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ANÁLISE DESCRITIVA DA GESTÃO DE LOGÍSTICA COM FOCO NA

OTIMIZAÇÃO DOS PROCESSOS DE EXPEDIÇÃO. UM ESTUDO DE

CASO NA AVÍCOLA E NUTRIÇÃO DO VALE LTDA.

Gabriela Hipólito Machado

RESUMO

A empresa Avícola e Nutrição do Vale Ltda opera como distribuidora do segmento

veterinário, atuando em Santa Catarina como distribuidora exclusiva da indústria Masterfoods

Brasil Ltda., responsável pelas marcas de rações Pedigree, Whiskas e Champ e Bayer S.A.,

fabricante de medicamentos para animais de companhia e de grande porte. Este trabalho tem

por objetivo analisar descritivamente a gestão de logística com foco na otimização dos

processos de expedição que auxilie na entrega dos produtos. A otimização de processos pode

reduzir ou eliminar os problemas, garantindo uma maior satisfação dos clientes, assim como

redução dos custos operacionais. Para tanto, foi utilizada a observação simples, pesquisa

aplicada, entrevistas semiestruturadas, além de consulta em livros e artigos. Vários autores

foram utilizados para referenciar a pesquisa. A realização deste trabalho permitiu aos

responsáveis entrar em contato com os fatores causadores das falhas na gestão dos processos e

assim ter a possibilidade de eliminar um problema que está contribuindo para a diminuição da

eficiência dos processos da empresa.

Palavras-chave: Gestão de processos, Logística, Otimização de processos.

ABSTRACT

The company Avícola e Nutrição do Vale Ltda operates as a distributor of the veterinary

segment, operating in Santa Catarina as the exclusive distributor of the company Masterfoods

Brasil Ltda. Responsible for brands such as Pedigree, Whiskas and Champ and SA Bayer,

maker of medicines for pets and large animals. This study aims to analyze and describe the

logistics management of Avícola e Nutrição do Vale Ltda., with a focus on the optimization

of dispatch to assist in the delivery of products. Process optimization can reduce or eliminate

problems ensuring greater customer satisfaction and reduce operating costs. For such, we

have used the methods of simple observation, applied research, structured interviews, and

consultation in books and articles. Several authors have been used as reference to the

research. This work has allowed the responsible parties to get in contact with the factors that

caused failure in management of processes and thus have the possibility of eliminating a

problem that is contributing to the decline in the efficiency of business processes.

Keywords: Management processes, Logistics, Process optimization.

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1 INTRODUÇÃO

O mundo globalizado exige das empresas de distribuição uma constante inovação em

suas estratégias de negócios, pois o mercado está cada vez mais competitivo e exigente em

relação aos prazos.

Nesse contexto, houve a necessidade de reestruturação visando o aumento da

qualidade e da produtividade dos serviços, criando novas estratégias para o processo de

distribuição na cadeia de suprimentos possibilitando a consolidação de posição e a entrada em

novos mercados.

Sendo assim, é necessário planejar o gerenciamento de informações, a armazenagem,

a organização dos pedidos e o transporte, pois uma distribuição eficiente confere um

diferencial competitivo para a empresa.

O Brasil é o quinto mercado de produtos agro veterinários ficando atrás apenas dos

Estados Unidos, Japão, França e Alemanha (SEBRAE, 2012). Nos últimos cinco anos o

crescimento brasileiro desses produtos foi de 18%. Em 2012 esse mercado cresceu em volume

5,7%, enquanto na Região Sul seu crescimento foi de 9%. Esse mercado representa 0,39% do

Produto Interno Bruto nacional (SEBRAE, 2012). As diversas empresas do setor disputam

esse mercado crescente procurando aliar rapidez de entrega e qualidade de serviços.

Assim, as constantes mudanças no mercado competitivo exigem das empresas uma

busca constante pelo diferencial para que consigam alcançar uma posição superior a seus

concorrentes. Para isso, é necessário desenvolver competências internas na empresa com o

objetivo de construir e manter um ambiente aberto à novas ideias.

Segundo Filardi et al(2012), as competências são todos “os ativos, capacidades,

habilidades, processos organizacionais, informações, conhecimentos, experiências,

características e atributos” que são controlados pela empresa com o intuito de adotar

estratégias para melhorar sua eficiência e eficácia. Essas estratégias podem trazer vantagens

competitivas para a empresa mantendo-a na liderança do mercado por mais tempo, entretanto,

isso vai depender das escolhas efetuadas por ela.

Nesse contexto, a empresa Avícola e Nutrição do Vale, fundada em 1987 e

localizada na cidade de São José (SC), possui dezenove funcionários e dezessete

representantes. Opera como distribuidora do segmento veterinário, atuando em Santa Catarina

como distribuidora exclusiva das indústrias Masterfoods Brasil Ltda. (responsável pelas

marcas de rações Pedigree, Whiskas e Champ) e Bayer S.A., fabricante de medicamentos para

animais de companhia e para animais de grande porte. Possui aproximadamente 1.800 clientes

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que podem ser descritos como Agropecuárias, Pet Shops, Clínicas Veterinárias e Cooperativas

Agropecuárias.

Atualmente a empresa encontra dificuldades em gerenciar o processo de pedidos e

entrega, pois na hora da entrega de seus produtos, os mesmos faltam ou sobram. É necessário

detectar em qual ponto do processo está ocorrendo o erro responsável pela entrega

inadequada, pois não há nenhum processo que una os pedidos por cliente.

Portanto, procura-se com este trabalho responder a seguinte questão: quais métodos e

processos podem ser elaborados para otimizar os processos de expedição para a empresa

Avícola e Nutrição do Vale Ltda.? Para tanto, é primordial analisar descritivamente esses

processos no sentido de auxiliar sua otimização.

Esta pesquisa permitirá que a sociedade possa usufruir do presente trabalho através

das ações realizadas pela empresa que trarão benefícios para os envolvidos na cadeia de

suprimentos da mesma. Além disso, permitirá que a empresa crie um padrão de carregamento

e entrega de seus produtos evitando falhas nesse processo. A acadêmica, por sua vez, terá a

oportunidade de aprofundar seus conhecimentos na área escolhida, auxiliando sua inserção

qualificada no mercado de trabalho.

Este trabalho também vem somar-se a outros trabalhos acadêmicos que procuram

solucionar problemas na área de expedição, uma vez que gastos nessa área são consideráveis e

melhorias que venham a contribuir para a obtenção de vantagem competitiva serão de grande

importância para as empresas.

