridos com a realização de operações conjuntas.
Fruto de profundo estudo efetuado no âmbito do MD, visando ao
atendimento das diretrizes constantes na END, o Decreto nº 7.364, de 23 de
novembro de 2010, aprovou uma nova Estrutura Regimental para aquele Ministério.
Sinteticamente, as principais alterações foram:
a) transformação do Estado-Maior de Defesa (EMD) em Estado-Maior
Conjunto das Forças Armadas (EMCFA);
b) transformação da Secretaria de Organização Institucional em Secretaria
31
de Coordenação e Organização Institucional (SEORI);
c) criação da Secretaria de Produtos de Defesa (SEPROD);
d) criação da Secretaria de Pessoal, Ensino, Saúde e Desporto (SEPESD);
e) extinção da Secretaria de Ensino, Logística, Mobilização, Ciência e
Tecnologia (SELOM), com a transferência de suas atribuições ao EMCFA, SEPROD
e SEPESD; e
f) extinção da Secretaria de Política, Estratégia e Assuntos Internacionais
(SPEAI), com a transferência de suas atribuições ao EMCFA.
O EMCFA foi criado com três Chefias. A Chefia de Assuntos Estratégicos,
que recebeu basicamente as funções exercidas pela SPEAI; a Chefia de Logística,
que assumiu, dentre outras, as competências anteriormente afetas à SELOM; e a
Chefia de Preparo e Emprego, que absorveu as competências do EMD.
Por esse Decreto, uma das responsabilidades da Chefia de Logística é a
coordenação das atividades de articulação, interna e externa, para viabilizar, em sua
área de competência, a integração de esforços e a racionalidade administrativa.
Para isso, deve estabelecer e supervisionar a implementação de medidas que visem
elevar os níveis de cooperação e de interoperabilidade logística entre as Forças
Armadas.
Em resumo, a partir da aprovação da END em 2008, a necessidade de
integração entre as três Forças Armadas, que já havia ganhado corpo em 1999 com
a criação do MD, tomou uma dimensão maior ainda. As ações decorrentes da END,
voltadas para o incremento da interoperabilidade entre as Forças, favoreceram,
inexoravelmente, o amadurecimento do conceito CLTO nos anos seguintes, até sua
formalização em 2011 na Doutrina de Operações Conjuntas do MD.
3.2 A DOUTRINA DE OPERAÇÕES CONJUNTAS
A publicação MD-30-M-01, com o título Doutrina de Operações Conjuntas,
foi aprovada pelo MD por meio da Portaria Normativa nº 3.810, de 8 de dezembro de
2011.
Nela, as Operações Conjuntas são caracterizadas como operações onde
sejam empregados de meios de mais de uma Força Singular, sob Comando único. É
desejado que a sinergia dos esforços logísticos proporcionados pelas Forças sob
32
esse Comando permita a racionalização do emprego de meios disponíveis e a
redução do dispêndio desnecessário de recursos na condução das operações
conjuntas.
Esse Comando único é atribuído ao Comandante do Teatro de Operações
(ComTO), que é o responsável pela organização do apoio logístico dentro do TO,
assim como da coordenação e da integração desse apoio às forças subordinadas e
ao meio civil.
Segundo a Doutrina de Operações Conjuntas, a possibilidade de execução
de atividades logísticas em conjunto pelas Forças pode impor a necessidade da
ativação de outro Comando subordinando ao ComTO, denominado CLTO, de modo
a centralizar a coordenação, o controle e a supervisão das ações, proporcionando às
forças operativas o apoio logístico adequado, contínuo e sem redundâncias (Volume
I, p. 50).
Interessante notar que o CLTO já era cogitado há mais de cinquenta anos no
âmbito do antigo Estado-Maior das Forças Armadas (EMFA), órgão antecessor do
MD. A Equipe “B” do então Curso de Estado-Maior e Comando das Forças Armadas
de 1961, no subitem 2.2.3 do seu relatório de trabalho de grupo sobre as
características de um sistema de apoio logístico, concluiu:
Os encargos logísticos, dadas as possibilidades de utilização de recursos comuns as três Fôrças Armadas e de se poder atribuir a uma Fôrça encargos em relação à outra, deverão ser coordenados de maneira aventada para a Zona do Interior, com a constituição de um “Comando Logístico do Teatro de Operações”, descentralizado e subordinado ao Comando do T.O.
