tcc - julio, sandra e sara

58
UNIÃO EDUCACIONAL DO NORTE - UNINORTE JULIO ROBERTO USZACKI JUNIOR SANDRA MIRANDA CAVALCANTI SARA SENA CASTRO AVALIAÇÃO DE IMÓVEL NO MUNICÍPIO DE RIO BRANCO/AC: Através do MCDOM - Método Comparativo Direto de Dados de Mercado de Acordo com a NBR 14.653-2/2011 Rio Branco/AC 2013

Upload: uszacki

Post on 29-Nov-2015

87 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: Tcc - Julio, Sandra e Sara

UNIÃO EDUCACIONAL DO NORTE - UNINORTE

JULIO ROBERTO USZACKI JUNIOR SANDRA MIRANDA CAVALCANTI

SARA SENA CASTRO

AVALIAÇÃO DE IMÓVEL NO MUNICÍPIO DE RIO BRANCO/AC: Através do MCDOM - Método Comparativo Direto de Dados de Mercado de

Acordo com a NBR 14.653-2/2011

Rio Branco/AC 2013

Page 2: Tcc - Julio, Sandra e Sara

JULIO ROBERTO USZACKI JUNIOR SANDRA MIRANDA CAVALCANTI

SARA SENA CASTRO

AVALIAÇÃO DE IMÓVEL NO MUNICÍPIO DE RIO BRANCO/AC: Através do MCDOM - Método Comparativo Direto de Dados de Mercado de

Acordo com a NBR 14.653-2/2011

Trabalho de conclusão apresentado junto ao curso de pós-graduação em Avaliações e Perícias de Engenharia da IES União Educacional do Norte - UNINORTE: Orientador: Profº. Esp. Luiz Antonio da Silveira Caetano

Rio Branco/AC 2013

Page 3: Tcc - Julio, Sandra e Sara

JULIO ROBERTO USZACKI JUNIOR SANDRA MIRANDA CAVALCANTI

SARA SENA CASTRO

AVALIAÇÃO DE IMÓVEL NO MUNICÍPIO DE RIO BRANCO/AC: Através do MCDOM - Método Comparativo Direto de Dados de Mercado de

Acordo com a NBR 14.653-2/2011

Trabalho de conclusão apresentado junto à pós-graduação em Avaliações e Perícias de Engenharia da IES União Educacional do Norte - UNINORTE:

Aprovado em 29 de abril de 2013

_______________________________________________________________ Prof. Esp. Luiz Antonio da Silveira Caetano (Orientador) (IBAPE)

Page 4: Tcc - Julio, Sandra e Sara

RESUMO

A engenharia de avaliações vem a cada dia atualizando-se normativa e

tecnologicamente com o objetivo de acompanhar o ritmo do mercado. A avaliação de

bens imóveis urbanos está sendo cada vez mais requisitada. O método comparativo

direto de dados de mercado é utilizado na maioria das vezes em avaliações de

imóveis urbanos. Todos os procedimentos deste trabalho estão em acordância com

a NBR 14653, Parte 1 e Parte 2, sendo que esta parte foi tecnicamente revisada em

2011. Neste trabalho será abordado um estudo de caso referente a um bem imóvel

urbano na cidade de Rio Branco, Estado do Acre, tendo como enfoque principal a

Avaliação do Imóvel através do Método Comparativo Direto de Dados de Mercado.

O intuito deste trabalho é demonstrar de forma prática e objetiva todas as

recomendações e procedimentos necessários à avaliação de um imóvel urbano

composto por terreno e edificação.

Palavras-chave: Avaliação. Perícia. Método Comparativo.

Page 5: Tcc - Julio, Sandra e Sara

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Vista Frontal 01 ......................................................................................... 31

Figura 2 - Vista Frontal 02 ......................................................................................... 31

Figura 3 - Vista Garagem 01 ..................................................................................... 31

Figura 4 - Vista Garagem 02 ..................................................................................... 32

Figura 5 - Vista Posterior ........................................................................................... 32

Figura 6 - Vista Lateral Esquerda 01 ......................................................................... 32

Figura 7 - Vista Lateral Esquerda 02 ......................................................................... 32

Figura 8 - Vista lateral direita 01 ................................................................................ 33

Figura 9 - Vista lateral direita 02 ................................................................................ 33

Figura 10 - Entrada sala de estar .............................................................................. 33

Figura 11 - Sala de estar e jantar .............................................................................. 33

Figura 12 - Dormitório 1............................................................................................. 34

Figura 13 - Suíte ........................................................................................................ 34

Figura 14 - Cozinha ................................................................................................... 34

Figura 15 - Área de serviço ....................................................................................... 34

Figura 16 - Banheiro social ........................................................................................ 34

Figura 17 - Banheiro da suíte .................................................................................... 34

Figura 18 - Ficha de Pesquisa ................................................................................... 41

Figura 19 - Localização dos imóveis em relação ao Centro de Rio Branco .............. 45

Figura 20 - Significâncias observadas inicialmente ................................................... 47

Figura 21 - Significância observada com a exclusão da variável Número de

Dormitórios ......................................................................................................... 47

Figura 22 - Gráfico de Aderência .............................................................................. 50

Figura 23 - Histograma .............................................................................................. 50

Figura 24 - Valores ajustados versus Resíduos padronizados .................................. 51

Figura 25 - Dados do imóvel avaliando e Intervalo de confiança .............................. 52

Figura 26 - Gráfico da Área Construída versus Valor do Imóvel ............................... 53

Page 6: Tcc - Julio, Sandra e Sara

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Graus de Fundamentação ........................................................................ 23

Tabela 2 - Graus de Precisão .................................................................................... 24

Tabela 3 - Elementos amostrais ................................................................................ 42

Tabela 4 - Características da amostra....................................................................... 48

Tabela 5 - Principais indicadores .............................................................................. 48

Tabela 6 - Normalidade dos resíduos ....................................................................... 49

Tabela 7 - Principais parâmetros de análise das variáveis independentes ............... 49

Tabela 8 - Enquadramento do laudo segundo seu grau de fundamentação no caso

de utilização de modelo de regressão linear ...................................................... 54

Tabela 9 - Grau de Fundamentação da Avaliação .................................................... 54

Page 7: Tcc - Julio, Sandra e Sara

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ABNT: Associação Brasileira de Normas Técnicas IBAPE: Instituto Brasileiro de Avaliações e Perícias de Engenharia MCDDM: Método Comparativo Direto de Dados de Mercado NBR: Norma Brasileira NBR-14653-2/2011: Norma Brasileira para Avaliação de Imóveis Urbanos TS-Sisreg : Programa computacional de para análise de cálculo de

inferência estatística

Page 8: Tcc - Julio, Sandra e Sara

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ......................................................................................................... 9

2 OBJETIVOS ........................................................................................................... 10

2.1 GERAL ................................................................................................................ 10

2.2 ESPECÍFICO ....................................................................................................... 10

3 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ................................................................................... 11

3.1 BREVE EXPLANAÇÃO SOBRE O DESENVOLVIMENTO DA TÉCNICA DE

AVALIAR NO BRASIL ............................................................................................... 11

3.2 MÉTODOS DE AVALIAÇÃO E MÉTODO COMPARATIVO DIRETO DE DADOS

DE MERCADO - MCDDM ......................................................................................... 12

3.2.1 Preparação da Pesquisa .................................................................................. 15

3.2.2 Trabalho de Campo - Levantamento de Dados de Mercado ............................ 16

3.2.3 Processamento e Análise dos Dados ............................................................... 18

3.2.3.1 Inferência Estatística ..................................................................................... 18

3.2.3.2 Modelo de Regressão Linear ........................................................................ 19

3.2.4 Interpretação e Explicação dos Resultados ..................................................... 20

3.2.5 Redação do Laudo Avaliatório ......................................................................... 20

3.3 PARÂMETROS ESTATÍSTICOS......................................................................... 21

3.4 ESPECIFICAÇÃO DAS AVALIAÇÕES ............................................................... 23

4 METODOLOGIA ..................................................................................................... 26

4.1 APLICAÇÃO DO MÉTODO - MCDDM ................................................................ 26

4.1.1 Conhecimento do Objeto da Pesquisa - O Bem Avaliando .............................. 26

4.1.2 Preparação da Pesquisa .................................................................................. 27

4.1.3 Trabalho de Campo - Levantamento de Dados de Mercado ............................ 27

4.1.4 Processamento e Análise dos Dados ............................................................... 27

4.1.5 Interpretação e Explicação dos Resultados ..................................................... 28

5 ESTUDO DE CASO ............................................................................................... 29

Page 9: Tcc - Julio, Sandra e Sara

5.1 O BEM AVALIANDO ........................................................................................... 29

5.2 PREPARAÇÃO DA PESQUISA .......................................................................... 35

5.2.1 Variáveis que compõem o corpo da ficha de pesquisa .................................... 35

5.2.1.1 Dependente ................................................................................................... 35

5.2.1.2 Independentes ............................................................................................... 35

5.2.2 Ficha de Pesquisa ............................................................................................ 40

5.3 TRABALHO DE CAMPO - COLETA DE DADOS ................................................ 41

5.4 PROCESSAMENTO E ANÁLISE DOS DADOS .................................................. 46

5.4.1 Cálculo do Modelo de Regressão Linear Através da Inferência Estatística ..... 46

5.4.1.1 Equação de Regressão para Estimativa do Valor ......................................... 49

5.4.1.2 Gráficos Gerados pelo Programa Computacional de Cálculo ....................... 49

5.5 INTERPRETAÇÃO E EXPLICAÇÃO DOS RESULTADOS ................................. 51

5.5.1 Valor do Imóvel Avaliando ................................................................................ 51

5.5.2 Especificação da Avaliação .............................................................................. 53

5.5.2.1 Grau de Fundamentação Atingido ................................................................. 53

5.5.2.2 Grau de Precisão Atingido ............................................................................. 55

6 CONCLUSÃO ......................................................................................................... 56

REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 57

Page 10: Tcc - Julio, Sandra e Sara

9

1 INTRODUÇÃO

No mundo hodierno, a velocidade tem sido o parâmetro para todas as ações

humanas, a revolução tecnológica e sua constante evolução aceleram cada vez

mais as relações interpessoais e profissionais, e isto não é diferente na Engenharia

de Avaliações. A utilização de ferramentas computacionais tornou-se quase

obrigatório para que se possibilite acompanhar o ritmo do mercado, mercado este

amplo e em constante crescimento.

A avaliação de bens imóveis urbanos é um dos principais ramos da

engenharia de avaliações, sendo requerida principalmente em operações de compra

e venda, decisões judiciais, por instituições financeiras e empresas em geral. Cabe

ressaltar que, a avaliação de imóveis e demais tipos só têm validade quando feitas

por Engenheiro habilitado.

