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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA CENTRO TECNOLÓGICO DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL Trabalho 1 – Tarifas CELESC Disciplina: Instalações II Aluna: Matrícula: FLORIANÓPOLIS,

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Trabalho sobre as tarifas de energia da concessionaria celesc

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Page 1: Tarifas de energia

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINACENTRO TECNOLÓGICODEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL

Trabalho 1 – Tarifas CELESC

Disciplina: Instalações IIAluna: Matrícula:

FLORIANÓPOLIS,AGOSTO 2015.

Page 2: Tarifas de energia

Resumo

Devido à instabilidade econômica e climática vivida pelo Brasil no último ano, a população observou o custo da energia elétrica subir continuamente. Porém, é possível perceber também que grande parte da população não conhece o sistema de cobrança ou os itens que compõe a fatura. Com o objetivo de difundir a metodologia de cálculo utilizada nas contas de energia elétrica e alertar o cidadão brasileiro dos altos impostos cobrados, este trabalho foi elaborado.

Palavras-chave: instabilidade, energia elétrica, fatura.

Page 3: Tarifas de energia

Sumário

1. Introdução...........................................................................................................................4

Questão 1. ............................................................................................................................5

Questão 2. ............................................................................................................................6

Questão 3. ............................................................................................................................9

Questão 4. ..........................................................................................................................10

Questão 5. ..........................................................................................................................11

Questão 6. ..........................................................................................................................12

Questão 7. ..........................................................................................................................13

2. Conclusão.........................................................................................................................15

3. Bibliografia.......................................................................................................................16

4. Anexos..............................................................................................................................17

Page 4: Tarifas de energia

1. Introdução

O setor elétrico brasileiro depende de diversas fontes, a termoelétrica, a nuclear, a eólica, a solar e principalmente a hidroelétrica. Por esse motivo qualquer sensível alteração climática o sistema sofre acréscimos indesejáveis e desbalanço nas despesas mensais do consumidor. De fato, o território tem dimensão continental, não sendo tarefa fácil levar energia a todos os consumidores de maneira eficiente e atendendo às expectativas do consumidor de maneira completa.

Além disso, o sistema é complexo, envolve a geração, transporte, a distribuição para finalmente chegar ao consumo. O processo decisório e o projeto de engenharia são de fundamental importância para extrair o máximo da fonte energética, de maneira rentável e eficiente, mas ao mesmo tempo sustentável e com menor impacto para o meio ambiente e comunidades próximas a rede de distribuição e a geradora.

O setor energético no Brasil é assunto tão atual e relevante, que aborda campos como o meio ambiente, comportamento social, cooperação e economia. Por esse motivo, a crise que afetou o país em 2014 e 2015 é complexa e não depende apenas de uma parcela de profissionais ou da população para ser solucionada. Pra tanto, é de suma importância o conhecimento dos mecanismos de cobrança utilizados pelas concessionárias por todos os consumidores.

Page 5: Tarifas de energia

Trabalho 1 – Tarifas Celesc

Questão 1. Entrar na página da concessionária / ligar para o atendimento e descrever os procedimentos e documentos necessários para solicitação de uma nova ligação em BT (Baixa Tensão) no município de Florianópolis.

A informação pode ser encontrada no site da concessionária Celesc e fornece informações a cerca de novas ligações na rede. Primeiramente, o consumidor deve informar as unidades de atendimento desta pelo tele atendimento 0800 48 0120, devendo portar em alguns casos específicos documentos como licenças ambientais e da prefeitura.

Logo, o usuário deve informar que o padrão de entrada, que são o conjunto de equipamentos, condutores e acessórios instalados desde o ponto de derivação da rede de baixa tensão de Celesc até a medição, estão preparados, qual a relação de equipamento/carga elétrica a ser utilizada no imóvel, se a ligação é monofásica, bifásica ou trifásica e, por fim, o endereço da propriedade e ponto de referência.

Caso o cliente que solicitar a ligação apresente algum débito e alegar que o débito não é seu, deve comprovar por meio de documentos, como transferência de locação ou contrato de compra e venda do imóvel ou escritura.

Enfim, são exigidos alguns documentos, listados a seguir:

Para Pessoa Física: originais ou cópia autenticada de um documento oficial com foto, como CPF, carteira de identidade ou de motorista. No caso des, são pedidos CPF e RNE ou Passaporte e para indígenas é admitido RANI (Registro Administrativo de Nascimento Indígena).

