tcc 2 elioberto para impressão

41
14 1 Introdução As próteses dentárias apresentam-se como soluções acessíveis e viáveis para repor um ou mais dentes perdidos ao longo do tempo. Oferecem ainda, a possibilidade de aliar estética e funcionalidade, favorecendo o aumento da qualidade de vida para os usuários das mesmas. A ausência de dentes é um problema comum a muitas pessoas que tiveram dentes removidos por causa de lesões de cárie, doença periodontal, lesões traumáticas e casos de anodontia por características hereditárias. Infelizmente, isso ainda é uma realidade no Brasil. Ainda possuímos altos índices de exodontias e um grande número de desdentados totais e principalmente parciais. Os pacientes que necessitam repor dentes perdidos têm a sua disposição diversas opções de tratamento protético como: a prótese fixa, implante, prótese total ou prótese parcial removível (PPR). Independente do tipo de prótese que será utilizado para reabilitar o paciente ela deve estabelecer as cinco características funcionais: suporte, fixação, estabilidade, retenção e oclusão. No final da década de 40, pesquisadores começaram a desenvolver trabalhos relacionados ao tipo de liga metálica utilizado na confecção das próteses dentárias removíveis convencionais. A aparência das próteses começou a ter mais importância devido à presença da infraestrutura metálica poder comprometer a estética. A indústria dentária tinha inicialmente cromo-cobalto e acrílico para confecção de prótese parcial e total. Com o surgimento de novos materiais, tem ocorrido uma evolução muito importante nas chamadas resinas termoplásticas, como os metilmetacrilatos, polipropileno, poliamida (nylon), acetato, e muitos outros, chamados plásticos de engenharia, todos conhecidos pelos órgãos de vigilância sanitária como resinas para próteses odontológicas (FERNANDES, 2010). Conhecendo as limitações providas pelos próprios materiais, alguns pesquisadores começaram a estudar propriedades físicas e químicas de diversos tipos de materiais e decidiram usar material termoplástico para substituir o metal por completo. Foi desenvolvido, assim, um material biocompatível à base de poliamida, flexível e com alta memória molecular denominado Flexite® (TIBOR & ARPAD NAGY, 1954).

Upload: elioberto3748

Post on 10-Aug-2015

164 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: tcc 2 Elioberto para impressão

14

1 Introdução

As próteses dentárias apresentam-se como soluções acessíveis e viáveis para

repor um ou mais dentes perdidos ao longo do tempo. Oferecem ainda, a

possibilidade de aliar estética e funcionalidade, favorecendo o aumento da qualidade

de vida para os usuários das mesmas. A ausência de dentes é um problema comum

a muitas pessoas que tiveram dentes removidos por causa de lesões de cárie,

doença periodontal, lesões traumáticas e casos de anodontia por características

hereditárias. Infelizmente, isso ainda é uma realidade no Brasil. Ainda possuímos

altos índices de exodontias e um grande número de desdentados totais e

principalmente parciais.

Os pacientes que necessitam repor dentes perdidos têm a sua disposição

diversas opções de tratamento protético como: a prótese fixa, implante, prótese total

ou prótese parcial removível (PPR). Independente do tipo de prótese que será

utilizado para reabilitar o paciente ela deve estabelecer as cinco características

funcionais: suporte, fixação, estabilidade, retenção e oclusão.

No final da década de 40, pesquisadores começaram a desenvolver trabalhos

relacionados ao tipo de liga metálica utilizado na confecção das próteses dentárias

removíveis convencionais. A aparência das próteses começou a ter mais

importância devido à presença da infraestrutura metálica poder comprometer a

estética. A indústria dentária tinha inicialmente cromo-cobalto e acrílico para

confecção de prótese parcial e total.

Com o surgimento de novos materiais, tem ocorrido uma evolução muito

importante nas chamadas resinas termoplásticas, como os metilmetacrilatos,

polipropileno, poliamida (nylon), acetato, e muitos outros, chamados plásticos de

engenharia, todos conhecidos pelos órgãos de vigilância sanitária como resinas para

próteses odontológicas (FERNANDES, 2010).

Conhecendo as limitações providas pelos próprios materiais, alguns

pesquisadores começaram a estudar propriedades físicas e químicas de diversos

tipos de materiais e decidiram usar material termoplástico para substituir o metal por

completo. Foi desenvolvido, assim, um material biocompatível à base de poliamida,

flexível e com alta memória molecular denominado Flexite® (TIBOR & ARPAD

NAGY, 1954).

Page 2: tcc 2 Elioberto para impressão

15

O Flexite® é um material utilizado para a confecção de próteses dentárias

removíveis sem metal. O seu nome deriva da palavra inglesa “flexibile” que indica

sua característica física. A marca é registrada e de propriedade da Flexite Company

e é produzido em Mineola (NY) USA. Não possui monômero como na resina acrílica,

a sua base química é o nylon. O nylon pertence ao grupo das poliamidas alifáticas

podendo ser do tipo AB e AABB, onde a letra A indica o grupo funcional – NH e o B

o grupo - CO. O nome da poliamida alifática é caracterizado da terminação nylon

seguido de um ou dois números que representam o numero de átomos de carbono

que compõem a unidade repetida (KOHAN, 2003).

Este material pode ser indicado para todos os casos de pacientes

desdentados totais ou parciais, evidentemente observando os mesmos critérios para

indicação de uma prótese convencional quanto à higienização do paciente, tipo de

rebordo, dentes com problemas periodontais não tratados, entre outros

(FERNANDES, 2010).

A relevância deste trabalho baseia-se, principalmente, na necessidade de

conhecer melhor o conceito de Prótese Parcial Removível Flexível. Desta forma,

mostra-se necessário analisar as principais vantagens e desvantagens de sua

utilização, pois, apesar de estar sendo bem difundida no meio profissional

odontológico, ainda pouco se sabe quanto à sua técnica de confecção, indicações e

benefícios, além de existir poucas informações disponíveis na literatura sobre esse

tema.

Page 3: tcc 2 Elioberto para impressão

16

2 Objetivos

2.1 Geral

Discorrer sobre as vantagens e desvantagens da utilização e confecção das

Próteses Parciais Removíveis Flexíveis (PPRF).

2.2 Específicos

Mostrar por meio de um caso clínico a obtenção de modelos de estudo, a

confecção e a instalação de uma Prótese Parcial Removível Flexível (PPRF);

Observar a estética, a fonética, adaptação, retenção e estabilidade da Prótese

Parcial Removível Flexível (PPRF);

Conferir o conforto oferecido pela prótese a ser confeccionada para um

voluntário.

