tabagismo intervenção provab

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ALBERTO DALMACIO VILLALBA DE FARIA PROJETO DE INTERVENVENÇÃO AO COMBATE E CONTROLE DO TABAGISMO NA USF III DE ABADIÂNIA - GO ABADIÂNIA/ GO 2015

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Projeto de intervenção sobre tabagismo em Abadiânia, Goiás, do PROVAB, em 2014.

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    ALBERTO DALMACIO VILLALBA DE FARIA

    PROJETO DE INTERVENVENO AO COMBATE E CONTROLE DO

    TABAGISMO NA USF III DE ABADINIA - GO

    ABADINIA/ GO

    2015

  • 1

    ALBERTO DALMACIO VILLALBA DE FARIA

    PROJETO DE INTERVENVENO AO COMBATE E CONTROLE DO

    TABAGISMO NA USF III DE ABADINIA - GO

    Trabalho de Concluso de Curso apresentado

    Universidade Federal do Mato Grosso do Sul como

    requisito para obteno do ttulo de Especialista em

    Ateno Bsica em Sade da Famlia.

    Orientador(a): Prof. : Michele Peixoto Quevedo

    ABADINIA / GO

    2015

  • 2

    RESUMO

    Em 1999, o mundo contava com 1,1 bilho de fumantes, e 4 milhes de mortes

    anuais. Nessa poca o estimado, se no revertido o padro de consumo, em 2020,

    seriam 10 milhes de mortes anuais. Tendo em vista que o tabagismo um dos

    principais problemas que afeta a sade da USF III, da cidade de Abadinia, Gois,

    sente-se a necessidade de implantar um Projeto de Interveno para enfrentamento

    desta epidemia que considerada a de maior relevncia sade da populao do

    municpio. Participaram deste estudo os fumantes que se apresentaram na USF,

    sem distino de sexo, idade e etnias, alm daqueles familiares que procurem ajuda

    e orientao para cuidar dos parentes tabagistas. As aes foram realizadas dentro

    da Unidade durante os meses de novembro, dezembro de 2014 e janeiro de 2015.

    Para as realizaes das palestras, contamos com os profissionais de sade da

    Unidade, como enfermeiros, Agentes Comunitrios de Sade e Mdicos. O projeto

    de interveno da USF III do Jardim Santa F em Abadinia, Gois, ocorreu com

    grande xito tanto por parte dos profissionais de sade envolvidos na equipe, tanto

    por parte dos fumantes de abrangncia da micro rea e tambm grande parte do

    municpio.

    Palavras-chave: Tabagismo; Politicas Pblicas; Educao preventiva.

    2

  • 3

    ABSTRACT

    In 1999, world had 1.1 billion smokers, and 4 million deaths annually. At that time the

    estimated if not reversed the pattern of consumption in 2020 would be 10 million

    deaths annually. Given that smoking is a major problem that affects the health of

    USF III, the city of Abadinia, Gois, feels the need to deploy an intervention project

    to face this epidemic that is considered the most relevant to health the city's

    population. The study included smokers who presented at USF, regardless of

    gender, age and ethnic groups in addition to those families seeking help and

    guidance to care for smokers relatives. The actions were carried out within the unit

    during the months of November, December 2014 and January 2015. For the

    achievements of the talks, we have health professionals Unit, as nurses, Community

    Health Agents and Medical. The USF III of intervention design Jardim Santa F

    Abadinia, Gois, took place with great success by both health professionals

    involved in the team, both from smoking scope of micro area and also much of the

    city.

    Keywords: Smoking; Public Policy; Prevention education.

    3

  • 4

    SUMRIO

    1 ASPECTOS INTRODUTRIOS........................................................................ 05

    1.1 Introduo....................................................................................................... 05

    1.2 Objetivos: ....................................................................................................... 12

    1.2.1 Objetivo Geral ............................................................................................. 12

    1.2.2 Objetivos Especficos................................................................................. 12

    2 ANLISE ESTRATGICA.................................................................................. 14

    3 IMPLANTAO, DESCRIO E AVALIAO DA INTERVENO............... 15

    4 CONSIDERAES FINAIS................................................................................ 18

    REFERNCIAS...................................................................................................... 20

    4

  • 5

    1 ASPECTOS INTRODUTRIOS

    1.1 Introduo

    Em 1999, o mundo contava com 1,1 bilho de fumantes, e 4 milhes de

    mortes anuais. Nessa poca o estimado, se no revertido o padro de consumo, at

    2020, seriam 10 milhes de mortes anuais1.

