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1 UNIVERSIDADE CATÓLICA DE GOIÁS DEPARTAMENTO DE MATEMÁTICA E FÍSICA ENGENHARIA DE ALIMENTOS CONTROLE DE QUALIDADE DE EMBALAGENS FLEXÍVEIS PARA BISCOITOS Lílian Rosa Mota Orientador: MSc. Lauro Bernardino Coelho Junior O trabalho de conclusão de curso apresentado a Universidade Católica de Goiás “UCG”, para obtenção do título de graduada em Engenharia de Alimentos. GOIÂNIA Goiás – Brasil Maio de 2004

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1

UNIVERSIDADE CATÓLICA DE GOIÁS DEPARTAMENTO DE MATEMÁTICA E FÍSICA

ENGENHARIA DE ALIMENTOS

CONTROLE DE QUALIDADE DE EMBALAGENS FLEXÍVEIS PARA BISCOITOS

Lílian Rosa Mota

Orientador: MSc. Lauro Bernardino Coelho Junior

O trabalho de conclusão de curso apresentado a Universidade Católica de Goiás “UCG”, para obtenção do título de graduada em Engenharia de Alimentos.

GOIÂNIA Goiás – Brasil Maio de 2004

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2

BANCA EXAMINADORA

APROVADO EM:____/____/______

________________________________________

PROF. MSC. Lauro Bernardino Coelho Junior (ORIENTADOR)

________________________________________

PROFª. DS. Maria Assima Bittar Gonçalves (MEMBRO)

________________________________________

PROFª. MSC. Maria Isabel Dantas de Siqueira (MEMBRO)

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3

DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho aos meus pais, Maria e Paschoalino, e a meu

tio Lourival pelo incentivo e confiança, aos meus professores e colegas

Lídya, Marcela, Fernanda e Vinícius, pela amizade e pela força nos

momentos difíceis.

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4

AGRADECIMENTOS

Agradeço aos senhores Benjamin, Gerente de Produção da CIPA-

Mabel, e Marouan, Supervisor do Controle de Qualidade de Embalagens,

pela oportunidade de realização do estágio. E ao meu orientador, Mestre e

Engenheiro de Alimentos Lauro Bernardino Coelho Junior, pelos

ensinamentos, paciência e compreensão durante a elaboração do trabalho.

A todos os professores, agradeço pelos ensinamentos, amizade e

incentivo durante todos estes anos de convivência.

Agradeço aos meus primos Edson, esposa e filhas pelo apoio

dado para na conclusão do trabalho.

Aos meus “tios” Ranulfo e Sandra, agradeço pelo carinho, força e

hospitalidade.

Aos amigos e colegas, agradeço pelo carinho e atenção durante o

período acadêmico.

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5

SUMÁRIO

Página

LISTA DE FIGURAS....................................................................... vii

LISTA DE TABELAS...................................................................... viii

LISTA DE QUADROS.................................................................... ix

RESUMO........................................................................................ x

1. INTRODUÇÃO........................................................................... 01

2. REVISÃO DA LITERATURA..................................................... 03 2.1 HISTÓRIA DAS EMBALAGENS ......................................... 03

2.2 FUNÇÃO DAS EMBALAGENS........................................... 04

2.3 EMPREGO DAS EMBALAGENS FLEXÍVEIS..................... 05

2.4 MERCADO DE EMBALAGENS........................................... 07

2.5 UTILIZAÇÃO DAS EMBALAGENS FLEXÍVEIS NA

INDÚSTRIA DE BISCOITOS..............................................

09

2.6 PRINCIPAIS FILMES UTILIZADOS PARA BISCOITOS 10 2.6.1 POLIPROPILENO....................................................................... 11

2.6.2 POLIPROPILENO BIORIENTADO............................................. 12

2.7 ELABORAÇÃO DE EMBALAGENS PARA BISCOITOS

TIPO CREAM CRACKER....................................................

12

2.8 ANÁLISES DE QUALIDADE DE EMBALAGENS DE

BISCOITOS..........................................................................

17 2.8.1 AVALIAÇÃO VISUAL.................................................................. 17

2.8.2 GRAMATURA............................................................................. 20

2.8.3 ESPESSURA.............................................................................. 20

Page 6: TCC-Lilian - CONTROLE DE QUALIDADE DE EMBALAGENS FLEXÍVEIS PARA BISCOITOS.pdf

6

2.9 FATORES QUE INFLUENCIAM NA QUALIDADE DO

BISCOITO.........................................................................

21 2.9.1 INFLUÊNCIA DA MATÉRIA-PRIMA .......................................... 23

2.9.2 INFLUÊNCIA DOS EQUIPAMENTOS DE SELAGEM............... 24

2.9.2.1 Temperatura de soldagem.............................................. 24

2.9.2.2 Pressão dos mordentes.................................................. 25

2.9.2.3 Alinhamento dos mordentes............................................ 25

2.9.2.4 Pressão de sucção de ar dos pacotes............................ 26

2.9.2.5 Tempo de utilização do mordente................................... 26

2.9.3 INFLUÊNCIA OPERACIONAL.................................................... 26

2.10 HISTÓRIA DA MABEL....................................................... 27 3. UNIDADE EXPERIMENTAL...................................................... 28

3.1 MATERIAIS......................................................................... 28 3.1.1 MATEIAIS UTILIZADOS PARA ANÁLISES VISUAIS................ 28

3.1.2 MATERIAIS UTILIZADOS PARA ANÁLISE DE GRAMATURA. 29

3.2.3 MATERIAIS UTILIZADOS PARA ANÁLISES COMARATIVAS

E QUANTITATIVAS.................................................................... 29

3.2 MÉTODOS........................................................................... 29 3.2.1 AMOSTRAGEM.......................................................................... 29

3.2.2 MÉTODO PARA ANÁLISE VISUAL........................................... 32

3.2.3 MÉTODO PARA ANÁLISE DE GRAMATURA........................... 33

3.2.4 MÉTODO PARA ANÁLISES QUANTITATIVAS......................... 33

3.3 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA........................................... 34

3.4 ANÁLISE UTILIZADA NO TRABALHO............................... 35

3.5 FLUXOGRAMA DO PROCESSO DO EMPACOTAMENTO

DE BISCOITOS....................................................................

35

3.6 PARÂMETROS DE CONTRROLE...................................... 37

3.8 MÉTODOS PADRÕES DA EMPRESA............................... 38

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO................................................. 39

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7

5. CONCLUSÃO............................................................................. 52 6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.......................................... 53 ANEXO........................................................................................... 56

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LISTA DE FIGURAS

Figura 2.1 Empacotadeira tipo flow pack ................................................... 06 Figura 2.2 Empacotadeira tipo portfólio...................................................... 07 Figura 2.3 Obtenção de polipropileno biorientado...................................... 13 Figura 2.4 Sistema de pré-impressão ........................................................ 14 Figura 2.5 Metalização de embalagens flexíveis........................................ 15 Figura 2.6 Representação esquemática do refile ....................................... 16 Figura 2.7 Processo de corte e solda......................................................... 17 Figura 2.8 Relação entre custo e qualidade............................................... 19 Figura 3.1 Fluxograma do processo de empacotamento da linha de cream

Cracker 36 Figura 4.1 Desperdício diário das embalagens da linha de cream cracker. 39 Figura 4.2 Desperdício de embalagens em três semanas ......................... 41

Figura 4.3 Desperdício de embalagens outros turnos ou sacos pré- formados ................................................................................... 42 Figura 4.4 Desperdício de embalagens secundárias ................................. 43 Figura 4.5 Desperdício de embalagens lisas.............................................. 44

Figura 4.6 Perfil da quantidade de embalagens desperdiçadas em três

semanas................................................................................ 45

Figura 4.7 Perfil da contagem de pacotes desperdiçados em cada máquina em uma hora 47

Figura 4.8 Resultado de análise de embalagens desperdiçadas por máquina no turno matutino........................................................ 48

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9

LISTA DE TABELAS Tabela 4.1 Resultado da análise feita no período de uma hora em cada

máquina no empacotamento de cream cracker ........................... 46

Tabela 4.2 Resultado de análise de gramatura referente a outubro de 2003

..................................................................................................................49

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LISTA DE QUADROS

Quadro 2.1 Crescimento do mercado de matérias-primas para embalagens................09

Quadro 2.2 Taxa de permeabilidade ao vapor d’água ................................... 22

Quadro 3.1 Condição de amostragem ........................................................... 31

Quadro 3.2 Padrões comparativos de gramatura........................................... 38

Quadro 4.1 Sugestão de Plano de ação ....................................................... 50

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CONTROLE DE QUALIDADE DE EMBALAGENS FLEXÍVEIS PARA BISCOITOS

Autor: Lílian Rosa Mota

Orientador: Lauro Bernardino Coelho Júnior

RESUMO

As análises de qualidade de embalagens flexíveis de polipropileno biorientado e de polipropileno foram realizadas com base em metodologias descritas de análises visuais e de gramatura, e em padrões de comparação desenvolvidos pela Mabel. Foram analisadas amostras de pacotes de biscoitos tipo cream cracker observando-se a qualidade das vedações (termossoldagem) e de estampa. Analisou-se também por meio de gramatura, pedaços de bobinas para verificação da conformidade da espessura especificada. Ainda foram realizadas contagens de desperdícios e pesagens de descartes de embalagens de cada máquina em busca de identificação das causas mais freqüentes. Concluiu-se que a termossoldagem apresenta variações excessivas de qualidade devido à falta de controle de qualidade na recepção das bobinas, à falta de regulagem periódica dos equipamentos e ainda, à falta de treinamento dos operadores. Constatou-se a necessidade de se aprofundar nos estudos que envolvem o empacotamento de biscoitos e de se elaborar um sistema de controle de qualidade mais intenso, que vise encontrar soluções para redução de perdas tanto de embalagem como de produto. Percebeu-se que a maioria dos descartes são oriundos de pacotes com selagem defeituosa ou rasgados para recuperação de biscoitos. Portanto torna-se necessário o envolvimento e comprometimento de funcionários não só do empacotamento, mas de todo processo que o antecede buscando um maior controle do padrão do produto e de redução de desperdícios. Um profissional de engenharia de alimentos muito pode contribuir para o desfecho da realização de um bom controle de qualidade de embalagens flexíveis. Visto que este está apto para elaborar e aplicar planos de ação e controle que visem a qualidade do alimento.

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1. INTRODUÇÃO

A embalagem pode ser definida como todo acondicionante que exerça

funções de proteção do alimento in natura, da matéria-prima alimentar ou do

produto alimentício, temporária ou permanente, no decorrer de suas fases de

obtenção, elaboração e armazenamento.

Desde a antigüidade o homem tem utilizado embalagens para proteger

alimentos e fazer com que estes durem mais tempo. Inicialmente, utilizavam-se

apenas embalagens naturais. Com o passar do tempo, devido as necessidades e

curiosidade do homem, desenvolveu-se embalagens não só de origem natural

mas também de origem sintética como os sacos plásticos.

Os materiais plásticos vêm revolucionando o conceito de embalagens a

nível mundial. Há uma diversidade de tipos diferentes de materiais, e um contínuo

desenvolvimento de matérias-primas para estes tipos de indústrias, que oferecem

inúmeras opções de embalagens, satisfazendo necessidades como a redução de

custos, conveniência, marketing, transparência, proteção e manutenção das

propriedades físico-químicas.