Page 4: tcc 2 Elioberto para impressão

17

3 Referencial Teórico

O sorriso é o espelho da alma. O ditado popular é sempre lembrado quando

sorrimos, em um contexto de felicidade ou serenidade, de bem estar psíquico e

físico. Mas com o passar dos anos se não existir um tratamento correto dos dentes o

sorriso pode se tornar um verdadeiro problema.

E o problema será maior ainda para as pessoas que perdem alguns dentes e

precisam repor esses dentes com próteses dentárias. A grande maioria da

população é usuária de próteses e podem apresentar algum problema na

mastigação. Por isso as novas tecnologias na fabricação de prótese removíveis

flexíveis estão procurando unir função e estética, confeccionando uma prótese que

seja funcional, que obedeça aos princípios biomecânicos e que esteticamente seja

bem aceita pelo paciente a fim de que ele possa ter uma vida social sem problemas

(BILARDO, 2010).

Existem inúmeras classes de próteses dentárias, cada uma com sua

indicação clínica especifica de acordo ao caso. Basicamente classificam-se em dois

grandes grupos: as Próteses Removíveis e as Próteses Fixas. As primeiras são

denominadas removíveis por poderem ser retiradas e recolocadas na boca do

paciente a qualquer momento que ele deseje. As segundas referem-se a todas

aquelas soluções protéticas tais como Implantes, Pontes, entre outros. Os quais

uma vez instalados/fixados na boca não poderão ser retirados. Geralmente são

usadas para substituir poucas perdas dentárias.

A Prótese Removível Total está indicada para pacientes totalmente

desdentados e a Parcial é aplicada em áreas onde faltam alguns dentes, mas

existem outros dentes que servirão de pilares; ou seja, resolve o problema do

parcialmente desdentado (SALVATORE, 2009).

As próteses parciais removíveis podem ser confeccionadas com diferentes

tipos de materiais: Acrílico, Cromo-Cobalto, e atualmente com um material

denominado “poliamida”, próteses conhecidas no mercado como “próteses flexíveis”.

São altamente estéticas nas próteses parciais, devido substituírem os desagradáveis

grampos metálicos das próteses de acrílico e de cromo-cobalto por grampos

praticamente imperceptíveis (efeito camaleão) (SEBASTIAN, 2009).

As próteses removíveis tradicionais possuem alguns fatores que prejudicam a

função e a estética, como os grampos de metal, que na maioria das vezes são

Page 5: tcc 2 Elioberto para impressão

18

visíveis. Se o paciente não possuir uma manutenção dos dentes pilares que

sustentam sua prótese removível de cromo-cobalto ele pode ser acometido de

problemas periodontais com consequente perda dos dentes pilares e perda da

prótese parcial removível.

A Odontologia busca um equilíbrio, fazendo prevalecer à funcionalidade, para

evitar problemas futuros que poderão comprometer não somente os dentes naturais,

mas também a articulação temporomandibular. Porém, não serão todos os pacientes

que terão acometimentos dessa natureza.

As próteses com o passar do tempo sofrem desgastes ou promovem

desgastes dentários e gengivais na maioria dos usuários, que precisam realizar

substituição periódica das próteses, algo em torno de cinco anos. Foi então

pensando nisso, que criaram uma prótese com características que agradam

pacientes e dentistas e que possuem características de biocompatibilidade,

espessura mínima, estética, estabilidade e podem ser confeccionadas em poucos

dias. Prótese essa que durante a mastigação não utiliza apenas os dentes pilares

para absorver as forças mastigatórias, mas sim distribuindo por toda a superfície da

prótese. .

É possível haver características desse gênero graças ao “nylon flexite”. O

nylon já utilizado em cirurgia (como exemplo para as válvulas cardíacas artificiais) é

hoje o único material que confere a uma prótese móvel, todos os requisitos

requeridos e então representa uma alternativa para pacientes que possuem próteses

parciais removíveis de cromo cobalto com grampos visíveis.

Essa nova tecnologia para realização da confecção de próteses removíveis

permite reabilitar as áreas de molares e pré-molares sem o uso de grampos

metálicos visíveis. A prótese parcial removível tradicional com grampos, que

ancoram a prótese nos dentes pilares, provoca uma inevitável tração, que

futuramente prejudicará o periodonto e com o tempo poderá ocasionar mobilidade

dentária (BILARDO, 2010).

Na prótese flexível, graças a sua extrema elasticidade, os grampos são feitos

do mesmo material, mais estético e menos visíveis em zonas anteriores (caninos e

incisivos). A prótese é de rápida adaptação e possui uma excelente estabilidade.

Outra vantagem das próteses de poliamida flexível sobre as próteses

convencionais de acrílico é que elas são mais confortáveis, devido poderem ser

Page 6: tcc 2 Elioberto para impressão

19

realizadas em espessuras mais finas, e dessa forma tornam-se mais leves. Isto

favorece a adaptação da mesma, e permite ao paciente uma melhor fonética.

Existem diferentes poliamidas para a confecção de próteses flexíveis, e entre

outros aspectos, variam entre si em um aspecto fundamental: seu grau de

flexibilidade. O paciente precisa da opinião profissional do dentista, pois sabe que

uma prótese deve cumprir os princípios de estabilidade e suporte. Para isso, é

necessário um material “rígido” ou pelo menos “semi-rígido” .

Uma prótese “mole” ou muito flexível não apresenta nenhum benefício ao

paciente, muito pelo contrário, pode produzir problemas de reabsorção óssea e

danos nas gengivas. O aspecto semi-rígido da poliamida é o que possibilita a

principal vantagem.

As próteses flexíveis têm uma apropriada combinação de rigidez e

flexibilidade. A rigidez necessária para distribuir bem as forças exercidas na boca e

para poder ser realizados apoios oclusais (SEBASTIAN, 2009).

A opção pelas próteses flexíveis termoplásticas pode se transformar em

solução diante da realidade socioeconômica do país quando aumenta a

preocupação, inclusive entre autoridades, de oferecer à população um tratamento

que não seja oneroso e, ao mesmo tempo, corresponda às expectativas de saúde e

de estética.

Muitas vezes, deparamo-nos com a situação constrangedora de uma pessoa,

que, por não ter recursos financeiros para se submeter a um implante dentário,

apresenta falhas na dentição, fica com a saúde bucal comprometida e com a

autoestima prejudicada.

As próteses flexíveis termoplásticas são recomendadas não apenas para

pacientes com baixa renda, mas também para quem apresenta problemas ósseos,

idade mais avançada, próteses imediatas, pacientes especiais, pós-ortodontia,

provisório em diagnósticos de implante, mobilidade dentária, odontopediatria, entre

outras indicações do dia-a-dia clínico.

