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UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM AGRONOMIA Taxonomia, análise de sementes de Manihot glaziovii e citogenética de outras espécies relacionadas do gênero Marcela Tarciana Cunha Silva Martins AREIA PARAÍBA 2009

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UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA

CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM AGRONOMIA

Taxonomia, análise de sementes de Manihot glaziovii e citogenética de

outras espécies relacionadas do gênero

Marcela Tarciana Cunha Silva Martins

AREIA – PARAÍBA

2009

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UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA

CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM AGRONOMIA

Taxonomia, análise de sementes de Manihot glaziovii e citogenética de

outras espécies relacionadas do gêneros

Marcela Tarciana Cunha Silva Martins

AREIA – PARAÍBA

2009

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Taxonomia, análise de sementes de Manihot glaziovii e citogenética de

outras espécies relacionadas do gênero

Tese apresentada ao Programa de Pós-

Graduação em Agronomia da Universidade

Federal da Paraíba, em cumprimento às

exigências para obtenção do grau de Doutor em

Agronomia - Área de Concentração: Sementes.

Orientadores:

Prof. Dr. Leonardo Pessoa Felix

Prof. Dra. Riselane de Lucena Alcântara Bruno

AREIA – PARAÍBA

2009

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Taxonomia, análise de sementes de Manihot glaziovii e citogenética de

outras espécies relacionadas do gênero

MARCELA TARCIANA CUNHA SILVA MARTINS

______________________________________________

BANCA EXAMINADORA:

_______________________________________________

Prof. Dr. Leonardo Pessoa Felix

Orientador – CCA/UFPB

________________________________________________

Profa. Dra. Riselane de Lucena Alcântara Bruno

Orientadora - CCA/UFPB

__________________________________________________

Profa. Dra. Edilma Pereira Gonçalves

Examinadora – UFRPE

___________________________________________________

Prof. Dr. Reginaldo de Carvalho

Examinador – UFRPE

____________________________________________________

Prof. Dr. Alberício Pereira de Andrade

Examinador – CCA/UFPB

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À Deus (soberano Pai).

Aos meus Pais Maria Adelma Cunha e Francisco de Assis Silva.

Ao meu esposo Glauber Sousa Martins.

Ao meu querido avô, Severino Pedro da Silva (in memoriam).

DEDICO

Ao meu amado filho Gustavo Cunha Silva Martins.

OFEREÇO

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AGRADECIMENTOS

À Deus que sempre esteve e está comigo em todas as horas da minha vida.

À Universidade Federal da Paraíba, Centro de Ciências Agrárias, pela oportunidade

oferecida para a realização deste curso.

Ao programa de Pós-Graduação da Universidade federal da Paraíba (UFPB), Centro

de Ciências Agrárias (CCA), Departamento de Fitotecnia, pela oportunidade para

realizações dos trabalhos de tese.

Ao Prof. Dr. Genildo Bandeira Bruno (in memoriam), exemplo de dedicação e

compreensão.

Ao Conselho Nacional de Pesquisa (CNPq), pela concessão de bolsa.

Ao Prof. Dr. Leonardo Pessoa Felix pela ajuda, compreensão, orientação,

oportunidade e pelos ensinamentos para realização da pesquisa.

À Prof. Dra. Riselane Lucena Alcântara Bruno, pela orientação e ajuda no

desenvolvimento da pesquisa.

Aos Professores Dr. Reginaldo de Carvalho, Dra. Edilma Pereira Gonçalves e Dr.

Alberício pela participação na banca de defesa de tese e pelas valiosas sugestões.

À Professora Dra. Elizanilda Ramalho do Rêgo, pela paciência, sugestões e análise

estatística do trabalho.

À Professora Dra. Luciana Cordeiro, pelas sugestões e orientação.

A todos os Professores do Centro de Ciências Agrárias pelos ensinamentos,

especialmente aos que contribuíram com sugestões.

A todos dos Laboratórios de Citogenética Vegetal e de Sementes pelo valioso apoio e

incentivo.

Ao Professor Dr. Enio Pereira de Souza, do Departamento de Metereologia na

UFCG, pela atenção e ajuda na produção dos mapas.

Aos colegas e amigos da Pós-Graduação pela agradável convivência.

Ao meu esposo, Glauber Sousa Martins, pelo amor, paciência e incentivo.

Ao meu lindo filho, razão da minha vida, pelo enorme carinho e amor.

Aos meus pais, que sempre contribuíram e estiveram ao meu lado a cada etapa da

minha vida. Em especial a minha amada mãe.

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Aos meus queridos irmãos, Danilo e Morgana, que são pontos de apoio e sempre

estiveram ao meu lado.

Aos meus amados sobrinhos, Kelly e Matheus, pelo amor e carinho.

À minha querida Tia Roselma, pelo amor, incentivo, dedicação e confiança.

Aos meus sogros Lourival Sousa Martins e Iraci Soares Martins pelo incentivo e

apoio.

A minha família que sempre esteve ao meu lado, me ajudado e confortando nos

momentos difíceis.

Às minhas amigas especiais que sempre estiveram ao meu lado, ajudando e

confortando, Juliana, Emmanuelle e Edilma.

À Laura pela amizade e ajuda no trabalho.

Ao meu amigo Fellipe Nollet pelo apoio e incentivo.

Em especial minha grande amiga, Lânia Isis, pelo apoio, ajuda e pelas palavras que

me confortaram nos momentos difíceis da minha vida.

Enfim, a todos aqueles que, de alguma forma, torceram por mim, dedicando e

ajudando a auxiliar este trabalho, o meu reconhecimento e a minha gratidão.

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SUMÁRIO

Pág.

LISTA DE FIGURAS IX

LISTA DE TABELAS X

LISTA DE MAPAS XI

ANEXOS XII

RESUMO XIII

1. 1.INTRODUÇÃO 1

2.REVISÃO DE LITERATURA 4

2.1GÊNERO Manihot 4

2.1.1Características Morfológicas 4

2.1.2Origem e Distribuição 5

2.1.3Importância Econômica e Agrícola 6

2.2CITOGENÉTICA DE Manihot 7

2.3CARACTERES TAXONÔMICOS 12

2.4GERMINAÇÃO E DORMÊNCIA 13

2.5PATOLOGIA DE SEMENTES E EXTRATOS VEGETAIS 14

2.6VIGOR 16

2.6.1Tetrazólio 17

3.REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 19

MANUSCRITO 1 31

RESUMO 31

ABSTRACT 31

INTRODUÇÃO 32

MATERIAL E MÉTODOS 33

RESULTADOS 34

DISCUSSÃO 35

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 37

MANUSCRITO 2 44

RESUMO 44

ABSTRACT 44

INTRODUÇÃO 45

MATERIAL E MÉTODOS 46

RESULTADOS 47

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 52

MANUSCRITO 3 62

RESUMO 62

ABSTRACT 62

INTRODUÇÃO 63

MATERIAL E MÉTODOS 64

RESULTADOS E DISCUSSÕES 65

CONCLUSÕES 68

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 69

MANUSCRITO 4 75

RESUMO 75

ABSTRACT 75

INTRODUÇÃO 76

MATERIAL E MÉTODOS 78

RESULTADOS E DISCUSSÕES 79

CONCLUSÕES 83

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 84

ANEXOS 91

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LISTA DE FIGURAS

MANUSCRITO 1 Pág.

Figura 1. Metáfase mitóticas de espécies do gênero Manihot

(Euphorbiaceae) do Nordeste do Brasil, com 2n = 36. (a) Manihot

esculenta cultivar Pornunça, Serraria-PB, com quatro satélites nos braços

curtos (setas); (b) M. esculenta cultivar Manipeba, Goiana-PE; (c) M.

glaziovii, Areia-PB, com um par satélite nos braços curtos (setas); (d) M.

pseudoglaziovii, Acari-RN, com um par satélite nos braços curtos (setas);

(e) M. catingae, Canguaretama-RN, com dois satélites (setas); (f) Manihot

glaziovii subsp. noronhense subsp. nv., Fernando de Noronha-PE, com

quatro satélites localizados nos braços curtos (setas); (g) M. tripartita,

Jacobina-BA; (h) M. leptophyla, Goianinha-RN com constrição secundária

proximal longamente distendida (cabeça de setas)........................................

41

Figura 2. Ilustração de alguns representantes do gênero Manihot. (a) M.

esculenta cultivar Pornunça; (b) M. glaziovii; (c) M. pseudoglaziovii; (d)

M. catingae; (e) Manihot glaziovii subsp. noronhense subsp. nv.; (f) M.

tripartita; (g) M. leptophyla...........................................................................

43

MANUSCRITO 2

Figura 1. A-G. Manihot glaziovii Muell Arg. A. ramo com a

inflorescência; B. detalhes da inflorescência; C e D. detalhes da folha; E.

flor feminina; F. flor masculina; G. fruto. E, F e G = Tamanho natural.

Barra equivale à 2cm......................................................................................

55

Figura 2. A-F. Manihot glaziovii subsp. norohense. A. ramo com a

inflorescência; B. detalhes da inflorescência; C. flor feminina; D. detalhes

da flor feminina; E. detalhe da flor masculina; F. fruto. B, C, D, E e F =

Tamanho natural. Barra equivale à 2cm.........................................................

56

Figura 3. Morfologia vegetativa de Manihot glaziovii Müll. Arg. a – f.

variação morfológica na folha; g. detalhe da estípula; h. variação

morfológica da estípula; i. botões florais e brácteas.......................................

58

Figura 4. Morfologia vegetativa de Manihot pseudoglaziovii Pax &

Hoffman. a – f. variação morfológica na folha; g. detalhe da estípula; h.

variação morfológica da estípula; i. botões florais e brácteas........................

59

Figura 5. Morfologia vegetativa de Manihot glaziovii subsp. norohense. a

– f. variação morfológica na folha; g. detalhe da estípula; h. variação

morfológica da estípula; i. botões florais e brácteas.......................................

60

IX

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Figura 6. Flores masculinas e femininas do gênero Manihot. Manihot

glaziovii (a e b); M. pseudoglaziovii (c e d) e M. glaziovii sups. norohense

(e e f)...............................................................................................................

61

MANUSCRITO 3

Figura 1. Crescimento micelial em sementes de Manihot glaziovii, no

substrato BDA, tratadas com diferentes concentrações do extrato de melão-

de-são-caetano.................................................................................................

73

Figura 2. Crescimento micelial em sementes de Manihot glaziovii, no

substrato papel, tratadas com diferentes concentrações do extrato de melão-

de-são-caetano.................................................................................................

74

MANUSCRITO 4

Figura 1. Morfologia da semente de Manihot glaziovii: a – Face dorsal e

ventral, ar (anti-rafe na face dorsal da semente), cr (carúncula), r (rafe na

face ventral); b – corte longitudinal, ct (cotilédone), em (eixo embrionário),

tg (tegumento); c – corte transversal, e (endosperma)....................................

80

Figura 2. Testes preliminares de tetrazólio (TZ), em sementes de M.

glaziovii. Escarificação total seguido de embebição por 24h e imersão em

TZ (0,075%) por 24h (1- 3); Escarificação total, abertura da semente,

seguido de embebição por 24h e imersão em TZ (0,075%) por 24h (4-9);

Escarificação total, abertura da semente, seguido de embebição por 18h e

imersão em TZ (0,5%) por 18h (10-13); Escarificação total, abertura da

semente, seguido de embebição por 24h e imersão em TZ (0,1%) por 24h

(14); Escarificação total, embebição por 24h e imersão em TZ (0,5%) por

24h (15); Escarificação total, embebição por 18h e imersão em TZ (0,5%)

por 24h (16); Fissura com prensa mecânica, seguido de embebição por 18

h TZ (0,075%) por 24h (17 e 18)....................................................................

89

Figura 3. Classe para a determinação da viabilidade de sementes de M.

glaziovii...........................................................................................................

90

X

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LISTA DE TABELAS

REVISÃO DE LITERATURA

Pag.

Tabela 1. Espécies de maniçobas reconhecidas para o nordeste

brasileiro.............................................................................................................

6

Tabela 2. Números cromossômicos referidos para o gênero Manihot...............

9

MANUSCRITO 1

Tabela 1. Lista de espécies analisadas, com os respectivos locais de coletas,

número cromossômico, contagens prévias e referências.....................................

42

MANUSCRITO 3

Tabela 1. Incidência de Fungos em Sementes de Manihot glaziovii, Tratadas

com Extratos de Melão-de-São-Caetano, em Diferentes Concentrações,

Incubados em BDA e Papel de Filtro..................................................................

73

MANUSCRITO 4

Tabela 1. Preparo e coloração de sementes de Manihot glaziovii submetidas a

diferentes condições, em BOD à 30ºC.................................................................

81

XI

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LISTA DE MAPAS

MANUSCRITO 2

Pag.

Mapa 1. Manihot glaziovii…………………………………………………….. 57

Mapa 2. Manihot glaziovii subsp. norohense.....................................................

57

XII

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ANEXOS

MANUSCRITO 3 Pág.

Anexo 1. Resumo da análise de variância da incidência de fungos em

sementes de Manihot glaziovii..........................................................................

91

Anexo 2. Quadrados médios para os dados para a regressão no substrato

BDA..................................................................................................................

91

Anexo 3. Quadrados médios para os dados para a regressão no substrato

Papel..................................................................................................................

91

MANUSCRITO 4

Anexo 1. Prensa mecânica utilizada para abertura das sementes de M.

glaziovii no teste de tetrazólio...........................................................................

92

XIII

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MARTINS, Marcela Tarciana Cunha Silva, D.S., Universidade Federal da Paraíba, 2009.

Taxonomia, análise de sementes de Manihot glaziovii e citogenética de outras espécies

relacionadas do gênero

Orientadores: Prof. Dr. Leonardo Pessoa Felix e Prof. Dra. Riselane de Lucena Alcântara

Bruno

RESUMO

Os objetivos deste trabalho foram: obter conhecimentos sobre a análise citológica de

algumas espécies do gênero Manihot ocorrentes no Nordeste brasileiro; discutir os limites

taxonômicos entre Manihot glaziovii e M. pseudoglaziovii, além da análise de materiais

previamente identificados como M. glaziovii, proveniente do arquipélago de Fernando de

Noronha e que constitui uma nova espécie para a ciência; avaliar diferentes concentrações

de extrato vegetal aquoso de melão-de-são-caetano em sementes de M. glaziovii e

desenvolver um protocolo para o uso de tetrazólio com as sementes de M. pseudoglaziovii.

Os estudos foram conduzidos nos Laboratórios de Citogenética Vegetal, Fitopatologia e

Análise de Sementes da Universidade Federal da Paraíba, Areia-PB e nos Herbários (EAN,

IPA, UFP, HST e PEUFR), além de observações de campo. Foram analisadas

citogeneticamente sete espécies de Manihot, através das técnicas de coloração convencional

com Giemsa. As análises morfológicas comparativas de plantas, de M. glaziovii e M.

pseudoglaziovii, foram realizadas através das observações no campo e de materiais

herborizados depositados nos Herbários, além de uma análise de uma nova subespécie

proveniente de Fernando de Noronha. Para o estudo de atividade antifúngica foi utilizado o

extrato aquoso de melão-de-são-caetano nas concentrações de 0 (testemunha), 10, 20, 30 e

40%, onde as sementes, após imersas no extrato, foram distribuídas em placas de Petri

contendo os substratos papel e BDA, sendo analisado pelo delineamento experimental

inteiramente casualizado, empregando-se arranjo fatorial (2x5). Para a avaliação da

viabilidade, foi desenvolvido um protocolo para o teste de tetrazólio com as sementes de M.

pseudoglaziovii com os seguintes métodos de pré-condicionamento à 30ºC: água quente (90ºC)

por 10, 20 e 30 minutos; imersão direta em água por 18, 24 e 48 horas, seguido de

escarificação lateral (um e dois lados) e total; escarificação lateral (um e dois lados) e total,

imersão em água (18 e 24 horas); escarificação total, abertura da semente e imersão em água

(18 e 24 horas); fissura com prensa mecânica, imersão em água (18 e 24 horas); embebição

em papel umedecido (água equivalente a 2,5 vezes o peso do papel seco), por 18 e 24 h, e

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escarificação total, além da testemunha que foi diretamente imersa na solução de tetrazólio.

Em todos os métodos testados as sementes foram colocadas em solução 2,3,5 trifenil cloreto

de tetrazólio por 18 e 24 horas, em germinador à 30ºC. De acordo com os resultados obtidos,

conclui-se que: todas as espécies apresentaram cariótipos similares, exceto M. leptophylla da

secção Peruvianae, que apresentou um par cromossômico com constrições secundárias

proximais; M. pseudoglaziovii pode está incluída nos limites taxonômicos de M. glaziovii e o

táxon endêmico do arquipélago de Fernando de Noronha foi descrito como M. glaziovii

subsp. norohense subsp. nv.; e por ultimo, considerando-se a praticidade operacional,

economicidade do processo e urgência nos resultados, recomenda-se que as sementes sejam

submetidas à condição de preparo com prensa mecânica (fissura), seguida de embebição em

água por 18 horas e coloridas à 30ºC, na concentração de 0,075% de solução de tetrazólio

durante 24 horas.

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1. INTRODUÇÃO

A família Euphorbiaceae compreende cerca de 317 gêneros e 8.000 espécies,

tradicionalmente distribuídas em cinco subfamílias: Phyllanthoideae, Oldofieldioideae,

Acalyphoideae, Crotonoideae e Euphorbioideae (WEBSTERS, 1994). Destas, 70 gêneros e

aproximadamente 1.000 espécies são referidas para o Brasil (SOUZA & LORENZI, 2005),

211 delas para a região Nordeste (BARBOSA, 2006). A família tem sido mais recentemente

considerada polifilética, sendo proposto seu desmembramento em Euphorbiaceae ss,

abrangendo principalmente as espécies com um único óvulo por lóculo (WURDACK et al.,

2005), além de Phyllantaceae e outras linhagens relacionadas que compreendem as espécies

biovuladas (WURDACK et al., 2004). De acordo com Carneiro-Torres et al. (2002) as

Euphorbiaceae estão entre as famílias de maior importância econômica entre as

Angiospermas, incluindo plantas geralmente latescentes, monóicas ou dióicas, com flores

diclinas, sendo as flores pistiladas muito características pelo gineceu sincárpico, ovário

súpero e geralmente tricarpelar. Os referidos autores descrevem o fruto como capsular com

deiscência explosiva, abrindo-se em três mericarpos, sendo conhecido como cápsula tricoca.