Com esta infinidade de opções, torna-se cada vez mais importante a

correta especificação das embalagens, de forma a dimensioná-las exatamente de

acordo com as necessidades de proteção do produto, considerando-se sua vida

útil e as características do sistema de distribuição e estocagem.

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13

Dentre as embalagens plásticas rígidas, semi-rígidas e flexíveis

existentes, destacam-se as flexíveis que vêm aumentando de produção e

comercialização no decorrer dos últimos anos. Este aumento é devido ao baixo

custo das embalagens, sua praticidade e disponibilidade de diferentes resinas no

mercado, além de proporcionar rapidez no processo de envase e facilitar o

transporte. As embalagens flexíveis são bastante utilizadas em indústria de

biscoitos, pois adquirem a forma do produto, oferecem excelente barreira ao

vapor d’água e a gordura, e permitem uma boa maquinabilidade.

Em meio a este crescente mercado, torna-se importante a aplicação do

controle de qualidade em todas as etapas de produção para evitar desperdícios e

garantir a qualidade do produto. Na área do empacotamento de biscoitos, é

indispensável que se façam análises nas embalagens como de vedações de

pacotes e gramatura para evitar a diminuição da vida de prateleira do biscoito

e/ou desperdícios de embalagens.

O presente trabalho visa identificar os tipos e causas de desperdícios

por meio de análises visuais, quantitativas e gramatura, buscando posteriormente

soluções para melhor garantia da qualidade do biscoito tipo cream cracker e

redução de desperdícios.

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2. REVISÃO DA LITERATURA

2.1 HISTÓRIA DAS EMBALAGENS Ao criar o homem a natureza deu ao mundo a sua primeira aula sobre

tecnologia de embalagens, pois o corpo humano é um verdadeiro sistema de

acondicionamentos rígidos e flexíveis, protegendo órgãos, tecidos, vasos e

nervos. A importância das embalagens vivas talvez tenha sido entendida pelo

homem, quando observou a coincidente facilidade de deterioração do alimento,

quando este era privado de seu invólucro original. Utilizavam-se como

embalagens para o transporte e guarda de alimentos bexigas e estômagos de

animais, sacos de couro, folhas de plantas, pedaços de bambu e de ocos de

árvores, chifres, cabaças, vasos de barro cozido, cestos de cipó, de vime, de

bambu, palha costurada, etc. (EVANGELISTA, 2003).

Com o crescimento industrial, as embalagens primitivas foram sendo

substituídas por outras de tamanhos e formas mais funcionais e de materiais com

capacidade de proteção cada vez melhor.

A utilização de embalagens confeccionadas com materiais plásticos só

foi possível em 1907 graças aos ensaios do americano Léo Bakeland. O emprego

do plástico começou em 1909, através de fenol e formaldeído, e a expansão de

seu uso só ocorreu por volta da grande guerra, pela necessidade de solucionar o

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15

problema de abastecimento alimentar dos exércitos de ambas as facções

combatentes (EVANGELISTA, 2003).

O primeiro material plástico conseguido e colocado no mercado foi o

baquelite, posteriormente a galalite e outros polímeros e combinações destes,

cuja lista cada vez mais tem sido acrescida. A chamada era do plástico só tomou

verdadeiro impulso, quando, em 1942, foi fabricado o polietileno em escala

comercial, apesar de sua descoberta ter ocorrido em 1930 (EVANGELISTA,

2003).

A partir de então, por meio de apurados processos tecnológicos e, com

a implantação de novas técnicas, tornou-se possível o surgimento de inúmeros

materiais plásticos, aplicados segundo as características dos alimentos e das

conveniências nutritivas e mercadológicas.

Nos dias de hoje, as embalagens adquiriram diante de todos, intenso

prestígio, não só pelos serviços que prestam, como pela estreita intimidade que

com elas mantemos, através de sua presença constante e de sua funcionalidade.

2.2 FUNÇÕES DAS EMBALAGENS

As embalagens no setor de alimentos, criadas com o objetivo de

preservar o alimento, não mais ostentam somente este sentido de “prestação

física”, adquirindo novas funções, possíveis pela especialização e evolução de

sua tecnologia e pelo vigoramento de novos métodos mercadológicos

(EVANGELISTA, 2003).

A função fundamental das embalagens é proteger o produto, porém,

funções adicionais a elas se incorporam, como contingente natural do

aprimoramento tecnológico sempre crescente e das novas modalidades

introduzidas pelo marketing.

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16

As principais funções para embalagens são: proteção ao conteúdo do produto,

sem por ele ser atacado; resguardar o produto contra os ataques ambientais;

favorecer ou assegurar os resultados dos meios de conservação; melhorar a

apresentação do produto; possibilitar melhor observação do produto; favorecer

o acesso ao produto; facilitar o transporte; e educar o consumidor

(EVANGELISTA, 2003). Estas funções são empregadas de acordo com as

características e especificações de cada produto.

2.3 EMPREGO DAS EMBALAGENS FLEXÍVEIS

Hoje, vários tipos de embalagens plásticas podem ser utilizados para

produtos de panificação, desde filmes descartáveis, sacos de três soldas

amarrados ou termosselados, sacos formados em equipamentos form-fill-seal

verticais (bisnaguinhas) e em Flow packs horizontais (bolos e torradas), bandejas

termoformadas (pães, produtos de confeitaria, bolos) e em embalagens auto

sustentáveis (mini torradas). Alguns produtos de panificação, como as merendas,

mini bolos e muffins, vêm sendo acondicionados em embalagens individuais do

tipo flow pack e, a seguir, em embalagens multi-pack contendo várias unidades. A

dupla embalagem confere maior barreira a gases e ao vapor d’água e proteção

mecânica ao produto. Além disso, as embalagens individuais também podem ser

impressas, permitindo que a marca do produto permaneça por mais tempo em

contato com o consumidor (SARANTÓPULOS, 2001).

A embalagem para biscoitos com alto teor de gordura também deve

apresentar boas propriedades de barreira ao oxigênio, à gordura e a compostos

voláteis (aromas). Contudo, em embalagens com fechamentos deficientes,

mesmo no caso de materiais plásticos que apresentam barreiras ao oxigênio

atmosférico, ocorrerá a transferência de oxigênio nas soldas deficientes da

embalagem durante o armazenamento, favorecendo a rancidez e reduzindo a

vida-útil do produto (ITAL, 1996).

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17

O fechamento das embalagens de biscoito pode ser feito em

equipamentos do tipo portfólio ou envelope, em que a proteção mecânica é

conseguida pela compactação dos biscoitos, flow pack vertical, muito utilizado

para biscoitos rígidos e de pequenas dimensões que não são tão frágeis

mecanicamente, ou flow pack horizontal, muito usado para biscoitos retangulares,

sendo um equipamento de maior produtividade do que o potfólio (ITAL, 1996).

As Figuras 2.1 e 2.2 apresentam exemplos de empacotadeiras do tipo

flow pack e portfólio, respectivamente.

Figura 2.1 Foto de uma empacotadeira tipo flow-pack (embalagem secundária). Fonte: EXPROPER; 2004.

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18

Porém, a preservação da qualidade dos alimentos está diretamente

relacionada com as características do produto, o sistema de embalagem utilizado

e ainda do sistema de distribuição empregado. É preciso identificar quais os

parâmetros críticos da perda da qualidade, identificar e quantificar quais variáveis

os influenciam e, ainda, identificar os mecanismos de perda de qualidade (ITAL,

1996).

O mercado de embalagens tem disponibilizado a cada ano maior

variedade de embalagens as quais, como citado anteriormente, devem ser

escolhidas de acordo com os padrões exigidos para cada produto.

Figura 2.2 Foto de uma empacotadeira tipo portfólio. Fonte: GOTESP; 2004.

Após identificação dos mecanismos de qualidade que a embalagem

deve apresentar, deve-se buscar no mercado a embalagem que mais se adequar

às especificações e possibilitar melhor lucratividade.

2.4 MERCADO DE EMBALAGENS

Afirma SERAGINI, que a embalagem é um grande negócio. "No mundo,

movimenta cerca de US$ 500 bilhões e no Brasil algo próximo de US$ 10

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19

bilhões". O setor produtor de embalagem instalado no País abarca um conjunto

diferenciado de firmas tais como: produtores de matérias-primas, fabricantes de

embalagens ou fabricantes de acessórios como rótulos, tampas, etc.,

fabricantes de tintas, colas, etc., distribuidores, fornecedores de sistemas de

embalagem (embalagem e a máquina para embalar o produto), fábricas

de equipamentos e moldes e empresas que fabricam algumas de suas

próprias embalagens como é o caso, por exemplo, da Mabel e da Nestlê

(SETOR DE EMBALAGEM, 2004).

Este conjunto de empresas, apesar de ser representado por várias

entidades (associações e sindicatos), carece de informações sistematizadas que

permitam traçar um perfil do setor em termos de sua dinâmica. Em geral, a

análise deste setor tem sido feita de forma segmentada segundo os materiais

utilizados pelos fabricantes de embalagens de vidro, plástico, papel/papelão,

metal, e flexíveis, dada as características peculiares de cada um destes

segmentos, tanto em termos da evolução do consumo, valor e volume da

produção, investimentos, etc., como em relação ao desenvolvimento de inovações

(SETOR DE EMBALAGEM, 2004).

O número de fabricantes de embalagens no Brasil varia conforme a fonte

pesquisada. Para a empresa de consultoria DATAMARK (única empresa

dedicada à pesquisa sobre demanda de materiais para embalagem no Brasil) é

de aproximadamente 2 mil empresas, sendo 200 de médio e grande portes. A

Associação Brasileira de Embalagens (ABRE) estima este número em 3 mil,

enquanto que o Centro de Tecnologia de Embalagem de Alimentos (CETEA)

trabalha com um número próximo de 6 mil produtores (SETOR DE

EMBALAGEM, 2004).

Verificam-se diferenças marcantes quanto ao nível tecnológico

alcançado na produção de embalagens pelas empresas. Para SERAGINI, as

embalagens vêm apresentando um nível tecnológico bastante avançado,

oferecendo soluções sofisticadas e criativas para a maioria dos problemas do

embalamento moderno. Entretanto, são poucas as companhias que utilizam todas

Page 20: TCC-Lilian - CONTROLE DE QUALIDADE DE EMBALAGENS FLEXÍVEIS PARA BISCOITOS.pdf

20

as ferramentas disponíveis para o desenvolvimento de bons projetos de

embalagem devido principalmente à falta de visão empresarial e de recursos

(SETOR DE EMBALAGEM, 2004).

O setor produtor de embalagem, depois de um período de quase estagnação,

iniciou sua recuperação no final do primeiro semestre de 1994 e, desde então,

vem revelando aumentos consideráveis de faturamento. De acordo com

diferentes fontes, de US$ 6,86 bilhões de faturamento em 1994, saltou para

US$ 8,96 bilhões em 1995 e para US$ 10,5 bilhões em 1996. Segundo a

revista EMBANEWS (1997), somente no triênio abril/maio/junho de 1997, o

setor de embalagem cresceu 25%. O Quadro 2.1 a seguir, aponta uma

estimativa de crescimento de matérias-primas para embalagens no brasil

(SETOR DE EMBALAGEM, 2004).

Quadro 2.1 - Estimativa de crescimento de matérias-primas para embalagens no

Brasil.

