sumÁrio - sesconrevista.sescon.org.br/edicoes/299.pdf · 2014. 4. 25. · 3 eista do sescon-sp...

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    REVISTA DO Sescon-SP

    SUMÁRIO

    www.sescon.org.br

    4 EDITORIAL5 LINHA DIRETA6 PARCERIAS 7 REGIONAISPIRACICABA RECEBE REUNIÃO DA CÂMARA DO TERCEIRO SETOR

    8 SESCON-SPPALESTRAS SOBRE IRPF ABORDARAM AS NOVIDADES DE 2014

    10 DIREITO E JUSTIÇAINTERESSE PÚBLICO OU DOS DETENTORES DO PODER

    11 PQECEMPRESÁRIOS CONTÁBEIS FALAM DA EXPERIÊNCIA COM A CERTIFICAÇÃO PQEC

    12 CÂMARA DE CONTABILIDADEAS RESPONSABILIDADES DOS PROFISSIONAIS PERANTE O COAF

    14 BR EM AÇÃOAMPLIAÇÃO DO SIMPLES NACIONAL GANHA FORÇA

    16 SP EM AÇÃOFÓRUM DO EMPREENDEDOR SE REÚNE PARA TRAÇAR AS METAS DO ANO

    18 CAPAESOCIAL É ADIADO: LIDERANÇAS APONTAM AS DIFICULDADES QUE O PROJETO ENFRENTA

    22 ENTREVISTA PRESIDENTE DO CRC SP FALA SOBRE OS PLANOS DA NOVA GESTÃO

    24 GESTÃOPESQUISA REVELA AS PRINCIPAIS DISTRAÇÕES DO AMBIENTE DE TRABALHO

    25 TECNOLOGIASETE MOTIVOS PARA SE PREOCUPAR COM A SEGURANÇA ON-LINE

    26 CARREIRAPODER DE PERSUASÃO É ESSENCIAL PARA O SUCESSO PROFISSIONAL

    27 OPINIÃOO CERCO AO CONTRIBUINTE BRASILEIRO

    28 QUALIDADE DE VIDAQUAL É A HORA CERTA DE CONSULTAR UM DENTISTA?

    30 SESCON EM PAUTA

    SESCON-SPSindicato das Empresas de Serviços Contábeis e das Empresas de

    Assessoramento, Perícias, Informações e Pesquisas no Estadode São Paulo

    Presidente: Sérgio Approbato Machado JúniorVice-Presidente: Márcio Massao Shimomoto

    Vice-Presidente Administrativo: Wilson Gimenez JúniorVice-Presidente Financeiro: José Vanildo Veras da Silva

    Diretor Administrativo: José Dini FilhoDiretor Financeiro: Valdemir ArnesiDiretor Social: Demétrio Cokinos

    Conselho Fiscal Efetivo: Adauto César de Castro, José Serafim Abrantes e Tikara Tanaami

    Conselho Fiscal Suplente: Alaíde da Silva Pereira Vitorino, Antonio Palhares e Ricardo Roberto Monello

    Diretores Suplentes: Benedicto David Filho, Eduardo Serbaro Tostes, Fernando Henrique Almeida Marangon, José Carlos Rodrigues, Marcelo

    Voigt Bianchi, Márcio Teruel Tomazeli e Rinaldo Araújo CarneiroDelegação Federativa Efetiva: Sérgio Approbato Machado Júnior e

    José Maria Chapina AlcazarDelegação Federativa Suplente: Antonio Marangon e Carlos José de

    Lima CastroConselho Consultivo: Adauto César de Castro, Antonio Marangon, Arthur Magalhães de Andrade , Aparecida Terezinha Falcão, Carlos

    José de Lima Castro, Francisco Antonio Feijó, Hatiro Shimomoto, Irineu Thomé, João Gondim Sobrinho, José Maria Chapina Alcazar e José

    Serafim AbrantesConselho Editorial: Coordenador: Márcio Massao Shimomoto . Membros: José Vanildo Veras da Silva, Terezinha Annéia, Wilson

    Gimenez Júnior e Valdemir Arnesi

    AESCON-SPAssociação das Empresas de Serviços Contábeis do Estado

    de São PauloPresidente: Sérgio Approbato Machado Júnior

    Vice-Presidente: Terezinha AnnéiaVice-Presidente Administrativo: Reynaldo Pereira Lima Júnior

    Vice-Presidente Financeiro: Carlos Alberto BaptistãoDiretor Administrativo: Antonio Carlos Souza Santos

    Diretor Financeiro: Nilton de Araújo FariaDiretor Social: Élcio Valente

    Diretores Suplentes: Alexandre de Carvalho, Alexandre Ramos Rachid, Jorge Luiz Gonçalves Rodrigues Segeti, Juraci José Pereira, Marcos Feijó Felipe, Maria Anselma Coscrato dos Santos e Maurício Tadeu de Luca

    GonçalvesConselho Fiscal Efetivo: Irineu Thomé , Manoel de Oliveira Maia e

    Salvador StrazzeriConselho Fiscal Suplente: Hatiro Shimomoto, Júlio Augusto dos Reis e

    Valdemir Atílio Arnesi

    EXPEDIENTEProdução Editorial: Act One Agenciamento e Comunicação Ltda.

    Editor: Marcelo ZetuneArte: Paula Ubatuba Tannuri

    Jornalista Responsável . Edição: Jackeline CarvalhoReportagens: Jackeline Carvalho, Luciana Robles e Murilo Tomaz

    Revisão: Gabriel Alves SilvaColaboração: Área de Conteúdo Sescon-SP e Comunicação Interativa

    Impressão: Pancrom Indústria GráficaTiragem: 25.000 exemplares

    Fale com o Editor: [email protected] anunciar: [email protected] . (11) 3304-4434

    Matérias assinadas são de responsabilidade de seus autores e não representam necessariamente a opinião da revista ou da Entidade.

    Ano XXVI No 299 . Março de 2014Edição encerrada em: 2 de Abril de 2014

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  • REVISTA DO Sescon-SP

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    www.sescon.org.br

    EDITORIAL

    governo reconhece, inclusive ao propor novos prazos.

    A pedido do Ministério das Micro e Pequenas Empresas, liderado pelo Ministro Guilherme Afif Domingos, o Sescon-SP realizou um estudo sobre o eSocial e concluiu, entre outras demandas, a falta de praticidade do sistema. Após o estudo, pedimos melhorias e aperfei-çoamento do projeto, temas que foram repassados pelo Ministério aos entes envolvidos no projeto, a exemplo da Caixa Econômica Federal e da Secretaria da Fazenda.

    Apontamos também o problema da infraestrutura tecnológica, uma vez que uma boa conexão com a internet será essencial neste pro-cesso e sabemos que a qualidade da conectividade não é padrão em todo o país. Também é preciso reconhecer que apenas as grandes corporações têm recurso financeiro disponível para investir em no-vos sistemas, o que nos leva a propor ao governo o financiamento de gestão de RH para que as empresas de pequeno e médio porte possam gerenciar melhor as suas informações trabalhistas.

    Por esses e outros problemas, acreditamos ser inadequada a mudan-ça de prazo como foi apresentado. Trinta dias para um setor pro-dutivo não faz a menor diferença. Além do que, entendemos que é de extrema urgência e importância uma divulgação massiva sobre o eSocial, para que empregadores e, principalmente, empregados este-jam cientes das mudanças que ocorrerão no futuro próximo.

    Teste e divulgação são imperativos em mudanças de larga escala como a que está em curso. Outra questão irrefutável é a inclusão de empresas de diferentes níveis para este teste, porque nestes últimos três anos não se deu voz às empresas menores, e as atuais alterações exigem esta participação.

    Não somos contra o projeto. Acreditamos inclusive que, após implementado, com tudo funcionando em termos de produto e infraestrutura, com a informação alinhada em todas as empre-sas, será muito bom para todos, tanto para empresário quanto para funcionário.

    O eSocial vai facilitar a gestão dos recursos humanos e provavel-mente reduzir os pleitos trabalhistas, porque haverá menos pro-blemas e irregularidades. O produto, adiante, com todos os alinha-mentos é maravilhoso. Mas, assim como o SPED, tem um longo caminho a percorrer.

    Boa leitura!