Acredita-se que compartilhamos da mesma responsabilidade, inerente à

profissão, de oferecer ao paciente que procura tratamento, todas as possibilidades

para que ele tenha retorno de perdas sofridas. Para que isso aconteça é necessário

ter conhecimento, com capacitação técnica, sobre este tipo de tratamento que lhe

possibilite recuperar a qualidade do sorriso.

É importante ter respostas originadas no próprio conhecimento e não apenas

Page 7: tcc 2 Elioberto para impressão

20

no que ouve falar – muitas vezes, sem fundamentação científica. O paciente chega

ao consultório com uma perda, a falta involuntária de um ou mais dentes. Traz

consigo também tristeza, fragilidade, insegurança e até estado depressivo.

Além do aspecto saúde, como o resgate, por exemplo, da função de

mastigação, um tratamento especializado envolve também o aspecto psicológico.

Recupera-se uma perda de dente com o foco também no “sentir-se bem tanto

estética quanto emocionalmente”. E isso é possível se o profissional estiver ciente

da importância do seu papel nesta dupla “recuperação” – a física e a emocional. Ele

deve estar aberto ao diálogo com o seu paciente – ou futuro paciente – para

entender as suas dificuldades de fazer um tratamento, tanto as de fundo psicológico

como as que podem surgir devido a uma situação socioeconômica desfavorável ou a

imprevistos domésticos.

Desde a sua criação, em 1954, as próteses parciais removíveis

termoplásticas mantiveram escolha entre dentistas. Estas próteses, parciais ou

totais, atendem a todas as especificações da ADA (American Dental Association) e

são aceitas em todo o mundo por sua excelente biocompatibilidade e propriedades.

Como resultado: um paciente clinicamente atendido em suas necessidades gerais.

Planejamento e diagnóstico adequado, caso a caso, dentro da realidade de

cada um é o objetivo de uma proposta da odontologia voltada à recuperação de um

sorriso saudável e bonito (MALUCELLI, 2011).

3.1 O surgimento das Resinas Acrílicas Termoplásticas

A aparição das resinas acrílicas no campo dental em 1934 “Neohekolite” e em

1935 “Kallodent” em formato comercial termoplástico, foi fruto de uma busca por um

material que servisse para base das próteses, e que reunisse uma série de

requisitos, tanto estéticos quanto funcionais adequados para tal uso. Foi um avanço

sem precedentes. No entanto, não até 1937, quando apresentaram um formato de

pó-líquido, tal como se usa atualmente, que acabou por consolidá-las

definitivamente como material praticamente exclusivo para esse tipo de

reabilitações.

Foram muitos os materiais que se utilizaram como bases de próteses

dentárias, entre eles: ouro, vulcanite, porcelana, celuloide, resina formofenolicas, de

vinil, de estireno, etc. Todos eles apresentavam certos inconvenientes, o que

Page 8: tcc 2 Elioberto para impressão

21

facilitou a implantação das resinas acrílicas em todo o mundo de uma maneira

quase imediata (FONOLLOSA, 2005).

3.2 Características ideais de um Material de base segundo Skinner

Desde 1937 até hoje, as resinas acrílicas tem sofrido muitas mudanças, e

todas para melhorar suas qualidades, tanto de manipulação e de estética, como de

funcionalidade. No entanto, já em 1946, Skinner apontou quais deveriam ser as

características ideais de um material de base para próteses dentárias. Estas eram

características ideais de um material de base segundo Skinner:

1) Elaboração simples, tanto em equipamentos como na técnica;

2) Dimensionalmente estável;

3) Reparação fácil;

4) Resistência e resiliência suficiente à temperatura bucal para resistir às forças

mastigatórias;

5) Resistência a impactos;

6) Impermeável a líquidos bucais;

7) Harmonia com os tecidos moles em cor e translucidez, com o uso prolongado;

8) Tolerável com os tecidos bucais e não ter gosto nem odor;

9) Ter pouco peso e condutividade térmica relativamente elevada;

10) Não deve amolecer á temperaturas elevadas com o propósito de poder

limpá-la a 1 C.

Contudo, sua ampla implantação também pôde afirmar que durante o período

onde havia outros materiais plásticos que, com maior ou menor êxito, tenham

apontado soluções melhores ou mais alternativas as próteses removíveis realizadas

com resinas acrílicas. Entre eles, vale destacar o poliuretano, o policarbonato, os

acetatos, e o nylon, cada um deles, evidentemente com suas características próprias

e também, com suas indicações adequadas para aplicar a determinados casos.

3.3 O Surgimento do Nylon

A etimologia do Nylon é que são sintetizados independentemente. Em Nova

York e em Londres foi desenvolvido em 1930 por cientistas de Eleuthére Irenée Du

Pont de Nemours, pelo químico americano Wallace Hume Carotheres. Geralmente

Page 9: tcc 2 Elioberto para impressão

22

se fabrica polimerizando (polimerização de condensação) ácido adípico e

hexametildiamina um derivado das aminas. O ácido adípico é um derivado dos

fenóis e a hexametildiamina se consegue tratando cataliticamente o ácido adípico

com amoníaco e hidrogenando o produto resultante. O nylon enquadra-se dentro

das poliamidas e como tal, suas cadeias lineares estão formadas por ligações

peptídicas ou amídicas que explicam suas propriedades especiais, como sua

insolubilidade, elevado ponto de fusão e grande resistência mecânica, já que podem

saturar-se mutuamente por formação de pontes de hidrogênio. As fibras de nylon

são, dentre os plásticos, as que possuem maior resistência à tração, ao rasgo e a

abrasão e também tem uma grande capacidade de absorção de água e umidade

(FONOLOSSA, 2005).

3.4 Características da Prótese Parcial Removível Flexível

A matéria prima da Prótese Removível é derivada do óleo da mamona. É um

biopolímero 100% natural, indicado para uso medicinal, odontológico e veterinário.

Aprovado pelo órgão internacional de saúde (FDA - Food and Drugs Administration),

pela ANVISA - Agência Nacional de Vigilância Sanitária e pelo Ministério da Saúde.

Algumas delas são: Resinas termoplásticas, emborrachada, semi-flexível e

flexível.

É um material ideal para a confecção de próteses parciais, desenvolvida a base

de uma resina de nylon termoplástico biocompatível, com propriedades físicas e

estéticas exclusivas. O nylon pertence à família das poliamidas, coisa que enaltece

suas propriedades elásticas.

