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AVALIAÇÃO DE RISCOS OCUPACIONAIS EM UMA INDÚSTRIA DE
FOLHEADOS DE JUAZEIRO DO NORTE - UM ESTUDO DE CASO
Daniel Walker Almeida Marques Junior1
RESUMO
Este estudo teve por objetivo avaliar os riscos ocupacionais dos colaboradores de uma indústria de jóias folheadas, no município de Juazeiro do Norte/CE e, tecer recomendações sobre as modificações necessárias, a fim de adequar o ambiente de trabalho às normas de saúde e segurança no trabalho vigentes no país. A unidade específica de análise foi o grupo de trabalhadores do setor de galvanoplastia. A metodologia utilizada foi a observação sistemática, para descrever os processos de trabalho. Para o levantamento de dados primários, foi realizada uma entrevista com o supervisor de produção da empresa, sendo possível identificar: as funções desempenhadas em cada setor de produção. Desta forma, a avaliação cobriu todas as condições operacionais e ambientais habituais, que envolvem o trabalhador no exercício de suas funções. Após essa etapa foi realizada a observação das atividades desenvolvidas pelos trabalhadores para identificação e quantificação dos riscos existentes no processo produtivo industrial, que, em função de sua natureza, concentração ou intensidade e tempo de exposição, são capazes de causar danos à saúde do trabalhador. Observou-se que os fatores que mais contribuem para as doenças ocupacionais são as inobservâncias das normas e procedimentos de segurança e falta de atenção na utilização de Equipamento de Proteção Individual (EPI). As principais lesões em conseqüência desses acidentes de trabalho são: cortes, queimaduras, quedas, exposição constante a compostos orgânicos voláteis (VOC) e material particulado fino, bem como riscos ergonômicos.
Palavras-chave: Galvanoplastia - indústria. Resíduos industriais. Folheados -
indústria.
Introdução
O presente trabalho tem como tema os riscos decorrentes da atividade de
galvanoplastia, que podem comprometer a saúde e a segurança dos colaboradores
de uma indústria de jóias folheadas de Juazeiro do Norte, Estado do Ceará.
A galvanoplastia é um processo eletrolítico que consiste em revestir
superfícies de peças metálicas com outros metais, mais nobres. Esse processo tem
por objetivo proteger uma peça de metal da reação de oxidação, bem como conferir
melhor acabamento estético ou decorativo à mesma.
Segundo os registros do Anuário Estatístico da Previdência Social, no período
compreendido entre 2000 a 2005, houve um aumento de 82,4% no número de
1 Engenheiro de Produção Mecânico pela Universidade Regional do Cariri (URCA) e Pós Graduando em
Engenharia de Segurança no Trabalho da Universidade Cândido Mendes (UCAM). E-mail: [email protected]
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acidentes de trabalho nas indústrias de galvanotécnica e de folheados, com 1.257
ocorrências em 2005, das quais 1.047 foram de acidentes típicos, 129 de acidentes
de trajeto e 81 de doenças do trabalho para as duas atividades.
Nesse contexto, serão abordados nesse estudo de caso:
• As categorias de riscos ocupacionais decorrentes da empresa, dos
procedimentos, da maquinaria, dos processos, dos ambientes e das
relações de trabalho;
• Os dados conclusivos que se chegou à avaliação quantitativa dos
agentes de riscos ambientais encontrados na empresa.
São considerados riscos ambientais os agentes físicos, químicos e biológicos
que, em função de sua natureza, concentração ou intensidade e tempo de
exposição, forem capazes de causar dano a saúde do trabalhador.
De acordo com a IN-118/2005, são consideradas condições especiais que
prejudicam a saúde ou a integridade física, conforme aprovado pelo Decreto nº
3048, de 06 de maio de 1999, a exposição a agentes nocivos químicos, físicos ou
biológicos ou à associação desses agentes, em concentração ou intensidade e
tempo de exposição que ultrapasse os limites de tolerância ou que, dependendo
do agente, torne a simples exposição em condição especial prejudicial à saúde.