    O governo federal anunciou com grande estardalhaço o adiamen-to operacional do eSocial, porém explicou, apenas parcialmente, os motivos que levaram a esta decisão. O Sistema de Escrituração Fiscal Digital das Obrigações Fiscais, Previdenciárias e Trabalhistas (eSocial) vai revolucionar a relação entre empregadores e emprega-dos, movimentando imensos volumes de informações, que precisam ser organizadas para envio e prestação de contas ao Fisco.

    É verdade que o eSocial é um projeto de mais de três anos, que já passou por testes em grandes empresas, mas também é fato que o sistema não foi testado à exaustão, como pedem projetos desta en-vergadura. Além disso, não foi feita a ampla divulgação necessária a este padrão de mudanças, que envolve a grande maioria da popula-ção economicamente ativa do País.

    Também é certo dizer que o adiamento pleiteado pelo Sescon-SP e outras entidades parceiras foi atendido. Mas não na sua amplitude. O novo prazo estabelecido é inadequado às mudanças impostas às empresas em geral, além do fato de os fornecedores de sistemas ain-da aguardarem a finalização dos parâmetros para, então concluírem as plataformas de gestão e iniciarem as vendas ao mercado.

    A reportagem de capa desta edição nos conta que o eSocial, na for-ma como foi concebido, ainda requer melhorias. Algo que o próprio

    MEIA VERDADE

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    Sérgio Approbato Machado JúniorPresidente do [email protected]

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    www.sescon.org.br REVISTA DO Sescon-SP

    SESCON-SP . LINHA DIRETA

    De Walter Duarte, do Escritório Contábil Walter DuarteSenhores, bom dia.Tenho acompanhado noticiário sobre a Atualização da Tabela do IR, sobre o qual o SESCON-SP tem dado atenção, apoio, e, certamente, até participação, juntamente com a OAB e a Sra. senadora Ana Amélia. Permitam-me, por favor, além de manifestar meu irrestrito apoio às iniciativas contra a saga insaciável do Governo Federal, acrescentar que a atualização não deve focar apenas a tabela do IRRF-PF, mas também no que diz respeito à PJ.Exemplos de aumento indireto de imposto de renda não incluídos no pleito: a) Alíquota da base de cálculo do IR para PJ-Lucro Presumido : 16% para em-presas prestadoras de serviços com faturamento anual de até R$ 120.000,00. Excedendo esse valor o percentual de base de cálculo dobra para 32%.Esse valor anual de R$ 120.000,00 é o mesmo há mais ou menos 20 anos, sem nenhum reajuste. É uma forma indireta de aumento de imposto. b) Adicional de IR - 10% (passa de 15 para 25%) s/ base de cálculo excedente a R$ 60.000,00 - empresas Lucro Presumido – situação idêntica ao item “a”, não é reajustada há mais ou menos 20 anos.Acho que o SESCON-SP, OAB e a Sra senadora poderiam colocar no pleito também esse item.Esperando ter contribuído com alguma coisa, subscrevo-me.Atenciosamente.

    Prezado Sr. Walter boa tarde!Encaminharemos suas sugestões ao responsável do SESCON pelo tema.Toda sugestão é sempre bem vinda e tenha certeza que sua colaboração foi de suma importância.Continuamos à disposição.Atenciosamente,Sescon-SP

    De Wilson MaielloPrezado Senhor Ouvidor, bom dia.Diante das dificuldades apontadas por nós, nos últimos meses, a respeito dos programas dos órgãos, resolvemos paralisar definitivamente as nossas atividades contábeis.Então, só nos resta agradecer os excelentes préstimos, agradecer de coração ao ilustre senhor presidente. Sescon-SP, muito obrigado pela magnitude dos costumeiros serviços prestados para este contabilista; A nossa atuação será com exclusividade a área jurídica, na eventualidade de necessitarmos do Sescon-SP com certeza o faremos, pois, a receptividade das nossas dúvidas informadas, sempre foram acatadas e repassadas pelo Sescon-SP a quem de direito, dessa forma, com certeza, Vossa Senhoria nos atenderá, aliás, por orgulho próprio, não estarei baixando a minha inscrição junto ao Conselho.Sescon-SP, muitíssimo obrigado por tudo que nos ofereceu, no interregno dos últimos anos, com a devida atenção, desde o ouvidor – Dr. José – até o nosso atual ouvidor.Senhor presidente, que Deus continue vos iluminando muito, parabéns pela sua gestão e de todo o quadro do Sescon-SP.Att.

    Prezado Sr. Wilson, boa tarde!É com pesar que recebemos a notícia de que o Sr. deixa de prestar serviços contábeis em seu escritório!Agradecemos os comentários elogiosos, aproveitando também para agradecer e parabenizá-lo pela forma com que sempre se dignou a prestar os serviços para seus clientes, engrandecendo a classe e colaborando para o fortalecimento de nossa categoria.Saiba que estaremos sempre à disposição.Atenciosamente,Sescon-SP

    SUGESTÕES ECOMENTÁRIOS DOS LEITORES

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    SESCON-SP . PARCERIAS

    RH DESENVOLVIDO É ESTRATÉGIA DAS EMPRESAS

    A história da Shamar Consultoria em Recursos Humanos acom-panha a trajetória profissional do seu sócio, que sempre atuou em Gestão de Pessoas direcionado para a área contábil.

    Essa atuação fez com que ele conhecesse as principais demandas das empresas de serviços contábeis e a necessidade que o setor apresenta em relação à Gestão de Pessoas.

    Entre os serviços oferecidos pela Shamar estão: Recrutamento e Seleção, Avaliação de Desempenho, PLR - Programa de Participa-ção nos Lucros e Resultados, Pesquisa de Clima Organizacional, Estrutura de Cargos e Salários – Carreira, Treinamentos, Assesso-ria e Consultoria, Processos de Sucessão, Governança Corporati-va, Recolocação Profissional e Assessoria e Consultoria.

    A parceria com o Sescon-SP traz os seguintes benefícios para os associados:

    . Recrutamento e Seleção: 40% do salário, pago de uma única vez, com período de 30 dias para reposição. Recolocação Profissional para desligados: sem custo. Talentos Contábeis (Site especializado): sem custo. Demais Serviços: 20% de desconto sobre o orçamento reali-zado

    Para conhecer mais a respeito, acesse o Portal do Sescon-SP e navegue na área de Parcerias e Convênios.SESCON-SP - RelacionamentoFone: (11) 3304-4400 . [email protected]

    “O SESCON-SP atua como interlocutor entre seus associados e as empresas parceiras, não se res-ponsabilizando, em hipótese alguma, por quaisquer danos causados pela contratação de produtos e serviços em decorrência da presente parceria, ou ainda por qualquer alteração futura de preços e condições estabelecidas.”

    A WINSDATA OFERECE GERENCIAMENTO DE INFORMAÇÃO COM PREÇOS ESPECIAIS PARA OS ASSOCIADOS DO SESCON-SP

    RECRUTAMENTO, AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO E GOVERNANÇA CORPORATIVA SÃO ALGUNS DOS SERVIÇOS OFERECIDOS PELA SHAMAR

    A GESTÃO DE SEUS DOCUMENTOS PRECISA DE QUALIDADE E SEGURANÇA

    Não ter uma gestão adequada dos documentos pode colocar em ris-co o seu negócio. Para isso, a empresa de gestão de documentos Winsdata Sistemas de Informação e Automação possui a capacidade técnica, metodologias logísticas e tecnologias para atender os asso-ciados do Sescon-SP.

    A diversificação de produtos oferecidos é destaque da empresa, sen-do um diferencial, que possui soluções para todas as categorias de documentos.Como exemplo disso, a companhia oferece módulos de Gestão Inteligente de Contratos e também de Gestão Ecológica Documentos, que ajuda o ambiente e diminui gastos da empresa, serviço de Custódia Digital das informações das Notas Fiscais Ele-trônicas (e-NF), solução de Captura e Extração Inteligente de da-dos, entre outros.

    A parceria com o Sescon-SP traz para os associados as principais vantagens da área de gestão documental com preços especiais, como:

    . Digitalização do Serviço de Documentos + 3 indexações;

    . Disponibilização do Serviço de Custódia Digital MOBIDATA;

    . Prestação do Serviço de Custódia Digital;

    . Guarda Digital (STORAGE).