O gênero Manihot, pertencente a família Euphorbiaceae, é constituído por plantas

perenes, desde subarbustos até pequenas árvores, com raízes geralmente tuberosas, ricas em

carboidratos. É um gênero exclusivo dos neotrópicos, com 98 espécies, 80 delas, para o

Brasil, que é considerado o principal centro de diversidade do gênero (ROGERS & APPAN,

1973; NASSAR, 1978; NASSAR 2000). É considerado como grupo numericamente estável

que apresenta número cromossômico 2n = 36, determinado inicialmente por Graner (1935)

em mandioca e confirmado por diferentes autores para as espécies de Manihot (PERAK,

1940; PERRY, 1943; ABRAHAM, 1944; CRUZ, 1968; MAGOON et al, 1969; NASSAR

1978; BAI et al., 1992; HAHN, 1992; NASSAR, 2000; CARVALHO & GUERRA, 2002;

NASSAR, 2006). A variabilidade morfológica é característica neste grupo, devido a

capacidade de suas espécies intercruzarem e produzirem híbridos férteis, o que faz tornar

difícil a identificação das espécies.

Manihot glaziovii Müll. Arg. e Manihot pseudoglaziovii Pax & Hoffmann, são

conhecidas popularmente por maniçoba, desempenham importante função no semi-árido

nordestino, por ser utilizada como pastagem nativa para manutenção dos rebanhos em

ocasião de secas prolongadas (SILVA et al., 2007). Além da utilidade desta espécie vegetal

como alimento dos rebanhos, segundo Agra et al. (2007), no Cariri paraibano, as folhas de

1

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M. glaziovii são utilizadas contra reumatismos, estas são aquecidas e aplicadas diretamente

sobre a parte do corpo afetada.

A propagação da maniçoba pode ser feita por sementes e estacas, porém as sementes

apresentam severa dormência e, de acordo com Canuto et al. (1989), para superação da

dormência, as mesmas precisam ser armazenadas por um período mínimo de um ano.

Apesar da eficiência do armazenamento em superar a dormência das sementes desta espécie

vegetal, alguns fatores podem comprometer a qualidade das sementes armazenadas. Mentem

(2006) relatou que ataque fúngico durante o armazenamento é uma das principais causas de

perdas de quantidade e qualidade de sementes e grãos. O desenvolvimento de fungos de

armazenamento a exemplo dos gêneros Aspergillus, Penicillium e Rhizopus podem causar

rápida deterioração das sementes, pois se localizam preferencialmente no embrião. Produtos

químicos sintéticos são utilizados como método no controle de patógenos de sementes

(FESSEL et al., 2003; NASCIMENTO et al., 2006; MERTZ, et al., 2009), no entanto,

diversos organismos começaram a adquirir resistência a vários destes produtos, demandando

a utilização de quantidades cada vez maiores (SANTOS et al., 2006). Assim o uso de

extratos vegetais pode se tornar promissor a medida em que compostos secundários

presentes na estrutura química dos mesmos podem ter efeito inibitório sobre a ação de

diversos fungos.

A análise de sementes é um instrumento essencial no controle da qualidade das

sementes produzidas e/ou da avaliação da tecnologia de produção empregada (ANDRADE

et al., 1996). Marcos-Filho (2005) ressalta a importância do desenvolvimento de testes

rápidos para avaliação da viabilidade das sementes, principalmente para aquelas que

apresentam baixa capacidade de armazenamento e germinação lenta, onde o teste de

germinação apresenta grandes limitações. Uma das alternativas seria o uso do teste de

tetrazólio onde vem sendo usado principalmente devido à rapidez na estimativa da

germinação das sementes (BHERING et al., 2005).

De acordo com esse contexto, os objetivos do presente trabalho foram:

- Caracterizar citologicamente algumas espécies do gênero Manihot ocorrentes no

Nordeste Brasileiro, através da análise de número e morfologia cromossômica, estrutura dos

núcleos interfásicos, número e posição de satélites, visando avaliar a implicação desses

dados para a taxonomia do gênero;

- Discutir os limites taxonômicos entre M. glaziovii e M. pseudoglaziovii sob um

ponto de vista morfológico e biogeográfico, visando fornecer elementos para uma separação

segura entre esses dois táxons. Nesse estudo, também foi incluída a análise de materiais

2

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previamente identificados como M. glaziovii, proveniente do arquipélago de Fernando de

Noronha e que constitui uma nova espécie para a ciência;

- Avaliar diferentes concentrações de extrato vegetal aquoso de melão-de-são-

caetano em sementes de M. glaziovii para o controle de fungos;

- Desenvolver um protocolo para o uso do teste de tetrazólio utilizando diferentes

concentrações, tempo de exposição e preparo das sementes, contribuindo assim para

avaliação rápida da qualidade das sementes de M. glaziovii.

3

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2. REVISÃO DE LITERATURA

2.1 GÊNERO Manihot

2.1.1 Características Morfológicas

Da família das Euforbiaceae, as maniçobas compõem as caatingas de diferentes

altitudes. Crescem em áreas abertas e desenvolvem-se na maioria dos solos, tanto calcários e

bem drenados, como também naqueles pouco profundos e pedregosos das elevações e das

chapadas (SOARES, 1995). Segundo Andrade et al., (2004) algumas apresentam tronco

linheiro, podendo apresentar bifurcações primárias, secundárias e terciárias e segundo

Rogers & Appan (1973) variam de sub-arbusto à arbusto ou árvore.

As folhas são simples, de lâmina membranácea ou coriácea, alternas, pecioladas,

peltadas ou não, providas de estípulas, palmatipartidas, variando de 3 a 6 lóbulos, estes

podendo ser ou não sublobulados. A forma das folhas varia de lanceoladas, obovada, ovada

e até reniforme e pode ou não apresentar pandurações. O sistema radicular é bastante

desenvolvido, formado por raízes tuberosas, onde acumula suas reservas e geralmente perde

as folhas durante o verão para economizar nutrientes (SOARES & SALVIANO, 2000).

Segundo Rogers & Appan (1973) a inflorescência é do tipo racemo ou panícula,

estando às flores masculinas separadas das femininas e com perfloração quincuncial. O

cálice é membranáceo ou coreáceo, pentâmero, gamossépalo. A flor masculina é geralmente

menor que a feminina, são desprovidas de corola e o cálice formado por cinco sépalas

imbricadas e ocupa uma posição superior na inflorescência. O androceu é composto por 10

estames, formando dois conjuntos distintos: cinco externos e cinco internos. As anteras são

birrimosas e inclinadas para o eixo da flor. Ovário súpero, tricarpelar, trilocular, e

uniovulado por lóculo, com três estiletes soldados uns aos outros. O estigma é largo,

trilobado, ondulado e carnoso.

O fruto é capsular com deiscência loculicida ou septicida e explosiva, abrindo-se em

três mericarpos, sendo conhecido como cápsula tricoca (CARNEIRO-TORRES et al., 2002).

As sementes são atiradas a grandes distâncias das plantas, chegando a atingir 30 metros,

podendo se esconder na vegetação nativa, sendo a dispersão do tipo balística. De acordo

com Barroso et al. (1999) as sementes das diferentes espécies de Manihot são muito

semelhantes, a variação está no tamanho, coloração e formato, porém apresentam as mesmas

características como presença da carúncula, rafe, anti-rafe e de manchas irregulares, de

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coloração escura brilhante com o fundo acinzentado ou ainda marron na face dorsal e ventral

da semente. A superfície da semente é glabra e de formato ovóide. É uma semente

albuminosa, de consistência firme e de coloração esbranquiçada.

2.1.2 Origem e Distribuição

São conhecidas aproximadamente 98 espécies do gênero Manihot, nativas do Novo

Mundo e encontram-se distribuídas Brasil e na América Central (NASSAR, 2002), sendo

Brasil e México considerados os dois principais centros de diversidade do gênero (ROGERS

& APPAN, 1973; NASSAR, 2000).

Acredita-se que o gênero Manihot seja originário do continente americano, por

encontrar formas nativas, distribuídas desde os Estados Unidos até a Argentina e tenham

sido levadas, algumas espécies, pelos indígenas para o Brasil e América Central (SAUER,

1994).

Segundo Nassar (2000), na região central do Brasil (sul de Goiás e oeste de Minas

Gerais) existe a maior diversidade de Manihot com cerca de 38 espécies, seguido do sudeste

do México com 17, nordeste do Brasil com 16 e o sudeste do Mato Grosso e Bolívia com 6.

A maioria das espécies ocorrem em regiões secas, embora algumas são encontradas em

florestas tropicais e tendem a ser esporádicas nas suas distribuição e nunca dominante na

vegetação (ROGERS & APPAN, 1973; NASSAR, 2002).

Para o nordeste são listadas, de acordo com Nassar (2000a), as seguintes espécies de

Manihot: M. zehntneri Ule, M. surinamensis Rogers & Appan, M. quinquefolia Pohl, M.

pseudoglaziovii Pax & Hoffmann, M. maracasenis Ule, M. quinquepartita Huber, M.

caerulescens Pohl, M. marajoara Chermont de Miranda, M. tristis Mueller, M. glaziovii

Müll. Arg., M. epruinosa Pax & Hoffmann, M. brachyandra Pax & Hoffmann, M.

dichotoma Ule, M. leptophylla Pax, M. reniformis Pohl e M. heptaphylla Ule. O referido

autor ressalta que algumas espécies tenham sido extintas, por pessoas no nordeste do Brasil,

pela presença do HCN (ácido cianídrico) e por agricultores que as utilizam para manutenção

dos rebanhos. A tabela a seguir lista as espécies de maniçoba, segundo a monografia de

Rogers & Appan (1973), reconhecidas para o nordeste semi-árido brasileiro.

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Tabela 1. Espécies de maniçobas reconhecidas para o nordeste brasileiro.

Nome Científico Estado

Manihot caeruslescens Pohl Piauí, Ceará, Paraíba, Pernambuco e Bahia

M. epruinosa Pax & Hoffmann Piauí, Ceará, Paraíba, Pernambuco e Bahia

M. dichotoma Ule Bahia

M. glaziovii Müll. Arg. Ceará, Paraíba, Pernambuco e Bahia

M. jacobinensis Müll. Arg. Bahia

M. zehntneri Ule Bahia

M. maracasenis Ule Bahia

M. pseudoglaziovii Pax & Hoffmann Ceará, Rio Grande do Norte e Paraíba

M. brachyandra Pax & Hoffmann Bahia

M. catingae Ule Bahia

FONTE: Rogers & Appan, 1973.

2.1.3 Importância Econômica e Agrícola

Identificadas 98 espécies do gênero Manihot, a mandioca é a única comestível e suas

variedades são classificadas em bravas e mansas (FUKUDA, 1999). As bravas tem sabor

amargo, contem alto teor de glicosídeos cianogênicos e são consumidas após serem

processadas. Já as mansas, ou doces, não tem sabor amargo, contem baixo teor de

glicosídeos cianogênico e são consumidas com e sem processamento (VALLE et al., 2004).

As plantas do gênero Manihot apresentam grande importância no semi-árido Brasileiro, no

qual a mandioca (Manihot esculenta Crantz) e a maniçoba (Manihot glaziovii), que são

espécies selvagens estão presentes entre agricultores e criadores, nas áreas dependentes de

chuvas sendo utilizadas para fins diversos (SILVA et al., 2004).

A utilização de maniçoba e muitas outras plantas nativas como forrageira natural tem

sido tradicionalmente praticada, tanto na criação extensiva, como nas pequenas criações de

sitiantes. Esta espécie é propícia para alimentação de caprinos, bovinos e ovinos,

especialmente como feno artificial, ou no próprio campo, após a queda e secagem das

folhas, o que permite remoção do ácido cianídrico, geralmente encontrada no dobro da

concentração daquela observada em M. esculenta (BELTRÃO et al., 2006). A maniçoba

Figura 2. Variação morfológica da folha de Manihot glaziovii.

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apresenta na planta verde em início de brotação, teor médio de HCN de 1.000 mg/kg de MS.

Portanto, se o animal consumir grande quantidade, pode sofrer intoxicação em poucos

instantes. Por outro lado, quando triturada e seca (fenada), o teor de HCN reduz para menos

de 300 mg/kg de MS, quantidade insuficiente para provocar qualquer sintoma de intoxicação

em animais, mesmo que consumida em grande quantidade e por muito tempo (CASTRO,

2007). O potencial forrageiro dessa espécie se destaca pelo elevado nível protéico

encontrado nas suas folhas, com níveis de proteína acima de 20% e digestibilidade superior

a 60% (CASTRO, 2004).

Apesar do receio no fornecimento das espécies selvagens para os animais sob o risco

de intoxicação, muitos produtores estão domestificando o uso destas plantas, utilizando

técnicas de armazenamento e aproveitamento para o suprimento no período de estiagem

(FUKUDA, 2000). A maniçoba e outras forrageiras nativas como o Pilosocereus gounelei

(xique-xique), Capparis flexuosa (feijão de boi), dentre outras, são plantas nativas

resistentes a qualquer intensidade de seca.

2.2 CITOGENÉTICA DE Manihot

A citogenética vegetal contribui de forma acentuada para o melhoramento de plantas,

tendo em vista identificar alterações cromossômicas mitóticas, analisar híbridos e seus

descendentes, realizar estudos relacionados à transferências de genes entre espécies nativas e

cultivadas, identificar alterações cromossômicas ocorrentes no cultivo in vitro, além de

análises das origens e reconstruções de poliplóides (GUERRA, 2004).

O gênero Manihot, considerado como grupo numericamente estável, apresenta

número cromossômico 2n = 36, determinado inicialmente por Graner (1935) em mandioca e

confirmado por diferentes autores para as espécies de Manihot (DOUGHTY, 1939; PERAK,

1940; PERRY, 1943; ABRAHAM, 1944; CRUZ, 1968; MAGOON et al., 1969; NASSAR

1978; BAI et al., 1992; HAHN, 1992; NASSAR, 2000a; CARVALHO & GUERRA, 2002;

NASSAR, 2006). De acordo com Perry (1943) as espécies de Manihot são consideradas auto

ou alopoliplóides apresentando número básico x = 9. Análises citológicas realizadas por

Umanah & Hartmann (1973) para o gênero Manihot, constaram a presença de dois pares de

cromossomos satelizados, a exemplo de M. esculenta, o que faz considerar este gênero como

alopoliplóide, uma vez que os diplóides, de um modo geral, apresentem um par de satélites.

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A variabilidade genética é acentuada neste gênero em virtude de suas espécies

intercruzarem e produzirem híbridos férteis, úteis ao melhoramento genético, especialmente

para a transferência de genes desejáveis de espécies selvagens para Manihot esculenta, a

principal espécie cultivada (NASSAR & GRATAPAGLIA, 1986). Nassar (1980) relata a

freqüente hibridização entre M. reptans Pax e M. alutacea Rogers & Appan em hábitat

natural simpatrico, além de mandioca com M. glaziovii, M. pseudoglaziovii, M. aesculifolia,

M. pilosa, M. dichotoma, M.pohlii, M. neusana e M. anomala através de cruzamentos

controlados, embora com baixa freqüência. O comportamento de diversos híbridos (M.

esculenta com M. neusana, mandioca com M. pseudoglaziovii) foi estudado por Nassar

(1991), mas os resultados indicaram baixa fertilidade dos híbridos entre estas espécies e a M.

esculenta.

Em trabalhos realizados por Carvalho & Guerra (2002) com citogenética de Manihot,

a análise meiótica com Manihot sp. e M. carthaginensis observaram a presença de 18

bivalentes em metáfase I e uma separação regular dos cromossomos na náfase I e II. Para as

análises de bandeamento C e CMA/DAPI as diversas cultivares de M. esculenta, M.

dichotoma, M. caerulescens e Manihot sp.1 revelaram pequenos blocos de heterocromatina

constitutiva semelhantes.

A ocorrência da poliploidia espontânea foi constatada, nesse gênero, por Hahn et al.

(1992) e Carvalho et al. (1999) em um híbrido artificial entre M. esculenta e M. epruinosa e

M. esculenta cv. Manipeba, respectivamente. De acordo com Guerra (1988) a poliploidia é o

tipo de variação cromossômica que predomina na evolução vegetal, que segundo Mable

(2003), encontra-se presente em 95% das pteridófitas e até 80% para as angiospermas.

A variabilidade em números cromossômicos é um parâmetro cariológico muito

utilizado nas análises cromossômicas (GUERRA, 2000), em grupos citologicamente pouco

estudado. De forma geral, as caracterizações cariológicas, sejam clássicas, especializadas ou

associadas à programas de engenharia genética, por detectarem polimorfismo citogenético,

são importantes na definição de variação dentro de uma espécie, entre diferentes espécies ou

entre raças geográficas (HESLOP-HARRISON & SCHWARZACHER, 1993).

Informações sobre cromossomos são relevantes em estudos sistemáticos e

evolutivos, abrangendo, desde a simples contagem, até detalhes da citogenética molecular

que são a fronteira da pesquisa atual (FORNI-MARTINS & MARTINS, 2000).

Historicamente, quando estudos citogenéticos de espécies arbóreas são comparados aos de

espécies cultivadas e/ou nativas com valor agronômico, sua limitação é evidente,

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restringindo-se a informações básicas sobre sua estrutura genômica e a inclusão dessas

espécies em programas de melhoramento e conservação (SCHLARBAUM, 2000).

De modo geral, os trabalhos citológicos para o gênero, são em sua maioria estudos

baseados em análises de números cromossômicos e comportamento meiótico. Porém pouco

se conhece sobre outros parâmetros citogenéticos, como padrão de bandeamento, análise

com fluorocromos, quantidade de DNA, etc. A seguir é fornecida a listagem de números

cromossômicos para o gênero Manihot (Tabela 2).

Tabela 2. Números cromossômicos referidos para o gênero Manihot.

