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Diogo RubensAssessoria Jurídica
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DO __ JUIZADO ESPECIAL
CÍVEL DE JABOATÃO DOS GUARARAPES/PE
HELTON CLAUDIO DOS SANTOS, brasileiro, solteiro, profissão, portador da
Identidade nº 6.347.606 SSP/PE e do CPF 042.152.184-89, residente e domiciliado a Rua
do Cajueiro, nº 81, Cajueiro Seco, Jaboatão dos Guararapes/PE, CEP 54330-200, por
intermédio de seus advogados e bastante procuradores ELIOENAI FRANÇA CAMILO,
brasileiro, solteiro, advogado, inscrito na OAB/PE sob o nº 29.147, LUZICLENE MARIA
MORAES MUNIZ, brasileira, casada, advogada, inscrita na OAB/PE sob o nº 17.054,
JOSENITA BARBOSA DE SALES, brasileira, casada, bacharela em direito, inscrita na
OAB/PE sob o nº 8.849-E e DIOGO RUBENS SALES, brasileiro, solteiro, acadêmico de
direito, portador da Identidade nº 7.757.055 SDS/PE e do CPF 074.412.694-07, todos com
endereço profissional à Rua Professora Cândida Andrade Maciel, nº 29, Cajueiro Seco,
Jaboatão dos Guararapes-PE, CEP: 54.330-797 - Fone (81) 3474.7007, 9834.7007 e
8880.7007 – E-mail: [email protected], ao qual deverão ser
endereçadas todas as notificações e publicações decorrentes deste processo, vem,
respeitosamente à presença de Vossa Excelência, propor a presente
AÇÃO DE REPETIÇÃO DE INDÉBITO
Em desfavor da empresa BV FINANCEIRA SA CREDITO FINANCIAMENTO E
INVESTIMENTO, inscrita no Cadastro Nacional de Pessoas Jurídicas sob o nº
01.149.953/0001-89, com sede na Avenida das Nações Unidas, nº14171 Complemento
Torre A, andar 8 Conj. 82, vila Gertrudes, São Paulo - SP, CEP 04.794-000, pelas razões de
fato e direito a seguir:
I – DOS FATOS
Rua Professora Cândida Andrade Maciel, nº 29, Cajueiro Seco, Jaboatão dos Guararapes-PE, CEP: 54.330-797E-mail: [email protected] - Fone (81) 3474.7007, 9834.7007 e 8880.7007
Diogo RubensAssessoria Jurídica
Celebrou o Autor em 31/08/2010, contrato de financiamento com a Empresa BV
FINANCEIRA SA CREDITO FINANCIAMENTO E INVESTIMENTO, para aquisição do veículo de
marca/modelo FIAT STRADA WORKING, placa NXV7968, ano 2010/2011. O valor foi
financiado em 60 parcelas mensais de R$ 899,00 (Oitocentos e noventa e nove reais).
Consoante o contrato nº 244.003.762 celebrado entre as partes, verifica-se que
a empresa fez cobranças indevidas, tais como: Serviços de Terceiros no valor de R$
2.009,21 (Dois mil e nove reais e vinte e um centavos), Tarifa de Cadastro no valor de
R$ 509,00 (Quinhentos e nove reais) e Registros de Contrato no valor de R$ 91,42
(Noventa e um reais e quarenta e dois centavos).
O Demandante apenas tomou ciência das taxas abusivas quanto recebeu a cópia
do contrato, após a sua celebração.
II – DO DIREITO
Inicialmente convém lembrar que o contrato celebrado entre o Demandante e a
Demandada é um contrato de adesão. Na presente modalidade contratual não se
discutem cláusulas contratuais e não há que se falar no pacta sunt servanda. Em tal
hipótese não há acerto prévio entre as partes, discussão de cláusulas e redação de
comum acordo, surgindo o fenômeno puro e simples da adesão ao contrato pensado e
decidido unilateralmente pelo fornecedor.
Nesse contexto, tratando-se de contrato de adesão, conclui-se logicamente que
se o consumidor não pagar as taxas impostas ou não concordar com a inclusão da
mesma no valor do financiamento, este não lhe será concedido, ficando privado de
adquirir o bem pretendido. Ademais, o consumidor não é informado de tais
encargos, só lhe sendo revelado e possibilitado de descobrir após a assinatura
do contrato no momento da entrega de sua cópia.
Dessa forma, as cláusulas contratuais relacionadas às cobranças de
taxas ou tarifas de abertura de crédito, de serviços de terceiros e custos da
própria atividade econômica SÃO NULAS DE PLENO DIREITO, pois estabelecem
obrigação iníqua, abusiva e INCOMPATÍVEL COM A BOA FÉ que deve permear as
relações contratuais, nos termos do art. 51, IV, da Lei nº 8.078, de 11 de setembro
de 1990 – Código de Defesa do Consumidor (CDC).
