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SUMÁRIO

APRESESENTAÇÃO ....................................................................................................................................... 03

1. CONJUNTURA ........................................................................................................................................... 04

1.1 POLÍTICA INTERNACIONAL ................................................................................................. 04

1.2 POLÍTICA NACIONAL ............................................................................................................ 11

1.3 ECONÔMICA NACIONAL ...................................................................................................... 20

2. EIXOS DE ATUAÇÃO DA CNMCUT ...................................................................................................... 30

3. BALANÇO DA GESTÃO ......................................................................................................................... 36

4. REGIMENTO INTERNO ........................................................................................................................... 42

5. EXPEDIENTE .............................................................................................................................................. 50

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APRESENTAÇÃO

A CNM/CUT realiza seu 10º Congresso, instância máxima de decisão da categoria em um momento singular da história e da classe trabalhadora brasileira.

Sofremos um golpe, enfrentamos a implantação de uma agenda política e econômica que retira direitos históricos dos trabalhadores (as) que se contrapõe ao projeto eleito pelo voto popular, iniciado por LULA em 2003.

Uma sucessão de episódios escancara o objetivo de impossibilitar a candidatura de Lula a presidência e que culminou com sua prisão. E mesmo com o grande movimento democrático reunido em torno de uma candidatura progressista, foi eleito em 2018 um candidato que representa o pensamento de extrema direita com discurso de intolerância, ódio, preconceito, homofobia, e de perseguição aos movimentos sindical e social. O pro-grama apresentado é de intensificar as privatizações, com venda do patrimônio nacional, sucateando a indústria nacional e estabelecendo um estado mínimo de direitos, à custa de precarização das condições de vida da população brasileira.

RESISTÊNCIA COM ORGANIZAÇÃO E LUTA será nosso único caminho!Por esse motivo escolhemos como tema de nosso Congresso “LULA LIVRE - Demo-

cracia, Nenhum Direito a Menos, Soberania Nacional e Liberdade Sindical”. Somente com um país soberano teremos uma classe trabalhadora também soberana, protagonista de seus interesses e defesa de seus direitos!

Com este TEXTO BASE convidamos todos (as) a realizarem debates e reflexões sobre quais caminhos os metalúrgicos (as) querem trilhar nos próximos quatro anos.

O 10 º Congresso será um espaço coletivo e democrático de debates, de opiniões diver-sas, de encontro de idéias e de representação, onde os delegados e as delegadas eleitos em suas bases farão propostas de resoluções que nortearão o próximo mandato.

POR LULA LIVRE!EM DEFESA DA DEMOCRACIA, DOS MOVIMENTOS POPULARES E SINDICAL, EM

DEFESA DA SOBERANIA NACIONAL E POR NENHUM DIREITO A MENOS.

Paulo Cayres – Presidente da CNM/CUT

Loricardo de Oliveira – Secretário Geral da CNM/CUT e Coordenador do 10º Congresso

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CONJUNTURA POLÍTICA INTERNACIONAL

1 A crise do capitalismo em 2008 foi um dos pontos mais importantes para a reorganização da geopolítica mundial. Como resultado de toda crise no Capitalismo, houve uma concentração extraordi-nária de Capital a nível mundial e, na atualidade, 1% da população controla 99% da riqueza segundo a Oxfam, 2016.

2 A retomada da dinâmica econômica social no pós-crise tem como principal elemento a utilização de alta tecnologia digital, seja para especular me-lhor um mercado possível, através da análise de mi-lhões de dados em tempo real, o que proporciona a tomada de uma melhor decisão, seja para deman-dar menos valor fixo (mão de obra) através da co-municação e de maquinaria avançada. O fato é que a narrativa de superação da crise e melhoria das condições gerais dos trabalhadores, através de um novo modelo social mais eficiente e informatizado, ganhou corações e mentes pelo mundo.

3 A Indústria 4.0 e os serviços ofertados pelas chamadas “economias de plataformas digitais”, em menor ou maior grau, já fazem parte do cotidiano da sociedade. Na busca da liderança desse novo mercado de capitais transnacionais, os grandes gru-pos financeiros e produtivos têm passado por um processo de fusão com o argumento de reorganizar a economia mundial, estancar os efeitos negativos da última crise e dar mais sustentabilidade em uma nova fase de acumulação virtuosa. O que podemos observar é que nesse momento está ocorrendo uma polarização entre os principais blocos econômicos, hoje em disputa pela hegemonia financeira e tecno-lógica mundial.

4 As maiores empresas ou, se preferirmos, os “maiores gigantes tecnológicos do mundo” - como

são chamados - deixam isso bem claro quando ob-servamos mais atentamente a uma pesquisa fei-ta por uma empresa de capital de risco, publicada na revista Forbes em 2018. Ela mostra que dos 20 maiores grupos de tecnologia mundial, doze são de Capital Estadunidense e oito de Capital Chinês. Essa corrida tecnológica polarizada vem mudando a ge-opolítica mundial: países que não estão na disputa direta pela “informação”, concentram suas energias em pesquisas e desenvolvimento da “maquinaria” desse novo sistema, tecnicamente conhecida como “sistemas ciber-físicos”, que integrado à informação e análise em tempo real de milhares de variantes, forma a chamada Indústria 4.0. Entre os principais países que tem investido pesadamente no desen-volvimento da maquinaria avançada temos a Ale-manha, Japão e China.

5 A busca de novas formas de energias para su-prir esse novo sistema não é uma questão menor. Grupos transnacionais, através da concentração já citada, têm diversificado sua cadeia de produção buscando garantir a energia para esse novo mode-lo. Claro que sem abandonar a disputa pelos com-bustíveis fósseis principais, com o petróleo e o car-vão, que continuam a fomentar guerras, genocídios, ocupação de territórios e golpes mundo afora. Para construir as baterias de longa duração necessárias para os sistemas ciber-físicos, são necessários os minérios que estão localizados, geralmente quando não exclusivamente, nos países em desenvolvimen-to, a exemplo do lítio chileno e o nióbio brasileiro.

6 Deparamo-nos aqui com um dos principais problemas na atualidade, se os capitais em disputa pela hegemonia econômica no mundo já subme-tem as economias dos países em desenvolvimento aos seus interesses através de contratos e dívidas

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históricas impagáveis, as chances reais de desenvol-vimento desses países, ao ponto de poderem entrar na disputa dessas novas tecnologias se torna, par-tindo da realidade operada pelos grandes blocos econômicos e conivência dos governos nacionais, simplesmente impossível.

7 A divisão geopolítica imposta pelos grandes grupos transnacionais de Economia Central em re-lação aos países em desenvolvimento, de economia periférica, é a de fornecedores de matérias primas, insumos e mão de obra barata, com empresas e um parque fabril tecnologicamente obsoleto para, no limite, entrar com alguma eficiência no ramo de Serviços, enquanto os países desenvolvidos con-centram a alta tecnologia de valor agregado e ainda garantem um mercado consumidor para estes pro-dutos. Esta “parceria” na prática reforça a histórica colonização econômica e dos recursos naturais nas “antigas” colônias.

8 Para impor essa divisão mundial, não basta que os grandes grupos econômicos desenvolvam tecnologia e propaguem suas benesses, é necessá-rio impedir que os trabalhadores tenham condições materiais de resistir e superar esse regime. Essa vul-nerabilização da classe trabalhadora se da fragili-zando a democracia dos países que não se alinham a essa imposição do capital, impedindo a ação dire-ta, a organização de greves ou conquistas negociais, seja dinamitando o grau de “bem estar social” ou de conquista de condições objetivas de vida minima-mente descentes, ao longo da história.

9 Esses grupos transnacionais, alinhados com governos conversadores e entreguistas dos diferen-tes países a nível mundial, lançaram uma campanha articulada em várias frentes com o claro intuito de acabar com os direitos históricos da classe trabalha-dora e desmoralizar suas entidades, dentro e fora

dos espaços fabris. Uma das frentes diz respeito a criminalização dos movimentos sociais e sindicais, através do financiamento direto a grupos de in-fluenciadores digitais, que disseminam “Fake News”, gerando constrangimentos midiáticos ou persegui-ções políticas.

10 Nos países de capitalismo central, que geral-mente são sede desses grandes grupos econômicos e onde ainda vigora algum grau da chamada “po-lítica de bem estar social”, as forças de repressão, do Estado ou privadas, têm atuado com violência contra os trabalhadores como ocorrido na Espanha, Grécia, Itália, Hungria, França, Inglaterra, Estados Unidos, Turquia entre outros. Nos países que servi-ram de base exploratória para possibilitar o “estado de bem-estar social” dos países centrais, o cenário de violação de direitos humanos e civis é exponen-cialmente pior.

11 Valendo-se de táticas de guerrilha, conde-nadas por vários órgãos internacionais, já não são raras as mutilações e mortes de ativistas por decor-rência de ações repressivas contra manifestações legítimas, democráticas e pacíficas de trabalhado-res, como na Colômbia, em Bangladesh, na Nigéria, na Índia, no México, na Nicarágua, no Brasil, na Ar-gentina, na África do Sul, em Taiwan, no Chile e na Coréia do Sul. Para dar legitimidade institucional a essa escalada de violência contra a classe trabalha-dora e garantir a implementação de uma agenda ultraliberal, parte da classe política, em conluio com os grandes grupos econômicos, vêm aprovando leis que criminalizam as manifestações populares, che-gando ao ponto de enquadrar manifestações pacífi-cas e legítimas nas chamadas “leis anti - terrorismo”.

12 Prisões, torturas, supressão de direitos cons-titucionais, assédio, perseguição midiática de lide-ranças ou entidades são operados “dentro da lei”,

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seja pela interpretação duvidosa e, não obstante, cí-nica de juízes em processos igualmente duvidosos e claramente persecutórios. Novos dispositivos legais são criados para acabar com a resistência da classe trabalhadora, tornando-se cada vez mais comum o uso da força repressiva por esses grupos econômi-cos na forma das milícias, grupos paramilitares e/ou associados ao narcotráfico, para atacar entidades ou assassinar lideranças políticas, sociais e sindicais que atrapalhem seus interesses.

13 Neste contexto de criminalização dos movi-mentos sociais e sindicais é latente reforçar a identi-dade internacionalista do movimento sindical, pois a luta dos trabalhadores é mundial, uma vez que a organização do capital se dá de forma mundial tam-bém. Da revolução Industrial até os dias atuais, cada vez mais o movimento sindical organizado vem se internacionalizando. Sindicatos e Centrais interna-cionais foram formados para contribuir na organi-zação dos trabalhadores dos diferentes países, seja essa contribuição materializada em cursos de for-mação, atos de solidariedade coordenados ou na elaboração de uma agenda política que busque o mínimo de direitos comuns para classe trabalhado-ra a nível mundial.

14 Há uma perseguição em curso que tenta,

com menor ou maior grau de sucesso a depender

do país e correlação de força, impedir que entida-

des sindicais recebam subsídios destes sindicatos

globais, entidades internacionais ou até mesmo fir-

mem convênios. Entidades sindicais que não com-

pactuam com políticas ultraliberais têm sofrido

constantes ameaças de cassação de seus registros.

As Reformas Trabalhistas em curso em todo mundo

atacam frontalmente a liberdade, a autonomia sin-

dical e a livre contribuição dos trabalhadores à suas

entidades de representação.

15 Decorrência desse ataque, ou parte dele, é que centenas de Convenções Coletivas no mundo não foram renovadas nesse último período. Acor-dos Marco Globais – AMI (que regulam o mínimo de direitos entre os trabalhadores de uma cadeia transnacional de produção) têm sido frontalmente desrespeitados e os organismos internacionais de regulação da relação entre capital e trabalho, entre eles a OIT-ONU (Organização Internacional do Tra-balho, das Nações Unidas), espaços de elaboração e discussão política importante, tem demonstrado pouca eficiência prática no que se refere à proteção social do trabalho e dos trabalhadores. No entanto, temos que manter ampliar nosso posicionamento de denúncia da ruptura democrática e perseguição nestes órgãos internacionais. A agenda de precari-zação das relações de trabalho se coloca como regra mundial e a exceção fica por conta de algumas or-ganizações sindicais situadas nos países desenvol-vidos, que conseguem ainda impedir a precarização generalizada.

16 Nas Economias Centrais a classe trabalhado-ra, mesmo conseguindo manter de forma geral par-te importante dos direitos conquistados, sofre com a constante tentativa de ruptura do pacto firmado no pós-guerra, o chamado “diálogo social” no qual Estado, empresários e trabalhadores debateriam de forma tripartite, suas questões para encontrar a melhor solução. Cada vez mais esse diálogo tem se restringido entre empresários e governos, à base de políticas claramente neoliberais. Trabalhadores começam a pagar por serviços que antes eram ga-rantidos pelo Estado, causando um achatamento salarial.

17 Nesse contexto de enorme imprevisibilidade, reduções de direitos e efervescência social, o discur-so nacionalista e fascista tem crescido em todo mun-

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do. Além dos problemas sociais, esse discurso vem acompanhado, ou se baseia, pela despolitização no sentido mais amplo da palavra. Grupos econômi-cos vêm financiando há décadas escritores, pseudo historiadores, pseudo filósofos e “pesquisadores ati-vistas” para alertar sobre um conceito ilusório que chamaram de “marxismo cultural”, criado por ultra-conservadores liberais. Essa teoria conspiratória sur-ge na década de setenta e oitenta, mas até hoje são considerados polêmicos, de pouca ou nenhuma cre-dibilidade, ou até mesmo como piada. Nada mais é do que a criminalização de toda instituição, partido político, movimento e pensamento científico e aca-dêmico que se baseie na ação popular como forma de ampliação da democracia e transformação social. Com esse novo modelo de sociedade, de comunica-ção social mundial em tempo real e de reprodução quase que automática de conteúdo sem verificação da fonte, alguns desses pseudo autores ressurgem e vem causando estragos enormes à democracia.

18 Somando essas ideias aos sistemas de infor-mação e mídia de massas, o que se observa é uma escalada fenomenal de partidos e movimentos ou mesmo um posicionamento das estruturas de poder com viés ultranacionalista, antidemocrático, anti-se-mita, elitista e extremamente violento. Essa escala-da ultra-direitista se baseia na ideia de um “inimigo interno que tem que ser eliminado” e em notícias falsas, “fake news”, que buscam apontar quem se-riam esses inimigos, tentando dar legitimidade a es-sas ficções, como forma de criminalizar e perseguir organizações de trabalhadores ou oposicionistas.

19 Um dos casos mais emblemáticos e aterro-rizantes dessa paranóia foi o de um norueguês ul-tra-direitista que, se baseando em um desses docu-mentos conspiratórios, explodiu um carro no centro da capital e invadiu um encontro da Juventude do

Partido Trabalhista na Ilha de Utóia, na Noruega, al-vejando quem encontrou pela frente. O saldo desse genocídio ou dessa “cruzada contra o marxismo cul-tural”, como proclamou o assassino, são 77 mortos e 319 feridos.

20 A desarticulação de blocos econômicos que ponham em risco essa divisão geopolítica é parte central da estratégia dos grandes grupos econômi-cos. Através de golpes orquestrados, ou influência direta de tecnologias de informação avançadíssimas de uso exclusivo de aparelhos de Estados para in-fluenciar eleições, favorecendo políticos de verten-te ultranacionalistas e liberais, esses grupos econô-micos garantem, como tem conseguido por hora, a desarticulação ou mudança da base produtiva e de desenvolvimento das economias do “sul do mundo”, inviabilizando a criação de um bloco consistente e com força de intervenção mundial. Entre os exem-plos mais relevantes temos os BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China, África do Sul) e o MERCOSUL (Argenti-na, Brasil, Paraguai e Uruguai). Essa estratégia, aliada a um processo articulado e acelerado de desindus-trialização ou reorganização da base produtiva dos países do Sul, atende diretamente aos interesses da-queles que querem manter esses países submissos às economias centrais nessa corrida tecnológica, em um contexto de extrema concentração de capitais.

21 A América Latina vem vivendo uma força-da reorientação nas suas relações internacionais, protagonizada por países como Brasil, Argentina, Paraguai, Chile, Colômbia, que elegeram governos aliados da hegemonia norte-americana, de caráter conservador e ultraliberais. Com exceção do Para-guai e do Brasil, que sofreram golpes de estados, com o impeachment  de Fernando Lugo em 2012 e de Dilma Rousseff em 2015 que se soma a prisão arbitrária do ex Presidente Lula, impedido de parti-

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cipar das últimas eleições presidenciais no Brasil. O que vemos faz relembrar a “Operação Condor” uma aliança político-militar entre os vários regimes dita-toriais militares da América do Sul: Brasil, Argen-tina, Chile, Bolívia, Paraguai e Uruguai com a CIA – Agência Central de Inteligência dos Estados Unidos, nas décadas de 1970 e 1980.

22 As intervenções norte-americanas estimulam o acirramento diplomático entre os países na Améri-ca do sul, com o objetivo de arruinar qualquer polí-tica regional de unidade. O presidente norte-ameri-cano, Donald Trump, ordenou uma série de medidas para pressionar o governo de Nicolás Maduro (Ve-nezuela) e assim tentar provocar uma mudança po-lítica no país latino-americano. O capital financeiro, representado por estas lideranças políticas, se apro-veita de uma condição fragilizada da Venezuela, que passa por uma das suas piores crises políticas e eco-nômicas, para questionar sua soberania nacional. É sabido pelo mundo as dificuldades que o povo ve-nezuelano vem passando nesses últimos anos, o re-fúgio para os países vizinhos tornou-se uma questão de política regional, no entanto, a obrigação da co-munidade internacional e das instituições regionais e globais é de apoiar este processo na Venezuela sem interferências ou condições que possam minar a unidade nacional e a paz entre os seus habitantes.

