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107
___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ Projeto e Implementação de Protótipo de Aquisição de Dados via USB de Baixo Custo Adriano Batista da Conceição Alex Anderson de Oliveira 1º Semestre/2010 ___________________________________________________________________ Universidade Federal do Pará Instituto de Tecnologia Faculdade de Engenharia Elétrica UFPA

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Page 1: TCC Completo

___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

Projeto e Implementação de

Protótipo de Aquisição de Dados

via USB de Baixo Custo

Adriano Batista da Conceição

Alex Anderson de Oliveira

1º Semestre/2010

___________________________________________________________________

Universidade Federal do Pará

Instituto de Tecnologia

Faculdade de Engenharia Elétrica

UFPA

Page 2: TCC Completo

II

UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ INSTITUTO DE TECNOLOGIA

FACULDADE DE ENGENHARIA ELÉTRICA

ADRIANO BATISTA DA CONCEIÇÃO ALEX ANDERSON DE OLIVEIRA

PROJETO E IMPLEMENTAÇÃO DE PROTÓTIPO DE AQUISIÇÃO DE DADOS VIA USB DE BAIXO CUSTO

Belém – PA 2010

TRABALHO SUBMETIDO AO COLEGIADO DE

ENGENHARIA ELÉTRICA PARA OBTENÇÃO

DO GRAU DE ENGENHEIRO ELETRICISTA

Page 3: TCC Completo

III

PROJETO E IMPLEMENTAÇÃO DE PROTÓTIPO DE AQUISIÇÃO DE DADOS VIA USB DE BAIXO CUSTO

Em________de________________de 2010. Este trabalho foi julgado adequado para a

obtenção do grau de Engenheiro Eletricista, e aprovado na sua forma final pela banca

examinadora que atribuiu-lhe o conceito__________________________.

________________________________ Prof. Dr. Daniel C. de Souza

ORIENTADOR

________________________________ Prof. Dr. Guilherme A. L. Araújo

MEMBRO DA BANCA EXAMINADORA

_______________________________ Msc. Marcus Ciro M. Gomes

MEMBRO DA BANCA EXAMINADORA

______________________________ Prof. Msc. Ronaldo Nonato Silva Lima

COORDENADOR DO CURSO DE ENGENHARIA ELÉTRICA

Page 4: TCC Completo

IV

“Fazer tudo o mais simples possível, mas não simplificado.”

Albert Einstein

Page 5: TCC Completo

V

Agradecimentos Para aquelas pessoas que sempre estenderam a mão e acreditaram na certeza do

término vitorioso desta jornada: Rosivan, Gracy, Marilene, Alexandre, José, Alice e aos meus

tios. Obrigado pelo incentivo e força.

Adriano Batista

Para a realização dessa conquista, tive a ajuda de muitos, os quais sou grato por tudo,

começando pelo maior deles: Deus. Agradeço também aos meus familiares pelo apoio, em

especial minha mãe.

Aos meus companheiros de laboratório, aos meus professores que construíram a minha

formação, ao prof. Nick que não só abri as portas do laboratório do PET-EE para que eu

pudesse realizar esse trabalho como também me deu aquele suporte, dois lance companheiro!

E como esquecer os meus amigos Eliomar e Prof. Barreiros? Os caras que não só me

indicaram esse trabalho como deram aquelas dicas quando precisei, obrigado! E que a sua

jornada prof. Barreiros continue muito longa e saudável, tenha certeza que esse é o desejo de

todos.

Alex Oliveira.

Um agradecimento especial também ao nosso professor e orientador Daniel por

mostrar o caminho correto no desenvolvimento deste trabalho.

Page 6: TCC Completo

VI

Para maiores informações, ou receber o código fonte dos programas elaborados para

este trabalho, entre em contato:

Email:

[email protected]

[email protected]

Page 7: TCC Completo

VII

Sumário

LISTA DE ABREVIATURAS ............................................................................................... X

LISTA DE SÍMBOLOS ......................................................................................................XIII

LISTA DE FIGURAS .......................................................................................................... XIV

LISTA DE TABELAS ....................................................................................................... XVII

RESUMO ........................................................................................................................... XVIII

CAPÍTULO 1 – APRESENTAÇÃO ....................................................................................... 1

1.1 Descrição dos Capítulos ....................................................................................................... 1

CAPÍTULO 2 – APRESENTAÇÃO DA DAQUSB .............................................................. 3

2.1 Introdução ............................................................................................................................. 3

2.2 Especificações ...................................................................................................................... 3

2.3 Descrição das Conexões da DaqUSB ................................................................................... 4

2.3.1 Conexões de Entrada e Saída............................................................................................. 5

2.3.2 Conexões da Fonte e da Comunicação .............................................................................. 5

2.4 Modo de Uso da DaqUSB .................................................................................................... 6

2.4.1 Calibração do Canal de Saída ............................................................................................ 8

2.4.2 Calibração dos Canais de Entrada ..................................................................................... 9

CAPÍTULO 3 – COMUNICAÇÃO USB ............................................................................. 10

3.1 Introdução ........................................................................................................................... 10

3.2 O Sistema USB ................................................................................................................... 13

3.3 O PIC .................................................................................................................................. 18

3.3.1 Modos de Operação ......................................................................................................... 20

3.3.1.1 Modo Dispositivo de Interface Humana (HID) ............................................................ 20

3.3.1.2 Modo de Emulação RS-232 .......................................................................................... 20

3.3.1.3 Modo para Driver de Propósito Geral .......................................................................... 21

3.3.1.4 Modo para Dispositivo de Armazenamento de Massa ................................................. 22

3.3.2 Características USB Adicionais do PIC .......................................................................... 23

3.3.3 Taxas de Transferência Reais .......................................................................................... 24

3.3.4 Tipos de Osciladores ....................................................................................................... 25

3.3.5 Modos de alimentação do PIC via USB .......................................................................... 27

3.3.5.1 Dispositivo Alimentado pelo Barramento (BUS POWER ONLY) ............................... 28

3.3.5.2 Dispositivo Auto-Alimentado (SELF-POWER ONLY) ................................................ 28

3.3.5.3 Dispositivo Dual-Alimentado (DUAL POWER) .......................................................... 29

Page 8: TCC Completo

VIII

3.3.6 Lista de Descritores da Interface USB ............................................................................ 29

CAPÍTULO 4 – CONVERSORES E CIRCUITOS ANALÓGICOS ................................ 31

4.1 Introdução ........................................................................................................................... 31

4.2 Conversor Digital/Analógico .............................................................................................. 31

4.2.1 Primeira Etapa – Conversor D/A ..................................................................................... 32

4.2.1.1 Configuração do PWM ................................................................................................. 33

4.2.1.2 O Filtro Passa-Baixa ..................................................................................................... 34

4.2.1.2.1 Determinação das Características do Filtro Ativo Passa-Baixa de Butterworth ....... 35

4.2.1.2.3 Determinação do fator de qualidade Q ...................................................................... 38

4.2.1.2.4 Cálculo dos Resistores e Capacitores do Filtro ......................................................... 38

4.2.2 Segunda Etapa – Condicionamento do Sinal ................................................................... 41

4.2.2.1 Amplificador de Diferenças Simples Utilizando AmpOp ............................................ 41

4.2.2.2 Cálculo dos Resistores do Amplificador ...................................................................... 42

4.2.3 Terceira Etapa – Amplificador de Potência ..................................................................... 43

4.2.3.1 Estágio de Saída Classe B ............................................................................................ 44

4.2.3.2 Transistores Darlington ................................................................................................ 47

4.2.4 Circuito Completo do Conversor D/A ............................................................................. 47

4.3 Conversor Analógico/Digital .............................................................................................. 49

4.3.1 O Conversor A/D do PIC ................................................................................................ 49

4.3.2 Condicionamento do Sinal do Conversor A/D ................................................................ 51

4.3.3 Circuito Completo do Conversor A/D ............................................................................. 53

CAPÍTULO 5 – FONTE DE ALIMENTAÇÃO .................................................................. 55

5.1 Introdução ........................................................................................................................... 55

5.2 Proposta de Fonte de Alimentação cc ................................................................................ 55

5.2.1 Regulador de Tensão ....................................................................................................... 55

5.2.2 Transformador de Potência .............................................................................................. 56

5.2.3 Diodos Retificadores ....................................................................................................... 56

5.2.3.1 Tensão de pico inversa - PIV ........................................................................................ 57

5.2.4 Retificador com capacitor de filtro .................................................................................. 57

5.2.5 Corrente de pico do diodo ............................................................................................... 58

5.2.6 Circuito Completo da Fonte ............................................................................................ 59

CAPÍTULO 6 – IMPLEMENTAÇÃO DA PLACA DE CIRCUITO IMPRESSO .......... 60

6.1 Introdução ........................................................................................................................... 60

Page 9: TCC Completo

IX

6.2 Circuito Impresso da DaqUSB ........................................................................................... 60

6.3 – Implementação da Fonte .................................................................................................. 64

6.4 Custo das Placas ................................................................................................................. 66

6.5 Programação do PIC ........................................................................................................... 66

CAPÍTULO 7 – EXPERIMENTOS ...................................................................................... 68

7.1 Introdução ........................................................................................................................... 68

7.2 Experimento 1 – Avaliação de Desempenho da DaqUSB ................................................. 68

7.2.1 Resultados ........................................................................................................................ 72

7.2 Experimento 2 – Controlador PID Aplicado a um Sistema Térmico ................................. 75

7.2.1 – Sistema Térmico ........................................................................................................... 75

7.2.2 Projeto do Controlador Digital ........................................................................................ 76

7.2.3 Resultados ........................................................................................................................ 78

CAPÍTULO 8 – CONCLUSÕES .......................................................................................... 79

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................................. 82

ANEXO A ................................................................................................................................ 84

A.1 – Descrição das Funções da Tabela A.1 ............................................................................ 85

ANEXO B ................................................................................................................................ 87

ANEXO C ................................................................................................................................ 89

Page 10: TCC Completo

X

Lista de Abreviaturas

A/D – Analógico/Digital

ACK – Acknowledgement – Pacote anterior recebido corretamente

ADC – Analog/Digital Converter – Conversor Analógico/Digital

AmpOp – Amplificador Operacional

API – Application Programming Interface – Interface de Programação de Aplicativos

APP – Application Software – Software de Aplicação ou “Aplicativo”

ca – Corrente Alternada

cc – Corrente Contínua

CCP – Capture/Compare/PWM – Módulo de Captura/Comparação/PWM

CD – Compact Disc – Disco Compacto

CDC – Communications Device Class – Classe de Dispositivos de Comunicação

CHOLD – Capacitor de Retenção

CI – Circuito Integrado

CMOS – Complementary Metal Oxide-Semiconductor – Metal Óxido-Semicondutor

Complementar

COM – Porta de Comunicação

CPU – Central Processing Unit – Unidade Central de Processamento

CRC – Cyclic Redundancy Check – Verificação de Redundância Cíclica

D/A – Digital/Analógico

DAC – Digital/Analog Converter – Conversor Digital/Analógico

DaqUSB – Dispositivo de Aquisição USB

DSL – Digital Subscriber Line – Linha de Assinante Digital

DTE – Data Terminal Equipment – Equipamento Terminal de Dados

DVD – Digital Video Disc – Disco de Vídeo Digital

EC – Clock Externo

ECIO – Clock Externo com Entrada/Saída

ECPIO – Clock Externo com PLL Habilitado e Entrada/Saída

ECPLL – Clock Externo com PLL Habilitado

FAT32 – File Allocation Table – Tabela de Alocação de Arquivos

– Frequência de Corte

FM – Frequency Modulation – Modulação em Frequência

Fosc – Frequência de Oscilação

Page 11: TCC Completo

XI

– Frequência do Sinal PWM

FSK – Frequency-Shift Keying – Modulação por Chaveamento de Frequência

HID – Human Interface Device – Dispositivo de Interface Humana

HS – Cristal / Ressonador de Alta Velocidade

HSPLL – Cristal / Ressonador de Alta Velocidade com PLL Habilitado

– Corrente de Carga

INF – Arquivo de Informação

INTCKO – Clock com Oscilador Interno

INTHS – Oscilador Interno do tipo Cristal / Ressonador de Alta Velocidade

INTIO – Oscilador Interno com Entrada/Saída

INTXT – Oscilador Interno do Tipo Cristal / Ressonador

ISDN – Integrated Services Digital Network – Rede Digital de Serviços Integrados

Leds – Light Emitting Diode – Diodo Emissor de Luz

NAK – Acknowledging Negatively – Pacote anterior recebido incorretamente

NPN – Transistor Bipolar Negativo-Positivo-Negativo

PET-EE – Programa de Educação Tutorial de Engenharia Elétrica

PI – Controlador Proporcional-Integral

PIC – Programmable Integrated Circuit – Circuito Integrado Programável

PID – Controlador Proporcional-Integral-Derivativo

PID – Packet Identifier – Identificador de Pacote

PID – Product ID – Identificação de Produto

PIV – Peak Inverse Voltage – Tensão de Pico Inversa

PLL – Phase-Locked Loop – Malha de Captura de Fase

PNP – Transistor Bipolar Positivo-Negativo-Positivo

PROM – Programmable Read-Only Memory – Memória Programável Apenas para Leitura

PWM – Pulse Width Modulation – Modulação por Largura de Pulso

Q – Fator de Qualidade

QAM – Quadrature Amplitude Modulation – Modulação de Amplitude em Quadratura

RAM – Random Access Memory – Memória de Acesso Aleatório

RS-232 – Recommended Standard 232 – Padrão de troca serial de dados binários

SOF – Start of Frame – Início de Quadro

STALL – All Set – Ativar Tudo

TACQ – Tempo de Aquisição

TAD – Tempo de Conversão Analógico/Digital

Page 12: TCC Completo

XII

TOSC – Período do Oscilador

USB – Universal Serial Bus – Barramento Universal Serial

VCO – Voltage Controlled Oscillator – Oscilador Controlado por Tensão

VI – Virtual Instrument – Instrumento Virtual

VID – Vendor ID – Identificação de Vendedor

Vr – Tensão de ripple

XT – Cristal / Ressonador

XTPLL – Cristal / Ressonador com PLL Habilitado

∆t – Intervalo de Tempo

– Período

- Eficiência

– Frequência Angular

– Frequência Angular de Corte

– Frequência Angular do Pólo

– Frequência Angular do Sinal

.HEX – Arquivo Hexadecimal

Page 13: TCC Completo

XIII

Lista de Símbolos

s – Segundo

ms – Mili segundo

µs – Microsegundo

ns – Nano segundo

Hz – Hertz

MHz – Mega Hertz

V – Volt

mV – Milivolt

Vrms – Root Mean Square Voltage – Tensão Eficaz

A – Ampére

mA – Miliampéres

Ω - Ohm

KΩ - kiloohms

uF – Microfarad

nF – Nanofarad

– Decibel

– Radianos por segundo

mm – Milímetro

°C – Grau Celsius

Bit – Binary Digit – Digito Binário

Byte – Valor equivalente a 8 bits

KB – Kilobytes

KB/s – Kilobytes por segundo

Kbps – Kilobits por segundo

Ksps – Kilo Samples per Second – Mil Amostras por Segundo

Mbps – Megabits por segundo – Um milhão de bits por segundo

Page 14: TCC Completo

XIV

Lista de Figuras

Figura 2. 1 - Vista em Perspectiva da DaqUSB ......................................................................... 5

Figura 2. 2 - Vista Frontal da DaqUSB ...................................................................................... 5

Figura 2. 3 - Vista Traseira da DaqUSB ..................................................................................... 6

Figura 2. 4 - Fluxograma da DaqUSB ........................................................................................ 7

Figura 2. 5 - Mudança de Escala de Tensão para Inteiro ........................................................... 8

Figura 3. 1 - Topologia USB .................................................................................................... 13

Figura 3. 2 - Esquema Elétrico USB ........................................................................................ 14

Figura 3. 3 - Conectores Padrões .............................................................................................. 15

Figura 3. 4 - Ramificação do Hub ............................................................................................ 16

Figura 3. 5 - Hub-raiz USB entrega quadros a cada 1 ms ........................................................ 16

Figura 3. 6 - Pinagem do PIC18F4550 de 40 pinos.................................................................. 19

Figura 3. 7 - Modo HID ............................................................................................................ 20

Figura 3. 8 - Modo de Emulação RS-232 ................................................................................. 21

Figura 3. 9 - Modo para Driver de Propósito Geral ................................................................. 22

Figura 3. 10 - Modo de Dispositivo de Armazenamento ......................................................... 22

Figura 3. 11 - Implementação dos ENDPOINTS ..................................................................... 23

Figura 3. 12 - Resistores de pull-up administrados por programação ...................................... 24

Figura 3. 13 – Taxa de Transferência por Tipo de Quadro ...................................................... 24

Figura 3. 14 - Módulo PLL ....................................................................................................... 25

Figura 3. 15 - Configuração do Módulo PLL ........................................................................... 27

Figura 3. 16 - Bus Power Only ................................................................................................. 28

Figura 3. 17 - Self-Power Only ................................................................................................. 28

Figura 3. 18 - Dual Power ........................................................................................................ 29

Figura 4. 1 - Sinal PWM ........................................................................................................... 32

Figura 4. 2 - Análise de Fourier de um sinal PWM .................................................................. 33

Figura 4. 3 - Filtro Passa-Baixa de Primeira Ordem ................................................................ 33

Figura 4. 4 - Comportamento de um Filtro Passa-Baixa .......................................................... 35

Figura 4. 5 - Circuito de Sallen-Key de Segunda Ordem ......................................................... 37

Figura 4. 6 - Filtro Passa-Baixa de Terceira Ordem ................................................................. 37

Figura 4. 7 - Circuito do Filtro Passa-Baixa de Terceira Ordem .............................................. 38

Page 15: TCC Completo

XV

Figura 4. 8 - Resposta de um Filtro Passa-Baixa de Terceira Ordem ...................................... 40

Figura 4. 9 - Mudança de Escala do Conversor D/A ................................................................ 41

Figura 4. 10 - Amplificador de Diferenças ............................................................................... 42

Figura 4. 11 - Primeiro Estágio de Amplificação ..................................................................... 42