Ao se adentrar na avaliação de bens imóveis urbanos, observa-se que o

método de avaliação mais utilizado é o Método Comparativo Direto de Dados de

Mercado, o qual é abordado no corpo deste trabalho. Este método consiste num

modelo baseado no cálculo inferencial estatístico, que atualmente, dispõe de vários

programas computacionais para auxiliar o Engenheiro Avaliador. A coleta de uma

amostra de mercado é como se fosse a coleta de um fio de cabelo de uma pessoa

para ter acesso ao seu código genético, ou seja, através de uma pequena porção do

todo é possível obter resultados com altos níveis de precisão.

A Engenharia de Avaliações ampara-se na ABNT NBR 14653, a qual se

divide em 7(sete) partes, sendo tomado como base para a Avaliação de Bens

Imóveis apenas a Parte 1, que trata dos Procedimentos Gerais da Avaliação de

Bens, e a Parte 2, que aborda em específico a Avaliação de Bens Imóveis Urbanos.

A Parte 2 da ABNT NBR 14653 foi tecnicamente revisada e publicada em 2011, na

qual o trabalho que segue baseia-se.

Neste trabalho será feito um estudo de caso, referente a um imóvel urbano,

tendo como enfoque principal a Avaliação do Imóvel através do Método Comparativo

Direto de Dados de Mercado, sendo discutidas e expostas suas principais

características e peculiaridades.

Page 11: Tcc - Julio, Sandra e Sara

10

2 OBJETIVOS

2.1 GERAL

Avaliar um imóvel urbano, definindo o seu valor de mercado pelo Método

Comparativo Direto de Dados de Mercado - MCDDM, visando disseminar

conhecimento referente à Engenharia de Avaliações.

2.2 ESPECÍFICO

Realizar estudo de caso na cidade de Rio Branco, avaliando um imóvel

urbano, considerando o terreno e edificação, composta por residência

unifamiliar com pavimento único.

Apresentar os procedimentos e recomendações da ABNT NBR 14653-

2:2011 referentes ao Método Comparativo Direto de Dados de Mercado.

Apresentar o recurso da informática que auxilia o trabalho avaliatório com

relação à obtenção e análise dos resultados.

Page 12: Tcc - Julio, Sandra e Sara

11

3 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

3.1 BREVE EXPLANAÇÃO SOBRE O DESENVOLVIMENTO DA TÉCNICA DE AVALIAR NO BRASIL

Como bem elucida Souza e Medeiros (2007), o surgimento da Engenharia

de Avaliações no Brasil dá-se ao final da década de 1910 a partir da promulgação da

Lei das Terras, nº 601 de 1850, formando-se assim o conceito da propriedade

particular sobre a terra, “extinguindo o Sistema de Concessões instituído pelo Estado

português desde 1375 e que era exercido por ele de forma absolutista”.

Com a terra passando a ser base econômica da nova sociedade capitalista,

a mesma tornou-se meio de reserva e de apropriação de capitais, tendo como

objetivo a expectativa de valorização e consequentes ganhos financeiros, através da

renda locatícia e vendas. A terra passou a servir de garantia nos contratos bancários

de empréstimo, e logo passou a fazer parte das lides judiciais, necessitando assim,

de avaliações, utilizando-se de análises criteriosas, envolvendo elementos de

natureza técnica e científica de competência intrínseca de engenheiros de variados

ramos (SOUZA e MEDEIROS, 2007). Portanto, o interesse em avaliar imóveis

pressupõe a existência de um mercado imobiliário (DANTAS apud SOUZA e

MEDEIROS, 2007).

Somente no início do século XX que começaram a aparecer no Brasil os

primeiros trabalhos técnicos de avaliação, os quais, a partir deste momento,

avolumaram-se crescentemente (SOUZA e MEDEIROS, 2007). Segundo Pelli Neto

(2006), no final da década de 30, a utilização da estatística como ferramenta

indispensável à prática da engenharia de avaliações permitiu a apresentação de

estudos concretos, levando-se em consideração o valor médio, distribuição amostral,

saneamento de dados mercadológicos e intervalos de confiabilidade. Assim, devido

à acelerada disseminação de técnicas avaliatórias pelo país, observou-se a

necessidade de consenso entre os engenheiros atuantes, para que fossem

discutidas e criadas regras a respeito do assunto.

“O primeiro anteprojeto de normas da ABNT data de 1957. Sucedem-se

outros, de grande importância, elaborados por institutos que atuam no ramo, mas o

assunto ganha relevância na época do grande surto de desapropriações da década

de 60, com estudos feitos por comissões de profissionais dedicados a perícias e

Page 13: Tcc - Julio, Sandra e Sara

12

avaliações judiciais. Outros trabalhos são desenvolvidos com a mesma finalidade

nos anos 70.” (ABNT NBR 14653-1, 2001, p. 2)

Conforme SOUZA e MEDEIROS (2007, p. 27), “Em 1977 a ABNT

(Associação Brasileira de Normas Técnicas) emitiu a NB502/77, Avaliações de

Imóveis Urbanos, fruto de trabalho da Comissão de Vistorias e Avaliações, [...]

realizado em São Paulo em 1974”. Nessa Norma, a possibilidade das avaliações

serem abordadas por meio de estatística indutiva, “de precisão” e de “precisão

rigorosa”, foi implementada.

Com a exigência de as avaliações de “precisão rigorosa” serem feitas por

meio de inferência estatística, as avaliações deixaram de ser feitas por fórmulas

determinísticas e por meio de formulações empíricas, como era a prática até o

momento. Essa prática, com alterações e aprimoramentos, foi inserida em duas

sucessivas revisões das normas da ABNT (NBR 5676, Avaliação de Bens de 1989 e

NBR 14653-2, Avaliação de Bens Imóveis Urbanos de 2004) (SOUZA e MEDEIROS,

2007).

A norma da ABNT NBR - 5676/89 manteve a distinção entre níveis de

avaliação (normal e rigoroso), sendo utilizada a estatística descritiva e inferencial. A

NBR 14653-2:2004, sustentou as mesmas linhas da predecessora, contudo,

avançou na parte de utilização de modelos de regressão linear, inserindo nos

trabalhos avaliatórios, a distinção e classificação dos mesmos de acordo com o grau

de fundamentação e grau de precisão resultado (SOUZA e MEDEIROS, 2007).

Em 2011 entrou em vigor a segunda edição da norma da ABNT NBR 14653-

2, a qual “[...] cancela e substitui a edição anterior (ABNT NBR 14653-2:2004), a qual

foi tecnicamente revisada” (ABNT NBR 14653-2, 2011, p. vi).

3.2 MÉTODOS DE AVALIAÇÃO E MÉTODO COMPARATIVO DIRETO DE DADOS DE MERCADO - MCDDM

A NBR 14653-2 (2011, p. viii), enuncia que sua utilização é de “uso

obrigatório em qualquer manifestação escrita sobre avaliação de imóveis urbanos e

visa complementar os conceitos, métodos e procedimentos gerais especificados na

NBR 14653-1:2001 para os serviços técnicos de avaliação de imóveis.” Na

impossibilidade de se utilizar esse método, pode-se optar por outro que seja

adequado para a tipologia em estudo.

Page 14: Tcc - Julio, Sandra e Sara

13

Segundo Pelli Neto (2006), o método a ser aplicado na avaliação de um

bem, decorre de sua natureza, da finalidade da avaliação e da disponibilidade,

qualidade e quantidade de informações obtidas no mercado.

A NBR 14653-2:2011 especifica diversos métodos que possibilitam

identificar o valor de um bem, os quais são: Método Comparativo Direto de Dados de

Mercado, Método Involutivo, Método Evolutivo e Método da Capitalização da Renda.

Transcrevendo a NBR 14653-1 (2001, p. 8), temos:

Método comparativo direto de dados de mercado: identifica o valor de

mercado do bem por meio de tratamento técnico dos atributos dos

elementos comparáveis, constituintes da amostra.

Método involutivo: identifica o valor de mercado do bem, alicerçado no

seu aproveitamento eficiente, baseado em modelo de estudo de

viabilidade técnico-econômica, mediante hipotético empreendimento

compatível com as características do bem e com as condições do

mercado no qual está inserido, considerando-se cenários viáveis para

execução e comercialização do produto.

Método evolutivo: identifica o valor do bem pelo somatório dos valores de

seus componentes. Caso a finalidade seja a identificação do valor de

mercado, deve ser considerado o fator de comercialização.

Método da capitalização da renda: identifica o valor do bem, com base na

capitalização presente da sua renda líquida prevista, considerando-se

cenários viáveis.

Não obstante, neste trabalho o objetivo principal é proceder segundo o

Método Comparativo Direto de Dados de Mercado, método este que a própria NBR

14653-2:2011 recomenda que “para a identificação do valor de mercado, sempre

que possível preferir o método comparativo direto de dados de mercado”. Ora, a fim

de esclarecimento, a NBR 14653-1:2001, no item 3.44, conceitua Valor de Mercado

como sendo: a “quantia mais provável pela qual se negociaria voluntariamente e

conscientemente um bem, numa data de referência, dentro das condições de

mercado vigente”.

De acordo com o item 8.2.1 da NBR 14653-1:2001, o método comparativo

direto de dados de mercado “identifica o valor de mercado do bem por meio de

tratamento técnico dos elementos comparáveis constituintes da amostra”. Pelli Neto

(2006) afirma que “para medir o valor de mercado de um objeto utiliza-se,

Page 15: Tcc - Julio, Sandra e Sara

14

intuitivamente, a comparação do mesmo com outros objetos semelhantes e com

valores conhecidos, procedimento denominado processo comparativo”. O referido

autor prossegue expondo que na busca de um valor que represente o objeto

avaliado, tendo como base outros objetos de mesmas características, sendo

pequenas ou desprezíveis suas diferenças, torna-se inviável o conhecimento de

todos os objetos (população) disponíveis em determinado mercado. Portanto, faz-se

necessário o uso de amostras, “cujos valores médios fornecem estimativas do valor

médio para todos os objetos que compõem a população”.

Ora, “é evidente que, quanto mais homogênea a população investigada,

mais homogênea será a amostra” (Pelli Neto, 2006, p. 17). A NBR 14653-1:2001 no

item 3.24, oferece-nos o conceito de homogeneização, o qual consiste no

“tratamento dos preços observados, mediante a aplicação de transformações

matemáticas que expressem, em termos relativos, as diferenças entre os atributos

dos dados de mercado e do bem avaliando”. Contudo, ao estimar o valor de

mercado de um imóvel pelo método comparativo, o avaliador enfrenta dificuldade

significativa caso a população seja muito heterogênea, gerando assim, amostras

também heterogêneas. Em ambos os casos, as amostras apresentam variação em

torno de sua média aritmética. “A diferença é que nas amostras homogêneas esta

variação é reduzida, enquanto que as amostras heterogêneas, as quais servem de

base para medir o valor médio do mercado imobiliário, ao contrário, demonstram

geralmente uma variação elevada em torno de sua média aritmética” (Pelli Neto,

2006, p. 17).