Para Pessoa Jurídica:i. Quando organizações regidas por contrato social: original ou cópia

autenticada do contrato social e última alteração contratual, cartão do CNPJ, original ou cópia autenticada do documento de identificação oficial com foto e CPF do representante legal (sócio);

ii. Organizações regidas por estatuto: original ou cópia autenticada do estatuto, cartão do CNPJ, original ou cópia autenticada do documento de identificação oficial com foto e CPF do representante legal, além de documentação que lhe habilite (ata de nomeação de síndico, ata de eleição de presidência, ata de administrador legal, etc.;

iii. Empresário Individual (EI) ou Micro Empresário Individual (MEI): original ou cópia autenticada do requerimento de EI ou MEI, cartão do CNPJ, original ou cópia autenticada do documento de identificação oficial com foto e CPF do empresário.

iv. ; Imóveis rurais: certificado de imóvel feito pelo Incra, comprovante de produtor rural,

documento oficial com foto.

A Celesc tem, a partir da data do pedido, até três dias úteis para a executar a vistoria e dois para realizar o serviço em área urbana e cinco dias para ambs os serviços em áreas rurais, segundo os artigo 30 e 31 da Resolução 414/10/ANEEL. Não são cobradas taxas caso a instalação elétrica atenda os padrões técnicos vigentes.

Page 6: Tarifas de energia

Questão 2. De posse de uma fatura de Energia Elétrica (com consumo maior de 150kh/mês), descreva e coloque as porcentagem das diferentes taxas e cobranças embutidas no custo da energia. Verificar alíquotas do ICMS em SC.

Segundo a Celesc, o cálculo da tarifa é calculado da seguinte forma:

“Estimam-se os custos com geração, transmissão e distribuição de energia. Acrescentam-se os valores estipulados como encargos e divide-se esse valor pelo mercado da distribuidora para obter a tarifa a ser cobrada dos consumidores. Sobre esse valor ainda incidem PIS, COFINS E ICMS.”

Desses tributos são aplicáveis ao setor elétrico, federais: Programas de Integração Social (PIS) e Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (COFINS), estaduais: Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) e municipais Contribuição para Custeio de Iluminação Pública (CIP ou COSIP). A Celesc diferencia ainda uma Tarifa Setorial de Energia Elétrica (TSEE) para famílias classificadas na Subclasse Residencial Baixa Renda.

A conta acima é referente ao mês de fevereiro de 2015, e teve um consumo de 467 kWh para 28 dias, com consumo médio por dia de 16,69 kWh, considerado alto. Os motivos para o consumo elevado seriam provavelmente o uso de ar condicionados e o maior número de banhos tomados no verão, além do baixo regime de chuvas no país nessa época. O Brasil adotou o sistema de bandeiras, que reglam a tarifa de acordo com a facilidade o dificuldade de geração de energia. São três:

Bandeira Verde: não há acréscimo na conta, pois há condições favoráveis de geração de energia;

Bandeira Amarela: condições piores para geração, com acréscimo de R$ 2,50 para cada 100 kWh consumidos;

Bandeira Vermelha: condições desfavoráveis parageração de energia, com acréscimo de R$ 5,50 para cada 100 kWh consumidos.

Page 7: Tarifas de energia

Além disso, podemos inferir que, na conta observada, temos a seguinte composição de cobrança:

Energia: R$ 128,54 (53,6%) Distribuição: R$ 37,19 (15,51%)

Transmissão: R$ 6,53 (2,72%) Tributos: R$ 60,70 (25,31%)

Encargos Setoriais: R$ 6,82 (2,84%)

Para o cálculo da fatura, foram calculadas multiplicações pelos consumos e soma dos subtotais, respeitando a regra de tarifa para a Tarifa de energia (TE) e para a Tarifa de Distribuição (TU):

150 x 0,4209= R$ 63,13 317 x 0,4981 = R$ 157,89Total = R$ 221,02

As tarifas foram calculadas da seguinte maneira:

Tarifa Final=Tarifa Homologada¿¿

Os tributos PIS, COFINS e ICMS estão especificados no final dessa mesma questão.