Dr. Sergio Hiskin, em 2008 afirmou que: “Consiste em uma cadeia estável de

polímeros que não contém monômero, não se realiza pela mistura de ambos os

materiais iguais às de acrílico. No entanto não solta componentes reativos depois de

estar polimerizada e em uso. Assim se descarta por completo qualquer tipo de

reação alérgica.”.

Uma das grandes dúvidas sobre a funcionalidade das próteses macias e

flexíveis é que o conforto seja uma ilusão momentânea, pois várias experiências já

foram realizadas com materiais macios, e pode-se afirmar que, quanto mais dureza

o material apresenta, mais favorece suas propriedades de biocompatibilidade.

Page 10: tcc 2 Elioberto para impressão

23

Dr. Mário João Ph. D em Prótese - do Jornal da ABORJ mostrou em um

trabalho no ano de 2005 a seguinte opinião: O nylon sofre uma sorpção exagerada,

e se deforma no ato mastigatório, causando afastamento gengival e provocando

reabsorção óssea exagerada. Mesmo como provisório ainda temos restrições.

Vários materiais para base de dentadura já foram testados, como porcelana,

alumínio, e muitos outros. A resina acrílica sem monômero prevalece como o

material que reúne as propriedades físico-químicas e biológicas mais favoráveis,

além de sua baixa complexidade. A praticidade e baixo custo são fatores muito

considerados. Embora o nylon seja um plástico aprimorado, não resolve o problema

funcional das próteses removíveis. Além da fadiga dos grampos de plástico, que

com o tempo, não resistem ao atrito da colocação e remoção diária da prótese,

também temos a pressão de mastigação.

Para os primeiros meses, a prótese se apresenta confortável e estética. Mas

em função do tempo, este material trará consequências desconhecidas.

Alguns autores buscaram imitar as condições bucais com resinas flexíveis, mas

não conseguiram êxito. “Além do que, a mucosa precisa de um material bom

condutor térmico, propriedade esta, não encontrada nas resinas de um modo geral.

A transferência imediata das variações térmicas é necessária para o estímulo da

mucosa bucal” (LACROIX, 2005).

Neste aspecto o metal se comporta satisfatoriamente. O cobalto-cromo com

baixo peso específico se presta muito bem para tal função, porém a estética fica

comprometida.

Existem as incertezas se este material, com algum tempo de uso, poderá levar

o paciente ao desastre gengival, ou se, quanto ao aspecto biológico vai produzir

odor desagradável.

Embora alguns periodontistas foram rápidos em dizer de alguns casos ou

situações em que a remoção de tecido ocorreu com o uso desses aparelhos, não

pode ser generalizado, pois outros especialistas alegam que o tratamento ocorreu

da maneira desejada.

No pequeno número de pacientes que possuem este tipo de prótese observa-

se que por um período prolongado, não aparecem danos ósseos ou reabsorção do

padrão tradicional de reabsorção do rebordo posterior, que é tão comum nas selas

usadas em próteses metal-base. Embora o custo seja maior, a satisfação dos

Page 11: tcc 2 Elioberto para impressão

24

pacientes geralmente encontrados com elas, e o fato de que não vão quebrar, vale

qualquer despesa extra.

3.5 Os Materiais de Nylon e diversos Copolímeros fabricados pela Flexite®

Os materiais de nylon e diversos copolímeros fabricados pela Flexite® que com

uma ampla diversidade de produtos plásticos, todos com suas qualidades e

indicações especificas, buscam soluções para elaboração de próteses removíveis

flexíveis.

A Flexite® apresenta entre outros dois materiais de distinta natureza para

elaboração de próteses dentárias removíveis flexíveis: Flexite Plus® e Flexite

Supreme®, que basicamente são formados por nylon e distintos aditivos que em

diferentes proporções, confere dois graus diferentes de elasticidade ao material.

Trata-se de um nylon especial classificado por sua composição dentro dos

copoliamidas com suas propriedades físicas mais adequadas para seu uso na

fabricação de próteses dentais removíveis flexíveis, que nas poliamidas industriais.

Desta maneira a composição da Flexite Plus® oferece uma maior elasticidade que a

Flexite Supreme®.

Essa diferença nos graus de elasticidade representa uma grande vantagem

com respeito a outras técnicas já que permite eleger, em cada momento, o material

adequado para resolver os distintos casos que ofereçam as múltiplas possibilidades

em uma dentição parcialmente desdentada e portanto, otimizando os resultados.

Por exemplo, o material mais elástico, o Flexite Pus®, estará indicado, para

todos os casos com dentes pilares com grande divergência, sem paralelismo entre

si, ou quando anatomicamente são muito retentivos e quando se desenha um

conector maior muito reduzido. No entanto quando os dentes pilares são poucos

retentivos ou quando se necessita de um conector maior, mais amplo, estaria

indicado o material menos flexível. Efetivamente se os dentes pilares apresentam

inclinações divergentes entre si, melhor seria utilizar retentores mais elásticos que

facilitem a inserção e a desinserção mais cômoda ao paciente e o mais importante,

evita o desgaste dos dentes pilares a fim de obter um paralelismo adequado. No

entanto quando os dentes são anatomicamente pouco retentivos, necessitamos de

um grau menor de elasticidade para aumentar a retenção da prótese dentária

Page 12: tcc 2 Elioberto para impressão

25

flexível. Portanto nesse caso pode-se contar com a Flexite Supreme® que não é tão

elástica (FONOLOSSA, 2005).

3.6. Classificação de Kennedy

Kennedy, em 1923, foi o primeiro a desenvolver uma classificação do arco

desdentado, relacionando os espaços protéticos com os dentes remanescentes. É

uma classificação pioneira e que melhor se adapta aos desdentados, não restando

nenhum caso que não possa ser incluído em suas classificações. Além disso, se

tornou uma classificação didática e de fácil aplicação. As posteriores classificações

não a superaram devido a sua simplicidade e abrangência.

“A classificação de Kennedy é a mais utilizada em todo o

mundo, tornando-se sinônimo da própria classificação; isto é,

quando nos referirmos a uma determinada classificação sem

citarmos o autor, estaremos nos referindo a de Kennedy.”

(Claudio Kliemann)

Kennedy elaborou sua classificação baseado na frequência de combinações

de arcos dentários desdentados de sua clínica particular, levantando assim quatro

classes, que deverão ser representadas em algarismos romanos:

Classe I: Ausência bilateral de dentes posteriores.

Fig. 1 – Desdentado posterior bilateral. Fonte: Kliemann, Claudio e Oliveira, Wagner de, Manual de Prótese Parcial Removível, livraria editora Santos, 1ª Edição, 1999, pag. 16.

