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HIGOR FERNANDO VILELA RAPHAEL BARROS XAVIER DA SILVA OPERACIONALIZAÇÃO DA ATIVIDADE LOGÍSTICA INTERNACIONAL ATRAVÉS DO MODAL RODOVIÁRIO NO BRASIL. UNIVERSIDADE NOVE DE JULHO SÃO PAULO 2010

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HIGOR FERNANDO VILELA

RAPHAEL BARROS XAVIER DA SILVA

OPERACIONALIZAÇÃO DA ATIVIDADE LOGÍSTICA

INTERNACIONAL ATRAVÉS DO MODAL RODOVIÁRIO NO

BRASIL.

UNIVERSIDADE NOVE DE JULHO

SÃO PAULO

2010

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2

HIGOR FERNANDO VILELA RA: 305.102.559

RAPHAEL BARROS XAVIER DA SILVA RA: 307.190.445

OPERACIONALIZAÇÃO DA ATIVIDADE LOGÍSTICA

INTERNACIONAL ATRAVÉS DO MODAL RODOVIÁRIO NO

BRASIL.

UNIVERSIDADE NOVE DE JULHO

SÃO PAULO

2010

Trabalho de conclusão de curso, requisito para a obtenção

do título de Bacharel em Administração com ênfase em

Comércio Exterior, orientado pelo Mestre Claudio Marques

da Silva, Orientador de trabalhos acadêmicos da

Universidade Nove de Julho, campus Vila Maria.

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3

De nihilo nihil. (Nada vem do nada.)

(Lucrécio)

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4

Resumo

Desde sua origem a palavra logística está diretamente ligada ao planejamento e tem

sido estudada, dentre outros motivos, por causa da sua capacidade de reduzir

substancialmente os custos da empresa. Desde a escolha do modal o entendimento

dos custos operacionais, riscos diversos, passando pela escolha da melhor maneira

de fazer a unitização, seja por contêiner ou palete a logística desempenha um papel

fundamental na organização, pois ela faz a ponte entre a empresa e o cliente.

No modal rodoviário percebemos a possibilidade de alcançar grandes distancias

com tempos inferiores aos modais ferroviários e marítimos e percebemos também o

baixo custo em relação ao modal aéreo, dando assim grande vantagem competitiva

a essa modalidade. Os custos relacionados tanto à armazenagem quanto ao

transporte, ou riscos precisam ser calculados, pois caso haja displicência o negócio

pode dar errado e o prejuízo ser muito grande.

Por fim, é importante também escolher as tecnologias para auxiliar no processo

logístico, ferramentas importantes para controle de estoque, posicionamento de

caminhões e softwares para controle financeiro via internet são algumas das

alternativas para auxiliar a empresa a reduzir custos e aumentar a eficiência.

Palavras Chaves: Logística, rodoviário, tecnologia.

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5

Abstract

Since it origin, the Word logistic is right connected to plan and has been studied,

beyond other reason, because it capacity of reduce many costs of company. Since

modal choice and understanding of operational cost, various risks, passing by

choosing of best way to make unitization, be for container or pallets the logistic has

an important way on the organization, because it do the bridge beyond company and

client.

In the Road way, we look possibilities of cross biggest distances with lowest time

then train or vessel, we look yet the low cost compared with air way, giving big

advantage to this modal. The costs relational to package and transport, or risks

needing be calculated, because cause will be donkey the business can stay wrong

and give a lot of prejudice.

Finally, is very important choose Technologies to help in the logistic process,

important tools to stock control, positioning of trucks and software to internet financial

control are some ways to help the company to reduce cost and plus efficiency.

Keywords: Logistic, Road, technology

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6

SUMÁRIO

Assunto Pg.

Epígrafe .................................................................................................. III

Resumo .................................................................................................. IV

Abstract ................................................................................................... V

Introdução 10

Capítulo 1 – O Projeto de Pesquisa

1.1 - Delimitação do tema ...................................................................... 11

1.2 – Justificativa...................................................................................... 11

1.3 – Problema......................................................................................... 11

1.4 – Hipótese .......................................................................................... 12

1.5 – Objetivos.......................................................................................... 12

1.5.1 – Objetivos Gerais ................................................................ 12

1.5.2 – Objetivos Específicos......................................................... 12

1.6 – Metodologia...................................................................................... 13

1.7 – Relevância teórica .......................................................................... 13

Capítulo 2 – Fundamentação Teórica

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7

2.1 - Sobre a importância do processo logístico no comércio internacional 15

2.2 Teorias sobre operacionalização da cadeia logística e informações sobre

transporte rodoviário.................................................................................... 17

2.2.1 PPCP – Planejamento, Programação e controle de produção 17

2.2.2 Sistema Toyota....................................................................... 17

2.2.3 Informações sobre o transporte rodoviário internacional........ 18

Capítulo 3 - Transporte Rodoviário Internacional – Documentação, Legislação

cargas e unitização

3.1 Tipos de transportadores..................................................................... 21

3.2 Vantagens e desvantagens do transporte rodoviário.......................... 22

3.3 Tipos de carga e unitização e acomodação........................................ 23

3.3.1 Unitização.............................................................................. 24

3.3.2 Classificação dos contêineres............................................... 25

3.4 Documentação..................................................................................... 26

3.4.1 CRT....................................................................................... 26

3.4.2 MIC/DTA................................................................................ 27

Captítulo 4 – Analise dos custos

4.1 Custos a serem considerados............................................................. 28

4.2 Custos de estoque.............................................................................. 29

4.3 Custos de transporte............................................................................ 29

4.4 Custos de Transporte x Custos de estoque......................................... 30

4.5 Tipos de demanda e o controle de estoque....................................... 30

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8

Capítulo 5 - A tecnologia a serviço da Logística

5.1 As tecnologias e suas aplicações........................................................ 32

Conclusão.......................................... ...................................................... 34

Referencias Bibliográficas ........................ .............................................. 35

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9

Anexos

Anexo 1 – Tipos de veículos........................ ............................................ 37

Fig 1................................................................................................. 37

Fig 2................................................................................................. 37

Fig 3.................................................................................................. 37

Fig 4.................................................................................................. 37

Anexo 2 – Tipos de contêineres..................... ......................................... 38

Fig 5................................................................................................. 38

Fig 6................................................................................................. 38

Fig 7................................................................................................. 38

Fig 8................................................................................................. 38

Fig 9................................................................................................. 38

Anexo 3 – Conhecimento de embarque (CRT)........... .......................... 39

Anexo 4 – MIC/DTA (Declaração de transito aduaneiro )....................... 40

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10

Introdução

Com a globalização da economia vemos nosso país aumentando constantemente

sua participação no comercio exterior, e para atuar com eficiência existe uma arma

poderosa: A Logística.