Como bem afirma Oliveira (2006), o MCDDM define o valor através da

comparação de preços de bens similares, que estão em oferta ou foram

transacionados recentemente. Portanto, “as particularidades dos dados pesquisados

que exercem influência na formação dos preços deverão ser ponderadas através de

ajustes, ou pelo Tratamento por Fatores (Homogeneização) ou através de

Tratamento Científico (inferência Estatística)” (OLIVEIRA, 2006, p. 9).

Ainda de acordo com a referida autora, a aplicação adequada do MCDDM

está fundamentada na metodologia da pesquisa científica, a qual desenvolve-se

através das seguintes etapas:

1. Preparação da pesquisa;

2. Trabalho de campo;

3. Processamento e análise dos dados;

Page 16: Tcc - Julio, Sandra e Sara

15

4. Interpretação e explicação dos resultados;

5. Redação do Laudo Avaliatório.

3.2.1 Preparação da Pesquisa

A fase de preparação da pesquisa está diretamente ligada ao planejamento

da pesquisa, a qual, a NBR 14653-2:2011, item 8.2.1, expõe que o que se busca é a

formação de uma “amostra representativa de dados de mercado de imóveis com

características, tanto quanto possível, semelhantes às do avaliando, usando-se toda

evidência disponível”.

“Em geral o avaliador conhece a priori as principais características

influenciantes sobre o valor de um bem e em consequência a formulação das

hipóteses de trabalho” (OLIVEIRA, 2006, p. 9). Ora, estas características

influenciantes são representadas por variáveis. A NBR 14653-2:2011 identifica dois

tipos de variáveis: variável dependente e variáveis independentes. De acordo com a

norma, variável dependente é aquela “cujo comportamento se pretende explicar

através das variáveis independentes”. Estas, contudo, são as variáveis que dão

conteúdo lógico à variação dos preços de mercado coletados na amostra. A norma

ainda explicita que, para a correta especificação da variável dependente, “faz-se

necessária uma investigação no mercado em relação à sua conduta e às formas de

expressão dos preços [...], bem como observar a homogeneidade nas unidades de

medida”. A respeito das variáveis independentes, a citada norma enumera que, as

mesmas, “referem-se às características físicas (por exemplo, área, frente), de

localização (como bairro, logradouro, distância ao polo de influência, entre outros) e

econômicas (como oferta ou transação, época e condição do negócio - à vista ou a

prazo)” (ABNT NBR 14653-2:2011, p.13). A norma prossegue recomendando que as

variáveis independentes devam ser escolhidas embasadas em teorias existentes,

conhecimento técnico e senso comum, com o objetivo de obter variáveis relevantes

à explicação do comportamento da mesma.

Para Pelli Neto (2006), é de fundamental importância definir quais as

variáveis independentes devem ser utilizadas, devendo-se observar quais delas

efetivamente influenciam e explicam a variação dos preços coletados. De acordo

com o mesmo, as variáveis independentes podem ser divididas em quatro:

quantitativas, qualitativas, proxy e dicotômicas. A NBR 14653-2:2011, norma de

Page 17: Tcc - Julio, Sandra e Sara

16

Avaliações de Bens Imóveis Urbanos, explica:

1. Variáveis quantitativas: são as que podem ser medidas ou contadas (por

exemplo, área, número de quartos, entre outros);

2. Variáveis qualitativas: são aquelas que não podem ser medidas ou

contadas;

3. Variável “proxy”: variável utilizada para substituir outra de difícil

mensuração e que se presume guardar com ela relação de pertinência,

obtida por meio de indicadores publicados ou inferidos em outros estudos

de mercado;

4. Variável dicotômica: é aquela que assume apenas duas posições.

Ainda conforme a supracitada norma, é recomendado, sempre que possível,

a adoção de variáveis quantitativas.

Em suma, a estratégia de pesquisa dependerá: do tamanho da amostra que

se almeja ter; das técnicas que serão utilizadas na coleta e análise dos dados, como

a escolha das fontes de informação e tipo de análise que será executada

(quantitativa ou qualitativa); elaboração dos instrumentos que servirão de auxílio na

coleta de dados (fichas, planilhas, roteiros de entrevistas, entre outros) (ABNT NBR

14653-2,2011).

3.2.2 Trabalho de Campo - Levantamento de Dados de Mercado

A NBR 14653-1:2001, no item 7.4, recomenda que a coleta de dados seja

planejada com antecedência, levando-se em consideração: “as características do

bem avaliando, disponibilidade de recursos, informações e pesquisas anteriores,

plantas e documentos, prazo de execução dos serviços, enfim, tudo que possa

esclarecer aspectos relevantes para a avaliação”.

“O trabalho de campo é uma das mais importantes fases do processo

avaliatório. Nesta etapa, o engenheiro de avaliações investiga o mercado imobiliário

e coleta dados e informações que servirão de base para a avaliação” (OLIVEIRA,

2006, p. 10).

A NBR 14653-1:2001, nos subitens 7.4.1 e 7.4.2, quanto à coleta de dados,

enuncia:

Aspectos Quantitativos: recomenda-se a busca do maior número possível

de dados de mercado, com características comparáveis aos do bem

Page 18: Tcc - Julio, Sandra e Sara

17

avaliando;

Aspectos Qualitativos: recomenda-se,

o A busca de dados de mercado com atributos que mais assemelham-se

ao do bem avaliando;

o A identificação e diversificação das fontes de informação, sendo que as

informações devem ser cruzadas, o máximo possível, com o objetivo

de aumentar a confiabilidade dos dados de mercado;

o A identificação e descrição das características relevantes dos dados de

mercado coletados;

o A busca de dados de mercado de preferência contemporâneos à data

de referência da avaliação.

Como observa OLIVEIRA (2006), o levantamento dos elementos amostrais

pode ser executado com o auxílio de vários meios, dentre os quais temos: através

da identificação de placas, sendo possível a coleta no próprio local; banco de dados

existentes; sites de internet; empresas Imobiliárias; corretores especializados;

anúncios de Jornais; cartórios de Registro Geral de Imóveis. A autora, porém, faz

uma ressalva quando a este último meio, já que nem sempre o valor informado na

escritura de compra e venda é o que foi efetivamente praticado entre as partes.

“Informações de sites de internet, atualmente são importantes indicadores quanto à

exposição de imóveis no mercado e podem auxiliar nas investigações. É um

mercado que está crescendo com tendência a serem os grandes formadores de

bancos de dados” (OLIVEIRA, 2006, p. 10-11).

A NBR 14653-2:2011, no subitem 8.2.1.3.5 esclarece que, dados de oferta

são importantes indicações do valor de mercado, no entanto, estes valores

geralmente são superestimados, ou seja, sempre que possível, deve-se confrontar

dados de oferta com os de transações.

A já mencionada norma ainda elenca outros pontos importantes para o

levantamento de dados:

O objetivo do levantamento de dados é obter uma amostra que explique o

comportamento do mercado no qual o imóvel avaliando está inserido,

amostra esta que servirá de base para o processo Avaliatório. A coleta de

dados deve ser obtida de meios confiáveis, a respeito de transações e

ofertas, contemporâneas à data da avaliação, contendo ainda suas

principais características econômicas, físicas e de localização.

Page 19: Tcc - Julio, Sandra e Sara

18

As fontes devem ser as mais variadas possíveis, e de preferência

identificadas.

Na amostragem devem-se considerar informações que mostrem as

opiniões pessoais do informante, recomendando-se ainda, visitar e

verificar cada imóvel tomado como referência, observar os aspectos

qualitativos e quantitativos (já mencionados neste trabalho), e por fim,

confrontar as informações obtidas a fim de conferis mais confiabilidade

aos dados coletados.

3.2.3 Processamento e Análise dos Dados

Como o enfoque deste trabalho baseia-se na utilização de ferramenta

computacional de cálculo estatístico inferencial, abordaremos apenas o tratamento

científico de dados através da análise de regressão linear. Ora, de acordo com

Dantas (2005), no tratamento científico de dados a estimativa do valor é realizada

utilizando-se modelos elaborados especificamente para a avaliação do bem

avaliando pela substituição de suas características na equação resultante, podendo-

se imprimir maior nível de precisão e fundamentação ao trabalho. O mencionado

autor considera ainda que, com a amostra coletada, o avaliador busca uma análise

exploratória dos dados, tendo como objetivo, a sumarização das informações, a qual

pode ser feita de maneira simples através de gráficos (barra, histogramas, eixos

cartesianos, entre outros).

Diante do exposto, o que se pretende é encontrar a média que mais se

aproxima dos dados de mercado, logo, as diferenças dos atributos dos dados da

pesquisa são ajustados com base na própria amostra, onde é possível construir um

modelo e com ele prever o valor médio do bem avaliando (OLIVEIRA, 2006). É

justamente isto que a inferência estatística possibilita, a qual, no presente trabalho, é

abordada através do tratamento de dados por análise de regressão linear.

3.2.3.1 Inferência Estatística

Conforme conceitua a NBR 14653-1:2001, “inferência estatística é a parte da

ciência que permite extrair conclusões sobre a população a partir de amostra”.

Segundo Dantas (2005), inferir significa concluir, portanto, inferir estatisticamente

Page 20: Tcc - Julio, Sandra e Sara

19

implica em obter conclusões com base em medidas estatísticas.

Oliveira e Grandiski (2007) afirmam que o processo de inferência estatística

consiste na investigação da forma e grau das relações entre as observações

colhidas em amostras (pesquisa de mercado), que se supõe estarem interligadas de

alguma maneira e, a partir delas, construir modelos. Desta forma, há o envolvimento

de um raciocínio indutivo: argumentação do específico (amostra) para o geral

(população), no qual se impõe que obedeça a algum modelo de probabilidade. De

acordo com Oliveira (2006, p. 29),

As recomendações explicitadas na Norma Brasileira de Avaliação de Imóveis Urbanos visando à utilização da inferência estatística na Engenharia de Avaliações, com algumas exceções, têm sido particularmente voltadas, até o momento, para a utilização da Regressão Linear no cálculo do valor do imóvel. Atualmente a aplicação dessas técnicas estatísticas é bastante facilitada graças ao avanço tecnológico dos computadores que tornou os cálculos relativamente fáceis e originaram vasta disposição de programas aplicativos, em particular aqueles de Regressão Linear que empregam o Método dos Mínimos Quadrados, mas isso não é condição suficiente, pois sua aplicação não pode prescindir do julgamento crítico e de sólidos conhecimentos do mercado imobiliário por parte do engenheiro de avaliações.

3.2.3.2 Modelo de Regressão Linear

A NBR 14653-2:2011, no seu Anexo A, expõe que, a técnica mais utilizada

quando se deseja estudar o comportamento de uma variável dependente em relação

a outras que são responsáveis pela variabilidade observada nos preços é a análise

de regressão. Conforme Oliveira e Grandiski (2007, p.256), “ao empregar a análise

de regressão linear, o objetivo é encontrar uma relação funcional, que explique as

mudanças no valor do bem com base na alteração de variáveis que deveriam ter

com o valor uma relação de causa e efeito”. Assim, com um conjunto de dados em

mãos, é possível a formulação de um modelo estatístico que melhor descreva o

relacionamento da variável dependente.

