sumário - observatorionacional.cnj.jus.br · depois. a fisioterapeuta maria soares, 49, mãe de...

47

Upload: others

Post on 02-Aug-2020

3 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: Sumário - observatorionacional.cnj.jus.br · depois. A fisioterapeuta Maria Soares, 49, mãe de Williane, diz que a filha morreu porque não conseguiram transferi-la. “Às 8h30,
Page 2: Sumário - observatorionacional.cnj.jus.br · depois. A fisioterapeuta Maria Soares, 49, mãe de Williane, diz que a filha morreu porque não conseguiram transferi-la. “Às 8h30,

Sumário Covid-19: Brasil passa Itália e Espanha em casos e supera 15 mil mortes ............................................................ 3

Cidades do interior do país têm UTIs lotadas e pressionam capitais..................................................................... 5

Sem uso da rede privada, só 'um milagre', diz ex-presidente da Anvisa sobre pandemia .................................... 9

Comissão externa cria grupo de trabalho para debater fila única em hospitais ................................................. 12

Painel - Cloroquina vira mais um atrito de Bolsonaro com estados, que se irritam e confrontam presidente .. 14

Cloroquina traz risco de efeitos colaterais e até piorar covid-19 ........................................................................ 15

PF antecipou a Flávio Bolsonaro que Queiroz seria alvo de operação, diz suplente do senador........................ 17

Josias de Souza - Defendido por Heleno, Bolsonaro fica mais indefeso .............................................................. 24

Jânio de Freitas - Mourão isenta militares de qualquer participação no estrago institucional........................... 26

Destaque de ala militar em crises gera incômodo para Bolsonaro ..................................................................... 28

Prisões de SP têm mais funcionários do que presos com covid, diz secretário ................................................... 31

Painel - Mais de mil servidores do sistema prisional pegaram Covid-19, e 17 morreram .................................. 33

Preventing major outbreaks of COVID-19 in jails ................................................................................................. 34

Proposta destina crédito especial de R$ 494 mil para instâncias do Judiciário ................................................... 36

Dia Internacional de Combate à LGBTfobia: Desde 2018, mais de 6 mil pessoas já realizaram mudança de nome e gênero nos cartórios do Brasil ................................................................................................................ 37

Lei da transparência brasileira completa 8 anos com pouco motivo para comemorar e sob ataque ................ 41

Cenário Internacional ........................................................................................................................................... 43

Mais notícias importantes .................................................................................................................................... 45

Page 3: Sumário - observatorionacional.cnj.jus.br · depois. A fisioterapeuta Maria Soares, 49, mãe de Williane, diz que a filha morreu porque não conseguiram transferi-la. “Às 8h30,

16/05/2020 19h29

Atualizada 17/05/2020 08h48

Covid-19: Brasil passa Itália e Espanha em casos e supera 15

mil mortes

Com 233.142 casos, o Brasil ultrapassou a Itália e a Espanha em número de confirmações da covid-19. Nas últimas 24 horas, houve 14.919 novos registros, de acordo com o Ministério da Saúde. O país agora é o quarto em casos segundo ranking da Universidade Johns Hopkins. A Itália, que até então era o quinto país com mais casos da doença causada pelo novo coronavírus, tem 224.760 confirmados; a Espanha tem 230.698. O Brasil também passou a marca de 15 mil mortes, com 15.633 no total. Foram 816 novos óbitos registrados em 24 horas. Desses, 404 ocorreram nos últimos três dias — os outros são de datas anteriores e apenas agora tiveram a covid-19 como causa confirmada. Hoje São Paulo superou a China em número de mortes: são 4.688 óbitos no estado, enquanto o país asiático tem 4.637 vítimas fatais da covid-19. Segundo boletim do Ministério da Saúde, 2.304 óbitos suspeitos ainda estão em investigação e 127.837 casos seguem em acompanhamento. Cerca de 89.672 pacientes já se recuperaram da doença. Itália e Espanha viveram semanas dramáticas entre o fim de março e início de abril, quando bateram diversos recordes de novas contaminações e mortos. À frente do Brasil agora estão Estados Unidos, com 1.465.066 casos - o atual epicentro da doença -, Rússia com 272.043 e Reino Unido com 241.455.

A Itália chegou a ser considerada o epicentro da doença na Europa. Em um único dia, em 28 de março, o país registrou quase 1.000 mortes. Um cenário que o ex-ministro da Saúde do Brasil, Nelson Teich, disse ser possível de ocorrer aqui. Atualmente o país tem 31.763 óbitos. Após dois meses de bloqueio completo e com os números de casos e óbitos em queda, a Itália ensaia uma reabertura. Lojas começarão a reabrir na segunda-feira. Academias, piscinas, centros esportivos serão reabertos em 25 de maio, enquanto teatros e cinemas poderão reabrir a partir de 15 de junho.

Page 4: Sumário - observatorionacional.cnj.jus.br · depois. A fisioterapeuta Maria Soares, 49, mãe de Williane, diz que a filha morreu porque não conseguiram transferi-la. “Às 8h30,

O primeiro-ministro italiano, Giuseppe Conte disse que o risco do relaxamento é calculado e sabe que pode haver um novo crescimento das contaminações no país. Na Espanha também já está em momento de queda dos números, apesar de ter apresentado um ligeiro aumento nas últimas 24 horas. Ao todo, são 27.563 os óbitos no país, que cogita estender por mais um mês o estado de emergência. Confirmações não refletem as últimas 24h Os números de diagnósticos e óbitos confirmados nas últimas 24 horas não necessariamente ocorreram no último dia. Segundo o Ministério da Saúde, a fila de testes faz com que os óbitos sejam registrados até dois meses após terem ocorrido. De acordo com o boletim de hoje, apesar de ter registrado 816 mortes de ontem para hoje, foram 404 o número de mortes que ocorreram nos últimos três dias. O UOL já identificou atrasos de até 51 dias para a oficialização de mortes. Por conta dessa atualização retroativa, no início da pandemia o número real de mortes ocorridas até uma certa data chegava a ser o dobro da divulgada pelo Ministério da Saúde.

Page 5: Sumário - observatorionacional.cnj.jus.br · depois. A fisioterapeuta Maria Soares, 49, mãe de Williane, diz que a filha morreu porque não conseguiram transferi-la. “Às 8h30,

16/05/2020 16h00

Atualizada 16/05/2020 16h46

Cidades do interior do país têm UTIs lotadas e pressionam

capitais

Além da concentração de casos do novo coronavírus nas capitais, o Brasil já vive outro cenário preocupante: cidades de interior estão em colapso ou com alta ocupação de leitos de terapia intensiva para tratamento da Covid-19. Municípios da Bahia, Ceará, Maranhão, Pernambuco, Rio Grande do Norte, Amazonas e Pará enfrentam dificuldades para conseguir absorver a crescente demanda de pacientes graves, pressionando o sistema de saúde das capitais e regiões metropolitanas. Na Bahia e no Rio Grande do Norte, há cidades com 100% de ocupação, enquanto ainda há vagas nas capitais. No Amazonas, pacientes do interior têm a capital Manaus como única opção de leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva). Em Pernambuco, com o sistema de saúde em estágio de colapso, o interior já registrou mais de cem óbitos em decorrência do novo coronavírus. Nesta quinta-feira (14), de um total de 249 pacientes, 48 aguardavam na fila por uma vaga de UTI em unidades de pronto atendimento e emergências de hospitais localizados no agreste, zona da mata e sertão do estado. Há casos em que doentes esperam há mais de uma semana. No Hospital João Murilo, em Vitória de Santo Antão, zona da mata de Pernambuco, cinco pacientes aguardavam a transferência para

uma UTI na quinta-feira (14). Em um dos casos, a espera ocorria desde o dia 6 de maio. No mesmo hospital, a enfermeira Williane Lins dos Santos, 30, morreu no dia 17 de abril, antes de conseguir acessar um leito de UTI no Recife. A confirmação para Covid-19 só veio quatro dias depois. A fisioterapeuta Maria Soares, 49, mãe de Williane, diz que a filha morreu porque não conseguiram transferi-la. “Às 8h30, fui informada de que já tinham solicitado vaga na UTI. Bateu 16h e nada. Eu sem ter contato com minha filha e sem conseguir vê-la”, diz.

Page 6: Sumário - observatorionacional.cnj.jus.br · depois. A fisioterapeuta Maria Soares, 49, mãe de Williane, diz que a filha morreu porque não conseguiram transferi-la. “Às 8h30,

Conta que só às 22h recebeu a informação de que haviam conseguido uma vaga de UTI para ela na capital. “Ela morreu às 23h45 no mesmo lugar. Minha filha tinha 30 anos e tudo para ser salva. Morreu por falta de atendimento”. A Secretaria de Saúde do estado alega que o leito foi disponibilizado no mesmo dia, mas que a paciente teve piora súbita antes da transferência. Neison Freire, pesquisador da Fundação Joaquim Nabuco que atua no mapeamento da doença em Pernambuco, avalia que a pressão nas capitais é crescente. “Nos locais de maior vulnerabilidade social, onde mais se precisa de leitos do SUS, muitas vezes há um desequilíbrio. Sem opção local, só resta uma alternativa: transportar o doente para a capital”, explica. No Amazonas, cujo território equivale à soma das regiões Sul e Sudeste, a maioria das cidades só é acessível por meio fluvial ou aéreo. O gargalo deve aumentar nas próximas semanas, já que a Covid-19 se espalhou rapidamente pelo estado e chegou a 59 dos 62 municípios. Para atender a essa demanda, o governo do Amazonas dispõe de apenas seis UTIs aéreas, cada uma capaz de fazer uma viagem por dia, ou seja, seis transferências. Por terra, são seis ambulâncias, das quais quatro apenas para pacientes com a Covid-19. Pontualmente, prefeituras pagam pela remoção. No Pará, cidades como Santarém, Altamira e Parauapebas enfrentam problemas. Em Santarém (a 700 km em linha reta de Belém), a prefeitura anunciou o lockdown neste sábado (16) após todos os 35 leitos de UTI do município se ocuparem. “Temos 22 pacientes esperando vaga e não estou conseguindo transferência para Belém”, diz Marcela Tolentino Matos, diretora do 9º Centro Regional de Saúde da Secretaria de Estado de Saúde Pública. “Nunca vivenciei isso nos meus 25 anos de enfermeira.” Santarém é o polo de atendimento médico de 20 municípios, que somam cerca de 1,2 milhão de pessoas. Com a epidemia, o 9º centro passou a atender mais nove cidades, mas a equipe está desfalcada: 40 dos 383 funcionários contraíram Covid-19. A atenção aos pacientes ganhou o reforço de 63 máscaras de saúde adaptadas para o tratamento respiratório e que reduzem a dependência de respiradores. O equipamento foi doado por um projeto das ONGs Motirõ, Expedicionários da Saúde e Projeto Saúde e Alegria. Em Altamira (a 820 km de Belém), um grupo de 68 médicos da região divulgou carta advertindo para a deficiência de UTIs, profissionais de saúde e de equipes de higienização. A cidade é o polo médico de uma região que tem 400 mil habitantes, mas dispõe de apenas 14 leitos, dos quais 5 eram da ala infantil e foram adaptados. Nesta sexta-feira (15), 11 estavam ocupados.

Page 7: Sumário - observatorionacional.cnj.jus.br · depois. A fisioterapeuta Maria Soares, 49, mãe de Williane, diz que a filha morreu porque não conseguiram transferi-la. “Às 8h30,

Em Parauapebas (a 709 km da capital), oito dos dez leitos de UTI estão com pacientes da Covid-19. Para ampliar a oferta, o antigo hospital municipal foi reformado em parceria com a mineradora Vale para abrigar 40 leitos semi-UTI que estão em fase de montagem. No Rio Grande do Norte, a segunda maior cidade do estado, Mossoró, tem 26 dos 35 leitos de UTI com pacientes, uma ocupação de 74%. Entre os dias 18 de março e 7 de maio, foram registradas 206 hospitalizações em Mossoró, sendo 66 pessoas de outros municípios. Em todo o interior do Rio Grande do Norte, são 51 leitos de UTI para Covid, 70,1% ocupados. A situação se repete no Ceará, onde só dois em cada dez leitos de UTI para Covid-19 estão no interior. Ao todo, são 128 leitos no interior, 93 deles com as vagas preenchidas. Com cerca de 70 mil habitantes, Quixeramobim (a 246 km de Fortaleza) é a cidade que enfrenta situação mais crítica, com 100% dos 30 leitos de terapia intensiva com pacientes. Em Sobral (200 km da capital), quase 90% dos 36 leitos de UTI estavam ocupados. “A situação nos preocupa muito”, afirma o secretário de Saúde do Ceará, Dr. Cabeto. Ele diz que serão abertas novas UTIs no hospital regional de Sobral. No Maranhão, os 105 leitos de UTI no interior do estado têm ocupação de 82%. Em algumas cidades, já não há mais vagas, caso de Imperatriz, a segunda maior do estado. Lá, todos 22 leitos de UTI para Covid-19 estavam ocupados nesta quarta-feira (13). Em nota, o governo do Maranhão informou que vai ampliar a rede de Imperatriz com 30 novos leitos de UTI. Mesmo em estados com situação relativamente mais tranquila há regiões com maior disseminação da doença no interior. É o caso da Bahia, que tem ocupação geral de 51% dos leitos de UTI. Mas cidades do sul do estado já registram ocupação acima de 90% dos leitos de UTI e começaram a adotar toque de recolher. Em Jequié, o Hospital Prado Valadares tinha 100% dos nove leitos de terapia intensiva ocupados na sexta-feira. A situação é semelhante em Itabuna, que chegou a ter 90% de ocupação de UTIs esta semana “Precisamos abrir novos leitos rapidamente”, resume o secretário de Saúde de Itabuna, Wildson Nascimento. Ele aguarda a abertura de 15 novos leitos para pacientes graves nas próximas semanas. Na vizinha Ilhéus, a ocupação chegou a 100% há duas semanas. Nesta sexta, 20 dos 31 leitos estavam com pacientes. Uma das consequências do avanço da doença no interior da Bahia é a pressão sobre o sistema de saúde de Salvador. Na capital, a ocupação dos leitos de UTI públicos já chega a 81%, com muitos pacientes de outras cidades.