Táxon n 2n 3n Fonte

Sect. Manihot

Manihot esculenta Crantz 36 Perry, 1943; Hahn et al.,

1992; Kavitha & Vembu,

1999; Soontornchainaksaeng

& Chaiyasut, 1999; Carvalho

& Guerra, 2002; Chen, R.-y.

et al., 2003

18 Magoon et al., 1966;

Datta, 1967; Schmer,

1968; Jos & Nair, 1979;

Hahn et al., 1992;

M. esculenta var. palakaden 36 Kavitha et al., 1998

Manihot esculenta Crantz var

"Manipeba"

54 Carvalho et al., 1999

M. utilissima Pohl 36 Graner, 1941; Graner, 1942;

Perry, 1943

Sect. Manihot

M. utilissima Pohl 36 Simmonds, 1954; Abraham et

al., 1964

M. flabellifolia Pohl 18 Moore, 74

M. dulcis Pax 36 Doughty, 1939

M. esculenta x glaziovii 18 Magoon et al., 1966

9

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Táxon n 2n 3n Fonte

Sect. Parvibracteatae

M. walkarae Croiz 36 Perry, 1943

Sect. Heterophyllae

M. zehntneri Ule 18 Nassar, 1978; Nassar, 2000 a;

Nassar, 2003

18II Nassar, 1980

M. tweedieana Muell. Arg. (=

M. grahami)

18 Bedi et al., 1981; Gill et al.,

1981

M. tweediana Muell. Arg. (=

M. grahami)

36 Perak, 1940; Nassar, 2000 a;

Nassar, 2003

M. handroana N. D. Cruz 36 Nassar, 2000 a; Nassar, 2003

M. palmata Muell. Arg (= M.

leptopoda)

36 Bowden, 1940 ; Perry, 1943;

M. jolyana N. D. Cruz 36 Nassar, 2000 a, Nassar, 2003

M. pedicellaris Muell Arg. (=

M. pilosa)

36 Nassar, 2000 a; Nassar, 2003

Sect. Anisophylla

M. anisophylla Muell. Arg 18 Di Pulvio, 1973

Sect. Carthaginenses

M. carthaginensis Muell. Arg. 36 Tjio, 1948

18 Carvalho & Guerra, 2002

M. cathartica (=M.

carthaginensis Muell. Arg.)

36 Doughty, 1939

Sect. Graciles

M. gracilis 18II Nassar 1980; Nassar 2000 a

M. gracilis Pohl 18 Nassar, 1978, Nassar, 2003

M. gracilis 36 Nassar 2000 a; Nassar, 2003

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Táxon n 2n 3n Fonte

Sect. Sinuatae

M. anomala Pohl 18 Nassar, 1978; Nassar, 2000 a;

Nassar, 2003

Sect. Sinuatae

M. anomala Pohl 18 II Nassar, 1980

Sect. Glaziovianae

M. glaziovii Muell. Arg 18 Datta, 1967; Nassar, 2000 a;

Carvalho & Guerra, 2002;

Nassar, 2003

M. glaziovii Muell. Arg 36 Doughty, 1939; Perry, 1943;

Krishnan et al., 1970;

Krishnappa & Reshme, 1982;

Nassar, 2000 a; Carvalho &

Guerra, 2002

M. pseudoglaziovii Pax &

Hoffman

36 Nassar, 2003

M. dichotoma Ule 18 Doughty, 1939; Perry, 1943;

Carvalho & Guerra, 2002

36 Doughty, 1939; Perry, 1943;

M. dichotoma Ule 36 Nassar, 2000 a; Carvalho &

Guerra, 2002; Nassar, 2003

M. diamantinensis Allem 36 Carvalho & Guerra, 2002

Sect. Stipulares

M. oligantha Pax 18 Nassar, 1978; Nassar, 2000 a;

Nassar, 2003

M. oligantha Pax ssp. nesteli 18II Nassar, 1980

Sect. Stipulares

M. nana Muell. Arg. 18 Nassar, 1978; Nassar, 2000 a;

Nassar, 2003

11

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Táxon n 2n 3n Fonte

Sect. Grandibracteatae

M. tomentosa Pohl 18 Nassar, 1978; Nassar, 2000 a

Sect. Tripartitae

M. tripartita Muell. Arg. 18 Nassar, 1978; Nassar, 2000 a

Sect. Tripartitae

M. tripartita Muell. Arg. 36 Nassar, 2000 a; Nassar, 2003

M. tripartita subsp humilis

Rogers & Appan

36 Nassar 2003

Sect. Caerulescentes

M. caerulescens Pohl 36 Carvalho & Guerra, 2002

Sect. Crotalariaeformes

M. reptans Pax in Ingler 18 Nassar, 2003

2.3 CARACTERES TAXONÔMICOS

A família Euphorbiaceae sl compreende cerca de 317 gêneros e 8.000 espécies,

tradicionalmente distribuídas em cinco subfamílias: Phyllanthoideae, Oldofieldioideae,

Acalyphoideae, Crotonoideae e Euphorbioideae (WEBSTERS, 1994). A família tem sido

mais recentemente considerada polifilética e tem sido proposto seu desmembramento em

Euphorbiaceae ss, abrangendo principalmente as espécies com um único óvulo por lóculo

(WURDACK et al., 2005), além de Phyllantaceae e outras linhagens relacionadas que

compreendem as espécies biovuladas (WURDACK et al., 2004).

Webster (1994) dividiu Euphorbiaceae em cinco subfamílias, 49 tribos e 317

gêneros. De acordo com o referido autor, são características comuns às cinco subfamílias:

lâminas foliares semelhantes (simples, inteiras ou lobadas, ou folhas compostas), presença

ou ausência de sépalas ou pétalas, frutos na maioria das vezes capsulares (raramente

indeiscentes, drupáceos, bacóides ou samaróides), sementes carunculadas ou não, estames

variando de dois a muitos, com filetes livres ou conatos. Segundo APG II (2003),

Euphorbiaceae está inserida em Malpighiales, e é subdividida somente em três subfamílias,

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as quais possuem somente um único óvulo por lóculo, sendo elas Acalyphoideae,

Crotonoideae e Euphorbioideae. Deste modo, as duas outras subfamílias (Phyllanthoideae e

Oldfieldioideae), que apresentam dois óvulos por lóculo, foram reamostradas,

respectivamente, em Phyllanthaceae e Picrodendraceae.

O gênero Manihot, assim como Aleurites, Cnidoscolus, Croton e Jatropha

encontram-se posicionados na subfamília Crotonoideae com 65 gêneros distribuídos em 12

tribos, apresentando os seguintes caracteres: inflorescências axilares ou terminais, sépalas

sempre presentes, ovário geralmente com três lóculos, estiletes bífidos a multífidos, óvulos

anátropos e exclusivamente únicos em cada lóculo, endosperma abundante, látex não leitoso

ou ausente. Esta subfamília apresenta e se enquadram as espécies selecionadas para o

presente trabalho, inseridas na tribo Manihoteae, a qual apresenta somente dois gêneros,

Cnidoscolus e Manihot.

De acordo com Rogers & Appan (1973) o gênero Manihot apresenta 98 espécies

distribuídas em 19 secções, as quais: Manihot, Parvibracteatae, Foetidae, Heterophyllae,

Anisophyllae, Carthaginenses, Quinquelobae, Graciles, Sinuatae, Varrifolliae,

Glaziovianae, Peruvianae, Crotalariaeformes, Stipulares, Grandibracteatae,

Brivipetiolatae, Peltatae, Tripartitae, Caerulescentes.

2.4 GERMINÇÃO E DORMÊNCIA

A germinação da semente é caracterizada pela protrusão do embrião através do

tegumento, no qual se inicia com a absorção de água e termina com o alongamento do eixo

embrionário (FERREIRA & BORGHETTI, 2004). De acordo com Santos-Filha et al.

(2001), a geminação é definida como a emergência e o desenvolvimento das estruturas

essenciais do embrião, resultando na formação de uma plântula normal; é um fenômeno

biológico determinado por um conjunto de condições específicas, entre as quais o substrato.

Carvalho & Nakagawa (2000) descreveram os vários fatores que afetam a

germinação os quais se dispõem em condições internas (longevidade, viabilidade) e externas

(água, temperatura, oxigênio, luz). Segundo Popinigis (1985) fatores como a aeração,

estruturas, capacidade de retenção de umidade, grau de infestação de patógenos, entre

outros, podem variar de um substrato para outro, favorecendo ou prejudicando a geminação

das sementes.

Os agricultores do semi-árido nordestino vêm encontrando dificuldades para a

propagação sexuada da maniçoba, pois suas sementes apresentam baixa germinação

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provocada pela dormência. De acordo com Marcos Filho (2005) a dormência é o fenômeno

pelo qual as sementes deixam de germinar, mesmo quando as condições ambientais sejam

favoráveis e podem ser classificadas em dois tipos: natural, ou primária e induzida, ou

secundária. As causas da dormência podem ser várias e provavelmente nunca acontecem

isoladamente e o tempo em que às sementes permanecem viáveis no solo depende da

intensidade da dormência, que é controlada geneticamente (SILVA et al., 2005).

Canuto et al. (1989) associaram o armazenamento aos métodos de superação de

dormência em sementes de maniçoba, onde observaram que maiores porcentagens de

germinação ocorreu a partir de 12 meses de armazenamento. De acordo com Carvalho e

Nakagawa (2000) o objetivo básico de armazenamento é manter o nível de qualidade das

sementes para aumentar a sua longevidade. Por outro lado Vieira et al. (2008) relataram que

o tempo e as condições de armazenamento influenciam a sobrevivência e a longevidade das

sementes, principalmente, por está susceptível ao ataque de microrganismos. Para as

espécies florestais, na maioria das vezes, torna-se difícil manter a viabilidade e o vigor das

sementes; por isso, fatores, como temperatura e umidade, devem ser considerados durante o

armazenamento, visando prolongar a longevidade e a sua viabilidade (OLADIRAN &

AGUNBIADE, 2000).

2.5 PATOLOGIA DE SEMENTE E EXTRATOS VEGETAIS

Os danos decorrentes da associação de patógenos com sementes não se limitam

apenas às perdas diretas de população de plantas no campo, mas abrangem também uma

série de outras implicações (MACHADO, 2000). De maneira geral, tem sido demonstrado

que patógenos quando localizados no interior da semente podem sobreviver por períodos de

tempo mais prolongados do que em outras partes da planta, onde tal fato ocorra,

provavelmente, pela existência de camadas protetoras e do acúmulo de reservas nutritivas

dos quais muitos patógenos se beneficiam (OLIVEIRA, 2007).

Na Fitopatologia, os fungos são considerados os principais agentes causais de

doenças de plantas. Nas sementes, a importância destes organismos está relacionada à

freqüência com que algumas espécies ocorrem associadas às mesmas como saprófitas ou

como patógenos (SOAVE et al., 1987). Os fungos associados às sementes podem ser

considerados saprófitas ou potencialmente patogênicos. Dentre os gêneros de fungos

saprófitas, incluem-se: Aspergillus, Cephalosporium, Epicoccum, Monilia, Mucor,

Nigrospora, Penicillium, Periconia, Rhizopus e Trichoderma. E dentre os potencialmente

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patogênicos: Alternaria, Ascochyta, Botryodiplodia, Botrytis, Chaetomium, Cladosporium,

Colletotrichum, Curvularia, Diplodia, Dreschlera, Fusarium, Helminthosporium,

Macrophomina, Pestalotia, Phoma, Phomopsis, Rhizoctonia, Septoria e Verticillium

(LUCCA FILHO, 2003).

A transmissão de patógenos também pode ocorrer de semente para semente durante o

manejo destas entre a coleta e a semeadura. O contato entre as sementes é uma das

principais formas de disseminação de patógenos (MARCOS FILHO, 1987; OLIVEIRA,

2007). Na fase de armazenamento, os níveis de danos em sementes dependem das condições

do lote por ocasião do início do armazenamento e do controle da temperatura e umidade

durante essa fase. Se estas condições não são adequadas podem propiciar a associação de

fungos como Aspergillus sp. e Penicillium sp. que durante o armazenamento podem ser

altamente prejudiciais às sementes. Nestas circunstâncias, esses fungos podem depreciar a

qualidade das sementes na forma de: perda do poder germinativo, descoloração,

apodrecimento, aumento da taxa de ácidos graxos provocando a oxidação de óleos,

aquecimento da massa de sementes com o conseqüente aumento da taxa respiratória e com

isso uma deterioração mais rápida das sementes e produção de micotoxinas, que podem ser

letais ao homem e aos animais (MACHADO, 1988; VECHIATO et al, 2004).

A utilização de fungicidas é, em muitos casos, a única medida eficiente e

economicamente viável de garantir alta produtividade e qualidade de produção, visadas pela

agricultura moderna (KIMATI, 1995). Ao mesmo tempo, é também considerada uma

tecnologia que traz impactos negativos ao meio ambiente e à saúde pública (BETTIOL,

1997). Para reduzir os prejuízos causados pela atividade fúngica, métodos físicos, químicos

e biológicos vêm sendo empregados, visando o controle de doenças (TRIGO et al., 1998;

MACHADO, 2000; PICININI & FERNANDES, 2001; LUZ, 2003 a; COUTINHO et al.,

2007). Atualmente uma das alternativas pesquisadas envolve o uso de extratos vegetais,

buscando explorar suas propriedades fungitóxicas. A literatura tem registrado a eficiência de

extratos, obtidos de uma gama enorme de espécies botânicas, em promover a inibição do

desenvolvimento de vários fitopatógenos de natureza fúngica (KHAN & KUMAR, 1993;

VON PINHO et al., 1995; WILSON et al., 1997; CARVALHO et al., 1999; SOUZA et al.,

2002; TALAMINI & STADNIK, 2004; PEREIRA et al., 2006). Dentre os extratos mais

pesquisados encontra-se aquele obtido de alho (Allium sativum L.) (BARROS et al., 1995;

RIBEIRO & BEDENDO, 1999; CURTIS et al., 2004), hortelã (Mentha piperita) (BASTOS,

1997; CAMARGO, 2007), pimenta (Capsicum spp) (LEE et al., 2001), mamona (Ricinus

communis) (MARCANO et al. 2005; MILANESI et al., 2008) e de arruda (Ruta graveolens)

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(BONALDO et al. 2004; PINTO et al. 1998; VALARINI et al. 1994) têm evidenciado

propriedades antifúngicas, demonstrando potencial de controle para patógenos de plantas

(BASTOS, 1997, SCHWAN-ESTRADA, 2003).

Chalfoun & Carvalho (1987), Souza et al. (2002) e Moraes (2004), que comprovaram

semelhante eficiência do extrato de alho no controle de Aspergillus spp., Fusarium spp.,

Penicillium spp. e Rhizopus sp. em sementes de milho. O uso do macerado seco de: timbó

(Ateleia glazioviana), hortelã (Mentha piperita), eucalipto (Eucalyptus citriodora) e

cinamomo (Meleia azedarach), de uma forma geral, reduziu a incidência de fungos em

sementes de espécies florestais (CAMARGO, 2007).

2.6 VIGOR

O vigor das sementes é o reflexo de um conjunto de características ou propriedades

que determinam o seu potencial fisiológico, ou seja, a capacidade de apresentar desempenho

adequado quando expostas a diferentes condições ambientais. A avaliação da qualidade

fisiológica das sementes é um fator fundamental e de grande valia para os diversos

segmentos que compõem um sistema de produção de sementes, contribuindo

significativamente para a manutenção e o aprimoramento da qualidade deste insumo básico,

com reflexos diretos na produtividade agrícola (MARCOS FILHO, 2005). Dada sua

importância, vários métodos têm sido propostos visando a avaliação do potencial fisiológico

das sementes (FERREIRA & BORGHETTI, 2004), de modo a obter estimativa segura do

desempenho dos lotes de sementes no campo e/ou no armazenamento.

McDonald Junior (1975) dividiu os testes de vigor em físicos, fisiológicos e

bioquímicos. Os físicos estariam relacionados com características de tamanho, peso e

densidade das sementes; os fisiológicos utilizam alguns parâmetros vinculados à germinação

e ao crescimento de plântulas, enquanto os bioquímicos avaliam alterações

bioquímicas/moleculares associadas ao vigor das sementes.

Para determinar a viabilidade de sementes, vários testes podem ser utilizados. No

entanto, o teste de tetrazólio, por ser rápido e barato é uma alternativa viável para fornecer

informações aos agricultores ou viveiristas, o qual vem sendo empregado rotineiramente na

avaliação rápida da viabilidade de sementes de várias espécies, principalmente daquelas que

necessitam de longos períodos para germinar, como é o caso das florestais, frutíferas e

forrageiras (MENDONÇA et al., 2001) ou que não germinam quando submetidas aos

métodos comumente usados, por se encontrarem dormentes (BRASIL, 1992). Em vista

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dessa situação, pesquisas têm sido desenvolvidas procurando abreviar o prazo requerido para

obtenção dos resultados do teste de tetrazólio, a partir da definição de metodologia adequada

e padronizada para cada espécie (NASCIMENTO & CARVALHO, 1998).

Assim, o teste de tetrazólio poderá ser usado para determinar a viabilidade de

sementes com vantagem em relação ao teste de germinação, visto que, pode-se obter, em

laboratório, resultados rápidos e confiáveis em curto período de tempo (FRANÇA NETO,

1999; MARCOS FILHO, 2005).

2.6.1 Tetrazólio

O teste de tetrazólio fundamenta-se na alteração da coloração dos tecidos da semente em

presença de uma solução de sal de tetrazólio, o qual é reduzido pelas enzimas

desidrogenases dos tecidos vivos, resultando num composto denominado de formazam, de

coloração vermelha-carmim. O padrão de coloração dos tecidos pode ser utilizado para

identificar sementes viáveis, não viáveis e, dentro da categoria viável, classificadas como

alto e baixo vigor (VIEIRA & VON- PINHO, 1999). A coloração vermelha-brilhante ou

rosa-brilhante se desenvolve quando o hidrogênio resultante do processo de respiração das

células vivas combina-se com a solução de tetrazólio absorvida. De acordo com França Neto

(1999) a presença de tecidos não coloridos, firmes e sadios sugere maior resistência à

penetração da solução de tetrazólio do que a morte do tecido. O tecido morto geralmente é

caracterizado por cor branca ou amarelada e textura flácida (BHERING et al., 2005).

O teste de tetrazólio apresenta várias vantagens: não é afetado por diversas condições

que podem alterar os resultados do teste padrão de germinação, como a presença de fungos;

enfoca as condições físicas e fisiológicas do embrião de cada semente individualmente;

permite rápida avaliação da viabilidade; permite em algumas espécies, como soja e feijão, a

identificação de diferentes níveis de viabilidade e fornece o diagnóstico da causa da perda da

viabilidade das sementes (DELOUCHE et al., 1976; FRANÇA NETO, 1999; FERREIRA &

BORGHETTI, 2004).