A já mencionada norma de Avaliação de Bens Imóveis Urbanos no seu

Anexo A, complementa que, no modelo linear, para representar o mercado, a

variável dependente é expressa por uma combinação linear das variáveis

independentes e respectivas estimativas dos parâmetros populacionais, acrescida

de erro aleatório, oriundo de:

Efeitos de variáveis não detectadas e de variáveis irrelevantes não

Page 21: Tcc - Julio, Sandra e Sara

20

incluídas no modelo;

Imperfeições acidentais de observação ou de medida;

Variações do comportamento humano, como habilidade diversas de

negociação, desejos, necessidades, compulsões, caprichos, ansiedades,

diferenças de poder aquisitivo, diferenças culturais, entre outros.

Em suma, o modelo de regressão linear, além de permitir predição do valor

do bem, contribui para análise e entendimento de quais, a forma, e em que medida

os seus atributos influenciam na variação dos preços de mercado (OLIVEIRA e

GRANDISKI, 2007).

3.2.4 Interpretação e Explicação dos Resultados

Como bem argumenta Rubens A. Dantas (2005), de acordo com o modelo

adotado, o avaliador parte para a interpretação de parâmetros, os quais levam em

conta, além de outros aspectos, o comportamento do mercado em relação a cada

variável, qualitativa e quantitativamente. Determina-se assim, o valor médio de

mercado e o intervalo de confiança no qual, pode-se afirmar com determinada

probabilidade que o valor de mercado está nele contido.

O autor prossegue afirmando que a interpretação de um modelo deve

ocorrer a partir do momento em que se tem, devidamente explicitada na escala

original, a variável resposta.

Dantas conclui expondo que, a explicação dos resultados para avaliações,

necessita de recursos computacionais para o seu desenvolvimento eficiente, os

quais, a partir de cada característica do imóvel fornecida, forneçam o seu respectivo

valor médio estimado e o intervalo de confiança ao nível preestabelecido e demais

testes estatísticos.

3.2.5 Redação do Laudo Avaliatório

“Laudo de avaliação é o resultado técnico, subscrito por peritos, que

apresenta os elementos esclarecedores e as conclusões dos trabalhos de avaliação.

No caso de assistente técnico, ao invés de ‘laudo’, utiliza-se a denominação ‘parecer

técnico” (FIKER, 2009, p.25).

A NBR 14653-1 (2001) apresenta uma sugestão de roteiro para elaboração

Page 22: Tcc - Julio, Sandra e Sara

21

do laudo de avaliação, elencando requisitos mínimos de apresentação, os quais

estão transcritos a seguir:

Identificação da pessoa física ou jurídica e/ou seu representante legal que

tenha solicitado o trabalho;

Objetivo da avaliação;

Identificação e caracterização do bem avaliando;

Indicação do(s) método(s) utilizado(s), com justificativa da escolha;

Especificação da avaliação;

Resultado da avaliação e sua data de referência;

Qualificação legal completa e assinatura do(s) profissional(is)

responsável(is) pela avaliação;

Local e data do laudo;

Outras exigências previstas nas demais partes da NBR 14653.

Ainda de acordo com a supracitada norma, o laudo de avaliações pode ser

apresentado nas seguintes modalidades:

a) Simplificado - contêm de forma sucinta as informações necessárias ao

seu entendimento;

b) Completo - contém todas as informações necessárias e suficientes para

ser auto-explicável.

Diante do exposto, a apresentação do laudo é uma das etapas mais

importantes da avaliação. “O laudo Avaliatório é a parte final de uma pesquisa,

devendo conter todos os elementos relevantes considerados no seu

desenvolvimento” (DANTAS, 2005, p. 227).

3.3 PARÂMETROS ESTATÍSTICOS

Neste tópico exporemos brevemente os principais parâmetros que devem

ser observados numa avaliação de imóveis que utilizam o método de regressão

linear, já que o objetivo deste trabalho não é adentrar ao mérito da estatística

aplicada. Portanto temos:

Nível de Significância: de acordo com a NBR 14653-1:2001, nível de

significância é a probabilidade de rejeitar a hipótese nula, quando ela for

verdadeira. Ainda segundo a mesma norma, hipótese nula em um modelo

de regressão consiste numa hipótese de que uma ou um conjunto de

Page 23: Tcc - Julio, Sandra e Sara

22

variáveis independentes envolvidas no modelo de regressão não é

importante para explicar a variação do fenômeno, a um nível de

significância preestabelecido. Quanto mais próximo de 0(zero) o valor da

significância, melhor.

Outlier: conforme preceitua a NBR 14653-2:2011, outlier consiste num

ponto atípico, identificado como estranho à massa de dados. Contudo,

não foi necessário retirar o elemento amostral do modelo, pois a norma

aceita até 5% da amostra com essa característica.

Coeficiente de Correlação: de acordo com NASSER JÚNIOR (2011),

mostra a força das relações entre as variáveis independentes e a variável

dependente, no caso, o valor do imóvel. Quanto mais próximo de 1(um),

melhor é a correlação existente.

Coeficiente de Determinação: conforme o mencionado autor, o coeficiente

de determinação mostra o quanto a variação do valor está explicada pela

equação de regressão, ou seja, indica o poder de explicação do modelo,

em função de variáveis independentes consideradas.

Coeficiente de Determinação Ajustado: ainda de acordo com autor acima

mencionado, este coeficiente busca compensar o aumento de explicação

provocado pelo aumento do número de variáveis independentes, este

indicador é mais útil na escolha de equações de regressões múltiplas, nas

quais não se baseiam este trabalho.

Distribuição Fisher- Snedecor: de acordo com OLIVEIRA (2006), a

distribuição F tem inúmeras utilidades, especialmente para comparação

de médias amostrais. No caso da avaliação de imóveis, a distribuição F

testa a hipótese de que nenhum dos coeficientes da regressão tenha

significado contra a hipótese de que pelo menos um tenha significado.

Amplitude: a amplitude do intervalo de confiança de 80% da estimativa de

tendência central tem o objetivo de obter a precisão da amostra, quanto

menor o seu valor, maior a precisão da amostra. A menor amplitude do

intervalo ocorre quando o bem avaliando possui características iguais à

média das características dos dados amostrais. As maiores amplitudes

ocorrem na fronteira do campo amostral. Neste caso, as estimativas mais

precisas ocorrem para avaliações mais próximas às características

Page 24: Tcc - Julio, Sandra e Sara

23

médias dos dados de referência e as mais imprecisas, nas extremidades

(DANTAS, 2005).

Normalidade: a normalidade dos resíduos pode ser observada, de acordo

com a NBR 14653-2, além de outras formas, pela comparação da

frequência relativa dos resíduos amostrais padronizados em intervalos.

Além destes parâmetros numéricos, na avaliação de imóveis há o auxílio de

gráficos, dentre os quais podemos destacar: o histograma, o gráfico de aderência e

o de resíduos padronizados.

3.4 ESPECIFICAÇÃO DAS AVALIAÇÕES

De acordo com a NBR 14653-2 (2011), a especificação de uma avaliação

está relacionada tanto com o empenho do engenheiro de avaliações, quanto com o

mercado e as informações que possam ser dele extraídas. O Grau de

Fundamentação pode ser estabelecido inicialmente pelo avaliador, tendo por

objetivo a determinação do empenho no trabalho avaliatório, contudo, isto não

significa a garantia de que graus elevados de fundamentação sejam alcançados. Já

o Grau de Precisão não pode ser fixado inicialmente, este dependerá

exclusivamente das características do mercado e da amostra coletada.

Os trabalhos elaborados de acordo com as prescrições da norma serão

denominados laudos de avaliação. O grau de fundamentação atingido deve ser

explicitado no corpo do laudo (ABNT NBR 14653-2,2011, p. 22). No entanto, no caso

de as informações serem insuficientes para aplicação adequada do método

avaliatório, o trabalho não deve ser classificado quanto à fundamentação e precisão,

devendo ser considerado parecer técnico.

A norma prossegue afirmando que, no caso de utilização de modelos de

regressão linear, os graus de fundamentação e precisão devem ser determinados

conforme as tabelas abaixo:

Tabela 1 - Graus de Fundamentação

Page 25: Tcc - Julio, Sandra e Sara

24

Fonte: NBR 14653-2:2011

Tabela 2 - Graus de Precisão

Fonte: NBR 14653-2:2011

Para atingir o grau III de fundamentação é necessário: apresentação do

laudo na modalidade completa; apresentação da análise do modelo no laudo de

avaliação, com a coerência do comportamento da variação das variáveis em relação

ao mercado, bem como suas elasticidades em torno do ponto de estimação;

III II I

1 Caracterização do imóvel avaliando

Completa quanto a todas as variáveis analisadas

Completa quanto às variáveis utilizadas no modelo

Adoção de situação paradigma

2Quantidade mínima de dados

de mercado, efetivamente utilizados

6(k + 1), onde k é o número de variáveis independentes

4(k + 1),onde k é o número de variáveis independentes

3(k + 1), onde k é o número de variáveis independentes

3 Identificação dos dados de mercado

Apresentação de informações relativas a todos os dados e

variáveis analisados na modelagem, com foto e

características observadas no local pelo autor do laudo

Apresentação de informações relativas a todos os dados e

variáveis analisados na modelagem

Apresentação de informações relativas aos dados e variáveis

efetivamente utilizados no modelo

Admitida para apenas uma variável, desde que: a) as

medidas das características do imóvel avaliando não sejam superiores a 100% do limite

amostral superior, nem inferiores à metade do limite amostral

inferior;

Admitida, desde que: a) as medidas das características do imóvel avaliando não sejam superiores a 100% do limite

amostral superior, nem inferiores à metade do limite amostral

inferior;

b) o valor estimado não ultrapasse 15% do valor

calculado no limite da fronteira amostral, para a referida variável,

em módulo

b) o valor estimado não ultrapasse 20% do valor

calculado no limite da fronteira amostral, para as referidas

variáveis, de per s i e simultaneamente, e em módulo

5

Nível de significância a (somatório do valor das duas

caudas) máximo para a rejeição da hipótese nula de

cada regressor (teste bicaudal)

10% 20% 30%

6

Nível de significância máximo admitido para a rejeição da

hipótese nula do modelo através do teste F de

Snedecor

1% 2% 5%

DESCRIÇÃO

GRAU DE FUNDAMENTAÇÃO NO CASO DE UTILIZAÇÃO DE MODELOS RE REGRESSÃO LINEARGRAU

4 Extrapolação Não admitida

ITEM

III II I

GRAU DE PRECISÃO NO CASO DE UTILIZAÇÃO DE MODELOS DE REGRESSÃO LINEAR

DESCRIÇÃOGRAU

≤ 30% ≤ 40% ≤50%AMPLITUDE DO INTERVALO DE CONFIANÇA DE 80% EM TORNO DA ESTIMATIVA DE TENDÊNCIA CENTRAL

Page 26: Tcc - Julio, Sandra e Sara

25

identificação completa dos endereços dos dados de mercado usados no modelo,

bem como das fontes de informação; adoção da estimativa de tendência central;

(ABNT NBR 14653-2, 2011, p.23).

