tcc - estudo comparativo da linha editorial das revistas veja e carta capital

93
UNIVERSIDADE BRAZ CUBAS COMUNICAÇÃO SOCIAL JORNALISMO ESTUDO COMPARATIVO DA LINHA EDITORIAL DAS REVISTAS VEJA E CARTA CAPITAL MOGI DAS CRUZES 2014

Upload: luciane-gunji

Post on 23-Nov-2015

618 views

Category:

Documents


35 download

DESCRIPTION

Estudo Comparativo da Linha Editorial das revistas Veja e Carta Capital de Angélica Braga Barbosa, Cristiane Neres Martins e Luciane Mitie Gunji está licenciado com uma Licença Creative Commons - Atribuição-NãoComercial-SemDerivações 4.0 Internacional.

TRANSCRIPT

  • UNIVERSIDADE BRAZ CUBAS

    COMUNICAO SOCIAL JORNALISMO

    ESTUDO COMPARATIVO DA LINHA EDITORIAL

    DAS REVISTAS VEJA E CARTA CAPITAL

    MOGI DAS CRUZES

    2014

  • ANGLICA BRAGA BARBOSA

    CRISTIANE NERES MARTINS

    LUCIANE MITIE GUNJI

    ESTUDO COMPARATIVO DA LINHA EDITORIAL

    DAS REVISTAS VEJA E CARTA CAPITAL

    Trabalho de Concluso de Curso (TCC)

    apresentado ao curso de Graduao em

    Comunicao Social Jornalismo da

    Universidade Braz Cubas, como requisito

    parcial obteno do ttulo de Bacharel em

    Jornalismo.

    Orientadores e co-orientadores: Claudio

    Luiz da Silva, Lia Leal e Lucimar Gonalves

    MOGI DAS CRUZES

    2014

  • ANGLICA BRAGA BARBOSA

    CRISTIANE NERES MARTINS

    LUCIANE MITIE GUNJI

    ESTUDO COMPARATIVO DA LINHA EDITORIAL

    DAS REVISTAS VEJA E CARTA CAPITAL

    Trabalho de Concluso de Curso (TCC)

    apresentado ao curso de Graduao em

    Comunicao Social Jornalismo da

    Universidade Braz Cubas, como requisito

    parcial obteno do ttulo de Bacharel em

    Jornalismo.

    Data de entrega: 30 de maio de 2014

    Resultado: _____________________

    BANCA EXAMINADORA

    ________________________________

    Orientador

    ________________________________

    Convidado

    ________________________________

    Convidado

  • DEDICATRIA

    Aos familiares e amigos que nos

    apoiaram e acreditaram em ns. Aos

    professores que nos incentivaram e

    orientaram a chegar at o fim.

  • AGRADECIMENTOS

    Algumas poucas palavras neste papel no so capazes de demonstrar o

    quanto somos gratos queles que nos apoiaram nessa jornada. No precisamos

    citar publicamente o nome daqueles que corremos para abraar em resposta ao

    prazer de sabermos que temos nosso trabalho reconhecido por pessoas que

    realmente do valor ao que fizemos nos ltimos trs anos e meio.

    Eles sabem quem so. Eles so aqueles que nos ajudaram estendendo a

    mo em todos os sentidos: financeiramente e emocionalmente. Eles estiveram

    sempre ao nosso lado, dispostos a ajudarem para que este trabalho fosse concludo

    com sucesso.

    Tendo ou no os agradecimentos direcionados, de qualquer forma,

    diretamente ou indiretamente, estas palavras podem ser para voc.

  • As pessoas no sabem o que querem, at mostrarmos a ela.

    (Steve Jobs)

  • RESUMO

    O presente trabalho apresenta uma profunda anlise das linhas editoriais das

    revisas Carta Capital e Veja, dois importantes veculos de comunicao do Pas.

    Foram escolhidos os editoriais referentes ao dia 25 de setembro de 2013, perodo

    que compreende ao retorno do julgamento do Mensalo, trazendo o reflexo sobre os

    discursos focados por cada linha editorial, concluindo que as editorias estudadas

    manipulam as informaes de acordo com sua poltica editorial. Como forma de

    introduzir o estudo comparativo dos elementos de composio da mensagem, o

    trabalho ainda oferece uma contextualizao sobre comunicao, jornalismo,

    reportagem e reportagem em revista, angulao, edio (captao de dados,

    formulao da mensagem, fontes e abordagem), elementos da notcia (lide) e a

    estrutura geral (fotos, imagens e infogrficos). Finalizando o trabalho, o presente

    estudo ofereceu o desenvolvimento de uma revista, produto resultante das

    orientaes prticas propostas em sala de aula na disciplina Oficina de Meios

    Interativos.

    Palavras-chave:Carta Capital, linha editorial, jornalismo, Mensalo, reportagem,

    revista, Veja.

  • ABSTRACT

    This paper presents a thorough analysis of the editorial lines of magazinesVeja

    andCarta Capital, two major media outlets in the country editorials concerning the

    day September 25, 2013, a period that includes the return of the trial Mensalo were

    chosen, bringing the reflection on discourses focused by each editorial, concluding

    that the editors studied "manipulate" the information in accordance with its editorial

    policy. As a way to introduce the comparative study of the elements composing the

    message , the paper also provides a contextualization of communication, journalism,

    reporting and reporting in magazine angulation, editing (capture of data , formulation

    of message sources and approach) , elements of news (deal) and structure (photos ,

    pictures and graphics). Finishing work, this study offered the development of a

    revised product resulting from the proposed practice guidelines classroom discipline

    Workshop Interactive Media.

    Keywords:Carta Capital, editorial, journalism, Mensalo, article, magazine, Veja.

  • LISTA DE ILUSTRAES

    Ilustrao 1 -Grfico sobre o sexo dos participantes da pesquisa de campo ......... 37

    Ilustrao 2 -Grfico sobre a idade dos participantes da pesquisa de campo ........ 38

    Ilustrao 3 - Grfico sobre a escolaridade dos participantes da pesquisa de campo

    .................................................................................................................................. 38

    Ilustrao 4 Grfico sobre a frequncia da leitura de revistas dos participantes da

    pesquisa de campo .................................................................................................. 38

    Ilustrao 5 - Grfico sobre as revistas mais lidas pelos participantes da pesquisa de

    campo ....................................................................................................................... 39

    Ilustrao 6 - Grfico sobre as preferncias dos participantes da pesquisa de campo

    referentes s revistas ............................................................................................... 39

    Ilustrao 7 - Grfico sobre os assuntos mais procurados nas revistas pelos

    participantes da pesquisa de campo ........................................................................ 40

    Ilustrao 8 - Grfico sobre os hbitos dos participantes da pesquisa de campo

    referentes televiso ............................................................................................... 40

    Ilustrao 9 - Grfico sobre os hbitos dos participantes da pesquisa de campo

    referentes ao rdio................................................................................................... 41

    Ilustrao 10 - Grfico sobre o interesse por poltica dos participantes da pesquisa

    de campo.................................................................................................................. 41

    Ilustrao 11 - Grfico sobre o acompanhamento dos participantes da pesquisa de

    campo no caso do Mensalo ................................................................................... 42

    Ilustrao 12 - Grfico sobre o veculo de comunicao utilizado pelos participantes

    da pesquisa de campo para acompanhar o caso do Mensalo............................... 42

    Ilustrao 13 - Grfico sobre o tipo de informao sobre o Mensalo que mais

    despertou o interesse dos participantes da pesquisa de campo ............................. 43

    Ilustrao 14 - Grfico sobre a opinio dos participantes da pesquisa de campo

    referente a atuao da imprensa na divulgao das informaes ........................... 43

    Ilustrao 15 - Grfico sobre a opinio dos participantes da pesquisa de campo

    referente a manipulao da mdia no caso do Mensalo ......................................... 43

    Ilustrao 16 - Grfico sobre a opinio dos participantes da pesquisa de campo

    referente aos editoriais no caso do Mensalo .......................................................... 44

  • Ilustrao 17 - Grfico sobre a crena dos participantes da pesquisa de campo na

    poltica....................................................................................................................... 44

    Ilustrao 18 Grfico sobre a opinio dos participantes da pesquisa de campo

    referente compra de uma revista sobre poltica .................................................... 47

  • LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

    PTB Partido Trabalhista Brasileiro

    PUC Pontifcia Universidade Catlica

    RJ Rio de Janeiro

    SP So Paulo

    STF Supremo Tribunal Federal

    UBC Universidade Braz Cubas

    UERJ Universidade Estadual do Rio de Janeiro

    UFF Universidade Federal Fluminense

    UFMG Universidade Federal de Minas Gerais

    UNB Universidade de Braslia

  • SUMRIO

    INTRODUO 14

    1. CONTEXTUALIZAO 15

    1.1. COMUNICAO E JORNALISMO 15 1.2. REPORTAGEM 16 1.2.1. REPORTAGEM EM REVISTA 19

    2. ESTUDO COMPARATIVO 22

    2.1. LINHA EDITORIAL 22 2.2. ANGULAO 23 2.3. EDIO 24 2.3.1. CAPTAO DE DADOS 25 2.3.2. FORMULAO DA MENSAGEM 25 2.3.2.1. FOTOS E IMAGENS 25 2.3.2.2. INFOGRFICOS 26 2.3.3. FONTES 26 2.4. ELEMENTOS DA NOTCIA 27

    3. ANLISE GERAL 30

    PRTICA JORNALSTICA

    1. PESQUISA DE CAMPO 31

    1.1. TEMA 31 1.2. METODOLOGIA 31 1.3. PROBLEMA 31 1.4. HIPTESES 31 1.5. JUSTIFICATIVA 31 1.6. OBJETIVOS 32 1.6.1. GERAL 32 1.6.2. ESPECFICOS 32 1.7. AMOSTRAGEM 32 1.8. ABORDAGEM 33 1.9. QUESTIONRIO MODELO 33 1.10. RESULTADOS 37 1.11 ANLISE 47

    2. PROJETO EDITORIAL 48

  • 2.1. REVISTA PLIS 48 2.1.1. APRESENTAO 48 2.1.2. PUBLICAO 48 2.1.3. OBJETIVO 48 2.1.4. JUSTIFICATIVA 48 2.1.5. PBLICO-ALVO 49 2.1.6. POLTICA EDITORIAL 49 2.1.7. LINGUAGEM 49 2.1.8. FUNO 49 2.1.9. EDITORIAS (SEES) 49 2.1.10. DISTRIBUIO 50 2.1.11. PERIODICIDADE 50 2.1.12. NMERO DE PGINAS 50 2.1.13. TIPOS DE MATRIAS 50 2.1.14. IDENTIDADE VISUAL 50 2.2. PROJETO GRFICO 50 2.2.1. TIPOGRAFIA 51 2.2.2. DIMENSES 51 2.2.3. MARGENS E COLUNAS 51 2.2.4. SUPORTE (TIPO DE PAPEL) 51 2.2.5. PROCESSO (IMPRESSO) 51 2.2.6. CORES 51 2.2.7. FORMATO DO LAYOUT 51 2.2.8. IMAGENS 51 2.2.9. ACABAMENTO 51 2.2.10. ENCADERNAO 52

    CONSIDERAES FINAIS 53

    REFERNCIAS E BIBLIOGRAFIA 54

    APNDICES 57 ANEXOS 92

  • 14

    INTRODUO

    Quando se fala em poltica e corrupo, a maioria das pessoas diz no se

    interessar por esses temas. Grande parte atribui esse desinteresse ao fato de

    acreditarem que nada mudar em suas vidas ou na vida poltica do Pas se eles

    tiverem mais ou menos informaes sobre o assunto.