Antes chamado, simplesmente, de estoque, a logística ganhou força, principalmente,

por seu caráter versátil, pois passa a considerar o macro e o micro ambiente da

empresa, isto é, os aspectos internos e externos, levando em consideração a parte

mais importante do comércio: O consumidor.

O uso dos vários modais de transporte, moedas estrangeiras, políticas internas de

incentivos necessitam de extremo cuidado, pois qualquer oscilação pode causar

grande prejuízo visto a alta volatilidade do comércio internacional. Por esse motivo

as transações são feitas geralmente em grande escala, pois a grande movimentação

monetária gerada pela transação comercial faz compensar os riscos.

Nesse aspecto a logística atua calculando essas probabilidades de oneração,

prevendo todos os custos e fazendo a interface necessária para que a empresa

atinja seu objetivo: Maximização dos lucros.

Essa interface pode ser entendida como a escolha do melhor modal de transporte,

controle de estoque, calculo de tempo da produção até a entrega, armazenagem e

atuando diretamente para que os objetivos traçados sejam concretizados.

Nesse trabalho acadêmico veremos como a logística pode prever e calcular seus

custos, entender um pouco sobre armazenagem e unitização aliadas ao transporte

rodoviário e também ver as vantagens e desvantagens dessa modalidade em

relação às demais.

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11

Capítulo 1 – O Projeto de Pesquisa 1.1 – Delimitação do tema

Operacionalização da atividade logística internacional através do modal rodoviário

no Brasil visando Mercosul e ALADI.

1.2 – Justificativa

Segundo Menezes (2006) a escolha da cadeia logística (também chamado de

processo logístico, operação logística, rede de suprimentos ou cadeia de

suprimentos) é complexa, devido a isso grandes empresas empregam esforços para

que haja eficiência no processo que vai da fabricação à entrega ao cliente final,

evitando perda de tempo, que por conseqüência onera a empresa.

É importante o planejamento dessa operação logística, partindo da identificação a

carga a ser transportada até o meio de transporte a ser utilizado. Sabe-se que o

transporte rodoviário é muito eficaz para o transporte internacional e devido a seu

custo acessível, a sua versatilidade, pois pode transportar mercadorias de alto valor

agregado e baixo valor agregado com preço relativamente inferior aos demais

modais (por exemplo, em relação ao modal aéreo). Esse modal tem certa vantagem,

frente a outros modais, no quesito tempo de entrega (comparado ao modal

marítimo), quando o objetivo e cumprir curtas distâncias, no caso do Brasil,

MERCOSUL e ALADI.

1.3 – Problema

Sabemos que a logística é a parte de uma organização que é responsável pelo

transporte, movimentação de materiais e armazenagem, entre outras atividades e a

escolha e a operacionalização do processo logístico são importantes para minimizar

custos sem perder eficiência. Sabemos também que a escolha do modal influencia

no custo final e que o transporte rodoviário apresenta a vantagem de ser mais barato

que o aéreo, embora mais lento, e é mais rápido que o modal marítimo, embora mais

caro. Mas o que é operacionalizar a atividade logística e qual a relevância da

escolha da cadeia logística, quais as vantagens e desvantágens do uso do

transporte rodoviário, no frete internacional? Como posso calcular os custos de

armazenamento e frete?

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12

1.4 – Hipótese

Existem inúmeras alternativas no que diz respeito a soluções logísticas a fim de

fazer uso e distribuição internacional de produtos e serviços. A escolha do processo

logístico eficiente prioriza a relação custo-benefício levando em consideração os

custos diretos e indiretos e os facilitadores e restringentes que são: redução do

tempo de entrega, confiabilidade e segurança (MENEZES 2006).

A escolha da cadeia logística leva em consideração as informações acima

apresentadas baseado em alguns fatores fundamentais, para a inserção de um

processo otimizado e eficiente tais como:

• Planejamento operacional, que consiste em identificar a carga e suas

características, saber se uma carga é frágil ou perigosa, saber pesos e

meditas é vital para o sucesso do planejamento, preparar o transporte, que é

descobrir a melhor embalagem, conhecer o processo de armazenamento e

unitização, fazer a marcação da carga para viabilizar o transito aduaneiro.

Escolha do modal: que consiste em saber qual é o melhor meio de transporte

para fazer o frete, nesse caso, falaremos do rodoviário, devido ao custo e

prazo de entrega.

• Custo da operação logística: é necessário calcular o custo de cada parte do

processo logístico, identificando os custos diretos (embalagem, marcação e

unitização, armazenagem etc.), custos indiretos (imobilização de capital,

administrativos etc.), custo de preparação para o transporte, custo de

manuseio, custos financeiros.

1.5 – Objetivos

1.5.1 – Objetivos Gerais

Identificar os aspectos relevantes no processo de escolha da cadeia logística

internacional no Brasil com frete feito através do modal rodoviário e apresentar as

vantagens e desvantagens do uso deste modal.

1.5.2 – Objetivos Específicos.