Segundo Añez (2007), a concentração da solução de tetrazólio a 0,5%, em

temperatura de incubação de 30ºC e tempo de desenvolvimento de coloração de 90 minutos

é indicada como alternativa prática e econômica para a análise da viabilidade de sementes de

purga-de-lagarto (Jatropha elliptica). Zucareli et al. (2001) destacaram que, sementes de

farinha-seca (Albizia hasslerii) embebidas em água por 24 horas a 25ºC, com retirada do

tegumento, em reação com solução de tetrazólio 0,1% por cinco horas, apresentaram

coloração adequada permitindo a identificação e diferenciação de tecidos, com todas as

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sementes coloridas de forma uniforme. Para sementes de jenipapo (Genipa americana L.), a

combinação de pré-condicionamento em água por 24 horas à temperatura de 36ºC e imersão

dos embriões por duas horas em solução de tetrazólio a 0,25% a 40ºC, mostrou-se eficiente

(NASCIMENTO & CARVALHO, 1998).

Para determinar a viabilidade de sementes de mangava-brava (Lafoensia pacari),

Mendonça et al. (2006) recomendam a imersão das sementes em água - pré-

condicionamento - por 48 horas (com agitação inicial por 60 minutos e posterior repouso por

47 horas), com retirada do tegumento e posterior embebição em solução de tetrazólio na

concentração de 0,075% e encubação em estufa a 40ºC por 60 minutos.

Esse teste pode ser usado como alternativa ao teste de germinação na avaliação da

viabilidade de sementes de castanha-do-brasil (Bertholletia excelsa) (CAMARGO et al.,

1997), nó-de-cachorro (Heteropteris aphrodisiaca) (ARRUDA, 2001), ajuí (Cordia

trichotoma) (MENDONÇA et al., 2001), guaritá-do-cerrado (Astronium graveolens),

jacarandá (Jacaranda cuspidifolia) e angico amarela (Parapiptadenia rigida) (FOGAÇA,

2003), entre outras espécies.

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MANUSCRITO 1

Números Cromossômicos em espécies do gênero Manihot (Euphorbiaceae:

Crotonoideae) da região nordeste do Brasil

Chromosome Numbers in species of the genus Manihot (Euphorbiaceae:

Crotonoideae) from northeastern Brazil

RESUMO

Foram analisadas citogeneticamente sete espécies de Manihot através de coloração

convencional com Giemsa, pertencentes às secções Manihot, Glazioviana, Tripartita e

Peruvianae. Todas as espécies apresentaram núcleos interfásicos semi-reticulados, cariótipo

simétrico com 2n = 36 e padrão de condensação profásica do tipo proximal. O número de

satélites variou de zero em M. leptophyla a quatro satélites em M. esculenta cultivar

Pornunça, localizados quase sempre nos braços curtos, mais claramente visíveis em

cromossomos profásicos. Foram confirmadas as contagens prévias para M. glaziovii, M.

tripartita e M. esculenta e são acrescidas contagens inéditas para M. pseudoglaziovii, M.

caatingae, M. glaziovii subsp. noronhense subsp. nv. e M. leptophylla. Todas as espécies

apresentaram cariótipos similares, exceto M. leptophylla da secção Peruvianae, a única

espécie de hábito escandente, que apresentou um par cromossômico com constrições

secundárias proximais.

Palavras-chaves: Cariótipo, Citogenética, Euphorbiaceae, Maniçoba.

ABSTRACT

Seven species of Manihot belonging to the sections Manihot, Glazioviana, Tripartita

and Peruvianae were analyzed cytogenetically using conventional staining with Giemsa. All

of the species demonstrated semi-reticulated interphase nuclei, a symmetrical karyotype

with 2n = 36, and a proximal-type prophase condensation pattern. The numbers of satellites

varied from zero in M. leptophylla to four in M. esculenta cultivar Pornunça, and these were

almost always located on the short arms; but they were clearly visible in prophase

chromosomes. Earlier counts for M. glaziovii, M. tripartita, and M. esculenta were

confirmed, and new counts were made for M. pseudoglaziovii, M. caatingae, M. glaziovii

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subsp. noronhense subsp. nv., and M. leptophylla. All of these species have similar

karyotypes, except for M. leptophylla from the section Peruvianae, which is the only species

having a climbing habit and that demonstrates a pair of chromosomes with proximal

secondary constrictions.

Key-words: Karyotype, Cytogenetics, Euphorbiaceae, Maniçoba.

INTRODUÇÃO

O gênero Manihot é constituído por plantas perenes, desde subarbustos até pequenas

árvores, com raízes geralmente tuberosas, ricas em carboidratos. É um gênero exclusivo dos

neotrópicos, com 98 espécies, 80 delas, para o Brasil, que é considerado o principal centro

de diversidade do gênero (ROGERS & APPAN, 1973; NASSAR, 1978; NASSAR 2000).

Para o Brasil, os cerrados do sul de Goiás e oeste de Minas Gerais, são considerados os

maiores centros de diversificação de gênero (NASSAR, 1978). Para o nordeste, são referidas

19 espécies (REGINA et al., 2006), principalmente do estado da Bahia (ROGERS &

APPAN, 1973)

A variabilidade genética é acentuada neste gênero em virtude de suas espécies

intercruzarem e produzirem híbridos férteis, úteis ao melhoramento genético, especialmente

para a transferência de genes desejáveis de espécies selvagens para Manihot esculenta, a

principal espécie cultivada (NASSAR & GRATAPAGLIA, 1986). O gênero é considerado

um alotetraplóide derivado do número básico x = 9 proposto para a família Euphorbiaceae

como um todo (JENNINGS, 1963; MAGOON et al., 1969; UMANAH & HARTMANN,

1973). A utilização de dados citogenéticos tem sido importante instrumento na compreensão

das relações de parentesco, dos mecanismos de evolução cariotípica (STEBBINS 1971;

GUERRA, 1990) e para o melhoramento de plantas (SUMNNER, 2003).

Em geral, o gênero Manihot é cariologicamente pouco estudado, com

aproximadamente 26 espécies analisadas, o que corresponde aproximadamente 27% da

diversidade taxonômica reconhecida para o gênero. É um grupo numericamente estável, com

2n = 36 para 27% das espécies citologicamente estudadas (BOWDEN, 1940; PERAK, 1940;

ABRAHAM, 1944; CRUZ, 1968; MAGOON et al., 1969; NASSAR, 1978; BAI et al.,

1992; CARVALHO & GUERRA, 2002). Para o Brasil são conhecidos números

cromossômicos para aproximadamente 17 espécies, com 2n = 36 na maioria delas

(NASSAR et al., 1995; NASSAR, 2000; NASSAR & COLLEVATI, 2008). Essa

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estabilidade numérica interespecífica também ocorre nas espécies da região Nordeste do

Brasil. Carvalho & Guerra (2002), por exemplo, estudando a variabilidade cariotípica em

diversos acessos de Manihot esculenta e em outras espécies afins da região, observaram

além da estabilidade cromossômica numérica, uma estabilidade cariotípica estrutural em

termos de número e distribuição de bandas heterocromática, de RONs e de distribuição de

sítios de DNAr. Uma exceção a essa regra ocorreu em uma cultivar denominada "Manipepa"

proveniente da Bahia, onde foi observada a ocorrência de triploidia espontânea, com 2n =

54 em todos os indivíduos analisados desse clone (Carvalho & Guerra, 1999). Entretanto,

muitas espécies da região ainda são cariologicamente desconhecidas, não havendo estudos

comparativos entre espécies próximas do continente ou comparação destas com populações

insulares do Arquipélago de Fernando de Noronha.

O presente trabalho objetiva caracterizar citologicamente algumas espécies do gênero

Manihot ocorrentes no Nordeste brasileiro, através da análise de número e morfologia

cromossômica, estrutura dos núcleos interfásicos, número e posição de satélites, visando

avaliar a implicação desses dados para a taxonomia do gênero.

MATERIAL E MÉTODOS

Foram utilizados exclusivamente materiais coletados no campo provenientes de

vários estados da região Nordeste do Brasil. Na Tabela 1 encontram-se a relação de todas as

espécies estudadas, números cromossômicos observados, posição taxonômica, contagens

prévias e locais de coletas. O material foi cultivado no jardim experimental do Laboratório

de Citogenética Vegetal do Centro de Ciências Agrárias da Universidade Federal da Paraíba,

utilizando-se vasos plásticos com substrato formado por areia lavada e solo agrícola na

proporção de 1:1, drenados com uma camada de brita. Foram preparadas exsicatas que se

encontram depositadas no Herbário Jayme Coelho de Morais (EAN).

Nas análises citogenéticas foram utilizadas pontas de raízes pré-tratadas com 8-

hidroxiquinoleína 0,002 M a 4ºC por 20 horas, ou colchicina a 0,1% por 18 e 24 horas. As

raízes foram então fixadas em Carnoy 3:1 (etanol absoluto/ácido acético glacial) por 3–24

horas e estocadas a -20ºC no próprio fixador até posterior análise. Para o preparo das

lâminas foi utilizada a metodologia recomendada por Guerra & Souza (2002) para a

coloração convencional. As pontas das raízes foram hidrolisadas em HCl 5N à temperatura

ambiente por 20 minutos, esmagadas em ácido acético 45%, congeladas em nitrogênio

líquido para a remoção da lamínula, secas ao ar, coradas co Giemsa a 2% e montadas com

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Entellan. As melhores células foram fotografadas com uma câmara digital Olympus D-540

adaptada a um microscópio Olympus CX40.

Para identificação do número cromossômico, de três a cinco metáfases foram

examinadas por população, das quais as três melhores foram utilizadas para as medições

cromossômicas. Todas as medições cromossômicas foram realizadas com o auxílio do

programa Image Tool (DONALD et al., 2008).

RESULTADOS

Todas as espécies analisadas apresentaram núcleos interfásicos semi-reticulados e

cariótipo com 2n = 36 e padrão de condensação profásica do tipo proximal (Figura 1. a). Os

cariótipos foram geralmente simétricos, formados por cromossomos metacêntricos a

submetacêntricos, com tamanho cromossômico variando de 1,06 a 2,76 μm para Manihot

glaziovii subsp. noronhense subsp. nv. (Martins, em preparação). Foi observado um número

variável de satélites, desde zero em M. leptophyla até quatro satélites em M. esculenta

cultivar Pornunça, localizados quase sempre nos braços curtos, mais claramente visíveis em

pro-metáfases. As características cariótipicas das espécies analisadas são apresentadas a

seguir de acordo com suas secções.

Para a secção Manihot foram analisados dois acessos de M. esculenta: as cultivares

Pornunça e Manipeba provenientes respectivamente dos estados da Paraíba e Pernambuco.

Ambas apresentaram cariótipos similares, com 2n = 36, cromossomos pequenos,

metacêntricos a submetacêntricos, variando de 1,06 a 2,08 µm, com zero a quatro satélites

nos braços curtos de dois pares submetacêntricos (Figuras 1. a, b).

Na secção Glaziovianae, as quatro populações de M. glaziovii e as três de M.

pseudoglaziovii, apresentaram cariótipos similares, mas divergiram ligeiramente em relação

aos tamanhos cromossômicos, com 1,24 a 2,06 µm em M. glaziovii (Figura 1. c) e 1,19 a

2,16 µm em M. pseudoglaziovii (Figura 1. d), ambas com zero a um par de satélites no braço

curto de um dos pares submetacênticos. Em M. catingae, o único indivíduo analisado

apresentou cromossomos variando de 1,13 a 1,82 µm de comprimento, com até dois satélites

localizados nos braços curtos de um dos submetacêntricos (Figura 1. e). A outra espécie

desta secção, M. glaziovii subsp. noronhense subsp. nv. (Martins, em preparação), do

arquipélago de Fernando de Noronha, o único representante de uma ilha oceânica da

presente amostra, se diferenciou das demais por apresentar até quatro satélites localizados

nos braços curtos de dois pares submetacênticos (Figura 1. f).

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Na secção Tripartitae, M. tripartita apresentou os menores cromossomos medindo

de 1,07 a 183µm, com um par de satélites nos braços curtos de dois cromossomos

metacêntricos (Figura 1. g). Todavia, na secção Peruvianae, M. leptophylla se diferenciou

das demais espécies por apresentar cromossomos maiores, medindo de 1,27 a 2,11µm e uma

constrição secundária proximal longamente distendida, localizada em par de cromossomos

metacêntricos grandes (Figura 1. h).

DISCUSSÃO

De um total de 98 espécies de Manihot, são conhecidos dados cariológicos para 26

delas, o que corresponde a aproximadamente 27% da diversidade conhecida para o gênero.

No presente trabalho são acrescidas quatro contagens inéditas para o gênero (M. catingae,

M. noronhense e M. leptophylla) e foram confirmadas todas as contagens de 2n = 36 para M.

glaziovii (DOUGHTY, 1939; DATTA, 1967; KRISHNAN ET AL., 1970; KRISHNAPPA

& RESHME, 1982; CARVALHO & GUERRA, 2002), M. pseudoglaziovii (NASSAR,

2003) e M. tripartita (NASSAR, 1978). Para M. esculenta, também foram confirmadas todas

as contagens com 2n = 36 (SCHMER, 1968; KAVITHA et al., 1998; KAVITHA &

VEMBU, 1999; CARVALHO et al., 1999; SOONTORNCHAINAKSAENG &

CHAIYASUT, 1999; CHEN et al., 2003), exceto para M. esculenta cv. Manipeba, com 2n =

54 (CARVALHO et al., 1999). Esta última, um triplóide natural do município de Sapé,

Estado da Paraíba, mantido em cultivo no banco de germoplasma da Escola de Agronomia

de Cruz das Almas, estado da Bahia.

Em nosso trabalho também foram analisados vários indivíduos de um clone

subarbóreo denominado "manipeba" cultivado como cerca viva na margem da estrada PE,

no município de Goiana, estado de Pernambuco. Estes indivíduos formaram pequenas

árvores com até 3,5m de altura, divergindo vegetativamente do material analisado por

Carvalho et al. (1999) que formava moitas de aproximadamente 1,5m de altura. Outro caso

de poliploidia espontânea foi observado em um híbrido artificial entre M. esculenta e M.

epruinosa cultivado na Nigéria (HAHN et al., 1992). Nesse caso, em uma população

cultivada no campo, um dos brotos produzidos na base de uma planta híbrida diferiu

vegetativamente dos demais brotos e apresentou 2n = 72, um autotetraplóide. Triplóides e

tetraplóides de Manihot são geralmente estéreis ou de fertilidade sexual reduzida devido

irregularidades na meiose pela formação de quadrivalentes e trivalentes na meiose I (HAHN

et al., 1992; CARVALHO et al., 1999). Entretanto, em ambos os casos, esses cariótipos são

34

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mantidos através da multiplicação vegetativa por estaquia e os clones são livremente

propagados.

O gênero Manihot é notavelmente estável em termos de números cromossômicos,

padrão de condensação profásica e estrutura dos núcleos interfásicos, o que contrasta com a

destacada variabilidade morfológica de algumas espécies. Essa constância tem sido

observada em outras espécies das regiões Nordeste (PERRY, 1943; NASSAR, 1980;

CARVALHO, 1999; CARVALLHO & GUERRA, 2002) e Centro-Oeste do Brasil

(NASSAR, 1978, 1980). Alguns grupos taxonômicos como nos gêneros Spondias

(ALMEIDA et al., 2007) e Citrus (MORAES et al., 2007), com número cromossômico

igualmente estável são variáveis em termos de estrutura cromossômica revelada pela

distribuição da heterocromatina. Contudo, em Manihot, a estrutura cromossômica se

mostrou estável, com pequenas variações na distribuição da heterocromatina (CARVALHO

& GUERRA, 2002). Provavelmente, essa estabilidade cromossômica poderia estar

relacionada à compatibilidade para hibridização interespecífica, uma característica pouco

explorada no melhoramento da mandioca.

Contudo, no cruzamento de M. neusana e M. esculenta, foi observada na F1 uma

baixa fertilidade de pólen, com formação de apenas 17% de bivalentes (NASSAR, 2000).

Por outro lado, em alguns híbridos de mandioca com outras espécies a fins (M. glaziovii e

M. neusana, por exemplo), a ocorrência de apomixia parece contornar a baixa fertilidade do

pólen (NASSAR, 2000; SOUSA, 2001). Além disso, a reprodução por estaquia tem

permitido o estabelecimento de clones de interesse comercial e de híbridos interespecíficos,

como naqueles resultantes do cruzamento entre M. glaziovii e M. esculenta (NASSAR,

2000).

Em nossa amostra, as únicas diferenças cariotípicas notáveis foram observadas em

M. glaziovii subsp. noronhense e M. leptophylla. Na primeira, um táxon ainda inédito

(Martins, em preparação), provavelmente a ocorrência de quatro satélites na maioria das

metáfases e prometáfases analisadas, decorra do fato de ser uma subespécie insular, onde

essa característica pode ter sido perpetuada pela homozigose induzida através dos

cruzamentos e retro-cruzamentos entre plantas irmãs. Já M. leptophylla, a única espécie

estudada da secção Peruvianae, apresentou um par de cromossomos com uma constrição

primária proximal observada na maioria das células analisadas. Assim como as outras

espécies desta secção, M. leptophylla caracteriza-se por apresentar hábito escandente e tem

padrão amplo de distribuição, ocorrendo desde o Equador até o estado de Pernambuco

(ROGERS & APPAN, 1973). Característica cariotípica semelhante foi observada em

35

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Manihot sp1. por Carvalho & Guerra (2002) para o estado do Piauí. O exame dos

“vouchers” depositados no Herbário UFP (tombo no 22487), não evidenciou qualquer

alteração morfológica que sugerisse esta espécie indeterminada com hábito escandente; ao

contrário de Manihot sp2. (tombo no 22485), de hábito escandente, porém sem constrição

secundária proximal visível.