Page 8: Sumário - observatorionacional.cnj.jus.br · depois. A fisioterapeuta Maria Soares, 49, mãe de Williane, diz que a filha morreu porque não conseguiram transferi-la. “Às 8h30,

Em outros estados, há casos em que o movimento de pressão se dá no sentido contrário, com pacientes da capital rumando para o interior. É o caso de Caruaru (135 km do Recife), que atualmente tem 100% de seus 30 leitos de terapia intensiva ocupados. “Recebemos muita gente vinda da capital, mas, agora, esse fluxo diminuiu”, afirma Marcelo Cavalcanti, diretor do hospital da rede estadual Mestre Vitalino, em Caruaru. Na cidade, seis pacientes internados em um hospital municipal e em uma UPA aguardavam uma vaga de UTI desde 11 de maio. Para ampliar a oferta de leitos, o governo de Pernambuco anunciou a construção de três hospitais de campanha em Caruaru, no agreste, Serra Talhada e Petrolina, no sertão. Outros estados também registram essa movimentação da capital para o interior, caso do Rio de Janeiro, onde pacientes da capital têm sido transferidos para um hospital em Volta Redonda, a duas horas de distância. Já no estado de São Paulo, prefeituras como a de Campinas (a 98 km da capital) solicitaram formalmente que a secretaria Estadual de Saúde não envie pacientes com Covid-19 à cidade.

Page 9: Sumário - observatorionacional.cnj.jus.br · depois. A fisioterapeuta Maria Soares, 49, mãe de Williane, diz que a filha morreu porque não conseguiram transferi-la. “Às 8h30,

14/05/2020 05h30

Atualizada 14/05/2020 14h50

Sem uso da rede privada, só 'um milagre', diz ex-presidente

da Anvisa sobre pandemia

O médico sanitarista Gonzalo Vecina Neto não vê alternativa ao uso da rede pública e privada no enfrentamento da pandemia. Ex-presidente da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), ex-secretário municipal de Saúde de São Paulo (2003-2004), professor da Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo (USP) e superintendente do Hospital Sírio-Libanês, ele afirma que ainda dá tempo para criar uma fila única e afirma: "quem diz que não dá para fazer é porque não quer fazer". Qual sua expectativa para as próximas semanas em relação à pandemia? O tratamento matemático que estamos dando aos dados traz premissas baseadas no que ocorreu na Europa e Sul da Ásia. Vão acontecer ou não? Fomos pegos de calças curtas no Amazonas. Mas que país tem a situação que Manaus tem? De tanta pobreza e desigualdade, com a dificuldade adicional que o prefeito e o governador não se dão. Não tem matemática que preveja isso. E essa crise acaba em cemitério. A minha expectativa é que nas capitais onde têm mais gente é onde vamos ter mais problemas porque com a alta densidade demográfica os encontros dos contaminados com quem não teve a doença são mais frequentes. Todas as grandes cidades vão sofrer. Algumas vão estar melhor aparelhadas, São Paulo é uma delas. Temos que pensar no uso concomitante da rede pública e privada. Nenhum estado consegue atender tantos pacientes sem incorporar a rede privada. Não é expropriação, mas uma crise

sanitária. Gente que vai morrer, e não precisava morrer se tivesse acesso a um leito de uma UTI. É um compromisso com a dignidade, uma questão ética ou moral, não tem saída para isso. Você tem quatro vezes mais leitos por habitantes no setor privado do que no setor público. Se põe todo mundo junto, duplica a capacidade do sistema. Isso vai significar um novo ordenamento durante a excepcionalidade de uma crise. O que diferenciará as pessoas não é o dinheiro e sim o estado clinico delas.

Page 10: Sumário - observatorionacional.cnj.jus.br · depois. A fisioterapeuta Maria Soares, 49, mãe de Williane, diz que a filha morreu porque não conseguiram transferi-la. “Às 8h30,

Há alternativas além do uso dos leitos privados? A resposta correta a essa pergunta seria um milagre, mas eu não quero falar isso. O senhor acredita que muitos casos vão parar na Justiça? Tem gente que vai entender e gente que não vai. Tenho certeza que haverá judicialização, da boa e da má: de quem sente que está perdendo direitos e de quem quer um tratamento. Espero que o Judiciário responda de forma condizente com um país moderno, democrático e que respeita a Constituição: é direito e vai ser cumprido. Um cara que tem plano de saúde, é uma coisa, espero que tenha compreensão da aflição pela qual estamos passando. O presidente de um grupo de saúde é outra. Para donos, operadores, espero que tenhamos o Ministério Público para explicar para eles o que devem fazer. A lei de emergência sanitária diz que a requisição é uma das formas na qual o agente do poder público terá que atuar. Está escrito na lei. Se não cumprir a lei, o MP tem que ir dizer aos gestores que tem que cumprir a lei. É nisso que me fio. Faltou uma coordenação nacional para isso? Claro que faltou. Não tivemos uma coordenação federal. Em qualquer manual de crise, a primeira regra é: tem que ter liderança, as pessoas devem entender que a liderança deve ser obedecida porque ela é crível, não tivemos e não temos isso no Brasil. Não tivemos do Ministério da Saúde, com todas as consequências disso, mas o ministério precisa do presidente. O ministro fala 'fique em casa' e o presidente diz 'vamos para a rua'. Como é que fica? O governo federal tentou acabar com a quarentena e quem impediu foi o STF e, se não tivesse impedido, teríamos muito mais mortos. Há essa teoria doida de deixar todo mundo se contaminar para acabar logo. Os defensores dizem: 'Alguns morrerão, vai ter uma mortalidadezinha'. Não sendo a mãe dele, pode ser qualquer um. E as pessoas que falam isso geralmente estão adequadamente protegidas, tem casa comida e um lugar para isolar o velhinho, não tem a condição da Vila Brasilândia (um dos bairros de São Paulo com maior número de mortes). Algumas cidades já vivem um quadro de colapso no sistema de saúde. Ainda dá tempo de organizar uma fila única ou negociar com o setor privado? Não falta tempo. A Espanha fez no mesmo momento, quando a rede pública entrou em colapso. A hora de fazer é agora. Vai ter que ter ressarcimento, vai ter que pagar, mas tem tempo para negociar. Os hospitais privados sabem quanto custa o leito e o setor público sabe que não tem saída. É preciso organizar em cada estado, que vai dizer quantos leitos são necessários, se vai requisitar ou contratar. Faz como fez com os transplantes, o paciente entra na fila. Eu acho que temos capacidade e inteligência de montar essa fila, não sou o gestor, mas se fosse seria capaz de fazer isso de um dia para o outro. É um software simples, quem diz que não dá para fazer é porque não quer fazer. O Brasil hoje é o terceiro país no mundo com maior média de crescimento diário. Onde erramos? É fácil olhar para trás e dizer onde errou, mas acho que o grande erro foi a questão da testagem, deveríamos ter testado mais e isolado mais. O teste nos dá um padrão de isolamento. Se eu testar toda pessoa que for sintomática e, em positivo, testar os contatos, reduziria o número de pessoas infectantes. Temos que testar aos profissionais de saúde a cada 14 dias e os idosos. A partir de agora teremos testes. A Fioruz está entregando e a gestão [do ex-ministro Luiz Henrique] Mandetta

Page 11: Sumário - observatorionacional.cnj.jus.br · depois. A fisioterapeuta Maria Soares, 49, mãe de Williane, diz que a filha morreu porque não conseguiram transferi-la. “Às 8h30,

havia encomendado 10 milhões. Vamos ter 20 milhões de testes. No fim de maio, poderemos fazer 50/ 60 mil testes todos os dias. Sair de menos de 10 mil para 60 mil, é bastante. O gargalo seguinte é a capacidade de realização desses testes. E o isolamento social? Também temos que ir resolvendo essa questão. A pandemia está indo para a periferia, os prefeitos têm que acordar. Nas favelas, é preciso pegar as escolas e transformar em hotéis para colocar as pessoas. Se não tiver escola, tem que requisitar hotel para fazer o isolamento. A pessoa identificada com coronavírus precisa de uma quarentena de 14 dias.

Page 12: Sumário - observatorionacional.cnj.jus.br · depois. A fisioterapeuta Maria Soares, 49, mãe de Williane, diz que a filha morreu porque não conseguiram transferi-la. “Às 8h30,

13/05/2020 22h00

Comissão externa cria grupo de trabalho para debater fila

única em hospitais

Deputados da comissão externa que analisa ações de combate à Covid-19 no Brasil criaram, nesta quarta-feira (13), um grupo de trabalho para debater propostas que estabelecem uma fila única para o atendimento de pacientes com a doença em hospitais públicos e privados do País. A medida está prevista em diversos projetos de lei em tramitação na Câmara dos Deputados e, diante da falta de consenso, o colegiado vai ouvir, na próxima segunda-feira (18), os autores das propostas. Parte da polêmica decorre do Projeto de Lei 2333/20, apresentado pela bancada do Psol, que estabelece uma fila única para pacientes da Covid-19 administrada pelo Sistema Único de Saúde (SUS ). “Governadores dos 26 estados e do Distrito Federal já divulgaram carta criticando a fila única. Eles entendem que têm a capacidade de fazer a melhor escolha”, disse a deputada Paula Belmonte (Cidadania-DF). Além da carta, os governadores pedem que o Supremo Tribunal Federal (STF) barre uma ação proposta pelo Psol com o mesmo objetivo. Coordenador do colegiado, o deputado Dr. Luiz Antonio Teixeira Jr. (PP-RJ) defendeu o direito de gestores públicos de negociarem leitos com a rede privada de saúde mediante pagamento, como vem ocorrendo em alguns estados e municípios, e questionou a capacidade do governo federal para fazer a regulação de todos os leitos do País. "O

painel nacional de leitos não existe. No Rio de Janeiro, não tem nenhuma informação, nem sobre os próprios hospitais federais”, criticou. Os deputados Jorge Solla (PT-BA), Arlindo Chinaglia (PT-SP) e Jandira Feghali (PCdoB-RJ), autores de projetos de lei que instituem a fila única, ponderaram que a ideia é definir protocolos que unifiquem a regulação dos leitos no País, mantendo a regulação local. “Não estão proibidos ajustes por estado”, disse Chinaglia.

Page 13: Sumário - observatorionacional.cnj.jus.br · depois. A fisioterapeuta Maria Soares, 49, mãe de Williane, diz que a filha morreu porque não conseguiram transferi-la. “Às 8h30,

Segundo Jorge Solla, todos os estados possuem centrais que já fazem a regulação de leitos. "Não podemos prescindir dos hospitais privados, temos que ampliar essa parceria”, acrescentou. Projetos prioritários A reunião técnica definiu ainda projetos prioritários – alguns com urgência aprovada –, que poderão ser incluídos na pauta do Plenário pelo presidente da Casa, Rodrigo Maia (DEM-RJ). Entre eles, estão:

• Projeto de Lei 1485/20 – dobra pena de crimes praticados contra administração pública durante o estado de calamidade;

• Projeto de Lei 2430/20 – cria plano de retomada das atividades no País após a pandemia;

• Projeto de Lei 2529/20 – autoriza o uso de veículos escolares para o transporte de profissionais da saúde e de pacientes durante a pandemia;

• Projeto de Lei 2040/20 – determina a divulgação diária do mapa de leitos hospitalares públicos e privados de cada unidade da Federação;

• Projeto de Lei 1462/20 – autoriza automaticamente a exploração temporária e não exclusiva de patentes em caso de emergência de saúde pública;

• Projeto de Lei 2230/20 – suspende reajustes dos planos e seguros privados de assistência à saúde durante a pandemia;

• Projeto de Lei 2201/20 – permite ao Poder Público requisitar à indústria a fabricação de bens essenciais ao enfrentamento do coronavírus; e

• Projeto de Lei 2493/20 – cria o Programa Emergencial para Prevenção ao Novo Coronavírus entre os Profissionais de Segurança Pública.