Como se pode notar, de 1994 a 2000, o mercado de embalagens

flexíveis aumentou 27,47 por cento. Valor este que comprova o rápido aumento

deste setor produtivo. Dentre as empresas consumidoras destas embalagens,

destacam-se as indústrias de biscoitos, devido ao fato destes geralmente serem

envasados em embalagens flexíveis por se adequarem à forma dos biscoitos e

por protegê-los de contaminações, além de proporcionar uma maior vida-de-

prateleira.

Material 1995/1994 Material 2000/1994PET 48,65% PET 222,97%

Alumínio 46,81% Alumínio 172,34%Polietileno (BD)* 26,18% Papel monolúcido 38,71%

Papel monolúcido 10,00% Poliestireno 35,00%Vidro 9,68% Polietireno (BD)* 33,51%Aço 4,39% PVC 30,19%

4,03% Vidro 29,61%Flexíveis 27,47%

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21

2.5 UTILIZAÇÃO DAS EMBALAGENS FLEXÍVEIS NA INDÚSTRIA DE BISCOITOS

São utilizadas pela indústria de biscoitos uma gama de materiais para

elaboração de suas embalagens. As embalagens para biscoitos devem

apresentar baixa permeabilidade ao vapor d’água e ao oxigênio, ser opacas e

oferecer proteção mecânica ao produto. Além disso, devem impedir a permeação

de gorduras e aromas estranhos, ter boa maquinabilidade e resistência mecânica

(MORETTO,1999).

O consumidor tem se mostrado cada vez mais exigente, esperando

encontrar uma embalagem que proteja e preserve o produto, que seja atrativo o

suficiente para surpreender os olhos, e que proteja e preserve o produto

adequadamente. A maioria dos biscoitos são frágeis e precisam manter-se juntos

rigidamente tanto que não sejam sacudidos durante o transporte, causando

quebras. Eles são também muito secos quando assados e têm uma reduzida

pressão de vapor de água comparado ao ar circundante. Então, a embalagem

precisa ser hermética para evitar que o produto absorva umidade da atmosfera e

venha amolecer. Também, a embalagem deve dar informação ao consumidor e,

antes disso, deve ser bastante atraente. O pacote deve estar de acordo com a

legislação, descrever corretamente o que é o produto e quais os ingredientes

utilizados. Deve ser também indicado quando o produto deve ser usado e dar

alguma informação nutricional sobre o mesmo (BOOTH, 1990).

2.6 PRINCIPAIS FILMES UTILIZADOS PARA BISCOITOS

Apesar de materiais como PEBD (Polietileno de Baixa Densidade) e o

PEAD (Polietileno de Alta Densidade) poderem ser utilizados em biscoitos, o PP

(Polipropileno) é mais vantajoso para este tipo de alimento, por apresentar

melhores características em termos de transparência e qualidade de impressão,

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além de ser melhor barreira às gorduras. Entre os materiais laminados, o BOPP

(Polipropileno Biorientado) apresenta melhores propriedades mecânicas,

aparência e rendimento; porém, devido à sua dificuldade na termosoldagem, deve

ser utilizado laminado a outros substratos ou revestimentos superficiais que

permitam a sua selagem. Portanto, a maioria das embalagens para biscoitos são

elaboradas com polipropileno ou polipropileno bi - orientado (BOPP), algumas

perolizadas (PINTO E FELTES, 1999).

O polipropileno é muito utilizado para embalagens de roscas que pode

ser de monocamada ou bicamada. O polipropileno biorientado perolizado é

utilizado para biscoitos recheados e salgados (em pequenas quantidades como

200 gramas). Já o polipropileno biorientado é utilizado para biscoitos tipo cream

cracker e maizena, (MABEL, 2004).

2.6.1 POLIPROPILENO

O polipropileno é uma poliolefina obtida pela polimerização do

propileno. É um polímero linear com quase nenhuma insaturação

(SARANTÓPOULOS et al., 2002).

As primeiras tentativas em polimerizar o polipropileno tiveram como

produto substâncias líquidas oleosas ou sólidos flexíveis, sem valor comercial.

Apenas a partir de 1955, com o trabalho de Natta na Itália, utilizando o

sistema de catalizador estereoespecífico de Ziegler, foi possível a obtenção do

polipropileno com estrutura regular e com propriedades de interesse comercial

(SARANTÓPOULOS et al., 2002).

Com este sistema catalisador é possível controlar o posicionamento

dos monômeros na forma de cadeia e, assim, obter o polipropileno (PP) na forma

isotática, que apresenta uma estrutura regular, com os grupos metil posicionados

acima ou abaixo do plano horizontal. O PP isotático é um polímero rígido,

altamente cristalino e de alto ponto de fusão cristalina. Na forma sindiotática, o PP

Page 23: TCC-Lilian - CONTROLE DE QUALIDADE DE EMBALAGENS FLEXÍVEIS PARA BISCOITOS.pdf

23

apresenta grupos de metil alternando-se regularmente acima e abaixo do plano

horizontal (SARANTÓPOULOS et al., 2002).

O PP comercial não é perfeitamente estereo-regular, sendo que o grau

de isotaticidade varia de 55 a 97 %. Nos polímeros comerciais, quanto maior o

teor isotático, maior a cristalinidade, maior o ponto de fusão cristalina, maiores a

resistência à tração e à dureza; sendo que as demais propriedades não se

alteram (SARANTÓPOULOS et al., 2002).

O homopolímero PP apresenta densidade específica da ordem de

0,9g/cm3, ponto de fusão cristalina em torno de 140 a 150 ºC, boa barreira ao

vapor d’água, média barreira a gases, boa resistência a óleos e gorduras e a

produtos químicos, boa resistência à abrasão, boa estabilidade térmica e não é

susceptível ao fissuramento sob tenção (stress cracking). Entretanto, é

susceptível à degradação oxidativa a altas temperaturas, requerendo

antioxidantes para seu processamento. Caso não seja protegido, degrada-se pela

ação da luz ultravioleta (UV) e por agentes ionizantes. Da mesma maneira, o PP

também degrada-se pela irradiação (SARANTÓPOULOS et al., 2002).

2.6.2 POLIPROPILENO BIORIENTADO

Uma das principais aplicações do PP é na forma de filmes biorientados

(BOPP). Orientação de filmes se trata de um processo físico de orientação de

cadeias moleculares do polímero que permite a obtenção de filmes muito finos

mas com propriedades adequadas à conservação e ao manuseio, pois promove

um aumento na resistência à tração e na rigidez do material, melhoria na

transparência, brilho e lisura e, para polímeros cristalinos como o propileno,

significativo efeito de redução da permeabilidade de gases e ao vapor d’água, da

ordem de 50%, dependendo do grau de temperatura de orientação

(SARANTÓPOULOS et al., 2002).

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24

O BOPP é muito utilizado na indústria de biscoitos devido à sua resistência e

maquinabilidade. Embala-se com BOPP biscoitos retangulares, roscas, balas,

etc.

2.7 ELABORAÇÃO DE EMBALAGENS PARA BISCOITOS TIPO CREAM CRACKER

A maioria dos biscoitos tipo cream cracker existentes no mercado são

embalados em filmes de polipropileno e polipropileno biorientado. A resina de

polipropileno é fornecida em grãos e, por meio de um processo de extrusão, é

transformada em filme.

A extrusora é composta de uma rosca sem-fim que gira internamente

dentro de um cilindro (canhão). O conjunto é aquecido por resistências elétricas,

onde o termoplástico é homogeneizado e fundido sob pressão. Passa finalmente

por uma matriz tubular onde é formada uma película em forma de balão

originando o filme. Antes de ser rebobinado, o filme é tratado com um banho

Corona para ancoragem de tintas, adesivos e vernizes. O filme é programado em

larguras e espessuras preestabelecidas de acordo com as dimensões das

embalagens do cliente (EXPROPER, 2004). A seguir, na Figura 2.3, encontra-se

a ilustração da obtenção do filme de polipropileno biorientado.

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25

Figura 2.3 Ilustração da obtenção do polipropileno biorientado. Fonte: EXPROPER; 2004.

Neste processo, a resina PP é previamente dosada através de sistema

automático de dosagem (1) que segue para a extrusora (2) passando pelo

cabeçote (3). A extrusão se dá por meio de um sistema de cilindros chamado de

chill-rool (4). A automação deste tipo de equipamento é completa, possuindo um

medidor de espessura (5) que corrige as variações de gramatura

automaticamente. Após a leitura do medidor de espessura, o filme é tratado com

banho Corona eletrônico (6) para ancoragem de tintas, adesivos e vernizes. As

laterais do filme são refiladas (7) e transformadas em bobinas no rebobinador de

troca automática (8) (EXPROPER, 2004).

O sistema de pré-impressão consiste nas etapas necessárias para

confecção dos cilindros de rotogravura, já que se trata de uma impressão por

meio de cilindros. Para cada cor de impressão corresponde um cilindro de

rotogravura. O processo de impressão torna-se altamente estratégico no universo

impresso das embalagens flexíveis (EXPROPER, 2004).

A criação e o lay-out normalmente são idealizadas por agências de

publicidade, onde é apresentado um projeto específico para cada embalagem.

Após aprovação do projeto pelo cliente, é definida a arte final, onde todos os

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26

textos, dimensões, padrões de cores são definitivamente aprovados

(EXPROPER, 2004). A Figura 2.4 ilustra um sistema de pré-impressão.

Figura 2.4 Ilustração de um sistema de pré-impressão. Fonte: EXPROPER; 2004.

Através de imagesetter (2), a imagem de cada cor é transformada no

fotolito (4), base para todo o prodesso de gravação dos cilindros. Os fotolitos são

revelados pela processadora (3). O processo final de pré-impressão é a gravação

de cilindros. As áreas de grafismos do fotolito são transportadas para o cilindro

por exposição de luz ultravioleta (6). Os cilindros são previamente retificados,

polidos e aplicado uma camada de emulsão fotossensível ao UV (5). Após a

sensibilização é realizada uma gravação química por ácido, (7) que reage com a

superfície de cobre do cilindro, formando os alvéolos necessários ao transporte da

tinta para impressão. O cilindro após gravado é cromado (8) e disponibilizado

para impressão (estampagem da embalagem) (9) (EXPROPER, 2004).

O processo de metalização consiste na impregnação do filme por uma

finíssima camada de metal (alumínio). Esta aplicação é seguida através do

Page 27: TCC-Lilian - CONTROLE DE QUALIDADE DE EMBALAGENS FLEXÍVEIS PARA BISCOITOS.pdf

27

vapor de alumínio. Para conseguir o vapor é necessário fundir o alumínio a

baixa pressão e ausência de oxigênio (vácuo).

Na Figura 2.5 encontra-se um esquema do processo de metalização

(EXPROPER, 2004).

Figura 2.5 Processo de metalização de embalagens flexíveis. Fonte: EXPROPER; 2004.

O filme é rebobinado dentro de uma campana (1) onde se forma um

sistema fechado de vácuo. No recebimento, o filme (2) é exposto à zona de

vaporização (3), onde os vapores de alumínio fazem a impregnação do filme,

conseguindo a metalização. O alto-vácuo é conseguido com bombas difusoras (5)

através de arrasto hidrodinâmico por aquecimento de um óleo de silicone

especial. Bombas Roots (6) ou de lóbulos e bombas mecânicas (7) de duplo

estágio por excêntricos são necessárias para acionar o sistema a vácuo. Então,

todo o filme torna-se espelhado com uma excelente apresentação. Os produtos

embalados em estruturas metalizadas oferecem um maior tempo de conservação,

por melhorar as propriedades de barreira contra gases (EXPROPER, 2004).

