t. geral do processo - thiana cabral

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Teoria Pode existir processo sem lide, mas comumente existe um processo com uma pretensão resistida (lide). Se o processo é meio pelo qual o Estado-juiz exerce sua jurisdição, o direito processual vai dizer como Estado-juiz vai aplicar o direito material, limitando os poderes dos juiz. O direito material (norma abstrata) por exemplo diz que que a pessoa ofendida tem direito a reparação. O direito processual vai dizer como essa pessoa vai até o Estado-juiz e como esse Estado-juiz vai obrigar o réu a pagar essa reparação (é o instrumento de aplicação do direito material). Fases do Direito processual e material: Fase sincretista em que se confundia direito material com direito processual. Fase autonomista: fase em que isola o direito material do direito processual. Fase instrumentalista- Vai dizer que existe uma relação circular de interdependência entre o direito processual e o direito material, onde ambos estão nos mesmo nível de importância. Hoje se fala em neoprocessualismo, que é enxergar o direito processual a luz do devido processo legal, dentro das garantias e princípios constitucionais sem perder a linha de sua formação circular . Ele é formal porque através do formalismo que dá ao processo com seus procedimentos é que limitará o poder do Estado. 12/06/2013 Devido Processo Legal - princípio da efetividade - adequação/adaptabilidade - contraditório e ampla defesa : art. 5 CF inc LV (participação e possibilidade de influenciar a decisão judicial).

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Teoria Geral do processo Thiana cabral

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Teoria Pode existir processo sem lide, mas comumente existe um processo com uma pretensão resistida (lide). Se o processo é meio pelo qual o Estado-juiz exerce sua jurisdição, o direito processual vai dizer como Estado-juiz vai aplicar o direito material, limitando os poderes dos juiz. O direito material (norma abstrata) por exemplo diz que que a pessoa ofendida tem direito a reparação. O direito processual vai dizer como essa pessoa vai até o Estado-juiz e como esse Estado-juiz vai obrigar o réu a pagar essa reparação (é o instrumento de aplicação do direito material). Fases do Direito processual e material: Fase sincretista em que se confundia direito material com direito processual. Fase autonomista: fase em que isola o direito material do direito processual. Fase instrumentalista- Vai dizer que existe uma relação circular de interdependência entre o direito processual e o direito material, onde ambos estão nos mesmo nível de importância. Hoje se fala em neoprocessualismo, que é enxergar o direito processual a luz do devido processo legal, dentro das garantias e princípios constitucionais sem perder a linha de sua formação circular . Ele é formal porque através do formalismo que dá ao processo com seus procedimentos é que limitará o poder do Estado. 12/06/2013 Devido Processo Legal - princípio da efetividade - adequação/adaptabilidade - contraditório e ampla defesa : art. 5 CF inc LV (participação e possibilidade de influenciar a decisão judicial).

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Princípios explícitos ou expressos é que estão diretamente na constituição, mas posso ter principios implicitos tbm. - Direito fundamental à publicidade (princípio constitucional explícito): a constituição (ver art. 5 inc. LX e art 93, IX, X que são os limites da publicidade e o art 5 XXXIII fala da publicidade) garante que o processo seja publico, pois o sigilo não faz parte de um processo devido e legal, uma vez que é uma forma de toda sociedade participar do processo legal, limitando o Estado. Tenho publicidade interna e externa. A publicidade interna diz respeito as partes do processo diretamente envolvida que é uma garantia de que ambas participaram e tiveram ciência de todo o processo. A publicidade externa diz respeito a terceiros (sociedade civil). Essa publicidade pode sofrer limitações (mas esse direito fundamental deve ser garantido em sua máxima limitando apenas o que for estritamente necessário) pois pode entrar em conflito com outro direito fundamental (como direito a intimidade). Limitações a publicidade externa , quando envolve processo de incapaz (menor de idade, débil mental), vedando apenas o nome da parte no diário oficial, como também veda a participação em audiência a público. Vale lembrar que não somente envolve incapaz pois, também posso ter casos que vedam a publicidade externa quando por exemplo quebra de sigilo bancário, processos de cirurgias plásticas que envolve fotos e o réu pode, em nome do princípio da intimidade, solicitar vedação à publicidade externa. Mas eu posso ter também uma limitação da publicidade interna quando tenho conflito com direitos fundamentais, por exemplo com o direito fundamental à efetividade do processo. Ex: um réu está devendo e não pagou nem de forma acordada e nem quando o juiz obrigou a pagar. Nesse caso, o juiz pode fazer a penhora online bloqueando a conta do réu e para ele não sacar o dinheiro e garantir a efetividade do processo, ele não saberá até que o bloqueio de sua conta seja efetivado (momentaneamente houve uma proporcionalidade aqui ponderando o principio da publicidade). Com o surgimento da internet veio a lei do processo eletrônico onde a pessoa não precisa ir até o balcão e solicitar o processo, mas num mundo de hoje em que a pessoa pode pegar e um processo e divulgar num blog por exemplo, o CNJ emitiu uma resolução (nº 121/2010) para regular essa limitação à publicidade. - Princípio da razoável duração do processo: não está na constituição e sim no pacto da São José da costa rica, mas como a constituição diz que os tratados internacionais tem vinculação à constituição (ver gravação) se torna princípio explícito. Mas vale lembrar que existem os prazos e não posso atropelar o processo, então razoável duração do processo é uma celeridade que respeita o tempo normal do processo (são dilações/tempo devidas). Não pode haver dilações indevidas quando por exemplo um advogado utiliza do

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direito de ampla defesa e indica 5 testemunhas de cinco cidades diferentes e distantes utilizando da precatória aumentar o tempo do processo (dilação indevida). (parênteses)Precatória- quando por distância da comarca, um juiz manda um outro juiz (deprecado) ouvir a testemunha ou réu em sua cidade de origem, mas esse juiz só faz ouví-lo, não toma nenhuma decisão. 03/07/2013 Princípio fundamental expresso (CF art 5 caput) Igualdade: essa igualdade deve ser substancial (tratar os desiguais na medida da sua desigualdade para alcançar a igualdade) e nao meramente formal. A paridade de armas por exemplo é um exemplo de igualdade desde que todos estejam igualmente aptos, dando por exemplo um prazo em dobro para um defensor público, o prazo especial para recurso e contestação para a Fazenda, ver também Art 475 do CPC. Portanto no CPC a igualdade trata da paridade de armas onde o Direito dará mais armas para quem estiver em situação de desvantagem no processo, para ter igualdade no processo no limite da desigualdade. Princípio dispositivo (as partes darem início e impulso ao processo): historicamente era inquisitivo (de ofício) onde o juiz tinha muitos poderes, um processo arbitrário onde o magistrado dava inicício ao processo, sem o réu ter ciência, produzia as provas e dava a decisão. O poder hoje é dispositivo onde o poder maior fica nas mãos das partes. Para falar em princípio dispositivo devemos falar também de Princípio da demanda onde exige que terceiros (as partes no direito privado e o Ministério Público no âmbito de direito público) iniciem o processo e não juiz na maioria dos casos (exceção a abertura de inventário e iniciar execução de ação trabalhista transitada em julgado que pode ser feito pelo juiz), portanto as parte devem iniciar o processo. Outro fator que torna o processo mais dispositivo é a produção de provas onde as partes produzem (mas é bom deixar claro que um processo não é extremamente dispositivo pois aqui por exemplo o juiz pode requerer provas). No âmbito do processo penal podemos falar em processo acusatório onde a a parte que deu entrada vai requerer prova (ver gravação). Afastar o processo inquisitivo é garantir o princípio do devido processo penal. Princípio expresso da Imparcialidade (CF ART. 5, XXXVII) : onde não pode existir tribunal pu juízo de exceção, onde não se pode escolher o juiz depois do fato ocorrido e direcionar um juiz em favorecimento de alguem. Essa imparcialidade deve ser enxergada como um juiz desinteressado no resultado da causa (não significa dizer que ele é neutro), daí a lei estabelecerá nos art 134 e 135 do CPC os casos de suspensão e impedimento de julgar uma causa.