Para fevereiro de 2015, data da conta utilizada, a tarifa homologada era de 0,35349 R$/kWh, segundo a Resolução Homologatória Nº 1770 Publicada em 07/08/2014. Esta teve mais duas alterações em seguida, nas datas de 02/03/2015 e 06/08/2015. Continuando com os cálculos, temos:

Para até 150 kWh

Tarifa Final=0,35349¿¿

Tarifa Final=0,7209

Para tarifas acima de 150 kWh

Tarifa Final=0,35349¿¿

Tarifa Final=0,4981

Para compor o total da fatura, devemos adicionar a cobrança por bandeira vermelha e o COSIP. O COSIP é cobrado de acordo com faixas de consumo, no município de São José, medidas em kWh. Com o consumo de 467 kWh, a cobrança deve ser de R$ 19,44.

Page 8: Tarifas de energia

Tarifa de consumo até 150 kwh = R$ 63,13 + R$ 5,36 (bandeira vermelha) = R$ 68,49

Tarifa de consumo maior que 150kWh = R$ 157,89 + R$ 13,40 (bandeira vermelha) = R$ 171,29

A conta data de fevereiro de 2015, onde vigorava o adicional para bandeira amarela de 1,50 R$/kWh e para a bandeira vermelha de 3,00 R$/kWh. Por isso, temos que:

467 kWh × R $ 3,00100 kWh

=R $ 14,01

Na conta, o valor cobrado é de R$ 18,76, sendo o acréscimo de R$ 4,75 proveniente de impostos.

Por fim, temos que:

Total = R$ 68,49 + R$ 171,29 + R$ 19,44 = R$ 259,22

Serão detalhadas a seguir os tributos cobrados no custo da energia elétrica:

i. O Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) está previsto no artigo 155 da Constituição Federal de 1988 e incide sobre operações de circulação de mercadorias e de serviços, portanto varia de estado para estado. Abaixo o registro da tarifa na conta de luz-exemplo:

As alíquotas utilizadas respeitam a seguinte regra de 12% para os primeiros 150 kWh e 25% acima de 150 kWh, sobre o total acima calculado:

0,12 x (R$ 63,13 + R$ 5,36) = R$ 8,21

0,25 x (R$ 157,89 + R$ 13,40) = R$42,82

Total = R$ 51,03

ii. Programas de Integração Social (PIS/PASEP): calculado com base na alíquota de fevereiro de 2015 = 0,72%

R$ 239,78 x 0,0072 = R$ 1,73

Este valor é destinado para o financiamento do programa seguro-desemprego e o abono ds empregados que recebem dois salários mínimos mensais.

iii. Contribuição para Financiamento da Seguridade social (COFINS): calculado com base na alíquota de fevereiro de 2015 = 3,31%

R$ 239,78 x 0,0331 = R$ 7,94

O COFINS foi instituído pela Lei Complementar n°70, de 30 de dezembro de 1991, para financiar as despesas das áreas da Saúde, Previdência e Assistência Social.

Page 9: Tarifas de energia

Questão 3. Desenhar uma curva de Consumo de Energia (kWh) x Valor a Pagar(R$) para a tarifa B1 – Residencial normal. Verificar a existência de um valor mínimo a ser cobrado – Explicar como é que esse valor mínimo é estabelecido. Você acha justo o valor mínimo?

Mesmo que não haja consumo, como quando o proprietário sai de férias, é cobrado pela concessionária um valor mínimo na fatura, alegando que é necessário para manter o sistema elétrico em funcionamento e a estrutura de atendimento pronta para ser usada, em estado de prontidão. É o chamado custo de disponibilidade e cobrado conforme o perfil de unidade consumidora:

30kWh monofásica 0,4200866 R$/kWh x 30kWh = R$ 12,63

50kWh bifásica 0,4200866 R$/kWh x 50kWh = R$ 21,04

100kWh trifásica 0,4200866 R$/kWh x 100kWh = R$ 42,09

A cobrança é importante para que o consumidor garanta a manutenção e disponibilidade do serviço com qualidade, uma vez que terá, assim, como reinvindicar seus direitos. Porém, seus valor deve deve ser analisado ano a ano e reajustado conforme a situação financeira do país e a necessidade de manutenção do sistema elétrico da região.

Portanto, considerando uma residência com perfil monofásico em verde, similar a do exercício 2, temos:

0 50 100 150 200 250 300 350 400R$ 0.00

R$ 20.00

R$ 40.00

R$ 60.00

R$ 80.00

R$ 100.00

R$ 120.00

R$ 140.00

R$ 160.00

R$ 180.00

R$ 200.00

Curva de Consumo (kWh x R$)

Total a pagarValor mínimo bifásicoValor mínimo trífásicoValor minimo monofasicoValor total

Consumo de Energia (kWh)

Valo

r

Podemos observar que em 150kWh há uma mudança no coeficiente angular da equação.