Figura 4. 12 - Segundo Estágio de Amplificação ..................................................................... 43

Figura 4. 13 - Estágio de Saída Classe B .................................................................................. 44

Figura 4. 14 - Resposta de um Estágio de Saída Classe B ....................................................... 46

Figura 4. 15 - Darlington NPN ................................................................................................. 47

Figura 4. 16 - Composto PNP ................................................................................................... 47

Figura 4. 17 - Conversor D/A ................................................................................................... 48

Figura 4. 18 - Etapas de Conversão A/D .................................................................................. 50

Figura 4. 19 - Filtro do Conversor A/D .................................................................................... 51

Figura 4. 20 - Mudança de Escala do Conversor A/D .............................................................. 52

Figura 4. 21 - Somador Ponderado de Dois Estágios ............................................................... 53

Figura 4. 22 - Conversor A/D ................................................................................................... 54

Figura 5. 1 - Diagrama de Blocos de Fonte cc ......................................................................... 55

Figura 5. 2 - Retificador em Ponte ........................................................................................... 57

Figura 5. 3 - Circuito Completo da Fonte cc ............................................................................ 59

Figura 6. 1 - Diagrama Esquemático Completo da DaqUSB ................................................... 63

Figura 6. 2 - Diagrama do Circuito Impresso da DaqUSB ....................................................... 64

Figura 6. 3 - Diagrama Esquemático Completo da Fonte ........................................................ 65

Figura 6. 4 - Diagrama do Circuito Impresso da Fonte ............................................................ 66

Figura 7. 1 - Interface do Usuário do Experimento 1 ............................................................... 69

Figura 7. 2 - Tela de Lista de Dispositivos HID ....................................................................... 70

Figura 7. 3 - Diagrama de Blocos do Experimento 1 ............................................................... 71

Figura 7. 4 - Teste no USBTrace para o Experimento 1 .......................................................... 73

Figura 7. 5 - Taxa de Transmissão Recebida............................................................................ 73

Figura 7. 6 - Taxa de Transmissão Enviada ............................................................................. 74

Figura 7. 7 - Vista em Perspectiva do Sistema Térmico .......................................................... 75

Figura 7. 8 - Diagrama Esquemático do Sistema Térmico ....................................................... 76

Figura 7. 9 - Interface do Usuário do Experimento 2 ............................................................... 77

Page 16: TCC Completo

XVI

Figura 7. 10 - Interligação da DaqUSB com o Sistema Térmico ............................................. 78

Figura 8. 1 - PIC24FJ64GB002 ................................................................................................ 80

Figura 8. 2 - MCP4822 ............................................................................................................. 81

Figura B. 1 - Diagrama de Blocos do Controlador PID ........................................................... 87

Page 17: TCC Completo

XVII

Lista de Tabelas

Tabela 2. 1 - Especificações da DaqUSB ................................................................................... 4

Tabela 3. 1 - Versões USB ....................................................................................................... 12

Tabela 3. 2 - Modos de Clock do PIC18................................................................................... 26

Tabela 4. 1 - Valores de Capacitores do Filtro ......................................................................... 39

Tabela 4. 2 - Comparação dos Estágios de Saída ..................................................................... 43

Tabela 6. 1 - Lista de Componentes da DaqUSB ..................................................................... 61

Tabela 6. 2 – Lista de Componentes da Fonte .......................................................................... 65

Tabela 7. 1 - Taxas de Transmissão ......................................................................................... 74

Tabela A. 1 - Parâmetros de Entrada/Saída da DaqUSB .......................................................... 84

Tabela C. 1 - Pólos de Butterworth .......................................................................................... 89

Page 18: TCC Completo

XVIII

Resumo

Este trabalho tem como objetivo desenvolver uma placa de aquisição de dados com

comunicação USB, como uma proposta para uso nos laboratórios do curso de Engenharia

Elétrica. O protótipo de aquisição de dados desenvolvido possui várias funções, dois canais de

entrada analógica e um canal de saída analógica. A comunicação da placa com o

microcomputador é feita via porta Universal Serial Bus (USB), permitindo a conexão do

microcomputador com uma planta existente no laboratório. Foram desenvolvidas duas

aplicações no ambiente de programação Labview para demonstração da placa, com o

propósito de apresentar a sua capacidade e seu uso para controle de um processo real.

Todas as etapas de projeto são descritas neste trabalho, que incluem o emprego de

microcontrolador, amplificadores operacionais, filtros ativos, estágios de potência e o

processo de construção, entre outras.

Tanto os circuitos projetados quanto o processo de construção tiveram seu foco

voltado para obtenção de um dispositivo de baixo custo e fácil manutenção, onde o usuário

possa substituir quaisquer componentes sem necessitar refazer os cálculos do projeto.

Page 19: TCC Completo

1

Capítulo 1

Apresentação

Com os esforços em pesquisa cada vez mais voltados para o desenvolvimento de

aplicativos que operem em sistemas reais, a interface de aquisição de dados tem se tornado

cada vez mais necessária, importante e decisiva na elaboração de projetos [1], pois tanto em

projetos acadêmicos como industriais, a velocidade de aquisição limita o processamento,

sendo o acadêmico muitas vezes forçado a excluir a utilização do computador dos seus

projetos, reduzindo a interatividade e a versatilidade destes, ou até mesmo a projetar sistemas

lentos devido à baixa velocidade de aquisição.

Por outro lado, o tempo gasto nos projetos acadêmicos é empregado em boa parte na

elaboração da interface de aquisição de dados, pois adquirir placas de aquisição comerciais

ainda é inviável para a maioria dos estudantes. A utilização de padrões mais recentes de

comunicação também acaba implicando nesse tempo gasto, devido à necessidade de

adaptação a esses novos padrões, enquanto padrões de comunicação já há muito utilizados

têm se tornado cada vez mais obsoletos, tanto pela dificuldade de serem encontrados em

computadores mais recentes, quanto pela sua limitação de taxa de transferência. Sendo que

estas limitações foram superadas com o padrão de comunicação Universal Serial Bus (USB).

Com o foco voltado para a remoção desses entraves, este trabalho apresenta um

protótipo de aquisição de dados via USB com baixo custo de implementação, para uso no

ensino e pesquisa, permitindo que os alunos possam aprender na prática as técnicas de

construção de hardware e de software que envolvam a aquisição de dados e suas aplicações.

Portanto, serão apresentadas as etapas de projeto, implementação e aplicação de um

dispositivo de aquisição de dados em uma aplicação real. Utilizando um padrão de

comunicação que embora seja muito conhecido, ainda é pouco explorado por alunos e

professores nos laboratórios do curso de Engenharia Elétrica da UFPA, este trabalho busca

contribuir para o enriquecimento do conhecimento empregado no curso através do domínio da

tecnologia USB.

1.1 Descrição dos Capítulos

Após uma breve apresentação, cuja finalidade é propiciar uma melhor compreensão

dos motivos que levaram à elaboração deste trabalho e apresentar os objetivos do mesmo, os

capítulos posteriores estarão dispostos da seguinte forma:

Page 20: TCC Completo

2

Capítulo 2 – Apresentação da DaqUSB: Aborda as especificações, a descrição das

conexões do dispositivo e o seu funcionamento.

Capítulo 3 – Comunicação USB: Descreve o padrão USB de modo que se possa apresentar

as configurações estabelecidas para o dispositivo de comunicação de dados.

Capítulo 4 – Conversores e Circuitos Analógicos: Apresenta o projeto dos conversores

empregados no trabalho.

Capítulo 5 – Fonte de Alimentação: Apresenta o projeto da fonte de alimentação cc

simétrica utilizada pelo dispositivo.

Capítulo 6 – Implementação da Placa de Circuito Impresso: Detalha a metodologia

empregada para a construção do dispositivo, bem como a construção da fonte de alimentação.

Capítulo 7 – Experimentos: Realiza e descreve a aplicação de dois experimentos para

demonstração da capacidade do dispositivo e de seu uso para controle em malha fechada de

um processo real.

Capítulo 8 – Conclusões: Trata das considerações finais e das propostas de continuidade

deste trabalho.

Page 21: TCC Completo

3

Capítulo 2

Apresentação da DaqUSB

2.1 Introdução

Em processos que envolvem a aquisição de dados, existem alguns aspectos que são

fundamentais para definir o sistema de aquisição a ser utilizado [2]. Em geral a capacidade do

sistema deve abranger os diversos sinais provenientes dos mais variados sensores, e para tal, é

preciso conhecer as especificações e funcionamento do sistema de aquisição, tais como, taxa

de amostragem, nível de sinal, pré-processamento, capacidade de trabalhar com taxas de

aquisição simultâneas para cada tipo de entrada, tipos de entradas e saídas disponíveis, etc.

O sistema de aquisição deve ser de fácil utilização, a fim de reduzir o tempo de

aprendizado maximizando a produção. Isso pode ser obtido com um ambiente de

programação o mais flexível possível, isto é, o sistema de aquisição deverá operar

preferencialmente nas mais diversas plataformas de desenvolvimento, permitindo ao usuário a

livre escolha desta de acordo com sua maior afinidade. As dimensões e o modo de conexão

também são fatores importantes, pois implicam na portabilidade, fator este bastante desejado

atualmente, principalmente em aplicações em campo.

Dentro dessa visão, este capítulo tem a finalidade de apresentar a placa de aquisição de

dados denominada DaqUSB desenvolvida neste trabalho com uma proposta de englobar as

principais características aqui citadas.

2.2 Especificações

A tabela 2.1 apresenta as especificações da DaqUSB, juntamente com as

especificações de duas outras placas comerciais de desempenhos próximos. Ambas as placas

apresentadas possuem a mesma interface de comunicação para a transmissão de dados e são

muito utilizadas na indústria e, portanto são interessantes como referências para comparação

com o protótipo desenvolvido neste trabalho.

Page 22: TCC Completo

4

Especificação DaqUSB NI USB-6008 NI USB-6009

Código Aberto Sim Não Não E/S Digital Não Sim Sim

Temporizador 1 1 1 Resolução 16 bits 32 bits 32 bits

Freqüência 1,5 MHz 5 MHz 5 MHz Tempo Mínimo 666 ns 200 ns 200 ns Tempo Máximo 43,69 ms 858 s 858 s

Entrada Analógica 2 8 8 Faixa de Operação ±10 V ±10 V ±10 V

Resolução 10 bits 11 bits 13 bits Taxa de Amostragem 30 ksps 10 ksps 48ksps

Saída analógica 1 2 2 Faixa de Operação ±10 V 0-5 V 0-5 V

Resolução 10 bits 12 bits 12 bits Taxa de Atualização 1 ksps 0,15 ksps 0,15 ksps Corrente de Carga 3,33 A 5 mA 5 mA Compatibilidade Completa Limitada Limitada

Sistema Operacional Todos* Linux; Mac OS X;

Windows Linux; Mac OS X; Windows

Software Todos*

ANSI C/C++; LabVIEW; LabVIEW SignalExpress;

Measurement Studio; LabWindows/CVI

ANSI C/C++; LabVIEW; LabVIEW SignalExpress;

Measurement Studio; LabWindows/CVI

Driver – NI-DAQmx Base e

NI-DAQmx NI-DAQmx Base e

NI-DAQmx Dimensões

(CxLxA cm) 12x10x3,5 8,76x5,72x1,55 8,76x5,72x1,55

Custo R$ 56,40** R$ 741,06** R$ 1.108,17** Tabela 2. 1 - Especificações da DaqUSB

* Compatível com qualquer sistema operacional e software que tenha suporte direto ou

indireto a dispositivos USB HID.

** Cotação do dia 19/02/2010 para pessoa física.

2.3 Descrição das Conexões da DaqUSB

A figura 2.1 apresenta a DaqUSB em perspectiva. A placa foi desenvolvida para

ocupar o espaço de uma caixa comercial para circuitos, facilmente encontrada em lojas

especializadas. As conexões de sinais analógicos de entrada/saída localizam-se na parte

Page 23: TCC Completo

5

frontal do protótipo, enquanto as conexões da fonte e da comunicação com o computador

encontram-se na parte traseira da caixa.

Figura 2. 1 - Vista em Perspectiva da DaqUSB

2.3.1 Conexões de Entrada e Saída

Como já apresentado na Tabela 2.1, a DaqUSB possui dois canais de entrada

analógicos, canal 0 e canal 1,nas cores cinza e vermelha, respectivamente e um canal de saída

analógico, na cor branca. Conforme é exibido na figura 2.2, os canais possuem um conector

terra comum a todos, na cor preta. Os LED’s nas cores amarela e verde são para indicação

visual do estabelecimento da conexão da alimentação e do canal de comunicação,

respectivamente.

Figura 2. 2 - Vista Frontal da DaqUSB

2.3.2 Conexões da Fonte e da Comunicação

A DaqUSB é alimentada por uma fonte simétrica de no mínimo ±15V e no máximo de

±18V. A figura 2.3 apresenta o plug de conexão para a fonte de alimentação, o qual é o

padrão comum de fonte de alimentação de computador, sendo o pino 1 para conexão da linha

Page 24: TCC Completo

6

de +15V, o pino 2 para o terra da fonte e o pino 3 para a linha de -15V. Na mesma figura é

mostrada a conexão com o computador feita pela porta USB, através de conector USB do

Tipo A – fêmea, o qual utiliza um cabo do tipo A padrão.

Figura 2. 3 - Vista Traseira da DaqUSB

2.4 Modo de Uso da DaqUSB

A DaqUSB deve ser conectada tanto ao computador, através do cabo USB, quanto à

sua fonte de alimentação ligada à rede elétrica, para operar corretamente. Após estabelecida a

conexão com o computador, este reconhecerá automaticamente a DaqUSB, tornando-se

imediatamente habilitado para usá-la, sem a necessidade de instalação de driver por parte do

usuário. A desconexão da DaqUSB é feita sem a necessidade de comando de ejeção no

sistema operacional.

Depois que a DaqUSB é inicializada, ficará aguardando a chegada dos comandos pela

USB. Os dados são divididos em até 64 bytes de 8 bits cada, o 1° byte mais significativo é

denominado de Byte 0, este indica qual função deve ser executada, seguido pelos demais

bytes. Uma vez que os dados foram transferidos, a DaqUSB verifica qual função foi

requisitada e a executa de acordo com os parâmetros enviados, em seguida retornando pela

USB o resultado da função realizada, após isso ele fica aguardando o próximo comando,

conforme se pode verificar no fluxograma da figura 2.4.

Page 25: TCC Completo

7

Figura 2. 4 - Fluxograma da DaqUSB

Quanto ao formato dos dados, a DaqUSB transmite ou recebe os mesmos na

representação de números inteiros sem sinal (de 0 a 127 por byte), sendo os primeiros bytes de

configuração ou de informação, de acordo com o sentido da comunicação, isto é: bytes de

configuração do computador para a DaqUSB e bytes de informação da DaqUSB para o

computador. Os demais bytes são os de dados. Sendo que estes parâmetros de entrada e saída

de cada função implementada na DaqUSB possuem os bytes dispostos conforme mostrado no

anexo A, onde é exibida a lista de funções da DaqUSB, ao total são 13 funções, sendo elas:

• SetCanal: Seleciona o canal de entrada a ser aquisitado.

• LerADC: Realiza a leitura de um dos canais de entrada.

• Ler2ADC: Realiza a leitura dos 2 canais de entrada.

• LerADCnVezes: Realiza até 30 leituras de um dos canais de entrada.

• Ler2ADCnVezes: Realiza até 15 leituras dos 2 canais de entrada.

• LerADCnVezesUS: Realiza até 30 leituras de um dos canais de entrada, com um

intervalo entre cada leitura especificado em µs.

• LerADCnVezesMS: Realiza até 30 leituras de um dos canais de entrada, com um

intervalo entre cada leitura especificado em ms.

• EscreverDAC: Gera a tensão especificada no canal de saída.

• EscreverNVezes: Gera até 30 valores de tensões no canal de saída, com um intervalo

entre cada valor especificado em µs.

• LerEscrever: Gera a tensão especificada no canal de saída e realiza, após um intervalo

especificado em µs, a leitura de um dos canais de entrada.

Page 26: TCC Completo

8

• LerEscreverNVezes: Gera até 30 valores de tensões no canal de saída e realiza, com

um intervalo especificado em µs entre cada tensão gerada, a leitura de um dos canais

de entrada.

• Ler2Escrever: Gera a tensão especificada no canal de saída e realiza, após um

intervalo especificado em µs, a leitura dos 2 canais de entrada.

• Ler2EscreverNVezes: Gera até 15 valores de tensões no canal de saída e realiza, com

um intervalo especificado em µs entre cada tensão gerada, a leitura dos 2 canais de

entrada.

Os dados de leitura ou escrita de um canal são números inteiros de 0 a 1023, os quais

são diretamente proporcionais à tensão mínima e à tensão máxima de operação,

respectivamente, possibilitando a calibração do dispositivo.

2.4.1 Calibração do Canal de Saída

Para gerar uma tensão na saída é necessário realizar a conversão de tensão para

número inteiro, pois como já mencionado, a DaqUSB opera com números inteiros

correspondentes a tensões. Essa conversão é feita aplicando uma regra de mudança de escala

simples, como mostrado na figura 2.5, onde o número inteiro 0 corresponde à tensão mínima

(-10V) e o número inteiro 1023 corresponde à tensão máxima (+10V). A equação 2.1

corresponde à conversão de uma tensão para um número inteiro.

Figura 2. 5 - Mudança de Escala de Tensão para Inteiro

1023 · (Equação 2.1)

Page 27: TCC Completo

9

Todavia, para melhorar a precisão da tensão gerada no canal de saída, deve ser feita a

calibração do protótipo, através dos seguintes procedimentos:

1º. Utilizando uma função qualquer que gere uma tensão no canal de saída, deve-se enviar

o número inteiro 0 como valor de tensão para a DaqUSB.

2º. Realizar a leitura do canal de saída com o voltímetro de aferimento.

3º. Utilizando novamente uma função para gerar tensão, deve-se enviar o número inteiro

1023 como valor de tensão para a DaqUSB.

4º. Realizar a leitura do canal de saída com o voltímetro de aferimento.