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Princípio Constitucional da Instrumentalidade das formas: sempre que um ato praticado em desacordo com a forma (não prevista pela lei) mas atingiu o seu fim. Principio da Persuasão racional do juiz e princípio da motivação das decisões (CF art 93, IX): o juiz vai analisar de forma livre uma prova e decidir de acordo com sua motivação mas de forma racional, analisando o processo de forma racional se atendo ao que se encontra no processo, ele tem livre poder de decisão. Fala-se no processo civil em verdade formal (que não significa que o juiz tenha que se limitar apenas às provas das partes e não possa pedir uma inspeção judicial, requerer provas para auxiliar na sua decisão) e em direito penal em verdade real (mas essa verdade real deve ser com base nas provas produzidas). Mas tanto na área cível, penal, trabalhista, o juiz não deve fugir das provas produzidas pelas partes. Princípio do duplo grau de jurisdição (?): se discute se existe esse princípio. O poder judiciário rever sua própria decisão. Exemplo: uma decisão em primeiro grau é proferida e a pessoa vai e entra com recurso no tribunal para rever a decisão. A crítica de não existir esse princípio é porque a na CF existem processos que não existe recurso como processos que vão direto para o STF por exemplo sem passar pelo primeiro grau. Outra crítica é que se trata apenas de um direito de ação e de recorrer estabelecido em legislação. Princípio da Boa-fé objetiva: extraída da clausula geral do processo legal, mas ela mesma é uma cláusula geral. Trata-se de uma atuação no processo, que vai exigir um determinado comportamento das partes e do juiz (arts. 14, 15 do CPC). Essa boa fé deve ser analisada de forma objetiva, como por exemplo mesmo que na minha intimidade eu esteja devendo, e eu quero arrastar o processo para postergar o processo, mas eu utilizo o prazo legal e uso um argumento, então teve uma boa-fé objetiva. Exemplo de má-fé: eu não posso fechar um acordo e ao final mudar o comportamento negando o acordo. O juiz tem o dever de cooperação com o andamento do processo. Novo assunto: JURISDIÇÃO: meio pelo qual o Estado realiza a heterocomposição (um terceiro) e resolve o conflito. 1. Função atribuída a terceiro imparcial: 1.1- de realizar o direito de modo imperativo (impõe a solução) 1.2- criativo [norma jurídica (é como se fosse a fundamentação do juiz) que é a interpretação da norma legal do legislador à luz da Constituição. Essa norma jurídica vai chegar à norma individualizada que é o dispositivo da decisão que se aplica apenas aquele indivíduo. A norma jurídica pode servir para chegarmos a um precedente judicial].

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1.3- reconhecendo/ efetivando / protegendo situações jurídicas [a jurisdição é exercida em três tutelas (três fases): a) de conhecimento: judiciário conhecer a situação e dizer que ela ocorreu e chegar à conclusão que é direito; b) executiva: transformar a tutela que foi conhecida transformando em algo palpável, obrigando o cumprimento o que é de direito ; c) cautelar ou inibitória: para resguardar um direito concedendo algo/proteger uma situação jurídica, ou inibindo que algo aconteça até que se passe pela tutela de conhecimento e executiva]. Lembrando que liminar é o momento que a decisão é proferida no início do processo, mas medida cautelar ou inibitória pode ser dada durante o processo, e comumente se chama tudo de liminar. 1.4- concretamente deduzidas (sempre se analisa à luz do caso concreto) 1.5- em decisão insuscetível de controle externo (o poder executivo e legislativo não podem interferir na decisão do poder judiciário que é bem diferente do conceito de controle externo do judiciário onde são fiscalizadas suas contas por exemplo. A decisão só pode sofrer controle interno). 1.5- e com aptidão para tornar-se indiscutível [mas existem decisões judiciais que não transforma a coisa material em material (execução) ficando apenas na coisa julgada formal, podendo propor uma nova ação] PRINCÍPIOS DA JURISDIÇÃO 1. Princípio da investidura: só pode exercer função jurisdicional aquele que está investido

no cargo de juiz. 2. Princípio da territorialidade: o magistrado investido só pode atuar nos limites territoriais

da sua jurisdição, no limite do território que ele atua. O juiz federal por exemplo, só pode exercer sua jurisdição no limite de sua seção ou subseção. Aqui se aplicam as cartas precatórias (ouvir uma testemunha por exemplo de outra cidade que foge dos seus limites de jurisdição pedindo a outro juiz para ouvir a testemunha e relatar para o juiz que solicitou a precatória) e cartas rogatórias (nos casos de fora do país). Ver art 107 e 230 do CPC que tratam de situações mais complicadas onde se abrem exceções e são mitigadas/ponderadas a situação da territorialidade.

3. Princípio da competência: atuar na jurisdição nos limites de sua competência. Um juiz de família não pode atuar em vara criminal por falta de competência.

4. Princípio da indelegabilidade: a função jurisdicional não se pode ser delegada, mas há exceções como a carta de ordem onde é feita uma apelação para o tribunal (o desembargador tem jurisdição por todo território estadual) e o tribunal quer a produção de prova em outra cidade distante e delega a um magistrado de primeira instância. Outro exemplo é o ato ordenatório onde um juiz delega a um escrivão para

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automaticamente escrever no diário oficial para intimar alguém por exemplo. Mas a decisão é indelegável (mas existe apenas uma exceção no art 93 XI da CF).

5. Princípio da inevitabilidade: as partes tem de submeter ao ato decisório (decisão jurisdicional).

6. Princípio da inafastabilidade da jurisdição: o magistrado não pode se negar de julgar/decidir, ainda que não tenha lei expressa (aí ele vai resolver a questão à luz da Constituição, ver art. 5 XXXV da CF). A própria CF estabelece o que é que não pode ser julgado pelo poder judiciário (art. 52 I e II).

7. 06/07/2013 princípio implícito do juiz natural: extraído de dois outros princípios const que nao haverá juízo de exceção e ninguém sera julgado que nao seja por juiz competente. A doc (parênteses) é um defensor por exemplo designado a uma causa. Nós temos que ter juízos (juiz) pré-estabelecidos e não após a ocorrência penal. O juízo deve ser competente para apreciar a causa. Ver a CF art. 5, XXXVII, LIII.

(parênteses) lide: pretensão existida. Jurisdição voluntária: existem questões não conflituosas que tem que passar pelo Estado para que possa produzir efeitos, uma vez que há o interesse público sobre o privado, mesmo que não haja conflito entre as partes (o CPC trata disso a partir do art. 1103). Exemplo: para se casar não há um grau de litigiosidade (contenciosa), mas tem que passar pelo ESTADO. Essa atividade estatal tem que sofrer integração para integrar a vontade das partes que por si só não produz efeitos, e para que a vontade seja integrada ela sofre uma fiscalização. Aqui em alguns casos há um juiz que pode agir de ofício (art. 1142, 1129) que vai de encontro ao princípio da demanda na jurisdição contenciosa, e portanto é uma característica da jurisdição voluntária. Uma crítica que existe em relação à jurisdição voluntária é que ela não é voluntária, uma vez que as partes tem que obrigatoriamente se submeter a essa jurisdição. Exemplos: casamento, interdição. Mas existem outros procedimentos que podem ser facultativos como a notificação extrajudicial. Há uma outra crítica à jurisdição voluntária que não seria jurisdição uma que vez que nao existe conflito entre as partes (mesmo que adiante possa vir a existir mas a principio nao existe) utilizando o termo sem fins objetivos, apenas porque há a presença de um terceiro (estado). A jurisdição voluntária tem duas carasterísticas as marcantes: a) inquisitoriedade: em alguns casos bem restritos na jurisdição contenciosa pode ir para

inquisitotiedade ma muito pouco (por atuar no interesse das partes para resolver o conflito que é de interesse privado mas não significa que não é de interesse público ). Na jurisdição voluntária o juiz age mais de forma inquisitória por agir de ofício em

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casos, e por ser de interesse público a atuação do juiz. Ele ganha mais inquisitoriedade por não haver conflito entre as partes.