Page 10: Tarifas de energia

Questão 4. Comparar o preço da energia no Brasil com o cobrado em (dois) outros países. (Em anexo se encontram os quadros tarifários das principais empresas de Argentina e Portugal). Expressar os valores em Reais, indicando as cotações utilizadas na conversão. Fazer um gráfico com as três curvas.

(EDENOR – Tarifa T1-R1 Com e sem subsidio)

(EDP – BTN – Tarifa simples Potência (Demanda 6,9kVA)

Qual a sua opinião do subsidio nas tarifas elétricas?

Nas tabelas, podemos averiguar que na Argentina temos os valores em 2015 de:

Edenor sem subsídio: 0,408 pesos/kWh = 0,15 R$/kWh; Edenor com subsídio: 0,081 pesos/kWh = 0,03 R$/kWh; Aplicação do custo mínimo de 4,46 pesos, ou seja, R$ 1,73, conforme o

fornecido pela concessionária.

Em Portugal, com dados de 2015:

Tarifa simples (6,9 Kva): 0,1367 EUR/kWh = 0,5451 R$/kWh; Não foi considerada uma taxa mínima por falta de informações no site da

concessionária.

Para o Brasil, foram desprezados os valores da bandeira vermelha, para que fossem condzentes com os dos demais países:

Até 150kWh: 0,421 R$/kWh Maior que 150 kWh: 0,498 R$/kWh

Por fim, temos o gráfico:

Page 11: Tarifas de energia

0 50 100 150 200 250 300 350 400R$ 0.00

R$ 50.00

R$ 100.00

R$ 150.00

R$ 200.00

R$ 250.00

Curva de Consumo (kWh x R$)

Total a pagar Valor mínimo bifásicoValor mínimo trífásico Valor minimo monofasicoValor total Argentina sem SubsídioArgentina com Subsídio Portugal

Consumo de Energia (kWh)

Valo

r

Os subsídios no setor elétrico são um mecanismo do governo para favorecer certas classes de consumidores, repassando o custo da energia para outras. Portanto, o subsídio pode favorecer por ora o produtor rural, o consumidor de baixa renda ou aquele não participante do Sistema Interligado Nacional, porém encarece a conta de luz dos demais consumidores, que acabam por suportar um custo que não é, na verdade, seu. Alguns dos subsídios da energia elétrica no Brasil são: Reserva Geral de Reversão (RGR), Conta de Consumo de Combustíveis dos Sistemas Isolados, Programa de Incentivo às Fontes Alternativas de Energia Elétrica (PROINFA), Conta de Desenvolvimento Energético, Fontes de energia incentivadas, Aquicultura e irrigação, Consumidores rurais, Água, esgoto e saneamento e Consumidores de baixa renda e Luz para Todos. Em suma, podemos dizer que os subsídios reduzem a eficiência da economia, penaliza consumidores não subsidiados, reduz transparência de cálculo do valor da conta de luz e favorece grupos beneficiários com base em pressão política.

Nessa análise também podemos perceber o alto custo da energia no Brasil, perdendo apenas para Portugal (porém os dado tarifários do Brasil são de fevereiro de 2015, data da conta utilizada), mesmo possuindo mais recursos naturais para a produção de energia elétrica.

Questão 5. Comente sobre as bandeiras tarifárias

Como citado na questão 2, o sistema de bandeiras tarifárias explicita ao consumidor os custos para geração da energia elétrica, que entrou em vigor a partir de 2015 para todas as concessionárias do Sisema Interligado Nacional (SIN) e pelas concessionárias permissionárias de distribuição. As três bandeiras são as seguintes:

Bandeira Definição CustoVerde Geração de energia favorável Nenhuma adiçãoAmarela Geração de energia menos favorável R$ 2,50 a cada 100 kWhVermelha Geração de energia desfavorável R$ 5,50 a cada 100 kWh

Page 12: Tarifas de energia

Essa taxa não é uma adição ao valor antigo da energia elétrica, e sim uma nova maneira de apresentar ao consumidor os custos, aplicável inclusive aos consumidores de cooperativas e de baixa renda. Saber a cor da bandeira pode influenciar o consumidor a adaptar seu consumo e reduzir o valor da conta de luz, contribuindo para economia global da energia e maior eficiência do sistema. Além disso, o valor das bandeiras é revisto ao fim de cada ano pela ANNEL (Agência Nacional de Energia Elétrica) e o valor da bandeira é disponibilizado no seu site todos os meses:

A Resolução Normativa nº 547, de 16 de abril de 2013 institui os procedimentos comerciais para aplicação do sistema de bandeiras tarifárias, sendo que o sistema foi criado especialmente em função da crise hídrica que atinge o país nos últimos anos: como maior parte da energia brasileira é gerada por usinas hidrelétricas e as condições dos reservatórios não são favoráveis no momento, deve-se buscar outras fones, como a térmica, que por sua vez tem um maior custo de geração.

O custo de cada bandeira é calculado com base no Custo Marginal de Operação (CMO), que equivale ao preço de unidade de energia para atender a um acréscimo da demanda de carga do sistema. Os Encargos de Serviço do Sistema (ESS) são decorrentes da manutenção da confiabilidade do SIN. Com isso, temos:

Bandeira DefiniçãoVerde CMO + ESS_SE < R$ 200,00/ MWhAmarela CMO + ESS_SE ≥ R$ 200,00/ MWhVermelha CMO + ESS_SE ≥ R$ 350,00/ MWh

Com base nessas informações, o ONS (Operador Nacional do Sistema Elétrico) calcula o CMO nas reuniões do PMO (Programa Mensal de Operação) e com essas informações a ANEEL aciona qual bandeira tarifária será adotada no país no mês seguinte.

A conta apresenta na questão 2, porém, data de fevereiro de 2015, onde vigorava o adicional para bandeira amarelade 1,50 R$/kWh e para a bandeira vermelha de 3,00 R$/kWh. Por isso, temos que:

467 kWh × R $ 3,00100 kWh

=R $ 14,01

Na conta, o valor cobrado é de R$ 18,76, sendo o acréscimo de R$ 4,75 proveniente de impostos.

Questão 6. Que são os indicadores de continuidade apresentados nas Contas?

São indicadores que monitoram a qualidade de fornecimento da energia elétrica, apurados por cada mepresa e auditados pela ANEEL. Os indicadores de continuidade que se destacam são:

a) Duração Equivalente por unidade consumidora (DEC): indica quantas horas em média cada unidade do conjunto considerado fica sem energia elétrica por um período, medida mensalmente. É um indicador de continuidade coletivo, assim como o FEC;

Page 13: Tarifas de energia

b) Frequência Equivalente de Interrupção por Unidade Consumidora (FEC): indica o número de vezes em que houve interrupção em média em cada unidade consumidora do conjunto;

c) Duração de Interrupção Individual por Unidade Consumidora (DIC): intervalo de tempo em que cada unidade consumidora sofreu descontinuidade do serviço de distribuição elétrica. É um indicador de descontinuidade individual, assim como o FIC;

d) Frequência de Interrupção Individual por Unidade Consumidora (FIC):registra o número de vezes que a unidade consumidora sofreu interrupção da distribuição;

e) Duração Máxima de Interrupção por Unidade Consumidora (DMIC): maior tempo em que a unidade consumidora teve sua conexão interrompida;

f) Duração da Interrupção Individual Ocorrida em Dia Crítico por Unidade Consumidora u Ponto de Conexão (DICRI): duração de cada interrupção em um dia crítico, em uma unidade consumidora.

Abaixo estão representados os indicadores DIC e FIC na conta-exemplo da questão 2 e os limites estabelecidos pela Celesc para o conjunto elétrico da localidade (Roçado):

Caso seja desrespeitada o limite individual, o consumidor tem o direito de ser compensado, fazendo o tempo de ultrapassagem do limite multiplicado pelo valor equivalente da hora do custo de distribuição e por 15 (para unidade consumidora em Baixa Tensão). Esse valor será descontado da próxima fatura de luz.

Questão 7. Comente sobre as notícias da crise de energia no País.

A crise energética no Brasil afetou fortemente as despesas nas residências do país. Especialistas apontam três principais motivos para o desbalanço: a diminuição da tarifa quando o custo energético crescia, tendo que retirar dinheiro do Tesouro Nacional para compensar; o atraso das obras para geração e transmissão de energia e os leilões de energia; e, por fim, a falta de chuva. É alegado que a redução da taxa foi usada como ferramenta eleitoral, para obtenção de votos e da satisfação geral da população, portanto sem visão para o futuro, apenas para o presente, sem nenhum planejamento.