5º. Aplicar a regra de mudança de escala com os valores de tensão obtidos.

2.4.2 Calibração dos Canais de Entrada

De igual modo, para realizar a leitura de tensão de um canal de entrada é necessário

realizar a conversão de número inteiro para tensão. Portanto, utilizando novamente a figura

2.5, pode-se determinar a equação 2.2 correspondente à conversão de número inteiro para

tensão.

20 · 10 (Equação 2.2)

Novamente, para melhorar a precisão da leitura de tensão em um canal de entrada,

deve ser feita a calibração deste canal, para tal pode-se proceder realizando um curto-circuito

entre o canal de saída e um dos canais de entrada, sendo que o canal de saída já deve estar

previamente calibrado. A partir daí deve-se realizar os seguintes passos:

1º. Utilizando uma função que gere tensão e leia a tensão na entrada em curto-circuito da

DaqUSB, deve-se diminuir a tensão aplicada até que a tensão lida seja o inteiro 0

correspondente.

2º. Anotar a tensão gerada para o correspondente 0 lido.

3º. De maneira análoga, deve-se elevar a tensão aplicada até que a tensão lida seja o

inteiro 1023 correspondente.

4º. Anotar a tensão gerada para o correspondente 1023 lido.

5º. Aplicar a regra de mudança de escala com os valores de tensão anotados.

Page 28: TCC Completo

10

Capítulo 3

Comunicação USB

3.1 Introdução

O padrão USB (Universal Serial Bus – Barramento Serial Universal) é um tipo de

conexão que entrou em desenvolvimento a partir do estudo de uma tecnologia chamada Plug

and Play (Ligar e Usar) [3], que utiliza um barramento com um tipo de conector que deve ser

comum a todos os aparelhos que a usarem. Essa tecnologia tem o objetivo de fazer com que o

computador reconheça e configure automaticamente qualquer dispositivo periférico instalado

no mesmo, facilitando a expansão segura de dispositivos sem a necessidade da instalação e

configuração manuais.

Antes do desenvolvimento da tecnologia USB, grande parte dos periféricos

necessitava de instalação manual [3], que era feita normalmente através de placas de expansão

específicas que necessitavam de um processo de instalação difícil e sujeito a erros para a

maioria dos usuários de computador. Esse processo normalmente consistia em desligar o

computador, abrir o gabinete, inserir cuidadosamente a placa do periférico em um Barramento

de Expansão da Motherboard (Placa Mãe), ligar o computador novamente e instalar o driver

(controlador software) da placa que foi instalada para que o sistema operacional a

reconhecesse e permitisse o seu funcionamento. Este processo também poderia gerar conflitos

de hardware ou de software com os outros dispositivos instalados no computador acarretando

grande perda de tempo para a solução do problema.

Para tratar desse problema, um consórcio liderado por sete empresas (Compaq, DEC,

IBM, Intel, Microsoft, NEC e Northem Telecom) reuniu-se em 1993 para buscar a melhor

maneira de anexar dispositivos periféricos E/S (Entrada/Saída) a um computador com a

proposta de substituir a infinidade de conectores (portas seriais, paralelas, saídas para teclado,

mouse, joystick, etc.) e placas de expansão diferentes empregados. Após várias versões, o

padrão evoluiu para a versão 1.1, passando a ser empregada em larga escala. Esse padrão

resultante foi lançado oficialmente em 1998, sendo denominado USB 1.1 e foi especificado

para ser um padrão industrial de extensão para a arquitetura dos computadores, focado

principalmente na CIT (Computer Telephony Integration – Integração entre Computadores e

Telefonia), nos consumidores e nas aplicações visando o aumento da produtividade.

Os objetivos das empresas que conceberam o USB original e iniciaram o projeto eram

os seguintes:

• Usuários não terão de configurar computadores, placas ou dispositivos.

Page 29: TCC Completo

11

• Usuários não terão de abrir o gabinete para instalar novos dispositivos E/S.

• Haverá apenas um tipo de cabo, que servirá para conectar todos os dispositivos.

• A energia para os dispositivos E/S deverá ser fornecida por esse cabo a uma distância

de até cinco metros, sem a necessidade de outro equipamento, caso este não disponha

de alimentação própria.

• Até 127 dispositivos poderão ser ligados a um único computador.

• O sistema deverá suportar dispositivos de tempo real (por exemplo: som, telefone).

• Flexibilidade de protocolo para transferências isossíncronas de dados e assíncronas de

mensagens.

• Os dispositivos poderão ser instalados com o computador em funcionamento.

• Não será preciso reiniciar o computador após a instalação do dispositivo.

• O custo de produção do novo barramento e de seus dispositivos de E/S não deverá ser

alto.

• Previsão de um padrão de interface capaz de espalhar-se rapidamente entre os novos

produtos.

• Possibilidade de criação de novas classes de dispositivos capazes de aumentar a

capacidade dos computadores pessoais.

Dados assíncronos são aqueles transferidos em intervalos irregulares de tempo, já os

dados isossíncronos, tem o seu sincronismo imposto pela sua taxa de distribuição.

Após a conclusão do padrão USB 1.1 em 1998, e visando a sua evolução, os projetistas

começaram a trabalhar em uma nova versão de alta velocidade do USB, denominada USB 2.0.

Esse padrão é semelhante ao antigo USB 1.1 e compatível com ele, exceto pela adição de uma

terceira velocidade, 480 Mbps, às duas velocidades existentes. Além disso, há algumas

pequenas diferenças, como a interface entre o hub-raiz e o controlador. O USB 1.1 tinha duas

interfaces disponíveis. A primeira, UHCI (Universal Host Controller Interface – Interface

universal de Controlador de Hospedeiro) foi projetada pela Intel e passava grande parte da

carga para os projetistas de software (leia-se Microsoft). A segunda, OHCI (Open Host

Controller Interface – Interface Aberta de Controlador de Hospedeiro) foi projetada pela

Microsoft e passava grande parte da carga para os projetistas de hardware (leia-se Intel). No

USB 2.0 todos concordaram com uma nova interface única denominada EHCI (Enhanced

Host Controller Interface – Interface Melhorada de Controlador Hospedeiro).

Agora que o USB funcionava a 480 Mbps, passou a competir com o barramento serial

IEEE 1394, mais conhecido como FireWire, que funciona a 400 Mbps. Embora praticamente

Page 30: TCC Completo

12

todo o novo sistema computacional venha com o USB 2.0, não é provável que o 1394

desapareça porque tem o apoio da indústria de eletrônicos de consumo. Filmadoras, aparelhos

de DVD e dispositivos similares continuarão a ser equipados com interfaces 1394 no futuro

próximo, porque os fabricantes desses aparelhos não querem arcar com os custos de mudar

para um padrão diferente que é pouco melhor que o disponível no momento.

A tabela 3.1 apresenta as versões USB existentes até a data do presente trabalho [4],

exibindo suas diferenças. A versão 3.0 é a mais recente (data de novembro de 2008) e pouco

divulgada ainda, denominada de super-speed. Atingindo velocidades de até 4 Gbps, a USB

3.0 é a mais nova proposta para uso na indústria.

Versão Desempenho Aplicações Atributos

USB 1.1

Baixa Velocidade

(Low-Speed) 10 – 100 Kbps

Teclado e mouse Periféricos para jogos

Periféricos para realidade virtual Configuração de

Monitores

Custo reduzido; Plug and Play;

Fácil utilização; Periféricos múltiplos.

Média Velocidade

(Full-Speed)

500 Kbps – 12 Mbps

Telefone, Áudio, vídeo compactado, ISDN, PBX,POTS

Custo Reduzido; Largura de banda

garantida; Fácil utilização;

Conexão e remoção dinâmicas;

Dispositivos múltiplos.

USB 2.0

Alta Velocidade (Hi-Speed)

12Mbps – 480 Mbps

HDTV, sistemas surround, Disco

Rírido Portátil, Placas de vídeo USB.

Compatibilidade com versões anteriores; Livre de Royalties;

Barramento independente.

USB 3.0

Super Velocidade

(Super-

Speed)

480 Mbps – 4 Gbps

Disco Rígido Portátil, HD webcam,

filmadoras HD, acionadores de Blue-

Ray

Cabeamento dobrado Capacidade de

transferência de dados em alta definição

Novo padrão de plug Tabela 3. 1 - Versões USB

Para este trabalho foi adotado o padrão USB 1.1, portanto este capítulo tratará de

descrever mais detalhadamente este padrão, a fim de que se possa melhor compreender as

configurações para comunicação da DaqUSB com o computador.

Page 31: TCC Completo

13

3.2 O Sistema USB

Um sistema USB consiste em um root hub (hub-raiz) que é ligado ao barramento

principal e permite a troca de dados entre um único computador, chamado de host, e um

grande número de periféricos acessados simultaneamente [3]. Esse hub tem soquetes para

cabos que podem ser conectados aos dispositivos de E/S, chamados nós (nodes), ou a

conexões de expansão, para fornecer mais soquetes, de modo que a topologia de um sistema

USB é uma árvore disposta em camadas chamadas Tiers, cujo centro está no hub, como

exemplificado na figura 3.1.

Figura 3. 1 - Topologia USB [3]

O host diferencia os dispositivos através de uma identificação específica, pertencente a

cada dispositivo e formada por palavras de 8 ou 16 bits, tais como:

• Versão da USB – 1.0 ou 2.0

• Código de classe

• Código de subclasse

• Código de protocolo

• Identificação de vendedor (VENDOR ID – VID)

• Identificação de produto (PRODUCT ID – PID)

• Número da versão ou revisão do dispositivo

• Identificação de fábrica (MANUFACTURE)

• Nome do produto

• Número de série

Page 32: TCC Completo

14

A interface física de um sistema USB é dotada de um cabo formado por quatro fios,

onde dois são para dados, um para energia (+5 volts) e um para terra [4], como exemplificado

na figura 3.2.

Figura 3. 2 - Esquema Elétrico USB

O padrão USB permite a utilização de segmentos de cabo de tamanhos variáveis até

alguns metros, escolhendo-se o padrão adequado de condutores. O sistema de sinalização

transmite um bit ‘0’ (zero) como uma transição de tensão e um bit ‘1’ (um) como a ausência

de uma transição de tensão, portanto longas carreiras de zeros geram uma corrente de pulsos

regulares.

Quando um novo dispositivo E/S é ligado, o hub-raiz detecta esse evento e interrompe

o sistema operacional, que então pesquisa para descobrir qual é o dispositivo e quanta largura

de banda USB ele precisa. Se o sistema operacional decidir que há largura de banda suficiente

para o dispositivo, designa um endereço exclusivo para ele (0 – 127) e descarrega esse

endereço e outras informações em registradores de configuração dentro do dispositivo. Desse

modo, novos dispositivos podem ser acrescentados com o computador em funcionamento,

sem exigir nenhuma configuração da parte do usuário. Placas não inicializadas começam com

endereço zero, por isso podem ser endereçadas. Para simplificar o cabeamento, muitos

dispositivos USB contêm conexões internas que aceitam dispositivos USB adicionais. Por

exemplo, um monitor poderia ter dois soquetes de conexão para acomodar alto-falantes

esquerdo e direito. Para a conexão de vários dispositivos ao padrão USB foram desenvolvidos

padrões de conectores [4] de tamanhos, capacidades de transmissão e combinações diferentes

como mostrado na figura 3.3.

Page 33: TCC Completo

15

Figura 3. 3 - Conectores Padrões

Por exemplo, em cabos de ligação de impressoras é normalmente encontrada a

interface USB utilizando conectores do Tipo A e do Tipo B nas suas extremidades. Outro

exemplo são os cabos de ligação utilizados por câmeras digitais e celulares, onde uma

extremidade é formada pelas interfaces do tipo Mini-A ou Mini-B, e a outra extremidade é

formada pela interface Tipo-A.

Em termos lógicos, o sistema USB pode ser visto como um conjunto de ramificações

que saem do hub-raiz para os dispositivos de E/S, como mostrado na figura 3.4. Cada

dispositivo pode subdividir sua própria ramificação em até dezesseis ramos secundários para

diferentes tipos de dados (por exemplo, áudio e vídeo). Dentro de cada ramo secundário os

dados fluem do hub-raiz até o dispositivo, ou ao contrário. Não há trafego entre dois

dispositivos de E/S.

Page 34: TCC Completo

16

Figura 3. 4 - Ramificação do Hub

Exatamente a cada 1,00 ± 0,05 ms, o hub-raiz transmite um novo quadro para manter

todos os dispositivos sincronizados em relação ao tempo [5]. Um quadro é associado a um

caminho de bit e consiste em pacotes, o primeiro dos quais vem do hub-raiz até o dispositivo.

Pacotes subseqüentes no quadro também podem ir nessa direção ou voltar do dispositivo até o

hub-raiz. A figura 3.5 mostra uma seqüência de quatro quadros.

Figura 3. 5 - Hub-raiz USB entrega quadros a cada 1 ms [3]

O protocolo USB é composto de quatro tipos de quadros [5] para transferência de

dados:

• Controle (Control): são quadros usados para configurar dispositivos, transmitir-

lhes comandos e inquirir seu estado, presente em todos os outros quadros.

Page 35: TCC Completo

17

• Isossíncrono (Isochronous): são quadros usados para dispositivos de tempo real,

como microfones, alto-falantes, e telefones que precisam enviar ou aceitar dados a

intervalos de tempo exatos, garantido a entrega dos dados, mas não a integridade

total destes.

• Volume (Bulk): permite que grandes quantidades de dados sejam transferidas com

segurança de integridade, porém sem garantia de tempo de entrega.

• Interrupção (Interrupt): são quadros que transportam uma quantidade limitada de

dados que em certos casos, podem ser apresentadas para transferência a uma taxa

que não ultrapasse o limite imposto pelo dispositivo.

Um quadro consiste em um ou mais pacotes, alguns possivelmente na mesma direção.

Existem quatro tipos de pacotes: permissão (token), dados, apresentação (handshake) e

especial. Pacotes de permissão vêm da raiz até um dispositivo e servem para controle do

sistema. Os pacotes SOF, IN e OUT na figura 3.5 são pacotes de permissão. O pacote SOF

(Start Of Frame – Início de Quadro) é o primeiro de cada quadro e marca o início deste. Se

não houver nenhum trabalho a realizar, o pacote SOF é o único no quadro. O pacote de

permissão IN é uma sondagem que pede ao dispositivo que retorne certos dados. Campos no

pacote IN informam qual caminho está sendo sondado de modo que o dispositivo saiba quais

dados retornar (se tiver múltiplas correntes). O pacote de permissão OUT anuncia ao

dispositivo que serão enviados dados a ele. Um quarto tipo de pacote de permissão, SETUP

(não mostrado na figura 3.5), é usado para configuração.

Além do pacote de permissão há três outros tipos de pacotes: DATA (usado para

transmitir os bytes de informação em qualquer direção), pacotes de apresentação e pacotes

especiais. O formato de um pacote de dados é mostrado na figura 3.5. Consiste em um campo

de sincronização de 8 bits, um pacote de tipo de 8 bits (PID), a carga útil e um CRC de 16 bits

(Cyclic Redundancy Check – verificação de redundância cíclica) para detectar erros. São

definidos três pacotes de apresentação: ACK (o pacote de dados anterior foi recebido

corretamente), NAK (foi detectado um erro CRC) e STALL (favor esperar – estou ocupado).

Examinando a figura 3.5 mais uma vez, a cada 1 ms um quadro deve ser enviado ao

hub-raiz, mesmo que não haja trabalho a realizar. Os quadros 0 e 2 consistem em apenas um

pacote SOF, indicando que não há trabalho a executar. O Quadro 1 é uma sondagem,

portanto, começa com pacotes SOF e IN do computador ao dispositivo de E/S, seguidos de

um pacote DATA do dispositivo para o computador. O pacote ACK informa ao dispositivo

Page 36: TCC Completo

18

que os dados foram recebidos corretamente. Caso ocorra um erro, um NAK é devolvido ao

dispositivo e o pacote é retransmitido quando o quadro for de volume, mas não quando os

dados forem isócronos. A estrutura do Quadro 3 da figura 3.5 é semelhante à do Quadro 1,

exceto que agora o fluxo de dados é do computador para o dispositivo.

Para a elaboração do projeto deste trabalho, optou-se por utilizar um dispositivo que

englobasse as características buscadas, ou seja, conversão A/D e D/A (Analógico – Digital e

Digital – Analógico) e comunicação USB em um mesmo dispositivo, diminuindo a

complexidade, o tamanho físico e principalmente os custos.

O dispositivo escolhido foi o microcontrolador PIC, pelo fato dele englobar os

requisitos necessários ao projeto além de outras características, como um processador interno,

pinos de E/S que podem ser controlados através de programação. A diferença entre os

diversos microcontroladores é ditada pela quantidade de memória interna (para o programa e

para os dados), velocidade de processamento, quantidade de portas de entrada/saída,

alimentação, periféricos, arquitetura e conjunto de instruções.

3.3 O PIC

O PIC é um circuito integrado produzido pela Microchip Technology Inc. [6], que

pertence à categoria dos microcontroladores, ou seja, um único dispositivo que contém todos

os recursos necessários para realizar um completo sistema digital programável. O PIC pode

ser visto externamente como um circuito integrado CMOS normal, porém internamente

dispõe de todos os dispositivos típicos de um sistema microprocessado, ou seja:

• Uma CPU (Central Processing Unit) com a finalidade de interpretar e executar as

instruções de programa;

• Uma memória não-volátil para armazenar as instruções do programa;

• Uma memória RAM para armazenar as variáveis utilizadas pelo programa;

• Uma série de linhas de Entrada/Saída (E/S) para controlar dispositivos externos ou

receber pulsos de sensores, chaves, etc.

• Uma série de dispositivos periféricos internos como gerador de relógio,

contadores, conversores A/D, etc.

A presença de todos estes dispositivos em um espaço extremamente pequeno dá ao

projetista ampla facilidade de trabalho, e enorme vantagem em usar um sistema

microcontrolado, onde em pouco tempo e com poucos componentes externos pode-se

Page 37: TCC Completo

19

construir um sistema completo e de baixo custo, que se tornaria oneroso se não fosse utilizado

o microcontrolador.