Page 27: Tcc - Julio, Sandra e Sara

26

4 METODOLOGIA

Como intuito de embasar o Estudo de Caso desenvolvido neste trabalho,

primeiramente foi exposto os principais conceitos, teorias e recomendações sobre a

Avaliação de Imóveis Urbanos, compondo-se assim a Revisão Bibliográfica do

presente trabalho, o qual tem enfoque principal sobre o Método Comparativo Direto

de Dados de Mercado e consiste em um dos métodos mais utilizados para Avaliação

de Bens Imóveis Urbanos, assunto este abordado por Normas específicas

(Associação Brasileira de Norma Técnicas - ABNT, e Instituto Brasileiro de

Avaliações e Perícias - IBAPE), livros, apostilas, trabalhos, dissertações e estudos

acadêmicos, os quais serviram de base para compor a citada Revisão. A Revisão

Bibliográfica nada mais é que a organização das informações necessárias à

execução deste trabalho, o qual envolve pesquisa a várias fontes, devendo estas,

estar o mais atualizado possível.

4.1 APLICAÇÃO DO MÉTODO - MCDDM 4.1.1 Conhecimento do Objeto da Pesquisa - O Bem Avaliando

O bem avaliando, objeto deste trabalho, foi caracterizado de acordo com

seus atributos físicos e locacionais, com o objetivo de identificar as possíveis

variáveis responsáveis pela formação dos preços de bens de mesma natureza, no

mercado que foi estudado. Portanto, a partir da vistoria do imóvel avaliando,

procedeu-se à caraterização:

Da região, contendo:

o Aspectos físicos: topografia, ocupação existente e tendências de

modificação a curto e médio prazo;

o Aspectos ligados à infraestrutura urbana: sistema viário, coleta de

resíduos sólidos, rede de abastecimento de água, energia elétrica,

esgotamento sanitário;

o Instrumentos comunitários e atividades existentes: sistema de

transporte coletivo, escolas, mercado de trabalho, comércio, rede

bancária, segurança, saúde e lazer.

Do terreno do bem avaliando, contendo seus principais aspectos físicos:

topografia, superfície, forma, localização e divisas;

Page 28: Tcc - Julio, Sandra e Sara

27

Da edificação do imóvel, contendo:

o Aspectos físicos: construtivos, qualitativos, quantitativos e tecnológicos;

o Aspectos funcionais: arquitetônicos e de projetos;

o Aspectos ambientais: adequação da edificação em relação aos usos

recomendáveis para região.

4.1.2 Preparação da Pesquisa

Planejou-se o presente trabalho com base no objetivo de definir o valor de

mercado de um bem imóvel através do Método Comparativo Direito de Dados de

Mercado por meio do cálculo estatístico inferencial, o qual foi feito com o auxílio de

programa de cálculo computacional. Para isto, fixou-se como estratégia de pesquisa,

a escolha das fontes de pesquisa e das principais variáveis independentes que

melhor representassem e influenciassem na determinação do valor do imóvel, as

quais formaram o corpo da ficha de pesquisa que se utilizou como instrumento de

coleta de dados de cada elemento amostral.

4.1.3 Trabalho de Campo - Levantamento de Dados de Mercado

O levantamento dos elementos de referência foi feito mediante o

preenchimento das fichas de pesquisa, coletando-se dados através de consulta a

empresas imobiliárias (“sites” de internet e complementação de informações por

meio de telefonemas), consultas diretas com proprietários (anúncios de jornais

impressos, placas de oferta em imóveis na cidade e em “sites” de anúncio na

internet). Sempre que houve lacuna nos dados coletados, foi feito o contado, através

de telefonema, com o responsável pelo imóvel com finalidade de complementar

informações.

4.1.4 Processamento e Análise dos Dados

Com o auxílio de programa de cálculo estatístico inferencial, TS-Sisreg, as

informações colhidas na amostra foram mitigadas e apresentadas através de

gráficos que o próprio programa gerou.

O programa TS-Sisreg foi cedido por cortesia pela empresa GPR

Page 29: Tcc - Julio, Sandra e Sara

28

ENGENHARIA, por meio do Engenheiro Especialista em Avaliações de Imóveis

Glayton Rêgo, portanto, o citado software constitui-se numa poderosa ferramenta

para a avaliação imobiliária. Utilizando o sistema de regressão linear e atuando

como uma verdadeira máquina de cálculo, o TS-Sisreg permite ao Engenheiro

Avaliador a análise estatística do mercado, possibilitando o cadastramento de

informações completas referentes aos dados da amostra, fornecendo gráficos e

tabelas, de forma simples e direta.

Vale ressaltar que a utilização do software TS-Sisreg é obrigatória em laudos

requisitados pelo Banco do Brasil. Portanto, a confiabilidade do programa quanto à

demonstração dos resultados por ele fornecidos é garantida. A utilização de um

programa como este é vantajosa, pois o mesmo permite por parte do avaliador, a

execução de testes estatísticos, mudanças de escala nas variáveis, a retirada de

dados discrepantes e execução de ajustes necessários num curto espaço de tempo.

4.1.5 Interpretação e Explicação dos Resultados

Com os resultados fornecidos pelo programa, procedeu-se à interpretação e

explicação dos mesmos. Portanto, nesta etapa é que se fez possível o entendimento

do comportamento do mercado em que está inserido o bem avaliando.

Através da fórmula que foi gerada pelo programa computacional no cálculo

da inferência estatística, determinou-se o valor de mercado do imóvel avaliando.

Page 30: Tcc - Julio, Sandra e Sara

29

5 ESTUDO DE CASO

Neste tópico, serão executados e demonstrados todos os passos

necessários a fim de obter o resultado almejado no escopo deste trabalho. A

obtenção e análise dos resultados tiveram como embasamento teórico os

conhecimentos (procedimentos e recomendações) já expostos no corpo do mesmo.

5.1 O BEM AVALIANDO

O bem avaliando trata-se de uma casa localizada no Estado do Acre, cidade

de Rio Branco, Estrada Alberto Torres, nº 702, Conjunto Mariana. A casa é nova,

construída com objetivo de comercialização pela empresa Âncora Construção Civil

Ltda. O imóvel é constituído por terreno e edificação, a qual possui padrão de

acabamento alto, já que a mesma é isolada, térrea, construída atendendo a projeto

arquitetônico planejado no tocante à disposição interna dos ambientes e a detalhes

personalizados na fachada. A residência é composta por sala de estar, sala de

jantar, dois dormitórios, uma suíte, banheiro social, cozinha, área de serviço e

garagem para dois carros, o acesso é individual e na via principal. A área construída

totaliza 110,00 m², a área do terreno é de 201 m².

Segue abaixo a caracterização completa do imóvel avaliando quanto à

região que está inserido, o terreno e a edificação:

A região em que está inserido o imóvel possui característica residencial e

topografia plana. O imóvel fica em frente ao Núcleo Estadual de

Tecnologia Assistiva (Núcleo de Apoio Pedagógico Dom Bosco) e está a

600 m de distância da Faculdade Ocidental da Amazônia - FAAO, 300 m

das futuras instalações da Faculdade Meta - FAMETA, 1500 m da União

Educacional do Norte - UNINORTE e a 2500 m da Universidade Federal

do Acre - UFAC. A distância em linha reta ao Centro da Cidade,

considerando o Palácio do Governo do Acre como ponto de referência, é

de 4841,00 m (todas as distâncias foram obtidas através do Google Earth

- programa que utiliza banco de dados de satélites para gerar visualização

de cidades e mapas em formato 2D e 3D, fornecendo ainda distâncias

com alto nível de precisão). Nas proximidades do imóvel há também

Supermercados, Shopping Center, Agências Bancárias, Hospitais

Page 31: Tcc - Julio, Sandra e Sara

30

(Fundação Hospitalar, Unidade de Pronto Atendimento - UPA Tucumã e

futuras instalações do Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia -

INTO), escolas, empreendimentos imobiliários, centro administrativo

(Cidade da Justiça), entre outros. O imóvel faz parte de uma região que

está em plena expansão residencial e comercial, com tendência a

valorização.

A região conta ainda com sistema viário pavimentado, coleta de resíduos

sólidos, rede de abastecimento de água potável, energia elétrica, rede

telefônica. O ponto mais próximo de serviço de transporte público está a

350 m de distância. Não há rede de esgotamento sanitário.

O terreno do imóvel avaliando possui topografia plana, está acima do

nível da rua, tem forma retangular, divisas muradas. O imóvel faz limite

com outros imóveis de mesmas características e padrão construtivo. O

terreno possui as seguintes dimensões: 10 m de testada e 20,1 m de

profundidade.

A edificação do imóvel possui as seguintes características:

o A construção é em alvenaria cerâmica com estrutura em concreto

armado. O revestimento cerâmico na cozinha, área de serviço e

banheiros é completo. O piso é em porcelanato. A cobertura é em

estrutura metálica com telhas termoacústicas. Forro em gesso

acartonado. Janelas em vidro temperado 6 mm e portas em madeira

tipo MDF. Banheiros com box de vidro temperado 8 mm e com demais

aparelhos e metais. Portão automatizado. Pintura acrílica no interior e

exterior. Instalações elétricas completas e compreendendo diversos

pontos de iluminação e tomadas com distribuição utilizando circuitos

independentes e componentes de qualidade, inclusive ponto de

telefone, cabos para antena de televisão, campainha, e preparação

para instalação de cerca eletrificada.

o A edificação foi construída com base em projetos arquitetônico e

complementares, de acordo com os parâmetros exigidos por órgãos

fiscalizadores.

o A edificação está adequada ao meio em que está inserida,

constituindo-se, como as demais edificações do entorno, numa

edificação de cunho residencial.

Page 32: Tcc - Julio, Sandra e Sara

31

Segue abaixo relatório fotográfico do imóvel avaliando com o objetivo de

complementar a visualização de suas principais características internas e externas:

Figura 1 - Vista Frontal 01

Fonte: do autor.

Figura 2 - Vista Frontal 02

Fonte: do autor.

Figura 3 - Vista Garagem 01

Fonte: do autor.

Page 33: Tcc - Julio, Sandra e Sara

32

Figura 4 - Vista Garagem 02

Fonte: do autor.

Figura 5 - Vista Posterior

Fonte: do autor.

Figura 6 - Vista Lateral Esquerda 01

Fonte: do autor.

Figura 7 - Vista Lateral Esquerda 02

Fonte: do autor.