b) Possibilidade de decisão fundada em equidade (justiça): pelo juiz julgar de acordo com o que for melhor no caso concreto(art. 1109 CPC). Como o CPC é anterior à CF de 1988 essa era a forma de agir conforme a justiça. Hoje ele vai agir conforme a Constituição se agarrando aos valores constitucionais que também é característica da jurisdição contenciosa

c) Participação do Ministério Público (art. 1105 do CPC que deve ser interpretado juntamente com o art. 82): ele vai participar para opinar fiscalizando, como custus legis. Mas existem procedimentos de jurisdição voluntária que não há necessidade de participação do MP (uma notificacao extrajudicial, divorcio consensual sem filhos, por exemplo). Diferentemente de um processo penal (jurisdicao contenciosa) por exemplo que o MP atua como parte do processo (desde o início). Vale dizer que o Ministério público não é citado como diz no art. 1105 do CPC, sendo sim notificado ou intimado. Casos de alienação de coisa comum onde as duas partes por exemplo não quer mais compartilhar o bem tendo que fazer a divisão das partes atraves de jurisdicao voluntária não há necessidade de intervenção do ministério público por nao haver indisponibilidade subjetiva (por não haver incapaz) e o bem nao é de interesse publico (indisponibilidade objetiva). Mas em 90% dos casos, a jurisdição voluntária envolve uma indisponibilidade sendo necessário a intervenção do MP.

Correntes da Jurisdição Voluntária: 1- jurisd. Voluntária como administração pública de interesses privados (corrente majoritária): por há lide, então o Estado esta administrando e não há jurisdição em seu sentido objetivo, mas apenas no nome de juiz em seu sentido subjetivo não sendo suficiente a característica subjetiva para ser jurisdicao. a) materialmente ADM b) Não há partes (não há sujeitos em conflito) c) Não há coisa julgada (art. 1.111 do CPC): não há aptidão para se tornar indiscutível

podendo rever a decisão. d) Procedimento e não processo 2- jurisd voluntária como atividade jurisdicional a) subjetivamente judiciária (única definição): por haver a figura do Juiz é suficiente a

característica subjetiva para dizer que é jurisdição.

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b) Não pressupõe lide, mas há lide em potencial: pode acontecer de ter a lide, pode haver uma pretensão resistida (conflito de interesses) durante o processo.

c) É também inevitável : assim como a jurisdição contenciosa ela é inevitável, pois onde a lei diz que o que deve ter integração e fiscalização para um ato privado produzir efeitos, então é inevitável passar pelo judiciário. Além disso, as partes não podem deixar de se sujeitar a uma decisão judicial assim como é na jurisdição contenciosa.

d) Há processo e) Há partes - sujeitos processuais: existem sujeitos parciais no processo ainda que nao

haja um conflito. f) A administração atua em seu próprio interesse: a atividade administrativa é de

administrar a coisa pública, portanto não é materialmente administrativa, pois há uma atuação do Estado para integrar o interesse do particular para produzir efeitos.

g) Há formação de coisa julgada (art. 1111 CPC): o art. Do cpc segundo a corrente, o juiz não vai rever a situação se não houver mudança dos fatos. Portanto, por não haver uma mudanca na situacao de fato, há coisa julgada (solução definitiva) não podendo voltar a atrás. Ex: quero mudar meu nome e o juiz indefere. Eu não posso abrir um novo processo sem mudanca dos fatos, somente se por exemplo eu me casasse.

(parênteses) na jurisdicao contenciosa há imediatamente um interesse privado entre as partes do processo, como também de forma mais ampla há um interesse público de não existir conflito. Na jurisdição voluntária, por não haver um conflito de interesses particulares inicialmente, o interesse de de imediato é público. COMPETÊNCIA 1- definição: A jurisdição é una, mas não tenho como ter um juiz para todo um território nacional. Porção de jurisdição atribuída a cada órgão ou grupo de órgãos judiciais. 2-Distribuição de competências (estão em primeiro lugar na constituição que regula toda competência federal e o que ela não diz o que é federal é estadual e vai competir às demais leis; nas leis processuais e nas leis de organização judiciária que é a lei que organiza os magistrados (como por exemplo Salvador que é dividida em varas cíveis, família), e os regimentos internos dentro de um tribunal que diz os que é de competência de cada órgão dentro do tribunal). A CF/88 diz nos art. 102 e 105 que o STF e STJ tem jurisdição em todo território nacional determinados procedimentos. O art. 108 da CF diz o que os TRF's podem fazer (a competência). Portanto há critérios de que dividem as competências de jurisdição (divisões de porções para viabilizar a jurisdição). As

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competências dos e a delimitação territorial e de atividade jurisdicional do TRT's está no art. 114 da CF. Portanto tenho porções pelas regras de competência e de territorialidade, para exercer a jurisdição. O que é residual será para competência estadual que está no art. 125 da CF, onde será a constituição estadual, o CPC e as regras de organização judiciárias que vão ditar regras de competência não especificada na constituição. (parênteses) a CF determina que na cidade que a pessoa mora e quer entrar na justica contra o INSS não tem justiça federal, ela abre exceção 3- Princípios 3.1- tipicidade: tem que haver previsão legal em atenção ao princípio do juiz natural, uma vez que as regras de competência devem estar pré-estabelecidas. 3.2- indisponibilidade da competência: é a lei que define as regras de competência. 4- perpetuação da jurisdição: é uma característica dessa definição de regras de competência. Ajuizada uma ação, ela se perpetua. Exemplo: em ação de pensão alimentícia, o processo se dará na comarca domicílio da mulher, para preservar o princípio do juiz natural, se a mulher se mudar, não vai mudar o local que a ação foi ajuizada. Há exceções no caso de ações reais (bens imóveis), mas elas não afrontam o juiz natural, como é o caso de um imóvel da cidade A que tinha uma comarca que tinha jurisdição na cidade B, mas a cidade A cresce e passa a ter comarca própria, então o CPC diz que o processo em andamento do imóvel vai para a cidade A que é onde o imóvel se localiza. 10/07/2013 Classificação (regras de divisão para viabilizar a atividade jurisdicional, mas deve-se lembrar que a jurisdição é una). A constituição divide a jurisdição em: 1- Jurisdição Penal 2- Jurisdicão Não Penal (civil em sentido amplo) 3- Jurisdição Especial (justiça do trabalho, eleitoral, militar exercem jurisdição especial) 4- Jurisdição Comum (para conflitos na justiça federal e estadual) Garantias do Judiciário 1- Independência: garantia para que a magistrado possa julgar a causa pelo principio do livre convencimento motivado. Não existe hierarquia para um tribunal impor a um juiz de primeiro grau de como ele deve decidir. Até se o juiz quiser decidir contrário a uma súmula vinculante, mas quem se sentir prejudicado vai recorrer e a decisão será reformada em outra instância. A hierarquia que se tem é administrativa e de carreira, mas na decisão não.

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1.1- vitaliciedade: uma vez magistrado, sempre magistrado, visando proteger a sua independência para que ele possa julgar de acordo com o seu livre convencimento motivado. 1.2- inamovibilidade: o juiz não pode ser movido de uma comarca para outra por exemplo, aleatoriamente. 1.3- irredutibilidade de vencimentos: ele não pode sofrer perda salarial. 2- Imparcialidade Órgãos Principais e Órgãos auxiliares A atividade jurisdicional não se resume a um magistrado. O órgão principal será sempre o magistrado e o orgaos auxiliares são os que auxiliam o magistrado (escrivão, oficial de justica). Nos vamos ter orgaos auxiliares da justiça permanente e da justiça eventual (um perito que é um terceiro também imparcial que será chamado para a produção de uma prova, que geralmente é um técnico que desenvolve atividades não jurídicas, como médicos, engenheiros,...). Temos órgãos auxiliares extra-judiciais (tabelião de cartório por exemplo) que não auxiliam na atividade jurisdicional (eu preciso vender um carro e para transferir o dute tem que reconhecer firma, mas não há lide, nem também há jurisdicão voluntária por não envolver o Estado). Como definir a competência

