tabuleiro o povo e a terra

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Gumercindo Cláudio Maia GUMERCINDO CLÁUDIO MAIA TABULEIRO, O POVO E A TERRA 1999

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Livro de Gumercindo Cláudio Maia

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Gumercindo Cláudio Maia

GUMERCINDO CLÁUDIO MAIA

TABULEIRO, O POVO E A TERRA

1999

Gumercindo Cláudio Maia

Gumercindo Cláudio Maia

D E D I C O

A memória de meus pais

Que me trouxeram a vida.

À minha esposa Anita com amor.

Aos meus filhos:

José Ribamar, José Arimatéa,

Maria Ilnah, Maria Sylda,

Maria Stela, José Cláudio,

E José Valter.

Aos meus genros e noras:

Celínio, Chico, Jefferson, Vera

Terezinha e Cristiane.

Aos meus netos: Rodrigo, Ana

Lycea, Rafael, Caroline, Bruno

(in-memoriam), Natália, Caio,

Dante, Dalmo, Felipe, Yuri,

Mariana, Tibério e Vitor.

Gumercindo Cláudio Maia

REVISÃO

Maria Enilde Lima Chaves

CAPA

CARNAUBAIS DO VALE JAGUARIBANO

FOTOGRAFIAS

ARQUIVO DO AUTOR

DIGITAÇÃO E CORREÇÃO

José Ribamar Ferreira Maia

Rua Maia Alarcon, 603 – Fone 088 3424 1253

CEP 62.960-000 – Tabuleiro do Norte – CE

Gumercindo Cláudio Maia

AUTOBIOGRAFIAAUTOBIOGRAFIAAUTOBIOGRAFIAAUTOBIOGRAFIA

Gumercindo Cláudio Maia nasceu a seis de julho de 1920, na localidade

Saco do Barro, município de Tabuleiro do Norte. Filho de Acelino Alves Maia e Maria

Senhorinha de Jesus, pecuaristas da região.

Em 1929 aos nove anos de idade, freqüentou, pela primeira vez, uma

escola, tendo como professor o Sr. Francisco Cidrônio, com o qual aprendeu as lições

da carta de ABC.

Retornou à escola, pela Segunda vez, em 1933. Desta feita o seu professor

foi o Sr. Hermenegildo Mariano. Levou para estudar, um livro de primeira leitura, do

professor Antônio Firmino de Proença. Foi um mês e poucos dias de aula.

Em 1937, voltou à escola, pela terceira vez, para estudar numa Escola

Noturna com o professor Raimundo Afonso Loureiro. Nesta escola, ficou conhecendo

um pouco de Gramática-Portuguesa, apesar dos poucos dias de aula.

Em 1940, já com 20 anos de idade, voltou à escola, pela quarta e última

vez, para aprender um pouco de Aritmética. Até ali não sabia fazer uma conta de

somar. Comprou uma Aritmética Elementar do professor Antônio Trajano e foi com

este pequeno livro estudar com o professor Cândido Moreira Maia. Em resumo,

juntando os quatro períodos escolares, não somaram seis meses de aula.

Em 16 de fevereiro de 1950, tirou sua carteira de motorista profissional

(CNH) e exerceu a profissão até 1959, quando ingressou no serviço público estadual,

na Secretaria da Fazenda, em oito de maio de 1959, permanecendo até quatro de abril

de 1987, quando foi afastado, a pedido, aguardando aposentadoria, na categoria de

Auditor Fiscal – TAF 21.

Gumercindo Cláudio Maia

APRESENTAÇÃO Escrever não é tarefa fácil. E escrever principalmente, sobre família ou

pessoas antigas, torna-se ainda mais árdua. Árdua e gratificante. O presente livro que poderá se tornar um informativo histórico, é fruto de

um trabalho persistente e dedicado do autor, que no curso de sete anos, pesquisou,

procurando informações que se aproximassem da realidade das gerações passadas.

Gumercindo Cláudio Maia, cidadão tabuleirense, preocupou-se em

preservar e repassar a memória, principalmente, às novas gerações, através de fatos e

dados biográficos de algumas pessoas, que certamente contribuíram, com o seu

trabalho, na construção do município de Tabuleiro do Norte. Procurou nas conversas e

entrevistas com pessoas mais vividas, resgatar e colher informações, que forneceram

subsídios para escrever este livro, que está dividido em quatro partes, assim

distribuído:

A primeira parte visa esclarecer e mostrar uma parte da família “Maia”,

que está bastante dividida em grupos, que representam as famílias e suas

descendências.

A Segunda parte trata das famílias nominalmente, procurando esclarecer

as suas origens.

A terceira parte refere-se a pessoas que não fazem parte da família

tabuleirense, mas aqui residiram e foram homenageadas.

A Quarta parte enfoca as localidades que compõem o município e seus

moradores, retratando algumas famílias. Apesar do esforço do autor, não deixa de

ficar alguém sem constar neste compêndio, por falta de lembrança ou de informações.

José Arimatéa Ferreira Maia

Gumercindo Cláudio Maia

DIVISÕES E GRUPOS

FAMÍLIA MAIA

1 - Francisco Alves Maia Alarcon 11

2 - Antônio Ferreira Maia 15

3 - Vicente Lobo dos Santos Maia 21

4 - Cel. Antônio Manoel Ferreira Maia 25

5 - Francisco Alves Ferreira Maia 29

6 - José Moreira Maia 33

Gumercindo Cláudio Maia

FRANCISCO ALVES MAIA ALARCON

Francisco Alves Maia Alarcon, não sabemos porque este sobrenome

espanhol. Era conhecido como latinista, por ser licenciado em latim. Passava-se por

Jesuíta que fugira às perseguições de Pombal. (João Brígido, Ceará Homens e Fatos,

página 144, ano 1919).

Se for considerada essa tese, Francisco Alves Maia Alarcon, chegou em

nossa terra depois de 1751. Razão porque, Sebastião José de Carvalho e Melo –

Marquês de Pombal – assumira o cargo de Primeiro Ministro de Portugal, com a

ascensão de Dom José I, ao reino deste país, no ano de 1751 até 1777. Por todos estes

26 anos, Pombal tinha condições e poder para perseguir os Jesuítas. Quem não

obedecesse cegamente as determinações de Pombal, sofreria penas rigorosas; foi

nessa época a perseguição aos Jesuítas, em Portugal e no Brasil. Era forte o Marquês

de Pombal.

Maia Alarcon, assumiu de fato a administração da Fazenda São José,

localizada na região chamada Tabuleiro de Areia, na segunda metade do século XVIII.

Maia Alarcon foi Capitão do Regimento de Cavalaria Auxiliar, sediado em

Russas. Exerceu funções de médico e boticário. Casou-se com Luzia Maria Maciel, filha

do português João Rodrigues Ferreira e Joana Paes Maciel, filha de Luciano Cardoso

de Vargas (o Abraão do Jaguaribe).

Maia Alarcon ficou viúvo e casou-se mais uma vez, no ano de 1789, com

Teresa Francisca, filha de Eugênio da Rocha Bezerra e Ana Maria de Jesus.

Do casamento com Luzia Maria Maciel, o casal teve seis filhos. Eis os

nomes:

Gumercindo Cláudio Maia

1º) Francisco Alves Maia Alarcon (filho), casado com Teresa Francisca

Joaquina de Jesus, filha de João Velho Gondim e Antônia Maria do Nascimento.

2º) José Felipe Maia Alarcon, casado com Teresa de Jesus Maria, filha de

Francisco Xavier Ribeiro e Ângela da Silva Moreira.

3º) Luzia Ferreira Maia, casou-se com José Moreira de Sousa, filho de

Manoel Moreira de Sousa.

4º) Reinaldo Maia Alarcon, casou-se com Francisca Angélica do Céu

Empíreo, filha de Eugênio da Rocha Bezerra e Ana Teresa Maria de Jesus. Há

informantes que dizem ser, Ana Maria da Assunção da Santa Cruz a Segunda mulher,

do segundo matrimônio de Reinaldo Maia Alarcon.

5º) Ana Felícia de Jesus Maia, casou-se na família Nogueira, do Riacho do

Sangue (Jaguaretama).

6º) Quitéria Maia, também casou-se no Riacho do Sangue, na família

Pinheiro.

Todas essas informações foram coletadas de Pequena História do Ceará –

Raimundo Girão.

-x-

Em Tabuleiro do Norte, na localidade de Gangorrinha, existe a família

Felipe Maia, que é descendente de Joaquim Felipe Maia, um cidadão que morou ali no

início do século XIX, casado com uma mulher de nome Delfina, que descende de outro

ramo da Família Maia. Joaquim Felipe Maia era irmão de Antônio Torquato Felipe

Maia, casado com Rosa Maria, irmã de Delfina.

O casal Joaquim Felipe e Delfina, teve nove filhos: José Felipe Maia,

Cândido Felipe Maia, Antônio Felipe Maia, Francelino Felipe Maia (França), e as

mulheres: Felícia, Salviana, Luzia, Maria e Sabina.

Gumercindo Cláudio Maia

Antônio Torquato Felipe Maia foi casado com

Rosa Maria, ,irmã mais nova de Delfina, filhas de José Francisco Galvão e

Luzia Ferreira Maia. Este casal teve três filhos que enumeramos:

1º) Manoel Felipe Maia (Manoel Torquato), casado com Maria Moreira

Maia, filha de João Moreira de Sousa e Inês Maria do Espirito Santo.

2º) Rosa Lina do Amor Divino, casada com Juvenal Alves da Rocha, filho de

Antônio Alves da Rocha e Alexandrina Joaquina de Jesus.

3º) Ana Felícia, casou-se com Vicente Gomes de Melo(Vicente Trajano).

Estes residiam na localidade de São Sebastião, em Apodi, Rio Grande do Norte. Essa

descendência, até que me provem o contrário, é de José Felipe Maia Alarcon.

-X-

Da descendência de Reinaldo Maia Alarcon, localizamos uma mulher:

Francisca Rosa Gondim, casada com Manoel Lourenço de Oliveira Gondim. Este casal

teve quatro filhos:

1º) Joaquim Lourenço Ferreira Maia (Quincó), casado com Francisca Maria

da Glória. Morava na povoação de Tabuleiro de Areia (Tabuleiro do Norte). Era o pai de

José Luiz Ferreira Maia, Luiz Marcelino Ferreira Maia e Joaquim Ferreira Maia.

2º) Antônio Joaquim Ferreira Maia, Coronel da Guarda Nacional, casado

com Luzia Ferreira Maia, filha de João Monteiro de Oliveira Gondim (João Reinaldo). O

Coronel Antônio Joaquim era o pai de Arsênio Ferreira Maia e Eugênio Ferreira Maia,

com residência em Limoeiro do Norte.

3º) Manoel Lourenço de Oliveira Gondim, (Leléo), casado com Joana

Monteiro de Oliveira Gondim.

Gumercindo Cláudio Maia

Leléo morava no sitio Bebedouro. Foi Leléo um dos antecessores da família

Gondim, neste Município.

4º) Maria, casou-se com José Sabino Maia. São os pais de Manoel Lourenço

Alves Maia (Manezinho do juazeiro), onde residia a sua família.

Pela Lei Municipal Nº 115, de 24 de maio de 1967, e promulgada pelo

então Prefeito Municipal Alcides Monteiro Chaves, foi denominada de Rua Maia

Alarcon, a rua da Igreja, que tem início do lado esquerdo do cemitério, onde termina a

rua Manoel Lourenço, que também consta da mesma Lei Nº 115, de 24 de maio de

1967.

Gumercindo Cláudio Maia

ANTÔNIO FERREIRA MAIA

Outro Maia que aportou na Região Jaguaribana, foi “Antônio Ferreira

Maia”, vindo de Catolé do Rocha, Estado da Paraíba. Filho do Português Francisco

Alves Maia, casado com a pernambucana Teodósia Ferreira da Silva, filha de Bento de

Araújo Barreto.

Talvez por laços de parentesco, com Francisco Alves Maia Alarcon, Antônio

Ferreira Maia também mudou-se para o Ceará, indo morar no Riacho do Sangue

(Jaguaretama), na Segunda metade do século XVIII, casando-se com Mariana Ferreira

Maciel, nascida em 27 de abril de 1734, em Russas, irmã de Luzia Maria Maciel, esposa

de Francisco Alves Maia Alarcon.

Antônio Ferreira Maia, nasceu numa data de Sesmaria, herdada por seu

pai, do sogro Bento de Araújo Barreto, denominada “Bom Jesus da Cachoeira”, hoje

Município de Brejo do Cruz, no Estado da Paraíba. (Américo Sérgio Maia, para o autor).

É possível que, Antônio Ferreira Maia tenha residido em Jaguaretama, mas

o que confunde é a presença da família Ferreira Maia, em Tabuleiro, e Limoeiro do

Norte. Aparecer somente no Baixo-Jaguaribe, subentende-se que, Antônio ferreira

Maia, tenha saído de Jaguaretama, mudando-se para o Baixo-Jaguaribe. São filhos de

Antônio Ferreira Maia e Mariana Ferreira Maciel: Vicente Ferreira Maia, José Ferreira

Maia, Francisco Ferreira Maia, Ana Quitéria Ferreira Maia, Felícia Ferreira Maia, João

Batista Maia e Teresa Ferreira Maia.

João Batista Maia, casou-se com Josefa Maria do Nascimento. Foi o único

dos filhos de Antônio Ferreira Maia, de que se tem notícias possivelmente exatas.

Consta em “Ceará Homens e fatos”, página 148 e 149 (João Brígido),

Gumercindo Cláudio Maia

que João Batista Maia, era um homem bem sucedido e respeitado, sendo o

líder da Família Maia, em Tabuleiro. Por ter acusado Ângelo do Gado Bravo de roubo

de gado em sua fazendo, foi assassinado em frente à capela de Nossa Senhora das

Brotas, em janeiro de 1846, um mês depois das festas em homenagem a seu filho,

Padre João Batista Alves Maia, que celebrou a primeira missa de ordenação, em 08 de

dezembro de 1845, depois de ordenado em Olinda Pernambuco.

Em frente à Igreja de Nossa Senhora das Brotas, existe uma casa que foi

construída há muitos anos pelo Senhor Chiquinho de Leléo. Bem em frente da mesma

casa, havia uma pedra plana onde puseram o corpo de João Batista Maia, depois de

morto, a tiro de bacamarte. O construtor da referida casa, transportou a citada pedra

para dentro do muro, que ficou servindo de batente da porta da cozinha, onde se

encontra atualmente, embora coberta com cimento, mas está lá.

Há quem diga, que João Batista Maia tinha dez filhos. É difícil sabermos,

com exceção do Padre João Batista Alves Maia e Luzia Ferreira Maia.

Em memória a João Batista Maia, foi seu nome posto em uma rua do

centro da cidade. “Rua Batista Maia”. Inicia-se ao lado direito da Capela de Santo

Antônio, onde termina a Rua José Muniz.

Luiza Ferreira Maia casou-se com José Francisco Galvão, (origem

desconhecida). Residiam num sitio próximo ao povoado de Tabuleiro, por onde

atualmente passa a Avenida Antônio Alves Maia. Dos quatro filhos identificados de

Luzia Maia, veremos em seguida:

1º) Raimundo Francisco Galvão, casado com Joana Moreira de Sousa. O

casal teve dez filhos:

• Manoel Moreira Galvão, casado com Semírames, de Apodi RN.

• Antônio Moreira Galvão, casado com Calasinha, filha de Chico Vidal, dos Morros.

Gumercindo Cláudio Maia

• Pedro Moreira Galvão casou-se com Tibúrcia, de Aracoiaba.

• José Moreira Galvão casou-se com Maria Avelina, da Família Vidal.

• França casou-se com João Enes da Silva.

• Maria Galvão (Maroca) casou-se com Vicente Alves Ferreira Maia.

• Luzia Maria Maia casou-se com Antônio Ferreira Maia, irmão de Vicente Maia.

• Francisca (Chiquinha) casou-se com André Leitão.

• Joaninha casou-se com Vicente Moreira de Sousa.

• Mariana, Segunda esposa de João Enes da Silva. Raimundo Francisco Galvão morava num sítio que ficou conhecido como

“O Galvão”. Construiu um açude onde mantinha um pequeno criar. Fez várias viagens ao Amazonas. Precisava ganhar dinheiro para ajudar no sustento da família, porque vivia basicamente da agricultura.

2º) Alexandrina Joaquina de Jesus, uma das três filhas de Luzia Maia e José

Francisco, casou-se com Antônio Alves da Rocha, filho de Manezinho da Rocha, de

Catolé do Rocha. Foram morar no sítio Alívio, hoje Sitio do Rocha. Construiu um açude

pequeno e um cacimbão, que ainda hoje existem.

O casal teve os seguintes filhos:

• Juvenal Alves da Rocha, casado com Rosa Lina do Amor Divino.

• Antônio Alves da Rocha Filho, casou-se com Guilhermina, da Região de Aracoiaba.

• José Alves da Rocha, Casado com Francisca Marcionila Freire.

Gumercindo Cláudio Maia

• Galdêncio Alves da Rocha faleceu solteiro, no Estado do Amazonas.

• Jovêncio Alves da Rocha faleceu solteiro, em 1926.

• Felisdona Maria do Espírito Santo, casada com Francisco José Ferreira.

• Felismina Perolina da Rocha, casada com João Florentino Maia.

• Maria Rocha, casada com Francisco Evangelista, do Município de Russas.

• Francelina Eufrasina da Rocha faleceu solteira

Destes nove irmãos, quem mais teve filhos foi Felisdona, hei-los: Acelino Alves

Maia, Vicente Alves Ferreira, Antônio Balduino Maia, Pedro Laurindo Maia,

Germano Alves da Rocha e José Alves da Rocha. Mulheres: Francisca Maria de Jesus

(Neném), Emília Marcionilia de Jesus, Maria Luzia de Jesus (Marica), Maria de Jesus,

e Maria do Carmo de Jesus.

As outras duas filhas de Luzia Maia e José Francisco, Delfina e Rosa

Maria, já foram citadas nas páginas anteriores, que tratam dos casamentos

delas com Joaquim Felipe Maia e Antônio Torquato Felipe Maia.