    Estimou-se ento que 40 a 45% das mortes por neoplasias malignas, 90 a

    95% das mortes com cncer de pulmo, e ainda por 35% das mortes

    cardiovasculares, nos homens de 30 a 69 anos, em pases desenvolvidos estavam

    associados ao tabagismo1.

    Quanto evoluo do perfil de consumo no Brasil, observa-se que desde

    1989, at 2008, uma reduo do consumo. Esta foi mais acentuada em homens, at

    2003. Porm em 2008, descobriu-se que essa tendncia novamente havia se

    invertido, com os homens reduzindo menos o consumo de tabaco2.

    Os dados mais recentes encontrados sobre o tema,so colocados em um

    inqurito epidemiolgico conduzido pelo IBGE2, nos indivduos maiores de 15 anos,

    retratados na Tabela a seguir3.

    Estimou-se 17,5% das pessoas do universo, correspondendo 25 milhes de

    pessoas, aproximadamente. A maioria relativa, na regio sul (19,0%), menores no

    sudeste e centro-oeste (16,9% em ambos). Em todas as regies, houve predomnio

    masculino, este menos acentuado nas regies sul e sudeste. Quanto ao tabaco no

    fumado, levantado a prevalncia de 0,4% da populao, e considerado como no

  • 6

    relevante em vista do uso do tabaco fumado. Podemos observar mais

    detalhadamente essas informaes no Grfico 1.

    Ainda, conforme a mesma fonte, percebe-se que alm da maior prevalncia, o

    perfil de consumo mais pesado nos homens, at mesmo no passado dos ex-

    fumantes observados na Tabela 5.

    Quanto idade, no geral do pas, nota-se a maior prevalncia entre os

    adultos jovens e entre os adultos no-idosos, justamente os mais economicamente

  • 7

    produtivos. Levanta-se ainda, o impacto econmicos pelos lucros cessantes, fora

    obviamente o gasto com servios de sade, por se tratar da fatia mais

    economicamente ativa da populao.

    Quanto renda, predomina, grosseiramente, entre as faixas de renda mais

    baixa.

  • 8

    Quanto inteno ou planejamento para parar de fumar, foi significativo de

    57,1% e 49,2%, entre homens e mulheres, respectivamente, no Brasil, em geral.

    Quanto s tentativas de parar o uso, este, novamente, foi de maior parte

    mulheres. E quanto ao uso de mtodos adjuntos para abandonar o vcio, e quanto

    assistncia dos servios de sade, foi maior justamente, nas regies de maior

    desenvolvimento humano.

  • 9

    Noventa e seis por cento do universo deste inqurito sabiam que o uso de

    tabaco estava associado doenas graves.

    Desde a associao mais clssica, com as neoplasias de pulmo e vias

    areas inferiores, est sendo considerado como associado a 20 neoplasias

    malignas, pela International Agency for Research on Cancer IARC.

    Foi feita uma padronizao de incidncia dos tumores mais associados com o

    tabagismo, nas cidades de So Paulo e Goinia, para comparao dos dados

    encontrados, com os dados internacionais (Tabela 5). Obviamente, se trata de

    problema de grande relevncia sade pblica. Considerado pela OPAS (1998),

    como causa prevenvel mais importante de aproximadamente metade das doenas

    dos pases em desenvolvimento e ameaa minar o seu desenvolvimento econmico

    e social4.

  • 10

    Em 1989, criado o Programa Nacional de Controle do Tabagismo (PNCT),

    atualmente denominado Programa Nacional de Controle do Tabagismo e Outros

    Fatores de Risco de Cncer (PNCTOFR), pelo Instituto Nacional do Cncer (INCA),

    brao do Ministrio da Sade (MS). Programa esse, considerado como referncia

    mundial6.

    Desde ento, foram banidos os descritores das embalagens, inseridos alertas

    e imagens, restrita a publicidade e vetado indstria de alimentos a fabricao de

    produtos que simulem os derivados de tabaco. Foi ainda criado um servio

    telefnico (ramal do 136), disponvel nacionalmente, de apoio ao fumante ou no

    fumante, que deseje parar de fumar ou aconselhamento em relao ao tabagismo6.

    Ainda assim, um dos produtos sobretaxados 76,3% do preo final, apesar

    de um dos mais baratos do mundo, pelo baixssimo custo de produo. Ainda

    acessvel, mesmo s camadas de menor renda. O aumento de impostos sobre

    derivados do tabaco atualmente recomendado pela Organizao Mundial da

    Sade4.