    Para conhecer mais a respeito, acesse o Portal do Sescon-SP e navegue na área de Parcerias e Convênios.SESCON-SP - RelacionamentoFone: (11) 3304-4400 . [email protected]

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    SESCON-SP . REGIONAIS

    os mesmos temas e a mesma qualidade dos que ocorrem na sede na capital paulista, aos empresários contábeis das cidades do interior do Estado. Dessa forma, a reunião de Piracicaba levou o tema dis-cutido no dia 14 de fevereiro, na sede do Sindicato, para o interior. Na ocasião, a Câmara reuniu mais de 200 empresários contábeis em São Paulo.

    O coordenador da Câmara do 3º Setor do Sescon-SP, Edeno Teo-doro Tostes, falou das principais novidades e alterações legislativas que influenciam diretamente a categoria como o eSocial. Quanto às demonstrações contábeis, ele ressaltou a importância da atuali-zação constante.

    O presidente do Sindcont-SP falou sobre a conduta do profissio-nal de contabilidade, pois, segundo ele, “o contabilista sempre quer acertar, ele quer fazer o melhor possível”, frisando a importância do estatuto social como um dos primeiros pontos a serem observados. “Essa é a primeira comparação a ser feita na hora do fechamento das demonstrações contábeis”, disse.

    O membro da Câmara, Marcelo Monello, salientou que o 3° Se-tor está em um processo de estruturação e que apesar de ser um segmento muito antigo, as normas de hoje são muito mais claras e objetivas. Com isso, existe a necessidade de profissionais e em-presários da contabilidade trazerem uma oferta de serviço com um padrão elevado.

    Na mesma linha, Luiz Aurélio Prior, também membro da Câmara, comentou a grandeza que o setor contábil teve nos últimos tempos, o que levou os profissionais a se instruírem.

    PIRACICABA SEDIA REUNIÃO DA CÂMARA DO 3° SETOR

    Os empresários do terceiro setor da região de Piracicaba participa-ram no dia 21 de março da primeira reunião da Câmara do 3º Setor do Sescon-SP na cidade, para debater as “Demonstrações Contábeis e Prestação de Contas das Entidades do 3º Setor”. O tema foi mo-derado pelo presidente do Sindicato dos Contabilistas de São Paulo, Jair Gomes de Araújo, e pelo empresário contábil Marcelo Monello. O debate, promovido na sede da Regional do Sescon-SP em Piraci-caba, girou em torno do planejamento das atividades de fechamento do balanço, especificidades do estatuto, verificação dos balancetes, além das Normas Brasileiras de Contabilidade ITG 2002 e demons-trações contábeis.

    Segundo os especialistas, a pressa no encerramento das demonstra-ções contábeis pode trazer prejuízos tributários e societários irre-paráveis às entidades. Por isso, de acordo com eles, planejar as ativi-dades de fechamento de balanço pode garantir economia de tempo.

    Participaram ainda do encontro o coordenador da Câmara do 3º Se-tor do Sescon-SP, Edeno Teodoro Tostes, e o membro Luiz Auré-lio Prior; o diretor Regional Edmir Bernardino Valente; o Secretário Municipal de Administração de Piracicaba, Luiz Antonio Balami-nut; os presidentes do Sincop e do Sescon Campinas, Hermene-gildo Vendemiatti e Edison Ferreira Rodrigues, respectivamente; o conselheiro do CRC SP, Alexandre Ferezini e o delegado do Con-selho em Piracicaba, José Aref Sabbagh Esteves, além de membros do Sindicato dos Contabilistas de Piracicaba.

    A MESMA QUALIDADEO evento de Piracicaba faz parte do projeto de levar debates, com

    DEBATE NA SEDE REGIONAL TRATOU DO PLANEJAMENTO DAS ATIVIDADES DE FECHAMENTO DO BALANÇO, VERIFICAÇÃO DOS BALANCETES, ALÉM DAS NORMAS BRASILEIRAS DE CONTABILIDADE ITG 2002 E DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS

    Câmara do 3º Setor doSescon-SP debateu na cidade de Piracicaba: “Demonstrações Contábeis e Prestação de Contas das Entidades do 3º Setor”

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    SESCON-SP

    Direitos no Exterior (Banco Central) e, em especial, pontos que levam o contribuinte à malha fina. “A Receita Federal usa mui-to bem sua inteligência artificial e possui informações de diversas obrigações acessórias para realizar cruzamentos dos dados”, aler-tou o especialista.

    As Regionais do Sescon-SP no Grande ABC, Osasco e Marília transmitiram a apresentação simultaneamente, em suas sedes.

    SÉRIE DE EVENTOSO período de entrega do IRPF começou no dia 6 de março e vai até 30 de abril. O Sescon-SP acompanha a ocasião com uma temporada de eventos que visam alertar os contribuintes sobre o tema. Assim, no dia 27 de março, aconteceu mais uma palestra com o especialis-ta Antônio Carlos Bordin, mais uma vez em companhia de Clóvis Rodrigues de Abreu.

    A apresentação teve como foco a vinda de estrangeiros para o País e a participação Nacional no exterior. “Somos a bola da vez! Com as Copas do Mundo e das Confederações e com a ida constante de brasileiros para fora do País, temos que nos aprofundar nesses tópicos”, falou Bordin.

    Durante a palestra, os peritos ainda alertaram os participantes sobre os pontos que podem levar o contribuinte à malha fina da Receita.

    Na ocasião estavam presentes a vice-presidente e o vice-presiden-te Financeiro da Aescon-SP, Terezinha Annéia e Carlos Alberto Baptistão, respectivamente, e o diretor do Sescon-SP Sub-Regional Oeste da Capital, Claudio Anibal Cleto.

    PORTAL DE NOTÍCIASO auxílio do Sindicato aos contribuintes não parou por aí. O Portal de notícias Sescon-SP News preparou uma série de vídeos com o empresário contábil Antonio Carlos Bordin com dicas e orienta-ções sobre questionamentos frequentes dos contribuintes, como funcionamento de VGBL e PGBL, lançamento de construção e benfeitorias de imóveis, compra de ações, declaração de espólio, entre outras.

    O resultado deste trabalho pode ser conferido no Portal de No-tícias do SESCON-SP (http://noticias.sescon.org.br/videos-1.html) e no Canal SESCON-SP News no Youtube (www.youtube.com/sesconspnews).

    PALESTRAS SOBRE IRPF ABORDARAM AS NOVIDADES DE 2014

    A transmissão da Declaração de Imposto de Renda Pessoa Física começou em março e a expectativa da Receita Federal do Brasil é receber 27 milhões de documentos. E para debater o tema, no dia 19 de março o auditório do Sescon-SP recebeu especialistas para de-bater junto à comunidade contábil os principais aspectos do IRPF 2014, sobre como evitar a malha fina e conhecer mais sobre a inteli-gência fiscal brasileira.

    Na abertura do evento, o presidente do Sescon-SP e Aescon-SP, Sérgio Approbato Machado Júnior, falou da evolução tecnológica e das mudanças na legislação brasileira, ao destacar a necessidade de atualização e aprimoramento profissional. “Hoje teremos a oportu-nidade de acompanhar uma apresentação valorosa com renomados especialistas em imposto de renda do País”, disse o líder setorial.

    O empresário contábil Antônio Carlos Bordin, acompanhado do contador Clóvis Rodrigues de Abreu, comandou a palestra IRPF 2014 e frisou a importância do profissional contábil. “Nós presta-mos um serviço de qualidade, cuidamos da vida financeira de nossos clientes e ainda respondemos solidariamente, por isso, devemos nos valorizar”, disse.

    Durante a apresentação, Clóvis Abreu falou das novidades anuncia-das para este ano, como a declaração pré-preenchida para os contri-buintes que possuem certificado digital, e a possibilidade de envio da declaração por tablet ou smartphones.