Também ficou definida a agenda de reuniões entre os dias 25 e 29 de maio:

• 25/05 – audiência para debater Tabagismo e Tuberculose na Covid-19 (Dia Nacional de Enfrentamento ao Tabagismo – 31 de maio);

• 26/05 – reunião deliberativa;

• 27/05 – às 9h30, audiência com representantes da Caixa Econômica Federal e da Confederação Nacional dos Municípios (CNM) sobre a operacionalização do pagamento do auxílio emergencial;

• 27/05 – às 14h, debate sobre o uso da ultrassonografia pulmonar no tratamento da Covid-19;

• 28/05 – às 9h30, debate sobre a atuação das filantrópicas e de prestadores de serviços ao SUS; e

• 28/05 – às 14h, debate sobre fake news.

Page 14: Sumário - observatorionacional.cnj.jus.br · depois. A fisioterapeuta Maria Soares, 49, mãe de Williane, diz que a filha morreu porque não conseguiram transferi-la. “Às 8h30,

16/05/2020 23h15

Painel - Cloroquina vira mais um atrito de Bolsonaro com

estados, que se irritam e confrontam presidente

A resistência que Jair Bolsonaro encontrou no ex-ministro Nelson Teich (Saúde) à ampliação do uso da cloroquina para quadros leves do coronavírus é ecoada pelos secretários estaduais da área, que se espantaram com a mudança na pasta e veem a aplicação do medicamento com ressalvas. "Precisamos de medicina baseada em evidências, com foco na segurança do paciente, não precisamos de medicina baseada na política", diz Nésio Fernandes, secretário do Espírito Santo. Mais um Em constante conflito com os estados por sua pressão para flexibilizar o isolamento social, Bolsonaro reforçou mais uma frente de atrito. "Políticos não devem opinar sobre conduta médica, assim como médicos não podem usar sua posição política para balizar a conduta clínica", diz Carlos Lula, secretário do Maranhão. Ciência Os secretários, médicos em sua maioria, destacam estudos publicados em revistas científicas de prestígio que não mostraram benefícios da cloroquina. "É uma expectativa e não uma realidade", diz Ismael Alexandrino, de Goiás, médico. Diploma "O presidente não cursou Medicina, creio, e não tem a noção correta dos malefícios que a

cloroquina pode causar", diz Geraldo Resende, secretário de Mato Grosso do Sul. Volto logo A produção de cloroquina está paralisada no laboratório do Exército desde a semana passada por falta de insumos, segundo o Ministério da Defesa.

Page 15: Sumário - observatorionacional.cnj.jus.br · depois. A fisioterapeuta Maria Soares, 49, mãe de Williane, diz que a filha morreu porque não conseguiram transferi-la. “Às 8h30,

13/05/2020

Cloroquina traz risco de efeitos colaterais e até piorar covid-

19

Depois de uma forte propaganda feita não por médicos e cientistas, mas pelos presidentes dos EUA e do Brasil, a cloroquina, a hidroxicloroquina e a azitromicina estão sendo usadas para tratar e até como forma de prevenir a covid-19. Como revelado pelo jornal The New York Times, o presidente Donald Trump tem um "pequeno interesse financeiro pessoal" na Sanofi, empresa farmacêutica que fabrica uma versão de marca da hidroxicloroquina, embora a patente do medicamento já tenha expirado. Interesses à parte, o que importa para os pacientes e a saúde pública é que o uso desses medicamentos está sendo feito "apesar da fraca evidência de eficácia, e médicos e pacientes devem estar cientes dos eventos adversos potencialmente graves desses medicamentos", afirma uma revisão da literatura científica publicada pelo Jornal da Associação Médica Canadense. "Médicos e pacientes devem estar cientes de vários efeitos adversos raros, mas potencialmente fatais, da cloroquina e da hidroxicloroquina," reforçou o Dr. David Juurlink, da Universidade de Toronto. Efeitos adversos da cloroquina A revisão fornece uma visão geral dos possíveis danos associados a esses medicamentos, bem como seu gerenciamento, com base nas melhores evidências disponíveis.

Os potenciais efeitos adversos incluem:

• Arritmia cardíaca

• Hipoglicemia

• Efeitos neuropsiquiátricos, como agitação, confusão, alucinações e paranoia

• Interações com outros medicamentos

Page 16: Sumário - observatorionacional.cnj.jus.br · depois. A fisioterapeuta Maria Soares, 49, mãe de Williane, diz que a filha morreu porque não conseguiram transferi-la. “Às 8h30,

• Variabilidade metabólica - algumas pessoas metabolizam mal a cloroquina e a hidroxicloroquina e uma pequena porcentagem as metaboliza rapidamente, o que afeta a resposta ao tratamento

• Sobredosagem - cloroquina e hidroxicloroquina são altamente tóxicas em sobredosagem e podem causar convulsões, coma e parada cardíaca

Piorar a doença A revisão resume a baixa qualidade das evidências científicas que sugerem que esses tratamentos poderiam ser benéficos em pacientes com covid-19 e alerta que é possível que esses tratamentos possam até mesmo piorar a doença. "Apesar do otimismo (em alguns, até entusiasmo) pelo potencial da cloroquina ou hidroxicloroquina no tratamento da covid-19, pouca consideração foi dada à possibilidade de que esses medicamentos possam influenciar negativamente o curso da doença," disse o Dr. Juurlink. "É por isso que precisamos de uma melhor base de evidências antes de usar rotineiramente esses medicamentos para tratar pacientes com covid-19." Checagem com artigo científico: Artigo: Safety considerations with chloroquine, hydroxychloroquine and azithromycin in the management of SARS-CoV-2 infection Autores: David N. Juurlink Publicação: Canadian Medical Association Journal DOI: 10.1503/cmaj.200528

Page 17: Sumário - observatorionacional.cnj.jus.br · depois. A fisioterapeuta Maria Soares, 49, mãe de Williane, diz que a filha morreu porque não conseguiram transferi-la. “Às 8h30,

16/05/2020 23h15

PF antecipou a Flávio Bolsonaro que Queiroz seria alvo de

operação, diz suplente do senador

O empresário Paulo Marinho, 68, foi um dos mais importantes e próximos apoiadores de Jair Bolsonaro na campanha presidencial de 2018. Ele não apenas cedeu sua casa no Rio de Janeiro para a estrutura de campanha do então deputado federal, que ainda hoje chama de “capitão”, como foi candidato a suplente na chapa do filho dele, Flávio Bolsonaro, que concorria ao Senado. Os dois foram eleitos. Em dezembro daquele ano, com Jair Bolsonaro já vitorioso e prestes a assumir o comando do país, Flávio procurou Paulo Marinho. Estava “absolutamente transtornado”, segundo o empresário. Buscava a indicação de um advogado criminal. O escândalo de Fabrício Queiroz, funcionário de Flávio no seu gabinete de deputado estadual na Assembleia Legislativa do Rio, não saía das manchetes. Havia acusações de “rachadinhas” e de desvio de dinheiro público. O senador recém-eleito temia as consequências para o futuro governo do pai —e precisava se defender. As revelações que Marinho diz ter ouvido do filho do presidente nesse encontro são bombásticas: segundo ele, Flávio disse que soube com antecedência que a Operação Furna da Onça, que atingiu Queiroz, seria deflagrada. Foi avisado da existência dela entre o primeiro e o segundo turnos das eleições, por um delegado da

Polícia Federal que era simpatizante da candidatura de Jair Bolsonaro. Mais: os policiais teriam segurado a operação, então sigilosa, para que ela não ocorresse no meio do segundo turno, prejudicando assim a candidatura de Bolsonaro. O delegado-informante teria aconselhado ainda Flávio a demitir Fabrício Queiroz e a filha dele, que trabalhava no gabinete de deputado federal de Jair Bolsonaro em Brasília.

Page 18: Sumário - observatorionacional.cnj.jus.br · depois. A fisioterapeuta Maria Soares, 49, mãe de Williane, diz que a filha morreu porque não conseguiram transferi-la. “Às 8h30,

Os dois, de fato, foram exonerados naquele período —mais precisamente, no dia 15 de outubro de 2018. Queiroz estava sumido em dezembro. Mas, segundo Marinho, o senador Flávio Bolsonaro mantinha interlocução indireta com ele por meio de um advogado de seu gabinete. Nesta entrevista, Marinho, que é pré-candidato a prefeito do Rio de Janeiro pelo PSDB, começa falando da cidade que pretende governar, dos planos para a campanha presidencial de João Doria em 2022 —e por fim detalha os encontros com Flávio Bolsonaro. Segundo ele, as conversas podem “explicar” o interesse de Bolsonaro em controlar a Superintendência da Polícia Federal no Rio, causa primeira dos atritos que culminaram na saída de Sergio Moro do Ministério da Justiça. Como está a sua candidatura a prefeito do Rio? Ser candidato nunca esteve nos meus planos. Quando assumi a presidência do PSDB no Rio, há um ano, fui orientado pelo [governador de SP, João] Doria a trazer jovens e mulheres para o partido, que é inexpressivo no estado a ponto de não ter conseguido eleger um único deputado federal em 2018. Fui buscar a Mariana Ribas, ex-ministra interina da Cultura no governo do Michel Temer, ex-secretária de Cultura do Rio. Ela tem 34 anos de idade, é jovem, bonita, se encaixava no perfil que o governador [Doria] indicava. Ela topou. Mas, por motivos pessoais, desistiu. O nome que aparecia naturalmente para substituí-la era o do Gustavo Bebianno, ex-ministro de [Jair] Bolsonaro, meu amigo fraterno e pessoa de absoluta confiança. Bebianno começou a trabalhar como pré-candidato. Uma semana depois da indicação, teve um infarto fulminante e morreu, aos 54 anos. Para mim, foi uma tragédia pessoal. Perdi um irmão. Para o partido, foi irreparável. Dias depois, o Doria me convidou para ser candidato. Aceitei o desafio. Vou trabalhar para encontrar um campo político de aliados que deem ao eleitor uma opção que não seja a de votar no menos pior. Os eleitores do Rio têm se acostumado a isso. E é isso o que eu quero combater. Quem ganhar a eleição no fim do ano pegará uma cidade arrasada, pela crise econômica e pela pandemia. O que poderia ser feito? O Rio já enfrentava um quadro de dificuldades imensas, que a pandemia agravou. Já havia aumento de trabalhos informais, desemprego, falta de projeto político e econômico. A cidade está à beira do abismo. Quem disser que pode planejar algo para 2021 cometerá uma leviandade com o eleitor. A prefeitura tem duas receitas sólidas: o ISS, ligado à atividade econômica, que parou, e o IPTU. Haverá uma inadimplência enorme em janeiro [mês de cobrança do tributo]. Que governo terá

Page 19: Sumário - observatorionacional.cnj.jus.br · depois. A fisioterapeuta Maria Soares, 49, mãe de Williane, diz que a filha morreu porque não conseguiram transferi-la. “Às 8h30,

coragem de executar a dívida e tomar o imóvel de uma pessoa que não pagou IPTU em uma situação de pandemia? Essa inadimplência terá que ser tolerada. O momento não é para ginasiano. É para pessoas que tenham experiência empresarial, como eu tenho, no mercado financeiro, de comunicação. Eu trabalho desde os 14 anos. Tenho contatos com todo o mundo e capacidade de articular todas as pessoas de bem para se juntarem em torno de um projeto de salvação da cidade. O PSDB do Rio vai ser uma plataforma para a candidatura presidencial de Doria em 2022. Ela é viável? O governo Bolsonaro está com os dias contados? A minha motivação ao aceitar assumir a presidência do PSDB no Rio foi a minha convicção de que o Brasil precisa eleger um próximo presidente com as qualidades do Doria. E o governo Bolsonaro? Eu não sei fazer essa futurologia em relação ao governo Bolsonaro. Mas estamos praticamente no meio do mandato e até aqui não aconteceu absolutamente nada. Foram dois anos perdidos. Toda sorte que ele teve na campanha eleitoral, foi o contrário no governo. Um governante pegar uma pandemia no meio de um mandato, que vai retrair a economia em 6%, 8%, é inimaginável. O capitão não tem capacidade pessoal de gerir um país em condições normais. E muito menos no meio de uma loucura como essa que nós estamos vivendo. Então, são duas as alternativas: ou vamos viver crise atrás de crise ou alguma coisa vai acontecer contra ele, [consequência] de algum crime de responsabilidade que possa praticar ao longo desta crise. E o resto vai ser essa loucura. E na campanha já não dava para perceber isso? A primeira coisa que percebi é que não se tratava de um mito. Outras pessoas do núcleo duro achavam isso. O Gustavo [Bebianno] mesmo tinha pelo capitão uma admiração. Achava que ele era um estadista, um líder, o homem que iria colocar o Brasil em outro patamar. Eu olhava o capitão, com aquele jeito tosco dele, e algumas coisas me chamavam a atenção. Por exemplo: ele era incapaz de agradecer às pessoas. Chegava uma empregada minha, servia a ele um café, um assistente entregava um papel, e ele nunca dizia um obrigado. Eu nunca ouvi, durante o ano e meio em que convivi, ele expressar a palavra obrigado a alguém. Um gesto mínimo. Pode não parecer nada, mas demonstra uma faceta da personalidade dele. Será que é uma pessoa apenas de maus hábitos, que não tem educação? As piadas eram sempre homofóbicas. Os asseclas riam, mas elas não tinham nenhuma graça. E, no final, ele realmente despreza o ser feminino. Tratava as mulheres como um ser inferior. Não tinha uma mulher na campanha dele. Nunca houve. A única, a distância, foi a Joice [Hasselmann, deputada federal], que ficava em São Paulo. Não tinha mulher na campanha dele, só homem. Ele gostava mesmo era de conversar com os seguranças dele. Policiais militares, batedores. Ele se sentia em casa, ficava horas conversando, contando piada.