    Com a publicao da resoluo RDC n 14/2012, da Agncia Nacional de

    Vigilncia Sanitria, ficou proibido o uso de aditivos em derivados do tabaco, os

    tornando menos atrativos, pelo gosto e cheiro ruins7.

    No mbito da ateno primria sade, foi criado o programa "Unidades de

    Sade Livres do Cigarro - Sade e Coerncia", onde h apoio aos funcionrios das

    unidades que desejassem parar de fumar, bem como oferecer esse apoio aos

    pacientes, de forma rotineira. H ainda, uma capacitao, oferecida aos funcionrios

    que desejassem, a fim de promover tal estratgia, de forma mais eficiente. Segundo

  • 11

    esse programa, a abordagem ao tabagista, feita com a abordagem cognitivo-

    comportamental (TCC) e medicamentosa, quando indicada4.

    Os medicamentos com eficcia comprovada na cessao do tabagismo so

    a reposio de nicotina (TRN), seja por adesivos transdrmicos, ou por gomas de

    mascar, alm de um antidepressivo atpico, relacionado quimicamente com as

    anfetaminas, mas de mecanismo de ao no totalmente compreendido, a

    bupropiona4.

    A associao da TCC, com a farmacoterapia, foi associada a um aumento do

    sucesso. Aumento de 50% em relao aos controles, em que foi usada a TCC

    isolada, independentemente do nmero de sesses4.

    Parece que a forma de maior eficcia para parar de fumar a combinao de

    TCC e mais um frmaco. O Food and Drug Administration reconhece a associao

    entre TCC e TRN4.

    H informaes obre um novo agente anti-tabaco, a vareniclina se sobressaiu

    sobre as abordagens farmacolgicas clssicas, j citadas, nos primeiros meses de

    tratamento. Porm na realidade, atualmente, seu custo so proibitivos, para os fins

    deste trabalho. Possivelmente, no futuro, seu custo se tornar acessvel para o

    sistema de sade e para a populao em geral3.

    Na TCC, so treinadas habilidades e feita a persuaso a fim de evitar as

    recadas, e o preparo para enfrentar os sintomas causados pela abstinncia da

    nicotina.

  • 12

    O MS, pela portaria N 1035/GM Em 31 de maio de 2004, regulamentada pela

    portaria N 442 de 13 de agosto de 2004 resolvem a ampliao do acesso TCC, e

    ao apoio medicamentoso, quando necessrio, tambm na ateno bsica5.

    O tema apresentado trata-se de problema de sade pblica, e como j

    documentado na busca de literatura feita na introduo, grande problema

    prevenvel, e j reconhecido pelo ministrio da sade, que j lanou poltica

    especfica.

    1.2 Objetivos

    1.2.1 Objetivo Geral

    Colocar em prtica uma linha de cuidados voltada aos tabagistas, visando a

    cessao deste vcio to prejudicial sade e qualidade vida.

    Promover sade e prticas de vida saudveis.

    1.2.2 Objetivos Especficos

  • 13

    Realizar palestra de educao em sade para os demais funcionrios da

    USF, quanto importncia do tema e como lidar com os tabagistas a fim de

    aumentar a captao e o sucesso teraputico, esclarecendo as estratgias

    que sero utilizadas.

    Criar o grupo de tabagismo, em conjunto com os outros profissionais da ESF,

    com ampla divulgao e busca ativa.

    Afixar banner esclarecedor de prejuzos causados e semeador de dvidas

    quanto ao tabagismo.

    Configurar a consulta mdica a fim de responder qualquer questionamento

    sobre os mtodos ou os benefcios na cessao do tabagismo, mesmo que a

    consulta seja por outro motivo.

    Esclarecer o quanto benfico deixar de fumar, o quanto malfico continuar

    fumando e fazer o acolhimento, rejeitando o rtulo no para por que no

    quer!.

    Aproximar a ESF do tabagista e da comunidade em geral, colocando o

    mdico para esclarecimento a qualquer tempo de funcionamento da ESF para

    soluo de dvidas ou apoio motivacional.

    Marcar reunies mensais a fim de promover a troca de experincias entre os

    tabagistas.

    Divulgar ainda em outros locais da cidade, principalmente, a sede da ESF1,

    local de grande movimento de pacientes, por meio de cartazes.

    Coletar de dados acerca do sucesso do tratamento

    Aprender e trocar de experincias dos profissionais acerca do tratamento

    medicamentoso e psicoterpico do tabagismo.

