t magazine

112
07 I NOVEMBRO / DEZEMBRO 2009 PESSOAS, SONHOS, LUGARES E IDEIAS. Preço 2,50 DIRECTO DANIELA MERCURY NEVE MÉRIBEL & COURCHEVEL DESIGN BÁRBARA COUTINHO ACTUAL CIDADES VERDES AÇORES FURNAS LAKE VILLAS A VIDA DEPOIS DA GLÓRIA LUIS FIGO

Upload: joao-mestre

Post on 22-Mar-2016

227 views

Category:

Documents


1 download

DESCRIPTION

revista híbrida corporativa/entretenimento da TMN hybrid corporate/lifestyle magazine for tmn (mobile services company);

TRANSCRIPT

Page 1: T magazine

07

IN

OVE

MB

RO

/ D

EZE

MB

RO

20

09

� PESSOAS, SONHOS, LUGARES E IDEIAS.

Preço €2,50

DIRECTODANIELAMERCURY

NEVE MÉRIBEL &

COURCHEVEL

DESIGNBÁRBARA

COUTINHO

ACTUALCIDADES VERDES

AÇORESFURNAS

LAKE VILLAS

A VIDA DEPOIS DA GLÓRIALUIS FIGO

MA

GA

ZI

NE

NO

VE

MB

RO

/ DE

ZE

MB

RO

20

09

07

CAPA T 07 v7:Layout 1 23-12-2009 10:43 Page 1

Page 2: T magazine

Project2 23-12-2009 10:51 Page 1

Page 3: T magazine

Project2 23-12-2009 10:51 Page 2

Page 4: T magazine

TODO O TEMPODO MUNDONUM ANUÁRIO

O LÍDER DA IMPRENSA ESPECIALIZADA, JÁ NAS BANCAS. NÃO PERCA TEMPO.

PUB ANUARIO v7:Layout 1 22-12-2009 8:12 Page 1

Page 5: T magazine

TUDO O QUEVOCÊ SEMPREQUIS SABERSOBRERELOJOARIA— MAIS DE500 MODELOS,PREÇOS, ESPECIFICAÇÕES, HISTÓRIAS,REPORTAGENS.

A TEMPO.

Faça a sua assinatura que nós tratamos dos portes de correio.

Contacte: Tel: 21 844 07 00 Email: [email protected]

PUB ANUARIO v7:Layout 1 22-12-2009 8:12 Page 2

Page 6: T magazine

6

conteúdos I novembro, dezembro 2009 I 07

08 protagonistas

16 daniela mercury em discurso directo

26 luís figo: há vida depois da glória

32 utopia verde: as cidades do futuro

40 o outro lado de teresa ricou

46 dias em branco: courchevel & méribel

58 um jardim de sonho, na ilha de são miguel

66 gourmet, com o chefe josé cordeiro

78 gadgets & acessórios hi-tech

retr

ato

� PESSOAS, SONHOS, LUGARES E IDEIAS.

NO

VEM

BR

O,

DEZE

MB

RO

2009

LUIS FIGOHÁ VIDA DEPOISDA GLÓRIAUm dos melhores jogadores de sempre do futebol portuguêsdespediu-se dos relvados emMaio, após uma gloriosa carreirade 700 jogos, 120 golos e dezenas de títulos. Tudocomeçou há mais de vinte anos, num clube de bairro de Almada, «Os Pastilhas».

26

T 06-07 v7:Layout 1 22-12-2009 9:30 Page 6

Page 7: T magazine

>FICHA TÉCNICApropriedade tmn I director luís avelar Isub-director samuel carvalho I coordenação tmn ana rita cardoso I edição projectos especiais Iprojecto gráfico josé gonçalves / projectos especiais I design josé gonçalves, pedro dias Icoordenação editorial projectos especiais joão mestre I textos carlos alves, cláudia carvalho,gonçalo brito, joão alexandre, joão mestre, pedro alfaia I fotografia casa da imagem, constantino leite / evasões, dora nogueira, foster + partners, hamish brown/ getty images, paulo barata, paulo sousa coelho, pedro loureiro, yves callewaert / volta ao mundoI revisão joão mestre I apoio editorial inês neto vilas-boas I publicidade projectos especiais, cristina pais lopes I pré-impressão pré&press I impressão lisgráfica I periodicidade trimestral I tiragem 40.000 exemplares I ERC Registo nº 125286 IProjectos Especiais, Consultores de Comunicação S.A. I www.projectosespeciais.pt IRua João da Silva nº 20, 1900-271 Lisboa I tel.: 21 844 07 09 I [email protected] I

32

80 windows phones: perfeição táctil

82 ideias com design

84 tecno: sapo mobile

86 suv compactos: família vs. lazer

92 cascais – o mar por perto

96 entre vistas: conhece estes originais?

100 entretanto

104 até já!

106 pedro fernandes e o seu t

7

NO

VEM

BR

O,

DEZE

MB

RO

2009

1616DANIELAMERCURYO QUE ÉQUE ESTABAIANA TEM?Pôs Portugal inteiro a can tar “Nobre Vaga bun do” e hoje, 13 anos depois, continua a querer conquistar o mundo com a voracidade de sempre. E ainda sonha ir à Lua...

T 06-07 v7:Layout 1 22-12-2009 9:30 Page 7

Page 8: T magazine

protagonistas I cinema I

8

NO

VE

MB

RO,

DE

ZE

MB

RO

20

09

T 08-09 v7:Layout 1 18-12-2009 17:12 Page 8

Page 9: T magazine

9

NO

VE

MB

RO,

DE

ZE

MB

RO

20

09

SIGOURNEY WEAVER

AVATARDE PANDORA

É um reencontro há muito esperado. Vinte e três anos depois da estreia de“Aliens – O Recontro Final” (sequela do já «trintão» “Alien – O Oitavo Passageiro”, deRidley Scott, lançado em 1979), realizado por James Cameron e protagonizado por SigourneyWeaver, as duas estrelas de Hollywood voltam a juntar-se em “Avatar”, o filme-sensação do ano,que chegou às salas de cinema a 17 de Dezembro. Construído sobre inovadora tecnologia de animação 3D, este prodígio dos efeitos visuais desen-rola-se no século XXII, no paradisíaco planeta Pandora, habitado pelos mais incríveis seres vivos,entre eles os humanóides Na’vi, dotados de uma força prodigiosa. Jake Sully (Sam Worthington,na imagem), um antigo “marine” que um ferimento de guerra confinou a uma cadeira de rodas,é escolhido para participar no programa Avatar, que lhe dará a oportunidade de voltar a cami -nhar, ao serviço de uma missão em Pandora. A veterana Sigourney Alexandra Weaver (que acaba de completar 60 anos), três vezes nomeadapara os Óscares (uma delas pela sua prestação em “Aliens”), surge no papel da Dra. GraceAugustine, que acompanha Jake e o ajuda a compreender o estranho planeta e a sobreviver nele.

* O novo LG New Chocolate BL40, o “smartphone” com o maior ecrã táctil do mercado (4 polegadas), inclui

“trailer” de “Avatar” e acesso a conteúdos especiais em www.tmn.pt.

T 08-09 v7:Layout 1 18-12-2009 17:12 Page 9

Page 10: T magazine

protagonistas I cinema I

10

NO

VE

MB

RO,

DE

ZE

MB

RO

20

09

O único Óscar (melhor actor secundário), rece-beu-o em 2005, por “Syriana”, mas a carreira deGeorge Clooney não se pode avaliar pelo nú me -ro de prémios da Academia de Hollywood. O actorque nasceu em 1961 no Kentucky, só foi casado uma vez(entre 1989 e 1993, com Talia Balsam) e se estreou no ecrãem 1984 regressou este ano para um dos últimos episódios de”Serviço de Urgência”, a série que o popularizou, no papel deDr. Doug Ross, entre 1994 e 1999. Produtor, realizador eargumentista, Clooney – desde 2008 «mensageiro da Paz» dasNações Unidas e envolvido na organização Not On Our Watch– acaba 2009 envolvido em mais três projectos: empresta avoz ao sr. Raposo de ”O Fantástico Senhor Raposo”, uma deli-ciosa animação de Wes Anderson que chega às salas nacionaisa 28 de Janeiro de 2010, e contracena com Ewan McGregor,Jeff Bridges e Kevin Spacey, em ”The Men Who Stare atGoats”, e com Anna Kendrick, em ”Nas Nuvens”, com estreiamarcada para 28 e 21 de Janeiro, respectivamente.

GEORGE CLOONEY

WHO ELSE?

O mais conhecido detective privado do mundo está de volta. A novaaventura da personagem criada em 1887 por Arthur Conan Doyle estreia no diade Natal e é um dos filmes mais aguardados deste final de ano. Robert DowneyJr. encarna uma versão mais musculada de Sherlock Holmes e, com a ajuda comcorajoso Watson (interpretado por Jude Law), irá enfrentar um novo arqui-inimi-go e desvendar uma conspiração mortífera para destruir a Grã-Bretanha. A parda lendária astúcia do detective de Baker Street, esta nova adaptação cine-matográfica imprime grandes doses de força física na resolução do caso – ou nãofosse o filme assinado por Guy Ritchie, o mesmo realizador que, em 2000, nostrouxe ”Snatch – Porcos e Diamantes”.Para além da dupla mais famosa da literatura policial, o elenco conta com RachelMcAdams (no papel de Irene Adler, única mulher que conseguiu ludibriarHolmes) e Mark Strong, na pele do vilão Lord Blackwood. Susan Downey,mulher de Robert Downey Jr., co-produz o filme.

* Os clientes TMN tiveram a oportunidade de assistir a este filme em primeira-

-mão e em exclusivo com as Sensações t. Mais antestreias em www.tmn.pt.

ROBERT DOWNEY JR.

ELEMENTAR,CARO WATSON

T 10 v7:Layout 1 22-12-2009 8:23 Page 10

Page 11: T magazine

Marcas Participantes

UM MUNDO SEMCANCRO DA MAMA™

Use o Laço Rosa. Marque a diferença.

Juntos queremos, juntos podemos,criar um mundo sem cancro da mama. A Campanha de Prevenção do Cancro da Mama da Estée Lauder Companies dedica-se a chamar a atenção para o facto do diagnóstico

as hipóteses de sobrevivência. Use o Laço Rosa. Envolva-se. Ajude-nos a tornar o mundo cor-de-rosa.

MUNDOCOR-DE-ROSA

Project1 19-12-2009 9:45 Page 1

Page 12: T magazine

protagonistas I música I

12

NO

VE

MB

RO,

DE

ZE

MB

RO

20

09

ALICIA KEYS

LIVRE& VULNERÁVEL

«A música é forte e a bateria muito agres siva, masa minha voz é vulnerável e deli ca da.» É as sim queAlicia Keys resume “The Element of Freedom”, o seu quartoálbum de estúdio, lançado a 14 de De zembro. Pro du zi do, àsemelhança dos restantes discos, pela própria Alicia e por Kerry“Krucial” Brothers, “The Element of Freedom” conta com a co -

laboração de Beyoncé, em “Put It In A LoveSong”. Os ru mo res da aguardada “reprise” dodueto com Jay-Z, em “Empire State of Mind II”,aca ba ram por ser desmentidos. Para já, ro damnas rádios de to do o mundo (e em vários “web-sites”, entre eles www.myspace.com/aliciakeys)os “singles” “Try Sleeping With A Broken Heart”e “Doesn’t Mean Anything”. Mariel Conce p cion,editora do “website” Billboard.com, des cre ve esteúltimo: «Uma mulher verdadeiramente con fiantedeixa-se ficar vulnerável na altura certa.» Promete.

THEM CROOKED

VULTURESSELECÇÃO AAA que soa uma banda que junta a voz e a guitarra dos Queensof the Stone Age (QOTSA), o baixo dos Led Zeppelin e a bate-ria dos Nirvana? «Soa aos elementos dessas bandas fundidos num só animalque não é nenhuma dessas coisas», responde Josh Homme, “frontman” dosQOTSA e uma das mais relevantes figuras do rock da última década (com ramifi -cações diversas, das colaborações com PJ Harvey à reformulação do som dosArctic Monkeys, no álbum “Humbug”), em entrevista à “Uncut”.Os Them Crooked Vultures nasceram na ideia do baterista Dave Grohl (Nirvana,Foo Fighters), que fez da festa do seu 40º aniversário pretexto para apresentarHomme a John Paul Jones, baixista dos míticos Led Zeppelin. Três dias depois,já estavam a improvisar juntos, no estúdio de Homme. O homónimo álbum deestreia veria a luz do dia passados 11 meses, a 17 de Novembro.Escusado será dizer que todas as atenções nomundo da música se viraram para este trio – dascapas das revistas da especialidade às rádios etelevisões, e aos blogues, fóruns e redes sociais. Enão é para menos: os Them Crooked Vultures con-gregam a herança de quatro das mais influentesbandas de rock dos últimos 40 anos. Portugal, para já, está fora da digressão de estreia,que passará, até finais de Janeiro, pela Europa,EUA, Austrália e Nova Zelândia. www.myspace.com/themcrookedvultures

T 12 v7:Layout 1 22-12-2009 8:24 Page 12

Page 13: T magazine

1820 19-12-2009 9:54 Page 1

Page 14: T magazine

protagonistas

14

NO

VEM

BR

O,

DE

ZEM

BR

O2

00

9 NO

tAS

SO

LtA

S MADONNA. A mais recente digressão mundial de Madonna(85 concertos em 32 países), "Sticky & Sweet Tour", atingiu asoma de 286 milhões de euros, tornando-se a mais rentável desempre de uma artista a solo.

INDIANA JONES. Depois de ler o guião, Harrison Ford, 67anos, não teve dúvidas e aceitou ser novamente (e pela quintavez) o protagonista da saga de Indiana Jones.

PRINCE. Se pudesse escolher, Prince trocaria (momentaneamente) a música por um lugar no "staff" de Barack Obama.

BOB DYLAN. Desta vez, Bob Dylan não quer dar música:num programa de rádio, garantiu estar em conversações paraque a sua voz passe a ser usada em GPS britânicos.

NINI ANDRADE SILVA

CLASSE INTERIOR

O motociclista português de 30 anos volta a parti ci par namítica prova de todo-o-terreno: de 1 a 17, de Janeiro de2010, per correrá milhares de quiló metros entre a Ar gen -tina e o Chile. Se 2006 foi o seu ano de estreia no Dakar (9º lugar), 2007foi a confirmação, com vitórias em duas etapas, na classe Maratona e umquinto lugar na geral, classificação que repetiu em 2009. Para HélderRodrigues, tudo começou aos nove anos, quando o pai lhe ofe re ceu aprimeira mota. No currículo do «Estrelinha» há de tudo: oito vezescampeão nacional de Enduro (1999 a 2006), campeão mundial júnior(2000), vice-campeão mundial sénior (2002), vencedor do InternationalSix Days of Enduro (2003). O regresso ao deserto africano pode acontecerjá em 2011. «Tudo indica que o "grande" Dakar estará de regresso a Áfricaem Janeiro de 2011. Logo após a repentina decisão de cancelamento daedição de 2008, que partia da capital portuguesa, ficou acertado que, malo Dakar regressasse a África, Lisboa voltaria a ser o ponto de partida doDakar», afirmou João Lagos à agência Lusa.Mais desenvolvimentos em www.dakar.com

«Embora Portugal seja um país pequeno, é bomsaber que podemos ser os melhores. Dá-nos umagrande satisfação para prosseguirmos o nosso tra-balho.» Quando Nini sonha, a obra nasce e o resultado é elogia-do pela Europa fora. Assim aconteceu com o The Vine Hotel– projecto cinco estrelas de 22 suites de luxo (com piscina ebar panorâmicos e ainda um spa com vinoterapia), decoradopor si (com desenho arquitectónico de Ricardo Bofill) e inau-gurado em Junho, na Madeira –, que recebeu dois dos maisimportantes prémios europeus de design de interiores, emOutubro e Novembro (o European Property Awards e oEuropean Hotel Design Awards, na categoria de suite), e fezainda parte do lote de nomeados do World ArchitectureFestival Awards, que decorreu em Barcelona. «Temos a van-tagem de termos relacionado o design com a ilha da Ma dei -ra», afirmou a designer ao “Expresso”. Nascida no Funchal a24 de Junho de 1962, Nini Andrade Silva é licenciada emDesign pelo IADE, e a sua carreira já passou por Nova Iorque,Paris, Dinamarca e África do Sul. Actualmente, tem dois ate-liers, um em Lisboa e outro no Funchal.

www.niniandradesilva.com

HÉLDER RODRIGUESPOR TERRAS

SUL-AMERICANAS

T 14 v7:Layout 1 18-12-2009 17:16 Page 14

Page 15: T magazine

1820 19-12-2009 9:51 Page 1

Page 16: T magazine

directo I música I

Aos 44 anos, Daniela Mercury não está disposta a abrandaro ritmo frenético da sua vida. O mais recente disco,“Canibália”, é prova disso. «Canibal» porque a cantorabrasileira se alimenta de tudo o que a rodeia, apropriando--se de vários estilos de música étnica. Daniela Mercurypassou por Portugal para realizar uma série de concertos

patrocinados pelo MEO e, um dia antes de subir ao palco para apresentar“Canibália” pela primeira vez ao público português, sentou-se com a “TMagazine” no terraço soalheiro do Silk e, de olhos postos no Tejo, falou da forçaque a move, da paixão pelas novas tecnologias, riu, cantou, e, emocionada, aindaexplicou como, por vezes, é difícil ser ela própria.

16

NO

VEM

BR

O,

DEZE

MB

RO

2009

TEXTO GONÇALO BRITO I FOTOGRAFIA PEDRO LOUREIRO

´

PÔS PORTUGAL INTEIRO A CANTAR “NOBREVAGABUNDO” E HOJE, 13 ANOS DEPOIS, CONTINUA AQUERER CONQUISTAR O MUNDO COM A VORACIDADE

DE SEMPRE. E AINDA SONHA VISITAR A LUA…

DANIELAMERCURYO QUE É QUE ESTA

BAIANA TEM?

T 16-25 v7:Layout 1 18-12-2009 17:18 Page 16

Page 17: T magazine

T 16-25 v7:Layout 1 18-12-2009 17:18 Page 17

Page 18: T magazine

directo I música I

Dá nas vistas não só pela músi-

ca mas também pela sua ale-

gria. Onde vai buscar tanta

energia?

Sempre tive muita energia. Osdesejos, os sonhos, é que nos ali-mentam. Brinco dizendo que aágua de coco da minha cidade é aenergia do meu povo. A minhafamília também tem uma longevi-dade… minha mãe tem 70 anos etrabalha mais do que eu; meusavós todos faleceram com 100,102 anos. Acho que essa gentetraz um pouco do povo negroafricano que, com toda a dificul-dade da vida, aprendeu a celebrar.

desligar a tomada, mas não desli-ga. Quando eu era pequenininha,o meu tio me chamava «pingafogo». Meu mapa astral diz quevou ficar assim o resto da vida. Eiso desafio.

Apesar de toda essa energia e

vivacidade, sente que é «pe re -

cível ao tempo»?

Lógico que sou. O corpinho às ve -zes cansa, dói aqui, dói ali – tantadança desde menina –, mas cuidodisso e vivo bem com cada etapada minha vida. Eu comecei a viraradulta agora.

E isso é bom ou mau?

É um estado de sonho de meninaainda, sabe? Acho que o que nosmove é o desejo. É o que faz agente ter vitalidade e energia. Souperecível ao tempo? Acho a vidaintensa e não conseguiria viverduas vidas assim. Tenho a sen-sação de que já vivi muitas. Estousempre muito satisfeita porquetrabalho por hobby. É o meu diver-timento, mesmo as coisas maisempresariais são desafiadoras einteressantes. Gosto de pensar ede resolver problemas. Fico traba -lhando 14, 15 ou 16 horas pordia, durmo muito pouco e quandotento contar carneirinhos paraadormecer, eles começam adançar: pulam, saltam, fazemacrobacias, parecem atletas deolimpíadas. Às vezes acordocansada de mim mesma, cansadade não desligar. Tudo me inspira afazer música, está tudo ligado aoque eu faço profissionalmente.Vivo tão intensamente que nãosinto muito a presença do tempo.Tem horas em que temos de de -sacelerar, e o cansaço vem paraaprendermos os nossos limites. Ofacto de envelhecermos e de sen-tirmos uma dorzinha aqui e ali fazcom que a gente usufrua da vidade outra maneira, sempre apren-dendo coisas. Vale tudo.

1965. Nasce a 28 de

Julho, em Salvador da

Bahia, Daniela Mercuri

de Almeida.

1973. Inicia-se no estudo

da Dança. Em 1978, decide

que quer ser cantora após

assistir a um espectáculo

de Elis Regina. Passados

dois anos, começa a tocar

ao vivo em bares.

1984. Com apenas 19

anos, casa com o enge nhei -

ro electrotécnico Zalther

Póvoas, de quem se viria a

divorciar 12 anos mais

tarde. Em 1985, nasce o

seu primeiro filho, Gabriel.

1986. Torna-se vocalista

da Banda Eva.

1988. Integra a banda de

Gilberto Gil como corista.

No ano seguinte, forma

a banda Companhia Clic,

com a qual consegue

um sucesso moderado.

1992. Grava o segundo

álbum a solo, “Canto da

Cidade”, hoje considerado

precursor do movimento

Samba-Reggae (vulgo, Axé

Music). Com três “singles”

a chegarem ao topo das

tabelas de vendas, o disco

vendeu mais de dois mi -

lhões de unidades no Brasil

e valeu a Daniela a alcunha

de “Furacão da Bahia”.

1994. Junta-se ao mítico

músico norte-americano

Ray Charles para gravar

um anúncio televisivo

da cerveja Antarctica,

referente ao Campeonato

Mundial de Futebol.

18

NO

VEM

BR

O,

DEZE

MB

RO

2009

VONTADE DEABSORVERO MUNDO“O MEU SONHO É DIALOGAR COMO MUNDO, DAÍ O NOME DESTE TRABALHO SER‘CANIBÁLIA’. É UMAMULHER SEDENTADE ENGOLIR TODASAS EXPRESSÕESARTÍSTICAS, ARQUITECTURAS,PAISAGENS.”