Page 20: Sumário - observatorionacional.cnj.jus.br · depois. A fisioterapeuta Maria Soares, 49, mãe de Williane, diz que a filha morreu porque não conseguiram transferi-la. “Às 8h30,

Gustavo Bebianno era visto como uma espécie de homem-bomba que morreu guardando muitos segredos. Ele tinha de fato um dossiê sobre Bolsonaro? O Gustavo tinha um telefone celular por meio do qual interagiu durante toda a campanha [presidencial de 2018] e a transição de governo com o capitão. Eles se falavam muito por WhatsApp. O capitão adorava mandar mensagens gravadas para ele. O Gustavo tinha esse conteúdo imenso [de mensagens], na mais alta intimidade que você pode imaginar. Eram conversas íntimas que provavelmente deviam ter revelações interessantes. Um dia, num ato de raiva pela demissão injusta que sofreu, tratado como se tivesse sido um traidor quando foi o que mais fez pelo capitão, ele deletou grande parte desse conteúdo. E deixou esse telefone com uma pessoa nos Estados Unidos. Depois parece que ele resgatou de novo o conteúdo. Ele ficou muito marcado pela demissão, com muito desgosto, melancolia. Ele morreu de decepção, de tristeza mesmo. Mas ele não era homem-bomba. Não tinha nada que pudesse tirar o capitão do governo por algo do passado. Onde está o telefone? Eu não sei onde está, para te dizer a verdade. Está com alguém. Eu não sei com quem. O senhor já disse que ele tinha preocupação com os rumos do governo Bolsonaro. Imensa. Ele dizia: ‘O capitão vai se enfraquecer de tal maneira que só vai ter a saída do golpe para se manter no poder. E ele é louco para fazer o golpe’. Ele tinha certeza que isso ia acontecer. Por que o senhor acha que há tanto interesse de Bolsonaro na Superintendência da Policia Federal do Rio de Janeiro? Eu não sei responder exatamente. Mas eu me recordo de um episódio que aconteceu antes de ele [Bolsonaro] assumir o governo que talvez ilustre um pouco melhor essa questão. Eu vou te contar uma história que nunca revelei antes porque não tinha razão para falar disso. Eu tenho até datas anotadas e vou ser bem preciso no relato que vou fazer, porque talvez ele explique a sua pergunta. Quando terminou o segundo turno da eleição [em 28 de outubro], o capitão Bolsonaro fez a primeira reunião de seu futuro ministério em minha casa [no Rio]. Estavam o vice-presidente Hamilton Mourão, o Onyx Lorenzoni [futuro ministro da Casa Civil], o Paulo Guedes [Economia], o Bebianno e o coronel [Miguel Angelo] Braga [Grillo], para discutir o desenho dos ministérios do futuro governo. Ela começou às 9h e terminou às 17h. Foi o último dia que vi o capitão Bolsonaro. Nunca mais estive com ele. No dia 12 de dezembro, uma quarta-feira, me liga o senador Flávio Bolsonaro [filho do presidente] me dizendo que queria falar comigo, por sugestão do pai. A Operação Furna da Onça [que investigava desvio de recursos públicos da Assembleia Legislativa do Rio] já tinha sido detonada e trazido à tona o episódio do [Fabrício] Queiroz [que tinha trabalhado no gabinete de Flávio na Assembleia e é acusado de integrar o esquema].

Page 21: Sumário - observatorionacional.cnj.jus.br · depois. A fisioterapeuta Maria Soares, 49, mãe de Williane, diz que a filha morreu porque não conseguiram transferi-la. “Às 8h30,

Flávio estava sendo bombardeado pela mídia. O Queiroz estava sumido. Ele me disse: ‘Gostaria que você me indicasse um advogado criminalista’. E combinamos de ele vir à minha casa às 8h do dia seguinte, uma quinta-feira, 13 de dezembro. Passei a mão no telefone e liguei para o advogado Antônio Pitombo, de São Paulo, indicado por mim para defender o capitão no processo da [deputada] Maria do Rosário no STF [Supremo Tribunal Federal]. E ele me indicou um advogado de confiança, Christiano Fragoso, aqui do Rio. No dia seguinte, quinta-feira, 13, às 8h30, chegam na minha casa Flávio Bolsonaro e o advogado Victor Alves, que trabalha até hoje no gabinete do Flávio, é advogado de confiança dele. Estávamos eu, Christiano Fragoso, Victor e Flávio Bolsonaro. Flávio começa a nos relatar o episódio Queiroz. Ele estava absolutamente transtornado. E esse advogado, Victor, dizendo ao advogado Christiano que tinha conversado com o Queiroz na véspera e que o Queiroz tinha dado a ele acesso às contas bancárias para ele checar as acusações que pesavam contra o Queiroz. E o que ele disse que as contas mostravam? O Victor estava absolutamente impressionado com a loucura do Queiroz, que tinha feito uma movimentação bancária de valores absolutamente incompatíveis com tudo o que ele poderia imaginar. Já o Flávio estava ali lamentando a quebra de confiança do Queiroz em relação a ele. Dizia que tudo aquilo tinha sido uma grande traição, que se sentia muito decepcionado e preocupado com o que esse episódio poderia causar ao governo do pai. Ele chegou até a ficar emocionado, a lacrimejar. E Flávio então nos conta a seguinte história: uma semana depois do primeiro turno, o ex-coronel [Miguel] Braga, atual chefe de gabinete dele no Senado, tinha recebido o telefonema de um delegado da Polícia Federal do Rio de Janeiro, dizendo que tinha um assunto do interesse dele, Flávio, e que ele gostaria de falar com o senador. O Braga disse: ‘Ele está muito ocupado e não costuma atender quem não conhece’. Estou te contando a narrativa do Flávio e do advogado Victor para nós, Paulo Marinho e Christiano, do outro lado da mesa. O senador contou que disse ao coronel Braga que se encontrasse com essa pessoa [o delegado] para saber do que se tratava. Estava curioso. E aí marcaram um encontro com esse delegado na porta da Superintendência da Polícia Federal, na praça Mauá, no Rio de Janeiro. E quem teria ido a esse encontro?

Page 22: Sumário - observatorionacional.cnj.jus.br · depois. A fisioterapeuta Maria Soares, 49, mãe de Williane, diz que a filha morreu porque não conseguiram transferi-la. “Às 8h30,

O coronel Braga, o advogado Victor e, sempre segundo o que eles me contaram, a Val [Meliga], da confiança do Flávio e irmã de dois milicianos que foram presos [na Operação Quatro Elementos]. Eles foram para a porta da Polícia Federal. O delegado tinha dito [ao coronel Braga]: ‘Você vai ver. Quando chegarem, me liga que eu vou sair de dentro do prédio da Polícia Federal’. O delegado saiu de dentro da superintendência. Na calçada —eu estou contando o que eles me relataram—, o delegado falou: ‘Vai ser deflagrada a Operação Furna da Onça, que vai atingir em cheio a Assembleia Legislativa do Rio. E essa operação vai alcançar algumas pessoas do gabinete do Flávio [o filho do presidente era deputado estadual na época]. Uma delas é o Queiroz e a outra é a filha do Queiroz [Nathalia], que trabalha no gabinete do Jair Bolsonaro [que ainda era deputado federal] em Brasília’. O delegado então disse, segundo eles: ‘Eu sugiro que vocês tomem providências. Eu sou eleitor, adepto, simpatizante da campanha [de Jair Bolsonaro], e nós vamos segurar essa operação para não detoná-la agora, durante o segundo turno, porque isso pode atrapalhar o resultado da eleição [presidencial]’. Foram embora, agradeceram. Estou contando o que [Flávio Bolsonaro] me falou. E o que aconteceu depois? Ele [Flávio] comunicou ao pai [Jair Bolsonaro] o episódio e o pai pediu que demitisse o Queiroz naquele mesmo dia e a filha do Queiroz também. E assim foi feito. [Fabrício Queiroz foi exonerado no dia 15 de outubro de 2018 do cargo de assessor parlamentar 3 que exercia no gabinete de Flávio na Assembleia Legislativa. A filha dele, Nathalia Melo de Queiroz, foi exonerada no mesmo dia 15 do cargo em comissão de secretário parlamentar no gabinete do então deputado federal Jair Bolsonaro]. Vida que segue. O capitão ganha a eleição [no dia 28 de outubro]. Maravilhoso. No dia 8 de novembro é detonada a Operação Furna da Onça, com toda a pompa e circunstância. Começa o episódio Queiroz. Flávio contou essa história no dia 13 de dezembro de 2018. Como o senhor e o advogado Christiano Fragoso reagiram? Eu falei [para Flávio]: ‘Está aqui o advogado Christiano Fragoso, recomendado pelo Pitombo, que vai te orientar. Até porque você está com a sua consciência tranquila e não tem o que temer. O que houve foi quebra de confiança do Queiroz em relação a você’. O Christiano virou-se para o Flávio e disse: ‘Quem precisa de um advogado é o Queiroz’. E Flávio tinha contato com o Queiroz? O Flávio disse: ‘Eu não estou mais falando com o Queiroz. Não o atendo mais até para que amanhã ninguém me acuse de que estou orientando o Queiroz nos depoimentos. Quem está falando com o Queiroz é o Victor [advogado amigo da família e que estava na reunião com Paulo Marinho]’. [Na época, a família Bolsonaro dizia não ter contato com Queiroz.] O Christiano disse: ‘Precisamos arrumar um advogado que sirva ao Queiroz. Não posso ser esse advogado. Até porque sou de uma banca, nós somos top, o Queiroz não teria condições [de

Page 23: Sumário - observatorionacional.cnj.jus.br · depois. A fisioterapeuta Maria Soares, 49, mãe de Williane, diz que a filha morreu porque não conseguiram transferi-la. “Às 8h30,

contratá-lo], né?’. E ele indicou o advogado Ralph Hage Vianna, que até então eu não conhecia, para representar o Queiroz. Na mesma quinta-feira, o Queiroz vai ao encontro desse advogado indicado pelo Christiano. E vai acompanhado pelo Victor [o advogado do gabinete de Flávio]. E eu viajei para São Paulo. O presidente foi informado dessa reunião? Quando ela terminou, eu liguei para o Gustavo Bebianno e relatei tudo o que ouvi. Ele estava em Brasília, no escritório da transição de governo. Eu disse que era melhor ele contar tudo o que estava acontecendo para o presidente. E assim foi feito. E o que aconteceu depois? Eu vou para São Paulo. Como o Antônio Pitombo estava em SP, eu disse: ‘Pitombo, é importante a gente ter uma outra reunião para tratar desse assunto, entender o que está acontecendo e não deixar o negócio desandar’. Chamei para São Paulo o Victor, advogado do Flávio, que estava tendo contato com o Queiroz, o Ralph Hage Vianna, que se reuniu com o Queiroz, e o Gustavo Bebianno. Eu estava hospedado no hotel Emiliano e reservei uma sala de reunião. Às 14h30 do dia 14, uma sexta-feira, estavam lá o Victor, o Ralph, o Pitombo, eu e o Gustavo Bebianno. Os advogados conversaram o tempo todo sobre como foi a conversa do advogado Ralph com o Queiroz, as estratégias, as preocupações. Na terça-feira seguinte, 18, ocorreu a cerimônia da nossa diplomação —Flávio como senador, e eu suplente dele. Sentamos lado a lado. E ele me disse que precisava conversar. Eu ia almoçar no restaurante Esplanada Grill, em Ipanema. Combinamos de ele passar lá. Às 13h30, ele apareceu no restaurante e disse: ‘Paulo, eu conversei com o meu pai e ele decidiu que nós vamos montar um outro esquema jurídico, que será comandado por um outro advogado”. Eu respondi: ‘Flávio, não tem problema, eu desarticulo tudo o que estava articulado. Desejo boa sorte. Se precisar de mim, estou à disposição, como sempre estive’. Um abraço e vida que segue. Desde então, só fui rever o Flávio no dia em que depus na CPMI das Fake News [em dezembro]. Fui ao plenário do Senado e ele estava lá. Eu o cumprimentei cordialmente, e ele a mim. Nunca mais estive com ele. E isso é tudo.