A ativação de um CLTO em uma operação conjunta não é, necessariamente,
obrigatória. Dependerá de uma série de fatores, que deverão ser pontualmente
ponderados pelo ComTO, a quem competirá a decisão final sobre o assunto. Desta
forma, nessa avaliação devem ser levados em consideração vários aspectos
conjunturais, tais como, a HE, a extensão do TO, as quantidades de tropas e meios
a serem apoiados e disponíveis para o apoio logístico e a necessidade de
Segurança da Área de Retaguarda (SEGAR), principalmente dos Eixos Prioritários
de Transporte (EPT).
O CLTO foi concebido como uma Força Componente encarregada de
33
coordenar, controlar e fazer executar o Anexo de Logística ao Plano Operacional12,
bem como suas atualizações, integrando, supervisionando e racionalizando as
funções logísticas no TO, observadas as especificidades de cada Força. Para isso,
mantém ligação direta no TO com as seções do Estado-Maior Conjunto (EMCj) e
com as demais Forças Componentes, bem como com o Centro de Coordenação
Logística13 (CCL) na ZI14.
No caso de uma operação conjunta, a partir do momento em que cada Força
ative seu sistema próprio de apoio logístico, específico para suas peculiaridades,
uma das principais atribuições do CLTO passa a ser garantir a coordenação
necessária entre esses sistemas, a fim de otimizar a possibilidade de apoio mútuo,
economizando tempo vital para resolução desse tipo de problema durante o
combate.
Para o cumprimento de suas atribuições, uma ou mais OMLS poderão ser
subordinadas ao controle operacional do CLTO, em especial aquelas cujas
atividades sejam ligadas a saúde, transporte, suprimento, manutenção, salvamento,
engenharia, segurança orgânica e assuntos civis. Essas OMLS serão organizadas
em Bases Logísticas Conjuntas (BaLogCj), que executarão a logística prevista no
Plano Operacional do ComTO, usufruindo de suas experiências nas atividades de
apoio logístico de suas Forças desde o tempo de paz.
A Figura 3 apresenta, de forma resumida, a estrutura organizacional do
ComTO com um CLTO ativado e seu relacionamento com as demais Forças
Componentes.
12 Plano Operacional é o documento emitido pelo Comandante do TO, que estabelece objetivos,
organiza os meios que lhe foram adjudicados, atribui tarefas aos comandos subordinados e estabelece diretrizes para o planejamento e execução de operações. O Anexo Logístico ao Plano Operacional é o documento componente desse plano, elaborado pela Seção de Logística (D4) do Estado-Maior Conjunto, em conjunto com a Seção de Pessoal (D1) e a Seção de Administração Financeira (D10).
13 Centro de Coordenação Logística (CCL) é uma estrutura que integra o Centro de Comando e Controle do MD, com o propósito de realizar a coordenação logística no âmbito das Forças Armadas, estabelecendo prioridades e otimizando o transporte para atender o apoio a Comandos Operacionais ativados, Contingentes Brasileiros no exterior; e Forças Singulares, Auxiliares ou entidades civis em situações de calamidade ou desastres naturais.
14 Zona do interior (ZI) é a parte do território nacional não incluída no teatro de operações.
34
Figura 3: Estrutura organizacional do Comando Operacional Conjunto Fonte : Doutrina de Operações Conjuntas (MD30-M-01)
Tendo em vista a diversidade de possíveis HE, para os quais poderá ser
ativado um TO, a estrutura organizacional do CLTO é, doutrinariamente, flexível, de
forma a se adequar à necessidade de coordenação das atividades logísticas
planejadas para a campanha. Não possui estrutura organizacional padrão, pois esta
será determinada conforme a situação, meios adjudicados e missão atribuída pelo
ComTO.
Suas instalações físicas serão organizadas, preferencialmente, em
estruturas existentes em uma das Forças Singulares, complementada por
especialistas adjudicados pelas demais Forças. A seleção da Força que abarcará a
estruturação do CLTO far-se-á em função daquela melhor capacitada, em termos de
pessoal, instalações, meios logísticos e de Comando e Controle ou daquela que
contar com a maioria de meios operativos no TO em questão.