    Em 2005, surgiram os primeiros rumores do que seria um dos maiores

    escndalos da poltica brasileira, o Mensalo. Aps as denncias feitas pelo ex-

    deputado federal Roberto Jefferson (PTB-RJ), em entrevista ao jornal Folha de So

    Paulo, a populao e a mdia tomaram conhecimento sobre o assunto.

    O termo Mensalo foi criado e difundido pela imprensa, e tem relao com a

    palavra mesada, pois era atravs de pagamentos mensais que os parlamentares

    recebiam o dinheiro do esquema para favorecer as votaes de interesse do

    Governo Federal.

    O Mensalo um assunto que teve e ainda tem grande espao nos meios de

    comunicao. O julgamento do caso, em especial, ganhou destaque e foi capa das

    principais revistas semanais do pas.

    Como se d construo da notcia; por que o mesmo assunto abordado de

    forma to diferente entre os veculos; a linha editorial de um veculo tem influncia

    direta sobre o que ser destaque ou no? Essas so algumas questes que este

    artigo objetiva esclarecer.

  • 15

    1. CONTEXTUALIZAO

    1.1. COMUNICACAO E JORNALISMO

    De acordo com o Dicionrio Houaiss da Lngua Portuguesa (2009), a palavra

    comunicao possui 21 significaes, dentre as quais possvel destacar uma:

    processo que envolve a transmisso e a recepo de mensagens entre uma fonte

    emissora e um destinatrio receptor, no qual as informaes, transmitidas por

    intermdio de recursos fsicos (fala, audio, viso, etc) ou de aparelhos e

    dispositivos tcnicos, so codificadas na fonte e decodificadas no destino com o uso

    de sistemas convencionados de signos ou smbolos sonoros, escritos, iconogrficos

    ou gestuais.

    Desta forma, podemos esclarecer que a comunicao muito mais do que o

    ato de comunicar-se. Trata-se de uma atividade profissional com conhecimentos,

    tcnicas e procedimentos, dirigida a um grupo de pessoas heterogneo (HOUAISS,

    2009). , acima de tudo, desenvolver a sensibilidade de associar um signo e um

    objeto para formar linguagens e ramificar o sistema (DAZ BORDENAVE, 2006).

    Daz Bordenave (2006) afirma que a evoluo da linguagem fez com que os

    meios de comunicao se desenvolvessem. Por exemplo, Gutenberg inventou a

    tipografia e o papel pode ser impresso repetidamente, de modo a aumentar a

    distribuio de exemplares. Com a inveno da fotografia, o impacto da

    comunicao visual inspirou a criao e transmisso das imagens via televiso. E

    ainda vale ressaltar a importncia da influncia social para o aumento da difuso. O

    rdio levou a voz do homem para lugares isolados, o cinema ofereceu uma forma de

    expressar a realidade e a televiso uma juno do cinema e do rdio.

    Mas para que serve a comunicao e por que ela to importante?

    Serve para que as pessoas se relacionem entre si, transformando-se mutuamente e a realidade que as rodeia. Sem a comunicao cada pessoa seria um mundo fechado em si mesmo. Pela comunicao as pessoas compartilham experincias, ideias e sentimentos. Ao se relacionarem como seres interdependentes, influenciam-se mutuamente e, juntas, modificam a realidade onde esto inseridas. (BORDENAVE, 2006, p. 36)

    Em relao importncia, vlido elencar os elementos bsicos da

    comunicao que interferem nas fases do processo: situao ou realidade,

  • 16

    interlocutores, contedos ou mensagens, signos e meios. Para Bordenave (2011) a

    comunicao, , de fato, um sistema linear e ordenado que envolve a participao

    do nosso crebro, que implica diretamente em nossa capacidade de interao,

    seleo, percepo, decodificao, interpretao, incorporao e, por fim, de reao

    Ainda de acordo com o autor, embora no haja limites para o homem e a

    comunicao, o poder de comunicar-se constri, positivamente, nossa capacidade

    de expresso, relacionamento e participao. O Jornalismo, neste caso, uma

    atividade profissional que contribui para o processo, j que utilizamos a

    comunicao para coletar, investigar, analisar e transmitir periodicamente ao grande

    pblico, informaes da atualidade, utilizando veculos (jornal, revista, rdio,

    televiso, etc.) para difundi-las (HOUAISS, 2009).

    Rossi (1998), renomado jornalista brasileiro, denomina o jornalismo,

    independentemente de qualquer definio acadmica, uma fascinante batalha pela

    conquista das mentes e coraes de seus alvos: leitores, telespectadores ou

    ouvintes. Trata-se de uma batalha geralmente sutil e que usa uma arma de

    aparncia extremamente inofensiva: a palavra. Mas uma batalha nem por isso

    menos importante do ponto de vista poltica e social, o que justifica e explica as

    imensas verbas canalizadas por governos, partidos, empresrios e entidades

    diversas para o que se convencionou chamar veculos de comunicao de massa.

    Em uma sociedade moderna, os meios de comunicao so as principais

    fontes de informao, o jornalismo tem papel fundamental na divulgao de notcias,

    prestao e de servio entre outros. O jornalista e o jornalismo tm o compromisso

    com a verdade e com aqueles que consomem as informaes, por isso

    fundamental que os fatos sejam apurados de forma correta e que as fontes

    consultadas sejam seguras, destaca Rossi (1998).

    1.2. REPORTAGEM

    A reportagem uma das principais atividades/funes jornalsticas, que

    consiste em adquirir informaes sobre determinado assunto ou acontecimento para

    veicular em rgos da imprensa (HOUAISS, 2009). Mas como produzir uma boa

    reportagem, os processos e os fundamentos prticos e tericos da produo do

    contedo?

  • 17

    Uma das principais caractersticas da reportagem desempenhar uma funo

    mais explicativa para o leitor. Para Lage (2011), ao contrrio da notcia, por exemplo,

    ela feita com o objetivo de esclarecer um fato de forma mais abrangente, podendo

    mostrar vrios ngulos de um mesmo assunto, no necessariamente seguindo uma

    ordem cronolgica e ainda podendo ser escrita de uma forma literria.

    Para Lage (2011), o contedo exposto nas reportagens, alm de ser

    verdadeiro, precisa estar bem escrito e fazer com que seus argumentos encantem

    o leitor, bem como chame sua ateno e tambm o envolva com o assunto. Ou seja,

    temos que mostrar algo a mais:

    O pblico pessoas comuns, no os segmentos engajados pragmtico: para entusiasmar-se por uma ideia, no lhe basta que parea verdadeira; preciso que seja exequvel. Assim, o discurso revolucionrio costuma funcionar apenas, em termos de mobilizao ampla, quando apoiado em estrutura poltica suficientemente poderosa ou quando responde a uma situao de real desespero. (LAGE, 2011, p. 13)

    As grandes reportagens surgem de notcias que impactam a populao e

    geram nela algum tipo de repercusso. Os assuntos de interesse pblico, por

    exemplo, so transformados em reportagem porque possvel trabalhar melhor o

    assunto e abordar ngulos que a notcia, por sua caracterstica imediatista, no

    consegue (LAGE, 2011).

    Em relao entre a reportagem e o pblico, Lage (2011) ressalta o

    sensacionalismo utilizado em algumas produes, dizendo que, para atingir a funo

    socializadora, preciso envolver o pblico, abordando temas que o empolgue e

    tentando tornar a realidade fascinante aos olhos e ouvidos dos receptores. Alm de

    gerar impacto, o objetivo da reportagem propor ao receptor uma reflexo sobre o

    que foi exposto e, quando bem escrita, as palavras podem ser usadas como armas

    do profissional de comunicao, neste caso, o jornalista.

    A reportagem uma atividade que apresenta funes multimodais, pois

    criada a partir da juno de vrios recursos, tais como o texto, a imagem e o

    infogrfico, que uma juno dos dois. A mistura desses recursos torna o assunto

    mais compreensivo, fazendo com que tenha uma funo educativa e permitindo que

    o direcionamento explicativo seja absorvido pelo receptor (LAGE, 2011).

    Para entender melhor como aligao entre reportagem e conhecimento

    ressaltam a importncia da atividade em termos educativos, a explicao simples:

  • 18

    As reportagens so gneros multimodais, ou seja, so riqussimos na utilizao de diferentes formas de interao textual, possibilitando o desenvolvimento de habilidades de leitura de outras linguagens, alm da linguagem verbal tradicionalmente considerada na escola. Com as inovaes tecnolgicas, as reportagens apresentam a escrita de uma forma ousada. E sua forte presena na vida cotidiana est alterando a forma de leitura e de apreenso do conhecimento, pois, as informaes so apresentadas de forma sucinta, concisa, associando recursos visuais a textos explicativos. (GAYDECZKA, 2007, p. 108)

    Quanto produo da reportagem, de acordo com Lage (2011), necessrio

    alguns elementos, como uma boa pauta, para que o reprter tenha um

    direcionamento sobre como a matria dever ser feita. E, claro, fontes confiveis,

    porque o que ser mostrado estar baseado nas informaes cedidas por elas.

    As fontes, ainda sob o ponto de vista de Lage (2011), so os pilares da

    produo e atravs delas que os assuntos ganharo, ou no, credibilidade. Existe

    ainda um alerta para os jornalistas: deve-se tomar muito cuidado com elas, pois a

    mentira algo muito suscetvel entre os entrevistados.

    A escolha das fontes precisa garantir a veracidade das informaes, portanto,

    possvel fazer interpretaes e reconstituies dos fatos pelas entrevistas. Desta

    forma, segundo Lage (2011) possvel que sejam feitas apuraes atravs de

    dilogos e coletas de informaes de interesse e, tanto o jornalista quanto as

    pessoas selecionadas para falar sobre o assunto, todos devem estar cientes da

    responsabilidade sobre o que ser exposto ao pblico.

    Lage (2011) explica que existem dois tipos de reportagem e ambas so

    importantes para o leitor: interpretativa e investigativas. Porm, ambas possuem

    focos de produo diferentes. Enquanto a interpretativa objetiva em oferecer ao

    leitor uma interpretao do fato, ou seja, um lado que pode ou no ser verdico, o

    investigativo tambm mostra uma interpretao ao receptor, mas ele se baseia nos

    dados e informaes que investigou, ou seja, est pautado em argumentos e provas

    concretas.

    Um dos grandes riscos do jornalismo interpretativo subordinar a matria a

    crenas ou teorias no comprovadas, transformando a informao em opinio,

    diante da qual o receptor poder apenas concordar ou discordar. Mas exatamente

    esse vis de tendenciosidade torna to fascinante o jornalismo interpretativo para as

    pessoas adeptas do publicismo (LAGE, 2011).

  • 19

    J o jornalismo investigativo, geralmente definido como forma extremada de

    reportagem. Para Lage (2011), trata-se de dedicar tempo e esforo ao levantamento

    de um tema pela qual o reprter, em geral, se apaixona. A dificuldade de obteno

    de financiamento explica em parte porque a investigao - embora muitas vezes

    intuitiva, voluntarista e desorganizada - prosperou nos Estados Unidos, onde

    fundaes e instituies universitrias costumam destinar recursos a esse tipo de

    pesquisa, no discriminando as acadmicas daquelas com inteno jornalstica.