Obviamente que nem sempreacordo bem-humorada. Tambémsou inflexível. Uma das coisas queprecisamos para viver bem é leve -za. E tem de se ter paciência,compreensão e carinho. Sou umapessoa muito carinhosa, mas estaenergia às vezes me torna umpouco mandona. No geral, façotudo de forma extremamentedemocrática, gosto de estar emgrupo, ouvindo tudo, mas temhoras em que você tem que fazercoisas mais rapidamente e precisaque alguém decida e pronto.Então o meu humor muda; mas aenergia não. Às vezes quero parar,

T 16-25 v7:Layout 1 18-12-2009 17:18 Page 18

Page 19: T magazine

É conhecida por ser explosiva

em palco. Quando está triste

ou indisposta, isso reflecte-se

nas suas actuações?

Às vezes, estou um pouco maispreguiçosa, mas depois começo apular, a aquecer, a alongar, e aí vema alegria de subir no palco e de can-tar. Sempre digo aos músicos: «Sedivirtam. Vamos fazer com amor,com alegria e com leve za o que agente ama fazer.» E as canções emsi são compa nheiras extraordinárias,elas sempre me realimentam. Vocêcanta uma poesia linda, sempre lhetraz algo de novo, de inesperado,junto com a paisagem de onde vocêestá, o público, o momento da vida.

Eu não automatizo muito os con-certos; altero as músicas de“show” para “show”. E se eu nãoestiver com vontade de cantaraquela música, não canto. Só se opúblico pedir muito.

Tem um percurso musical bas-

tante eclético, apostado em

experimentalismos – uma esco -

lha nem sempre bem aceite pela

crítica e pelos fãs. Que balanço

faz hoje desse percurso?

Preciso de me renovar sempre, decriar novas surpresas para o públi-co me surpreender com as suasreacções. Umas vezes elas são ópti -mas; outras não. Como sou umaartista muito inquieta, que adora a

diversidade e riqueza cultural, acada hora me encanto com algumacoisa e quero traduzir isso em arte.Nunca deixo de ser aquela meninabaiana, cheia de sonhos. Vou-mereinventando para a vida ficarmais divertida. Até no visual. Penaque a gente não fica bem de todoo jeito, porque eu tento: já cortei ocabelo, fiquei loura, morena, decabelo vermelho, de cabelo pre -to… As pessoas se apegam aomeu cabelo como se eu fosseDalila: se eu cortei, perdi a força. Então fico aqui nessa brinca -deira de diálogo com o mundo,neste divertimento, neste prazerintenso de estar aqui de novo.

19

NO

VEM

BR

O,

DEZE

MB

RO

2009

UM “DUETO”COM PAULITODaniela Mercury e Paulito,

o boneco de ventríloquo, dividiram

o protagonismo numa campanha de

tráfego da tmn. Entre 27 de

Outubro e 15 de Novembro de

2009, os clientes particulares tmn

puderam falar grátis para a própria

rede durante sete dias.

Para ficar a par de todas as

novidades, aceda à página de

Daniela Mercury no Facebook:

www.facebook.com/DanielaMercuryOfficial

T 16-25 v7:Layout 1 18-12-2009 17:18 Page 19

Page 20: T magazine

20

NO

VEM

BR

O,

DEZE

MB

RO

2009

T 16-25 v7:Layout 1 18-12-2009 17:19 Page 20

Page 21: T magazine

21

NO

VEM

BR

O,

DEZE

MB

RO

2009

I música I directo

LIGADA À CORRENTE“ÀS VEZES QUERO PARAR, DESLIGAR ATOMADA, MAS NÃO DESLIGA. QUANDO EU ERA PEQUENININHA, O MEU TIO ME

CHAMAVA ‘PINGA FOGO’.”

T 16-25 v7:Layout 1 18-12-2009 17:19 Page 21

Page 22: T magazine

maternidade, o sucesso e a es -

trada?

Continuo sendo uma esposa a via-jar muito. Sou «amante de todosos portos» (risos). Deu vontade decasar, de celebrar a união. Aminha família é um circo, os meusfilhos estão comigo na estrada efazem parte deste novo “show”. Jáse acostumaram a viajar comigodesde pequenininhos. O meumarido adora viajar e fica todofeliz por cada fim-de-semana estarnum lugar diferente. É uma pes-soa relacionada com o que faço,conhece este mundo de produção,cheio de contratempos, e tocatambém. Praticamente, toda afamília toca.

O que podemos esperar de si

no futuro?

Quero continuar a minha carreirainternacional, fazer projectos ecolaborações, fazer um filme, umdocumentário e mais coisas comoactriz. Também tenho sonhadomuito em ir à Lua. Mas está difí-cil, porque o pessoal nos EstadosUnidos está em crise. A gente sótem esse caminho mesmo, é ver omundo de lá para cá, para apren-der mais.

Existe algum sítio onde gos ta -

ria de tocar ainda antes de ir à

Lua?

(Risos). A muitos, a muitos. Chi -na, Índia… experimentar o senti-mento de outros povos. Ainda nãofui a algumas pequenas cidadesbrasileiras que são muito distin-tas. Devo visitar, este ano, umaaldeia indígena na Amazónia.Quero tomar banho em todos osoceanos e em todos os rios doplaneta. Ainda há muita coisapara fazer, muita coisa paraaprender. Podemos contar a vidade forma regressiva, porque aindatemos mais anos para viver do queos já vividos. Eu ainda tenho unssessenta anos. É bastante tempo,tempo para gastar.

directo I música I

22

NO

VEM

BR

O,

DEZE

MB

RO

2009

Olhando Lis boa me dá vontade dechorar. É tão lindo. É um lugarúnico, sem dúvida.

Como se sente quando ouve

uma música sua a tocar no tele-

fone de alguém?

Adoro isso! Eu digo que não estoulançando canções, estou lançando“OMNI”, Obras Musicais Não--Identificadas. A Internet é umteatro, uma grande feira, umagrande galeria de arte planetária. O meu sonho é dialogar com omundo, daí o nome deste trabalhoser “Canibália”. É uma mulhersedenta de engolir o mundo etodas as suas expressões artísti-cas, comportamentos, arquitec-turas e paisagens. Acho espectacular que possamoster televisão na mão. Isso gera naspessoas mais desejo de teremconteúdos artísticos ao seu al can -ce. Porque a vida foi ficando maisrápida, poder ter música notelemóvel sem ter de ir na lojacomprar, acho fascinante, desa -fiador… É como se eu tivesse idopara outro planeta. Eu virei cada vezmais um “souvenir” de aeroportopor causa das máquinas fotográficas

dos telemóveis. Já saio do aviãode braços abertos.

A propósito, recorda-se de al -

gum episódio engraçado?

Com certeza. Estou no avião,começa a tocar uma músicaminha e aí eu quase digo: «Oigente, estou aqui!» Por vezes aspessoas botam o toque de propósi-to, quando me vêem. Aí já fazemcharme para mim. Adoro.

Que música tem como toque

do seu telemóvel?

Tenho uma canção minhachamada “Ae romoça”, que diz:«Tenho que voar, amor / Possoaté deixá-lo tomar conta dosmeus lábios / Posso até guardá-loem meu corpo para que meaqueça / Posso ouvir os teusanseios, lutar por eles também /Mas eu tenho que voar / Serei atua amante de todos os portos / Amulher que te faz todas as von-tades / A moça da aldeia que teolha sem maldade / Posso até sertua pela eternidade / Mas eutenho que voar». Muito apro -priado para um telemóvel, não é?

Casou este ano. Como conjuga

a nova vida de casada com a

PLANOS PARAO FUTURO“QUERO FAZERUM FILME, UMDOCUMENTÁRIO EMAIS COISAS COMOACTRIZ. E TENHOSONHADO MUITOEM IR À LUA.”

1996. O seu quarto

álbum, “Feijão Com

Arroz”, leva-a finalmente

ao sucesso à escala

mundial. Temas como

“Nobre Vagabundo”

e “Rapunzel” atingem

rapidamente o primeiro

lugar nas tabelas de

vendas – incluindo em

Portugal, onde o disco

continua a ser um dos

mais vendidos de todos

os tempos. Com 300 mil

unidades vendidas em

França, a cantora esgota

o teatro parisiense

La Cigale e bate recordes

de afluência de público

no festival de Artes

Latinas no Lincon Center,

de Nova Iorque.

2000. “Sol da Liberdade”,

o seu quinto registo

de estúdio, assume um

abandono da Axé Music

(então em declínio) e

uma maior predominância

da música electrónica.

O disco é bem recebido

pela crítica e a digressão

de promoção é a mais

bem-sucedida da cantora

até então.

2001. Canta o tema “Let

It Be” com Paul McCartney

e vários outros artistas na

cerimónia de entrega

do Prémio Nobel da Paz,

em Oslo (Noruega).

2006. O CD e DVD “Balé

Mulato – Ao Vivo” vence o

Grammy Latino de “Melhor

Álbum Brasileiro de Música

Regional ou de Raízes”.

2009. Casa-se, em

Roma, com o publicitário

italiano Marco Scabia.

T 16-25 v7:Layout 1 18-12-2009 17:20 Page 22

Page 23: T magazine

23

NO

VEM

BR

O,

DEZE

MB

RO

2009

T 16-25 v7:Layout 1 18-12-2009 17:20 Page 23

Page 24: T magazine

directo I música I

24

NO

VEM

BR

O,

DEZE

MB

RO

2009

O momento mais memorável da minha carreira? Eu ainda só estou começando! (risos) Nem me lem-bro, porque tenho a mania de me esquecer para não ficar contando o que já fiz. A vida está aí todapara ser vivida, ainda. Tenho alguns “shows” memoráveis. O primeiro no estádio do Restelo foi extraor -dinário, com tanto português a cantar as minhas músicas. Fui a muitos outros países eu ro peus antesde vir cá, porque diziam que era muito difícil trazer a música nova do Brasil e que, apesar da língua,vocês eram diferentes. Por isso, eu não esperava a empatia que houve entre nós nem a alegria comque vocês receberam o meu trabalho. Foi mágico demais. �

RECORDANDO UMA MEMORÁVELESTREIA EM SOLO PORTUGUÊS

T 16-25 v7:Layout 1 18-12-2009 17:21 Page 24

Page 25: T magazine

1820 19-12-2009 9:52 Page 1

Page 26: T magazine

retrato I futebol I

26

NO

VE

MB

RO,

DE

ZE

MB

RO

20

09

T 26-31 v7:Layout 1 18-12-2009 17:23 Page 26

Page 27: T magazine

27

NO

VE

MB

RO,

DE

ZE

MB

RO

20

09

A VIDA DEPOIS DA GLÓRIA

Um dos melhores jogadores de sempre do futebol português

despediu-se dos relvados em Maio, com uma marca impressionante:700 jogos, 120 golos e dezenas

de títulos. Por agora, Luís Figo vive em Madrid, mas talvez um dia

regresse a Lisboa. Planos não lhe faltam.

TEXTO JOÃO ALEXANDRE I FOTOGRAFIA HAMISH BROWN

LUISFIGOLUISFIGO

T 26-31 v7:Layout 1 18-12-2009 17:23 Page 27

Page 28: T magazine

retrato I futebol I

28

NO

VEM

BR

O,

DE

ZEM

BR

O2

00

9

O RAPAZ que um dia come çoua jogar num clube de bairroem Almada, «Os Pastilhas»,conquistando o mundo a partirdaí com a bola nos pés, serásempre um futebolista dife -rente. «Di ferente» é a palavraindicada: não só porque temno currículo a Bola de Ouro daFIFA de 2001 ou uma transfe -rência milionária de Barce -lona para o Real Madrid; nãosó porque representou aselecção portuguesa em 127jogos ou ga nhou a Liga dosCampeões Europeus em 2002.Diferente sobretudo pelo quecontinua a revelar fora dos rel-vados, agora que terminoudefinitivamente uma carreirade duas décadas de títulos,conquistas e uma ou outradesilusão (a derrota na finaldo Euro 2004 é a mais difícilde digerir): ambicioso, irreve -rente, humilde e cosmopolita,os seus interesses nunca seesgotaram na baliza de umestádio. Chega a ser surpreen-dente: «Neste momento, tenhoem vista uma aposta na ener-gia renovável no Alentejo. Opaís tem investido muito nasrenováveis, e bem, e o potencialda energia solar é enor me.» Ou

quando avalia a divulgação damarca Portugal no mundo:«Poderíamos che gar ao con-sumidor internacional deforma muito mais eficaz sehouvesse uma estratégia depublicidade e marketing cor-recta. Muitas vezes, aposta--se em outros caminhos, àsvezes até em personalidadesestrangeiras. No ano passado,salvo erro, houve uma pri -meira campanha de divulga -ção internacional dos nossosvalores, como a Mariza, aJoana Vas concelos, etc. Achoque foi uma boa iniciativa quedevia ser repetida mais vezes.»Desde Maio que Luís FilipeMadeira Caeiro Figo, de seunome completo, nascido emAlmada, a 4 de Novembro de1972, ex-jogador do Sporting,Barcelona, Real Madrid e Interde Milão, goza de uma novaliberdade. «Depois de tantosanos de sacrifícios, quero ser eua decidir o que vou fazer. Sequiser ir para Espanha, vou, sequiser ir para Itália, vou. Sequiser dedicar-me à agricul-tura, posso», disse em Agostoao “Diário Económico”, deférias no Algarve, na suaprimeira entrevista desde o dia

31 de Maio, quando se des-pediu das «quatro linhas» comuma ovação monumental emSan Siro (Milão). Figo, aliás,quis terminar a carreira maiscedo, em 2007, mas uma lesãono final da temporada afastou--o dessa ideia – orgulhoso, nãoia despedir-se com «um mausabor na boca», como revelariamais tarde. Na verdade, foiuma lesão e a entrada em cenade José Mourinho no Inter.Conheciam-se bem desde ostempos do Sporting e do Bar ce -lona. «Foi um estímulo acres -cido, a renovação da am bição»,conta Figo. «É difícil, no fute-bol de hoje, encontrar umjogador como ele, onde existe otalento e, ao mesmo tempo, adisciplina, o rigor», respondeuo “Special One” aos jornalistas,em Itália.Luís Figo nunca esqueceráMourinho, mas também CarlosQueirós (com quem ganhou oEuropeu de sub-16 e o Mundialde sub-20) ou Johan Cruyff,mítico treinador do Barcelona,responsável pela sua con-tratação em 1995. «Os bonsjogadores, como Romário eFigo, só precisam de dois me -tros para fazer o que quiserem.Quanto maior a qualidade doatleta, menos espaço ele precisapara jogar futebol.» O elogio doholandês apareceu num dosmomentos mais difíceis da car-reira do número 7: a polémicatransferência para Madrid, em2000, nunca perdoada pelosadeptos catalães e a mais caraaté então (61,7 milhões deeuros). «É muito difícil que umjogador como Figo saia caro aalguém. Ele dá tudo de si emcampo.»

“TENHO EM VISTA UMAAPOSTA NA ENERGIARENOVÁVEL, NO ALENTEJO.O POTENCIAL DA ENERGIASOLAR É ENORME.”

1989. Chega a jogador

profissional do Sporting

Clube de Portugal, após

dar os primeiros toques

no União Futebol Clube

«Os Pastilhas», em

Almada. É campeão da

Europa de sub-16 pela

selecção nacional e, dois

anos depois, vence o

Mundial de sub-20, em

Riade (Arábia Saudita).

1995. Ganha a Taça de

Portugal e é contratado

pelo Barcelona, onde

jogará com Vítor Baía,

Fernando Couto e, mais

tarde, Simão Sabrosa.

Faz 172 jogos, 30 golos

e conquista vários títulos,

entre eles dois campeo -

natos, uma Taça UEFA

e uma Taça das Taças.

2000. Protagoniza a (até

então) transferência mais

cara de sempre do futebol

mundial: de Barcelona

para Madrid por 61, 7

milhões de euros. Mais

163 jogos, 36 golos, dois

campeonatos e a tão

ansiada Liga dos Campeões

Europeus (2001).

T 26-31 v7:Layout 1 18-12-2009 17:24 Page 28

Page 29: T magazine

29

NO

VEM

BR

O,

DE

ZEM

BR

O2

00

9

T 26-31 v7:Layout 1 18-12-2009 17:24 Page 29

Page 30: T magazine

retrato I futebol I

30

NO

VE

MB

RO,

DE

ZE

MB

RO

20

09

T 26-31 v7:Layout 1 22-12-2009 8:26 Page 30

Page 31: T magazine

filme “Second Life” (2009),realizado por Nicolau Breynere Miguel Gaudêncio. «Muitas pessoas acusam-me degostar muito de dinheiro, maspergunto: quem não gosta? Eudigo que gosto porque não souhipócrita. Gostar de dinheirosignifica ter a noção de quecusta ganhar. E eu tenho anoção de que me custou muito,muito, muito aquilo que con-segui», explicou ao “DiárioEconómico”. «E significa trans-mitir essa noção às mi nhas fi -lhas, que ainda são pequenaspara perceber isto.» Actual -mente, os seus investimentosdividem-se entre imobiliário,restauração e hotela ria, onde sedestaca o Suites Alba Resort &Spa, perto da praia algarvia deAlbandeira, no Carvoeiro. «Gos-taria de investir numa cadeiade hotéis. Tenho, também, uminvestimento na área dos vi -nhos, na D+D (Dou ro&Due ro)»– a pro pósito, Luís Figo foirecen te mente entronizado mem-bro da Confraria do Vinho doPor to. «Transformou-se a pou -co e pouco num homem denegócios, que tem a sua vidasuperestabilizada a esse nível.Tem a fundação, que deve seruma “ferramenta” para sedivertir e sentir importante»,declarou José Mourinho àagência Lusa em Junho. «Mastenho dúvidas que ele consigaviver fora do futebol.»Em 2007, este futebolista dife -rente não ganhou o concurso “OsGrandes Portugueses”, exibidodurante meses na RTP, mastalvez nunca mais tenha esqueci-do a frase aí proferida por ZeinalBava, Presidente Executivo daPT: «Figo simboliza tudo aquiloque este país deve ser.»�

ao “Diário Eco nó mico”. «Nes -te modelo, não faria sentido[candidatar-me] porque seriasó uma cabeça de cartaz e eunão estou disponí vel para isso.Para ser uma cara, fico emcasa. No entanto, se a oportu-nidade surgir e eu verificar quehá condições para implemen-tar as mudanças que entendoque devem ser feitas, então, aí,podemos voltar a falar.» Demomento, há outras priori-dades no caminho, prioridadesque começaram há seis anos,como a sua Fundação, cria dapara apoiar jovens ou estimulardiferentes modalidades (ténis,atletismo, etc.) e que hojeassenta, segundo Luís Figo,sobre quatro eixos funda-mentais: desporto, educação,espe rança e saúde. Em Julho de2008, por exemplo, envolveu-seno lançamento do livro debanda desenhada “Luís Figoand the World TuberculosisTeam”, parte de uma campa -nha para ensinar crianças eadolescentes a combater e pre-venir a tuberculose. Cedo as grandes empresascomo a Nike, a Coca-Cola, aSagres, a Galp ou a Tag-Heuerperceberam a força da imagemde Figo, a mesma que o levou aaceitar entrar no elenco do

2001. É eleito o melhor

jogador do mundo pela

FIFA, à frente de David

Beckham e Raul, depois

de, no ano anterior, ter

ficado em segundo lugar,

atrás de Zinedine Zidane.

2004. A selecção

portuguesa perde a final

do Campeonato Europeu,

mas ainda assim con-

quista o melhor lugar de

sempre da sua história.

Luís Figo participa em

três Europeus (1996, 2000

e 2004) e dois Mundiais

(2002 e 2006). Marca 32

golos em 127 interna-

cionalizações.

2005. Muda-se para o

Inter de Milão (105 jogos

e 9 golos), onde ganha

quatro campeonatos

consecutivos. Um ano

depois, abandona a

selecção nacional.

2009. Despede-se dos

relvados no estádio de

San Siro, em Milão, a 31

de Maio, ovacionado de

pé pelos adeptos do Inter

e por José Mourinho

Por agora, divide o Olimpo dofutebol português com Eusébioe Cristiano Ronaldo – um estu-do de opinião recente daEurosondagem mostrava queeste trio é o mais popular desempre, com Figo ligeiramenteà frente. «Pelo trajecto que fizna selecção, tenho consciênciade que mudou muita coisa parabem do prestígio do futebolportuguês. Por isso, só possoestar feliz por tudo aquilo queconseguimos fazer em prol daselecção e do desporto.» Voltoupara Madrid com a família (amodelo sueca Helen Svedin etrês filhas) e tem uma função adesempenhar nos próximosdois anos: ser um dos respon-sáveis pelas relações interna-cionais do Inter de Milão.Definitivamente, o futuropróximo de Luís Figo nãopassa pelo banco de suplentes(mesmo como treinador). Apresidência da FederaçãoPortuguesa de Futebol é umfato mais à sua medida. Umfato com modelo e desenhopróprios. «O futebol portuguêsdepende de quatro ou cincoassociações distritais e eu nãoconcordo com isso, consideroque o poder deve estar concen-trado num órgão, que é aFederação», explicou em Agosto

31

NO

VEM

BR

O,

DE

ZEM

BR

O2

00

9

AMBICIOSO, IRREVERENTE,HUMILDE E COSMOPOLITA:OS SEUS INTERESSESNUNCA SE ESGOTARAM NANA BALIZA DE UM ESTÁDIO.

T 26-31 v7:Layout 1 22-12-2009 8:26 Page 31

Page 32: T magazine

actual

32

NO

VE

MB

RO,

DE

ZE

MB

RO

20

09

MA SDAR

T 32-37 v7:Layout 1 18-12-2009 17:26 Page 32

Page 33: T magazine

33

NO

VE

MB

RO,

DE

ZE

MB

RO

20

09

AR C I T Y

Projectada por NormanFoster, Masdar City quer tornar-se o modelode cidade ecológica do século XXI, sem des-perdício, dióxido de carbono ou automóveis.Não é uma miragem no deserto de AbuDhabi, capital dos Emirados Árabes Unidos.A construção avança em velocidade decruzeiro e o seu Instituto para a Ciência e Tecnologia já recebeu os primeiros 92investigadores vindos de todo o mundo.