A Figura 4 apresenta a estrutura organizacional completa do CLTO,
relembrando que não necessariamente todos os elementos organizacionais nela
representados serão ativados.
35
Figura 4: Estrutura organizacional do CLTO Fonte : Doutrina de Operações Conjuntas (MD30-M-01)
Apesar de não ser considerada uma Função Logística, a SEGAR visa evitar
interferência do inimigo na ZA, em especial aquelas que venham a impactar a
continuidade das operações na ZC. Nesse contexto, especial atenção é atribuída
aos EPT no TO e aqueles que o conectam à ZI, em face de sua influência
estratégica para o sucesso do apoio logístico.
A Doutrina de Operações Conjuntas prevê que a preparação logística do
campo de batalha deve ser conduzida em duas fases: realização do planejamento
detalhado e pré-posicionamento logístico (Volume I, p. 51). Na primeira fase, os
planejadores logísticos deverão efetuar o levantamento do maior número possível de
detalhes sobre os aspectos fisiográficos, psicossociais, políticos e econômicos da
ZA, bem como das fontes de recursos locais aproveitáveis pelas Forças, dos portos
e aeroportos, vias de transporte, e de fornecedores e prestadores de serviços locais.
Na fase do pré-posicionamento logístico, deverão ativar a estrutura de Comando e
Controle, assim como coordenar a execução da preparação de toda infraestrutura
necessária à coordenação do apoio logístico pelo CLTO.
Os Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica são os
responsáveis pela designação dos militares subordinados que participarão do
planejamento estratégico e que irão compor o CLTO, bem como pela designação
dos meios que serão adjudicados àquele Comando.
De acordo com a Doutrina de Operações Conjuntas, competem ao CLTO,
em síntese, as seguintes atribuições (Volume III, p. 56):
a) assessorar o ComTO, quanto à elaboração e execução do Anexo de
Logística ao Plano Operacional;
36
b) expedir ordens e planos que detalhem a manobra logística do TO,
definindo responsabilidades em coordenação com as Forças Componentes;
c) racionalizar as estruturas de apoio logístico do CLTO e das Forças
Componentes, realocando e priorizando os recursos logísticos disponíveis,
otimizando as ações que reduzam redundâncias e sobreposição de encargos;
d) gerenciar todo o fluxo de apoio logístico no TO, bem como o fluxo entre o
TO e a ZI em coordenação, com o CCL do EMCFA, centralizando o envio e a
retirada de pessoal e de material, para racionalizar o emprego dos meios de
transporte civis e militares;
e) coordenar, quando determinado, as atividades relacionadas à SEGAR na
ZA; e
f) coordenar a utilização dos recursos civis disponíveis no TO.
3.3 O CLTO EM EXERCÍCIOS DE OPERAÇÕES CONJUNTAS
Para a consolidação de todo esse arcabouço doutrinário, aprimoramento do
adestramento e da capacidade operacional das Forças Singulares e avaliação de
novas ferramentas de interoperabilidade e sua funcionalidade, foram realizados
diversos exercícios com a ativação de CLTO em operações conjuntas.
Dentre eles, o então EMD promoveu o III Seminário de Logística
Combinada com Simulação de Processos no formato jogo-seminário entre 26 e 30
de outubro de 2009 na cidade de Porto Alegre. Nesse evento, foram testados
processos logísticos com base em novos conceitos doutrinários, visando à
padronização de procedimentos logísticos entre as Forças Armadas. Segundo
notícia veiculada no sítio da internet do MD (2009, não paginado), oitenta
representantes, oriundos de 29 organizações militares das três Forças participaram
do seminário.
Conforme amplamente divulgado pelo MD na sua página na Internet, esses
exercícios voltaram a ser realizados em 2010 e 2011, em operações conjuntas tais
como Amazônia e Anhanduí, realizadas em maio e outubro de 2011,
respectivamente Ensinamentos adquiridos “in loco” e discutidos nas Análises Pós
Ação (APA), acerca das possibilidades de integração logística, contribuíram de forma
inexorável para a consolidação da primeira edição da Doutrina de Operações
37
Conjuntas.