2 DESENVOLVIMENTO

Esta etapa apresenta o embasamento teórico que fundamenta o trabalho abordando

gestão por processos através do enfoque administrativo, destacando a integração desses

processos e as ferramentas de otimização de sua cadeia, além de tecer considerações a

respeito da logística e expedição, bem como os métodos que influenciam o comportamento

organizacional.

2.1 GESTÃO POR PROCESSOS

Gestão por Processos se refere ao enfoque administrativo utilizado por uma

organização que procura otimizar e melhorar a cadeia de processos que é desenvolvida para

atender as necessidades e as expectativas das partes interessadas, proporcionando o melhor

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“desempenho possível do sistema integrado a partir da mínima utilização de recursos e do

máximo índice de acerto”. (UNICAMP apud OLIVEIRA, 2011, p. 145).

Assim sendo, esses processos podem ser identificados e analisados de diferentes

formas. Através do fluxo de material, que pode ser o processo de fabricação industrial; do

fluxo de trabalho, podendo se tratar do desenvolvimento de produto ou recrutamento e

contratação de pessoal; da série de etapas, que pode se referir a modernização do parque

industrial ou o redesenho de um processo; das atividades coordenadas, como por exemplo, o

desenvolvimento gerencial ou uma negociação salarial; ou da mudança de estado que pode

aludir a diversificação de negócios ou mudança cultural da empresa (OLIVEIRA, 2011).

Esses processos permitem que as pessoas que fazem parte de uma organização

assumam mais responsabilidades, utilizem mecanismos mais eficazes de participação na

realização do trabalho e se comuniquem de maneira eficiente.

Almeida (1993) apud Araújo (2011) apresenta etapas referentes à preparação do

processo, devendo ser coordenadas pelo seu dono, que pode ser um gestor de qualquer área,

um consultor interno, um consultor externo ou profissional indicado pela alta direção. São

elas: a)Esforço para cumprir a missão da equipe; b) Revisão operacional do processo; c)

Criação de códigos para facilitar o fluxo de informações; d)Análise de suas atividades para

facilitar o fluxo de informações; e) Definição por todos os envolvidos no processo dos

parâmetros a serem utilizados; f) Preparo de um guia que deve ser constantemente atualizado

contendo a descrição das funções e atividades a serem exercidas, no sentido de evitar desvios

(ARAUJO, 2011).

Podemos elencar, também, uma técnica mais tradicional e mais utilizada no estudo

de processos; trata-se da elaboração e análise de um fluxograma. Nele procura-se apresentar

um processo passo a passo, ação por ação. Todas as ações que ocorrem durante o processo

devem ser registradas no formulário do fluxograma (ARAUJO, 2011). Ele, através de

símbolos convencionais, representa de forma dinâmica a sequência normal de trabalho

(OLIVEIRA, 2002).

Para o estudo de processos existem vários objetivos secundários que respondem a um

objetivo mais amplo, que está ligado a todo o trabalho operacional da organização.

Outro elemento a ser analisado na gestão por processos se refere à elaboração de

formulários, que se caracteriza por ser um veículo de informações que circula de uma pessoa

para outra, de uma unidade para outra, de uma empresa para outra. Como o formulário

carrega dados e informações que se disseminam, é importante que seja bem elaborado, pois a

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ineficiência da burocracia de uma empresa pode estar ligada a má elaboração e,

consequentemente, a má utilização dos formulários (ARAUJO, 2011).

Portanto, a análise e desenho de formulários pode estabelecer padrões para o

relacionamento entre os dados existentes e as formas alternativas de sintetização ou

consolidação das informações disponíveis. (ALVAREZ; ESMERALDA, 1991).

É importante ter muito cuidado na elaboração de formulários, pois eles transitam por

toda a organização e em meio a várias pessoas da estrutura funcional. Se preocupar em

elaborar um formulário claro e objetivo é primordial para um eficiente funcionamento da

empresa. (ARAUJO, 2011). Muitas deficiências no processo administrativo poderiam ser

sanadas “com a criação, racionalização e/ou extinção de formulários. Eles existem para

auxiliar a memória e definir as tarefas de maneira inequívoca”. (OLIVEIRA, 2002, P. 333).

Ao tratarmos dos assuntos anteriormente descritos, procuramos demonstrar como a

organização da empresa pode se estruturar para enfrentar um mercado altamente competitivo.

Sobreviver a esse ambiente complexo e tumultuado não garante um futuro de lucros e

tranquilidade (BALLOU, 2006).

Atualmente, as transformações nas organizações estão além do caráter estrutural. É

necessário levar em consideração também as tecnologias, que podem modificar

completamente a estrutura de uma organização, como por exemplo, a instalação de um

telefone, um novo computador ou máquinas mais complexas. Pequenas modificações podem

trazer mudanças profundas nas organizações. Para isso, é necessário o componente

estratégico, que deve exigir uma seletividade rigorosa na escolha de alternativas que

satisfaçam a organização, seus contribuintes e sua clientela (ARAUJO, 2011).

Nesse sentido, é necessário que a organização seja flexível para incorporar, assimilar

e reduzir as suas necessidades as mutações que por ventura surgirem.

2.2 LOGÍSTICA

A evolução da logística empresarial e da administração da cadeia de suprimentos

brasileira foi semelhante a evolução norte-americana, ainda que, com alguns anos de

defasagem. O interesse pelo transporte a partir de 1950 e nas décadas seguintes ampliou.

Assim, nas décadas de 1970 e 1980, surge uma nova área do saber: a logística empresarial,

que incorporou ao transporte, a gestão dos estoques, o armazenamento, os depósitos, a

informação e a comunicação (MACHLINE, 2011).

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Mais tarde, surge um novo conceito: a visão da cadeia de suprimentos, que ampliou a

noção de logística empresarial, compreendendo toda a cadeia de fornecedores, a montante, e a

toda a cadeia de clientes, a jusante da empresa (MACHLINE, 2011). A cadeia de suprimento

é uma mistura de recursos físicos com recursos financeiros, informacionais e relacionais, que

objetivam competir no mercado. Formam uma complexa rede que inclui elementos de dentro

e de fora da empresa (MOREIRA, 2011).

O termo “logística” tem origem na movimentação e na garantia de abastecimento das

tropas nas guerras. Havia a preocupação em identificar os principais aspectos da eficiência no

fluxo de materiais, principalmente o armazenamento e o transporte, que eram tratados

separadamente durante a distribuição de bens (FIGUEIREDO; ARKADER, 2007).