Dados sobre Acelino Alves Maia; Nasceu em 20 de setembro de 1881, na

localidade de Sitio do Rocha. Em 1905, com 24 anos der idade, embarcou para o

Amazonas; já era reservado o destino de todo o rapaz pobre da região, trabalhar nos

seringais da Amazônia, com o fim de arranjar dinheiro para ter um futuro melhor.

Acelino Alves Maia (meu pai), no Amazonas começou a trabalhar nas

colônias do Pará. Subindo o rio foi

Gumercindo Cláudio Maia

até o Acre; entrando pelo Rio Xapuri, foi cortar seringa no Rio Iaco, em

território boliviano.

De volta ao Ceará, comprou aos herdeiros de Antônio Torquato Felipe

Maia, a propriedade que pertencera a este Senhor. Organizou uma pequena fazenda,

inclusive com os apetrechos da época: um carro de boi com a boiada e um comboio

arreado.

Casou-se em 05 de novembro de 1911, com Maria Senhorinha de Jesus,

filha de Antônio José Ferreira e Senhorinha Francelina de Jesus. Era católico, cumpridor

dos mandamentos da Igreja. Irmão do Santíssimo Sacramento e confrade de São

Vicente de Paula.

Faleceu em 18 de junho de 1952.

Hoje o seu nome é homenageado em uma das artérias públicas de nossa

cidade. “Rua Acelino Maia”.

Gumercindo Cláudio Maia

Gumercindo Cláudio Maia

VICENTE LÔBO DOS SANTOS MAIAVICENTE LÔBO DOS SANTOS MAIAVICENTE LÔBO DOS SANTOS MAIAVICENTE LÔBO DOS SANTOS MAIA

Vicente Lobo dos Santos Maia, elemento chefe de um grupo originário do

Estado da Paraíba, residente no Sítio Água Suja, num local por nome poço dos cavalos.

Em Água Suja, também morava a lendária Quitéria Maria; diziam ser irmã de Vicente

Lobo. Antônio Sabino Lobo, era seu irmão, e, morava em Olho D’água dos Currais, uma

moradia muito escondida, próxima a vertente do Olho d’água.

Vicente Lobo tinha um filho por nome de Felício Lobo dos Santos Maia,

casado e tinha quatro filhos: João Felício Maia, casado com uma mulher de nome

Maria; Felício Maia (Felicinho), não sabemos se ficou solteiro; Francisco Felício Maia

(Chico Felício), casado com uma mulher de nome Joaquina e Maria da Trindade Maia,

casada com José Joaquim, da Vaca Morta, Morada Nova.

Chico Felício, como era conhecido, entre os irmãos, foi quem deixou maior

número de filhos: Felício Alves Maia casou-se com Elviça, da família Isídio Gadelha;

Ângelo Felício Maia, casou-se com Maria Feliciana; Antônio Felício Maia casou-se com

Augusta, filha de Francisco Pereira de Melo e Celestina Maia, portanto sua sobrinha;

José Australiano Maia (Dodô) casou-se com Maria Madalena; Juvêncio Felício Maia,

casou-se com Maria Felícia e Celestina Maia, casou-se com Francisco Pereira de Melo.

João Brígido informa que Vicente Lobo foi assassinado no Sítio Água Sujo,

município de Tabuleiro, em 1845, membro importante da família Lobo Maia. Logo em

janeiro de 1846, na povoação de Tabuleiro, teve a mesma sorte João Batista Maia,

parente do precedente, homem de prestígio e liderança no seio da Família. Como não

bastasse, no mês seguinte, fevereiro, foi morto em Olho D’água dos

Gumercindo Cláudio Maia

Currais, Antônio Sabino Lobo, irmão de Vicente Lobo dos Santos.

Estes três assassinatos foram postos a conta de Ângelo do Gado Bravo. Este

homem terrível, tinha a seus serviços os mais afamados sicários da terra.

Em vindita, porém, a 25 de maio de 1846, os Lobos o mandaram matar em

sua fazenda Gado Bravo, dentro de sua própria casa, por uma malta de assassinos

comandados por um irmão dos precedentes.

(João Brígido, Ceará Homens e Fatos, páginas 148 e 149, Tipografia Besnard

Frebes – Rio de Janeiro – 1919)

-x-

Falar em Quitéria Maria é como se fosse uma lenda; história cheia de

contos divergentes. Seguindo uma trilha de informações de pessoas idosas,

encontramos coisas até engraçadas. Veja:

Quitéria foi casada com João Batista Maia. Quitéria foi casada com Diogo

Saldanha. E, finalmente, Quitéria foi casada com João Ferreira de Aguiar.

Quitéria Maria, realmente existiu como proprietária de uma fazenda no

Sítio Água Suja. Com a sua partida para o seu estado natal, ficou a propriedade na

posse de seu genro, Cap. Manoel Antônio. É certo que muitos anos depois, Pio da

Costa Lima, para comprar a referida propriedade, teve que se deslocar ao Estado da

Paraíba, para adquirir dos herdeiros do Capitão Manoel Antônio, legítimos possuidores

dos direitos de posse daquelas terras. Quitéria tinha duas filhas. A primeira era casada

com o Capitão Manoel Antônio e a Segunda, diziam morar num sítio no município de

Alto Santo e era casada com o Coronel Antônio Manoel Ferreira Maia.

Gumercindo Cláudio Maia

Fala-se, que depois das mortes dos três parentes, Quitéria teria voltado

para a Paraíba, temendo ser também emboscada e assassinada, ficando o referido

Capitão na direção da Fazenda.

Gumercindo Cláudio Maia

CEL. ANTÔNIO MANOEL FERREIRA MAIACEL. ANTÔNIO MANOEL FERREIRA MAIACEL. ANTÔNIO MANOEL FERREIRA MAIACEL. ANTÔNIO MANOEL FERREIRA MAIA

Informações pessoais nos dão que naquele tempo, membros da família

Ferreira Maia, se envolviam em romances amorosos, como é o caso do Cel. Antônio

Manoel Ferreira Maia, com uma mulher de nome Maria Chiquinha, residente no lugar

Mundo Novo, teve um filho com o citado Coronel.

O menino recebeu o nome de Vicente Alves Ferreira Maia (Vicente Maia),

que casou-se com Maria Moreira Galvão (Maroca), filha de Raimundo Francisco Galvão

e Joana Moreira de Sousa.

Vicente Maia tinha um irmão de nome Antônio Ferreira Maia (Totonho).

Não sabemos se era filho do mesmo pai. Esse Totonho casou-se com Luzia Maria Maia,

irmã de Maroca, esposa de Vicente Maia.

Vicente Alves Ferreira Maia tinha muitos filhos. Hei-los:

1º) Vicente Ferreira Maia, vulgo (Vicentim), nasceu em 1900; casou-se com

Maria Amélia Colares, filha de Joaquim Bernardino Colares (Quincozinho) e Maria

Josina de Andrade.

2º) Manoel Ferreira Maia, vulgo (Menel), casado com Adelaide Enes Maia, filha do Capitão João Enes da Silva.

3º) Francisco Alves Maia, vulgo (Chiquinho), casado com Joana de Oliveira Maia.

4º) José Ferreira Maia, vulgo (Zezinho), casado com Francisca Maia, vulgo (Chiquinha).

5º) Maria Vitalina Maia, vulgo (Sinhá), casou-se com Joaquim Moreira, residentes em São João do Jaguaribe.

6º) Delmina, casou-se com Luiz Alves da Rocha, filho de Juvenal Alves da Rocha.

7º) Isabel Maia (Belinha), casou-se com Raimundo Nanão, residentes no Figueiredo.

Gumercindo Cláudio Maia

8º) Joana Moreira casou-se com Vicente Freire, residentes em São João do Jaguaribe.

Como podemos constatar a família de Vicente Alves Ferreira Maia, era bastante numerosa.

-x-

Antônio Ferreira Maia (Totonho), irmão de Vicente Maia, casou com Luzia Maria Maia, já citada; esta família é a mais numerosa. Criaram seus filhos numa propriedade em Sítio do Rocha, onde não havia escola para uma criança aprender as primeiras letras; era isso o que se podia chamar de vida de uma família na virada do século XIX.

Eis os nomes dos filhos do casal e os consortes:

1º) Pedro Moreira de Sousa Galvão casado com Teodósia Maria de

Santana. Filha de Manoel Felício de Carvalho Chaves.

2º) Antônio Maia de Sousa Galvão casado com Ana Maria de

Oliveira, filha de Manoel Rodrigues de Oliveira (o velho Malveira).

3º) Henrique Maia de Sousa casou-se com Maria Senhorinha Maia.

4º) Cassimiro Moreira Maia casou-se com Maria Maia de Oliveira.

5º) João Maia casou-se com uma mulher de nome Raimunda, da

família Nanão.

6º) André Moreira Maia casou-se com Ernestina Moreira Maia, filha

de Antônio Balduino Maia.

7º) Francisco Alves Maia casou-se com Jovita Alves Maia, filha de

José Alves da Rocha.

Gumercindo Cláudio Maia

8º) Adelaide casou-se com Francisco (Chiquinho) de Cassimiro,

residente em Aracoiaba.

9º) Maria Moreira Maia casou-se com Sérvulo Moreira, residentes

em São João do Jaguaribe.

10º, 11º e 12º) José Moreira Maia, Izaulino e Manoel Maia faleceram solteiros.

Esta família pobre, rústica e trabalhadora vivia da caça, do criar e da

agricultura de subsistência.

Gumercindo Cláudio Maia

FRANCISCO ALVES FERREIRA MAIA

Francisco Alves Ferreira Maia, um descendente da família mais

dividida em grupos, de Tabuleiro do Norte. Possivelmente descende de Antônio

ferreira Maia. Ele dizia ser filho e neto de dois Antônio Alves Maia. Será que um destes

“Antônios” não seria Antônio Ferreira Maia? Ninguém sabe! O sobrenome Ferreira

Maia, aparece em todos os ramos desta família e para complicar, a família Maia

Alarcon, desprezou o sobrenome Alarcon e adotou o Ferreira Maia.

Francisco Alves Ferreira Maia, vulgo (Chico Frade ou Chico Alves), casado com Rosa

Maria de Santana, morava em Saco do Barro, no lugar onde hoje está sentado a casa

de Valdon Maia de Lima.

O casal Francisco Alves e Rosa Maria de Santana, era pai de dez filhos. Criaram todos

naquele lugar que só dispunha de muita água, peixe, caça e muita terra de criar gado e

caprinos. Escola nem se conhecia; somente trabalho e nada de educação. Vejamos os

nomes dos filhos:

1º) Manoel Alves Ferreira Maia, casado com uma irmã de Manoel Cazuza. Enviuvou,

casou novamente com Rosa Maria, que lhe deu os seguintes filhos: Joaquim Alves,

Francisco, João, Antônio, Maria, Ana e José Alves, pai do Padre José Augusto.

2º) Zacarias Alves Ferreira Maia casou-se com Maria da Glória dos Anjos.

3º) João Bertoldo Ferreira Maia casou-se com Antônia Celestina Freire.

4º) José Joaquim Ferreira Maia, vulgo (Zé Frade), foi o Dom Juan da família em matéria

de casamento. Casou-se quatro vezes: a 1ª esposa foi Cândida de Jesus; a 2ª esposa foi

Maria Glória dos Anjos, viúva de seu irmão Zacarias Alves; a 3ª esposa, uma mulher de

nome Benedita e a 4ª esposa, foi Maria, filha de Zé Ciríaco.

Gumercindo Cláudio Maia

5º) Pedro Antunes Ferreira Maia casou-se com Umbelina Maria de

Santana, filha de Pedro José de Freitas e Rita Maria de Freitas.

6º) Teodósia Ferreira Maia casou-se com Manoel Januário de Oliveira

Gondim.

7º) Joséfa Ferreira Maia casou-se com Francisco Ciríaco.

8º) Rosa Ferreira Maia casou-se com Manoel Felício de Carvalho Chaves.

9º) Mariângela foi casada com Gabriel Nogueira, (de Russas); enviuvou e

casou a Segunda vez com Raimundo Malheiro Tavares, de São José de Piranhas,

Paraíba.

10º) Sabina Ferreira casou-se com Vicente Ermógenes de Freitas. Foram os

pais de Sisenando Jacó de Freitas, comerciante em Limoeiro do Norte.

Dos filhos de Francisco Alves Ferreira Maia, somente Pedro Antunes

Ferreira Maia ficou residindo com a família, na localidade de Saco do Barro. Localizou

os filhos todos em suas proximidades: Manoel Alves, Francisco, Joaquim, João Alves e

Antônio Alves que comprou dos seus irmãos a herança que lhes couberam. As filhas

mulheres ao casarem como é de praxe, acompanharam os maridos para os seus

lugares de residências.

-x-

Antônio Alves Maia, o maior destaque desta família, nasceu em 13 de

setembro de 1900. Casou-se com Ana Edite Maia, filha de Agostinho Pacheco. Foi

também agraciado dando o seu nome a uma Avenida, “Avenida Antônio Alves Maia”.

Este tabuleirense teve méritos, e fez jus a homenagem recebida.

Aos nove anos de idade, Antônio Alves dedicou-se ao comércio

começando por baixo: comprava e

Gumercindo Cláudio Maia

transportava na cabeça, um balaio cheio de pães da padaria de seu tio, Francisco

Remígio de Freitas, da cidade de Limoeiro do Norte, para vender no mercado de

Tabuleiro. Com a venda, foi juntando algum dinheiro, até se estabelecer com uma

pequena mercearia no mercado. Depois, comprou uma pequena tropa de burros e

entrou no comércio de aguardente, transportado em ancoretas, vendendo na ribeira

do Jaguaribe. A medida era a “CANADA”. (seis litros ou nove garrafas era uma

CANADA).

Antônio Alves comprou propriedades, construiu casas e armazéns.

Tinha duas residências: uma na cidade de Tabuleiro e outra na Fazenda São Pedro.

Trouxe benefícios para Tabuleiro do Norte, como sejam: Uma Agência dos Correios e

Telégrafos (ECT), através do Dr. Carlos Lobo, Diretor do serviço Postal Telegráfico.

Construiu um prédio escolar com a ajuda dos produtores do Distrito, porque o dinheiro

arranjado com o Estado deu apenas para fazer os alicerces e começar as paredes. Fazia

leilões para angariar dinheiro. Queria ver seu sonho realizado, o de construir uma

escola para os filhos dos conterrâneos, o que ele próprio não teve quando criança.

Antônio Alves era político. Foi eleito vereador para a Câmara Municipal de Limoeiro do

Norte, em 1936. Assumiu a cadeira no início de 1937. A Câmara foi destituída pelo

Golpe de Estado, em 10 de novembro do mesmo ano. Em 1950 voltou novamente a

Câmara e desta vez permanecendo por duas legislaturas. Terminando seu mandato,

voltou a chefiar a política local já com o Município recém-criado. Antônio Alves faleceu

em 17 de fevereiro de 1988, deixando atrás de si, uma belíssima história de vida e

trabalho em prol de sua família e do município de Tabuleiro do Norte.

Gumercindo Cláudio Maia

Mariângela Ferreira Maia, teve dois filhos dos dois casamentos: Maria

Nogueira de Jesus foi casada com Serafim Dias Ferreira e Francisco Denondas Maia

(seu Maia como queria ser chamado). Casou-se com a professora Dona. Carlota

Pinheiro Maia, da família Pinheiro do Riacho do Sangue (Jaguaretama). O casal teve

cinco filhos e lhes puseram nomes um tanto curiosos: Bonaparte de São Domingos

Pinheiro Maia; Salomão Mussoline Pinheiro Maia; Valadão Vesúvio Pinheiro Maia;

Catarina Vitória Pinheiro Maia e Condeusa Candelária Pinheiro Maia. Todos

advogados.

-x-

João Bertoldo Ferreira Maia (João Alves). Dos muitos filhos de João

Alves, um destaque é para João Delmiro Maia (Joca Alves), vereador de 1959 a 1963.

(uma legislatura). Teve boa atuação e muito respeito pela causa pública. Pelo seu

trabalho profícuo, merecia uma homenagem.

Gumercindo Cláudio Maia

Gumercindo Cláudio Maia

JOSÉ MOREIRA MAIAJOSÉ MOREIRA MAIAJOSÉ MOREIRA MAIAJOSÉ MOREIRA MAIA

A família Moreira Maia originara-se em Russas, através dos consórcios

entre a família Moreira de Sousa e a Família Maia Alarcon. Ambas do Município de

Russas. É daí que vem os Moreira Maia.

José Moreira Maia morava no Sítio Macambira daquele Município e mudou-se para o

Sítio Patos, do distrito de Tabuleiro de areia (Tabuleiro do Norte), no século XIX,

trazendo consigo mulher e filhos. Era casado com Marica Prata, que ganhou esse

apelido por causa da cor; alva de olhos azuis. O casal como sempre, teve uma

numerosa família; eis os nomes: José Moreira Maia (Zezé), casado com Maria

Marcionilia de Jesus. Joaquim Moreira Maia (Quinco), casado com Rosa Moreira de

Alencar. Manoel Moreira Maia (Néo), casado com Antônia Josina Maia. Pedro Moreira

Maia (Pedrinho), casado com Ana Maria de Jesus (Aninha). Maria Moreira Maia casou-

se com Joaquim Pessoa. Francisca Rosa de Jesus (Chiquinha), casada com Antônio

Manoel da Costa Lima (Gadelha). Vitalina Jardilina de Jesus (Vitória), casada com

Francisco Xavier de Oliveira. Ana Felícia de Jesus casada com Pio da Costa Lima (Pio

Gadelha). Idalina primeira esposa de Francisco Paes de Lima; esta senhora ao falecer

deixou quatro filhas: eis os nomes: Glória Rosa de Lima casou-se com José Maximiliano

de Alencar. Cecília Moreira Lima (Salomé), casou-se com Gustavo Cândido da Silva.

Isabel casou-se com João Jerônimo da Costa Lima. Maria casou-se com Antônio

Rebouças de Sousa, morava em Saco do Barro. Maria do Carmo de Jesus (Carminha)

última filha de José Moreira Maia, é a segunda esposa de Francisco Paes de Lima;

residiam no Sítio Juazeiros.