UTOPIA VERDE

TEXTO JOÃO ALEXANDRE I FOTOGRAFIA FOSTER + PARTNERS

T 32-37 v7:Layout 1 18-12-2009 17:26 Page 33

Page 34: T magazine

actual I ecocidades I

34

NO

VE

MB

RO,

DE

ZE

MB

RO

20

09

É um Ferrari no desertoque talvez ajude a fabricar

Twingos». A analogia de YvesLion, especialista em cidadesárabes, ga lardoado em 2007 como maior prémio de urbanismode França, resume na perfeiçãoo pensamento de quem olhapara Masdar (palavra que signi -fica «fonte» em árabe) como «a»cidade verde do século XXI, aprimeira do mundo livre de car-bono, modelo futurista porexcelência do desenvolvimentourbano sustentável, apoiadopelo Fundo Mundial para aNatureza (WWF). Masdar não é uma miragemextravagante no deserto de AbuDhabi. As obras iniciaram-seem 2007 e, por esta altura,avançam em velocidade decruzeiro, a pouco mais de 25quilómetros da capital dosEmirados Árabes Unidos, se -guindo à risca o ambicioso pro-jecto definido pelo conceituadoatelier de arquitectos Fos ter+Par -tners. O próprio Norman Foster,vencedor do Prémio Pritzker em1999 (conhecido como «o Nobelda arquitectura»), garantiu queeste é um dos maiores desafiosda sua longa carreira: as exigên-cias de poluição zero «prometemquestionar a sabedoria urbanaconvencional», afirma, e Mas dar(www.masdar.ae) revolucionaráa noção de «cidade sustentáveldo futuro», na base sobretudo daeficiência energética. Para isso,a construção desta «utopia ver -de» passa, de início, pela insta-lação de uma enorme centralfotovoltaica (já em fase de aca -bamento) e por um crescimentocuidadoso que evite os meios detransporte poluentes (porexemplo, lojas, empresas e ins -tituições ficarão a uma dis tân cia

máxima de 200 metros). Fosteracredita que a «rede compacta deruas» que desenhou, com múlti-plas zonas de sombra para prote-ger as pessoas do calor infernal daregião, é a melhor forma de enco-rajá-las a andar a pé. Não haverácarros, substituídos neste caso por«transportes rápidos pessoais»(PRT) – veículos ecológicos dequatro lugares guiados por trilhosmagnéticos, distribuídos por 100

«

© FOSTER + PARTNERS

© FOSTER + PARTNERS

OBJECTIVOZEROMASDAR NÃOPRODUZIRÁEMISSÕES DE CARBONO NEM LIXO E NÃODEPENDERÁDE ENERGIASFÓSSEIS.

T 32-37 v7:Layout 1 18-12-2009 17:27 Page 34

Page 35: T magazine

35

NO

VE

MB

RO,

DE

ZE

MB

RO

20

09

estações – para um total previstode 90 mil pessoas (40 mil resi-dentes e 50 mil trabalhadores vin-dos de fora).Se tudo correr como planeado,este mega-palco de «todos oszeros» – zero carbono, zero lixo,zero carros, entre outros – abriráas suas portas oficialmente em2016. «Talvez seja o laboratóriodas cidades do futuro, mais“clean-tech” do que a ecocidadede Dongtan, cuja abertura devecoincidir com a ExposiçãoUniversal de Xangai em 2010»,escreve o jornalista Jean-Michel

Bezat no prestigiado “LeMonde”. Em Masdar, os edifí-cios não podem ultrapassar os 40metros de altura, entre quatro aseis andares; serão criadas zonaseconómicas especiais livres deimpostos, que pretendem atrairaté 1500 empresas com umpacote de incentivos; e haverácentros de reciclagem, centraispara tratamentos de resíduos ede água (80 por cento será reuti-lizada), parques eólicos, e trêsplantações de diferentes espé-cies para produção de bens ali-mentares e biocombustíveis.

© FOSTER + PARTNERS

© FOSTER + PARTNERS

T 32-37 v7:Layout 1 18-12-2009 17:27 Page 35

Page 36: T magazine

PROTÓTIPO PORTUGUÊS VENCE CONCURSO INTERNACIONAL

actual I ecocidades I

COBERTURAS VERDES comprodução agrícola, estufas nosandares superiores, construçãoem pré-fabricado (cem porcento), painéis e persianasfotovoltaicas, sistemas eólicosque fornecem a energia neces -sária, bem como zonas permeá-veis para prevenção de cheiassão os traços fortes do protó -tipo português – criado poruma equipa de arquitectos,engenheiros, designers e artis-tas, coordenada por AntónioLouro (Atelier MOOV), FilipeVogt e Marta Frazão (Atelier

Data) – que venceu o concursointernacio nal Urban Re:Vision(entre 230 participantes detodo o mundo). O projecto“Forwarding Dallas” serátornado realidade numquartei rão de 40 mil metrosquadrados e 850 habitantes nacidade texana. Esta iniciativanorte-americana joga numduplo objectivo: modernizarDallas e promovê-la ao mundocomo solução sustentável paraoutras cidades. Mais informações no “website”www.revision-dallas.com �

REINVENTAR DALLAS

COBERTURAS VERDES, ESTUFAS, SISTEMASEÓLICOS E PERSIANAS EPAINÉIS FOTOVOLTAICOS: EIS A DALLAS DO FUTURO,NA INTERPRETAÇÃO DAEQUIPA DE CRIATIVOS ETÉCNICOS PORTUGUESES.

36

NO

VE

MB

RO,

DE

ZE

MB

RO

20

09

T 32-37 v7:Layout 1 22-12-2009 8:28 Page 36

Page 37: T magazine

1820 19-12-2009 9:49 Page 1

Page 38: T magazine

38

NO

VE

MB

RO,

DE

ZE

MB

RO

20

09

actual I ecocidades I

A COMISSÃO EUROPEIA CRIOUUM PRÉMIO PARA DISTINGUIRAS CIDADES COM MELHORDESEMPENHO AMBIENTAL. ESTOCOLMO SERÁ A PRIMEIRA«CAPITAL VERDE», EM 2010.

A IDEIA partiu de Jüri Ratas, an ti go Presidente da Câmara deTallin e actual vice-presidente doparlamento estónio, em Maio de2006. Dois anos depois, a 22 deMaio, Dia Mundial da Bio di ver -si dade, na sede do Co mité dasRegiões, em Bru xelas, o projectopassava a ter carimbo oficial como lançamento do pré mio «Ca pi -tal Verde da Europa», atribuídotodos os anos, a partir de 2010, auma «cidade que apresente umhistorial consis ten te de respeitopor elevados padrões ambien-tais» – como se pode ler no textode apresentação –, «em pe nhadaem pôr em prática medidas am -bi ciosas, que aposte na melhoriado ambiente e no desenvol vi -men to sustentável e que possa

servir de modelo encorajador pa -ra outras ci da des». O concurso estava aberto a ci da -des com mais de 200 mil habitan -tes, dos 27 estados-membros daUnião Europeia, dos países candi -da tos (Turquia, Ma ce dó nia eCroácia) e dos que integram o Es -pa ço Económico Eu ro peu (Islân -dia, Noruega e Liechtenstein).Concorreram 35 cidades de 17países, entre as quais Lisboa,ava liadas com base em dez cri -térios ambientais, que in cluí ramalterações climáticas, trans por -tes, ar, resíduos e água. A decisão chegou em De zem brode 2008: o júri, composto porrepresentantes da ComissãoEuropeia, da Agência Europeiado Ambiente, do International

Council for Local Environ men talInitiatives, da Federação Euro -peia de Trans portes e Am bien te,da União das Capitais da UniãoEuropeia e do Comité dasRegiões, distinguiu Estocolmo(2010) e Hamburgo (2011). Acapital sueca, cujo objectivo éaca bar com as energias fósseisem 2050, desenvolveu um pla noambicioso de protecção da águae apresenta uma rede de trans-portes com baixas emissões decarbono. A cidade alemã, por seulado, é um exemplo de ele va dospadrões de qualidade am bien tal.Para acompanhar os de sen vol vi -mentos deste pré mio, o melhor éjuntar este en de reço aos seus fa vo -ri tos: http://ec.europa.eu / e n vi r o n me nt/europeangreencapital �

VIA VERDE EUROPEIA

«Espero que este prémio

constitua um poderoso incentivo

para que os governos e as

autoridades locais melhorem

as condições de vida dos

habitantes das cidades

europeias, muitas delas já

empenhadas em melhorar as

suas condições ambientais.»

Stavros Dimas, comissário europeu

para o Ambiente

«Acredito que uma Europa verde

e sustentável é essencial para

melhorar a saúde pública e a

qualidade de vida dos cidadãos.»

Jüri Ratas, vice-presidente do parlamento

da Estónia

T 32-37 v7:Layout 1 22-12-2009 8:29 Page 38

Page 39: T magazine

Project1 19-12-2009 9:48 Page 1

Page 40: T magazine

o outro lado

Esqueçamos, por momentos, o seu louváveltrabalho como mentora, fundadora e directora

do Chapitô. Ponhamos de parte o nariz encarnado, a maquilhagem, os sapatos enormes

de palhaço. Senhoras e senhores, meninos e meninas: na pista,

Teresa Ricou, sem máscaras.

40

NO

VEM

BR

O,

DE

ZEM

BR

O2

00

9 TEXTO JOÃO MESTRE I FOTOGRAFIA PEDRO LOUREIRO

QUEM ÉSTU, TETÉ?

T 40-45 v7:Layout 1 18-12-2009 17:34 Page 40

Page 41: T magazine

41

NO

VEM

BR

O,

DE

ZEM

BR

O2

00

9

T 40-45 v7:Layout 1 18-12-2009 17:34 Page 41

Page 42: T magazine

42

NO

VEM

BR

O,

DE

ZEM

BR

O2

00

9

T 40-45 v7:Layout 1 18-12-2009 17:34 Page 42

Page 43: T magazine

43

NO

VEM

BR

O,

DE

ZEM

BR

O2

00

9

QUANDO NÃO ESTÁ na pele deTeté, a Mulher Palhaço, Te re saRicou não faz nada de improviso.Nem dá entrevistas. «Temos defazer sempre o trabalho de casa.Não acredito no desenrascanço.» Nem mesmo se a ideia for esqueceras preocupações e partir paralonge. «Gosto de sair do sítio ondeestou, mas tenho de estar prepara-da.» Embora já não viaje tanto, emparte por falta de paciência para osaeroportos – «é uma violência, umaindiscrição, aquilo que fazem àspessoas, aquelas apalpações gra -tui tas» –, Teresa é uma mulher domundo. «Já viajei de jipe pelosconfins de África com o meu pai,fui hospedeira da TAP, andei com ocirco de terra em terra, a corrermundo numa carrinha Volks -wagen.» Foi aí, ao aperceber-se da«miséria que se dava no mundo»,que descobriu essa coisa de «nãoter necessidade de tanto e de par-tilhar com os outros». Paris foi a cidade que a ensinou «acrescer, a viver, a ler Boris Vian,ouvir Jacques Prévert e Leo Ferré,a pensar na vida, a ser revo -lucionária». Mudou-se em 1970,ainda com o espírito do Maio de68 bem presente, e só voltou aPortugal após a Revolução deAbril. Teve oportunidade de privar

com figuras importantes da cenaartística europeia, como ArianeMnouchkine, «grande monstro doteatro francês», e Henri Langlois,«o homem da Cinémathèque», ecom prostitutas, travestis, turistas.«Adoro estar na rua, conversar compessoas.» Não lhe é muito difícilregressar a esses tempos. «Nomomento em que estou sem más-cara, sem pintura e sem o Chapitôem cima, sou uma “hippie”, de pédescalço, sem maqui lhagem, aliem frente ao mar.» Aliás, sempreque pode, «foge» para a PraiaGrande, em Sintra. «É tão bom, ocheiro do mar» – privilégio que hádois anos ganhou uma novadimensão. «Deixei de fumar eagora sinto todos os cheiros», dizcom satisfação.

«GOSTO DE TUDO aquilo o que ébom.» A resposta serve para quasetudo. Literatura, música, teatro,cinema, até gastronomia. Masacaba por ser uma maneira de nãoapontar favoritismos. A música,começando por aí, é-lhe funda-mental. «Está a ouvir, não está? Éo meu pano de fundo.» O seu gabi-nete, um espaço em ebulição, ondeimpera um sem-número decadeiras – muitas delas por si mo -di ficadas, a partir de materiais

diversos –, é percorrido pelo suavejazz saído da aparelhagem, quepartilha uma estante com algumasfiguras chinesas, livros e uma pilhade CD encimada por “Carioca”, deChico Buarque. «Gosto de tudo»,repete. «Música cubana, kizomba,música ligeira dos anos 60 e músi-ca francesa: Leo Ferré, JacquesBrell... eles é que me ensinaram apensar na vida, a crescer, ser revo -lucionária.» E depois, há os por-tugueses, em particular os seus«camaradas, amigos da revolução»:Fausto, Sérgio Godinho, José MárioBranco, Vitorino. E, claro, «o ZecaAfonso, que foi um grande mestre,com quem convivi muito. Tenhotantas saudades dele...» Com a música, logo surge o temada dança: «Adoro dançar, gostomuito de tango e fiz muito sapatea-do». Recorda a ocasião em que, àsaída de um espectáculo, se foiapresentar a Mariano Franco – figu-ra de revista, do Parque Mayer –,com quem acabou por formardupla. Esta será, porventura, umadas muitas histórias incluídasnuma colecção de livros que conta,em três volumes, a história doChapitô e do circo em Portugal –com Teresa em primeiro plano –,escrita por Paula Moura Pinheiro,com pesquisa e orientação de

«AINDA TENHO MUITOPARA FAZER COMO

ARTISTA, VOU A MEIODA CARREIRA», BRINCA,

AINDA QUE SERIAMENTE.

teresa ricou I o outro lado I

Maria João Brilhante e design gráfi -co de Henrique Cayatte. O pri mei rovolume, “Estória da Pré-His tó ria”,foi lançado a 27 de Novem bro.Teresa é, também ela, uma entu-siasta da escrita. «Mas não “sei”escrever, sou uma autodidacta»,esclarece. «A escrita é uma coisaque não se pode perder, passo avida a incitar as pessoas a procu-rarem esse prazer.» Associadovem um outro prazer: a leitura.Entre os seus livros favoritos,aponta “Square Tolstoi”, deNuno Bragança, mas tambémAgostinho da Silva, «muita poe-sia da Luiza Neto Jorge» e Joãodos Santos – «um grande peda-gogo, que me “ensinou a ler”para fundamentar a minha profis-são». «Mas não sou fã incondi-cional de nada, gosto de tudo oque seja bom», reforça. «É comocomer: não tenho prato favorito,entre o bacalhau com todos e amão de vaca...» A frase fica sus-pensa, servindo o seu olhar deli-ciado de conclusão. Considera--se, a propósito, um bom garfo,adepta tanto do refinado Bica doSapato como da tasca mais tasca– desde que a comida seja boa. Eadora cozinhar, «reinventar a co -zi nha, gosto de misturas, é umdesafio à criação constante».

T 40-45 v7:Layout 1 18-12-2009 17:34 Page 43

Page 44: T magazine

O projecto Chapitô está quase

concluído?

Qualquer projecto que se prezeestá sempre em construção. Esteleva já 28 anos. Por isso tenho 80:60 anos de vida mais 28 desta«outra». Estou à espera da terceiravida: viver com a minha família,reencontrá-la. Apetece-me cadavez mais estar próximo deles, osmeus netos, o meu filho.

Ainda pensa em voltar à vida

artística?

Dei-me um tempo na minha car-reira artística, construí esta casasuficientemente grande paraabra çar a todos na festa. Mas oprojecto está quase em veloci-dade de cruzeiro. Falta acertaruma coisa ou outra, para eupoder voltar à minha vida artísti-ca. Já tenho marcado esseregresso para o ano que vem.

Prepara tudo com antece-

dência? Um ar tis ta não deve

estar pronto para improvi sar?

Não acredito no desenrascanço –tem de se pensar, sistematizar ascoisas, criar um método. Mas,como artista, claro que tenho deestar preparada. Se alguma coisa

acontece, tenho de entrar emcena. Aconteceu-me no Coliseu,há uns 20 anos, cair uma artistalá de cima da “perche” [númerode ginástica em altura] e tive-mos de entrar de imediato. E aambulância estava lá atrás. Nós,os pa lhaços, tí nhamos de estarsempre preparados para intervirsem ter a emo ção à boca.

Eram uma espécie de bom bei -

ros de palco...

Exactamente. Era essa, de certaforma, a nossa profissão. E eugosto disso.

Quais são as qualidades de um

bom pa lhaço?

Olhe, fazer rir quando não lhe ape -tece. Ter a capacidade de análise,de sentir que o público está areagir. Ou desiste, ou insiste dis -cre tamente... realmente, é agrande surpresa, fazer rir.

Qual é o segredo?

É a pessoa querer. É subir e des -cer: na vida, com os outros, etc.A capacidade de fazer humorcom coisas sérias é uma armaque tenho. É preciso estar-se«ligado» – e eu sou uma pessoamuito ligada.

O que a faz rir?

Bem, devo dizer que, com oChapitô, não tenho tido muitavontade de rir. Mas, por exemplo,o [Raul] Solnado – ele é ge nial,faz-me rir até às lágrimas. Tive oprazer de estar com ele num dosúltimos momentos da sua vida,quando veio cá fazer a aberturada escola. Era um gran de, grandeirmão. Tenho mui tas saudadesdele.

Pensa em reformar-se?

Qual reforma? Não! Posso afastar--me disto, mas espero manter aminha criatividade. A minha pro -fissão não tem idade: se euconseguir arrastar-me com os sa pa -tos, vamos lá!

AGENDA. A 16 de Fevereiro,

o Carnaval do Chapitô anima as

ruas de Lisboa, com o seu cortejo

circense. Mais informações no

“website” www.chapito.org.

ON-LINE. Fique a par do que se

passa no Chapitô, nas redes sociais:

www.facebook.com/pages/Chapito/1

64017379278

http://twitter.com/_Chapito_ �

«NO MOMENTO EM QUEESTOU SEM MÁSCARA

E SEM O CHAPITÔ, SOU UMA HIPPIE,

DE PÉ DESCALÇO, SEM MAQUI LHAGEM.»

44

NO

VEM

BR

O,

DE

ZEM

BR

O2

00

9

o outro lado I teresa ricou I

Essa é, aliás, a sua postura empraticamente tudo na vida. «Nãogosto de raças puras; esta casa[Chapitô], por exemplo, é toda re -cria da, a partir de uma antigaprisão de raparigas e com mate -riais resgatados de casas emdemolição.»

MARIA TERESA Madeira Ricounasceu em 1946 – embora diga,por graça, que tem já 80 anos,«60 de vida e outros 20 deChapitô» –, na Praia da Granja(Vila Nova de Gaia), filha de umabrasileira de ascendência italia -na e de um eminente médico deorigem suíça. Cresceu numafamília burguesa, embora nuncase tenha acomodado ao estilo devida que lhe tentaram impor. «Aalta burguesia não tem preocu-pações, já nasceu com tudo. Euengoli as preocupações domundo.» E aí descobriu a suaveia de «artista de intervenção»,primeiro como artista de circo,depois (ou em simultâneo) pelaanimação cultural e, por fim,através de um grande projecto dereinserção social e formação nasartes, de seu nome Chapitô, fun-dado a 7 de Janeiro de 1981. Isso acabou por empurrá-la cada vezmais para o papel de TeresaRicou/directora, em detrimento dode Teté. Contudo, ainda não guar -dou de vez os sapatos tamanho 70nem o nariz encarnado. «Aindatenho muito para fazer como artista,vou a meio da carreira», brinca,ainda que seriamente. «Já tenhomarcado o regresso à pista para oano que vem.» Para isso, claro,como em tudo o resto, é precisopreparação. Nem que seja numasimples ida ao cinema. «Temos defazer da vida um acontecimento.»

T 40-45 v7:Layout 1 22-12-2009 8:41 Page 44

Page 45: T magazine

45

NO

VEM

BR

O,

DE

ZEM

BR

O2

00

9

T 40-45 v7:Layout 1 22-12-2009 8:41 Page 45

Page 46: T magazine

COURCHEVEL & MÉRIBEL

destino I alpes franceses I

46

NO

VE

MB

RO,

DE

ZE

MB

RO

20

09

TEXTO JOÃO MESTRE I FOTOGRAFIA YVES CALLEWAERT / VOLTA AO MUNDO

T 46-57 v7:Layout 1 18-12-2009 18:02 Page 46

Page 47: T magazine

47

NO

VE

MB

RO,

DE

ZE

MB

RO

20

09

O luxo e o “glamour” de alta montanha lado a lado com as emoções

fortes dos chamados«desportos brancos». Tudo

isto com acesso ao domíniodos «Três Vales», um dos

maiores do mundo.

T 46-57 v7:Layout 1 18-12-2009 18:02 Page 47

Page 48: T magazine

48

NO

VE

MB

RO,

DE

ZE

MB

RO

20

09

destino I alpes franceses I

T 46-57 v7:Layout 1 18-12-2009 18:02 Page 48

Page 49: T magazine

49

NO

VE

MB

RO,

DE

ZE

MB

RO

20

09

DE TOPO. NA ALTIVEZ DOS SEUS 2738 METROS, O PICO SAULIRE CONTEMPLA COURCHEVEL E MÉRIBEL.ANTES DO REGRESSO ÀS PISTAS, REGALA-SE A VISTA NO RESTAURANTE LE PANORAMIC, CUJO NOME NÃO DEIXA MARGEM PARA DÚVIDAS.

ESCOLHA. O DOMÍNIO ESQUIÁVEL DOS «TRÊS VALES»É UM DOS MAIORES DO MUNDO E OFERECE DESAFIOS ÀMEDIDA DE CADA UM, COM MAIS DE 300 PISTAS BALIZADASE 600 QUILÓMETROS DE DESCIDAS.

T 46-57 v7:Layout 1 18-12-2009 18:03 Page 49

Page 50: T magazine

destino I alpes franceses I

50

NO

VE

MB

RO,

DE

ZE

MB

RO

20

09

LYON

NICE

ITÁLIA

Avoriaz

SUÍÇA

Chamonix

COURCHEVEL

MÉRIBEL

FRANÇA

uma, o La Table du Kilimandjaro(do Hotel Kili man djaro, naRoute de l’Altiport) e o LeFarçon (em La Tania, a poucomais de três quilómetros docentro de Courchevel), o únicoque não fica na secção 1850.

Isto não significaque seja necessáriovender os esquispara pagar um jan-tar. Basta descerum pouco em alti-tude e encontraráonde reconfortar oestômago e reporas energias depoisde um dia de«traba lho duro»nas pistas. A cozi -nha “savoyarde” éparticularmenterica nesse campo.Há os pan-alpinos “ra cle t te” e

“fondue savoyar de”, onde o quei-jo é figura dominante. E há alocalíssima “tartiflette”, umsubstancial gratinado de batata,cebola, fiambre e queijo“Reblochon” – também espe-cialidade regio nal, de origemprotegida.