O PIC encontra-se disponível em uma ampla gama de modelos para melhor adaptar-se

às exigências de projetos específicos, começando pelos modelos pequenos identificados pela

sigla PIC12Fxx com 8 ou 14 pinos, até chegar a modelos maiores com sigla PIC24xxx,

dotados de 40 ou até 60 pinos.

Para uma descrição mais detalhada das famílias de PIC’s, seus modelos, configurações

de pinagem entre outros, recomenda-se consultar a Microchip (www.microchip.com).

O modelo de PIC escolhido para este trabalho foi o PIC18F4550, devido ao fato deste

possuir as características necessárias, tais como comunicação USB, e conversão digital-

analógica. Aliado a estes requisitos, leva-se em conta o fato de os laboratórios da FEE/UFPA

possuírem gravadoras para PIC’s de até 40 pinos, facilitando a construção do dispositivo e

facilitando também o processo de testes. A figura 3.6 mostra a pinagem do PIC18F4550.

Figura 3. 6 - Pinagem do PIC18F4550 de 40 pinos [7]

O PIC18F4550 é ideal para trabalhar em baixa potência (tecnologia nanoWatt),

apresenta os quatro tipos de quadro referentes à transferência de dados USB (Controle,

Interrupção, Volume e Isossíncrono), e apresenta também, aplicações de conectividade que se

beneficiam da disponibilidade de uma porta USB 2.0 nativa e quatro modos de operação:

Modo Dispositivo de Interface Humana (Human Interface Device - HID), Modo de Emulação

RS-232, Modo para Driver de Propósito Geral e Modo para Dispositivo de Armazenamento

de Massa.

Page 38: TCC Completo

20

3.3.1 Modos de Operação

3.3.1.1 Modo Dispositivo de Interface Humana (HID)

Neste modo utiliza-se um dispositivo computacional que interage diretamente com o

ser humano através de entrada e saída de dados. O termo HID é normalmente referido à

especificação USB (USB-HID).

A figura 3.7 exemplifica o funcionamento do modo USB-HID entre o microcontrolador PIC e um computador utilizando os drivers-padrão do Windows junto com a APP (aplicação de software) desenvolvida para ajudar o usuário em tarefas específicas.

Figura 3. 7 - Modo HID

Este modo apresenta as seguintes considerações de funcionamento:

• Transferência máxima de 64 KB/s

• Transferência do tipo interrupção

• Utiliza driver padrão do Windows

• Aplicação computacional customizada podendo acessar dados HID entre as APIs do Windows.

API (Interface de Programação de Aplicativos – Application Programming Interface) é um conjunto de rotinas e padrões estabelecidos por um software para a utilização das suas funcionalidades por programas aplicativos que não querem envolver-se em detalhes da implementação do software, mas apenas usar seus serviços. 3.3.1.2 Modo de Emulação RS-232

Este modo utiliza um emulador, ou seja, um software que reproduz as funções de um determinado ambiente, a fim de permitir a execução de outros programas sobre ele.

Page 39: TCC Completo

21

Figura 3. 8 - Modo de Emulação RS-232

A figura 3.8 exemplifica o funcionamento deste modo entre o microcontrolador PIC e

um computador. No computador, são utilizados os drivers-padrão do Windows junto com o

Hyper Terminal (programa que permite conectar o computador a outro dispositivo), sendo

necessário um arquivo do tipo INF (Arquivo de configuração – Setup Information) para a

instalação. A emulação RS-232 tem a função de realizar a troca serial de dados entre um

terminal de dados (Data Terminal Equipment – DTE) e um comunicador de dados (Data

Communication Equipment – DCE), comumente utilizado em portas seriais de computadores.

No PIC, o CDC (Classe de Dispositivos de Comunicação – Communications Device Class), é

quem ficará responsável por realizar a troca serial dos dados através da comunicação USB.

Este modo apresenta as seguintes considerações de funcionamento:

• Aproximadamente 80 KB/s de transferência máxima

• Possui ótimo desempenho quando usado pelo Windows XP, desempenho limitado no

Windows 2000 e não tem suporte para o Windows 98.

• Aplicações do computador podem acessar o dispositivo embora este esteja conectado a

uma porta serial do tipo COM.

3.3.1.3 Modo para Driver de Propósito Geral

Este modo requer o desenvolvimento e instalação de um driver específico para o

dispositivo que irá interagir com a API também específica desenvolvida para ele. Apesar da

complexidade do desenvolvimento deste modo, ele fornece uma grande flexibilidade, pois se

pode-se configurar o PIC para operar com quaisquer dos tipos de quadros disponíveis, com

velocidade de transmissão e quantidade de dados também configuráveis. A figura 3.9 mostra

um exemplo de um dispositivo com um driver de propósito geral, onde a APP projetada para

o usuário acessa as diretivas da API desenvolvida.

Page 40: TCC Completo

22

Figura 3. 9 - Modo para Driver de Propósito Geral

Este modo apresenta as seguintes considerações de funcionamento:

• 1088 KB/s de taxa máxima de transferência.

• Muito flexível.

• Não possui um driver padrão Windows.

• É necessário uma programação específica para o computador.

3.3.1.4 Modo para Dispositivo de Armazenamento de Massa

Neste modo, o PIC opera como um dispositivo de armazenamento (Pendrive, por

exemplo), sendo necessária a implementação de um sistema de arquivos compatível com o

sistema operacional, como o FAT32. A figura 3.10 exemplifica essa aplicação, onde as

diretivas do sistema operacional são utilizadas para executar a função de armazenamento de

dados.

Figura 3. 10 - Modo de Dispositivo de Armazenamento

Este modo apresenta as seguintes considerações de funcionamento:

• Faz o microcontrolador atuar como uma unidade de armazenamento.

• Rápida transferência de dados.

• A velocidade fica limitada a interface do dispositivo físico.

Page 41: TCC Completo

23

• Para utilização, um Sistema de Arquivos deve ser implementado.

3.3.2 Características USB Adicionais do PIC

Outras características que se levou em consideração na escolha deste PIC, como

mostrado na figura 3.11, foram:

• Possui 32 endpoints (buffers de transferência que auxiliam na comunicação entre o

host e o dispositivo) divididos em 16 endpoints para entrada (IN) e 16 endpoints para

saída (OUT), garantindo a flexibilidade de mudança do tipo de quadro no mesmo

pacote, e que podem ser implementados também no programa do PIC.

Figura 3. 11 - Implementação dos ENDPOINTS

• Possui internamente resistores de pull-up para identificação de modo de velocidade,

ou seja, alta velocidade (full-speed) ou baixa velocidade (low-speed) que podem ser

configuráveis através de programação, conectando-se ao regulador de tensão USB

interno o resistor correspondente ao modo de velocidade. Para o modo full-speed

conecta-se o resistor da linha D+, e para o modo low-speed conecta-se o resistor da

linha D-, como exemplificado na figura 3.12.

Page 42: TCC Completo

Figura 3. 12 - Resistores de

• Grandes quantidades de memória RAM,

Enhanced Flash tornam

acompanhamento, que requerem conexão contínua do computador (via USB

dados de upload/download

3.3.3 Taxas de Transferência Reais

Embora tenham sido apresentad

3.1), é importante salientar que as taxas

Portanto, para o caso do PIC18F4550

com o modo de velocidade, conforme mostrado na figura 3.13.

Figura 3. 13

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

Controle

KB/s

Resistores de pull-up administrados por programação

quantidades de memória RAM, para buffer de memória de programa e

tornam este PIC ideal para aplicações de controle embarcado e de

que requerem conexão contínua do computador (via USB

download e/ou atualizações de firmware.

3.3.3 Taxas de Transferência Reais

Embora tenham sido apresentados os valores de desempenho do padrão USB (Tabela

3.1), é importante salientar que as taxas de transferência são limitadas pelo dispositivo.

para o caso do PIC18F4550, cada tipo de quadro possui sua taxa máxima de acordo

, conforme mostrado na figura 3.13.

13 – Taxa de Transferência por Tipo de Quadro

Controle Interrupção Volume Isossíncrono

24 0,8

832

64

1216

1023

24

administrados por programação

de memória de programa e do tipo

ideal para aplicações de controle embarcado e de

que requerem conexão contínua do computador (via USB) para

do padrão USB (Tabela

de transferência são limitadas pelo dispositivo.

cada tipo de quadro possui sua taxa máxima de acordo

por Tipo de Quadro

Low Speed

Full Speed

Page 43: TCC Completo

25

3.3.4 Tipos de Osciladores

Os dispositivos da família PIC18F trazem incorporados um oscilador e um sistema de

clock microcontrolado. Com a adição do módulo USB, para se ter um sistema de clock estável

é necessário haver outra fonte de clock separada para atender os requisitos de operação em

low-speed e full-speed, isto é, uma fonte de clock de 48 MHz. Para obter-se essa freqüência de

clock, é possível usar um módulo chamado PLL.

O PLL [8], ou Malha de Captura de Fase (Phase-Locked Loop) é um sistema de

realimentação, que foi proposto em sua primeira versão pelo cientista francês Henri de

Bellescizze em 1932, no qual um sinal de realimentação é usado para sincronizar a freqüência

instantânea do sinal de saída com a freqüência instantânea do sinal de entrada.

Como mostrado na figura 3.14, o PLL possui três principais componentes:

• Detector de Fase (PD – Phase Detector) – é um “misturador” de freqüências ou

multiplicador analógico, responsável por gerar um sinal de tensão que representa a

diferença em fase entre duas contribuições de sinal. São muito usados em aplicações

como controle de motor, radares, mecanismos de servo, demoduladores e sistemas de

telecomunicações.

• Oscilador Controlado por Tensão (VCO – Voltage Controlled Oscillator) – é um

oscilador eletrônico projetado para ter sua freqüência controlada por uma tensão de

entrada.

• Filtro Passa-baixa – é responsável por permitir a passagem de baixas freqüências,

atenuando a amplitude das freqüências maiores que as freqüências de corte.

Figura 3. 14 - Módulo PLL

O objetivo geral de uma malha de captura de fase é controlar a freqüência e a fase de

um oscilador inserido na malha de realimentação. Para isto, é utilizado um sinal de referência

Page 44: TCC Completo

26

que pode operar a uma freqüência submúltipla da frequência do oscilador. Quando houver

uma variação do sinal de entrada, o circuito gera um novo sinal de erro fazendo com que o

oscilador (VCO) procure corrigir sua freqüência de modo a obter um novo sincronismo.

O PLL é muito utilizado nos ramos de controle, telecomunicações e em outros campos

possuindo como principais aplicações:

• Gerador de sinais FM ou FSK

• Demodulação de sinais FM ou FSK

• Recuperação de portadora em PSK ou QAM

• Recuperação de relógio (sincronismo) em transmissões digitais

• Sintetizador de freqüência para geração de portadoras e sinais de sincronismo

A utilização do PLL traz as seguintes vantagens:

• Geração de uma réplica limpa e quase sem ruído, de um sinal misturado com ruídos,

interferências, tremores de fase e cortes de curta duração.

• Permite reconstituir ou recondicionar sinais deteriorados por ruído, ou ainda, separar

um determinado sinal do meio de outros.

A descrição do hardware do PIC18F4550 mostra que o mesmo pode ser operado em

doze modos distintos de oscilador, com ou sem o uso do módulo PLL. O usuário pode

programar a configuração de clock em um dos modos mostrados na tabela 3.2.

XT Cristal / Ressonador XTPLL Cristal / Ressonador com PLL habilitado

HS Cristal / Ressonador de alta velocidade

HSPLL Cristal / Ressonador de alta velocidade (> 4 MHz) com divisor de frequência PLL

habilitado EC Clock Externo com a freqüência do oscilador dividida por 4 (Fosc/4)

ECIO Clock Externo com Entrada/Saída (E/S) no pino RA6

ECPLL Clock Externo com PLL habilitado e freqüência de saída do oscilador dividida por 4

(Fosc/4) ECPIO Clock Externo com PLL habilitado e Entrada/Saída (E/S) no pino RA6

INTHS Oscilador Interno usado como fonte de clock para o PIC, Oscilador do tipo HS usado

como fonte de clock USB

INTXT Oscilador Interno usado como fonte de clock para o PIC, Oscilador do tipo XT usado

como fonte de clock USB.

INTIO Oscilador Interno usado como fonte de clock para o PIC, Oscilador do tipo EC usado

como fonte de clock USB, Entrada/Saída (E/S) digital no pino RA6

INTCKO Oscilador Interno usado como fonte de clock para o PIC, Oscilador do tipo EC usado como fonte de clock USB, freqüência de saída do oscilador dividida por 4 (Fosc/4)

Tabela 3. 2 - Modos de Clock do PIC18

Page 45: TCC Completo

27

Para que o funcionamento da porta USB se dê em modo full-speed [7] para o caso de

um cristal menor que 48 MHz, faz-se necessário configurá-la no PIC para que se obtenha 48

MHz de clock, a partir de um cristal ressonador ou um ressonador cerâmico múltiplo de 4

MHz, que poderão operar nos modos HSPLL e XTPLL respectivamente. Liga-se o cristal nos

pinos OSC1 e OSC2, para estabilizar a oscilação no oscilador primário.

Para atingir a freqüência requerida quando se utiliza um cristal menor que 48 MHz,

utiliza-se o modo PLL, ou seja, HSPLL ou XTPLL. Nestes modos, a freqüência do oscilador

é dividida por uma pré-escala (prescaler), pois o PLL somente aceita 4 MHz de entrada,

resultando em uma freqüência de 96 MHz na saída do circuito PLL, e em seguida esta

freqüência será dividida por 2 por uma pós-escala (postscaler) para gerar o sinal de clock de

48 MHz para a porta USB. A freqüência de saída do PLL também poderá ser utilizada pela

CPU uma vez que tenha passado por outro postscaler.

A figura 3.15 mostra as possibilidades de configuração do prescaler e postscaler, os

quais devem ser configurados de acordo com a freqüência do cristal de entrada e a freqüência

desejada para operação.

Figura 3. 15 - Configuração do Módulo PLL [7]

3.3.5 Modos de alimentação do PIC via USB

Dispositivos USB normalmente possuem vários requisitos de alimentação e

configuração. Os modos mais comuns encontrados são: Dispositivo Alimentado pelo

Page 46: TCC Completo

28

Barramento (Bus Power Only), Dispositivo Auto-Alimentado (Self-Power Only) e Dispositivo

Dual-Alimentado (Dual Power).

3.3.5.1 Dispositivo Alimentado pelo Barramento (BUS POWER ONLY)

Esta configuração dispensa a necessidade de fonte externa, pois o barramento USB

fornece toda a energia necessária. Entretanto, a porta USB fornece no máximo 500 mA, e a

USB.org recomenda que os dispositivos não ultrapassem os 100 mA para que o usuário possa

conectar mais de um dispositivo no computador (host). Afigura 3.16 mostra o esquema

elétrico deste tipo de ligação.

Figura 3. 16 - Bus Power Only [7]

3.3.5.2 Dispositivo Auto-Alimentado (SELF-POWER ONLY)

Esta configuração utiliza fonte externa, drenando desta forma pouquíssima energia do

barramento USB. Nesta configuração, pode-se utilizar um sensor de conexão, que indica ao

host quando a porta USB está conectada ao dispositivo, como mostrado na figura 3.17.

Figura 3. 17 - Self-Power Only [7]

Page 47: TCC Completo

29

3.3.5.3 Dispositivo Dual-Alimentado (DUAL POWER)

Esta configuração utiliza uma fonte externa, que entretanto só alimentará o dispositivo

quando o barramento USB não puder fornecer energia, como mostrado na figura 3.18. Pode-

se também utilizar um sensor de conexão.

Figura 3. 18 - Dual Power [7]

3.3.6 Lista de Descritores da Interface USB

Todos os modos e configurações da interface USB devem ser gravados no dispositivo

através de uma Lista de Descritores, de acordo com o desejado pelo projetista. Baseado no

que foi exposto neste capítulo, é possível criar essa lista, e para tal optou-se pelas seguintes

configurações e modos:

• Quanto ao tipo de transferência de dados, optou-se pelo tipo de quadro Interrupção

(Interrupt) configurado para a sua máxima transferência, isto é, máximo de 64 Bytes

em um tempo mínimo de 1 milissegundo, totalizando 64 KB/s.

• Quanto ao modo de dispositivo, optou-se pelo HID – Human Interface Device,

dispensando a instalação de driver por parte do usuário.

• Quanto à quantidade de endpoints, optou-se por somente um endpoint de entrada e

outro de saída, tendo em vista que não é realizada a mudança do tipo de quadro.

• Quanto ao modo de velocidade, utilizou-se o resistor de pull-up interno configurado

no modo full-speed.

• Quanto ao sistema de clock, utilizou-se um cristal ressonador de 20 MHz, desta forma

configurou-se o modo HSPLL com prescaler em 5 e postscaler em 2, tanto para o

dispositivo USB quanto para a CPU.

• Quanto ao modo de alimentação, optou-se pelo modo Bus Power Only, configurando-

se desta forma a corrente máxima do dispositivo em 100 mA.

Page 48: TCC Completo

30

• Quanto à identificação do dispositivo, essencialmente deve-se configurar VID, PID,

Manufacture e o nome do produto, aos quais foram atribuídos, respectivamente, os

valores 04D8, 000C, DAQ e DaqUSB. O restante configurou-se em nulo.

Page 49: TCC Completo

31

Capítulo 4

Conversores e Circuitos Analógicos

4.1 Introdução

No mundo real, os sinais naturais existentes são de origem analógica: som, luz,

velocidade dos ventos, movimento das marés entre outros. O desenvolvimento da ciência

permitiu que estes sinais pudessem ser medidos e convertidos em informação numérica, para

que posteriormente, pudessem ser interpretados e processados [2]. A utilização de meios

computacionais para o estudo de sinais analógicos tornou-se possível através do

desenvolvimento dos conversores de sinais, que neste caso, podem ser classificados como

Conversores Digital/Analógico (DAC – Digital/Analog Converter) e Conversores

Analógico/Digital (ADC – Analog/Digital Converter), os quais são utilizados na DaqUSB. O

entendimento do funcionamento destes dois tipos de conversores, bem como o seu projeto,

são os principais focos deste capítulo.