23 O Brasil é um dos países que mais recebe refugiados (as) venezuelanos, e não só, temos uma tradição de país amigo nestas situações de refúgio e imigrações. No entanto, o atual governo de Jair Bolsonaro está rompendo com essa tradição. Uma das suas primeiras ações enquanto presidente foi revogar a adesão do Brasil ao Pacto Global para Mi-gração Segura, Ordenada e Regular.  O pacto esta-belecia orientações específicas para o recebimento de imigrantes, preservando o respeito aos direitos humanos sem associar nacionalidades. Dos repre-sentantes dos 193 países, 181 aderiram ao acordo.

Estados Unidos e Hungria estão entre os que foram contrários, o Brasil soma-se a essa pequena lista.

24 Essa reorientação mundial se dá com apoio de regimes conservadores e autoritários, os direi-tos civis e sociais passam a ser violados em nome da ordem e as perseguições políticas e repressões das forças opositoras e resistentes se tornam práti-cas recorrentes. É necessário que nos posicionemos contra as mortes e prisões arbitrárias de lideranças políticas e sindicais pelo mundo e que nos mobi-lizemos para exigir a imediata soltura dos presos políticos. Bielorússia, Brasil, México, Coréia do Sul, Nigéria são, infelizmente, exemplos de política per-secutória. Em menor ou maior grau é um fenômeno mundial, como já citado aqui, portanto não pode-mos deixar que isso passe sem denuncia e luta. Es-ses ataques às lideranças visam amedrontar a classe trabalhadora em um possível posicionamento con-trário aos interesses dos poderosos.

25 No Brasil seguimos incansáveis com a cam-panha internacionalista Lula Livre, denunciando ao mundo essa barbárie jurídica a que Lula está sub-metido desde o dia 07 de abril de 2017. Durante três dias, antes de efetivar sua prisão, o povo re-sistiu e ficou em vigília em apoio ao ex-presiden-te Lula, no Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, em São Bernardo do Campo - Brasil. O que se viu foi his-tórico, no último dia de vigília, Lula fez seu históri-co discurso antes de sair carregado pelo povo, que reluta em deixa-lo ir. Desde então a campanha Lula Livre segue denunciando ao mundo essa farsa jurí-dica e reivindicando os direitos civis de Lula, preso político no Brasil.

26 Foi imediatamente erguido um acampamen-to em frente a prisão em Curitiba onde Lula está, numa vigília permanente por Lula Livre. Lula vem recebendo visitas de personalidades públicas na-cionais e internacionais, que prestam solidariedade

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e são porta-vozes ao mundo da prisão arbitrária do ex-presidente.

27 Lula recebeu o ator norte-americano e ativis-ta de direitos humanos, Danny Glover, o prêmio No-bel da Paz,  Adolfo Pérez Esquivel, que atualmente lidera a campanha para consagrar a Lula o Nobel da Paz, em reconhecimento ao seu legado no combate à fome e à miséria no Brasil.  Noam Chomsky clas-sificou Lula como “uma das figuras mais significati-vas do século 21”, após visitá-lo. O ex-presidente do Uruguai, Pepe Mujica, o ex-primeiro-ministro italia-no, Massimo D’Alema e o ex-governador do Distrito Federal do México, Cuauhtémoc Cárdenas também estiveram presentes.  O ex-presidente da Colômbia e ex-secretário-geral da Unasul (União das Nações Sul-Americanas), Ernesto Samper, o sociólogo por-tuguês Boaventura de Sousa Santos, Martin Schulz, líder da social-democracia alemã e antigo presiden-te do Parlamento Europeu e também o fundador do Podemos na Espanha, Juan Carlos Monedero, fazem parte da lista de personalidades públicas que visita-ram Lula.

28 Comitês Lula Livre estão espalhados pelo Brasil e pelo mundo, e através dessa articulação organismos Internacionais já se posicionaram por Lula, como foi o caso da ONU, que requisitou que os direitos políticos de Lula fossem respeitados duran-te a processo eleitoral no Brasil, e que se legitimasse sua candidatura. O Brasil, que sempre teve uma tra-dição de respeito as organizações internacionais as quais é signatário, rompeu com essa tradição e não acatou a orientação da ONU, negando a candidatu-ra de Lula.

29 Em 2019, Lula será indicado como candidato ao Prêmio Nobel da Paz, apoiado pela Central sindi-cal da Tunísia União Geral dos Trabalhadores da Tu-nisia -(UGTT), que já ganhou o prêmio em 2015. Sua indicação representa o reconhecimento do mundo

por seu legado, sem precedentes, no combate à re-dução da pobreza e da fome no Brasil.

30 Vivemos um ambiente muito adverso para a classe trabalhadora, atacada pela super concentra-ção do capital baseado na super exploração e pre-carização do trabalho, pela criminalização das enti-dades de representação popular sob ataque frontal desses grupos econômicos e com as instituições supranacionais, criadas no pós guerra, incapazes de atuar para evitar conflitos. Neste contexto, não há outra alternativa senão a unidade na luta e na orga-nização da classe trabalhadora a nível internacional. Se sempre foi necessário, agora é questão de sobre-vivência de classe!

31 Além do discurso, essa unidade tem que se materializar em frentes de luta e em estruturas ca-pazes de resistir aos ataques. Nesse sentido, as es-truturas sindicais, principalmente, mas não unica-mente, nos países do Sul, tem que se renovar. Não se trata necessariamente em demolir o que existe, mas sim reforçar a luta da classe trabalhadora por melhores condições de trabalho e renda a partir do espaço onde o processo de mais-valia acontece.

32 Em outras palavras, a única possibilidade de resistência começa com estruturas de representação que atuem nos espaços fabris, no chão de fábrica e não dos portões das empresas para fora. Que atuem nas comunidades e bairros onde os trabalhadores estão. Que articulem e mobilizem a sociedade para conquistarem políticas públicas de seus interesses. Que sejam criativas, integrem e sistematizem lutas além dos ramos e das formas de atuação já existentes.

33 Existem exemplos positivos nesse sentido na Inglaterra, Alemanha, Espanha, México, Brasil. Uma vez que há uma concentração de capitais de dife-rentes ramos de atuação convergindo para acabar com as representações de trabalhadores, é neces-

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sário que os trabalhadores dos diferentes ramos se unam para resistir aos ataques.

34 É preciso criar marcos institucionais a nível mundial, continental, regional e nacional é impres-cindível neste cenário de extrema desregulamen-tação dos direitos dos trabalhadores. Claro que es-ses acordos devem ser redigidos, implementados, acompanhados e garantidos através da fiscalização e necessária mobilização e ou luta dos trabalhado-res uma vez que, mesmo conquistados, a eficácia desses acordos depende do posicionamento e do grau de organização da classe trabalhadora no local onde foi aplicado.

35 É necessário trabalhar a consolidação das es-truturas em macro setores, bem como fusões de es-truturas de representação em uma nova e vigorosa ferramenta de luta que faça frente a esse processo histórico atual uma vez que, de forma isolada ou se utilizando de estratégias convencionais, as institui-ções de representação têm encontrado dificuldades estruturais e políticas para fazer a luta de forma efi-ciente.

36 Integrar-se as lutas dos trabalhadores mun-diais através das instituições globais e buscar cada vez mais uma integração com movimentos regio-nais e Latino Americanos, uma vez que a semelhan-ça do modelo selvagem de correlação de forças que nos é imposto nos une e pode ser o ponto de con-senso para elaborarmos ações coordenadas.

37 É necessário que a classe trabalhadora não tenha ilusões sobre buscar um diálogo altivo e ati-vo com os grupos empresariais através das formas protocolares de outrora. O que os grandes grupos econômicos têm mostrado é que o diálogo é ilusó-rio quando se trata de concentração de riquezas.

A superação deste modelo predatório só se dará a partir do reconhecimento das contradições de clas-se e do enfrentamento internacionalista da classe trabalhadora.

38 Para tanto, nesse momento é preciso mui-ta estratégia e ousadia. É preciso não ter medo do novo e encarar os desafios atuais, ultrapassando li-mites estabelecidos pelas instituições, de forma de-mocrática, popular e muito combativa.

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Democracia

39 A ampliação da economia financeirizada após crise de 2008, aumentou ainda mais a explora-ção da classe trabalhadora e avança sobre os recur-sos naturais, o patrimônio e a soberania das nações periféricas, que não integram o centro do mundo capitalista. Nos países europeus onde vigorou um estado de “bem estar social”, um acordo entre esta-do e a classe trabalhadora européia, que só foi pos-sível de se estabelecer as custas da exploração do resto do mundo, os direitos dos trabalhadores e da população em geral vem sendo ainda mais descons-truídos, completando um processo que se iniciou na década de 90.

40 A atual lógica de acumulação do capitalis-mo baseado na financeirização impede ainda mais a distribuição de riqueza e bem estar social. Soma-do a isso, a omissão nas últimas décadas de alguns partidos de centro e centro esquerda que se coloca-ram como mediadores desta lógica ao aderirem ao neoliberalismo, deixou amplos segmentos da clas-se trabalhadora órfãos. Esse contexto abriu espaço para o avanço do pensamento de extrema direita e de personagens e partidos com discurso xenó-fobo, intolerante, de ódio contra imigrantes, racis-ta, machista e homofóbico. Aposta-se em um falso nacionalismo, como se isso fosse a solução para os problemas causados pelo capital, ao mesmo tempo em que recrudescem a imposição de políticas ultra--liberais.

41 Nesta fase da acumulação capitalista o alvo são os recursos naturais, a energia, minérios, água, florestas, terras e as políticas públicas de saúde, educação, segurança, previdência e tudo e qual-quer serviço público que puder ser transformado em mercadoria. Além da alienação dos bens públi-

cos para os interesses privados, busca-se retomar as privatizações de todas estatais lucrativas.

42 Para impor essa agenda regressiva e preda-dora o capital financeiro não tem pudores, organi-zam e financiam guerras convencionais, golpes de estado, golpes de estado com utilização do aparato judicial, guerras híbridas, usam as redes sociais para difundir massivamente notícias falsas e destruir re-putações para derrubar governos que não se sub-metam aos interesses do capital.

43 Com a eleição de Lula em 2002, um legítimo representante da classe trabalhadora que a classe dominante brasileira nunca aceitou, inicia-se um dos melhores períodos da história democrática do Brasil. Iniciasse a construção de um estado mais aproximado ao modelo de “bem estar social”. São criados Programas sociais de combate à miséria e a fome, com foco na distribuição de renda. Desen-volve-se uma política nacional de valorização do salário minímo negociada com as Centrais Sindi-cais, o que significou, nesse período, um aumento real de 74% do salário. Ampliou-se os mecanismos de acesso as políticas públicas de saúde e educação e a participação da sociedade civil na definição das políticas de governo, através das diversas Conferên-cias Nacionais, envolvendo milhões de participan-tes. Também precisamos ressaltar a criação do Con-selho de Desenvolvimento Econômico e Social, os investimentos em infraestrutura com a adoção do PAC - Programa de Aceleração do Crescimento e na Petrobras, que permitiram a descoberta do Pré-sal.

44 A utilização de políticas econômicas anticí-clicas permitiu que o país continuasse crescendo, mesmo durante a maior crise econômica mundial

CONJUNTURA POLÍTICA NACIONAL

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das últimas décadas, a crise de 2008. Essa reorienta-ção das políticas públicas propiciou a inclusão social de 40 milhões de pessoas e retirou o Brasil do mapa da fome da Organização das Nações Unidas - ONU

45 O país tornou-se o que se chama de um player importante no jogo das Relações Internacio-nais, por sua atuação soberana ganhou a admiração e o respeito no mundo, e o presidente Lula tornou--se uma figura respeitada e admirada em todo o pla-neta.

46 A eleição de Dilma Rousseff em 2011, seguiu reafirmando a representatividade popular, sendo ela a primeira mulher eleita presidenta no Brasil. Seu governo da continuidade ao projeto social de-senvolvimentista e o Brasil chega em 2014 com uma situação considerada de pleno emprego, com 4,2% de desempregados.

47 O período dos governos Lula e Dilma, no entanto, também foi marcado desde o início pela hostilização dos meios monopolistas de comunica-ção, capitaneados pela Rede Globo, que recrudes-ce a abordagem negativa sobre o Partido dos Tra-balhadores e suas propostas, e buscam desgastar e desconstruir a figura do partido e especialmente do Presidente Lula.

48 No Judiciário tem início o processo de parti-darização e politização de suas decisões a partir da ação penal 470 – O Mensalão, com a importação de teses alheias às leis e a Constituição brasileira, com o claro objetivo de criminalizar a política, os parti-dos e certos políticos.

49 Durante o final do primeiro mandato da presidenta Dilma, em 2013, eclodem movimentos contra o aumento das passagens de ônibus, inicial-mente com mobilizações pequenas. Após uma bru-tal repressão da polícia militar do então governador

Geraldo Alckimin, em São Paulo, os movimentos re-cebem um importante reforço de parcela indignada da população. Com o crescimento das mobilizações, movimentos de extrema direita como Movimento Brasil Livre e Vem pra Rua, financiados por alguns partidos e organizações bilionárias internacionais e com forte apoio da mídia monopolista, assumem o controle das manifestações e as direcionam contra o governo federal, provocando um forte desgaste.

50 Em 2014 as mesmas organizações lideram o Movimento Não vai ter Copa, buscando ampliar o desgaste do governo. As organizações progressis-tas e de esquerda, bem como os partidos políticos em geral voltam a ser hostilizados nessas manifes-tações, mas ainda assim em 2014, em uma disputa muito dura, Dilma vence as eleições presidenciais e se reelege.

51 O Partido da Social Democracia Brasileira - PSDB, tendo como seu porta voz Aécio Neves, dá início a uma série de ações questionando o resul-tado eleitoral e, em aliança com Eduardo Cunha, costuram a trama que acaba resultando na ruptura do Congresso com o governo e na construção insti-tucional da etapa do golpe que vivenciaríamos em 2016.

52 Começam as aprovações de “pautas bomba” no Congresso e a criação de todo tipo de dificulda-de para impedir a governabilidade. Por sua vez, as ações do então Ministro da Fazenda, Joaquim Levy, criaram dificuldades junto ao Movimento Sindical e Movimentos Sociais, que descontentes com a sua política econômica de ajustes, refluíram no apoio ao governo da presidenta Dilma.

53 O Tribunal de Contas da União - TCU cria e acusa Dilma Rousseff como autora das chamadas “Pedalas Fiscais”, o que posteriormente seria con-cluído pela perícia que não houve crime de respon-

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sabilidade fiscal. Este episódio fortalece o golpe em curso e mais uma vez, com apoio da mídia monopo-lista, as organizações de extrema direita conseguem ocupar as ruas pedindo o impeachment da Presi-denta eleita.

54 Apesar da tardia reação das organizações progressistas, dos movimentos sociais e sindicais e da esquerda em geral, ainda assim foram organiza-das grandes mobilizações contra o golpe, dividindo as ruas e mostrando o vigor da resistência. No en-tanto, o golpe já tinha seu roteiro traçado e conta-va com a cumplicidade de parcela do judiciário, dos meios de comunicação, do meio empresarial, dos interesses internacionais e com a traição de Michael Temer e do Movimento Democrático Brasileiro, que anunciava, com a sua proposta de uma Ponte para o Futuro, o desejo de implantação no Brasil de políti-cas ultraliberais, de ascensão do conservadorismo e de subordinação da soberania nacional.

55 A Operação Lava-Jato aprofunda a criminali-zação da política, legítima a partidarização da ação judicial e o seu comportamento parcial. Com o apoio dos meios de comunicação, avança no seu objetivo de interditar a política, destruir os setores importan-tes da economia, perseguir o Partido dos Trabalha-dores - PT e seus principais quadros, culminando em 2018, com a prisão sem provas do presidente Lula, com o claro objetivo de inabilita-lo politicamente na eleição.

56 A jovem Democracia brasileira é mais uma vez golpeada, nos alertando que os direitos civis e sociais sempre foram matéria de disputa entre a classe trabalhadora e a elite nacional, marionete no capital internacional. O conflito em si e a manuten-ção das oposições são fundantes de uma sociedade democrática, no entanto, a elite oligárquica brasileira sempre negou o verdadeiro sentido democrático do conflito, não admitindo nenhuma contradição, detur-

pando seu sentido como crise, desordem, algo peri-goso e que necessita de um Estado forte repressor.

57 A eleição de Bolsonaro representa essa gui-nada de sentido e portanto, é tarefa do Movimento sindical e dos demais Movimentos sociais e popula-res priorizar a intransigente defesa da democracia, o que nesta conjuntura significa resistir a todos os ataques deste estado predatório. É urgente a cria-ção de estratégias para resgatarmos a narrativa da história e colocarmos novamente a classe trabalha-dora como protagonista do seu futuro.

Nenhum Direito a Menos

58 Consumado o golpe, tem início a implanta-ção da agenda política do golpe, que caminha na contramão do projeto eleito pelo voto popular e vai de encontro a retirada de direitos históricos da clas-se trabalhadora.

59 Foi aprovada a Proposta de Emenda a Cons-tituição - PEC do Teto, que congelou os investimen-tos em saúde, educação, segurança pública e infra-estrutura. Foi aprovada a Lei da Terceirização, que retirou as restrições sobre o trabalho temporário e autorizou a terceirização para atividades fins. Tam-bém é aprovada a Reforma Trabalhista, que está destruindo os direitos da classe trabalhadora, pre-carizando as relações de trabalho; enfraquecendo a organização sindical e dificultando a sustentação financeira dos sindicatos. A tentativa de Reforma da Previdência que foi temporariamente barrada du-rante o ano eleitoral, retorna como principal pauta do governo eleito de Jair Bolsonaro.