Atualmente, o desenvolvimento da tecnologia da informação, as alterações

estruturais surgidas nos negócios e na economia dos países emergentes, a formação de blocos

econômicos e a globalização revolucionaram o desenvolvimento da logística. Dessa forma,

logística passa a ser compreendida como a união da administração de materiais com a

distribuição física (CHING, 2001).

Nesse contexto, a logística caracteriza-se pela ênfase estratégica, ou seja, “a logística

como elemento diferenciador”. Há uma maior preocupação com as interfaces dentro das

empresas, entre as diferentes funções, além de maior destaque da logística no planejamento

estratégico das corporações. “Outra questão que ganha relevância, nos dias atuais, é a inclusão

da responsabilidade social no projeto de novos sistemas logísticos, como por exemplo, as

questões ecológicas”. (FIGUEIREDO; ARKADER, 2007, p. 3).

Igualmente podemos dizer que “Logística é o processo de planejamento, implantação

e controle de fluxo eficiente e eficaz de mercadorias, serviços e das informações relativas

desde o ponto de origem até o ponto de consumo com o propósito de atender às exigências

dos clientes”. (Council of Logistics Management apud BALLOU, 2006, p. 27). Assim, a

logística procura a minimização do custo total da operação para determinado serviço, além de

ser importante processo para o gerenciamento da cadeia de produtos, pois viabiliza os fluxos

desses produtos no espaço e no tempo.

Como parte da cadeia de logística, existem as empresas atacadistas. Seus produtos

são idênticos aos insumos, pois não há fabricação, apenas comercialização em larga escala.

Recebem os insumos (produtos fornecidos por fabricantes) de forma concentrada e os vendem

também em grandes quantidades. Assim sendo, o processo logístico ocorre nas duas pontas

(entrada e saída), sendo bastante semelhante. “Essas empresas se caracterizam pela ênfase na

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armazenagem de produtos de forma a atender a política de preços e variações na demanda

etc”. (ALVARENGA; NOVAES, 2000, p. 48).

Os pedidos dos clientes são o ponto de entrada para o processamento de pedidos. Seu

gerenciamento permite a entrada e a manutenção de pedidos dos clientes através do uso de

tecnologias de comunicação, tais como correio, fax e internet. “À medida que os pedidos são

recebidos, o processamento de pedidos entra e recupera informações, edita os valores

apropriados e retém os pedidos corretos para sua alocação”. (BOWERSOX; COOPER;

CLOSS, 2002, p. 205). Ao preparar o pedido, acontece a coleta das informações necessárias

sobre os produtos e serviços pretendidos e a cobrança dos produtos a serem adquiridos.

Depois de feito o pedido, acontece a transmissão das informações nele contidas. Essa é a

primeira atividade no ciclo do processamento. A transmissão do pedido pode ser realizada de

duas maneiras: manual ou eletrônica (BALLOU, 2006).

Contudo, receber os pedidos abrange várias tarefas, tais como: a) verificar a exatidão

das informações contidas, como descrição, quantidade e preço dos itens; b) conferir a

disponibilidade dos itens encomendados; c) preparar a documentação de pedidos em carteira

ou de cancelamento, quando necessária; d) verificar a situação de crédito do cliente; e)

transcrever as informações do pedido à medida das necessidades; f) fazer o faturamento.

(BALLOU, 2006, p. 123).

Assim sendo, na busca por eficiência busca-se elevar a qualidade dos serviços

prestados ao cliente final; entretanto, para conseguir atingir esses objetivos, é fundamental

que exista uma excelente integração e coordenação entre os processos logísticos de empresas

de uma mesma cadeia de suprimento. Atualmente, as empresas estão se conscientizando que

só é possível manter o custo adequado às suas necessidades e atender da melhor forma

possível o cliente, se trabalhar de forma coordenada com outros participantes da cadeia de

suprimento (SILVA; FLEURY, 2000).

Nesse sentido, o gerenciamento de armazéns precisa relacionar-se com o

gerenciamento de pedidos para que o departamento de vendas conheça bem aquilo que a

empresa tem para vender.

Para Ballou (2006, p. 134) “os processos principais da cadeia de suprimentos podem

ser identificados como: 1) entrada; 2) estocagem; 3) gerenciamento de estoques; 4)

processamento e retirada de pedidos; 5) preparação do embarque; 6) entrega”.

Podemos então afirmar que a distribuição dos produtos consiste basicamente em três

elementos globais: recebimento, armazenagem e expedição. O recebimento se inicia com o

descarregamento de um produto que está destinado a um armazém ou centro de distribuição.

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O produto é pesado ou contado, comparando com o documento do transporte. Após o

recebimento, os produtos são armazenados em locais específicos no armazém ou no centro de

distribuição. Por último, acontece a expedição ou despacho que consiste na separação dos

itens armazenados levando-os para outro lugar objetivando atender a uma determinada

demanda. Durante essa operação emite-se uma documentação para liberar o veiculo

responsável pelo transporte dos produtos separados (BERTAGLIA, 2009).

A movimentação de entrada e saída dos produtos, seja ela externa ou interna, deve

ser registrada. Esse processo é chamado de controle de estoque que deve ser concomitante a

toda a movimentação de produtos do armazém ou centro de distribuição (BERTAGLIA,

2009).

Assim, ao longo do processo logístico, aparecem fluxos de mercadorias entre pontos

diversos da rede. Entre os pontos de transição de um fluxo para outro, existe a necessidade de

se manter estocados os produtos por um determinado tempo, podendo este ser curto ou longo,

dependendo da característica do processo (ALVARENGA; NOVAES, 2000). Nesses pontos

de transição localizam-se os diversos tipos de armazéns e formas de armazenamento.

Dessa forma, a entrada e saída de produtos de forma eficaz depende de uma afinada

integração e coordenação e entre os processos logísticos de empresas de uma mesma cadeia

de suprimento.

2.3 EXPEDIÇÃO

Antes da expedição de um produto acontecem diversas funções ao longo do processo

de armazenagem, como recebimento físico e contábil; identificação e classificação;

conferência (qualitativa e quantitativa); endereçamento para o estoque; estocagem; separação

de pedidos; reposição de estoques; preparação de carga e embalagem. Após a expedição ou

atendimento à linha de produção acontece o registro das operações. (MOURA, 1997 apud

BARBOSA; MUSETTI; KURUMOTO, 2006). A função de recebimento de pedidos faz as

passagens dos pedidos vindos da administração de vendas para a distribuição. Os pedidos são

liberados para a área de distribuição, entretanto, é importante consolidar os pedidos por ser

uma forma de reduzir custos logísticos. Pode-se fazê-lo a partir da “análise e agrupamento de

pedidos com base nas características do produto, rotas de entrega, datas requeridas e

localização dos clientes, visando obter o menor custo e o melhor serviço”. (BERTAGLIA,

2009, p. 187).