Page 24: Sumário - observatorionacional.cnj.jus.br · depois. A fisioterapeuta Maria Soares, 49, mãe de Williane, diz que a filha morreu porque não conseguiram transferi-la. “Às 8h30,

17/05/2020 05h09

Josias de Souza - Defendido por Heleno, Bolsonaro fica mais

indefeso

Num esforço extra para defender Jair Bolsonaro da acusação de interferir politicamente na Polícia Federal, o general Augusto Heleno divulgou uma nota. Quem lê o texto fica com a impressão de que, defendido pelo amigo, o presidente tornou-se um personagem ainda mais indefeso. Chefe do Gabinete de Segurança Institucional, o GSI, Heleno abraçou a versão segundo a qual Bolsonaro falava de sua segurança pessoal, não da Polícia Federal, quando mencionou na reunião ministerial de 22 de abril o desejo de fazer uma troca no Rio de Janeiro. Reiterando algo que já dissera em depoimento à PF, o general explicou que o presidente não falava a sério. Nessa versão, Bolsonaro quis apenas dar um exemplo. Vale a pena reproduzir os termos do "exemplo" formulado pelo presidente: "Já tentei trocar gente da segurança nossa no Rio de Janeiro oficialmente e não consegui. Isso acabou. Eu não vou esperar foder minha família toda de sacanagem, ou amigo meu, porque eu não posso trocar alguém da segurança na ponta da linha que pertence à estrutura. Vai trocar; se não puder trocar, troca o chefe dele; não pode trocar o chefe, troca o ministro. E ponto final. Não estamos aqui para brincadeira." Qualquer criança de cinco anos percebe que as palavras de Bolsonaro soaram não como um hipotético exemplo, mas como uma concreta ameaça. Ao jogar a reunião ministerial no

ventilador, Sergio Moro informou que era da Polícia Federal que Bolsonaro falava, não da segurança presidencial. Heleno teve de voltar ao assunto porque uma notícia veiculada pela TV Globo mostrou que Bolsonaro realizou trocas na sua segurança dias antes da reunião. Não parecia irritado com alguma "sacanagem" urdida para "foder" sua família. Ao contrário.

Page 25: Sumário - observatorionacional.cnj.jus.br · depois. A fisioterapeuta Maria Soares, 49, mãe de Williane, diz que a filha morreu porque não conseguiram transferi-la. “Às 8h30,

O presidente promoveu o diretor do Departamento de Segurança Presidencial, alçando-o ao comando da 8ª Brigada de Infantaria. Noutro indício de satisfação, colocou no lugar dele o número dois do setor. De resto, trocou o chefe do GSI no Rio de Janeiro. Sem nenhuma resistência. Deu-se algo bem diferente na Polícia Federal. Ali, como se sabe, tudo virou de ponta-cabeça. Bolsonaro levou à bandeja o escalpo do diretor-geral, Moro desembarcou, e o comando do órgão no Rio foi trocado. Exatamente como ameaçara o presidente: "Vai trocar; se não puder trocar, troca o chefe dele; não pode trocar o chefe, troca o ministro. E ponto final." Sergio Moro deixou a reunião depois de ouvir a ameaça do presidente. Antes de desembarcar do governo, esteve com os generais palacianos: Heleno, Braga Netto (Casa Civil) e Luiz Eduardo Ramos (Secretaria de Governo). Os três tentaram convencê-lo a ficar. Curioso que Heleno não tenha dito para Moro algo assim: "Deixa de bobagem, amigo. Você entendeu tudo errado. O presidente falava hipoteticamente sobre a segurança pessoal dele. Tudo não passou de uma gripezin..., digo, de um exemplo." A pretexto de socorrer Bolsonaro, um amigo em apuros, o general namora o ridículo. E vem sendo totalmente correspondido. Beleza. Cada um faz com sua biografia o que bem entender. O que não é aceitável é que Heleno peça ao brasileiro para fazer como ele, fingindo-se de bobo pelo bem do presidente.

Page 26: Sumário - observatorionacional.cnj.jus.br · depois. A fisioterapeuta Maria Soares, 49, mãe de Williane, diz que a filha morreu porque não conseguiram transferi-la. “Às 8h30,

16/05/2020 23h15

Jânio de Freitas - Mourão isenta militares de qualquer

participação no estrago institucional

O único setor influente na vida institucional poupado pelo vice e general Hamilton Mourão, em artigo no jornal O Estado de S. Paulo, nem precisaria dizer, mas vá lá —são os militares. Isentados de qualquer participação no "estrago institucional" que "está levando o país ao caos", são, portanto, um caso de completa perfeição. Judiciário, Câmara e Senado e seus atuais presidentes, governadores e prefeitos, empresariado, imprensa, as áreas de governo desunidas contra o coronavírus, e até "as celebridades" arcam com as culpas. Por que esse artigo agora, repentino, restrito a acusações genéricas, polêmicas sem entrar no debate? Com a também súbita conclusão de que "há tempo para reverter o desastre. Basta que se respeitem os limites e as responsabilidades das autoridades constituídas". Desconheço a resposta precisa, se existe. Bolsonaro deve estar com a mesma pergunta, mas inquieto. Porque a explicação mais plausível o atinge. É a de que um esgarçamento do seu suporte militar, ainda que incipiente, induza manifestação atrativa e estimulante do vice aos camaradas, como a dizer "olha aqui, bem ao seu gosto, para a providência que reverta o nosso desgaste". O texto do manifesto de Mourão não é típico de militar. Tem sinais de gente do direito, torto embora, ao menos como colaboração. Nem por

isso, ou por não conter sequer uma referência factual entre tantas acusações, dispensa algumas rebatidas. A menção a interferências de um Poder em outro aponta para o Judiciário contra o governo, é claro. Os militares nunca absorveram, ou nunca entenderam, a função do Supremo como verificador da adequação de atos governamentais e decisões parlamentares à Constituição e seu sentido. O Supremo já foi além disso, sim, mas como exceção, não a ponto de justificar a ideia vulgarizada de judicialização, de apropriação de poderes do governo e do Legislativo. E, indo além, também

Page 27: Sumário - observatorionacional.cnj.jus.br · depois. A fisioterapeuta Maria Soares, 49, mãe de Williane, diz que a filha morreu porque não conseguiram transferi-la. “Às 8h30,

ficou aquém, cedendo em julgamentos políticos à mídia e a camadas sociais fornidas. Concessões voluntárias, porém. Por facciosismo político. Interferência mesmo, posta como voz de um poder armado e de histórico inesquecível, foi, por exemplo, a do comandante do Exército durante a campanha eleitoral em 2018. O general Eduardo Villas Bôas investiu então sobre o Supremo, com mensagem exigente de determinado resultado em processo decisivo na eleição presidencial. Também dentro do Supremo, é necessário registrar, ocorrem interferências de Dias Toffoli, Gilmar Mendes e Luiz Fux, por exemplo, ou Cármen Lúcia quando presidente, com protelações políticas de julgamentos. Mas não são interferências em outros Poderes, como a de 2018. Os ministros Celso de Mello e Alexandre de Moraes estão conduzindo inquéritos legais, legítimos e necessários à defesa contra o abuso de poder, a prevaricação e, talvez, a crimes comuns com comprometimentos no Executivo. São processos de interesse da democracia, e, se militares endossam o poder e pessoas investigados, os ônus lhes cabem. Governadores e prefeitos que seguem a Organização Mundial da Saúde, nas providências contra a pandemia, no artigo do vice são violadores dos princípios da Federação. Só a cegueira e a surdez deliberadas impedem de notar que no Brasil há falta e não excessos de federalização. O poder imensurável centralizado no governo federal é uma das causas primeiras de tantos problemas de administração estadual e municipal. As citações, postas no artigo do vice, de coautores do sistema político dos Estados Unidos, na verdade contrariam o articulista. E, se fosse para levar ao pé da letra as formulações daqueles constituintes, voltaríamos à escravatura aqui, por eles mantida lá. Assim como o racismo legalizado. E, afinal, por que a obstinação de Bolsonaro para o consumo, em larga escala, da tal cloroquina reprovada por numerosas pesquisas científicas? A propósito: não, Bolsonaro e seu governo não escaparam dos tiros do general. Bastante contorcida, para ser percebida por poucos, a observação sobre a crise da pandemia faz do primeiro parágrafo um ataque forte ao governo Bolsonaro. Logo, também ao próprio. Juntar esse começo e a conclusão já lembrada dá um sentido lógico ao artigo de quem o assina, sabe-se lá por quê, como Antonio Hamilton Martins Mourão. Apenas a pessoa, talvez. Como se isso fosse possível em um general brasileiro.

Page 28: Sumário - observatorionacional.cnj.jus.br · depois. A fisioterapeuta Maria Soares, 49, mãe de Williane, diz que a filha morreu porque não conseguiram transferi-la. “Às 8h30,

17/05/2020 05h00

Destaque de ala militar em crises gera incômodo para

Bolsonaro

Embora recorra com cada vez mais frequência a integrantes das Forças Armadas, o presidente Jair Bolsonaro, influenciado pelos filhos, demonstra incômodo com o destaque obtido por ministros militares apontados como “tutores” e “bombeiros” de um governo que acumula crises. Para Bolsonaro, os auxiliares fardados ficam com os louros do que considera “aspectos positivos” de sua gestão, enquanto que ele e auxiliares civis afinados com o discurso ideológico são atacados. Bolsonaro, segundo apurou o Estadão, chegou a cobrar ministros para que se manifestassem publicamente contra reportagens que citam críticas de militares, de modo reservado, a ele e também como um contraponto aos filhos. Atualmente, três generais têm assento no Palácio do Planalto. São os ministros da Casa Civil, Walter Braga Netto, da Secretaria de Governo, Luiz Eduardo Ramos, e do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), Augusto Heleno. O trio atuou tentando contornar as crises envolvendo os ex-ministros da Justiça Sérgio Moro e da Saúde Luiz Henrique Mandetta e Nelson Teich, que deixou a pasta anteontem. Na terça-feira, o trio de ministros militares prestou depoimento no inquérito aberto pelo Supremo Tribunal Federal (STF) para apurar a acusação de Moro de que Bolsonaro tentou interferir na Polícia Federal. Moro afirmou que os três se dispuseram a conversar com o presidente para tentar encontrar um consenso sobre a substituição de Maurício

Valeixo no comando da corporação. De acordo com pessoas próximas ao presidente, as crises foram usadas para ver reações e posicionamentos de seus auxiliares oriundos das Forças Armadas. Segundo relatos, existe um trabalho de cruzamento do que sai na imprensa e as movimentações internas em uma tentativa de rastrear as fontes. No dia 25 de abril, o filho do presidente e vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ) reclamou publicamente no Twitter com uma indireta aos militares. Na publicação, ele anexou uma reportagem

Page 29: Sumário - observatorionacional.cnj.jus.br · depois. A fisioterapeuta Maria Soares, 49, mãe de Williane, diz que a filha morreu porque não conseguiram transferi-la. “Às 8h30,

do Estadão com o título: “Saída de Moro e troca no comando da PF têm digitais do vereador Carlos Bolsonaro”. “Notaram que tudo que pega mal à primeira vista do público a imprensa diz que eu estou envolvido, e tudo o que pega bem vai para a conta de uma determinada ‘ala’? Alguém acha mesmo que apoiar Bolsonaro e não receber críticas diárias da imprensa não é, no mínimo, incoerente”, escreveu o vereador. De acordo com interlocutores do filho do presidente, ele está convencido de que a divulgação na imprensa da existência do “gabinete do ódio” – nome dado ao grupo de assessores que mantém ligação com Carlos e que atua nas redes sociais de Bolsonaro – teve a participação de auxiliares militares do presidente, que têm a intenção de diminuir sua influência na comunicação do governo. “Será que acham que ninguém notou que a imprensa faz para esse grupo exatamente o que ela diz que um ‘gabinete do ódio’ faz para o presidente, só que neste caso com uma estrutura gigantesca e legítima, verdadeiramente capaz de assassinar reputações pois fala sob o mantra da instituição?”, atacou Carlos. O recado do 02 foi reforçado com questionamentos do presidente a ministros generais sobre por que eles não contestam notícias com críticas da ala militar a ele. Apesar do incômodo, Bolsonaro segue recorrendo às Forças Armadas para preencher cargos. Alega que a formação militar garante ética e comprometimento com o trabalho, mas outro motivo é que, sem partido e sem quadros qualificados em seu entorno, tem dificuldades para encontrar nomes para posições-chave. Contestações No mesmo dia em que Carlos fez críticas à ala militar, o ministro-chefe da Secretaria de Governo, Luiz Eduardo Ramos, contestou no Twitter uma reportagem do Estadão que revelava que oficiais-generais, em caráter reservado, avaliavam que o presidente não recuperaria capital político após a saída de Moro do governo. “Nenhum de nós: Heleno, Fernando, Braga Netto e Rêgo Barros afirmamos isso”, escreveu citando respectivamente os ministros do Gabinete de Segurança Institucional, da Defesa e da Cada Civil, e o porta-voz da Presidência. Chefe do GSI, general Heleno, no último dia 12, também contestou pela rede social uma notícia da revista Veja negando que os generais tenha assistindo ao vídeo de Moro para “alinhar versão em depoimento” à PF. “Não alinhei minha versão a ninguém”, rebateu. Diariamente, o presidente, nas primeiras horas da manhã, costuma enviar links de reportagens e arquivos na íntegra dos principais jornais do País aos seus auxiliares e cobrando explicações. Uma de suas reclamações mais frequentes é que muitas vezes tomar conhecimento pela imprensa do que acontece em seu governo. No último dia 5, para se defender das acusações de Moro de que tentou interferir politicamente na PF, Bolsonaro exibiu o seu celular com um trecho da conversa com o ex-ministro. Na ocasião foi possível notar que no dia 23 de abril, o presidente encaminhou links do Estadão e da Folha de S.Paulo para Moro com a seguinte frase: “Amanheça bem desinformado”. Naquele dia, a manchete do Estadão era sobre o programa Pró-Brasil, anunciado pelo ministro-chefe da Casa Civil sem o aval do ministro da Economia, Paulo Guedes: “Ala militar impõe obras; equipe de Guedes diz que não há verbas.” Moro respondeu: “Imprensa não é fácil.”