    Bordin abordou ainda normas, procedimentos e controles; bra-sileiros no exterior; estrangeiros no Brasil; Declaração de Bens e

    EVENTOS FORAM TRANSMITIDOS SIMULTÂNEAMENTE PARA AS OUTRAS REGIONAIS E FAZEM PARTE DE UMA SÉRIE DE ENCONTROS SOBRE O TEMA

    “A Receita Federal usa muito bem sua inteligência artificial e possui informações de diversas obrigações acessórias para realizar cruzamentos dos dados”, Antônio Carlos Bordin, empresário contábil

    “HOJE TEREMOS A OPORTUNIDADE DE ACOMPANHAR UMA APRESENTAÇÃO VALOROSA COM RENOMADOS ESPECIALISTAS EM IMPOSTO DE RENDA DO PAíS”,

    SÉRGIO APPROBATO MACHADO JÚNIOR, PRESIDENTE DO SESCON-SP E AESCON-SP

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    DIREITO E JUSTIÇA

    Pior ocorre com os amigos do rei, aqueles escolhidos pelos que exercem o poder para auxiliá-los, por serem “de confiança”. Estes, que não têm a segurança dos concursados, tudo fazem para se per-petuarem na função - ou, pelo menos, para tirar o melhor provei-to, enquanto tiverem no seu exercício - o que lhes permite colocar toda a espécie de obrigações e custos sobre a sociedade, objetivando tornarem-se imprescindíveis.

    Tal fenômeno, dos “escolhidos do rei”, ocorre nos três Poderes (Executivo, Legislativo e Judiciário), com sensível aumento da má-quina administrativa. Não sem razão, o Brasil excede, em matéria de exigências burocráticas sobre a sociedade, no campo tributário, todos os países do mundo, conforme levantamento do Banco Mun-dial de alguns anos atrás, com o auxílio de empresa de auditoria in-ternacional. É que, como dizia Toffler, em seu “A terceira onda”, os burocratas - a que chamava de “integradores do poder”- mantém-se no poder pela multiplicação de exigências burocráticas, o que leva à expansão do número de “integradores”, tornando-se, pois, mais permanentes que os políticos.

    Basta verificar-se o que recebe a sociedade não governamental, constituída de cidadãos de 2ª categoria, na previdência, e o que rece-bem os detentores do poder, nas 3 Casas do comando político (Le-gislativo, Executivo e Judiciário): em média mais de 1.000% do que o povo em geral. Gera-se, para pouco mais de 1 milhão de servidores aposentados, um déficit governamental muito maior do que aquele gerado por 25 milhões de cidadãos “comuns”.

    Isso sem contar a constante pressão que exercem por vencimentos maiores, privilégios crescentes e direito a greve sem limites e sem responsabilidade, tornando a esmagadora maioria da população bra-sileira refém dos donos do poder.

    Há diversas meias-verdades que são tomadas como dogmas ab-solutos, na Política ou no Direito. A maior delas é que o Estado organizado pelos representantes do povo, seus governantes, busca, exclusivamente, oferecer-lhe o bem estar social, com o que o inte-resse público há de sempre prevalecer sobre o interesse individual.

    Os detentores do poder, para justificarem a defesa do social – cuja identificação e atendimento só eles conseguem bem realizar - agi-tam a bandeira do interesse público, devendo toda a nação aceitar sua pessoal visão do que seja bom para a sociedade.

    Infelizmente, a realidade é outra, pois, a maior parte dos tributos que a comunidade paga é destinada à manutenção da classe dirigente (burocratas e políticos), que tem fantástica capacidade de multipli-car despesas para sua perpetuação no poder.

    Grande parte do orçamento federal é destinada a manter tais estru-turas, geradoras de obrigações sobre a sociedade, em valores consi-deravelmente superiores ao dos gastos populistas e demagógicos, como “Bolsa Família” ou “Mais Médicos”. Tais programas conso-mem recursos incomensuravelmente menores que os gastos com os “donos do poder”.

    Ser autoridade é o desejo de grande parte da sociedade, na crença de que passará a ter garantidos privilégios que os cidadãos “não gover-namentais” não têm, seja na previdência, seja na segurança do em-prego. Quando estes cidadãos prestam concursos públicos, buscam muito mais sua própria segurança do que exercer uma vocação de serviço ao povo. Prova disso é o número de concursos que prestam, para toda espécie de funções, até serem aprovados em alguma delas, o que lhes dará estabilidade para o resto da vida. Não é a vocação para este ou aquele cargo, mas a busca da segurança pessoal, que os leva a quererem ser “autoridade”.

    IVES GANDRA DA SILVA MARTINS

    Advogado, professor Emérito da Universidade Mackenzie, da Escola de Comando e Estado-Maior do Exército e da Escola Superior de Guerra, presidente do Conselho Superior de Direito da Fecomercio e membro do

    Conselho de Notáveis da Unisescon.

    INTERESSE PÚBLICO OU DOS DETENTORES

    DO PODER

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    PROGRAMA DE QUALIDADE

    que fosse antes dessa data, porém eu não quero apenas uma “ro-tulagem”. Quero todos meus colaboradores preparados realmente, processos 100% aplicados e operantes e a minha clientela recebendo um serviço excelente”, planeja Margarida.

    PQEC+ISODe acordo com o empresário contábil Márcio Ferreira de Oliveira, da Escrital Contabilidade, “o PQEC e a norma ISO 9001:2008 aju-daram a organizar, aperfeiçoar e evidenciar situações que melhoram diretamente a qualidade do serviço prestado”.

    A empresa conta com 28 colaboradores e dois sócios, todos atuan-tes no Programa de Qualidade. “Estamos certificados há um ano e logo passaremos pela primeira auditoria de manutenção. São de suma importância as manutenções para a eficácia e melhoria contí-nua, bases de todo o Sistema de Qualidade”, diz.

    Na opinião do empresário, os clientes e consumidores em ge-ral, hoje, estão mais críticos e exigentes quanto à contratação de serviços especializados, em particular a contabilidade por sua especificidade técnica. “As empresas clientes exigem alguns cri-térios de contratação, tais como, certificação ISO, número de funcionários, tempo de atuação no mercado, entre outros. Logo, a Certificação PQEC+ISO é um ótimo indício de serviços com qualidade”, sugere.

    Para ele, é vital acompanhar e ser flexível frente às novas tecnologias e nisso o PQEC tem muito a acrescentar. “Desde o SPED até o Facebook, tudo faz parte do cotidiano e não pode ser esquecido e tão pouco engessado. Fazem parte do nosso trabalho e o Sistema da Qualidade vem para ‘amarrar’ tudo isso”, conclui Oliveira.

    EMPRESÁRIOS CONTÁBEIS FALAM DA EXPERIÊNCIA COM A CERTIFICAÇÃO PQEC

    No dia 29 de abril, no Citibank Hall, irá ocorrer a festa de certificação 2014 do PQEC - Programa de Qualidade de Empresas Contábeis. Participam do Programa desde empresas que já estão em módulos mais avançados e já possuem a certificação ISO da ABNT, até empre-sas que estão iniciando agora sua integração às normas de qualidade.

    É o caso da Ativ Atividades Contábeis que conta com 19 colabora-dores e está no primeiro módulo do PQEC. A empresária contábil Andréia Rezende dos Reis comenta que os objetivos traçados pelos sócios estão sendo conquistados passo a passo, e a certificação do Programa de Qualidade é o início de um importante passo dado pela sua equipe.

    “Um dos nossos propósitos é ser uma empresa diferenciada, que nossos clientes possam contar com as informações geradas pela nossa empresa como uma ferramenta que auxilie diretamente em seus negócios e, para isso, precisamos estar sempre bem informa-dos e atualizados, com a equipe bem qualificada. O PQEC nos trouxe para essa realidade, de educação continuada e qualidade”, elogia a empresária.

    Como metas, ela aponta a manutenção contínua da certificação PQEC e, no futuro, a conquista da certificação ISO. “Assim, pre-tendemos envolver cada vez mais a equipe nessa continuidade e eli-minar processos burocráticos do dia a dia da nossa área, para que possamos focar na prestação de serviços diferenciados”, afirma.

    Para Margarida Cauzzo, da Aspecto Contabilidade, o ambiente de trabalho mudou “totalmente” desde que obteve a certificação PQEC, em especial em três aspectos: organização dos proces-sos, cumprimento de metas e comprometimento da equipe. “No ambiente de trabalho, vejo maior interação entre equipes. Já os clientes sentem maior segurança na contratação de minha empresa pelo motivo da participação no Programa de Qualidade”, atesta a empresária contábil.

    A empresa, que está no 4º módulo do PQEC, tem 34 colaboradores e todos participam do Programa. “A importância da manutenção é essencial, não basta obter qualidade e depois perdê-la. Criei minha empresa há 24 anos atrás para oferecer serviços de qualidade e com diferencial no atendimento aos clientes”.