60 Ainda sobre o governo Temer se produziu um enorme desastre econômico e político, que resultou num quadro brutal de desemprego, subemprego, informalidade, queda da renda da classe trabalha-

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dora que segue levando milhões de pessoas ao de-salento e a sub-ocupações. Eclodem denúncias de corrupção, que escancararam o verdadeiro compro-misso do golpe com o “Grande Acordão Nacional” e sua distância do combate a corrupção.

61 Nestes anos de golpe, o Partido dos Traba-lhadores - PT conseguiu recuperar seu prestígio, as Caravanas de Lula pelo Nordeste e demais regiões do país mostraram o enorme carinho do povo por Lula, sua grande força social e a capacidade de re-cuperação do partido, mas também reafirmaram a capacidade de retomada da iniciativa das organi-zações populares, Central Única dos Trabalhadores - CUT, Movimento dos Atingidos por Barragens - MAB , Movimento dos Pequenos Agricultores - MPA, Levante Popular da Juventude, União Nacional dos Estudantes - UNE e Movimento dos sem Terra - MST.

62 O processo eleitoral de 2018 é marcado, mais uma vez, pelo ativismo de parcela do judiciário, pela atuação do juiz Sérgio Moro, pelas forças de segu-rança, pelos meios de comunicação e pelo protago-nismo das forças militares.

63 Uma sucessão de episódios escancara o ob-jetivo de impossibilitar a candidatura de Lula à pre-sidência. O comandante das Forças Armadas faz uma declaração pressionando o Supremo Tribunal Federal - STF nas vésperas do julgamento do habeas corpus do presidente Lula para impedir a sua liber-dade, deixando claras as intenções dos militares em tutelar as instituições. A atuação de Moro, de juízes do TRF 4, de delegados da polícia federal, da Procu-radoria Geral da República – PGR , do Ministro da Justiça para impedir a libertação de Lula, em cum-primento a um habeas corpus concedido por um desembargador do TRF4 em exercício legítimo de sua jurisdição, é um exemplo do comprometimento da ação judicial com o estado de exceção em que o país se encontra.

64 O poder judiciário que sempre se posicionou a favor do cumprimento dos tratados internacionais a que o Brasil é signatário, desrespeitou a decisão da própria ONU que afirmou que o país deveria res-peitar os direitos políticos do presidente Lula e ga-rantir a sua candidatura. O cerceamento aos direitos políticos de Lula também se revela no desrespeito a decisão do ministro Ricardo Lewandovisk, que au-torizou Lula a dar entrevistas, mas teve sua decisão cassada por Luiz Fux, numa manobra de desrespei-to a decisão de um juiz do supremo, nos mesmos moldes do que já tinha acontecido no episódio do habeas corpus.

65 Impedida a candidatura de Lula, Fernando Hadadd, tendo como vice Manuela D’Ávilla assu-mem a candidatura da chapa Partido dos Trabalha-dores - PT/Partido Comunista do Brasil - PCdoB, alia-dos para disputar as eleições de 2018.

66 O processo eleitoral é marcado pela derroca-da dos partidos que organizaram o golpe de 2016, o candidato preferencial, Geraldo Alckimin, sofre uma derrota acachapante, seguido por Marina Silva, Álvaro Dias e Meirelles. No campo progressista Ciro Gomes tenta ser a alternativa ao Partido dos Traba-lhadores - PT, mas fracassa e Guilherme Boulos não conquista considerável expressão.

67 Com a utilização de elementos de guerra híbrida, como a difusão massiva de notícias falsas – fake news financiadas a um custo milionário por empresários nacionais e internacionais contra o candidato Fernando Haddad e sua vice, através das redes sociais, principalmente whatsapp, somado ao apoio de igrejas evangélicas neopentecostais de perfil ultra conservador e suas redes de comunica-ção, Jair Bolsonaro chega ao segundo turno contra Haddad com a omissão da justiça eleitoral.

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68 No segundo turno, um grande movimento cívico/democrático se forma em torno de Haddad, movimentos como Vira Voto e Ele Não, o último pro-tagonizado pelas mulheres, polarizam e fortalecem Haddad no segundo turno, o que faz com que sua candidatura passe de 31 milhões de votos no pri-meiro turno para 47 milhões no segundo.

69 Apesar desse vigoroso movimento, Jair Bol-sonaro é eleito presidente. O Brasil elege um can-didato que pregou durante toda a sua vida pública um discurso de “entreguismo”, intolerância, ódio, preconceito, machismo e homofobia.

70 De imediato expediu um decreto que facilita a posse de armas, uma de suas principais promessas de campanha. O decreto altera o Estatuto do Desar-mamento, aprovado em 2003 e facilita o acesso a armamentos no Brasil, uma ação que vai na contra-mão da opinião da maior parte da população brasi-leira, que na mais recente pesquisa Datafolha sobre o assunto, feita em dezembro de 2018, opinou que a posse de armas deve ser proibida no país. A ser-viço da indústria armamentista, que se beneficiará com a medida, o governo Bolsonaro lançara o país num quadro ainda pior de violências e mortes, ten-do como alvos mais vulneráveis a juventude negra, mais vitimada por crimes com armas de fogo no Bra-sil e as mulheres em situação de violência domésti-ca e relações abusivas, o Brasil configura como o 5º país com as maiores taxas de feminicídos do mundo, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS).

71 A migração para o Ministério da Agricultura, instituição que representa interesses do setor agro-pecuário brasileiro, da prerrogativa de delimitar terras indígenas e quilombolas e de conceder licen-ciamento para empreendimentos que possam atin-gir esses povos, é um ataque direto a aos direitos destas comunidades. Transferir as funções da Funai para o Ministério da Agricultura viola a Constituição

e coloca interesses antagônicos sob o controle do agronegócio, que tem como reivindicações históri-cas diminuir a concessão de demarcações de terras e destravar obras, como ferrovias e rodovias, em áreas próximas a comunidades indígenas e quilom-bolas. É o governo brasileiro se eximindo do papel de mediador deste conflito e de prezar pela segu-rança e pelo direito a terra dessas comunidades e passando a representar unilateralmente os interes-ses dos produtores rurais. O objetivo é paralisar no-vas demarcações, já que o controle sobre a decisão estará nas mãos de uma instituição que representa ruralistas.

72 É o desenho de um estado predatório para a classe trabalhadora do campo e da cidade, em es-pecial para negros, indígenas e mulheres. Em fala, após receber a faixa presidencial, Bolsonaro disse: “Me coloco como o dia que o povo começou a se libertar do socialismo, se libertar da inversão de va-lores, do gigantismo estatal e do politicamente cor-reto.”  A interpretação desta fala nos permite dizer que o Brasil mergulha em um verdadeiro estado de exceção, regredindo para a interpretação do mundo sob o véu da Guerra Fria e alimentando, novamen-te, a histeria coletiva do medo do inimigo externo e interno, o fantasma do comunismo. Assim, o atual governo pode implantar sua agenda econômica neo-liberal e perseguir as maiorias através da ditadura da minoria, que no Brasil é representada pela elite, bran-ca, masculina e heteronormativa e submissa a hege-monia norte-americana.

73 A resistência será a tônica para sobreviver ao governo Bolsonaro. Conscientes de que haverá luta por parte da classe trabalhadora o governo, com apoio dos ultra-conservadores do Congresso, pro-mete seguir com a criminalização dos movimentos sociais, endurecendo a lei antiterrorismo para con-seguir enquadrar e perseguir os movimentos e seus militantes. As perseguições e os assassinatos de li-

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deranças políticas do campo e da cidade estão sen-do recorrentes, uma situação sem precedentes no curto período democrático que vivemos. A exemplo do ex-presidente Lula, que está preso “por ato inde-terminado” em um processo mundialmente notório pela fragilidade jurídica em que se baseia. É necessá-rio que se aponte os mandantes e executores da ve-readora Marielle Franco e seu motorista Anderson. A lista poderia seguir com os assassinatos de Moa do Catendê, dezenas de lideranças de etnias indígenas, agricultores, ambientalistas, entre outros.

74 O governo Bolsonaro constituiu seu quadro ministerial com um número muito expressivo de mi-litares, sete dos 22 ministérios no primeiro escalão são comandados por egressos da Marinha, do Exér-cito ou da Aeronáutica; ocupam 21 áreas estratégi-cas comandados por mais de 30 dirigentes militares, principalmente do Exército. Isso revela o exercício político da tutela militar sobre as instituições civis. Um país com um passado recente de Ditadura mili-tar, se vê diante de um quase ou real “dejavu”.

75 Quando analisamos conjuntamente a com-posição do Congresso Nacional, dominado histo-ricamente pelas bancadas da Segurança, Agrope-cuária e Evangélica, vemos a imposição do projeto golpista: a entrega do patrimônio público e das ri-quezas naturais do país, a destruição das políticas públicas, dos programas sociais, dos direitos dos trabalhadores, da Reforma da Previdência e de ata-que aos direitos civis.

76 Portanto, é latente que recuperemos a narra-tiva da história, resgatando a consciência de que a luta pelos direitos e garantias fundamentais da pes-soa humana é a luta pelo direito de todos e todas, e que a justiça social é um caminho a ser perseguido e defendido, por nenhum direito a menos!

Soberania Nacional

77 A composição ministerial ultraconservadora e militarizada, somada a uma busca incessante de se alinhar aos interesses dos EUA significa renun-ciar a soberania nacional e retomar uma postura de submissão ao imperialismo norte-americano, des-considerando elementos da geopolítica mundial e demais continentes e países estratégicos para as relações comerciais internacionais, como a China. Bolsonaro, antes mesmo de sua posse deu decla-rações nada alinhadas com a tradição diplomática brasileira e que podem significar grandes prejuízos ao Brasil no comércio internacional.

78 O Ministro da Economia já se pronunciou desprezando as políticas de integração regional construídas ao longo dos últimos 15 anos, onde o Brasil viveu um período de ouro, com uma política externa ativa e altiva, que fortaleceu o Mercado Co-mum do Sul - MERCOSUL, criou a União de Nações Sul-Americanas - UNASUL e participou ativamente na formação do G20. O Brasil atuou de maneira de-cisiva na criação do BRICS – Brasil, Rússia, Índia, Chi-na e África do Sul, e investiu fortemente na relação com a África, Ásia e Oriente Médio, reorientando a visão da Política Internacional não mais indiferente aos continentes e países periféricos, mas sim orien-tada por diretrizes humanistas e de unidade, sem descuidar das relações com os países da Europa e da América Central, do Norte e do Caribe.

79 Bolsonaro prometeu mudar a embaixada do Brasil em Israel para Jerusalém, desagradando os países árabes. O atual Ministro das Relações Exterio-res, Ernesto Henrique Fraga Araujo, é considerado um desastre para as relações diplomáticas brasilei-ras, sua atuação reforça essa ruptura com a tradi-ção da diplomacia brasileira de intermediação nos

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conflitos, buscando sempre construir o diálogo. O Ministro, que considera Donald Trump como a refe-rência dos tempos, aprofunda a postura já iniciada no governo golpista de Michel Temer, cuja política externa tem primado por endossar o intervencio-nismo dos Estados Unidos na América Latina, como é notório no caso da Venezuela. O intervencionismo eminente na Venezuela é pauta recorrente nos dis-cursos do atual governo, vivemos uma ameaça real de envolver o Brasil em uma guerra com o país vizi-nho, servindo como bate-pau dos interesses ameri-canos no continente.

80 Seguindo com agenda iniciada no golpe de 2014, o governo Bolsonaro, na figura do Ministro da Economia, Paulo Guedes, já inicia suas articulações para as privatizações, concessões e ativos imobili-ários que serão ofertados ao mercado. O governo pretende leiloar pelo menos 49 projetos de infra-estrutura somente em 2019 e privatizar o máximo possível de estatais, até mesmo as estratégicas, sob a desculpa esfarrapada de “tornar a máquina públi-ca mais eficiente”, diminuindo a presença do estado como indutor da economia e entregando as rédeas ao mercado.

81 Soma-se ao projeto de alimentar os interes-ses do mercado, as custas da precarização das con-dições de vida da população brasileira, a Reforma da Previdência, um dos carros chefes deste gover-no que pretende votá-la ainda em seu primeiro se-mestre de mandato. A Reforma da Previdência pro-posta por Paulo Guedes quer a transição do regime de repartição para o de capitalização, que tem por objetivo reduzir a cobertura da Previdência Social e condenar os trabalhadores a procurarem alternati-vas no mercado, reduzindo os direitos das novas ge-rações e retirando do estado seu papel de principal responsável pela Previdência.

82 Nos poucos casos nacionais em que a capitali-zação substituiu a Previdência Social, como no Chile de Pinochet, as consequências foram desastrosas. Criou-se uma massa de idosos empobrecidos, recebendo menos que um salário mínimo, o que está provocando uma onda crescente de suicídios de idosos no país. O Ministé-rio da Saúde, em parceria com o Instituto Nacional de Es-tatísticas (INE) do Chile, publicou estudo mostrando que entre 2010 e 2015, 936 adultos maiores de 70 anos tira-ram sua própria vida, o Chile ocupa atualmente a primei-ra posição entre número de suicídios na América Latina.

83 Completando a agenda de fragilização da soberania nacional, o governo Bolsonaro não pos-sui qualquer compromisso com a retomada da in-dustrialização e do trabalho industrial. Não aponta horizontes de investimentos em infraestrutura, di-versificação da produção e proteção das empre-sas nacionais. Ao contrário, sua equipe econômica pretende promover uma nova rodada de abertura comercial, reduzindo tarifas de importação para se-tores da indústria hoje protegidos.

84 Exemplos concretos do entreguismo de se-tores estratégicos da indústria nacional são: a venda de 80% do capital da Empresa Brasileira de Aero-náutica, Embraer, única grande empresa brasileira de alta tecnologia que possui uma inserção ativa no mercado internacional a Boeing, empresa norte--americana. A Concessão da base de Alcântara, em um controverso acordo com os Estados Unidos, que prevê o aluguel da base para os norte-americanos colocarem seus satélites em órbita, com regras im-postas pelos mesmos, intervindo na decisão do Bra-sil sobre a escolha dos demais países que possam alugar a base, além da insegurança sobre o que sai-ria e entraria no país durante o trânsito dos satélites.

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Meio ambiente

85 A nomeação de Ricardo Salles para o Minis-tério do Meio Ambiente comunga do projeto de en-trega da soberania nacional do governo de Bolsona-ro. O novo ministro prevê flexibilização das regras para o licenciamento ambiental. A execução de uma obra no Brasil demanda que sejam feitos estudos sobre os impactos ambientais que a empreitada irá causar e que se proponham medidas mitigadoras dos danos calculados. Se o planejamento atende à lei, então são emitidas as licenças ambientais que autorizam a execução da obra. Especialistas da área apontam que o afrouxamento dessas exigências legais é uma das maiores ameaças aos sistemas de proteção ambiental existentes no país, o que com-promete o meio ambiente em sua totalidade.

86 Salles assumidamente se opõe à agenda am-biental e questiona a veracidade do aquecimento global. Bolsonaro já cogitou a saída do Brasil do Acordo do Clima de Paris, onde, segundo ele, tra-ta-se de um intento para roubar dos brasileiros a soberania sobre a Região Amazônica. Esses posicio-namentos colocam em risco inclusive as relações comercias do Brasil com o exterior, já que para o Brasil atender aos mercados internacionais, é exigi-do a garantia de que aquele produto não está en-volvido em desmatamento.

87 A mundialmente conhecida e cobiçada di-versidade natural brasileira, que dispõe da maior floresta tropical, excepcional biodiversidade, as maiores reservas de água doce do mundo e seu po-tencial de energia eólica, solar e hidrelétrica, está sendo rifada pelos mesmos interesses internacio-nais e pelo agronegócio nacional.

88 A proposta de extinção do Ministério do Meio Ambiente e sua subordinação a da Agricultura não foi bem vista pelos grupos envolvidos, no entanto

a troca de atribuições e fiscalização para a agriculta já explicita que o governo Bolsonaro não quer um ministério do Meio Ambiente forte.

89 A velha tônica de que o meio ambiente é um problema e que cumprir as regras ambientais é um impeditivo ao desenvolvimento será o lema deste governo, que se apoia em um discurso perigoso de nacionalismo neofascista combinado com uma agenda econômica entreguista e subserviente.

90 Não existe cena mais literal que exemplifica essa subordinação, do que Bolsonaro batendo con-tinência para bandeira dos Estados Unidos e para o assessor de segurança de Trump, esse é o retrato do projeto político do golpe e do governo eleito, con-tinuar com as privatizações irrestritas e submeter-se ao imperialismo norte-americano, rifando a sobe-rania nacional às custas da desindustrialização do Brasil, da falência dos investimentos em ciência e tecnologia e do desprezo ao Meio ambiente e as co-munidades que resistem aos interesses escusos do mercado financeiro.

Liberdade sindical

91 O golpe de 2014 tinha como principais obje-tivos: impedir a participação da classe trabalhadora na política, a entrega da soberania nacional e a dis-puta pela renda. Neste último ponto, uma das agen-das cruciais que os financiadores do golpe precisa-vam aprovar e que só seria possível através de um golpe, já que esse não foi o projeto eleito pelo voto popular, era a Reforma Trabalhista. A Reforma retira, flexibiliza ou desregulamenta direitos relacionados a organização do trabalho, as negociações coletivas, a organização sindical e a Justiça do trabalho. A re-tórica de criminalização do Movimento Sindical refor-ça no senso comum o desprezo pela organização dos

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trabalhadores e busca-se com isso legitimar um esta-do policial e de perseguição ao movimento sindical.