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Assim, a consolidação pode ser, também, com base em pedidos por cliente, tipo de

produto, origem, destino, região, tipo de carga e empresa de transportes (BERTAGLIA,

2009). Existe uma grande variedade de equipamentos mecânicos para separação de pedidos,

carga e descarga e movimentação das mercadorias.

No deslocamento manual, o indivíduo pode transportar a carga nos braços, em

carrinhos ou em paleteiras, contudo, toda a movimentação é feita com suas próprias forças

(ALVARENGA; NOVAES, 2000). Carrinhos de duas rodas e as paleteiras de quatro rodas

proporcionam uma vantagem mecânica na movimentação dos produtos e requerem baixo

investimento. A movimentação motorizada, por sua vez, acontece com o emprego de

equipamentos acionados por motores elétricos ou de combustão interna (gasolina, gás, etc.).

Os equipamentos de movimentação agilizam o fluxo de materiais dando maior segurança ao

operador que transporta a carga, reduzindo os danos sofridos pela carga. O equipamento mais

utilizado para movimentação de carga, descarga e movimentação interna é a empilhadeira

(MOREIRA, 2011).

Para Ballou (2006), há maior rapidez e eficiência no manuseio de materiais e o no

proveito das horas trabalhadas através da utilização de equipamentos mistos. Entre eles

incluem-se guindastes, trucks industriais, elevadores e guinchos. Entretanto, o equipamento

mais utilizado pela indústria é a empilhadeira mecânica e suas variações. O uso da

empilhadeira mecânica é normalmente combinada com o embarque paletizado e, por vezes,

com prateleiras de paletes.

O palete e a empilhadeira são sistemas de manuseio de materiais de elevada

flexibilidade. O palete permite uma variada movimentação de diferentes produtos com

equipamento padrão de manuseio. Esse sistema dificilmente se torna obsoleto porque não

exige modificações dispendiosas à medida que as necessidades de armazenamento

modificam-se. Devido ao seu custo relativamente baixo é um sistema conhecido e bastante

utilizado (BALLOU, 2006).

O uso do palete aumenta a capacidade de estocagem, a redução da largura dos

corredores, bem como propicia uma economia de mão de obra e consequente redução de

custos. Quando são combinados com sistemas eficientes de armazenagem, facilitam e dão

maior segurança a entrada e saída de produtos no estoque (VIANA, 2000).

As prateleiras, por sua vez, devem ter a altura determinada pelo peso dos produtos. O

topo das pilhas de produtos deve conter mercadorias leves. Os produtos mais pesados devem

ser armazenados nas barras inferiores das prateleiras. Para isso, o piso deve ser resistente para

suportar o peso dos produtos armazenados bem como o trânsito dos equipamentos de

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movimentação (VIANA, 2000).

Em armazéns automatizados há uma central de controle remoto que comanda a

movimentação sem a interferência direta do homem (ALVARENGA; NOVAES, 2000). O

equipamento inteiramente mecanizado de manuseio controlado por computador, códigos de

barras e tecnologia de escaneamento, é utilizado em sistemas de manuseio de produtos

aproximando-se da automação integral. No entanto, podem apresentar vários problemas:

dificuldades em gerenciar um mix de produtos e de volume e em termos de localização no

armazém, além de problemas mecânicos que podem até interromper o sistema inteiro.

Contudo, o armazém inteiramente mecanizado pode reduzir os custos operacionais, separando

mais rapidamente os pedidos do que qualquer outro tipo de sistema de manuseio de materiais

(BALLOU, 2006). De modo resumido, é possível dizer que uma eficiente expedição depende

do tripé pessoas, processos e produtos.

3 METODOLOGIA

Nesta etapa serão apresentados os procedimentos metodológicos desenvolvidos com

o intuito de alcançar os objetivos propostos para este estudo.

Estudo de caso é a pesquisa sobre determinados indivíduos ou grupos que seja

representativo do seu universo, para examinar aspectos variados da sua vida (CERVO;

BERVIAM; SILVA, 2007).

Para Rodrigues (2007), a metodologia é um conjunto de abordagens, técnicas e

processos utilizados pela ciência para formular e resolver problemas do conhecimento, de

uma maneira sistemática.

Também existe o método que é o conjunto das atividades sistemáticas e racionais que

permite alcançar o objetivo. São conhecimentos válidos e verdadeiros delineando o caminho a

ser seguido, detectando erros e auxiliando as decisões do cientista (MARCONI; LAKATOS,

2010).

Dessa forma, a pesquisa é uma atividade voltada para a investigação de problemas

teóricos ou práticos através da utilização de processos científicos (CERVO; BERVIAM;

SILVA, 2007). Para Marconi e Lakatos (2010), é um procedimento formal, com pensamento

reflexivo, que requer um tratamento científico e constitui-se no caminho para conhecer a

realidade ou para descobrir verdades parciais.

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A pesquisa que caracteriza esse estudo é a aplicada, que corresponde à observação de

fatos e fenômenos tal como ocorrem, a coleta de dados e o registro de variáveis que se

presumem relevantes com intuito de analisá-los (MARCONI; LAKATOS, 2010).

O trabalho teve como objetivo geral analisar descritivamente a gestão de logística

com foco na otimização dos processos de expedição, que auxiliasse na entrega dos produtos

para a empresa Avícola e Nutrição do Vale Ltda.. Para alcançar tal objetivo foram realizadas

visitas a empresa, entrevistas e um questionário foi aplicado. A resposta para o

questionamento foi respondida através de consultas na bibliografia utilizada durante a

realização deste trabalho.

Segundo Cervo, Bervian e Silva (2007), método indutivo é o processo que generaliza

a relação da casualidade entre dois fatos ou fenômenos e a relação causal que conclui a lei.