Page 34: Tcc - Julio, Sandra e Sara

33

Figura 8 - Vista lateral direita 01

Fonte: do autor.

Figura 9 - Vista lateral direita 02

Fonte: do autor.

Figura 10 - Entrada sala de estar

Fonte: do autor.

Figura 11 - Sala de estar e jantar

Fonte: do autor.

Page 35: Tcc - Julio, Sandra e Sara

34

Figura 12 - Dormitório 1

Fonte: do autor.

Figura 13 - Suíte

Fonte: do autor.

Figura 14 - Cozinha

Fonte: do autor.

Figura 15 - Área de serviço

Fonte: do autor.

Figura 16 - Banheiro social

Fonte: do autor.

Figura 17 - Banheiro da suíte

Fonte: do autor.

Page 36: Tcc - Julio, Sandra e Sara

35

5.2 PREPARAÇÃO DA PESQUISA

Nesta etapa do trabalho elencaram-se os principais fatores e variáveis

independentes que serviram de base para formação da ficha de pesquisa. A priori,

definiu-se o campo de pesquisa e levantamento da amostra, buscando-se sempre

utilizar como elemento amostral os imóveis que possuíssem características

semelhantes, com a finalidade de “homogeneizar” o máximo possível a amostra. A

principal fonte de consulta foram as imobiliárias (através de contato telefônico e via

internet). As variáveis explicativas escolhidas para compor o corpo da ficha de

pesquisa foram eleitas de acordo com as características físicas, de localização e

econômicas do imóvel avaliando. As informações de variáveis colhidas com a

utilização da ficha de pesquisa estão discriminadas a seguir.

5.2.1 Variáveis que compõem o corpo da ficha de pesquisa 5.2.1.1 Dependente

A variável dependente que compôs este modelo foi o valor do imóvel em

oferta ou de transação, em Reais (R$), moeda corrente nacional.

5.2.1.2 Independentes

Localização:

o Cidade;

o Bairro;

o Logradouro.

Tipo de negócio:

o Oferta ou transação;

o Data do evento.

Inserção do imóvel na região:

o Imóvel isolado;

o Conjunto habitacional;

o Condomínio fechado.

Infraestrutura urbana:

o Sistema viário (pavimentação);

Page 37: Tcc - Julio, Sandra e Sara

36

o Transporte Coletivo;

o Coleta de resíduos sólidos;

o Esgotamento sanitário;

o Abastecimento de água;

o Rede de energia elétrica.

Área do terreno;

Características da edificação:

o Área construída;

o Situação da edificação:

Casa isolada;

Casa geminada.

o Divisão interna:

Número de vagas na garagem:

Fechada;

Coberta;

Descoberta.

Número de pavimentos;

Número de dormitórios;

Número de suítes;

Número de banheiros;

Área de serviço;

Dormitório para empregada;

Banheiro para empregada;

Área de lazer.

o Equipamentos:

Interfone;

Piscina;

Portão automático.

o Idade aparente;

o Estado de conservação:

Ruim;

Necessidade de reparos importantes;

Necessidade de reparos simples;

Page 38: Tcc - Julio, Sandra e Sara

37

Regular;

Bom;

Imóvel novo.

o Padrão de acabamento (escala de 1 a 7):

Mínimo, adotado na escala como numeral 1;

Baixo, adotado na escala como numeral 2;

Normal/baixo, adotado na escala como numeral 3;

Normal/alto, adotado na escala como numeral 5;

Alto, adotado na escala como numeral 6;

Luxo, adotado na escala como numeral 7.

o Idade aparente em anos.

Além das variáveis acima, compôs o corpo da ficha de pesquisa também

informações quanto à fonte (informante), telefone de contato e data.

A fim de esclarecimento quanto à padronização dos acabamentos, foi-se

utilizado como referência recomendações do IBAPE de São Paulo e da Caixa

Econômica Federal, portanto, temos as seguintes classificações, as quais foram

adaptadas e adequadas ao objetivo deste trabalho:

Padrões de acabamento:

o Mínimo. Atribui-se este padrão a edificações construídas sem

preocupação com projeto, aparentemente sem preocupação com mão-

de-obra qualificada ou acompanhamento de profissional habilitado.

Geralmente são compostas por uma série de cômodos sem funções

definidas, podendo ocupar a totalidade do terreno, quase sempre

térreas, construídas em alvenaria, sem estrutura portante ou com

estrutura de concreto improvisada. Garagem descoberta para um

veículo. Cobertura de telhas de fibrocimento sobre madeiramento não

estruturado, sem forro. Fachadas desprovidas de revestimentos ou

com chapisco, emboço ou reboco e áreas externas com pisos de terra

batida ou cimentado rústico. Em suma, caracterizam-se pela utilização

de materiais construtivos essenciais / indispensáveis e aplicação de

poucos acabamentos.

o Baixo. Atribui-se este padrão a edificações construídas sem

preocupação com projeto arquitetônico, satisfazendo à distribuição

interna básica e são compostas geralmente de dois ou mais cômodos,

Page 39: Tcc - Julio, Sandra e Sara

38

cozinha e banheiro. Na maioria das vezes são térreas, erguidas em

estrutura simples e alvenaria cerâmica, total ou parcialmente revestida.

Cobertura de telhas de cimento amianto ou barro sobre estrutura de

madeira, podendo apresentar forros. Garagem para um veículo,

coberta ou descoberta. Áreas externas de cimentado rústico e

fachadas normalmente com emboço ou reboco, podendo ter pintura

comum. Em suma, caracterizam-se pela utilização de materiais

construtivos básicos e pelo emprego de acabamentos de qualidade

inferior.

o Normal/baixo. Atribui-se este padrão a edificações térreas, podendo

ser geminadas, satisfazendo a projeto arquitetônico simples,

geralmente composta de sala, um ou mais dormitórios, banheiro,

cozinha, podendo dispor de dependências externas para serviços e

garagem coberta para um veículo. Estrutura simples de concreto e

alvenaria cerâmica revestidas interna e externamente. Cobertura de

laje pré-moldada impermeabilizada ou telhas de cimento amianto ou

barro sobre estrutura de madeira, com forro. Áreas externas sem

tratamentos especiais, eventualmente pisos cimentados ou revestidos

com caco de cerâmica. Fachadas normalmente pintadas com látex

sobre emboço ou reboco, podendo ter aplicação de pastilhas,

cerâmicas ou equivalentes. Em suma, caracterizam-se pela utilização

de materiais construtivos e acabamentos econômicos e simples.

o Normal, adotado na escala como numeral 4. Atribui-se padrão normal

às casas térreas ou assobradadas, podendo ser isoladas ou

geminadas de um dos lados, apresentando alguma preocupação com o

projeto arquitetônico, principalmente no tocante aos revestimentos

internos. Compostas geralmente de sala, dois ou três dormitórios

(eventualmente uma suíte), banheiro, cozinha, dependências para

empregada e garagem para um ou mais veículos. Estrutura mista de

concreto e alvenaria, revestida interna e externamente. Cobertura de

laje pré-moldada impermeabilizada ou telhas de barro apoiadas em

estrutura de madeira, com forro. Áreas externas com pisos cimentados

ou revestidos com cerâmica comum, podendo apresentar jardins.

Fachadas normalmente pintadas com látex sobre emboço ou reboco,

Page 40: Tcc - Julio, Sandra e Sara

39

usualmente com aplicação de pedras, pastilhas ou equivalentes. Em

suma, caracterizam-se pela utilização de materiais construtivos

convencionais e pela aplicação de acabamentos de boa qualidade,

porém padronizadas e fabricados em série.

o Normal/alto. Atribui-se este padrão às edificações térreas ou com mais

pavimentos, em geral isoladas, construídas atendendo a projeto

arquitetônico planejado no tocante à disposição interna dos ambientes

e a detalhes personalizados nas fachadas. Compostas geralmente de

sala para dois ou mais ambientes, três ou mais dormitórios (pelo

menos uma suíte), banheiros, lavabo social, copa, cozinha, além de

dependências de serviço completas e garagem para dois ou mais

veículos. Estrutura mista, cobertura de telhas de barro sobre estrutura

de madeira ou lajes maciças impermeabilizadas com proteção térmica.

Áreas externas ajardinadas e pavimentadas com pedras ou cerâmicas

especiais, eventualmente dotada de piscina ou churrasqueira.

Fachadas pintadas com látex sobre massa corrida, textura acrílica ou

com aplicação de pedras ou equivalente. Em suma, caracterizam-se

pela utilização de materiais construtivos e acabamentos de boa

qualidade, podendo alguns serem fabricados sob encomenda.

o Alto. Atribui-se este padrão às edificações totalmente isoladas,

obedecendo a projeto arquitetônico peculiar, demonstrando

preocupação com funcionalidade e a harmonia entre os materiais

construtivos, assim como, com os detalhes dos acabamentos

aplicados. Compostas normalmente de salas para dois ambientes ou

mais (estar, jantar, escritórios, biblioteca, sala de vídeo, etc.), lavabo,

copa, cozinha com despensa, quatro ou mais dormitórios (geralmente

suítes), dependências para empregados e garagem para no mínimo

três veículos. Áreas livres planejadas atendendo projeto de

paisagismo, podendo ter piscina, quadra poliesportiva ou

churrasqueira. Estrutura completa de concreto armado. Cobertura em

laje impermeabilizada com produtos apropriados, obedecendo a projeto

específico e com proteção térmica ou telhas de cerâmica ou ardósia,

sobre estrutura de madeira. Fachadas pintadas com látex acrílico sobre

massa corrida, textura ou com aplicação de pedras especiais ou

Page 41: Tcc - Julio, Sandra e Sara

40

materiais equivalentes, com detalhes definindo um estilo arquitetônico.

Caracterizam-se pela utilização de materiais construtivos e

acabamentos especiais, geralmente produzidos sob encomenda.

o Luxo. Atribui-se este padrão às edificações em terrenos de amplas

dimensões, totalmente isoladas, satisfazendo a projeto arquitetônico

exclusivo, tanto na disposição e integração dos ambientes, amplos e

bem planejados, como nos detalhes personalizados dos materiais e

dos acabamentos utilizados. Geralmente prevendo salas para quatro

ambientes ou mais (estar, jantar, escritórios, biblioteca, vídeo, etc.),

lavabo, copa, cozinha, adega, despensa, quatro ou mais suítes, sendo

uma “master", dependências completas para empregados (mais de um

dormitório), garagem para quatro ou mais veículos. Áreas livres

planejadas atendendo a projeto paisagístico especial, usualmente

contendo área de lazer completa, tais como piscinas, vestiários, quadra

de esportes, churrasqueira. Cobertura de lajes maciças com proteção

térmica ou telhas de cerâmica ou ardósia, sobre estrutura de madeira.