Page 13: tcc 2 Elioberto para impressão

26

Classe II: Ausência Unilateral de Dentes Posteriores

Fig. 2 – Desdentado posterior unilateral. Fonte: Kliemann, Claudio e Oliveira, Wagner de, Manual de Prótese Parcial Removível, livraria editora Santos, 1ª Edição, 1999, pag. 16.

Classe III: Ausência intercalar

Fig. 3 — Classe III, desdentado intercalar. Fonte : Kliemann, Claudio e Oliveira, Wagner de, Manual de Prótese Parcial Removível, livraria editora Santos, 1ª Edição, 1999, pag. 16.

Classe IV: Ausência de Dentes Anteriores

Fig. 4 — Classe IV, desdentado anterior. Fonte: Kliemann, Claudio e Oliveira, Wagner de, Manual de Prótese Parcial Removível, livraria editora Santos, 1ª Edição, 1999, pag. 16.

Page 14: tcc 2 Elioberto para impressão

27

A classificação de Kennedy (1923) é puramente topográfica e outros que

porventura ocorram deverão ser considerados como Modificações em sua respectiva

classe. Podemos citar como as principais modificações, representados com

algarismos arábicos:

Modificação 1 da Classe I: Além da ausência bilateral de dentes posteriores,

percebe-se a ausência de um novo elemento.

Modificação 2 da Classe I: Além da ausência bilateral de dentes posteriores,

percebe-se a ausência de dois novos elemento.

Fig. 5 — Modificação 1 da classe I de Kennedy (1923)Fonte: Kliemann, Claudio e Oliveira, Wagner de, Manual de Prótese Parcial Removível, livraria editora Santos, 1ª Edição, 1999, pag. 22.

Modificação 1 da Classe II: Além da ausência unilateral de dentes posteriores,

percebe-se a ausência de um novo elemento.

Modificação 2 da Classe II: Além da ausência unilateral de dentes posteriores,

percebe-se a ausência de dois novos elemento.

Fig. 6 — Modificação 2 da classe II de Kennedy (1923). Fonte: Kliemann, Claudio e Oliveira, Wagner de, Manual de Prótese Parcial Removível, livraria editora Santos, 1ª Edição, 1999, pag. 22.

Page 15: tcc 2 Elioberto para impressão

28

Modificação 1 da Classe III – Além da ausência caracterizada pela classe III,

apresenta uma nova ausência intercalar.

Modificação 2 da Classe III – Além da ausência caracterizada pela classe III,

apresenta duas novas ausências intercalares.

Fig. 7 — Modificação 1 da classe III de Kennedy (1923). Fonte: Kliemann, Claudio e Oliveira, Wagner de, Manual de Prótese Parcial Removível, livraria editora Santos, 1ª Edição, 1999, pag. 18.

A Classe IV não apresenta modificações.

Fig. 8 — Classe IV não permite modificações. Fonte em: Kliemann, Claudio e Oliveira, Wagner de, Manual de Prótese Parcial Removível, livraria editora Santos, 1ª Edição, 1999, pag. 18

3.7 Regras de Applegate

Ao se utilizar as regras de Kennedy (1923), devem ser levadas em

consideração algumas regras. Applegate, em 1935, criou oito regras com o propósito

de metodizar essa classificação. São estas:

1. O espaço protético mais posterior é que determina a classificação;

2. Qualquer espaço protético adicional é classificado como modificações ou

subclasses;

Page 16: tcc 2 Elioberto para impressão

29

3. O fator determinante da modificação é o numero de espaços protéticos e não a

sua extensão;

4. A classe IV não é passível de modificação. Um exemplo disso é se um paciente

apresentar ausência de dentes anteriores e espaços protéticos posteriores

adicionais, deverá ser classificado como Classe III com 1 modificação;

5. A classificação deve ser realizada após o preparo da boca para o recebimento da

prótese parcial. Procedimentos cirúrgicos e outros tipos de próteses poderão

influenciar na avaliação da classe;

6. Na ausência de terceiro molar, exceto em casos de reposição protética, a região

desdentada não deve ser considerada para efeito de classificação.

7. O terceiro molar deve apenas ser considerado para uma classificação quando

estiver presente e for utilizado com dente pilar ou base de suporte;

8. Na ausência de segundo molar, sem previsão de reposição protética (nos casos

de perda de seu antagonista), o espaço livre não deverá ser considerado para uma

classificação. Um exemplo é um caso Classe II modificação 1, sem necessidade da

reabilitação do segundo molar, automaticamente terá sua classificação como Classe

III.

Page 17: tcc 2 Elioberto para impressão

30

4 Materiais e Métodos

4.1 Tipo de estudo

O presente trabalho constituiu-se um estudo de abordagem descritivo e

qualitativo, apresentando as características clínicas de um caso clínico envolvendo a

reabilitação oral, utilizando de uma prótese parcial flexível em um paciente oriundo

da Faculdade Católica Rainha do Sertão. O estudo foi desenvolvido no período de

Agosto a Dezembro de 2012. Foram demonstrados as fases clínicas e laboratoriais

por meio de fotografias.

4.2 Local da pesquisa

O trabalho foi realizado no Complexo Odontológico São João Calábria da

Faculdade Católica Rainha do Sertão, no curso de Odontologia, na disciplina Clínica

Integrada IV, na cidade de Quixadá- CE.

4.3 Seleção do paciente

Selecionou-se um paciente oriundo da demanda espontânea da Faculdade

Católica Rainha do Sertão, no Complexo Odontológico São João Calábria, no curso

de Odontologia, da disciplina Clínica Integrada IV, na cidade de Quixadá- Ce, e que

melhor enquadrou-se nos critérios de inclusão.

4.4 Critérios de Inclusão

Estar devidamente cadastrado como paciente do Complexo Odontológico São

João Calábria da FCRS;

Apresentar perda de dentes que necessitem de prótese parcial flexível por

necessidades orais estéticas e funcionais;

Ter disponibilidade de comparecimento à clínica para realização do

tratamento;

Page 18: tcc 2 Elioberto para impressão

31

Concordar com o conteúdo exposto no Termo de Consentimento Livre e

Esclarecido e assiná-lo.

Possuir, no mínimo dois dentes pilares.

Ser desdentado na região anterior da arcada superior.

4.5 Critérios de Exclusão

Não concordar com os dados expostos no termo de consentimento livre e

esclarecido;

Negar-se a realizar todas as fotos que forem necessárias para a realização

desse estudo;

Estar em condição sistêmica alterada que impeça a realização do

procedimento.

Ser desdentado total.