    O próximo passo, segundo a empresária, é a obtenção da ISO, e para realizar esse desejo ela já traçou seu planejamento. “Eu sou movida a desafios. Pretendo obter PQEC+ISO em 2016. Gostaria

    EMPRESAS CONSEGUEM INúMERAS MELHORIAS PARTICIPANDO DO PROGRAMA; FESTA DE CERTIFICAÇÃO 2014 TEM DATA E LOCAL MARCADOS

    Andréia Rezende dos Reis da Ativ Atividades Contábeis

    Margarida Cauzzo da Aspecto Contabilidade

    Márcio Ferreira de Oliveira da Escrital Contabilidade

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    CÂMARA SETORIAL . CONTABILIDADE

    do terrorismo. Na ocasião foram tratados alguns pontos da legislação, com dicas e exemplos práticos.

    O palestrante destacou algumas ações sus-peitas que podem ser caracterizadas como crime e explicou a diferença entre lavagem de dinheiro e sonegação fiscal. “Os crimes contra a ordem tributária acontecem ao su-primir ou reduzir o pagamento de tributos e os crimes de lavagem de dinheiro são as atividades exercidas ilegalmente em ativos de origem aparentemente legal”, explicou.

    Ele também destacou o papel do contabilis-ta como o principal interessado no combate à sonegação e crimes desse tipo, sem deixar de fora o papel da sociedade como agente contra qualquer tipo de ilícito.

    “Como contadores, nós temos a ativida-de de estar sempre zelando para o bem do Brasil. Somos a favor da transparência, por isso estaremos colaborando contra os crimes de lavagem de dinheiro. Acho que o cidadão e todas as empresas desse País devem estar sempre batalhando para que tenhamos uma maior transparência e que os crimes, de todas as formas, sejam com-batidos. Hoje, os profissionais de contabi-lidade dão a sua contribuição ajudando o Coaf na apuração de indícios desses cri-mes”, apontou Shimomoto.

    Reynaldo Lima Júnior comentou a impor-tância de se discutir o tema, lembrando que é essencial interpretar o texto conforme as explicações do Conselho Federal de Con-tabilidade – CFC. “A Lei de crimes contra lavagem de dinheiro é um tema que nós trouxemos à tona novamente, pois agora a resolução entrou em vigor, a partir de janei-ro, e nós precisávamos trazer mais debates para o nosso público para o entendimento do que foi dado pelo CFC. Isso é muito importante, pois existe um texto escrito e existe o entendimento dado em algumas palestras feitas pelo Conselho Federal de Contabilidade”, disse.

    O coordenador da Câmara ainda contou aos presentes um fato memorável para o sindicato: “nosso próximo encontro será o centésimo. Vocês fazem parte desta histó-ria, muitos pleitos e conquistas importantes saíram dos nossos debates aqui”, frisou.

    QUAIS SÃO AS RESPONSABILIDADES DOS PROFISSIONAIS DE CONTABILIDADE PERANTE O COAF?

    No dia 20 de março, ocorreu na sede do Sescon-SP a 99° reunião da Câmara Setorial de Contabilidade, que debateu a “Responsabilidade dos Profissionais de Contabilidade perante o Coaf”. A Resolução CFC nº 1.445/2013 trouxe normas gerais para a obrigatoriedade de comunicação de informações ao Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) para prevenção de lavagem de dinheiro e financiamento do terrorismo. O tema já foi alvo de outros debates promovidos pelo Sindicato, mas como ainda causa muitas dúvidas, foi esco-lhido para que as questões dos empresários e profissionais contábeis pudessem ser resolvidas.

    Compuseram a mesa de discussão a vice-presidente da Aescon-SP, Terezinha Annéia, o vice-presidente Administrativo do Sescon-SP, Wilson Gimenez Júnior, assim como o co-ordenador da Câmara, Reynaldo Pereira Lima Júnior, e o vice-presidente do Sescon-SP, Márcio Massao Shimomoto, que foi o responsável por ministrar a palestra.

    Durante a apresentação, o vice-presidente expôs as formas, os processos e os meios de como implementar as políticas de prevenção à lavagem de dinheiro e ao financiamento

    CÂMARA SETORIAL DE CONTABILIDADE DO SESCON-SP DISCUTIU A RESOLUÇÃO DO CONSELHO DE CONTROLE DE ATIVIDADES FINANCEIRAS QUE TRATA SOBRE PREVENÇÃO DE CRIMES DE LAVAGEM DE DINHEIRO

    99° reunião da Câmara Setorial de Contabilidade do Sescon-SP debateu a “Responsabilidade dos Profissionais de Contabilidade perante o COAF”

    “Os crimes contra a ordem tributária acontecem ao suprimir ou reduzir o pagamento de tributos e os crimes de lavagem de dinheiro são as atividades exercidas ilegalmente em ativos de origem aparentemente legal”, Márcio Massao Shimomoto, vice-presidente do Sescon-SP, em sua palestra sobre a Resolução CFC nº 1.445/2013, que trata sobre lavagem de dinheiro.

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    BRASIL EM AÇÃO

    A Lei Complementar n° 123, de 2006, conhecida como Lei Geral das Micro e Pequenas Empresas, terá a sua quinta revisão apreciada pela Câmara dos Deputados. Essa atualização ocorre pelo Projeto de Lei Complementar (PLP) 221/12 e 237/12, marcado para ser vo-tado no dia 29 de abril. A proposta traz como principal novidade a universalização do Simples Nacional.

    Levantamento feito pelo Instituto Brasileiro de Planejamento e Tri-butação (IBPT) constata que a medida pode beneficiar quase 500 mil empresas com acesso ao Simples Nacional, pois passariam a ser enquadradas pelo faturamento anual de até R$ 3,6 milhões. Catego-rias de profissionais liberais, como médicos, advogados e jornalistas, serão as beneficiadas.

    O vice-presidente do Sescon-SP, Márcio Massao Shimomoto, en-tende que a retirada de restrições corrige uma distorção e garante o que está definido na Constituição Federal, onde diz que o Estado deve dar um “tratamento favorecido para as empresas de pequeno porte constituídas sob as Leis brasileiras e que tenham sua sede e administração no País”.

    “Ele (o artigo da Constituição) não faz distinção sobre a atividade exercida pela empresa. Para as MPE’s e para o empreendedorismo em geral, representará aumento na competitividade e um aperfeiço-amento da legislação dos pequenos negócios. Protegerá os peque-nos empreendedores desse país para que possam crescer e continuar a gerar empregos”, projeta Shimomoto.

    Para o diretor titular do Departamento da Micro, Pequena e Média Indústria (Dempi) da Fiesp, Milton Bogus, toda medida que amplie

    MEDIDA FAZ PARTE DA QUINTA REVISÃO DA LEI GERAL DAS MICRO E PEQUENAS EMPRESAS QUE SERÁ VOTADA EM BREVE

    SIMPLES NACIONAL SEM RESTRIÇÕES GANHA FORÇA

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    “Esta ampliação de setores, ou seja, a universalização do Simples, na qual qualquer empresa poderá aderir a este Regime Simplificado, exceto para alguns setores diferenciados, desde que dentro do faturamento limite do Simples, vem ao encontro do fomento da formalização de toda a cadeia produtiva empresarial”, Milton Bogus, diretor titular do Departamento da Micro, Pequena e Média Indústria (Dempi) da Fiesp.

    a redução da carga tributária e traga benefícios às MPEs é positiva.

    “Esta ampliação de setores, ou seja, a universalização do Simples, na qual qualquer empresa poderá aderir a este Regime Simplifica-do, exceto para alguns setores diferenciados, desde que dentro do faturamento limite do Simples, vem ao encontro do fomento da formalização de toda a cadeia produtiva empresarial. Esperamos, ainda, a respectiva redução dos custos nos insumos e na prestação de serviços às Indústrias, advindos da eliminação de tributos e en-cargos”, propõe Bogus.

    Conforme o vice-presidente do Sindicato, entre outras medidas po-sitivas, a quinta revisão da Lei Geral das Micro e Pequenas Empresas prevê o fim da Substituição Tributária (que atualmente está tirando todas as vantagens do Simples); cadastro único (eliminando inscri-ções estaduais e municipais); estímulo às exportações e compra go-vernamentais; extensão dos benefícios aos produtores rurais pessoa física e agricultores familiares.