    Como o jornalista os olhos e os ouvidos do leitor, ele determina o que

    mostrado e o que omitido sobre um assunto. Esse poder sobre o que informar e

    o que no informar vai alm do simples gosto individualista do profissional; a

    liberdade ou no de se produzir reportagens envolve o reprter, o pblico e a

    empresa, veculo pelo qual a reportagem ser exibida:

    Finalmente, comum os jornalistas serem pressionados a omitir informaes em nome de interesses grandiosos preservar uma personalidade em torno da qual se arregimentam polticas adequadas, entidades em que repousam as esperanas de comunidades, etc. A situao pode ser constrangedora, mas os jornalistas devem sempre considerar que, se existe algo progressista no mundo, positivo em termos histricos, esse algo a verdade. Sua omisso ajuda a frustrar as boas polticas e a produzir, a longo prazo, desesperana, por menos que parea, de imediato, que seja o caso. (LAGE, 2011, p. 101)

    Finalizando, o princpio bsico do jornalismo est baseado no compromisso

    com a verdade e possibilidade da mesma impactar e mudar o cenrio social. E o

    conceito de certo ou errado, mostrado nas reportagens, no pode ser considerado

    apenas responsabilidade do veculo, do reprter ou do pblico. O conjunto desses

    trs elementos faz o contedo exibido ser como . Se o assunto de interesse do

    pblico, cabe ao profissional e a empresa divulg-lo; como essa divulgao ser

    feita, ir envolver princpios ticos e morais, tanto por parte dos que produzem

    (reprter e veculo) quanto pela parte que consome (pblico).

    1.2.1. REPORTAGEM EM REVISTA

    A maioria dos profissionais em Jornalismo, inclusive os receptores da

    informao, j devem ter percebido que a revista o veculo que mais aborda a

    reportagem, atraindo o leitor para as bancas e trabalhando para um pblico

    especfico e direcionando o seu contedo:

  • 20

    A revista, bem mais do que o jornal, obedece a um discurso institucional que lhe prprio: magazines sobre automveis vendem a cultura do automvel (no necessariamente produtos de uma fbrica ou marca); os de informtica, a cultura dos computadores; as de arquitetura, certos padres de gosto e estilo; as erticas, alguma esttica e certa tica, ainda que liberal. A identificao pelo leitor dessa ideologia ou forma de ver o mundo o segredo de marcas como Time, Playboy ou The NationalGeografic Magazine. (LAGE, 2011, p. 29 e 30)

    O foco em determinado pblico faz com que a revista, alm de informar,

    estampe um status e classifique o seu leitor. A liberdade nos textos e nas matrias

    consiste em poder usar termos que no so conhecidos por todos e, mesmo assim,

    atingem seu objetivo impactante no seu pblico-alvo (SCALZO, 2008).

    Normalmente, a estrutura mais frequente nas reportagens de revistas de

    informao geral e suplementos no diferente da tcnica adotada em relatrios ou

    textos didticos. Os tpicos frasais discutem um relato da histria ou expem os

    dados, funcionando como uma documentao da ocorrncia (LAGE, 2006).

    Scalzo (2008) explica que, enquanto que o jornal deve usar uma linguagem

    simples, buscando ser compreensvel tanto para quem j conhece determinado

    assunto, quanto para os que nunca ouviram falar dele, a revista pode mostrar um

    dilogo exclusivo com o leitor. A Revista Capricho, por exemplo, totalmente

    voltada para o pblico jovem e feminino e as adolescentes que leem o material

    gostam de mostrar que consomem esse contedo, demonstrando que pertencem a

    esse grupo.

    Por que isto ocorre? Esta segmentao encontrada nas revistas vista por

    Scalzo (2008) da seguinte forma:

    Entre as revistas, ao contrrio, a segmentao por assunto e tipo de pblico faz parte da prpria essncia do veculo. Para ilustrar, podemos lanar mo da seguinte imagem: na televiso, fala-se para um imenso estdio de futebol, onde no se distinguem rostos na multido; no jornal, fala-se para um grande teatro, mas ainda no se consegue distinguir quem quem na plateia; j numa revista semanal de informao, o teatro menor, a plateia selecionada, voc tem uma ideia melhor do grupo, ainda que no consiga identificar um por um. na revista segmentada, geralmente mensal, que de fato se conhece cada leitor, sabe-se exatamente com quem se est falando. (SCALZO, 2008, p. 14 e 15)

    Em relao s reportagens, as revistas abordam temas de interesse do seu

    pblico consumidor. Como Scalzo (2008) explica, a revista um produto venda e,

    embora possa abordar assuntos de grande importncia social, muitas vezes sua

  • 21

    segmentao a faz ser vista como forma de entretenimento, transmitindo um ar

    mais leve se comparado aos jornais.

    justamente nas revistas que as reportagens utilizam todo o seu recurso

    multimodal, ou seja, ela trabalha os recursos, como texto, imagem e infogrfico, de

    forma harmoniosa e sempre direcionando o olhar do leitor, envolvendo-o no tema

    abordado (SCALZO, 2008).

    Quando o veculo mantido pelo leitor que assina a revista, cria-se um

    vnculo com os consumidores que compram o produto casualmente, embora no

    tenham contato direto com a fonte de informao. De acordo com Scalzo (2008), a

    maioria dos usurios s decide compr-la ao se interessar por algo que a revista

    destacou: e o que geralmente cativa o leitor a reportagem especial, que estampa a

    capa das edies e serve como um convite para o leitor, tornando a revista um

    instrumento de venda.

    Por no sofrer tanto com a presso do tempo, as reportagens para revistas

    gozam do privilgio de serem concludas com mais tranquilidade. H mais recursos

    e pode-se trabalhar melhor o assunto quando no se tem necessidade de faz-la

    rapidamente. Normalmente, as revistas saem com um intervalo de sete dias entre

    uma edio e outra, portanto, esse prazo estendido faz com as reportagens

    expliquem melhor determinado assunto, tornando-o mais amplo e melhor trabalhado

    (SCALZO, 2008).

    Um outro detalhe importante a ser destacado o fato da revista gerar um

    segmento/grupo de leitores especficos que criam e desenvolvem ideais e ideologias

    do que o pblico que consome o jornal e a televiso, por exemplo. Segundo Scalzo

    (2008), o grupo de leitores tende a defender o que a revista defende; ele acredita e

    segue os conceitos que o veculo exibe em seu contedo. Mas vale ressaltar que o

    material produzido pelas revistas a mistura de um conjunto de interesses que nem

    sempre oferecido de forma proporcional, onde muitas vezes o produto final

    exposto para o leitor carrega mais o interesse da empresa do que o material que o

    profissional que produziu.

  • 22

    2. ESTUDO COMPARATIVO

    2.1. LINHA EDITORIAL

    O termo linha editorial uma expresso jornalstica que significa o

    posicionamento prvio quanto seleo dos assuntos e ao tratamento das

    informaes em um veculo de comunicao ou no conjunto dos produtos editoriais

    de uma empresa. Segundo Houaiss (2009), um estilo bsico que caracteriza uma

    publicao impressa, programa radiofnico ou televisivo, site de internet, etc.

    Portanto, linha editorial a lgica pela qual a empresa jornalstica (veculo de

    comunicao) enxerga o mundo; ela indica seus valores, aponta seus paradigmas e

    influencia decisivamente na construo de sua mensagem (PENA, 2005).

    Carta Capital

    Diferentemente da Veja, o editorial da Carta Capital pode ser encontrado

    facilmente no site oficial da revista. Marcondes (2010), editor do site, define a Carta

    Capital como uma revista que busca por matrias exclusivas e pela informao

    mais qualificada, escrita por jornalistas e colaboradores que no se satisfazem com

    a informao rasa e procuram sempre a raiz. Sua distribuio tambm semanal,

    publicada pela Editora Confiana desde 1992 por Mino Carta e Bob Fernandes.

    Pichelli, Pedro e Carvalho (2006) definem a linha editorial da Carta Capital

    como um padro diferente das demais revistas. Apesar de ser classificada como

    uma revista de economia e negcios, a publicao traz informaes gerais e

    anlises poltico-econmica nacional e internacional.

    Veja

    De acordo com o site Wikipedia (2013), a Veja uma revista de distribuio

    semanal brasileira, publicada pela Editora Abril s quartas-feiras. Foi criada em 1968

    por Roberto Civita e Mino Carta, tratando de temas variados de abrangncia

    nacional e global, como questes polticas, econmicas e culturais, bem como

    tecnologia, cincia, ecologia e religio. a revista de maior circulao nacional,

    atingindo uma grande camada da populao brasileira.

    Pichelli, Pedro e Carvalho (2006) definem a linha editorial da Revista Veja

    como uma publicao de carter eminentemente informativo, que tem como

  • 23

    objetivo principal atingir os leitores de todo pas; ao negar que tem opinio e que ela

    se reflete em cada texto produzido (do editorial reportagem), a revista refora a

    sua suposta neutralidade. J a populao, enxerga a Veja como um meio de

    comunicao marcado por uma linha editorial alinhada direita poltica, o que a faz

    alvo de crticas por alguns setores da sociedade e personalidades em geral, como

    podemos verificar na descrio dos usurios no site Wikipedia (2013).

    2.2. ANGULAO

    Quais so os elementos de composio da mensagem jornalstica? Segundo

    Medina (1988), a informao resulta da articulao de um conjunto de elementos

    estruturais caractersticos do processo. Ou seja, importante que o jornalista tenha

    conhecimentos dos fundamentos tericos, criando um modelo de anlise dos

    elementos do processo de codificao de uma mensagem.

    O enfoque da matria, operao que envolve a apurao e a redao da

    pauta sobre determinada tica ou referncia. Trata-se de enfocar o assunto de

    acordo com a caracterstica mais atraente, geralmente determinada e identificada

    pelo reprter (TJDFT, 2013).

    Vale ressaltar que toda matria jornalstica pautada, podendo ser

    intencional, procurada ou ocasional. A primeira parte do processo de escolha da

    pauta chamada de angulao, que divide a informao em trs nveis gerais: nvel

    massa, grupal e pessoal. Quando o veculo de comunicao est ligado um

    grupo/rgo econmico ou poltico, ele conduz o comportamento da mensagem,

    manifestando claramente a linha editorial do meio (MEDINA, 1988).

    TJDFT (2013) conceitua os trs nveis comunicacionais da angulao da

    seguinte forma: grupal, que se identifica com a caracterizao da empresa

    jornalstica que est ligada a grupos econmicos e polticos, e ainda conduz o

    comportamento da mensagem sua formao poltica. O nvel de massa embala a

    informao com ingredientes de consumo, cuja preocupao atender a um gosto

    mdio dos leitores. E o pessoal, que segue as tendncias do consumo de massa e

    no vai contra o nvel da empresa, estando relacionada ao estilo e no ao mtodo

    de captao.

    J Medina (1988) conceitua de forma distinta. O nvel grupal como as

    mensagens opinativas nas pginas editoriais e artigos assinados, tratando de

  • 24

    formular o cdigo lingustico e visual de acordo com a poltica jornalstica da

    empresa. O nvel-massa possui estrutura econmica e administrativa, sobrepondo

    os grupos ligados empresa, sendo possvel identific-la atravs da formulao dos

    textos, dos apelos visuais e lingusticos e da seleo de fotos. J o nvel pessoal de

    angulao tem o objetivo de valorizar o esquema de ascenso e autoafirmao do

    veculo no mercado, destacando e valorizando a mensagem jornalstica e tambm

    ditando as tendncias de consumo de massa (MEDINA, 1988).