4.2 Conversor Digital/Analógico

O Conversor Digital/Analógico (conversor D/A) é utilizado quando um sinal digital,

formado por bits ou palavras binárias, é convertido em sinal analógico. Como exemplos dessa

conversão, tem-se:

• Ouvir um CD de música, onde o aparelho lê a informação digital armazenada no disco

e a converte em sinais sonoros emitidos pelos alto-falantes.

• Conversar ao telefone quando se está usando uma linha para transmissão de dados (do

tipo DSL ou ISDN), onde a central da operadora de telefonia converte os sinais

digitais representando a voz da outra pessoa que está na linha, para sinais analógicos

de som no fone.

Sendo o PIC um sistema digital, é necessário um meio para realizar a conversão de

sinais digitais em sinais analógicos, portanto tem-se uma aplicação típica de um conversor

D/A. O projeto de um conversor D/A parte da implementação de um sistema que atenda aos

requisitos de faixa de operação de tensão, tempo de resposta e potência fornecida. Dessa

forma, como apresentado nas especificações da DaqUSB no Capítulo 2, deve-se construir um

conversor D/A que opere na faixa de ±10V, com um tempo de resposta ≤1 ms para que este

não seja mais lento que o tempo de comunicação USB, e com correntes na ordem de ampères

para abranger uma ampla variedade de dispositivos.

Page 50: TCC Completo

32

A implementação da conversão D/A no caso da DaqUSB deu-se em 3 etapas as quais

realizam sucintamente:

• A conversão de um sinal digital em um sinal analógico com uma faixa de tensão da

ordem de 0V a 5V.

• O condicionamento do sinal para operar na faixa de ±10V

• O ganho de corrente do conversor D/A.

4.2.1 Primeira Etapa – Conversor D/A

O PIC18F4550 não possui um conversor D/A integrado, portanto optou-se por uma

solução alternativa sugerida pela Microchip (fabricante do microcontrolador), apresentada no

artigo AN538 [9], no qual é utilizado o módulo PWM presente no PIC para geração de sinais

analógicos dentro da faixa de 0V a 5V. Nesta solução, os módulos de largura de pulso

(PWM), que produzem uma saída digital, são usados como solução barata para

implementação de conversores D/A. Em um típico sinal PWM, a freqüência base é fixa,

porém a largura de pulso é variável e é diretamente proporcional à amplitude do sinal original

não modulado. Em outras palavras, em um sinal PWM, a freqüência da onda é constante,

enquanto o ciclo ativo é variável (de 0% a 100%) de acordo com a amplitude do sinal

original, que no caso do PIC18F4550 é 5V. Um sinal PWM típico é mostrado na figura 4.1.

Figura 4. 1 - Sinal PWM [9]

A análise de Fourier de um sinal PWM, como o mostrado na figura 4.2, mostra que

existe um forte pico de freqüência . Outros harmônicos fortes também existem em

, onde K é um inteiro. Eliminando-se essas componentes de ruído inerentes ao PWM, é

possível gerar um sinal analógico diretamente proporcional ao ciclo ativo do sinal PWM. Para

eliminar essas componentes de ruído, deve-se filtrar o sinal PWM com um filtro passa-baixa,

como mostrado na figura 4.3.

Page 51: TCC Completo

33

Figura 4. 2 - Análise de Fourier de um sinal PWM [9]

A frequência de corte do filtro deve ser menor ou igual à frequência do PWM ( ). Quanto mais rápida for a atenuação do filtro, mais a FC se aproxima da FPWM para

uma mesma magnitude de rejeição de ruído, diminuindo o tempo necessário para a conversão

D/A. Outra forma de diminuir o tempo de conversão é aumentar a FPWM.

Normalmente para este tipo de aplicação são implementados filtros RC simples, do

tipo passa-baixa de primeira ordem [9], como apresentado na figura 4.3. Entretanto, apesar da

facilidade de se projetar esse tipo de filtro, ele possui uma constante de tempo muito elevada

( 2 !") para uma conversão com pouco ruído, isto é, deve-se projetar uma FC muito

baixa a fim de atenuar satisfatoriamente o ruído. Por esse motivo, optou-se por implementar

um outro tipo de filtro, que possua uma constante de tempo menor com o mínimo de ruído,

como veremos adiante na seção 4.2.1.2.

Figura 4. 3 - Filtro Passa-Baixa de Primeira Ordem [9]

4.2.1.1 Configuração do PWM

O PIC 18F4550 possui dois módulos de Captura/Comparação/PWM (CCP) que podem

ser configurados para um destes modos de operação. O módulo CCP1, quando configurado

para o modo PWM, é capaz de fornecer uma resolução de 10 bits para o ciclo ativo do PWM.

Para cada modo de operação, o CCP utiliza um temporizador como base de tempo.

Page 52: TCC Completo

34

O módulo PWM tem sua freqüência ajustável através do temporizador, chamado

timer2. O princípio de funcionamento do timer2 é baseado num registrador–contador

chamado TMR2, que possui como fonte de clock a freqüência da CPU dividida por 4 e por

uma pré-escala definida pelo usuário. Quando a contagem atinge o valor armazenado no

registrador PR2, ela é reiniciada, sendo gerada uma sinalização de estouro de contagem.

Desta forma é necessário ajustar o valor da pré-escala do timer2 (TMR2) e armazenar o valor

de reinicialização do timer2 no registrador PR2.

Portanto, para configurar a freqüência do PWM no valor mais alto possível mantendo

uma resolução de 10 bits, com base nas equações 4.1, 4.2 e 4.3 fornecidas pela folha de dados

do PIC, deve-se ajustar TMR2 mínimo com um PR2 máximo com o período de clock da CPU

(TOSC) mínimo.

#$% (Equação 4.1)

& '()!2* + 1, · 4 · &./0 · &1!2 (Equação 4.2)

)21345678çã6(á<* =>?@ ABCDA#$%E=>?(* (GHI* (Equação 4.3)

Em suma, com os valores de PR2 = 255 e TMR2 = 1 obtêm-se as equações 4.4 e 4.5.

#$% 46.875 OP (Equação 4.4)

)21345678çã6 10 GHI (Equação 4.5)

Com essa resolução pode-se gerar valores de 0 a 1023 para o ciclo ativo do PWM.

Como a faixa de tensão vai de -10V a +10V, tem-se portanto uma resolução do conversor

D/A de 19,53 mV, conforme a equação 4.6.

Q 19,53T (Equação 4.6)

4.2.1.2 O Filtro Passa-Baixa

Baseado na freqüência de 1 kHz estipulada para o conversor D/A, deve-se projetar um

filtro passa-baixa com uma freqüência de corte (U) um pouco maior que a freqüência

Page 53: TCC Completo

35

estipulada e sem ruído, ou seja, com uma atenuação rápida e com uma banda de rejeição sem

ondulações, possibilitando uma conversão D/A em um tempo inferior ao tempo da

comunicação USB.

Quando se trata do projeto de filtros reais os grandes problemas encontrados são a

distorção, a oscilação e o defasamento do sinal [10]. Nesta aplicação o defasamento não é um

fator crítico, já a distorção e a oscilação não podem ser desconsideradas. Para evitar-se a

distorção e a oscilação, existem diversas técnicas de projeto de filtros, entre as quais

destacam-se os Filtros de Butterworth [11] por serem os únicos filtros que mantêm as mesmas

características para ordens mais elevadas, porém com uma inclinação mais acentuada na

banda atenuada.

4.2.1.2.1 Determinação das Características do Filtro Ativo Passa-Baixa de

Butterworth

Para implementar o filtro ativo de Butterworth é necessário determinar a sua ordem e a

sua freqüência de corte V , o que pode ser feito pela análise do comportamento do filtro

passa-baixa a ser construído.

O comportamento de um filtro passa-baixa é mostrado na figura 4.4, o qual apresenta

uma atenuação (α) elevada na banda de rejeição e uma atenuação baixa na banda passante.

Figura 4. 4 - Comportamento de um Filtro Passa-Baixa [11]

A equação 4.7 relaciona α com as freqüências (V e V ) e a ordem do filtro (n).

Através da equação 4.7 e pela análise da figura 4.4, pode-se chegar às equações 4.8 e 4.9, as

quais relacionam a freqüência de corte com a ordem do filtro. Dividindo-se a equação 4.8 pela

equação 4.9 e resolvendo em função de W, resultará na equação 4.10, a qual relaciona a ordem

Page 54: TCC Completo

36

do filtro com os seus parâmetros de atenuação e freqüências V5 e VX. Nota-se agora na

equação 4.10 que quanto mais a freqüência do pólo do filtro V se aproxima da freqüência do

sinal V/, maior será a ordem do filtro.

Y 10Z[\ ]1 + ^^_` ab (Equação 4.7)

V ^c

d efghi_ jkilh mna/I (Equação 4.8)

V ^p

@ efqri_ jEilh mna/I (Equação 4.9)

W 76std efghi_ jk/@ efqri_ jEu76s@vcvpE

ab (Equação 4.10)

Para que o sinal seja considerado “sem ruído”, é necessário que este ruído seja menor

do que a resolução do conversor, pois qualquer valor dentro da escala de resolução do

conversor é válido. Portanto, arbitrando um ruído inferior a 5 mV, o qual é menor que os

19,53 mV da resolução do PWM, o sinal pode ser considerado sem ruído.

Para simplificação dos cálculos, foi estimado o valor do ruído em dB através da

relação entre tensões 20Z[\ ww_ 20Z[\ x. yz 72.04 ab, onde se tem a escolha

dos seguintes valores para atender essa especificação:

Y|< 0,5ab Y 80ab

Convertendo a freqüência de corte de 1 kHz e a freqüência do PWM para rad/s, tem-se

respectivamente:

VX 2 . 1000 ~|5 V5 2 . 46875 ~|

5

Page 55: TCC Completo

37

Aplicando as especificações na equação 4.10 obtém-se n = 2,66723. Arredondando-se

para n=3 e em seguida aplicando os parâmetros na equação 4.8, obtém-se a freqüência de

corte ω0 = 13670,6 rad/s.

4.2.1.2.2 Implementação do Filtro Ativo de Butterworth – Circuito de Sallen-

Key

O circuito da figura 4.5 pertence a uma classe de circuitos que foram descritos em

1955 por Sallen e Key [11]. Trata-se de um circuito não-inversor de ganho unitário, cuja

principal característica é de ser a implementação de um filtro passa-baixa de segunda ordem

com fator de qualidade Q configurável. Portanto pode ser utilizado para implementar um filtro

de Butterworth. Os valores dos resistores e capacitores estão normalizados, dessa forma

C1=2Q e C2=1/(2Q).

Figura 4. 5 - Circuito de Sallen-Key de Segunda Ordem

Para se construir um filtro passa-baixa de terceira ordem, basta conectar em cascata

um filtro de primeira ordem com um filtro de segunda ordem, conforme a figura 4.6,

formando um filtro de dois estágios. Para tal deve-se encontrar o fator de qualidade Q

correspondente ao filtro passa-baixa de Butterworth.

Figura 4. 6 - Filtro Passa-Baixa de Terceira Ordem

Page 56: TCC Completo

38

4.2.1.2.3 Determinação do fator de qualidade Q

O filtro de Butterworth pode ser expresso em função do seu fator de qualidade, o qual

é determinado conhecendo-se a localização dos pólos do filtro. As localizações dos pólos são

conforme a equação 4.11 e o fator de qualidade Q é encontrado pela equação 4.12:

, [I IW (Equação 4.11)

65 (Equação 4.12)

Verificando na tabela de localização dos pólos para uma resposta de Butterworth, no

anexo C, para um n = 3, tem-se os seguintes pólos: -0,5; ±j0,866254 e -1.

Utilizando as equações 4.11 e 4.12, obtêm-se os dois fatores de qualidade Q

correspondentes: Q1=0,5 e Q2=1.

4.2.1.2.4 Cálculo dos Resistores e Capacitores do Filtro

O filtro passa-baixa de terceira ordem, implementado de acordo com as especificações,

é mostrado na figura 4.7. Normalizando a freqüência ω0=13670,6 rad/s encontrada na seção

4.2.1.2.1, tem-se 13670,6 e arbitrando todos os resistores iguais a 8,2 kΩ, tem-se um

8200.

Figura 4. 7 - Circuito do Filtro Passa-Baixa de Terceira Ordem

Page 57: TCC Completo

39

Os valores dos capacitores podem ser determinados pela equação 4.13 de

normalização.

"66 f "|s6 , (Equação 4.13)

onde

f 8,92069 . 10j

A tabela 4.1 mostra os valores dos capacitores calculados, para cada estágio.

Cantigo

Cnovo

Estágio 1 Estágio 2 Q = 0,5 Q = 1

1 8,92 nF _ 2Q _ 17,84 nF

1/2Q _ 4,46 nF Tabela 4. 1 - Valores de Capacitores do Filtro

Aproximando para valores comerciais, têm-se C1 = 18 nF, C2 = 4,7 nF e C3 = 10 nF. O

circuito da figura 4.7 foi simulado no PSpice [12], tendo como sinal de entrada um PWM com

a mesma freqüência estabelecida no projeto e ciclo ativo de 50%. O resultado é mostrado na

figura 4.8. Para se eliminar o sobre-sinal, um ajuste foi realizado no capacitor C2, o qual foi

estabelecido em C2 = 10 nF.

Page 58: TCC Completo

40

Time

0s

0.2ms

0.4ms

0.6ms

0.8ms

1.0ms

1.2ms

1.4ms

1.6ms

1.8ms

2.0ms

2.2ms

2.4ms

2.6ms

2.8ms

3.0ms

3.2ms

3.4ms

3.6ms

3.8ms

4.0ms

V(U9:OUT,0)

-1.0V

0V

1.0V

2.0V

3.0V

Fig

ura

4. 8

- R

esp

osta

de

um

Filt

ro P

assa

-Ba

ixa

de T

erc

eira

Ord

em

Page 59: TCC Completo

41

4.2.2 Segunda Etapa – Condicionamento do Sinal

Uma vez implementado o conversor D/A a partir do sinal PWM filtrado, é necessário

amplificar o sinal para que este opere na faixa de ±10V, pois como já discutido o uso do sinal

PWM filtrado gera tensões na faixa de 0V a 5V. Usando uma regra simples de mudança de

escala pode-se determinar a equação 4.14 do amplificador a ser construído, conforme

mostrado na figura 4.9.

Figura 4. 9 - Mudança de Escala do Conversor D/A

5 . + 1020

. 4 10

. 4( 2,5* (Equação 4.14)

Utilizando uma porta de saída do PIC para fornecer 5V, bastará implementar um

amplificador de diferenças simples de dois estágios, utilizando Amplificadores Operacionais

(AmpOp), para realizar a equação 4.14. No primeiro estágio do AmpOp obtém-se a tensão de

2,5V a partir dos 5V da porta do PIC. Isto é feito com o propósito de que o último estágio de

amplificação tenha o maior ganho possível, o que será útil para a etapa de ganho de corrente,

como será apresentado na seção 4.2.3.1.

4.2.2.1 Amplificador de Diferenças Simples Utilizando AmpOp

Um amplificador de diferenças [13] relaciona dois sinais aplicados às suas entradas de

modo que a sua saída seja a diferença destes, ou seja, idealmente este amplificador rejeita

sinais que são comuns às duas entradas. O diagrama esquemático de um amplificador de

diferenças é mostrado na figura 4.10. Satisfazendo a condição de casamento de impedância

(equação 4.15), pode-se deduzir a equação 4.16 do amplificador de diferenças.

Page 60: TCC Completo

42

Figura 4. 10 - Amplificador de Diferenças

! ! e !Q ! (Equação 4.15)

. 3l3i ( * (Equação 4.16)

4.2.2.2 Cálculo dos Resistores do Amplificador

No primeiro estágio do AmpOp deve-se obter a tensão de 2,5 V a partir dos 5 V

fornecidos pela porta do PIC. De maneira simples, basta conectá-la na entrada positiva do

AmpOp e aterrar a entrada negativa, e com um ganho de 0,5 obtém-se os 2,5 V na saída do

primeiro estágio. Dessa forma arbitrando R 10 Ω, pela equação 4.16 obtém-se ! 20Ω para satisfazer a condição, desde que ! ! e !Q !. A figura 4.11 mostra o

diagrama esquemático desse primeiro estágio de amplificação.

Figura 4. 11 - Primeiro Estágio de Amplificação

Page 61: TCC Completo

43

De maneira análoga, para implementar-se a equação 4.14 deve-se projetar um

amplificador de diferenças de ganho 4, com a entrada negativa conectada à saída do primeiro

estágio e a entrada positiva conectada ao sinal do PWM filtrado. Isto implica na escolha de

! 10Ω para um ! arbitrado em 40 kΩ e conseqüentemente ! ! e !Q !. O

diagrama esquemático do segundo estágio é mostrado na figura 4.12.

Figura 4. 12 - Segundo Estágio de Amplificação

4.2.3 Terceira Etapa – Amplificador de Potência

Um conversor D/A idealmente deve ser capaz de gerar um sinal sem distorção,

independente da carga, ou seja, a saída do amplificador associado ao conversor D/A deve

realizar o acoplamento com uma resistência de saída baixa. Todavia, os amplificadores

projetados são válidos para sinais de baixas potências. Em altas potências ocorrerá a distorção

do sinal de saída. Para contornar este problema, pode-se utilizar o artifício de inserir um

estágio de potência na saída do amplificador. Entretanto, o maior desafio nos projetos de

estágios de saída de potência é fornecer a quantidade de potência para a carga de modo

eficiente, ou seja, reduzir o máximo possível a potência dissipada no próprio estágio de saída

[13].

Existem várias configurações de estágios de saída [13], entre elas os estágios classe A,

classe B e classe AB, cada qual com sua vantagem e desvantagem em relação aos outros,

como mostrado na tabela 4.2.