  • 14

    2 ANLISE ESTRATGICA

    Tendo em vista que o tabagismo um dos principais problemas que afeta a

    sade da USF III, da cidade de Abadinia, Gois, sente-se a necessidade de

    implantar um Projeto de Interveno para enfrentamento desta pandemia que

    considerada de grande relevncia para a sade do municpio.

    Participaram deste estudo os fumantes que se apresentaram na USF, sem

    distino de sexo, idade e etnias.

    As aes foram realizadas dentro da Unidade durante os meses novembro,

    dezembro de 2014 e janeiro de 2015.

    Para as realizaes das palestras, contamos com os profissionais de sade

    da Unidade, como Enfermeiros, Agentes Comunitrios de Sade e Mdicos.

    O projeto foi dividido em etapas, as quais sero explicadas aos presentes na

    palestra:

    1 ETAPA: Capacitao da equipe de profissionais em sade que integra a

    equipe da USF III, formada por um mdico, um enfermeiro, dois tcnicos em

    enfermagem, quatro agentes de sade. Nesta etapa, ser realizada reunio

    mostrando aos profissionais de sade a importncia do tabagismo como problema

    de sade pblica passvel de preveno.

    2 ETAPA: Divulgao atravs de banner e panfletos para a populao que

    busca atendimento em livre demanda na UBS. Divulgao por cartazes nas demais

    unidades de sade do municpio. Ambos para estimular o questionamento sobre os

    malefcios do cigarro e sobre a possibilidade de auxlio na cessao do tabagismo.

    3 ETAPA: Proibio do fumo dentro das dependncias fsicas da UBS.

    4 ETAPA: Reestruturao da consulta mdica na ESF III. Responder todos

    os questionamentos sobre tabagismo e seus tratamentos. Questionamento ativo dos

    pacientes que apresentem sinais clnicos de exposio fumaa de tabaco. So

    eles: diagnstico fechado ou presumido de doena pulmonar obstrutiva crnica,

    impregnao de fumaa em mos, rosto, pelos e odor caracterstico de tabaco.

    5 ETAPA: Criao dos grupos mensais de tratamento e acompanhamento

    aos pacientes do tabagismo, a fim da troca de experincias e de como superar as

    dificuldades.

  • 15

    6 ETAPA: Disponibilizao de todo o horrio de funcionamento da USF, para

    estes pacientes, mesmo em livre demanda a fim de proporcionar sensao de apoio

    motivacional e acolhimento, sanar quaisquer dvidas relacionadas.

    7 ETAPA: Postergao deste servio como estratgia dentro da Ateno

    Bsica sade, trazendo com isso hbitos saudveis em sade para a populao

    do municpio de Abadinia- GO.

    3 IMPLANTAO, DESCRIO E AVALIAO DA INTERVENO

    O projeto de interveno da USF III do Jardim Santa F em Abadinia-Go:

    Aconteceu no dia 07/11/14 a palestra descrita na primeira etapa com a

    presena de todos os profissionais ali alocados. Foram discutidas dvidas, os papis

    de cada profissional. O trabalho na conduo do caso ficou a cargo do mdico da

    equipe. Os demais profissionais ficaram disposio para informar os pacientes que

    procuravam a unidade em livre demanda ou os tabagistas adstritos conhecidos

    pelos ACS.

    Percebido entusiasmo pelos profissionais.

    No dia 10/11/14 foram colocados cartazes de proibido fumar espalhados

    pelas reas comuns da unidade.

    No dia 1/12/14 foi colocado o banner com foto em anexo na sala de espera

    daquela UBS, e reestruturada a consulta mdica, a fim de responder

    questionamentos criados pelo banner e panfletos. Tambm questionei quanto ao

    fumo os pacientes que se apresentavam com sinais suspeitos, j descritos

    anteriormente.

    Quanto busca ativa, certamente feita pelos ACS, era por ns percebidos

    como demanda espontnea, pois no houve mtodo para diferenciar ambos.

    Ento, a USF, funcionou durante todo o perodo de funcionamento em livre

    demanda para fumantes, conforme descrito anteriormente.

    Como estratgia base, foi usada TCC, ressaltando os benefcios da cessao

    contra os malefcios de continuar fumando. Se recompensar a cada vez que

    conseguir evitar a recada, a fim de aumentar o condicionamento psicolgico

    cessao do tabagismo.