    Medina (1988) ainda ressalta os trs nveis de manifestaes de uma

    informao, citadas nas seguintes subcategorias: informativa (entram todos os

    nveis, com predominncia do nvel-massa), interpretativa (inter-relaciona os nveis,

    com predominncia do nvel-massa) e opinativa (atua no domnio do nvel grupal,

    com predominncia do nvel-massa).

    Carta Capital

    Angulao: nvel grupal;

    Subcategoria: opinativa.

    Veja

    Angulao: nvel massa e pessoal;

    Subcategoria: informativa e interpretativa.

    2.3. EDIO

    Uma das principais funes do editor determinar quais assuntos sero

    cobertos, alm de coordenar a equipe de reprteres do veculo. Durante o processo

    de elaborao de pautas, o editor julga a viabilidade da pauta ter sucesso, sendo um

    profissional decisivo na estruturao do jornalismo. Neste caso, a editoria e a

    angulao mantm um trabalho em sintonia, agindo como elemento regulador da

    famosa lei da oferta e demanda (MEDINA, 1988).

    Portanto, imprescindvel o trabalho do editor na estrutura da mensagem que

    ser transmitida para o pblico:

    A coleta de informaes, a orientao do reprter, a determinao da matria na pgina (esboo de diagramao), a seleo de fotos (quando

  • 25

    no h a figura do editor fotogrfico) e a aprovao de uma arte final de texto (MEDINA, 1988, pgina 80).

    Quanto maior for a bagagem cultural do editor, maior o domnio do veculo

    na indstria da informao, que precisa assumir um papel dinmico para a

    populao. Para reconhecer o processo de edio de uma revista, por exemplo,

    preciso analisar os seguintes itens: captao de dados, formulao da mensagem e

    fontes.

    2.3.1. CAPTAO DE DADOS

    Alm da angulao e da edio, existe o processo de captao de dados, que

    consiste no uso de informaes de agncias internacionais e/ou recursos prprios

    de reportagem. A maioria dos grandes veculos nacionais utilizam as informaes de

    grandes agncias, o que nos faz refletir sobre os interesses econmicos, polticos e

    sociais que esto envolvidos no sistema (MEDINA, 1988).

    Quanto melhor o preparo tcnico do reprter, mais chances do sucesso na

    captao, o que garante uma edio com informaes seguras. Cabe avaliar quais

    os critrios utilizados na entrevista e o ngulo utilizado no processo de comunicao

    (MEDINA, 1988).

    Carta Capital e Veja

    Notcias produzidas pelos recursos prprios das redaes.

    2.3.2. FORMULAO DA MENSAGEM

    Um dos principais requisitos no processo de elaborao da mensagem a

    estruturao, que precisa ser linear e seguir a linguagem jornalstica, com utilizao

    de signos lingusticos, como fotografias e ilustraes. Consiste basicamente na

    diagramao e no planejamento grfico, que envolve o uso de cores, espao de

    reas livres, ordenao hierrquica, reas de maior valor visual, etc. (MEDINA,

    1988).

    2.3.2.1. FOTOS/IMAGENS

  • 26

    Carta Capital

    A editoria utilizou 11 das 82 pginas totais (13,5%) para discorrer sobre o

    assunto. Dentre essas pginas, quatro reportagens (com reprteres distintos)

    diferentes mostraram ao leitor o ngulo que a revista tem sobre o Mensalo.

    Recheadas de texto, algumas pginas trouxeram montagens com fotos dos

    ministros Celso de Mello, Joaquim Barbosa e Luiz Fux, com o rosto inserido em um

    monitor de televiso, remetem ao foco da reportagem: a suposta manipulao da

    mdia.

    Veja

    A reportagem reservou apenas seis das 122 pginas totais (5%) para tratar

    do assunto, sendo ilustrada com vrias fotos dos rus do Mensalo e dos ministros

    do Supremo Tribunal Federal. Ao todo, dez imagens foram utilizadas, ocupando a

    maior parte do espao dedicado ao assunto.

    2.3.2.2. INFOGRFICO

    Carta Capital e Veja

    Somente a revista Veja utilizou esse recurso. A reportagem apresenta um

    infogrfico bem detalhado sobre a atual situao dos rus (tempo de condenao,

    crime, etc.) e como ficaro as penas aps o novo julgamento.

    2.3.3. FONTES

    As notcias e reportagens aps a captao de informaes por meio das

    fontes. Atualmente, o jornalista precisa recorrer s fontes de informao, que podem

    ser classificadas em diretas, indiretas e complementares. Assim definidas por

    Franco (1999):

    Informantes de um acontecimento seus autores, suas vtimas, suas testemunhas, comunicados oficiais, quem fala em nome de qu so fontes diretas. Terceiras pessoas, informantes envolvidos circunstancialmente nos fatos, papeis e documentos de consulta, relatos parciais so fontes indiretas. Todas as informaes adicionais que contribuem para esclarecer ou enriquecer a histria, acrescentar ou reduzir a viso que parecia definitiva, concorrendo com um pormenor a mais, como depoimentos, referencias (de livros, pesquisa, recortes, etc.) que auxiliam a apurao para

  • 27

    determinar com mais preciso a notcia so fontes complementares. (FRANCO, 1999, pgina 57)

    Ao divulgar uma notcia, o jornalista no tem a obrigao de revelar a fonte.

    De acordo com o Cdigo de tica do Jornalismo, obrigao respeitar o sigilo de

    quem passou as informaes, conforme o Artigo 6, que afirma que os

    compromissos de confidencialidade a fontes noticiosas devem ser honrados a todo

    custo, e, portanto, no devem ser assumidos impensadamente. A no ser que haja

    necessidade clara e premente de manter confidncia, as fontes de informao

    devem ser identificadas (FRANCO, 1999).

    Durante a anlise das revistas, podemos notar uma grande diferena na

    forma de abordagem. A revista Carta Capital apresenta cinco fontes em sua matria,

    sendo elas fontes complementares, ou seja, especialistas ouvidos pela revista para

    compor a reportagem. J a revista Veja optou por apenas uma fonte complementar

    para a produo da reportagem, conforme abaixo:

    Carta Capital

    1. Vencio de Lima, professor da Universidade de Braslia (UNB) e dedicado aos

    estudos de mdia;

    2. Vera Chaia, professora da Pontifcia Universidade Catlica So Paulo (PUC-

    SP) e cientista poltica;

    3. Marcus Figueiredo, professor do Instituto de Estudos Sociais e Polticos da

    Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ);

    4. Aloysio Castelo de Carvalho, professor da Universidade Federal Fluminense

    (UFF) e;

    5. Fernando Figueiredo, professor de Cincia Poltica da Universidade Federal de

    Minas Gerais (UFMG).

    Veja

    1. Roberto Siqueira Castro, professor de Direito Constitucional da Universidade

    Estadual do Rio de Janeiro (UERJ).

    2.4. ELEMENTOS DA NOTCIA (LIDE)

  • 28

    Os principais elementos da notcia so identificados no primeiro pargrafo da

    notcia em jornalismo impresso, intitulado lide ou lead, podendo ser encontrado

    em outras partes do corpo. Em relao ao contedo, o lide relata o fato principal,

    ordenando as informaes conforme a importncia e interesse. Em sntese, o lide

    informa quem fez o que, a quem, quando, onde, como, por que e para qu (LAGE,

    2006).

    De acordo com Lage (2006), a forma clssica e impressa do lide contm a

    seguinte forma:

    o sujeito, uma locuo, constituda de um nome, pronome ou sintagma nominal;

    o predicado, ou seja, o sintagma verbal, verbo ou locuo verbal, acompanhado

    ou no de seu complemento, um objetivo direto ou indireto;

    as circunstncias, sintagmas circunstanciais de tempo, lugar, modo/instrumento,

    causa/consequncia.

    Carta Capital

    Reportagem: Lies de liberdade, por Cynara Menezes

    Quem: Celso de Mello, ministro do Supremo Tribunal Federal (STF)

    O que: pronunciou na quarta-feira (18/09) um voto em defesa das garantias

    individuais ao defender o direito a recursos de 12 condenados no chamado

    mensalo

    A quem: 12 condenados no chamado Mensalo

    Onde: Supremo Tribunal Federal (STF)

    Por que: o ministro enfatizou o direito de qualquer cidado a um julgamento justo

    Para qu: Celso de Mello fez referncia Ricardo Lewandowski, relembrando o

    direito luso-brasileiro dos embargos infringentes

    Reportagem: A mdia nos representa?, por Rodrigo Martins

    Quem: mdia nacional

    O que: os conceitos de opinio pblica e legitimidade da mdia nacional

    A quem: a populao brasileira

    Onde: Brasil

    Por que: o Brasil marcado pela forte concentrao dos meios de comunicao, um

    oligoplio de interesses particulares

  • 29

    Para qu: a imprensa nacional so atores polticos, defensores de seus prprios

    interesses e dos seus financiadores

    Reportagem: A real percepo do eleitor, por Marcos Coimbra

    Quem: mdia nacional

    O que: a imprensa nacional cria esteretipos, dando substncia teses e invocando

    a opinio pblica

    A quem: eleitor

    Onde: Brasil

    Por que: pesquisa do ano passado revela que apenas 18% da populao paulista

    bem informada sobre o Mensalo

    Veja

    Reportagem: A justia se curva. Os mensaleiros riem, por Daniel Pereira e Robson

    Bonin

    Quem: Supremo Tribunal Federal (STF)

    O que: reabre parte do julgamento do mensalo

    A quem: acusados de formao de quadrilha e lavagem de dinheiro (12 dos 25

    condenados)

    Quando: semana passada (semana anterior distribuio da revista)

    Onde: Supremo Tribunal Federal (STF), em Braslia

    Por que: para reexaminar as acusaes de formao de quadrilha e lavagem de

    dinheiro, o STF decidiu que os mensaleiros tm o direito de apresentar um recurso

    chamado de embargo infringente (o processo, iniciado h oito anos, no tem mais

    data para acabar)

    Para qu: oferece chance queles que organizaram, executaram e se beneficiaram

    de um dos maiores assaltos j perpetrados contra o Estado brasileiro de se livrar da

    punio a que efetivamente foram condenados pelo STF a cadeia.

  • 30

    3. ANLISE GERAL

    Foram escolhidos os editoriais das revistas Veja e Carta Capital referentes ao

    dia 25 de setembro de 2013, perodo que compreende ao julgamento do Mensalo,

    trazendo o reflexo sobre os discursos focados por cada linha editorial.

    Carta Capital

    A Carta Capital, por sua vez, usou o fato da reabertura do julgamento no

    para falar sobre caso em si, mas como as mdias trataram o caso. Sua linha editorial

    focou em mostrar para o leitor como as principais revistas e jornais abordaram o

    tema, mostrando o intuito de propor a seus leitores uma viso mais reflexiva sobre o

    assunto, dando a ele um texto complexo e que o faa pensar em como e o porqu

    das mdias estarem abordando o assunto de tal forma.

    Logo na capa da revista, temos o foco que a editoria usar para falar sobre a

    reabertura do julgamento. Ela no prioriza o assunto, mas, sim, o modo como as

    mdias o abordaram. Ao publicar essa edio da revista, a Carta Capital quis mostrar

    ao pblico que a opinio sobre o assunto esteja sendo induzida pelas mdias e, em

    determinadas situaes, podem ser controversas.