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1- Qual a justiça Competente? A resposta estará na CF, que vai dizer se é da justiça do trabalho, eleitoral,... 2- Competência originária de tribunal? Em primeira instância, a competência, em regra, é singular (um juiz que julga). A constituição coloca que na justiça comum, tem os juizados especiais onde um juiz julga a causa e um grupo de juízes de primeiro grau julga o recurso (e não um desembargador). No segundo grau quem julga é um órgão colegiado com pelo menos três desembargadores (o juiz aqui é chamado de desembargador) onde tem a presença de um relator que faz o resumo do processo e dá seu voto (faz parte do grupo que decide). No âmbito de terceira (só vai para o stj por exemplo se o processo acometer infração norma infraconstitucional) e quarta instância (só se infringir norma constitucional) o juiz é chamado de ministro. Aqui a constituição estadual (que é residual) e a CF vão dizer quem vai julgar se é no âmbito estadual ou federal. Existem ações que preenchem requisitos onde não começa em primeira instância, como por exemplo, quem julga o presidente é o STF. Se a resposta para essa segunda pergunta for sim quem vai julgar é o tribunal e terá que ver no regimento interno do tribunal olhar qual a competência. Se for não, vai para a primeira instância. 3- Qual o foro competente? Se a segunda pergunta for não, eu venho para aqui. Aqui tem a ver com o território e que não estão na constituição mas sim na legislação federal (CPP e CPC). Se o CPP e o CPC não especificar os foros eu aplicarei a regra do foro comum onde no cível em sentido estrito, é o domicílio do réu, no penal é onde ocorreu a ocorrência do delito, no trabalho é o local da prestação de serviço. 4- Qual o juízo competente? A lei de organização judiciária (do tj de determinado estado ou trf por exemplo) é que vai definir qual será a vara. Se for uma cidade de comarca simples, essa comarca julgará tudo. 5- Qual a competência interna? Eu já defini a vara de família, e dentro dessa vara de família tiver outras, eu farei a distribuição para uma delas. O critério da pergunta anterior era a lei, já aqui é a distribuição. 6- Qual a competência recursal? Se a lide for julgada na justiça estadual por exemplo, o recurso vai para o TJ. Existem exceções, mas essas exceções são definidas em lei. O STJ por exemplo que julga o recurso especial, vai julgar o recurso como extraordinário (funcionando como segunda instância) nos casos em que o TRF vai funcionar como primeira instância. Nos casos quando a competência for de justiça estadual eu tenho que olhar o foro para depois olhar se a competência é de tribunal ou de primeiro grau.

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(parênteses) na justiça estadual eu tenho um juiz de direito, com divisão em comarcas. Na justiça federal eu tenho seções (em regra é a capital) e subseções judiciárias (são cidades do interior). Critérios para definição da Competência (critérios que o legislador utilizou para definir as competências) 1- Pessoas (partes): através desse critério eu definirei se a competência é de justiça federal ou estadual. 1.1- qualidade dessa pessoa: se é autoridade, etc. Ex: presidente da republica é julgado pelo stf. 1.2- Sede: aonde esta pessoa está sediada. 2- Fatos e fundamentos jurídicos do pedido (causa de pedir, analisando a natureza da relação jurídica, se é de trabalho por exemplo) 2.1- natureza da relação jurídica : justica eleitoral, trabalho,... 2.2- lugar em que deu o fato: pois onde aconteceu o fato terá melhores condições de produzir a prova. 3- Pedido (à luz do que a parte esta querendo com aquela ação) 3.1- natureza do bem (móvel ou imóvel) 3.2- seu valor (art. 3º, lei 9.099): ex: ações de pequeno valor pode ser julgado em juizados especiais. 3.3- sua situação (foro do lugar do imóvel) 4- Natureza do processo: se eu entrei com mandato de segurança para um concurso do estado que fiz, eu entrarei no tj, por exemplo. 5- natureza do procedimento: algumas ações estão sujeitas ao procedimento sumário (mais rápido), mas geralmente o processo é ordinário. 6- Relação com o processo anterior: (ver gravação) exemplo

Classificação da competência

1- Competência originária x Competência derivada (recursal): quem tem

competência originária é o órgão onde originou o processo e a derivada é o orgao

onde vai analisar a decisão da instancia inferior.

2- Competência absoluta x competência relativa (interesse privado): quando o

legislador definiu que a competência é de interesse público é competência

absoluta e não pode sofrer alteração em razão da vontade das partes. A

competência absoluta vai ser definida em relação a matéria, pessoa e em alguns

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casos, em razão do valor da causa e do foro (territorial). Na competência relativa é

em critério territorial e valor da causa. No caso de valor da causa, o que vai definir

se será absoluta ou relativa será: se estiver além do limite estabelecido pelo

legislador, a competência é absoluta, e se entrar com uma ação onde o valor da

causa é aquém (abaixo) do valor estabelecido pelo legislador, a competência será

relativa. Para os casos de critério de foro, será de competência absoluta somente

nos casos de foro que discute ação real de coisa (é o lugar da coisa) e em relação

ao domicílio do consumidor será absoluta. Ex: se eu entrar com uma aç

Diferenças entre competência absoluta e relativa: a competência relativa eu

poderei ter uma prorrogação da competência que pode ser legal (aí eu olho a

conexão, e continência) ou voluntária que por sua vez, pode ser expressa ou

tácita.

20/07/2013

Classificação da Competência

1- Absoluta

1.1- Matéria: civil, criminal, juizado especial

1.2- Pessoa: presidente, autarquia

1.3- Funcional:

2- Relativa: a prorrogação pode ser legal (por conexão e continência) ou voluntária

(que pode ser de forma expressa ou tácita)

2.1- Territorial

2.2- Valor da Causa

*Valor da causa : valor além do estabelecido pelo legislador, a incompetência será

absoluta, e se for abaixo (aquém), a incompetência será relativa.

* Territorial art. 95 do CPC: a incompetência será absoluta, quando tiver ação real

que envolva propriedade, enunciação de obra nova (quando uma obra nova

atrapalhe o meu direito de propriedade como por exemplo a construção de um

prédio novo que atrapalhe o paisagismo da minha propriedade), servidão (direito

de uso de parte do terreno de alguém como é o caso do Tijuco que tem de servir

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de passagem para outras fazendas, se constituindo um direito real sobre a coisa

alheia) e demais casos do artigo. (parênteses) conceito jurídico positivo : critérios que dependem do que está na lei. Já o conceito jurídico lógico cabe a qualquer ordenamento. No caso do assunto competência é um conceito jurídico positivo pois cada país tem suas regras. (parênteses) a jurisdição somente não se perpetua quando tenho imóvel em cidade que não tinha comarca e passa a ter passando o processo para a comarca nova, isto é, onde o imóvel se encontra. (parênteses) foro comum em processo civil é o foro de domicílio do réu, e posso ter o foro de eleição que é o local estabelecido pelas partes em um negócio jurídico. ------------------------------------------------ Competência Internacional 1- Princípios 1.1- Princípio da Plenitude: no âmbito da competência internacional do Estado a sua jurisdição é exercida de forma plena e ilimitada. 1.2- Princípio da exclusividade: o judiciario no ambito do territorio brasileiro devera atuar exclusivamente com jurisidcao brasileira. Exceção: uma decisão internacional poderá ter efeitos no Brasil, que será analisado pelo STJ que verá alguns requisitos como coisa julgada (olhará na lei do país se a decisão já foi transitada em julgado, isto é, sem cabimento de recursos) e compatível com a legislação brasileira. Atendendo a esses requisitos o STJ emitirá um exequatur segundo forma (processo) estabelecida estabelecida pela lei brasileira, para o juiz de primeiro grau cumprir no local onde interfirá a decisão. Ver parágrafo 2 do art. 12 da LIDB. 1.3- imunidade de jurisdição: respeito à soberania dos Estados: o juiz brasileiro não pode impor uma decisão a outro Estado e respeitará algumas pessoas físicas (diplomatas por exemplo) e jurídicas do exterior. Se a pessoa física ou jurídica praticar um ato de gestão (negócio jurídico) não haverá imunidade de jurisdição respondendo à luz da jurisdição nacional; mas se a pessoa agir de império (por decisão de outro país) ele terá a imunidade. As leis de introdução as normas brasileiras (dev - lei n. 4657/42 alterada pela lei 12.376, 31/12/2010 para normas brasileiras), em seu art. 12 e ss. (seguintes) cuidará da competência internacional.