No Brasil, quase 70% da energia provém de hidrelétricas (ANEEL, 2015), portanto não podemos ignorar o fator natural ao tarifar as cobranças de energia.O comportamento atípico das chuvas no último ano agravou de maneira acentuda a crise energética no país. No sudeste, por exemplo, choveu apenas 71% do esperado em maio. Tal fato foi importante no que tange à preservação do meio ambiente, ao desperdício e à superexploração, pouco considerados pelos governos brasileiros. A situação é um reflexo da má distribuição dos mananciais e a falta de planejamento para distribuição.

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O melhor a fazer é incentivar a economia de água e buscar formas alternativas de energia, quando forem rentáveis e viáveis, ou seja, diversificar a matriz energética do país para que não fiquemos tão dependentes de um setor. Além disso, é de grande importância o investimento em infraestrutura para aumentar o potencial energético e a eficiência da estrutura atual. Uma boa iniciativa da ANEEL, por exemplo, incentiva o consumo consciente e elucida o significado das bandeiras tarifárias é a “Consumo Consciente: Levante essa Bandeira”. Outro projeto mais difundido é a classificação de produtos eletrônicos pela classe de eficiência energética, os quais informam os consumidores que produtos foram aprovados pelo Programa Brasileiro de Etiquetagem (PBE) e estão autorizados a ostentar a Etiqueta Nacional de Conservação de Energia (ENCE).

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2. Conclusão

A energia elétrica modificou a maneira de vida dos homens, trouxe a modernidade, os avanços tecnológicos, médicos, econômicos e industriais. Sem ela, nossas funções são diminuídas, inexistem ou não atigem seu potencial máximo. Por esse motivo, promover máxima eficiência de uso de suas fontes e estimular o consumo consciente faz-se importante nos dias de hoje: estamos vivendo uma crise de grandes proporções, não apenas por condições climáticas ou escassez de recursos, mas também pela utilização ilimitada e sem perspectivas para o futuro destes.

As elevadas tarifas na conta de energia elétrica são um reflexo da dificuldade de obtenção da mesma e da preocupante e delicada situação em que o meio ambiente se encontra. Portanto, não apenas conhecer como são calculados os valores, mas também saber quais são os reflexos de seu uso, são papeis do consumidor consciente.

Page 16: Tarifas de energia

3. Bibliografia

CELESC. Ligação Nova. Disponível em: <http://novoportal.celesc.com.br/portal/index.php/duvidas-mais-frequentes/ligacao-nova>. Acesso em: 23 ago. 2015.

ANEEL. Por Dentro da Conta de Luz: Informação de Utilidade Pública. Disponível em: <http://www.aneel.gov.br/arquivos/pdf/catilha_1p_atual.pdf>. Acesso em: 23 ago. 2015.

MONTALVÃO, Edmundo; MENDES, Marcos. O que é “subsídio cruzado” e como ele afeta a sua conta de luz?Disponível em: <http://www.brasil-economia-governo.org.br/2012/02/12/o-que-e-subsidio-cruzado-e-como-ele-afeta-a-sua-conta-de-luz/>. Acesso em: 23 ago. 2015.

 ANEEL. Divulgação dos limites dos indicadores DIC,FIC,DMIC e DICRI. Disponível em: <http://www.aneel.gov.br/aplicacoes/srd/indqual/default.cfm>. Acesso em: 23 ago. 2015.

ESCOLA, Brasil. A Crise de Energia no Brasil. Disponível em: <http://monografias.brasilescola.com/geografia/a-crise-energiano-brasil.htm>. Acesso em: 23 ago. 2015.

ANEEL. Fontes de Energia. Disponível em: <http://www.aneel.gov.br/aplicacoes/capacidadebrasil/Combustivel.cfm>. Acesso em: 23 ago. 2015.

INMETRO. Tabelas de consumo/eficiência energética. Disponível em: <http://www.inmetro.gov.br/consumidor/tabelas.asp>. Acesso em: 23 ago. 2015.

JADE, Líria. Entenda como funcionam as bandeiras tarifárias de energia. Disponível em: <http://www.ebc.com.br/noticias/2015/02/entenda-como-funcionam-bandeiras-tarifarias-de-energia>. Acesso em: 26 ago. 2015.

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4. Anexos