Fachadas com tratamento arquitetônico especial, definido pelo estilo do

projeto de arquitetura. Caracterizam-se pela natureza

excepcionalmente nobre e diferenciada dos materiais e dos

acabamentos empregados, personalizados para reforçar a intenção do

projeto, em geral especialmente desenhados, personalizados para

reforçar a intenção do projeto, em geral especialmente desenhados e

caracterizados por trabalhos especiais e com acessórios fabricados por

encomenda.

5.2.2 Ficha de Pesquisa

Com as variáveis do modelo escolhidas, procedeu-se à formação da ficha de

pesquisa, a qual foi fornecida pela empresa GPR ENGENHARIA e adaptada ao

corpo desta pesquisa:

Page 42: Tcc - Julio, Sandra e Sara

41

Figura 18 - Ficha de Pesquisa

Fonte: adaptado de modelo fornecido pela empresa GPR ENGENHARIA

5.3 TRABALHO DE CAMPO - COLETA DE DADOS

Com o auxílio da ficha de pesquisa foi possível obter dados e informações a

respeito dos preços dos imóveis em oferta e suas principais características físicas,

locacionais e econômicas, bem como a perfeita identificação das fontes consultadas.

Nesta pesquisa não foi possível obter dados de transação de imóveis (negociações

efetivamente realizadas) devido à grande dificuldade em obter este tipo de

informação junto a imobiliárias, corretores, proprietários, entre outros. O

levantamento dos elementos de referência desta pesquisa foi feito mediante o

Page 43: Tcc - Julio, Sandra e Sara

42

preenchimento das fichas previamente preparadas.

As fontes principais foram imobiliárias (através de sites das próprias e

contato telefônico), classificados de jornais, sites de anúncio na internet, diretamente

com proprietários através de placas de anúncio de oferta. De cada elemento

observado na amostra foram obtidas fotos de identificação do imóvel. Segue abaixo

a relação dos elementos coletados com respectivas identificações, foto, endereço do

imóvel, fonte informantes e demais variáveis que compuseram a inferência

estatística. Ao todo foram coletados dados de 38 elementos amostrais:

Tabela 3 - Elementos amostrais

Page 44: Tcc - Julio, Sandra e Sara

43

Page 45: Tcc - Julio, Sandra e Sara

44

Page 46: Tcc - Julio, Sandra e Sara

45

Fonte: do autor.

Com os dados dos elementos amostrais em mãos e seus respectivos

endereços, fez-se a marcação de todas as casas no mapa de Rio Branco através do

programa Google Earth, o qual possibilitou inferir a distância ao Centro da Cidade

em linha reta, tomando-se como ponto central o Palácio do Governo do Estado do

Acre, formando-se assim um padrão radial de localização de cada imóvel.

Figura 19 - Localização dos imóveis em relação ao Centro de Rio Branco

Fonte: do autor.

Page 47: Tcc - Julio, Sandra e Sara

46

Como pode-se observar, apenas um elemento amostral não está localizado

no 1º Distrito de Rio Branco, porém, este elemento não constitui-se impedimento à

estimativa de valor do imóvel avaliando, pois foi considerado no modelo de cálculo a

variável distância ao Centro.

5.4 PROCESSAMENTO E ANÁLISE DOS DADOS

Com a obtenção da amostra, procedeu-se à análise dos dados, com o

objetivo de resumir as informações coletadas. Ora, nesta fase observou-se o

equilíbrio da amostra, a influência de cada variável sobre os preços, as

dependências lineares delas em relação ao preço e entre si, a identificação de

pontos atípicos. Portanto, foi-se feita a distribuição das características da amostra de

forma a possibilitar a medição e utilização para obter as características da população

da qual foi extraída.

A variáveis utilizadas no modelo de cálculo foram 6(seis), 1(uma)

dependente e 5(cinco) independentes. A variável dependente utilizada foi o valor do

imóvel e as independentes foram a área construída, área do terreno, distância ao

centro (em metros), padrão de acabamento e número de dormitórios. O número de

elementos amostrais utilizados foram 38(trinta e oito). Todas as variáveis

independentes são do tipo quantitativa, exceto a variável Padrão de Acabamento,

que é do tipo qualitativa, ao qual atribuiu-se através de Códigos Alocados uma

escala de valor variando de 1 a 7, influenciando positivamente o valor do bem à

medida que esta escala cresce. Atribuiu-se ao imóvel avaliando o valor 6 (Padrão

Alto) nesta escala.

No prosseguimento deste trabalho, serão demonstrados e explicados os

principais resultados calculados pelo programa TS-Sisreg, sem, contudo, entrar no

mérito da análise estatística, pois este não é o objetivo deste trabalho.

5.4.1 Cálculo do Modelo de Regressão Linear Através da Inferência Estatística

Após alimentar o programa com os dados de cada imóvel e variáveis

dependente e independentes, observou-se que a significância da variável Número

de Dormitório ultrapassou o limite máximo recomendado pela NBR 14653-2 de 30%,

constante na Tabela 1- Graus de Fundamentação - deste trabalho. A significância da

Page 48: Tcc - Julio, Sandra e Sara

47

citada variável atingiu 42,29%, portanto, para proceder com a inferência, eliminamos

esta variável no modelo de cálculo. Todas as outras variáveis obtiveram valores

aceitáveis pela citada norma, permitindo assim, a permanência delas no cálculo

inferencial.

Figura 20 - Significâncias observadas inicialmente

Fonte: do autor.

Com a exclusão da variável Número de Dormitórios do modelo de cálculo, foi

possível prosseguir com a inferência.

Figura 21 - Significância observada com a exclusão da variável Número de Dormitórios

Fonte: do autor.

O programa TS- Sisreg acusa qualquer procedimento que fuja às

recomendações da NBR 14653 - 2, portanto, após a exclusão da variável

Dormitórios, o cálculo seguiu-se normalmente, sendo fornecido pelo programa os

Page 49: Tcc - Julio, Sandra e Sara

48

resultados finais. O programa tem ainda a capacidade de gerar relatórios com os

resultados e demonstrações gráficas, os quais serão demonstrados a seguir.

A seguir exporemos os principais resultados fornecidos pelo programa

computacional, cujos conceitos estatísticos já foram explicitados na Revisão

Bibliográfica deste trabalho.

A primeira tabela fornecida pelo programa consiste essencialmente num

resumo dos dados e variáveis utilizadas. O programa fornece também o número de

outliers resultantes no cálculo, no caso, observou-se a presença de 1(um) outlier.

Contudo, não foi necessário retirar o elemento amostral do modelo que continha um

resíduo acima da média, pois a norma aceita até 5% da amostra com essa

característica.

Tabela 4 - Características da amostra

Fonte: do autor.

Em seguida temos os principais indicadores resultantes do cálculo estatístico

inferencial. Podemos observar, portanto, que os valores estão próximos dos valores

requeridos, pois temos: os coeficientes de correlação e determinação próximo de

1(um), significância próxima de 0(zero) e amplitude menor que 30%.

Tabela 5 - Principais indicadores

Fonte: do autor.

Como é possível observar na tabela abaixo, a normalidade observada

atendeu aos padrões da norma.

TOTAL UTILIZADOS OUTLIERS TOTAL UTILIZADAS38 38 1 6 5

CARACTERÍSTICAS DA AMOSTRADADOS VARIÁVEIS

0,922407 0,850835 0,832755 47,06 0,01 24,47%

COEFICIENTE DE CORRELAÇÃO (r)

COEFICIENTE DE DETERMINAÇÃO

(r²)

SIGNIFICÂNCIA DO MODELO AMPLITUDEF-SNEDECOR

COEFICIENTE DE DETERMINAÇÃO

AJUSTADO

Page 50: Tcc - Julio, Sandra e Sara

49

Tabela 6 - Normalidade dos resíduos

Fonte: do autor.

A seguir, temos uma tabela com os principais parâmetros das variáveis

independentes, dentre os quais, os parâmetros de significância são muito valiosos

no momento de inferir o grau de fundamentação de uma avaliação, através da soma

do valor das duas caudas (teste bicaudal).

Tabela 7 - Principais parâmetros de análise das variáveis independentes

Fonte: do autor.

5.4.1.1 Equação de Regressão para Estimativa do Valor

A equação não linear para estimativa de valor (moda) é fornecida pelo

programa computacional de cálculo:

퐕퐚퐥퐨퐫퐝퐨퐈퐦ó퐯퐞퐥 = ퟏퟑퟑퟓퟗퟏ,ퟏퟑ ∗ 퐞ퟏퟏퟐ,ퟑퟎퟕퟓퟔ

퐗ퟏ ∗ 퐞ퟒퟕퟕ,ퟑퟎퟒퟕퟓ

퐗ퟐ ∗ (퐗ퟑ)ퟎ,ퟔퟐퟔퟎퟎퟔퟑퟗ ∗ 퐞(ퟎ,ퟎퟎퟏퟕퟓퟏퟒퟕퟕ∗퐗ퟒ)

O valor do imóvel é dado em Reais (R$). As demais variáveis foram

substituídas por códigos:

X1: Área do Terreno;

X2: Distância ao Centro;

X3: Padrão de Acabamento;

X4: Área Construída.

5.4.1.2 Gráficos Gerados pelo Programa Computacional de Cálculo

INTERVALO CLASSE % PADRÃO % MODELO- 1 a + 1 68 71

- 1,64 a +1,64 90 94- 1,96 a + 1,96 95 97

NORMALIDADE

VARIÁVEL ESCALA LINEAR t - STUDENT CALCULADO

SIGNIFICÂNCIA (SOMA DAS CAUDAS)

ÁREA DO TERRENO 1/x -4,08 0,03

DISTÂNCIA AO CENTRO 1/x 2,32 2,69

PADRÃO DE ACABAMENTO ln(x) 7,55 0,01

ÁREA CONSTRUÍDA y 3,4 0,18

PARÂMETRO DE ANÁLISE DAS VARIÁVEIS INDEPENDENTES

Page 51: Tcc - Julio, Sandra e Sara

50

Neste tópico exporemos os principais gráficos gerados pelo programa, os

quais permitem ao engenheiro avaliador observar os principais indicadores do

cálculo de regressão.

Exporemos a seguir os três principais gráficos fornecidos pelo programa TS-

Sisreg.

Figura 22 - Gráfico de Aderência

Fonte: do autor.

O gráfico de aderência nos mostra que o modelo está bem ajustado, pois os

preços e valores calculados estão coerentes, ou seja, nos permite análise da

aderência dos pontos à reta representativa da equação de regressão.

Figura 23 - Histograma

Fonte: do autor.

De acordo com a NBR 14653-2, a verificação de normalidade pode ser

realizada pelo exame de histograma dos resíduos amostrais padronizados, com o

Page 52: Tcc - Julio, Sandra e Sara

51

objetivo de verificar se sua forma guarda semelhança com o da curva normal. No

histograma acima, é possível observar uniformidade do gráfico, o que indica a

normalidade da amostra.

Figura 24 - Valores ajustados versus Resíduos padronizados

Fonte: do autor.