Na empresa, objeto desse estudo, todos os cinco agentes de risco foram
encontrados: físicos (ruído e calor); químicos (sais metálicos e cianetos, os ácidos,
bases e solventes orgânicos, os vapores de solventes orgânicos, as névoas ácidas e
alcalinas geradas nos banhos e as poeiras metálicas); biológicos (presença de
vetores transmissores de riscos – ratos e baratas); ergonômicos (posturas
inadequadas, iluminação inadequada, movimentos repetitivos, ritmo e esforço
excessivo); e mecânicos (pisos escorregadios, sinalização precária, instalação
elétrica improvisada).
Com o objetivo de mensurar os riscos ambientais foram realizados
levantamentos gerais do estabelecimento, processos produtivos, produtos químicos,
organização e fluxo operacional, identificando agentes nocivos à saúde e a
integridade física do trabalhador.
Foram também analisadas as disposições de máquinas e equipamentos nos
diversos setores (layout), de modo que o mesmo não se constitua em risco
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adicional. Um layout inadequado pode gerar problemas de circulação de pessoas e
materiais, obstrução de rotas de fuga e do acesso aos equipamentos de combate a
incêndio, redução dos níveis de iluminamento natural, aumento dos níveis de
pressão sonora (ruído) no ambiente de trabalho.
Para o alcance dos objetivos aqui propostos, utilizou-se como recurso
metodológico, a pesquisa bibliográfica e de campo, realizada a partir da análise
pormenorizada de materiais já publicados na literatura e artigos científicos
divulgados no meio eletrônico, bem como na utilização de instrumental para
quantificação dos riscos ambientais.
As recomendações técnicas aqui relatadas tiveram o objetivo de adequar o
ambiente de trabalho ao preconizado nas normas de saúde e segurança no trabalho
vigente no país.
Desenvolvimento
No final do século XVII, a exploração do ouro, foi responsável pela
interiorização do desenvolvimento brasileiro, pelo grande crescimento populacional e
pela expansão de nossas fronteiras. As descobertas de diamantes e,
posteriormente, de outras pedras preciosas, também tiveram um papel
preponderante para esse crescimento.
A partir da II Guerra Mundial surgem, no Brasil, as primeiras indústrias
joalheiras que se somaram aos fabricantes de jóias artesanais, os ourives.
Hoje a indústria brasileira de jóias e folheados está presente em quase todas
as regiões do país. Segundo o Instituto Brasileiro de Gemas e Metais Preciosos
(IGPM) o Brasil é o 27º colocado no ranking dos principais fabricantes de jóias
(IBGM, 2005).
No Estado do Ceará, mais particularmente em Juazeiro do Norte, localizado
na Região Metropolitana do Cariri, as atividades de produção de bijuterias e
folheados foram iniciadas, em 1893, com o incentivo do Padre Cícero que atraía
devotos à cidade e estimulava os moradores da localidade a disponibilizarem, em
suas residências, uma pequena oficina para a fabricação de peças de ouro
(correntes, anéis, brincos), o que provocou a criação desse nicho empresarial.
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Na década de 50 e 60 o ponto forte em ramo de negócios de nossa cidade
eram as ourivesarias. Nesta época, Juazeiro era responsável por cerca de 50% da
produção nacional de folheados, com centenas de fábricas de médio e grande porte,
empregando uma vasta rede de trabalhadores e artesãos.
A produção, que no início era basicamente artesanal, tem ganhado contornos
mais modernos. Hoje a terra de Padre Cícero, Juazeiro do Norte, é a terceira maior
produtora de folheados no Brasil. É atualmente o segundo setor em importância no
município, superado apenas por calçados. De acordo com o SEBRAE/CE, são 50
empresas que empregam cerca de quatro mil pessoas. A produção chega a 2,5
milhões de peças ao mês, tendo como principais destinos estados das regiões Norte
e Nordeste.
No que se refere à ourivesaria tradicional, outro importante segmento do pólo,
a cidade possui 15 empresas, com cerca de 50 ourives, trabalhando em conserto de
jóias e fabricação por encomenda. Quase todos operam de maneira informal,
empregando, ainda, cerca de mais de 200 pessoas.