A escolha da área de estudo ocorreu em decorrência da conclusão de um semestre

sobre produção e logística na Estácio de Sá e fazer uma visita à distribuidora na qual seu

padrasto trabalha. Porém, para realizar o estudo na Avícola e Nutrição do Vale seria

necessário que a empresa estivesse disposta a aceitar ser estudada. Assim, a Avícola permitiu

a realização do estágio obrigatório com o livre acesso em todos os setores da empresa,

principalmente o armazém. O tema e objetivo geral foram decididos depois de algumas

entrevistas semiestruturadas realizadas com os gestores da empresa.

Nesse sentido, “a pesquisa exploratória realiza descrições precisas da situação e quer

descobrir as relações existentes entre seus elementos componentes”. (CERVO; BERVIAN;

SILVA, 2007, p.55). Pode ser definida como investigações de pesquisa empírica cujo objetivo

é a formulação de questões ou de um problema, com diversas finalidades: desenvolver

hipóteses, aumentar a familiaridade do pesquisador com um ambiente, fato ou fenômeno, para

a realização de uma pesquisa futura mais precisa, ou modificar e esclarecer conceitos

(MARCONI; LAKATOS, 2010).

Assim, ao desenvolver o presente estudo procurou-se relatar todos os assuntos

necessários para o trabalho, tais como, logística, armazém, expedição e gestão por processos.

Foram utilizados livros do acervo pessoal, alguns adquiridos com base nos autores citados por

professores, artigos do site Scielo, além de utilizar a biblioteca do Centro Universitário

Estácio de Sá de Santa Catarina e da Universidade Federal de Santa Catarina como

importantes fontes de referências.

Para a descrição e análise dos dados, fez-se uso da pesquisa descritiva. “A pesquisa

descritiva observa, registra, analisa e correlaciona fatos ou fenômenos (variáveis) sem

manipulá-los”. (CERVO; BERVIAN; SILVA, 2007, p.55).

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A acadêmica teve acesso à empresa para a realização da pesquisa. Diante disso, foi

utilizada a observação simples, pois a “observação é uma técnica de coleta de dados para

conseguir informações e utiliza os sentidos na obtenção de determinados aspectos da

realidade”. (MARCONI; LAKATOS, 2010, p. 173).

Nesse contexto, “a técnica de observação simples consiste em recolher e registrar os

fatos da realidade sem que o pesquisador utilize meios técnicos especiais ou precise fazer

perguntas diretas” (MARCONI; LAKATOS, 2010, p. 175). Por isso é importante estar atento

a tudo que acontece em volta para registrar com fidelidade os fatos.

Assim sendo, na elaboração da caracterização da empresa, foi utilizado um

questionário adaptado da estrutura elaborada por Lacombe e Heilborn (2003). Este foi

aplicado ao diretor geral, o gerente administrativo financeiro, o gerente de logística, a

assistente administrativo financeiro, a auxiliar administrativo de faturamento e o chefe de

depósito da empresa e foram levantadas as seguintes informações: dados de identificação da

empresa, estratégias, aspectos financeiros, mercadológicos, recursos humanos e produção e

serviços.

Para obter as informações sobre as atividades realizadas na área de expedição, foram

realizadas entrevistas semiestruturadas com o gerente logístico, auxiliar administrativo de

faturamento, chefe de depósito e com um motorista. Nesse sentido, entrevista “é uma

conversa orientada para um objetivo definido: recolher, por meio do interrogatório do

informante, dados para a pesquisa”. (CERVO; BERVIAN; DA SILVA, 2007, p. 51).

Em relação a coleta e análise dos dados relacionados as atividades realizadas na

empresa foram agendadas entrevistas informais com o gerente logístico, auxiliar

administrativo de faturamento, chefe de depósito e motorista. Todas as entrevistas foram

realizadas de acordo com a disponibilidade de tempo dos funcionários.

A entrevista semiestruturada consiste na combinação de um roteiro sistematizado

com perguntas abertas e fechadas que permitem ao pesquisador se orientar ao elaborar as

questões que pretende abordar. Tem como objetivo a descrição do caso individual, a

compreensão das especificidades culturais mais profundas dos grupos e a comparabilidade

dos casos. Neste tipo de entrevista, não há necessidade de uma sequência rígida quanto aos

assuntos a serem abordados porque esta é determinada, geralmente, pelas preocupações e

ênfases que emergem da fala dos entrevistados ao se discutir o assunto em questão (LUDKE;

ANDRÉ, 1986)

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A análise das informações obtidas através das entrevistas foram confrontadas com os

processos de expedição. Com isso, tem início a descrição e análise dos processos de

expedição para encontrar possíveis soluções para os problemas detectados.

Dessa forma, foi escolhida a abordagem qualitativa, pois esta “possui o ambiente

natural como fonte direta de dados e o pesquisador como seu principal instrumento”.

(LUDKE; ANDRÉ, 1986, p. 11).

Dessa forma, foi possível observar os procedimentos metodológicos utilizados e

desenvolvidos com o intuito de alcançar os objetivos propostos para este estudo.

4 ANÁLISE DOS DADOS

A seção a seguir trata do histórico da empresa desde seu início, em 1987, até o

momento atual. Serão abordadas as parcerias efetuadas com fornecedores, a mudança de

ramo, o organograma da empresa, bem como a carteira de clientes.

4.1 CARACTERIZAÇÃO DA EMPRESA

Nesta etapa será abordado o histórico da empresa contextualizando a estrutura

organizacional. Também serão descritas as características e atividades realizadas nas áreas de

estudo.

A história da empresa começa no ano de 1987, quando os seus proprietários, um

casal de veterinários, fundaram uma loja agropecuária no interior do Estado. A empresa em

seu terceiro ano de existência contava com três lojas, em três municípios da região do Vale do

Rio Tijucas. Além disso, em 1987, em paralelo as atividades da agropecuária, os proprietários

assumiram a representação da empresa Agroceres Rações e Núcleos, associando também a

venda de pintinhos de um dia.

No ano de 1992, a empresa conseguiu uma nova parceria, desta vez com o

fornecedor Fatec S.A., que proporcionou o aumento de participação no mercado de

suplementos, premix e medicamentos para aves e suínos, estando pronta a base para operar

como distribuidora. Com o crescimento das vendas externas (representação), que de 1992 a

1994 passaram a representar 93% do faturamento, as lojas de varejo foram vendidas e, em 01

de setembro de 1994, foi fundada a empresa Avícola e Nutrição do Vale Ltda, localizada na

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rua Rudolfo Jacob Schaeffer nº 118, bairro Floresta, no município de São José (SC),

concentrando as atividades na distribuição de produtos.