Outro gráfico importante na verificação da normalidade da amostra é o

gráfico de resíduos padronizados versus valores ajustados, o qual deve apresentar

pontos dispostos aleatoriamente, com grande maioria situados no intervalo [- 2; + 2],

o que é possível observar no gráfico acima. É possível observar ainda, o ponto em

vermelho que representa um outlier, o qual já foi anteriormente explicitado no corpo

deste trabalho.

5.5 INTERPRETAÇÃO E EXPLICAÇÃO DOS RESULTADOS

Neste tópico será demonstrado a obtenção do valor do imóvel avaliando,

tendo como base os resultados e fórmula gerados pelo programa TS-Sisreg. Por fim

será demonstrado o enquadramento da avaliação de acordo com a NBR 14653-2

dos Graus de Fundamentação e Precisão.

5.5.1 Valor do Imóvel Avaliando

Após alimentar o programa com os dados da amostra coletada e observar os

principais indicadores estatísticos, procedeu-se ao cálculo do valor do imóvel

avaliando, objetivo deste trabalho. As variáveis do imóvel avaliando foram

informadas ao programa, dando assim o seu resultado final. Abaixo temos os

Page 53: Tcc - Julio, Sandra e Sara

52

quantitativos das variáveis informadas:

Área Construída: 110,00 m²;

Área do Terreno: 201,00 m²;

Distância ao Centro: 4.841,00 m;

Padrão de Acabamento: Alto (6).

Com estes valores informados, obteve-se o Valor do Total do imóvel

avaliando, o qual apresentou um valor médio de R$ 313.861,38 (trezentos e treze

mil oitocentos e sessenta e um reais e trinta e oito centavos).

O intervalo de confiança atingiu o valor mínimo de R$ 277.795,67 (duzentos

e setenta e sete mil setecentos e noventa e cinco reais e sessenta e sete centavos)

e valor máximo de R$ 354.609,45 (trezentos e cinquenta e quatro mil seiscentos e

nove reais e quarenta e cinco centavos). O intervalo de confiança é uma estimativa

em que se inclui a afirmação probabilística que indica a percentagem de intervalos

que possa esperar abranger o verdadeiro valor do parâmetro em seus limites.

Figura 25 - Dados do imóvel avaliando e Intervalo de confiança

Fonte: programa TS-Sisreg.

O programa TS-Sisreg permite estimar o valor por meio de três parâmetros:

moda, mediana e média. A moda é o parâmetro estatístico que fornece valores mais

contidos, o qual foi utilizado neste trabalho por ser o parâmetro mais praticado frente

às avaliações bancárias.

Page 54: Tcc - Julio, Sandra e Sara

53

Figura 26 - Gráfico da Área Construída versus Valor do Imóvel

Fonte: programa TS-Sisreg.

O gráfico acima permite visualizar melhor as curvas do intervalo de

confiança, mostrando a curva dos intervalos mínimo, máximo e médio.

5.5.2 Especificação da Avaliação

Exporemos a seguir o Grau de Fundamentação e o Grau de Precisão da

avaliação executada. Esta é a etapa final da avaliação e tem o objetivo de

determinar a confiabilidade da mesma. Ora, a NBR 14653-2:2011 afirma que todo

trabalho elaborado de acordo com a mesma será denominado laudo de avaliação, e

o Grau de Fundamentação atingido deve ser explicitado.

5.5.2.1 Grau de Fundamentação Atingido

A NBR 14653-2:2011 determina que, para fins de enquadramento global da

avaliação em graus de fundamentação, devem ser considerados os seguintes

critérios:

Identificação dos três campos da tabela (Graus III, II e I) e seis itens;

O atendimento a cada exigência do Grau I terá um ponto; do Grau II dois

pontos; e do Grau III três pontos;

O enquadramento global do laudo quanto à fundamentação deve

considerar a soma de pontos obtidos para o conjunto de itens, atendendo

à tabela abaixo:

Page 55: Tcc - Julio, Sandra e Sara

54

Tabela 8 - Enquadramento do laudo segundo seu grau de fundamentação no caso de utilização de modelo de regressão linear

Fonte: NBR 14653-2:2011

Observando as recomendações da norma, passamos à conferência do Grau

de Fundamentação atingido na avaliação objeto deste trabalho. Segue abaixo o

somatório das pontuações e consequente classificação:

Tabela 9 - Grau de Fundamentação da Avaliação

Fonte: do autor.

GRAU III II I

PONTOS MÍNIMOS 16 10 6

Itens obrigatórios Todos, no mínimo no Grau I

2, 4, 5 e 6 no mínimo no Grau II e os demais no

mínimo no Grau I

2, 4, 5 e 6, no Grau III e os demais no mínimo

no Grau II

III II I

1Caracterização do imóvel

avaliandoCompleta quanto a todas as

variáveis analisadasCompleta quanto às variáveis

utilizadas no modeloAdoção de situação paradigma 3

2Quantidade mínima de dados

de mercado, efetivamente utilizados

6(k + 1), onde k é o número de variáveis independentes

4(k + 1),onde k é o número de variáveis independentes

3(k + 1), onde k é o número de variáveis independentes

3

3Identificação dos dados de

mercado

Apresentação de informações relativas a todos os dados e

variáveis analisados na modelagem, com foto e

características observadas no local pelo autor do laudo

Apresentação de informações relativas a todos os dados e

variáveis analisados na modelagem

Apresentação de informações relativas aos dados e variáveis

efetivamente utilizados no modelo

3

Admitida para apenas uma variável, desde que: a) as

medidas das características do imóvel avaliando não sejam superiores a 100% do limite

amostral superior, nem inferiores à metade do limite

amostral inferior;

Admitida, desde que: a) as medidas das

características do imóvel avaliando não sejam superiores

a 100% do limite amostral superior, nem inferiores à metade do limite amostral

inferior;

3

b) o valor estimado não ultrapasse 15% do valor

calculado no limite da fronteira amostral, para a referida

variável, em módulo

b) o valor estimado não ultrapasse 20% do valor

calculado no limite da fronteira amostral, para as referidas

variáveis, de per s i e simultaneamente, e em módulo

3

5

Nível de significância a (somatório do valor das duas

caudas) máximo para a rejeição da hipótese nula de

cada regressor (teste bicaudal)

10% 20% 30% 3

6

Nível de significância máximo admitido para a rejeição da

hipótese nula do modelo através do teste F de

Snedecor

1% 2% 5% 3

III II I16 10 6

III

PONTOS OBTIDOS

GRAU DE FUNDAMENTAÇÃO DA AVALIAÇÃO

SOMA

18

GRAUPONTOS MÍNIMOS

Itens obrigatórios 2, 4, 5 e 6, no Grau III e os demais no mínimo no Grau II

2, 4, 5 e 6 no mínimo no Grau II e os demais no mínimo no

Grau ITodos, no mínimo no Grau I

GRAU DE FUNDAMENTAÇÃO COM A UTILIZAÇÃO DE MODELO RE REGRESSÃO LINEARGRAU

4 Extrapolação Não admitida

ITEM DESCRIÇÃO

Page 56: Tcc - Julio, Sandra e Sara

55

Observa-se, portanto, que a avaliação objeto deste trabalho atingiu o grau

máximo de fundamentação estipulado em norma.

5.5.2.2 Grau de Precisão Atingido

O grau de precisão depende exclusivamente da amplitude do intervalo de

confiança de 80% em torno da estimativa de tendência central, conforme a Tabela

3.2 deste trabalho. A amplitude desta avaliação atingiu o valor de 24,47%, o qual é

menor que 30%, portanto, o grau de precisão atingido de acordo com a NBR 14653-

2 é o Grau III.

Page 57: Tcc - Julio, Sandra e Sara

56

6 CONCLUSÃO

Diante do exposto neste trabalho, pode-se observar que o objetivo almejado

foi alcançado. A princípio foram descritos todos os procedimentos necessários à

avaliação do imóvel objeto deste trabalho, tais como o conhecimento do mesmo, a

preparação da pesquisa mercadológica, a coleta de dados, o processamento e

análise dos dados, e por fim, a interpretação explicação dos resultados. O

processamento e análise de dados foi executado com o auxílio da ferramenta

computacional de cálculo inferencial estatístico TS-Sisreg, sendo demonstrados

suas principais funções e explicações dos indicadores gerados pelo mesmo.

Após a análise da amostra obtida e a obtenção dos seus principais

indicadores estatísticos fornecidos pelo software de cálculo, procedeu-se à obtenção

do Valor do Imóvel Avaliando, valor este que não é absoluto, mas sim uma

estimativa de mercado.

Por fim, fez-se o enquadramento da especificação da avaliação, sempre de

acordo com as observâncias constantes na NBR 14653-2:2011, classificando assim

segundo o Grau de Fundamentação como Grau III e segundo a precisão como Grau

de Precisão III, confirmando dessa forma, que a avaliação enquadra-se como Laudo

de Avaliação de Imóvel, passando assim maior credibilidade e confiabilidade a este

trabalho.

Page 58: Tcc - Julio, Sandra e Sara

57

REFERÊNCIAS

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS - ABNT. NBR 14653/1 - Avaliação de bens. Parte 1 - Procedimentos Gerais. Rio de Janeiro: ANBT, 2011. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS – ABNT. NBR 14653/2 - Avaliação de bens. Parte 2: Imóveis Urbanos. Rio de Janeiro: ANBT, 2011. DANTAS, Rubens A. Engenharia de Avaliações: Uma Introdução à Metodologia Científica. 2ª ed. rev. de acordo com a NBR 14653-2:2004. São Paulo: Pini, 2005. FIKER, José. Avaliação de Imóveis: Manual de Redação de Laudos. 2ª ed. São Paulo: Pini, 2009. NASSER JÚNIOR, Radegaz. Avaliação de Bens: Princípios Básicos e Aplicações. São Paulo: Liv. e Ed. Universitária de Direito, 2011. OLIVEIRA, Ana Maria de Biazzi Dias de. Avaliação de imóveis Urbanos. Disponível em: http://xa.yimg.com/kq/groups/23473274/929303571/name/Apostila++ACRE.pdf. Acesso em 20 de Fevereiro de 2013. OLIVEIRA, Ana Maria de Biazzi Dias de; GRANDISKI, Paulo. Engenharia de Avaliações – IBAPE/SP. São Paulo: Pini, 2007. PELLI NETO, Antônio. Redes Neurais Artificiais Aplicadas Às Avaliações Em Massa Estudo de Caso para a Cidade de Belo Horizonte / MG. Belo Horizonte: UFMG. Dissertação (Mestrado em Engenharia Elétrica), 2006. Disponível em: http://www.bibliotecadigital.ufmg.br/dspace/bitstream/handle/1843/AVFV-6W7R62/versaofinalantoniopelli.pdf?sequence=1. Acesso em 20 de Fevereiro de 2013. SOUZA, Luiz Felipe Proost de; MEDEIROS JÚNIOR, Joaquim da Rocha. Engenharia de Avaliações – IBAPE/SP. São Paulo: Pini, 2007.