Page 30: Sumário - observatorionacional.cnj.jus.br · depois. A fisioterapeuta Maria Soares, 49, mãe de Williane, diz que a filha morreu porque não conseguiram transferi-la. “Às 8h30,
Page 31: Sumário - observatorionacional.cnj.jus.br · depois. A fisioterapeuta Maria Soares, 49, mãe de Williane, diz que a filha morreu porque não conseguiram transferi-la. “Às 8h30,

17/05/2020 04h00

Prisões de SP têm mais funcionários do que presos com

covid, diz secretário

Em documento assinado na quarta-feira (13) e enviado para a Corregedoria Geral da Justiça, o secretário da Administração Penitenciária de São Paulo, coronel da reserva Nivaldo Cesar Restivo, presta esclarecimentos sobre medidas de prevenção adotadas no sistema penitenciário estadual e informa números de casos suspeitos, confirmados e mortos pela covid-19. De acordo com o secretário, em todas as 154 prisões do estado, há, atualmente, pelo menos um profissional de saúde pertencente aos quadros da SAP (Secretaria da Administração Penitenciária), para o pronto atendimento. Restivo revelou à Corregedoria que, até 12 de maio, entre casos suspeitos e confirmados, o vírus infectou mais servidores do que detentos. Mas, entre mortos, há mais presos do que funcionários. A reportagem questionou a SAP, desde o início da pandemia, sobre os números de casos suspeitos, confirmados e descartados de coronavírus nos presídios estaduais. No início, houve resistência para divulgar os dados. Em 30 de maio, porém, a pasta informou que, até o momento, havia 11 casos de presos com covid-19, sendo que seis faleceram e um se recuperou da doença. De acordo com os dados informados por restivo na quinta-feira, houve aumento. Veja: Entre os servidores:

• Afastados, em observação – 196

• Confirmados por exame laboratorial – 29

• Confirmados por atestado médico – 28

• Confirmados por testagem rápida – 44

• Mortos – 7

• Não confirmados após isolamento – 658

Page 32: Sumário - observatorionacional.cnj.jus.br · depois. A fisioterapeuta Maria Soares, 49, mãe de Williane, diz que a filha morreu porque não conseguiram transferi-la. “Às 8h30,

Entre os presos:

• Isolados, em observação – 76

• Confirmados por exame laboratorial – 17

• Confirmado por testagem rápida – 17

• Mortos – 8

• Não confirmados após isolamento – 101 Resolução do CNJ (Conselho Nacional de Justiça) orientou que presos em grupos de risco — como idosos ou com doenças crônicas — devem continuar cumprindo a pena imposta em prisão domiciliar. Juristas entendem que, em um ambiente fechado, com higienização precária e sem possibilidade real de isolamento social, o vírus pode se proliferar rapidamente e prisões se tornarem "bombas relógio". Além disso, advogados e especialistas em segurança pública apontam que, caso um preso tenha covid-19, para além dos presos, ele pode contaminar qualquer pessoa que tenha contato com ele. Entre essas pessoas, funcionários, que, depois do trabalho, seguem para suas casas — alguns por meio de transporte público — e podem, consequentemente, ajudar a espalhar o vírus. Segundo Restivo, as medidas de higienização ambiental e corporal não sofreram alterações e se mantêm ativas, com a reposição de insumos de limpeza e higiene adquiridos pela pasta, recebidos do Depen (Departamento Penitenciário Nacional) e por doações. "Já foram distribuídas mais de 70 mil máscaras reutilizáveis aos custodiados, prioritariamente nos presídios com elevado índice de suspeita de infecção como forma de conter a velocidade de contaminação das pessoas privadas de liberdade", disse o secretário. Ainda, como medida adicional para reduzir o fluxo de pessoas nas unidades prisionais, como advogados, Restivo disse estar "ultimando detalhes" para utilização de ferramentas tecnológicas que permitam o atendimento virtual dos presos. "No que se refere aos cuidados à saúde, tem-se que o atendimento aos custodiados continua fazendo frente às necessidades", disse o secretário.

Page 33: Sumário - observatorionacional.cnj.jus.br · depois. A fisioterapeuta Maria Soares, 49, mãe de Williane, diz que a filha morreu porque não conseguiram transferi-la. “Às 8h30,

16/05/2020 23h14

Painel - Mais de mil servidores do sistema prisional pegaram

Covid-19, e 17 morreram

Dezessete servidores do sistema prisional morreram de coronavírus e 1.118 foram contaminados até o momento. Os dados foram levantados pelo Conselho Nacional de Justiça e os Tribunais de Justiça do país, que iniciaram projeto de monitoramento de casos de Covid-19 no contexto de privação de liberdade. Números O estado com mais casos de infecção é o Pará, com 306. Já São Paulo registrou o maior número de mortes: seis. Entre os presos, o CNJ chegou à marca de 830 contaminados e 30 mortos. São 115 casos a mais de contaminação do que o identificado pelo Depen, e um a mais de morte.

Page 34: Sumário - observatorionacional.cnj.jus.br · depois. A fisioterapeuta Maria Soares, 49, mãe de Williane, diz que a filha morreu porque não conseguiram transferi-la. “Às 8h30,

29/04/2020

Preventing major outbreaks of COVID-19 in jails

Severe acute respiratory syndrome coronavirus 2 (SARS-CoV-2) infections are now being found in jails throughout the USA. Conditions in jails are very conducive to the transmission of SARS-CoV-2, and social distancing is impossible. Therefore, there is widespread concern that there could be major outbreaks in jails and that jails could amplify transmission of SARS-CoV-2 in surrounding communities. Jails can house a large number of inmates; the Los Angeles County jail (the largest in the USA) houses around 20 000 inmates.1 However, inmates spend, on average, 2 months incarcerated.2 This is because inmates in jail are either awaiting trial or sentencing or have been convicted of minor offences. As a preventive measure against coronavirus disease 2019 (COVID-19) outbreaks, some jails are releasing low-risk offenders early or admitting fewer inmates, or both.3 It is unclear whether these interventions will be sufficient to prevent the occurrence of major outbreaks. The within-jail basic reproduction number for SARS-CoV-2, R0wj, can be used to determine the proportion of inmates that need to be released early, and how early they need to be released, to prevent an outbreak occurring. R0wj is defined as the average number of secondary infections of COVID-19 that are caused by one infectious inmate during the time that they are incarcerated. If R0wj is greater than 1, then an outbreak will occur in the jail; if R0wj is less than 1, an outbreak will not occur. the greater the value of R0wj, the more severe the outbreak. To prevent an outbreak from

occurring, interventions need to reduce R0wj to less than 1. The interventions that are necessary to reduce R0wj to 1 are shown in the figure. Inmates who are not released early are assumed to spend an average of 60 days incarcerated. Both curves show that there are multiple interventions, in terms of the proportion of inmates that are released early and how early they should be released, that would be effective in preventing an outbreak. For example, if R0wj equals 1·1 in the absence of interventions (red line), any of the following three interventions would be effective: (1) not admitting 9% of potential inmates to the jail; (2) releasing 20% of inmates after an average of 11 days in jail; or (3) releasing all inmates after an average of 39 days in jail. If R0wj

Page 35: Sumário - observatorionacional.cnj.jus.br · depois. A fisioterapeuta Maria Soares, 49, mãe de Williane, diz que a filha morreu porque não conseguiram transferi-la. “Às 8h30,

equals 1·5 in the absence of interventions (blue line), more extreme interventions would be necessary to prevent an outbreak occurring—for example, (1) not admitting 33% of potential inmates to the jail; (2) releasing 60% of inmates after an average of 8 days in jail; or (3) releasing all inmates after an average of 16 days in jail.

The actual value of R0wj in any jail is currently unknown. However, the basic reproduction number, R0, for COVID-19 epidemics in the general population is high (eg, 3·38).4 If R0wj is that high, releasing low-risk offenders early and admitting fewer inmates will mitigate (to some degree) outbreaks occurring in jails—ie, reduce the number of infections and deaths. However, it is unlikely that it would be possible to prevent major outbreaks occurring. We declare no competing interests. Supplementary Material: Download .pdf (.04 MB) References 1.Kajita E Okano JT Bodine EN Layne SP Blower S. Modelling an outbreak of an emerging pathogen. Nat Rev Microbiol. 2007; 5: 700-709 2.Los Angeles Almanac. Los Angeles County Jail system by the numbers. http://www.laalmanac.com/crime/cr25b.php. Date accessed: April 17, 2020 3.Williams T Weiser B Rashbaum WK. ‘Jails are petri dishes’: inmates freed as the virus spreads behind bars. https://www.nytimes.com/2020/03/30/us/coronavirus-prisons-jails.html. Date: March 30, 2020 4.Alimohamadi Y Taghdir M Sepandi M. The estimate of the basic reproduction number for novel coronavirus disease (COVID-19): a systematic review and meta-analysis. J Prev Med Public Health. 2020; (published online March 20.) DOI:10.3961/jpmph.20.076 Justin T Okano and Sally Blower ([email protected]). Center for Biomedical Modeling, Semel Institute for Neuroscience and Human Behavior, David Geffen School of Medicine, University of California

Page 36: Sumário - observatorionacional.cnj.jus.br · depois. A fisioterapeuta Maria Soares, 49, mãe de Williane, diz que a filha morreu porque não conseguiram transferi-la. “Às 8h30,

14/05/2020 10h49

Proposta destina crédito especial de R$ 494 mil para

instâncias do Judiciário

O Poder Executivo encaminhou ao Congresso Nacional proposta (PLN 10/20) que destina crédito especial no valor de R$ 493.615,00 em favor da Justiça Federal e da Justiça do Trabalho. O dinheiro é oriundo da anulação de parte de dotações já existentes. Na Justiça Federal, R$ 433.615,00 serão destinados para obras em edifícios localizados em Salvador e em Brasília. Na Justiça do Trabalho, haverá concessão de auxílio-moradia a três servidores nomeados na Paraíba, no montante total de R$ 60 mil. Tramitação A proposta deve ser agora analisada pela Comissão Mista de Orçamento (CMO) do Congresso Nacional, que ainda não foi instalada nesta sessão legislativa. Depois seguirá para discussão e votação por deputados e senadores em sessão conjunta do Congresso. Ato conjunto da Câmara dos Deputados e do Senado regulamentou a deliberação remota, pelo Congresso, de propostas de leis orçamentárias enquanto durar o estado de calamidade pública devido à pandemia do novo coronavírus, mas somente em casos de urgência ou relacionados ao combate da Covid-19.

Page 37: Sumário - observatorionacional.cnj.jus.br · depois. A fisioterapeuta Maria Soares, 49, mãe de Williane, diz que a filha morreu porque não conseguiram transferi-la. “Às 8h30,

17/05/2020 09h00

Dia Internacional de Combate à LGBTfobia: Desde 2018,

mais de 6 mil pessoas já realizaram mudança de nome e

gênero nos cartórios do Brasil

No Dia Internacional de Combate à LGBTIfobia (17), um levantamento disponibilizado pela Central de Informações do Registro Civil (CRC Nacional) mostrou que desde que o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) regulamentou, em 2018, a mudança de nome e gênero em cartório para transexuais, mais de 6 mil pessoas já realizaram a mudança de nome e gênero nos cartórios do Brasil. O resultado mostra que a região Sudeste do Brasil concentra 47.83% de todos os procedimentos realizados no país, total de 3.080. Apesar do avanço na conquista de direitos, burocracias e constrangimentos ainda fazem parte do processo de retificação. O estudante de direito Stefan Rio da Costa, de 24 anos, conta como foi a experiência de mudar de gênero e nome: — Precisei coletar 13 documentos para apresentar no momento da retificação, sete deles foram certidões que precisavam ser retiradas em cartório. A mais complicada foi a certidão dos tabelionatos de protestos, precisei percorrer duas agências da minha cidade. Mesmo com a declaração de hipossuficiência, precisei pagar R$ 100 — contou. Costa diz que além da burocracia, sofreu preconceito dentro dos cartórios: — Sofri constrangimento na hora de buscar as declarações. Como o documento é emitido com o nome antigo, as pessoas não associam e passam

a te encarar. Foi o caso da Certidão de Distribuidor Cível, o serventuário confundiu os nomes, quando eu voltei lá para dizer que ele errou, ficou resmungando dizendo que não é culpa dele 'se eu aparento uma coisa, mas sou outra', falando sobre minha aparência — relatou.