Estágios de saída Classe A Classe B Classe AB Rendimento Baixo Alto Alto

Distorção do Sinal Baixo Alto Baixo

Complexidade Baixo Baixo Alto

Tabela 4. 2 - Comparação dos Estágios de Saída

Page 62: TCC Completo

44

Embora o estágio classe A não tenha distorção do sinal, o seu rendimento deixa a

desejar (máximo de 25%), isto é, a razão entre a potência utilizada e a potência da fonte.

Além disso, a dissipação de potência é máxima para uma saída 0, situação esta que

ocorre freqüentemente. Em contrapartida, o projeto de um amplificador classe AB é muito

complexo devido à necessidade de projetar uma fonte de corrente para polarização do

circuito. Seria suficiente para este projeto contornar o problema da distorção do sinal do

estágio de saída sem deixá-lo complexo.

4.2.3.1 Estágio de Saída Classe B

A figura 4.13 mostra um estágio de saída classe B, o qual é formado por um par

complementar de transistores, ou seja, um NPN e outro PNP, conectados de tal maneira que

não haja condução simultânea.

Figura 4. 13 - Estágio de Saída Classe B

Para se evitar a saturação dos transistores, e portanto a distorção não-linear associada,

e permitir a inclusão de proteção contra curto-circuito, recomenda-se um Vcc no mínimo 5V

acima da tensão máxima da saída. Para o caso da DaqUSB, isso implica em valores de Vcc a

partir de 15V. Entretanto, quanto maior for o Vcc menor será o rendimento, fazendo com que

15 seja a melhor escolha. Nesse caso, pela equação 4.17 determina-se o rendimento

máximo de 52,36%, isto é, para a tensão de saída 10 ocorre o máximo rendimento.

Page 63: TCC Completo

45

_Q (Equação 4.17)

O estágio de saída classe B apresenta distorção de sinal nas proximidades de 0V,

quando os dois transistores estão em corte. Esta zona morta resulta na distorção de

cruzamento (crossover) de ±0,7V, que pode ser reduzida substancialmente pelo uso de um

AmpOp de alto ganho e realimentação negativa global [13] (realimentação conectada à saída),

passando a ser de ,w_ , onde é o ganho do amplificador.

Portanto, conectando o último estágio do amplificador do conversor D/A, pode-se

reduzir a distorção de crossover para ,Q 175T.

A resposta de um estágio de saída classe B é mostrada na figura 4.14, a qual foi

simulada no PSpice para uma entrada senoidal de 1kHz com 10V de pico. Em azul é exibida a

resposta do estágio classe B com realimentação negativa de ganho 4, e em vermelho é exibida

a resposta do classe B sem o amplificador de realimentação negativa. Fica evidente uma

queda de tensão no estágio classe B sem o amplificador, o que não ocorre ao utilizar-se a

realimentação negativa, a qual reduz consideravelmente a distorção da banda de cruzamento.

Page 64: TCC Completo

46

Time

0s

0.1ms

0.2ms

0.3ms

0.4ms

0.5ms

0.6ms

0.7ms

0.8ms

0.9ms

1.0ms

1.1ms

1.2ms

1.3ms

1.4ms

1.5ms

1.6ms

1.7ms

1.8ms

1.9ms

2.0ms

V(R1:2,0)

V(R2:2,0)

-10V

-5V

0V

5V

10V

Fig

ura

4. 1

4 -

Re

sp

osta

de u

m E

stá

gio

de

Saíd

a C

lasse

B

Page 65: TCC Completo

47

4.2.3.2 Transistores Darlington

Os transistores utilizados no estágio de saída classe B devem suportar correntes

elevadas (na ordem de ampères). Uma forma de atender esse requisito é a utilização de uma

configuração Darlington [13], isto é, a combinação de dois transistores para que estes sejam

capazes de proporcionar um elevado ganho de corrente. As figuras 4.15 e 4.16 mostram a

configuração Darlington, sendo estes transistores equivalentes a um transistor simples.

Figura 4. 15 - Darlington NPN

Figura 4. 16 - Composto PNP

4.2.4 Circuito Completo do Conversor D/A

Os transistores utilizados no projeto foram o TIP122 e o TIP127, que trabalham com

correntes de 5A contínua e de até 8A de pico. O diagrama esquemático completo do

conversor D/A é mostrado na figura 4.17, onde a resistência de 47 Ω entre a base e o emissor

dos transistores é para proteção contra curto-circuito. Para uma resistência de carga menor

que 3 Ω, operando com tensão máxima (+10V e -10V), o sinal é saturado. Portanto, o

conversor D/A trabalha com resistências de carga ≥ 3 Ω. Outro efeito da presença do resistor

de 47 Ω é o acréscimo, aproximadamente, de mais 10% no rendimento do circuito, que passa

a operar com um rendimento máximo de 62%. Isso ocorre porque o amplificador passa a

fornecer uma pequena corrente que se soma à saída. A saturação do sinal ocorre justamente

quando o amplificador está fornecendo a máxima corrente, uma vez que ele faz o equilíbrio

entre a tensão e a corrente, de modo que a tensão esteja num valor correspondente à máxima

corrente que o amplificador é capaz de fornecer.

Page 66: TCC Completo

48

Fig

ura

4. 1

7 -

Co

nve

rso

r D

/A

Page 67: TCC Completo

49

Os diodos presentes no circuito formam um limitador duplo [14] ou ceifador, um

circuito que atua sobre os picos positivo e negativo do sinal, saturando qualquer sinal que

ultrapasse os limiares positivo e negativo do limitador, onde o limiar é a tensão da fonte

menos a queda no diodo. Isto é feito no intuito de proteger o circuito de uma eventual tensão

de retorno que pode ser gerada, por exemplo, por um motor conectado à saída do conversor

D/A.

4.3 Conversor Analógico/Digital

O Conversor Analógico/Digital (conversor A/D) é muito utilizado em aplicações

cotidianas tais como:

• A digitalização de imagens através de scanner

• A conversação por meio de computador e Internet

• A fotografia por meio de câmeras digitais

O processo de conversão de um sinal analógico em um sinal digital consiste da

conversão de uma grandeza física para um código, representado por uma seqüência discreta

de elementos, ou seja, a discretização de um processo contínuo. Essa discretização consiste de

uma amostragem periódica de um sinal e da representação dos valores por meio de um certo

número de níveis de quantização. Em outras palavras, o sinal é convertido a uma certa taxa de

amostragem e com uma determinada resolução.

Um sinal analógico pode ser apropriadamente amostrado somente se ele não contiver

componentes em freqüência acima da metade da freqüência de amostragem. Uma maneira de

garantir a eliminação dessas componentes de freqüência do sinal amostrado é a utilização de

filtros passa-baixa. Portanto, o projeto do conversor D/A consistirá em condicionar o sinal em

termos de faixas de tensão e freqüência, seguida pela conversão propriamente dita.

4.3.1 O Conversor A/D do PIC

O PIC18F4550 possui internamente 13 conversores A/D de até 10 bits de resolução

[7]. O processo de conversão dá-se através de um capacitor de retenção (CHOLD), o qual deve

se carregar até o nível de tensão do sinal de entrada. A impedância do canal de entrada,

juntamente com a impedância interna de amostragem do conversor, afetam diretamente o

tempo de carregamento do capacitor CHOLD. A máxima impedância de entrada recomendada é

de 2,5kΩ, a qual resulta num tempo de carregamento de aproximadamente 2,45µs, conforme

Page 68: TCC Completo

50

a folha de dados do PIC. Portanto, quanto menor a impedância de entrada, menor será o

tempo de carregamento.

Uma vez que o capacitor CHOLD tenha alcançado o nível de tensão do canal de entrada,

ele é desconectado e a conversão é iniciada, sendo necessário um tempo TAD para a conversão

de cada bit representativo do valor digital de tensão. Ao final da conversão, o capacitor CHOLD

necessita de mais um TAD para se descarregar por completo. Logo, o tempo TAD de conversão

não deve ser curto demais a ponto de que não haja tempo suficiente para a conversão, e nem

longo demais a ponto de que o capacitor CHOLD se descarregue. Dessa forma, como mostrado

na figura 4.18, o tempo total para uma conversão de 10 bits será de 11 TAD acrescido do

tempo de carregamento do capacitor CHOLD - TACQ.

Figura 4. 18 - Etapas de Conversão A/D [7]

Resumidamente, a conversão A/D é realizada nas seguintes etapas:

• Configurar os pinos escolhidos para a entrada do sinal como entradas analógicas. Para

o caso da DaqUSB são os dois canais de entrada (AN0 e AN1).

• Escolher a tensão de referência, ou seja, a faixa de operação do conversor A/D. Para

simplificar o hardware utiliza-se a própria alimentação do PIC (0V a 5V).

• Selecionar um dos canais de entrada A/D para a realização da conversão, que no caso

da DaqUSB fica a critério do usuário.

• Selecionar o tempo de aquisição A/D, isto é, a resolução (quantidade de intervalos de

tempo TAD) e o valor do tempo TAD. Estando já determinada a resolução de 10 bits,

resta selecionar o TAD.

Page 69: TCC Completo

51

Para o PIC18F4550 existem 7 opções de seleção do TAD tendo como base o tempo da

CPU (TOSC), as quais são: 2 TOSC; 4 TOSC; 8 TOSC; 16 TOSC; 32 TOSC; 64 TOSC e RC (oscilador

RC interno), e como já mencionado o tempo TAD deve estar o mais próximo possível do

tempo mínimo de conversão. Conforme a folha de dados do PIC18F4550, tem-se 0,7I &w 25I.

Com base no clock do PIC, o menor tempo será alcançado em 64 TOSC, conforme se

verifica na equação 4.18. Caso a freqüência do PIC fosse configurada em 32 MHz, poderia ser

atingido um tempo TAD de 1µs, todavia tal alteração no clock diminuiria a freqüência do

PWM e portanto prejudicaria a conversão D/A.

64&65 Qc Q

Q 1,333…I (Equação 4.18)

Desse modo, o tempo total para aquisição será de 14,6666 µs, acrescido do tempo de

carregamento do capacitor CHOLD. Portanto, considerando uma resistência de entrada muito

baixa pode-se aproximar o valor do tempo total de aquisição para 16 µs, e conseqüentemente

tem-se uma freqüência de amostragem de 62,5 kHz.

4.3.2 Condicionamento do Sinal do Conversor A/D

Agora que a freqüência de amostragem do conversor A/D já foi determinada, pode-se

projetar o filtro passa-baixa para a eliminação das componentes de freqüência acima da

metade da freqüência de amostragem, garantindo assim uma conversão A/D ausente de

ruídos.

Dessa forma, com base no projeto do filtro do conversor D/A exposto na seção 4.2.1.2,

bastará implementar um filtro semelhante àquele, porém com resistores 30 vezes menores,

resultando numa freqüência de corte 30 vezes maior, conforme observa-se na equação 4.13,

com as demais características mantidas iguais, propiciando assim, um filtro passa-baixa de

freqüência de corte de 30 kHz, a qual é menor que a metade da freqüência de amostragem do

conversor A/D. A figura 4.19 mostra o diagrama esquemático do filtro do conversor A/D.

Page 70: TCC Completo

52

Figura 4. 19 - Filtro do Conversor A/D

Satisfazendo a condição de baixa impedância da entrada do conversor, através do filtro

empregado, resta realizar o condicionamento da tensão de entrada. Sendo assim, é necessário

realizar a mudança de escala da faixa da tensão de entrada de ±10V para a faixa de 0V a 5V,

conforme mostrado na figura 4.20, resultando na equação 4.19.

Figura 4. 20 - Mudança de Escala do Conversor A/D

_

x

Q ( + 10*

Q +

5 (Equação 4.19)

A equação 4.19 pode ser implementada por uma amplificação de dois estágios, como

mostrado na figura 4.21, formada por um somador ponderado seguido de um amplificador

inversor. O somador ponderado [13] é um circuito de configuração inversora, cuja saída é

formada pela soma dos sinais de entrada com diferentes pesos, onde os pesos são

determinados pela razão de uma resistência (!) posicionada no caminho da realimentação

negativa, com a resistência de admissão de cada sinal. Como o somador ponderado é um

Page 71: TCC Completo

53

circuito inversor, para se obter uma saída não-invertida é necessário fazer uso de um

amplificador inversor.

Figura 4. 21 - Somador Ponderado de Dois Estágios

Nota-se pela figura 4.21 e pela equação 4.20 do somador ponderado seguido de um

amplificador inversor, que as resistências ! e ! têm efeito desprezível para o sinal de saída,

todavia ambas têm o papel de minimizar o efeito das correntes de polarização de entrada, isto

é, reduzir a tensão cc (Corrente Contínua) de saída que surge devido às correntes de

polarização de entrada. A escolha dessas resistências é baseada no tipo de acoplamento do

amplificador, isto é, se o sinal de entrada é do tipo cc ou ca (Corrente Alternada). Caso o

acoplamento seja cc, têm-se ! ! ! ! e ! !| ! , e caso seja ca, têm-se

! ! e ! !|.

33l 3q3 + 5 33i 3q3 (Equação 4.20)

De forma semelhante ao caso do conversor D/A, para a implementação do

amplificador é necessário utilizar um pino do PIC para fornecer 5V, para o circuito da figura

4.21. Logo, comparando as equações 4.19 e 4.20, têm-se 3q3 1, ! 2! e ! 4!.

Arbitrando !| ! 10 ¡Ω, obtêm-se ! 10 ¡Ω, ! 20 ¡Ω e ! 40 ¡Ω. E

adicionalmente, optando por minimizar o efeito do acoplamento ca, deve-se escolher ! ! 10 ¡Ω.

4.3.3 Circuito Completo do Conversor A/D

O circuito completo do conversor A/D é mostrado na figura 4.22, onde para se

construir os dois canais de entrada da DaqUSB bastará duplicar o circuito.

Page 72: TCC Completo

54

Fig

ura

4. 2

2 -

Co

nve

rso

r A

/D

Page 73: TCC Completo

55

Capítulo 5

Fonte de Alimentação

5.1 Introdução

Como exposto na seção 4.2.3.1 a DaqUSB necessita de uma fonte de alimentação cc

simétrica de no mínimo 15V para uma boa operação. Em virtude disso este capítulo trata do

projeto de uma fonte simétrica de 15V de até 1A de corrente de saída, implementada

utilizando reguladores de tensão. Para correntes acima de 1A, outro projeto de fonte faz-se

necessário, entretanto a fonte construída supre as necessidades deste trabalho, já que este não

requer corrente acima de 1ª.

5.2 Proposta de Fonte de Alimentação cc

A figura 5.1 mostra o diagrama de blocos da fonte de alimentação cc construída [13].

Conforme indicado, a fonte é alimentada pela rede elétrica ca de 60Hz com 127 Vrms, e

entrega tensões cc de 15V e -15V. Essas tensões cc devem ser as mais constantes possíveis

mesmo com as variações na tensão da rede e na corrente drenada pela DaqUSB. O objetivo é

determinar os parâmetros de cada bloco de modo que a tensão fornecida para o bloco

regulador de tensão esteja dentro da faixa recomendada pelo fabricante. Sendo assim,

verificaram-se os parâmetros estabelecidos pelo fabricante do regulador de tensão.

Figura 5. 1 - Diagrama de Blocos de Fonte cc [13]

5.2.1 Regulador de Tensão

O bloco regulador de tensão é formado basicamente por dois circuitos integrados

(CI’s) reguladores, os CI’s LM7815 e LM7915 [15], que fornecem corrente de até 1A e

tensões de saída cc de +15V e -15V, respectivamente. De acordo com a folha de dados do

fabricante, National Semiconductor, para uma boa regulação, isto é, a mais constante possível,

recomenda-se uma tensão de entrada de 8V acima da tensão de saída com uma variação

máxima de 3,5Vrms (Vs=Vout+8V+3,5Vrms), sendo que a tensão de entrada não pode ser

superior a 30 V (Vs ≤ 30 V). Todavia essas especificações são válidas para CI’s de outros

Page 74: TCC Completo

56

fabricantes dessa mesma linha. Uma vez estabelecido os parâmetros de regulação, pode-se

projetar cada bloco, iniciando pelo bloco do transformador de potência.

5.2.2 Transformador de Potência

O transformador de potência é constituído por duas bobinas enroladas separadamente

em um núcleo de ferro que acopla magneticamente os dois enrolamentos. Isso proporciona

um isolamento elétrico entre o equipamento e o circuito de potência da linha, diminuindo o

risco de choque elétrico para o usuário do equipamento. A razão entre os número de espiras

N2 do enrolamento secundário, o qual é conectado ao circuito da fonte, e o número de espiras

N1 do enrolamento primário, o qual é conectado á rede, eleva ou reduz a tensão ca entre os

terminais do enrolamento secundário (Vs) a partir da tensão do enrolamento primário(Vrede),

ou seja, 5 ~44 li. Pelas especificações dos reguladores de tensão, é necessária uma tensão de entrada

entre 19,5V ≤ Vs ≤ 26,5V. Como a tensão da rede é especificada em valores RMS,

convertendo a tensão de entrada dos reguladores (c√*, tem-se 13,78V ≤ VsRMS ≤ 18,73V.

Um transformador que baixe a tensão para 18Vrms é uma boa escolha, pois é

encontrado facilmente. Após estabelecido o transformador, segue-se agora para o bloco dos

diodos retificadores.

5.2.3 Diodos Retificadores

Os diodos retificadores [14] têm a função de converter a senóide de entrada Vs em

uma saída unipolar, a qual tem uma forma pulsante. Embora essa forma de onda tenha um

componente cc, sua natureza pulsante a torna imprópria para uso no regulador de tensão, daí a

necessidade de um filtro. Existem vários tipos de circuitos retificadores, cada um com sua

vantagem e desvantagem em relação ao outro [14]. A escolha do tipo de retificador foi

baseada na necessidade de construir uma fonte simétrica a partir de um único transformador

com tomada central. Uma implementação que atende esse requisito é o retificador em ponte,

como o mostrado na figura 5.2.

Page 75: TCC Completo

57

Figura 5. 2 - Retificador em Ponte

A escolha dos diodos é baseada em dois parâmetros importantes [13]: a capacidade de

condução de corrente exigida do diodo, determinada pelo maior valor de corrente que o diodo

pode conduzir, e a máxima tensão de pico inversa (Peak Inverse Voltage – PIV) que o diodo

pode suportar.