92 Com a extinção do Ministério do Trabalho o governo de Bolsonaro já dá o tom do como se dará o diálogo com a classe trabalhadora, inexistente. O trabalho é um valor constitucional, quando ele perde o status de Ministério é a sinalização de sua desvalorização perante esse governo. Fechar um espaço institucional, em  nível de governo, de dis-cussão, balizamento e regulação das relações capi-tal-trabalho significa fechar um canal de expressão dos trabalhadores.

93 Bolsonaro ao afirmar que “é horrível ser pa-trão no Brasil”, e que “os trabalhadores (as) precisam escolher entre mais empregos ou mais direitos”, pa-rece estar distante do país com quase 13 milhões de desempregados e 43% dos  trabalhadores e traba-lhadoras na informalidade. A extinção do Ministério do Trabalho viola vários artigos da Constituição e Convenções da Organização Internacional do Tra-balho, que já foram ratificadas pelo Brasil.

94 A atual estrutura da pasta será dividida en-tre os Ministérios da Justiça, da Cidadania e da Eco-nomia. Sérgio Moro, nomeado Ministro da Justiça, escancarando a partidarização da ação judicial em voga desde a construção do golpe, estará à frente da fiscalização dos registros sindicais. Moro já decla-rou que vai atacar o movimento sindical, além de ter em suas mãos o Conselho de Controle de Atividades Financeiras - COAF, o que acaba com o devido sigilo fiscal e bancário de pessoas, instituições e empresas, o que permitirá que possa selecionar alvos de seus interesses. A transferência do registro sindical para o Ministério da Justiça tem o propósito de crimina-lizar o movimento. O Fundo de Garantia do Tempo de Serviço - FGTS e Fundo de Amparo ao Trabalha-dor - FAT serão de responsabilidade do Ministério da Mulher, Família e Direitos Humanos.

95 O quadro que se apresenta é, portanto, de re-sistência ativa contra as propostas do governo que busquem criminalizar os movimentos sociais, o mo-vimento sindical e as oposições. Essa resistência ativa e efetiva é realizada através da luta nas ruas, no tra-balho de base e na mobilização popular, através da construção de frentes e de campanhas que devem, mais do que nunca, defender o direito constitucional de livre reunião e associação. Primando pelo direito de organização dos trabalhadores enquanto classe fundante e estruturante da sociedade brasileira.

96 Em suma, a luta pela manutenção do direi-to de representação dos trabalhadores para e pelos próprios trabalhadores, é o que garantirá a resistên-cia contra os ataques aos direitos da previdência pública, aos direitos trabalhistas e contra a pauperi-zação, lutando por empregos e renda digna para os trabalhadores do campo e da cidade.

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CONJUNTURA ECONÔMICA NACIONAL

97 A economia brasileira se recupera em ritmo muito lento, após período de profunda recessão en-tre 2015 e 2016, com variação negativa do PIB de -3,5% e de -3,6%, respectivamente. O PIB cresceu +1,0% em 2017 e, no resultado acumulado em qua-tro trimestres terminados no 3º trimestre de 2018, a variação foi de +1,4%. A retomada modesta do cres-cimento da economia deveu-se, principalmente, ao baixo patamar registrado nos anos anteriores, pe-ríodo em que não houve política ativa do governo nesse sentido.

98 Segundo o Boletim Focus1, a previsão de cres-cimento do Produto Interno Bruto - PIB para 2019 é de +2,5% e estabilidade de preços, com o IPCA pre-visto para +4,01% ao longo do ano. As previsões de crescimento do PIB devem ser analisadas com cau-tela, pois sofrem constantes alterações ao longo do ano, a exemplo de 2018, em que as estimativas em dezembro de 2017 eram de crescimento de 2,6% para o PIB de 2018 e a última previsão está em 1,3%.

99 Apesar das incertezas nas projeções de cres-cimento do PIB, em quais bases esse crescimento se efetivará? O programa do novo governo, estri-tamente neoliberal, manterá a política do teto dos gastos (EC95/2016), prejudicando ainda mais os in-vestimentos públicos2 (variável fundamental para o crescimento econômico), aprofundará a reforma trabalhista e possui um discurso de política de aber-tura econômica, com consequências desastrosas para a população e a indústria brasileira.

100 Além disso, a orientação para o aprofun-damento da reforma trabalhista elevará o grau de

vulnerabilidade do mercado de trabalho no país, convergindo com as expectativas de redução de postos de trabalho com carteira assinada e aumen-to da ocupação nos setores de serviços e serviços domésticos, em geral, com ocupações mais precá-rias, desprotegidas e informais. A definição do salá-rio mínimo abaixo do legalmente definido3, fixado em R$ 998,00 a partir de janeiro de 2019, é outro indicador da forma como o atual governo conduzirá as políticas econômicas e sociais.

101 A reforma da previdência e privatizações totais ou parciais de empresas públicas também de-verão ser marcas do governo atual, engrossando o caldo do discurso e das ações de austeridade, alar-deados por economistas neoliberais. Na prática e nos efeitos sobre a população, o discurso neoliberal da austeridade justifica a moderação salarial e dos serviços públicos gratuitos, mas não dos lucros do capital.

Conjuntura da Indústria Brasileira

102 A produção industrial nacional em novem-bro de 2018 ficou estável (+0,1%), na comparação com outubro, após quatro meses de taxas negativas e acumulou alta de +1,5% no período de janeiro a novembro de 2018, segundo a Pesquisa Industrial Mensal divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geo-grafia e Estatística (IBGE). Na variação acumulada em 12 meses, a indústria brasileira cresceu +1,8%, mas continuou com perda de ritmo no crescimento em relação aos meses anteriores.

O BRASIL À BEIRA DO ABISMO NEOLIBERAL

1 - O Boletim Focus é uma publicação do Banco Central do Brasil, a partir das perspectivas das instituições financeiras e divulgado semanalmente. O último Boletim é de 21/01/2019.2 - Os gastos com investimentos ficaram próximos de 16% do PIB, entre 2015 e 2018, patamar baixo diante das necessidades de crescimento do país.3 - Para maiores explicações do reajuste do salário mínimo em 2019, ver a Nota Técnica do DIEESE nº 201/2019: https://www.dieese.org.br/notatec-nica/2019/notaTec201SalarioMinimo.pdf

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103 Dos 26 ramos industriais acompanhados pelo IBGE, 16 apresentaram resultados negativos e 9 dos 15 parques industriais regionais registraram perda de produção.

104 Dentre as grandes categorias econômicas, a produção de Bens de Capital teve o melhor de-sempenho em relação às demais, com crescimento de +8,2% no acumulado de janeiro a novembro de 2018. A categoria de Bens de Consumo teve cres-cimento de +1,9% e Bens Intermediários variou +0,6%, em relação ao mesmo período de 2017.

105 A indústria de transformação, por sua vez, ficou estagnada em novembro em relação a outu-bro de 2018 e teve variação negativa de -1,5% na comparação com igual mês do ano anterior. Porém, no acumulado janeiro e novembro de 2018, teve de-sempenho positivo de +1,6% na comparação com igual período do ano anterior.

106 O Nível de Utilização da Capacidade Ins-talada (NUCI) da indústria de transformação conti-nua muito baixo, sendo de 75,2% em novembro de 2018, inferior em 1,2 pontos percentuais em relação a outubro e inferior à média histórica do próprio in-dicador (80,2%), iniciada em 2001. Segundo o Insti-tuto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (IEDI)4, a permanência do NUCI em níveis muito bai-xos “não é favorável para a evolução futura do inves-timento, pois as máquinas e equipamentos ociosos deverão ser postos em funcionamento antes de os empresários pensarem em ampliar sua capacidade de produção. Em contrapartida, a existência de ca-pacidade ociosa significa que existem plenas con-dições de oferta para garantir uma recuperação da atividade econômica sem pressões inflacionárias”.

Os Segmentos do Ramo Metalúrgico

Segmento Aeroespacial

107 A fusão entre a Boeing e a Embraer, anun-ciada oficialmente em dezembro de 2018, com-promete a soberania nacional e coloca em risco a viabilidade a longo prazo da empresa brasileira, que deve perder espaço no mercado internacional. Segundo a Nota Técnica do Dieese5, não se trata de uma fusão propriamente, já que os norte-america-nos passam agora a deter 80% da nova empresa, e os brasileiros, 20%. Não existem, de fato, elementos econômicos e técnicos que garantam a sobrevivên-cia do que vai restar da Embraer. O acordo, avalia-do em U$ 5,26 bilhões, prevê ainda que, após dez anos da dita parceria, a empresa norte-americana tem direito a adquirir os 20% restantes da nova em-presa pertencentes à Embraer, quando a brasileira perderia por completo sua participação na gerência nos negócios. A Nota do Dieese também alerta que a “fusão” representa risco para o emprego, já que a nova empresa, sob controle da Boeing, poderá re-manejar 100% dos trabalhadores das atividades da aviação comercial, ameaçando também postos de trabalho indiretos.

Segmento Automotivo

108 Segundo as estatísticas elaboradas pela Associação Nacional de Fabricantes de Veículos Au-tomotores (ANFAVEA), o setor produziu 2,9 milhões de veículos automotivos em 2018, crescimento de +6,7% em relação ao ano anterior, cuja produção foi de 2,7 milhões de veículos e registrando crescimen-to expressivo de +24,0% em comparação a 2016.

4 - Fonte: IEDI – Carta nº 901 – Indústria em novembro de 2018, sem atividade. Acesso em https://iedi.org.br/cartas/carta_iedi_n_901.html5 - Fonte: https://www.dieese.org.br/notatecnica/2018/notaTec198Embraer.html

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109 O setor exportou 629,2 mil unidades, o que significa queda de -17,9% sobre as 766 mil unidades de 2017. Este recuo foi devido a forte retração do mer-cado argentino, principal parceiro comercial do Brasil.

110 A expectativa da ANFAVEA é de crescimen-to em 2019 (exceto para as exportações), aliado às propostas de reformas neoliberais propostas pelo novo governo brasileiro.

Segmento de Bens de Capital Mecânico

111 A indústria de Bens de Capital é funda-mental para o desenvolvimento do país, fornecen-do máquinas e equipamentos a serem utilizados no processo produtivo. A dinâmica e competitividade da indústria como um todo depende do grau de de-senvolvimento desse segmento. Em 2018, o consu-mo total aparente (vendas, importações, deduzidas as exportações) acumulou crescimento de +13,9% no período de janeiro a outubro, comparativamente ao mesmo período de 2017.

112 A Receita Líquida total cresceu +7,7% em 2018 (acumulado até outubro), em especial devido ao aumento das exportações e do câmbio. A Recei-ta Líquida interna recuou -0,7%, no mesmo período, em relação ao ano anterior.

113 As exportações registraram variação positi-va de +10,3% no acumulado do ano, com destaque para os componentes para a indústria de bens de capital (variação de +65,1%). Os principais destinos das exportações brasileiras foram os países da Amé-rica Latina (AL), Estados Unidos de América (EUA) e Europa, nessa ordem. América Latina registrou que-da de -5,7% e EUA e Europa registraram resultados positivos, de +28,8% e +44,6%, respectivamente, no

período de janeiro a outubro de 2018, comparado com igual período de 2017.

114 A China permaneceu como a principal ori-gem das importações (representam 18,5% do total) de máquinas e equipamentos, seguida dos EUA, com 17,0% e Alemanha, com 15,8%. No acumulado de janeiro a outubro de 2018, as importações cres-ceram +16,4% em comparação ao mesmo período do ano anterior.

Segmento Eletroeletrônico6

115 A produção industrial do segmento eletro-eletrônico registrou queda de 6,1% no mês de no-vembro em relação a igual período de 2017. Com exceção dos componentes eletrônicos, caiu a pro-dução em todos os demais segmentos da área ele-trônica, cujo recuo foi de -11,4%. A área elétrica teve variação negativa de -0,8% e apenas a produção do segmento de geradores, transformadores e moto-res elétricos variou positivamente, em +6,5%.

116 No acumulado entre janeiro a novembro de 2018, a produção da indústria eletroeletrônica cresceu +2,1% em comparação ao mesmo período de 2017, acima do crescimento da Indústria geral, que foi de +1,5% no mesmo período. Esse desem-penho do segmento é explicado pelo resultado do segmento de eletrônica, com crescimento de +4,3%, uma vez que o segmento elétrico ficou estável.

Segmento Naval

117 O Fundo da Marinha Mercante (FMM)7 é um fundo de natureza contábil, destinado a prover re-cursos para o desenvolvimento da Marinha Mercan-te e da indústria de construção e reparação naval

6 - Fonte: Abinee, Desempenho setorial. Acesso: http://www.abinee.org.br/abinee/decon/decon15.htm 7 - Fonte: https://www.dieese.org.br/notatecni-ca/2018/notaTec198Embraer.html7 - Fonte: https://www.bndes.gov.br/wps/wcm/connect/site/2345775c-694a-4707-b083-eb2adf926965/Relat%C3%B3rio+financeiro+do+FMM+3+-tri+2018++internet.pdf?MOD=AJPERES&CVID=mrGDnup

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brasileiras. Registrou em sua carteira de crédito R$ 22,7 bilhões em setembro de 2018, sendo que 91% desta carteira era formada por projetos de constru-ção/aquisição de embarcações e 9% destinava-se a reformas/construção de estaleiros. Do total da car-teira de crédito, 44% estavam no Rio de Janeiro, 24% em Pernambuco, 20% em Santa Catarina e 12% em São Paulo.

Siderurgia

118 A produção do aço bruto no país foi de 34,7 milhões de toneladas em 2018, registrando queda de -6,3% em dezembro de 2018 frente ao mesmo mês de 2017, porém com crescimento de +1,1% em 2018 na comparação anual. Em 2017, a produção de aço foi de 34,3 milhões de toneladas (+9,9% em rela-ção a 2016); em 2016 a produção foi de 30,2 milhões de toneladas (variação negativa de -9,2%) e em 2015 teve produção de 33,2 milhões de toneladas de aço, com variação negativa de -1,9% em relação a 2014.

119 As vendas internas foram de 18,3 milhões de toneladas de janeiro a dezembro de 2018, uma elevação de +8,2% quando comparada com igual período do ano anterior. O consumo aparente na-cional de produtos siderúrgicos foi de 20,6 milhões de toneladas no mesmo período, o que representa alta de +7,3% frente ao acumulado de janeiro a de-zembro de 2017. As importações em 2018 foram de 2,4 milhões de toneladas, refletindo uma expansão de +3,3% frente ao mesmo período do ano anterior. Em valor, as importações atingiram US$ 2,6 bilhões, uma alta de +16,9% na mesma base de comparação. Segundo o Instituto do Aço, estes resultados confir-mam trajetória de recuperação da indústria brasilei-ra do aço em 2018.

120 O Instituto Aço Brasil, entidade patronal que representa as indústrias siderúrgicas, defende como agenda prioritária do novo governo, o ajuste fiscal, aliado às reformas da previdência e tributária e possui previsão otimista em 2019, tanto para as vendas internas do aço (+5,8%), quanto para o con-sumo aparente de aço (+6,2%).

EVOLUÇÃO DO EMPREGO NO RAMO METALÚRGICO BRASILEIRO

121 O emprego no ramo metalúrgico brasileiro apresentou forte expansão em seu mercado de tra-balho formal até 2013, ano em que atingiu seu auge de postos de trabalho com carteira assinada, segun-do dados do Ministério do Trabalho (MTb). Em 2009, ano imediatamente após a eclosão da crise interna-cional, o mercado de trabalho recuou e mais de 60 mil postos foram fechados. Nos anos seguintes, de 2010 a 2013, há uma retomada na geração de em-pregos e, a partir de 2014 essa trajetória se inverte e mais de 589 mil postos de trabalho são fechados no ramo até 2017, conforme informações da RAIS8 2014/2017. Em 2018 estima-se9 uma recuperação, com geração de 22.190 postos de trabalho e um crescimento de +1,2% no estoque de empregos, em relação a 2017 (Gráfico 1).

122 O impacto da crise mundial do capitalismo, com seu início em 2008, é profundo e prolongado. Foram necessários dez anos (2003-2013) de cresci-mento industrial para criar mais de um milhão de empregos na metalurgia e, em apenas quatro anos (2014-2017), mais da metade desses postos de tra-balho desapareceram (Gráfico 1).

8 - Relação Anual de Informações Sociais é uma base estatística do Ministério do Trabalho que possui, entre outras, informações consolidadas do estoque de trabalhadores do ano.9 - Conforme dados do Cadastro Geral de Emprego e Desemprego, do Ministério do trabalho (MTb). Foram consideradas as declarações no prazo e fora do prazo, dos meses de janeiro a dezembro de 2018.

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PERFIL DO(A) TRABALHADOR(A) METALÚRGICO(A) – BRASIL, 2015/ 2017

123 O Ramo esteve presente10 em mais de 1.700 municípios de todas as Unidades da Federação (UF) e manteve praticamente inalterada essa presença em 2017, segundo informações da RAIS.

124 A distribuição dos trabalhadores metalúr-gicos no país mantém a concentração estrutural da atividade na região Sudeste, com 60,7% do total de vínculos em 2017, seguida da região Sul, com 25,8%. Durante o período analisado (2015-2017) houve uma redução de -0,8% na participação no Sudeste e um aumento de +0,5% na região Sul.

125 Na análise por estado, quatro estados res-pondiam por mais de 70% dos vínculos do ramo me-

talúrgico. O estado de São Paulo concentrou 41,9% dos postos de trabalho, seguido por Minas Gerais, com 11,4%, Rio Grande do Sul, com 9,9% e Santa Ca-tarina, com 8,3%.