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A competência internacional pode ser concorrente (mais de um juízo pode julgar a aquela mesma ação, ver CPC art. 88 onde poderão ser objeto de ação no Brasil ou no exterior e sendo julgada no exterior, a decisão vem para o Brasil o STJ dará o exequar) ou exclusiva do Brasil (art. 12, p. 1, LIDB que fala das ações relativas de bens imóveis localizados no Brasil, entenda-se aqui ações reais e ações pessoais - uma ação locatícia de despejo onde é um negócio jurídico de um para o outro e art. 89 do CPC). No art. 90 do CPc fala que não vai haver litispendência (duas ações iguais tramitando e exclui uma, no caso de duas ações brasileiras há litispendência e exclui uma) em caso de competência concorrente internacional pois não haverá impedimento de julgar no exterior mas dará preferência a uma ação nacional. (parenteses) ação pessoal é sempre idenizatória (de matéria cível) --------------- saindo de competência internacional Competência competente geralmente é territorial, chamando de forum shopping onde escolhe-se onde ajuizar ação no caso de o réu por exemplo, ter dois domicílios. Contudo temos a teoria "forum non conveniens" onde o juiz analisará de acordo com a boa-fé objetiva e devido processo legal (para nã ter uma parte em vantagem sobre a outra), o juiz pode agir de ofício (mesmo tendo uma competência relativa) e justificar que o outro juízo igualmente competente onde fica o outro domicílio do réu pode julgar para o devido processo legal mandando a competência para outro juízo. 31/07/2013 Conexão e continência (parênteses) elemento objetivo- a causa de pedir, pedido. Elemento subjetivo : as partes. Demanda engloba a o pedido e a causa de pedir. Conexão e continência: É a razão legal pela qual ira ocorrer a prorrogação da competência territorial (art. 103 conexao e 104 continência do CPC). A conexão é verificar primeiro se há conexão com o fato, relação entre a causa de pedir ou o pedido terei uma conexão. Continência vem de conter: uma demanda ajuizada, e outra ação ajuizada que contém a primeira. Cuidado com a falsa continência: casos que decorrem da cumulação de pedidos não há continência (exemplo: ação de danos morais que eu entro por ter batido em meu carro e depois eu entrar com uma ação para danos morais e materiais não há continência. Mas em um contrato de compra de um carro onde uma parte entra com ação para invalidar uma cláusula e outra para invalidar o contrato todo, se o juiz invalidar o contrato todo haverá abrangência da cláusula que pediu para invalidar haverá continência. As duas demandas são exatamente iguais? Se forem não é continência. Ao

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resolver um dos dois conflitos de interesses eu estarei resolvendo o outro da mesma forma? Se a resposta for sim, haverá continência. Litispendência: duas ações iguais com as mesmas partes, o mesmo pedido e a mesma causa de pedir. Posso ter uma litispendência parcial ou total. A parcial é quando por exemplo entrar com uma ação de danos morais e depois em outro lugar ajuízo uma outra ação para a mesma a pessoa pedindo danos morais e materiais. O CPP nos art. 76 e 77 fala do Código penal mas os art estão errados tendo que substituir por 70, 73 e 74 (o cpp foi reformado antes do CP). Continência é um tipo de conexão. Temos conexão por preliminaridade: as questoes preliminares impedem o exame do mérito e a prejudicial direciona o processo. A coxao por preliminar é quando uma questão for preliminar a outra. Conexão por prejudicialidade: quando uma ação é prejudicial a outra. Essa prejudicialidade pode ser: a) internas (aqui não ha conexao) ou externas (ha conexao): ver gravacao.b)homogêneas e heterogênias: se a questoes sao da mesmo ramo do direito material (ação de alimentos e de reconhecimento da paternidade são do ramo de direito da família) e heterogênea se não forem (se joao matou jose e a familia de jose entrou com uma acao civil por danos morais contra joao e o ministerio publico ajuiza uma acao penal; se nesse exemplo for provado na acao acao penal que joao nao matou jose, consequentemente o juiz julgará a ação cível por danos morais como improcedente). Em casos que há conexão, comprovada a conexão, os processos são juntados e o mesmo juiz julgará as duas. Nos art. 106 (p mesma competência territorial,mcolocando que a prorrogacao de competencia para quem despachou primeiro) e 219 (competencia territorial diferente, que será onde ocorrer a primeira citação válida) do CPC falam das regras de prevenção para ter a prorrogação de competência territorial, quando se identifica a conexão. As regras de prevenção serão aplicadas quando os dois juízos possuírem competência (numa ação da justiça federal que tenha conexão com uma da justiça estadual, o fato de estar na justica federal será de competência absoluta e portanto não poderá juntar as duas ações, portanto envolvendo competência absoluta). Quando a conexão for identificada em caso de não poder reunir as ações (com as regras de prevenção) haverá uma análise de quem é prejudicial a outra (ex: na justica federal ajuiza uma acao de investigacao de paternidade e na estadual uma ação de alimentos Pode ter conexão entre ações de conhecimento, como tambem entre acoes de conhecimento e execução.

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A emenda constitucional 45 de 2004, trazendo uma regra de deslocamento de competência que fala de questões que envolvam grave violação de direitos humanos, o procurador geral da republica (ministério publico federal) poderá deslocar a ação para a justiça federal (obs: aqui envolve competência absoluta, pois se a ação for trabalhista, que é competência absoluta, e envolva grave violacao de direitos humanos vai p just federal). Outra situação está no art. 107 do CPC em caso de um imóvel situado em duas cidades e entro com as duas acoes da mesma causa nas duas cidades, a regra de prevenção sera aplicada valendo a ação onde será citado primeiro. Conflito de competência: dois juízos se dizerem competentes (conflito positivo) ou os dois dizerem incompetentes (conflito negativo) para julgar as duas ações. Esses conflitos serão resolvidos pelo tribunal que abrange os dois juízos que estão mesmo nível hierarquico (tj-ba e trt-ba julgará o stj). Mas se for entre nivel hierarquico diferente, não haverá conflito decidindo o que for superior pela causa (trt com stj, quem define é o stj). Direito de ação Direito de provocar a atividade jurisdicional (antigamente não era enxergado como autônomo pois não se enxergava o processo como algo autônomo do direito material e com relação circular, existindo naquela época o direito a alimentos e não o direito de entrar com uma açao de alimentos). Condições da ação: 1- partes: aquele que esta pedindo e aquele contra quem a pretensao é deduzida 2- causa de pedir: os fundamentos fáticos e jurídicos do veículo (eu bati no carro de alguém) 3- pedido : o bem da vida almejado (esse alguém pede idenização) Portanto as condições da ação se relacionam diretamente com esses três fatores. 1ª condição da ação: legitimidade:Em relação às partes deve analisar se podem entrar com acao 2ª condicao : interesse de agir: observando a necessidade (se a pessoa concorda em pagar o carro que bateu, não há necessidade) e utilidade (desejar algo que aquela tutela jurisdicional não pode garantir não é útil) 3ª: possibilidade jurídica do pedido: o pedido tem que ser juridicamente possível (ação pelo direito da propriedade da lua). Teoria da acerção: as condições da ação tem que ser analisadas hipoteticamente a luz dos argumentos trazidos na petição inicial. Exemplo: Ana entra com uma ação contra João alegando ele ser o pai (aqui há legitimidade à luz da petição inicial). Joao contestando a ação dizendo que não é o pai, a situação será definida em julgamento. Mas