5.2.3.1 Tensão de pico inversa - PIV

A tensão de pico inversa ou tensão de pico reversa (PIV) é a máxima tensão nominal

suportável pelo diodo quando em polarização reversa, ou seja, aplicada quando o diodo do

circuito retificador não estiver conduzindo. Uma das vantagens do retificador em ponte é a

sua baixa PIV quando comparado a outros retificadores, a qual é encontrada pela equação 5.1.

)£ 5 ; (Equação 5.1)

onde VD é a tensão no diodo

Como o transformador tem uma tensão 5 18√2 25,455, a tensão de pico

inversa é aproximadamente PIV = 24,755 V.

5.2.4 Retificador com capacitor de filtro

O bloco do filtro é formado por um capacitor em paralelo com a carga. A presença

desse capacitor reduz substancialmente as variações na tensão de saída, denominada de tensão

de ondulação (ripple) Vr. O capacitor trabalha da seguinte forma: quando a tensão senoidal de

entrada Vs se torna positiva o diodo conduz e o capacitor é carregado até o valor de pico de

Vs, mas a partir do instante em que Vs começa diminuir o diodo fica inversamente polarizado

e o capacitor passa a se descarregar através da carga. A descarga do capacitor persistirá até o

momento que Vs superar o valor da tensão no capacitor. A tensão V0 de saída cai

exponencialmente durante o intervalo de descarga com uma constante de tempo CR, onde C é

o valor do capacitor e R é a resistência de carga. Ao final do intervalo de descarga, que dura

Page 76: TCC Completo

58

aproximadamente o período T/2, tem-se V0 = Vp – Vr. Por essa análise, pode-se aproximar o

valor de V0 durante o intervalo de descarga pela equação 5.2 e, portanto, no final desse

intervalo tem-se a equação 5.3.

Xj ¤D¥ (Equação 5.2)

X ~ Xj¦lD¥ (Equação 5.3)

Como "! § & pode-se usar a aproximação j¦lD¥ ¨ 1

03 para obter a equação 5.4.

~ ¨ X 03 (Equação 5.4)

Escrevendo a equação 5.4 em termos da freqüência (U ) e da corrente de carga IL

(£© p3 ) encontra-se a equação 5.5.

~ ª0 (Equação 5.5)

Devido aos requerimentos do regulador de tensão, faz-se necessário gerar uma tensão

de entrada Ve≥19,5V com uma ondulação Vr de no máximo 3,5V. Substituindo na equação

5.5 o caso mais extremo (IL=1A), obtém-se o valor apropriado para o capacitor: C ≥ 2380 uF.

Aproximando para um valor comercial C = 2700 uF, propiciando um Vr = 3,08 V.

5.2.5 Corrente de pico do diodo

Analisando o comportamento da condução dos diodos, é possível determinar o

intervalo de condução ∆t de cada diodo pela equação 5.6. Como a carga que os diodos

conduzem para o capacitor, expressa pela equação 5.7, é igual à carga que o capacitor perde

durante o intervalo de descarga, expressa pela equação 5.8, é possível determinar a corrente

média nos diodos (equação 5.9) utilizando as equações 5.5 e 5.6.

(2 U*∆ ¨ ¬­p (Equação 5.6)

6~4| (£é £©*∆ (Equação 5.7)

Page 77: TCC Completo

59

X4~| "~ (Equação 5.8)

£é £© @1 + ¬ p­E (Equação 5.9)

Pela equação 5.10 da corrente nos diodos, considerando a condução dos mesmos, isto

é, t = - ∆t (em que t = 0 é o pico), pode-se encontrar a equação 5.11 que determina o valor de

pico de corrente no diodo. Substituindo os valores de Vp (tensão de pico do transformador) Vp

= 25,455 V, Vr = 3,08 V e IL máximo (IL = 1 A) na equação 5.11, determina-se a corrente de

pico no diodo IDmax=13,77A.

£ " + £© (Equação 5.10)

£|< £© @1 + 2 ¬ p­E (Equação 5.11)

5.2.6 Circuito Completo da Fonte

A figura 5.3 mostra o esquemático do circuito completo da fonte, que possui dois

reguladores de tensão para fornecer as tensões de +15V e -15V. Para tal é necessário apenas

duplicar os blocos do filtro e do regulador já projetados neste capítulo. Os capacitores

cerâmicos de 1nF próximos dos reguladores são utilizados por recomendação do fabricante

dos reguladores.

Figura 5. 3 - Circuito Completo da Fonte cc

Page 78: TCC Completo

60

Capítulo 6

Implementação da Placa de Circuito Impresso

6.1 Introdução

Tipicamente, a construção de placas de circuito impresso é feita através de ferramentas

computacionais para a elaboração do leiaute do circuito [16], o qual é transferido para uma

placa de cobre para posterior corrosão por agente químico específico. Este é um método

simples de construção de placas de circuito eletrônico, pois facilita e minimiza o tempo de

projeto.

A escolha dos componentes que farão parte do circuito é vital para o processo de

construção da placa. Para tal é necessário recorrer a um banco de pesquisa confiável e

diversificado, usando como critério de seleção a escolha de componentes que atendam às

especificações do projeto, tais como freqüência de operação, máximas tensões e correntes que

os componentes deverão suportar, rejeição a ruído, entre outras. Além disso, deve-se levar

também em consideração o custo e as dimensões físicas dos componentes.

Partindo da escolha dos componentes, o processo de construção da DaqUSB utilizou o

método exposto, sendo o foco deste capítulo a apresentação dos componentes empregados,

assim como da ferramenta computacional utilizada, e por fim descrever o método de gravação

do PIC bem como as funções implementadas.

6.2 Circuito Impresso da DaqUSB

Usando como referência para pesquisa o banco de dados do fabricante National

Semiconductor, foi realizada a busca por componentes que operam dentro da faixa de tensão e

corrente da DaqUSB, optando-se pelos que apresentassem o menor custo, tais como resistores

de baixa potência, capacitores cerâmicos, diodos retificadores padrão entre outros. Os

destaques são os circuitos integrados LM348, TIP122 e TIP127, os quais apresentam em seus

encapsulamentos, respectivamente, quatro AmpOps da série 741, transistores em

configuração Darlington NPN e PNP. A lista completa dos componentes utilizados para a

construção da DaqUSB é mostrada na tabela 6.1.

Page 79: TCC Completo

61

42 Resistores

Quantidade Referência Valor

24 R1,R2,R6-R13, R21-

R27, R33-R39 10 kΩ

3 R3-R5 8,2 kΩ

4 R14, R16, R20, R32 39 kΩ

4 R15, R17, R19, R31 1 kΩ

1 R18 47 Ω

6 R28- R30, R40- R42 820 Ω

11

Capacitores

Quantidade Referência Valor

2 C1, C2 220 nF

1 C3 10 nF

5 C4, C6, C7, C9, C10 10 nF

3 C5, C8, C11 18 nF

4 Circuitos

Integrados

Quantidade Referência Valor

1 U1 LM741

1 U2 PIC18F4550

2 U3, U4 LM348

2

Transistores

Quantidade Referência Valor

1 Q1 TIP122

1 Q2 TIP127

2 Diodos Quantidade Referência Valor

2 D1, D2 1N4007

7 Diversos

Quantidade Referência Valor

1 J1 Conector-3

1 J2 Conector USB Tipo A Fêmea

2 J3,J4 Conector-2

2 L1, L2 Led

1 X1 Cristal Ressonador de 20 Mhz

Total de Componentes: 68

Tabela 6. 1 - Lista de Componentes da DaqUSB

No projeto foram adicionados 2 LED’s, L1 e L2, para indicação visual para o usuário,

informando a conexão da fonte de alimentação e a conexão USB, respectivamente. A figura

6.1 mostra o diagrama esquemático completo da DaqUSB construído no software PROTEUS

versão 7.1 [17]. O diagrama do circuito impresso correspondente é mostrado na figura 6.2, o

Page 80: TCC Completo

62

qual foi construído para uma placa de dimensões 100 x 98 mm, preservando algumas áreas

que são utilizadas pela caixa plástica em que foi inserida a placa. A vantagem de se utilizar o

PROTEUS é que, além de gerar o leiaute da placa de circuito impresso a partir do

esquemático, ele também gera a lista de componentes.

Page 81: TCC Completo

63

Fig

ura

6. 1

- D

iag

ram

a E

sq

ue

tico

Co

mp

leto

da D

aq

US

B

Page 82: TCC Completo

64

Figura 6. 2 - Diagrama do Circuito Impresso da DaqUSB

6.3 – Implementação da Fonte

Por sua vez, também foi construída a fonte para a DaqUSB. Para implementar a fonte

deve-se, obedecendo ao projeto apresentado no capítulo 5, escolher diodos que contemplem

os requisitos operacionais e sejam de baixo custo. Numa breve pesquisa, conclui-se que os

diodos da linha 1N400X atendem às especificações do projeto. No mais, vale citar o fato de

os capacitores de 1 µF ou superiores serem encontrados comumente no tipo eletrolítico e

portanto são mais baratos que os capacitores de outros tipos. A lista completa de componentes

da fonte é mostrada na tabela 6.2.

Page 83: TCC Completo

65

6 Capacitores

Quantidade Referência Valor

2 C1, C2 2700 µF

4 C3, C4 1 nF

2 Circuitos

Integrados

Quantidade Referência Valor

1 U1 LM7815

1 U2 LM7915

4 Diodos Quantidade Referência Valor

4 D1-D4 1N4007

1

Transformador

Quantidade Referência Valor

1 J1 Transformador

1 Diversos Quantidade Referência Valor

1 J2 Conector-3

Total de Componentes: 14

Tabela 6. 2 – Lista de Componentes da Fonte

Para a construção do diagrama esquemático da fonte da figura 6.3, utilizou-se

novamente o software PROTEUS, sendo o leiaute do circuito impresso correspondente

mostrado na figura 6.4, feito para ocupar uma placa de dimensões 50 x 45 mm.

Figura 6. 3 - Diagrama Esquemático Completo da Fonte

Page 84: TCC Completo

66

Figura 6. 4 - Diagrama do Circuito Impresso da Fonte

6.4 Custo das Placas

Todos os componentes incluindo as placas de cobre e exceto o PIC18F4550, foram

comprados em lojas de eletrônica situadas no comércio de Belém, enquanto o PIC18F4550 foi

adquirido em uma loja virtual pelo valor de R$25,00. O custo da DaqUSB é de R$56,40

incluindo o PIC e opcionalmente a caixa plástica tem um custo de R$10,00. Já a fonte, tem

um custo de R$35,30 e opcionalmente a caixa plástica desta tem um custo de R$2,00.

6.5 Programação do PIC

Uma vez que o circuito da DaqUSB foi implementado, resta realizar a programação do

PIC para que este execute as tarefas designadas a ele, estabelecidas nos capítulos 2, 3 e 4

referentes às funções da DaqUSB, dà comunicação USB e às conversões D/A e A/D,

respectivamente.

A programação dos microcontroladores da família PIC é feita através de um programa

que transfere por intermédio de uma gravadora, o código de máquina (.HEX) para o PIC.

Existem diversas gravadoras no mercado, cada qual sendo operada por seus respectivos

programas. Para o caso da DaqUSB, utilizou-se uma gravadora com comunicação serial RS-

232 de fácil implementação, construída pelo laboratório do Programa de Educação Tutorial de

Engenharia Elétrica – PET-EE e, com o auxílio do programa WinPic800 [18] versão 3.6.1 foi

Page 85: TCC Completo

67

realizada a programação do PIC. Este programa é capaz de realizar a gravação do código em

.HEX no PIC da DaqUSB.

Utilizou-se o compilador CCS [19] versão 4.057 para gerar o código a partir da

compilação do programa em linguagem C feito para o PIC.

Page 86: TCC Completo

68

Capítulo 7

Experimentos

7.1 Introdução

Foram realizados dois experimentos para demonstração da DaqUSB. O primeiro

experimento teve o objetivo de avaliar o desempenho da DaqUSB no que se refere a sua

velocidade e precisão. O segundo experimento é uma demonstração de um controlador PID

digital aplicado em malha fechada a um sistema térmico usando a DaqUSB. Estes

experimentos são descritos neste capítulo, bem como a análise de seus resultados.

O computador utilizado nos experimentos foi um notebook com processador Intel

T3400 de 2,16 GHz; 2 GB de memória DDR2-667 MHz; vídeo compartilhado; porta USB

2.0; sistema operacional Windows 7 de 32 bits, com ambiente de programação LabVIEW ver.

8.2.

O LabVIEW [20][21] (Laboratory Virtual Instrument Engineering Workbench) é um

ambiente de programação gráfica em linguagem G, desenvolvido pela National Instruments,

atualmente produzido para os sistemas operacionais Windows, Linux e Mac OS.

Apresentando uma programação baseada no fluxo de dados, o seu uso se torna vantajoso para

o campo da automação. Os programas desenvolvidos no LabVIEW são denominados de

instrumentos virtuais, ou popularmente, VI’s. Estes são compostos pelo painel frontal, que

contém a interface do usuário, e pelo diagrama de blocos referente à programação gráfica.

O LabVIEW não possui suporte para comunicação USB com dispositivos HID [22], o

que torna necessária a implementação de um meio indireto para a realização desse tipo de

comunicação. Uma solução é a utilização de controle ActiveX, que o LabVIEW suporta. A

Microchip fornece um controle ActiveX para dispositivos HID denominado HIDComm [6].

Com o ActiveX HIDComm instalado, o Labview é capaz de executar os comandos ActiveX

de comunicação USB para dispositivos HID.

7.2 Experimento 1 – Avaliação de Desempenho da DaqUSB

Foi implementado um VI para executar a função LerEscrever da DaqUSB para avaliar

o seu desempenho. O painel frontal é mostrado na figura 7.1 e o diagrama de blocos é

mostrado na figura 7.3. O método consiste em curto-circuitar o canal de saída da DaqUSB

com um dos canais de entrada, gerar uma tensão cc e em seguida fazer a leitura do canal de

entrada através do VI implementado. Dessa forma, é possível avaliar a precisão da tensão

gerada e lida pela DaqUSB, e comparar a tensão lida por um voltímetro com a tensão exibida

Page 87: TCC Completo

69

pela DaqUSB. Já para avaliar a velocidade da DaqUSB, utiliza-se um programa de análise da

comunicação USB executado em paralelo com o VI.

Este programa de análise é o USBTrace [23] versão 2.4.3, uma ferramenta capaz de

analisar todas as interações pela porta USB entre o computador e o dispositivo. A versão de

avaliação deste programa tem a limitação de analisar apenas 256KB de dados contínuos.

Figura 7. 1 - Interface do Usuário do Experimento 1

Os itens numerados na figura 7.1 são descritos como:

1. Led sinalizando o estabelecimento da conexão USB com a DaqUSB.

2. Botão de busca do dispositivo USB a ser conectado.

3. Chave de seleção do canal de entrada a ser adquirido.

4. Botão que habilita e desabilita o envio e o recebimento de dados para o dispositivo

USB.

5. Valor de tensão a ser gerado no canal de saída.

6. Gráfico de leitura do canal de entrada.

7. Botão que finaliza a conexão com o dispositivo USB e fecha o programa.

Page 88: TCC Completo

70

Ao clicar no botão “BUSCAR”, uma janela é aberta listando todos os dispositivos

USB HID conectados no computador, como é mostrado na figura 7.2. Selecionando a

DaqUSB, e clicando no botão OK a conexão é iniciada.

Figura 7. 2 - Tela de Lista de Dispositivos HID

Page 89: TCC Completo

71

Fig

ura

7. 3

- D

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ram

a d

e B

loco

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o E

xp

erim

en

to 1

Page 90: TCC Completo

72

Os itens numerados na figura 7.3 possuem as seguintes funções:

1. Realiza uma busca, retornando os parâmetros VID e PID do dispositivo selecionado;

verifica se a conexão com o dispositivo USB está aberta, e caso não esteja, abre-a.

2. Habilita/Desabilita o envio e o recebimento dos dados para o dispositivo USB.

3. Realiza a conversão de tensão para o devido valor entre 0 e 1023. A equação é

determinada seguindo o procedimento mostrado na seção 2.4.1.

4. Organiza o vetor de dados de acordo com os parâmetros de entrada da função a ser

executada pela DaqUSB.

5. Envia os dados para a DaqUSB, informando a quantidade de bytes a ser enviada.

6. Recebe os dados enviados pela DaqUSB, informando a quantidade de bytes a ser

recebida.

7. Separa do vetor de dados recebido o valor da leitura do canal de entrada, e realiza a

conversão para tensão. A equação é determinada seguindo o procedimento mostrado

na seção 2.4.2.

8. Exibe o gráfico da tensão lida no canal de entrada.

9. Encerra a conexão com a DaqUSB e fecha o programa.

7.2.1 Resultados

Tanto nos testes com o canal de entrada 0 quanto nos testes com o canal de entrada 1,

os resultados foram semelhantes, apresentando erro de leitura nulo. Isto pode ser visualizado

na figura 7.1. As tensões geradas apresentaram em alguns casos um erro um pouco inferior a

10mV, o que corresponde à 0,05% de erro, totalmente aceitável tendo em vista que a

resolução da DaqUSB é de 19,53mV. Não houve variação na tensão gerada, ou seja, ruído

nulo.

O teste de velocidade executado em paralelo pelo USBTrace apresentou os resultados

mostrados na figura 7.4, onde o tempo está em segundos. Pelos testes observou-se (figura 7.4

– Destaque 1) que a DaqUSB recebe, executa e responde para o computador num tempo de

aproximadamente 2,3 ms.

Page 91: TCC Completo

73

Figura 7. 4 - Teste no USBTrace para o Experimento 1

Constatou-se ainda a presença de um atraso na execução do VI (figura 7.4 – Destaque

2), o qual não é constante, porém é pequeno. Este atraso é inerente ao LabVIEW, e seu efeito

é mais visível na análise de uma maior quantidade de transmissões, como pode-se observar na

figura 7.5 e na figura 7.6 obtidas no USBTrace, onde são mostrados os gráficos da taxa de

transmissão recebida e da taxa de transmissão enviada, respectivamente.