• Definir o que é operacionalização da atividade logística

• Descrever o processo de preparação para o transporte

• Descrever o processo de identificação e unitização da carga

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13

• Descrever como funciona o transporte rodoviário internacional

• Examinar os de custos de operação

• Examinar o planejamento da operação logística

• Mostrar a tecnologia a serviço da logística internacional

1.6 – Metodologia

O método escolhido para esse trabalho acadêmico foi o dedutivo, buscando vários

pontos de vista e os analisando imparcialmente, entendendo que, se dentre as

várias opiniões distintas e relevantes encontramos pontos pacíficos e comuns, então

essa premissa possivelmente seja verdadeira, pode-se partir da seguinte linha de

raciocínio com base na teoria de Chalmers: Dados observados -> indução -> teorias

-> dedução -> explicações.1

O tema proposto pode ser avaliado da seguinte maneira:

• Empresas com dificuldades de viabilizar seu processo logístico -> dados

observados

• Não possuem o conhecimento adequado para a viabilização -> dedução

• Material pesquisado, revistas, livros e artigos de vários autores -> teoria

• Entendimento da opinião dos autores -> deduções

• Trabalho acadêmico finalizado -> explicações

1.7 – Relevância teórica

MENEZES (2006) Busca mostrar os diferentes aspectos que devem ser levados em

consideração no momento de definir o processo logístico e a operacionalização

desse processo, identificando cada etapa da elaboração, desde o planejamento até

a terceirizaçao do sistema logístico.

AZUA (1987) Identifica os métodos de unitização e armazenagem das mercadorias,

bem como seus custos, identifica também o processo operacional de um frete

internacional.

MOURA JÚNIOR (1986) Mostra a necessidade de economia com seguros e com o

uso de transportadoras confederadas, bem como a economia através da utilização

de equipamentos de unitização de carga.

1 CHALMERS, A. F., Metodologia do trabalho científico, Ed Atlas, São Paulo, 1976, pp. 23-63.

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14

RATTI (2005) identifica os meios de pagamento e os custos financeiros, mostra

como deve ser desenvolvido o processo de ordem de pagamento para o exterior,

orienta quais são as garantias que devem ser utilizadas para fechar acordos e

contratos internacionais.

PEEL (1996) Identifica e analisa as tecnologias a serviço do transporte internacional,

informa também sobre o processo de gestão de logística, orientando como agregar

valor, integrar e flexibilizar a atividade logística internacional.

GOEBEL (1996) Detalha o funcionamento do processo logístico, auxiliando no

calculo das despesas de manutenção de estoque, previsão de risco e escolha do

modal mais adequado para cada operação.

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15

Capítulo 2 – Fundamentação Teórica

2.1 Sobre a importância do processo logístico no co mércio internacional

A palavra logística tem origem francesa, Logistique e sua definição pode ser

encontrada no dicionário Aurélio como: “A parte da arte da guerra que trata do

planejamento e da realização de: projeto e desenvolvimento, obtenção,

armazenamento, transporte, distribuição, reparação, manutenção e evacuação de

material para fins operativos ou administrativos”.

A logística tem sido amplamente estudada devido sua importancia de gerar, para

uma instituição, melhores condições de armazenamento e transporte, gerando

diminuição de custos para a empresa e otimização de processos podendo, em longo

prazo, aumentar a rentabilidade dos negócios.

Dessa maneira podemos citar a operacionalização do processo de logistica como o

movimento da empresa de criar ou escolher uma cadeia logística e colocá-la em

prática, para isso deve-ser haver um planejamento de operação. Há a caracterização

do tipo de carga a ser transportado, preparando-a para o transporte através do

modal escolhido, neste caso o rodoviário.

Depois de planejado detalhadamente esse processo, há a necessidade de fazer os

cálculos dos custos da operação. Igualmente ao processo de produção, os custos do

processo logístico são diretos e indiretos. Os custos diretos são analisados

observando os seguintes aspectos: Tipo de embalagem, tipo de unitização,

marcação da carga, armazenagem, seguro e frete. Já os custos indiretos são os

custos administrativos, como a gestão e supervisão das operações, custo de capital

e etc.

Segundo POZO (2000) é função da logística satisfazer o cliente com o menor custo

possível, para tanto é necessário entender todo o processo que vai desde a

fabricação, passando pela armazenagem, transporte até chegar ao cliente. Esse

processo, também chamado de Atividade Logística ou Rede de Suprimentos, é

regido pelos fatores de direcionamento que são os históricos ou previsões de

demanda dos produtos, freqüência dos pedidos, quantidade por pedidos, quantidade

de produtos, tempo de entrega, pedido mínimo e outros fatores (alguns citados

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16

anteriormente) que são necessários para calcular os custos diretos e indiretos para a

operacionalização desse processo.

Podemos dizer então, que logística não se resume a transporte e sim que ela vai

desde a comunicação até a entrega do produto final ao consumidor

Dentro do comércio exterior, a logística exerce um papel de extrema importância,

pois, com o mundo cada vez mais globalizado, gera o estreitamento das fronteiras o

que contribui para o aumento das transações internacionais. Mas ainda é necessário

haver um número expressivo de operações e seus volumes superiores ao

comercializados no mercado doméstico para que o volume compense os custos

adicionais2. Neste aspecto, a operacionalização da logística visa diminuir o ônus

desprendido com o alto valor das negociações internacionais. Mesmo com as

dificuldades e as necessidades de haver um grande volume, a quantidade de

importações e exportações feitas pelo Brasil e por nossos parceiros no MERCOSUL

e na ALADI tem aumentado, tomando grandes proporções e batendo recordes, mas

ainda o modal marítimo é o mais utilizado, mesmo a alternativa (modal rodoviário)

sendo, muitas vezes mais viável.

Segundo Alaby (2004)3, o transporte é fundamental para o melhor desempenho da

logística internacional e o modelo brasileiro privilegiou as rodovias, em função da

política nacional para incentivar as empresas automobilísticas. Infelizmente, com os

pedágios altos, essa alternativa muitas vezes é dificultada, em contrapartida, temos

melhores condições nas auto-estradas o que o torna um dos melhores modais para

o transporte internacional. Mas apenas isso não basta para que as rodovias sejam

mais utilizadas, é necessário haver a reestruturação do processo, recalcular os

tempos de entrega, custos operacionais, que em curtíssimo prazo geraria gastos

adicionais, mas em longo prazo traria economia à empresa adotante.

2 GOEBEL, Dieter, Logística – Otimização do transporte e estoques na empresa. Disponível em

http://www.ie.ufrj.br/ecex/pdfs/logistica_otimizacao_do_transporte_e_estoques_na_empresa.pdf. Acesso em 02/11/2009

3 ALABY, Michel, Importância da Logística para o Comércio Exterior. Disponível em

http://www.sebraepb.com.br:8080/bte/download/Gest%C3%A3o%5CLog%C3%ADstica/454_1_Arquivos_logcomex.pdf. Acesso em 17/11/2009.