O refile faz parte do processo final de acabamento. A bobina “mãe” é

desbobinada e cortada de acordo com as dimensões personalizadas para cada

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28

produto. Todas as bobinas utilizadas nas máquinas automáticas de

empacotamento, tem a necessidade de um perfeito bobinamento e alinhamento

lateral (EXPROPER, 2004).

Na Figura 2.6, encontra-se a representação esquemática desta etapa

de corte.

Figura 2.6 Representação esquemática do refile. Fonte: EXPROPER; 2004.

A bobina a ser processada (1) é alinhada eletronicamente por um cabeçote

fotoelétrico (2). O filme passa por cortes (3) programados de acordo com as

larguras pré-definidas, onde as extremidades são refiladas (4). O filme é então

rebobinado como produto final (5), embalado e entregue ao cliente pelo seu

processo líquido (EXPROPER, 2004).

O corte-solda e o refile fazem parte dos processos finais de

acabamento. Este processo é responsável pela transformação do filme em sacos,

como se pode ver na Figura 2.7 (EXPROPER, 2004).

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29

Figura 2.7 Ilustração do processo de corte-solda. Fonte: EXPROPER; 2004.

A bobina a ser processada (1) é alinhada e dobrada no conjunto desbobinador

(2). O filme é puxado pelos rolos tracionadores (3) recebendo o sinal de

registro da fotocélula (4) para comandar a puxada e ação do cabeçote de

selagem (5). Este cabeçote possui uma lâmina aquecida que baixa sobre o rolo

selador (6) onde os sacos são formados e cortados ao mesmo tempo

(EXPROPER, 2004).

2.8 ANÁLISES DE QUALIDADE DE EMBALAGENS DE BISCOITOS

2.8.1 AVALIAÇÃO VISUAL

A avaliação visual de embalagens plásticas permite a detecção de

pontos relacionados com a aparência e a formação da embalagem que pode

influenciar no seu desempenho físico-químico, tanto em nível de maquinabilidade

ou de resistência, quanto no seu aspecto visual (SARANTÓPOULOS et al., 2002).

Em virtude do processo produtivo, sempre existe a possibilidade de

uma determinada quantidade de embalagens apresentar-se com defeitos

(SARANTÓPOULOS et al., 2002).

Alguns destes defeitos podem ser decorrentes de um mau ajuste de

máquina (Módulos ou Multipack), fazendo com que o lote ou parte deste seja

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30

produzido fora de especificação. Esse tipo de defeito ocorre de forma sistemática

durante o processo de fabricação da embalagem. Outros defeitos ocorrem de

modo aleatório e podem ser usados, por exemplo, pela breve interrupção da

alimentação do adesivo ou tinta de impressão (SARANTÓPOULOS et al., 2002).

Em amostras padrão, os defeitos são mais difíceis de serem

detectados comparativamente aos defeitos sistemáticos. Havendo uma suspeita

de que o defeito seja sistemático, uma segunda amostragem deve ser examinada

(selecionada nas proximidades daquelas inspecionadas inicialmente,

pressupondo-se que a posição da primeira tenha sido registrada). Caso as

embalagens adjacentes também apresentem o mesmo tipo de defeito, então este

pode ser classificado como sistemático ou decorrente de uma falha temporária no

processo que não foi registrada. Para confirmação desta suspeita, recomenda-se

a verificação de uma terceira amostragem (SARANTÓPOULOS et al., 2002).

A inspeção inicial de um lote deve ser efetuada de maneira sistemática,

podendo ser puramente visual. Ao final da inspeção, os defeitos devem ser

classificados e o lote julgado de acordo com os critérios de aceitação e rejeição

para cada tipo de defeito (SARANTÓPOULOS et al., 2002).

Para o usuário, evidentemente, o ideal seria uma embalagem sem

defeitos, mas isto teria uma influência muito grande nos custos. Uma embalagem

com qualidade muito alta apresenta também um custo muito elevado, o que a

torna inviável economicamente conforme mostrado na Figura 2.8. Assim, o que se

procura fazer é alcançar um máximo de qualidade possível dentro de uma faixa

de custo viável, ou seja, o custo passa a ser limitante do nível de qualidade da

embalagem (SARANTÓPOULOS et al., 2002).

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31

Figura 2.8 Relação entre custo e valor de qualidade.

Fonte: (SARANTÓPOULOS et al., 2002).

Existem três classes de defeitos que se dividem de acordo com o tipo

de gravidade do defeito. Tais classes são críticos, graves e toleráveis.

Os defeitos críticos são aqueles que impedem a embalagem de exercer

a função de proteger e conter o produto embalado ou que podem produzir algum

dano efetivo ao conteúdo, como por exemplo, a adesão incompleta da

termossoldagem, dimensões fora da tolerância, gramatura abaixo do mínimo

especificado, etc.

Os defeitos graves são aqueles que prejudicam o desempenho da

embalagem, de modo que esta possa falhar sob stress, embora seu desempenho

possa ser adequado sob condições normais de estocagem e transporte, como por

exemplo, má distribuição de espessura, bolhas de ar, etc. Embalagens com

defeitos graves podem ser usadas com restrições (SARANTÓPOULOS et al.,

2002).

Já os defeitos toleráveis são aqueles que prejudicam a aparência da

embalagem, mas não necessariamente suas funções de contenção, proteção, etc.

Como exemplos de defeitos toleráveis pode-se citar má qualidade da impressão e

rebarba. Neste caso, a embalagem pode ser usada sem restrições

(SARANTÓPOULOS et al., 2002).

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32

O Nível de Qualidade Aceitável (NQA) e os critérios de aceitação e

rejeição para cada tipo de defeito são variáveis em função do tipo de embalagem

e sua aplicação. Em muitos casos, estes parâmetros são estabelecidos em

comum acordo entre o fornecedor e o usuário (SARANTÓPOULOS et al., 2002).

2.8.2 GRAMATURA

A gramatura de filmes plásticos é definida como a massa de uma

determinada área do material, sendo expressa normalmente em gramas por

metro quadrado (g/m2). Esta característica está diretamente relacionada com as

propriedades de resistência mecânica e barreira, uma vez que para um

determinado material, uma maior gramatura oferece uma resistência mecânica

maior e na maioria das vezes, uma melhora na resistência a gases e ao vapor

d’água do material (SARANTÓPOULOS et al., 2002).

Esta análises é muito útil para a avaliação e controle de qualidade, pois permite

obtenção rápida de informações sobre o desempenho do material da

embalagem. Por meio dela, pode-se conhecer a massa do material numa

estrutura composta e determinar posteriormente a concentração de aditivos e

ainda conhecer o rendimento de uma bobina.

2.8.3 ESPESSURA

Entende-se por espessura a distância perpendicular entre duas

superfícies principais de um material, sendo este um parâmetro utilizado como

referência na área de embalagens plásticas. Por meio da determinação da

espessura de um material, e de sua natureza química, pode-se obter informações

sobre suas propriedades mecânicas e de barreira a gases e ao vapor d’água, bem

como estimar a vida útil do produto por ela embalado (SARANTÓPOULOS et al.,

2002).

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33

Através da determinação da espessura é possível avaliar também a

homogeneidade do filme. Variações na espessura de um material implicam em

problemas no seu desempenho mecânico e perda de barreira , que completem o

desempenho da embalagem (SARANTÓPOULOS et al., 2002).

2.9 FATORES QUE INFLUENCIAM NA QUALIDADE DO BISCOITO

A preservação da qualidade dos biscoitos alimentos está diretamente

relacionada com as características do produto, com o sistema de embalagem

utilizado e ainda, com o sistema de distribuição empregado (ITAL, 1996).

Sabe-se que hoje, para se obter um biscoito de boa qualidade, é

preciso uma matéria-prima de boa qualidade , processar de forma homogênea,

zelar pela manutenção do tamanho, espessura além de suas características

próprias (crocância, cor, sabor e odor). Ainda encontra-se relacionada à qualidade

dos biscoitos sua embalagem. Esta deve fornecer um barreira à umidade, luz,

insetos, microrganismos, em fim, às contaminações em geral (física, química ou

biológica).

Nos alimentos de baixa atividade de água, o ganho de umidade

favorece o crescimento microbiológico, a oxidação de gorduras, a ação enzímica,

o escurecimento não enzímico, a aglomeração e perda do “cracking“ de biscoitos

e salgadinhos. A barreira a vapores orgânicos é importante para proteger os

alimentos da contaminação por odores estranhos do ambiente e para reter o

aroma e o “flavour” característicos do produto (ITAL, 1989).

As propriedades de barreira necessárias a uma embalagem devem ser

definidas para cada produto alimentício, considerando-se a composição do

produto, a forma de apresentação, o sistema de acondicionamento, o canal de

distribuição e vida útil desejada. A barreira à umidade é medida como taxa de

permeabilidade ao vapor d’água, que é a quantidade de água que passa através

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34

de uma unidade relativa. O Quadro 2.2 mostra a taxa de permeabilidade ao vapor

d’água (TPVA) de filmes simples (ITAL, 1996).

Quadro 2.2 Taxa de permeabilidade ao vapor de água (TPVA) em filmes simples.

Filme TPVA(g água/(m2.dia))

38°C/90%UR

PVDC – AB 0,8 – 1,5

PVDC 3,4

PEAD 4,7

PEMD 12,0

PEBD 15,5 – 23,0

PP 11,0

BOPP 4,6 – 6,2

PVC rígido 14 – 77

PET 15 – 20

PA11 62

PA 12

PVC plastificado 78 – 465

PS 108 – 155

OPA 6 155 – 170

PC 170

PA 6 248 – 341

Fonte: ITAL (1996)

A barreira à luz é medida em termos de transmissão de luz ultravioleta, visível

ou de qualquer outro comprimento de onda, e é expressa como percentagem

Page 35: TCC-Lilian - CONTROLE DE QUALIDADE DE EMBALAGENS FLEXÍVEIS PARA BISCOITOS.pdf

35

de transmissão em uma faixa de comprimento de onda. Já a barreira à gordura

é avaliada pela resistência do material à permeação de lípides, o que

normalmente é feito por meio de avaliação visual ou por técnicas que extraem

a gordura incorporada ao material da embalagem após o contato com o meio

gorduroso (ITAL, 1996).

Os biscoitos têm sua vida útil limitada principalmente por absorção de umidade,

rancidez e/ou danos mecânicos. Portanto, a embalagem adequada deve

apresentar inicialmente baixa permeabilidade ao vapor d’água e oferecer

proteção mecânica ao produto. Para produtos gordurosos, deve-se ainda ser

barreira ao oxigênio, e preferencialmente opaca, visando minimizar a ação da

luz sobre a velocidade de oxidação de gorduras e aromas, boa

maquinabilidade e resistência mecânica são desejáveis (SARANTÓPOULOS,

2001).

Alguns fatores como queima do biscoito e desuniformidade do mesmo podem

influenciar diretamente na maquinabilidade de envase, uma vez que em

grandes escalas e produção contínua a queima de biscoitos faz com que estes

fiquem mais quebradiços. Sendo assim, há maior desperdício tanto de biscoitos

como de embalagens no processo de empacotamento. Também a não

conformidade de peso é um fator preocupante, pois biscoitos com peso abaixo

das especificações mesmo que já tenham sido embalados, são geralmente

desembalados e misturados a outros com peso maior para se obter o peso

desejado e, em seguida, ser reenvasado. Estes fatores resultam não somente

em desperdício de embalagens mas também em reprocesso (reenvase).