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se ana entra contra uma ação a joaquim pedindo alimentos porque joão é o pai dela, joaquim não terá legitimidade passiva. Terei a legitimidade ativa (que é para ser autor) e passiva (para ser réu). A pessoa que tiver a esfera jurídica diretamente afetada pela acao terá que integrar o polo ativo e passivo da acao. 07/08/2013 Ação e Direito de Ação (direito de provocar a atividade jurisdicional que será provocada por meio da ação que é sinônimo de demanda e essa ação será conduzida pelo processo) 1- Teorias 1.1- Teoria Imanentista : enxergava o direito de ação era um mero efeito do direito material não enxergado como direito autônomo. "nao ha direito de acao sem o direito material". As criticas principais sao como explicar uma acao em que o juiz diz que nao tem direito (improcedente); como explicar as ações declaratórias negativas como ficariam? (ir ao juiz e pedir uma declaração da negação da situação). 1.2- Teoria Autonomista: enxergar o direito de ação como algo autônomo do direito material, independentemente de ter o direito de acao ou nao. Falha: Ela não consegue explicar ações em que inexiste um direito material. Ela se divide em: 1.2.1- Concretista: direito de acao autonomo do direito material mas so existiria nos casos concretos em que existisse o direito material. 1.2.2 Abstrativista: continua autônomo do direito material, mas não somente concretamente mas também abstratamente, ainda que eu não tenha esse direito material, uma vez que o direito de ação existe independente da existência efetiva real de um direito material (falo assim pois eu tenho que hipoteticamente alegar um direito material dizendo que está protegida por lei tal situação, para dar entrar com a ação). 2 -Natureza Jurídica do Direito de ação O direito de ação é um Direito público subjetivo constitucional (porque está na constituição o direito de ação, é exercido pelo indivíduo em face do Estado) e de natureza instrumental que tem como objetivo viabilizar a execução do direito material. 3- Elementos da Ação 4- Condicões da ação Os elementos da reLação jurídica estão diretamente ligados com os elementos da ação, com as condições da ação e os critérios de distribuição de competência.

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5- Parte: atua no processo de maneira parcial no processo exercendo o contraditório (pensar numa dialética que vai e volta onde o autor tem também o contraditório e ampla defesa). 5.1- Processual: todos aqueles que poderão atuar com parcialidade no processo (ver gravação). Quem formula pedido (demandante) e quem tem pedido contra si formulado (demandado), e quem tem sua esfera jurídica afetada e deverá atuar no processo com sua parcialidade. Ex: em um concurso estadual peço uma reclassificação com uma ação contra o Estado e termino afetando terceiros que poderão sofrer reclassificação que entrarão no processo também como réus (litisconsórcio passivo). 5.2- Parte material ou do litígio: o sujeito da relação jurídica discutida em juízo. Via de regra quem é parte do litígio acaba sendo partes do processo (quando viram autor e réu), pois como posso ter sujeitos de relação jurídica sem processo, viram partes processuais quando entra com o processo. 5.3- parte legítima: parte processual que tem legitimidade para estar na ação. Vamos ter situações em que a parte do litígio é parte processual e é parte legítima, mas teremos casos que não serão assim. Ex: a Volksvagen vende 1000 carros faltando uma peça e o Ministério Público que tem legitimidade para ingressar ação civil pública para proteger os direitos individuais, entra com uma ação contra a Volks. Nessa relação a volks e as 1000 pessoas são partes do litígio e tem legitimidade para ingressar com a ação mas como nao ingressaram não são partes do processo, e o ministerio publico será parte do processo e parte legítima mas nao parte do litígio. Se mais à frente uma dessas 1000 pessoas resolver participar junto com Ministério publico na ação, essa uma pessoa pode se tornar parte processual. (parênteses) fato jurídico: acontecimento que pode gerar uma pretensão resistida ou não no caso de uma jurisdicao voluntaria. Ex: inadimplência num contrato de locação. O segundo elemento da ação a ser falado é a causa de pedir ou causa petendi. Ela é

o resultado dos fatos (narrativa dos fatos constitutivos que é próxima) com a relação jurídica (a relação jurídica que existe por trás daquele litígio, fundamentos jurídicos suscitados). Ela é próxima (o problema em si, o fato) e remota (de onde o problema surgiu) Não confundir fundamento juridico com qualificacao juridica: este último e enquadrar determinada situação jurídica (situação fática no âmbito do direito) em determinado artigo de lei onde os fatos o juiz não deverá mudar. Já a qualificação jurídica é é indicar o artigo

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a tal situação mas nem sempre pode se enquadrar com os fatos. Vale lembrar que o juiz está vinculado aos fatos e não ao artigo de lei (qualificação jurídica) que o autor pede para enquadrar o réu, podendo julgar um fato como procedente se baseando em outro artigo.

Pedido= pedido imediato (prestação jurisdicional) + pedido mediato (bem da

vida) Imediato: pedido de condenação do réu. Tem que ser líquido e certo, determinado (dizer o que quero pedir). Mediato: bem da vida propriamente dito. Poderá por vezes indeterminado quando os danos em determinado fato ainda estão se produzindo. Ex: um apartamento que comprei com a construtora e que está se danificando. O pedido imediato sera determinado por eu pedir uma condenação, mas o objeto mediato será ilíquido pois o valor do bem da vida será apurado para gerar a indenização. Ex: tenho o prejuízo material e peço para o réu me pagar 50 mil (objeto imediato) e os 50 mil em si é o mediato. Condições da ação Não atendendo as condições da ação, o processo deverá ser extinto sem resolução do mérito (preliminar). Portanto o juiz dará uma sentença declarando extinção do processo sem análise do mérito, por economia processual. Quando não há uma das condições da ação atendidas chamamos de carência de ação. Teoria da aserção: a existência dessas condições da ação deverão ser verificadas única e exclusivamente à luz das alegações na petição inicial. Mas atente-se a esse exemplo: se eu entro com uma acao contra joao pedindo paternidade eu tenho legimidade, e durante o processo Possibilidade jurídica do pedido: é a condição da ação menos vista no dia a dia. É a analise do juiz se a lei veda abstratamente aquele direito tutelado e não se tem direito (pois o direito é visto no mérito caso atenda às condições da ação). Ex: numa aposta de pôquer eu fico devendo a maria 10 mil reais. Maria entra na justiça fazendo cobrança, mas existe o art. 814 que veda cumprimento de obrigação em jogos de azar então o juiz vedará o pedido colocando que é juridicamente impossível.

10/08/2103

Legitimidade "ad causam"

Classificações (que podem ser no pólo ativo e passivo)

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1- ativa e passiva

2- Ordinária e Extraordinária

Ordinária: eu faço parte direta do processo Extraordinária: um terceiro em nome de alguém está no processo e só pode ser feita nos casos em que a lei autorize. Além disso esse terceiro pode ser considerado uma parte que é um dos titulares (sem titularidade exclusiva). Ex: Sindicato que entra com ação em nome de trabalhadores. Outro exemplo: invasão de uma fazenda de que é de tres pessoas. Apenas uma delas entra por as duas não quererem, afinal todo é dele, apenas pertence aos tres, aqui ele esta defendo o que é dele e o direito alheio. 3- Exclusiva e Concorrente Exclusiva: quando eu tiver apenas um sujeito legitimado para ingressar com aquela ação ou responder aquela demanda. Concorrente: ou co-legitimada quando mais de uma pessoa tem legitimidade para entrar com a ação ou responde aquela ação. Ela é importante quando for falar de litisconsórcio unitário (lide tem a mesma solução jurídica para todos). Segundo o site Direito Net: A legitimidade será concorrente quando atribuída a mais de uma pessoa. Assim, pode se dar tanto no campo da legitimidade ordinária, como na ação de cobrança de dívida ajuizada por credor solidário; como na legitimidade extraordinária, como acontece no condomínio. Note-se ainda que a legitimidade concorrente pode ser conjunta ou disjuntiva. Na primeira há mais de um legitimado, porém todos devem atuar na lide, em litisconsórcio necessário. Já na segunda os legitimados podem ir a juízo separadamente ou em conjunto, tornando o litisconsórcio facultativo. 4- Isolada ou simples e conjunta/complexa A- Isolada é Quando o legitimado puder estar sozinho em juízo B- Duas ou mais pessoas necessariamente tem que estar em juízo, para por exemplo ações reais envolvendo bens imóveis. Ex: litisconsorcio necessário que vou precisar de ambos para responder no polo passivo. Ex: uma hipoteca de um apartamento de um casal com comunhao total de bens, e os dois obrigatoriamente terão que responder. Se eu tenho que ter necessariamente 2 ou mais pessoas no juízo, entao para nao infrigir o direito de acao eu só posso ter essa legitimidade no polo passivo. 5- total e parcial Total: indivíduo tem legitimidade para estar em juízo na demanda principal e em seus incidentes (petição separada que entra no processo como em caso de prorrogação de competência).