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17

2.2 Teorias sobre operacionalização da cadeia logís tica e informações sobre

transporte rodoviário

O que é operacionalização da cadeia ou processo logístico? Quais as prinipais

teorias de planejamento, desenvolvimento aliados a redução de custos?

Operacionalizção é o processo de tornar operacional, isto é viabilizar, tornar

possível, dar condição de executar um projeto, neste caso, um processo logístico.

Existem inúmeras teorias sobre a operacionalização da cadeia logística e inúmeras

informações referentes ao transporte rodoviário, serão citadas a seguir algumas

dessas teorias e informações com o intuito de auxiliar no entendimento do objeto de

estudo deste material.

2.2.1 PPCP – Planejamento, Programação e controle d e produção.

Sua função é planejar todas as atividades que dizem respeito à produção numa

empresa, seu intuito é organizar a produção da melhor maneira possível e diminuir

os custos de produção. A primeira etapa é planejar, definir como será realizado o

processo de produção, levando em consideração inclusive a capacidade de trabalho

das máquinas. A segunda etapa é programar e está representada pelo plano de

produção já concluído, nesta etapa é mostrado o que fabricar, o quanto, qual

período, quando vai ser liberado, como vai ser transportado e como chegará ao

cliente. O controle de produção visa verificar se as duas primeiras etapas foram

atendidos no prazo certo e na quantidade certa.

Dentro de cada estágio do PPCP existem sub-etapas como o MPS (master

production schedule) que é uma das fases do planejamento, há também o MRP

(Manufacturing Requirement Planning) que são as necessidades dos materiais ou

matéria-prima dentro da etapa de programar e há também o MPP II (Manufacturing

Resource Planning)

2.2.2 Sistema Toyota.

Também focado em diminuir custos e atender o cliente, o Sistema Toyota vai além

desses dois fatores, buscando também aumentar o moral e a segurança dos

colaboradores o envolvendo em todas as partes da organização.

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18

Esse sistema foi desenvolvido especialmente para a manufatura devido ao

entusiasmo da família Toyota principalmente pelo setor automobilístico. Sakichi

Toyota criou um sistema que persegue a eliminação de toda e qualquer perda

conhecido como o “Princípio do Não-custo”. Nesse sistema a Toyota classifica as

perdas em sete grandes grupos, citados abaixo.

• Perda por superprodução (quantidade e antecipada);

• Perda por espera;

• Perda por transporte;

• Perda no próprio processamento;

• Perda por estoque;

• Perda por movimentação;

• Perda por fabricação de produtos defeituosos.

O Principal pilar do sistema Toyota é o JIT (Just In Time). O JIT tem como princípio

que nada deve ser adquirido ou transportado ou produzido se não for realmente

necessário, se não for exatamente a hora certa, com isso diminui os estoques e os

custos decorrentes.

Segundo Cheng e Podolsky (1996)4 o objetivo do Just in time é criar sustentabilidade

e vantagem competitiva frente ao consumidor, tendo uma performance de entrega

superior das mercadorias ou serviços em termos de custo, serviço e qualidade.

Resumindo, o JIT é uma ferramenta bastante utilizada hoje para trazer a

operacionalização do processo logístico, pois diminui os custos com estoque e

entrega o produto para o consumidor no momento exato que ele precisa.

2.2.3 Informações sobre o transporte rodoviário int ernacional.

O transporte internacional no Brasil é legislado pela ANTT5 (Agência nacional de

transportes terrestres) que não coordena apenas o modal rodoviário, mas também o

ferroviário e o dutoviário (gasoduto Brasil-Bolívia por exemplo), essa agencia tem

4 CHENG, Edward, PODOLSKY, Susan, Just in Time manufacturing: an introduction, Ed Champman & Hal,

Londres, 1996

5 Disponível em http://www.antt.gov.br/internacional/apresentacaoint.asp, acesso em 19/11/2009

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19

dentro de seus objetivos fazer a manutenção dos acordos de transporte brasileiros

com os outros países da América Latina, para que o transporte, principalmente o

rodoviário seja facilitado, visto que as leis dos diversos países que compõem a

ALADI e o MERCOSUL, referentes ao transporte, são diferentes. A modalidade

rodoviária tem predominado nos últimos tempos e graças a investimentos e

privatizações das rodovias essa hegemonia deve durar por mais algum tempo,

também podemos creditar aos agentes que cooperam para a eficácia desta

modalidade tais como as novas tecnologias de armazenagem, novos veículos que

proporcionam mais segurança e estabilidade para o condutor, passageiros e carga.

No modal rodoviário são utilizados os seguintes veículos:

• Caminhão, formado por um bloco (cabine e carroceria no mesmo chassi)

• Carreta, composto por duas partes (cavalo mecânico, onde esta a cabine, e o

semi-reboque)

• Treminhão, composto por cavalo mecânico, semi-reboque dois reboques

• Bitrem, composto pelo cavalo mecânico, semi-reboque e um reboque

Dentro das características desse modal, existe uma que é exclusiva e que o

diferencia de todos os outros modais, ele pode trafegar por qualquer via, tendo a

capacidade de transitar com flexibilidade impar no que diz respeito a percursos, o

que dá uma vantagem competitiva muito grande em relação aos demais.

Em contrapartida, segundo AZUA (1987)6 encontramos alguns pontos fracos, ele

não tem muita capacidade de carga e devido ao custo de sua estrutura, o faz um

transporte caro em relação ao marítimo por exemplo. Outro ponto fraco é em relação

a segurança, os veículos são seguros e estáveis, mas estão mais sujeitos a roubos

do que outras modalidades, e muitos tipos de carga não são possíveis de ser

seguradas pelas empresas seguradoras, sendo muito comum a existência de

escolta.

6 AZUA, Daniel. Transporte e seguros marítimos para o exportador. Ed Aduaneiras, SP 1987

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20

Quanto a custos de transporte, é diferente dos outros modais, é cobrado um valor

único, sem os costumeiros custos de embarque e desembarque existentes no

marítimo, aéreo e ferroviário, o Frete é cobrado com base no ponto de recolhimento

ao ponto de entrega sendo acrescido no máximo uma cobrança de Ad valorem.