2.9.1 INFLUÊNCIA DA MATÉRIA-PRIMA

A textura dos biscoitos pode ser alterada sensivelmente de acordo com o tipo

de farinha que é utilizado na formulação, podendo-se inclusive utilizar misturas

de cereais para obtenção de produtos com diferentes texturas. Os biscoitos

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36

também podem ser mais macios ou duros de acordo com o açúcar utilizado,

sendo que a adição de xarope de glicose proporciona uma textura mais macia

ao produto. Além disso, o processo de assamento e teor de umidade também

afetam a textura (SARANTÓPOULOS, 2001).

As características moleculares do polímero também influenciam a

permeabilidade. A difusão ocorre pela movimentação do permeante através

dos espaços vazios que se formam no polímero, devido à ação de um

gradiente de pressão ou concentração. Assim, a velocidade de difusão

depende do número e do tamanho desses espaços vazios e da facilidade de

sua formação. O número e o tamanho desses espaços vazios se relacionam ao

volume livre do polímero. A facilidade de formação desses espaços vazios

depende da rigidez das cadeias e das forças de ligação no polímero (ITAL,

1989).

Geralmente, em filmes revestidos, a constante de permeabilidade aumenta

com a espessura, visto que nem toda a espessura do material contribui para as

características de barreira. Filmes com defeito são exemplos de materiais em

que a constante de permeabilidade diminui com o aumento da espessura, pois

as irregularidades ou os microfuros do material pode resultar em uma alta

taxa de permeabilidade (ITAL, 1989).

2.9.2 INFLUÊNCIA DOS EQUIPAMENTOS DE SELAGEM

A termossoldagem é o processo mais utilizado para o fechamento de

embalagens plásticas flexíveis e se aplica aos polímeros termoplásticos (ITAL,

1987).

Uma embalagem corretamente especificada, mas com um fechamento

deficiente, pode levar a uma redução na vida-de-prateleira do produto, seja por

razões microbiológicas, químicas ou físicas. Por exemplo, alimentos sensíveis

ao oxigênio e à umidade podem sofrer reduções significativas na vida útil,

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37

mesmo quando estruturas com barreiras ao oxigênio e ao vapor d’água são

utilizadas. Também é comum a perda de produto por abertura de embalagem

durante sua comercialização. Desta forma, um fechamento que ofereça ao

produto pelo menos o mesmo nível de proteção do material da embalagem é a

condição indispensável para um desempenho final que atenda objetivos

predeterminados (ITAL, 1987).

2.9.2.1 Temperatura de soldagem

A qualidade da termossoldagem é função de uma série de fatores

dentre os quais destacam-se o tipo de equipamento utilizado, forma de applicação

do calor, perfil do mordente de fechamento, bem como características físicas

mecânicas do próprio material de embalagem (ITAL, 1987).

Independentemente do método e tipo de termossoldagem, os

elementos básicos do ciclo de termossoldagem são: a temperatura aplicada ao

material; pressão do mordente; tempo em que o material é submetido a ação do

calor e tempo de resfriamento (quando necessário). Uma vez definida a

combinação ideal de temperatura, tempo e pressão, têm-se condições ótimas

para a termossoldagem de um material específico (ITAL, 1987).

Conforme a temperatura vai ficando abaixo da ótima, podem ser

compensadas por um aumento na pressão e no tempo. Entretanto, nos casos em

que a temperatura fica abaixo do limite inferior da faixa de termossoldagem, o

aumento da pressão ou do tempo não terá efeito satisfatório, comprometendo a

qualidade da termossoldagem (ITAL, 1987).

Em equipamentos de termossoldagem é usual uma variação entre a

temperatura solicitada e a obtida. Equipamentos de última geração apresentam

uma variação de apenas 1ºC. Com relação à temperatura, também é de grande

importância a sua distribuição ao longo do perfil de fechamento. A temperatura

máxima a ser utilizada é limitada devido aos danos que ocorrem no material

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38

como, por exemplo, delaminação da estrutura, deformação e perda de orientação

(ITAL, 1987).

2.9.2.2 Pressão dos mordentes

A pressão do mordente é determinada pela regulagem do equipamento. Aplica-

se pressão a fim de se manterem as superfícies a serem soldadas em íntimo

contato. O tempo de termossoldagem é definido pela velocidade desejada na

linha de produção (ITAL, 1987).

2.9.2.3 Alinhamento dos mordentes

Além da pressão nos mordentes, deve-se dar importância ao

alinhamento dos mesmos visando um soldagem eficiente. Se as estrias dos

mordentes não estiverem devidamente posicionadas, a selagem será defeituosa

podendo assim, a embalagem se tornar imprópria para conter o biscoito.

2.9.2.4 Pressão de sucção de ar dos pacotes

Muitos equipamentos de empacotamento de biscoitos são dotados de

um dispositivo de sucção de ar. A sucção de ar é importante, pois além de retirar

parte do ar no interior da embalagem, faz com que a mesma tome o formato dos

biscoitos e facilitando-se assim a vedação realizada pelos mordentes.

É muito importante que se mantenha o dispositivo de sucção de ar em bom

estado de funcionamento, pois caso isso não ocorra, pode-se ocasionar

desperdício de embalagem, uma vez que o equipamento não consegue selar

embalagem com excesso de ar em seu interior eficazmente.

2.9.2.5 Tempo de utilização do mordente

Por se tratar de equipamentos nos quais os mordentes são submetidos a uma determinada pressão e por serem utilizados continuamente, os mordentes sofrem desgaste facilmente. Estes desgastes fazem com que as estrias se alisem, tornando a soldagem insuficiente.

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39

2.9.3 INFLUÊNCIA OPERACIONAL

Além dos fatores supracitados, os operadores dos equipamentos de empacotamento tem sua parcela na qualidade da embalagem, pois parte-se do princípio de que este tem conhecimento a cerca dos parâmetros ideais de selagem (temperatura, pressão, velocidade), bem como de mecânica para se evitarem perdas de embalagens e/ou de biscoitos e manter sua qualidade.

2.10 HISTÓRIA DA MABEL A indústria Mabel começou como tantas outras, no fundo-de-quintal, em

meados de 1950, quando o pai de Sandro Mabel, Nestore Scodro, e seu tio

Udélio Scodro chegaram ao Brasil. Vindos da Itália, eles foram para Juiz de

Fora (MG) com o propósito de montar um negócio que entendiam bastante:

vender fornos para padarias. Um certo dia, um pedido para confecção de um

forno enorme mudou os planos dos irmãos. O dono do pedido não conseguiu

pagar o forno, sendo assim devolvido. E, a partir desse momento, os irmãos

Scodro começaram a fabricar biscoitos (O MABELINO, 2003).

Em 1963 aconteceu a mudança da SIPA (Sociedade Industrial de Produtos

Alimentares) para CIPA e início da fabricação das rosquinhas de coco. Em

1975, é inaugurado o Parque Industrial CIPA-GO, em Aparecida de Goiânia.

Em 1984, a CIPA dividiu-se em dois grandes grupos: Grupo Mabel-SP e Grupo

Mabel-GO. Em 1989 houve a inauguração da fábrica do Rio de janeiro, em

Duque de Caxias, e em 2002 ocorreu a unificação do grupo Mabel (O

MABELINO, 2004).

Após cinqüenta anos, a Mabel é uma das maiores indústrias de

biscoitos do mundo. Sua matriz conta com mais de mil e oitocentos funcionários,

produz enorme variedade de biscoitos (recheados, cream cracker, água e sal,

roscas, wafers, maisena, leite, coco, maria) além de extrusados (skiny), farinha

de trigo e embalagens. Exporta para países como Japão, Canadá, Moçambique,

Angola, Chile, Venezuela, dentre outros (O MABELINO, 2003).

Como se trata de uma indústria que produz biscoitos, a empresa vem

tentando adequar suas embalagens aos produtos tentando por exemplo, evitar

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40

que estes produtos não absorvam umidade. Estas embalagens vem sendo

melhoradas com o passar do tempo.

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41

3. UNIDADE EXPERIMENTAL

Esta unidade experimental visa expor algumas análises realizadas via

estágio no controle de qualidade de embalagens flexíveis da indústria Mabel-

CIPA, localizada na BR 153, Aparecida de Goiânia, Goiás. Este estágio teve início

em vinte e seis de novembro de dois mil e três, e término em vinte e sete de

março de dois mil e quatro, somando um total de quinhentas e noventa e oito

horas.

Através dele, foi realizado um trabalho sobre empacotamento e

controle de qualidade de embalagens, buscando soluções para melhoramento do

controle de qualidade de embalagens de biscoitos confeccionadas com filmes de

polipropileno biorientado ou não, perolizado ou não, objetivando reduzir o

desperdício das mesmas.

As análises requerem determinados materiais e métodos para sua

perfeita realização, os quais se encontram descritos logo a seguir.

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42

3.1 MATERIAIS

As análises realizadas seguem uma metodologia simples e, portanto,

os materiais também foram simples, como pode-se notar nos itens subseqüentes.

3.1.1 MATERIAIS UTILIZADOS PARA ANÁLISES VISUAIS

Para as análises visuais realizadas utilizaram-se os seguintes materiais:

- Pedaço de bobinas;

- Sacos de descartes de embalagens.

3.1.2 MATERIAIS UTILIZADOS PARA ANÁLISE DE GRAMATURA

Nas análises de gramatura foram utilizados os materiais seguintes:

- Balança analítica marca Ohans, modelo Scout, capacidade de 200 x

0,01;

- Gabarito de metal 10 x 10 centímetros;

- Estilete;

- Lona de borracha asséptica;

- Pedaço de bobinas.

3.1.3 MATERIAIS UTILIZADOS PARA ANÁLISES COMPARATIVAS E QUANTITATIVAS

Para as análises comparativas e quantitativas utilizou-se:

- Pedaços de bobinas;

- Dados de entrada de embalagem (em quilo de bobina) no

empacotamento (por turno);

- Sacos de descartes de embalagens;

- Balança automática de resolução 0,000 quilos;

- Tabela de padrão de pesagem de embalagens;

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43

- Trena.

- Amostra do produto embalado.

3.2 MÉTODOS

3.2.1 AMOSTRAGEM

Em uma amostragem padrão, os defeitos aleatórios são mais difíceis

de serem detectados comparativamente aos defeitos sistemáticos. Havendo a

suspeita de que o defeito seja sistemático, uma segunda amostra deve ser

examinada (selecionada nas proximidades daquela inspecionada inicialmente,

pressupondo-se que a posição da primeira tenha sido registrada). Caso as

embalagens adjacentes também apresentem o mesmo tipo de defeito, então este

pode ser classificado como sistemático ou decorrente de uma falha temporária no

processo que não foi registrada. Para confirmação desta suspeita, recomenda-se

a verificação de uma terceira amostragem. A inspeção inicial de um lote deve ser

efetuada de maneira sistemática, podendo ser puramente visual. Ao final da

inspeção, os defeitos devem ser classificados e o lote julgado, de acordo com os

critérios de aceitação e rejeição para cada tipo de defeito (SARANTÓPOULOS et

al., 2002).

O procedimento a seguir, foi compilado a partir da metodologia da

norma ABNT NBR 5426 (1985).

Determinar o tamanho do lote, de acordo com o lote de aquisição, ou

conforme acordo preestabelecido entre fornecedor e usuário.