    Veja

    A revista Veja foca sua reportagem principal na ideia de que h uma grande

    injustia. Atravs do texto e das imagens, ela induz no leitor um sentimento de

    revolta, que subliminarmente o estimula a se posicionar a favor da ideia defendida

    pela editoria. Frases grandes, fortes e diretas podem ser consideradas um jeito da

    Veja se reportar ao pblico. Muitos criticam a forma como a revista exibe suas

    matrias, pois acreditam que ela dita sua opinio ao leitor sem estimul-lo a formar

    um conceito prprio a partir de vrios pontos de vista diferentes.

    O tema em questo, A reabertura do julgamento sobre o mensalo, foi

    tratado pela Veja como algo extremamente inaceitvel e revoltante. No h como

    negar que voltar um julgamento j concludo, mudando a sentena que condena os

    principais suspeitos do maior esquema de corrupo do Brasil, gera sim uma

    indignao por parte de todo brasileiro que se considera honesto e roubado pela

    poltica. Mas a grande problemtica que intrigou os crticos foi o modo

    sensacionalista como Veja abordou o tema e o exibiu para o pblico-leitor.

  • 31

    PRTICA JORNALSTICA

    1. PROJETO EXPERIMENTAL (PREX)

    1.1.TEMA

    Pesquisa para a verificao do ndice de aprovao de uma revista mensal

    especializada em poltica nacional e internacional, direcionada para o pblico

    universitrio

    1.2. METODOLOGIA

    Pesquisa quantitativa de opinio pblica, com questionrio estruturado,

    perguntas fechadas e alternativas objetivas e dissertativas, a ser aplicada pelos

    autores do projeto por meio das redes sociais, como Facebook e Twitter.

    1.3. PROBLEMA

    Como o assunto poltica bastante delicado, a pesquisa dever verificar qual

    o pblico-alvo, os elementos estruturais e tambm os contedos que mais

    agradariam o leitor que procura por publicaes especializadas em poltica.

    Lembrando tambm que sero verificados os motivos pelos quais os leitores no

    consomem contedo poltico, conforme citado nas hipteses abaixo.

    1.4. HIPTESE

    Em geral, os brasileiros no tm o hbito de consumir revistas especializadas,

    tampouco sobre poltica.

    1.5. JUSTIFICATIVA

    importante realizar uma pesquisa de campo para saber a opinio dos

    futuros leitores sobre o assunto, j que o mercado de comunicao amplo, porm

  • 32

    muito bem disputado. Alm de a revista competir com os outros veculos impressos

    (jornais e folhetins), ela ainda busca a preferncia do pblico que procura contedo

    na televiso, rdio e internet.

    Para conquistar cada vez mais os leitores, as grandes revistas buscam

    constantemente se tornar quantitativa em suas edies e qualitativa na produo de

    suas grandes reportagens. Afinal, alm de atender as expectativas do leitor, a

    revista precisa ser financeiramente favorvel aos editores.

    1.6. OBJETIVOS

    1.6.1. GERAL

    Verificar o ndice de aprovao de uma revista mensal especializada em

    poltica nacional e internacional, direcionada para o pblico universitrio.

    1.6.2. ESPECFICOS

    Conhecer as caractersticas sociais e hbitos do pblico pesquisado;

    Identificar o nvel interesse do pblico em geral por revistas e outros veculos,

    como televiso e rdio;

    Verificar o nvel de interesse do pblico em geral por poltica, especificamente o

    Mensalo, um dos maiores escndalos do Brasil;

    Traar o perfil ideal de uma revista especializada em poltica para ser lanada no

    segundo semestre de 2014, coincidindo com o perodo de liberao das

    propagandas eleitorais (horrio poltico);

    Relacionar quais caractersticas especficas (periodicidade, nmero de pginas,

    editorias, contedo etc.) a revista dever ter para ser bem aceita pelo pblico;

    1.7. AMOSTRAGEM

    Sero entrevistadas at 100 pessoas, sem distino de sexo. Como os questionrios

    sero aplicados na internet, os entrevistados sero escolhidos de forma aleatria.

  • 33

    1.8. ABORDAGEM

    As entrevistas sero feitas por meio de questionrio montado na plataforma Google

    Drive, que permite montar pesquisas para serem compartilhadas atravs de link.

    Portanto, os questionrios sero preenchidos e apenas os autores tero acesso aos

    resultados e resumo das respostas geradas pelo prprio sistema.

    1.9. QUESTIONRIO MODELO

    O questionrio modelo contm um total de 20 perguntas, sendo 3 referentes ao perfil

    do entrevistado e 17 sobre o problema a ser analisado. O modelo utilizado pode ser

    encontrado no livro de Medina (1988), a partir da pgina 160, sendo readaptado

    para a revista, veculo de comunicao estudado.

    A. SOCIAL

    SEXO:

    ( ) Feminino

    ( ) Masculino

    IDADE:

    ( ) 18 a 25 anos

    ( ) 26 a 35 anos

    ( ) 36 a 45 anos

    ( ) 46 a 55 anos

    ( ) Acima de 56 anos

    ESCOLARIDADE:

    ( ) Ensino Fundamental completo

    ( ) Ensino Fundamental incompleto

    ( ) Ensino Mdio completo

    ( ) Ensino Mdio incompleto

    ( ) Ensino Superior completo

    ( ) Ensino Superior incompleto

    ( ) Ps-graduao completo

  • 34

    ( ) Ps-graduao incompleto

    ( ) No sei

    ( ) Outro: ________________

    B. HBITOS

    1. Voc costuma ler revistas com frequncia?

    ( ) Sim

    ( ) No Passe para a pergunta n 5

    C. REVISTAS

    2. Que revistas voc l?

    ( ) Veja

    ( ) Carta Capital

    ( ) Outros ____________________________

    3. Por que voc prefere estas revistas?

    ( ) Traz maior quantidade de informaes

    ( ) Interpreta os fatos

    ( ) Apresenta uma diagramao moderna

    ( ) Complementa as notcias com ampla cobertura fotogrfica

    ( ) imparcial

    ( ) Traz assuntos de meu interesse

    ( ) Apenas por costume

    ( ) No sei explicar

    ( ) Outros motivos ______________________

    4. Que assuntos voc procura com maior frequncia nas revistas?

    ( ) Poltica internacional

    ( ) Poltica nacional/local

    ( ) Economia

    ( ) Artes

    ( ) Educao

  • 35

    ( ) Administrao Pblica

    ( ) Histrias de interesse humano

    ( ) Religio

    ( ) Noticirio policial

    ( ) Cincia

    ( ) Esportes

    ( ) Notcias sociais e femininas

    ( ) Variedades

    ( ) Outros ______________________________

    D. PESQUISA ADICIONAL

    5. Voc assiste televiso diariamente?

    ( ) Sim

    ( ) No

    6. Voc ouve rdio diariamente?

    ( ) Sim

    ( ) No

    E. POLTICA

    7. Voc se interessa por poltica?

    ( ) Sim

    ( ) No

    F. MENSALO

    8. Voc acompanhou pelas revistas o caso do Mensalo?

    ( ) Sim

    ( ) No

    9. Por meio de qual veculo de comunicao voc acompanhou o caso?

    ( ) Jornais

  • 36

    ( ) Revistas

    ( ) Televiso

    ( ) Rdio

    ( ) Internet

    ( ) Outro: ______________

    10. Que tipo de informaes sobre o assunto lhe despertou maior interesse?

    ( ) Corrupo na poltica

    ( ) Forma do julgamento

    ( ) Acusados

    ( ) Condenao dos envolvidos

    ( ) Investigaes

    ( ) Denncias

    ( ) Irregularidades no processo

    ( ) Outro: _________________

    11. De que forma voc acha que a imprensa divulgou as informaes sobre o tema?

    ( ) Completas

    ( ) Insuficientes

    ( ) Distorcidas

    ( ) Contraditrias

    ( ) Pouco exploradas

    ( ) Outro: ___________

    12. Voc acha que a mdia foi tendenciosa (manipulou) sobre o Mensalo?

    ( ) Sim

    ( ) No

    13. O que voc achou dos editoriais que falaram a respeito do Mensalo?

    ( ) Reflexos apenas de sua orientao poltica

    ( ) Meras opinies pessoais

    ( ) Desprovidos de dados completos

    ( ) Indispensveis para entender o fato em sua plenitude

    ( ) Sem nenhum interesse/foco

  • 37

    ( ) Outro: ______________________________________

    14. Voc acredita na poltica brasileira?

    ( ) Sim

    ( ) No

    15. De maneira geral, o que voc achou da cobertura jornalstica do Mensalo pela

    mdia nacional? Aponte falhas e mritos. (pergunta dissertativa)

    16. Voc compraria uma revista sobre poltica?

    ( ) Sim

    ( ) No

    17. Por que voc compraria uma revista sobre poltica? (pergunta dissertativa)

    1.10. RESULTADOS DA PESQUISA DE CAMPO

    Pesquisa de campo realizada no perodo de Novembro/2013 a Fevereiro/2014.

    A. SOCIAL

    Ilustrao 1 Grfico sobre sexo dos participantes da pesquisa de campo. Fonte: Google Drive

  • 38

    Ilustrao 2 Grfico sobre idade dos participantes da pesquisa de campo. Fonte: Google Drive

    Ilustrao 3 Grfico sobre escolaridade dos participantes da pesquisa de campo. Fonte: Google

    Drive

    B. HBITOS

    Ilustrao 4 Grfico sobre a frequncia da leitura de revistas dos participantes da pesquisa de

    campo. Fonte: Google Drive

    C. REVISTAS

  • 39

    Ilustrao 5 Grfico sobre as revistas mais lidas pelos participantes da pesquisa de campo. Fonte:

    Google Drive

    Ilustrao 6 Grfico sobre as preferncias dos participantes da pesquisa de campo referentes s

    revistas. Fonte: Google Drive

  • 40

    Ilustrao 7 Grfico sobre os assuntos mais procurados nas revistas pelos participantes da

    pesquisa de campo. Fonte: Google Drive

    D. PESQUISA ADICIONAL

    Ilustrao 8 Grfico sobre os hbitos dos participantes da pesquisa de campo referentes

    televiso. Fonte: Google Drive

  • 41

    Ilustrao 9 Grfico sobre os hbitos dos participantes da pesquisa de campo referentes ao rdio.

    Fonte: Google Drive

    E. POLTICA

    Ilustrao 10 Grfico sobre o interesse por poltica dos participantes da pesquisa de campo. Fonte:

    Google Drive

  • 42

    F. MENSALO

    Ilustrao 11 Grfico sobre o acompanhamento dos participantes da pesquisa de campo no caso do

    Mensalo. Fonte: Google Drive

    Ilustrao 12 Grfico sobre o veculo de comunicao utilizado pelos participantes da pesquisa de

    campo para acompanhar o caso do Mensalo. Fonte: Google Drive

  • 43

    Ilustrao 13 Grfico sobre o tipo de informao sobre o Mensalo que mais despertou o interesse

    dos participantes da pesquisa de campo. Fonte: Google Drive

    Ilustrao 14 Grfico sobre a opinio dos participantes da pesquisa de campo referente a atuao

    da imprensa na divulgao das informaes. Fonte: Google Drive

    Ilustrao 15 Grfico sobre a opinio dos participantes da pesquisa de campo referente a

    manipulao da mdia no caso do Mensalo. Fonte: Google Drive

  • 44

    Ilustrao 16 Grfico sobre a opinio dos participantes da pesquisa de campo referente aos

    editoriais no caso do Mensalo. Fonte: Google Drive

    Ilustrao 17 Grfico sobre a crena dos participantes da pesquisa de campo na poltica. Fonte:

    Google Drive

    15. De maneira geral, o que voc achou da cobertura jornalstica do Mensalo

    pela mdia nacional? Aponte falhas e mritos.