Ainda para calcular os custos de transportes há a necessidade de pensarmos no tipo

de carga que iremos transportar existem cargas que não apresentam perigo, mas

existem também as cargas perigosas.

Sabendo o tipo de carga, saberemos o tipo de embalagem que deveremos utilizar,

como armazenar, se utilizaremos conteineres ou paleles, podendo assim

dimensionar o custo do frete, sabendo que a relação internacional é de 1 tonelada e

3 metros cúbicos. Por fim, escolhe-se o incotrem para saber as obrigações e

deveres de cada parte. E assim consegue-se calcular o frete de maneira eficiente e

procurando gerar o menor custo possível

Page 21: Tcc Finalizado Definitivo

21

Capítulo 3 - Transporte Rodoviário Internacional – Documentação, Legislação

cargas e unitização.

3.1 Tipos de transportadores

Existem alguns tipos de transportadores, organizados por categorias, sendo pessoas

jurídicas ou informais. Segue abaixo uma relação dessas categorias segundo

NOVAES (1997) e a ANTT.

• ETC – Empresa de transporte de carga – Que são pessoas jurídicas

atuantes na terceirização do transporte terrestre.

• ECP – Empresa de carga própria – São empresas que carregam sua

própria carga, podem ser industriais, comerciais, agrícola, a diferença

entre essa categoria e a anterior é justamente que as ECP fazem seu

próprio transporte rodoviário.

• TAC – Transportadores Autônomos de Carga – Também chamados de

Carreteiro. São pessoas físicas, sem empresa constituída que prestam

serviços transportando cargas para outras empresas, algumas vezes

possuem mais de um veículo e contratam motoristas, porém, sem vínculo

empregatício, esse tipo de transportador não pode atuar no comércio

internacional.

• TRI – Transportadores Individuais – Também não são pessoas jurídicas

constituídas, porém trabalham de modo parecido com as ECP, são

pequenos produtores, ou pequenos comerciantes que fazem a entrega de

sua própria carga, por não poder expedir as documentações necessárias

também não pode fazer frete internacional.

A lei Nº 11.442, de 5 de janeiro de 2007 regula as atividades realizadas das ETCs e

e das TACs, por se tratar de prestação de serviços a terceiros, as ECPs e TRis,

trabalham no transporte de sua própria mercadoria, portanto não são atingidos por

essa lei.

Page 22: Tcc Finalizado Definitivo

22

No quesito cobrança, existem inúmeras diferenças entre os tipos transportadores.

Os transportadores informais cobram, em via de regra, a metade do que empresas

estabelecidas praticam, em contrapartida, as transportadoras legais dão prazo de

pagamento enquanto os informais cobram à vista.7

Recomenda-se que as empresas utilizem seus próprios veículos quando se tratar de

entrega para distâncias menores, pois aumentará a velocidade da entrega viso que

o caminhão ou o carro estará disponível no momento que a empresa achar

adequado a qualquer momento do dia ou do ano.

O DNER e a ANTT são quem legislam sobre o transporte internacional de cargas no

Brasil e uma empresa só pode realizar esse tipo de frete se tiver o cadastro junto ao

órgão. O MERCOSUL ainda não criou todas as normas, sejam sobre veículos ou

alfândega dentro do transporte rodoviário.

3.2 Vantagens e desvantagens do transporte rodoviár io

Quando se trata de transporte rodoviário podemos citar inúmeras vantagens e

desvantagens, abaixo relacionaremos algumas dessas características.

Desvantagens:

• Maior custo de operação – O transporte rodoviário é mais caro que os

transportes ferroviários e fluviais/marítimos, pois, carrega menor

quantidade que eles e ainda afetam as estradas, causando danos,

congestionamentos e, certas vezes, acidentes.

7 Segundo GOEBEL (1996) “Não há qualquer padrão ou termo de comparação com outros países, que

se possa utilizar, quanto à conveniência ou não de utilização, pelo dono da carga, do transporte

rodoviário versus outras modalidades de transporte. É comum a literatura estrangeira propor, por

exemplo, o uso do modo ferroviário para percursos superiores a 500 km.”

No Brasil, porém, esse tipo de raciocínio fica praticamente inviabilizado, pois nossa estrutura é diferente,

podemos propor isso para uma empresa, mas a chance dela executar suas entregas dessa maneira é pequena,

pois a malha ferroviária brasileira atinge apenas uma pequena parte do território nacional. Além disso, deve-se

acrescentar as despesas de transporte até o consumidor final, então, mesmo que o frete ferroviário tenha um

custo menor, as despesas extras inviabilizam essa prática.

Page 23: Tcc Finalizado Definitivo

23

Vantagens:

• Entrega porta a porta – isto é, o Rodoviário é um modal que permite que a

mercadoria adquirida seja entregue diretamente para o consumidor, de

modo com que economize tempo e traga comodidade ao cliente.

• Facilidade de encontrar vias de acesso – O fator de existirem inúmeras

rodovias e estradas viabiliza e até incentiva a escolha do modal rodoviário,

o alto volume vias de acesso estreita as distâncias entres os dois pontos.

• Maior velocidade – Devido às características anteriores, a velocidade do

transporte rodoviário é maior, pode-se entregar uma mercadoria para um

cliente na Argentina com maior velocidade pelo frete rodoviário do que

pelo transporte aéreo, visto que, fora o traslado até o aeroporto mais

próximo, há a necessidade de usar o próprio transporte rodoviário para

chegar até o cliente final.

• Carregamento fácil e rápido – devido ao tamanho do caminhão e sua

capacidade, o carregamento é rápido e fácil, permitindo assim que o

veículo seja despachado com velocidade.

• Substituição fácil do veículo – Em caso de quebra ou acidente é fácil trocar

o caminhão por ouro.

• Cargas menores e fracionadas – Devido ao tamanho do caminhão,

podem-se entregar cargas menores, ou cargas parceladas com eficiência.

3.3 Tipos de carga e unitização e acomodação

Dentro da logística e transporte internacional diferencia-se a carga pelo método de

transporte, citaremos a seguir os principais tipos de carga, que abrangem quase

todos os tipos de mercadoria que são transportadas.