Para o gênero Manihot são sugeridas quatro áreas biogeográficas de distribuição

(NASSAR, 2000): um centro Goiano-Mineiro, com a maioria das espécies; seguido pelos

centros Mexicano, do Nordeste do Brasil e Mato Grosso-Boliviano. Duputié et al. (2008)

com base no seqüenciamento de dois genes nucleares (G3pdh e NIA), propuseram um

arranjo filogenético com cinco clados principais semelhantes à proposta filogeográfica de

Nassar (2000). Dados cariológicos frequentemente têm confirmado propostas de filogenia e

de tratamentos taxonômicos em diversos grupos de plantas. Entretanto, em Manihot, 2n = 36

ocorre em todas as espécies do gênero e também em outros gêneros de outras tribos de

Euphorbiaceae como Dalechampia, Hevea e Pedilanthus. A constância no número e a

notável uniformidade na estrutura e na morfologia cromossômica parecem sustentar a

monofilia do gênero Manihot. Por outro lado, dificulta a utilização desses para inferir

relações taxonômicas, sendo necessária a utilização de outras abordagens para se ter uma

idéia mais precisa das relações filogenéticas no gênero.

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Figura 2. Metáfase mitóticas de espécies do gênero Manihot (Euphorbiaceae) do Nordeste do

Brasil, com 2n = 36 (a) Manihot esculenta cultivar Pornunça, Serraria-PB, com quatro satélites nos

braços curtos (setas); (b) M. esculenta cultivar Manipeba, Goiana-PE; (c) M. glaziovii, Areia-PB,

com um par de satélite nos braços curtos (seta); (d) M. pseudoglaziovii, Acari-RN, com um par de

satélite nos braços curtos (seta); (e) M. catingae, Canguaretama-RN, com dois satélites; (f) Manihot

glaziovii subsp. noronhense subsp. nv., Fernando de Noronha-PE, com quatro satélites localizados

nos braços curtos; (g) M. tripartita, Jacobina-BA, com um par de satélites nos braços curtos; (h) M.

leptophyla, Goianinha-RN com constrição secundária proximal longamente distendida (cabeça de

setas). Barra em h equivale a 10µm.

g

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Tabela 2. Lista de espécies analisadas, com os respectivos locais de coletas, número cromossômico, contagens prévias e referências.

Taxon Populações analisadas Número do

coletor

Figuras

Número

cromossômico

(2n)

Contagens

Prévia Referências

n 2n 3n

Secção Manihot Rogers &

Appan

M. esculenta Crantz Cultivar

Pornunça Serraria/PB LPFelix, 11510

36

36

Carvalho & Guerra,

2002;

Hahn et al., 1992;

Perry, 1943.

Cultivar Manipeba Goiânia/PB LPFelix, 12037 36 54 Carvalho et al., 1999.

Secção Glaziovianae Pax

M. glaziovii Muell. Arg. Areia/PB LPFelix, 12763

36 36

Carvalho & Guerra,

2002;

Cubati/PB LPFelix, 12764 36 Perry, 1943.

Esperança/PB LPFelix, 12036

36 18

Nassar; 2000;

Nassar, 2003. M. pseudoglaziovii Pax & K.

Hoffmann Vertentes/PE LPFelix, 11528

36

36 Nassar, 2003.

Acari/RN LPFelix, 11937 36 Serra do Rajado/RN LPFelix, 11924 36 Gargarelhas/RN LPFelix, 12154 36 M. catingae Ule Canguaretama/RN LPFelix, 11423 36 M. glaziovii subsp.

noronhense subsp. nv. Fernando de Noronha/BA LPFelix, 11520

36

Secção Tripartitae Rogers &

Appan

M. tripartita Rogers &

Appan Jacobina/BA LPFelix, 12035

36

18

-

18

36

Nassar, 2000;

Nassar, 2003.

Nassar, 1978. Secção Peruvianae Rogers

& Appan

M. leptophylla Pax in

Engler Goianinha/RN LPFelix, 11425

36

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Figura 2. Ilustração de alguns representantes do gênero Manihot. (a) M. esculenta

cultivar Pornunça; (b) M. glaziovii; (c) M. pseudoglaziovii; (d) M. catingae; (e)

Manihot glaziovii subsp. noronhense subsp. nv.; (f) M. tripartita; (g) M. leptophyla.

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MANUSCRITO 2

Taxonomia de Manihot glaziovii e M. pseudoglaziovii secção

glaziovianea (Euphorbiaceae: Crotonoideae)

Taxonomy of Manihot glaziovii and M. pseudoglaziovii section

glaziovianea (Euphorbiaceae: Crotonoideae)

RESUMO

Foram discutidos os limites taxonômicos entre Manihot glaziovii e M. pseudoglaziovii

sob um ponto de vista morfológico e biogeográfico, além de uma análise de materiais

previamente identificados como M. glaziovii proveniente de Fernando de Noronha e que

constitui um novo táxon para a ciência. Manihot glaziovii e M. pseudoglaziovii ocorrem

principalmente na Caatinga dos estados do Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba,

Pernambuco e Bahia. As características morfológicas utilizadas na diagnose dessas

espécies demonstraram sobreposição de caracteres, muitas vezes observados em uma

mesma população. No trabalho está sendo proposta a sinonimização de M.

pseudoglaziovii para incluí-la nos limites taxonômicos de M. glaziovii. O táxon

endêmico do Arquipélago de Fernando de Noronha está sendo descrito como M.

glaziovii subsp. norohense subsp. nv., endêmica da ilha principal daquele arquipélago.

Palavras-chave: Euphorbiaceae, Maniçoba, Nova Espécie, Taxonomia.

ABSTRACT

The taxonomic limits between Manihot glaziovii and M. pseudoglaziovii are discussed

from a morphological and biogeographical view, including analyses made of material

previously identified as M. glaziovii from the Fernando de Noronha Archipelago that

constitutes a new taxon for science. Manihot glaziovii and M. pseudoglaziovii occur

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principally in the “Caatinga” dryland areas of the states of Piauí, Ceará, Rio Grande do

Norte, Paraíba, Pernambuco, and Bahia in northeastern Brazil. The morphological

characteristics utilized in the diagnoses of these species demonstrated overlapping

characters, many of which were observed in the same population. We proposed here the

synonymization of M. pseudoglaziovii to include it within the taxonomic limits of M.

glaziovii. The taxon endemic to the Fernando de Noronha Archipelago is described here

as M. glaziovii subsp. norohense subsp. nv., endemic to the main island of that chain.

Key-words: Euphorbiaceae, Maniçoba, New Species, Taxonomy.

INTRODUÇÃO

A família Euphorbiaceae sl compreende cerca de 317 gêneros e 8.000 espécies,

tradicionalmente distribuídas em cinco subfamílias: Phyllanthoideae, Oldofieldioideae,

Acalyphoideae, Crotonoideae e Euphorbioideae (WEBSTERS, 1994). Destas, 70

gêneros e aproximadamente 1000 espécies são referidas para o Brasil (SOUZA &

LORENZI, 2005), 211 delas para a região Nordeste (BARBOSA, 2006). A família tem

sido mais recentemente considerada polifilética e tem sido proposto seu

desmembramento em Euphorbiaceae ss, abrangendo principalmente as espécies com um

único óvulo por lóculo (WURDACK et al., 2005), além de Phyllantaceae e outras

linhagens relacionadas que compreendem as espécies biovuladas (WURDACK et al.,

2004). A família se destaca por apresentar espécies de importância no reflorestamento

de áreas degradadas (JACOBI et al., 2008), como ornamentais (BARROSO et al., 2007;

ALVES & LUCENA, 2007) e na alimentação humana e animais (CAMARA &

MADRUGA, 2001; CASTRO, 2004; SILVA et al., 2007; CASTRO, 2007). Entre as

espécies utilizadas na alimentação humana, o gênero Manihot se destaca como o grupo

mais importante na alimentação de muitas populações da América Latina e África

(ROGERS & APPAN, 1973; CASTRO, 2007). Além disso, algumas espécies estão

sendo crescentemente utilizada na alimentação de bovinos, ovinos e caprinos no semi-

árido nordestino (SOARES & SALVIANO, 2000; CASTRO, 2004; GUEDES, 2007).

O gênero compreende 98 espécies de distribuição exclusivamente neotropical,

sendo Brasil e México considerados os dois principais centros de diversidade do gênero

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(ROGERS & APPAN, 1973; NASSAR, 2000). É formado por árvores, arbustos,

subarbustos semiherbáceos à decumbentes, plantas geralmente monóicas, com

inflorescências de flores pistiladas na base e estaminadas no ápice. A taxonomia de

algumas espécies de Manihot é especialmente confusa devido à existência de caracteres

que muitas vezes se sobrepõem entre diferentes espécies. Um exemplo desse tipo de

inconsistência taxonômica é observado entre as espécies Manihot glaziovii e M.

pseudoglaziovii, duas espécies arbóreas, freqüentes na caatinga nordestina (BELTRÃO

et al., 2006). Estas espécies são de interesse para pequenos produtores e criadores de

rebanhos, visto que seu uso sob a forma de forragem tornou-se uma alternativa em

ocasiões de secas prolongadas (CASTRO, 2007).

De acordo com Rogers & Appan (1973), M. glaziovii ocorre nos estados do

Ceará, Pernambuco, Paraíba e Bahia, apresenta folhas palmatipartidas, membranácea a

coriácea, com três a cinco lóbulos de ápice obtuso a agudo, enquanto em M.

pseudoglaziovii a lâmina foliar é coriácea, com cinco lóbulos de ápice agudo e

distribuição restrita aos estados do Ceará, Rio Grande do Norte e Paraíba. Segundo

Nassar (2000) as duas espécies possuem fracas barreiras de isolamento reprodutivo, o

que poderá levar a formação de híbridos naturais, dificultando ainda mais definir os

limites taxonômicos entre essas duas espécies.

Manihot glaziovii é ainda citada para o arquipélago de Fernando de Noronha

(RIDLEY, 1988) onde ocorre nos mais variados ambientes, como indivíduos isolados

ou formando aglomerações. Para esse arquipélago, as plantas apresentaram hábito

variando desde arbusto até árvores com cerca de 10m de altura (FREITAS, 2007). Ilhas

oceânicas são reconhecidas como importantes centros de endemismos e especiação,

onde as populações isoladas com o decorrer do tempo tendem a se diferenciar

morfologicamente dos seus ancestrais continente (BISCONTI et al., 2001; TREJO-

TORRES & ACKERMAN, 2001).

No presente trabalho são discutidos os limites taxonômicos entre Manihot

glaziovii e M. pseudoglaziovii sob um ponto de vista morfológico e biogeográfico,

visando fornecer elementos para uma separação segura entre esses dois táxons. Nesse

estudo, também foi incluída a análise de materiais previamente identificados como M.

glaziovii, proveniente do arquipélago de Fernando de Noronha e que constitui uma nova

espécie para a ciência.

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MATERIAL E MÉTODOS

O estudo taxonômico foi baseado na análise morfológica comparativas de

plantas observadas no campo e de materiais herborizados depositados nos Herbários

EAN, IPA, UFP, HST e PEUFR, além de observações de campo. Para M. glaziovii e M.

pseudoglaziovii, foram realizadas observações em populações naturais da Paraíba e do

Rio Grande do Norte, além de coletas esporádicas nos estados de Pernambuco, Bahia e

Ceará. Além disso, foram observados cultivos artificiais de M. glaziovii, M.

pseudoglaziovii e Manihot glaziovii subsp. norohense sp. nv. em campos e jardins

experimentais do Centro de Ciências Agrárias da Universidade Federal da Paraíba,

Campus II, Areia, Paraíba.

RESULTADOS

1. Manihot glaziovii Müll. Arg., Fl. Bras. 11(2):446. 1874; Rogers & Appan, Fl. Neot.

13:272.1973. Figura 1, Mapa 1.

Arbusto ou arvoreta; 3-5 metros de altura; ramos lisos, verdes quando jovens,

depois branco acinzentados, glabros. Folhas simples (Figura 3. a-f), alternas; estipulas

caducas (Figura 3. h), triangulares a estreito triangulares, margem inteira a ligeiramente

serreada, (0,2) 0,3-1,0cm de comprimento, 0,1-0,3cm de largura basal; pecíolo

cilíndrico, glabro, 8-15cm de comprimento, inserido na porção inferior da lâmina, com

0-1,5cm até a margem; lâmina peltada, palmatipartida, palmatinérvea, membranácea,

abaxialmente reticulada, adaxialmente verde ou recoberta com cerosidade cinza-

esbranquiçada, margem inteira, três, mais frequentemente cinco lobadas a raro, sete

lobadas (6,0) 7,0-15,0cm de comprimento, 9,0-17,0cm de largura; lobos inteiros, raro

pandurados, agudos, apiculados; lobo mediano maior, obovado. Inflorescência em

panícula terminal ramificada, monóica, 5-15cm de comprimento, raro maiores, até 30cm

de comprimento na antese das últimas flores estaminadas; recobertas ou não com

cerosidade cinza-esbranquiçada; brácteas (Figura 3. i) e bractéolas geralmente caducas

na antese, estreito triangulares, paucidentadas, cerca de 0,1cm de comprimento; flores

pistiladas hipogínicas (Figura 6. b), no terço inferior da inflorescência, com antese ou

depois das flores estaminadas (Figura 6. a), sépalas livres, crassas, costadas,

marginadas, aproximadamente 1,0cm de comprimento e 0,5-0,6cm de largura; pedicelos

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0,5-3,0cm de comprimento; ovário subgloboso, estilete trífido, ramificado, disco

estigmal amarelado, ligeiramente lobado; flores estaminadas nos 2/3 superiores da

inflorescência, de antese precoce, gamossépalas, sépalas crassas, costadas, marginadas,

glabras, imbricadas, 0,8-1,0cm de comprimento, 0,5cm de largura; estames, 10, cinco

externos maiores, e cinco internos menores; anteras birrimosas, introrsas; disco

estaminal, amarelado, invaginado na inserção dos filetes. Frutos globosos, tricoca, de

deiscência longitudinal, glabro, aproximadamente 3cm de comprimento e 1,5cm de

largura.

Esta espécie ocorre principalmente na Caatinga dos estados do Piauí, Ceará, Rio

Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco e Bahia. Foi descrita por Müller Argoviensis

(1874) com base em material cultivado no Rio de Janeiro, com holótipo depositado no

herbário G (ROGERS & APPAN, 1973). Pax & Hoffman (1924), com base em diversos

materiais coletados por Luetzelburg referidos para os estados da Paraíba e Rio Grande

do Norte, propuseram M. pseudoglaziovii (Figura 4) como espécie afim de M. glaziovii

(Figura 3) que foi reconhecida por Rogers & Appan (1973) em sua revisão para a Flora

Neotrópica. De acordo com estes últimos autores, M. pseudoglaziovii se diferencia por

apresentar inflorescência com menos de 10cm de comprimento, com poucas flores,

folhas cinco lobadas, lobos separados nos sinus. M. glaziovii teria inflorescências mais

longas, folhas três lobadas, lobos mais largos, sobrepostos nos sinus. Uma análise das

fichas de herbário do material coletado por Luetzelburg utilizado como sintipos na

descrição de Pax & Hoffman (1924), observou-se que aparentemente todo o material

citado para o estado Paraíba, na verdade era proveniente do Rio Grande do Norte, da

região denominada Seridó. Por exemplo: Os materiais Luetzelburg, 12430 (Brasil,

Paraíba, Currais Novos, Março de 1920) e Luetzelburg, 12429 (Brasil, Paraíba,

Galgalheira, Março de 1920), na verdade correspondem a plantas coletadas nos

municípios de Currais Novos (6º15’39”S e 36º31’04”W), no primeiro caso e Acarí

(06º26’08”S e 36º38’20”W), no segundo, ambos no estado Rio Grande Norte. Este

último, provavelmente se referindo a Serra de Gargalheira, em Acarí, local onde

também foram coletadas por Luetzelburg outras espécies de angiospermas (Luetzelburg,

1922). Nossa análise de materiais provenientes da Paraíba e do Rio Grande do Norte,

incluindo espécimes vivos provenientes da Serra de Gargalheira em Acarí no Rio

Grande do Norte, foi conclusiva de que as características utilizadas na diagnose das suas

espécies se sobrepõem. Vários espécimes de Acarí apresentam folhas com três a cinco

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lobos separados ou não nos sinus, inflorescência de tamanho variável, com poucas a

muitas flores. Sendo assim, propomos que M. pseudoglaziovii seja incluída nos limites

taxonômicos de M. glaziovii.