    Como acompanhei o caso por diversos veculos pude perceber que cada um

    abordou de um jeito | Alguns agiram com o proposto de propor ao pblico uma

    reflexo sobre o assunto, outros trabalharam para impor as pessoas sua ideia | a

    cobertura jornalstica ate pode ser boa, mas a politica que ruim | Cada veculo

    mostrou o assunto de um jeito, o que de certa forma deixou as pessoas que

    acompanham por mais de um veculo confusas. | Mas de uma forma geral o

    necessrio foi mostrado | Achei a cobertura satisfatria, porm acho que esse

    assunto ainda ser muito falado, ento como o caso no foi dado como encerrado,

  • 45

    no h como dizer conclusivamente | Sobre o Mensalo, cada veculo abordou de

    um jeito, o que tornou o assunto complexo e distorcido | Quem acompanhou o fato

    por veculos diferentes percebeu que cada um favoreceu um lado da histria, o que

    no acho errado, mas de certa forma serve para manipular a opinio pblica | Achei

    que os veculos de massa como a TV no abordaram o assunto de forma suficiente |

    Achei interessante ver como cada veculo mostrou um lado do caso de acordo com

    sua linha editorial | A falha esta no limite da informao, a censura hoje imposta

    pela poltica da empresa | Boa | Consegui entender os fatos | Insuficiente | Por se

    tratar de poltica a mdia no retratou com muito vigor o escndalo dos mensaleiros |

    Foi informado apenas o bsico No houve investigaes a fundo, e os meio de

    comunicao defenderam seus pontos de vista privando as pessoas de uma viso

    ampla | Gostei, acho que o assunto chocou o pas e foi bem mostrado pela mdia |

    Gostei da cobertura, mas acredito que poderia ter sido divulgado mais informaes

    sobre os reais impactos da corrupo na vida dos brasileiros | Contraditria | Boa |

    Apesar de no expor muitos detalhes soube divulgar as informaes essenciais para

    que as pessoas interpretassem de maneira geral o fato | Uma boa cobertura,mas

    com muito a melhorar | Boa | O caso foi bem reportado pela impressa | faltou muita

    informao | Achei que a cobertura foi completa. E que a mdia exps bem as

    informaes | claro que cada veculo priorizou a parte que mais lhe interessa, mas

    isso normal afinal trata-se de uma empresa como todas as outras | As reportagens

    foram bem feitas, acredito que a mdia fez um bom trabalho na cobertura do

    mensalo. Acompanhei o caso por vrios veculos e cada um exps o assunto de

    uma forma, as informaes ficaram distorcidas. | Acompanhei o caso por vrias

    mdias diferentes, ento considerei que a cobertura foi boa porm contraditria visto

    que cada veculo mostrou um lado do fato. | Achei muito boa,uma pena que nas

    prximas eleies nada mudar | Acompanhei o caso pela revista veja e acredito

    que ela exibiu grandes matrias a respeito, e conseguiu expressar a real importncia

    e gravidade do assunto | Boa | A mdia realizou uma cobertura razovel, mas no

    abordou com profundidade todos os pontos de vista. | Acredito que hoje a censura

    gerada pela conscincia de cada empresa de comunicao e que por isso muitas

    delas tendem a mostrar apenas um lado da histria. | Boa. | As principais

    informaes foram divulgadas para o pblico. | Uma merda! | Eu achei que faltou

    mostrar mais detalhes sobre o caso. | Visto que o mensalo foi o maior escndalo de

    corrupo no pas, faltou dizer com mais nfase o prejuzo que isso gerou para os

  • 46

    brasileiros. | No acompanhei muito,mas achei boa | A mdia manipula as

    informaes para satisfazer o seu prprio ego no s na politica mais em todos os

    assuntos. | Para mim as informaes necessrias foram divulgadas.

    G. REVISTA SOBRE POLTICA

    Ilustrao 18 Grfico sobre a opinio dos participantes da pesquisa de campo referente compra

    de uma revista sobre poltica. Fonte: Google Drive

    Por que voc a compraria?

    S assim conseguiria entender a poltica e votar consciente | Entenderia melhor a

    poltica se houvesse uma revista falando sobre isso | Saberia mais sobre o assunto |

    Me interesso pelo assunto | Me interesso por poltica | A revista sobre poltica

    ampliaria meu conhecimento sobre o assunto | Saber sobre poltica muito

    importante | importante acompanhar a poltica do meu interesse | do meu

    interesse | Para me manter mais informado pra saber sobre os candidatos | Uma

    revista s sobre poltica me ajudaria a entender melhor essa importante cincia |

    No compraria | A revista mais explicativa e ajudaria a compreender melhor esse

    cenrio | Acredito que seja importante | Gosto de poltica | Para melhorar a viso que

    o brasileiro tem de politica preciso saber o que se passa nesse "mundo" | Porque

    gostaria de entender melhor sobre poltica | A poltica no Brasil no bem vista, se

    houvesse uma revista sobre o assunto talvez os brasileiros desenvolvessem uma

    viso mais crtica sobre poltica | No se pode entender um assunto sem ler a

    respeito dele | Porque se talvez todos procurassem saber o que realmente acontece

    dentro dos plenrios, votariam mais conscientes e o Brasil no estaria esta

  • 47

    catstrofe | Duas coisas podem mudar o mundo, a educao e a poltica, por isso

    penso que entender poltica deveria ser uma prioridade para todos | A revista me

    ajudaria a escolher melhor os candidatos

    1.11. ANLISE DA PESQUISA DE CAMPO

    A poltica no um assunto bem visto pelos brasileiros, mas boa parte deles

    sabe que ela importante. A falta de interesse se percebe quando vemos que em

    uma pesquisa respondida por 100 pessoas, apenas 41 delas acompanharam o

    maior caso de corrupo do pas, o Mensalo.

    A falta de estimo gera a descrena pela poltica, o que ficou ntido quando

    desses 41% alegam que no acreditam nesse cenrio brasileiro.

    Os participantes da pesquisa consomem informaes por vrios veculos, e

    ficam expostos ao seu prprio julgamento e pensamento. A maioria acredita que

    o editorial (ncleo responsvel por expor a opinio do veculo) reflexo de sua

    opinio poltica, o que implica na poltica interna de cada veculo.

    Grande parte das pessoas que responderam a pesquisa tem entre 18 e 25

    anos, so os jovens brasileiros, pessoas que j terminaram o Ensino Mdio e/ou

    esto em busca da Graduao. Esse pblico no nega a importncia da poltica e

    acreditam que, se houvesse uma revista sobre esse assunto, eles poderiam

    entender melhor o assunto, desenvolver um senso crtico e isso at mudaria sua

    viso a respeito de poltica.

    Embora cada veculo reporte a informao de um jeito, perceptvel que

    pessoas que consomem veculo x, concorde com ele e acredite em sua parcialidade

    e falta de manipulao. Se somarmos a quantidade de pessoas que acharam que a

    cobertura da mdia sobre o mensalo foi insuficiente, distorcida e contraditria

    teremos que, dos 41 que responderam 28 no gostaram ou no entenderam direito

    a cobertura feita pela mdia.

    Para tentar estimular e sanar a falta de interesse pela poltica, a revista Polis

    ir tentar retratar a poltica de uma forma simples e objetiva, de maneira que nossos

    jovens e possveis leitores possam se conscientizar sobre a importncia da poltica,

    alm de manter o interesse por ela.

  • 48

    2. PROJETO EDITORIAL

    2.1. REVISTA PLIS

    2.1.1. APRESENTAO

    Com base nos resultados da pesquisa de campo, o projeto editorial e grfico

    deste produto experimental segue as caractersticas determinadas pelo pblico.

    2.1.2. PUBLICAO

    O nome Plis foi escolhido a partir da palavra poltica, que vem do grego

    plis e significa Cidade-Estado. O surgimento das plis (Cidade/Estado) foi um dos

    mais importantes aspectos no desenvolvimento da civilizao grega. Era l que os

    gregos discutiam os assuntos pertinentes e elaboravam aes para a melhoria de

    vida. Essas aes podem ser consideradas hoje como politicas pblicas.

    Tendo em vista que o trabalho abordou a anlise de linhas editoriais sobre o

    Mensalo, tema diretamente ligado a poltica, a Plis resume o objetivo do grupo

    que repercutir e propor discusses sobre poltica.

    2.1.3. OBJETIVO

    Abordar didaticamente os assuntos relacionados poltica.

    2.1.4. JUSTIFICATIVA

    De acordo com os resultados da pesquisa de campo, a maioria das pessoas

    no procura se informar sobre o assunto, por consider-los de difcil compreenso

    ou por desinteresse. Uma publicao didtica sobre poltica ajudaria a resolver

    essas questes sociais.

    2.1.5. PBLICO-ALVO

  • 49

    A publicao direcionada ao pblico universitrio, de todos os gneros, com faixa

    etria entre 18 a 25 anos, que reconhece a importncia do conhecimento sobre

    poltica, mas no o faz.

    2.1.6. POLTICA EDITORIAL

    A Revista Plis uma publicao experimental que visa tornar os temas

    polticos mais atraentes e, consequentemente, atrair o pblico de todas as idades. O

    nmero de pginas reduzidas faz com que o produto seja mais interessante, j que

    no h uma variedade de revistas neste segmento.

    2.1.7. LINGUAGEM

    A Revista Plis ir trabalhar com uma linguagem voltada para o pblico jovem

    (18 a 25 anos). Portanto, a abordagem sobre o tema ser feita de forma simples,

    clara e objetiva, de maneira com que o pblico-alvo possa compreender os textos e

    repercuti-los no seu dia a dia.

    2.1.8. FUNO

    informao;

    educao;

    integrao;

    motivao.

    2.1.9. EDITORIAS (SEES)

    Eleies;

    Partidos Polticos;

    Poltica BRASIL;

    Politicar;

    Artigos, Entrevistas e Crnicas.

  • 50

    2.1.10. DISTRIBUIO

    A distribuio ideal consiste na entrega de 10 mil exemplares para as

    instituies do Alto Tiet com grande circulao de alunos (Universidade Braz

    Cubas, Universidade de Mogi das Cruzes e Faculdade Unida de Suzano), ampliando

    a entrega conforme a receptividade do pblico.

    2.1.11. PERIODICIDADE

    Quinzenal

    2.1.12. NMERO DE PGINAS

    24 pginas

    2.1.13. TIPOS DE MATRIAS

    Quentes e frias, como:

    Reportagem;

    Artigo;

    Entrevista.

    2.1.14. IDENTIDADE VISUAL

    Grficos;

    Tabelas;

    Fotos;

    Ttulos;

    Box;

    Chamadas, subttulos e textos.