Gumercindo Cláudio Maia

-x-

Uma descendente de José Moreira Maia, de nome Maria de Fátima

Maia de Freitas, filha de André Moreira Maia e Adélia Jesuíta Maia, nasceu em 09 de

outubro de 1952 e faleceu num acidente de veículo, em 04 de junho de 1986. Hoje, é

nome de uma rua nesta cidade de Tabuleiro do Norte.

Aluna estudiosa, fez o primeiro grau menor na Escola de 1º Grau Avelino Magalhães;

ingressou no curso ginasial onde concluiu em 1972 em seguida cursou o 2º grau

concluindo em 1974. Ingressou da Universidade Estadual do Ceará, no Departamento

do Ensino de Graduação, concluindo em julho de 1978.

Como menina pobre e órfã de pai, aos 12 anos de idade, entrou cedo na luta para

encontra o seu espaço no mercado de trabalho. Em 1968, trabalhou como balconista

durante três anos, com Euclides Maia, em uma padaria. Em 1973 foi bibliotecária do

Colégio Nossa Senhora das Brotas, até janeiro de 1974. Em 1971 concluiu o curso de

corte e costura e datilografia. Ingressou no Ministério da Saúde, em 25 de abril de

1977, conforme contrato firmado pela Fundação serviço de Saúde Pública (FSESP),

representado no ato pelo Dr. Carlos Ivo de Novais Menezes, onde permaneceu até

1986, ano do seu trágico falecimento.

-x-

Pedro Xavier Maia, filho de Francisco Xavier de Oliveira e Vitalina

Jardilina de Jesus (Vitória), neto de José Moreira Maia, tem seu nome gravado numa

rua da cidade, em homenagem a um moço pobre, trabalhador e acima de tudo

honesto.

Nasceu a 15 de setembro de 1906, na localidade de Patos e faleceu em 19 de janeiro

de 1957.

Gumercindo Cláudio Maia

Foi pioneiro na industrialização do pó de carnaubeira, montando

uma prensa rústica de ferro e madeira para prensar o pó cozido, extraindo assim, a

cera líquida de boa qualidade. Escolheu Patos onde morava, para estabelecer seu

pequeno negócio. Perseverante no seu empreendimento comercial, cedo se expandiu

em outras partes do município, muito embora, junto com outros proprietários.

Gumercindo Cláudio Maia

Gumercindo Cláudio Maia

ALGUMAS FAMÍLIAS EM DESTAQUE

1 - OS GONDINS 39 2 - OS CHAVES 41 3 - OS MAURÍCIO MAIA 47 4 - OS MOREIRA DE SOUSA 49 5 - OS GADELHAS 51 6 - OS ANDRADES 57 7 - OS FERNANDES 59 8 - OS NORONHAS 61 9 - OS BRAUNAS 63 10 - OS TAVARES 65 11 - OS SOARES 67

Gumercindo Cláudio Maia

OS GONDINS

Conhecemos a família Gondim, desde o tempo do filho de Maia Alarcon,

que tinha o nome do pai: Francisco Alves Maia Alarcon. Casou-se com Teresa Francisca

Joaquina de Jesus, filha de João Velho Gondim e Antônia Maria do Nascimento. É este

o primeiro Gondim que aparece na história.

Francisca Rosa Gondim filha de Reinaldo Maia Alarcon casou-se com

Manoel Lourenço de Oliveira Gondim; desde então, o sobrenome “Maia Gondim”

tornou-se uma família numerosa, com uma certa respeitabilidade. Com este

reconhecimento, o povo proclama os seus nomes para ruas da cidade, ficando estas

famílias perpetuadas na memória do povo tabuleirense.

-x-

Bevenuto Pompeu de Oliveira Gondim. Casado com Maria Gelazia Gondim,

tem seu nome em uma rua. Bevenuto, exerceu funções como: professor e fiscal de

rendas públicas. Tinha 08 filhos dos quais destacamos dois: Pompílio Maia Gondim,

comerciante, e Senhorinha de Oliveira Gondim, genitora de Joaquim Maia Gondim,

José Gondim e outros.

-x-

José Monteiro Gondim casado com Ursulina Monteiro Gondim foram os

pais de Manoel Guerreiro Gondim, primeiro Prefeito eleito de Tabuleiro do Norte. O

nome de José Monteiro Gondim está representado em uma rua pelo seu apelido: José

Cazuza.

Gumercindo Cláudio Maia

-x-

Raimundo Maia Gondim (Raimundo Pereira), foi vereador e vice-prefeito;

faleceu aos 57 anos de idade. Era filho de Pedro Maia Gondim e Maria Sabina Maia.

Muito prestativo, sabia cultivar boas amizades, conquistando da população, o voto

para vereador. Eleito para o período de 1967 a 1971, na próxima eleição elegeu-se

vice-prefeito, para o curto período de 24 de março de 1971 a 31 de janeiro de 1973.

Candidatou-se novamente a vereador, quando foi vitimado, em 08 de dezembro de

1975, num acidente com um trator, falecendo em pleno exercício. Hoje tem seu nome

numa rua da cidade de Tabuleiro. Deixou viúva, Maria Freire Gondim.

-x-

Manoel Guerreiro Gondim nasceu no dia 11 de agosto de 1915, no Sitio

Barrinha. Casou-se a primeira vez com Felismina Nogueira Chaves, filha de Antônio

Monteiro Chaves. Do casamento nasceram dois filhos: José Guerreiro Chaves e Maria

Nogueira. Viúvo, Guerreiro casou-se pela Segunda vez com Ernestina, filha de João

Felício Chaves. Por sua brilhante atuação em prol do desenvolvimento de Tabuleiro do

Norte, foi homenageado pela população, com a denominação de uma praça: “Praça

Manoel Guerreiro”.

O destaque na sua prole é para José Guerreiro Chaves. Comerciante de

peças para veículos, político, foi vereador com boa atuação, prestígio e gozando de

boas amizades. Faleceu de um colapso cardíaco, em 30 de julho de 1982.

Como homenagem póstuma, deram ao prédio onde funciona a Câmara

Municipal o nome de: “Palácio Legislativo Vereador José Guerreiro Chaves”.

Gumercindo Cláudio Maia

Raimundo Maia Gondim

Gumercindo Cláudio Maia

Gumercindo Cláudio Maia

OS CHAVES

Chaves: Dizem os genealogistas, que essa família provém de Garcia Lopes

Chaves e seu irmão Rui Lopes de Chaves, expulsaram os mouros da vila deste nome,

em 1160, e que o mais velho membro desta família é Lourenço Pires de Chaves. Gente

de origem portuguesa.

Os primeiros conhecidos nesta terra são associados aos Rodrigues,

originários da Espanha como sejam: Capitão José Rodrigues Pereira Chaves que dá

nome a uma artéria desta cidade, “Rua Capitão José Rodrigues”, filho de André Felício

Chaves; residia na fazenda Poço das Pedras, onde ficou conhecido por José Rodrigues

do Poço das Pedras. Casado, tinha cinco filhos: Maria Joana, Segunda mulher de

Serafim Tolentino Freire Chaves, de Limoeiro; Maria de Jesus casada com Francisco

Xavier de Sousa Carvalho, residente no sítio Espera; Eulália casou-se com Manoel

Colares, residente em Fortaleza, pais do General Manoel Colares Chaves e mais dois

filhos: Francisco e Antônio Chaves.

O Capitão José Rodrigues era um matuto durão; por ocasião de uma festa

religiosa em Tabuleiro, fez-se presente com toda a família. Trazia mantimentos para

muitos dias de permanência no povoado, quando foi avisado que sua filha Maria

Joana, havia fugido com o Coronel Serafim Chaves. José Rodrigues ficou calado. Pouco

tempo depois, chamou os serviçais, mandou atrelar os bois ao carro, que era o seu

transporte, reuniu a família e foi embora. Abandonando a festa que apenas começara.

Apesar de analfabeto, que não era novidade na época, comparecia a todos

os eventos promovidos pela Igreja, especialmente, às festas da Padroeira.

Gumercindo Cláudio Maia

-x-

Dona Emília Rodrigues Chaves nasceu em sete de novembro de 1882.

Faleceu em treze de outubro de 1965. Destacaram seu nome para uma rua da cidade,

“Rua Emília Chaves”, pelo reconhecimento do valor que detém a família.

Era filha de Daniel Rodrigues Chaves e Maria de Jesus Paula Chaves. Casou-

se com Francisco Xavier de Carvalho Chaves, filho de Francisco Xavier de Sousa

Carvalho.

O casal Fransquinho da Espera, como era conhecido, e Emília teve seis

filhos: Adelário Chaves, Aldonso Chaves, Luiz Chaves, José Olindo, Cleudon Chaves e

Raimundo Rodrigues Chaves, Ex-Prefeito de Tabuleiro do Norte.

Dona Emília residia na Fazenda Quigombê, distante quatro quilômetros da

cidade, onde criou a família. Com o falecimento do esposo, em oito de setembro de

1938, Dona Emília mudou-se para a cidade, onde passou a residir à rua Batista Maia;

s/n, quando faleceu.

-x-

Luiz Chaves nasceu em 16 de abril de 1909, na fazenda Quimgombê. Filho

de Francisco Xavier de Carvalho Chaves e Emília Rodrigues Chaves. Faleceu em 28 de

dezembro de 1972. Hoje seu nome está estampado em uma rua, “Rua Vereador Luiz

Chaves”. Era casado com Maria Chaves; exerceu as seguintes funções: Delegado Civil,

Condutor de veículo para transporte de passageiros e finalmente, candidato a Câmara

de vereadores de Tabuleiro do Norte. Foi eleito, legislando no período de 1971 a 1972.

Presidiu a Câmara de vereador por um curto período legislativo. Foi assassinado no

segundo ano de exercício, em sua fazenda Lobo.

Gumercindo Cláudio Maia

-x-

Os Chaves, pelo prestígio que detém, sempre se faz representar

por uma pessoa dos seus quadros. Leôncio Monteiro Chaves nasceu em 17 de julho

de 1885, na fazenda Boa Esperança. Filho de José Felício de Carvalho Chaves e

Umbelina de Oliveira Gondim. Casou duas vezes: a primeira com Almerinda

Argentina Chaves e a Segunda com Ana Maria de Freitas. Foi agricultor e

comerciante no sítio Boa Esperança. Muito voltado para a educação dos filhos,

contratava professores particulares para, em sua casa, alfabetizar seus filhos e os

filhos dos vizinhos. Mudando-se para a vila de Tabuleiro, exerceu as funções de sub-

prefeito, no período de 1938 a 1945, quando era Prefeito de Limoeiro Custódio

Saraiva de Menezes, que o nomeou. Em reconhecimento ao seu trabalho, foi

homenageado denominando uma rua desta cidade.

Leôncio tinha muitos filhos, entre eles: Adosmiro, Alcides, Argemiro,

Oliveira, Olímpio, Argentina, Almiro e outros.

Faleceu no dia 14 de setembro de 1971.

-x-

O quinto nome que aparece destas personalidades é Pio Afonso

Chaves, nascido em cinco de maio de 1893. Em dezoito de agosto de 1928,

casou-se com Ana Rosa de Lima. Tiveram cinco filhos: Maria Eneídes, Odete,

Ana Anete, Osael e Marileide. Pio Afonso (Pio da Boa Esperança) foi agricultor,

criador e comerciante. A coisa que mais gostava de fazer, era postar-se em

frente a uma mesa

Gumercindo Cláudio Maia

de leilão e dar uma de leiloeiro. Gostava de um bate-papo sem formalidades.

Faleceu aos 74 anos de idade, no dia primeiro de novembro de

1967. Recebeu duas homenagens: denominação a uma rua e a um Conjunto

Habitacional nesta cidade.

-x-

José Muniz Chaves nasceu em 1905, no dia cinco de maio, no sítio

Peixe Gordo, filho de Francisco Sebastião Freire Chaves e Raimunda Nunes

Freire Chaves. Casou-se com Antônia Moreira Maia, continuando a residir em

Peixe Gordo onde era proprietário e ali criou os filhos.

Zé Muniz era um exímio tocador de violino, que passou também a

seu filho José Muniz.

Depois de seu falecimento, em 08 de julho de 1952, José Muniz foi

agraciado com seu nome numa rua de Tabuleiro.

-x-

Chagas Muniz, filho de José Muniz, que assinava seu nome como

Francisco Moreira Maia, nasceu em 20 de junho de 1925, casou a primeira vez

com Jovelina Nogueira Chaves, e a Segunda vez com Maria de Sousa Maia.

Chagas Muniz foi eleito vereador para a Câmara Municipal de

Tabuleiro do Norte, em 1967/1971. Reelegeu-se, novamente, para um mandato

de 1971 a 1973. Passou sem exercer mandato no legislativo tabuleirense uma

vez. Voltou a assumir uma cadeira na Câmara Municipal em 1976, para o

período de 1977 a 1983. Por motivos políticos foi

Gumercindo Cláudio Maia

assassinado numa emboscada à margem do Rio Jaguaribe, em 14 de agosto de

1979, deixando um casal de filhos menores. É o sétimo elemento da família

Chaves que obtém o privilégio de ter seu nome gravado em uma rua da cidade.

Gumercindo Cláudio Maia

Gumercindo Cláudio Maia

Emília Rodrigues Chaves

Gumercindo Cláudio Maia

Gumercindo Cláudio Maia

Gumercindo Cláudio Maia

Gumercindo Cláudio Maia

MAURÍCIO MAIA

As famílias aqui residentes, ou que residiram, vieram de outros Estados, ou de outros Municípios. No passado, era um fato corriqueiro mudança de uma pessoa, ou até de uma família inteira.

No ano de 1831, Manoel Maurício Maia natural de Cachoeira do Riacho do

Sangue (Solonópole) mudou-se de sua terra e veio localizar-se no sítio Barrinha, do

distrito do então Tabuleiro de Areia (Tabuleiro do Norte).

Tinha três filhos: Francisco Maurício Maia, Manoel Maurício Maia e

Guilhermina. Esta casou-se com o cidadão João Daniel e tiveram os seguintes filhos:

Daniel do Belém, Eugênio Daniel, Joca Daniel e Manoel Daniel (Nenel) casado com

Joaquina Daniel, que viveu 103 anos, pais de Duca Daniel e Emília.

Veja bem: a família de Guilhermina adotou o sobrenome “Daniel”,

enquanto os outros seguiram o antigo sobrenome “Maurício”, como veremos a seguir:

Francisco Maurício Maia nasceu em 1855, Casou-se com Celestina Cordulina de Jesus,

filha de João Pessoa de Farias. Chico Maurício, como era conhecido, tinha os seguintes

filhos: João Maurício Maia, nascido em 1884, era agricultor; Francisco Maurício Maia,

fruticultor, nasceu em 1885; Pedro Maurício Maia nasceu em 1886, era agricultor e

marchante; José Maurício Maia nascido em 1888, agricultor, pedreiro e banqueiro de

jogo; Joaquina Maurício Maia (Quininha) nasceu em 1890 e casou-se com Pedro

Jerônimo; Neném Maurício Maia nasceu em 1892 e casou-se com Antônio Claudino;

André Maurício Maia nasceu em 1893, era pecuarista; Antônio Maurício Maia nasceu

em 1895, marchante e pradista; Manoel Maurício Neto (Neco) nasceu em 1897, era

pedreiro; Gerôncio Maurício Maia nasceu em 1901, tropeiro (comerciante em costas

de burro).

Gumercindo Cláudio Maia

MOREIRA DE SOUSA

Do município riograndense de Apodí, vieram os Moreira de Sousa.

Instalaram-se no Distrito de Tabuleiro e aqui lançaram suas raízes no século XIX. De

Manoel Moreira de Sousa nasceram seis filhos: Joana Moreira de Sousa, Pedro Moreira

de Sousa, João Moreira de Sousa, Silvério Moreira de Sousa, Casusa Moreira e uma

mulher de nome Cota.

São filhos de Pedro Moreira de Sousa: Pedro Moreira de Sousa (Pedrinho),

José Pedro Moreira, Manoel Moreira de Sousa, Vicente Moreira de Sousa, Francisco

Higino Moreira, Antônio Moreira de Sousa, Joaquim Moreira de Sousa (Quincó),

Aninha Moreira e Maria, casada com Antônio Ferreira das Varzantes.

Hoje, podemos verificar, que alguns descendentes da família Moreira de

Sousa são homenageados e postos seus nomes em ruas da cidade de Tabuleiro do

Norte, em sinal de agradecimento pêlos serviços prestados à terra de Maia Alarcon.

Francisco Moreira Filho nasceu em três de dezembro de 1913, no sítio Saco

do Barro, onde morava seu pai Francisco Higino Moreira. Começou a vida como

agricultor até tornar-se tropeiro (comboieiro) e depois, político. Casou-se com

Expedita Moreira de Andrade, filha de Manoel Franklin de Andrade e Sofia Florencia de

Andrade. Chico Moreira foi eleito em três legislaturas para a Câmara Municipal de

Limoeiro do Norte, antes da emancipação política de Tabuleiro do Norte. Sua vida,

como sua carreira política, foi interrompida aos 53 anos de idade, faleceu num

acidente de carro, em 24 de novembro de 1966.

Como reconhecimento pelos seus serviços prestados ao Município, Chico

Moreira foi agraciado com seu nome posto numa rua, “Rua Francisco Moreira”. Anos

depois, com a construção de mais um colégio na cidade novamente foi homenageado:

Gumercindo Cláudio Maia

“Escola de 1º e 2º Graus Francisco Moreira Filho”. É certo que se faça justiça a todos

aqueles que fizeram algo de bom pelo seu município.

-x-

Pedro José de Alencar. Este nome consta em uma rua no perímetro urbano

da cidade, homenageando um homem simples, de atitudes honestas. Nasceu em três

de junho de 1913, no sítio Patos. Filho de José Pedro Moreira e Maria do Sacramento

Moreira. Casou-se em 25 de setembro de 1935, com Eulália Xavier de Alencar.

Agropecuarista, possuidor de várias glebas de terras agrícolas e de criar.

Nas horas vagas e aos domingos, exercia a profissão de barbeiro; por ser a região

muito habitada, exigiam seus serviços.