Assim, buscando firmar-se e crescer em sua atuação no mercado, a Avícola buscou

outras indústrias para consolidar parcerias. Passou a trabalhar com as empresas Mogiana

Alimentos (em 1995), Novartis CAB (em 1996) e a linha Waltham da Masterfoods (em

1996), todas com produtos para pequenos animais, o que fez a empresa focar diretamente no

mercado pet e aliar-se a marcas líderes de mercado.

Não possui gerência de marketing. As propagandas e materiais promocionais são

definidos pelo fornecedor, além de determinarem a quantidade e onde o material de

propaganda deve estar e ser distribuído.

4.2 ANÁLISE DESCRITIVA DO PROCESSO ATUAL DE GESTÃO DE

LOGÍSTICA

A Avícola e Nutrição do Vale Ltda. possui atualmente dezenove funcionários e

dezessete representantes comerciais explanados no organograma a seguir:

Ilustração: Organograma da empresa

Fonte: Dados da empresa (2012).

Sócios: responsáveis pelas tomadas de decisões finais na empresa.

Diretor: um dos sócios ocupa este cargo e é responsável pelas principais decisões no

dia a dia.

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Gerente Comercial: cuida da comercialização de produtos, promoção e decisões de

compras. Função exercida pelo sócio que ocupa o outro cargo acima.

Coordenador Geral de Vendas: coordena as atividades realizadas pelos supervisores

de vendas.

Supervisor de Vendas: trabalha de forma mais direta com os representantes

comerciais cobrando metas, conferindo os pontos de venda etc.

Representante Comercial: são autônomos e trabalham com merchandising,

demonstração de produtos e venda.

Promotor de Vendas: auxilia os representantes em suas atividades como, por

exemplo, demonstração de produtos.

Gerente Administrativo Financeiro: orienta e coordena a área financeira além de

cuidar da conta bancária da empresa, folha de pagamento e contas a pagar (pagamentos).

Assistente Administrativo Financeiro: um dos assistentes é responsável pela análise

de crédito, cobrança, carteira de clientes (cadastro, monitoramento e gerenciamento) e o outro

cuida dos lançamentos contábeis, notas de entrada e contas a pagar(lançamento e baixa de

pagamentos).

Auxiliar de faturamento: repassa informações ao setor comercial e cuida da emissão

de notas fiscais eletrônicas e boletos.

Recepcionista: recebe pessoas, atende telefone, transfere e efetua ligações.

Serviços Gerais: responsável pela limpeza da diretoria, administração, serviços de

apoio, comercial e prepara o café.

Gerente Logístico: gerencia as atividades dos motoristas e do armazém, prepara a

rota de entrega e repassa informações aos clientes sobre a localização da entrega quando

necessário.

Chefe de Depósito: supervisiona e confere o trabalho realizado pelos auxiliares de

depósito além de auxiliar os mesmos e os motoristas na carga e descarga e recebimento de

produtos da indústria.

Auxiliar de Depósito: recebe os pedidos entregues pela fábrica, armazena,

movimenta, carrega os caminhões e limpa o armazém.

Motoristas: entregam os pedidos de acordo com a rota e auxiliam no carregamento.

Como a empresa possui um processo de expedição é necessário um funcionário

indicado, que anualmente é treinado para administrar os assuntos pertinentes a segurança de

trabalho. Ele faz o acompanhamento dos funcionários, juntamente com uma empresa de

medicina e segurança de trabalho, que é contratada para a realização dos programas de

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segurança e saúde. Devido ao grau de risco em que a empresa se enquadra, não existe a

necessidade do Conselho Interno de Prevenção a Acidentes (CIPA).

Nessa conjuntura, os sócios tomam parte das decisões, entre elas estão: definição de

metas baseadas no histórico da empresa e nas exigências dos fornecedores, investimentos,

compra de equipamentos e de ativos de valores relevantes e também pelas políticas de

marketing. Entretanto determinadas decisões (políticas gerais de recursos humanos,

planejamento fiscal e tributário) e avaliações (conjuntura econômica nacional e setorial) são

definidas pelos sócios juntamente com o gerente administrativo financeiro.

O processo de recrutamento e seleção é feito por meio da divulgação das vagas

existentes em Universidades, Jornais e sites especializados. Os currículos são selecionados

conforme o perfil desejado. As entrevistas são marcadas na empresa, com a participação dos

responsáveis da área para qual a vaga deve ser preenchida.

Todos os representantes são avaliados pelas metas atingidas e pela cobertura de área

(atendimento do maior número de clientes). Esta avaliação é feita pelo supervisor de vendas.

As metas são estabelecidas com base no histórico da empresa e na média do mercado, e

também segundo exigências dos fornecedores. É feito um acompanhamento mensal e/ou por

período de quatro semanas e também anual. O controle é feito pelo sistema “Probus”,

utilizado na empresa e por planilhas de Excel. Existem campanhas, em determinados

períodos, que ajudam a aumentar a remuneração de cada vendedor, caso o objetivo de vendas

seja atingido. Os vendedores têm comissão sobre todos os produtos vendidos.

A estrutura da área de vendas é feita por regiões. Para atender a todo o Estado de

Santa Catarina, a empresa o dividiu em regiões que são: Região Oeste; Região Extremo-oeste;

Região do Planalto Serrano; Região do Planalto Norte; Região Norte; Região do Alto Vale;

Região do Vale do Rio Tijucas; Região do Vale do Itajaí; Região Continente; Região Ilha

Norte; Região Ilha Sul e Região Sul. Esta divisão define as áreas de atuação dos

representantes comerciais. Atuando no Estado por divisões regionais os representantes

comerciais visitam os clientes, respeitando roteiros pré-determinados pela supervisão de

vendas, fazem os pedidos em tablets de forma remota e transmitem os pedidos para o servidor

da empresa, onde são recepcionados, organizados por rotas de entrega, faturados e entregues

aos clientes.