EM PISTA. As cores

medem a escala de

dificuldade das pistas: do

fácil (verde) ao muito difícil

(preto), com o azul e o

vermelho de permeio. Em

Courchevel, há 15 pistas

verdes, 31 azuis, 35 vermelhas

e 9 pretas (“forfait” 6 dias:

€190; www.courchevel.com).

Méribel tem 73 pistas,

9 verdes, 34 azuis,

23 vermelhas e 7 pretas

(“forfait” 6 dias: €187;

www.meribel.net). Nos

«Três Vales», das 330 pistas

balizadas, 43 são verdes,

129 azuis, 125 vermelhas

e 33 pretas (“forfait” 6 dias:

€232;www.s3v.com).

TEMPERA TURA. No

tempo de Lindsay e Chappis,

era com “Genépi” que

se aquecia o corpo. Esta

aguardente regional continua

a ser uma opção para repor

a temperatura – mas há

sempre o reconfortante

chocolate quente, como

o do Le Tremplin, em

Courchevel 1850 (em frente

ao posto de turismo).

1945. No mesmo ano em queGeorge Orwell lançava “OTriun fo dos Porcos” e a cerimó-nia de entrega dos Óscares erapela primeira vez transmitidana rádio, a II Guerra Mundialchegava ao fim. Após cinco anosencarcerado num campo nazi, oarquitecto francês LaurentChappis regressava à pátria.Tinha então 30 anos e, debaixodo braço, trazia o projecto – de -senvolvido no período de cati -veiro – para a criação de umaestância de esqui na região hojeconhecida como «Os Três Va -les». Acontece que o projectoencaixava no desígnio, assumi-do pelo Conselho da Sabóia, dedar à população algo para sedistrair dos ainda recentes hor-rores da guerra.Passado um ano, já o arquitectoestava no terreno, a traba lharna construção de uma «estân-cia de esqui para o povo» – amesma que se havia de tornar odestino de eleição dos ricos efamosos quando o frio chega àEuropa. Chappis estava longede prevê-lo... E daí, talvez nãoestivesse assim tão distraído:como que estratificada empirâmide, Courchevel foidesenhada em quatro secções,baptizadas segundo a sua cotade altitude, 1300, 1550, 1650 e1850, sendo que a escala deluxo e “glamour” aumentaproporcionalmente. Entre outros títulos não-oficiais,Courchevel é conhecida como«Saint-Tropez do Inverno»,com as pistas a tomar o lugardas praias. Como tal, o nível devida leva o respectivo «tributo»:um café facilmente custa quatroeuros e uma refeição para duaspessoas atinge, sem grandes

luxos, a barreira dos 100 euros.Vinhos à parte, claro. Praticamente tudo na estânciaalpina gravita em torno do«topo de gama». São as lojas,das mesmas marcas que em -prestam “glamour” às ruas deMilão ou de Nova Iorque –Hermès, Prada, Dior. São oshotéis, que, excluindo Paris,somam a maior oferta de luxode toda a França – e, de acordocom um folheto do turismolocal, detêm o recorde de maiornúmero de estrelas por metroquadrado. (Falando só na ofertade topo, são seis os hotéis decinco estrelas, outros três emvias de e 10 de quatro estrelas –todos na cota 1850; a vista temo seu preço.)E, claro, a juntar a estas, há asestrelas do Guia Michelin, essa

“DESLIZES”PARA TODOSOS GOSTOSSIM, O ESQUI É REI.MAS HÁ OUTRASMODALIDADESDIS PONÍVEIS. COMOOS PASSEIOS DETRENÓ PUXADOPOR CÃES.

MADRID

FRANÇA

PARIS

LYON

NICE

BARCELONA

TURIMMILÃO

ROMA

conceituada instituição interna-cional da boa mesa. Courchevelarrebatou seis, atribuídas a qua-tro restaurantes: o Le Chabichoue o Le Bateau Ivre, ambos comduas estrelas (e ambos na Ruedes Chenus, a menos de 100me tros de distância), e, com

T 46-57 v7:Layout 1 22-12-2009 8:57 Page 50

Page 51: T magazine

51

NO

VE

MB

RO,

DE

ZE

MB

RO

20

09

T 46-57 v7:Layout 1 22-12-2009 8:57 Page 51

Page 52: T magazine

T 46-57 v7:Layout 1 18-12-2009 18:04 Page 52

Page 53: T magazine

53

NO

VE

MB

RO,

DE

ZE

MB

RO

20

09

O DIÁRIO BRITÂNICO “The Ti mes”aponta Courchevel como umadas 10 melhores estâncias domundo para não-esquiadores.Não custa compreender porquê.Com tanta oferta de requinte econforto, há até quem diga queé um destino para quem prefereo “après-ski” ao esqui propria-mente dito. Não será tantoassim. Manu Gaidet, tricam-peão mundial de “freeride”,garante que «é o melhor localdo mundo para a modalidade».É claro que estamos a falar davertente mais radical dosdesportos de Inverno, em quenão há pistas balizadas nemmeios mecânicos para chegar aotopo – e, aí, os mais afoitos têmà sua disposição algo como 10mil hectares de neve pura pordesbravar. Mas, mesmo no quetoca às vertentes menos ex -tremas, as opções são exce-lentes: 90 pistas, metade delasde dificuldade elevada, 42% daárea coberta por canhões deneve artificial e capacidade paratransporte de 70 mil esquia -dores por hora. Por si só,Courchevel reúne uma ofertarespeitável em qualquer lado domundo. Não é tudo: as possibili-dades aumentam exponencial-mente se tomarmos em conta odomínio dos «Três Vales», umdos maiores do mundo, queengloba também as estânciasvizinhas de Brides-les-Bains,

COMO IR. Os aeroportos

internacionais mais próximos

(com ligações a Lisboa e

Porto) são Lyon e Genebra,

ambos a cerca de duas horas

de qualquer uma das estâncias.

Voos a partir de €51, ida

e volta (www.easyjet.com).

Quem não quiser perder

tempo no “transfer” tem à

sua disposição o serviço de

héli-táxi (www.courchevel-

helicopter.com), que encurta

a duração do percurso para

30 minutos.

Méribel, La Tania, St-Martin--de-Belleville, Les Menuires,Orelle e Val Thorens. Com umsó “forfait”, o esquiador temacesso a 600 quilómetros de pis-tas marcadas, correspondentes auma área esquiável de 40 milhectares. Nem com um passepara toda a temporada con-seguirá alguém trilhar estas 330pistas. E não é pelo tempo gastona fila para os meios mecânicos– a capacidade de transporteascende aos 263 mil utilizadorespor hora.

PETER LINDSAY instalou-se na re -gião oito anos antes de Lau rentChappis. O major britânicodeixou-se encantar pelo vale deLes Allues, onde viu o terrenoideal para uma estância deesqui. A construção – coisa iné -dita na época – obedeceu a umrígido rol de normas, criadopelo próprio Lindsay, privile-giando os métodos, os traçados eos materiais tradicionais. Aestância de Méribel fica pordetrás do pico Saulire, que ob ser -va Courchevel do su doeste. Nãose pense, porém, que é «já ali» –e o preço da corrida de táxi deum lado ao outro recorda a sériede curvas e contracurvas queseparam as estâncias vizinhas. Pode não ter a sumptuosidadede Courchevel – talvez porquejá existia antes do esqui e deLindsay –, para não falar navelha questão dos preços. Nascasas, predomina a madeira, oformato “chalet” e o aconchegode uma lareira quando a noitecai. Por muito regulamentadaque seja a construção, acabamsempre por nascer os inevi -táveis blocos de apartamentos –aqui, porém, estão circunscritosao sector mais recente,Mottaret, no topo da estância, a1750 metros de altitude.Méribel Village e Méribelficam na cota dos 1400 e 1450,respectivamente.

Com 150 quilómetros de pistasbalizadas – e abundante ter-ritório virgem para o «fora depista» –, estão garantidas umasférias à prova de tédio. Umaviso: se em Courchevel as pis-tas se assemelham a auto--estradas, aqui parecem-se maiscom caminhos corta-fogo, ta -lhados na floresta densa, o quese pode revelar uma experiênciaalgo complicada para os menosexperimentados. Seja como for, há sempre os tais40 mil hectares dos «TrêsVales». Desafios à medida decada um é prato forte desteenorme manto branco.

útilPreço de Roaming tmn na França

(clientes pós-pagos/pré-pagos)

Chamada para Portugal ou

França: €0,516 p/min.

Chamada p/ outros países: €1,380 p/min.

Chamada recebida: €0,228 p/min.

Chamada de dados: €0,352 p/100KB

Envio de SMS: €0,132 p/SMS

SMS recebidos: gratuitos

T 46-57 v7:Layout 1 18-12-2009 18:04 Page 53

Page 54: T magazine

54

NO

VE

MB

RO,

DE

ZE

MB

RO

20

09

BOA MESA. SEJA NO MAIS LUXUOSO RESTAURANTE DE HOTEL OU NA MAIS SINGELA “BRASSERIE”, EM ALTAMONTANHA DEFENDE-SE A ARTE DE BEM COMER. O LEBLANCHOT (MÉRIBEL) E O LA VIA FERRATA (COURCHEVEL)SÃO DISSO EXEMPLO.

PÓS-ESQUI. QUANDO A NOITE CAI, HÁ QUEM SE DEITECEDO PARA APROVEITAR O RAIAR DO DIA SEGUINTE. E HÁQUEM PREFIRA GASTAR AS ENERGIAS NÃO DESPENDIDASEM PISTA. COURCHEVEL É ASSIM MESMO: METADE ESQUI,METADE “APRÈS-SKI”.

T 46-57 v7:Layout 1 18-12-2009 18:05 Page 54

Page 55: T magazine

53

MA

IO,

JUN

HO

20

09

T 46-57 v7:Layout 1 18-12-2009 18:05 Page 55

Page 56: T magazine

destino I alpes franceses I

56

NO

VE

MB

RO,

DE

ZE

MB

RO

20

09

AQUILO QUE MAIS me impressionou da primeira vezque estive em Méribel e em Courchevel foi a altitude:montanhas e mais montanhas cobertas de neve, umapanorâmica deslumbrante! Estas estâncias, na ver-dade, oferecem mais ao adepto de “snowboard” ou deesqui alpino. Pessoalmente, gosto mais da regiãodurante o Verão, para fazer ciclismo e “roller ski” – étambém um período mais calmo. No Inverno há maisconfusão turística e os preços são inflacionados. Para praticar, prefiro as estâncias vizinhas de Clusaz,a norte, ou St-Veran, a sul, mais apropriadas ao esquide fundo. Este ano, com a preparação específica paraas Olimpíadas de Inverno de 2010, em Vancouver, etendo de reduzir despesas, não posso regressar, mas sepudesse ia já amanhã. O esqui na região é brutal.Aliás, nem só o esqui: o visitante desfruta de delíciasgastronómicas, paisagens naturais e muito mais. Vuokatti, na Finlândia, onde vivo e treino desde2006, oferece um pouco de tudo para o esqui defundo, entre subidas e descidas. Nos Alpes, como seestá na alta montanha, é mais subir do que descer.Mas isto, naturalmente, é um ponto (muito) posi-tivo para o esqui alpino, com “drops” enormes elongos. A minha estância preferida nos Alpes Franceses é St-Veran, considerada a aldeia mais alta da Europa(2100m). Dispõe de pistas com menos gente, umatranquilidade extraordinária e uma paisagemincrível. Bom local para treino em altitude! Aospraticantes do esqui de fundo, aconselho tambémVercors ou La Clusaz, as estâncias preferidas dosgrandes atletas franceses. �

DANNY SILVA.O único atleta português

presente nos Jogos Olímpicos

de Inverno de 2006, em Turim,

repete a proeza em 2010, no

Canadá. Danny Silva já garantiu

os «mínimos» em esqui de

fundo – que está para o esqui

como a maratona para o

atletismo, por oposição ao

esqui alpino, uma prova de

“sprint” –, modalidade a que

se dedicou «a cem por cento

há cerca de seis anos».

Nascido em New Jersey, em

1973, cedo veio viver para

Almeirim. Passou por França,

onde trabalhou numa multina-

cional (curiosamente ou não,

uma das suas funções passava

por testar esquis), e desde

2006 que vive em Vuokatti, no

norte da Finlândia. «Trabalho

para um instituto desportivo

dedicado às modalidades

de neve, nomeadamente as

nórdicas – esqui de fundo,

combinado nórdico e salto».

Através deste instituto,

concluiu o curso superior

de tera peuta. Danny Silva

mantém actua li zado o seu

website pessoal:

http://almadesportiva.tripod.com

T 46-57 v7:Layout 1 18-12-2009 18:06 Page 56

Page 57: T magazine

57

NO

VE

MB

RO,

DE

ZE

MB

RO

20

09ALTITUDE. HABITUADO AO RELEVO POUCO ACENTUADO

DA FINLÂNDIA (E DO RIBATEJO, ONDE CRESCEU), DANNY SILVAFICOU IMPRESSIONADO COM A ALTITUDE, A INCLINAÇÃO E A IMENSIDÃO DESTAS MONTANHAS A PERDER DE VISTA.«UMA PANORÂMICA DESLUMBRANTE», RECORDA.

T 46-57 v7:Layout 1 18-12-2009 18:06 Page 57

Page 58: T magazine

cá dentro I açores I

58

NO

VE

MB

RO,

DE

ZE

MB

RO

20

09

FURNAS LAKE VILLAS RESORT

JARDIM DE SONHO

Rodeado por montanhas, plantas, árvores e lagoas, fica umdos mais arrojados projectos turísticos e arquitectónicos dosAçores. A parte custosa, já se sabe, é a hora da despedida...Não é necessário ser-se um especialista em jardinagem, um admi ra dor dabotânica ou um confesso «apaixonado pela Natureza» para perceber,mesmo à distância de um oceano, o que significa uma propriedade de 100hectares, dominada pelo verde intenso das montanhas envolventes e dosjardins mais próximos, e pelas cores garridas das azáleas, hortênsias,camélias ou de árvores como as criptomérias, os castanheiros e os carvalhos.

TEXTO JOÃO ALEXANDREFOTOGRAFIA CONSTANTINO LEITE / EVASÕES

T 58-65 v7:Layout 1 19-12-2009 8:45 Page 58

Page 59: T magazine

T 58-65 v7:Layout 1 19-12-2009 8:45 Page 59

Page 60: T magazine

cá dentro I açores I

60

NO

VE

MB

RO,

DE

ZE

MB

RO

20

09

FURNAS LAKE VILLAS RESORTEstrada Regional do SulLagoa das Furnas, FurnasSão Miguel, AçoresTel.: 296 584 107Tlm.: 912 525 656www.furnaslakevillas.pt

T 58-65 v7:Layout 1 19-12-2009 8:45 Page 60

Page 61: T magazine

61

NO

VE

MB

RO,

DE

ZE

MB

RO

20

09

EXEMPLARTRABALHODE EQUIPA.HELENA E MANUELGAGO DA CÂMARATRANSFORMARAMESTA ANTIGAEXPLORAÇÃO LEITEIRA NUMPARAÍSO ECO TU -RÍS TICO, COM ACUMPLICIDA DE DADUPLA DE ARQUI-TECTOS FERNANDOMONTEIRO E LUÍSALMEIDA E SOUSA.A DECO RA ÇÃOFICOU A CAR GO DA EMPRESANACIONAL HÉSTIA E O MO BI LIÁRIO – ITA LIANO – FOIDESE NHADO À MEDIDA.

No Furnas Lake Villas Resort,a 150 metros da Lagoa dasFurnas, estão representados noque têm de mais natural (e, porisso, de melhor) São Miguel e oarquipélago dos Açores.Como em qualquer história,também aqui existem culpadosde primeiro grau: Helena eManuel Gago da Câmara, mi -caelenses de gema, que empoucos anos conseguiram trans-formar uma antiga exploraçãode gado leiteiro num autênticoparaíso ecoturístico, criando,em paralelo, duas empresas, aPicos de Aventura (www.picosdeaventura.com) e a Rota dasBaleias, especializadas em pas-seios pedestres, de bicicleta, dejipe ou a cavalo, canoagem,escalada, observação de cetá ceose aves, mergulho e “canyoning”.Há tempo para tudo neste“resort” pensado para vários

T 58-65 v7:Layout 1 19-12-2009 8:46 Page 61

Page 62: T magazine

cá dentro I açores I

62

NO

VE

MB

RO,

DE

ZE

MB

RO

20

09

T 58-65 v7:Layout 1 19-12-2009 8:47 Page 62

Page 63: T magazine

63

NO

VE

MB

RO,

DE

ZE

MB

RO

20

09

de calor e, muito apropriadopara os dias frios que aí vêm,lenha na sala). Os pequenos-almoços não estãoincluídos no preço (que variaentre os 88 e os 237 euros anoite; o mais aconselhável éconsultar a tabela publicada nowebsite), mas nunca, ou quasenunca, será esse pormenor aafastar os hóspedes de umarefeição típica de bolo lêvedo,

compotas, biscoitos, pão ca sei ro,manteiga e queijos de SãoMiguel. E se a esta ementajuntarmos a possibilidade deto mar a primeira refeição dodia no alto de uma torre deobservação de aves, no Pico daAreia, ao nascer do Sol, a maisde 400 metros de altitude,então aí é que não há justifi-cação possível para perder estaexperiência única.

tipos de hóspedes, entre apreguiça retemperadora, o pas-seio contemplativo ou a aventuraradical. Helena e Manuelreafirmam-no a cada momento:o principal, para eles, é quequem chega se sinta em casa egoze a paisagem. Depois, aparecem os respon-sáveis de segundo grau: LuísAlmeida e Sousa e FernandoMonteiro, dupla tambémnascida em São Miguel, osautores deste que é um dosmais arrojados projectos turís-ticos e arquitectónicos dosAçores, inspirado nos tradi-cionais graneleiros micaelenses(estruturas agrícolas as sentesem estacas para guardar oscereais). No total, desenha ramdez casas de decoração moderna(oito T1, para duas a quatropessoas, e dois T2, para quatroa seis hóspedes), bem inte -gradas na paisagem, todasvoltadas para o Pico do Fogo –protagonista da penúltimaerupção da ilha, em 1630 –,assentes em estacas de betão(aludindo ao basalto típico dosAçores) por cima de espelhosde água, e que oferecemdivisões amplas, funcionais ealpendre privativo com vistapanorâmica (já para não falarde outros equipamentos essen-ciais, como cozinha equipada,ar condicionado, recuperador

O VERDE A PERDERDE VISTA.AS OITO CASAS,FEITAS EM MADEIRADE CRIPTOMÉRIA,DIALOGAM NAPERFEIÇÃO COM A VERDEENVOLVÊNCIA DA LAGOA DASFURNAS.

T 58-65 v7:Layout 1 19-12-2009 8:48 Page 63

Page 64: T magazine

cá dentro I roteiro I

FOTOGRAFIA CONSTANTINO LEITE / EVASÕES

64

NO

VE

MB

RO,

DE

ZE

MB

RO

20

09

T 58-65 v7:Layout 1 22-12-2009 8:59 Page 64

Page 65: T magazine

65

NO

VE

MB

RO,

DE

ZE

MB

RO

20

09

À PROVADE TÉDIOUMA GASTRONO-MIA COM TANTODE MAR COMO DE TERRA, PISCINAS DEÁGUA GEOTERMAL,UMA CIDADE COM500 ANOS DEHISTÓRIA E UMVERDE A PERDERDE VISTA. BREVEROTEIRO DAMAIOR ILHA PORTUGUESA.

RESTAURANTESA LOTA

O espaço é de traço contemporâ-

neo e com o mar mesmo ali ao

lado. A cozinha, assessorada por

Vítor Sobral, está entregue ao

chefe micaelense César Arruda

que elaborou uma carta onde

a influência internacional mede

forças com a identidade culinária

açoriana. As lapas, o cherne,

o atum e o chá Gorreana são

presenças constantes.

> Largo do Porto, 13 - Lagoa

> Tel.: 296916055

> Web: www.alotarestaurante.com

COLÉGIO 27

É uma das moradas mais

cosmopolitas de Ponta Delgada.

Instalado num edifício histórico –

que já foi estábulo e fábrica de sal

– o Colégio 27 combina elementos

decorativos locais com peças de

design contemporâneo. A carta

combina as influências escandina va,

francesa e da tão falada cozi nha

de fusão. Funciona também como

bar, por vezes com música ao vivo.

> Rua Carvalho Araújo, 27

> Tel.: 296288930

TERRA NOSTRA

Nas Furnas é praticamente

obrigatório provar o famoso

cozido, feito nas caldeiras naturais

contíguas à lagoa. O restaurante

do Hotel Terra Nostra é um dos

locais onde pode prová-lo – tendo

em atenção que convém reservar

de véspera (já que o cozido leva

cerca de cinco horas a ficar pronto).

> Rua Padre José Jacinto Botelho -

Furnas

> Tel.: 296549090

> Web: www.bensaude.pt

DESCOBERTATRILHO PEDESTRE DA LAGOA

DAS FURNAS

Uma das melhores formas de

ferrosas – com nichos de diferentes

temperaturas – facilmente se enche

de gente. Para encontrá-la, siga

pela Rua da Água Quente até à

ponta sudoeste da vila. A Poça está

à direita, por detrás de um pórtico.

CENTRO HISTÓRICO

DE PONTA DELGADA

Cidade desde 1522, Ponta

Delgada apresenta um bem

preservado centro histórico,

marcado pelo contraste do branco

das paredes caiadas com o negro

da pedra. A Igreja de São

Sebastião (em especial o seu

pórtico manuelino), as Portas da

Cidade, o Forte de São Brás e o

Convento da Esperança são alguns

dos monumentos que importa

conhecer.

MUSEU CARLOS MACHADO

Ao percorrer o centro histórico

de Ponta Delgada, vale também

a pena conhecer o Museu Carlos

Machado, que alberga um impor-

tante acervo artístico e cultural,

bem como uma interessante

secção de História Natural.