Nesses exercícios, o CLTO ainda não pode contar com ferramentas
informatizadas plenamente desenvolvidas para que atendessem suas necessidades
logísticas específicas. Como auxílio à tomada de decisão, valeu-se do acesso aos
sistemas independentes de cada Força15, que não foram projetados com a finalidade
de permitir o apoio mútuo, bem como de um sistema, ainda em desenvolvimento,
denominado Sistema de Controle de Suprimentos (SISCONSUP).
Conforme apresentação sobre os Sistemas de Gerenciamento Logístico das
Operações de Adestramento Conjunto, realizada em setembro de 2011, no MD, o
SISCONSUP, que se originou do subsistema SISBORDO do SINGRA da MB, deverá
evoluir, futuramente, para o Sistema de Gerenciamento de Logística de Defesa e
Mobilização (SIGLD), que abarcará outras funções logísticas.
Na Operação Amazônia, o CLTO foi ativado com os seguintes setores em
sua estrutura organizacional: Centro de Coordenação de Operações Logísticas,
Centro de Coordenação de Recursos Humanos, Centro de Operações de SEGAR e
Seção de Administração Financeira. As seguintes OMLS foram adjudicadas à
BaLogCj em Manaus, ficando, assim, subordinadas ao CLTO:
- MB: Depósito Naval de Manaus, Estação Naval do Rio Negro e Hospital
Naval de Manaus;
- EB: 12º Batalhão de Suprimento, Parque Regional de Manutenção da 12ª
Região Militar, Hospital Militar de Área de Manaus, Centro de Embarcações do
Comando Militar da Amazônia; e
- FAB: Base Aérea de Manaus.
Como lição aprendida, nessa operação, verificou-se a necessidade de
criação de um setor específico para coordenação das atividades ligadas a assuntos
civis, comunicação social, operações psicológicas, assessoria jurídica e meio-
ambiente, dando origem ao Centro de Coordenação Civil-Militar, atualmente previsto
na Doutrina de Operações Conjuntas, aprimorando a integração com órgãos
governamentais, empresas públicas e privadas e população civil na área do TO
(Volume III, p. 57).
15 Ressalta-se que estes sistemas possuem requisitos de segurança à salvaguarda de informações
contra ataques cibernéticos e uso indevido por terceiros, que dificultam sobremaneira suas utilizações fora das redes internas de computadores de suas respectivas Forças.
38
Para a avaliação das possibilidades de execução de tarefas logísticas
conjuntas por um elemento de apoio logístico singular, em proveito de todos ou
vários elementos integrantes do TO, esses exercícios foram ambientados com o
máximo de realismo possível, cenário este que propiciou o aprendizado de várias
lições importantes ao MD.
Uma dessas lições foi a necessidade de acesso, em tempo real pelo CLTO,
às informações disponíveis nos sistemas logísticos das três Forças singulares
(SINGRA, SIMATEX e SILOMS), tarefa esta dificultada pela atual estrutura de redes
de computadores das Forças, que ainda não está totalmente integrada.
Outra lição aprendida é a necessidade de ser disponibilizado ao CLTO,
quando de sua ativação, um banco de dados com informações acerca da
infraestrutura logística existente no TO, tais como reserva mobilizável, capacidade
de armazenagem de suprimentos, eixos de transporte, fornecedores locais, etc.,
mantido atualizado permanentemente em tempo de paz.
Em face de o CLTO não ser, atualmente, um comando conjunto
permanentemente ativado, sendo seus componentes indicados a cada operação por
suas respectivas Forças, normalmente em esquema de rodízio e com pouca
experiência em logística conjunta, há a natural necessidade de nivelamento de
conhecimentos previamente ao início de suas atividades. Essa característica do
CLTO acarreta a necessidade de realização, durante grande parte do exercício, de
adestramentos sobre suas rotinas internas, ritmo de trabalho, peculiaridades das
Forças, normas em vigor, sistemas de comando e controle, etc., a fim de permitir o
máximo aproveitamento do potencial e das experiências profissionais dos militares
integrantes desse Comando.
39
4 OPORTUNIDADES DE MELHORIA
Por se tratar de um conceito novo, foram identificadas algumas
oportunidades de melhoria para o seu aprimoramento.
A Portaria Normativa nº 3.810/MD, que aprovou a referida Doutrina,
coadunada com esse pensamento, estabeleceu que aquele documento deverá ser
revisado no ano de 2013.