Escolher o nível de inspeção. O nível de inspeção fixa a relação entre o

tamanho do lote e o tamanho da amostra. No Quadro 3.1, encontra-se

reproduzida a Tabela 1 ABNT NBR 5426 (1985), onde são apresentados três

níveis gerais de inspeção I, II e III, utilizados comumente para ensaios não

destrutivos e quatro níveis especiais S1, S2, S3 e S4, que podem ser utilizados

quando forem necessários tamanhos de amostra relativamente pequenos, como

Page 44: TCC-Lilian - CONTROLE DE QUALIDADE DE EMBALAGENS FLEXÍVEIS PARA BISCOITOS.pdf

44

quando no caso de ensaios destrutivos ou quando possam ou devam ser

tolerados grandes riscos de amostragem. Esses níveis podem ser considerados

adequados quando forem usados processos repetitivos por um fornecedor de

produtos reconhecidamente de boa qualidade (ABNT NBR 5427, 1985). De modo

geral, no início do contrato ou produção de um novo produto, especifica-se o nível

II; a mudança para outro nível deverá ser feita posteriormente com base no

histórico do produto (SARANTÓPOULOS et al., 2002).

Na amostragem dupla ou múltipla, uma primeira amostra (primeiro

grupo de unidades) é selecionada. O número de amostras é menor que o

correspondente no plano de amostragem simples.

O número de aceitação para a primeira amostra é menor que no plano

de amostragem simples, tenho como referência o mesmo tamanho de amostra

NQA, enquanto o número de rejeição é maior.

Quadro 3.1 Condição de amostragem. Reprodução da Tabela 1 ANBT NBR 5426 (1985).

S1 S2 S3 S4 I II III2 a 8 A A A A A A B9 a 15 A A A A A B C16 a 25 A A B B B C D26 a 50 A B B C C D E51 a 90 B B C C C E F91 a 150 B B C D D F G151 a 280 B C D E E G H281 a 500 B C D E F H J501 a 1200 C C E F G J K1201 a 3200 C D E G H K L3201 a 10000 C D F G J L M10001 a 35000 C D F H K M N35001 a 1500000 D E G J L N P150001 a 500000 D E G J M P Qacima de 500.001 D E H K N Q R

Tamanho do loteNíveis especiais de inspeção Níveis gerais de inspeção

Fonte: ABNT NBR 5426 (1985)

O número de rejeição é dois ou mais dígitos maior que o número de aceitação.

Se o número de defeitos na primeira amostragem é menor ou igual que o

Page 45: TCC-Lilian - CONTROLE DE QUALIDADE DE EMBALAGENS FLEXÍVEIS PARA BISCOITOS.pdf

45

número de aceitação, o lote é rejeitado. Se ele está entre os dois limites, uma

amostra adicional é inspecionada e combina-se o número de defeitos das duas

amostras para comparação com novos números de aceitação e rejeição do

plano de amostragem. Este processo continua até que ocorra aprovação ou

rejeição definida do lote. No último passo dos planos de amostragem dupla ou

múltipla, o número de rejeição é o número maior que o número de aceitação.

Estabelecer a severidade da inspeção. A maior parte dos planos de

inspeção estabelece três graus de severidade: normal, severa e severa atenuada.

No início do contrato ou produção utiliza-se inspeção em regime normal. A

inspeção severa é instituída quando se torna evidente que a qualidade do produto

está se deteriorando. A inspeção atenuada pode ser utilizada, quando for evidente

a boa qualidade do produto. Na ABNT NBR 5426 (1985) são apresentadas

tabelas para os diferentes planos de amostragem com diferentes níveis de

severidade.

Determinar o tamanho da amostra e os números de aceitação e

rejeição para o lote a ser avaliado. Com base no plano de amostragem e na

severidade da inspeção define-se por uma tabela entre as Tabelas da norma

ABNT NBR 5426 (1985).

Através dessas tabelas, relacionando-se o tamanho da amostra com o

NQA (Nível de Qualidade Aceitável), obtêm-se o número de aceitação e rejeição.

Determinar os riscos associados de operação – CCO ou Limite de

Qualidade Média Resultante – MQMR.

O método mais utilizado para análise de embalagens foi o visual, mas

também utilizou-se, o de comparação e de quantificação.

3.2.2 MÉTODOS PARA ANÁLISE VISUAL

Page 46: TCC-Lilian - CONTROLE DE QUALIDADE DE EMBALAGENS FLEXÍVEIS PARA BISCOITOS.pdf

46

O método de ensaio de análises visual descrito a seguir aplica-se tanto a

embalagens quanto a materiais flexíveis.

A amostragem deve seguir procedimentos pré-estabelecidos. Cada unidade

amostrada deve ser cuidadosamente observada sob uma fonte de luz branca,

sem o auxílio da ampliação, considerando os seguintes critérios: 1) formato e

dimensões; 2) tipo de material; 3) material com odor indesejável; 4) presença

na superfície do material de: bolhas de ar; furos e cortes; amassamento;

fraturas; má distribuição da espessura; rebarbas; sujidades; riscos; inclusões

de partículas na massa plástica; pinta preta; delaminação; olho de peixe

(massa globular pequena que não se misturou completamente ao material do

filme).

No caso do material ser impresso, a impressão não deve apresentar: falhas de

impressão, variação de registro, impressão fora dos padrões de cor e

solicitados, falta de dizeres legais ou dizeres incorretos, arrancamento,

blocagem, respingos, borrão, manchas, impressão opaca, corte

descentralizado.

Se a embalagem for termossoldada, devem ser observados os seguintes itens:

danos na área de solda, resistência inadequada e fusão das camadas internas

fora da região de termossoldagem.

No caso de bobinas, verificar a ocorrência de ondulações na superfície e de

rebarbos e piques nas laterais.

Page 47: TCC-Lilian - CONTROLE DE QUALIDADE DE EMBALAGENS FLEXÍVEIS PARA BISCOITOS.pdf

47

O relatório deve conter uma breve descrição da amostra e/ou identificação do

material e a quantificação dos defeitos identificados, classificando-os como

crítico, grave ou tolerável, de acordo com o critério adotado na empresa.

Além do método visual, faz-se necessária a gramatura para se garantir um

controle dos padrões esperados pela empresa.

3.2.3 MÉTODO PARA REALIZAÇÃO DE GRAMATURA

É uma determinação útil para avaliação e controle de qualidade, pois permite

obter-se rapidamente informações sobre o desempenho do material de

embalagem. É utilizada para conhecimento das propriedades e de uma

estrutura laminada, quando as separações das camadas não permite uma

determinação adequada da espessura dos materiais que compõe a estrutura. É

também importante quando se faz necessário o conhecimento da massa de um

material, em uma estrutura composta, para determinação da concentração, por

exemplo, de aditivos. Ainda, através da gramatura pode-se conhecer o

rendimento de uma bobina.

Segundo SARANTÓPOULOS et al, a norma ASTM D646-96(01) (2001)

apresenta um procedimento para determinação de gramatura de papel e papelão

ondulado, o qual pode ser adaptado para determinação de gramatura de materiais

plásticos. A gramatura pode ser determinada em filmes flexíveis simples

(monocamada) e em estruturas multicamadas, onde além da gramatura total, a

gramatura individual de cada componente pode ser determinada, mediante a

separação dos componentes. A determinação de revestimentos com hot-melt ou

vernizes também é importante e pode ser conhecida com a remoção do

revestimento por um procedimento apropriado ao material em questão.

Page 48: TCC-Lilian - CONTROLE DE QUALIDADE DE EMBALAGENS FLEXÍVEIS PARA BISCOITOS.pdf

48

3.2.4 MÉTODOS PARA ANÁLISES QUANTITATIVAS E COMPARATIVAS

Muitas empresas, além de realizarem análises comuns de embalagens como a

gramatura e análises visuais, fazem um controle interno quantificando e

comparando mediante padrões que elas próprias estabelecem como por

exemplo, a quantidade de desperdícios de embalagem por turno; freqüência da

ocorrência de determinado problema ou defeito como a freqüência de

ocorrência de embalagens com solda deficiente. Tais métodos não possuem

um padrão de análise específico, porém, cada empresa busca quantificar,

relatar e comparar com padrões desejados.

A análise de coeficiente de atrito é um método não muito convencional de

avaliação e é obtido deslizando-se com ajuda dos dedos duas superfícies

externas do pedaço de embalagem (podendo-se dobrá-lo ao meio deslizando-

se com os dedos a superfície externa da embalagem).

3.3 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA DA ANÁLISE

Durante o processo de fabricação dos filmes plásticos podem ocorrer

certos defeitos que, por sua vez, podem influenciar o desempenho das

embalagens confeccionadas com estes materiais (SARANTÓPOULOS et al.,

2002).

A avaliação visual de embalagens plásticas permite a detecção de

pontos relacionados com a aparência e a formação da embalagem que podem

influenciar no seu desempenho físico-mecânico, tanto em nível de

maquinabilidade ou de resistência, quanto no seu aspecto visual

(SARANTÓPOULOS et al., 2002).

Page 49: TCC-Lilian - CONTROLE DE QUALIDADE DE EMBALAGENS FLEXÍVEIS PARA BISCOITOS.pdf

49

Em virtude do processo produtivo, sempre existe a possibilidade de

uma determinada quantidade de embalagens apresentar-se com defeitos

(SARANTÓPOULOS et al., 2002).

Alguns defeitos podem ser decorrentes de um mau ajuste da máquina,

fazendo com que o lote ou parte do mesmo seja produzido fora de especificação.

Este tipo de defeito ocorre de forma sistemática durante o processo de fabricação

da embalagem. Outros defeitos ocorrem de modo aleatório e podem ser

causados, por exemplo, pela breve interrupção da alimentação do adesivo ou da

tinta de impressão (SARANTÓPOULOS et al., 2002).

A detecção destes defeitos depende de uma boa amostragem que se

consegue seguindo o modelo descrito a seguir.

3.4 ANÁLISE UTILIZADA NO TRABALHO

Neste trabalho, a amostragem de bobinas foi de 100 %, enquanto que

a dos lotes eram feitas aleatoriamente acompanhando-se a retirada das amostras

de bobinas. Foram realizadas análises como gramatura, e especialmente,

análises visuais (como estampa, posição da fotocélula; presença de pique na

bobina, qualidade da termossoldagem). E, ainda foram feitas análises de controle

de desperdício de embalagens em cada máquina da linha de cream cracker. Para

facilitar a compreensão do leitor, tem-se a seguir, um fluxograma do processo de

empacotamento.

3.5 FLUXOGRAMA DO PROCESSO DO EMPACOTAMENTO DE BISCOITOS

Como o processamento de biscoitos é todo automático desde a masseira até o

envase, optou-se por chamar o processo que antecede o empacotamento de

Page 50: TCC-Lilian - CONTROLE DE QUALIDADE DE EMBALAGENS FLEXÍVEIS PARA BISCOITOS.pdf

50

alimentação de biscoitos, já que se pretende enfatizar o esta etapa como

descrito na Figura 3.1.

A alimentação das empacotadeiras é feita por meio de esteiras

alimentadoras apropriadas ao formato do biscoito.

Antes de ser envasado, os biscoitos são porcionados numa esteira especial

(para dividir na quantidade certa do pacote). Em seguida, são empurrados por

uma braçadeira mecânica, passa por um fotossensor que regula o envase

(tempo de espera para o envase).