    2.2. PROJETO GRFICO

  • 51

    2.2.1. TIPOGRAFIA:

    Avenir (ttulos e subttulos), Caesar (logo), GouldyOldStyle (ttulo da capa) Impact

    (ttulo) e Times (texto)

    2.2.2. DIMENSES:

    20,5cm (largura) x 26,7cm (altura)

    2.2.3. MARGENS E COLUNAS:

    1, 2 e 3 colunas

    2.2.4. SUPORTE (TIPO DE PAPEL):

    Couch Brilho Envernizado 230g (capa) e Couch Fosco 115g (miolo)

    2.2.5. PROCESSO (IMPRESSO):

    Digital e offset

    2.2.6. CORES:

    4x4

    2.2.7. FORMATO DO LAYOUT:

    41cm x 26,7cm (aberto)

    2.2.8. IMAGENS:

    300dpi

    2.2.9. ACABAMENTO:

  • 52

    Refile

    2.2.10. ENCADERNAO:

    Canoa (dobra e grampo)

  • 53

    CONSIDERAES FINAIS

    Sob os pontos de vista das duas revistas que foram publicadas no mesmo

    perodo temos vises completamente distintas, isso porque de um lado temos um

    forte apelo revolta e indignao sobre o caso do mensalo, por outro a Carta

    Capital nos leva a questionar se nossa opinio sobre o assunto induzida ou

    formada pelas mdias.

    A linha editorial seguida por Veja viso impor ao leitor uma viso sobre algum

    fato, a da Carta Capital se prope a mostrar os contra pontos de um mesmo

    assunto. Essa controversa imposta pelas duas revistas a prova de que a linha

    editorial das revistas influncia e dita o modo como elas iro publicar suas edies.

    A revista Veja a mais vendida do Brasil, pois conquista o leitor com seu jeito Veja

    de abordar os assuntos, a Carta Capital por sua vez no a mais vendida, mas

    considerada uma revista mais sensata e crtica que a Veja.

  • 54

    REFERNCIAS, BIBLIOGRAFIA E WEBGRAFIA

    AGNCIA UNIMED DE NOTCIAS. Manual de House Organ. Desenvolvido pela

    equipe de Comunicao da Unimed do Brasil. Janeiro/2005.

    BORGES, JulioDaio. A tal da linha editorial. Publicado em 15/02/2005. Acessado

    em 23/10/2013.

    http://observatoriodaimprensa.com.br/news/view/a_tal_da_linha_editorial

    DAZ BORDENAVE, Juan E. O que comunicao / Juan E. Daz Bordenave.

    So Paulo : Brasiliense, 2006. (Coleo Primeiros Passos ; 67)

    FRANCO, Benedito Luiz. Proteo constitucional do sigilo da fonte na

    comunicao jornalstica. So Paulo : Celso Bastos Editor: Instituto Brasileiro de

    Direito Constitucional, 1999.

    HOUAISS, Antnio e VILLAR, Mauro de Salles. Dicionrio Houaiss da Lngua

    Portuguesa / Antnio Houaiss e Mauro de Salles Villar, elaborado pelo Instituto

    Antnio Houaiss de Lexicografia e Banco de Dados da Lngua Portuguesa S/C

    Ltda. 1.ed. Rio de Janeiro : Objetiva, 2009.

    GAYDECZKA, Beatriz. A multimodalidade na reportagem impressa. Estudos

    Lingusticos XXXVI (3), setembro-dezembro, 2007, p.108-115.

    LAGE, Nilson. A reportagem: teoria e tcnica de entrevista e pesquisa

    jornalstica. 9.ed. Rio de Janeiro : Record, 2011.

    ____________. Estrutura da notcia. 6ed. So Paulo : tica, 2006.

    MARCONDES, Celso. Bem-vindos ao novo site da Carta Capital. Editado pela

    ltima vez em 12/08/2010. Acessado em 15/11/2013.

    http://www.cartacapital.com.br/sociedade/bem-vindos-ao-novo-site-de-cartacapital

    MARTINS, Franklin. Jornalismo poltico. 2ed. So Paulo : Contexto, 2011.

  • 55

    MEDINA, Cremilda. Notcia, um produto venda: jornalismo na sociedade

    urbana e industrial. 2ed. So Paulo : Summus, 1988.

    PENA, Felipe. 1000 perguntas sobre jornalismo. 1ed. So Paulo : Editora

    Universidade Estcio de S, 2005.

    PICHELLI, Katia Regina, PEDRO, Margarete e CARVALHO, Marcelle de Almeida. O

    discurso de formao da opinio pblica: anlise dos editoriais sobre as

    denncias do Mensalo nas revistas Veja e Carta Capital. UNIrevista Vol. 1,

    n 3 (julho 2006).

    PINHEIRO, Rafael Pitsch. Projeto Grfico: Revista So Paulo em Cena.

    Acessado em 20/03/2014. http://stoa.usp.br/pitsche/files/-1/832/projeto+grafico.pdf

    ROSSI, Clvis e DAMIANI, Emlio. O que jornalismo? 10.ed. So Paulo :

    Brasiliense, 1998. (Coleo Primeiros Passos ; 15)

    SCALZO, Marlia. Jornalismo de revista. 3.ed. So Paulo : Contexto, 2008.

    (Coleo Comunicao)

    STRAUSS, Leo. O que filosofia poltica? Leviathan Cadernos de Pesquisa

    Poltica, n. 2, pp. 167-193, 2011.

    TERRA. Infogrfico: julgamento do Mensalo. Acessado em 20/04/2014.

    http://www.terra.com.br/noticias/infograficos/o-mensalao/

    TRIBUNAL DE JUSTIA DO DISTRITO FEDERAL E DOS TERRITRIOS.

    Conhecendo a imprensa: noes bsicas da linguagem jornalstica. Acessado

    em 02/11/2013.

    WIKIPEDIA. Linha editorial. Editado pela ltima vez em 06/10/2013. Acessado em

    03/11/2013. http://pt.wikipedia.org/wiki/Editorial

  • 56

    _________. Carta Capital.Editado pela ltima vez em 16/03/2013. Acessado em

    15/11/2013. http://pt.wikipedia.org/wiki/CartaCapital

    _________. Veja. Editado pela ltima vez em 03/11/2013. Acessado em 15/11/2013.

    http://pt.wikipedia.org/wiki/Veja

  • 57

    APNDICES

    Apndice A Pauta da reportagem sobre urna biomtrica

    PAUTA REVISTA PLIS

    ASSUNTO/FATO:urna biomtrica

    INFORMAES PRVIAS SOBRE A OCORRNCIA JORNALSTICA:

    O sistema eletrnico de votao adotado no Brasil referncia mundial. O eleitorado brasileiro abrange mais de 141,4 milhes de pessoas (dados de abril de 2013). O recadastramento biomtrico, regulamentado pela Resoluo-TSE n 23.335, est sendo realizado gradativamente pela Justia Eleitoral em todo o pas.

    QUESTES A SEREM ABORDADAS NA MATRIA:

    - Conceito; - Vantagens e desvantagens; - Processo; - Opinies de quem j votou no novo sistema; - Expectativas dos eleitores.

    FONTES DE PESQUISA/ENTREVISTADOS:

    - Fonte de pesquisa: Tribunal Superior Eleitoral (site) http://www.tse.jus.br - Entrevistados: Maria Ademilde Neres Nogueira Escriturria da Zona Eleitoral 415-SP Rua Benjamin Constant, 1029, Centro, Suzano-SP (11) 4747-1300

    REPRTER/PAUTEIRO:

    Anglica Braga/Luciane Gunji

  • 58

    Apndice B Reportagem sobre urna biomtrica

    URNA BIOMTRICA

    488 cidades escolhero seus representantes aps identificao biomtrica. Conhea

    o novo sistema que promete deixar as eleies mais seguras

    Quando o assunto eleio, o Brasil possui um sistema eletrnico de votao

    que referncia no mundo todo. Mas, para tornar as votaes ainda mais seguras e

    democrticas, o pas est passando por um processo de renovao no sistema que

    incorporar a identificao. Ela consiste no reconhecimento individual por meio das

    impresses digitais.

    Nas eleies gerais de 2010, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) contabilizou

    mais de 1,1 milho de eleitores de 60 cidades e 23 Estados que participaram das

    eleies gerais com o novo sistema. Em 2012, a tecnologia alcanou mais de 7,7

    milhes de eleitores de 299 municpios de 24 Estados.

    No ano passado, a Justia Eleitoral iniciou a terceira etapa do Programa de

    Identificao Biomtrica do Eleitor, com foco nas eleies gerais de 2014. A meta

    recadastrar mais 16 milhes de eleitores, para que cerca de 23,7 milhes de

    brasileiros de todos os Estados e do Distrito Federal possam ser identificados

    biometricamente no pleito que se aproxima.

    COMO FUNCIONA?

    Por meio da biometria, o mesrio identifica o eleitor aps comparar as

    impresses digitais com as previamente cadastradas no banco de dados da Justia

    Eleitoral e inseridas na urna eletrnica. Alm de eliminar a interveno humana

    nessa etapa, outra grande vantagem da tecnologia biomtrica impedir que uma

    pessoa consiga se passar por outra no momento da identificao, j que cada ser

    humano possui impresses digitais nicas. Como o eleitorado brasileiro abrange

    cerca de 141,4 milhes de pessoas, essa mudana est sendo feita de forma

    gradativa.

    De acordo com a Maria Nogueira, escriturria do Cartrio Eleitoral 415,

    localizado na cidade de Suzano, o novo sistema trar ainda mais segurana para as

    votaes. Lembrando que os municpios do Alto Tiet s comearo a ser

    recadastrados somente em 2015, salienta.

  • 59

    RECADASTRAMENTO

    No Estado de So Paulo, alm dos municpios com reviso obrigatria j

    encerrada, a biometria tambm foi implementada na Capital, em So Bernardo do

    Campo, Guarulhos e Osasco. No entanto, os eleitores desses quatro municpios

    ainda no foram obrigados a fazer o recadastramento, enquanto outras 15 cidades,

    como Vinhedo e guas de So Pedro, j esto na lista de cidades com o novo

    sistema.

    Quem no realizar o recadastramento ter o ttulo de eleitor cancelado, o que

    resulta em multas, impedimento de participar de concursos pblicos, tirar o

    passaporte para o exterior e abrir contas em bancos. Em caso de dvidas, o cidado

    deve procurar o cartrio eleitoral da sua cidade ou regio.

  • 60

    Apndice C Pauta da reportagem sobre representantes do poder

    PAUTA REVISTA PLIS

    ASSUNTO/FATO: representantes do poder

    INFORMAES PRVIAS SOBRE A OCORRNCIA JORNALSTICA:

    2014 ano de eleio. Alm de votar para escolher o novo presidente, quais

    outros representantes do poder teremos que votar? Neste ano, as eleies

    acontecem no ms de outubro e sero eleitos os presidentes, os deputados

    federais e estaduais, governadores e senadores.

    QUESTES A SEREM ABORDADAS NA MATRIA:

    - Cargos e suas principais atribuies;

    - Vagas a serem preenchidas;

    - Grau de conhecimento da populao sobre o assunto;

    - Ordem de votao na urna eletrnica.