  • 16

    Alm da TCC, foi usado o tratamento medicamentoso, critrio mdico,

    sendo este: os que no apresentassem comorbidade clnica ou psiquitrica que

    pudesse ter o quadro de base piorado pelo uso.

    Como medicao de escolha foi usada a Bupropiona, j descrita, qualificada e

    mostrada quanto s suas indicaes. Dessas foi escolhido o Bup, pela maior

    facilidade de acesso, alta eficcia, comodidade posolgica e o custo acessvel.

    Quanto posologia, foi feito Bupropiona (Bup) 150mg 1 comprimido pela manha

    por 3 dias. Ento dobrar a dose, a partir do quarto dia, agora usando 1 comprimido

    pela manha e outro ao fim da tarde. A partir da uso contnuo.

    Considerando o primeiro dia da medicao como primeiro dia do ciclo, foi

    orientado cessao abrupta do tabagismo em qualquer dia da segunda semana.

    Neste ponto ressaltou-se que a maioria dos tabagistas que conseguiram parar de

    fumar o fez de uma vez. Ressaltou-se tambm a maior taxa de sucesso da terapia

    combinada, mas dando ainda mais importncia TCC.

    Foi orientao quando aos principais efeitos colaterais: boca seca, nuseas,

    insnia, disfuno ou hiperfuno sexual.

    Os pacientes foram escolhidos aleatoriamente, dos que procuravam a UBS

    por livre demanda a partir do dia 05/01/15 ou qualquer um dos grupos at o dia

    09/01/15, desde que o mesmo tivesse interessem em parar de fumar.

    Ao todo foram estudados 32 (n=32) pacientes, todos tabagistas. No foi

    considerado carga tabgica, complicaes prvias do tabagismo, idade,

    escolaridade, nvel socioeconmico.

    Desses, 20 masculinos e 12 femininas.

    Dos masculinos, 4 foram escolhidos para fazer terapia com TCC isolada, por

    apresentarem HAS de difcil controle. Todos os demais (16) foram tratados com TCC

    + Bupropiona e ainda foram orientados de fato fazerem o uso da medicao

    regularmente.

    Das femininas, 1 paciente apresentava diagnostico prvio de transtorno

    bipolar do humor, sendo esta tratada apenas do TCC, por possvel interao com

    quadro prvio e medicaes j em uso. Todas as demais (4) foram tratadas com

    Bupropiona.

  • 17

    Masculino Feminino Total

    Demanda 20 12 32

    TCC 4 1 5

    TCC + Bupropiona 16 11 27

    Tabela 5: Pacientes e distribuio dos grupos

    Foi seguido a rotina de aconselhamento e esclarecimento de dvidas, assim

    como o apoio motivacional e os grupos.

    Tambm foi continuada a captao de novos pacientes, assim como o os

    cartazes e o banner. Porm os novos pacientes no entraram para essa

    quantificao.

    Todos os pacientes includos nos grupos j descritos foram reavaliados no dia

    29/01/15. Os que no compareceram tal dia, foram buscados ativamente e

    questionados pelos profissionais da ESF. Todos os pacientes foram questionados.

    Foi considerado sucesso das estratgias a cessao abrupta, e as demais,

    fracasso.

    Masculino Feminino Total

    TCC

    2(50,0%) 0(0,0%) 2(40,0%)

    TCC + Bupropiona 10(62,5%) 7(63,6%) 17(63,0%)

    Tabela 6: Taxa de sucesso por sexo e modalidade teraputica

    62,50% 63,60% 63,00%

    50,00%

    0,00%

    40,00%

    0,00%

    20,00%

    40,00%

    60,00%

    80,00%

    Masculino Total

    TCC

    TCC

    TCC + Bupropiona

    Grfico 4: taxas de sucesso de cessao do tabagismo, conforme tratamento

  • 18

    Foi observada uma vantagem em eficcia do uso da terapia combinada TCC

    + bupropiona, com 50% (fator de proteo ao sucesso teraputico aos 20 dias: 1,50)

    a mais de chance de xito. Porm, essa j uma associao consagrada na

    literatura, mas foge ao escopo deste trabalho a comprovao desta casualidade.

    As aes realizadas com o intuito de promover o fim do habito de fumar

    objetivou motivar fumantes a deixarem de fumar, aumentando o acesso dos mesmos

    a mtodos eficazes para que eles pudessem parar de fumar e foi envolvida a

    articulao de diferentes atividades.