A seguir, são apresentadas três oportunidades de melhoria, procurando
explicitar as vantagens que trariam para a consolidação da doutrina.
4.1 INTEGRAÇÃO DOS SISTEMAS LOGÍSTICOS DAS FORÇAS
A própria natureza da missão do CLTO impõe que haja o suporte de
sistemas informatizados, para a redução de processos manuais, bem como para
armazenagem de incontável número de informações de interesse da logística
conjunta e para o fornecimento tempestivo de subsídios de alta qualidade para o
Comandante daquele Comando.
Para o aprimoramento das tarefas do CLTO, é imprescindível, portanto, a
continuidade do desenvolvimento de uma solução de TI pelo MD, especialmente
voltada para suas peculiaridades, que congregue, em um banco de dados, as
informações logísticas de interesse daquele Comando, previamente às operações
conjuntas, minimizando a necessidade de acesso aos sistemas corporativos das
Forças no TO.
Desta forma, o futuro SIGLD poderia incorporar, em sua concepção, os
mesmos princípios empregados no Banco de Informações Estratégicas e Gerenciais
(BIEG) do MD. Conforme a Portaria Normativa nº 1.600/MD, 2011O BIEG é um
banco de dados sob a responsabilidade da SEORI daquele Ministério, que
congrega, mensalmente, informações cadastrais e financeiras relativas ao pessoal
militar, obtidas eletronicamente a partir dos sistemas de pagamento de cada Força.
O BIEG apoia aquele Ministério e as próprias Forças Armadas nos processos
decisórios relacionados à remuneração dos militares, anistiados políticos e
pensionistas, subsidiando estudos financeiros para concessão de reajustes de
vencimentos, avaliação atuarial dos compromissos futuros da União, atendimento de
40
demandas diversas de informações, etc. Com sua utilização, o MD dispõe de uma
poderosa ferramenta, que proporciona rapidez aos processos, complementando os
sistemas das Forças sem substituí-los.
A fim de aprimorar a administração dos suprimentos no TO, o SIGLD poderia
ser municiado rotineiramente com as informações gerenciais sobre as Funções
Logísticas das Forças Singulares, em especial a Função Suprimentos, a partir de
dados recebidos eletronicamente do SINGRA, SIMATEX e SILOMS ou de outros
sistemas informatizados de interesse da logística conjunta.
Essa integração traria as seguintes vantagens:
a) minimizaria a necessidade do acesso pelo pessoal do CLTO a três
sistemas distintos e independentes no TO, reduzindo a complexidade da interligação
das redes de computadores das Forças e o tempo de resposta das consultas ad hoc
durante as operações conjuntas;
b) facilitaria o conhecimento, em tempo real, da Catalogação das três
Forças, permitindo consultas tempestivas aos itens de suprimento comuns a mais de
uma Força, passíveis de apoio logístico mútuo no TO, suas quantidades em estoque
e localização da armazenagem ou seus fabricantes e revendedores; e
c) permitiria a sistematização da coleta, armazenamento e consulta das
informações sobre a infraestrutura logística existente nos diversos TO das HE
previstas, tais como reserva mobilizável, capacidade de armazenagem de
suprimentos, eixos de transporte, fornecedores locais, etc.
Em longo prazo, com o contínuo aperfeiçoamento da TI, em especial o da
transmissão de dados, o SIGLD poderia evoluir para o desenvolvimento, no âmbito
do MD, de um sistema único de apoio logístico para as Forças, que absorvesse as
tarefas atualmente executadas pelo SINGRA, SIMATEX e SILOMS, e provesse
informações às Forças e ao MD em tempo real.
4.2 MANUAIS OPERACIONAIS
A participação de militares das três Forças Singulares no CLTO, convivendo
com rotinas, procedimentos e sistemas específicos de cada uma, exige um elevado
nível de adestramento, que permita a exploração ao máximo das capacidades
logísticas no TO.
41
Em face da movimentação rotineira dos militares, é indispensável que os
conhecimentos adquiridos pelos componentes do CLTO, tanto de cunho teórico
quanto prático, sejam registrados em manuais específicos acerca da operação
daquele Comando, de modo a evitar solução de continuidade na manutenção de
padrão de qualidade das suas atividades.