Page 38: Sumário - observatorionacional.cnj.jus.br · depois. A fisioterapeuta Maria Soares, 49, mãe de Williane, diz que a filha morreu porque não conseguiram transferi-la. “Às 8h30,

São Paulo lidera retificações Também são apontadas diferenças regionais. De 2018 até abril de 2020, os cartórios paulistas realizaram 2.022 mudanças, sendo 57% para o sexo feminino. O Rio de Janeiro ficou em segundo lugar com 524 alterações, enquanto Minas Gerais registrou 425 casos de pessoas que solicitaram a modificação. Distante dos números dos demais estados da região, o Espírito Santo contabilizou 109 casos. O superintendente de políticas LGBTQIA+ da Secretaria de Desenvolvimento Social e Direitos Humanos (SEASDH), Ernane Alexandre, explica que a pasta tem recebido reclamações sobre o atendimento dos cartórios — No Centro do Rio tivemos cinco reclamações do cartório, nas centrais do Centro e Vila Kennedy. Na Baixada Fluminense, foram seis. As principais queixas são sobre as taxas dos documentos, atendimento e problemas de comunicação entre cartórios quando o socilitante é natural de outro estado — explica. Para Ernane, a desinformação sobre o provimento ainda é um problema para os cartórios, que afeta diretamente o direito das pessoas transexuais — O cartório de Madureira se negou a receber a demanda de uma usuária para alterar o nome, então enviamos o caso para a Justiça. A justificativa era que o cartório não sabia do provimento de 2018. Em Rio das Ostras, uma reclamação foi feita pelo mesmo motivo — diz. O estudante de psicologia Theodoro Miranda, de 23 anos, explica que tentou dar a entrada no pedido de retificação no cartório de Floripa. No entanto, a solicitação foi negada pois, segundo o estabelecimento, a mudança só poderia ser feita no cartório de origem. — Viajei até o Rio para resolver esse problema. Expliquei que não morava mais na cidade e aqui me falaram que eu podia ter feito o pedido em Santa Catarina. É muita desinformação. — explica. Miranda conta que além de ter sofrido com o excesso de burocracia, sofreu preconceito em 3 cartórios diferentes: — Ficaram me perguntando se eu era homem ou mulher, questionando minha identidade — conta. Liderado pelo estado da Bahia, com 384 registros, o Nordeste aparece em segundo lugar, com 1.544 processos de mudança de nome e sexo. A região Sul, no entanto, soma 789 alterações em certidões de nascimento. Na região Norte, o Pará e o Amazonas são responsáveis por 68% do total de registros de mudanças de nomes e sexo, com 242 e 135 atos, respectivamente. O Centro-Oeste teve 471 casos no período, com 174 processos em Goiás. Por outro lado, 10 unidades da Federação realizaram menos de 100 procedimentos nos cartórios locais. Das alterações realizadas, 3.450 foram do gênero feminino para o masculino e 2.636 do masculino para o feminino, segundo o último levantamento feito em janeiro com recorte de identificaçao de gênero.

Page 39: Sumário - observatorionacional.cnj.jus.br · depois. A fisioterapeuta Maria Soares, 49, mãe de Williane, diz que a filha morreu porque não conseguiram transferi-la. “Às 8h30,

A funcionária pública Gizelly Siqueira, de 37 anos, conta que não sentiu acolhimento do Cartório de Goiânia para resolver sua demanda de retificação. Segundo ela, a central não foi resolutiva: — Gastei quase R$ 500 para emitir todos os documentos necessários para conseguir a retificação de gênero e nome. Além de caro, o processo demorou dois meses para ser concluído. Para mim, é uma tentativa de fazer com que outras pessoas trans não consigam o documento — desabafa. Já a técnica de necrópsia Paola Camargo, de 28 anos, explica que seu atendimento foi eficiente, mas denuncia a instrução que os funcionários dos Correios seguem em um cartório de Curitiba: — Consegui resolver tudo em menos de uma semana, no entanto, soube por uma funcionária do cartório que é procedimento não recomendar a Defensoria Pública para o público transexual. Caso soubessem desse aparato, muitos teriam a liquidação dos documentos — denuncia. A advogada Giowana Cabrone explica que zelo excessivo cria uma burocracia que torna difícil o acesso das pessoas transexuais as retificações nos cartórios, principalmente as mais pobres — Apesar da decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) a respeito da constitucionalidade da retificação, a decisão da autodeterminação do gênero foi posteriormente aplicada uma resolução do CNJ que aplica um processo de burocratização da retificação. Enquanto na decisão falava somente da autodeterminação, a resolução do CNJ regulamentou os processos administrativos dos cartórios em nome da segurança jurídica — pondera. Nos cartórios, a pessoa trans ainda enfrenta dificuldade para retirar os documentos por conta dos valores e também situações de preconceito — Costumo dizer que se constituiu um talibã nos cartórios para retificar o nome ou gênero. A mudança da cultura organizacional é a chave para constituir um processo eficiente. — A presidente do primeiro conselho popular LGBTQIA+ do estado do Rio de Janeiro, Bruna Benevides, conta o impacto na inacessibilidade do serviço ao público transexual: — Em muitos estados a retificação está funcionando, mas em muitos estados ainda vemos dificuldades por conta dos cartório que não sabem fazer o procedimento por desinformação. Os cartórios ou não sabem fazer, ou se negam a dar continuidade ao processo, principalmente ao direito de hipossuficiencia, em que é majoritariamente é o cenário das pessoas transexuais. O processo é muito caro, despendioso e acaba sendo inacessível para o público que necessita deste serviço — diz. Em nota, a Associação dos Notários e Registradores do Brasil (ANOREG-BR) informa que para realizar o processo de alteração de gênero e nome nos cartórios de registro civil é necessário a apresentação de todos os documentos pessoais, comprovante de endereço e as certidões dos distribuidores cíveis, criminais estaduais e federais do local de residência dos últimos cinco anos, além das certidões de execução criminal estadual e federal, dos Tabelionatos de Protesto e da Justiça do Trabalho. Ainda de acordo com a entidade, eventuais apontamentos nas certidões não impedem a realização do ato, cabendo ao Cartório de Registro Civil comunicar o órgão competente sobre a mudança de nome e sexo, assim como aos demais órgãos de identificação sobre a alteração realizada no registro de nascimento. A emissão dos demais documentos devem ser solicitada pelo interessado

Page 40: Sumário - observatorionacional.cnj.jus.br · depois. A fisioterapeuta Maria Soares, 49, mãe de Williane, diz que a filha morreu porque não conseguiram transferi-la. “Às 8h30,

diretamente ao órgão competente por sua emissão. Não há necessidade de apresentação de laudos médicos e nem é preciso passar por avaliação de médico ou psicólogo. Questionada sobre as situações burocráticas e de preconceito enfrentadas pela população trans, a Anoreg informou que todos os Cartórios de Registro Civil do Brasil estão preparados para atenderem aos procedimentos de retificações de nome e gênero em conformidade com o disposto no Provimento nº 73/2018, editado Corregedoria Nacional de Justiça, órgão que regulamenta a atuação dos Cartórios extrajudiciais em todo o Brasil.

Page 41: Sumário - observatorionacional.cnj.jus.br · depois. A fisioterapeuta Maria Soares, 49, mãe de Williane, diz que a filha morreu porque não conseguiram transferi-la. “Às 8h30,

17/05/2020 10h00

Lei da transparência brasileira completa 8 anos com pouco

motivo para comemorar e sob ataque

Em 2012, quando o decreto presidencial 7.724 colocou em prática a Lei de Acesso à Informação (LAI), a sociedade civil viu surgir um dispositivo que forçaria os governos a mudarem as posturas diante das solicitações de dados públicos. Era o início de um novo paradigma, pautado pela transparência, e não pela lógica do sigilo e do patrimonialismo sobre a informação pública. Neste sábado (16), uma das poucas garantias do cidadão brasileiro em conseguir informações sobre o poder público completa oito anos, mas os motivos para comemoração são poucos. A lista de motivos para (des)comemorar o aniversário da LAI começa com os recentes ataque do governo federal brasileiro à transparência pública, com a Medida Provisória (MP) que na prática dava carta branca para que os entes públicos infringissem os prazos estipulados por lei e não respondessem as solicitações dos cidadãos. Pela lei, o prazo para responder um pedido de informação é de 20 dias, com possibilidade de prorrogação por mais 10 dias. Além disso, a MP foi produzido sem qualquer diálogo com a sociedade civil. E olha que a Controladoria Geral da União (CGU), órgão que prima pela efetividade da transparência em âmbito federal, conta com um conselho que atua em sinergia com a sociedade. Soma-se aos pontos negativos da MP o desrespeito ao direito de recurso às negativas. Ou seja, além de ter os pedidos negados com a justificativa da pandemia, o cidadão não poderia nem questionar o poder público sobre a postura.

A investida contra a LAI foi derrubada pelo Supremo Tribunal Federal (STF), mas não sem antes deixar sus marcas. Uma pesquisa feita pelo Fórum de Direito de Acesso a Informações Públicas, organização que agrega entidades da sociedade civil que defendem a transparência pública, registrou pouco mais de duas dúzias de pedidos de informação negados pelo Governo Federal usando a pandemia como motivo para não fornecer os dados solicitados. Os números certamente seriam maiores ainda se a pesquisa abrangesse os demais entes da federação. Nesta de se apoiar na pandemia para atacar pedidos de informação o Brasil não está sozinho. Um levantamento feito pela Global Right to Information Rating destaca ao menos mais dez países que

Page 42: Sumário - observatorionacional.cnj.jus.br · depois. A fisioterapeuta Maria Soares, 49, mãe de Williane, diz que a filha morreu porque não conseguiram transferi-la. “Às 8h30,

criaram brechas nas leis de transparência para ou ampliar o tempo de reposta, ou suspender as solicitações. O resultado disso é um quadro de generalizada negativa de dados à sociedade, sobretudo em um momento em que seria fundamental um quadro de transparência da administração pública. Neste aspecto, a transgressão é no braço da lei que destaca a chamada transparência passiva, pela qual os governos têm o dever de conceder informações solicitadas pelos cidadãos, resguardados os direitos de sigilos em alguns tipos de dados. Esta é a mais frágil abrangência da lei, e diz respeito à forma como os entes públicos respeitam ou não o direito individual do cidadão questionar suas ações. Ou seja, na prática, é quando o Golias tem que se curvar à demanda de David, sem sequer questionar sua autoridade. Na outra ponta, vemos recentemente o outro braço da LAI, o da transparência ativa, sendo desrespeitado nas compras não licitadas ou na falta de divulgação de editais durante as licitações. Este aspecto da lei é o que faz com que o poder público divulgue seus gastos, os custos das folhas com comissionados, cartões corporativos e demais formas de uso do orçamento, além de seus atos, sem precisar que o cidadão o questione. E aqui, o desrespeito é respaldado, muitas vezes, com a vista grossa dos poderes fiscalizadores frente à responsabilidade fiscal. Compras sem licitação e de última hora, a retirada de responsabilidade sobre os ombros dos gestores públicos são o prato cheio para superfaturamento e para os demais tipos de corrupção no poder público. Disso, vemos surgir as denúncias de quadrilhas que se aproveitam do momento de fragilidade nacional para fraudar compras de respiradores, por exemplo. Aqui, mais que um direito que garante a efetividade da Constituição Federal, a transparência é uma ferramenta de combate à corrupção. A lista de infrações à LAI é gigante, e, ponto a ponto, reforça a fragilidade da lei e do direito à informação no país, mesmo oito anos após a entrada em vigor das medidas de transparência. Isso apenas demonstra a necessidade de se defender as poucas formas de controle público por parte da sociedade. Se o gestor público, eleito ou não, omite-se diante do dever de ser transparente, cabe à população cobrar a postura diante do que a legislação preconiza. Conhecer os limites da lei, as vantagens que ela oferece aos cidadãos, o que é de direito de todos e o que é obrigação do poder público, são formas de garantir a consolidação da cultura da transparência e a efetividade da Lei de Acesso à Informação. Com isso, quem sabe, no próximo ano, mais que um marco temporal, tenhamos motivos para de fato comemorar a data da transparência pública no país. Até lá, é fazer a LAI valer! *Alexsandro Ribeiro é professor dos cursos de Publicidade e Jornalismo do Centro Universitário Internacional Uninter

Page 43: Sumário - observatorionacional.cnj.jus.br · depois. A fisioterapeuta Maria Soares, 49, mãe de Williane, diz que a filha morreu porque não conseguiram transferi-la. “Às 8h30,

Cenário Internacional

17 de maio – 09h22

Chega a quase 312.000 o número de mortos por covid-19 no mundo O novo coronavírus matou pelo menos 311.959 pessoas em todo mundo desde seu surgimento na China em dezembro, - aponta balanço fechado pela AFP às 8h (horário de Brasília) de domingo (17). https://noticias.uol.com.br/ultimas-noticias/afp/2020/05/17/afp-chega-a-quase-312000-numero-de-mortos-por-covid-19-no-mundo.htm 16 de maio – 22h07