O atendimento a esses clientes é feito diretamente no estabelecimento de cada

cliente, por representantes comerciais utilizando o sistema de gestão Probus ERP. Este

sistema de gestão proporciona a integração da automação da força de vendas, com o

faturamento, controle de pedidos, estoque, logística, compras, financeiro, contabilidade/fiscal,

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constituindo as atividades presentes na empresa. Ele permite que os representantes

comerciais façam os pedidos através do Probus Mobile, sistema instalado em um smartphone

ou tablet, que são transmitidos de forma remota (pela internet) para o Probus ERP, sendo

recebidos pelo setor de faturamento. Dessa forma, informações são geradas para a separação

de pedidos no armazém que, por sua vez, determinarão rotas de entrega. Com o faturamento

são geradas, também, as informações contábeis e fiscais, o contas a receber, são feitas as

baixas do estoque dos itens faturados, gerando assim necessidade de compra. Após a entrada

das compras no sistema, é gerado o contas a pagar, e assim por diante. O Probus ERP ainda

possibilita os mais diversos relatórios de informações, desde os pré-estabelecidos, até os que

podem ser criados através do BI (Business Intelligence), além de proporcionar a integração

das informações de vendas e estoque com os fornecedores.

O sistema “Probus ERP" permite o cadastro de cada cliente da Avícola. Cada

vendedor recolhe os dados com este cliente, passa a um determinado colaborador na empresa,

este faz o cadastro novo ou uma simples atualização. Todos os colaboradores que acessam o

sistema têm acesso a base de clientes, mas somente uma pessoa faz as alterações quando

necessário.

Assim sendo, a empresa Avícola e Nutrição do Vale estabeleceu parcerias

importantes, manteve um quadro enxuto de funcionários e um sistema de informações

integrado, entretanto, ainda encontra alguns obstáculos em seus processos de expedição como

demonstrado na problemática central deste estudo.

Na próxima seção serão descritas as atividades necessárias realizadas para entrega

dos pedidos aos clientes.

4.3 DESCRIÇÃO DO PROCESSO

Nesta etapa serão abordadas as várias etapas realizadas desde o processamento do

pedido até a entrega ao cliente como realização de pedidos, emissão de relatórios, separação

dos produtos no armazém, determinação das rotas, carga e descarga.

Assim, os pedidos são realizados pelos representantes comerciais no sistema Probus

ERP e repassados para a área responsável. Chegando à área responsável (faturamento) é

emitido um relatório para separação dos pedidos de venda de acordo com a região a ser

atendida por um mesmo caminhão. Esse relatório é repassado ao chefe de depósito para

conferir se todos os itens estão disponíveis no estoque. Se todos os produtos estiverem

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disponíveis é iniciada a próxima etapa que consiste na separação de produtos no armazém,

manualmente e por rota, conforme relatórios enviados pelo faturamento.

Ilustração: Layout do armazém

Fonte: Adaptação dos dados da empresa

O armazém é dividido por ruas (10.000, 20.000, 30.000, 40.000 e 50.000) e boxes

como podemos observar no layout; todos os itens são separados de acordo com as ruas e

boxes especificados no “relatório para separação de pedidos de venda”. Utilizando o relatório,

o chefe do depósito separa os remédios em uma mesa. O restante dos produtos são separados

pelos auxiliares de depósito em paletes e colocados na área de carga e descarga com o auxilio

de uma empilhadeira manual. Após a separação de todos os itens, o chefe do depósito confere

se todos os produtos foram separados corretamente. Então é repassada a informação para o

auxiliar de faturamento que emite as notas fiscais eletrônicas e as entrega para o gerente de

logística que as repassa para os motoristas organizarem de acordo com a rota.

As notas fiscais são entregues ao chefe do depósito, auxiliares e motorista para dar

início ao carregamento. As sacas de ração são colocadas no caminhão, manualmente, a partir

do último pedido da rota até o primeiro. Todos os outros itens (latas, remédios, sachês) são

colocados na frente, independentemente da rota. Ao terminar de carregar o caminhão parte

rumo às rotas previamente estabelecidas.

Ao chegar ao local de entrega, o motorista consulta a nota fiscal para separar os

produtos. Primeiro são retirados os produtos pequenos e depois as sacas de ração que já estão

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na ordem por pedido, necessitando apenas conferir quantas sacas constam no pedido. Após

realizar a entrega, o motorista aguarda o cliente conferir o pedido e entrega-lhe a nota fiscal.

Nesse contexto, a expedição é controlada por meio de conferência da separação de

cada rota. Assim, a distribuição é feita para diversas regiões do Estado.

A Avícola possui quatro caminhões, que fazem estas rotas pelo Estado, distribuindo

os produtos para as lojas Agropecuárias, Pet Shop e Clínicas Veterinárias. O custo dos

transportes (frota própria) representa, em média, 3% do faturamento. E em relação ao custo

total, 4,5%. A administração da cadeia de suprimentos não segue nenhum padrão formal

dentro da empresa, mas como a Avícola é distribuidora de produtos para um canal

especializado (Veterinário), ela busca, em parceira com seus dois fornecedores exclusivos,

manter um estoque adequado às necessidades de venda, para conservar os custos de

armazenagem baixos, sem afetar o abastecimento nos clientes.

Desse modo, a empresa Avícola e Nutrição do Vale atende ao maior número de

clientes em sua área de abrangência (Estado de SC). Este objetivo é permanente e de

conhecimento de todos os funcionários. Partes dos controles não possuem um processo

padronizado, o que pode influenciar negativamente na empresa. Para aproveitar os pontos

positivos da empresa como: logística; baixa rotatividade de funcionários; inadimplência

baixa; equipe enxuta, deve-se continuar o acompanhamento dos resultados, e na medida das

necessidades, qualificar os funcionários por meio de treinamentos. A empresa se destaca,

perante aos seus competidores, em inadimplência baixa e equipe enxuta.

Contudo, o rápido processamento de pedidos, distribuição adequada dos produtos no

armazém e transporte rápido não garantem a eficácia do processo de distribuição. É

necessário uma integração dos processos de forma a garantir a menor quantidade de erros

possíveis no sentido de garantir uma distribuição realmente eficaz. Assim sendo, na próxima

seção abordar-se-ão propostas de melhorias de processos.

4.4 PROPOSTAS DE OTIMIZAÇÃO NOS PROCESSOS

Esta seção tratará de sugestões no sentido de otimizar os processos da empresa

Avícola e Nutrição do Vale Ltda.

Nesse sentido, ao analisar como acontecem as etapas do processo, percebeu-se que a

nota fiscal não apresentava os dados de forma clara para que pudessem ser lidos corretamente.

Isso ficou evidente no momento da separação dos pedidos efetuada pelos motoristas que são

responsáveis pela separação e entrega dos produtos para o cliente final.

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A nota fiscal possui letras muito pequenas; o nome que se destaca da mesma é da

razão social. O nome fantasia fica na parte inferior da nota, em letras minúsculas. Como

muitas empresas possuem o nome da razão social diferente do nome fantasia, o motorista,

muitas vezes, sente dificuldades em encontrar o cliente, o que atrasa a entrega dos produtos.