4.6 Consentimento Pós - informação

Antes de efetivamente participar do estudo, o voluntário foi informado sobre a

natureza do mesmo e lhe foram fornecidas as informações completas e detalhadas

sobre os objetivos, métodos, benefícios previstos ou potenciais riscos, além do

incomodo que possa ocorrer. O voluntário após completa explanação sobre o ensaio

clínico expressou a sua participação voluntária assinando o Termo de consentimento

Livre e Esclarecido (Anexo B).

4.7 Direitos e Responsabilidades

O voluntário afirmou estar ciente que não houve qualquer forma de

ressarcimento e que ele esteve livre para se retirar a qualquer momento do estudo,

sem ser obrigado a fornecer o motivo de fazê-lo, sem que isso causasse qualquer

prejuízo ao atendimento em andamento da Clínica Integrada IV.

Page 19: tcc 2 Elioberto para impressão

32

Além disso, o mesmo esteve ciente que suas informações pessoais foram

estritamente confidenciadas e só poderiam ser verificadas durante auditorias por

pessoas devidamente autorizadas. Quando da publicação dos resultados em

relatórios ou em revistas científicas, o anonimato do paciente permanecerá

garantido.

4.8 Da aprovação pelo comitê de ética em pesquisa (CEP)

Esta pesquisa foi elaborada com base nos princípios da Resolução n° 196\96

do Conselho Nacional de Saúde (BRASIL, 1996), sobre pesquisa envolvendo seres

humanos que foi submetida à apreciação e autorização do Comitê de Ética em

Pesquisa (CEP) da Faculdade Católica Rainha do Sertão. A mesma foi aprovada no

dia 14/08/2012 e está registrada com o número de protocolo: 20120066

Neste trabalho foram obedecidos os referenciais básicos da bioética, tais como:

autonomia, não maleficência, beneficência e justiça, assegurando os diretos e

deveres que dizem respeito à comunidade científica e aos sujeitos da pesquisa. As

informações coletadas serão resguardadas sob total anonimato, ficando as

informações obtidas sob a responsabilidade do pesquisador.

Page 20: tcc 2 Elioberto para impressão

33

5. Apresentação do Caso clínico e sequência laboratorial

Paciente M.J.V. sexo feminino, 33 anos, compareceu ao Complexo

Odontológico da Faculdade Católica Rainha do Sertão, na disciplina de Clinica

Integrada IV, na cidade Quixadá-Ceará, para realizar atendimento odontológico. Em

sua anamnese, observamos que a paciente utilizava uma prótese parcial provisória,

que segundo ela, havia 15 anos de uso. Observou-se também que a paciente teve

perdas de dentes pré-molares e molares posteriormente à confecção de sua

prótese, que ficou desadaptada e com espaços vazios.

Diante do exposto, sugerimos a paciente participar como voluntária de nossa

pesquisa, visto que a mesma se enquadrava nos nossos critérios de inclusão. Após

a assinatura do termo de consentimento, demos início aos procedimentos para

confecção de uma prótese parcial removível flexível.

Fig. 9 e 10 - Paciente com prótese antiga. Fonte: FCRS, 2012.

Fig. 11 - Paciente desdentado. Visão frontal. Fonte: FCRS, 2012.

Page 21: tcc 2 Elioberto para impressão

34

Fig.12 – Moldagens superior e inferior. Fonte: FCRS, 2012.

Após obtermos o modelo vazado em gesso especial, recortamos e retiramos as

possíveis bolhas,

Fig.13 – Modelos Vazados e Recortados. Fonte: FCRS, 2012.

Encontramos um plano de inserção e fizemos a delineação de um modo que a

peça ficasse lacrada para não entrar alimentos.

Page 22: tcc 2 Elioberto para impressão

35

Fig.14 – Delineamento. Fonte: FCRS, 2012.

Deixamos a peça toda no paralelo colocando cera nas retenções abaixo da

linha do equador. Estudamos a peça para fazer os grampos, que foram colocados

aproximadamente 1 mm abaixo da linha do equador e 1mm acima das ameias. O

alívio periodontal dos dentes e das ameias foi feito com cera sete.

Fig.15 – Alívio periodontal dos dentes e ameias. Fonte: FCRS, 2012.

Page 23: tcc 2 Elioberto para impressão

36

5.1 Reprodução dos modelos com alginato

1- Hidratamos o modelo durante 5 minutos;

Fig.16 – Hidratação do modelo para realização da duplicação. Fonte: FCRS, 2012.

2- Manipulamos o alginato na cuba corretamente.

Fig.17 – Alginato e cuba utilizados na reprodução dos modelos. Fonte: FCRS, 2012.

.

3- Seguramos o modelo com as mãos, passamos o alginato nos dentes e nas partes

onde existam possibilidades de haver bolhas e inserimos o modelo original.

Page 24: tcc 2 Elioberto para impressão

37

Fig.18 – Reprodução do modelo original. Fonte: FCRS, 2012.

4- Após o alginato secar, retiramos o modelo original e vazamos com gesso

especial.

Fig.19 – Vazando o molde reproduzido, com gesso especial Fonte: FCRS, 2012.

Page 25: tcc 2 Elioberto para impressão

38

.

5- Recortamos o modelo reproduzido, desenhamos a peça, isolamos o modelo e

confeccionamos a placa de cera sem os grampos. Esta placa teve de ser trabalhada

no modelo duplicado para termos a certeza que o plano de inserção estava correto,

realizamos o plano de cera e na sessão seguinte realizamos o registro da mordida.

Fig. 22 – Confecção da Base de Prova. Fonte: FCRS, 2012.

Fig. 21 – Modelo reproduzido. Fonte:

FCRS, 2012 Fig. 20 – Vazando com gesso

especial. Fonte: FCRS, 2012

Page 26: tcc 2 Elioberto para impressão

39

Fig. 23 – Registro de Mordida. Fonte: FCRS, 2012.

Fig. 24 – Seleção da cor e escolha dos dentes. Fonte: FCRS, 2012.

6- Ao retornar com a mordida certa, colocamos o modelo reproduzido imediatamente

no articulador.

Fig. 25 e 26 – Montagem do modelo no articulador. Fonte: FCRS, 2012.

Page 27: tcc 2 Elioberto para impressão

40

5.2 Montagem dos Dentes

1- Respeitamos a espessura de 1mm entre o dente e o modelo de gesso para que o

material possa escoar livremente na hora da injeção.

2- Antes da montagem dos dentes furamos todos os dentes em formato de T.

Primeiro furamos embaixo e depois mesial e distal para criar uma trava mecânica. O

material para prótese flexível precisa escoar por esses furos para criar uma trava. A

broca utilizada foi uma esférica pequena.