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Parcial: o indivíduo ter legitimidade para apenas alguns incidentes. ex: em casos de ação de suspensao e impedimento de juiz ou um perito pode se defender somente nesse caso que nao tem competência por exemplo. 6- Originária e derivada Originária: quando desde da origem da ação o indivíduo ter legitimidade para estar no polo ativo ou passivo. Derivada: quando o indivíduo que não tinha legitimidade, passa a ter no polo ativo ou passivo no curso do processo. Vou ter nos casos de sucessão processual. Ex: em caso de uma ação quando depois de um ano a pessoa morre, e algum descendente ou ascendente passa a integrar ao processo. (parenteses) espólio é o conjunto de bens do morto enquanto o inventário não termina. Nos casos de sucessão, tem apenas legitimidade ordinária também. Art. 41, 42 e 43 do CPC: onde tem substituição é para substituir por sucessão. Pois substituição processual é sinônimo de legitimidade extraordinária. Outro exemplo de sucessao processual é quando ocorre nomeação e autoria: um terceiro entra no processo como parte do processo não necessariamente como autor e réu. Exemplo: em caso de que um indivíduo A é processado, e ele diz que na verdade é B ocorrendo uma nomeação e assim, se B concordar que é o réu e aí ocorrerá a sucessão processual (art. 65 e 66 do CPC). 14/08/2013 Interesse de agir É condição da ação que se relaciona com o elemento causa de pedir. A prestação jurisdicional precisa ser necessária e útil (necessariamente tem que ter as duas). A parte tem que necessitar da tutela que é analisado na causa de pedir que nesses casos é necessidade da prestação jurisdicional ou a exigência legal em casos de nas ações declaratórias (onde pede para o juiz declarar algo) e em jurisdição voluntária. No quesito utilidade a ação ainda que ganhe o processo e ela não será efetiva ao final. Ex: uma ação de cobrança de um cheque de 10,00 mas o processo tem o custo de 27,00. Ainda q seja necessário ao final não terá utilidade. Portanto, fala-se em utilidade, toda vez em que o processo possa propiciar os resultados favoráveis pretendidos pelo demandante. Perda superviniente do interesse de agir: o interesse de agir tinha quando a ação foi ajuizada mas perde-se no meio do processo por talvez as partes terem entrado em acordo por exemplo. Alguns autores falam em interesse de agir também no sentido de adequação, mas é muito criticada (ver gravação).

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17/08/2013 Classificação das ações 1- Ações Penais: classificacao em relacao ao sujeito penal (autor) 1.1- publica (denúncia): quando for movida pelo ministerio publico 1.1.1- Incondicionadas: independem da manifestacao do ofendido (é a regra). Aqui a vítima participa como um terceiro. É uma acao e chama autor e reu. 1.1.2- Condicionadas: condicionadas à representação do ofendido (exceção à regra e os casos são definidos em lei), precisando que da manifestação do indivíduo para atuação do Ministério Público. Ex: em caso de estupro exige que a vítima se manisfeste através de representação. Uma vez acionado o MP, não há possibilidade de retratação da representação (dizer que não quer mais ação). Aqui ele tbm será um terceiro participando como assistencia da acusação. 1.2- privadas (queixa crime): quando movida pelo particular (ofendido). Aqui se entende que o bem juridico violado causa um dano muito maior ao indivíduo do que a coletividade. Ex: calúnia (dizer que fez algo que é crime) e difamação (falar algo de alguém). O autor se chama de querelante e réu de querelado. 1.2.1- Exclusivamente privadas: o bem jurídico protegido tem mais relevância p o indivíduo do que para a coletividade. 1.2.2- Subsidiárias da publica: se o MP não agir dentro do prazo estabelecido (art. 46 e 129 do CPP, CF art. 5º, LIX). O prazo não é preclusivo onde se o ato processual nao for dentro do prazo abre para poder entrar com a ação penal privada subsidiária da pública, e o MP a qualquer momento poderá aditar (acrescentar) algo na ação. Ações civis A clasificação 1- quanto à natureza da relação jurídica (direito material deduzida na causa d epedir da acao): 1.1- REAIS- quando envolve uma pessoa e um bem. Ex: hipoteca. 1.2- Pessoais: quando envolve indivíduos. Ex: negócios jurídicos (sempre que houver negócios jurídicos é pessoal). 2- quanto ao objeto do pedido mediato (o bem da vida): 2.1- mobiliárias: ação reivindicatória de um carro buscando a devolução da posse. São para bens móveis. 2.2- imobiliárias: ação de despejo onde o objeto mediato é o imóvel. São para bens imóveis.

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2.3- quanto à natureza do provimento do pedido (é o pedido imediato): 2.3.1- Ações de conhecimento: busca-se a certificação de um direito. 2.3.2- execução: busca-se a satisfação desse direito. 2.3.3- cautelar: busca-se a proteção de um direito antes de se efetuar a decisão judicial (até o magistrado dar o provimento judicial em cognição exauriente: dar a sentença de mérito). Obs: Eu posso ter as três ações em três fases (cautelar, conhecimento e execucao), mas eu posso ter ações sincréticas onde numa mesma ação ter os três elementos na mesma ação (na peticao inicial eu posso ter por exemplo num pedido de nao pagamento de um carro, eu posso já na petição inicial pedir uma medida cautelar para evitar a alienação do carro até que se julgue o mérito. Em 1994 na lei 8.952 (art. 273 CPC) permitiu a ação sincrética de conhecimento junto com a medida cautelar. Na classificação da medida cautelar temos o pedido cautelar e a antecipação de tutela onde dá a antecipação do que se quer no final (garantir o resultado final útil do processo). Observe que no exemplo do carro ele fez uma medida cautelar impedindo a alienação do carro e não o pagamento da dívida do carro, já numa ação onde se pede uma internação que o plano de saúde não cobre essa internação e o magistrado concede a antecipação da tutela que seria dado na resolução do mérito. Na lei 10.44/02 (art. 461 e 461A) eu pude ter ações sincréticas de conhecimento e execução juntas quando não existir obrigações de pagar quantia. Na lei 11.232/05 (475J e seguintes) abriu-se a possibilidade de ter ação sincrética de conhecimento junto com execução que contemplasse o valor da obrigação. 21/08/2013 Direitos a uma prestação: envolvem direitos de uma prestação de obrigação de fazer, não fazer, dar coisa ou pagar quantia, que impõe uma prestação contrária que não se satisfaz com apenas uma declaração. São direitos que se contrapõem ao direitos potestativos que o indivíduo pode exercer ao outro independente da parte contrária, não envolvendo uma prestação (ex: anulação de um contrato por vício). Os objetos de direito de prestação podem ser de execução direta ou sub-rogação (quem vai cumprir a obrigação é o judiciário em vez do devedor, como uma penhora online dos bens do devedor) e execução indireta ou de coerção (mandar o devedor fazer algo sob pena de multa por exemplo em caso de não cumprimento da obrigação). Os direitos a uma prestação se relacionam com os prazos prescricionais (três anos a partir do inadimplemento art. 205 e 206 CC), uma vez que nos direitos a uma prestacao eu vou falar em inadimplemento (não cumprir uma obrigação), onde a prescrição é ligada a pretenção da satisfação de uma prestação. Já nos direitos potestativos não tem

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inadimplemento estando sujeitos aos prazos decadenciais (prazo de 4 anos a partir da celebração do contrato). 1-Classificação das ações 1.1-Ações de Conhecimento (classificação que é a luz do provimento judicial) - classificacao TERNÁRIA: 1.1.1- Ações meramente declaratórias: vão se limitar a declarar algo (ação declaratória de paternidade). 1.1.2- Ações Constitutivas : declarar algo e modificar a relacao jurídica, quando envolve direitos potestativos. 1.1.3- Ações Condenatórias: declarar algo e condenar ao réu, impondo ao réu uma obrigação (direito de prestação) 1.2- classificacao quinária de acoes de conhecimento: (art 461 p V) 1.2.1- Ações Mandamentais: na ação de conhecimento o juiz pode aplicar atos de execução indireta. 1.2.2- Ações executivas "Latu Sensu": onde o juiz pode aplicar uma execução direta. A execucao autônoma hoje é uma exceção onde ainda tenho em casos de acao contra fazenda pública, sentença estrangeira, execução arbitral, e ação penal, perdendo o sentido em falar de classificação quinária. 1.3- Ações quartenárias: Ada Pelegrini defende que não existiria ações condenatórias ficando somente as outras quatro (meramente declaratórias, constitutivas, mandamentais, executivas Latu Sensu).