    FONTES DE PESQUISA/ENTREVISTADOS:

    - Fonte de pesquisa:

    Eleies 2014 (site)

    http://www.eleicoes2014.com.br/cargos-disputados/

    Tribunal Superior Eleitoral (site)

    http://www.tse.jus.br/

    YouTube do Tribunal Superior Eleitoral

    http://www.youtube.com/watch?v=_ZISN9q0Ckk

    - Entrevistados:

    Junji Abe

    Deputado Federal (PSD) | (11) 4721-2001

    Damaris de Miranda Azevedo

    Assistente Contbil | (11) 4743-1569

    REPRTER/PAUTEIRO:

    Cristiane Neres Martins/Luciane Gunji

  • 61

    Apndice D Reportagem sobre representantes do poder

    REPRESENTANTES DO PODER

    Descubra quem faz o que na poltica

    Desafiando a memria de milhes de brasileiros, as eleies retornam a cada

    dois anos para assombrar o conhecimento do eleitor sobre o assunto. Neste ano, a

    ida da populao s urnas eletrnicas ir eleger o novo presidente da Repblica,

    conhecido como autoridade mxima do Poder Executivo e por ocupar o lugar

    principal do Palcio do Planalto. Alm dele, outros representantes do poder sero

    escolhidos. Voc sabe quem so e o que fazem?

    Nas ruas, possvel perceber que a maioria das pessoas, como a assistente

    contbil Damaris de Miranda, 23, no tm ideia das principais funes polticas de

    nossos representantes. Todo mundo deveria saber que, alm do presidente,

    escolheremos os deputados estaduais e federais, senador e governador, mas sei

    que muitas pessoas como eu no fazem a menor ideia disso, confessa.

    Por isso, alm de saber quem so e o que fazem, preciso ficar atento a

    outros detalhes importantes. Afinal, votar um ato de cidadania e deve ser feito com

    conscincia. No adianta protestar nas ruas se, na hora de apertar o famoso boto

    confirma, voc o fizer apenas por obrigao. O eleitor precisa adquirir o hbito de

    pesquisar sobre a vida do seu candidato, saber quais so seus projetos, entender

    sobre o seu passado e, principalmente, lembrar de cobrar as promessas feitas

    durante a campanha.

    aconselhvel guardar o material com as propostas daquele que voc

    escolheu para votar. Assim, o eleitor poder cobr-lo com maior vigor se for eleito,

    explica o deputado federal Junji Abe (PSD-SP), que ainda relembra a importncia da

    populao ter o costume de vigiar os polticos.

    Desde que algum decide ser uma figura pblica, deve ter conduta

    igualmente transparente e precisa criar mecanismos para interagir com a

    comunidade seja do modo convencional, seja no virtual, finaliza. Afinal, quem est

    na vida pblica tem a obrigao de prestar contas de suas aes e tambm de seus

    planos e pensamentos.

    DEPUTADO ESTADUAL

  • 62

    Responsvel por atuar na Assembleia Legislativa, esse representante tem como

    funes propor e fazer emendas, revogar leis estaduais e julgar as contas com os

    gastos do governo do Estado. So eles tambm que solicitam junto ao Governador a

    liberao de verbas para obras nos municpios. No Estado de So Paulo, por

    exemplo, so eleitos 94 deputados de quatro em quatro anos.

    DEPUTADO FEDERAL

    Entre as principais funes do deputado federal esto a legislao e fiscalizao dos

    gastos pblicos na esfera nacional, alm da elaborao de leis. S o Estado de So

    Paulo, o mais populoso do Brasil, elege cerca de 70 representantes dos 513 que

    ocupam uma cadeira na Cmara.

    GOVERNADOR

    Trata-se do representante mximo de um Estado, que tem a funo de exercer a

    direo da administrao estadual e a representao do Estado em suas relaes

    jurdicas, polticas e administrativas. Lembrando tambm que o Governador

    responsvel por defender seus interesses junto ao Governo Federal, buscando

    investimento para todas as reas.

    SENADOR

    Em 2014, cada Estado eleger apenas um representante. Esse o nico cargo que

    tem mandato com durao de oito anos. Para quem no sabe, de competncia

    dos senadores o ato de fiscalizar as aes e gastos do poder Executivo, aprovando

    as dvidas dos Estados e a deciso final com relao aos acordos internacionais

    firmados pelo governo.

  • 63

    Apndice E Pauta da reportagem sobre o voto obrigatrio

    PAUTA REVISTA PLIS

    ASSUNTO/FATO: voto obrigatrio

    INFORMAES PRVIAS SOBRE A OCORRNCIA JORNALSTICA:

    De acordo com a LEI N 4.737, DE 15 DE JULHO DE 1965, o voto obrigatrio no

    Brasil. O assunto gera polmica, j que a Constituio Americana e alguns pases

    da Europa prev o voto facultativo.

    QUESTES A SEREM ABORDADAS NA MATRIA:

    - Importncia do voto;

    - Vantagens e desvantagens do voto obrigatrio/facultativo;

    - Direito do voto no Brasil e no mundo;

    - Opinies de pensadores e do pblico eleitoral.

    FONTES DE PESQUISA/ENTREVISTADOS:

    - Entrevistados:

    Eriberto Dias

    Estudante de Logstica | (11)98564-3795

    Eliane Lino

    Professora de Filosofia | [email protected]

    REPRTER/PAUTEIRO:

    Anglica Braga/Luciane Gunji

  • 64

    Apndice F Reportagem sobre o voto obrigatrio

    DIREITO OU DEVER?

    Algumas pessoas so obrigadas a votar, para outras a ao facultativa

    Todo mundo sabe que, em ano de eleio, a discusso sempre a mesma: por

    que sou obrigado a votar? Afinal, a atitude causa sempre um impasse para o brasileiro, j

    que muitos deles no concordam com a ordem de ir s urnas escolher os representantes

    de seu pas enquanto outros se orgulham em participar da escolha dos candidatos que

    governaro o pas.

    Independentemente de qual lado que voc est, importante saber que o Artigo 14

    da Constituio Federal estabelece que os brasileiros alfabetizados entre 18 e 70 anos de

    idade so obrigados a votar. Para os analfabetos, os maiores de 70 e os que tm entre 16 e

    18 anos comparecer s urnas uma ao voluntria, ou seja, o voto, para eles. facultativo.

    Por isso, o assunto est em pauta a cada dois anos. De um lado, os defensores do

    voto obrigatrio alegam que votar um dever de todo brasileiro, j que o regime democrtico

    brasileiro permite que todo cidado participe das eleies, salvo as condies em que a

    pessoa analfabeta, no responde legalmente por seus atos ou esteja em idade muito

    avanada.

    Do outro lado, est a grande maioria: os que so contra o voto obrigatrio e a favor

    do facultativo, afirmando o voto como um direito, afinal, o voto na condio de direito do

    cidado permite que escolha se quer, ou no, ir s urnas. Acredito que o voto obrigatrio

    traz uma certa revolta no sentido do senso comum, explica o estudante Eriberto Dias, 21,

    que acha que a obrigatoriedade do voto no favorece o interesse do eleitor pelas urnas.

    Quando a problemtica se estabelece entre o direito e o dever de votar, a

    explicao vai alm de uma simples posio de a favor ou contra. Para a professora de

    Filosofia Eliane Lino, 47, o brasileiro ainda imaturo quando o assunto voto. Se no

    Brasil existisse democracia realmente, o voto no precisaria ser obrigatrio. S

    obrigatrio porque um meio de controlar as massas. A maioria dos brasileiros no tem

    conscincia politica, alega.

    nessas horas que bate aquela dvida: quantos brasileiros iriam s urnas se o

    voto fosse facultativo? Com o voto sendo obrigatrio, quantos eleitores elegem os seus

    representantes do poder por prazer e conscientes das consequncias de suas escolhas?

  • 65

    Fica aqui o conselho de av da Revista Plis: pense bem na hora de votar. O Brasil o

    pas que mais arrecada em impostos e a nao est em condio de economia

    emergente h anos. E quem que administra todo esse dinheiro?

    J ouviu falar naquele ditado popular: de gro em gro, a galinha enche o

    papo? O seu voto pode ser apenas mais um, mas, quando feito de forma

    consciente, ele vira sinnimo de conscincia limpa.

  • 66

    Apndice G Pauta da reportagem sobre partidos polticos no Brasil

    PAUTA REVISTA PLIS

    ASSUNTO/FATO:partidos polticos no Brasil

    INFORMAES PRVIAS SOBRE A OCORRNCIA JORNALSTICA:

    Com a proximidade das eleies, importante que o eleitor e leitor entendam um

    pouco mais sobre os principais partidos polticos do Pas.

    QUESTES A SEREM ABORDADAS NA MATRIA:

    - Lista dos partidos polticos atuais e novos;

    - Importncia dos partidos polticos no Estado democrtico;

    - Opinies do pblico eleitoral e dos participantes dos partidos;

    - Discusso sobre o excesso de partidos polticos no Brasil.

    FONTES DE PESQUISA/ENTREVISTADOS:

    - Fonte de pesquisa:

    Tribunal Superior Eleitoral (site) e pginas oficiais dos partidos polticos

    - Entrevistados:

    Paulo Ciaccio

    Professor e historiador | http://facebook.com/paulo.ciaccio

    Walmir Pinto

    Vereador do PT em Suzano/SP | [email protected]

    Isaias Augusto

    Tcnico de Produo | [email protected]

    REPRTER/PAUTEIRO:

    Cristiane Neres Martins/Luciane Gunji

  • 67

    Apndice H Reportagem sobre partidos polticos no Brasil

    POR QUE EXISTEM TANTOS PARTIDOS POLTICOS NO BRASIL?

    A cada dois anos, o brasileiro v o mesmo filme: o excesso de partidos polticos e

    os novos truques para convencer o eleitor nas urnas

    Responda rpido: voc sabe quantos partidos polticos existem no Brasil?

    Ento prepare-se para no cair da cadeira, pois de acordo com o Tribunal Superior

    Eleitoral (TSE), o Brasil tem 32 partidos registrados e atuantes. O nmero to

    grande e as siglas so to parecidas que, a cada dois anos, o pblico eleitorado faz

    uma confuso na cabea, o que acaba refletindo na escolha dos representantes. J

    que estamos em ano de eleio, a Revista Plis convidou o renomado professor e

    historiador, Paulo Ciaccio, 51, e o vereador de Suzano, Walmir Pinto (PT-SP), 53,

    para falarem sobre a importncia de no ser um brasileiro politicamente ignorante (e

    ignorado).

    MAIS OU MENOS

    Existe uma grande discusso sobre o nmero excessivo de partidos polticos

    brasileiros. Ser que isso prejudica ou favorece o eleitor? Neste caso, a regra matemtica faz

    valer sua importncia: mais com mais menos e menos com menos mais. O problema

    disso tudo que o eleitor no sabe reconhecer quando a qualidade vale mais que a

    quantidade.

    Infelizmente o eleitor no sabe nada disso. Eles simplesmente votam porque

    so obrigados. Escolhem um candidato popular, bonito, que fala bem ou

    simplesmente pegando panfletos no cho no dia da eleio, afirma Ciaccio, que

    ainda explica que os partidos polticos no Brasil s comearam a aumentar aps

    1930, com Getlio Vargas, mas que acaba com todos eles em 1937. Para o

    professor e historiador, os partidos polticos no representam nada na escolha dos

    candidatos pelos eleitores, j que a maioria nem sabem quais so, sua ideologia,

    sua tendncia e se contra ou a favor do governo.

    Se voc partir do princpio que mais partidos significam maior

    representatividade da sociedade na poltica, isso positivo. Acho que o problema

    no est na quantidade de partidos e, sim, na qualidade de quem os representa,

    comenta o vereador. Em alguns pases, alm dos partidos possvel ter

  • 68

    candidaturas independentes. Porm, o problema que o Brasil vive