Pedro José colaborava com tudo o que fosse evento. Em qualquer

necessidade os moradores podiam contar com seus préstimos, quer que fosse para a

construção de escola, campo de futebol, etc., sempre estava pronto a colaborar com a

comunidade.

Faleceu com 65 anos de idade, no dia 14 de julho 1978.

Gumercindo Cláudio Maia

Gumercindo Cláudio Maia

Gumercindo Cláudio Maia

OS GADELHAS

Os primeiros Gadelhas que chegaram ao Ceará procediam do Estado de

Pernambuco e se instalaram em Aquiraz. Do Aquiraz, adentraram o interior do Estado

à procura de boas terras para fixar residência e trabalhar. Encontraram essas boas

terras no Município de Limoeiro do Norte, onde se estabeleceram. Com o crescimento

das famílias, alguns se mudaram para o Distrito de Tabuleiro de Areia, localizando-se

em propriedades que adquiriram próximo a sede do distrito: Pio da Costa Lima,

Jerônimo da Costa Lima, Antônio Manoel da Costa Gadelha, dono Zefinha casada com

Francisco Franklin de Andrade e outros. Criavam gado, caprinos e ovinos, nas mesmas

terras onde exploravam a cera de carnaúba dos vastos carnaubais ali existentes.

Comercializavam a maneira antiga, comprando e vendendo mercadorias transportadas

em costa de burros, era assim o comércio da época.

Criadores de gado na região adquiriram terras na chapada do Apodi pelo

sistema foreiro; Os Gadelhas aforaram grandes áreas de terras onde construíram:

casas, cercados e poços artesianos. O gado era criado solto, no inverno se dispersavam

e passavam para o vizinho Estado do Rio Grande do Norte. Era necessária a

vaqueirama se reunir no vizinho Estado para o que chamavam de apartação; consistia

em separar o gado do Ceará pela marca ou pela freguesia, e recambiá-los de volta as

fazendas de origens. Os gadelhas se faziam presentes, mesmo porque tinham os

maiores rebanhos e o maior número de reses extraviadas.

Em Patos e Água Suja, ficava as sedes das respectivas fazendas, que nas

décadas de 30, 40 e 50 a extração da cera de carnaúba era a maior fonte de renda

destes fazendeiros.

Gumercindo Cláudio Maia

Uma breve história sobre Jerônimo Gadelha. Criador de gado bovino,

caprino e ovino, dono de uma vasta extensão de terra própria pra criar, grande área de

carnaubal e terras para agricultura. Tudo junto lhe valia o título de fazendeiro rico e

bem conceituado perante a sociedade local. Foi por este motivo que atraiu a atenção

dos cangaceiros. Teve a sua casa invadida pelo bando de Massilon, no dia 14 de agosto

de 1927, antes das seis horas da manhã. No exato momento em que Zacarias, o filho

mais moço, saia de casa para o curral desleitar as vacas. Os cabras o pegaram de

surpresa, obrigando a entrar em casa, novamente, de onde acabava de sair. Trancaram

Zacarias num quarto prometendo matá-lo, se o velho não entregasse o dinheiro.

Zacarias quebrou as grades de madeira da janela e fugiu.

Os bandidos pegaram o velho Jerônimo ainda deitado, mas o velho com

medo de ser assaltado, colocara numa lata, sessenta contos de réis (60:000$000) e,

enterrou embaixo da rede onde dormia. Fez um pacote com aproximadamente 12

contos de réis (12:000$000) em cédulas de menor valor e depositou num baú.

Massilon estava bem informado da existência de sessenta contos de réis, porque

Jerônimo tinha contado para um amigo, que de amigo só tinha a cara. Tanto é

chegaram logo procurando pêlos 60 contos de réis. Puseram-lhe armas em baixo do

queixo, mas o velho não se intimidou; com o sangue frio que lhe era peculiar

respondeu a ameaça; eu tinha essa quantia, mas com medo de cangaceiros, comprei

umas casas em Limoeiro e o resto botei naquele baú, apontou com a mão: os bandidos

não quebraram; pediram a chave e abriram o baú. Vendo o tamanho do pacote,

pegaram, talvez pensando ser bastante dinheiro; saíram a cata de jóias; levaram,

também, várias peças de ouro de dona Maria das Dores. Depois deste episódio,

Jerônimo Gadelha comprou várias casas em Limoeiro do Norte, investindo quase todo

o seu capital.

Gumercindo Cláudio Maia

- X –

Francisco Xavier de Lima (Chico Sabino), neto de Jerônimo Gadelha, diz que

estes sessenta contos de réis, já haviam sido salvos por um cavalo; foi o seguinte:- No

dia 16 de junho do mesmo ano, quando Lampião entrou na cidade de Limoeiro,

Jerônimo foi avisado e tomou suas providências. Selou um cavalo colocando no bolso

da coronha o referido dinheiro, e mandou-se para o Tapuio, um pouco distante de sua

residência, indo abrigar-se na casa do velho Chico Menino. No dia seguinte, foi tomar

banho e dá água ao cavalo numa cacimba, à beira da estrada, um lugar ermo, que ele

nunca esperava que por ali passasse um cangaceiro. O cavalo bebeu e ficou solto,

enquanto Jerônimo tomava seu banho tranqüilo. Como o cavalo ficou solto, voltou

imediatamente para onde tinha saído. Neste momento, Jerônimo ouviu um tropel, era

exatamente o grupo de Lampião.

Por essa eu não esperava, disse consigo mesmo; estes bandidos passarem

por aqui! Perdi meu cavalo, meu dinheiro e a viagem. Só que os bandidos passaram a

galope e nem sequer olharam para ele. Vestiu-se e foi procurar o cavalo, que por sorte

sua, o animal ficara encoberto na curva do caminho; os bandidos não o viram. Foi,

realmente, assim, que o dinheiro de Jerônimo Gadelha, foi salvo pelo cavalo.

-x-

Antônio Manoel da Costa Gadelha foi um dos mais velhos comerciantes de

Tabuleiro do Norte, possuía uma mercearia bem montada, onde vendia, inclusive,

mercadoria por atacado.

Era casado com Francisca Rosa de Jesus (Chiquinha), filha de José Moreira

Maia, casado com Marica Prata. Morava no sítio Patos, lugar aprazível, onde criou

filhos: Alfredo da Costa Gadelha, Odorico, Antero, José, Domingos, Limério, Marcelino,

Donana, Cristina, Alvina e Alzira.

Gumercindo Cláudio Maia

Antônio Gadelha, depois que deixou o comércio, passou a viver de rendas;

tinha muitas terras, especialmente com carnaubal. Criava um bom rebanho de gado,

tudo isso gerava uma boa renda, que dava para viver folgado, muito embora, dos três

irmãos, fosse o mais pobre.

Alfredo da Costa Gadelha é o destaque da família. Farmacêutico, casou-se

com Maria. Filha de Pedrinho Moreira. Era um homem calmo e responsável; são estas

as características de Alfredo Gadelha.

-x-

Pedro Jerônimo da Costa Lima nasceu no dia 02 de agosto de 1899 e

faleceu em 09 de março de 1961, aos 62 anos de idade.

Teve sua infância pautada na disciplina e obediência aos bons costumes

ditados por seus pais, Jerônimo da Costa Lima e Maria das Dores de Jesus. O

comportamento herdado de seus pais o tornou um homem sério e de relevante

conceito. Dedicou-se a leitura de bons livros e os tinha como verdadeiros professores.

Era intransigente em sua fé. Amava a poesia, o lar e a família.

Seu enlace matrimonial realizou-se a 08 de fevereiro de 1926, com Maria

Moreira Lima. Desta união nasceram 13 filhos; criaram-lhes, dentro da mesma fé que

fora criado. Pedro Jerônimo é nome de rua nesta cidade de Tabuleiro do Norte, em

reconhecimento à sua honradez e a nobreza de seus gestos.

-x-

Gumercindo Cláudio Maia

Jerônimo Batista Gadelha, filho de João Batista de Almeida e Ana Teresa de

Jesus. Nasceu em 18 de fevereiro de 1908 no sítio Saquinho, município de Limoeiro do

Norte e faleceu aos 47 anos de idade, em Olho D’água dos Currais, a 24 de junho de

1955. Tem seu nome em uma rua da cidade de Tabuleiro do Norte.

Descendente da família Gadelha por parte de Dona Ana Teresa de Jesus,

(Dudu), por ser filha de Isídio da Costa Gadelha, portanto prima irmã de Pio Gadelha. A

família de João Batista de Almeida mudou-se para a localidade de “Currais”, no início

do século XX.

Jerônimo casou-se duas vezes; do primeiro matrimônio nasceram quatro

filhos; do segundo casamento nasceram três filhos. Era barbeiro profissional, moço

simpático e comunicativo; exerceu a profissão, enquanto pode trabalhar.

Entrou na política, elegendo-se vereador, representado o Distrito de Olho

D’água da Bica, quando este Distrito ainda fazia parte do município de Limoeiro do

Norte. Exerceu a vereança de 1950 a 1954.

Falecendo muito moço, foi com ele o sonho que tinha de ver dias melhores

para o distrito que defendia, Olho D’água da Bica.

-x-

Breve história sobre Pio Gadelha.

Pio nasceu em 05 de maio de 1867 e faleceu aos 78 anos de idade, em 30

de julho de 1945. Tem seu nome numa rua da cidade de Tabuleiro do Norte.

Pecuarista, dono de muitas terras de criar e de carnaubal, tinha sua

residência no sítio Água Suja, no distrito sede.

Gumercindo Cláudio Maia

Fez duas viagens ao Amazonas, indo trabalhar nos seringais do Rio Javarí,

território peruano. De volta ao Ceará, procurou comprar terras no sítio Água Suja. A

Fazenda que pertencera a Quitéria Maria, estava desativada e era uma propriedade

muito boa, localizada próxima ao açude do mesmo nome.

Pio Gadelha, viajou ao Estado da Paraíba, e comprou aos proprietários

herdeiros do Capitão Manoel Antônio, que foi o herdeiro de Quitéria Maria.

Pio Gadelha, como homem abastado, foi brilhante edil da Câmara

Municipal de Limoeiro, no período de 1896 a 1898.

O ano de 1927 foi marcado pelas investidas dos bandos de cangaceiros; o

primeiro foi Lampião, no dia 16 de junho de 1927 e o segundo Massilon. Este era mais

perigoso do que Lampião. No dia 14 de agosto do mesmo ano, pela manhã, Pio

Gadelha voltava do açude onde tinha tomado seu banho matinal, quando avistou, no

alpendre de sua casa Chico Pinto amarrado sobre um cavalo. Aproximando-se da casa,

Chico Pinto disse: Pio, sua casa está cheia de cangaceiros. Pio ainda disse: eu vou pegar

meu rifle, que está no paiol de algodão; Chico pinto advertiu: não faça isso! Eles lhe

matarão. Pio recuou e escondeu-se no milharal, atrás da casa.

Como os bandidos não encontraram dinheiro, roubaram várias peças de

ouro e rumaram para a vila de Tabuleiro.

A rua Pio Gadelha fica no Centro da Cidade, homenagem do povo

tabuleirense ao velho Pio da Costa Lima.

Gumercindo Cláudio Maia

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OS ANDRADES

Os Andrades em Tabuleiro do Norte, estão representados por Manoel

Franklin de Andrade, vulgo (Manduca), nascido em 29 de junho de 1878. Residente em

Tabuleiro do Norte, no sítio Água Suja, no local conhecido por Moitas.

Casou-se com Sofia Florência de Andrade.

Entre seus muitos filhos, destacamos: Raimundo Franklin de Andrade,

(Raimundo Manduca), que seguiu os passos do pai, criando gado e uma tropa de

burros na estrada, comércio muito usado na época. Raimundo era um homem calmo,

tranqüilo e honesto. Casou-se com Ernestina Gadelha de Andrade, (Tina), filha de Pio

da Costa Lima (Pio Gadelha).

Manoel Franklin ficou viúvo, casou-se novamente, com a jovem Maria

Nogueira da Costa, filha de André Sabino e Dona Ursulina.

Manoel Franklin faleceu no dia 26 de janeiro de 1960.

Foi homenageado com seu nome em uma rua, na cidade de Tabuleiro do

Norte.

Gumercindo Cláudio Maia

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OS FERNANDES

Fernandes, patronímico de Fernando, pelo que o atual apelido não tem

uma só origem.

Em Tabuleiro do Norte existe a família Fernandes Colares; não se pode

afirmar que os Colares de Tabuleiro sejam descendentes do Padre Manoel Vicente

Colares. Este Padre tinha um filho por nome: Fernando Deodato Colares. (D. Pompeu

Bezerra Bessa, “A Antiga Freguesia de Limoeiro, página 144, ano 1998).

Lino Fernandes Colares, (tem uma rua com o seu nome), pecuarista, nasceu

em 03 de maio de 1876, nesta Cidade. Casou-se com Maria Celestina Colares. Seu

irmão, Francisco Fernandes, casou-se com Aninha (Ana Andrade). Joaquim Bernardino

Fernandes Colares (irmão de Lino), também pecuarista, casou-se com Maria Josina

Andrade. Joaquina Fernandes, (Quininha), foi casada com Antônio Franklin de

Andrade. João Fernandes Colares, sacristão, era solteiro.

Portanto, os irmão Fernandes, todos se casaram com os irmãos Andrade

(irmãos de Manoel Franklin de Andrade).

Lino Fernandes, que foi o destaque desta família, faleceu em 21 de

fevereiro de 1956.

A esposa de Lino Fernandes tem hoje seu nome gravado no hospital da

Cidade. “Hospital e Maternidade Celestina Colares”.

Gumercindo Cláudio Maia

OS NORONHAS

A família Noronha, vem de D. Afonso Henrique, Conde de Noronha que

casou-se em Burgos, em 1378, com Dona Isabel, filha de D. Fernando I, rei de Portugal.

Tabuleiro do Norte orgulha-se de ter um ramo desta família. Constantino

Antônio de Noronha, era pai de Carlos Antônio de Noronha, que era pai de Tertuliano

Antônio de Noronha que era o pai de Germano Antônio de Noronha e seus irmãos.

(Estas informações foram prestadas por Marcelino Noronha Maia, pouco antes de

falecer).

Os Noronha são um povo inteligente, digno de menção. Lino Noronha e

seus irmãos foram os inventores do cata-vento de madeira; até então, só existia o

cata-vento americano, todo de aço e com pouca vazão.

Germano foi o idealizador do aviamento a motor, eliminando a roda de veios

manuais e colocando um motor, em cima da mesa do rodete ou moedor de mandioca.

Mundico foi autor de uma série de inventos.

Germano Noronha nasceu no dia 30 de outubro de 1900, no sítio Moita Verde, filho de Tertuliano Antônio de Noronha e Maria Teresa do Sacramento. Em 1922 prestou o Serviço Militar. Em 1923 casou-se com Ana Florismina dos Santos e tiveram somente quatro filhos: Luiz, Joaquim, David e Júlia. Faleceu em 21 de agosto de 1953, ficando seu nome como lembrança gravada numas placas de rua: “Rua Germano Noronha”.

-x-

Raimundo Nonato de Noronha (Mundico) nasceu no sítio Moita Verde, em

26 de março de 1913, irmão de Germano Noronha, e faleceu no dia 06 de junho de

1977, aos 64 anos de idade.

Gumercindo Cláudio Maia

Trabalhou como ferreiro, fazendo e consertando peças de cata-vento de

madeira, muitos por ele mesmo fabricados, junto ao seu irmão Lino Noronha.

Em 1927 aventurou-se a consertar um motor de automóvel Chevrolet,

trabalho inédito na região, sem nunca ter visto um motor desmontado. Foi este o seu

primeiro trabalho mecânico.

Um dos seus maiores feitos foi, com um motor de Chevrolet movido a

gasogênio, adaptado a um dínamo gerador de energia, iluminou a pequena cidade de

Tabuleiro do Norte; foi o maior sucesso na zona jaguaribana. Pouco tempo depois,

Mundico comprou um motor industrial de quatro cilindros, marca LISTER a óleo diesel,

iniciando aí sua empresa de energia elétrica, na cidade de Tabuleiro do Norte.

São coisas que precisam ser lembradas, valorizando desta maneira, os

gênios de nossa terra.

Gumercindo Cláudio Maia

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Gumercindo Cláudio Maia

OS BRAÚNAS

O braço operário está presente em Tabuleiro do Norte, como força e profissão.

Encontramos uma rua na cidade com o nome: “Rua João Ferreira Braúna”.

Foi um homem simples, pobre e trabalhador. Profissional ou amador, era ferreiro por

necessidade.

João Braúna nasceu em 08 de agosto de 1892, residia no sítio Patos,

próximo ao Córrego de Areia. Foi casado com Maria Leonora de Jesus, com quem teve

10 filhos. Nos anos de inverno dividia a tenda de ferreiro com o roçado, por que

também era agricultor desde infância. Como ferreiro João Braúna superava a todos.

Bom ferreiro, bom camarada, atendia todos com atenção e muita perfeição no seu

trabalho.

Ficou viúvo, casou-se com Maria Joaquina Braúna, que lhe deu mais 04

filhos. Faleceu em 29 de janeiro de 1984, com 92 anos de idade.

Na família Braúna não há somente ferreiro; existem músicos e pessoas de

grau universitário.

-x-

Pedro Pessoa de Lima era do município de Pereiro; mudou-se para

Tabuleiro no começo deste século; casou-se com Joaquina Cordulina de Jesus, filha de

Francisco Maurício Maia, residente neste Município.

Pedro Pessoa era agricultor; sofreu um acidente de trabalho, ficou aleijado

de uma perna, continuou trabalhando, mas com uma tropa de burros (Comboieiro);

assim viveu até o ano de 1957, quando faleceu, a 15 de outubro. Não sei qual foi o

mérito, mas seu nome está numa rua desta cidade, “Rua Pedro Pessoa”.

Gumercindo Cláudio Maia

OS TAVARES

Manoel Tavares de Almeida, (Neco Pacheco), nasceu no Rio de Janeiro, no

dia 03 de fevereiro de 1893. Filho de Francisco Tavares de Almeida Magalhães e

Geracina Tavares Magalhães. De volta ao Ceará, Neco estabeleceu-se em Tabuleiro de

Areia (Tabuleiro do Norte); casou-se com Júlia Moreira Maia, em 04 de outubro de

1925, filha de Joaquim Moreira Maia (Quinco Moreira).