> Convento de Santo André, Rua

João Moreira – Ponta Delgada

> Web: museucarlosmachado.azo r

e s .gov.pt

CHÁ GORREANA

Muita gente desconhece-o, mas

em Portugal também se produz

chá. Aliás: bom chá. Situada na

zona norte da ilha, a Fábrica de

Chá Gorreana mantém-se em

laboração ininterruptamente

desde 1883, dedicando-se à

produção de três tipos de chá

preto (Orange Pekoe, Broken

Leaf e Pekoe) e um de chá verde

(Hysson).

> Plantações de Chá Gorreana

Estrada Regional, Gorreana de

Cima – Maia

> Web: www.gorreana.com

AGENDAGISELLE

As desventuras da camponesa

Giselle e do seu amor pelo miste-

rioso Loys serão levados à cena

no Teatro Micaelense pela mão da

Companhia Nacional de Bailado.

Estreado em 1841, no Teatro da

Academia Real de Música de Paris,

“Giselle”, obra-prima de Adolphe

Adam, tornou-se o arquétipo dos

chamados «bailados brancos».

> Teatro Micaelense, Largo de São

João, Ponta Delgada

> 29 e 30 de Janeiro de 2010

> Web: www.teatromicaelense.pt

LA SPINALBA

A importância da amizade e a

aprendizagem da vida através dos

males de amores são a espinha

dorsal desta ópera cómica de

enganos amorosos em três actos,

composta pelo português

Francisco António de Almeida

(1702-1755), com libreto de autor

desconhecido.

> Teatro Micaelense, Largo S. João,

Ponta Delgada, 17 de Dezembro

> Bilhetes a partir de €10

Web: www.teatromicaelense.pt

descobrir os encantos da ilha é

calçar as botas de caminhada e

seguir pelos trilhos marcados.

O percurso PRC 6 SMI, de baixa

dificuldade, contorna a Lagoa das

Furnas, passando pelas caldeiras

onde é preparado o Cozido das

Furnas e pela imponente ermida

de Nossa Senhora das Vitórias.

Ao todo, estes nove quilómetros

levam pouco menos de três horas

a percorrer.

> Web: www.trails-azores.com

PARQUE TERRA NOSTRA

Fundado em 1780 pelo cônsul

norte-americano nos Açores, este

parque botânico – que dá nome a

um famoso queijo do arquipélago –

é uma imensa mancha verde onde

se destaca o colorido das azáleas

e das camélias. A piscina natural

de água férrea – que brota do solo

a 25°C – convida a um mergulho.

Em 2007, a revista de viagens

“Condé Nast Traveller” incluiu o

parque no seu top 12 dos jardins

mais belos do mundo.

> Parque Terra Nostra – Furnas

> Tel.: 296549090

POÇA DA DONA BEIJA

A sinalização não é propriamente

adequada e o sítio não está muito

divulgado. Ainda assim, esta

piscina geotérmica de águas

útil> Com o serviço Aqui Perto da tmn,

basta enviar um SMS para o 68500

(acom pa nhado do respectivo código)

para receber no seu telemóvel

infor mações sobre hotéis (AP HOTEL),

restaurantes (AP REST), museus (AP

MUS), postos de abastecimento (AP PA),

bares (AP BAR) ou discotecas (AP

DISCO). Custo por SMS enviado 0,20 €

> Para chegar mais facilmente ao seu

destino, o melhor é fazer-se acompa-

nhar do novo TMN Silverbelt, com

licença de GPS NDrive vitalícia com

mapas de Portugal (Continental e Ilhas)

e informações de trânsito.

T 58-65 v7:Layout 1 22-12-2009 8:59 Page 65

Page 66: T magazine

gourmet I restaurante feitoria I

66

NO

VE

MB

RO,

DE

ZE

MB

RO

20

09

JOSÉ CORDEIRO

TEXTO CLÁUDIA CARVALHOFOTOGRAFIA PAULO BARATA

O chefe José Cordeiro, premiado em 2004/2005 e2005/2006 com uma es trela Michelin (enquanto desempe -nhava funções na Casa da Calçada, em Amarante), confessaque gosta da companhia de um bom whisky no processo de cria -ção de novos pratos e, inspirado por duas sugestões do SingleMalt Club*, com quem tem desenvolvido parcerias nos últimosanos, criou, em exclusivo para a “T”, uma entrada e um pratoprincipal. Desafiamos os leitores a experimentar em casa.

JOSÉ CORDEIRO

CHEFE COM GOSTO

T 66-69 v7:Layout 1 19-12-2009 8:52 Page 66

Page 67: T magazine

67

NO

VE

MB

RO,

DE

ZE

MB

RO

20

09

CREME AVELUDADO DE POLVOCOM PEDAÇOS DO MESMOPARA 2 PESSOAS I TEMPO DE PREPARAÇÃO: 01H30

INGREDIENTES

400g polvo congelado, 100g cebola, 20g alho seco, 1dl azeite extra

virgem, 10g sal grosso, 30g coentros frescos picados finamente, 2 palitos

de cocktail de madeira, 3g tomilho fresco, ½dl natas frescas, 10g farinha

maisena solúvel, 2cl vinagre

Preparação: Cozer o polvo em água com uma cebola. Reservar e apro -

veitar meio litro do caldo para fazer o creme. Levar esse caldo a ferver, adi-

cionar as natas e temperar de sal. Aveludar apenas com a maisena, de forma

a ficar um creme macio. Colocar os coentros frescos dentro do copo da vari -

nha má gica e adicionar um pouco de azeite, o vinagre e um dente de alho.

Bater bem com a varinha até desfazer e ficar um molho espesso. Temperar

de sal e reservar. Este vinagrete é servido frio ou à temperatura ambiente.

Colocar azeite numa frigideira e fritar rodelas de polvo de forma a que

fiquem bem alouradas. Retirar e espetar no palito. Emprata men to: Deitar

o creme aveludado bem quente num prato de sopa fundo. No centro, colo-

car o espeto de polvo de pé. Adicionar o vinagrete de coentros em forma de

picotado por cima do aveludado de forma a criar o efeito de bolhas. Enfeitar

com o tomilho fresco e servir. Para acompanhar: Blended Malt Johnnie

Walker Green Label 15 anos

LOMBINHO DE VEADOGRELHADO E LAMINADOPARA 2 PESSOAS I TEMPO DE PREPARAÇÃO: 01H50

INGREDIENTES

300g lombinho de veado limpo, 15g sal grosso, 1,5dl azeite extra virgem,

65g queijo da Serra amanteigado, 10g alho seco, 90g cogumelos parisienses,

8cl natas frescas, 8g noz-moscada moída na hora, 8g pimenta preta moída

na hora, 150g batata ágria, 3 ovos XL, 50g manteiga de ovelha de Azeitão,

40g pimento morrone de lata, 5g alecrim fresco

Preparação: Descascar as batatas e laminar finamente; deixar em água 2h.

Escorrer e colocar em tabuleiro pequeno barrado com manteiga de ovelha de

Azeitão. Adicionar os ovos batidos, as natas, a noz-moscada e a pimenta. Levar

ao forno (170°C) por 70 min. Deixar arrefecer um pouco. Cortar com uma

forma cilíndrica de 8-10cm de diâmetro por pessoa. Picar finamente os

cogumelos e saltear. Abrir o cilindro ao meio e rechear com os cogumelos e

uma fatia fina de queijo da Serra. Levar a gratinar e, logo de seguida, tapar

com a outra metade. Deixar gratinar a tampa até ficar estaladiça. Temperar o

lombinho e fritar em fogo forte até ao ponto médio. Retirar e deixar descansar

5 min, regado com um pouco de azeite. Bater os pimentos com a varinha má -

gi ca (no máximo) com um pouco de azeite até ficar um molho médio espesso.

Reservar. Empratamento: Colocar o cilindro bem quente no centro do prato.

Laminar a carne em 4 fatias finas e dispor por cima. Regar com o molho da

carne e azeite. Pintar o prato com o molho de pimentos. Enfeitar com raminho

de alecrim. Para acompanhar: Single Malt Balvenie Double Wood 12 anos.

T 66-69 v7:Layout 1 19-12-2009 8:52 Page 67

Page 68: T magazine

TALISKER ISLE OF SKYESingle Malt Scotch WhiskyORIGEM: ESCÓCIAPREÇO: €39,90Para beber num momento de inspiração, como sugere o chefe. O “single malt” Talisker10 anos deve muito à localização da destilariana ilha escocesa de Skye. O segredo está no processo de fabrico, inalterado há mais de 175 anos. Mark Lochhead, director da destilaria, aconselha juntar uma ou duas gotas de água para abrir o “bouquet”.Talisker 10 anos

THE BALVENIE DOUBLE WOODSingle Malt Scotch WhiskyORIGEM: ESCÓCIAPREÇO: €46Acompanha o Lombinho de veado. «A doçurada carne e o “gratin” do Serra são suavizadospelo sabor térreo dos cogumelos». O mel e as nuances de frutos do bosque, transmitidaspelo acabamento em cascos de “sherry”, tornam este whisky marcante. Deve beber-sesem água, embora se possa adicionar umpouco no caso de lhe parecer agressivo.Double Wood 12 anos

JOHNNIE WALKER GREEN LABELBlended Malt Scotch WhiskyORIGEM: ESCÓCIAPREÇO: €38Este é um whisky “blended” feito com basenuma selecção de quatro exemplares “singlemalt” (Talisker, Linkwood, Gragganmore e Caol Ila). José Cordeiro escolheu-o paraacompanhar o creme aveludado de polvo: «A calda do polvo conjuga de modo sublimecom o toque fumado e encorpado do whisky».Não necessita juntar água.Green Label 15 anos

AS SUGESTÕES DO SINGLE MALT CLUB

68

NO

VE

MB

RO,

DE

ZE

MB

RO

20

09

*SINGLE MALT CLUB. Os amantes de um bom whisky de malte têmem Portugal o SMC – Single Malt Whisky Club, um clube onde tudo éfeito para satisfazer os seus desejos: curso de prova, “whisky din-ners”, “whisky trails” na Escócia e muito mais, para além de umaapetecível oferta on-line, em www.whisky.com.pt

CAFETARIA MENSAGEM

RESTAURANTE FEITORIA

T 66-69 v7:Layout 1 19-12-2009 8:53 Page 68

Page 69: T magazine

69

NO

VE

MB

RO,

DE

ZE

MB

RO

20

09

COZINHACOM ASSINATURADepois de uma experiência profissional que o levou de Londres aTóquio (e, nos últimos anos, ao Norte de Portugal), José Cordeiroestá agora (muito) bem instalado em Belém, mais precisamenteno Hotel Altis Belém, onde desempenha o cargo de Director deRestauração (não só deste hotel, mas de todas as unidades dogru po). São dois os espaços que, no último ano, conquistaramlisboetas e não só: a Cafetaria Mensagem, para saborear re -feições ligeiras e onde a vista e a esplanada também fazem parteda ementa; e o Restaurante Feitoria, onde, num ambiente maissofis ticado, evocativo das viagens dos portugueses noutros tem-pos, o chefe Cordeiro apresenta as suas propostas de cozi nhaportuguesa de autor. O hotel conta ainda com um Oyster & SushiBar e o Bar 38º41’.

Altis Belém Hotel & SpaDoca do Bom Sucesso 1400-038 LISBOATel.: 210 400 200www.altisbelemhotel.com

CAFETARIA MENSAGEM

T 66-69 v7:Layout 1 19-12-2009 8:53 Page 69

Page 70: T magazine

traço I design I

PORTUGAL andava tão entretido coma Expo’98 que o Museu do Designacabou por entrar de mansinhopelo outro lado de Lisboa. OCentro Cultural de Belém (CCB)acabava de assinar com o colec-cionador Francisco Capelo o proto-colo que daria à cidade um novoespaço museológico, inauguradoem 1999. «Uma assinalávelpanorâmica da criação do séculoXX», aplaudia, então, o jornalfrancês “Le Figaro”. Bárbara Coutinho tinha 26 anosquando concorreu ao lugar decoordenadora do serviço educativo

do CCB. Ficou. E uma das suasfunções passava pela coordenaçãocultural e pedagógica do novomuseu. O Design não erapropriamente a sua especialida de.«Então fiz o que costumo fazerquando inicio um projecto: estu-dar, reunir informação, viajar poroutras instituições, conhecer ou-tras experiências». Não tardou aapaixonar-se pela disciplina. «Essapaixão tornou-se amor, que por suavez se tornou uma re la ção maispresente e contínua.» E a sinceri-dade com que o diz prova que nãoé só «uma maneira de falar».

70

NO

VEM

BR

O,

DE

ZEM

BR

O2

00

9

TEXTO JOÃO MESTRE I FOTOGRAFIA DORA NOGUEIRA

BÁRBARACOUTINHOTRAÇO CONTÍNUO Começou por História de Arte, passou

pelo serviço educativo do CCB e, em 2006, recebeu uma proposta irrecusável: conceber, dirigir e pôr em marcha

o novo MUDE – Museu do Design e da Moda. Um trabalho inacabado, por natureza.

T 70-77 v7:Layout 1 22-12-2009 9:01 Page 70

Page 71: T magazine

71

NO

VEM

BR

O,

DE

ZEM

BR

O2

00

9

T 70-77 v7:Layout 1 22-12-2009 9:01 Page 71

Page 72: T magazine

traço I design I

72

NO

VEM

BR

O,

DE

ZEM

BR

O2

00

9

DIZER QUE FOI aí que o Design entrouna sua vida é uma forma de ver ascoisas. A verdade, porém, é que o«namoro» já havia começadoantes. Arredando de vez o sonho deser cirurgiã, Bárbara Coutinhodecidiu cursar História de Arte naUniversidade Nova de Lisboa. Noprimeiro ano de faculdade, interes-sou-se particularmente pela ver-tente arqueológica. Aos poucos,porém, apercebeu-se de que oextremo oposto da História a atraíamais. «Dei por mim a perceber quetinha tudo que ver com o século XXe com as Artes Visuais versus oDesign e a Arquitectura.» Nãovoltou a ser a mesma. Quando seinscreveu num mestrado, já estavacompletamente direccionada paraa Arte Contemporânea e, na suadissertação, debruçou-se sobre aobra e o percurso do «arquitecto,urbanista e pedagogo» CarlosRamos, «figura importante na edifi-cação da imagem arquitectónica doEstado Novo», segundo explica umtexto publicado no website doInstituto Camões (cuja autoria,nem de propósito, é de BárbaraCoutinho). Nesse estudo, rela-cionava a Arquitectura, o ensino eas Artes Plásticas – «e foi nessaideia da transversalidade discipli-nar do século XX que me fui apro -ximando do Design», aponta. «Éuma área que cada vez me interes-sa mais, até pela questão dadiluição de fronteiras entre asdiversas artes.» Nesses pontos decontacto – ou «contaminações»,como lhes prefere chamar – entreArquitectura, Design e ArtesPlásticas, descobriu o seu espaço.«Fui percebendo que era aí que meinteressava trabalhar.»

É SEGUNDA-FEIRA e, como tal, oMUDE – Museu do Design e daModa está fechado. O encontro éno interior do espaço onde está

CAPARICA. Bárbara

dos Santos Coutinho

nasceu em Lisboa, em

1971, mas só aos

«20-e-poucos» foi viver

para a capital. Passou a

infância e a adolescência

na Costa de Caparica,

«uma costa feita de

grande liberdade e de

grande espaço». É daí que

vem o seu fascínio pelo

mar revolto: «Não gosto

de águas paradas – deve

ser por ter nascido no

Inverno.» Sempre que

pode, é lá que «recarrega

as baterias».

PROIBIDO PERDER.A ideia nasceu das

comemorações do 40º

aniversário do Maio de

1968: uma exposição

centrada na transição

entre o final da década de

1960 e o início dos anos

1970 nos campos da Moda

e do Design. “É Proibido

Proibir” é comissariada e

produzida pelo MUDE e

está patente até 31 de

Janeiro de 2010

(www.mude.pt).

A COLECÇÃO.O acervo reunido pelo

coleccionador Francisco

Capelo – adquirido pela

Câmara Municipal de

Lisboa em 2002 – reúne

mais de 1000 objectos de

design industrial e 1200

peças de moda, na sua

maioria de alta-costura.

Alexander McQueen, Frank

Gehry e Philippe Starck

são alguns dos criadores

representados nesta

viagem desde os anos

1930 até à actualidade.

T 70-77 v7:Layout 1 22-12-2009 15:45 Page 72

Page 73: T magazine

73

NO

VE

MB

RO,

DE

ZE

MB

RO

20

09

PROJECTOS.

T 70-77 v7:Layout 1 22-12-2009 15:46 Page 73

Page 74: T magazine

T 70-77 v7:Layout 1 19-12-2009 8:58 Page 74

Page 75: T magazine

75

NO

VEM

BR

O,

DE

ZEM

BR

O2

00

9

patente a exposição “Antestreia”.Bárbara recebe-nos com um sor-riso que de imediato nos faz sen-tir bem-vindos nesta sua «casa».Percebe-se que está com o tempocontado ao minuto – é o museu,os ateliers criativos, as reuniões,a actividade lectiva no InstitutoSuperior Técnico, o doutoramen-to, a escrita e, algures pelo meio,a vida pessoal - mas nem por ummomento nos tenta apressar. Nemmesmo quando ultrapassamos(de forma considerável) a horaprevis ta e lhe encurtamos dras-

em pleno e abríamos a porta nodia em que todo o edifício esti -vesse operacional?» A resposta jáse adivinha: «Não, vamos antesfazer um projecto que seja inclu-sive exemplar dos tempos queestamos a viver. E que espe lhe ametamorfose que o Design está asofrer, a repensar-se a si pró -prio.» Desta forma, o MUDEacaba por ser um exercício deDesign: «Há uma questão, há umproblema» e uma solução criati-va desenhada à medida. «ÉDesign puro», reforça.

ticamente o período de almoço.Faço-lhe a pergunta à qual deveter respondido várias vezes nosúltimos meses: porquê a opçãoestética de deixar as paredesdescarnadas, em bruto, como seas obras não tivessem terminado?«O projecto arquitectónico inicialcontinua a transformar-se, é um“work in progress”». E istoprende-se com a evolução dopróprio conceito de espaço mu -seo lógico. «Não se pode continuara querer o mesmo museu que setinha há 10 ou 20 anos, sobretu-do quando o objecto é o Design»– para mais em tempos comoestes, de «vacas magras». «O quefazer? Íamos esperar pelas con -dições ideais para pôr estes 15mil metros quadrados a funcionar

EM 2002, a Câmara Municipal deLisboa chega a um acordo comFrancisco Capelo para a aquisiçãoda colecção, avaliada em 10 mi -lhões de euros. Ao abandonar oCentro de Exposições do CCB (paradar lugar ao Museu Berardo), emmeados de 2006, o Museu doDesign recebe duas promessas: aatribuição de instalações definiti-vas e a reabertura no ano seguinte.Foi até anunciada a nova morada,o Palácio de Santa Catarina, edifí-cio do século XIX situado entre oChiado e o Bairro Alto. Porém, omunicípio tinha reservado umplano melhor para os destinos dainstituição: a compra da antigasede do Banco Nacional Ultra ma -rino, em plena Baixa Pombalina,com uma área três vezes maior, e

a localização mais privilegiada quea capital tem para oferecer.Bárbara Coutinho nem pestanejou.«A cidade ganhou um espaçoúnico que poderá ser usufruído dediferentes maneiras e contribuirpara a revitalização da Baixa», afir-mou ao jornal “Público”, nasequência da aprovação da autar-quia, em Março de 2009.Nesta sua segunda vida, agoradedi cada ao Design e à Moda, omuseu abriu as portas em Maiodeste ano. Nos primeiros quatromeses, recebeu 60 mil visitantes.

«Acho que há muita gente quevoltou à Baixa para ver o museu»,aponta Bárbara Coutinho, orgu -lhosa de fazer parte do esforço derevitalização desta zona históricada cidade. O trabalho, no entanto, estálonge de estar acabado. É, elepróprio, um “work in progress”,mesmo após a conclusão do pro-jecto do MUDE a 100%, previstapara finais de 2011. Aliás, quan-do questionada sobre qual o seuprojecto mais ambicioso por con-cretizar, Bárbara não perde muitotempo e dá a única resposta curtade toda a entrevista: «O museu!»E conclui, com inabalável cer -teza: «Mas vai ser concretizado.»O “work”, esse estará infinitamente“in progress”.

«NÃO SE PODE CONTINUAR AQUERER O MESMO MUSEU QUE SETINHA HÁ 10 OU 20 ANOS. VAMOSANTES FAZER UM PROJECTO QUESEJA INCLUSIVE EXEMPLAR DOSTEMPOS QUE ESTAMOS A VIVER.»

T 70-77 v7:Layout 1 19-12-2009 8:58 Page 75

Page 76: T magazine

traço I design I

76

NO

VEM

BR

O,

DE

ZEM

BR

O2

00

9

FAVORI TISMOS

T 70-77 v7:Layout 1 19-12-2009 8:59 Page 76

Page 77: T magazine

“GOSTAVA DE TERUM NÚCLEO MAIS

REPRESEN TA TIVO DEDESIGN NACIONAL

E DE ACOMPA NHAR ACONTEMPORA NEI DADE,PORQUE O OBJECTIVO

DO MUDE É SER UMMUSEU DO SÉCULO XX

E DO SÉCULO XXI.”

T 70-77 v7:Layout 1 19-12-2009 8:59 Page 77

Page 78: T magazine

78

NO

VEM

BR

O,

DEZE

MB

RO

2009

GADGETSTECNO

SAMSUNGCÂMARA, ACÇÃO!A câmara de vídeo digital ultra-com-pacta SMX-C10, para além de apresen-tar um design ergonómico e elegante eacabamento com reflexos, dispõe dezoom óptico de 10x, hiper-estabili za -dor de imagem para reduzir a des-focagem e um ecrã LCD giratório de2,7 polegadas. Mais informações emwww.samsung.com.PREÇO: €199

BANG & OLUFSENBOM DIA, MOZARTAcorde a tempo com o desper tador/tem-porizador BeoTime, inspirado na “Flau -ta Mágica” de Mozart. Escolha entre odiscreto toque BeoTime ou o som doseu programa televisivo, estação derádio ou música favoritos. Pode aindacontrolar as funções básicas do televi-sor e das colunas de som. À venda naslojas Bang & Olufsen. PREÇO: €333

RED5ROBOT SOLARAs 25 peças do Solar Robot Kit podemcriar seis robôs diferentes, movidos aenergia solar. Pode construir um cão,um barco, um avião (parado ou em mo -vimento), um carro e um moinho devento. As crianças (grandes e peque-nas) experimentam assim o poder daenergia solar. Mais informações: www.red5.co.uk.PREÇO: €15

SONY ERICSSONDA PS3 AO TELEMÓVELAqui está um telemóvel que vai agra -dar a pais e filhos. O Aino vem muitobem equipado com câmara de 8.1MPXe flash, teclado numérico “slide” e ecrãtáctil de três polegadas, mas surpreen-dente é o facto de ser o primeiro tele -móvel a interagir com a PlayStation3,através da função Remote Play. À venda na TMN.PREÇO: €399,90

T 78-79 v7:Layout 1 19-12-2009 9:01 Page 78

Page 79: T magazine

79

NO

VEM

BR

O,

DEZE

MB

RO

2009

GA, ACÇÃO!

vídeo digital ultra-com-10, para além de apresen-n ergonómico e elegante ecom reflexos, dispõe dede 10x, hiper-estabili za -em para reduzir a des-m ecrã LCD giratório des. Mais informações emg.com.

