tarefa reflexao sociologica sobre a lenda de ikursk

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1. UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARABA CENTRO DE CINCIAS HUMANAS, LETRAS E ARTES DEPARTAMENTO DE LETRAS CLSSICAS E VERNCULAS Curso de Graduao em Letras Disciplina: Fundamentos Scio-histricos da Educao Professor: Erenildo Joo Carlos Aluno: Caroline Helena Meireles de Medeiros Mangueira Matrcula: 91213241 TAREFA REFLEXO SOCIOLGICA SOBRE A LENDA DE IKURSK Ikursk era um covarde ou um revolucionrio? Ele apenas fugia de suas obrigaes como homem e guerreiro tribal ou quebrava paradigmas fazendo sua prpria histria? A lenda de Ikursk, contada por Srgio Lessa, rica em meandros e interpretaes. Ns vamos nos ater s relaes sociais na tribo do dito guerreiro. Os sujeitos da histria so o prprio Ikursk, o paj da tribo, outros guerreiros (sem especificao), as mulheres da tribo, um tigre e (por que no?) um enorme machado. Em um primeiro momento, vemos as relaes mais evidentes. Havia no relato a relao do guerreiro com o paj: este tentou atravs da conversa e, em seguida, da coero fazer com que Ikursk se enquadrasse no que se esperava de um guerreiro da tribo. Havia a relao dos demais guerreiros com Ikursk, pois conta a lenda que todos se deram conta que o nosso heri estava burlando seus deveres, enquanto que os demais iam morrendo aos poucos. Tambm, havia a relao de Ikursk com as mulheres da tribo, pois como castigo o guerreiro foi enviado para acompanh-las em suas tarefas rotineiras. Havia a relao de temor supremo entre Ikursk e o tigre; e por fim a relao de Ikursk e seu machado descomunal, cujo propsito primeiro era o de se esquivar dos deveres como homem na tribo. Em um segundo momento, podemos nos aprofundar na reflexo e vemos a relao de poder entre o paj e os demais membros da tribo. Ele era respeitado e obedecido pelos guerreiros e pelas mulheres. Foi ele que chamou Ikursk para conversar e tentar demov-lo da ideia de confeccionar o machado, bem como, foi o paj que deu o ultimato para quebra do artefato e quem o enviou ao castigo de acompanhar as mulheres. No entanto a relao mais complexa era a de Ikursk com ele mesmo. Retomando o primeiro pargrafo deste escrito, Ikursk no era nem um covarde, nem revolucionrio, ele era um sbio. Era um pensador, uma criatura observadora e muito hbil. Ikursk possua a conscincia de seus atos. Cada passo que ele dava corroborava com o seu intento de no enfrentar o tigre. E ele s poderia ter feito tudo to certo se conhecesse a fundo os costumes e as tradies de sua tribo. A nica coisa que o covarde heri no contava era com o que de fato sucedeu: o tigre o encontra de qualquer jeito. Luz do terico Francis Bacon, cujo estudo dizia que o verdadeiro conhecimento serviria para dar poder ao homem sobre a natureza e sobre a sociedade, ou ainda, ele acreditava na possibilidade de a natureza e a sociedade serem conhecidas e transformadas (material do curso), e essa observao da realidade deveria ser feita no mundo tal qual ele ou est sendo, poderamos inferir que Ikursk de posse do conhecimento profundo que possua das relaes sociais e de poder dentro de sua tribo, transformou sua triste sina. Ele engendrou uma forma astuta de mudar o destino traado por terceiros sua vida. 2. Citando Lukacs: o ser social, que se particulariza pela incessante produo do novo, atravs da transformao do mundo que o cerca de maneira conscientemente orientada, teleologicamente posta (Lessa, 1997, pag. 16), Ikusrk seria a personificao deste ser social. Ele rompe com as barreiras tribais institudas, construindo algo novo. Suas aes possuam uma finalidade especfica: traar o seu prprio destino. Fontes: ALDRIGUE, Ana Cristina de Sousa e FARIA, Evangelina Maria B. (orgs.). Linguagens - Usos e Reflexes, vol 2. Joo Pessoa: Editora da UFPB, 2008. Lessa, Srgio. A ontologia de Lukacs, uma introduo. Macei, Ed. UFAL, 1997.