Seus pais ficaram morando em Iracema, junto aos seus irmãos, tios e

muitos outros parentes. Em Tabuleiro, a família Manoel José de Lima é da mesma

família Pacheco, da qual descende a Senhora Pacheca, esposa de Alonso Soares

Campos. Neco e seu irmão José Tavares Magalhães (Zé Pacheco), trabalharam juntos,

muito tempo no comércio local. Zé Pacheco morreu aos 97 anos de idade.

Em Fortaleza estão os filhos e netos de Neco Pacheco. Por seus méritos,

seu nome foi lembrado com o nome de rua. “Rua Manoel Tavares Almeida”. Neco

Pacheco faleceu em 17 de abril de 1984, com 91 anos de idade.

-x-

Avelino Magalhães, irmão de Manoel Tavares de Almeida, nasceu em 20 de

dezembro de 1894, no município de Iracema; casou-se com a Senhora Adalgiza

Magalhães, e, tiveram 07 filhos. Hei-los: Leônidas, Rita, Terezinha, Pierre (Brasil),

Marta, Sebastião e Míriam.

Avelino, exerceu várias funções: Guarda livros (Contador), Juiz de Paz,

Comerciante e finalmente, Inspetor Escolar do Ensino Público. Foi o idealizador da

construção do Grupo Escolar, que recebeu seu nome. No ano de 1953, mudou-se para

Fortaleza com o intuito de dar melhor educação para os filhos. Faleceu aos 61 anos de

idade, em 10 de fevereiro de 1956.

Gumercindo Cláudio Maia

OS SOARES

Soares não é uma família numerosa, mas tem uma curiosidade: Os Soares

pretos e os Soares brancos. Na localidade de Tapera, existem os Soares de cor branca,

de onde procede Vicente Soares Campos. É o nosso destaque, para essas linhas que

escrevo. Nasceu em 02 de junho de 1866. Agropecuarista, dono da Fazenda Arapuá, no

município de Alto Santo.

Católico, participava dos atos da Igreja de Tabuleiro do Norte, colaborador

expontâneo com as festividades e eventos que houvessem na localidade; bastava que

fossem para fins humanitários. Nunca faltava com a oferta de um bezerro para um

leilão e lá estava o filho, José Soares Campos, para arrematar o citado bezerro.

Quando moço, Vicente Soares fez quatro viagens ao Amazonas. Numa

dessas viagens, já de volta, conheceu Salviana Barbosa com quem se casou. Foi aí, que

se instalou de verdade, a Fazenda Arapuá.

A partir de 1929, os filhos iniciaram a mudança para Tabuleiro. Primeiro

veio José Soares; depois de um ano, Alonso Soares (Marinheiro), seguido de Vital

Soares, Júlio e Cabocla, a única mulher que morou em Tabuleiro. José Soares e

Marinheiro, tornaram-se grandes comerciantes; foram eles os precursores do

desenvolvimento comercial de Tabuleiro do Norte. Justiça seja feita. Antes ninguém se

aventurava em lançar-se no comércio, com tanto empenho, como José Soares e

Marinheiro.

Vicente Soares foi homenageado pêlos tabuleirenses. Hoje é nome de uma

rua no centro da cidade. Homenagem justa para o crescimento do Município. Seus

filhos aqui se destacaram em todos os ramos que atuaram. Mesmo sem residirem

neste Município, contribuíram, consideravelmente, para o seu progresso.

Gumercindo Cláudio Maia

I N D I V I D U A I S

1 – FRANCISCO CELESTINO MALAQUIAS 71

2 – FRANCISCO ERCILIO PINHEIRO 73

3 – JOÃO GOMES DE OLIVEIRA 75

4 – DIMAS E OTACILIO BATISTA 77

5 – OS PADRES HOMENAGEADOS 79

Gumercindo Cláudio Maia

FRANCISCO CELESTINO MALAQUIAS

JOSÉ ANTÔNIO ou Francisco Celestino Malaquias nasceu em Sousa, no

estado da Paraíba, em 10 de maio de 1906. Filho de João Celestino Malaquias e Julieta

Dantas Ribeiro. De Sousa foi morar em Juazeiro do Norte. Dizia conhecer

pessoalmente o Padre Cícero Romão Batista e foi o próprio Padre que o incentivou a

indicar remédios, usando os conhecimentos de que dispunha como vendedor

balconista em uma farmácia. Em 1932, ano seco, foi trabalhar numa construção,

quando foi apelidado de José Antônio. Aceitou o apelido e deixou o Francisco

Celestino Malaquias somente nos documentos.

Mudou-se de Juazeiro para o Baixo Jaguaribe, no município de Limoeiro do

Norte casou-se com Teresa Alves de Lima, filha de Francisco Alves de Lima e Francisca

Teresa de Jesus.

Entrou para a política, candidatando-se a vereador para a Câmara

Municipal de Tabuleiro do Norte. Nesta época, já estava morando no sítio Poço

Barrento. Foi eleito para exercer o mandato de 1963 a 1967. Doente faleceu em 07 de

outubro de 1967. Foi homenageado pela Câmara Municipal de Vereadores, dando seu

nome a uma rua. “Rua Vereador José Antônio”.

Gumercindo Cláudio Maia

Gumercindo Cláudio Maia

FRANCISCO HERCÍLIO PINHEIRO

Francisco Ercílio Pinheiro nasceu no Arapuá, município de Luiz Gomes, no

Rio Grande do Norte, em 18 de novembro de 1918.

Filho de Manoel Franco de Oliveira e Dona Otília Fernandes Pinheiro. Foi

batizado pelo Padre Elesbão e foram seus padrinhos: Felipe Lopes Cardoso e Rita

Maria dos Impossíveis.

A sua escolaridade foi através do professor e Tabelião, Domingos Cipriano,

que o incentivou a comprar alguns livros e o preparou para os exames finais.

Incentivou-o também, a cantar, porque levava jeito e sabia rimar perfeitamente. Já

fazia repentes e poesias e ainda mais o presenteou com uma viola.

Ercílio fez sua primeira cantoria fazendo dupla com o cantador Inocêncio

Gato, no ano de 1938. Ganhou cinco mil réis, que entregou para seu pai Manoel

Franco de Oliveira.

Já cantador renomado, mudou-se para Tabuleiro do Norte, trazendo

consigo a família, os pais e os irmãos: João Pinheiro e Joaquim Pinheiro e as irmãs:

Amélia e Maroca.

Casou-se no dia 15 de janeiro de 1942 com a jovem Maria Sousa Lima.

Faleceu em 09 de abril de 1958, aos 40 anos de idade.

Como cantador agradava a todos. Deixou muitos amigos; por isso foi

agraciado e hoje “Ercílio Pinheiro” é nome de uma rua, em Tabuleiro do Norte.

Gumercindo Cláudio Maia

Gumercindo Cláudio Maia

JOÃO GOMES DE OLVEIRA

João gomes de Oliveira, natural de Apodi, Rio Grande do Norte.

Comerciante no ramo de algodão estabeleceu-se em Tabuleiro, por volta do ano de

1922. Instalou uma pequena indústria de beneficiar algodão; era um processo muito

rudimentar; uma prensa manual com capacidade de imprensar um fardo de no

máxima 60 quilos. Os volumes eram transportados em carros puxados a bois, para a

cidade de Mossoró, no Rio Grande do Norte.

Para transitar entre Tabuleiro e Mossoró, foi preciso fazer as suas custas

toda melhoria da estrada, porque a mesma era somente uma trilha para o transporte

em animais de carga.

Anos depois, comprou a fazenda Volga, no distrito de São João do

Jaguaribe, onde passou a residir. Poucos anos depois, faleceu em Fortaleza, vitimado

por um câncer na próstata.

Durante o tempo que morou em Tabuleiro, fez mais amizades do que

inimizades. Gostava de dar respostas grosseiras, como a que deu ao seu amigo

Jerônimo Gadelha, que não levou em consideração. Certo dia João Gomes tinha

viajado a Quixadá, chegou com a mola do carro quebrada, mandou fazer o conserto e

na hora do pagamento o mecânico cobrou muito caro pelo serviço. – João Gomes disse

que não pagava, e o mecânico que também era esquentado, na discussão bateu com

um pedaço de ferro na cabeça de João Gomes, que o sangue desceu na testa; aí, João

Gomes pagou o conserto e foi embora. Dias depois, encontrou-se com Jerônimo

Gadelha, que perguntou-lhe: - João Gomes, é verdade o que disseram que você para

pagar uma conta teve que apanhar primeiro? João Gomes respondeu: - Foi Jerônimo.

Apanhei, paguei, mas não caguei; se fosse você, apanhava, pagava e cagava. Tudo

terminou em risos. Só que João Gomes deu tempo ao tempo. Certo dia voltou a

Quixadá, acertou com dois policiais para pegar o referido mecânico numa bebedeira,

que gostava de fazer, e dar-lhe uma tremenda surra; e aconteceu como desejava. O

mecânico apanhou muito e o pior, não ficou sabendo porque apanhou. Com essa João

Gomes ficou vingado.

Gumercindo Cláudio Maia

DIMAS E OTACILIO BATISTA

DIMAS E OTACILIO BATISTA, dois irmãos pernambucanos, ganharam

notoriedade em Tabuleiro do Norte. Dimas como cantador, professor e comerciante e

Otacílio como cantador e político. Chegaram em Tabuleiro do Norte, entre 1941 e

1942. Traziam consigo as violas e muito repente. Dimas casou-se com Judite Gadelha

ainda em 1942. Deu início a seus estudos, fazendo o artigo 91, uma forma de supletivo.

Foi comerciante de ferragens, depois lojista e Diretor do Colégio Nossa Senhora das

Brotas, em Tabuleiro. Cursou a Faculdade de Filosofia Dom Aureliano Matos em

Limoeiro do Norte, onde se formou em letras. Fez uma faculdade em Sousa da Paraíba,

formando-se em Direito. Foi professor da Faculdade D. Aureliano Matos, sem no

entanto abandonar a viola e o repente. Tem seu nome em uma rua de Tabuleiro e na

Biblioteca Municipal. Faleceu sem deixar descendentes, em 1986.

Otacílio era um pouco diferente de Dimas. Brincalhão e muito bom de

repente, caiu nas graças do povo. Onde ele estava havia sempre uma turma desejosa

de ouvir suas piadas e anedotas. Gostava de jogar baralho, mais para se divertir do que

para ganhar dinheiro. Sempre foi pobre.

Casou-se com a professora Rosina Freitas Patriota, de tradicional família

limoeirense. Ingressou na política na época da Revolução de 64. Foi eleito vereador,

mas sua participação, na política foi muito conturbada por causa de

desentendimentos com o Prefeito da época. Perdeu a eleição seguinte e mudou-se

para a capital da Paraíba, onde reside atualmente.

Gumercindo Cláudio Maia

OS PADRES

1º - Padre Clicério da Costa Lobo, que tem uma rua da cidade com o seu

nome. Como coadjutor de Limoeiro do Norte, morava em Tabuleiro de Areia (Tabuleiro

do Norte), onde atuava como Pároco e Professor. Não sabemos exatamente quanto

tempo o Padre Clicério passou em Tabuleiro. O que sabemos mesmo, é que o Padre

era um homem virtuoso, sério e de bom coração.

2º - Padre Acelino Viana Arrais nasceu em São Mateus (Jucás), filho de

Nicolau da Costa Viana Arrais e de Joaquina Viana Arrais.

Vigário da paróquia de Limoeiro, mas muito amigo do povo de Tabuleiro,

ao ponto de até hoje, ser o Padre mais lembrado pela população dos antigos, em

Tabuleiro. Foi homenageado pela Câmara Municipal, que deu seu nome a uma rua.

Fatos que aconteceram com o Padre Acelino, em Tabuleiro: numa festa da

Padroeira, alguns adversários do Padre, vieram de Limoeiro e se posicionaram em

frente à mesa do leilão, posta no patamar da Igreja. Começaram com indiretas para

aborrece-lo. O Padre era tido como valente; ouviu as provocações e disse para João

Fernandes, o sacristão: João, eu vou me retirar; estou aqui para promover uma festa e

não para brigar. Você está ouvindo aqueles insultos? É comigo! Bem perto estava

sentado o Sr. João Quincó, matuto destemido e perguntou: - O que está acontecendo?

O padre relatou o incidente. João Quincó com uma faca lombada fincou com toda

força no tampo da mesa e disse em voz alta: - Sente-se padre, porque enquanto essa

faca tiver ponta, ninguém mexe com o Senhor. Foi o suficiente para que os

provocadores do Padre debandassem e não aparecessem mais, enquanto durou a

festa. E a paz reinou sob o patrocínio da faca de João Quincó.

Gumercindo Cláudio Maia

Um certo dia de Domingo, pelas 05 horas da manhã, o Padre Acelino se

deslocava de Limoeiro para celebrar a missa em Tabuleiro. Passando ao lado da casa

de Zezé Moreira, este estava com os filhos juntando palha de carnaubeira para

desocupar o lastro, que no dia seguinte, tornaria a ocupar com palhas verdes.

O Padre parou o cavalo e disse: Zezé você não sabe que hoje é Domingo?

Dia de descanso, dia santo e dia de missa? Você está pecando e fazendo seus filhos

pecarem! Deixe isto prá manhã; vamos para a missa. Zezé desculpou-se, mas o padre

foi intransigente; mande os meninos tomarem banho, trocar de roupa, que eu

chegando em Tabuleiro farei o mesmo. Vou tomar banho, trocar de roupa e esperar

por vocês. E só celebrarei a missa, quando vocês chegarem. E assim aconteceu.

Depois da missa o padre chamou Zezé e disse: Zezé, o Domingo é dia santo,

dia de descanso, dia de missa e não dia de trabalho, lembre-se disso. Não houve

aborrecimento por parte de Zezé Moreira, porque eram bons amigos.

3º- Monsenhor Otávio de Alencar Santiago nasceu em 08 de dezembro de 1905, na

cidade de Viçosa do Ceará.

Filho de Otávio Correia de Melo Santiago e Grasiela de Alencar Santiago.

Foi designado Vigário Geral da Diocese de Limoeiro do Norte, empossado

em 25 de agosto de 1940. Apesar de não ser engenheiro civil, despontou como um

grande elaborador de planta e administrador de obras. Foi responsável pela

restauração da atual Igreja de Nossa Senhora das Brotas, em Tabuleiro do Norte, do

projeto de construção da Praça Central e da Casa de Residência de Antônio Alves Maia.

Em São João do Jaguaribe, fez a planta das Capelas: da Volta – Padroeira Santa

Teresinha do Menino Jesus; do Lima – Padroeiro Coração de Jesus e na sede, a capela

de Nossa Senhora de Fátima.

Monsenhor Otávio muito contribuiu para o desenvolvimento de Tabuleiro.

Interessou-se bastante pela criação da paróquia, transmitindo o cargo para o novo

Vigário, e desligou-se um pouco de Tabuleiro do Norte. Monsenhor Otávio foi

homenageado com seu nome em uma rua da cidade.

Gumercindo Cláudio Maia

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Gumercindo Cláudio Maia

LOCALIDADES

1. MALHADINHA, TIÚ E MOITA VERDE 85 2. - COBERTO, PEIXE GORDO E TAPERA 87 3. - BARRINHA 91

4. - JUAZEIRO, CARNAUBAL E PATOS 95 5. - ÁGUA SUJA 99 6. - SACO DO BARRO 103 7. - ALDEIA VELHA 107 8. - ALTO DO MENDES E CURRAIS 109 9. - BOA ESPERANÇA 113

10. - GANGORRINHA E ADJACÊNCIAS 115 11. - TAPUIO E ADJACÊNCIAS 117 12. - OLHO D’ÁGUA DA BICA 119

Gumercindo Cláudio Maia

MALHADINHA, TIÚ E MOITA VERDE

Malhadinha, Tiú e Moita verde. Estas localidades ficam à margem esquerda do Rio Jaguaribe, favorecidas pela abundância d’água e as terras de aluvião, próprias para o cultivo de algodão, milho e feijão. No verão são cultivadas pelo sistema irrigado. Outrora, eram aguadas pelos velhos cata-ventos; hoje, por motores-bomba a diesel, a carvão e a energia elétrica; sistema moderno um pouco mais caro, mas diferente daquele dos antigos moradores que ali existiram.

Escrevo, repassando conhecimentos buscados na tradição oral, que nos

informa quem foram aos mais antigos habitantes, ou os mais aproximados dos antigos

que moraram nestes lugares. No caso da Malhadinha, Teu e Moita Verde, foram os

descendestes destes povos que deram continuidade, morando e trabalhando nas

mesmas terras. Com o passar dos anos, muitos fatos estão no esquecimento, até

mesmo pêlos parentes mais próximos.

José Joaquim de Oliveira, casado com Dona Maria Celestina de Jesus, era

um dos proprietários de terras do sítio Tiú. Irmão de Vicente Xavier de Oliveira, casado

com Dona Maria José; o primeiro homem a comprar um automóvel neste Município.

Era o pai de Possidônio Xavier de Oliveira, José Vicente de Oliveira e Brígido Oliveira;

todos possuidor de boa situação financeira e prestígio no seio das sociedades.

Muita gente morava no sítio Teú: Lucas André casado com Ana Martins;

Fernando Barreto, Luiz Barreto; Cândido Babuje casado com Raimunda Rodrigues, irmã

de Antônio Cardoso; Raimundo Lopes (Velho) casado com Maria das Neves; Manoel

Francisco dos Santos (O Velho) casado com Ana Sabina avó de Raimundo Barros;

Antônio Francisco das Chagas pai de Miguel Brilhante; Joaquim Silva casado com Maria

Felícia; Antônio Bel casado com Júlia Bezerra; Pedro Martins morava no alto da

malhadinha; José Mendes morava bem próximo ao Rio. Casou-se duas vezes: a

primeira mulher chamava-se Filomena e a segunda, Maria; Francisco Vicente dos

Santos (Chico Barros), também morava no sítio Tiú.