A empresa objeto desse estudo de caso está instalada, desde 2002, em
Juazeiro do Norte, estado do Ceará, em uma residência adaptada, para o específico
propósito de promover a eletrodeposição de ouro e prata em produtos como:
brincos, anéis, alianças, correntes, pulseiras, gargantilhas, pingentes e colares. A
indústria conta com 35 trabalhadores, sendo 15 no setor de galvanoplastia. A
jornada de trabalho é de 44 horas semanais.
Neste ramo de atividade a produção de jóias é realizada através de uma série
de processos industriais em especial a fabricação de peças (denominadas de
“bruto”) e o tratamento de superfícies através do banho de metais. O processamento
industrial, intitulado de galvânico, têm duas atividades básicas, que consistem na
limpeza da peça (preparação da sua superfície para recebimento da camada de
revestimento) e a aplicação de camada metálica propriamente dita.
Em suma, o processo produtivo industrial da empresa divide-se em: (a)
Confecção das peças; (b) Tratamento químico e mecânico das peças; (c) Banho
eletrolítico das peças; (d) lavagem em água quente e secagem das peças.
a) Confecção das peças: A fabricação de peças é feita por processo
metalúrgico (fundição a baixa fusão). Para realizar a fundição à baixa fusão,
modelos das peças são colocadas em um molde flexível de silicone (ou borracha)
que se amolda ao seu formato. Após adicionar um composto que evita a aderência,
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monta-se um outro disco idêntico sobre o anterior, encerrando os modelos entre os
discos.
O conjunto é então colocado em uma prensa vulcanizadora, semi-automática,
onde é regulado a temperatura e o tempo de vulcanização (para ocorrência do
processo de cura do molde), com a pressão desejada. Após a cura, o molde
resultante tem resistência química e ao calor, e procede-se então à abertura manual
dos canais pelos quais o metal líquido escorrerá, assim como canais pelos quais
haja escape de ar.
Para a produção, os moldes são montados em máquina centrífuga, semi-
automática, que através de movimentos giratórios (centrifugação e compressão)
criam condições para que se despeje o metal líquido no orifício central de modo que
ocorra o escoamento por todos os detalhes das cavidades, dando o formato das
peças. Retirado o conjunto, são retiradas as rebarba das peças.
Nos diversos estágios desse processo de fundição há liberação de fumos
metálicos, provenientes da fusão das ligas, que causam prejuízos à saúde dos
trabalhadores.
(b) Tratamento químico das peças: Consiste numa limpeza preliminar das
peças de latão, através de solução de 50% de ácido nítrico (HNO3) e 98% de ácido
sulfúrico (H2SO4). Nessa empresa esse processo é realizado ao ar livre, desprovido
de quaisquer sistemas de exaustão e filtros lavadores de gases.
(c) Tratamento mecânico das peças: Realizado em um tamboriador rotativo,
que gira axialmente. Em seu interior, além das peças a serem rebarbadas, são
colocados chips (pequenas peças em formatos geométricos variados, de resina ou
de material cerâmico abrasivo), detergente e/ou esferas polidoras. A utilidade dos
chips é auxiliar no desbaste de material mediante o movimento dentro das
campanas.
(d) Processo de deposição eletrolítica: No tratamento eletrolítico as peças
(pingentes, anéis, brincos etc) são previamente colocadas em gancheiras e imersas
em tanques de PP com solução composta de cianeto de potássio. Após 15
segundos, as peças são enxaguadas em chuveiros sobre tanques de recepção de
efluentes químicos; em seguida colocadas em uma solução ativante de ácido
sulfúrico (10%). Em seguida são levadas para o desengraxe eletrolítico, utilizado
para remover sujeiras das peças permitindo, assim, uma perfeita deposição dos
tratamentos galvânicos posteriores.