Apesar de a Doutrina de Operações Conjuntas já incorporar substancial
conhecimento sobre o CLTO, ainda há inúmeros tópicos sobre as rotinas,
procedimentos, responsabilidades, processos, etc., que não foram objeto de
normatização por meio de manuais operacionais.
Esses manuais incorporariam o máximo possível de fluxogramas das rotinas
operacionais no TO, com riqueza de detalhes, delimitando nitidamente as
competências envolvidas, a fim de eliminar quaisquer possibilidades de redundância
de esforços ou inatividade de setores, por desconhecimento do propósito e tarefas
do CLTO.
4.3 COMANDO CONJUNTO PERMANENTEMENTE ATIVADO
Em face de o CLTO não ser um Comando Conjunto permanentemente
ativado, não possui pessoal próprio. É necessário que cada Força forneça,
temporariamente, militares para seu integral guarnecimento quando determinado
pelo MD por ocasião das operações conjuntas.
Essa sistemática, se por um lado otimiza o emprego dos recursos humanos
das Forças, à medida que somente são empregados quando é efetivamente
necessária a atuação do CLTO, mantendo o pessoal desempenhando suas funções
nas organizações de origem, por outro lado, não proporciona um adequado nível de
adestramento no desempenho de suas funções durante os exercícios.
A indicação dos militares que irão compor o CLTO é prerrogativa das Forças
Singulares, podendo ocorrer um natural rodízio de pessoal. Em que pese o largo
conhecimento que esses representantes possam deter nos sistemas logísticos de
suas Forças, é passível a participação de componentes no CLTO sem experiência
na complexa interoperabilidade das atividades logísticas conjuntas, cujo aprendizado
terá que ocorrer durante a realização os exercícios.
A exemplo do Comando de Defesa Aeroespacial Brasileiro (COMDABRA),
42
único Comando Conjunto, no âmbito do MD, permanentemente ativado, poderia ser
estudada a possibilidade de o CLTO também seguir essa metodologia, contando
com um mínimo de pessoal próprio fixo.
Essa ativação permanente traria as seguintes vantagens:
a) incremento da qualidade da determinação das capacidades logísticas,
etapa inicial do planejamento logístico do ComTO, executada pelos planejadores
logísticos em todos os níveis, com o objetivo de identificar os meios e as unidades
logísticas especializadas, existentes e disponíveis nos TO previstos para cada HE,
em especial as empresas fornecedoras de material e prestadoras de serviços,
instalações de saúde, de manutenção, vias de transporte e armazenagem de
suprimentos em geral, passíveis de serem aproveitadas pelo apoio logístico
conjunto;
b) Haveria uma Organização Militar (OM), subordinada ao MD, dotada de
pessoal próprio, com a missão precípua de manter organizado e permanentemente
atualizado um banco de dados integrador de informações necessárias à logística
conjunta, em especial sobre os itens de suprimento das Forças, para pronto uso em
caso de conflitos, permitindo sua contínua adaptação e modernização, com a
retroalimentação obtida nos exercícios de operações conjuntas;
c) incremento da qualidade de assessoria ao EMCj na elaboração do Anexo
Logístico ao Plano Operacional, à medida que um maior tempo de permanência dos
componentes no CLTO incrementaria a qualificação do pessoal especializado nas
rotinas, procedimentos, peculiaridades dos sistemas logísticos de cada Força, etc.;
d) facilitaria a transferência da subordinação temporária da OMLS ao CLTO.
Esse aspecto reveste-se de especial importância, tendo em vista que a transferência
de subordinação de OM em conflitos ainda não é costumeira nas Forças Armadas
brasileiras e requer o estabelecimento de procedimentos complementares não
previstos na Doutrina de Operações Conjuntas. Os ajustes dos detalhes dessa
subordinação temporária seriam facilitados se, no período entre operações, o CLTO
estiver ativado;
e) maior disseminação do conhecimento sobre logística conjunta nas Forças
Singulares, por meio da divulgação contínua da doutrina pelos componentes do
CLTO em cursos, seminários, palestras, visitas, etc., em especial nas OMLS, que
passarão à subordinação daquele Comando quando da ativação do TO; e
43
f) incremento do nível de adestramento dos componentes do CLTO, por
meio da emissão de manuais operacionais, permanentemente atualizados, que
padronizem procedimentos ao menor nível possível de detalhes, buscando suprimir
as eventuais dúvidas que porventura venham a surgir durantes os exercícios ou
conflitos reais. Adicionalmente, a ativação permanente do CLTO permitiria que o MD
se abstivesse desse tipo de normatização, focando na consolidação da doutrina em
nível estratégico.