Surto de covid-19 é detectado no presídio mais superlotado da Bolívia Um surto do novo coronavírus foi detectado neste sábado (16) no presídio de Palmasola, o mais superlotado e violento da Bolívia, onde foram registrados 25 novos contágios e um segundo óbito, o que obrigou a adoção de medidas urgentes de isolamento. https://noticias.uol.com.br/ultimas-noticias/afp/2020/05/16/surto-de-covid-19-e-detectado-no-presidio-mais-superlotado-da-bolivia.htm 17 de maio – 07h49

Resultado do fim da quarentena na Europa chegará em duas semanas, advertem autoridades Da França ao Reino Unido, passando pela Grécia, os europeus saíram às ruas neste que foi o primeiro fim de semana após o relaxamento da quarentena. Autoridades sanitárias advertem que o impacto da flexibilização do confinamento será medido em menos de duas semanas. https://noticias.uol.com.br/ultimas-noticias/rfi/2020/05/17/resultado-do-fim-da-quarentena-na-europa-chegara-em-duas-semanas-advertem-autoridades.htm 16 de maio – 21h25

EUA têm 87 mil mortos e 1,4 milhão de casos confirmados de coronavírus O número total de casos confirmados do novo coronavírus nos Estados Unidos cresceu para 1.435.098, segundo a atualização de hoje do CDC (Centro para o Controle e Prevenção de Doenças americano). Já o número de mortes em decorrência da covid-19 atingiu 87.315. https://noticias.uol.com.br/ultimas-noticias/2020/05/16/coronavirus-sobe-para-87315-numero-de-mortos-nos-eua-1435098-casos-confirmados.htm 16 de maio – 21h31

Peru anuncia chegada de médicos cubanos para combater a covid-19 "O governo do Peru e o governo de Cuba assinarão um Memorando de Entendimento mediante o qual uma brigada humanitária formada por 85 profissionais da saúde cubanos chegará ao nosso país para reforçar as ações contra o coronavírus", informou a Presidência do Conselho de Ministros. https://noticias.uol.com.br/ultimas-noticias/afp/2020/05/16/peru-anuncia-chegada-de-medicos-cubanos-para-combater-a-covid-19.htm 17 de maio – 08h50

Catar impõe até 3 anos de prisão para quem estiver sem máscara na rua O Catar iniciou, neste domingo (17), a aplicação de sanções que vão de três anos de prisão a até multas de mais de 50.000 euros para quem não estiver usando máscara de proteção em público. https://noticias.uol.com.br/ultimas-noticias/afp/2020/05/17/catar-impoe-ate-3-anos-de-prisao-para-quem-estiver-sem-mascara-na-rua.htm

Page 44: Sumário - observatorionacional.cnj.jus.br · depois. A fisioterapeuta Maria Soares, 49, mãe de Williane, diz que a filha morreu porque não conseguiram transferi-la. “Às 8h30,

16 de maio – 19h36 / Atualizada 16 de maio – 21h05

Milhares protestam contra o isolamento social na Alemanha Milhares de pessoas se reuniram na tarde deste sábado (16) em mais de dez cidades na Alemanha para protestar contra o isolamento social devido a pandemia do novo coronavírus. O movimento preocupou as autoridades locais, já que a maioria pertencia a ultradireita e à esquerda radical. https://valor.globo.com/mundo/noticia/2020/05/16/milhares-protestam-contra-o-isolamento-social-na-alemanha.ghtml

17 de maio – 07h32 / Atualizada 17 de maio – 11h01

Últimas notícias de coronavírus de 17 de maio América Latina e o Caribe passaram de 500 mil de casos da Covid-19. Espanha registrou o menor índice de mortes diárias por Covid-19 desde 16 de março. https://g1.globo.com/bemestar/coronavirus/noticia/2020/05/17/ultimas-noticias-de-coronavirus-de-17-de-maio.ghtml

17 de maio – 04h30

Vírus invade zona rural, base eleitoral de Trump, e afeta produção de comida Após devastar grandes metrópoles, redutos democratas, pandemia avança para interior dos EUA, aumentando prejuízos de produtores agrícolas, que já vinham sofrendo com a queda do preço das commodities e a guerra comercial com a China https://internacional.estadao.com.br/noticias/geral,virus-invade-zona-rural-base-eleitoral-de-trump-e-afeta-producao-de-comida,70003305218 17 de maio – 01h19

Peru construirá hospital para combate à covid-19 na Amazônia Autoridades planejam que unidade de saúde em Pucallpa, na fronteira com o Brasil, esteja em atividade dentro de três semanas https://saude.estadao.com.br/noticias/geral,peru-construira-hospital-para-combate-a-covid-19-na-amazonia,70003305466 17 de maio – 10h26

Rússia relaxa restrições e abre fronteiras para atletas e treinadores A Rússia relaxou as restrições de fronteira para atletas e treinadores em um movimento que ajudará o futebol a recomeçar no país no próximo mês. O Campeonato Russo será retomado no dia 21 de junho, informou a Federação Russa de Futebol (RFU) recentemente. A competição está paralisada desde o meio de março por conta da pandemia do novo coronavírus. https://esportes.estadao.com.br/noticias/futebol,russia-relaxa-restricoes-e-abre-fronteiras-para-atletas-e-treinadores,70003305614

Page 45: Sumário - observatorionacional.cnj.jus.br · depois. A fisioterapeuta Maria Soares, 49, mãe de Williane, diz que a filha morreu porque não conseguiram transferi-la. “Às 8h30,

Mais notícias importantes

VALOR - 17 de maio – 10h56 / Atualizada 17 de maio – 10h58

Resultado de exame de covid-19 de Mourão é negativo, diz G1 Por meio de nota, a assessoria informou que Mourão deverá retomar as atividades na quarta-feira, de acordo com o resultado da contraprova https://valor.globo.com/politica/noticia/2020/05/17/resultado-de-exame-de-covid-19-de-mouro-negativo-diz-g1.ghtml O GLOBO - 17 de maio – 04h30

Presença de anticorpos contra coronavírus não garante imunidade à doença, diz estudo Até 40% das pessoas continuam positivas em testes moleculares após 15 dias do aparecimento de sintomas, o que leva a sugerir que continuam contagiosas https://oglobo.globo.com/sociedade/coronavirus/presenca-de-anticorpos-contra-coronavirus-nao-garante-imunidade-doenca-diz-estudo-24430482 THE INTERCEPT BRASIL - 17 de maio – 01h03

Por que é errado dar espaço na imprensa a Osmar Terra, o porta-voz do negacionismo científico na mídia nacional “EU NÃO CONFIO nas pesquisas da Fiocruz”, falou o então ministro da Cidadania Osmar Terra, indignado com o resultado de um estudo encomendado pelo governo. Durante três anos, a Fundação Oswaldo Cruz, a Fiocruz, desenvolveu uma grande pesquisa sobre o uso de drogas no Brasil, que custou R$ 7 milhões ao governo. Mas Osmar Terra decidiu engavetá-la e impedir a sua divulgação pela Fiocruz — tempos depois, o Intercept publicaria o que Terra tentou censurar. https://theintercept.com/2020/05/17/osmar-terra-coronavirus-imprensa-mentiras/ ESTADÃO - 17 de maio – 05h00

Crise faz disparar no País projetos que preveem quebra de contratos Pesquisa rastreia 352 propostas já em estudo no Congresso, em 15 Assembleias Legislativas e na Câmara Municipal de São Paulo que propõem de corte de juros em empréstimos a suspensão de pagamento por serviços públicos https://economia.estadao.com.br/noticias/geral,crise-faz-disparar-no-pais-projetos-que-preveem-quebra-de-contratos,70003305296 INSTITUTO SOCIOAMBIENTAL - 14 de maio

Justiça suspende expulsão de quilombolas de Alcântara (MA) O juiz Ricardo Felipe Rodrigues Macieira, da 8ª Vara Federal Ambiental e Agrária do Maranhão, concedeu a liminar em ação ajuizada pelo deputado federal Bira do Pindaré (PSB/MA), da Frente Parlamentar Mista em Defesa das Comunidades Quilombolas. O direito à “consulta livre, prévia e informada” às populações impactadas por empreendimentos é previsto pela Convenção 169 da Organização Internacional do Trabalho (OIT), da qual o Brasil é signatário. https://www.socioambiental.org/pt-br/noticias-socioambientais/justica-suspende-expulsao-de-quilombolas-de-alcantara-ma?utm_source=isa&utm_medium=manchetes&utm_campaign= AGÊNCIA CÂMARA - 15 de maio – 17h44

Plenário pode votar na terça medidas emergenciais para indígenas contra Covid-19 Pauta inclui diversas propostas de socorro durante a pandemia, como a que define regras para doação de alimentos https://www.camara.leg.br/noticias/662044-plenario-pode-votar-na-terca-medidas-emergenciais-para-indigenas-contra-covid-19/

Page 46: Sumário - observatorionacional.cnj.jus.br · depois. A fisioterapeuta Maria Soares, 49, mãe de Williane, diz que a filha morreu porque não conseguiram transferi-la. “Às 8h30,

FOLHA DE S.PAULO - 16 de maio – 23h15

Painel S.A. - Problemas com o auxílio emergencial lotam Defensoria Pública Em abril foram 5.319 registros, segundo o órgão. E o volume deve saltar neste mês. Em maio, só até o dia 12 foram 3.919 no país todo. https://www1.folha.uol.com.br/colunas/painelsa/2020/05/problemas-com-o-auxilio-emergencial-lotam-defensoria-publica.shtml O GLOBO - 17 de maio – 04h30

Estudantes de pelo menos 10 estados deixaram de receber alimentação escolar Sete milhões de crianças não têm ajuda do poder público, segundo levantamento feito por O GLOBO em 15 capitais e 18 estados https://oglobo.globo.com/sociedade/educacao/estudantes-de-pelo-menos-10-estados-deixaram-de-receber-alimentacao-escolar-1-24430856 ESTADÃO - 17 de maio – 06h10

Radar do Emprego - Empresas dão a funcionários decisão sobre home office no futuro pós-pandemia Organizações brasileiras seguem movimento de gigantes da tecnologia, como Google, Twitter e Facebook, para ampliar trabalho remoto; produtividade e adaptação ao ‘novo normal’ guiam decisões https://economia.estadao.com.br/blogs/radar-do-emprego/empresas-dao-a-funcionarios-decisao-sobre-home-office-no-futuro-pos-pandemia/ UOL - 17 de maio – 08h38 / Atualizada 17 de maio – 08h52

85% dos leitos públicos de UTI para covid-19 estão ocupados no Rio A taxa de ocupação dos leitos de UTI para a covid-19 na rede pública no Rio de Janeiro chegou a 85% até ontem, informou na manhã de hoje a prefeitura da capital fluminense. A taxa de ocupação de leitos de enfermaria é de 79%. https://noticias.uol.com.br/saude/ultimas-noticias/redacao/2020/05/17/leitos-sus-rio.htm G1 - 17 de maio – 10h12 / Atualizada 17 de maio – 10h40

Fotos mostram superlotação no maior hospital público de Alagoas Funcionários dizem que pacientes com Covid-19 ficam misturados a pacientes sem a doença. Imagens foram feitas em dias diferentes nesta semana. https://g1.globo.com/al/alagoas/noticia/2020/05/17/fotos-mostram-superlotacao-no-maior-hospital-publico-de-alagoas.ghtml ALMG - 15 de maio – 16h36

Entram em vigor leis de transparência no Poder Executivo As normas obrigam o governo a prestar contas à ALMG e ao Tribunal de Contas e publicar gastos no combate à Covid-19. https://www.almg.gov.br/acompanhe/noticias/arquivos/2020/05/15_sancao_leis_transparencia_executivo.html G1 - 16 de maio – 20h39 / Atualizada 16 de maio – 21h10

Jornal Nacional - Multiplicação do número de doentes pela Covid-19 acelera no Amazonas São 7.083 novos doentes pela Covid-19 em apenas uma semana. Só neste sábado (16), foram 1.285 novos casos. https://g1.globo.com/jornal-nacional/noticia/2020/05/16/multiplicacao-do-numero-de-doentes-pela-covid-19-acelera-no-amazonas.ghtml

Page 47: Sumário - observatorionacional.cnj.jus.br · depois. A fisioterapeuta Maria Soares, 49, mãe de Williane, diz que a filha morreu porque não conseguiram transferi-la. “Às 8h30,

FOLHA DE S.PAULO - 16 de maio – 15h28

Governo do DF autoriza reabertura de lojas de roupas e calçados O governo do Distrito Federal autorizou neste sábado (16) a reabertura de lojas de calçados, de roupas, de extintores de incêndio e serviços de corte e costura, em mais um passo no relaxamento das regras de distanciamento social. https://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2020/05/governo-do-df-autoriza-reabertura-de-lojas-de-roupas-e-calcados.shtml G1 - 16 de maio – 20h58 / Atualizada 16 de maio – 21h11

Jornal Nacional - Maranhão registra, há três dias, recordes no número diário de mortes pela Covid-19 O estado ultrapassou os 11.500 casos confirmados da doença. Na capital, os hospitais seguem no limite, com 98% de ocupação dos leitos de UTI. https://g1.globo.com/jornal-nacional/noticia/2020/05/16/maranhao-registra-ha-tres-dias-recordes-no-numero-diario-de-mortes-pela-covid-19.ghtml