Material Examinado: PARAÍBA: Remígio, LPFelix 12126, 11-III-2008;

Areia, LPFelix & MTCSMartins 12763, 12-V-2008 (EAN); Picuí, margem da estrada

via Carnaúba dos Dantas, LPFelix 12137, 11-III-2008 (EAN); Cuité, próximo à

Baraúna, LPFelix 12136, 11-III-2008 (EAN); Barra de Santa Rosa, margem da estrada

via Cuité, LPFelix 12132, 11-III-2008 (EAN); Barra de Santa Rosa, margem da estrada

via Cuité, LPFelix 12131, 11-III-2008 (EAN); Cuité, margem da estrada a 6km antes de

Barra, LPFelix 12130, 11-III-2008 (EAN); Esperança, Inselbergue, LPFelix 12036, 07-

VI-2007; Picuí, comunidade Pedreiras, LPFelix 11918, 05-VI-2007 (EAN); Algodão de

Jandaíra, margem da estrada, LPFelix 11908, 05-VI-2007 (EAN); Picuí, margem da

estrada, LPFelix 11778, 10-IV-2007 (EAN); Picuí, na margem da estrada para Barra de

Santa Rosa próximo ao Rio Jacú, LPFelix 11775, 10-IV-2007 (EAN); Esperança,

margem da estrada em frente ao Posto Almeida, LPFelix 11774, 02-IV-2007 (EAN);

São João do Cariri, Fazenda Experimental, LPFelix & JVDornelas 662, 08-V-1987

(EAN); Esperança, LPFelix 1677, 17-XII-1986 (EAN); Capoeirões, próximo a Serra de

Alagoa Grande, JCMoraes s/n, 16-VI-1953 (EAN); Solânea, JGrisi 168, 24-IV-01

(IPA); Soledade, RPereira s/n, 29-IV-1988 (IPA); São Gonçalo, TVLuetzelburg s/n, 20-

III-1936 (IPA); Monteiro, MFALucena et al. 1731, 21-IV-2007 (UFP); Boa Vista,

Lajedo dos Três Catolés, MFALucena & MAlves 1851, 21-III-2007 (UFP); Soledade,

IMMSSilva et al. 353, 22-II-2006 (HST); Patos, São Mamede, SISilva 309, 04-III-1995

(PEUFR); Santa Luzia, SISilva 307, 04-III-1994 (PEUFR); Taperoá, SISilva 305, 04-

III-1994 (PEUFR); Santa Luzia, SISilva s/n, 04-III-1994 (PEUFR); Campina Grande,

BR 230 K 173, SISilva 34, 23-I-1993 (PEUFR); CEARÁ: Ajuaba, Estação Ecológica,

JRLemos & PMatias 214, 27-IV-2004 (IPA); Guaramiranga, BPickersgill et al. 309, 09-

III-1972 (IPA); Fortaleza, BPickel 305, 09-III-1972 (IPA); Dom Quitino, BPickersgill

246, 28-II-1972 (IPA);. RIO GRANDE DO NORTE: Gargalheiras, LPFelix 12154,

11-III-2008 (EAN); Acari, margem da estrada, LPFelix 12153, 11-III-2008 (EAN);

Acari, margem da estrada para Currais Novos, LPFelix 12141, 11-III-2008 (EAN);

Carnaúba dos Dantas, LPFelix 12138, 11-III-2008 (EAN); Acari, margem da estrada

para Currais Novos, LPFelix 11936, 05-VI-2007 (EAN); Acari, Serra do Rajado,

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LPFelix 11924, 05-VI-2007; Acari, margem da estrada para Currais Novos, LPFelix

11793, 10-IV-2007 (EAN); Acari, Lagoa Seca, LPFelix, 11786, 10-IV-2007 (EAN);

Serra do Carmo, BPickel 341, 18-III-1972 (IPA). BAHIA: Senhor do Bonfim,

Rancharia LPFelix 11580, 24-III-2007 (EAN); Jacobina, LPFelix 10847, 21-I-2006;

Ramanso, BR 235, BPickersgill et al. 105, 11-II-1972 (IPA); Senhor do Bonfim,

BPickersgill et al. 79, 05-II-1972 (IPA); Curral da Pedra, GPinto s/n, 26-X-1970 (IPA);

Escola de Agronomia Cruz das Almas, RCarvalho s/n, 14-IV-1997 (UFP); Correntina,

AMMiranda et al. 3837, 22-I-2001 (HST); Juazeiro do Norte, SISilva 76, 11-II-1993

(PEUFR); Brejo Santo, SISilva 75, 11-02-1993 (PEUFR); Sento Sê, Serra da Costela,

AMMiranda & FEsteves 46, 04-I-1990 (PEUFR). PERNAMBUCO: Estrada para Exu,

LPFelix 11755, 01-IV-2007 (EAN); Serra Talhada, LPFelix 11537, 22-III-2007 (EAN);

Vertentes, LPFelix 11528, 11-II-2007 (EAN); Lagoa do Carro, LPFelix 11479, 11-I-

2007 (EAN); Brejo do Madre de Deus, LPFelix 10945, 26-II-2006 (EAN); Nazaré da

Mata, JCMoraes s/n, 04-II-1955 (EAN); Nazaré da Mata, MBCSilva & JValdivino

2837, 15-III-2002 (IPA); Serra Talhada, MLGomes 115, 09-I-1996 (IPA); Ouricuri,

GCLima 50, 5-VI-1984 (IPA); Sertania, na BR110 BPickersgill et al. 47, 29-I-1972

(IPA); Tapera, DBPickel s/n, ?-X-1927 (IPA); Alagoinha, FPMelo et al. 139, 15-XII-

2008 (UFP); Altinho, Comunidade Carão, LGSousa 107, 16-VI-2007 (UFP);

Mirandiba, LGRSouza 51, 19-IV-2007(UFP); Gravatá, Fazenda São José, MOliveira

2681, 24-III-2007 (UFP); Pesqueira, Serra do Gavião, MOliveira 1814, 19-VI-2005

(UFP); Ouricuri, SKRocha 70, 14-VII-2003 (UFP); Floresta, Fazenda Itapemirim,

JFerraz et al. s/n, 14-V-2008 (HST); Parnamirim, AMMiranda et al. 2902, 12-XII-1997

(HST); Chã Grande, LCSantana et al. 01, 18-II-1997 (HST); Caruaru, ATFNunes 80,

18-I-2005 (PEUFR); Serra Talhada, ALaurêncio et al. 729, 05-II-1998 (PEUFR);

Aldeia, MVVOliveira et al. 11, 01-VII-1996 (PEUFR); São Caetano, SISilva &

JCMVeloso 622, 22-V-1994 (PEUFR); Betânea, Serra dos Arrombados, SISilva 516,

05-V-1994 (PEUFR); Ibimirim, SISilva 336, 22-III-1994 (PEUFR); Serra Talhada,

EFerraz 229, 25-III-1993 (PEUFR); Petrolina (CPATSA), SISilva 133, 04-III-1993

(PEUFR); Petrolina, CPATSA, SISilva 115, 03-III-1993 (PEUFR). Taquaritinga do

Norte, SISilva 41, 08-II-1993 (PEUFR); PIAUÍ: Teresina, SJunior et al 43, 24-VI-1999

(PEUFR).

49

0

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2. Manihot glaziovii subsp. norohense. M.T.C.S.Martins, L.P.Felix & R. L.A.Bruno

subsp. nov. (Secção Glaziovianae). Tipo: Brasil, Paraíba: Areia, Centro de Ciências

Agrárias, Campus II (cultivada). L.P.Felix, 11520 (Holótipo: EAN; Isótipos: HST, IPA,

PEUFR, UFP, K, Y). Figura 2, Mapa 2.

Esta subespécie se distingue de M. glaziovii subsp. glaziovii por apresentar margem dos lobos foliares

repandas e estípulas com ápice ciliado.

Arbusto ou arvoreta, com 2-10m de altura, ramos glabros, verdes quando jovens,

depois branco-acinzentados. Folhas simples (Figura 5. a-f), alternas; estípulas caducas,

triangulares a estreito triangulares, margem laciniada na porção superior (Figura 5. g e

h), 1,5cm de comprimento, 0,7cm de largura; pecíolo cilíndrico, glabro, 8-10cm de

comprimento, inserido na face abaxial da lâmina, com 0-1,0cm até a margem; Lâmina

peltada, palmatipartida, palmatinérvea, membranácea, adaxialmente recoberta com

cerosidade cinza-esbranquiçada, margem inteira, frequentemente três, até cinco lobada

pecioladas, (7)9-15cm de comprimento, (8)10-13cm de largura, palmatipartidas,

membranácea a coriácea; lobos elípticos a obovados, ápice arredondado a de

mucronado-apiculado, margem ondulada, ligeiramente repanda. Inflorescência em

panícula terminal ramificada, monóica, 4-10cm de comprimento, recoberta ou não com

cerosidade cinza-esbranquiçada; brácteas (Figura 5. f) e bractéolas geralmente caducas

na antese, estreito triangulares, aproximadamente 0,2cm de comprimento; flores

pistiladas hipogínicas (Figura 6. f), no terço inferior da inflorescência, de antese

geralmente tardia em relação às estaminadas; sépalas livres, crassas, costadas,

marginadas, aproximadamente 1,3cm de comprimento e 0,5cm de largura; ovário

subgloboso, estilete trífido, ramificado, disco estigmal ligeiramente lobado; flores

estaminadas (Figura 6. e) nos 2/3 superiores da inflorescência, de antese precoce,

gramossepalas, sépalas crassas, costadas, marginadas, glabras, imbricadas, com

aproximadamente 2,0cm de comprimento e 0,8cm de largura; estames, 10, livres, cinco

externos maiores, cinco internos menores; anteras birrimosas, intorsas, disco estaminal

invaginado na inserção dos filetes. Frutos globosos, tricoca, de deiscência longitudinal,

glabros, com aproximadamente 2,3cm de comprimento e 2,5 de largura.

50

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Este táxon é endêmico do arquipélago de Fernando de Noronha, onde ocorre

apenas na ilha principal. Atualmente alguns exemplares são mantidos em cultivo no

jardim experimental do laboratório de botânica do Centro de Ciências Agrárias da

Universidade Federal da Paraíba.

O nome deste novo táxon é dedicado a Ilha de Fernando de Noronha, no estado

de Pernambuco, onde o táxon é endêmico. A subespécie se distingue do autônimo, pela

sua notável uniformidade morfológica que contrasta e com a ampla variação observada

nas plantas do continente. As populações insulares caracterizam-se por apresentar lobos

das folhas onduladas, repandos e pelas estípulas ciliadas com ápice ciliado. Além disso,

o material foi estudado citologicamente e apresentou quatro satélites nos braços curtos

de dois pares cromossômicos, diferindo das plantas do continente que apresentaram no

máximo dois satélites (Martins, em preparação).

Parátipos: BRASIL, PERNAMBUCO: Fernando de Noronha, Vila do Trinta na

área urbana, AMMiranda 4449, 19-VIII-2004 (HST); Fernando de Noronha, Forte São

Pedro do Boldró, AMMiranda 4416, 17-VII-2004 (HST); Fernando de Noronha, Forte

São Pedro do Boldró, AMMiranda 4415, 17-VII-2004 (HST); Fernando de Noronha,

entre o Hotel de Transito do Governo e o Forte São Pedro do Boldró, AMMiranda 4414,

17-VII-2004 (HST); Fernando de Noronha, Morro do Quixaba, AMMiranda 3199, 8-

IV-1999 (HST); Fernando de Noronha, no Morro do Pico AMMiranda et al. 949, 03-

VI-1993 (HST); Arquipélago de Fernando de Noronha, Costões da Praia do Bode,

AMMiranda et al. 948, 03-VI-93 (PEUFR); Ilha de Fernando de Noronha, LPFelix

5680, 08-III-1993 (PEUFR); Fernando de Noronha, na margem da estrada, AMMiranda

et al. 5657, 08-III-1993 (HST); Ilha de Fernando de Noronha, LPFelix 5680, 08-III-

1993 (HST); Fernando de Noronha, ALima 55, 17-X-1955 (IPA).

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Figura 1. A-G. Manihot glaziovii Müll. Arg. A. ramo com a inflorescência; B. detalhes da

inflorescência; C e D. detalhes da folha; E. flor feminina; F. flor masculina; G. fruto. E, F

e G = Tamanho natural. Barra equivale à 2cm.

B

C D

E G H E F

A

G

A

5,8

cm

3,3

cm

6,5

cm

6,0

cm

55

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A

B

C

E F

5,9

cm

A

B

C

E F

5,9

cm

Figura 2. A-F. Manihot glaziovii subsp. norohense. A. ramo com a inflorescência; B.

detalhes da inflorescência; C. flor feminina; D. detalhes da flor feminina; E. detalhe da flor

masculina; F. fruto. B, C, D, E e F = Tamanho natural. Barra equivale à 2cm.

56

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Fernando de Noronha

Mapa 2. Manihot glaziovii subsp. norohense

Mapa 1. Manihot glaziovii

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Figura 3. Morfologia vegetativa de Manihot glaziovii Müll. Arg. a – f. variação

morfológica na folha; g. detalhe da estípula; h. variação morfológica da estípula; i.

botões florais e brácteas.

58

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Figura 4. Morfologia vegetativa de Manihot pseudoglaziovii Pax & Hoffman. a – f.

variação morfológica na folha; g. detalhe da estípula; h. variação morfológica da

estípula; i. botões florais e brácteas.

59

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Figura 5. Morfologia vegetativa de Manihot glaziovii subsp. norohense.. a – f. variação

morfológica na folha; g. detalhe da estípula; h. variação morfológica da estípula; i.

botões florais e brácteas.

60 60

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Figura 6. Flores masculinas e femininas do gênero Manihot. Manihot glaziovii (a e b);

M. pseudoglaziovii (c e d) e M. glaziovii sups. norohense (e e f).

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MANUSCRITO 3

Atividade antifúngica de extrato de melão-de-são-caetano (Momordica charantia

L.) em sementes de Manihot glaziovii

Antifungal activity of melão-de-são-caetano extracts (Momordica charantia L.) in

Manihot glaziovii seeds

RESUMO

A utilização de extratos vegetais com propriedades antifúngicas constitui uma

alternativa viável, de custo reduzido e não ocasiona impacto ambiental como os causado

pelos agroquímicos. O objetivo do presente trabalho foi avaliar diferentes concentrações

do extrato de melão-de-são-caetano em sementes armazenadas de Manihot glaziovii. O

trabalho foi realizado no laboratório de Fitopatologia no Centro de Ciências Agrárias da

Universidade Federal da Paraíba, Campus II – Areia-PB, onde as sementes foram

inicialmente imersas no extrato aquoso de melão-de-são-caetano nas concentrações de 0

(testemunha), 10, 20, 30 e 40% sendo posteriormente distribuídas em placas de Petri

contendo os substratos papel e BDA. Foram encontrados os seguintes fungos: Rhizopus

sp., Sphaerotheca sp., Aspergillus flavus, Chaetomiun globosum, Penicillium sp. e

Aspergillus sp. As concentrações dos extratos não foram suficientes na inibição do

desenvolvimento de Sphaerotheca sp. Por outro lado em Rhizopus sp., o extrato

apresentou discreta atividade antifúngica, apresentando uma tendência na diminuição do

crescimento micelial, no substrato BDA. É necessário testar outras concentrações do

extrato de melão-de-são-caetano para melhores resultados como agente antifúngico.

Palavras-chave: Extratos Vegetais, Maniçoba, Micoflora e Qualidade Sanitária.

ABSTRACT

The plant extract use with antifungal properties constitutes a viable alternative, of low

cost and it does not cause environmental impact as the caused by Agrochemicals. The

present work aimed to evaluate different melão-de-são-caetano extract concentrations in

stored Manihot glaziovii seeds. This work was carried through in the laboratory of

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Phytopathology, Agrarian Science Center, Universidade Federal da Paraíba, Campus II

- Areia, where the seeds had been initially immersed in melão-de-são-caetano watery

extract at levels of 0 (witness), 10, 20, 30 and 40% being later distributed in Petri dishes

contend paper and BDA substrates. The following fungus had been found: Rhizopus sp.,

Sphaerotheca sp., Aspergillus flavus, Chaetomiun globosum, Penicillium sp. and

Aspergillus sp. The extracts concentrations had not been enough in the inhibition of

Sphaerotheca sp development. On the other hand, in Rhizopus sp., the extract presented

discrete antifungal activity, exhibiting a trend in reduces the mycelial growth, on BDA

substrate. It is necessary to test other melão-de-são-caetano extract concentrations for

better results as antifungal agent.

Key words: Plant Extracts, Maniçoba, Mycoflora and Sanitary Quality.

INTRODUÇÃO

O gênero Manihot, pertencente à família Euphorbiaceae, é nativo das regiões

tropicais e subtropicais do novo mundo (ROGERS & APPAN, 1973; BAI et al., 1992).

É formado por árvores, arbustos, subarbustos semiherbáceos à decumbentes, plantas

geralmente monóicas, com inflorescências de flores pistiladas na base e estaminadas no

ápice. Desempenha importante função no semi-árido nordestino, por ser utilizada como

pastagem nativa para manutenção dos rebanhos em ocasião de secas prolongadas

(SILVA et al., 2007).

A propagação da maniçoba pode ser feita por sementes e estacas, porém as

sementes apresentam severa dormência e, de acordo com Canuto et al. (1989), para

superação da dormência, as mesmas precisam ser armazenadas por um período mínimo

de um ano. Apesar da eficiência do armazenamento em superar a dormência das

sementes desta espécie vegetal, alguns fatores podem comprometer a qualidade das

sementes armazenadas. Mentem (2006) afirma que o ataque fúngico durante o

armazenamento é uma das principais causas de perdas de quantidade e qualidade de

sementes e grãos. O desenvolvimento de fungos de armazenamento a exemplo dos

gêneros Aspergillus e Penicillium que podem causar rápida deterioração das sementes,

pois se localizam preferencialmente no embrião.

O tratamento com produtos químicos sintéticos constitui um método

comprovadamente eficiente para o controle de patógenos de sementes (USBERTI &

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AMARAL, 1999; SIDDIQUI & ZAMAN, 2004; NASCIMENTO et al., 2006; MERTZ,

et al., 2009). No entanto, estes vêm sendo utilizados indiscriminadamente, estratégia

que está se mostrando ineficiente, uma vez que diversos organismos começaram a

adquirir resistência a vários destes produtos, demandando a utilização de quantidades

cada vez maiores (LEE et al., 2001; SANTOS et al., 2006). Assim o uso de extratos

vegetais pode se tornar promissor na medida em que compostos secundários presentes

na estrutura química dos mesmos podem ter efeito inibitório sobre a ação de diversos

fungos.

Extratos vegetais têm sido utilizados como métodos alternativos para inibir o

desenvolvimento de fungos, a exemplo de alho (Allium sativum L.) (BARROS et al.,

1995), hortelã (Mentha piperita L.) (WILSON et al., 1997), pimenta (Capsicum sp.)

(BASTOS, 1997), mamona (Ricinus communis L.) (BUENO et al.,1990). O melão-de-

são-caetano (Momordica charantia L.) foi utilizado em trabalhos realizados por Feitosa

et al. (2008) com controle de patógenos pós-colheita, apresentado resultados positivos

para Clostridium sp., embora necessitando testar outras concentrações.

Dessa forma, o objetivo do presente trabalho foi avaliar diferentes concentrações

de extrato vegetal aquoso de melão-de-são-caetano em sementes de Manihot glaziovii

Müll. Arg. pelos métodos PF E BDA.

MATERIAL E MÉTODOS

Localização do experimento e obtenção das sementes de Manihot glaziovii

O trabalho foi realizado nos Laboratórios de Fitopatologia e Sementes, no

Centro de Ciências Agrárias da Universidade Federal da Paraíba (CCA-UFPB) em

Areia-PB, em setembro de 2008. As sementes de M. glaziovii foram provenientes de

Petrolina-PE, coletadasdas em 2008, e armazenadas por seis meses, em condições

naturais de laboratório com temperatura de 28+3ºC e fotoperíodo de 12 horas.

Obtenção do extrato de melão-de-são-caetano

As folhas de melão-de-são-caetano foram coletadas na Universidade Federal da

Paraíba, Areia-PB e conduzidas ao Laboratório de Fitopatologia para obtenção do

extrato aquoso através de maceração de 10g de massa fresca/50mL de água destilada

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esterelizada (ADE). As concentrações utilizadas (10, 20, 30 e 40%) foram obtidas a

partir da diluição do extrato em ADE.