Sendo nulas tais cláusulas, o Código de Defesa do Consumidor prescreve que o
Autor possui direito de receber não só a quantia paga, mas o dobro de seu valor,
conforme art. 42, parágrafo único, no qual diz, in verbis:
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E-mail: [email protected] - Fone (81) 3474.7007, 9834.7007 e 8880.7007
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O consumidor cobrado em quantia indevida tem direito à
repetição do indébito, por valor igual ao dobro do que pagou em
excesso, acrescido de correção monetária e juros legais, salvo
hipótese de engano justificável. – Grifou-se.
Para configuração do direito à repetição do indébito em dobro por parte do
Consumidor, é necessário o preenchimento de dois requisitos: a cobrança indevida e o
pagamento pelo Consumidor do valor indevidamente cobrado. A norma só exclui tal
obrigação em caso de engano justificável.
A cobrança de taxa de abertura de crédito em contratos de financiamento, bem
como um valor mensal pela emissão dos boletos de cobrança bancária, reputam-se
indevidas por violar as disposições contidas no Código de Defesa do Consumidor e
também pelo art. 2º, da Lei Estadual nº 12.702/2004:
É proibido a cobrança de taxa de abertura de crédito, taxa de
abertura de cadastro, taxa de confecção de cadastro e qualquer
outra tarifa implícita ou explicita, de qualquer nomenclatura, que
caracterize despesas extras ao consumidor
Desta forma diante do fato exposto cabe sua restituição em dobro, uma vez que o
valor foi pago outrora pelo consumidor.
No caso em tela, verificando o contrato celebrado entre as partes, foram cobradas
e pagas as seguintes tarifas indevidas:
Serviços de Terceiros R$ 2.009,21;
Tarifa de Cadastro R$ 509,00 e
Registros de Contrato R$ 91,42
Inexiste qualquer razão para que a Demandada transfira a Consumidora
tais ônus, nem argumento jurídico aceitável que justifique sua cobrança.
Evidencia-se também a má-fé, a iniqüidade e a abusividade nesse
contexto vez que, embora sabendo que tais cobranças são indevidas ao
consumidor, a Instituição Financeira persiste em cobrá-las, repassando tais
encargos a tantos quantos Consumidores celebrem contrato consigo.
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Ademais, é claro que a Demandada se aproveita da condição de
hipossuficiência da Consumidora para impor-lhe tais cobranças, transferindo-lhe
os custos do serviço inerente à sua própria atividade, ao seu próprio negócio.
Portanto, presentes os requisitos da repetição do indébito e a má-fé da
Demandada, os valores especificados deverão ser restituídos em dobro ao Demandante
por lhe ser de direito.
III – DOS PEDIDOS
Diante do exposto, vem perante Vossa Excelência requerer o que segue:
a) A citação da Empresa ré, na pessoa do seu representante legal para que,
querendo, conteste os fundamentos de fato e de direito constantes na
presente exordial, sob pena de revelia, consoante disposto nos arts. 285 e 319
do CPC;
b) A aplicação geral da regra do parágrafo único do artigo 42 do Código de
Defesa do Consumidor, tornando obrigatória a devolução em dobro de todas as
cobranças ilegais, visto que, além de tudo, foram embutidas no contrato de
má-fé, de modo que:
Seja condenada a Demandada ao pagamento, em dobro, daquilo
cobrado a título de Serviços de Terceiros, totalizando R$ 4.018,42
(Quatro mil e dezoito reais e quarenta e dois centavos), devendo ser
o valor acrescido dos juros e correções quando cabíveis;
Seja condenada a Demandada ao pagamento, em dobro, daquilo
cobrado a título de Tarifa de Cadastro, totalizando R$ 1.018,00 (Um
mil e dezoito reais), devendo ser o valor acrescido dos juros e
correções quando cabíveis;
Seja condenada a Demandada ao pagamento, em dobro, daquilo
cobrado a título de Registros de Contrato, totalizando R$ 182,84
(Cento e oitenta e dois reais e oitenta e quatro centavo), devendo ser
o valor acrescido dos juros e correções quando cabíveis;
c) O julgamento TOTALMENTE PROCEDENTE da ação, condenando o Requerido ao
pagamento de R$ 5.219,26 (Cinco mil, duzentos e dezenove reais e vinte e
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seis centavos), correspondente ao dobro do valor pago indevidamente até o
final do contrato, sendo corrigidos pelos mesmos índices aplicados pela
instituição requerida, devendo recair sobre o quantum fixado, ainda, as
correções a partir da data da assinatura do contrato, conforme a Súmula 43 do
STJ;
d) Protesta pelo julgamento antecipado da lide, nos moldes do artigo 330, I, do
Código de Processo Civil, visto tratar-se a presente de matéria unicamente de
direito, de modo que as provas documentais anexas a presente provam
satisfatoriamente o alegado.
Dá-se à causa o valor de R$ 5.219,26
Termos em que, Pede Deferimento.
Jaboatão dos Guararapes, 02 de Janeiro de 2013.
ELIOENAI FRANÇA CAMILO
OAB/PE 29147
LUZICLENE Mª M. MUNIZ
OAB/PE 17.054
JOSENITA BARBOSA DE SALES
OAB/PE 8.849-E
DIOGO RUBENS SALES
Acadêmico de Direito
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