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5 CONCLUSÃO
A história da humanidade já comprovou que a capacidade logística
representa fator preponderante nas vitórias e nas derrotas das nações. Tendo
nascido para resolver problemas militares, graças a sua relevância, a logística
extrapolou os muros dos quartéis e ganhou espaço no meio empresarial, onde a
sobrevivência das organizações não pode prescindir da vantagem competitiva que a
logística proporciona.
Com a perspectiva do grande desenvolvimento econômico brasileiro para as
próximas décadas, o MD emitiu a END, visando reestruturar as Forças Armadas, de
modo a estarem prontas para cumprirem suas missões constitucionais, caso os
interesses do País se vejam ameaçados por forças estrangeiras. Esse documento
determina que as Forças se organizem e articulem de maneira a facilitar a realização
de operações conjuntas, aproveitando-se o máximo de suas capacidades logísticas,
por meio de efeito sinergético.
Nesse diapasão, o MD emitiu, também, a Doutrina de Operações Conjuntas,
atentando que a projeção do poder combatente somente será eficaz se devidamente
sustentada por um adequado apoio logístico, buscando o máximo possível de
integração da logística das três Forças, para o prolongamento da permanência na
ação. É apresentada a necessidade da ativação de um Comando subordinando ao
ComTO, denominado CLTO, a fim de centralizar a coordenação, o controle e a
supervisão das atividades logísticas conjuntas, proporcionando às forças operativas
um adequado apoio sem redundâncias.
Para a consolidação da doutrina do CLTO, foram realizadas diversas
ativações em exercícios de operações conjuntas das Forças Singulares, entre 2009
e 2011. Fruto desses exercícios, foram obtidos inúmeros conhecimentos que,
dissecados em reuniões de APA, contribuíram sobremaneira para a emissão do
documento pelo MD.
Como se trata de um conceito novo, foram vislumbradas algumas
oportunidades de melhoria para a operacionalização da logística conjunta por meio
do CLTO, que fomentariam a padronização de conceitos e procedimentos entre as
Forças Singulares, respeitadas as suas peculiaridades operacionais, e estimulariam
o incremento da interoperabilidade na execução de tarefas logísticas conjuntas e o
45
gerenciamento logístico no TO.
Desta forma, entende-se ser de extrema valia o desenvolvimento no MD de
um sistema informatizado que congregue as informações logísticas disponíveis
eletronicamente nos sistemas corporativos de cada Força, em especial aquelas
acerca da Função Logística Suprimentos, e que permita, também, a coleta,
armazenagem e consulta aos dados dos possíveis TO de interesse do CLTO.
Outra oportunidade de melhoria é a elaboração de manuais operacionais,
que complementem as normas já estabelecidas pelo MD na Doutrina de Operações
Conjuntas para o CLTO. Esses manuais teriam como propósito maior definir
assuntos de caráter eminentemente operacional, permitindo que aquela Doutrina
possa focar a regulamentação estratégica desse tema.
Como último ponto, vislumbra-se que, devido à importância do assunto, o
CLTO seja mantido ativado permanentemente, dotado com pessoal próprio, que
ficaria responsável pela contínua assessoria ao MD no aperfeiçoamento da Doutrina,
reduzindo o rodízio de pessoal e incrementando a divulgação e adestramento desse
novo conceito introduzido na Forças Armadas do Brasil.
O CLTO, concluindo, resultou do esforço do MD para a busca do incremento
da interoperabilidade logística entre as suas Forças Singulares e constitui-se em um
significativo marco histórico, a ser lembrado pelas gerações futuras. Nos próximos
anos, com a indispensável participação dos competentes profissionais de logística
da Marinha, Exército e Força Aérea, esse conceito será continuamente aperfeiçoado
e se consolidará como ferramenta insubstituível para a otimização da aplicação dos
recursos logísticos das Forças Armadas do Brasil.
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REFERÊNCIAS
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