126 Os municípios com as maiores bases de tra-balhadores metalúrgicos foram São Paulo (117.895), Manaus (59.365), São Bernardo do Campo (46.710), Joinville (39.382) e Caxias do Sul (36.584), segundo a RAIS 2017.

127 A análise por segmento indica que a maioria dos empregos eliminados (em números absolutos) foi no segmento de Siderurgia e Metalurgia Básica, indústria de base que mais emprega no ramo. Esse segmento fechou postos de trabalhos desde 2012, ou seja, o impacto do desaquecimento econômico global e da crise instalada no Brasil foi mais acen-

10 - Foram desconsiderados municípios com 15 ou menos trabalhadores no ramo.

Gráfico 1 - Evolução do emprego no ramo metalúrgico

Brasil, 2003-2018

Fonte: RAIS; 2003-2017/ Caged; 2018. MTb. As informações consideram as declarações fora do prazo.Elaboração: Subseção DIEESE/CNM-CUT.Obs.: (*) valor estimado.

2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018*

1.393.014

1.646.318

2.092.782

2.446.272

1.856.976 1.879.166

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MAPA 1 - Distribuição geográfica dos (as) trabalhadores (as)

Ramo Metalúrgico - Brasil, 2017

tuado para esse segmento em comparação com os demais. O emprego na Siderurgia recuou -1,7% em 2017 em relação a 2016 e -9,9% em relação a 2015.

128 Em termos relativos, o segmento Naval foi o que mais eliminou postos de trabalho entre 2015 e 2017, com redução de -40,0% do mercado de tra-balho no período.

Fonte: RAIS; 2017 - MTb. Elaboração: DIEESE.Obs.: Foram desconsiderados municípios com 15 ou menos trabalhadores (as). As partes mais escuras são os locais com presença de 16 ou mais metalúrgicos.

129 A remuneração média real11 do metalúrgi-co foi de R$ 3.733 em 2017, inferior em -0,5% em re-lação à remuneração média real de 2015 (R$ 3.752). Os segmentos Naval, Aeroespacial e Defesa e Eletro-eletrônico registraram redução na remuneração mé-dia, sendo a maior variação negativa no segmento Naval, com -6,6%, seguido do Aeroespacial e Defesa, com -5,5%. Os demais segmentos tiveram aumento na remuneração média, entre 2015 e 2017 (Tabela 1).

11 - Valores a preços do INPC/IBGE de dezembro/2017.

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130 A inserção dos trabalhadores metalúrgi-cos negros no mercado de trabalho foi de 29,3% em 2017, cuja remuneração média foi inferior em -27,7% em relação a um não negro.

131 Essa diferença de remuneração entre ne-gros e não negros era de -29,9% em 2015. No pe-ríodo analisado, houve incremento de poder de compra para os negros, com aumento de +2,7% em 2017, em comparação com 2015 (Tabela 2).

Tabela 1 - Emprego por segmento CNM/CUTBrasil, 2017/2015

Fonte: RAIS; 2015-2017 - MT.Elaboração: Subseção DIEESE/CNM-CUT

Tabela 2 - Emprego e remuneração segundo cor/ raçaBrasil, 2017/2015

Planilha1

Página 1

Segmento2017 2015 N° trab. N° trab. Remun.

N° de trab. N° de trab. 2017-2015 Variação Variação

Aeroespacial e Defesa 31.157 R$ 6.597 34.597 R$ 6.983 -3.440 -9,9% -5,5%Automotivo 400.137 R$ 4.385 426.107 R$ 4.365 -25.970 -6,1% 0,5%Bens de Capital Mecânico 467.815 R$ 3.574 513.784 R$ 3.561 -45.969 -8,9% 0,3%Eletroeletrônico 327.419 R$ 3.322 364.523 R$ 3.335 -37.104 -10,2% -0,4%Naval 33.088 R$ 3.430 55.169 R$ 3.674 -22.081 -40,0% -6,6%Outros Materiais Transportes 27.132 R$ 4.125 34.485 R$ 3.712 -7.353 -21,3% 11,1%Siderurgia e Metalurgia Básica 570.228 R$ 3.004 632.703 R$ 2.944 -62.475 -9,9% 2,0%

Ramo Matalúrgico 1.856.976 R$ 3.733 2.061.368 R$ 3.751 -204.392 -9,9% -0,5%

Remuneração Média

Remuneração Média

Fonte: MTb. RAISElaboração: DIEESENota: (1) A preços do INPC/IBGE de dezembro de 2017 (2) Considerada as divisões CNAE 2.0 24 a 30 e 33 (3) Pretos e pardos (4) Brancos, amarelos e indígenasObs.: para o cálculo da remuneração média foram considerados apenas os vínculos com remuneração maior que zero.

Planilha1

Página 1

Raça/cor2017 2015

Nº Trab. Part. Nº Trab. Part.

544.990 29,3% R$ 3.015 584.726 28,4% R$ 2.936 2,7%1.147.576 61,8% R$ 4.172 1.311.114 63,6% R$ 4.187 -0,4%

Não identificado 164.410 8,9% R$ 3.058 165.528 8,0% R$ 3.158 -3,2%Total 1.856.976 100,0% R$ 3.733 2.061.368 100,0% R$ 3.752 -0,5%

Variação da remuneração

médiaRemuneração

MédiaRemuneração

MédiaNegro (3)

Não Negro (4)

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132 As mulheres continuam ocupando um nú-mero menor de postos de trabalho que os homens no ramo, com participação de 18,6%, enquanto os homens representaram 81,4% em 2017. A remune-

Tabela 3 - Emprego e remuneração segundo sexoBrasil, 2017/2015

ração média real recebida pelas mulheres foi de R$ 2.936 ficou estável no período analisado e foi inferior em -25,0% em relação à dos homens, cuja remune-ração média real foi de R$ 3.915 em 2017 (Tabela 3).

133 O quadro comparativo a seguir resume al-gumas outras características do perfil da base me-talúrgica. Por tamanho da empresa, 33,3% dos tra-balhadores do ramo estavam em empresas com 500 ou mais pessoas ocupadas (grande porte), enquan-to 25,4% trabalhavam em empresas com 100 a 499 pessoas ocupadas (médio porte) e 41,2% dos traba-lhadores estavam em micro e pequenas empresas, ou até 99 pessoas ocupadas.

134 A jornada predominante de trabalho foi de 43,0 horas semanais, sendo que 33,5% trabalhavam até 40 horas e 66,5% trabalhavam entre 41h e 44 horas semanais. Os jovens possuem participação expressiva na categoria, sendo que 30,0% tinham até 29 anos e 35,4% possuíam entre 30 e 39 anos. A categoria possui maioria de trabalhadores com en-sino médio completo, com 57,3%.

Fonte: MTb. RAISElaboração: Subseção DIEESE/CNM-CUTNota: (1) A preços do INPC/IBGE de dezembro de 2017Obs.: para o cálculo da remuneração média foram considerados apenas os vínculos com remuneração maior que zero

Sexo

2017 2015

Nº Trab. Part. Nº Trab. Part.

Mulher 344.522 18,6% R$ 2.936 387.725 18,8% R$ 2.939 -0,1%

Homem 1.512.454 81,4% R$ 3.915 1.673.643 81,2% R$ 3.940 -0,6%

Total 1.856.976 100,0% R$ 3.733 2.061.368 100,0% R$ 3.751 -0,5%

Variação da remuneração

médiaRemuneração

MédiaRemuneração

Média

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Quadro - Características da base metalúrgica – critérios selecionadosBrasil, 2017/2015

Fonte: RAIS; 2015-2017 - MTb. Elaboração: Subseção DIEESE/CNM-CUTObs.: (*) Para a classificação dos estabelecimentos segundo porte foi adotada a metodologia constante no Anuário do Trabalho nos Pequenos Negócios, elaborado pelo DIEESE.

OS IMPACTOS DA REFORMA TRABALHISTA NAS

NEGOCIAÇÕES COLETIVAS

135 A reforma trabalhista alterou um conjunto relevante de normas relacionadas aos direitos tra-balhistas, à negociação coletiva, à organização sin-dical e à justiça do trabalho. A subseção do DIEESE na CUT realizou levantamento das principais infor-mações sobre as negociações coletivas através de dados disponíveis no Ministério do Trabalho e da re-alização de uma pesquisa com os sindicatos da CUT que negociaram no primeiro semestre de 201812.

136 Um dos temas de destaque foi a apresen-tação da “pauta patronal” pelos empresários, duran-te as negociações coletivas, possivelmente numa estratégia de consolidar esses novos temas nas relações de trabalho no país. Houve uma grande quantidade de negociações em que não se obteve

o desfecho da negociação (26,6% do total de ques-tionários). Segundo o levantamento, a maior dificul-dade das negociações para conseguirem um desfe-cho teve como principal fator a piora no ambiente negocial, resultado dos novos elementos impostos pela reforma trabalhista.

O Sistema de Acompanhamento de Informações Sindicais (SAIS) do DIEESE também realizou um le-vantamento no Sistema Mediador, do Ministério do Trabalho e identificou os temas relacionados à Re-forma Trabalhista que mais apareceram em instru-mentos coletivos de trabalho do setor metalúrgico entre janeiro e agosto de 2018. Dentre eles, desta-cam-se o banco de horas, intervalo intrajornada, custeio sindical, homologação e horas in itinere.

137 A conjuntura brasileira dificulta as nego-ciações coletivas no país. O contexto é de grande instabilidade política e institucional, aliadas a uma

12 - Para o estudo completo, acesse: http://cedoc.cut.org.br/cedoc/livros-e-folhetos/6392.

CRITÉRIO RAIS 2017 RAIS 2015 33,3% trabalhavam em empresas de grande porte, 32,9% trabalhavam em empresas de grande porte,

25,4% trabalhavam em médias empresas e; 26,5% trabalhavam em médias empresas e;

41,2% estavam em micro e pequenas empresas. 40,6% estavam em micro e pequenas empresas.

Jorn

ada 43,0 horas era a Jornada média dos (as) metalúrgicos (as); sendo que: 43,0 horas era a Jornada média dos (as) metalúrgicos (as); sendo que:

33,5% dos trabalhadores (as) tinham jornada de até 40 horas semanais e; 31,9% dos trabalhadores (as) tinham jornada de até 40 horas semanais e;

66,5% dos trabalhadores (as) tinham jornada entre 41 a 44 horas semanais. 68,1% dos trabalhadores (as) tinham jornada entre 41 a 44 horas semanais.

Esco

larid

ade 57,3% dos (as) trabalhadores (as) possuíam o ensino médio completo; 56,6% dos (as) trabalhadores (as) possuíam o ensino médio completo;

22,5% tinham ensino médio incompleto ou menos e; 25,6% tinham ensino médio incompleto ou menos e;

20,2% tinham algum grau de nível superior. 17,7% tinham algum grau de nível superior.

Idad

e

30,0% da base tinha até 29 anos e; 33,1% da base tinha até 29 anos e;

35,4% da base tinha de 30 a 39 anos e; 34,0% da base tinha de 30 a 39 anos e;

34,6% da base tinha mais de 40 anos de idade. 33,0% da base tinha mais de 40 anos de idade.

Port

e da

em

pres

a*

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estagnação econômica, com impactos negativos no mercado de trabalho, interferindo na correlação de forças das mesas de negociação. Mesmo com todas as dificuldades, o movimento sindical identifica que as negociações são espaços fundamentais para tra-var o avanço da aplicação da reforma trabalhista e destaca os seguintes temas emergentes nesse cená-rio complexo:

• Manutenção das homologações das rescisões dos contratos de trabalho no sindicato;

• Estratégia de negociação para os relacionados à jornada de trabalho;

• Resistência aos contratos de trabalho precários e representação desses trabalhadores;

• Negociação em um cenário sem ultratividade;

• Financiamento sindical;

• Manutenção das cláusulas sociais;

• Estratégia de negociação de Acordos Coletivos de Trabalho – ACT em um cenário de alteração da hierarquia das normas;

• Estratégias de negociações articuladas regio-nalmente, setorialmente, nacionalmente;

• Estratégias de ampliação da vigência dos Con-tratos Coletivo de Trabalho s e Acordos Coletivos de Trabalho - ACT;

• Estratégia de mobilização dos trabalhadores

nesse cenário adverso.

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138 Há quatro anos, realizávamos o 9° Congres-so Nacional dos metalúrgicos e metalúrgicas da CUT, cujo tema era: “Organização Sindical, Política Indus-trial e Trabalho Decente – Construindo um modelo de desenvolvimento para o país.” Percebe-se que na-quele momento, de conjuntura política e econômica já difícil, existia uma disputa de projetos de desenvol-vimento para o país. Enquanto a elite representada pelo mercado e parte da classe política a seu serviço, se empenhavam em arquitetar estratégias que redu-zissem direitos da classe trabalhadora, nós almejáva-mos a construção de um projeto de país em que fos-se fortalecida a democracia com justiça social e que os (as) trabalhadores (as) fossem protagonistas neste processo.

139 Hoje, o cenário não é bem o esperado. A de-mocracia sofreu um duro golpe com o impeachment de uma Presidenta eleita democraticamente e desde então, toda uma agenda conservadora vem sendo implementada e trazendo grande retrocesso à luta por uma sociedade menos desigual. A aprovação da Reforma Trabalhista, a prisão de Lula e a eleição de um militar à Presidência da República são elementos centrais desta agenda de ultradireita e oferecem ris-cos aos avanços já conquistados pela classe trabalha-dora ao longo da história.

140 Assim, o tema escolhido para este Congres-so é fundamental para orientar o debate e as refle-xões que nortearão a política desempenhada pela CNM/CUT para o próximo mandato. O momento re-quer nossa reorganização no sentido de resistir aos ataques sofridos, refletir sobre os desafios a serem enfrentados e reorientar a luta por um país demo-crático, com soberania nacional, liberdade sindical, geração de empregos, manutenção e conquista de direitos para a classe trabalhadora e com Lula Livre!

141 A CNM/CUT tem centrado suas ações a par-tir de uma estratégia de disputa de projetos junto aos trabalhadores (as) e à sociedade. Suas ações sin-dicais tem se baseado em três eixos de atuação, con-siderados norteadores para o cumprimento de seus objetivos, a defesa e a representação dos interesses da classe trabalhadora. São eles:

Políticas Gerais e Permanentes

Atuam em todas as frentes que interferem direta ou indiretamente na vida dos trabalhadores (as) tra-zendo para o chão da fábrica e para as negociações dos acordos e convenções coletivas temas que a so-ciedade civil organizada e movimentos sociais deba-tem e organizam. Desta forma, fortalecem e aproxi-mam a luta pela inclusão social. Os trabalhadores (as) organizados em seus sindicatos também contribuem com sua experiência para o avanço e conquistas por mais direitos da sociedade em geral.

142 As ações desse EIXO são organizadas pelas seguintes secretarias: Mulheres; Igualdade Racial; Políticas Sociais; Juventude; Saúde, Meio Ambiente e Previdência Social. Estas Secretarias possuem Co-letivos Nacionais organizados por representações re-gionais que tem por objetivo contribuir para que as políticas da CNM/CUT sejam “enraizadas” pelos sindi-catos e Federações.

143 Diante do avanço do conservadorismo, re-tirada de direitos e ameaça à democracia, os mais vulnerabilizados pela exploração do capital são as mulheres, jovens, negros e negras, pessoas com de-ficiência e a comunidade Lésbicas, Gays, Bisexuais, Transgêneros, Transexuais, Queer, Intersexuais e de-mais identidades de gêneros e orientações sexuais (LGBTQI+).

EIXOS E ÁREAS DE ATUAÇÃO DA CNMCUT

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144 A atuação dos sindicatos e movimentos po-pulares tem sido fundamental na trajetória de luta contra o machismo, racismo, homofobia e outras for-mas de preconceito contra estes grupos, porém ain-da há muito a se fazer. O Brasil está na lista dos países que mais matam mulheres, é o quinto no ranking de crimes de feminicídios, segundo dados do Mapa da Violência 2015 (Cebela/Flacso). Dados que já são alar-mantes, podem piorar diante da assinatura de decre-to que facilita a posse de armas assinado pelo atual Presidente.

145 Em 2016, 71,5% das pessoas assassinadas no país eram negras, quando juntamos os crimes de racismo com feminicídio, percebemos que a taxa de homicídio entre mulheres negras foi 71% superior a de mulheres não negras. Neste mesmo ano, 53,7% dos assassinatos estavam entre jovens de 15 a 29 anos (Atlas da Violência 2018, IPEA). Em 2017, ocorre-ram 445 mortes por homofobia no país, uma a cada 19 horas, segundo o Grupo Gay da Bahia (GGB), que realiza o monitoramento de violências contra a co-munidade há 38 anos, este dado representa um cres-cimento de 30% em relação ao ano anterior.

146 A violência tem cor, gênero e classe social, enquanto se discute a flexibilização para a posse de armas de fogo, reforçando assim o discurso de “fazer justiça com as próprias mãos”, mulheres, jovens, ne-gros e negras e a comunidade LGBTQI+ estão sendo assassinados. Essas desigualdades estruturais estão conectadas com a luta anticapitalista, uma vez que o chão da fábrica também é um espaço de discrimina-ção, assim como em toda a sociedade, portanto devem ser enfrentadas dentro e fora do movimento sindical.

147 Diante destes dados chocantes, é papel do sindicalismo cutista propor através de sua atuação, mudanças na sua estrutura e em suas iniciativas polí-ticas, além de cobrar políticas públicas dos governos para que este cenário mude.