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Após operações de enxágüe, seguido de ativação e novo enxágüe, as peças
são levadas para o banho de cobre alcalino. Este processo é realizado com sais de
cobre cianeto, formando uma camada fina de Cobre, intermediária entre o metal
base (latão) e o ouro. Após enxágüe, ativação e novamente enxágüe, o passo
seguinte, na produção de folheados, é a deposição de uma camada mais espessa
de cobre, conhecido por banho de cobre ácido, cuja composição é de sulfato de
cobre e de ácido sulfúrico. Nesse processo ocorre o nivelamento e o brilho das
peças. Após as camadas de preparação (cobre e níquel), parte-se às camadas de
metais mais nobres, como o ouro e prata.
As peças que saem da linha de galvanoplastia vão às centrífugas que lhes
proporcionam a remoção da água e secando as peças por resistências elétricas
internas.
Após levantamento prévio e pormenorizado do processo produtivo, foram
identificadas as principais queixas dos colaboradores do setor galvânico: jornadas
de trabalho prolongadas - horas-extras; - folgas insuficientes, tendo em vista a
jornada de trabalho semanal acrescida das horas-extras; - irritação às vias
respiratórias e dores na coluna vertebral.
Foram observados os seguintes riscos ambientais:
a) químicos - As emissões provenientes da atividade são oriundas do uso de
compostos orgânicos voláteis (VOC) e de material particulado fino. As emissões do
setor incluem: vapores ácidos ou com cianeto e névoas ácidas. A dispersão dessas
reações é lenta e homogênea devido a pouca corrente de ar.
O sistema de ventilação no ambiente de trabalho deverá, sempre que
possível, ser natural pois além de promover a adequada renovação do ar dentro da
instalação, evita gastos adicionais de energia elétrica com sistemas de ventilação
forçada. A vazão de exaustão deverá ser calculada a partir do porte da empresa e
da quantidade de gases gerados nas linhas de produção e deverá ser dotado captor
tipo multifresta, sistema de dutos, ventilador, sistema de coleta e de descarga sobre
a superfície dos tanques de banhos químicos.
As paredes do prédio deverão ter proteção anti-corrosiva pelo menos até a
altura dos banhos, o que vai minimizar o ataque pelos produtos químicos presentes
nos banhos, além de facilitar a sua limpeza.
b) físicos: O vaso de pressão (compressor) instalado na área interna de
produção, tem contribuído para elevação do nível de ruído no ambiente de trabalho.
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O nível de pressão sonoro medido no setor galvânico foi de 80.6 dB (A). O nível de
ruído encontra-se muito próximo ao limite de tolerância permitido que é de 85 dB(A).
Recomenda-se a transferência de compressor para uma área específica e com
enclausuramento (casa do compressor).
A temperatura encontrada no ambiente medida foi de 29,2ºC de IBUTG, já
merecendo ações de controle como, por exemplo, a utilização de ventilação local e
exaustora no ambiente fabril.
c) biológicos: Foram observados problemas relacionados à limpeza e higiene.
Não há espaço adequado para refeitório. As roupas são de uso pessoal dos
trabalhadores, que se gastam rapidamente em contato com os produtos químicos
manipulados, além do fato da sua higienização ser realizada pelo trabalhador em
sua residência, podendo contaminar familiares e terceiros. O bebedouro está
localizado no interior da área de produção, o que acarreta risco de contaminação. É
recomendado que seja garantido aos trabalhadores da empresa um local, separado
da produção, para refeições e disponibilizar, também, local próprio que permita a
lavagem e higienização da vestimenta de trabalho.
d) ergonômicos: Esforço físico provocado pela inadequação de bancadas de
trabalho, altura (inferior a 90 cm) e disposição dos tanques para os banhos e de
instrumentos de trabalho como gancheiras e baldes.
Os tanques devem possuir uma altura superior a 1,20 m, dotados de guarda-
corpo. As bancadas deverão ter altura e largura proporcionais à altura dos
trabalhadores.