• Carga geral – São cargas consideradas comuns, que são embaladas por

caixas, fáceis de transportar, calcular frete e armazenar.

• Granéis sólidos – São todas as cargas que não possuem embalagem

individual e tomam a forma das embalagens coletivas que estão inseridas:

Ex: Grãos.

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• Líquidos – Os líquidos também são considerados granéis, são

transportados em tanques ou tonéis.

• Neo-Granéis, mercadorias sólidas e homogêneas que são transportadas

em volumes muito grandes. Ex: automóveis.

3.3.1 Unitização

Segundo KEEDIR (2008), entende-se por unitização a conversão de mercadorias

menores em um único bloco, ou as várias mercadorias em unidades padrões com a

finalidade de facilitar a armazenagem e o transporte da carga. Citaremos a seguir

quais são os sistemas mais comuns de unitização existentes.

• Unitização por paletes – Paletes são construídos comumente em madeira

podendo ser encontrado em plástico ou metal, são plataforma padrões

sobre as quais as mercadorias são empilhadas. A unitização pode ser feia

em blocos de 1m x 1m ou 1m x 1,2m sendo a segunda forma a mais

comum, pois, é possível ter mais combinações de armazenagem

justamente por seu formato retangular. Um palete tem duas ou quatro

entradas para os garfos das empilhadeiras e, dentro do comércio

internacional, são protegidos por um plástico chamado de shrink wrapped

necessário para torná-lo impermeável e dificultar danos.

• Unitização por Marino Slings – Utilizados com mais freqüência no

transporte marítimo, pode ser encontrado no transporte rodoviário

principalmente em caminhões de caçamba aberta. Um marino sling é uma

cinta de material sintético, utilizados para transportar sacaria.

• Unitização por Big Bag – como o nome sugere, são sacos, constituídos de

material sintético, utilizados para transportar sacaria. Como seu custo é

maior que do que os marino slings, nunca seguem com a carga, sendo

retirados no momento do embarque. Também possuem maior capacidade

do que os marino slings, chamados também de contêineres flexíveis.

• Unitização por contêiner – padronizado pela ISO, o container se difere dos

demais nesse aspecto, e é considerada parte integrante das unidades do

transporte como os caminhões, suas características são as seguintes:

resistência, fácil de ser preenchida, versatilidade, pode ser transportada

por vários tipos de modais diferentes, projetado para pronta

movimentação.

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Os projetos para a concepção de contêineres datam de 1961 pela ISO. Quando

começaram a definir seu padrões internacionais. Foram projetados justamente para

transitarem entre os modais, os padrões estudados incluem dimensões, resistência,

tolerância e etc.

Um container tem vida útil de no mínimo 8 anos e no máximo 12, dependendo do

material que foi constituído e uma de suas principais peças chama-se Dispositivo de

Canto, é usado para içamento ou imobilização, dando a característica versátil ao

container no sentido de ser utilizado por vários modais diferentes.

3.3.2 Classificação dos contêineres

• Carga Seca – é o tipo mais comum de container, para transporte de carga

em geral.

• Tanque - para cargas líquidas

• De meia altura

• Frigoríficos – para transporte de cargas perecíveis, como carne e frango.

• Open Top – Contêineres com o topo aberto

• Ventilados

• Automotivos

• Para granéis secos

Seja qual for o tipo de contêiner, se fazem necessários a aprovação e certificação do

padrão ISO de qualidade. Contêineres são os principais objetos unitizadores do

comércio internacional.

Existe hoje uma tendência em aumentar os tamanhos dos contêineres,

principalmente no quesito altura, existindo, na atualidade, exemplares que alcançam

facilmente os 10 pés de altura.

Observando essa evolução percebemos que as versões com 20 pés de

comprimento, que antes carregavam 20 toneladas, agora carregam mais de 30 t. Os

de 40 pés de comprimento também já ultrapassam as 30 toneladas, com a diferença

que os mesmos são lotados com base na sua capacidade volumétrica de

armazenamento, unitizando, assim, produtos substancialmente mais leves.

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Mesmo com os variados tipos de contêineres existentes, não existem padronizações

no quesito “mercadorias transportadas”, mesmo nos países mais desenvolvidos, não

há tais regras, então busca-se levar em consideração algumas variáveis que

possibilitam avaliar adequadamente a viabilidade da conteinerização à outras

maneiras de acondicionar a carga.

Essas variáveis são, a quantidade e peso das mercadorias a serem transportadas,

custo da unitização, isto é a o custo de embalagem somados ao custo de se colocar

em caixas e de acomodar em blocos uniformes, previsões de perda e roubo e tempo

de transporte.

3.4 Documentação:

Parte fundamental do transporte rodoviário, são dois os principais documentos do

transporte rodoviário internacional, que apresentam a garantia de que a mercadoria

constante no veículo está legalmente de posse da transportadora e que a mesma

tem autoridade para circular com os produtos pela zona secundária, isto é pelos

territórios nacionais.

3.4.1 CRT:

O CRT é o conhecimento de embarque rodoviário, documento expedido pela

transportadora garantindo que a mercadoria relacionada está sob seus cuidados

garantindo o transporte em boas condições até o local indicado.

3.4.2 MIC/DTA:

O DTA ou declaração de transito aduaneiro é um documento expedido para permitir

o tráfego de mercadorias que ainda não foram nacionalizadas dentro do território

nacional, normalmente utilizada para levar mercadorias de um porto à um porto

seco, ou de um porto seco à um porto.

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Captítulo 4 – Analise dos custos

4.1 Custos a serem considerados

Antes de escolher o melhor processo logístico é necessária a análise dos custos que

viabilizarão o projeto, fazendo escolhas de modo com que se reduzam os gastos até

o limite possível.

Segundo RATTI (2005) é importante, salientar que a cadeia de suprimentos em

questão tem que tem o menor custo com o melhor retorno, pois o objetivo de toda

empresa é o lucro.

Os valores a serem considerados por essa análise são:

• Custos diretos: estão diretamente ligados ao processo, esses custos só

existem por causa dele. Ex: Custo de armazenagem

• Custos Indiretos: Existem mesmo se a atividade não existir, são custos

que atingem o processo embora não tenha sido criada por ele, pode variar

conforme a necessidade.