148 No mundo do trabalho, estas desigualdades se reproduzem. Segundo dados do IBGE de 2018, o salário médio das mulheres ainda é 23% menor que o dos homens. Enquanto um homem ganha em média no Brasil R$2.410,00, uma mulher ganha R$1.868,00. Entre os (as) metalúrgicos (as), esta diferença salarial é ainda maior, as mulheres recebem em média 25% menos que os homens - Relação Anual de Informa-ções Sociais (RAIS, 2017).

149 Na categoria metalúrgica, 29,9% (RAIS, 2017) são negros e negras e estes recebem um sa-lário em média 28% menor do que um trabalhador não negro. A mulher metalúrgica negra ganha 53,5% do salário de um metalúrgico homem e branco, ou seja, pouco mais que a metade. Estes dados trazem a confirmação de que o racismo se reproduz no merca-do de trabalho no Brasil, acentuando drasticamente as desigualdades. Portanto, é papel do movimento sindical combater mais esta forma de discriminação.

150 Quando refletimos sobre este retrato de de-sigualdade e exclusão de trabalhadores e trabalha-doras e seus filhos e filhas, não podemos deixar de pensar que a conjuntura nos mostra uma tendência de agravamento desta situação, uma vez que as polí-ticas adotadas pelo atual governo vão na contramão

da promoção da igualdade e da justiça social.

151 Além disso, a Reforma trabalhista que flexi-bilizou direitos da classe trabalhadora tende a acen-tuar as diferenças salariais acima citadas. A facilitação da posse de armas de fogo e o aumento da desigual-dade social tendem a piorar os índices de violência apresentados. Como se não bastasse, pautas conser-vadoras como a escola sem partido que criminaliza e restringe a atuação de professores em sala de aula tendem a ganhar espaço em uma sociedade em que o discurso do extremismo, do punitivismo e do ódio imperam.

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152 Para nós, metalúrgicos (as), a construção de uma política industrial forte, que estimule a geração de empregos e de trabalho decente, a luta contra a Reforma trabalhista e seus efeitos nocivos à classe trabalhadora, a defesa do SUS, da luta contra a Re-forma da Previdência e de todas as lutas contra a discriminação e o preconceito descritas acima estão conectadas, uma vez que o trabalhador é jovem, é negro, é mulher, é LGBTQI+, é mãe ou pai, é ou será idoso e é explorado pelo capital.

153 Portanto, disputar projeto é disputar os co-rações e mentes de cada trabalhador e trabalhadora em toda a sua complexidade. Diante disso, é funda-mental que os sindicatos atuem em diversas frentes que incluam todas as dimensões dos trabalhadores e trabalhadoras para dentro e para fora do movimento sindical.

154 O momento é de resistência. Resistir contra este desgoverno significa denunciar, atuar em todas as frentes, dialogando no chão da fábrica e com a sociedade, nas associações de bairro, nas escolas, na comunidade, em todos os lugares que fazem parte da vida dos (as) trabalhadores (as).

155 Portanto, esse eixo de atuação é funda-mental para equilibrar a correlação de forças diante da diversidade existente na sociedade e da atuação perversa do capital e assim, contribuir para dar voz a estes grupos historicamente excluídos, para a igual-dade de oportunidades e por fim, fortalecer a demo-cracia.

Organização Sindical

156 Este eixo tem como objetivo contribuir para a organização dos (as) metalúrgicos (as) desde o local de trabalho - por meio das CIPAS, Comissões de Fá-brica e CSEs (Comitê Sindical de Empresa), até o nível internacional através da federação internacional da indústria - IndustriALL Global Union. Também bus-ca fortalecer as lutas da classe trabalhadora contra a exploração capitalista em todas as suas dimensões, tarefa histórica do movimento sindical.

157 As ações desse eixo são organizadas pelas seguintes secretarias: Organização Sindical, Politica Sindical e Relações Internacionais.

158 Diante da aprovação da Reforma Trabalhista já amplamente mencionada neste caderno, a organi-zação sindical ganhou uma importância ainda maior no sindicalismo e na atuação da CNM/CUT, uma vez que o objetivo dessa reforma é “eliminar os entraves que a regulação pública do trabalho coloca à explo-ração capitalista, o que acarretará a expansão da precarização, o aumento da vulnerabilidade, da inse-gurança, da desproteção.” (Contribuição crítica à Re-forma Trabalhista, p. 44, Centro de Estudos Sindicais e de Economia do Trabalho, Instituto de Economia, UNICAMP).

159 A descentralização das negociações trazida pela Reforma, a possibilidade do negociado preva-lecer sobre o legislado e a diversidade de formas de contratações possíveis que ela permite, diminuem a importância, força e legitimidade dos sindicatos no processo de negociação e na representação. Além disso coloca os trabalhadores (as) uns contra os outros, pois também permite vários tipos de contratos numa mesma empresa, minando a solidariedade de classe, aumentando a rotatividade da mão-de-obra, cons-truindo um discurso do “menos pior”, onde passa ser

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concebível abrir mão de direitos pela manutenção do emprego; e por fim presenciamos o afastamen-to dos trabalhadores e trabalhadoras dos sindicatos contribuindo mais ainda para o individualismo.

160 No cenário internacional, enfrentamos um retrato mundial de mudanças na organização do processo produtivo. As cadeias globais cada vez mais tem fragmentado partes de sua produção em dife-rentes locais do mundo, procurando países onde en-contre mão-de-obra mais barata e ausência de um sindicalismo forte, para reduzir seus custos e aumen-tar seus lucros.

161 Somado a esse fato, a chamada indústria 4.0 avança pelos países considerados periféricos e seus resultados são os mais perversos possíveis, uma vez que estes, em geral e historicamente, não contam com núcleos de desenvolvimento tecnológico avan-çados, são meros montadores de peças desenvolvi-das nos países chamados centrais.

162 Essa nova organização do capital traz impac-tos agressivos, gera mais precarização, e em países como o Brasil onde vivemos uma conjuntura política em que o estado democrático de direito está fragili-zado, desconstituindo as instituições de proteção so-cial aos trabalhadores (as) seremos mais duramente atingidos.

163 Quando somamos esses cenários interna-cional e nacional temos a dimensão do tamanho do desafio do movimento sindical brasileiro, pois so-mente uma organização forte da classe trabalhado-ra desde o chão da fábrica até a esfera internacional, pode fazer frente à esta lógica cruel de desconstru-ção da ideia de coletividade e da identidade de classe dos (das) trabalhadores (as).

164 Assim, nos organizarmos desde o chão da

fábrica, significa mediar as relações de trabalho, para criar um fluxo permanente de relações entre repre-sentantes e representado e estimular a participação dos trabalhadores no processo de atuação do sindi-cato. Este processo constitui, por sua vez, uma das bases sobre a qual se constrói a democracia na so-ciedade.

165 Este Congresso, representado por delegados (as) eleitos (as) em seus sindicatos tem esta urgente tarefa de pensar e propor estratégias de como orga-nizar os (as) metalúrgicos (as) em todas as esferas de atuação, de modo a responder de forma eficiente aos ataques sofridos aos direitos da classe trabalhadora.

166 Vale refletir sobre os instrumentos de orga-nização já existentes: no local de trabalho (CSE’s, CIPA e Comissões de Fábrica); os de dimensão nacional (Macrossetor da Indústria da CUT e Redes Sindicais por empresa). E os da esfera internacional: Comitês Internacionais de Trabalhadores e Acordos Marco Globais.

167 Analisar a importância de cada um para a organização da categoria, se ainda respondem à esta nova organização do capital e atual conjuntura polí-tica para propor a ampliação destes instrumentos ou uma mudança de estratégia que contribua para a or-ganização dos metalúrgicos e metalúrgicas cutistas neste cenário.

Contrato Coletivo Nacional de Trabalho

168 Este eixo tem como objetivo central lutar para firmar contratos articulados nacionalmente, que diminuam as grandes diferenças de condições de tra-balho, salários e jornada existentes entre os trabalha-dores (as) metalúrgicos (as) das diversas regiões do país, reduzindo, assim, as desigualdades de renda e

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impedindo o deslocamento das empresas de uma região para outra em busca de menores salários e be-nefícios aos trabalhadores (as).

169 A organização de um Contrato Coletivo Nacional de Trabalho foi aprovada no 4º Congresso Nacional dos Metalúrgicos da CUT (2004) e defini-da como ação estratégica e central, de acordo com a resolução aprovada: “o Contrato Coletivo Nacional de Trabalho visa estabelecer uma base mínima, de caráter nacional, geral e articulado, sobre a qual os metalúrgicos vão desenvolver as demais negocia-ções. Ele é de caráter geral, porque seu conteúdo é o de estabelecimento de condições mínimas, que não suplantarão as negociações específicas, locais. Mas é também articulado porque deverão desdobrar-se nas mais diversas regiões e estados do país até o ní-vel de empresa, visando adaptar-se às diferentes rea-lidades nacionais.”

170 Desde sua aprovação, a CNM/CUT vem reali-zando atividades e muito debate no sentido de con-quistar esse tipo de contrato, isso nos tem permitido acumular muitas reflexões sobre o tema, entre elas destacamos: uma legislação impeditiva, que promo-ve negociações fragmentadas; a falta de um interlo-cutor equivalente nas entidades patronais nacionais e a falta de uma legislação nacional que promovesse a negociação entre entidades nacionais; as diferentes datas bases dos sindicatos metalúrgicos; as dificulda-des dos dirigentes sindicais locais que acreditam que sua entidade pode perder importância no processo de negociação nacional e a falta de uma cultura de construção de uma pauta nacional, que não se mova pelas questões locais, mas por direitos mais gerais.

171 Para a CNM/CUT a negociação coletiva é uma ação política entre os sindicatos de trabalhado-res (as) e as representações dos empregadores (as), é o espaço onde acontece a luta capitalista, onde a

relação capital x trabalho se materializa. As nego-ciações, acordos e os contratos coletivos são instru-mentos para ampliar melhorias nas condições de remuneração e de todas as questões vinculadas à participação dos trabalhadores no processo produti-vo, em especial, as chamadas cláusulas sociais. Nesta perspectiva, a organização de um contrato nacional articulado para os metalúrgicos (as) do Brasil sempre estará em nosso horizonte como uma das formas de redução de desigualdades.

172 Porém, diante do desmonte da legislação trabalhista aprovada pelo congresso brasileiro em 2017, que reduziu os trabalhadores (as) a simples mercadorias, uma vez que concedeu aos emprega-dores mais liberdade em relação aos direitos traba-lhistas, além de permitir maior flexibilidade em vários aspectos, que anteriormente eram garantidos pela antiga CLT; a supremacia do negociado pelo legisla-do, fragmentou e enfraqueceu a organização dos tra-balhadores (as), bem como a luta e liberdade sindical de forma geral, além de provocar mudanças nas for-mas de negociação coletiva.

173 Diante da realidade já discorrida amplamen-te na primeira parte desse caderno na conjuntura política, em que nós metalúrgicos (as) reafirmamos e defendemos arduamente a democracia brasileira, lutamos por nenhum direito a menos, pela manuten-ção da soberania nacional e da liberdade sindical, o 10º Congresso dos (das) Metalurgicos (as) traz a ne-cessidade de reorientarmos nossas estratégias em relação à organização sindical, como já citado acima, e em especial à negociação de um contrato coletivo nacional, buscando cada vez mais o fortalecimento das lutas coletivas e da representação dos sindicatos.

174 Por fim, esses EIXOS DE ATUAÇÃO contam na CNM com secretarias consideradas estratégicas para o cumprimento de seus objetivos:

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175 A Secretaria de Formação Sindical que de-senvolve ações que contribuem para a reflexão, de-senvolvimento e execução de todas as atividades propostas. Nesta perspectiva, consideramos a FOR-MAÇÃO como um tema transversal que se organiza de forma continua e permanente. Pois a formação político sindical está na base das transformações ne-cessárias para a construção de um sindicalismo que tenha como compromisso a defesa dos trabalhado-res (as) e a transformação da sociedade brasileira, re-afirmando sempre nossa democracia.

176 A Comunicação é estratégica na disputa de projetos na sociedade, pois as principais mídias agem sempre de forma manipuladora, sempre a serviço de uma elite econômica e política, disseminando o dis-curso do individualismo, consumismo e meritocracia. Neste momento, é fundamental disputar narrativas em curso para que os trabalhadores se identifiquem enquanto classe e que a organização dos trabalhado-res seja pensada de forma coletiva.

177 A Secretaria de Administração e Finanças tem um papel fundamental para o desenvolvimento de todos os eixos de atuação supracitados e para as conquistas coletivas da classe trabalhadora. Fazem parte de nossos princípios uma gestão transparente e participativa.

178 Diante do desmonte das leis trabalhistas que trouxeram, entre outros aspectos, o fim do im-posto sindical, bandeira histórica da CUT, porém exe-cutada de forma arbitrária e unilateral, o movimento sindical tem sofrido forte impacto.

179 Assim, estamos diante de mais um grande desafio. As instituições sindicais devem buscar o au-mento de sindicalizados em sua base, além de outras formas de financiamento que envolva a aproximação entre a categoria e o movimento sindical, no senti-

do de politizar a classe trabalhadora para enfrentar questões coletivas relacionadas ao chão da fábrica e à sociedade.

180 Este Congresso deve refletir e propor for-mas de sustentação de suas instituições, assim como encaminhar proposições que aumentem os espaços de formação e uma comunicação que dispute diaria-mente as versões dos que buscam destruir a nossa organização sindical, assim teremos a nossa luta for-talecida.

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181 Esse texto tem como objetivo apresentar um balanço da gestão 2015/2019 e tem como base as resoluções aprovadas na plenária final realizada no 9º Congresso dos Metalúrgicos(as) da CUT em 17 de abril de 2015 bem como o plano de lutas para o mandato, apresentaremos a seguir:

182 Plano de Lutas

1. A redução da jornada de trabalho sem re-dução de salários;

2. O fim do fator previdenciário;

3. A criação de mecanismos de proteção ao emprego;

4. A defesa do Sistema Único de Saúde públi-co e de qualidade para todos e todas;

5. Contra o PL 4330 e todos os projetos que visam a retirada de direitos da classe trabalhadora;

6. A luta por educação pública de qualidade, com qualificação profissional e organização da ju-ventude trabalhadora;

7. A defesa do Sistema Único de Saúde públi-co e de qualidade para todos e todas;

8. Contra o PL 4330 e todos os projetos que visam a retirada de direitos da classe trabalhadora;

9. Pela consolidação do macrossetor da indús-tria na CUT;

10. A luta pela creche como um direito da criança e obrigação do Estado;

11. Acesso ao local de trabalho pelos (as) re-presentantes sindicais e contra toda e qualquer práti-

BALANÇO DA GESTÃO2015-2019

ca antissindical, além de investir na organização das CIPAs rumo à organização no local de trabalho;

12. A luta inalienável pelo aprofundamento da democracia e contra todo e qualquer tipo de gol-pe e pela reforma política;

13. A luta contra toda e qualquer discrimina-ção e por uma sociedade justa, solidária e fraterna;

183 A partir de 2016, desde quando o campo da direita já dava passos concretos em direção ao golpe, com o posterior impeachment da presidenta Dilma e com Michel Temer assumindo a Presidência da Re-pública, a conjuntura política e econômica exigiu do movimento sindical cutista a organização de grandes manifestações, atos e ações diretas de resistência nas ruas em defesa da democracia brasileira e lutas pela manutenção dos direitos historicamente conquista-dos, entre elas podemos citar as campanhas contra a reforma trabalhista, da previdência, terceirização, PEC do teto.

184 Todos esses ataques exigiram reorientação

em nosso planejamento, redefinimos as prioridades

e concentramos nossos esforços políticos em defesa

dos interesses dos trabalhadores (as)

PRESIDÊNCIA

185 Em conjunto com o Conselho Diretivo da CNM/CUT apresentou as ações que foram desenvol-vidas ao longo dos últimos quatro anos de mandato de acordo com o planejamento estratégico realizado em 2015.

• Organizamos e participamos ativamente de to-das as lutas contra o GOLPE;

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• Articulamos a ampliação de sindicatos filiados para nossa base;

• Protagonizamos as campanhas contra as refor-mas da Previdência e Trabalhista pelo Brasil;

• Valorizamos o quadro de funcionários da CNM/CUT e da subseção do DIEESE ampliando o número de assessores e investindo na formação e capacitação do grupo;

• Apoiamos de forma solidária atividades formati-vas, planejamentos estratégicos de entidades sindi-cais e de outros movimentos sociais;

• Estabelecemos laços de solidariedade junto à diversos movimentos sociais: MPA (Movimento dos Pequenos Agricultores), MST (Movimento sem Terra), MAB (Movimento dos atingidos por barragens), Le-vante Popular da Juventude;

• Proporcionamos parcerias entre a Secretaria de Juventude e o Levante Popular da Juventude visando intercâmbio entre as experiências de organização;

• Estabelecemos parceria em atividades formati-vas entre a Confederação e a ENFF (Escola Nacional Florestan Fernandes);

• Articulamos uma frente de parlamentares com-prometidos com a luta dos trabalhadores (as) e con-tra o GOLPE realizando inclusive uma reunião da di-reção da CNM/CUT em Brasília;

186 Política Industrial

• Realizamos diversos atos em defesa da in-dústria naval;

• Organizamos proposições para a indústria bra-sileira nos segmentos naval, eletrônico, siderúrgico, automotivo e bens de capital;

• Debatemos e encaminhamos ao governo federal (MDIC) e sindicatos patronais propostas e alternati-vas para a indústria brasileira;

187 Macrossetor da Indústria – MSI

• Investimos esforços na articulação e organização do Macrossetor da Indústria da CUT;

• Organizamos e participamos um seminário para debater a estratégia dos (as) trabalhadores (as) no campo jurídico;

• Organizamos a coleta de 100.000 assinaturas de trabalhadores (as) da indústria contra a reforma da previdência que foram entregues ao presidente da Câmara Federal;

• Criação Instituto Trabalho Indústria e Desenvol-vimento - TID

• Elaboramos em conjunto com o TID o Plano In-dustria 10+ contendendo propostas para a política industrial brasileira.