Outro problema detectado acontece na separação dos produtos com embalagens

parecidas no armazém ou no caminhão, pois não se conseguiu detectar onde acontece o erro.

Este consiste em separar os produtos de forma errada, trocando-os devido a semelhança das

embalagens dos mesmos. É importante ressaltar que este erro é mais comum com os produtos

de embalagens pequenas.

Igualmente, percebeu-se que os produtos pequenos são colocados no caminhão sem

serem separados de acordo com a rota. O motorista deve, no momento da entrega, separá-los e

entregá-los. Isto é motivo para atraso nas entregas. Além do mais, a probabilidade de erros

aumenta.

Os problemas até aqui descritos são percebidos pelas pessoas que trabalham na

empresa, no entanto, não existem estatísticas que possam identificar a quantidade de produtos

que são entregues de forma errada ou que simplesmente não são entregues e retornam para o

armazém. Esta falha é percebida no cotidiano da empresa, o que algumas vezes, resulta em

reclamações de clientes.

Dessa forma, durante o desenvolvimento desse estudo, através da análise de

documentos, processos e entrevistas, propostas foram construídas no sentido de contribuir

para a eliminação, ou pelo menos, redução dos problemas anteriormente descritos. São elas:

a) criar um formulário alternativo com a lista de produtos, por pedido, para facilitar a

visualização e o serviço do motorista na hora da entrega. Este formulário pode ser elaborado

em excel ou em parceria com a empresa responsável pelo sistema Probus ERP, procurando

colocar um tamanho de letra que facilite a leitura, independente das condições de visibilidade.

Neste formulário deve conter o nome fantasia do cliente, o nome dos produtos e a quantidade

que deve ser anexado a nota fiscal;

b) estudar as embalagens dos produtos das linhas de medicamentos. Observar quais

possuem embalagens semelhantes que dificultam a separação durante a entrega. Elaborar uma

lista desses produtos que deverão ser separados e embalados de acordo com o pedido pelos

funcionários do armazém e não pelo motorista;

c) alterar a política de vendas de produtos de embalagens pequenas, aproveitando os

padrões utilizados na indústria. Os produtos pequenos, como os sachês, por exemplo, são

enviados pela indústria para a empresa em caixas com 24 unidades, do mesmo sabor. Ao

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invés de abrir as caixas e vender os produtos separadamente, estes deverão passar a ser

vendidos nas caixas da forma como vêm da indústria.

d) adquirir um software de roteirização interligado com a emissão da nota fiscal. Este

software deve definir a rota feita pelos motoristas. O programa também deverá levar em

consideração alguns parâmetros definidos pela empresa, tais como: horário de entrega exigido

pelo cliente, região etc.

e) utilizar algum sistema automatizado para a conferência de estoque ou carga e

descarga do caminhão. A empresa poderá optar por diversos sistemas como, por exemplo,

leitor de código de barras ou o controle por radiofrequência que permite o rastreamento dos

produtos através de microchips implantados nas embalagens.

Além dessas propostas pontuais, propõe-se que a empresa elabore um fluxograma

para entender e conhecer todas as etapas realizadas desde o recebimento do pedido até a

entrega ao cliente, pois o fluxograma apresenta um processo passo a passo, ação por ação, de

modo que todas as ações fiquem registradas no formulário do mesmo. Assim, cada ação

poderá esclarecer o início e o fim do processo trazendo uma maior eficiência para todo o

processo.

O estudo dos problemas até aqui apresentados colaborou para o aumento do

conhecimento relacionado a gestão de processos, bem como servirá de suporte para o

desenvolvimento de ações na empresa que podem otimizar o tempo, minimizar erros e,

consequentemente, reduzir custos operacionais.

A próxima etapa trata das conclusões que a acadêmica chegou depois da análise da

empresa Avícola e Nutrição do Vale Ltda.

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Para o desenvolvimento deste trabalho, foi necessário uma visão geral da empresa,

tendo como foco a área de expedição. Com o objetivo foi de analisar a estrutura

organizacional, bem como os procedimentos adotados pela empresa Avícola e Nutrição do

Vale Ltda., identificando as deficiências na área, propondo melhorias para auxiliar a

organização a otimizar sua expedição.

Para tanto, foram realizadas pesquisas em diversos autores que tratam do tema

proposto relacionando com as características da empresa para poder compreender de que

forma poderia conduzir a pesquisa. Foram feitas entrevistas semiestruturadas e observação do

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processo de gestão da cadeia de suprimentos no sentido de tentar atender os objetivos traçados

inicialmente.

Dessa forma, foram identificadas cinco oportunidades para melhorar os processos

através da implantação de novos controles, processos e métodos de trabalho. São eles:

formulário alternativo com a lista de produtos por pedido, nota fiscal confusa, embalagens,

roteirização e a falta de controle mecanizado.

Para o primeiro e segundo caso, foram definidas melhorias no que se refere ao

controle de entrada e saída de produtos, facilitando o acompanhamento da movimentação dos

mesmos. Para o terceiro caso, foi proposto uma mudança na política de vendas, para o quarto

caso, foi sugerido a implementação de um software de roteirização interligado a emissão da

nota fiscal eletrônica, e para o quinto caso foi sugerido a utilização de algum equipamento

para fazer a conferência dos produtos.

Ao analisar os processos vivenciados na empresa, foi possível detectar onde se

encontravam os erros na expedição dos produtos, portanto, a análise dos processos realizados

na empresa possibilitou o entendimento do problema.

O objetivo principal, que foi a proposta de análise de métodos e processos que

auxiliem na otimização dos processos de expedição foi alcançado, pois ao longo do estudo

percebeu-se que o problema se encontrava, principalmente, na falta de um sistema de controle

de informações e na expedição dos pedidos, como foi demonstrado na etapa anterior.

A empresa forneceu livre acesso para obter as informações necessárias para o estudo,

entretanto, as propostas ainda não foram recebidas pela empresa, e o sucesso de tais propostas

dependerá da aceitação das mesmas.

Se as propostas forem aceitas e implementadas, sugere-se que sejam realizados

estudos complementares a fim de avaliar a obtenção de resultados positivos ou negativos,

eficazes ou não dentro da empresa. A interação do presente estudo com a prática possibilitará

à empresa atender melhor suas reais necessidades com uma adequada organização, tornando-

se mais eficiente na otimização dos processos de expedição.

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