3- Após a montagem dos dentes, procedeu-se com a escultura da peça e em nova

sessão a prova dos dentes.

Fig. 29 e 30 – Após a montagem dos dentes. Fonte: FCRS, 2012.

Fig. 27 e 28 – Montagem dos dentes. Fonte: FCRS, 2012.

Page 28: tcc 2 Elioberto para impressão

41

Fig. 31 – Prova dos Dentes visão frontal. Fonte: FCRS, 2012.

Fig. 32 e 33 – Prova dos dentes visão lateral. Fonte: FCRS, 2012.

4- Colocamos a montagem no articulador e olhamos por dentro os locais que os

dentes não articulam para colocarmos os apoios oclusais.

Fig. 34 e 35 – Enceramento dos grampos e apoios. Fonte: FCRS, 2012.

Page 29: tcc 2 Elioberto para impressão

42

5.3 Incluindo a Prótese flexível

1- Preparamos o modelo com motor de mão, desgastamos os dentes de gesso para

que não houvesse nenhuma retenção na hora de prepararmos a boneca.

Fig. 36 – Inclusão do modelo na mufla. Fonte: FCRS, 2012.

2- Passamos vaselina na mufla para obtermos uma desmuflagem fácil e eficaz.

3- Pegamos a parte da mufla que esta rebaixada, colocamos o gesso pedra,

esperamos o tempo certo de presa do gesso, em seguida colocamos o modelo no

gesso deixando que o furo de injeção fique em linha reta com a cera.

4- Colocamos o spru em “L” entre o furo de injeção e a peça, conectamos o spru no

centro da peça fazendo com que terminasse suavemente sobre a escultura.

Fig, 37 – Confecção e instalação do spru. Fonte: FCRS, 2012.

Page 30: tcc 2 Elioberto para impressão

43

5- Isolamos toda parte do gesso, e confeccionamos a boneca com gesso especial

deixando algumas retenções.

6- Encaixamos a outra parte da mufla.

7- Colocamos os parafusos e demos um pequeno aperto antes de preencher a mufla

com gesso por completo.

8- Adicionamos gesso pedra no restante da mufla.

Fig. 38 – Preparando a mufla, para realizar a lavagem. Fonte: FCRS, 2012.

9- Aguardamos o tempo de secagem do gesso, retiramos os parafusos e lavamos a

cera em água fervendo.

Fig. 39 – Mufla após iniciada a lavagem. Fonte: FCRS, 2012.

Page 31: tcc 2 Elioberto para impressão

44

Fig. 40 – Aspecto final após a lavagem. Fonte: FCRS, 2012.

5.4 Preparando a Injeção do material para prótese flexível

Fechamos a mufla corretamente verificando se não possuía algum resíduo

que impedisse o fechamento por completo. Em seguida colocamos os parafusos na

mufla e apertamos em forma de “X”.

1) A resina foi aquecida em embalagem resistente à alta temperatura tubo de

alumínio de 22 mm, em forno elétrico apropriado, sob temperatura de

aproximadamente 290º C.

Fig. 41 e 42 – Resina utilizada para confecção da Prótese Parcial Flexível. Fonte: FCRS, 2012.

Page 32: tcc 2 Elioberto para impressão

45

Fig. 43 – Tubo abastecido com a resina e lacrado. Fonte: FCRS, 2012.

2) Após ligar o forno a 290º C, aguardamos a sua estabilização.

Fig. 44 – Tubo introduzido dentro da castanha e levado ao forno. Fonte: FCRS, 2012.

3) O material para prótese flexível foi introduzido dentro do recipiente de alumínio e

fechamos, introduzimos o mesmo dentro do forno elétrico durante 20 minutos onde a

material passou do estado sólido para o pastoso.

4) Em seguida foi injetado dentro do molde de gesso especial, utilizando para tanto

prensa injetora apropriada.

Page 33: tcc 2 Elioberto para impressão

46

Fig. 45 – Injetando o material. Fonte: FCRS, 2012.

Fig. 46 – Material injetado na mufla. Fonte: FCRS, 2012.

5) Após aproximadamente 10 minutos de resfriamento a peça estava pronta para ser

retirada do molde e passar pelo processo de acabamento.

Page 34: tcc 2 Elioberto para impressão

47

Fig.47 - Demuflagem. Fonte: FCRS, 2012.

6) Dada a diferença entre equipamentos de diferentes marcas, aconselhamos

observar as especificações do fabricante do seu sistema injetor referente a

temperatura.

5.5 Acabamento e Polimento

1) Cortamos o spru em seguida desgastamos a peça com uma broca de tungstênio

para retirar as rebarbas da peça.

Fig.48 – Aspectos após demuflagem e início do acabamento e polimento. Fonte: FCRS, 2012.

2) A broca deve servir também para retirar as ondulações e deixar a peça plana e

lisa com aproximadamente 2,5 mm ( + ou – a espessura de uma cera 7).

3) Passamos lixa de ferro número 1000.

Page 35: tcc 2 Elioberto para impressão

48

4) Passamos a borracha Dedeco suavemente para tirar todos os riscos e alisar a

peça.

5) Polimos a peça com escova e Pedra Pomes.

6) Passamos a peça na politriz com escova de flanela, usamos branco de espanha

para dar o brilho.

Fig. 50 – Aspecto Final da PPRF, após polimento. Fonte: FCRS, 2012.

7) Na última sessão é feita a instalação da prótese parcial removível flexível e os

ajustes oclusais necessários.

Fig. 49 – Brocas utilizadas para o acabamento. Fonte: FCRS, 2012.

Page 36: tcc 2 Elioberto para impressão

49

Fig. 51, 52,53, 54 - Instalação da prótese. Aspecto final. Fonte: FCRS, 2012.

Page 37: tcc 2 Elioberto para impressão

50

6 Discussão

As próteses com o passar do tempo sofrem desgastes ou promovem

desgastes dentários e gengivais na maioria dos usuários, que precisam realizar

substituição periódica das próteses, algo em torno de cinco anos. Foi então

pensando nisso, que criaram uma prótese com características que agradam

pacientes e dentistas e que possuem características de biocompatibilidade,

espessura mínima, estética, estabilidade e podem ser confeccionadas em poucos

dias. Prótese essa que durante a mastigação não utiliza apenas os dentes pilares

para absorver as forças mastigatórias, mas sim distribuindo por toda a superfície da

prótese (BILARDO, 2010).

Existem diferentes poliamidas para a confecção de próteses flexíveis, e entre

outros aspectos, variam entre si em um aspecto fundamental: seu grau de

flexibilidade. O paciente precisa da opinião profissional do dentista, pois sabe que

uma prótese deve cumprir os princípios de estabilidade e suporte. Para isso, é

necessário um material “rígido” ou pelo menos “semi-rígido” .