O nível de iluminamento medido foi de 354 lux. O nível mínimo prescrito na
Norma brasileira NBR 5413 estabelece os valores de iluminância mínima para o tipo
de atividade objeto deste estudo é de 300 lux. O nível de iluminamento está,
portanto, acima do nível mínimo fixado por esta norma.
e) mecânicos: Não foram observados lava-olhos e chuveiros de emergência
no setor produtivo. Os pisos da área de galvanoplastia são escorregadios e com
saliências ou desníveis; não há sinalização nos tanques dos banhos. Os
colaboradores da empresa não receberam quaisquer treinamentos específicos para
a realização de suas tarefas. Os equipamentos de combate a incêndio estão em
áreas obstruídas e sem sinalização.
Na empresa há Instalações elétricas improvisadas tanto prediais como de
máquinas/equipamentos aparentes, fora de conduítes ou de calhas apropriadas,
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com disjuntores instalados na própria parede ou em caixas com fundo de madeira,
fios descascados com emendas ou expostos.
Recomenda-se a instalação, em locais estratégicos (Banho e Pré-tratamento),
de 2 lava-olhos e 2 chuveiros de emergência. O piso de uma galvânica deve conter
estrados revestidos com polipropileno (ou borracha) e ser provido de drenos e
canaletes para o escoamento dos efluentes líquidos oriundos do processo industrial.
Ele deve ainda ser projetado com uma inclinação que facilite o direcionamento dos
efluentes para os drenos e canaletes que os conduzirão para a estação de
tratamento.
Há, ainda, a necessidade de um contrapiso em concreto homogêneo. Este
contra-piso deverá ser capaz de resistir aos esforços mecânicos sem deformação
permanente ou fissuras.
É aconselhável que haja identificação nos recipientes dos banhos, devendo,
ainda, ser afixado fichas toxicológicas plastificadas, em parede, acima dos tanques
eletrolíticos.
A empresa deverá assegurar aos seus colaboradores um treinamento
específico em galvanoplastia e de prevenção de acidentes de trabalho.
O acesso ao extintor de incêndio deverá estar devidamente desobstruído,
sendo o mesmo instalado a uma altura de 1,60 m, medida do piso acabado ao
suporte de fixação.
As saídas de incêndio devem ser claramente sinalizadas estando sempre
desimpedidas.
A instalação elétrica do prédio deverá contar com vários comandos
individuais, estrategicamente posicionados no recinto de trabalho, ligados a um
quadro de comando geral. Toda a fiação deverá ser embutida em eletrodutos
(conduítes).
O armazenamento dos produtos químicos, por exemplo, é feito
irregularmente, sem separação de materiais como acessórios dos banhos, EPI,
roupas de trabalhadores e materiais a serem descartados e não há separação de
produtos por compatibilidade química.
Em relação aos equipamentos de proteção individual (EPI), foram observadas
falta de manutenção, falta de treinamento adequado para o uso e inadequação de
equipamento para a atividade que estava sendo executada.
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O arranjo físico (layout) da empresa foi adaptado de uma residência, não
sendo devidamente planejado. A empresa cresceu e, com isso, passou a enfrentar
dificuldades de infra-estrutura física. O layout em operação na unidade fabril tem
produzido padrões de fluxo longos e confusos, com distâncias longas entre os
setores.
A empresa precisa, prioritariamente, promover alterações na sua estrutura
física, bem como racionalizar seus fluxos de fabricação e melhorar a disposição
física dos postos de trabalho, tornando mais ágil e seguro o seu processo de
produção.
Conclusão
Diante do exposto, conclui-se que além dos riscos ocupacionais avaliados e
que atestam a gravidade das condições de trabalho, é imprescindível relacionarmos
os problemas derivados da organização do trabalho que corroboram para o
agravamento do quadro das doenças e acidentes do trabalho.
Ressalta-se que não houve, na empresa, um planejamento prévio de suas
instalações o que contribuiu sobremaneira para o agravamento dos riscos
ambientais habituais de um ambiente galvânico.
Os resultados deste trabalho demonstraram que a empresa analisada terá
que adequar-se às normas de segurança e saúde do trabalhador com base em uma
política focada no efetivo controle e na eliminação dos riscos de acidentes e
doenças relacionadas ao trabalho na indústria galvânica, sendo imprescindível o
comprometimento efetivo da empresa para o atendimento das recomendações aqui
propostas.
REFERÊNCIAS
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