    Com o mesmo entendimento, o diretor da Fiesp fala que “é funda-mental que não existam entraves e restrições para as pequenas em-presas nascerem, crescerem e se desenvolverem, gerando emprego e renda. Sendo assim, nosso principal pleito e nossa grande expecta-tiva é a exclusão das Empresas da Substituição Tributária, o que irá devolver o diferencial que a Lei do Simples trouxe desde o início”.

    Outros pontos que atualmente impactam no dia a dia das empresas e tiram seu fôlego financeiro, é o impedimento à circulação de tí-tulos de crédito, os recebíveis, e a exclusão de empresas do regime diferenciado. “Buscamos há muito tempo a eliminação desta res-trição, a qual será muito benéfica. E claro, um aspecto que impacta tanto as MPES quanto a vida das empresas de contabilidade, que são um dos seus principais prestadores de serviço, é vetar a exclusão do Simples Nacional por descumprimento de obrigações principais e acessórias”, explica Bogus.

    Também são apontados como benefícios a regionalização dos lotes de licitações para que eles sejam menores, de forma prioritária (até R$ 80 mil) e, assim, favorecer a participação de MPEs em suas res-pectivas regiões de abrangência de vendas e entregas, como também a invalidação de exigências e atos que não respeitem a fiscalização orientadora e a dupla visita, e a facilitação e simplificação dos trâ-mites de abertura, registro, alteração e baixa da MPE, procedimento

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    BRASIL EM AÇÃO

    “Para as MPE’s e para o empreendedorismo em geral, representará aumento na competitividade e um aperfeiçoamento da legislação dos pequenos negócios. Protegerá os pequenos empreendedores desse país para que possam crescer e continuar a gerar empregos”, Márcio Massao Shimomoto, vice-presidente do Sescon-SP

    poderiam contemplar a exclusão definitiva dos anexos IV e V”, afirma o vice-presidente.

    O diretor Fiesp expõe que o limite atual (de receita bruta anual até R$ 3.600.000,00) está defasado. Isso ocorre principalmente para o setor industrial, o que tem barrado o crescimento de muitas em-presas que não crescem para se manterem dentro do teto de fatura-mento, gerando impactos negativos de produtividade, entre outros fatores, que criam gargalos na gestão, segundo Bogus.

    Mas além do aumento do limite, é observado como primordial a criação de um fator de escalonamento de tributos para que a saída do Simples não seja traumática para as MPEs. “Dessa forma elas podem se programar, prevendo o quanto de impostos a cada faixa de limite estarão incorrendo”, diz.

    Ele também aponta que deveria ser facultado a qualquer empresa aderente ao Lucro Presumido a possibilidade de assumir, ou não, a desoneração da folha de pagamentos. “Assim a liberdade de avaliar se vale a pena ou não aderir a esta desoneração de encargos da folha, transferindo-os para o faturamento, considerando suas característi-cas de porte/setor/região”, comenta Bogus.

    que será facilitado, inclusive, pela adoção de cadastro nacional único (para fins de arrecadação/fiscalização/cobrança) por CNPJ.

    A criação de um único número no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica irá reduzir burocracia e tempo das micro e pequenas empre-sas. Cerca de três milhões de microempreendedores individuais se-rão impactados, segundo a Secretaria da Micro e Pequena Empresa.

    REVISÃO DO TETONa opinião de Shimomoto, embora a ampliação do teto do Sim-ples Nacional não faça parte da quinta revisão da Lei, deveria ha-ver critérios para a correção de todas as tabelas. “Desde a tabela do IR até os limites de Simples e Lucro Presumido. As demais

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    SÃO PAULO EM AÇÃO

    No dia 19 de março, o Fórum Permanente em Defesa do Empreendedor se reuniu, na sede do Sescon-SP, para definir uma agenda comum de trabalhos e traçar as ações que as entidades irão tomar frente os desafios que o ano de 2014 trouxe.

    O presidente do Sescon-SP e da Aescon-SP, Sérgio Approbato Machado Júnior, citou como um desses desafios o eSocial. O pro-grama do Sistema Público de Escrituração Digital – SPED – foi um dos principais as-suntos debatidos, sendo que todas as lideran-ças demonstraram preocupação com o tema.

    “Estamos preocupados, pois o projeto precisa de aperfeiçoamento. Neste intui-to, o Sindicato tem atuado em conjunto com a Secretaria da Micro e Pequena Em-presa, comandada pelo ministro Guilher-me Afif Domingos, com estudos e pes-quisas a fim de identificar os principais pontos de aprimoramento do sistema”, comentou o presidente.

    As lideranças presentes concluíram que é necessário realizar mais eventos de orienta-ção sobre o eSocial, além de um manifesto

    ENTRE OS ASSUNTOS DEBATIDOS GANHARAM DESTAQUE A NECESSIDADE DE RACIONALIZAÇÃO DE TRIBUTOS PELO GOVERNO FEDERAL E TAMBÉM A AGENDA DE IMPLANTAÇÃO DO eSOCIAL

    FÓRUM DO EMPREENDEDOR SE REÚNE PARA TRAÇAR AS METAS DO ANO

    as micro e pequenas empresas, assim como fizeram com algumas empresas de médio e grande porte. Com as companhias fazendo os testes e verificando que está tudo corre-to, subsidiaria as outras empresas a conhe-cerem o projeto e ajudaria também o Fisco a entender os problemas dos empresários de todos os setores”, diz Shimomoto.

    O presidente do Sescon Campinas, Edison Ferreira Rodrigues, foi enfático ao dizer sobre a principal inquietação das entidades. “É muito preocupante a questão do eSocial, porque isso envolve todo o empresariado, envolve muito os escritórios de contabi-lidade, com todas as dificuldades para se implementar esse tema. Então, com certe-za, indiscutivelmente esse é um ponto a ser discutido”, sentenciou.

    A assessora jurídica da Associação Paulista de Fundações, Nicole Hoedemaker, apon-tou que o eSocial irá onerar as entidades de terceiro setor se for implantado da maneira planejada pelo Governo, pois elas não estão preparadas. “Se as entidades representativas se unirem para dialogar em conjunto para expor suas intenções ao poder público, significa ter uma representatividade mais forte. Isso dá a chance aos empresários sociais mostrarem que estão na premência de, eventualmente, não poderem continuar com a sua atuação profissional por estarem impingidos a uma legislação que lhes causa um prejuízo enorme”, crítica.

    Por isso ela destaca a importância do encon-tro. “A união de um grupo como esse, por iniciativa do Sescon-SP, de mais uma vez incentivar esse Fórum é muito importante para todos, empresários ou representantes do setor não-lucrativo”, disse Nicole.

    MAIS PREOCUPAÇÕESComo citou o diretor do Sinaenco, Roberto

    Fórum Permanente em Defesa do Empreendedor se reúne para traçar as ações que as entidades irão tomar frente aos desafios de 2014

    sobre a questão. “O empreendedorismo precisa se unir para buscar resultados e me-lhorias”, acrescentou Approbato Machado.

    Na mesma linha, o vice-presidente do Ses-con-SP, Márcio Massao Shimomoto, apon-tou que foi consenso entre os presentes que o calendário de implantação do projeto, pre-visto ainda para 2014, está muito apertado.

    Com isso, fica “impraticável”, de acordo com o vice-presidente, a entrada no projeto da forma como a Receita Federal, o Minis-tério do Trabalho, a Previdência Social e a Caixa Econômica Federal querem.

    “Nesse formato fica impossível, pelo o que as entidades comentaram, a entrada do eSo-cial ainda este ano”, alerta. Ele acredita que o documento que será feito com a exposi-ção das principais dificuldades pode desper-tar a consciência das autoridades. Entre as sugestões comentadas estão a implantação por etapas e a realização do programa como teste em algumas empresas, antes de ser vá-lido para todas as empresas.

    “Foi sugerida a expansão dos testes com

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    SÃO PAULO EM AÇÃO

    cre, eu costumo dizer que estamos vivendo uma nova derrama, parece que o Governo fica olhando cada parte da Lei para ver se consegue achar alguma filigrana para poder cobrar, estamos sob uma situação catastró-fica”, falou Marchioni.