PUREÁUDIO E INTERNETCom o novo sistema de áudio Sensia,pode estar sempre ligado às redes so -ciais, graças à Internet (wi-fi), combi-nada com um ecrã táctil de 5,7polega das. Disponível em preto, ver-melho, amarelo e branco. Outras infor-mações em www.touchmyradio.com.PREÇO APROX: €275

RICSSONAO TELEMÓVELm telemóvel que vai agra -filhos. O Aino vem muitoo com câmara de 8.1MPXdo numérico “slide” e ecrãpolegadas, mas surpreen-to de ser o primeiro tele -

ragir com a PlayStation3,nção Remote Play. MN.90

APPLETUDO EM FAMÍLIAO pequeno membro da família iPodganhou novas funções e cores. O novoNano tem agora câmara de vídeo, mi -crofone, rádio FM e pedómetro. Dis po -nível com capacidades de arma ze na -mento de 8 e 16GB, e em nove cores. Saiba mais em www.apple.com.pt.PREÇO: A PARTIR DE €139 (8GB)

OLYMPUSESTILO RETROA câmara Pen, desenhada há 50 anos,re vo lucionou o mun do da fotografia:fácil de usar e trans portar, gerou umautêntico “boom” de vendas. A versãoE-P1 (DSLR) traz um novo conceito emfoto grafia di gital, com construção semespelho, sensor de dimensão equi va lenteao das câmaras “Quatro Terços” e objec-tivas intermu tá veis (www.olympus.pt).PREÇO: DESDE €799 (COM OBJECTIVA 14-42MM)

T 78-79 v7:Layout 1 19-12-2009 9:01 Page 79

Page 80: T magazine

tendências I windows phones I

80

NO

VE

MB

RO,

DE

ZE

MB

RO

20

09

podemos colocá-lo onde quisermos.Junte-se a isto uma loja vir tual parafazer o “download” de aplicaçõespara o telemóvel, uma opção cha -mada My Phone (que permite fazera sincronização de fotos, músicas,vídeos e outros ficheiros com o PC)e opções de conectividade melho-radas e temos um sistema operativomuito próximo da perfeição.O novo Internet Explorer é outradas prioridades do WindowsMobile e enriquece, de facto, aexperiência “online”. Em termosde design e funcionalidade, aspáginas estão mais perto do quenunca daquilo que vemos nos PC,e opções como retroceder, escre -ver um novo endereço ou acederaos favoritos estão muito maisintuitivas e fáceis de utilizar semrecurso ao estilete. Tudo isto tornatambém mais intuitiva a utilizaçãode redes sociais no telemóvel,

como o Facebook ou o Hi5.Destaca-se ainda a forma mais di -recta como o Windows passa a li darcom a informação que entra e saido telemóvel. Assim que é des blo -queado, o utilizador tem acessoimediato a mensagens SMS, doMSN Messenger ou de e-mail quetenha recebido. Basta um toque epo de responder sem entrar emqual quer programa, de uma formamuito mais rápida do que algumavez se viu no Windows Mobile.Para ter acesso a tudo isto (e muitomais), só terá de se dirigir a umalo ja TMN para comprar um dosno vos “Windows phones”, que che -gam, pa ra já, em quatro versões: oSamsung Omnia II i8000, oSamsung Omnia Lite, o TMNBluebelt e o TMN Silverbelt. Cadaum, à sua maneira, explora de umaforma inigualável o WindowsMobile.�

OS FÃS do Windows vão ficar defi-nitivamente rendidos ao conceitotáctil que no último ano tomou deassalto o mercado dos telemóveis. Aversão 6.5 do Windows Mobile estáaí e promete uma verdadeira revo-lução. É o adeus para sempre aoestilete, numa nova lógica em que oWindows passa para segundo planoos menus, criando uma interface apensar na utilização com os dedos ebaseada em ícones. É como ter oambiente de trabalho docomputador no tele móvel, comtodas as opções mais utilizadasacessíveis sem ser necessárionavegar por menus. Para saudo-sistas e profissionais, os menuscontinuam a exis tir, mas bemmais eficazes e com um grau depersonalização maior. Dois ou três toques é quanto bastapara colocar um ícone no ambientede trabalho; e, se o arrastarmos,

PERFEIÇÃOTÁCTILOS NOVOS TELEMÓVEIS

DA TMN SÃO TÃO IRRESISTÍVEISQUE APETECE TOCAR-LHES...

T 80-81 v7:Layout 1 22-12-2009 9:05 Page 80

Page 81: T magazine

TMNBLUEBELT IIA segunda versão deste fantástico “smartphone” juntaa todas as funcionalidades doWindows Mobile 6.5, novascapacidades de multimédia eentretenimento. Destaque paraas melhoradas capacidades deconectividade sem fios, para a câmara de 5MPX, para aaplicação de acesso rápido àprogramação do meo mobile e para o GPS, com licençavitalícia NDrive e mapa dePortugal (Continental e Ilhas)com imagens reais de Lisboa e Porto, informação de trânsitoe integração com conteúdosPáginas Amarelas.

SAMSUNGOMNIA II i8000O Omnia II ostenta o maior ecrã AMOLED do mundo (3,7’’)e proporciona níveis de brilhoimbatíveis. A interfaceTouchWiz 2.0 também marcapresença, agora com efeitos 3D.A câmara de 5MPX, o GPS comlicença ilimitada e a gravaçãode vídeos em 480p com qua li -dade de DVD são outros dosatributos, bem como o acesso àInternet com velocidades de“download” até 7,2Mbps e“upload” até 5,7Mbps. Contam--se ainda 8GB de memória,expansível até 32GB comcartões Micro SD.

SAMSUNGOMNIA LITEO Omnia Lite é um telemóvelfocado no design do Omniaoriginal, com um preço maisacessível mas, ainda assim,com características invejáveis.Contam-se 3MPX para acâmara fotográfica, capacidadepara gravação de vídeo a 30fps, GPS com licença ilimitadaNDrive e uma capacidade dearmazenamento de 250 MB.Destaque ainda para a conecti -vidade 3,5G e Wi-Fi para ligações rápidas à Internet como novo Windows Mobile.

TMNSILVERBELTO TMN Silverbelt é mais uma novidade no reino dos“Windows phones” e integrapraticamente todas as características do Bluebelt II,incluindo o GPS NDrive.Distingue-se pela elegância e pelo design estilizado e apresenta-se como o primeirotelemóvel “full touch screen”com a marca tmn.

T 80-81 v7:Layout 1 22-12-2009 9:05 Page 81

Page 82: T magazine

SONY ERICSSONESPELHO MEUO novo Jalou é pouco maior do que umba tom e está equipado com o me lhorda tecnologia: acesso à Internet3,6Mbps, câmara de 3.2MPX, conta-dor de passos e de índice de massacor poral, rádio e leitor de mp3. E umasur pre sa: o ecrã transforma-se em es -pelho. Dis po ní vel em três cores. À venda na TMN. PREÇO: €159,90

ESTILODESIGN

82

NO

VEM

BR

O,

DE

ZEM

BR

O2

00

9

BOCA DO LOBOAPARADOR DIAMONDO aparador Diamond faz parte daLimited Edition da marca portuguesa e,como muitas das peças deste atelier,chama a atenção pelas suas linhasarrojadas. O exterior multifacetado, comum acabamento em verniz brilhante,esconde um interior forrado a folha deouro. Mais do que mobiliário, é umobjecto de arte (www.bocadolobo.com).PREÇO: €12.840

CASAMANIATOUCADOR FRANCÊSO actual director criativo da Fabrica (cen-tro de pesquisa da Be net ton), Sam Baron,criou a linha Ma rie Antoi net te Pop inspi -ra da no mobi liário fran cês do séc. XVIII.Os desenhos re bus ca dos e muito orna -men tados foram adap ta dos ao novo mi lé-nio, mantendo a ele gân cia. Para além dotoucador, a li nha in clui um es pelho e umamesa de apoio (www.fluxograma.com).PREÇO: €1.900

MOOOILANTERNA VERMELHAO candeeiro de suspensão Euro Lan tern,uma criação da Moooi Works para a co -lecção deste ano, permite diferentescombinações: a metade superior podeser vermelha, preta ou com padrão (naimagem); a parte inferior é semprebran ca. Disponível na Moooi, em Lisboa(www.moooi.com).PREÇO: ENTRE €402 E €934

T 82-83 v7:Layout 1 19-12-2009 9:06 Page 82

Page 83: T magazine

83

NO

VEM

BR

O,

DE

ZEM

BR

O2

00

9KOKESHI DOLLSDECORAÇÃO ORIENTALAs pequenas bo necas de madeira repre -sentam séculos de «design» japonês.Várias histórias se contam sobre a suaorigem – a mais comum aponta a épocaBunka-Bunsei (1804-1829), e a regiãode Tohoku, onde habilidosos artesãos asesculpiam para vender a quem visitavaas nas cen tes de água locais. Faça a suacolecção em www.kokeshishop.co.uk. PREÇO APROX.: ENTRE €20 E €32

ROLF BENZSENTADO À MESAUma forma diferente de estar à mesacom o banco Rolf Benz 620, dese -nhado por Norbert Beck. Adapta-se aquase todas as situações, pois estádisponível em diferentes configura -ções (em canto, por exemplo) e co -res. À venda nas lojas Interforma(www.interforma.com.pt). PREÇO: A PARTIR DE €2.853

NIAOR FRANCÊStor criativo da Fabrica (cen-a da Be net ton), Sam Baron,Ma rie Antoi net te Pop inspi -iário fran cês do séc. XVIII.re bus ca dos e muito orna -m adap ta dos ao novo mi lé-

o a ele gân cia. Para além doha in clui um es pelho e umao (www.fluxograma.com).0

NA VERMELHAe suspensão Euro Lan tern,da Moooi Works para a co -

ano, permite diferentes a metade superior podepreta ou com padrão (naparte inferior é semprenível na Moooi, em Lisboacom).E €402 E €934

T 82-83 v7:Layout 1 19-12-2009 9:06 Page 83

Page 84: T magazine

tecno I net móvel I

SAPO MOBILE

O MELHORDO SAPOAgora já é possível aceder, em qualquer altura elugar, a todos os serviços e pesquisas proporcio -nados pelo SAPO, tirando o melhor partido dasfuncionalidades de navegação na Internet dos“smartphones”. O SAPOmobile foi optimizado especifica -men te para estes telemóveis, disponibilizando um sem-númerode serviços e informações úteis. Em primeiro lugar, uma se lec -ção de conteúdos pensados para quem usa o serviço em movi-mento: notícias na hora, meteorologia, farmácias de serviço,mapas, bolsa, trânsito, receitas, astrologia, câmbios, Totojogos(Euromilhões, Totobola, Joker e Totoloto) e programa ção MEO.Os clientes do SAPO podem também aceder a áreas restritas,como blogues ou e-mail. A secção Cinema inclui todos os filmes em cartaz nas salas por-tuguesas. É possível escolher o título, ler a sinopse, conhecer o elen-co, saber onde está em exibição e ver o “trailer” em alta definição.Quem procura casa ou carro vai gostar das secções Auto e CasaSAPO, com informação sobre mais de 400 mil imóveis e cercade 1.200 revendedores de viaturas em todo o país. Para os fãs de futebol, há o SAPO Desporto, que não só permiteficar a par dos feitos e factos do «desporto-rei», como tambémdas outras modalidades, acompanhar os jogos em directo e veros vídeos e fotos das principais jogadas. Uma excelente formade acompanhar os desafios, mesmo quando não há uma tele-visão por perto.Além de tudo isto, estão disponíveis para “smartphones” outras apli-cações que oferecem um conjunto de informações vitais para quemestá sempre em movimento e não tem um computador por perto.A Banca SAPO, por exemplo, permite consultar as primeiras pági-nas dos jornais diários nacionais e as capas de revistas mensaise semanais, por tipo de publicação. Nem os jornais regionaisforam esquecidos, sendo possível pesquisar por área geográfica.É também possível assistir aos vídeos das Reportagens SAPO.O mundo e muito mais: tudo isto disponível na aplicaçãoSAPOmobile, que pode ser instalada na maioria dos “smart-phones” da TMN.

Mais informação em http://mobile.sapo.pt

84

NO

VEM

BR

O,

DE

ZEM

BR

O2

00

9

CINEMA

O TEMPO

FArMÁCIAS

T 84 v7:Layout 1 19-12-2009 9:09 Page 84

Page 85: T magazine

Project1 19-12-2009 9:44 Page 1

Page 86: T magazine

automóvel

86

NO

VEM

BR

O,

DEZE

MB

RO

2009

FAMÍLIAVS. LAZER

QASHQAI.

SUV COMPACTOS

FAMÍLIAVS. LAZER

ESPAÇO, LUZ, CONFORTO, VERSATILIDADE: VECTORES

FUNDAMENTAIS DESTA CLASSE DESTINADA

ÀS FAMÍLIAS MODERNAS.

TEXTO PEDRO ALFAIA

T 86-91 v7:Layout 1 19-12-2009 9:11 Page 86

Page 87: T magazine

87

NO

VEM

BR

O,

DEZE

MB

RO

2009

T 86-91 v7:Layout 1 19-12-2009 9:11 Page 87

Page 88: T magazine

RENAULT SCÉNIC

automóvel I suv compactos I

88

NO

VEM

BR

O,

DEZE

MB

RO

2009

EVOLUÇÃO. A nova

geração Renault Scénic

evoluiu consideravelmente

na estética – tanto

interior, como exterior –,

e não deixou que a maior

altura lhe prejudicasse

a agilidade nem o

comportamento, agora

mais próximo do de uma

carrinha convencional.

VALOR. O Peugeot 3008

cativa pelo preço: 23.000

euros na versão 1.6 a

ga so lina (120 cv) e 25.900

euros com o 1.6 HDI (110

cv) a diesel. Além disso,

oferece cinco bons

lugares e alguns detalhes

interessantes, como a

projecção de infor mações

no ecrã retráctil do tipo

“head up display”.

A MAIOR ALTURA ao solo, e da pró -pria carroçaria, confere-lhes umaspecto mais robusto, por vezespróximo do que tradicionalmenteassociamos ao jipes, mas esse éapenas um dos segredos docharme desta classe de auto mó -veis que proporciona aos pas-sageiros uma maior visibilidadepara desfrutar da paisagem e, aocondutor, uma maior segurança.Num mercado ávido de automó -veis diferentes, os construtoresdecidem-se por modelos queparecem o que não são, na ânsiade satisfazerem quem deseja afuncionalidade de uma carrinhaconvencional mas não se quersentir limitado por um veículoigual a tantos outros. Assim nas -ceu esta nova classe dos SUVcompactos.O Nissan Qashqai é o exemplomais recente de como estar na mo -da. Com uma estética simpática ecomercialmente muito interessante,

este modelo começou como jipecivilizado, de tracção 4x4, masrapi damente reforçou a oferta comuma versão de tracção apenas àfrente, que permite poupar nopeso, nos consumos e, acima detudo, no preço. Mais recentemente, a oferta doQashqai foi reforçada com aintrodução de uma versão maislonga, de sete lugares, ligeira-mente mais dispendiosa e commaior versatilidade. A maisprocurada dispõe de um motor1.5 turbodiesel de 106 cv, a umpre ço de 25 mil euros. OQashqai+2, com espaço para setepassageiros, implica um investi-mento adicional de 2600 euros.A versão 4x4 surge associadaapenas ao motor 2.0 dCi de 140 cv,o que só por si faz disparar opreço para 33.600 euros e obrigaa um custo extra de 3500 euros.Outro dos modelos mais repre -sen tativos da classe tem emblema

PEUGEOT 3008

T 86-91 v7:Layout 1 19-12-2009 9:11 Page 88

Page 89: T magazine

89

NO

VEM

BR

O,

DEZE

MB

RO

2009

ARGUMENTOSA TOMAREM CONTAÀ PRIMEIRA VISTA,O “CROSS-OVER”DA PEUGEOT CATIVA PELOPREÇO. MAS ÉNOS DETALHES E NO CONFORTOQUE CONVENCE.

T 86-91 v7:Layout 1 19-12-2009 9:11 Page 89

Page 90: T magazine

90

NO

VEM

BR

O,

DEZE

MB

RO

2009

O TAMANHONÃO É O MAISIMPORTANTETIRANDO PARTIDODA SUA MENORDIMENSÃO, O TOYOTA URBANCRUISER APOSTANUM ESTILO MAIS OUSADO.

TOYOTA URBAN CRUISER

T 86-91 v7:Layout 1 19-12-2009 9:12 Page 90

Page 91: T magazine

espaço a bordo, um dostrunfos desta classe.Outro exemplo é oToyota Urban Crui -ser. Não pertencen-do, em rigor, a estesegmento, por sermais leve e maispequeno do que osseus rivais – o quelhe limita o espaçointerior e a versatili-dade – o UrbanCruiser é uma pro-posta a ter em conta,apoiada no estilo ou -sado, evidente quer

no exterior quer no interior. Comoé mais leve, pode usar motoresmais pequenos e ter preços acondizer, nomeadamente o 1.3(101 cv) a gasolina, por 17.900euros, e o 1.4 diesel (90 cv), por20.900 euros. Em versão 4x4,este último motor é proposto pormais 4000 euros.�

91

NO

VEM

BR

O,

DEZE

MB

RO

2009

C4 PICASSO, PROPOSTATENTADORAESTÉTICA FELIZPOR FORA EAGRA DÁVEL PORDENTRO, ESPAÇOA CONDIZER EMOTORIZAÇÕESPARA TODOS OS GOSTOS.ao veículo e à navegação, no ecrãretráctil do tipo “head up dis-play”. Contudo, a opção maisdesportiva não faz sentido, poisas suspensões mais duras sacrifi-cam o conforto e o facto de termenos altura no interior para seaproximar das carri nhas conven-cionais limita a sensação de

Renault e dá pela denominaçãoScénic. Foi o primeiro monovo -lume deste segmento, o queainda hoje lhe confere vantagemface aos rivais. Na mais recentegera ção, evoluiu conside ra vel -mente na estética, interior e exte-rior, e não deixou que a maioraltura lhe prejudicasse a agili-dade nem o comportamento,agora mais pró xi mo de uma car-rinha convencional. O Scénic éproposto com um curioso motor agasolina 1.4 tur bo de 130 cv(24.100 euros), com asmotorizações diesel a arran ca remcom o 1.5 dCi (27.300 euros).Igualmente popular é o CitroënC4 Picasso, monovolume de cin colugares que complementa a ofertacom o Grand Picasso, dotado demais dois lugares. De uma estéti-ca feliz por fora e agradável pordentro, o C4 Picasso conduz-secomo um automóvel normal, ape-sar da sua maior altura. O espaçointerior aloja cinco adultos semproblemas, bem como as respec-tivas bagagens. No capítulo dasmotorizações há de tudo, comuma capacidade ligeiramentesuperior a alguns concorrentes. Apreferência dos utilizadores pendepara o motor 1.6 a gasolina com122 cv, comercializado por28.100 euros, enquanto osamantes dos diesel têm no 1.6HDI de 110 cv a me lhor propostapor apenas mais 100 euros.Apesar de os franceses não te remo exclusivo desta classe de veícu-los, a verdade é que todos apre-sentam propostas. A Peugeot foi aúltima. O novo 3008 não é parti -cu larmente atraente à vista, mascativa pelo preço. Proposto por23.000 euros na versão 1.6 agasolina de 120 cv e por 25.900euros quando equipado com omotor 1.6 HDI de 110 cv adiesel, o novo Peugeot oferececinco bons lugares e alguns deta -lhes importantes, como a pro-jecção de informações, relativas

OUSADO. O Toyota

Urban Cruiser é uma

proposta a ter em conta,

apoiada no estilo ousado,

evidente quer no exterior

quer no interior. Como é

mais leve, pode recorrer

a motores mais pequenos

e apresentar preços a

condizer.

ESPAÇO. Apesar da

sua maior altura, o C4

Picasso conduz-se como

um auto móvel normal.

O espaço interior aloja

sem problema cinco

adultos e res pectiva

bagagem. Quanto a

moto ri zações, há de tudo,

com uma ca pa cidade

ligeiramente superior

a alguns concorrentes.

CITROËN C4 PICASSO

T 86-91 v7:Layout 1 19-12-2009 9:12 Page 91

Page 92: T magazine

lifestyle I cascais I

92

NO

VEM

BR

O,

DE

ZEM

BR

O2

00

9

CASCAISO MAR POR PERTO

QUALQUER PRETEXTO É BOM PARA VOLTAR A CASCAIS.POR ISSO, FIZEMOS DA ABERTURA DA CASA DAS HIS TÓ RIAS

PAULA REGO O PONTO DE PARTIDA PARA UM PASSEIO

PELAS RUAS DA «VILA ARISTOCRÁTICA».