Mas é doutrinário a classificação ternária, onde onde se tem uma prestação se

encaixará na ação condenatória onde poderei ter execução indireta e direta no mesmo processo. Voltando as ações de conhecimento quanto a natureza da prestacao jurisdicional (pedido imediato) 1- Execução 2- Cautelar 3- Conhecimento 3.1- ações meramente declaratórias: para ter uma ação declaratória, a fim de atender a condição da acao do interesse de agir, para situações que tenham um potencial de gerar conflitos caso nao haja declaração. Ex: numa ação meramente declaratória de paternidade se não for feita, depois que a pessoa poderá ter problemas para a sucessão em caso de morte.

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3.1.1- Declaratória positiva: quando pede para o juiz declarar existência de algo (aqui já existe a relacao jurídica e vou pedir p declarar por exemplo a declaração de paternidade). Há uma necessidade de declaração do juiz para que seja modificada a relação, portanto estando presente o interesse de agir. 3.1.2- Declaratória negativa: quando pede para o juiz declarar inexistência de uma relação jurídica ( aqui a relacao jurídica nao existe, ex: reconhecimento pelo juiz de inexistencia de uma relacao juridica com um banco que me cobra uma dívida que nao existe). Por ter claramente uma pretensão resistida tenho o interesse de agir. 3.2- ações constitutivas: envolve direitos potestativos onde o juiz vai anular, modificar, extinguir uma relação jurídica. Ex: divórcio. 3.3- ações condenatórias: condena o réu a algo. Ex: Ação de alimentos. A natureza das ações (cautelar, conhecimento, execucao) tem relacao direta com a natureza do pronunciamento judicial (o juiz vai pronunciar uma sentenca de conhecimento condenatória), que por sua vez está ligado aos limites da demanda colocada pelo autor (é o autor que traça os limites da demanda). Aí falaremos em princípio da congruência que vai estabelecer que terá que existir coincidência entre o pronunciamento judicial e a demanda exposta pelo autor, nao podendo do juiz ultrapassar os limites (numa acao de conhecimento de declaração o juiz nao pode dar uma condenação). O pronunciamento judicial (sentenca, acordao, decisao interlocutória) será: Citra Petita: quando o Estado-juiz der um pronunciamento que não alcançou os limites da demanda deduzida pelo autor, menos do que a parte pediu, havendo uma omissão (congruência parcial). Ex: batida de carro onde o juiz reconhece danos morais e materiais e só manda pagar os danos materiais. Isso é bem diferente de ele dar como improcedente o pedido de danos morais e reconhecer apenas o dano material. Extra Petita: quando o juiz da uma sentença diferente ao que foi pedido pelo autor, nao havendo congruência entre a sentença e a demanda. Ultra Petita : quando o juiz der mais que o autor pediu. Ex: o autor pede danos materiais, mas o juiz condena o réu a pagar danos materiais e além disso a pagar danos morais, apreciando o pedido do autor e extrapolando o que ele pediu, havendo portanto, uma congruência parcial. Esses erros do juiz (ultra, cita e extra petita) vai se chamar de erro de procedimento, que é diferente do erro de julgamento. Este último (erro de julgamento) se relaciona com o erro de uma aplicação de norma material (dizer que a pessoa nao tem direito a algo sendo que tem). Já o erro de procedimento é quando ele formalmente comete o erro (erro de normas de direito processual como por exemplo um caso citra petita, ou a nao

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aplicacao do princípio processual do contraditório). Quando o juiz comete um erro de julgamento, a parte vai buscar uma reforma do pronunciamento judicial (uma nova sentença), e quando ele comete um erro de forma vai implicar na sua invalidação, da sentença e voltando ao ato processual cometido errado (reformulação da sentença existente). Numa sentença extra petita a sentença será invalidada, na ultra petita a sentença será aproveitada parcialmente e no citra petita haverá casos em que haverá um pronunciamento judicial em relação ao que o juiz foi omisso e vão ter casos em que a sentença será invalidada. Exceção O autor vai exercer o direito de ação e o réu exercerá o direito de exceção. Portanto, o réu não altera os limites da demanda. 1- Classificações da Exceção: 1.1- Processual: o réu se defende atacando na inadimissibilidade da ação (ausência de alguma condição da ação). 1.2- Substancial: quando réu atacar o mérito (discutir o que está na causa de pedir). 1.2.1- Substancial Direta: quando atacar a pretensão propriamente dita. Ex: alguém bate no meu carro e no processo esse alguém alega que não bateu. Aqui há uma resolução do mérito. 1.2.2- Substancial Indireta: quando indicar os fatos impeditivos, modificativos ou extintivos do Direito alegado pelo autor. Ex: o réu alega na batida de um carro que aconteceu há 4 anos prescrevendo e portanto aqui tenho um caso extintivo. Outro ex: uma pessoa me deve 10 mil reais e alego dívida por um quadro que pintei e vendo por 10mil também e que não me foi pago (há uma compensação) onde terei uma acao substancial indireta modificativa. Há extinção do processo sem resolução do mérito. 2- Quanto aos efeitos, as exceções poderão ser: 2.1- Dilatórias: quando dilatar o procedimento, fazendo com que ele se alongue. 2.2- Perempitórias: atos que implicarem na extinção do processo. 3- Classificação quanto ao conhecimento da defesa pelo juiz: 3.1- objeção: se a exceção for reconhecida de ofício pelo juiz. Ex: incompetência absoluta. 3.2- exceção em sentido estrito: tem que ser alegada pela parte. Ex: incompetência relativa.

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O CPC chama de exceção, apenas algumas ações de ritos processuais específicos (incompetência relativa por exemplo) e a defesa do réu chama de contestação onde poderão ser alegadas exceções processuais. Eficácia da lei processual no espaço e no tempo: 1- Espaço: o critério é em relação a territorialidade, onde serão aplicadas no território brasileira, art. 1º CPC e Art. 1º CPP. 2- Tempo: olhar a LINDB onde diz que a lei processual passa a vigorar 45 dias após sua publicacao e em alguns casos, imediatamente. É claro afirmar que a nova lei processual influenciará em processos novos e não terá influencia em processos findos (finalizados). Já nos processos em curso, eu terei aplicacao da lei processual nova atraves de tres sistemas: Sistema da unidade processual : aplicacao da lei nova ou antiga (nao utilizado pelo Brasil). Sistema das fases processuais : (fase postulatória que abrange petição inicial,..., ordinatória; fase instrutória onde serão produzidas provas; fase decisórias onde magistrado vai proferir sentença e fase recursal) esse sistema diz que aplica uma lei única para cada fase processual, onde uma nova lei chega e tem um processo que está com a fase instrutória, só será aplicada a nova na próxima fase. No Brasil admite-se apenas em um caso esse Sistema que é a lei 9.099 no art. 90. Sistema dos atos processuais: a lei processual se aplica imediatamente, sem mexer nos atos processuais já praticados (dentro de uma fase processual eu tenho vários atos processuais como na fase postulatória por exemplo onde tenho a peticao inicial, contestacao,...). 24/08/2013 Processo, procedimento e autos não podem ser confundidos. O processo é composto por uma serie de atos e a maneira que se dara a sucessecao desses atos é o procedimento. O processo é um só, e em ações sincréticas de conhecimento e execução, terei até a sentença de conhecimento um procedimento (que em via de regra é um procedimento ordinário) e na de execução um outro procedimento (que podem ser um procedimento de título de execução judicial ou extrajudicial). Já autos é o meio físico pelo qual se materializa o processo (conjunto de papéis).

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