Tanto custos diretos quanto indiretos podem ser fixos ou variáveis, dependendo de

sua classificação. Eletricidade é custo variável, já custos administrativos são custos

fixos.

O custo total é a soma dos custos fixos e dos custos variados, isto é

Ct = Cf + Cv

Segundo MOURA JÚNIOR (1986) 8Pode ser acrescentado ainda o custo de

oportunidade, que é a perda de dinheiro por optar pelos processos citados ao invés

de investir a mesma quantia e obter maior rendimento.

Logo podemos dizer que:

Ct = Cf + Cv + Co(%)

8 MOURA JUNIOR, Paulo L. Exportação: Risco e seguros. Revista Seguros e Riscos, n. 2, p. 7-13, 1986

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4.2 Custos de estoque

É importante saber quanto o estoque está custado, para saber se é interessante

mantê-lo, ou partir para soluções Just-in-time de todo processo logístico, seja no

âmbito nacional ou internacional. Para calcular esse custo de determinado material,

utilizaremos a seguinte formula:

Custo de armazenagem = Q/2 x T x P x I

Sendo:

Q = Quantidade de material em estoque no tempo considerado

P = Preço unitário do material

I = Taxa de armazenamento, expressa geralmente em termos de

porcentagem do custo unitário.

T = Tempo considerado de armazenagem

Esse calculo precisa ser feito com todos os itens de estoque, para chegar ao valor

final, isto é o custo de armazenagem do estoque total, basta somar todos resultados.

4.3 Custos de transporte

Para calcular o custo de transporte é necessário levar em consideração diversos

fatores, dentre eles estão o tipo de carga, se a mercadoria é urgente, como está

unitizada, distância, peso e riscos diversos. HANDABAKA (1994) e BALLOU (1993)

afirmam que esses custos devem ser previstos cautelosamente para que não haja

surpresa na hora de pagar seu frete, se o caminhão pertence a empresa, é inserido

outros custos tais como salário do motorista, risco de quebra do veículo,

manutenção do veículo, combustível entre outros.

Veremos a seguir uma breve analise dos principais custos a serem calculados no

momento de planejar o transporte rodoviário do ponto de vista de uma empresa

contratante.

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4.4 Custos de Transporte x Custos de estoque

“O desafio, diante do qual se encontra o administrador logístico, é que os

custos das atividades a ele subordinadas não caminham todas no mesmo

sentido, ou seja, à medida que os custos correspondentes a uma

atividade crescem há uma compensação, de modo que os custos de outra

operação, vinculada à mesma atividade logística caem.” (GOEBEL,

Dieter, Logística – Estudos em Comércio Exterior Vol. 1, UFRJ, Rio

de Janeiro, 1996, p. 9)

Diante da afirmação acima podemos dizer que: se os estoques aumentam, os custos

de manutenção desse estoque, tais como, administração e armazenagem, também

aumentam, em contrapartida, diminuem-se os custos de transporte, pois grandes

quantidades de mercadoria precisam ser armazenadas em grandes galpões e

podem ser adquiridos com fretes mais baratos, e devido ao aumento da quantidade

de entregas, o custo de transporte cai. Sendo essa uma máxima.

A grande questão consiste, como quaisquer outras relações, encontrar o ponto de

equilíbrio.

.

4.5 Tipos de demanda e o controle de estoque

É importante conhecer os tipos de demanda para poder direcionar o foco do controle

de estoque e assim poder analisar os custos e assim calcular os volumes que a

Ponto de equilíbrio

Gráfico do ponto de equilíbrio

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empresa terá de cada produto. Segundo GOEBEL (1996, p. 10) “dividir os estoques,

segundo a natureza da demanda, é a primeira medida necessária”,

Para fazer tal classificação deve-se entender que demanda permanente são

compostos por produtos que não possuem grandes variações de venda durante o

ano e a aquisição para complementar estoque é contínua e periódica. Sazonalidade

ou demanda sazonal diz respeito a produtos que tem picos e vales durante o ano,

Ex: biquínis e maiôs, citando a moda ou sorvetes, citando alimentos. Há também a

demanda irregular, difícil de fazer previsão devido ao comportamento irregular das

vendas dos produtos. Por fim existe a demanda em declínio, que acontece quando a

demanda chega ao fim e por certo serão trocados, nesta fase não há muito estoque

desses produtos

Abaixo segue uma tabela elaborada por GOBEL, da relação de tipos de demanda e

controle de estoque9

Tipo de Demanda Controle dos Estoques Orientado para:

PERMANENTE Previsão de demanda por item do inventário;

Quando deve ser realizado o ressuprimento;

Definição do tamanho do lote de ressuprimento.

SAZONAL Previsão acurada do nível de demanda futuro;

Época em que ocorrerá o pico

IRREGULAR Previsão de vendas preciso, (notadamente para

produtos com tempos de ressuprimento muito

longos ou pouco flexíveis)

EM DECLÍNIO Quando e quanto deve ser estocado, período a

período, até o final das vendas

9 GOEBEL, Dieter, Logística – Estudos em Comércio Exterior Vol. 1, UFRJ, Rio de Janeiro, 1996

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O autor informa ainda que existem alguns custos relacionados à gestão de estoques

tais como os custos de manutenção , e aqui podemos incluir todos os custos já

analisados, inclusive custos de oportunidade, custos de perdas por deterioração,

dano, roubo, risco do produto ficar obsoleto.

Há ainda os custos de aquisição , e como estamos falando de logística

internacional, refere-se aos custos de importação, frete internacional, seguros,

negociação, viagens internacionais e etc.

E por fim, temos os custos de falta, que são justamente as vendas perdidas, seja

qual for o motivo: O cliente cancelou a compra, o item está em falta, atrasou a

entrega etc.

Todos esses problemas geram custos tanto para o fornecedor quanto para o cliente,

pois ambos têm que reprogramar suas atividades. É importante que se leve em

consideração todos esses aspectos, a fim de que esses gastos sejam minimizados e

haja satisfação para as partes.