    Em sua opinião, o cenário ainda é mais lesivo às MPEs. “Estão asfixiando as em-presas, principalmente as MPES, pois elas têm dificuldade de capital de giro, o que é uma preciosidade no Brasil, porque os juros são absurdamente altos e ninguém quer se associar a uma micro empresa pe-los riscos. Para piorar, o tributo incide so-bre o faturamento, há retenção na fonte, tributação monofásica, e tudo isso esgota o capital de giro. Precisamos demonstrar e convencer o Governo que essa situação é insustentável. Essa nova derrama não pode continuar”, defendeu o representante da OAB SP .

    Segundo o vice-diretor cultural do SINDCONT SP, Claudinei Tonon, outro assunto que todos devem ficar atentos é a

    “O empreendedorismo precisa se unir para buscar

    resultados e melhorias”, Sérgio Approbato Machado

    Júnior, presidente doSescon-SP e da Aescon-SP

    de Castro Mello, “o Fórum congrega enti-dades das mais variadas áreas de atividade e esse é o seu grande mérito”. Dessa forma é possível achar caminhos que defendam to-das as frentes sociais pela multiplicidade de representações e assuntos debatidos.

    “Poder captar a ideia, o anseio da sociedade, dos cidadãos: o desafio é captar a colocação das necessidades e dar uma resposta ao que o Governo vem colocando de encargos, de obrigações acessórias, e de uma série de ou-tros encargos que cada vez mais a sociedade e as empresas têm que responder”, acredita o diretor.

    As bandeiras do empreendedorismo são várias, mas de acordo com o presidente da Comissão de Direito Tributário da OAB SP, Jarbas Marchioni, a primeira coisa que deve ser feita para melhorar o cenário de in-vestimentos “é fazer o Governo entender a necessidade de diminuição da carga tributá-ria, é necessário racionalizar”, afirmou.

    “O que está havendo é quase um massa-

    MP 627. “Uma norma importante que vai impactar muito no setor contábil e conse-quentemente na sociedade é a MP 627. Ela traz mudanças muito grandes em formas de tributação e contabilização, então acho que as entidades devem se unir para tratar mais esse assunto, debater mais o tema antes que vire Lei”, sugeriu Tonon.

    Além dos citados, participaram do encon-tro representantes do CRC SP, ABCFAR-MA, FECONTESP, FIESP, IBRACON, SINDECON-SP, SINDILOJAS-SP, SIN-FAC-SP e SIRCESP.

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    REPORTAGEM DE CAPA

    ENTIDADES ENTENDEM QUE MUDANÇA DE DATA NÃO RESOLVE OS PROBLEMAS; SITUAÇÃO DOS PRODUTORES RURAIS E DAS MPEs

    PREOCUPA LIDERANÇAS

    MESMO COM ADIAMENTO, eSOCIAL AINDA É CONTROVÉRSO

    O cronograma do eSocial foi adiado pela terceira vez. Após pres-são de entidades de classe e de muitos empresários, as datas que deveriam marcar o começo do projeto foram alteradas: para pro-dutores rurais o início das transmissões passou para abril e para empresas do Lucro Real, o início está marcado para outubro. O novo sistema é mais um módulo do programa SPED (Sistema Pú-blico de Escrituração Digital) e visa o envio de informações tra-balhistas, previdenciárias e fiscais dos vínculos empregatícios do Brasil para órgãos Federais.

    Lideranças e o empresariado alegam que a implantação do projeto nesse momento seria irresponsável, pois faltou divulgação do eSo-cial por parte do Governo Federal, como também não houve testes que treinassem para o envio de informações. Soma-se a isso um ce-nário em que as empresas sofrem com tributação excessiva e a falta de capital de giro. Agora os empresários terão que despender mais esforços para fornecer informações ao governo.

    O presidente do Sescon-SP e da Aescon-SP, Sérgio Approbato Ma-chado Júnior, acredita que o adiamento não é suficiente, sendo que ele não irá contemplar o prazo adequado para as empresas em geral. “O eSocial não está muito bem estruturado. O projeto como foi feito pelo Governo ainda requer melhorias, e eles reconhecem isso, inclusive porque deram maiores prazos”, crítica Approbato.

    Já o presidente da Fenacon, Mário Elmir Berti, enxerga que o adia-

    mento do eSocial pode refletir a falta de organização dos órgãos envolvidos no projeto. “Ocorreu um planejamento um pouco equi-vocado, pois os diversos órgãos envolvidos, como Receita Federal, Ministério do Trabalho, Caixa Econômica, prepararam, separada-mente, os assuntos que dizem respeito às suas respectivas áreas de atuação. E, quando tentaram juntar tudo num único pacote, ocorreu uma sobreposição de informações e uma quantidade exagerada de dados a serem inseridos. O adiamento não é só por conta do siste-ma, mas, especialmente, pelas dificuldades de implantação por parte das empresas”, frisa Berti.

    Do mesmo modo, o economista-chefe da ACSP (Associação Co-mercial de São Paulo), Marcel Solimeo, vê como inevitável a mu-dança de data, sendo que não houve a divulgação necessária para que as empresas pudessem se preparar para atender ao sistema, que exige mudanças em várias áreas. Sem contar que o eSocial demanda uma integração total entre empresas e Governo para responder as exigências. “Foi positivo o adiamento, mas não altera a essência das dificuldades a serem enfrentadas pelas empresas para poder atender um sistema tão complexo”, ressalva Solimeo.

    O presidente da FecomercioSP, Abram Szajman, esclarece que, em-bora tenha ocorrido o adiamento do eSocial para outubro, não hou-ve a publicação de qualquer ato oficial que confirmasse esta pror-rogação. Sendo que “a falta de comunicação clara, entre o governo e os empresários, tem sido uma característica da implantação deste

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    REPORTAGEM DE CAPA

    TRÊS RAzÕES PARA SE REPENSAR O eSOCIAL

    1. O sistema ainda não está totalmente concluído

    2. Não houve um amplo e irrestrito teste em empresas de diferentes tamanhos e ra-mos de atividade

    3. É necessário garantir que a infraestrutu-ra de conexão à internet e os sistemas este-jam funcionando adequadamente em todo o País

    Fonte: Sérgio Approbato Machado Júnior, presidente do Sescon-SP

    e da AESCON-SP

    novo projeto. Para a FecomercioSP, as empresas precisam participar das discussões em relação às exigências do eSocial e mostrar as difi-culdades de atingir os objetivos propostos. É necessária uma ampla discussão com as partes interessadas”, evidência Szajman.

    ALTERAÇÕESO início das transmissões de dados para o eSocial pelas empresas de Lucro Real passou do mês de junho para outubro, com substituição total de guias para o próximo ano. “Acreditamos que seja um prazo curto, o que não é nada, porque falta de fato trazer um produto ade-quado às modificações sugeridas. É necessário fazer testes amplos, com as micro e pequenas empresas, não somente com as grandes. Não dá para implementar para valer, já em outubro, sendo que não foi feito nenhum teste”, preocupa-se Approbato.

    O restante das empresas adere ao eSocial em janeiro de 2015. O líder sindical explica que é obrigação do Governo fazer testes com empresas de diferentes níveis. “O projeto vem sendo dis-cutido e testado há dois ou três anos por grandes corporações. Nunca se deu oportunidade das empresas menores participarem do teste. Como as alterações estão sendo feitas agora, é até uma questão de lógica, porque depois de qualquer alteração de uma base de sistema, tem que se fazer teste”, relata o presidente do Sindicato dos Contabilistas.

    “O ESOCIAL NÃO ESTÁ MUITO BEM ESTRUTURADO. O PROJETO

    COMO FOI FEITO PELO GOVERNO AINDA REQUER MELHORIAS, E ELES

    RECONHECEM ISSO, INCLUSIVE PORQUE DERAM MAIORES PRAzOS”,

    Sérgio ApprobAto MAchAdo Júnior, preSidente do

    SeScon-Sp e dA AeScon-Sp

    Para o produtor rural a data foi remarcada para abril, com envio dos eventos em maio. “Agora, fazer testes com produtores rurais com apenas um mês de diferença e para as empresas do Lucro Real com quatro meses, não oferecerá tempo para as alterações que o projeto exige. O ideal é fazer uma carga de teste pesada este ano e estender o projeto para 2015”, sugere Approbato.