TEXTO JOÃO MESTRE I FOTOGRAFIA PAULO BARATA

T 92-95 v7:Layout 1 19-12-2009 9:15 Page 92

Page 93: T magazine

93

NO

VEM

BR

O,

DE

ZEM

BR

O2

00

9

HÁ JÁ UNS DIAS que o Verãoacabou. O calor, porém, aindase sente e, apesar da proibição,há quem aproveite para esten-der a toalha na Praia dosPescadores. Para o final da“silly season” de 2009, Cascaisguardou um dos acontecimentoscultu rais do ano: a muitoaguardada inauguração da Casadas His tórias, museu dedicado àobra da mais internacional pin-tora portuguesa, Paula Rego. Visto de fora, o edifício – projec-tado por Eduardo Souto Moura –faz lembrar um “kasbah” magre-bino, pelo tom ocre das paredesde betão pigmentado e pelas duaschaminés que sobressaem do vo l u -me principal. No interior, esta«for taleza» guarda uma extraor -dinária colecção de pinturas,desenhos e gravuras, abrangendomeio século de percurso artístico,provenientes da colecção pessoalda autora – parte doada, partecedida a título de empréstimo.Vale a pena visitar a loja domuseu, em particular a secção delivros, não só dedicada às artes,mas também (e especialmente) àsfábulas e aos contos de fadas,presença forte no imaginário dePaula Rego. A selecção é da res -pon sabilidade da Livraria Galileu,a favorita da artista, de portasabertas no centro da vila (AvenidaValbom), perto da famosa gela ta -ria Santini.

A HORA é de almoço, pelo que oideal é guardar o gelado maisfamoso da Linha para outra hora.Em Cascais, com o mar tãoperto, é praticamente obrigatórioescolher uma refeição de peixe –na grelha, em caldeirada, emaçorda. Para não fugir por com-pleto a essa lógica, reserve-se

CASA DASHISTÓRIAS.Abre todos os dias, das

10 às 22 horas, com

entrada gratuita. Em

Março de 2010, tem início

uma exposição temporária

dedicada ao pintor Victor

Willing (1928-1988), marido

e mentor da artista.

Av. República, 300

www.casadashistorias.com

VIN ROUGE.Localização privilegiada,

vista de primeira sobre

a baía e recomendação

pelo Guia Michelin. A isto

junte-se a carta elaborada

pelo chefe João Antunes

e uma lista de vinhos

pensada em pormenor.

R. Fernandes Tomás, 1,

Estalagem Villa Albatroz

www.restaurantevinrouge.com

LUCULLUS JAPA SUSHI.Para além dos paladares

nipónicos, trabalhados

com exímia dedicação,

propõe também cozinha

italiana, “finger food” e um

“sushi-bar” para as noites

de sexta-feira e sábado.

R. da Palmeira, 6

www.lucullusrestaurante.com

GRANDE REALVILLA ITÁLIA.Hotel de 5 estrelas com

124 quartos (incluindo 10

suites júnior, 8 suites e 3

“penthouses”), 2

restaurantes (um deles, o

pano râmico Belvedere) e

spa.

R. Frei Nicolau, 100

www.granderealvillaitalia

hotel.com

CASA DAS HISTÓRIAS

T 92-95 v7:Layout 1 19-12-2009 9:15 Page 93

Page 94: T magazine

LUCULLUS JAPA SUSHI GRANDE REAL VILLA ITÁLIA

GRANDE REAL VILLA ITÁLIA CHEFE JOÃO ANTUNES, VIN ROUGE

lifestyle I cascais I

T 92-95 v7:Layout 1 19-12-2009 9:15 Page 94

Page 95: T magazine

mesa no Lucullus Japa Sushi,um daqueles raros restaurantesonde a arte culinária japonesaainda é tratada com empenho. Eo certo é que o Lucullus leva jámais de uma década a dar bomnome ao “sushi” e afins – fun-cionando também como restau-rante italiano e, no piso superior,como “sushi-bar” nas noites desexta-feira e sábado.Em alternativa, suba-se ao pri -meiro andar da estalagem VillaAlbatroz para conhecer o novoVin Rouge, cuja vista sobre aBaía de Cascais garante umaóptima primeira impressão. Odístico “Bib Gourmand” atribuí-do pela Michelin, visível à en -trada, é esclarecedor: «refei çõescuidadas a preços moderados».

é agora um hotel de 5 estrelasque recupera essa memória, bemcomo o universo de “glamour” davila dos anos 1950/1960. OGrande Real Villa Itália chama asi a aura do grande hotel da«Riviera Portuguesa», de olhospostos no mar e nos detalhespreciosos: por exemplo, o spa,que, ao contrário do tão em voga«conceito asiático», foi idealiza-do como uma viagem no tempo,até às antigas termas romanas;ou o restaurante Belvedere, cujacarta, a cargo do chefe PauloPinto, mistura elementos portu -gueses com inspirações medi ter -rânicas. Marque mesa no terraçoe termine o dia com um jantarinesquecível – com o mar, sem-pre o mar, por perto. �

95

NO

VEM

BR

O,

DE

ZEM

BR

O2

00

9

UMA VIDAA DESENHARHISTÓRIASPARA ESTE FINALDE “SILLY SEASON”,CASCAIS GUAR -DOU UM DOSACONTECI MEN TOSCULTU RAIS DOANO: A MUITOAGUARDADAINAUGURAÇÃO DA CASA DAS HIS TÓRIAS,MUSEU DEDICADOÀ OBRA DA MAISINTERNACIONALPINTORA PORTUGUESA,PAULA REGO.

A carta do chefe João Antunespropõe uma cozinha simples,«com produtos de que se gostamas não abundam no mercado»,que oscila entre o tradicional eo internacional. O vinho é selec-cionado pela sua mulher e co-pro prietária, Rita Caldas, orgu -lhosa dos clientes que regres-sam regularmente para espreitare provar as novi da des da carta.

A PARTIR DAQUI, a companhiado mar é uma constante. AAvenida D. Carlos I leva à Mari -na, que desemboca na AvenidaRei Humberto II de Itália – evo -cativa do monarca que viveu exi-lado em Cascais, após a suadeposição em 1946. A casa queserviu de (luxuoso) refúgio ao rei

GRANDE REAL VILLA ITÁLIA

T 92-95 v7:Layout 1 19-12-2009 9:15 Page 95

Page 96: T magazine

96

NO

VEM

BR

O,

DEZE

MB

RO

2009

INÊS CASTEL-BRANCO + LÚCIA MONIZ

entre vistas

INÊS MONIZ.Inês Castel-Branco, LúciaMoniz, Ricardo Sá Pinto e Rui Costa foram algumas das figuras públicas que deram a cara (ou melhor: meia cara)pela campanha «OriginaisTMN», lançada durante o mêsde Novem bro, para comemoraros 7 milhões de clientes daoperadora.

T 96-99OKv7.0:Layout 1 23-12-2009 12:45 Page 96

Page 97: T magazine

INÊS MONIZ – UMA ARTISTA ORIGINALInês Moniz (Inês Castel-Branco + Lúcia Moniz), actriz e mulher de outros talentos, é presençaassídua na TV, embora esteja habituada a pisar os palcos. Entre o cinema, a moda, a televisão,a música e o teatro, esco lhe não escolher: prefere todos, se possível. Nasceu em Lisboa, mastem raízes açorianas – talvez seja por isso que se dá tão bem com o verbo «partir».

97

NO

VEM

BR

O,

DEZE

MB

RO

2009

A REPRESENTAÇÃOCinema, teatro ou televisão?

Inês Castel-Branco: Gosto de re pre-sentar. Adorava dividir-me pe lostrês regularmente, porque são for-mas completamente diferentes defazer a mesma coisa.Lúcia Moniz: É muito difícil res -ponder. Embora sejam da mesmaárea, são desafios diferentes.ICB: Mas como espectadora, o ci -ne ma enche-me as medidas.

Ser actriz é um sonho de criança?

ICB: Nunca soube muito bem oque queria ser. Comecei por que -rer ser empregada de balcão,depois “baby-sitter”, em adoles-cente queria ser advogada masnunca gostei de estudar (tirandoalgumas disciplinas). Mudava deideias constantemente, queria sertudo e não queria ser nada. A ver-dade é que escolhi a profissão queme permite ser todas as outras.LM: O meu sonho era ser bailarina,acho que também passei pelo deser hospedeira, e, na adolescência,o de ser designer – ainda chegueia iniciar os es tudos. Depois desistipara seguir aquilo que já me corrianas veias [a música].

Quando se apercebeu de que

seria essa a sua profissão?

ICB: Estava a acabar o 12º ano enão queria ir para a universidade.Fui a uma audição para um cursode representação e senti algo de

inexplicável, como se aquele fosseo momento mais importante daminha vida até ali...LM: E eu foi quando pisei opalco, numa peça de teatro musi-cal, onde a minha função eracantar. Aí, foram-me dadas asmi nhas primeiras falas. Soube-mea pouco, queria mais.

E como foi a estreia enquanto

actriz?

LM: Foi nessa peça, “Leonardo,Barbette, Leo e os Anjos”, ence-nada por José Jorge Duarte. ICB: Profissionalmente, estreei-mena série de televisão “Uma Aven -tura na Quinta das Lágri mas”, masjá tinha feito uns trabalhos compúblico, no âmbito do curso.

E a primeira vez que pisou um

palco?

LM: Ah... a primeira vez... já nemme lembro quando foi...ICB: Comigo foi no espectáculo“Perdoa-me por me Traíres”, deNelson Rodrigues. O espaço eramínimo, uma sala tipo estúdioonde cabiam 30 pessoas e a mi nhapersonagem era uma menina cole-gial que se prostituía e, ao en gra -vidar, resolvia fazer um aborto. Naaltura fiquei sem voz, mas sentia-menas nuvens.

Em que projectos está actual-

mente envolvida?

ICB: Até há pouco tempo, estiveem cena, com o espectáculo “A

Casa de Bernarda Alba”, primeirono Teatro Meridional e depois emdigressão pelo País. Entretanto,vou integrar dois projectos deficção na RTP: uma “sitcom” euma série. Além disto, abri umaempresa que realiza sonhos a cri-anças no seu dia de aniversário(www.iwish.pt) e está a ser umsucesso; vou ter um programasobre curtas-metragens no canalde Internet Speaky.tv; e querotirar o curso de guionista.LM: Eu estou a gravar uma sérieem Toronto, intitulada “Living InYour Car”. Quando ao que vem deseguida, nada que possa para járevelar...

FORA DE CENAQuais são os seus talentos

escondidos?

ICB: Ui! Faço o melhor bolo de cho -colate do mundo – e depois obrigotoda a gente a comer. E gosto decantar em todo o lado, a toda a hora,mas talvez não lhe possamos cha -mar «talento». Ah, e conduzo bem etambém toco harmónica.LM: Bem, o meu talento é, talvez, odesenho. Também dizem que tenhomuito jeito para fazer bolachas. ICB: Eu adoro cozinhar – sou muitogulosa. Para mim, ir a um bomrestaurante é o suficiente para ficarfeliz durante um mês. Mas tambémgosto de tascas.

Quando não está a trabalhar,

como ocupa o seu tempo?

LM:Em primeiro lugar, gosto de apro -veitar para estar com a minha filha.ICB: Eu adoro reunir-me com ami-gos em tertúlias, no Bairro Alto ouna Bica. Gosto de ler – o jornal, umarevista, um livro – numa qualqueresplanada de Lisboa. E de ir para oAlentejo e não fazer absolutamentenada. Gosto de alugar quatro DVD eficar o dia todo a vê-los. Adorodançar, ir ao teatro, escrever...

Falando agora de futebol...

LM: E viva o Benfica!ICB: Eu sou do Sporting. Já fui fer-renha, quando era adolescente: iaver os jogos e sabia o nome de todoo plantel. Agora não acompanho,desinteressei-me...

Então e outros desportos?

ICB: Joguei basquetebol durantemui to tempo. Era a mais baixa,mas andava sempre a correr. Hojecorro à beira--rio, com o meu iPode os meus cães.LM: Eu também corro. E adoro nadar.

ORIGINAIS TMNIdentifica-se com esta tal de

«Inês Moniz»?

ICB: Sim, tem lá alguma coisa mi -nha... [risos]LM: Bem, espantámo-nos as duascom tantas parecenças físicas quedescobrimos nas nossas caras. Sebem que é impossível competir comaqueles olhos... [risos]

Tirando a paixão pela

representação, o que é que têm

em co mum uma com a outra?

ICB: Não sei... gosto muito da Lúciae sinto-me lisonjeada se tivermosmais coisas em comum.LM: Pelo que conheço de ti, temospelo menos outra coisa em comum:o perfeccionismo. Quando é que tra-balhamos juntas?

T 96-99OKv7.0:Layout 1 23-12-2009 12:45 Page 97

Page 98: T magazine

98

NO

VEM

BR

O,

DEZE

MB

RO

2009

entre vistas

SÁ COSTA.RICARDO SÁ PINTO + RUI COSTA

T 96-99OKv7.0:Layout 1 23-12-2009 12:45 Page 98

Page 99: T magazine

FUTEBOLEm que clube gostaria de ter

jogado?

Ricardo Sá Pinto: Nenhum em espe-cial. O que queria mesmo, na altura,era jogar pela Selecção Na cional.Rui Costa: Joguei em três grandesclubes e, de cada um, tenho re -cor dações únicas. Não lamentonada na minha carreira mas, seme tivessem deixado cumprir ocompromisso que assumi em1993, gostava de ter representadoo FC Barcelona.

Recorda-se do primeiro jogo

como profissional?

RC: Foi na Suécia, num jogo depré-época, com uma equipa ama -dora cujo nome já não me lembro.Foi especial por ser o primeiro,mas não se pode dizer que tenhasido marcante...RSP: ...pois, e no meu perdi por 2-1,frente ao Farense. Foi na épo ca1991/92 e estava no Sal gueiros.Em termos individuais, até foi umaestreia positiva: consegui controlaraquela ansiedade da primeira vez...

E como viveu o último jogo?

RSP: Com tristeza...RC: Um misto de tristeza e ale-gria: a alegria de poder terminara minha carreira no «meu» está-dio, perante o meu público. Omais difícil, por vezes, é saberquando devemos parar – e euparei quando senti que o deviafazer e creio que fiz a opçãocerta. Terminei a carreira onde a

comecei e isso foi o mais importante.Como é a vida depois dos relva-

dos?

RC: O mais importante, aquilo queme absorve todo o tempo e exigemaior empenho, é sem dúvida oBenfica [Rui Costa é, actualmente,director desportivo do clube].RSP: Muito preenchida. Sou qua -dro do Sporting [Sá Pinto ocupa ocargo de director de futebol profis-sional do clube], estou a terminar ocurso de Comunicação Empre sa rial,no ISCEM, e sou embaixa dor da PT.

E que desafios o esperam no

fu turo próximo?

RSP: Bem, tudo isso: a PT, oSpor ting, acabar a licenciatura e...algo mais. Vamos ver. RC: O meu maior projecto é oBenfica. Acredito no trabalho quetemos vindo a desenvolver. Fala -mos demasiado no futuro, mas euprefiro preocupar-me com o pre-sente. Se fizermos bem o quefazemos no nosso dia-a-dia, ospro jectos irão dar os resultadosque ambicionamos.

PRAZERES DA VIDAQuando não está a trabalhar,

como ocupa o seu tempo?

RSP: Estou sempre a trabalhar, apensar... Por vezes é um defeito, poroutras uma oportunidade. RC: Tento sempre dedicar essetempo à família.

Para além do futebol, acompa -

nha outras modalidades?

RC: Gosto um pouco de tudo, doténis ao andebol, voleibol, hóqueiem patins – que cheguei a praticarquando era miúdo, no Damaia Gi -násio Clube. Actualmente, ain da vouconseguindo jogar futsal de vez emquando com a equipa do Benfica. RSP: Eu jogo – um pouco – golfe. Ejogo ténis. Quando era miúdo, atéera um dos meus sonhos: ou serfutebolista ou tenista. RC: O meu sempre foi o futebol.Cheguei ao Benfica com nove anos,depois de ter descoberto o futebolno Damaia. Raspei muitas vezes aspernas nos pelados da Luz – as mi -nhas pernas têm marcas do Benficadesde os meus nove anos [risos].

Falando agora de música...

RSP: Variada. Depende do meuestado de espírito.RC: Os U2 sempre estiveram pre-sentes na minha vida, desde aadolescência. Também gosto, porrazões diferentes, de Eros Ramaz -zotti e Paulo Gonzo. No entanto,nunca fui de ir a concertos, muitopor culpa das obrigações profis-sionais enquanto futebolista.

E ao cinema?

RC: Nunca dispensei um bom fil -me! “Ben Hur” é, talvez, o filme daminha vida. E Morgan Freeman omeu actor favorito. E sou um fã in -condicional de filmes de acção –bem como dos do Steven Spiel berg.RSP: Eu adoro cinema, mas nãotenho tido tempo para ir. Paramim, a referência é Al Pacino. E

gosto particularmente de filmesbaseados em histórias verídicas.

Considera-se um bom garfo?

RC: A minha vida profissional sem -pre me obrigou a ter muito cuida-do com a alimentação. No entanto,a gastronomia é, sem dú vida, umprazer. E tanto sou apreciador dacozinha tradicional portuguesacomo da cozinha italiana – resulta-do dos 12 anos que vivi em Itália.RSP: Para mim, tudo o que sejasaudável e me dê energia parapensar [risos].RC: Ah, já agora: uma das minhasperdições é o marisco!

ORIGINAIS TMNIdentifica-se com este tal de

«Sá Costa»?

RSP: Clubes à parte... acho queesta fusão dava muito jeito à actualSelecção Nacional [risos].RC: [risos] Mas a parte que fala doBenfica – o «Costa» - ficou, semdúvida, melhor! Bem, o «Sá» tam-bém fez um bom trabalho... [risos].

Tirando a paixão pelo futebol, o

que é que têm em comum um

com o outro?

RC: Ser Embaixador da PT para oDesporto Escolar...RSP: E uma rede de sete milhões,onde se encontra pessoas que nemse imagina que existem.RC: Podíamos ter mais emcomum: já pensaste que, se fossesbenfiquista, terias mais alegrias[risos]? �

99

NO

VEM

BR

O,

DEZE

MB

RO

2009

SÁ COSTA – UMA ESTRELA ORIGINALAinda não há muito tempo, Sá Costa (Ricardo Sá Pinto + Rui Costa) vestiu pela última vez acamisola nº 10. Estrela do futebol português, nascido em 1972, teve a sorte de fazer boa parte dasua carreira no clube do seu coração – ao qual regressou após alguns anos a jogar no es tran -geiro. Depois de arrumar as chuteiras, a liga ção manteve-se, agora com funções de dirigente.

T 96-99OKv7.0:Layout 1 23-12-2009 12:45 Page 99

Page 100: T magazine

96

NO

VEM

BR

O,

DEZE

MB

RO

2009

INÊS CASTEL-BRANCO + LÚCIA MONIZ

entre vistas

INÊS MONIZ.Inês Castel-Branco, LúciaMoniz, Ricardo Sá Pinto e Rui Costa foram algumas das figuras públicas que deram a cara (ou melhor: meia cara)pela campanha «OriginaisTMN», lançada durante o mêsde Novem bro, para comemorar os 7 milhões de clientes daoperadora.

T 96-97 v7:Layout 1 22-12-2009 9:09 Page 96

Page 101: T magazine

CONHECE ESTES ORIGINAIS?Actriz e mulher de outros talentos, Inês Moniz é presença assídua na TV, embora estejahabituada a pisar os palcos. Entre o cinema, a televisão e o teatro, esco lhe não escolher:prefere todos, se possível. Nasceu em Lisboa, mas tem raízes açorianas – talvez seja por issoque se dá tão bem com o verbo «partir».

97

NO

VEM

BR

O,

DEZE

MB

RO

2009

A REPRESENTAÇÃOCinema, teatro ou televisão?

Inês Castel-Branco: Gosto de re pre-sentar. Adorava dividir-me pe lostrês regularmente, porque são for-mas completamente diferentes defazer a mesma coisa.Lúcia Moniz: É muito difícil res -ponder. Embora sejam da mesmaárea, são desafios diferentes.ICB: Mas como espectadora, o ci -ne ma enche-me as medidas.

Ser actriz é um sonho de criança?

ICB: Nunca soube muito bem oque queria ser. Comecei por que -rer ser empregada de balcão,depois “baby-sitter”, em adoles-cente queria ser advogada masnunca gostei de estudar (tirandoalgumas disciplinas). Mudava deideias constantemente, queria sertudo e não queria ser nada. A ver-dade é que escolhi a profissão queme permite ser todas as outras.LM: O meu sonho era ser bailarina,acho que também passei pelo deser hospedeira, e, na adolescência,o de ser designer – ainda chegueia iniciar os es tudos. Depois desistipara seguir aquilo que já me corrianas veias [a música].

Quando se apercebeu de que

seria essa a sua profissão?

ICB: Estava a acabar o 12º ano enão queria ir para a universidade.Fui a uma audição para um cursode representação e senti algo de

inexplicável, como se aquele fosseo momento mais importante daminha vida até ali...LM: E eu foi quando pisei opalco, numa peça de teatro musi-cal, onde a minha função eracantar. Aí, foram-me dadas asmi nhas primeiras falas. Soube-mea pouco, queria mais.

E como foi a estreia enquanto

actriz?

LM: Foi nessa peça, “Leonardo,Barbette, Leo e os Anjos”, ence-nada por José Jorge Duarte. ICB: Profissionalmente, estreei-mena série de televisão “Uma Aven -tura na Quinta das Lágri mas”, masjá tinha feito uns trabalhos compúblico, no âmbito do curso.

E a primeira vez que pisou um

palco?

LM: Ah... a primeira vez... já nemme lembro quando foi...ICB: Comigo foi no espectáculo“Perdoa-me por me Traíres”, deNelson Rodrigues. O espaço eramínimo, uma sala tipo estúdioonde cabiam 30 pessoas e a mi nhapersonagem era uma menina cole-gial que se prostituía e, ao en gra -vidar, resolvia fazer um aborto. Naaltura fiquei sem voz, mas sentia-menas nuvens.

Em que projectos está actual-

mente envolvida?

ICB: Até há pouco tempo, estiveem cena, com o espectáculo “A

Casa de Bernarda Alba”, primeirono Teatro Meridional e depois emdigressão pelo País. Entretanto,vou integrar dois projectos deficção na RTP: uma “sitcom” euma série. Além disto, abri umaempresa que realiza sonhos a crian-ças no seu dia de aniversário(www.iwish.pt) e está a ser umsucesso; vou ter um programasobre curtas-metragens no canalde Internet Speaky.tv; e querotirar o curso de guionista.LM: Eu estou a gravar uma sérieem Toronto, intitulada “Living InYour Car”. Quando ao que vem deseguida, nada que possa para járevelar...

FORA DE CENAQuais são os seus talentos

escondidos?