A bobina de embalagem é previamente acoplada à empacotadeira que

por sua vez, a desenrola passando-a por roletes formando os sacos.

Cada saco recebe inicialmente: uma solda vertical, uma horizontal e

sucção de ar no momento do envase.

Page 51: TCC-Lilian - CONTROLE DE QUALIDADE DE EMBALAGENS FLEXÍVEIS PARA BISCOITOS.pdf

51

A L IM E N T A Ç Ã O

D A S E M P A C O T A D E IR A S

P O R C IO N A M E N T O D O S B IS C O IT O S

D E S B O B IN A M E N T O

E N V A S E

S U C Ç Ã O D E A R D A E M B A L A G E M

T E R M O S S O L D A G E M

A L IM E N T A Ç Ã O D A

E M P A C O T A D E IR A S E C U N D Á R IA

D O S A G E M D E P A C O T E S

D E B IS C O IT O S

C O N T R O L E D E Q U A L IA D E

D O B IS C O IT O R É -E M B A L A D O

E N V A S E

S U C Ç Ã O D E A R D A E M B A L A G E M

T E R M O S S O L D A G E M

E X P E D IÇ Ã O

R E T IR A D A D E

A M O S T R A S D E

P A C O T E S P R IM Á R IO S

E C O N T A G E M D E

D E S P E R D ÍC IO

R E T IR A D A

D E A M O S T A

D E P A C O T E S

S E C U N D Á R IO S

E C O N T G E M D E

D E S P E R D ÍC IO

F O R M A Ç Ã O D A E M B A L A G E M P R IM Á R IA

R E T IR A D A D E

A M O S T R A S D E

B O B IN A S

Figura 3.1 Fluxograma do processo de empacotamento da linha de Cream

Cracker.

Após o envase, recebe uma solda horizontal , sendo cortado no

momento da soldagem horizontal. Tem-se então os pacotes de 100 gramas de

Cream Cracker (pacotes primários).

Page 52: TCC-Lilian - CONTROLE DE QUALIDADE DE EMBALAGENS FLEXÍVEIS PARA BISCOITOS.pdf

52

Os pacotes primários são conduzidos por outra esteira alimentadora

dotada de sensores dosadores que porcionam os pacotes de cream para serem

embalados com a embalagem do produto (embalagem secundária) em porções

de 400 gramas e 800 gramas.

Próximo à empacotadeira encontra-se um auxiliar que além de

contribuir para a dosagem correta dos pacotes, faz um breve controle de

qualidade do produto no qual são retirados pacotes abertos, com biscoitos fora da

quantidade padrão, ou fora do padrão de cor.

O desbobinamento é feito igualmente ao anterior bem como a

formação dos pacotes, envase e termossoldagem. O que diferencia é o fato desta

embalagem receber através de um datador automático a data e o número do lote

e da bobina além de possuir estampa ter uma gramatura mais elevada.

Após a termossoldagem, faz-se a expedição do produto separando-os por lote.

3.6 PARÂMETROS DE CONTROLE

Para se garantir a qualidade do biscoito cream crecker, faz-se

necessário além de manter a qualidade na fabricação do biscoito, controlar alguns

parâmetros como a velocidade de alimentação de biscoitos na empacotadeia, a

dosagem dos mesmos, a qualidade das bobinas, o funcionamento das máquinas,

a temperatura e a pressão dos mordentes, a sucção de ar nos pacotes, além de

se treinar os operadores das máquinas e auxiliares.

Os pontos mais críticos de controle são o funcionamento das

máquinas, a qualidade dos biscoitos (cor, tamanho, textura/resistência, peso) e

das bobinas (estampa, maquinabilidade, material, etc.).

O desperdício citado anteriormente se deve em grande parte à

ausência de controle nestes pontos críticos e à falta de conscientização dos

operadores , dos auxiliares de dos mecânicos que trabalham conjuntamente.

Page 53: TCC-Lilian - CONTROLE DE QUALIDADE DE EMBALAGENS FLEXÍVEIS PARA BISCOITOS.pdf

53

3.7 MÉTODOS E PADRÕES DA EMPRESA A empresa adota como métodos padrões de análise de embalagens a análise

visual e a gramatura, mas realiza análises dimensionais, comparativas e

quantitativas.

Analisa-se visualmente os pacotes na saída das máquinas bem como

caixas de amostras de lotes. Observa-se a termossoldagem, a estampa, e

aspectos gerais (presença de furos, excesso de ar no pacote, rasgos e manchas).

Na bobina, faz-se a análise visual da impressão, da fotocélula e

possíveis cortes e furos.

A contagem de desperdício de embalagens é feita em cada máquina num

determinado turno, no período de uma hora. Faz-se ainda uma pesagem de

descartes de embalagens de cada máquina no final de cada turno (estes dados

são registrados e comparados com a quantidade de bobina que entrou no

período).

A gramatura é feita utilizando-se uma amostra de cada bobina que é

acoplada à empacotadeira ou em casos de ocorrência de problemas com a

homogeneidade do filme. Corta-se um quadrado de 10x10 centímetros com o

auxílio do gabarito, de um estilete e lona asséptica e, pesa-se posteriormente

obtendo - se o valor em gramas por 0,100 metro quadrado. O valor obtido é

comparado com uma tabela padrão de aceitação da empresa. O Quadro 3.2 que

se segue mostra valores de padrões comparativos para a linha de Cream cracker.

Quadro 3.2 Padrões comparativos de gramatura para embalagens de cream.

Cream 400g Cream 800g

Bobina Fora do Padrão – Agosto 29,0% 32.6%

Bobina Fora do Padrão – Setembro 25,7% 30.9%

Bobina Fora do Padrão – Outubro 9,1% 18,3%

Fonte: MABEL, 2003.

Page 54: TCC-Lilian - CONTROLE DE QUALIDADE DE EMBALAGENS FLEXÍVEIS PARA BISCOITOS.pdf

54

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Foram registradas neste período de trabalho, algumas anotações a respeito

das paradas de máquinas e problemas com a qualidade das bobinas numa

tentativa de se justificar alguns desperdícios, tais anotações estão descritas na

Figura 4.1.

Dados obtidos para análise de desperdício de pacotes de biscoitos tipo cream

cracker durante vinte dias de estágio na linha de empacotamento.

0 2 4 6 8

10 12 14 16 18

01/03/2004 02/03/2004 03/03/2004 04/03/2004 05/03/2004 06/03/2004 08/03/2004 09/03/2004 10/03/2004 11/03/2004 12/03/2004 13/03/2004 15/03/2004 16/03/2004 17/03/2004 18/03/2004 19/03/2004 20/03/2004

Desperdício total no período da manhã

Figura 4.1 Perfil em porcentagem de desperdício diário de embalagens da linha

de cream cracker em três semanas.

Page 55: TCC-Lilian - CONTROLE DE QUALIDADE DE EMBALAGENS FLEXÍVEIS PARA BISCOITOS.pdf

55

Ocorreram neste período alguns problemas na linha de cream cracker tais

como: no dia 5 de março, a máquina Modulus número 31 ficou parada para

regulagem da lona da esteira. A máquina 30 apresentou problemas mecânicos

provocando abertura nas embalagens. Estes tipos de falhas são comuns em

equipamentos onde os esforços são intensos e provocam desgastes.

No dia 9 de março, a máquina 32 parou no início da manhã para conserto da

corrente e rolamento da esteira. A máquina 31 também apresentou problemas

na esteira. A Multipack teve problemas com bobinas desuniformes (com

variações de gramatura) e o operador teve dificuldade em regular a máquina e

em conseguir bobinas de boa qualidade. No dia 10 de março, a máquina 32

apresentou problemas com o alimentador da esteira e a Multipack apresentou

problemas com a bobina (rasgos na bobina). No dia 11 de março, a máquina

31 quebrou a corrente transversal. E, no dia 12, a Multipack quebrou o

rolamento e redutor além de apresentar uma ruptura na corrente devido a

provavelmente o fato destes equipamentos estarem sob intenso uso sem

paradas para manutenção.

Pode-se notar que os dias que ocorreram maior desperdício foram os dias seis

e quinze de março. No dia seis houve grande desperdício decorrente do fato de

ter havido uma desconformidade nas embalagens de merenda. Este tipo de

embalagem (merenda), é classificado na tabela de dados como “outros turnos”

juntamente com embalagens desperdiçadas por outro turno. O desperdício

pode ser decorrente da falta de análise na recepção das mesas e maior

exigência aos fornecedores.

Verificou-se também o perfil de desperdício de embalagens em três semanas

como é mostrado na Figura 4.2.

Page 56: TCC-Lilian - CONTROLE DE QUALIDADE DE EMBALAGENS FLEXÍVEIS PARA BISCOITOS.pdf

56

Figura 4.2 Perfil de desperdício em porcentagem de embalagens em três

semanas.

Como se pode notar, o desperdício de embalagens de cream cracker

aumentou no decorrer das semanas. Isto é devido à falta de realização de

regulagens mecânicas preventivas, à falta de controle na recepção das bobinas

e, à carência de padronização de biscoitos.

Devido às regulagens nas empacotadeiras um grande desperdício de

embalagens deve ser considerado, pois enquanto se regulava as máquinas,

desperdiçava-se grande quantidade de embalagem. Isto se deve pelo fato de

operadores e mecânicos ter o hábito de deixar passar quantidade excessiva de

embalagem em busca de um ponto ideal de operação.

As Figuras 4.3, 4.4, 4.5 que se seguem, são resultado de análises de descartes

de embalagens do turno matutino em busca de se obter dados para se detectar

0

51015

202530

35

01/03/2004 a06/03/2004

08/03/2004 a13/03/04

15/03/2004 a20/03/2004

Total de embalagens Desperdiçadas

Page 57: TCC-Lilian - CONTROLE DE QUALIDADE DE EMBALAGENS FLEXÍVEIS PARA BISCOITOS.pdf

57

de três situações a que apresenta maior desperdício, para posteriormente,

tentar reduzi-lo através de medidas preventivas.

Figura 4.3 Perfil em quilos de desperdício de embalagens de outros turnos ou

sacos pré - formados.

No período do dia 15 a 20 de março, houve um grande desperdício de

embalagens “outros turnos”. Esta designação serve também para embalagens de

merenda que foram utilizadas neste período. As embalagens de merenda por não

terem uma máquina seladeira sofisticada, são bastante desperdiçadas no

empacotamento.

0

10

20

30

40

50

60

01/03/2004 a06/03/200408/03/2004 a13/03/0415/03/2004 a20/03/2004

Page 58: TCC-Lilian - CONTROLE DE QUALIDADE DE EMBALAGENS FLEXÍVEIS PARA BISCOITOS.pdf

58

0

5

10

15

20

25

01/03/2004 a06/03/2004

08/03/2004 a13/03/04

15/03/2004 a20/03/2004

Figura 4.4 Perfil em quilos de desperdício de embalagens secundárias.

No dia quinze foi realizado a troca dos mordentes da Multipack , o que

provocou um grande desperdício de embalagens secundárias. A partir deste

dia, os novos mordentes (barras de soldagem) ficaram mau regulados,

apresentando-se assim, vedação desconforme e incidência maior de pacotes

abertos. Buscou - se ajuda mecânica, mas o problema continuou. Estas

alterações podem ser visualizadas analisando-se a Figura 4.4, na qual nota-se

um aumento no desperdício da primeira para segunda semana e um pequeno

decréscimo da segunda para terceira semana.