    Quanto as atividade, nesse grupo de aes, que se relaciona com o processo

    de capacitao de profissionais de sade na abordagem breve, objetivou a

    motivao desses profissionais para que pudessem dar continuidade a essa

    abordagem nas suas rotinas de atendimento, alm de incentivar os fumantes a

    procurarem o grupo de apoio. E passivamente, promover educao em sade, em

    conjunto USF com comunidade, ampliando a integrao.

    Sabe-se que, quando combinadas, educao e sade, h uma ampliao do

    nvel de sade e a reduo das iniquidades11.

    Nos grupos de apoio, a aceitao foi muito proveitosa, pacientes relatavam as

    suas experincia e tinham ali um espao para discutirem trocarem experincias e

    soluo para suas dificuldades nesse problema to srio.

    Percebi ainda um maior entusiasmo dos pacientes do grupo que estava em

    uso da terapia combinada, sendo que pode-se aproveitar o efeito duplo, placebo

    mais frmaco verdadeiro dessas medicaes. Mas ainda assim, notamos que o mais

    importante a motivao e o suporte psicossocial oferecido ao paciente.

    4 CONSIDERAES FINAIS

    A atividade desenvolvida mostra como fundamental a integrao da ESF

    comunidade, e demais aspectos da interao, e ainda do curso de especializao.

    No geral, a atividade nos fez concluir que o objetivo final de todo servio de

    sade, aumentar o nvel de sade da populao, e em ltima anlise, aumentar

    qualidade de vida. Todos os aspectos restantes so subsidirios.

    Mesmo que no tenha havido um programa nos moldes do Programa

    Nacional do Controle do Tabagismo, considero que se insistssemos

  • 19

    veementemente nesta estratgia, com seus rigores, acabaramos por cair na baixa

    adeso.

    Devemos sempre educar a populao quanto o melhor a se fazer. E estimular

    que o melhor seja feito, porm, se o nosso alvo de melhoria estiver fora do anseio da

    populao, de sua cultura ou de seus meios, corremos risco de incorrer em

    iniquidades srias. Se no h como fazer o ideal, que se faa ento o melhor

    possvel com o que se tem mo.

    Ento lentamente, conforme for satisfazendo as necessidades e anseios em

    relao sade da populao, ganhando sua confiana, traar metas e objetivos

    cada vez mais prximos do ideal a ser alcanado. Com isso promovendo educao

    em sade, controle social, equidade, qualidade de vida e transformao social.

    Nesse processo a fixao da equipe um ponto chave.

    O Programa de Valorizao do Profissional da Ateno Bsica uma boa

    iniciativa para promover a fixao de mdicos, enfermeiros e dentistas, ainda mais

    no transcorrer das atividades do curso de especializao, que nos fora a questionar

    o que acontece dia a cada dia. Acabamos por levantar hipteses, e modelos de

    soluo, e tanto ns, quanto os demais profissionais, nossos colegas, quanto

    comunidade, que conosco convive, acaba se beneficiando e acaba tendo um olhar

    um tanto diferente, crtico e resolutivo, aps o contato conosco.

    Porm ainda h muito a ser feito para se conseguir toda uma estrutura

    burocrtica e material para fixao dos profissionais.

    Especificamente, quanto ao tabagismo, de conhecimento mdico geral, h

    longa data a existncia e a eficcia do manejo combinado TCC mais medicamentoso

    na abordagem ao tabagista. Porm no se v uma conduta ativa junto ao problema,

    relevante e de abordagem bem descrita, na alada do mdico geral. Essa falta de

    conduta ativa, por vezes motivada por (pr-) conceitos deturpadados (no para

    porque no quer!). Ou por vezes por falta de iniciativa, ou mesmo de conhecimento

    de tais estratgias pelos pacientes, nos vm gerando grandes prejuzos, vistos nas

    consequncias absurdas do tabagismo de longa data. Problema este que teve uma

    quantidade absurda de tempo para ser abordada.

  • 20

    REFERNCIAS:

    1. Coodernao de preveno e vigilncia (CONPREV). Abordagem e tratamento do

    Fumante Consenso 2001. Rio de Janeiro: INCA, 2001.

    2. WUNSCH FILHO, Victor et al . Tabagismo e cncer no Brasil: evidncias e

    perspectivas. Rev. bras. epidemiol., So Paulo , v. 13, n. 2, June 2010 . Available

    from . access on 04 Aug. 2014.

    http://dx.doi.org/10.1590/S1415-790X2010000200001.

    3. ALVES, Laura Bockmann. Avaliao da eficcia da vareniclina na cessao do

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