SECRETARIA GERAL

188 Organizou e acompanhou o planejamento

estratégico da CNM/CUT após o 9° Congresso e Ple-

nária Estatutária (2017) e monitorou em conjunto

com os secretários, as ações propostas;

• Acompanhou a gestão interna dos funcionários;

• Organizou quinzenalmente as reuniões de agen-

da;

• Organizou as reuniões estatutárias ordinárias e

extraordinárias do Conselho Diretivo e da Direção

Executiva;

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GESTÃO ADMINISTRATIVA E FINANCEIRA

189 Desde o final de 2016 a CNM/CUT iniciou uma série de reuniões para informar e orientar os sindicatos para as mudanças contidas na reforma trabalhista;

• Organizou reuniões para ampliar a discussão jun-to aos sindicatos sobre a obrigatoriedade da aplica-ção do E-social e todas as suas implicações;

• Organizou uma série de reuniões e análise de conjuntura com a direção e diversas entidades no sentido de discutir e planejar um futuro após a re-forma trabalhista;

• Organizamos a gestão financeira das ações con-tidas no planejamento estratégico da CNM/CUT após o 9° Congresso;

• Acompanhamos a gestão interna do grupo de funcionários;

• Organizamos em conjunto com a secretaria ge-ral as reuniões estatutárias ordinárias e extraordiná-rias do Conselho Diretivo e da Direção Executiva;

• Realizamos trabalho contínuo de aproximação dos sindicatos sobre a importância da transparência na gestão administrativa e financeira para fortaleci-mento da ação sindical;

• Subsidiamos sindicatos e federações na organi-zação contábil e jurídica propiciando formação aos funcionários e dirigentes em novos modelos de ges-tão;

• Permanecemos com a política de contrapartidas

solidárias dos Sindicatos e Federações nas inscrições dos cursos, seminários e atividades de formação em geral da CNM/CUT.

• Ofereceremos apoio administrativo e contábil aos sindicatos que solicitaram ajuda, com a ida de funcionários ao local para analisar documentações, ajudar na reorganização administrativa e implemen-tar planejamentos;

• Organizou diversas ações a contragosto para pre-servar a entidade: redução da equipe da infraestru-tura da sede, da carga horária de diversos serviços, de atividades, do número de carros para diretores, de viagens e de custos em geral;

• Criamos formas alternativas para organização e execução de nossas atividades, investimos em redes sociais, utilizamos formas mais modernas de reuniões online aplicativos como o Blue Jeans e reduzimos gastos com passagens aéreas e hospe-dagens;

• Redimensionamento de utilização de equipa-mentos e materiais

EIXOS DE ATUAÇÃO

190 A seguir apresentaremos o que foi realizado nos três eixos de atuação da CNM/CUT, o Contrato Coletivo Nacional de Trabalho, Lutas Gerais e Per-manentes e Organização Sindical, esclarecemos que todas as ações executadas pelas secretarias que compõem a estrutura organizativa da CNM/CUT, com exceção da secretaria geral e administração e finan-ças, estão relacionadas abaixo, porém foram agrupa-

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das de forma coletiva e em categorias de atividades.CONTRATO COLETIVO

NACIONAL DE TRABALHO

191 • Realizamos a Plenária da Campanha sala-rial 2017;

• Articulamos a manutenção das cinco (5) cláusu-las do CCNT;

• Iniciamos o processo de construção de uma cláu-sula padrão de equidade racial para negociações na-cionais;

• Articulamos a renovação do acordo coletivo na-cional de Participação nos lucros e resultados da em-presa Thyssenkrupp Elevadores.

• Elaboração e acompanhamento da negociação de um Acordo Coletivo nacional para o Segmento Si-derúrgico.

POLÍTICAS GERAIS E PERMANENTES

192 Realizamos:

• Curso de Formação Sindical: Combate ao Racis-mo para a construção da Igualdade Racial – FEM/MG, FEM/SP, SINDIMETAL Espírito Santo, Departamento Santa Catarina , Paraná, SINDIMETAL PE e Amazonas;

• Projeto de intercâmbio e formação Sindical de Jovens – Fundação Friedrich Ebert -FES / IndustriALL e DGB Bildugswerk (2018 a 2020);

• Formação do Conselho diretivo da CNM/CUT so-bre o tema “Racismo Institucional”;

• Participação da Juventude metalúrgica no acam-pamento Lula Livre;

• Formação Política de Jovens Lideranças em par-ceria com a Escola Nacional Florestan Fernandes;

• Encontros da Juventude do Macrossetor da In-dústria: na luta pela promoção da igualdade racial;

• Projeto Ação Frente às Multinacionais na América Latina – CUT, CONTICOM, CNRQ, CNTRV;

• Curso da OIT: “Estratégias sobre migración para unos sindicatos más inclusivos”;

193 Comissões Tripartites

A CNM/CUT representa a CUT na CTPP (Comissão Tripartite Paritária Permanente) e também, nas se-guintes CNTT´s (Comissões Nacionais Tripartites Te-máticas) do Ministério do Trabalho:

• NR 12 – Máquinas e Equipamentos

• NR 6 – EPI (Equipamento de Proteção Individual)

• NR 34 – Condições e meio ambiente de trabalho na industria da construção, reparação e desmonte naval

• NR 15 – Exposição ao calor

194 Outras Comissões em que repre-sentamos a CUT

• Fundo da Marinha Mercante;

• Conselho Nacional do SENAI;

• Conselho Nacional de Saúde (CNS);

• Conselho Nacional de Direitos Humanos.

195 Intercâmbios sindicais internacio-nais

• Participamos da Conferência de Direitos Huma-nos e Civis da USW - Sindicato do Aço dos Estados

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Unidos e Canadá. Ministramos uma oficina sobre a luta global pela igualdade racial e direitos humanos.

• Participamos da Conferência Internacional de

Mulheres da USW - “Mulheres de Aço: Um chamado

a Ação”

• Recebemos a Brigada sindical alemã da DG

• Participamos da Brigada Brasileira na Alemanha

• Promovemos encontro entre os (as) dirigentes

do IFMetall (Sindicato dos metalúrgicos da Suécia) e

CNM/CUT;

• Participação no Fórum Social da Bahia;

196 Campanhas, Marchas e Atos de So-lidariedade

• Organização e participação na Marcha das Mu-

lheres Negras;

• Organização e participação na Marcha das Mar-

garidas;

• Campanha Publicitária “Reforma da Previdência:

reaja ou sua aposentadoria acaba aqui”;

• Campanha Publicitária “Reforma Trabalhista: rea-

ja ou seu emprego acaba”

• Ato contra trabalho precário na Nissan.

197 Encontros regionais

• Organizamos os encontros regionais de forma-

ção nas Federações: São Paulo, Nordeste, Rio Grande

do Sul e Minas Gerais, Manaus e Rondônia;

• Acompanhamos e fortalecemos as políticas de

mulheres e gênero nas Federações e Sindicatos de

base estaduais;

• Organizamos e participamos dos seminários re-gionais sobre a NR12 e NR5 (CIPA).

198 Congressos, conferências e semi-nários

• Organizamos o Seminário Nacional de Comuni-cação;

• Organizamos e participamos do 2º Congresso da IndustriALL Global Union;

• Organizamos e participamos da Conferência Ex-pressões da Globalização, em parceria com a Funda-ção Hans Boeckler (FHB);

199 Coletivos

São os seguintes Coletivos Nacionais:

Mulheres, Formação, Saúde, Igualdade Racial, Ju-ventude e LGBT

• Realizamos dois encontros anuais para formula-ção e avaliação das políticas gerais e permanentes desenvolvidas em nível nacional e estadual.

• Coletivo de Relações Internacionais (criado em junho de 2016).

• Contribuímos com a conquista da criação do 1º Cole-tivo Estadual de Igualdade Racial na Federação São Paulo.

200 Estratégias de comunicação

• Criamos o “Site responsivo” da CNM/CUT, para fa-

cilitar o acesso as informações do portal da CNM nos

celulares e nas demais plataformas digitais;

• Produzimos clipping diário com as principais no-

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tícias, que são enviadas via whatsapp para a direção

da CNM/CUT;

• Desenvolvemos o hotsite sobre os 25 anos da CNM/CUT.

201 Publicações

• Participamos em parceria com a FUNDACENTRO da confecção da Cartilha sobre nanotecnologia no ramo metalúrgico.

202 Pesquisa

• Pesquisa sobre o Perfil dos Metalúrgicos (as) da CUT.

ORGANIZAÇÃO SINDICAL

203 • Organizamos redes sindicais por empresa;

• Criamos a Rede Nacional dos (as) Trabalhadores (as) na REXAM e a Rede Nacional dos (as) Trabalhado-res (as) na FIAT.

• Acompanhamos eleições sindicais;

• Organizamos e participamos de eleições de opo-sições estratégicas;

• Atuamos de forma sistemática no acompanha-mento de registros sindicais no Ministério do Traba-lho - MTE;

• Contribuímos para a criação da 1ª Secretaria de Combate ao Racismo, na Federação dos Metalurgicos da CUT- FEM/CUTMG.

204 Segmentos do Ramo Metalúrgico

• Organizamos de forma permanente encontro dos seguintes segmentos: siderúrgico, naval, eletro-eletrônico, bens de capital, automotivo;

• Organizamos formação sobre o novo regime au-tomotivo Rota 2030;

• Elaboramos propostas para esses segmentos e encaminhamos ao Ministério do Desenvolvimento Indústria e Comercio - MDIC e Sindicatos patronais;

• Lançamos em 2015 a publicação elaborada pela subseção do DIEESE da CNM/CUT: “As faces da indus-tria metalúrgica no Brasil: uma contribuição a luta sin-dical”.

• Acompanhamos eleições sindicais;

• Organizamos e participamos de eleições de opo-sições estratégicas;

• Conquistamos para nossa base o Sindicato Esta-dual dos Metalúrgicos de Rondônia;

• Atuamos de forma sistemática no acompanha-mento de registros sindicais no MTE;

• Contribuímos para a criação da 1ª Secretaria de Combate ao Racismo, na Federação Estadual dos Me-talúrgicos (as) da CUT /FEM-CUTMG.

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CAPÍTULO I

DOS OBJETIVOS

Art. 1º - O Congresso Nacional dos (as) Metalúr-gicos (as) da CUT é a instância máxima e soberano da Confederação Nacional dos (as) Metalúrgicos (as) da CUT, entidade da estrutura vertical da CUT, repre-sentante dos (as) metalúrgicos(as) cutistas em todo o território nacional e nas suas relações e ações inter-nacionais.

Art. 2º - A Convocação do 10º Congresso, elabo-rada em consonância com os estatutos da CUT e da CNM, foi aprovada consensualmente pela Direção Executiva da CNM/CUT, em reunião realizada nos dias 10 e 11 de dezembro de 2018, na cidade de Gua-rulhos/SP, e enviada a todos os sindicatos filiados, fe-derações, oposições reconhecidas e membros natos das instâncias da CNM e da CUT.

Art. 3º - Com base nas conjunturas: a) política, eco-

nômica, nacional e internacional; b) dos debates so-

bre “LULA LIVRE – Democracia, Nenhum Direito a Menos, Soberania Nacional e Liberdade Sindical, o 10º Congresso Nacional dos (as) Metalúrgicos (as)

da CUT tem o seguinte temário:

Tema 1: Conjuntura – Política e Econômica;

Tema 2: Balanço do Mandato;

Tema 3: Contribuições ao Debate;

Tema 4: Estatuto;

Tema 5: Políticas gerais e permanentes;

Tema 6: Eleição e Posse do Conselho Diretivo

da CNM/CUT para o quadriênio 2019/2023;

Tema 7: Resoluções Específicas e Plano de Lutas.

CAPÍTULO II

DA REALIZAÇÃO E ORGANIZAÇÃO

Art. 4º - O 10º Congresso Nacional dos (as) Meta-lúrgicos (as) da CUT será realizado nos dias, 20 (se-gunda-feira), 21 (terça-feira), 22 (quarta-feira) e 23 (quinta-feira) e 24 sexta-feira de maio de 2019, na Cidade de Guarulhos, Estado de São Paulo, no Ho-tel Mônaco, situado a rua Diogo de Faria 137, tendo como Coordenador Geral Loricardo de Oliveira, Se-cretário Geral.

CAPÍTULO III

DOS (AS) PARTICIPANTES

Art. 5º - Participam do 10º Congresso Nacional dos

(as) Metalúrgicos(as) da CUT:

a) Os Sindicatos dos(as) Metalúrgicos(as) filia-

dos à CUT, em dia com suas obrigações estatutárias,

através de seus delegados(as);

b) As oposições aos sindicatos de metalúr-

gicos (as), reconhecidas(os) pela CUT, CNM e Fede-

rações estaduais de Metalúrgicos, através de seus

(suas) delegados (as);

c) Os membros da Direção Executiva da CNM/

CUT, na qualidade de delegados (as) natos(as);

d) Os membros da Executiva Nacional da CUT,

vinculados à categoria metalúrgica na situação de

natos.

REGIMENTO INTERNO10º Congresso Nacional dos (as) Metalúrgicos (as) da CUT

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e) Observadores (as), convidados (as) devida-mente inscritos e credenciados, conforme convoca-tória do 10º Congresso

§ Único – As delegações dos sindicatos, das oposições reconhecidas deverão ser eleitas em As-sembléias ou Congressos de acordo com os critérios estabelecidos na Convocação do 10º Congresso.

CAPÍTULO IV

DO CREDENCIAMENTO

Art. 6º - A Secretaria do 10º Congresso efetuará o credenciamento dos (as) delegados (as) das 08h00 às 18h00 do dia 20 de maio de 2019 (segunda-feira), e das 08h00 às 12h00 do dia 21 de maio de 2019 (terça--feira), período este improrrogável para o credencia-mento dos (as) delegados(as) inscritos(as).

§ 1º - O credenciamento dos (as) suplentes a delegados (as) ocorrerá no período entre 12h00 e 13h00 do dia 21 de maio de 2019 (terça-feira), perío-do este também improrrogável.

§ 2º - Qualquer suplente poderá ser creden-ciado (a) no período dos (as) delegados (as) efeti-vos(as) desde que apresente carta do delegado(a) efetivo(a), com visto do responsável pela delegação, comunicando por escrito a sua impossibilidade de comparecer ao Congresso.

§ 3º - Para o credenciamento do (a) suplente será obedecida à ordem crescente da lista da ficha de inscrição da delegação.

Art. 7o. – O credenciamento do pessoal de apoio, observadores (as), convidados (as) nacionais, convi-dados (as) internacionais e imprensa, obedecerão a horários que serão determinados pela Comissão Or-ganizadora.

Art. 8º - Encerrado o período do credenciamento dos (as) delegados (as), os trabalhos da secretaria se-rão encerrados e os materiais dos (as) delegados(as) ausentes serão destruídos.

Art. 9º - Cada delegado (a) é responsável pelo ma-terial contido nas pastas, devendo conferi-lo e assi-nar recibo no ato do recebimento.

§ Único – Não haverá, em hipótese alguma, reposição de crachá ou cédula de votação.

CAPÍTULO V

DO FUNCIONAMENTO

Art. 10º - O 10º Congresso funcionará com as se-guintes mesas: mesa de instalação e aprovação de regimento interno, mesa de conjuntura nacional e internacional, mesa sobre o balanço da gestão, mesa de abertura do Congresso, mesa sobre política indus-trial mesa sobre políticas gerais e permanentes, mesa sobre estatuto, mesa para a eleição e posse da nova direção; e mesa para deliberação de plano de lutas e resoluções especifica na seguinte configuração:

a) Sessão de instalação do 10º Congresso, com apreciação do regimento interno e exame dos recursos, caso existam;

b) Apresentação sobre o Balanço da Gestão da CNM/CUT (2015-2019);

c) Apresentação sobre Conjuntura Internacio-nal e Conjuntura Nacional;

d) Apresentação sobre o tema “LULA LIVRE – Democracia, Nenhum Direito a Menos, Soberania Nacional e Liberdade Sindical;

e) Apresentação da pesquisa do perfil dos metalúrgicos (as);

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f ) Grupos de Trabalho sobre Políticas Gerais e Permanentes, Organização Sindical, Contrato Coleti-vo Nacional, Política Industrial;

g) Votação do Novo Estatuto pelo Plenário do Congresso;

h) Eleição da Direção da CNM/CUT;

i) Aprovação do Plano de Lutas e Resoluções Específica.

CAPÍTULO VI

DOS DOCUMENTOS AO 10º CONGRESSO

Art. 11º. – Constituem documentos do 10º Congresso, para as discussões:

a) Caderno de Textos, elaborado pela Direção Executiva.

b) Propostas de resolução dos Congressos/Ple-nárias/Assembléias das Federações e/ou Sindicatos;

c) Propostas de resolução, dos Trabalhos em Grupo sobre temas constantes do Caderno de Textos e demais adendos ao mesmo, em consonância com o fixado neste artigo;

§ Único – Os textos que não serão submetidos à votação serão os de Balanço da Gestão, Conjuntura Internacional e Conjuntura Nacional.