Teste de Sanidade: Método de Papel Filtro (Blotter Test) e BDA

Para a detecção de fungos nas sementes foram utilizados dois métodos: papel de

filtro (Blotter test) e incubação em meio batata-dextrose-ágar (BDA), utilizando-se dez

repetições de dez sementes por tratamento. As sementes foram imersas em Becker

contendo os extratos filtrados nas concentrações anteriormente citadas por 15 minutos,

sendo a testemunha embebida somente em ADE. As sementes tratadas foram

distribuídas em placas de Petri, previamente autoclavadas, contendo BDA e papel de

filtro esterelizados e umedecidos com ADE. Após oito dias em sala de incubação, com

temperatura de 28º + 2ºC e fotoperíodo de 12 horas, as sementes foram avaliadas quanto

à presença de fungos. A identificação dos fungos foi realizada sob microscópio óptico,

através das observações de estruturas morfológicas como micélio e conídios,

confrontando-as com as descrições da literatura micológica e fitopatológica

(SILVEIRA, 1981; SING et al., 1991; MENEZES & OLIVEIRA, 1993).

Delineamento Experimental

O delineamento experimental foi inteiramente casualizado, empregando-se

arranjo fatorial (2x5), sendo dois substratos para crescimento de fungos, papel e BDA, e

cinco concentrações de extrato vegetal (0, 10, 20, 30 e 40%) com dez repetições de dez

sementes por tratamento. As análises foram realizadas utilizando o programa Genes

(CRUZ, 2001). Os dados foram transformados em arc.sen e a comparação das

médias foi obtida por meio do teste de Tukey a 1% de significância e através de

regressão polinomial.

RESULTADOS E DISCUSSÕES

Conforme apresentado na Tabela1, são observadas diferenças significativas para

incidência de fungos em sementes de M. glaziovii, nas diferentes concentrações do

extrato testado, incubados em BDA e Papel de Filtro. Foi constatada uma micoflora

constituída pelos seguintes fungos: Rhizopus sp., Sphaerotheca sp., Aspergillus flavus,

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Chaetomiun globosum, Penicillium sp. e Aspergillus sp., todos estes detectados nos

substratos/concentrações. Houve diferenças significativas de incidência, entre os

substratos, para Rhizopus sp., C. globosum e Aspergillus sp. Já nas concentrações dos

extratos, foram estatisticamente diferentes para A. flavus, C. globosum e Aspergillus sp.

(Anexo1). Esses fungos estão associados com a deterioração de sementes, no período de

armazenamento, reduzindo o poder germinativo das mesmas ou ocasionando a sua

morte (WETZEL, 1987; MACHADO, 1988). De acordo com Casaroli et al. (2006)

Rhizopus são considerados contaminantes e sua presença está relacionada à má

qualidade na semente. A ocorrência de Sphaeratheca sp. e C. globosum é inédita, em

sementes de maniçoba, bem como a utilização do extrato como agente inibidor no

crescimento de fungos. Em sementes de pau-alho (Microlobius foetidus subsp.

paraguensis) foi constatado a presença de fungo do gênero Chaetomiun (SANTOS &

FILHO, 2001) representante da Classe Pyrenomycetes (Ascomycotina), ordem

Sordariales e família Chaetomiaceae (AGGARWAL et al., 2008). Segundo os autores

esses fungos estão associados com a deterioração de sementes, em condições de

armazenamento inadequado. De acordo com Machado (1988) este gênero é considerado

comum em sementes, como saprófitas externos e a contaminação ocorre após a colheita

da semente.

As condições de armazenamento, umidade, temperatura e local, como também

as condições de temperatura e umidade durante o processo de formação e

desenvolvimento das sementes são fatores determinantes na intensidade de infestação

e/ou contaminação por microrganismos (NÓBREGA, 2004). Os fungos de

armazenamento invadem e causam danos as sementes, em geral, após serem colhidas e

armazenadas. Conforme Justice & Bass (1979), a temperatura ótima para o crescimento

da maioria dos fungos de armazenamento está entre 30 e 33ºC, a temperatura máxima

entre 50 e 55ºC e a mínima de 0 a 5ºC. No presente trabalho, as sementes de M.

glaziovii estavam armazenadas a uma temperatura de 28+2ºC, o que pode ter

contribuído para o desenvolvimento desses fungos de armazenamento.

A maior incidência de Rhizopus sp. foi nas concentrações 10, 20% do extrato e

da testemunha para as sementes cultivadas em BDA, em Aspergillus flavus à 20 e 40%

em papel e 30% em BDA. Para Aspergillus sp. nas concentrações 10 e 20% em BDA e

40% no substrato papel favoreceu o seu desenvolvimento. O crescimento de C.

globosum foi superior nas concentrações testadas, no substrato BDA e em relação a

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Penicillium sp. apenas para a concentração 20% no substrato BDA. Por outro lado, para

Sphaerotheca sp. não houve diferença estatística entre os substratos nas concentrações

do extrato (Tabela 1). Nas concentrações testadas do extrato de melão-de-são-caetano,

para inibição do desenvolvimento de fungos nas sementes de M. glaziovii, verificou que

com C. globosum o extrato surtiu efeito, quando utilizado o substrato papel,

ocasionando uma redução significativa no desenvolvimento desse fungo (Tabela 1).

Possivelmente esse resultado associa-se ao fato que o substrato BDA, pela sua

composição, é fonte de alimentação para fungos e que é preciso testar concentrações

maiores dos extratos para verificar a eficiência na redução dos esporos. A incidência

desses fungos de armazenamento pode causar a deterioração da semente, resultando na

redução na germinação, modificação na cor e enrugamento nas sementes e produção de

toxinas (TANAKA & CORREIA, 1982; AGARWAL & SINCLAIR, 1987; MENTEN,

1995).

Os fatores mais importantes na determinação de uma infecção por fungos de

armazenamento nas sementes são: teor de umidade das sementes, umidade relativa do

ambiente, temperatura e tempo (MACHADO, 2000; BARRETO et al., 2004; REGO,

2008). Estes fatores estão inter-relacionados e devem ser considerados como de ação

complexa, no qual para que haja êxito no armazenamento é preciso conhecer cada fator

em si e em conjunto. Segundo Machado (2000) uma vez que os fungos de

armazenamento já se encontram estabelecidos num lote de sementes, seu crescimento

continuará mesmo para temperaturas e umidade inferiores às necessárias para que haja

invasão destes nas sementes sadias.

De acordo com Dhingra (1985) impurezas como resíduos de caule e folhas,

poeira, pequenos torrões de terra, presentes no lote de sementes são mais absorventes e

retentoras de umidade, fazendo com que o lote fique mais susceptível ao crescimento

fúngico. O crescimento de fungos, nessas impurezas, produz água metabólica que,

absorvida pelas sementes ao redor, faz com que seu teor de umidade aumente.

De acordo com a Figura 1, no substrato BDA, Rhizopus sp. apresentou tendência

na redução dos seus esporos com as concentrações do extrato testados. Por outro lado,

C. globosum demonstrou crescimento contínuo, e os fungos Sphaeroteca sp.,

Penicillium sp. e A. flavus revelaram elevado crescimento com as concentrações de 10 e

30%, respectivamente. Resultados semelhantes com A. flavus ocorreu em Aspergillus

sp. utilizando substrato papel. O Penicillium sp. e C. globosum apresentaram

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desenvolvimento similares mantendo-se praticamente constate nas concentrações

utilizadas (Figura 2). O maior crescimento de Rhizopus sp., Sphaeroteca sp., A. flavus e

Aspergillus sp. foi com a concentração de 40% do extrato de melão-de-são-caetano

(Tabela 2).

Scussel (1998) relata que espécies micotoxigênicas podem ser encontradas em

todos os principais grupos de fungos, sendo que os gêneros Aspergillus, Penicillium e

Fusarium são os maiores produtores destes metabólitos. A qualidade fisiológica da

semente armazenada é muito influenciada pelo tipo de embalagem utilizada durante o

período de armazenamento, favorecendo também o desenvolvimento de

microorganismos.

A avaliação da qualidade sanitária das sementes com o emprego de extratos

vegetais têm sido analisada por diversos autores como Khan (1993), Von Pinho et al.

(1995), Carvalho et al. (1999), Souza et al. (2002), Pereira et al. (2006), onde

demonstraram que os extratos além de proporcionar redução na micoflora, promoveram

aumento do poder germinativo de sementes. No presente trabalho o extrato de melão-

de-são-caetano surtiu efeito para C. globosum, conforme mencionado, porém apresentou

variações para os demais fungos encontrados nas sementes de M. glaziovii. Com esses

resultados, sugerimos utilizações de concentrações elevadas para avaliar a utilização do

extrato de melão-de-são-caetano na redução da micoflora em M. glaziovii, visto que a

utilização de extratos proporciona equilíbrio ecológico, contrapondo aos produtos

químicos, além dos custos reduzidos aos produtores agrícolas.

CONCLUSÕES

O controle de fitopatógenos utilizando produtos naturais é possível dependendo do tipo

de produto e concentrações utilizados;

O extrato aquoso de melão-de-são-caetano apresentou efeito inibitório no

desenvolvimento de C. globosum em sementes de M. glaziovii, porém havendo

necessidade de testar outras concentrações, para melhores resultados como agente

antifúngico.

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Figura 1. Crescimento micelial em sementes de Manihot glaziovii, no substrato BDA,

tratadas com diferentes concentrações do extrato de melão-de-são-caetano.

Tabela 1. Incidência de Fungos em Sementes de Manihot glaziovii, Tratadas com

Extratos de Melão-de-São-Caetano, em Diferentes Concentrações e nos substratos BDA

e Papel de Filtro.

Concentrações Extrato de Melão de São Caetano (%)

Substrato 0 10 20 30 40

Rhizopus sp.

BDA 2,89a 2,99a 2,84a 2,64a 2,05a

PAPEL 1,45b 2,35b 2,02b 2,21a 2,52a

Sphaerotheca sp.

BDA 2,07a 2,13a 1,73a 1,99a 2,04a

PAPEL 2,02a 1,89a 2,16a 1,70a 2,35a

Aspergillus flavus

BDA 1,16a 1,01a 0,93b 1,45a 1,13b

PAPEL 0,81a 0,86a 1,20a 0,86b 1,87a

Chaetomiun globosum

BDA 1,01a 1,56a 1,57a 1,80a 2,23a

PAPEL 0,84a 0,70b 0,70b 0,70b 0,70b

Penicillium sp.

BDA 0,79a 0,86a 1,18a 0,91a 0,70a

PAPEL 0,98a 0,81a 0,81b 0,81a 0,81a

Aspergillus sp.

BDA 0,91a 1,24a 1,65a 1,75a 0,98b

PAPEL 0,86a 0,70b 0,70b 1,25a 1,65a

Médias seguidas de mesma letra, na coluna, não diferem a 1% de probabilidade pelo Teste de

Tukey.

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Figura 2. Crescimento micelial em sementes de Manihot glaziovii, no substrato papel,

tratadas com diferentes concentrações do extrato de melão-de-são-caetano.

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MANUSCRITO 4

Protocolo para realização do teste de tetrazólio em sementes de Manihot glaziovii

Müll. Arg.

Protocol for the tetrazolium test accomplishment in Manihot glaziovii Müll. Arg.

seeds

RESUMO

A utilização do teste de tetrazólio é importante para avaliação rápida da qualidade das

sementes, indicando a viabilidade e vigor, além de possibilitar as causas da deterioração

de sementes. O objetivo deste trabalho foi propor uma metodologia adequada para a

realização do teste de tetrazólio em sementes de Manihot glaziovii. Inicialmente foram

pesquisados os seguintes métodos de pré-condicionamento à 30ºC: água quente (90ºC)

por 10, 20 e 30 minutos; imersão direta em água por 18, 24 e 48 horas, seguido de

escarificação lateral (um e dois lados) e total; escarificação lateral (um e dois lados) e

total, imersão em água (18 e 24 horas); escarificação total, abertura da semente e

imersão em água (18 e 24 horas); fissura com prensa mecânica, imersão em água (18 e

24 horas); embebição em papel toalha umedecido, (água equivalente a 2,5 vezes o peso

do papel seco), por 18 e 24 h, e escarificação total, além da testemunha que foi

diretamente imersa na solução de tetrazólio. Em todos os métodos testados as sementes

foram colocadas em solução 2,3,5 trifenil cloreto de tetrazólio por 18 e 24 horas, em

germinador à 30ºC, nas concentrações de 0,50, 0075 e 1%. É possível e viável a

utilização do teste de tetrazólio em sementes de M. glaziovii, sendo necessário para o

obtenção da coloração ideal realizar abertura nas sementes com prensa mecânica,

embebição em água por 18 horas e imersão em solução de tetrazólio a 0,075% por 24

horas.

Palavras-chave: Análise de Sementes, Maniçoba, Pré-Condicionamento e Viabilidade

de Sementes.

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ABSTRACT

The tetrazolium test use is important for fast seed quality evaluation, indicating the

viability and vigor, beyond making possible the seed deterioration causes. The objective

of this work was to propose an adjusted methodology for the tetrazolium test

accomplishment in Manihot glaziovii seeds. Initially the following pre-conditioning

methods at 30ºC had been searched: hot water for 10, 20 and 30 minutes; direct

immersion in water for 18, 24 and 48 hours, followed by lateral scarification (one and

two sides) and total; lateral scarification (one and two sides) and total, immersion in

water (18 and 24 hours); total scarification, seed opening and immersion in water (18

and 24 hours); fiction with mechanic press, immersion in water (18 and 24 hours);

imbibition in humidified paper towel, (water equivalent to 2,5 times the dry paper

weight), for 18 and 24 h, and total scarification, beyond the witness who was directly

immersed in tetrazolium solution. In all tested methods the seeds had been placed in

2,3,5 trifenil tetrazolium chloride solution for 18 and 24 hours, in BOD at (30ºC). It is

possible and viable the tetrazolium test use in M. glaziovii seeds, being necessary for

attainment of the ideal coloration to carry through fiction in seeds with mechanic press,

imbibition in water for 18 hours and immersion in 0.075% tetrazolium solution for 24

hours.

Key word: seed analysis, maniçoba, pre-conditioning and seed viability.

INTRODUÇÃO

As plantas da caatinga têm despertado interesse dos pesquisadores,

principalmente aquelas com potencial forrageiro, a exemplo de Manihot glaziovii

conhecida popularmente como maniçoba (SILVA et al., 2007). Esta espécie é

pertencente à família Euphorbiaceae e encontra-se bastante difundida no Nordeste

Brasileiro. Em condições naturais suas sementes apresentam porcentagem de

germinação devida impermeabilidade do tegumento, sendo fundamental a quebra da

dormência das sementes para obtenção de sucesso na propagação desta espécie

(MARTINS et al., 2007).

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As pesquisas em tecnologia e análise de sementes possibilitam desenvolver e

aprimorar testes que avaliem a qualidade da semente, principalmente em espécies, que

requerem longo período de germinação (OLIVEIRA et al., 2005 a). Uma alternativa

promissora que vem sendo utilizada é o teste de tetrazólio, pela rapidez na determinação

da viabilidade e do vigor da semente (VIEIRA & CARVALHO, 1994). O teste se

baseia na atividade das enzimas desidrogenases, especificamente a desidrogenase do

ácido málico, responsável por reduzir o sal de tetrazólio nos tecidos vivos das sementes,

no qual íons de H+ são transferidos para o referido sal. Pela hidrogenação do 2, 3, 5

trifenil cloreto de tetrazólio é produzida nas células vivas uma substância vermelha,

estável e não difusível, o trifenil formazan, indicando atividade respiratória nas

mitocôndrias e, portanto, o tecido viável (SAWMA & MOHLER, 2002; BORZA et al.,

2007). Tecidos mortos (não viáveis) não reagem com a solução conservando a sua

coloração natural ou amarelada e textura flácida (DELOUCHE et al., 1976). Trata-se de

um teste que através da coloração obtida nas diferentes partes da semente permite

identificar, muitas vezes, as causas da perda da viabilidade e do vigor (BHERING et

al., 2005).

Para realização do teste de tetrazólio são necessários procedimentos, relativos ao

pré-condicionamento, que visam a penetração da solução nos tecidos a serem avaliados.

Para facilitar a penetração da solução de tetrazólio, em algumas espécies, são

necessários cortes, punções ou abertura da semente (BRASIL, 1992). Em sementes de

espécies florestais diversos tratamentos de pré-condicionamento vêm sendo utilizados

como corte, escarificação e embebição em água (DAVIDE et al., 1995; MALAVASI et

al., 1996; FERREIRA et al., 2001; MENDONÇA et al., 2001; OLIVEIRA, 2004).

Considerando que a maioria das espécies florestais exige longo período para germinar,

até um ano com sementes de Bertholletia excelsa (castanha-do-pará) ou seis meses com

sementes de Joahnesia princeps (boleira), o desenvolvimento de testes rápidos e

eficientes para a avaliação da viabilidade de sementes é necessário (PIÑA-

RODRIGUES & SANTOS, 1988).

Assim, a metodologia para o teste de tetrazólio vem sendo estudada para

diversas espécies florestais como jenipapo (NASCIMENTO & CARVALHO, 1998);

farinha seca (ZUCARELI et al., 2001); araucária (SOROL & PÉREZ, 2001); canafístula

(OLIVEIRA et al., 2001a); copaíba (FOGAÇA et al., 2001); guapuruvu (PAULA et al.,

2001); ipê-amarelo (OLIVEIRA et al., 2001b); louro pardo (MENDONÇA et al., 2001)

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e pata-de-vaca (KROHN et al., 2001). Cabe ressaltar a importância desse teste para a

maniçoba, pelo fato da espécie também apresentar uma germinação lenta e desuniforme,

devido a barreira existente do tegumento, sendo, portanto, de suma importância para

identificar a viabilidade das sementes. No entanto, metodologias consolidadas e, por

conseguinte, mais eficiente para o teste de tetrazólio estão restritas a poucas espécies

como soja (Glycine max) (FRANÇA NETO et al., 1998), algodão (Gossypium

hirsutum) (VIEIRA & PINHO, 1999), amendoim (Arachis hipogeae) (BITTENCOURT

& VIEIRA et al., 1999), maracujá-doce (Passiflora alate) (MALAVASI et al., 2001;

BHERING, 2005), abóbora (Cucurbita pepo) (BARROS, 2002).

Pelo exposto este trabalho teve como objetivo desenvolver um protocolo para o

uso de tetrazólio envolvendo concentração, tempo de exposição e preparo das sementes

para aplicação do teste, contribuindo assim para avaliação correta da qualidade das

sementes de Manihot glaziovii.