Page 59: TCC-Lilian - CONTROLE DE QUALIDADE DE EMBALAGENS FLEXÍVEIS PARA BISCOITOS.pdf

59

0

5

10

15

20

01/03/2004 a06/03/2004

08/03/2004 a13/03/04

15/03/2004 a20/03/2004

Figura 4.5 Perfil em quilos de desperdício de embalagens lisas.

O desperdício crescente de embalagens lisas apresentado na Figura 4.5, é

devido também à problemas mecânicos além de operacionais e problemas com

a qualidade do produto (cor escura, tamanho diversificado ou baixa

resistência).

A embalagem lisa teve o maior índice de desperdício na terceira semana. Este

índice elevado de desperdício pode ser devido à falha mecânica (falta de ajuste

da máquina), ou à qualidade do biscoito (principalmente o tamanho

desuniforme).

Page 60: TCC-Lilian - CONTROLE DE QUALIDADE DE EMBALAGENS FLEXÍVEIS PARA BISCOITOS.pdf

60

A Figura 4.6, mostra o perfil de desperdício de embalagens em três

semanas no turno A.

02

4

68

10121416

01/03/2004a

06/03/2004

08/03/2004a 13/03/04

15/03/2004a

20/03/2004

Embalagens deOutros Turnos em

(Kg)Embalagem doProduto em (Kg)Embalagem Lisa(transparente)em(Kg)

Figura 4.6 Perfil da quantidade de embalagens desperdiçadas em três semanas.

Em três semanas o desperdício de embalagens outros turnos decresceu

enquanto o desperdício de embalagens lisas cresceu. Já as embalagens

secundárias tiveram um aumento de desperdício na segunda semana e uma

queda na terceira semana. Isto se deve ao mau funcionamento das máquinas e

à má qualidade das bobinas e embalagens. As embalagens outros turnos que

também englobam merenda tiveram uma queda no desperdício devido ao fato

de,no período de envase de merenda, os operadores terem um cuidado maior

com os biscoitos.

Page 61: TCC-Lilian - CONTROLE DE QUALIDADE DE EMBALAGENS FLEXÍVEIS PARA BISCOITOS.pdf

61

Tabela 4.1 – Resultado da análise feita no período de uma hora em cada máquina

no empacotamento de cream cracker.

Máquina 30 Máquina 31 Máquina 32 Máquina 33

(Multipack)

Período 7:20 – 8:20 8:20 – 9:20 9:45 – 10:45 10:45 –

11:45

Velocidade 72 pacotes

por min

90 pacotes

por min

84 pacotes

por min

44 pacotes

por min

Quantidade

de pacotes

desperdiçad

os

103 pacotes 123 pacotes 96 pacotes 45 pacotes

Observaçõe

s

Houve uma

troca de

bobina

Houve uma

troca de

bobina

Page 62: TCC-Lilian - CONTROLE DE QUALIDADE DE EMBALAGENS FLEXÍVEIS PARA BISCOITOS.pdf

62

A máquina que mais desperdiçou embalagens foi a Modulus 31 seguida pela

Modulus 30. A que apresentou menor desperdício foi a Multipack (de

embalagens secundárias). Esta diferença de desperdício por máquina pode ser

devido à falta de regulagem preventiva das máquinas, à falta de treinamento

dos operários ou à diferença de tecnologia das Modulus e Multipack já que

estes problemas ocorreram por uso demasiado dos equipamentos sem

paradas para manutenção.

A figura abaixo, apresenta os resultados de análises feitas no período de uma

hora em cada máquina da linha de cream cracker (linha 11). Que busca

identificar o tipo e quantidade de pacotes desperdiçados em cada máquina.

0

50

100

150

Máquina: 307:20 - 8:20 72

Pp/min

Máquina:31318:20 - 9:20 90

Pp/minMáquina: 32

9:45 - 10:45 84Pp/min

Máquina: 33(MultipaK)

10:45 - 11:45

Figura 4.7 Perfil de contagem de pacotes desperdiçados em cada máquina em

uma hora.

Nesta análise pode ser observado um elevado desperdício na máquina

31 que apresentou falha mecânica no mesmo dia. A Multipack apresentou um

desempenho melhor que as Modulus 30, 31 e 32 que pode ser devido ao fato da

Multipack apresentar melhor tecnologia que as demais.

Page 63: TCC-Lilian - CONTROLE DE QUALIDADE DE EMBALAGENS FLEXÍVEIS PARA BISCOITOS.pdf

63

Na Figura 4.8 encontra-se ilustração do resultado das análises feitas

em embalagens desperdiçadas por cada Máquina no turno A em um dia.

0,0

0,2

0,4

0,6

0,8

1,0

1,2

1,4

Pacotesfechados sembiscoitos em (Kg)

Pacotes abertospararecuperação debiscoitos em (Kg)Pedaços debobinas em (Kg)

Figura 4.8 Resultado da análise de embalagens desperdiçadas por Máquina no

turno matutino.

Dentre as situações expostas na figura 4.8 pode-se notar que apresentou um

maior desperdício as embalagens rasgadas para recuperação de biscoitos.

Este desperdício pode ser tanto decorrente de falhas operacionais ou

mecânicas como também estar relacionada com a qualidade dos biscoitos. A

máquina que mais desperdiçou foi a 31 que apresentou problemas mecânicos

neste dia e foi substituída pela 29. Como a meta de desperdício é de dois por

cento, pode-se dizer que as máquinas não conseguiram atingir o valor

esperado.

Pode-se notar que, a máquina que desperdiçou mais pacotes fechados foi a 31

(embalagem lisa). Neste dia, houve problemas mecânicos com a máquina.

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Além deste problema, no período de análise houve uma troca de bobina, na

qual a operadora da máquina deixou passar muitos pacotes vazios. E ainda,

nota-se que a velocidade média da máquina 31 é a maior de todas, o que leva

à uma freqüência maior de falhas operacionais.

Tabela 4.2 Resultado de análises de gramatura referente a outubro de 2003.

Cream 400g Cream 800g

Bobinas analisadas 66 60

Bobinas dentro do padrão 60 49

Bobinas fora do padrão 6 11

% fora do padrão 9,10% 18,30%

Fonte: MABEL, 2004.

Nota-se que as bobinas de embalagens de 800 gramas se encontram mais fora

do padrão de gramatura que a de 400 gramas. Isto pode interferir na

maquinabilidade destas embalagens, pois a gramatura está diretamente

relacionada com a espessura do filme. Filmes com espessura muito alta,

podem até não permitir a termossoldagem. Por outro lado, se estes filmes

apresentarem-se com baixa espessura, podem sofrer danos por queima na

termossoldagem e ocasionar a abertura das embalagens.

Quanto ao coeficiente de atrito, embora haja um método específico de análise

para coeficiente de atrito, percebe-se em indústrias a utilização de uma simples

comparação entre dois pedaços de embalagem (sendo um de embalagem

padrão e outro, de embalagem supostamente danificada ou amostra).

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Buscando-se soluções para estes problemas identificados em análises, e

elaborou-se algumas sugestões que podem contribuir para a melhoria da

qualidade das embalagens e do empacotamento de biscoitos. Uma delas é a

aplicação de um plano de ação que visa solucionar os problemas ocorridos no

empacotamento de biscoitos tipo cream cracker como se pode observar no

Quadro 4.1.

Uma outra sugestão é a utilização de uma ferramenta de controle de qualidade

de embalagens flexíveis denominada Desdobramento da Qualidade (QFD).

Quadro 4.1- Exemplo de plano de ação sugerido para redução de desperdícios de embalagens na linha de biscoitos tipo cream cracker.

O QUE QUEM QUANDO ONDE POR QUE COMO Trocar mordentes desgastados

Mecânico Imediatamente

Na Multipack

Para evitar uma termossoldagem insuficiente.

Através de ajuda mecânica.

Corrigir temperatura dos mordentes

Operador Em toda troca de bobina

No CLP Para evitar que embalagens fiquem abertas ou se queimem.

Pressionando os comandos de ajuste de temperatura do CLP.

Criar escala de temperatura dos mordentes x velocidade da máquina.

Estagiários ou equipe do controle de qualidade

Imediatamente

No empacotamento de Cream cracker

Para evitar desperdícios por ajuste de máquina

Através de estudos de observações feitas neste local

Divulgar esta escala para os operadores e mecânicos

Marouan, Vanessa ou Benjamim

Assim que esta ficar pronta

No auditório da empresa

Para conscientizá-los da importância de se manter a temperatura nesta escala

Por meio de palestras.

Fazer análise no

Equipe do controle de

Imediatamente

Na área de estocagem

Para evitar a compra de

Por meio de

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recebimento das bobinas

qualidade de bobinas embalagens fora de especificações

análises de gramatura, comparativas e visuais.

Criar procedimento para dar partida na máquina e troca de bobina

Osmar Imediatamente

No empacotamento

Para redução de desperdícios de embalagens e padronizar as tarefas

Por meio de relatos dos melhores operadores.

É interessante para as indústrias que utilizam embalagens flexíveis ampliar o

controle de qualidade destas embalagens. Isto pode ser feito por meio da

ferramenta de Desdobramento da Função da Qualidade QFD (Quality Function

Deployment). Este método consiste em um processo sistemático para traduzir

os requisitos dos clientes em características da qualidade dos produtos,

possibilitando documentar informações necessárias para o processo de

desenvolvimento. O método objetiva enfocar os itens mais importantes , tanto

no ponto de vista dos clientes quanto da empresa, proporcionando

mecanismos para alcançar vantagens competitivas no desenvolvimento do

produto. O método foi desenvolvido no Japão no final dos anos 60, tendo sido

conhecido no ocidente, na forma que é hoje utilizado no ano de 1972. O QFD é

um pouco mais recente, com cerca de dez anos. Foi citado pela primeira vez

no país por um de seus criadores. A partir de 1990 começou a ser utilizado em

muitas empresas. Sendo que todas as aplicações relatadas obtiveram sucesso

(POLÍMEROS, 2004).

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5. CONCLUSÃO

Através deste estudo, tornou-se possível a identificação de alguns pontos

críticos de controle a cerca das embalagens de cream cracker utilizando-se

análises visuais, comparativas e quantitativas. Pode-se constatar a

necessidade de se aprofundar os estudos que envolvem o empacotamento de

biscoitos e de se elaborar um sistema de controle de qualidade mais intenso,

visando-se encontrar soluções para redução de perdas tanto de embalagem

como de produto.

Atualmente observa-se que são tomadas muitas medidas curativas a cerca dos

problemas do empacotamento, mas pode-se elaborar planos preventivos de

ações que tendam a eliminar estas medidas a fim de poder prevenir problemas

como o de bobinas danificadas.

Percebeu-se que a maioria dos descartes são oriundos de pacotes com

selagem defeituosa ou rasgados para recuperação de biscoitos. Portanto torna-

se necessário o envolvimento e comprometimento de funcionários não só do

empacotamento, mas de todo processo que o antecede buscando um maior

controle do padrão do produto e de redução de desperdícios.

Um profissional de engenharia de alimentos muito pode contribuir para o

desfecho da realização de um bom controle de qualidade de embalagens

flexíveis, visto que este está apto para elaborar e aplicar planos de ação e

controle que visem a qualidade do alimento.

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6. REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA BARUFALD, R. e OLIVEIRA, L. M., Materiais de embalagens e tecnologia. São Paulo: Atheneu, 1998, 317p.

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