Uma prótese “mole” ou muito flexível não apresenta nenhum benefício ao

paciente, muito pelo contrário, pode produzir problemas de reabsorção óssea e

danos nas gengivas. O aspecto semi-rígido da poliamida é o que possibilita a

principal vantagem.

As próteses flexíveis têm uma apropriada combinação de retenção e

flexibilidade. A rigidez necessária para distribuir bem as forças exercidas na boca e

para poder ser realizados apoios oclusais (SEBASTIAN, 2009).

Dr. Mário João Ph. D em Prótese - do Jornal da ABORJ mostrou em um

trabalho no ano de 2005 a seguinte opinião: O nylon sofre uma sorpção exagerada,

e se deforma no ato mastigatório, causando afastamento gengival e provocando

reabsorção óssea exagerada. Mesmo como provisório ainda temos restrições.

Vários materiais para base de dentadura já foram testados, como porcelana,

alumínio, e muitos outros. A resina acrílica sem monômero prevalece como o

material que reúne as propriedades físico-químicas e biológicas mais favoráveis,

além de sua baixa complexidade. A praticidade e baixo custo são fatores muito

considerados. Embora o nylon seja um plástico aprimorado, não resolve o problema

funcional das próteses removíveis. Além da fadiga dos grampos de plástico, que

Page 38: tcc 2 Elioberto para impressão

51

com o tempo, não resistem ao atrito da colocação e remoção diária da prótese,

também temos a pressão de mastigação.

Para os primeiros meses, a prótese se apresenta confortável e estética. Mas

em função do tempo, este material trará consequências desconhecidas.

Alguns autores buscaram imitar as condições bucais com resinas flexíveis, mas

não conseguiram êxito. “Além do que, a mucosa precisa de um material bom

condutor térmico, propriedade esta, não encontrada nas resinas de um modo geral.

A transferência imediata das variações térmicas é necessária para o estímulo da

mucosa bucal” (LACROIX. 2005).

A Odontologia busca um equilíbrio, fazendo prevalecer à funcionalidade, para

evitar problemas futuros que poderão comprometer não somente os dentes naturais,

mas também a articulação temporomandibular. Porém, não serão todos os pacientes

que terão acometimentos dessa natureza (BILARDO, 2010).

Page 39: tcc 2 Elioberto para impressão

52

7 Considerações Finais

A Prótese Parcial Removível Flexível junto com as outras próteses dentárias

vêm somar esforços para auxiliar na reabilitação oral de inúmeros pacientes que

sofrem perda precoce dos dentes ou que com o passar dos anos, necessitaram

utilizar prótese dentária, assim como pacientes que possuem um baixo poder

aquisitivo.

As Próteses Flexíveis tem uma excelente estética, retenção e estabilidade

que trazem para o paciente um conforto satisfatório. Podem ainda ser

confeccionadas em poucas sessões clínicas e os dentes pilares não necessitam de

desgastes para facilitar o encaixe dos grampos que são flexíveis, o que representa

uma vantagem em relação ás Próteses parciais removíveis convencionais.

Page 40: tcc 2 Elioberto para impressão

53

REFERÊNCIAS

ANDERSEN, Vanessa Malucelli, et al. Prótese Flexível Termoplástica in Linden,

Maria (Org). Multidisciplinaridade na Saúde Bucal. Porto Alegre: RGO, 2010 p.

25-31

ANDERSEN, Vanessa Malucelli. Próteses Flexíveis Termoplásticas. Odonto

Magazine n.3 abril 2011. Disponível em:< http:// www.odontomagazine#3_artPFT>.

Acesso em 28 abril 2012 .

APPLEGATE, O.C. Elementos de prótesis de dentaduras parciales removibles.

Buenos Aires: Editorial Bibliográfica, 1954.

APPLEGATE, O.C. The recionale of partial denture choice. J. Prosthet. Dent.

v.10, n.5 pp. 891-907, 1960

BILARDO, Mariano, Protesi dentarie La sfida Del <<sintético>>, Il Mattino, Napoli,

23 dez 2010. Caderno Especial, p.15.

FERNANDES, Roberto; Resina Termoplástica Flexível: Uma Alternativa de

Sucesso no Mundo Todo. Disponível em: <http://

www.laboratoriofernandes.com.br>. Acesso 25 maio de 2012.

FONOLLOSA, José Maria, Prótesis removible con Flexite. Gaceta Dental, n 159. p

154-162. Maio de 2 5. Disponível emː <httpː//www.gacetadental.ar>. Acesso dia 05

de novembro de 2012.

HISKIN, Sergio. Artículos Científicos- Prótesis flexibles de nylon removibles

2007. Disponível em: http://www.sergiohiskin.com.ar/ac02.htm. Acesso dia 05 de

novembro de 2012.

JOÃO, Mário; LACROIX, Sérgio Pietro. Dicas de Materiais. Jornal da ABORJ. mai.

2005.

Page 41: tcc 2 Elioberto para impressão

54

PETRICCA, Massimo, La Nouva Fronteire delle Protesi Flexite, La Provincia,

Roma,14 mai de 2010. Caderno Cotidiano, p.18.

KAISER, Frank < http://www.dentalstrategy.com/site/livros/ppr_br.pdf >.>. Acesso dia

05 de novembro de 2012.

KENNEDY, E. Partial denture construction, Dent. Items Interest, 49: 42-59, 1927.

KENNEDY, E.. A consideration of a denture deigns with special reference to the

avoidance of pressure against and irritation oh the soft structures. Dent. Items

Interest, v.50, n.9, pp. 728-738, 1928.

KLIEMANN, Claudio; Oliveira, Wagner. Manual de Prótese Dentária. Livraria

editora Santos, 1ª Edição, 1999, pag. 16.

KOHAN, Melvin I. Steve A. Mestemacher, Rolando U, Pagilana, Kate Redmond.

Polyamides 2003 Ullmann’s Encyclopedia of Industrial Chemistry

DO1:1002/14356007.a21-179.pub2.

SALVATORE, Grasso. Protesi Dentarie in nylon flexite. il Cittadino di Messina,

Messina, 27 Giugno 2009. Disponível em

http://www.ilcittadinodimessina.it/news.asp?idz=4&idn=14050 Acesso em 28 maio

2012.

SEBASTIAN, Deflex a Prótese Flexível. Disponível em: <http:// www.

Deflex_orientacion.PDF> acesso em 27 abril 2012

SKINNER E.W. The science of dental materials. Chicago, 1946.