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Capítulo 5 - A tecnologia a serviço da Logística

PEEL (1995)10 afirma que, hoje, no mundo globalizado, a tecnologia se faz presente

em todos os aspectos da humanidade, inclusive na esfera logística. Há muitas

ferramentas que auxiliam o empresário, gestores e colaboradores desta área

importantíssima na empresa.

A tecnologia está em toda parte, seja em avanços nos instrumentos de um

caminhão, empilhadeiras, computadores e demais utilidades que facilitam o serviço

e garantem a eficácia do processo logístico tanto no âmbito nacional quanto

internacional.

Nesse capítulo abordaremos a tecnologia no campo da informação, mostrando

algumas ferramentas digitais que são de grande valia para o aumento da velocidade

do processo logístico, obtendo acréscimo de eficiência e eficácia.

5.1 As tecnologias e suas aplicações

É inegável a gigantesca colaboração que a tecnologia da informação deu para todos

os campos do conhecimento, dentro da logística esse auxilio vem crescendo de

velozmente, e torna-se perceptivo diante das inúmeras atividades de e-commerce,

onde necessita de velocidade do processo, que vai da compra, efetuada via internet

à entrega em um sistema door to door, isto é, do estoque, diretamente ao

consumidor.

CASTANHO (2005)11 afirma que a fidelização das marcas, produtos e clientes e a

redução de custos obrigou as empresas a buscarem tecnologia para melhorar a

qualidade de seus serviços, afirma ainda que a informação é a base do

gerenciamento do processo logístico. Abaixo citaremos essas tecnologias e suas

utilidades.

10

PEEL, Robert. Information Technology in the express transport industry logistic. Information

managemente, V.8, n.3, p.18-21 - 1995

11 CASTANHO, Clovis, A tecnologia a serviço da logística – Revista Marketing Direto, n. 37 p. 24 a 26, 2005

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33

• WMS – Warehouse Management System: O WMS é utilizado para controle

de estoque, gerenciando toda movimentação de materiais. É um sistema

que usa redes wireless local conectados a leitores de código de barras.

• GPS – Global Positioning System: O sistema de posicionamento global

mostra a localização de um objeto determinado com a precisão de menos

de 1 metro, para sua comunicação é necessário um satélite responsável

pela transmissão de dados.

• E-billing, E-commerce Fulfillment: Ferramentas para automatização da

informação, usadas via internet. O e-billing é uma ferramenta financeira

para lojas virtuais, usada para validação do local de entrega, calcular frete,

rastrear remessas, ferramenta muito usada no e-commerce, que é o

processo de compra e entrega via internet.

• RF-ID – Radio Frequency Identification: Microchips que são colocados nas

mercadorias, emitem um sinal em radio freqüência para um receptor que

da baixa no estoque automaticamente ou cria um novo pedido.

Muitos de nós já usufruímos dos benefícios que essas ferramentas trazem, podemos

percebê-las atuando quando fazemos nossas compras via internet utilizamos o e-

billing, os caminhões são monitorados via sistema de posicionamento global, a

mercadoria é baixada no estoque da empresa através de um mecanismo WMS, e

muitos locais fora do Brasil já utilizam o RF-ID, essa ultima tecnologia sendo a

menos utilizada devido a seu alto custo (cerca de US$ 1.00 por cada microchip).

Os benefícios que esses sistemas trazem vão além do âmbito local, do estoque

local, pode-se fazer um controle logístico remoto, através de um computador com

acesso a internet em qualquer parte do mundo, basta existir um sistema extranet ou

utilizar software que possibilitam acesso remoto a um computador qualquer que

esteja conectado na rede mundial de computadores.

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Conclusão

A escolha da cadeia logística depende de diversos fatores, a descoberta desses

fatores pode determinar o sucesso do seu empreendimento, todas as fases dessa

escolha demandam tempo, força de vontade, conhecimento da área e análise das

reais intenções da empresa.

Desde o princípio do processo, isto é, o produto chegando do fabricante ou da

produção, se faz necessário a previsão dos custos para armazenagem, escolha do

modal adequado, o armazenamento, a unitização, para que toda essa rede não

cause prejuízo a empresa. É necessário entender que nem sempre é viável ter

estoques, e a atual tendência do mercado é justamente não ter materiais parados,

muitas empresas tem se utilizado de ferramentas como o Just-in-time, com o

pensamento de estoque zero. Muitas empresas, porém, necessitam de um estoque,

por diversos motivos, seja pela velocidade com que necessitam abastecer os

clientes, ou por previsão de demanda e barateamento dos custos de produção.

Porem independente da filosofia do empreendimento para controle de estoque,

essas empresas necessitam de conhecimento para que tenham a maior economia

possível, dentro de um processo logístico eficiente, conseguindo dessa maneira

fidelizar clientes, fornecedores e buscar o sucesso. Para auxiliar nesse árduo

caminho, poderá contar com ferramentas digitais que, certamente, trarão benefícios

para esse importante setor do comércio e assim conseguir aumentar sua eficiência e

eficácia.

Finalizando, o entendimento do funcionamento de todo processo logístico, aliado a

escolha do modal rodoviário para entregas dentro do território nacional, MERCOSUL

e ALADI podem trazer benefícios e economia para as empresas.

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35

Referências Bibliográficas

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em

http://www.sebraepb.com.br:8080/bte/download/Gest%C3%A3o%5CLog%C3%ADsti

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Disponível em

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36

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Marinha Mercante Brasileira: Perspectivas e Funções na Integração Competitiva

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VASCONCELOS, Marco Antonio S. (organizador). Gestão de negócios

internacionais , Ed Saraiva, RJ 2006

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37

Anexo 1 – Tipos de veículos

Caminhão, formado por um bloco (cabine e carroceria no mesmo chassi)

Carreta, composto por duas partes (cavalo mecânico, onde esta a cabine, e o semi-

reboque)

Treminhão, composto por cavalo mecânico, semi-reboque dois reboques

Bitrem, composto pelo cavalo mecânico, semi-reboque e um reboque

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Anexo 2 - Tipos de Contêineres

Conteiner tipo Dry Conteiner tipo Open Top

Conteiner tipo tanque Conteiner tipo Plataforma

Conteiner tipo Frigorífico

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Anexo 3 – Conhecimento de embarque (CRT)

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40

Anexo 4 – MIC/DTA (Declaração de transito aduaneiro )