CAPÍTULO VII

DOS GRUPOS DE TRABALHO

Art. 12o. – Durante o 10º Congresso funcionarão quatro Grupos de Trabalho, a saber:

1) Políticas Gerais e Permanentes

2) Organização Sindical;

3) Contrato Coletivo Nacional de Trabalho;

4) Política Industrial.

Art 13º - Os Grupos de Trabalho funcionarão nos horários previstos no programa do 10º Congresso, e em locais e com composição determinados pela Co-missão Organizadora.

Art. 14º - Nos Grupos de Trabalho, os (as) delegados (as) deverão procurar obter o consenso sobre as pro-postas que irão para o plenário. As não consensuais de-verão ser submetidas à votação no grupo, indo para a Plenária todas as que obtiverem 20% (vinte por cento) dos votantes dos Grupos de Trabalho;

Art. 15º - Podem participar dos Grupos de Traba-lho os (as) observadores (as) e convidados(as), devi-damente credenciados (as), sendo que a estes será facultado o direito a voz, pelo Grupo de Trabalho;

Art. 16º - Os Grupos de Trabalho são dirigidos por uma Mesa Coordenadora, composta por 1 (um) (uma) Coordenador(a) e um mínimo de 2 (dois) (duas) Rela-tores(as), eleitos (as) pelos(as) delegados(as) compo-nentes do Grupo de Trabalho e 1 (um) assessor (a) indicado pela Coordenação do Congresso.

Art. 17º - As reuniões dos Grupos de Trabalho co-meçarão e serão encerradas nos horários previstos na Programação do 10º Congresso.

Art. 18º - A consolidação dos relatórios para serem apresentados ao Plenário será feita pela Comissão Or-ganizadora do Congresso, auxiliada pelos (as) Coorde-nadores (as) e Relatores (as) dos Grupos de Trabalho e assessores (as), que poderão ser solicitados (as) a prestarem os esclarecimentos necessários durante a Plenária.

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trária e uma a favor, pelo mesmo tempo anterior. Se necessário, a critério da mesa, poderá ser aceita mais uma inscrição contrária e uma a favor. Em seguida, o presidente da mesa colocará a proposta em votação.

Art. 25º - As discussões e votações de cada um dos temas deverão obedecer rigorosamente ao tempo estabelecido no programa do 10º Congresso. Encer-rando o tempo previsto o plenário decidirá sobre os encaminhamentos dos pontos que não foram apre-ciados.

Art. 26º - Somente os (as) delegados (as) creden-ciados (as) terão o direito, além da voz, ao voto que aprova ou rejeita as propostas de resoluções e suas emendas e moções, sendo facultado à mesa autorizar o direito à voz e a votação simbólica por parte dos convidados, sempre que julgar conveniente ou for solicitada por 50% mais um dos delegados (as).

§ 1º - Para fazer uso da palavra, o (a) delegado (a) deve inscrever-se previamente, mediante a apre-sentação de seu crachá, e aguardar a ordem de cha-mada pelo presidente da mesa.

§ 2º - Cada orador (a) terá o tempo máximo de 3 (três) minutos, podendo ser prorrogado por mais 1 (um), a critério da mesa.

§. 3º - Cada orador deverá inicialmente iden-tificar-se dizendo seu nome e sindicato, oposição ou instância da CNM ou CUT a que pertence.

Art. 27º - Caso algum (a) orador (a) faça qualquer alusão que implique em juízo de valores sobre a con-duta de algum (a) delegado (a) a mesa poderá, a seu critério, conceder o direito de resposta pelo tempo máximo de 01 (um) minuto.

CAPÍTULO IX

DAS VOTAÇÕES

Art. 28º - As votações serão realizadas de acordo com os seguintes critérios:

a) cada delegado (a) terá direito a 1 (um) voto;

b) não haverá voto por procuração;

c) não serão aceitos, em hipótese alguma, questão de ordem, esclarecimentos ou encaminha-mentos durante o regime de votação;

d) as votações serão por aclamação ou me-diante levantamento do crachá de identificação dos(as) delegados(as) e será considerada vencedora a proposta que obtiver a maioria simples dos votos;

e) em caso de dúvida por parte da mesa coor-denadora dos trabalhos sobre a proposta vencedora, repete-se a votação e, persistindo a dúvida, a mesa realizará a contagem dos votos;

f ) as declarações de abstenções de votos po-derão ocorrer sempre por escrito e serão lidas em plenário pela mesa;

CAPÍTULO X

DA ELEIÇÃO DA DIREÇÃO EXECUTIVA E DO CONSELHO FISCAL

Art. 29º - No que se refere à eleição da Direção Executiva e do Conselho Fiscal, o 10º Congresso obe-decerá todas as regras regulamentadas pelo Estatuto da CUT, estabelecidas em seu Capítulo IV, Seção I.

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§ 1º - Para fins de cumprimento do Estatuto da CNM/CUT, o 10º Congresso elege os (as) dirigen-tes (as) membros da Comissão Organizadora, como integrantes da Comissão Eleitoral desse 10º Congres-so.

§ 2º - As inscrições da(s) chapa(s) para concor-rer aos cargos da Direção Executiva e do Conselho Fis-cal da CNM/CUT deverão ser feitas das 16h00 do dia 21 de maio até às 11h30 do dia 22 de maio de 2019.

§ 3º - As chapas deverão ser inscritas conten-do os nomes para Direção Executiva e para o Conse-lho Fiscal em lista. Os (as) candidatos (as) deverão es-tar com seus nomes completos e com a identificação do sindicato ou oposição a que pertence o inscrito.

§ 4º - Não será permitida a inscrição de chapas que tiver, dentre seus membros, candidatos (as) não credenciados como delegados (as) do 10º Congresso.

Art. 30º - Em nenhuma hipótese, a mesa aceitará a inscrição de chapas que não cumprirem as normas estatutárias da Central, ou tampouco aquelas que não observarem os critérios estabelecidos nos Pará-grafos do Artigo anterior.

§ Único - Cada chapa inscrita deverá ser cons-tituída por 30% de um dos gêneros conforme estatu-to da CUT.

Art. 31º - O processo eleitoral terá início às 17h00 e será encerrado, impreterivelmente, às 18h do dia 21 de maio de 2019.

§ Único - Caso as discussões do tema em pauta não tenham sido concluídas dentro do tempo previsto, o (a) presidente da mesa deverá suspender temporariamente os debates e abrir o processo de eleição do Conselho Diretivo e do Conselho Fiscal, de acordo com os seguintes critérios:

I - O presidente da mesa informará quantas chapas foram inscritas. Caso haja mais de uma, o (a) presidente definirá por sorteio a ordem numérica na cédula de votação, bem como a da apresentação e defesa de cada uma das chapas.

II - Os nomes constantes da (s) chapa(s) deverá (ão) ser lido (s) no prazo máximo de 5 (cinco) minutos.

III - A defesa de cada chapa poderá ser feita por mais de um (a) orador (a), desde que não ultra-passe o tempo de 6 (seis) minutos.

Art. 32º - A votação para a eleição do Conselho Diretivo e do Conselho Fiscal se dará por votos dos (as) delegados (as) que deverão ser depositados nas urnas, preparados para este fim.

§ Único - Havendo apenas uma chapa concor-

rente, a votação poderá ser feita por aclamação, suce-

dendo-se a posse conforme previsto no programa.

I – Nessa situação, a mesa poderá autorizar

que convidados (as) e observadores (as) também

participem da votação por aclamação.

CAPÍTULO XI

DAS MESAS COORDENADORAS DOS TRA-BALHOS

Art. 33º - As mesas que coordenarão os trabalhos

serão compostas pelo (a) presidente, vice-presiden-

te e 1 (um) (uma) secretário(a) eleitos pela plenária,

na sessão de instalação do Congresso, podendo para

cada tema ou conjunto de temas ser eleita uma única

mesa;

Art. 34º - Cada mesa poderá contar com assesso-

res (as) que ajudarão nos trabalhos, a serem indica-

dos pela Comissão Organizadora.

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Art. 19º - As discussões e votações nos Grupos de Trabalho obedecem ao previsto nos capítulos se-guintes e, por conseguinte, válidos para todo o 10º Congresso.

CAPÍTULO VIII

DAS DISCUSSÕES

Art. 20º - As discussões terão sempre como objeti-vo a busca do consenso entre os (as) delegados (as), aprofundando os debates, com base nos documen-tos do 10º Congresso, determinados no Capítulo VI.

Art. 21o - A dinâmica e os respectivos horários de funcionamento do Congresso, previstos no Cap. V, funcionarão de acordo com o Programa do Congres-so, em anexo.

Art. 22º - As discussões no plenário serão feitas com base nos seguintes temas:

a) Políticas Gerais e Permanentes;

b) Organização Sindical;

c) Contrato Coletivo Nacional de Trabalho

d) Política Industrial

e) Contribuições ao Debate;

f ) Estatuto.

g) Eleição da Direção

Art. 23º - As discussões sobre cada um dos temas serão feitas com base no Caderno de Textos, seus anexos e as propostas apresentadas pelos sindicatos, ou oposições, ou Federações/Plenária dentro do pra-zo estabelecido pela Coordenação e durante o 10º Congresso, até às 18h00 do dia 21de maio de 2019

sob forma de propostas de resolução.

§ 1º - A cada proposta de resolução apresen-tada, a mesa verificará a existência ou não de posição (ões) contrária(s) no plenário. Em seguida, oferecerá a palavra para a posição contrária à proposta de reso-lução e outra à posição a favor da proposição. Se ne-cessário, a mesa poderá oferecer a palavra para mais uma intervenção a favor e mais uma contrária. Em se-guida, o (a) presidente da mesa colocará a proposta de resolução em votação.

§ 2º - Quando uma proposta de resolução aprovada tiver uma ou mais emendas estas, da mes-ma forma, serão discutidas e colocadas em votação.

§ 3º - Se a emenda for rejeitada integralmen-te, não haverá discussão nem votação da (s) sube-menda(s), caso existam.

§ 4º - Não havendo mais qualquer proposta de resolução ao tema em pauta, a mesa considerará a discussão sobre o referido tema encerrada.

Art. 24º - As discussões sobre as emendas ou sube-mendas referentes às propostas de resoluções, apre-sentadas ao Congresso, além do previsto no artigo anterior, se darão da seguinte forma:

I - Nos casos das propostas não constarem do Caderno de Textos e nem tiverem sido adendadas, deverá haver um acordo da mesa ou sorteio da or-dem de apresentação das mesmas;

II - Para cada proposta de resolução apresen-tada ao 10º. Congresso, poderá haver inscrição de 1 (um) (a) delegado(a) para explicar o seu objetivo e conteúdo, utilizando o tempo máximo de 3 (três) minutos. Havendo posições contrárias à proposta, a mesa oferecerá a palavra para uma intervenção con-

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§ Único – A Comissão Organizadora, na ins-talação do 10º Congresso, fará a proposta para com-posição das mesas correspondentes a cada um dos temas e indicará os (as) assessores (as).

CAPÍTULO XII

DAS DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 35º - As concessões aos pedidos de “QUESTÃO DE ORDEM” serão decididas pela mesa, podendo esta, a seu critério, consultar o plenário. As “QUESTÕES DE ORDEM” somente poderão se referir exclusivamente à ordem e aos temas dos trabalhos.

CAPÍTULO XIII

DAS MOÇÕES

Art. 36º - Serão consideradas para discussão e de-liberação do plenário as moções apresentadas por Sindicatos e Oposições credenciados, e aquelas que forem apresentadas pelo menos com 10% dos(as) delegados(as) credenciados.

Art. 37º - O conteúdo das moções devem consi-derar as definições e deliberações da CNM/CUT, bem como o que até o momento de sua apresentação já tiver sido aprovado no 9o Congresso.

Art. 38º - Para serem apreciadas pelo plenário, as moções deverão ser encaminhadas à mesa até o final das votações das propostas de resolução.

CAPÍTULO XIV

DOS RECURSOS PARA O CREDENCIAMEN-TO DE DELEGAÇÕES

Art. 39º. - Os recursos às decisões da Comissão Or-ganizadora, referentes ou não ao credenciamento de qualquer delegação ao Congresso, deverão obede-cer ao seguinte procedimento:

I - Os recursos deverão ser encaminhados à Comissão Organizadora do 10º Congresso;

II - As justificativas deverão ser apresentadas por escrito e assinadas pelo sindicato, responsável pela oposição ou federação;

III - Para efeito de julgamento, a Comissão Or-ganizadora seguirá o calendário estipulado na Con-vocação do 9º Congresso, com eventuais adaptações que tenham sido introduzidas durante o percurso;

Art. 40º - Os recursos contrários à decisão da Co-missão Organizadora sobre o credenciamento ou não de qualquer delegação deverão obedecer os se-guintes procedimento:

I - Os recursos deverão ser apresentados, por

escrito, à mesa até o horário em que se encerrar a vo-

tação deste regimento, com as devidas justificativas,

não podendo ser apresentados recursos que não te-

nham sido já julgados pela Comissão Organizadora;

I I - A mesa deverá encaminhar a discussão

dos recursos apresentados da seguinte forma:

a) - A Comissão Organizadora do Congresso de-

verá apresentar, de forma resumida, os motivos pelo

não credenciamento ou credenciamento da delega-

ção em questão.

b) - A mesa oferecerá a palavra para 1 (um) repre-

sentante da delegação por 3 (três) minutos que deve-

rá proferi-la em defesa pelo credenciamento.

c) - Os mesmos 3 (três) minutos serão oferecidos

em defesa da posição contrária ao credenciamento

da delegação em questão.

d) - A seguir, proceder-se-á à votação.

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CAPÍTULO XV

DAS DISPOSIÇÕES FINAIS

Art. 41º - Os casos omissos neste Regimento serão resolvidos pela Comissão Organizadora “ad-referen-dum” do Plenário.

Art 42º - Este Regimento entra em vigor a partir de sua aprovação pelo Plenário do 10º Congresso Nacio-nal dos(as) Metalúrgicos(as) da CUT.

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EXPEDIENTE

Direção da Confederação Nacional dos Metalúrgicos da CUT

Gestão 2015 – 2019

Presidente – Paulo Aparecido Silva Cayres

1ª Vice-presidenta – Cátia Maria Braga Cheve

2ª Vice-presidenta – Michele de Lima Barros

Secretário Geral – Loricardo de Oliveira

Secretário de Administração e Finanças – Edson Carlos Rocha da Silva

Secretária de Comunicação – Claudia Albertina Marques da Silva

Secretário de Formação – José Roberto Nogueira da Silva

Secretária de Igualdade Racial – Christiane Aparecida dos Santos

Secretário de Juventude – Silvio Luiz Ferreira da Silva

Secretária de Mulheres – Marli Melo do Nascimento

Secretário de Organização – Ubirajara Alves de Freitas

Secretário de Política Sindical – Wilton Gonçalves Lima

Secretário de Políticas Sociais – Roberto Pereira de Souza

Secretário de Relações Internacionais – Maicon Michel Vasconcelos da Silva

Secretário de Saúde, Meio Ambiente e Previdência Social – Ricardo Ferreira de Souza

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DIRETORIA

Henrique Gomes do Nascimento

Bruno Alexandre Marques Bilha

Lírio Segalla Martins Rosa

Ana Cristina Lisboa Teixeira

Maria de Jesus Marques de Almeida

Edmaria Messias Ramos

Simone Aparecida Vieira

Priscila dos Passos Silva

Magailda Silva Pereira

Claudir Messias Rosa

Francisco Irailson Nunes Costa

Adão Pereira de Brito

Rodolfo de Ramos

Francisco José de Araújo Lima

Flávio José Fontana de Souza

Oderi Gomes

João Rodrigues dos Santos

Margareth da Silva Gonçalves

Edmilson Rogério de Oliveira

Ricardo dos Santos

CONSELHO FISCAL E SUPLÊNCIA

Antônio Marcos Martins

Mauro César Nunes Costa

Cristina Aparecida Neves

Sandra Salete Weishaupf

José Quirino dos Santos

Mauri Antônio Schorn

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• Comissão Organizadora do 10º Congresso Nacional da CNM/CUT

Loricardo de Oliveira – Secretário Geral, Paulo Aparecido Silva Cayres – Presidente, Luis Carlos Dias – (FEM-CUT/SP), Christiane Aparecida dos Santos – Secretária de Igualdade Racial,

Marco Antônio de Jesus (FEM-CUT/MG), Margareth da Silva Gonçalves - Diretora, Henrique Gomes do Nascimento – Diretor, Fábio Dias (FIMETAL NORDESTE),

Edson Carlos Rocha da Silva – Secretário de Administração e Finanças, Roberto Pereira de Souza – Secretário de Políticas Sociais, Alberto Pessoa (Departamento Santa Catarina),

Cátia Maria Braga Cheve – Vice-presidente e Lírio Segalla Martins Rosa (FEM-CUT/RS).

• Elaboração

Equipe de assessoria e Subseção do DIEESE da CNM/CUT

• Colaboração

José Lopes Feijóo

EXPEDIENTE CNM/CUT

Secretaria

Eva Sousa Ogata

Assessoria

Renata Gnoli Paneque

Milena Guesso Leão de Lima

Coordenadora: Maria de Lourdes Tiemi Ide

Assessoria de Imprensa

Shayane Servilha

Setor Administrativo e Financeiro

Bruno José de Oliveira

Lia de Souza Araújo

Marcello Leal Braga Godoy

Coordenadora: Vera Izuno

Subseção do DIEESE

Renata Miranda Filgueiras

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Contato

Confederação Nacional dos Metalúrgicos da CUT

Av. Antártico, 480 – Jardim do Mar – CEP 09726-150 – São Bernardo do Campo, SP

Tel.: 55 11 4122-7700. Site: www.cnmcut.org.br