Gumercindo Cláudio Maia

Moita Verde, terra de Constantino Pessoa, pai de Antônio Quinado,

Raimundo Constantino, José Pessoa (Zé Grande), casado com Argemira Xavier;

Francisco Pessoa (Chico Nó) casado com Maria Pessoa; Francisco Rodrigues; Zeca

Brilhante avô de Zeca Conrado. Também morava naquele setor: Tertuliano Noronha,

pai de Germano, Ezequiel, Marcelino, Lino Noronha e Mundico Noronha; Joaquim José

de Oliveira; André Felício; Joaquim Jerônimo de Matos; Quinco Noronha, todos com

pequenas propriedades no sítio Moita Verde, onde criaram as famílias.

Em Malhadinha, a família Silva, Agostinho e Januário; Maria Mendes

casada com Benedito Martins; Chico Rosa e Teresa sua esposa; Lucas Soares e

Carminda; Terto Dantas casado com Doninha; André de Têta e Chiquinha sua mulher;

João Rodrigues casado com Mariquinha Pessoa; Faustino Ferro casado com Divina

Soares. Uma legião de pessoas que viveram ou vivem trabalhando a terra de onde

tiravam ou ainda tiram o sustento. Muitos ficam no anonimato, porque é impossível

encontrar todos os nomes dos que habitaram àquelas terras.

Gumercindo Cláudio Maia

COBERTO, PEIXE GORDO E TAPERA

COBERTO, PEIXE GORDO E TAPERA. No cruzamento da estrada, Tabuleiro São João do Jaguaribe, com a BR 116, é o limite, Peixe Gordo, Tapera. Este lugar, no passado era conhecido por Picadinha ou Apertar da Hora. O nome indicava uma passagem estreita, com largura somente para um carro de bois.

Numa estiagem, uns retirantes arrancharam-se nas oiticicas próximas a

Impueira Funda. Foram à lagoa ver se tinha peixe e realmente tinha. Jogaram as

tarrafas pescando alguns peixes e no momento em que estavam limpando os peixes

diziam: ou lagoa de peixe gordo. Foi o bastante. O nome pegou.

Hoje, toda a região, inclusive o outro lado do Rio, a antiga Gameleira,

chama-se Peixe Gordo.

Houve um motivo: O DNER instalou uma residência na margem esquerda

do Rio Jaguaribe, construiu uma capela em honra de São Francisco de Assis e tudo

ficou como Peixe Gordo. Aqui predomina a família Barbosa.

Na Tapera, predomina a família Custódio. Entre eles, o velho Luiz Martins

Barbosa (Luiz Custódio) casado com Maria Elias Nobre. Entre seus filhos citarei: José

Elias Nobre (Casé), comerciante de fumo (grossista), casado com Amália Ângelo;

Francisco Chagas Martins casado com Maria Felícia Chaves (Felicinha). Chagas Martins

foi comerciante com mercearia, fabricante de doces e político. A família deu

continuidade as atividades comerciais do velho Chagas. Tapera completa-se com os

Soares de Fulgêncio, os Chaves de Dona Terezinha, que foi casada com Raimundo

Domingos (Raimundão), o pai de Cazim e outros.

Gumercindo Cláudio Maia

Grandes partes dos Barbosas ocupam terras, tanto na Tapera como em

Peixe Gordo. Olegário Barbosa, Manoel Barbosa é um exemplo.

José Rosendo Freire, irmão de Antônio Xavier da Moita Verde, era o pai de

Manoel Rosendo Freire (Manduca Cândido); morava no sítio Coberto. Manduca era o

pai de José Rosendo Freire (Zezito vereador). O velho José Rosendo Freire foi casado

com Marica Cândida. Por motivos conjugais, separaram-se. Ele foi embora para o

Estado do Amazonas, voltando depois de 40 anos, quando a mulher já havia morrido.

Manoel Cândido de Lima, era o pai de Isidoro Cândido e da mulher de

Olegário Barbosa.

Francisco Ângelo, mestre de montaria (ensinava cavalo a marchar), era o

pai de Manoel Soriano (Manoel Ângelo), Francisco Concílio da Silva e outros.

A família de Manoel André Chaves e Basília Desidéria Freire; ela filha de

José André Freire e Merandulina Chaves. Manoel André Chaves era bisneto do Capitão

José Rodrigues Pereira Chaves.

Viviam da agricultura e trabalhos diversos. Trabalhavam em qualquer

serviço, desde que ganhassem dinheiro. Segundo José André Chaves, o último dos

irmãos vivo, cortavam, rachavam a lenha de pau branco e vendiam nas casas de

pessoas mais abastadas de Limoeiro do Norte.

Era uma família de 13 irmãos. Vejamos os nomes de alguns: José Nunes foi

marchante; Luiz André e José André Chaves foram comboieiros por 12 anos,

caminhoneiros por 14 anos, vereador de 1963/67 e fabricante de sabão. André Chaves

fabricante de doces e Raimundo Basílio, comerciante. Altina, esposa de Silvino

Constantino; Felicinha, esposa de Chagas Martins; Tina, casada com Manoel Alves;

Maria Joana esposa de José Conrado, de onde se origina a família Conrado.

Gumercindo Cláudio Maia

Divina, casada com Nicodemus Conrado; Joventina, esposa de Tomas, filho

do velho Dedeco (José Severiano Freire), que era irmão de Dona Basília, mãe de Zé

André; Dedeco foi casado com Eulália, filha de José Xavier; este cidadão tinha tanto

filho, que só filhas eram dez.

José Silva, Doca Barbosa, Senhor Barbosa, moravam na entrada da trilha,

conhecida por picadinha ou Apertar da Hora.

No local onde mora José André Chaves, chamava-se Alta do Lobo, antiga

moradia de Fernando Barbosa, tido como o homem mais rico do lugar; dono de muita

terra e muito gado; João Rosa morava no alto, em frente à estrada do Peixe Gordo.

Esta região foi muito privilegiada com o sistema de irrigação. Tudo

começou com a plantação de mangueiras, laranjeiras e expandiu-se mais com o plantio

de bananeiras irrigadas a “cata-ventos”, que no seu apogeu, mais pareciam um

carnaubal. Tanta roda de velas de madeira, rodando, puxando água para o bananeiral.

Os caminhoneiros transportavam, diariamente, para Mossoró e outras praças

consumidoras do produto. Antônio Monteiro Chaves trabalhava sempre com dois

caminhões. José André Chaves, André Chaves (André Basílio), Manoel Ângelo, José

Monteiro Chaves e outros exploraram o mesmo ramo. Depois que a bananeira

fracassou nesta região surgiram outras fontes de produção; acabou-se todo o trânsito

comercial que havia entre Tabuleiro do Norte e Mossoró, que era motivado pelo fluxo

da banana, barateando o frete das mercadorias adquiridas naquela praça.

Gumercindo Cláudio Maia

BARRINHA

Barrinha. Possivelmente uma das mais antigas localidades na formação do Município de Tabuleiro do Norte. Foi na Barrinha a residência do português João Rodrigues Ferreira, casado com Joana Paes Maciel. Eram os pais de Luzia Maria Maciel e Mariana Ferreira Maciel.

Tratando-se de antigos moradores desta localidade, precisamos citar os

“Alves”: Manoel Alves, Zacarias Alves; João Bertoldo Ferreira Maia; André Nogueira

Mendes Guerreiro (Andrezinho da Barrinha), nascido em 1867, casado com Filomena

Olindina de Oliveira Gondim; José Avelino Freire Chaves; Norberto, o pai de José

Norberto, bisavô de Dionísio Norberto ; também morava na Barrinha, Raimundo

Pessoa da Silva (Raimundo Constantino), foi quem primeiro comprou caminhão em

Tabuleiro, por volta de 1935, sendo pioneiro no ramo de caminhão. Pode-se dizer que

foi precursor dos caminhoneiros de Tabuleiro do Norte.

Antônio Monteiro Chaves casou-se com Filomena, filha de Andrezinho da

Barrinha; Marcelino Monteiro casado com Amélia, também filha de Andrezinho.

Antônio Monteiro tornou-se caminhoneiro, João Paulino era comboieiro, chefe político

e muito católico; cuidava das coisas da Igreja. A mulher de João Paulino foi escrava.

Com o direito a alforria, foi alforriada. Era irmã de Zé Martins, que nasceu em 1858.

Vicente ramos morava próximo ao Coberto.

Barrinha tem as mesmas características do Coberto. Os mesmos sítios de

bananeiras, laranjeiras e mangueiras. Residência de Antônio Monteiro, que trabalhava

cobrindo toda aquela região sempre com seus caminhões, junto a outros

caminhoneiros no transporte de frutas da região. Não era motorista; motorista eram

seus filhos: José Monteiro Chaves, Josué Monteiro Chaves, Ramiro Monteiro Chaves e

Valdimiro Monteiro Chaves, e o genro Noé Avelino Maia. Era um trabalho lucrativo,

por isso reunia tantos caminhoneiros.

Gumercindo Cláudio Maia

Entre as pessoas com destaque na Barrinha citarei Pedro Rodrigues Chaves

(Pedro de Veneranda); nasceu em 1883, no mês de outubro, naquela localidade. Filho

de Veneranda Freire do Prado, da família freire do Prado de São João do Jaguaribe. Da

mesma família eram também: Francisco Freire do Prado, Caetano Freire do Prado e do

Padre José Freire de Castro. O Pedro Veneranda aprendeu a ler e escrever no sistema

antigo, escolas na casa do professor, e foi o suficiente para, dentro de sua

religiosidade, aprender a missa em latim. Recitava de cor debaixo de uma oiticica,

sozinho, ou com alguém que quisesse ouvi-lo.

Era comerciante; sempre possuiu uma mercearia; foi chefe político e

solteirão.

Era o organizador das novenas do mês de maio, com a tradicional

“coroação de Maria”, no encerramento do mês. Rezava o terço de São Pedro, a 29 de

junho, que era uma festa; fazia fogueira, soltava balões, foguetórios e tudo que fosse

de direito numa festa de São Pedro. A 13 de dezembro festejava Santa Luzia, rezando

um terço em sua honra com muita devoção. Com o passar dos anos, ficou rezando

somente o mês de maio e fazendo a tradicional “coroação de Nossa Senhora”. Depois

de seu desaparecimento, em 27 de julho de 1970, seus parentes deram continuidade

aos festejos, até hoje. Os irmãos de Pedro Veneranda foram: Anselmo; Clicério, o pai

de Nozinha, vereadora; Celestina Freire do Prado ficou solteira queixando-se não ter

casado, por interferência do irmão.

Gumercindo Cláudio Maia

Estes dados foram-me passados por Dona Maria Liuta de Lima.

Nas terras adjacentes a Barrinha, existe a família Inácio; são os filhos de

Maria Senhorinha Maia casada com Inácio Teotônho de Freitas, egresso de Limoeiro

do Norte. São os pais de Inácio Teotônho de Freitas (Inacinho), casado com Dona Lídia

Moura Freitas; Francisco Inácio e outros.

A família Cazuza, que naturalmente já foi citada tanto pêlos seus nomes

corretos, como no caso de João Cazuza, Pedro Cazuza, Manoel Cazuza e tantos outros.

Todos pertencem às mesmas famílias: Monteiro, Gondim, Maia e, assim, se

confundem por causa do apelido.

Da mesma maneira é a família Mendes de Francisco Mendes, Antônio

Mendes e outros. Chico Mendes era o pai de Almeron Mendes, caminhoneiro do

passado; Lídio, carpinteiro; Joaquim e, finalmente, a família Mendes é constituída por

um imensurável número de descendestes.

Gumercindo Cláudio Maia

Gumercindo Cláudio Maia

JUAZEIRO, CARNAUBALJUAZEIRO, CARNAUBALJUAZEIRO, CARNAUBALJUAZEIRO, CARNAUBAL E PATOSE PATOSE PATOSE PATOS

Juazeiro, Carnaubal e Patos. Terra de José Sabino Maia, Francisco Paes de

Lima; da família Chaves Gondim, Ramos de Menezes e tantos outros.

10ª SESMARIA, desde 1685, que se tornou propriedade da família Ribeiro Bessa (Monsenhor João Olímpio Castelo Branco, Limoeiro da Igreja, 1995, página 67.)

A Senhora Maria Menezes de Oliveira tem um trabalho importante a ser lançado sobre o sítio Juazeiro. Fica a seu critério apresentar a juventude tabuleirense a história completa, em seus mínimos detalhes.

Mesmo assim, não poderia deixar de lembrar quantos amigos e conhecidos

estão localizados no sítio Juazeiro. Temos os Canutos descendentes de João Canuto

Freire e Maria da Assunção: André Canuto; Pedro Canuto; Agostinho Canuto Freire, pai

de Gregório Xavier e Josué Xavier Freire e muitos outros irmãos e irmãs; José Canuto;

Raimundo Canuto Freire, casado com Maria do Carmo de Jesus, pais de Pedro Laurindo

Maia. O velho amigo Moisés Gondim era uma enciclopédia aberta; Joaquim Maia

Gondim, (Joaquim Venâncio), comerciante e muito bom de papo, conhecedor das

coisas de Juazeiro, como ninguém conhecia.

No Carnaubal, localidade próxima a Juazeiro, as residências eram poucas e

todas próximas à barranca do Rio Jaguaribe.

Francisco Batista de Oliveira, filho de João Batista de Oliveira e Maria

Antônia de Jesus. Chico Batista, como era conhecido, exercia a profissão de

carpinteiro; era casado com Dona Maria Vicência de Jesus, vulgo Maria Batista, que era

parteira e enfermeira prática. Eram os pais de Pedro Batista de Oliveira, dono da

“Mecânica Batista” e Jesus Batista de Oliveira, dono de uma indústria de peças para

bicicleta, em Fortaleza. Dona Maria Batista é filha de Maria Teresa de Jesus, (Maria

Charneca), e Pedro Ferreira Maciel, membros da família Maciel, que se acha dispersa

por todo esse Município. Seu Chico Batista nasceu em 16 de setembro de 1908. Dos

poucos moradores do Carnaubal, João Palhares era o que dispunha de maiores

recursos; criava gado e caprinos, afora as terras que possuía. João Carlos, casado com

Maria Rosa, irmã de Maria Charneca, não tinha filhos; criou Chicó de José Lúcio, da

Charneca.

Gumercindo Cláudio Maia

José Vicente tinha muitos filhos: João, o melhor vareiro no corte de

carnaubal; José Pequeno; Paulo; Luiz e Eurico. As mulheres: Lídia; Maria; Elisa e

Adelaide. José Vicente vivia do carnaubal, gostava de festas dançantes, era muito

animado e, para isso, era muito requisitado, inclusive junto às filhas.

Patos fica localizado entre Carnaubal, Água Suja, Salina e Córrego dos

Bodes, de um lado e do outro, até o Altinho. Nesse lugar Córrego dos Bodes no

passado foi moradia dos Claúdios, no setor dos Dois Serrotes, até as proximidades do

Castelo de Vento. Marco que representava a divisa do sítio Água Suja com os outros

sítios. Essa família mudara-se e ficou apenas os filhos de João Cláudio e uma filha de

Laurindo; os filhos de João Cláudio, em número de seis, foram embora para o

Amazonas: primeiro, os dois homens, João e Joaquim; depois, as quatro mulheres:

Avelina; Constância; Alexandra e Dulcelina (Dudu).

Entregaram as terras para Jerônimo Gadelha administrar até quando eles

voltassem, coisa que nunca aconteceu. Desapareceram como por encanto. Jerônimo

administrava as terras dizendo para os filhos: estas terras são dos “Ausentes”. Nunca

sequer cercou. Com o seu desaparecimento, coube por inventário a um genro, que as

juntou às suas e vendeu. Hoje, pertencem a Luiz Girão.

O segundo morador foi Rosa Laurindo, curandeira de crianças, esposa de

Francelino Felipe Maia. Eis os nomes a seguir: João França; José França; Chico França;

Delfino; Antônio França e Martins Martiminiano Maia. Prosseguindo com os

moradores da localidade de Patos: muitos já foram citados noutras páginas. Como

Jerônimo Gadelha e a família de José Moreira Maia.

Gumercindo Cláudio Maia

Havia outros moradores: Francisco Pinto; Doca Pinto; Pedro Batista; a

família Clemente que se dividia entre Patos e Carnaubal; João Clímaco (Quilimaço);

José Maximiliano de Alencar, irmãos e filhos; a família de Chiquinho Xavier; André

Rodrigues Ramos, da Lagoa Rasa; Sabino Rodrigues, (Sabininho); Antônio Lopes, que

no tempo da malária mudou-se do Córrego de Areia, pensando escapar da doença.

Pensava ele que o mau não atravessaria o Rio Jaguaribe. Germano Alves da Rocha

casado com Diolinda Xavier de Lima; Antônio Maximiliano; José Raimundo Pessoa

casado com Maria Inês, da família Noronha.

Morava nos Patos Crisóstomo José do Amaral, pai de seis filhos, uma época

muito difícil do século XIX. Crisóstomo (não sabemos o nome de sua mulher), tinha

somente um filho homem, José Correia do Amaral, conhecido por Zeroasto casado

com Maria de Jesus de Nazaré, morava no sítio Alto do Mendes. Crisóstomo tinha mais

quatro filhas: Joana Teresa de Jesus (Joaninha) foi casada com Luiz de França Ribeiro

Maia, irmão de Maria Avelina esposa de José Moreira Galvão. Luiz de França com

poucos meses de casado largou a mulher e foi embora para o Amazonas e por lá

morreu. A mulher ficou grávida, e a 19 de janeiro de 1900, nascia Pedro Batista Maia,

que se tornou um fazendeiro de pequeno porte e dono de muitas terras nas várzeas e

na Chapada do Apodí. Sabina Cordulina do Amaral, Segunda filha de Crisóstomo,

casou-se com João Rodrigues Pereira; são os pais de José Rodrigues Pereira; Antônio

Pereira; Francisco Rodrigues e Sabino Rodrigues Pereira, das mulheres: Adelina

Marcelina Rodrigues, casada com Manoel Rodrigues Maia, morador do sítio Juazeiro;

Celestina Rodrigues Pereira; Maria Rodrigues Pereira; Raimunda Rodrigues Pereira e

Ana Rodrigues Pereira. Maria, a terceira filha de Crisóstomo, foi a Segunda esposa de

Inácio Mendes de Sousa Guerreiro (Mendin), morava no sítio Espera. Marcionilia

Cordulina do Amaral, ficou prá titia e Ana, foi a primeira esposa de Francisco Maurício

(o filho), que depois de viúvo casou-se com Laurentina, filha de Antônio Sabino.