MATERIAL E MÉTODOS

O trabalho foi conduzido no Laboratório de Análise de sementes, da

Universidade Federal da Paraíba em Areia-PB, entre os meses de junho e outubro de

2008, utilizando-se sementes de M. glaziovii, provenientes da EMBRAPA Semi-Árido,

Petrolina-PE, safra jan/2008. As sementes adquiridas foram acondicionadas em

embalagens impermeáveis (sacos de polietileno) e armazenadas durante cinco meses

sob temperatura ambiente (28+2ºC).

Para a avaliação da viabilidade das sementes, pelo teste de tetrazólio, estudaram-

se inicialmente os seguintes métodos de pré-condicionamento à temperatura de 30ºC: T0

= semente imersa diretamente na solução de tetrazólio nas concentrações de 0,075; 0,5 e

0,1% (testemunhas); T1, T2 e T3 = água quente (95 ºC) por 10, 20 e 30 minutos,

respectivamente; T4, T5 e T6 = imersão direta em água por 18h, seguida de escarificação

lateral (um dos lados-T4); seguida de escarificação lateral (nos dois lados -T5); e seguida

de escarificação total (T6); T7,T8 e T9= imersão direta em água por 24h, seguida de

escarificação lateral (um dos lados-T7); seguida de escarificação lateral (nos dois lados -

T8) e seguida de escarificação total - T9; T10, T11 e T12 = imersão direta em água por 48h,

seguida de escarificação lateral (um dos lados-T10); seguida de escarificação lateral (nos

dois lados-T11) e seguida de escarificação total (T12); T13 e T14 = escarificação total,

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seguida de abertura da semente e imersão em água por 18 e 24h, respectivamente; T15 e

T16= escarificação lateral seguida de imersão em água por 18 e 24h, respectivamente;

T17 e T18= escarificação total seguida de imersão em água por 18 e 24h,

respectivamente; T19 e T20= abertura total na semente, com o auxílio de uma prensa

mecânico (Anexo 1), seguida de imersão em água por 18 e 24h, respectivamente; T21 e

T22= embebição em papel toalha umedecido, (água equivalente a 2,5 vezes o peso do

papel seco), por 18 e 24 h, seguida de escarificação total, respectivamente.

Em todos os pré-condicionamentos testados as sementes foram colocadas em

solução de 2,3,5 trifenil cloreto de tetrazólio, para coloração, nas concentrações de

0,075; 0,5 e 0,1% durante 18 e 24h, no escuro e em BOD à 30 ºC. Após cada período, as

sementes foram lavadas em água corrente e mantidos submersos em água até o

momento da avaliação. Os embriões foram analisados individualmente, observando-se a

ocorrência de danos nas faces dos cotilédones (interna e externa) e do eixo embrionário,

verificando-se ainda a profundidade de cada dano e a sua distância em relação as áreas

vitais. A metodologia para o teste de tetrazólio nas sementes de M. glaziovii foi baseada

em Ricinus, conforme Manual de Ensayos Al Tetrazólio (MOORE, 1985), no qual é

proposto o pré-condicionamento de 18 h os seguintes tratamentos para o preparo

posterior a umidificação: cortar as sementes longitudinalmente através da cobertura

seminal (e do tecido nutritivo, caso exista) ou eliminar o extremo distal da semente

(incluindo o fragmento do tecido nutritivo). O referido autor indica de 6-24 horas para o

período de coloração, na solução de tetrazólio. Foram consideradas áreas vitais o eixo-

hipocótilo-radícula e a região de inserção entre os cotilédones e o eixo embriônico.

A diferenciação de cores dos tecidos foi observada de acordo com os critérios

estabelecidos por Moore (1985), ou seja, vermelho brilhante ou rosa brilhante (tecido

vivo e vigoroso), vermelho carmim forte (tecido em deterioração) e branco ou

amarelado (tecido morto). A interpretação foi realizada com auxílio de lupa de seis

aumentos (6x), com iluminação fluorescente. Definida a metodologia mais adequada

para o pré-condicionamento, concentração da solução e coloração das sementes, esta foi

aplicada por diversas vezes para obtenção correta das principais alterações. As classes

de viabilidade foram estabelecidas, sendo assim cada semente classificada em viável e

inviável conforme coloração dos tecidos do embrião, presença e localização dos danos.

A fim de facilitar a interpretação do teste de tetrazólio foi realizado o estudo

morfológico das sementes de M. glaziovii. A caracterização morfológica das sementes

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maduras foi realizada conforme Damião-Filho & Môro (2001), examinando

características externas das sementes secas e as características internas que foram feitas

mediante corte longitudinal e transversal na semente, verificando-se a presença do

tecido de reserva, posição e forma do embrião, bem como a forma dos cotilédones e do

eixo hipocótilo-radícula. A documentação das estruturas foi feita mediante o auxílio de

lupa de seis aumentos (6x).

RESULTADOS E DISCUSSÃO

As sementes de M. glaziovii (Figura 1) apresentam formato ovóide, tamanhos

variados, manchas irregulares, com coloração escura brilhante e fundo acinzentado ou

ainda marron nas faces dorsal e ventral. Na face ventral encontra-se a carúncula e a rafe

e na parte dorsal a anti-rafe, o endosperma apresenta consistência firme e coloração

esbranquiçada. O embrião é axial, reto, espatulado, esbranquiçado, localizado na porção

inferior da semente e com aproximadamente 2mm de comprimento. Os cotilédones,

também esbranquiçados, são do tipo foliáceos.

Na tabela 1 está apresentado um resumo geral das várias condições de preparo e

de coloração a que foram submetidas às sementes de Manihot glaziovii durante o

desenvolvimento do teste de tetrazólio. Os períodos (18 e 24 horas) e temperatura

11mm

ct

em

tg ar

cr

e

m

m 5,4mm

8,6mm

r

Figura 1. Morfologia da semente de Manihot glaziovii: a – Face dorsal e ventral, ar

(anti-rafe na face dorsal da semente), cr (carúncula), r (rafe na face ventral); b – corte

longitudinal, ct (cotilédone), em (eixo embrionário), tg (tegumento); c – corte

transversal, e (endosperma).

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(30ºC) de pré-condicionamento foram constantes. Dentre os métodos de pré-

condicionamento testados, verificou-se que as sementes imersas diretamente na solução

de tetrazólio (testemunha) e as imersas em água quente por 18 e 24 horas não coloriram.

Esta ausência de coloração pode ser decorrente da presença do tegumento impermeável,

característico desta espécie, dificultando assim penetração da solução de tetrazólio.

Sementes com tegumento espesso e duro, o mesmo deve ser removido antes da

coloração, como é o caso de algumas espécies florestais (GERA et al., 1998; FOGAÇA,

2000; OLIVEIRA et al., 2005a; OLIVEIRA et al., 2005b).

Tabela1. Preparo e coloração de sementes de Manihot glaziovii submetidas a diferentes

condições, tratamentos e pré-condicionamento, na temperatura de 30ºC.

Tempo de

embebição

das

sementes

(horas)

Forma de

embebição

Tratamento na

semente

Concentração da

solução (%)

Coloração

obtida

Sem - **Testemunha 0,075; 0,50 e 0,1 NC

Sem 1 Água quente por,

10, 20 e 30 minutos

0,075; 0,50 e 0,1 NC

18, 24 e 48 1 Escarificação lateral

(um dos lados)

0,075; 0,50 e 0,1 CLE

1 Escarificação (nos

dois lados)

0,075; 0,50 e 0,1 CLE

1 Escarificação total 0,075; 0,50 e 0,1 CLE

18 e 24 1 *Escarificação

lateral (um dos

lados)

0,075; 0,50 e 0,1 CLE

1 *Escarificação

lateral (nos dois

lados)

0,075; 0,50 e 0,1 CLE

1 *Escarificação total 0,075; 0,50 e 0,1 CI

1 *Escarificação total

seguida da abertura

da semente

0,075; 0,50 e 0,1 CI

1 *Fissura total

(prensa mecânica)

0,075; 0,50 CA

1 *Fissura total

(prensa mecânica)

0,1 CIN

2 Escarificação total 0,075; 0,50 e 0,1 CLE

*O tratamento na semente foi realizado antes do período de embebição e **testemunha imersa

diretamente na solução de tetrazólio. NC= não coloriu; CLE= coloração no local da

escarificação; CI= coloração intensa; CA= coloração adequada; CIN= coloração inadequada; 1=

em água e 2= rolo de papel.

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As sementes de Manihot, imersas diretamente em água e em rolo de papel por

18, 24 e 48 horas, seguida de escarificação lateral e total, sem abertura da semente,

apresentaram coloração apenas no local do tratamento, mesmo quando utilizado a

concentração da solução de tetrazólio a 1% por 24 horas. Por outro lado, quando

escarificadas totalmente, procedendo-se em seguida a abertura da semente, a coloração

foi inadequada (vermelho intenso). Provavelmente o contato direto da solução com a

estrutura interna da semente em função do tempo de exposição possibilitou uma

coloração vermelha intensa nas sementes, o que torna insatisfatório para a avaliação da

qualidade da semente. Procedendo-se a abertura total com a prensa mecânica, seguido

de embebição por 18 e 24 horas, nas concentrações de 0,075 e 0,50%, nos três tempos

testados, a coloração foi satisfatória em toda semente e com intensidade adequada,

permitindo análise e interpretação dos resultados.

O pré-condicionamento visa principalmente a facilitar a penetração da solução

de tetrazólio através dos tegumentos e os tratamentos realizados nas sementes para

otimizar o contato com a solução, bem como o tempo de exposição, são considerados

fatores essenciais para o sucesso do teste de tetrazólio. Zucareli et al. (2001) e Oliveira

et al. (2005 b) verificaram em sementes de Tabebuia sp. que apenas cortes ou punções

não são suficientes para a penetração da solução, necessitando de uma abertura total dos

tegumentos. Tal fato também foi observado nas sementes de maniçoba, em que a

presença dos tegumentos contribuiu para uma desuniformidade ou ausência de

coloração nas partes vitais do embrião (Figura 2. 1-3).

Zucareli et al. (2001) ainda ressaltam que danos causados no momento da

realização do pré-condicionamento devem ser atentamente observados, pois, a

dificuldade na diferenciação dos danos originais da semente e os causados pela

realização de cortes podem resultar em erros de interpretação pelo analista. O mesmo

foi constatado por Wetzel et al. (1992) em sementes de Hevea brasiliensis (seringueira),

por Oliveira et al. (2003) em Peltophorum dubium (canafístula) e ainda por Zucareli et

al. (2001) em sementes de Albizia hasslerii (farinha-seca).

O teste de tetrazólio foi padronizado para outras espécies da família

Euphorbiaceae, a exemplo de Hevea brasilienses, onde a concentração adequada foi

0,1% de solução de tetrazólio e período de coloração de 3 horas, à 40ºC (MARCOS

FILHO et al. 1987). As Regras para Análise de Sementes (BRASIL, 1992) indicam para

sementes de Euphorbia sp. a concentração de 0,5% a 0,1% de solução de tetrazólio e

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para Ricinus sp, 1,0%; nas duas espécies o período para o desenvolvimento da coloração

é de 6 a 24 horas, em temperatura de 30ºC. Na avaliação da viabilidade das sementes de

Jatropha elliptica (jalapa), de acordo com Ãnez et al. (2007), a concentração ideal da

solução de tetrazólio é 0,5%, também à 30ºC, com tempo de coloração de 1 hora e 30

minutos. De acordo com Oliveira et al. (2006) em Ricinus communis a embebição das

sementes em água a 30 ºC por 3 horas, seguida da retirada dos tegumentos e cortes nas

laterais do embrião; e a imersão dos embriões em 0,5% da solução de tetrazólio, a 30ºC

por 6 horas são metodologias eficientes na avaliação da qualidade de sementes de

mamona.

As concentrações da solução de tetrazólio usadas neste ensaio proporcionaram

variações na coloração nos embriões de Manihot (Figura 2). As de 0,5 e 0,075%

desenvolveram coloração semelhante, onde os tecidos viáveis coloriram-se

uniformemente, estando de acordo com as observações feitas por Moore (1985).

Todavia é indicado o uso da solução a 0,075%, considerando que o sal de tetrazólio é de

alto custo e que a concentração de 0,5% requer maior quantidade deste sal.

Considerando-se a concentração de 0,075%, o tempo de pré-condicionamento de 18

horas se destacou dos demais, seguido de coloração à 24 horas. Conforme os dados

apresentados, as condições empregadas para a avaliação da eficiência do teste de

tetrazólio foram definidas levando-se em consideração, a facilidade de exposição dos

tecidos, a economicidade e a rapidez para a obtenção dos resultados.

Definida a metodologia de pré-condicionamento, concentração da solução e

coloração, foi estabelecida as classes, onde cada semente de Manihot avaliada foi

qualificada em uma das classes (Figura 3), com base nas observações de intensidade de

coloração, profundidade e localização dos danos. Cada foto representa uma semente que

foi seccionada longitudinalmente. As duas faces da semente são ilustradas, sendo que

não foi possível mostrar a superfície externa devido a mesma encontrar-se

profundamente aderida ao tegumento.

Classe 1 – Sementes viáveis: embrião com coloração rósea uniforme

apresentando tecidos com aspecto normal e firme (Figura 3. 1-3).

Classe 2 - Sementes viáveis: semelhante a anterior, só que com pequenas

manchas superficiais avermelhadas ou descoloridas nos cotilédones (Figura 3. 4-6);

Classe 3 – Sementes viáveis: com coloração branco leitoso em menos de 50%

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dos cotilédones, identificando tecido em deterioração. Extremidade da radícula com

pequenas áreas descoloridas ou de coloração vermelho intenso (Figura 3. 7 e 8);

Classe 4 – Sementes inviáveis: ambos os cotilédones com aproximadamente 50%

branco leitoso ou com pequenas áreas vermelho intenso; extremidade da radícula

vermelho intenso ou ainda o eixo embrionário com regiões críticas descoloridas (Figura

3. 9-12).

Classe 5 – Sementes inviáveis: região vascular descolorida ou com coloração

vermelho intenso e cotilédones com mais de 50% descoloridos (Figura 3. 13-15).

Classe 6 – Sementes mortas: totalmente branca, em estágio total de deterioração

e embrião descolorido (Figura 3. 16-18).

CONCLUSÕES

O teste de tetrazólio pode ser utilizado para avaliar com rapidez a viabilidade das

sementes de Manihot glaziovii;

Considerando-se a praticidade operacional, economicidade do processo e

urgência nos resultados, recomenda-se que as sementes sejam submetidas à condição de

preparo com prensa mecânico (promovendo a abertura total), seguida de embebição em

água por 18 horas e coloridas à 30ºC, na concentração de 0,075% de solução de

tetrazólio durante 24 horas.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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ANEXOS

Figura 2. Testes preliminares de tetrazólio (TZ), em sementes de M. glaziovii. Escarificação total

seguido de embebição por 24h e imersão em TZ (0,075%) por 24h (1- 3); Escarificação total,

abertura da semente, seguido de embebição por 24h e imersão em TZ (0,075%) por 24h (4-9);

Escarificação total, abertura da semente, seguido de embebição por 18h e imersão em TZ (0,5%)

por 18h (10-13); Escarificação total, abertura da semente, seguido de embebição por 24h e imersão

em TZ (0,1%) por 24h (14); Escarificação total, embebição por 24h e imersão em TZ (0,5%) por

24h (15); Escarificação total, embebição por 18h e imersão em TZ (0,5%) por 24h (16); Fissura

com prensa mecânica, seguido de embebição por 18 h TZ (0,075%) por 24h (17 e 18).

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Figura 3. Classe para a determinação da viabilidade das sementes de M. glaziovii.

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ANEXOS

MANUSCRITO 3

Tabela 1. Resumo da análise de variância da incidência de fungos em sementes de

Manihot glaziovii.

QUADRADO MÉDIO

F.V

GL RHI.

SPHA.

FLA.

GLOB.

PEN.

ASP.

Substratos 1 8.184** 0.225ns

0.009ns

20.453** 0.057ns

1.871**

Extratos 4 0.705ns

0.333ns

1.017** 0.779** 0.154ns

1.268**

Subs x Ext. 4 2.379** 0.522ns

1.403** 1.221** 0.240** 1.888**

Resíduo 90 0.329 0.304 0,177 0.259 0.075 0.217

CV (%) 23.90 27.41 37.17 42.09 31.50 39.70

NS e ** = não significativo e significativo a 1% de probabilidade, respectivamente pelo Teste F.

RHI = Rhisopus sp; SPHA = Sphaeratheca sp.; FLA = Aspergillus flavus; GLOB = Chaetomiun

globosum; PEN = Penicillium sp.; ASP = Aspergillus sp.

Tabela 2. Quadrados médios para os dados para a regressão no substrato BDA.

FONTE DE

VARIAÇÃO

QUADRADOS MÉDIOS

¹RHI SPH FLA CHA PEN ASP

Regressão Linear 4,120** 0,04ns

0,144ns

7,182** 0,016ns

0,422**

Regressão

Quadrática

1,460** 0,292ns

0,048ns

0,000ns

0,944** 4,500**

Regressão Cúbica 0,019ns

0,062ns

0,828** 0,547** 0,036ns

0,92**

Desvio 0,041 0,565 0,554 0,086 0,317 0,041

¹RHI = Rhizopus sp.; SPH = Sphaeratheca sp.; FLA = Aspergillus flavus; CHA = Chaetomiun globosum;

PEN = Penicillium sp.; ASP = Aspergillus sp.

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Tabela 3. Quadrados médios para os dados para a regressão no substrato Papel.

FONTE DE

VARIAÇÃO

QUADRADOS MÉDIOS

¹RHI SPH FLA CHA PEN ASP

Regressão Linear 3,920** 0,220ns

4,494** 0,078** 0,156** 4,536*

*

Regressão Quadrática 0,330ns

0,492ns

1,098ns

0,056** 0,082** 1,992*

*

Regressão Cúbica 1,795** 0,504ns

1,123ns

0,019** 0,028** 0,096ns

Desvio 0,666 1,260 1,285 0,028 0,041 0,169

¹RHI = Rhizopus sp.; SPH = Sphaeratheca sp.; FLA = Aspergillus flavus; CHA = Chaetomiun

globosum; PEN = Penicillium sp.; ASP = Aspergillus sp.

MANUSCRITO 4

Anexo1. Prensa mecânica utilizada para abertura das sementes de M.

glaziovii no teste de tetrazólio.

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