Figura 7. 5 - Taxa de Transmissão Recebida

Page 92: TCC Completo

74

Figura 7. 6 - Taxa de Transmissão Enviada

Existem outros fatores que influenciam no atraso da transmissão, tais como: a

concorrência no barramento USB e o próprio programa de análise da USB, o USBTrace,

porém estes fatores são ínfimos quando comparados ao tempo de execução do VI. Todavia,

como se pode ver na tabela 7.1 de valores médios e máximos de transmissão, de modo geral,

o desempenho da comunicação USB na DaqUSB é excelente quando comparado ao de uma

transmissão serial RS-232 [5], que é em teoria de 19,2 Kbps no máximo. Lembrando que para

este teste foram utilizados apenas 6 bytes do pacote de dados, apesar da transmissão ser de 64

bytes por pacote, ou seja, numa aplicação que utilize os 64 bytes o aproveitamento será

melhor.

Tipo Para o

Dispositivo Do

Dispositivo Passou Falhou

Velocidade Média de Escrita

Velocidade Média de Leitura

Velocidade Máxima de

Escrita

Velocidade Máxima de

Leitura

Controle 0 pacotes,

0 bytes 8 pacotes, 60 bytes

8 0 0.000 Kbps 67.770 Kbps 0.000 Kbps 171.703 Kbps

Volume ou Interrução

110 pacotes, 7040 bytes

108 pacotes, 6912 bytes

218 0 315.817 Kbps 43.236 Kbps 455.789 Kbps 95.969 Kbps

Isossíncrono 0 pacotes,

0 bytes 0 pacotes,

0 bytes 0 0 0.000 Kbps 0.000 Kbps 0.000 Kbps 0.000 Kbps

-- -- -- -- -- -- -- -- --

Total 110 pacotes, 7040 bytes

116 pacotes, 6972 bytes

226 0 315.817 Kbps 44.928 Kbps 455.789 Kbps 171.703 Kbps

Tabela 7. 1 - Taxas de Transmissão

Page 93: TCC Completo

75

7.2 Experimento 2 – Controlador PID Aplicado a um Sistema Térmico

Este experimento apresenta uma aplicação da DaqUSB em um sistema real.

7.2.1 – Sistema Térmico

A figura 7.7 apresenta o equipamento em perspectiva. O sistema para controle de

temperatura de placa de alumínio, vulgo sistema térmico [24], foi desenvolvido por alunos do

PET-EE com o propósito de oferecer aos alunos do curso de Engenharia Elétrica a

oportunidade de aplicar as técnicas de controle estudadas em um sistema real.

Figura 7. 7 - Vista em Perspectiva do Sistema Térmico [24]

O processo de controle da temperatura da placa de alumínio, mostrado na figura 7.8, é

realizado basicamente com a aplicação do sinal de controle na base de um transistor (TBJ –

BC548) operando como chave eletrônica de dois transistores de potência (TIP50), que geram

o calor para aquecer a placa de alumínio. Um sensor de temperatura (LM35) é colocado junto

à placa de alumínio, e o sinal deste sensor é amplificado para ser utilizado como resposta do

sistema térmico.

Page 94: TCC Completo

76

Figura 7. 8 - Diagrama Esquemático do Sistema Térmico [24]

O sinal de controle e o sinal de saída do sistema térmico operam numa faixa de 0V a

5V. A equação 7.1 de transformação de tensão (V) para temperatura em °C (T) foi estimada

pelos desenvolvedores do sistema.

& 11 25 (Equação 7.1)

Um ponto importante em sistemas de controle é a modelagem matemática de sistemas

reais. O sistema térmico descrito foi modelado parametricamente através de um método

determinístico: a resposta ao degrau [25]. Por este método, o projetista do sistema térmico

estimou a equação 7.2. Através da equação 7.2, e por meio dela estimou o modelo

discretizado do sistema térmico mostrado na equação 7.3, utilizando o método do Hold

Equivalente [25].

®X ,4yi_c 5 (Equação 7.2)

¯(°*±(°* , Q

°iij ,°i_ (Equação 7.3)

7.2.2 Projeto do Controlador Digital

Utilizando o Método do Lugar das Raízes (LGR) [26] para determinar os ganhos KP e

KI de um controlador PI para o sistema térmico, o projetista determinou os valores para que o

sistema tenha uma resposta com no máximo 10% de sobresinal e um tempo de assentamento

menor que 350 segundos com erro de regime nulo, obtendo-se KP = 0,75 e KI = 0,01.

Entretanto, o sistema térmico não possui uma interface de comunicação com o computador

Page 95: TCC Completo

77

para validar o controlador projetado, portanto sendo necessário um sistema de aquisição de

dados para a validação do controlador.

Um controlador PID genérico foi projetado em LabVIEW para operar com a DaqUSB,

e com uma pequena modificação no código para converter os valores de tensão em

temperatura, é possível utilizá-lo para validar o controlador PI projetado para o sistema

térmico.

A interface do usuário é mostrada na figura 7.9, onde o usuário especifica a

temperatura desejada, chamada de referência, e com ganhos KP, KI e KD de sintonia do

controlador. A modificação do código do VI pode ser visualizada no anexo B, destaques 3 e

12.

Figura 7. 9 - Interface do Usuário do Experimento 2

Os itens numerados na figura 7.9 são descritos como:

1. LED sinalizando o estabelecimento da conexão USB com a DaqUSB.

2. Botão de busca do dispositivo USB a ser conectado.

3. Chave de seleção do canal de entrada a ser adquirido.

4. Botão que habilita e desabilita o envio e o recebimento de dados para o dispositivo

USB.

5. Temperatura desejada.

6. Tensão gerada no canal de saída (sinal de controle).

7. Tempo de amostragem.

Page 96: TCC Completo

78

8. Ganhos KP, KI e KD.

9. Gráfico de temperatura da placa de alumínio ao longo do tempo (em segundos).

10. Leitura da temperatura instantânea.

11. Botão que finaliza a conexão com o dispositivo USB e fecha o programa.

7.2.3 Resultados

A demonstração foi realizada para especificação de uma temperatura de 40°C, com

uma amostragem de 1 segundo, recomendada pelo projetista. O ganho KD é nulo para que o

controlador opere como controlador do tipo PI. O canal de saída da DaqUSB foi conectado na

entrada do sistema térmico (figura 7.10 – fio preto), o canal 0 de entrada da DaqUSB foi

conectado na saída do sistema térmico (figura 7.10 – fio vermelho), e os terras de ambos os

dispositivos foram conectados entre si (figura 7.10 – fio verde).

Pelo gráfico da figura 7.9 – destaque 9, nota-se que o sobresinal foi inferior a 44°C e o

tempo de assentamento foi próximo dos 350 segundos, com um erro de regime virtualmente

nulo. O erro não é constantemente nulo devido ao ruído presente comum em sistemas

térmicos, todavia percebe-se que o controlador PI projetado atende as especificações.

Figura 7. 10 - Interligação da DaqUSB com o Sistema Térmico

Page 97: TCC Completo

79

Capítulo 8

Conclusões

A concretização de um projeto real é a complementação dos conhecimentos adquiridos

durante o curso de graduação, permitindo ao aluno aplicar na prática a teoria adquirida e

necessária para o projeto, tornando-o capaz de enxergar soluções para os problemas que irão

surgindo durante a implementação e que não aparecem durante a elaboração do mesmo, pois a

situação ideal poderá no máximo aproximar-se da situação real, citando por exemplo, a não

uniformidade entre os valores de componentes reais e ideais.

Outra vantagem na construção de um projeto encontra-se no fato de um aluno, assim

como um projetista, necessitar operar as ferramentas de software para o rápido

desenvolvimento e simulações de suas pesquisas acadêmicas, sem a necessidade de riscos ou

custos adicionais, permitindo a visualização de resultados aproximados da situação real.

O projeto da DaqUSB surgiu da necessidade de atualização de técnicas de construção

e projeto envolvendo a tecnologia USB, pois esta tecnologia tornou-se padrão de uso comum

para as mais diversas aplicações devido a sua flexibilidade e facilidade de uso, permitindo que

a DaqUSB possa ser utilizada na maioria dos computadores e sistemas operacionais.

Os resultados obtidos nos testes e na utilização real da DaqUSB mostraram-se

condizentes e satisfatórios com o que fora estipulado na fase de projeto, o que propiciou não

apenas a satisfação de se obter na prática o que fora projetado como também a possibilidade

de realização de pesquisas envolvendo sistemas que necessitem de respostas mais rápidas do

que permitem os sistemas normalmente empregados pelos alunos do curso.

Embora todas as especificações estabelecidas para o projeto tenham sido alcançadas,

ainda é possível realizar melhorias no hardware, que serão propostas para trabalhos futuros.

Existem diversos microcontroladores da família PIC com hardware USB embutido,

cada qual mais indicado para um tipo de aplicação. No que se refere à aquisição de dados,

destaca-se o PIC 24FJ64GB002 [27], que apresenta um conversor A/D de 500 ksps, o qual é

10 vezes mais rápido do que o conversor do PIC utilizado neste trabalho e, além disso, possui

um encapsulamento de 28 pinos, como se pode observar na figura 8.1, o que diminui

consideravelmente o espaço utilizado. Sendo este modelo de PIC compatível com o software

de programação CCS, ele se torna de fácil adaptação ao código implementado neste trabalho.

Outro ponto interessante é que esse PIC possui um hardware USB com suporte On-

The-Go (USB OTG) [4]. A idéia do USB OTG é simples: o dispositivo pode agir como

periférico ou como host USB, dando uma enorme flexibilidade aos dispositivos; ainda não é

Page 98: TCC Completo

80

utilizado em larga escala, mas já é possível encontrá-lo em aparelhos de última geração, por

exemplo, uma aplicação pode ler e/ou gravar dados em um pendrive, como no caso de um

aparelho de som automotivo que é capaz de executar músicas de um pendrive e até mesmo

transferir músicas de um CD para o pendrive.

Com um custo de R$18,00, inferior ao do PIC 18F4550, o PIC 24FJ64GB002 mostra-

se como uma melhoria muito interessante para a DaqUSB.

Figura 8. 1 - PIC24FJ64GB002 [6]

Por outro lado, um ponto crítico na DaqUSB é o conversor D/A: com uma taxa de 1

ksps, sua limitação, fica evidente quando comparado ao conversor A/D. Para contornar essa

situação, faz-se necessário o uso de conversores D/A externos. Apesar de impactar no custo

do projeto, o uso de um conversor D/A externo pode apresentar uma relação custo/beneficio

muito atraente. Nesse sentido a Microchip fornece uma solução barata de um conversor D/A

em circuito integrado, o MCP4822 [28].

O MCP4822, mostrado na figura 8.2, possui dois conversores D/A de 12 bits com

interface de comunicação SPI num encapsulamento de 8 pinos. Esse tipo de comunicação é

ótimo para aplicações de tamanho reduzido, pois trata-se de uma interface de comunicação

serial entre periféricos, ou seja, os dados digitais referentes à tensão a ser gerada são

transmitidos por apenas uma linha de conexão, tendo um clock base para a transmissão. Com

o MCP4822, é possível gerar tensões de 0V a 4,096V com ruído virtualmente nulo num

tempo de 4,5 µs a contar da chegada do último bit de dados. No caso desse CI, são

necessários 16 bits para realização da conversão D/A, sendo 4 bits de configuração e 12 bits

de dados.

Page 99: TCC Completo

81

Figura 8. 2 - MCP4822 [6]

Portanto, considerando o PIC 24FJ64GB002 proposto, que possui duas interfaces SPI

com freqüência base de até 8 MHz, e sabendo-se que são necessários 16 pulsos de clock para

transmitir os dados, a conversão D/A ocorrerá num tempo de

² + 4,5. 10j 6,5 I,

implicando numa taxa de aproximadamente 154 ksps.

A possibilidade de implementar dois conversores D/A de 12 bits de resolução com

uma taxa de 154 ksps a um custo adicional de R$10,00 representa uma ótima relação

custo/beneficio para o projeto da DaqUSB.

Ainda como proposta de trabalho, sugere-se a elaboração de um conjunto de softwares

operando com a DaqUSB para auxílio ao estudo de sistemas de controle, como por exemplo,

programas de identificação e controle de sistemas, aplicando as mais diversas técnicas

estudadas nas disciplinas do curso de Engenharia Elétrica em sistemas reais, e fornecendo aos

estudantes um meio para um maior entendimento dessas disciplinas.

Page 100: TCC Completo

82

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Page 102: TCC Completo

84

Anexo A

Lista de Funções da DaqUSB

Ta

be

la A

. 1

- P

arâ

metr

os d

e E

ntr

ad

a/S

aíd

a d

a D

aq

US

B

Page 103: TCC Completo

85

A.1 – Descrição das Funções da Tabela A.1

Erro – Retorna 255 caso os parâmetros de entrada estejam errados, caso contrario retorna 0.

Canal – 0 para configurar o canal de entrada 0 como primário e 1 para configurar o canal de

entrada 1 como primário.

Função – Retorna o valor referente à função executada.

Valor (MSB) – Parte mais significativa da leitura realizada do canal primário.

Valor (LSB) – Parte menos significativa da leitura realizada do canal primário.

Canal Prim – Retorna o canal primário de aquisição.

Canal Sec – Retorna o canal secundário de aquisição.

Valor canal Prim (MSB) – Parte mais significativa da leitura do canal primário.

Valor canal Prim (LSB) – Parte menos significativa da leitura do canal primário.

Valor canal Sec (MSB) – Parte mais significativa da leitura do canal secundário.

Valor canal Sec (LSB) – Parte menos significativa da leitura do canal secundário.

N amostras – Número de amostras a serem aquisitadas.

Período – Tempo total das aquisições, necessário dividir por 1500 para obter em ms.

Período (MSB) – Parte mais significativa do tempo total das aquisições.

Período (LSB) – Parte menos significativa do tempo total das aquisições.

Valor 1 (MSB)...Valor N (MSB) – Partes mais significativas de cada leitura realizada do canal

primário.

Valor 1 (LSB)...Valor N (LSB) – Partes menos significativas de cada leitura realizada do

canal primário.

Valor 1 canal Prim (MSB)...Valor N canal Prim (MSB) – Partes mais significativas de cada

leitura realizada do canal primário.

Valor 1 canal Prim (LSB)...Valor N canal Prim (LSB) – Partes menos significativas de cada

leitura realizada do canal primário.

Valor 1 canal Sec (MSB)...Valor N canal Sec (MSB) – Partes mais significativas de cada

leitura realizada do canal secundário.

Valor 1 canal Sec (LSB)...Valor N canal Sec (LSB) – Partes menos significativas de cada

leitura realizada do canal secundário.

Tempo (MSB) – Parte mais significativa do intervalo entre cada leitura/escrita de um canal.

Tempo (LSB) – Parte menos significativa do intervalo entre cada leitura/escrita de um canal.

Valor PWM (MSB) – Parte mais significativa da escrita no canal de saída.

Valor PWM (LSB) – Parte menos significativa da escrita no canal de saída.

Page 104: TCC Completo

86

Valor 1 PWM (MSB) ... Valor N PWM (MSB)– Partes mais significativa das escritas no

canal de saída.

Valor 1 PWM (LSB) ... Valor N PWM (LSB)– Partes menos significativa das escritas no

canal de saída.

Page 105: TCC Completo

87

Anexo B

Diagrama de blocos do Experimento II

Fig

ura

B. 1

- D

iag

ram

a d

e B

loco

s d

o C

on

tro

lad

or

PID

Page 106: TCC Completo

88

B.1 – Os itens numerados na figura B.1 são descritos como:

1. Condições inicias nulas.

2. Realiza a busca, retornando os parâmetros VID e PID do dispositivo selecionado;

verifica se a conexão está aberta, caso não esteja abre a conexão com o dispositivo

USB.

3. Conversão de temperatura em °C para tensão.

4. Tempo de amostragem.

5. Habilita/Desabilita o envio e o recebimento dos dados para o dispositivo USB.

6. Cálculo do sinal de controle do controlador PID digital.

7. Realiza a conversão de tensão para o devido valor entre 0 e 1023.

8. Inicia o comando de encerrar o programa.

9. Salva os dados armazenados durante a aplicação do controlador em um arquivo com

extensão .DAT; configura o canal de saída da DaqUSB em 0V; fecha a conexão USB

e finaliza o programa.

10. Organiza e envia o vetor de dados de acordo com os parâmetros de entrada da função

a ser executada pela DaqUSB.

11. Recebe e separa do vetor de dados enviado pela DaqUSB, o valor da leitura do canal

de entrada, e realiza a conversão para tensão.

12. Converte a tensão lida no canal de entrada em temperatura, e exibe no gráfico.

Page 107: TCC Completo

89

Anexo C

Localização do Pólos para Resposta de Butterworth

n=

10

-0,1

5643

45

±j0,

9876

883

-0,4

5399

05

±j0,

8910

065

-0,7

0710

68

±j0,

7071

068

-0,8

9100

65

±j0,

4539

905

-0,9

8768

83

±j0,

1564

345

n=

9

-0,9

3969

26

±j0,

3420

201

-0,1

7364

82

±j0,

9848

078

-0,5

±j0,

8660

254

-0,7

6604

44

±j0,

6427

876

-1

n=

8

-0,1

9509

03

±j0,

9807

853

0,55

5570

2

±j0,

8314

696

-0,8

3146

96

±j0,

5555

702

-0,9

8078

53

±j0,

1950

903

n=

7

-0,9

0096

89

±j0,

4338

837

0,22

2520

9

±j0,

9749

279

0,62

3489

8

±j0,

7818

315

-1

n=

6

-0,2

5881

90

±j0,

9659

258

-0,7

0710

68

±j0,

7071

068

-0,9

6592

58

±j0,

2588

190

n=

5

-0,8

0901

70

±j0,

5877

852

-0,3

0901

70

±j0,

9510

565

-1

n=

4

-0,3

8268

34

±j0,

9238

795

-0,9

2387

95

n=

3

-0,5

±j0,

8660

254

-1

n=

2

-0,7

0710

68

±j0,

7071

068

Ta

be

la C

. 1

- P

ólo

s d

e B

utt

erw

ort

h