Gumercindo Cláudio Maia

A curiosidade dessa história é a idéia que tiveram as irmãs: Joaninha (viúva)

e Marcionilia (solteira), de fabricar telhas artesanalmente, fazendo de tudo: cavando o

barro, aguava e amassava, batia e lanceava.

Como os anos de 1900 a 1905 foram escassos, foi com este trabalho que

essas bravas mulheres se mantiveram e criaram o pequeno Pedro Batista Maia.

Ficaram conhecidas por produzirem telhas de boa qualidade. Foi um caso raro, porque

não se constata na história que outras mulheres tivessem exercido essa profissão que

atualmente é exercida por homens.

A região de Juazeiro, Carnaubal e Patos, a fonte de renda maior era mesmo

a palha da carnaubeira, tanto para os proprietários, como os trabalhadores braçais,

que tinham garantido o seu sustento durante o verão, como mão de obra alugada. O

corte da palha da carnaubeira necessitava de muita gente: vareiros, aparadores,

enfeixadores, carregadores e uma infinidade de outros serviços, até o fabrico da cera.

E nessas localidades havia gente para executar todas essas especialidades.

Gumercindo Cláudio Maia

ÁGUA SUJA

Água Suja (Água Santa). Terra onde residia a família Lobo Maia. Onde se

originara a família Felício Maia.

Quitéria Maria, que Lauro de Oliveira Lima diz chamar-se “Quitéria Maria

do Nascimento”, casada com Antônio Ferreira de Aguiar. Proprietária da maior gleba

de terra no lugar, sogra do Capitão Manoel Antônio, muito odiado pela própria família,

devido às perseguições executadas no tempo da Guerra do Paraguai. Autorizado a

recrutar jovem e enviar para o fronte da guerra e enfrentar o cólera-morbo, que

infestava toda a região envolvida pela guerra, ceifando a vida de muitos soldados

brasileiros.

Foi este Manoel Antônio que ficou por dono da propriedade, com a volta

de Quitéria Maria para o Estado da Paraíba. Isso veio favorecer para que, Pio da Costa

Lima, (Gadelha), anos mais tarde, comprasse dos herdeiros de Manoel Antônio a

referida propriedade.

A família Rodrigues que tem a pessoa de Vicente Rodrigues Ramos como

antecessor, casado com Francisca das Chagas de Jesus, eram também moradores do

sítio Água Suja. Eis os filhos do casal: Raimundo Rodrigues Sobrinho, carpinteiro,

casado com Maria Bringel de Noronha; Ângelo Rodrigues Ramos, casado com Maria do

Espírito Santo Maia e Francisca Maria, casada com José Pinto Bezerra.

Bringel Leonel de Noronha era casado com Maria do Carmo do

Sacramento, pai de Leonel Bringel de Noronha e avô de Antônio Leonel e outros.

Gumercindo Cláudio Maia

A família Reis da Água Suja, não sabemos quais foram os primeiros a

chegar ao lugar. Tratamos dos irmãos Reis de Morais: José dos Reis de Morais; João

dos Reis (João quatro); Basílio dos Reis de Morais e outros. José dos Reis era pai de

José dos Reis do Olho D’água da Bica. Umbelina dos Reis, casada com um filho de

Joaquim dos Reis de Morais. Outros Reis mais velhos em Água Suja foram: Francisco

dos Reis, casado com Joaquina (Quininha); Manoel dos Reis; André; Francisco e Maria

dos Reis, casada com José Dias de Sousa, filho de João dos Reis e Vicência Dias;

Raimundo dos Reis de Morais, pai de Melquiades; Pedro dos Reis; Jardilina, casada

com Antônio Dias de Sousa. Em se tratando da família Reis, parece que o lugar era um

povoado somente desta gente.

Antônio Sabino Pinto, casado com Quininha, irmã de Maria Delfina, esposa

de Biléu Castro de Morada Nova tinha três filhos: José Pinto Bezerra; Antônio Sabino

Pinto (filho) casado com Salviana Chaves e Cassimiro.

Na localidade conhecida por “Moitas” morava Claudino de Moura casado

com Maria do Carmo Moura (Carminha); Joaquim dos Reis, casado com Maria dos

Reis; José Maia, casado com Joana, filha de Joaquim dos Reis; Joaquim Pereira casado

com Chiquinha Pereira e Vicente Dias de Sousa, eram filhos de Pedro Pereira, casado

com uma irmã de Vicencia Dias. Nas “Moitas” morava o fazendeiro Manoel Franklin de

Andrade, onde criou a família. Dos seus descendentes quem permaneceu morando no

local foi Raimundo Franklin de Andrade (Raimundo Manduca), genro de Pio Gadelha.

Francisco Franklin de Andrade casado com Zefinha Gadelha eram os pais

de Honorato Franklin e duas mulheres, uma casada com Clodoaldo Vidal e a outra com

Adelário Chaves.

João Jerônimo da Costa Lima; Pedro Ribeiro Maia, casado com dona Bia,

filha de Maria da Trindade Maia e José Joaquim; João Moreira Maia; José Inácio e

afinal, é tanta gente em Água Suja, que se torna difícil lembrar de todos. Mais ao sul,

morava a família Trajano: Trajano José dos Reis, era o pai de José Trajano dos Reis,

casado na mesma família;

Gumercindo Cláudio Maia

José Trajano Filho, casado com Mariana Marcelina de Jesus, filha de

Mariano José da Silva (Mariano da Luz); Rafael Trajano casado com Maria de São José;

Cosme e Manoel Trajano, todos agricultores.

Os Britos vêm de José Brito da Costa, casado com Maria de Jesus. Foram os

pais de Pedro Brito, casado com Celestina Maia, viúva de Francisco Pereira de Melo;

Raimundo; Antônio; Vital e Maria Brito, casada com Domingos Arcanjo.

Água Suja, hoje Água Santa, nome sugerido pelo saudoso Padre Heitor

Matos Montenegro. O solo é de barro privilegiado, onde os oleiros profissionais

montavam suas olarias. Ali fabricavam, artesanalmente, telhas e tijolos de muito boa

qualidade. Era um recurso natural de que dispunham os moradores da região.

Gumercindo Cláudio Maia

SACO DO BARRO

Sado do Barro. Uma localidade formada por uma lagoa com esse nome.

Tem quase três quilômetros de extensão por trezentos a quatrocentos metros de

largura. Antes do desmatamento a lagoa era profunda e resistia a dois anos de

estiagem. Permanecendo com água, o povo se beneficiava com o peixe para matar a

fome e depois de seca, plantava milho-trigo, melão e melancia. Hoje, com o

assoreamento depois do rompimento do açude Orós, as águas ficaram salgadas, o solo

salinizado de modo que não servem mais para o plantio e nem o próprio peixe pode

sobreviver.

Ao redor desta lagoa, os primeiros imigrantes que ali chegavam iam

instalando suas residências bem próximas a referida lagoa.

Francisco Alves Ferreira Maia (Chico Frade) assentou sua casa no lugar

onde hoje está a casa de seu bisneto, Valdon Maia Lima. Pertinho havia um riacho que

recebia as águas do sangradouro da lagoa. O próprio riacho era um ramal do Rio

Jaguaribe. Era um lugar aprazível; havia ladeando suas margens muitas oiticicas e

carnaubeiras; o riacho era profundo mantendo-se com água boa o ano todo. Em frente

a um ponto mais elevado, Pedro Antunes Ferreira Maia (Pedro Alves) construiu sua

moradia, que hoje está totalmente modificada; o filho mais moço, Antônio Alves Maia,

Aumentou a casa, fazendo várias modificações, para ali ser sua moradia.

Gumercindo Cláudio Maia

Bem mais afastado da lagoa, ficava a casa de João Alves, quase no local,

onde no passado, morou João Moreira de Sousa, casado com Inês Maria do Espirito

Santo. Era filho de Manoel Moreira de Sousa que residia mais acima, acompanhando a

lagoa no sentido do poente.

Manoel Moreira morava no alto da caatinga. O local onde morou Manoel

Moreira foi residência, anos depois, de sua neta Aninha Moreira, que contraiu núpcias

pela primeira vez com Joaquim Maximiliano de Alencar e a Segunda núpcias, com

Miguel Rodrigues da Silva (Miguel da Luz). Mais acima, seguindo a lagoa, morava

Florentino José de Freitas (o velho Flor), casado com Maria Delfina. Florentino veio de

Maranguape, no ano de 1877. Instalou-se no local, casou-se e criou a família, que era

composta de quatro filhos, a seguir denominados: João Macário de Freitas (João Flor),

agricultor e pecuarista; morava ali no mesmo terreno; foi casado com Isaura de André

Leitão, enviuvou e casou-se em seguida com Mariinha de Mariano da Luz. Seu irmão

Antônio Flor, morava na vila de Tabuleiro e era marchante, Miguel Flor, morava em

Limoeiro do Norte e Delfina casou-se com Júlio José de Lima. Na antiga propriedade do

velho Flor, ficou morando João Macário, onde também, criou a família. Acima, no lugar

Pau d’arco, morava o velho Antônio Pau d’arco e Delfino seu irmão, casado com Ana

Abelha.

Na curva, fazendo o contorno da lagoa, moravam os irmãos Pedro

Alexandrino e Hipólito. Joaquim Rebouças; mais adiante, já na beira do córrego da

Gangorrinha, morava Sabino Rebouças de Sousa. Vizinho à fazenda, morava Raimundo

Emiliano de Oliveira; perto, seu filho Melquezedeque de Oliveira; Antônio Rodrigues

da Silva (Antônio da Luz) tinha uma propriedade abaixo, onde seu filho Francisco

Rodrigues da Silva (Chico da Luz), casado com Maria Diamantina. Outros filhos de

Antônio da Luz, que moravam em Saco do Barro foram: Miguel Rodrigues da Silva

(Miguel da Luz); Daniel Rodrigues (Daniel da Luz); José, que depois de casado foi morar

no sopé da serra.

Gumercindo Cláudio Maia

Seguindo a lagoa pelo nascente moravam: Aderaldo, pai de Maria de São

José, esposa de Raimundo Emiliano. Aderaldo ficou viúvo, casou-se com Ana Felícia.

Continuando as margens da lagoa, encontramos a residência de João dos Reis de

Morais, casado com Vicência Dias, pais de Chico João; José Dias; Antônio Dias e

Angelina Dias, que se casou com André Carneiro. Francisco Fernandes de Oliveira

(Chico Menino Moço) era vizinho de Chico João; Mariano José da Silva (Mariano da

Luz), casado com Rosa Teresa de Jesus, tinham muitos filhos; Hermenegildo morava

pertinho dos pais; Francisco; Pedro; Adonias e André; Maria Lúcia, casada com

Francisco João dos Reis (Chico João); Vitória, casada com José Sabino; Mariana, casada

com José Trajano Filho; Mariinha casada com João Flor. Depois da residência de

Mariano da Luz, logo abaixo, morava Francisco Emiliano de Oliveira; Manoel Moreira

de Sousa e em seguida o irmão Francisco Higino Moreira, casado com Edwirgens

Moreira de Almeida, filha de Domingos José de Brito. Mariano Pereira Dias

comerciante, casado com uma filha do velho Hipólito, João Firmo, Eliezer Xavier Freire

e Alfredo de Holanda. Também residia naquelas paragens Serafim Dias Ferreira,

magarefe, cortava boi no mercado de Tabuleiro; era casado com Maria Nogueira de

Jesus (Maria Francisca), neta de Francisco Alves Ferreira Maia.

Ao lado do sangradouro da lagoa, ficava a fazenda de Antônio Torquato

Felipe Maia; dizem ser o mais antigo morador do Saco do Barro. Ao seu lado morava o

filho Manoel Felipe Maia (Manoel Torquato), casado com Maria Moreira Maia, seus

filhos denominaremos a seguir: João; Francisco e Raimundo Torquato e mais quatro

filhas: Isabel; Maria de São Pedro; Mariquinha e Cristina.

Gumercindo Cláudio Maia

Inês Maria do Espirito Santo, viúva de João Moreira de Sousa, mãe de

Maria Moreira Maia e Lina, casada com Antônio Felipe, que faleceu muito moço,

deixando a mulher e cinco filhos; são os seguintes: José Moreira; Joana; Maria de

Nazaré; Marcionilia e Jovita, que se casou com André Serafim; todos moravam numa

pequena propriedade ao lado de Antônio Torquato.

Em 1910, Acelino Alves Maia, recém chegado do Amazonas, comprou aos

herdeiros de Antônio Torquato, a parte da fazenda que lhes couberam como herança.

Os herdeiros foram os seguintes: Os que assinaram a Escritura de Compra e Venda:

Rosa Lina do Amor Divino, casada com Juvenal Alves da Rocha; Ana Felícia, casada com

Vicente Gomes de Melo, (arrogo por João Maria de Freitas); Manoel Felipe Maia.

Acelino morou nesta propriedade, até 1952, quando faleceu. As terras que antes lhes

pertencera, transformaram em uma pequena povoação e recebeu o nome de “Bairro

Bom Futuro”, com ruas denominadas.

As terras do Saco do Barro sempre foram boas para o cultivo de feijão e

mandioca. Nos anos passados, ali existiam as seguintes casas de aviamento (fábrica

artesanal de farinha de mandioca); a de Francisco da Luz; a de Francisco Emiliano de

Oliveira; a de Antônio Alves Maia e por último, a de Acelino Alves Maia. Foram estas as

pessoas que fizeram o Saco do Barro, que está completamente modificado.

Gumercindo Cláudio Maia

ALDEIA VELHA

Aldeia Velha. Como o nome indica, foi no passado, uma aldeia de índios Tapuias ou Janduis. Depois da extinção da tribo, foi habitada por famílias que vieram de lugares diferentes. Embora, as terras não fossem boas, pela qualidade da água, habitou muita gente.

Conseguimos muitos nomes de habitantes, mas não sabemos se são os

mais antigos que fizeram do lugar moradia permanentes. Inicialmente, citarei: Manoel

José de Lima, casado com Antônia Maria de Jesus. São os pais de Antônio Manoel de

Lima, casado com Umbelina Alves Maia; José Manoel de Lima; Júlio José de Lima; Ivo

Agapito de Lima; Bel Vidal de Lima, e Maria, casada com Mestre João (João

Evangelista). Poeta e contador de estórias.

Manoel Vieira era pai Manoel Vieira Filho, conhecidos por suas proezas no

cabo da enxada, pois na zona onde morava não encontrava competidor. Na década de

40 e 50, quando os homens tinham que provar seu valor, teriam que mostrar serviço.

André Leitão, irmão de Zé Bins, era o pai de Raimundo Leitão; Felemon e outros.

Francisco Ciríaco foi casado com Josefa Ferreira Maia, filha de Francisco

Alves Ferreira Maia. É o mais velho desta família Ciríaco. Valerim, outro morador, era

carpinteiro. Os Montes são ligados aos Bernardos que vieram de Pau dos Ferros, RN.

José Monte veio da Serra do Martins. Cazuza Montes nasceu na Barrinha e foi morar

na Aldeia Velha; seus irmãos foram: Manoel; Antônio e Chico Montes; todos moravam

da Aldeia Velha para a Boa Vista. Trajana Montes, Casada com João Antônio, fazia

parte de uma família de pescadores. José Teófilo foi casado com Escolástica Lourenço;

Gumercindo Cláudio Maia

Francisco Teófilo da Costa não é o mais antigo, mas representa a família

Teófilo, através de seus filhos: O Professor Manoel Teófilo, o Tenente-Músico; José

Teófilo e o Odontólogo Gerardo Teófilo. Estes rapazes, a procura de dias melhores,

mudaram-se para Fortaleza e cresceram na vida. Vicente Teófilo da Costa era pedreiro

e poeta.

Joaquim Ferreira aparece como um dos habitantes da Aldeia Velha, mais

pêlo reconhecimento de seu filho Antônio Ferreira, do que propriamente pêlo que fez

no lugar. Antônio Ferreira, hoje, é Sociólogo, Advogado, Poeta e Cantador Violeiro.

Tornou-se conhecido por suas poesias satíricas irreverentes; sebastião Ferreira é da

Aeronáutica, exerce a profissão de mecânico de aeronaves. Por isso seus nomes não

podem ser esquecidos.

Outros que também são descendentes de moradores da Aldeia Velha, são

os filhos de Alonso Soares Campos, casado com Dona Pacheca, filha de José Manoel de

Lima, morador antigo da Aldeia Velha. Seus descendentes mais ilustres são: Francisco

Vandeci Soares, médico; José Soares Sobrinho, economista; Francisco Francione

Soares, negociante; Francisco Francinei Soares, farmacêutico e Francisco Sidnei Soares,

médico.

Como se vê, da Velha Aldeia dos índios Tapuias, despontaram muita gente

boa, com profissões definidas e relevantes.

Gumercindo Cláudio Maia

ALTO DO MENDES E CURRAIS

Alto do Mendes e Currais. Estas localidades são próximas a Olho D’àgua da Bica. Ficam ao sul da cidade de Tabuleiro do Norte. Devido a escassez de chuvas, estão ficando desabitados.

Ali morou João Batista de Almeida (João Batista Poré), desde o primeiro

quarto do século XX. Era casado com Dona Ana Teresa de Jesus, filha de Florentina

Gadelha de Lima e Isídio da Costa Gadelha. Mudou-se de sua terra (Limoeiro do Norte)

na primeira década deste século. Tiveram uma pequena passagem pela Fazenda

Jardim, em Alto Santo, que pertencia ao Sr. João Francisco, residente no Leão

município de Quixeré. Entre 1914 e 1915, voltaram para Tabuleiro, localizando-se no

ligar “Alto do Mendes”, perto de “Currais”. Traziam na bagagem, uma família

numerosa, composta de onze filhos: oito homens e três mulheres; hei-los: Isídio José

de Almeida; João Batista de Almeida (Joãozinho); Manoel José de Almeida (Nelzinho);

Francisco das Chagas de Almeida (Fransquinho); José Batista Gadelha; Jerônimo Batista

Gadelha; Raimundo Nonato Gadelha (Mundinho) e Pedro Batista Gadelha (Pedrinho).