ICB: Ui! Faço o melhor bolo de cho -colate do mundo – e depois obrigotoda a gente a comer. E gosto decantar em todo o lado, a toda a hora,mas talvez não lhe possamos cha -mar «talento». Ah, e conduzo bem etambém toco harmónica.LM: Bem, o meu talento é, talvez, odesenho. Também dizem que tenhomuito jeito para fazer bolachas. ICB: Eu adoro cozinhar – sou muitogulosa. Para mim, ir a um bomrestaurante é o suficiente para ficarfeliz durante um mês. Mas tambémgosto de tascas.

Quando não está a trabalhar,

como ocupa o seu tempo?

LM:Em primeiro lugar, gosto de apro -veitar para estar com a minha filha.ICB: Eu adoro reunir-me com ami-gos em tertúlias, no Bairro Alto ouna Bica. Gosto de ler – o jornal, umarevista, um livro – numa qualqueresplanada de Lisboa. E de ir para oAlentejo e não fazer absolutamentenada. Gosto de alugar quatro DVD eficar o dia todo a vê-los. Adorodançar, ir ao teatro, escrever...

Falando agora de futebol...

LM: E viva o Benfica!ICB: Eu sou do Sporting. Já fui fer-renha, quando era adolescente: iaver os jogos e sabia o nome de todoo plantel. Agora não acompanho,desinteressei-me...

Então e outros desportos?

ICB: Joguei basquetebol durantemui to tempo. Era a mais baixa,mas andava sempre a correr. Hojecorro à beira-rio, com o meu iPode os meus cães.LM: Eu também corro. E adoro nadar.

ORIGINAIS TMNIdentifica-se com esta tal de

«Inês Moniz»?

ICB: Sim, tem lá alguma coisa mi -nha... [risos]LM: Bem, espantámo-nos as duascom tantas parecenças físicas quedescobrimos nas nossas caras. Sebem que é impossível competir comaqueles olhos... [risos]

Tirando a paixão pela

representação, o que é que têm

em co mum uma com a outra?

ICB: Não sei... gosto muito da Lúciae sinto-me lisonjeada se tivermosmais coisas em comum.LM: Pelo que conheço de ti, temospelo menos outra coisa em comum:o perfeccionismo. Quando é que tra-balhamos juntas?

T 96-97 v7:Layout 1 22-12-2009 9:09 Page 97

Page 102: T magazine

98

NO

VEM

BR

O,

DEZE

MB

RO

2009

entre vistas

SÁ COSTA.RICARDO SÁ PINTO + RUI COSTA

T 96-97 v7:Layout 1 22-12-2009 9:10 Page 98

Page 103: T magazine

FUTEBOLEm que clube gostaria de ter

jogado?

Ricardo Sá Pinto: Nenhum em espe-cial. O que queria mesmo, na altura,era jogar pela Selecção Na cional.Rui Costa: Joguei em três grandesclubes e, de cada um, tenho re -cor dações únicas. Não lamentonada na minha carreira mas, seme tivessem deixado cumprir ocompromisso que assumi em1993, gostava de ter representadoo FC Barcelona.

Recorda-se do primeiro jogo

como profissional?

RC: Foi na Suécia, num jogo depré-época, com uma equipa ama -dora cujo nome já não me lembro.Foi especial por ser o primeiro,mas não se pode dizer que tenhasido marcante...RSP: ...pois, e no meu perdi por 2-1,frente ao Farense. Foi na épo ca1991/92 e estava no Sal gueiros.Em termos individuais, até foi umaestreia positiva: consegui controlaraquela ansiedade da primeira vez...

E como viveu o último jogo?

RSP: Com tristeza...RC: Um misto de tristeza e ale-gria: a alegria de poder terminara minha carreira no «meu» está-dio, perante o meu público. Omais difícil, por vezes, é saberquando devemos parar – e euparei quando senti que o deviafazer e creio que fiz a opçãocerta. Terminei a carreira onde a

comecei e isso foi o mais importante.Como é a vida depois dos relva-

dos?

RC: O mais importante, aquilo queme absorve todo o tempo e exigemaior empenho, é sem dúvida oBenfica [Rui Costa é, actualmente,director desportivo do clube].RSP: Muito preenchida. Sou qua -dro do Sporting [Sá Pinto ocupa ocargo de director de futebol profis-sional do clube], estou a terminar ocurso de Comunicação Empre sa rial,no ISCEM, e sou embaixa dor da PT.

E que desafios o esperam no

fu turo próximo?

RSP: Bem, tudo isso: a PT, oSpor ting, acabar a licenciatura e...algo mais. Vamos ver. RC: O meu maior projecto é oBenfica. Acredito no trabalho quetemos vindo a desenvolver. Fala -mos demasiado no futuro, mas euprefiro preocupar-me com o pre-sente. Se fizermos bem o quefazemos no nosso dia-a-dia, ospro jectos irão dar os resultadosque ambicionamos.

PRAZERES DA VIDAQuando não está a trabalhar,

como ocupa o seu tempo?

RSP: Estou sempre a trabalhar, apensar... Por vezes é um defeito, poroutras uma oportunidade. RC: Tento sempre dedicar essetempo à família.

Para além do futebol, acompa -

nha outras modalidades?

RC: Gosto um pouco de tudo, doténis ao andebol, voleibol, hóqueiem patins – que cheguei a praticarquando era miúdo, no Damaia Gi -násio Clube. Actualmente, ain da vouconseguindo jogar futsal de vez emquando com a equipa do Benfica. RSP: Eu jogo – um pouco – golfe. Ejogo ténis. Quando era miúdo, atéera um dos meus sonhos: ou serfutebolista ou tenista. RC: O meu sempre foi o futebol.Cheguei ao Benfica com nove anos,depois de ter descoberto o futebolno Damaia. Raspei muitas vezes aspernas nos pelados da Luz – as mi -nhas pernas têm marcas do Benficadesde os meus nove anos [risos].

Falando agora de música...

RSP: Variada. Depende do meuestado de espírito.RC: Os U2 sempre estiveram pre-sentes na minha vida, desde aadolescência. Também gosto, porrazões diferentes, de Eros Ramaz -zotti e Paulo Gonzo. No entanto,nunca fui de ir a concertos, muitopor culpa das obrigações profis-sionais enquanto futebolista.

E ao cinema?

RC: Nunca dispensei um bom fil -me! “Ben Hur” é, talvez, o filme daminha vida. E Morgan Freeman omeu actor favorito. E sou um fã in -condicional de filmes de acção –bem como dos do Steven Spiel berg.RSP: Eu adoro cinema, mas nãotenho tido tempo para ir. Paramim, a referência é Al Pacino. E

gosto particularmente de filmesbaseados em histórias verídicas.

Considera-se um bom garfo?

RC: A minha vida profissional sem -pre me obrigou a ter muito cuida-do com a alimentação. No entanto,a gastronomia é, sem dú vida, umprazer. E tanto sou apreciador dacozinha tradicional portuguesacomo da cozinha italiana – resulta-do dos 12 anos que vivi em Itália.RSP: Para mim, tudo o que sejasaudável e me dê energia parapensar [risos].RC: Ah, já agora: uma das minhasperdições é o marisco!

ORIGINAIS TMNIdentifica-se com este tal de

«Sá Costa»?

RSP: Clubes à parte... acho queesta fusão dava muito jeito à actualSelecção Nacional [risos].RC: [risos] Mas a parte que fala doBenfica – o «Costa» - ficou, semdúvida, melhor! Bem, o «Sá» tam-bém fez um bom trabalho... [risos].

Tirando a paixão pelo futebol, o

que é que têm em comum um

com o outro?

RC: Ser Embaixador da PT para oDesporto Escolar...RSP: E uma rede de sete milhões,onde se encontra pessoas que nemse imagina que existem.RC: Podíamos ter mais emcomum: já pensaste que, se fossesbenfiquista, terias mais alegrias[risos]? �

99

NO

VEM

BR

O,

DEZE

MB

RO

2009

CONHECE ESTES ORIGINAIS?Ainda não há muito tempo vestiu pela última vez a camisola nº 10. Sá Costa, estrela do fute-bol português, nascido em 1972, teve a sorte de fazer boa parte da sua carreira no clube doseu coração – ao qual regressou após alguns anos a jogar no es trangeiro. Depois dearrumar as chuteiras, a liga ção manteve-se, agora com funções de dirigente.

T 96-97 v7:Layout 1 22-12-2009 9:10 Page 99

Page 104: T magazine

Há muito que o mundo ansiava por algo do género– muito por culpa das ficções televisivas e cine-matográficas, que há muito o utilizavam comorecurso mais-ou-menos futurístico. Pois bem, essefuturo (pelo menos «esse») chegou, pela mão da coreana LG. O novo GD910 – do qual já muito se havia falado nos últi-mos três anos – transfere para o pulso um telemóvel deterceira ge ração dotado de ecrã táctil (pequeno, é certo, masfuncional), leitor de mp3, marcação por voz, a cinematográ-fica função de videochamada (cuja câmara serve tambémpara tirar foto gra fias) e, para que não seja necessário fazerfigura de Dick Tracy falando para o pulso no meio da rua,conectividade para auricular Bluetooth (incluído). E, claro,convém não esquecer a função de relógio.A seu favor, o GD910 tem ainda os 130 gramas de peso e aelegância do design.Resta ver, pegando a moda, o que o futuro nos reserva.Potencial não falta.�

FUTURO DE PULSO

PVP: €999,90

(oferta de auricular Bluetooth

e cabo de dados)

À venda em www.tmn.pt

e nas lojas Boutique dos Relógios.

Saiba mais em http://lgwatchphone.com 100

NO

VEM

BR

O,

JDE

ZEM

BR

O2

00

9

entretanto I relógio-telemóvel I

T 100-101 v7:Layout 1 22-12-2009 9:11 Page 100

Page 105: T magazine

101

NO

VEM

BR

O,

JDE

ZEM

BR

O2

00

9

I on-line I entretanto

Agora é possível programar o MEO à distância. A inovaçãoé, desde o primeiro dia, um dos pratos fortes do MEO.Empenhada em manter esse atributo bem presente junto do público, a opera-dora do Grupo PT lançou uma nova funcionalidade diferenciadora: aGravação Remota. Com este novo serviço gratuito, o cliente pode agendar a gravação dos seusprogramas favoritos à distância. A partir do “login” no websitewww.meo.pt/mymeo, existem duas formas de aceder a esta funcionalidade:através do computador (e em três passos simples: consultar o Guia TV, selec-cionar o programa pretendido e agendar gravação clicando na opção“Gravar”) ou através do telemóvel TMN (disponível apenas para equipamen-tos de terceira geração). Saiba mais em www.meo.pt.�

Já pode comprar bilhetes para ver o clube do seucoração sem filas nem deslocações. A TMN lançou recen-temente, em parceria com a Benfica Multimédia, a “BilheteiraBenfica”, que permite comprar ingressos para jogos do clube noEstádio da Luz através do telemóvel. Disponível no portal internet notelemóvel da TMN (http://m.tmn.pt), este serviço permite a comprade bilhetes de forma simples, rápida e eficaz, sem filas nem deslo-cações. Nesta fase inicial, o pagamento é efectuado através de cartãode crédito – estando prevista para breve a disponibilização de outrosmeios de pagamento, nomeadamente o MB Phone. �

BILHETEIRA BENFICAO GLORIOSO NO TELEMÓVEL

GRAVAÇÃO REMOTAQUANDO O TELEMÓVEL

VIRA COMANDO

Foto

graf

ia:

DN

T 100-101 v7:Layout 1 22-12-2009 9:11 Page 101

Page 106: T magazine

102

NO

VEM

BR

O,

DE

ZEM

BR

O2

00

9

entretanto I iniciativa I

O escritor e artista plástico brasileiro Nuno Ramos, autor de "Ó", é o grande vencedor da edição2009 do Prémio Portugal Telecom de Literatura em Língua Portuguesa, atribuído emNovembro em São Paulo. João Gilberto Noll (com o livro "Acenos e Afagos") e Lourenço Mutarelli ("A Arte deProduzir Causa sem Efeito") também escritores brasileiros, ocuparam os outros dois lugares do pódio de um dosmais prestigiados prémios literários de língua portuguesa. Entre os dez finalistas – de um galardão que distingueas obras editadas no ano anterior no Brasil – havia desta vez quatro portugueses: António Lobo Antunes, José LuísPeixoto, Inês Pedrosa e Gonçalo M. Tavares, que saiu vencedor em 2007, com “Jerusalém”.A cerimónia decorreu a 10 de Novembro, em São Paulo, tendo a entrega de prémios sido assegurada pelo secretáriomunicipal de Cultura de São Paulo, Carlos Augusto Calil, pelo presidente da Portugal Telecom, Zeinal Bava, o presi -dente da Portugal Telecom Brasil, Shakhaf Wine, e o vice-presidente da Portugal Telecom Brasil, Abílio Martins.«Se somos do tamanho do que vemos», afirmou na ocasião Zeinal Bava, «os países são em boa medida do tamanho dasua cultura e do seu alcance no mundo – a cultura literária em língua portuguesa mostra que está mais viva que nuncae que é uma bandeira dos laços que historicamente unem os 250 milhões falantes do português no mundo.»�

PRÉMIO PT DE LITERATURACONTINUA A DISTINGUIR A

LÍNGUA PORTUGUESA

T 102-103 v7:Layout 1 19-12-2009 9:24 Page 102

Page 107: T magazine

103

NO

VEM

BR

O,

DE

ZEM

BR

O2

00

9

I on-line I

Com o advento das redes sociais, acompanhar tudo o que sepassa e manter todos os perfis actualizados tornou-se prati-camente um trabalho a tempo inteiro. O Pond dá uma ajuda.Ter um “login” para cada rede social ou “website” onde se tem conta (e me -morizá-lo) é agora uma coisa do passado. O novo serviço Pond, o primeiro dogénero em Portugal, agrega diversas contas “on-line” e torna-as acessíveis apartir de um único ponto – que pode ser consultado nas diversas plataformasdisponibilizadas pela PT (PC, telemóvel e televisão). Twitter, Flickr, SAPO Fotos, YouTube, SAPO Vídeos, Facebook, SAPO Blogs e“feeds” RSS e Atom são os serviços actualmente suportados, estando previs-to o alargamento a outras comunidades “on-line”, nomeadamente Hi5, Picasae MySpace.Acedendo a um único URL ou através de uma única entrada, o utilizador podevisualizar toda a actividade ou publicar directamente conteúdos (textos, comen-tários, fotografias, vídeos, etc.) nos vários serviços subscritos. O serviço pode ser acedido via Internet, usando quer os “browsers” nativos doPC/telemóvel quer aplicações específicas criadas para o efeito para algumasdaquelas plataformas – “smartphone” (iPod, iPhone, Nokia WRT e WindowsMobile) e “desktop” (para Windows, Mac e Linux).�Mais informações e registo em http://web.pond.pt

POND CONCENTRADO

DE WEB 2.0

Uma montra “on-line” de aplicações para tele mó vel.Com a criação da TMN App Store, o “download” de aplicaçõespara telemóvel acabou de se tornar mais prático. Através do“website” www.tmn.pt ou do portal Internetnotelemóvel(m.tmn.pt), este novo serviço reúne numa só loja virtual cen-tenas de aplicações móveis, quer de entretenimento, quer detrabalho: dicionários, horóscopo, videojogos, guias, mapas,saúde, desporto, receitas, redes sociais e várias outras ferra-mentas para ajudar a matar o tempo ou a rentabilizá-lo.As aplicações pagas são adicionadas à factura ou descontadasdirectamente no saldo do cartão TMN.�

TMN APP STOREA LOJA DE

APLICAÇÕES

T 102-103 v7:Layout 1 19-12-2009 9:24 Page 103

Page 108: T magazine

ARCTIC MONKEYS104

NO

VEM

BR

O,

DE

ZEM

BR

O2

00

9

ATÉ JÁ!AGENDA

01JANEIROBAILADOO QUEBRA-NOZESO aclamado bailado de Pyotr Tchai -kovsky chega aos palcos portuguesespela mão do Bailado Nacional deRostov. Os brinquedos e as criançassão os protagonistas desta magníficafábula sobre o mundo dos sonhos e asaudade da infância que acabou porse tornar um clássico. Um espectá -cu lo para toda a família.

1 de Janeiro Coliseu dos Recreios, Lisboa7 de JaneiroColiseu do PortoBilhetes a partir de €10 (Lisboa) e €15 (Porto)

16JANEIRO MÚSICA AIRTrês anos após a sua última passagem por Portugal, Jean Benoît e Nicolas Godinregressam ao Coliseu dos Recreios, agora para apresentar ao vivo “Love 2”, o seunono disco, lançado em Outubro de 2009. A digressão, iniciada em Novembro,durará até finais de Fevereiro e, depois de Lisboa, levará a dupla francesa aEspanha, Itália, Alemanha, Suíça, França, Bélgica, Holanda, Luxemburgo, Roménia,Irlanda e Inglaterra (www.aircheology.com).

16 de Janeiro, Coliseu dos Recreios, LisboaBilhetes a partir de €28

02FEVEREIRO MÚSICA ARCTIC MONKEYSDa primeira vez esgotaram o Paradise Garage, em Lisboa. Da segunda, subiram afasquia – e esgotaram o Coliseu dos Recreios. Em 2010, regressam a Portugal,agora em dose dupla: Coliseu do Porto, a 2 de Fevereiro, e Campo Pequeno, nodia seguinte. Na bagagem, trazem “Humbug”, o seu terceiro registo de estúdio,produzido por Josh Homme, mentor dos Queens of the Stone Age.(www.myspace.com/arcticmonkeys).

2 de Fevereiro, Coliseu do Porto - 3 de Fevereiro, Campo Pequeno, LisboaBilhetes a partir de €24

T 104-105 v7:Layout 1 22-12-2009 9:14 Page 104

Page 109: T magazine

JOSS STONE

105

NO

VEM

BR

O,

DE

ZEM

BR

O2

00

9

14FEVEREIROMÚSICAJOSS STONECom a edição do há muito aguardado“Colour Me Free”, lançado a 2 deNovembro de 2009, a menina queri-da da “soul” britânica está de volta.A digressão de apresentação do seuquarto registo de estúdio durará atéfinais de Março, com duas datasmarcadas em Portugal: 14 e 15 deFevereiro, nos Coliseus de Porto eLisboa.

14 de Fevereiro Coliseu do Porto15 de FevereiroColiseu dos Recreios, LisboaBilhetes a partir de €24 (Porto) e €28 (Lisboa)

ORA-NOZES

bailado de Pyotr Tchai -a aos palcos portugueseso Bailado Nacional derinquedos e as crianças

gonistas desta magníficao mundo dos sonhos e anfância que acabou por

m clássico. Um espectá -da a família.

o Recreios, Lisboa

oPortopartir de €10 (Lisboa) o)

20MARÇOÓPERACARMENA Ópera Nacional da Moldávia traz aPortugal uma super-produção de“Carmen”, de Georges Bizet, umadas mais emblemáticas peças dorepertório lírico. Os amores e desa -mores da cigana Carmen, do soldadoDon José e da sua prometida Micaëlasão levados à cena nos Coliseus deLisboa e Porto, em Março.

20 de MarçoColiseu do Porto 26 e 27 de MarçoColiseu dos Recreios, LisboaBilhetes a partir de €10 (Lisboa) e €15 (Porto)

S. Da segunda, subiram a0, regressam a Portugal,o, e Campo Pequeno, noceiro registo de estúdio,

Stone Age.

ampo Pequeno, Lisboa

T 104-105 v7:Layout 1 22-12-2009 9:14 Page 105

Page 110: T magazine

o meu t I p & r I

106

NO

VEM

BR

O,

DE

ZEM

BR

O2

00

9

PEDRO FERNANDES

FOTOGRAFIA ANTÓNIO LAMAS

Costuma esquecer-se do telemóvel?

Nunca me esqueço do telemóvel e estou sempre contactável. Se nãoatendo é porque não me apetece. Se calhar não devia estar a dizer isto.Fico sem desculpa. Bolas!

Usa o telemóvel para pôr a conversa em dia ou limita as conver-

sas ao essencial?

Curto e grosso. Poupei imenso com o fim da facturação ao minuto.Que funções do seu telemóvel utiliza com mais frequência?

E-mail, Internet, Twitter, GPS, Fotos, Qik, Meteo, SMS e... como é quediz... fazer chamadas! É isso.

Costuma usar a câmara fotográfica?

Normalmente para tirar fotografias. É nisso que ela é boa. Já experi-mentei cozinhar mas a única coisa que fazia era os olhos vermelhos àssardinhas.

Que telemóvel tem actualmente?

Nokia N97 e N95.Para si o telemóvel é uma ferramenta ou um acessório estético?

Claramente uma ferramenta. Ainda ontem mudei um pneu com o meu.Se tiver umas pedrinhas de esmeraldas incrustadas de certeza que nãodá tanto jeito.

Quantos segundos demora a escrever em SMS «O rato roeu a

rolha da garrafa de rum do rei da Rússia»?

Nunca cronometrei. Deixa ver... 23 segundos! Que tal?Sente-se dependente do telemóvel para funcionar bem no dia-a-dia?

Sim. E imaginar que há tão pouco tempo não nos faziam falta nenhuma.É utilizador da Internet No Telemóvel?

Uso normalmente, e para todos os “sites”, como se de um computadorse tratasse.

Se pudesse, a quem fazia um «moche»?

Ao Benfica. Como sportinguista que sou, deve ser a única forma deficar por cima deles este ano.�

NASCEU EM 1978. AO CONCLUIR O CURSO DE PUBLICIDADE E

MARKETING, DECIDIU INVESTIR NUMA CARREIRA DE ACTOR E

GUIONISTA DE HUMOR. PASSOU PELOS PROGRAMAS “REVOLTA

DOS PASTÉIS DE NATA”, “SEMPRE EM PÉ” E “CAIA QUEM CAIA”– ONDE SE REVELOU COMO APRE SENTA DOR/RE PÓR TER.ACTUALMENTE, É ANFITRIÃO NAS QUINTAS-FEIRAS DO “TALK-SHOW” “5 PARA A MEIA-NOITE” (RTP2).

APRESENTADOR, GUIONISTA, LOCUTOR, ACTOR, 31 ANOS

Acompanhe Pedro Fernandes em www.facebook.com/oartistaconhecidoporpacheco e em twitter.com/PedroFernandes

T 106 v7:Layout 1 19-12-2009 9:29 Page 106

Page 111: T magazine

1820 19-12-2009 9:53 Page 1

Page 112: T magazine

Project1 19-12-2009 10:00 Page 1