Jerônimo foi barbeiro e político (vereador); Mundinho era soleiro. Trabalhava com

sola, na confecção de arreios; José Batista, comerciante e político (vereador);

Joãozinho e Pedrinho foram comboieiros (comercio feito em costas de burro). As

mulheres: Maria do Carmo do Amaral (Carminda), casada com Francisco Claudino do

Amaral; Mariinha, casou-se com José Joaquim e Francisca Florência de Jesus casada

com Francisco José da Costa (Chico Costa).

Gumercindo Cláudio Maia

Outro morador do Alto do Mendes foi o velho José Correia do Amaral

(Zeroastro), filho de Crisóstomo José do Amaral; morava no sítio Patos. Zeroastro era

casado com Maria de Jesus de Nazaré. Povoou o sítio onde morava e os sítios vizinhos,

tantos filhos tinham. Veja: Rosendo Claudino do Amaral casado com Luiza Gadelha do

Amaral; João Claudino; José Claudino casado com Maria Emília Nogueira e em

segundas núpcias, com Zulmira Nogueira; Francisco Claudino do Amaral casado com

Maria do Carmo Amaral (Carminda); Pedro Claudino casado com Raimunda Nogueira

Costa; Antônio Claudino casado com Marina; Ana casada com Joaquim da Barrinha;

Laura casada com Odorico Gadelha; Maria casada com Moisés Gondim; Francisca

casada com José Rebouças da Costa (Zé Moela); Celestina casada com Chico de Isídio

Batista; Luiza casada com Joaquim Domingos (Quiquim); e Raimunda casada com

Raimundo Malveira.

Famílias enormes vivendo quase que somente da agricultura e do criar,

sem direito a educação básica e a assistência médica.

José Felipe da Costa Gadelha morava em Olho D’água dos Currais, casado

com Sabina Cordulina de Jesus. Vejam quantos filhos tinha este casal: José da Costa

Gadelha (Dedé Costa), casado com Ana Josina Gadelha; Francisco da Costa Gadelha;

Antônio Claudino Sobrinho (Antônio Costa) casado com Maria Florência de Jesus; João

da Costa Gadelha casou-se com Aninha; Claudino José da Costa casou-se com Rosa

Edwirges de Lima e em Segunda núpcias, com Dona Velsa; Maria casou-se com

Joaquim Gomes; Francisca casou-se com Chico Gomes; Celestina casou-se com

Rosendo Fidélis; Sabina casou-se com Joãozinho Batista; Joaquina Cordulina ficou

solteira; Dionísia casou-se com Luciano; Ursulina Cordulina de Jesus, casou-se com

André Sabino de Oliveira e Raimunda casou-se com José Basílio dos Santos.

Gumercindo Cláudio Maia

Uma família de treze irmãos, onde irão chegar as futuras gerações? Veja

só: o último filho de Zé da Costa, Claudino José da Costa. Quantos filhos têm: Edvirges;

Antônio; Carmelita; Maria de Lurdes; Raimunda; Sabina; Amália; Anália; Pedro

Alexandre; Maria de Lima e Francisco Gomes Neto. Onze irmãos, todos casados; é

muita gente!

Outros moradores de Currais, Antônio Sabino, veio de Flores; Pedro

Bezerra; Simeão Correia de Lima foi casado com Francisca Maria, filha de Pedro

Bezerra e casou a Segunda vez com Ana Maria, filha de Chico Gomes.

Morava em Currais, mais na Chapada da Serra do Apodi, Antônio Domingos

de Brito; quando estava mais idoso, mudou-se para os Patos, próximo à cidade. João

Claudino; Manoel Claudino; Raimundo; Francisco Claudino casado com Maria de Jesus,

também moravam em Currais.

Todas estas famílias de Currais, o meio de vida era o mesmo; agricultura e

o criar. Por causa do gado que criavam, surgiam os vaqueiros. A agricultura era a maior

ocupação dos rurícolas; o gado, também, tinha seu lugar de destaque. O leite e o

queijo eram consumidos pela população local ou vendidos nas povoações vizinhas.

Para lutar com o gado nas soltas, precisavam de cavalos e vaqueiros bons;

nesta região existiam muitos cavalos e bons vaqueiros: Doca de Nelzinho, vaqueiro de

Estanislau; Hilário Domingos de Almeida, vaqueiro de Pio Gadelha; Tica de Dedé Costa,

este cuidava do gado da família. Era mais uma atividade para os homens espertos

daquela região.

Gumercindo Cláudio Maia

BOA ESPERANÇABOA ESPERANÇABOA ESPERANÇABOA ESPERANÇA

Teve início com Antônio Alves de Carvalho Lima. Este nasceu no sítio

Espera, filho de Antônio Paes de Sousa Lima e Maria Felícia Chaves. Casou-se com

Maria do Patrocínio Chaves e tiveram os seguintes filhos: Manoel; Joaquim; José;

Francisco Raimundo e Maria, casada com Severino Mendes Chaves, que juntamente

com seu cunhado José Felício de Carvalho Chaves deram prosseguimento no trato da

referida Fazenda, em cujas terras produziam cana de açúcar e mandioca. Tinha um

engenho para a moagem da cana e um aviamento para a moagem da mandioca,

ambas cultivadas, nas terras do açude.

José Felício de Carvalho Chaves e sua esposa Maria Umbilina de Oliveira

Gondim, filha de José Januário e Senhorinha, tiveram os seguintes filhos: José Felício

Chaves casou-se com Maria do Patrocínio Chaves; João Felício Chaves casou-se com

Marina Guerreiro Chaves (Sinhá); Marcelino Monteiro Chaves casou-se com Amélia

Nogueira Chaves; Antônio Monteiro Chaves casou-se com Filomena Nogueira Chaves;

Pio Afonso Chaves casou-se com Ana Rosa de Lima; Francisco Felício Chaves casou-se

com Adélia Josina Chaves; Leôncio Monteiro Chaves casou-se a primeira vez com

Almerinda Argentina Chaves e a Segunda vez com Ana Maia de Freitas; Senhorinha e

Maria Felícia Chaves.

São descendentes desta família: Antônio Maciel, pai de José Maciel;

Erotildes e outros.

Gumercindo Cláudio Maia

O povo de Boa Esperança sempre primou pela educação de seus filhos.

Contratava professores, mesmo sendo leigos, que ensinavam apenas a ler e escrever.

Vejamos os primeiros professores contratados: Antônio Caçula; Francisco Alves

Pinheiro; Luiz Rodrigues de Oliveira (Lulu); Maria Soares; Afonso Guerreiro Gondim e

Arlinda Chaves Maia. Em 1975, o Prefeito Municipal, Alcides Monteiro Chaves,

construiu, com recursos próprios da Prefeitura Municipal, o atual Grupo escolar ali

existente.

Outros moradores de Boa Esperança foram: Antônio Mendes Guerreiro

(Antônio Fabrício); Zuza; Lima de Severo; Antônio Alves de Carvalho Chaves e muitos

outros. Deram continuidade ao povoamento familiar do sítio Boa Esperança, que com

o passar do tempo, foi escasseando o cultivo da cana e da mandioca, até chegar a

extinção.

Aquilo que no passado fez a riqueza do lugar, sem a produção da rapadura

e da farinha, precipitou a saída de seus habitantes, tornando Boa Esperança um lugar

quase vazio, com pouca gente e poucas perspectivas de vida.

Gumercindo Cláudio Maia

Gumercindo Cláudio Maia

GANGORRINHA E ADJACÊNCIAS

Foi uma comunidade isolada das outras comunidades. Enquanto morava ali

somente o casal Delfina e Joaquim Felipe Maia, no começo do século XIX.

Outras pessoas vieram juntar-se a eles, morando nas proximidades. Já

existia um pequeno açude e muitas terras desocupadas. Antônio Furtado de

Mendonça veio de um lugar chamado Canassú. Casou-se com Felícia, filha de Joaquim

Felipe e Delfina, e ficou morando no mesmo lugar, Gangorrinha.

Silvério Moreira de Sousa, morava em Saco do Barro. Casou e foi morar em

Gangorrinha; faleceu e deixou seus três filhos no mesmo lugar; eis os nomes:

Raimundo Silvério Moreira, casou-se com Bemvinda, filha de Joaquim Antônio de

Oliveira, que também morava em Gangorrinha; José Silvério Moreira, casou-se com

Zefinha, filha de Joaquim Antônio; Chiquinha casou-se com Pedro Moreira de Sousa

(Pedrinho), ficaram residindo em Gangorrinha ao lado direito do Córrego.

Domingos José de Brito, veio da Serra da Meruóca; instalou-se com a

família onde hoje é a ponta da parede do açude Gangorrinha; era casado com Angelina

Domingos de Almeida; eis os filhos do casal: Antônio Domingos de Brito, que nasceu

em 1882. Casou-se com Dona Chiquinha, da família Gadelha. Mudou-se para os

Currais, onde mantinha um pequeno criar. Faleceu em 30 de junho de 1977. Abel

Domingos de Brito casou-se com Marcionilia Maria de Brito. Ficou viúvo, casou,

novamente, com Celeste Francisca de Brito.

Gumercindo Cláudio Maia

Abel nasceu em 19 de novembro de 1887 e faleceu em 26 de junho de

1977. Luiz Domingos de Brito casou-se com Maria Marcelina Maia, filha de Izaías

Rufino Maia e Salviana Maria de Jesus, antigos moradores do lugar. Edvirges Moreira

de Almeida casou-se com Francisco Higino Moreira. Vicencinha casou-se com

Raimundo Domingos. Vitalina Domingos de Sousa nasceu em 27 de abril de 1881 e

faleceu em 28 de junho de 1979. Foi casada com Pedro Domingos. E a mais nova,

Maria Raimunda de Brito, casou-se com Pedro Izaías Maia; moravam ao lado esquerdo

do Córrego da Gangorrinha.

A família Malveira de Manoel Rodrigues de Oliveira (Manoel Malveira).

Francisco Malveira, o homem que dizia dançar três quinze dias. Quincó Malveira,

comerciante, casado com Maria de Pedrinho Moreira. Francisco Felício da Silva (Chico

Arrumação), casado com Francisca Joana do Nascimento; era vizinho de Chico

Malveira. José Sabino Maia casado com Vitória, moravam na propriedade do tio Chico

Pinto, vizinho ao velho Chico Bernardo, pai adotivo de Antônio Malveira. Esse lugar é

conhecido como “Alegre”.

Antônio Rebouças de Sousa, dono da Fazenda Nova, casado com Maria,

filha de Francisco Paes de Lima. Era uma bonita fazenda, foi vendida para Aderson

Canuto.

Como todas as outras localidades, Gangorrinha tinha as mesmas

atividades: criar gado, plantar na época chuvosa: algodão, feijão e milho. O povo tinha

uma certa igualdade de recursos, tinham uma vida relativamente calma motivada pelo

entrelaçamento das famílias.

Gumercindo Cláudio Maia

TAPUIO E ADJACÊNCIAS

Tapuio – Antiga aldeia de índios Tapuias. Afirma os antigos habitantes do

lugar, que estes índios mudaram-se da Aldeia Velha, e se instalaram próximo ao

sangradouro da lagoa, que hoje é conhecido por “Tapuio”.

Fala-se, que os índios promoveram algumas incursões contra os vaqueiros,

que de alguma forma se aventuravam a levar suas reses para os pastos e a água

abundante, que havia naquela localidade.

Com o desaparecimento dos índios, provocado pelas lutas constantes

contra os invasores que procuravam a todo custo apropriar-se daquela área,

eliminavam os índios impiedosamente.

Por algum motivo, sobrou um índio. Foi aprisionado e manso. Viveu entre

os brancos pacificamente ; foi quem informou que havia no lugar um olho d’água que

nunca faltou água. Os índios, quando se sentiram ameaçados pêlos invasores,

aterraram o olho d’água e camuflaram tão bem, que nunca mais conseguiram

encontrar. Suspeita-se está embaixo da parede do açude, porque naquele local existia

uma cacimba muito boa d’água. É muito provável que o nome da lagoa, refira-se ao

único índio que sobreviveu. Por isso, denominaram-na “Lagoa do Tapuio”, em

homenagem ao habitante nativo.

Entre os primeiros habitantes, farei referência a Francisco Daniel, filho de

um senhor de nome Daniel, vindo do Riacho dos Porcos, Estado da Paraíba; casou-se

com Francisca, procedente de Panelas, um lugarejo nos tabuleiro do Ceará. Era irmão

de João Daniel, casado com Guilhermina Maurício. Alexandre Daniel, pai do vaqueiro

Antônio Alexandre. Francisco Daniel (Chico Daniel), tinha muitos filhos: Alexandre;

João de Chico, que faleceu aos 100 anos de idade. Daniel casado com Chica Rosa; Jorge

e Francisco. Quase todos assinavam-se Daniel da Costa.

Gumercindo Cláudio Maia

Francisco Menino era do Apodí, Rio Grande do Norte. Irmão por parte de

pai de Joaquim Zuza (Charuto), Zuza Moreira e José Moreira.

Marica Lúcia, moradora e criadora de gado no lugar, mãe de Damásio

Lúcio, carpinteiro, fabricava artesanalmente arção de cangalha. Como todo transporte

da época era feito em costa de burros, havia mercado suficiente para Damásio e seus

irmãos, Joaquim e João Lúcio, todos “cangalheiros”, venderem suas mercadorias, tanto

nas feiras da cidade, como para fora do Município. A velha Marica tinha uma filha de

nome Maria Lúcia, cheia de mistérios, uma espécie de mandingueira. Tem muitas

estórias, contadas por pessoas que a conheceram. Certa feita vendeu um novilho e

alguém informou que o mesmo era valente, O comprador trouxe consigo um vaqueiro,

que ao ver o pequeno animal, disse: é este o boi valente? Isto é uma porcaria; Maria

Lúcia não gostou da crítica, apanhou um objeto e colocou num buraco da parede.

Saíram tangendo o boi, mas só até o pátio da casa de Alexandre Daniel; o novilho

acuou-se e virou-se; lutaram muito sem sucesso e acabaram matando-o a bala. E assim

são muitas as estórias.

No Donato, moravam José Cazuza; Manoel; Antônio; João; Luiz Cazuza e

Maria Antônia, que mudou-se para o Belém.

Luiz Toninho, casado com uma filha de Chico Menino, também morava no

Tapuio, vivendo somente da agricultura, como tantos outros moradores do lugar.

Gumercindo Cláudio Maia

OLHO D’ÁGUA DA BICA

Olho D’água da Bica deixa de ser relacionado neste compêndio, não por

recusa, e sim porque o professor Antônio Nunes Malveira já o fez. Enfocou em seu

livro com muita precisão, dados relacionados com suas origens.

Foi feito uma tiragem de vários exemplares e, os distribuiu com as pessoas

ligadas aos assuntos neles contidos.

Ninguém melhor do que o professor, (irmão do líder político, Gerardo

Nunes Malveira), para falar sobre o Olho D’água da Bica. Ali morou algum tempo

durante a sua infância, guardando em sua memória muitas recordações. É professor

do Colégio Pedro II, no Rio de Janeiro. Este é o Colégio pioneiro do Brasil. Oferece as

melhores condições, para que o professor, componente do seu quadro docente seja

possuidor de um vasto conhecimento educacional, cultural, político, social etc.,

fornecendo oportunidade ao professor Antônio Nunes Malveira adquirir subsídios

essenciais para a elaboração do seu livro.

Gumercindo Cláudio Maia

COLABORADORES

Avelino Maia, Francisco Teófilo Sobrinho, João Flor Filho, Mundico

Rodrigues, Francisco Xavier de Lima, Luiz Guimarães Maia, Isidoro Augustim Silva,

Paulino Nogueira Maia, Francisco Inácio de Freitas, Antero Nogueira Maia, Elizeu

Cazuza, João Avelino Maia, Miguel Brilhante de Oliveira, Raimundo Xavier dos Santos,

Domingos Rodrigues, Jerônimo Izídio de Lima, Albino Pereira Dias, Roberto Moreira

Maia, Expedito Freire Chaves, Pedro Maia Lima, Odílio Machado Chaves, Gerardo

Maurício Maia, José Mendes Guerreiro, Marcelino Noronha Maia, José Batista

Gadelha, Francisco Otacílio Amaral, Antônio Claudino da Costa, José Batista (Dedé

Costa), Manoel Campelo, Francisco Xavier Maia, Raimunda de Lima Batista, Maria de

Lourdes Campelo, José Monteiro Gondim, Maria Vicência de Jesus, Olímpio Agostinho

Maia, Maria Liuta de Lima, José André Chaves, Rosendo Domingos de Almeida,

Francisco de Lima Chaves, Matilde Mendes Chaves, José Alexandre Soares, Zulmira

Guerreiro Chaves de Lima, Lídia Moura de Freitas, José Mendes Guerreiro, Maria

Batista Maia. A todos os que colaboraram comigo para a conclusão deste trabalho, o

meu muito obrigado. Agradeço, sensibilizado, por ter recebido tanto apreço quando

solicitava informações, muitas vezes difíceis de serem respondidas.

Um abraço do autor.

Gumercindo Cláudio Maia

BIBLIOGRAFIA

SANTOS, João Brigido dos – Ceará Homens e Fatos,

páginas, 144, 148 e 149, ano 1919.

GIRÃO, Raimundo – Pequena História do Ceará.

BRANCO, Padre João Olímpio Castelo – Limoeiro da Igreja,

página 67, ano 1995.

BESSA, D. Pompeu Bezerra – A Antiga Freguesia de Limoeiro,

página 144, ano 1998.

LIMA, Lauro de Oliveira – Na Ribeira do Rio das Onças,

página 166/168.

Gumercindo Cláudio Maia

SE O QUE ESCREVÍ, NÃO EXPRESSA A VERDADE, PEÇO

DESCULPAS AOS LEITORES PELOS MEUS INFORMANTES.