    Conforme o presidente da FecomercioSP, o novo adiamento da data de início do projeto demonstra claramente a complexida-de do eSocial e a dificuldade que os próprios órgãos envolvidos estão tendo para integrar os seus cadastros, uma vez que o apli-cativo que foi desenvolvido para cadastro dos primeiros eventos no eSocial, chamado “Qualificação Cadastral” está indisponível, desde fevereiro deste ano, com a seguinte mensagem no site do projeto do SPED: “Prezado usuário, estamos trabalhando para integrar os cadastros governamentais, visando oferecer uma resposta mais qualificada sobre as consultas a dados cadastrais de trabalhadores. Enquanto isso, o aplicativo ficará indisponível. Ressalta-se que a qualificação cadastral desses dados no eSocial objetiva garantir a identificação inequívoca do trabalhador na previdência social e a validação das informações a serem transmitidas e, consequentemente, a devida apropriação destas no cadastro de cada cidadão”.

    Mário Berti acompanha “com muita preocupação” o adiamento tí-mido e a falta de comunicação com as empresas pelos representan-tes federais. “As empresas mais organizadas (grandes corporações) estão encontrando dificuldades enormes para coletar todos os dados necessários, tendo em vista a exagerada quantidade de dados. Ima-ginem as empresas menores, como as rurais, por exemplo, para não falar das pequenas e médias empresas que não contam com estrutura de recursos humanos devidamente organizados”, ressalta o presi-dente da Fenacon.

    Fora todos esses questionamentos, o sistema do Governo é apon-tado por especialistas como instável em períodos de pico. “Imagine nas cidades que não têm disponibilidade de banda larga para acesso à internet? Isso é um absurdo e dificulta a implantação do sistema em todo Brasil. Além do que, o processamento da folha tem um prazo curto para a entrega das obrigações acessórias. Se não estiver muito acertada a questão do processamento, o problema será muito maior. Folha de pagamento não espera, tem que se pagar funcionários e

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    REPORTAGEM DE CAPA

    impostos. É uma temeridade esperar que problemas não ocorram”, aponta Sérgio Approbato.

    ADIANDO PROBLEMAS?A maioria dos representantes de diversas categorias vê que o adia-mento posterga os problemas, mas não os resolvem em grande parte das empresas, especialmente as menores. “Se não houver uma sim-plificação bastante significativa nas exigências, as micro e pequenas empresas não conseguirão atender ao eSocial sujeitando-se a sérias penalidades”, entende Marcel Solimeo.

    Os produtores rurais, prevê o economista-chefe da ACSP, pela natureza da atividade, talvez venham a ter mais dificuldades, espe-cialmente por usarem muita mão de obra temporária. “O grau de informatização nas unidades menores é muito baixo, representando obstáculo adicional ao cumprimento do projeto. Não consta que eles tenham sido incluídos no grupo de empresas que participaram do dos testes do sistema”, diz Solimeo.

    “A situação reflete a necessidade de uma discussão com todos os en-volvidos neste novo projeto, pois, quando do início das discussões sobre o eSocial, foi realizado Projeto Piloto com apenas 40 Grandes Empresas”, indica o presidente da FecomercioSP.

    Abram Szajman comenta que é de primordial importância “a constru-ção coletiva deste projeto, com a participação de todas as organiza-ções, em especial as pequenas e microempresas, que não possuem uma estrutura interna de recursos humanos, departamento fiscal, folha de pagamento e dependem do trabalho das empresas contábeis, devendo haver uma parceria nesta discussão, antes da obrigatoriedade”.

    DIVULGAÇÃOÉ consenso entre o empresariado que houve falta de divulgação do eSocial de forma massiva. “O Governo, não a Receita Federal, de-veria estar divulgando isso desde o início do projeto. Deve-se cons-cientizar todo o empresariado, mas a grande maioria sequer sabe dos problemas”, expõe o presidente do Sescon-SP.

    Dessa maneira, Approbato enxerga como “imaturo” fazer já a im-plantação. Ele aponta três grandes motivos para o projeto ser re-pensado e melhor divulgado. “Primeiro, porque o sistema não está adequado; segundo porque ele não foi testado; e terceiro porque é necessário garantir que a infraestrutura de conexão à internet e os

    sistemas estejam funcionando adequadamente. A partir desse mo-mento, com todos conscientes, o projeto poderá funcionar bem. Estas questões não são simples e demandam tempo”, comenta.

    MINISTÉRIOA Secretaria da Micro e Pequena Empresa, junto com o Sindica-to, questionou a praticidade do eSocial após um estudo feito pelo Sescon-SP. O relatório entregue à Secretaria indica a necessidade de melhorias e aperfeiçoamento do sistema, e foi passado, pelo minis-tro Guilherme Afif Domingos, aos órgãos envolvidos no projeto.

    O líder da Federação dos Contabilistas exalta a importância da so-ciedade e das entidades de classe para conseguir esse adiamento, po-rém ele acredita que a luta não pode parar por aí, pois só o adiamen-to não soluciona as dificuldades que as empresas encontrarão. “Foi depois de muita pressão e reuniões administrativas, com o auxílio importante da Secretaria das Micro e Pequenas Empresas, na pessoa do Ministro Afif Domingos, que se conseguiu o adiamento, que se não resolve definitivamente o problema, mas ao menos dá tempo de ajustes e, quiçá, alterações no layout do sistema, que se mostra complicado e de difícil aplicação”, conta Berti.

    A FecomercioSP enviou ofício ao Ministro Afif Domingos reque-rendo que o Governo desenvolva um Módulo Específico para as Mi-cro e Pequenas Empresas, tendo em vista tratamento diferenciado dispensado pela Constituição Federal a estas empresas. “É necessá-rio que o Governo Pense Simples no caso da implantação do eSocial para as Micro e Pequenas Empresas, para que elas consigam cumprir com as obrigações que lhe serão impostas, sob pena de se fecharem muitos postos de trabalho, tendo em vista o encerramento da ativi-dade empresarial”, explica Szajman.

    “Foi depois de muita pressão e reuniões administrativas, com o auxílio importante da Secretaria das Micro e Pequenas Empresas,

    na pessoa do Ministro Afif Domingos, que se conseguimos o adiamento, que se não resolve definitivamente o problema, ao

    menos dá tempo de ajustes e, quiçá, alterações no layout do sistema”, Mário Elmir Berti, presidente da Fenacon

    “A FALTA DE COMUNICAÇÃO CLARA, ENTRE O GOVERNO E OS

    EMPRESÁRIOS, TEM SIDO UMA CARACTERíSTICA DA IMPLANTAÇÃO

    DESTE NOVO PROJETO. PARA A FECOMERCIOSP AS EMPRESAS

    PRECISAM PARTICIPAR DAS DISCUSSÕES EM RELAÇÃO àS EXIGÊNCIAS

    DO eSOCIAL E MOSTRAR AS DIFICULDADES DE ATINGIR OS OBJETIVOS

    PROPOSTOS”, AbrAM SzAJMAn, preSidente dA FecoMercioSp

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    REPORTAGEM DE CAPA

    ALTERNATIVASApprobato Machado enfatiza que as Entidades não são contra o projeto. “Achamos que no momento que estiver implementado, com tudo funcionando em termos de produto e infraestrutura, com todos entendendo o que deve ser feito, será muito bom para todos, tanto para os empresários quanto para os funcionários”.

    O controle da gestão que o eSocial irá trazer é apontado como es-sencial para a melhoria das relações trabalhistas no País, mas deve ser pensado com cautela. “É facilitada a questão de gestão. Pelos sistemas, teremos uma redução das questões trabalhistas, porque haverá menos problemas efetivamente. O produto, mais para frente, com tudo funcionando perfeitamente, será maravilhoso. Mas assim como o SPED, para chegar lá não será fácil”, explica o presidente do Sescon-SP.

    Ainda em sua opinião, o governo deveria financiar sistemas de ges-tão para que as empresas de médio porte e as micro e pequenas em-presas possam gerenciar melhor as suas informações, pois as empre-sas menores não conseguem ter acesso a financiamentos.

    Embora a Receita Federal tenha dialogado com algumas gran-des empresas, indica Solimeo, que fizeram os testes do eSocial, o sistema deve ser aplicado a todos empreendimentos, inclusive as MPEs.

    “O eSocial, assim como diversos outros programas do Fisco, por mais modernos que possam ser para a fiscalização, não leva em consideração a realidade de mais de 90% das empresas brasileiras. Ao invés de simplificar a burocracia, ela está sendo não apenas informatizada, como ampliada”, Marcel Solimeo, economista-chefe da Associação Comercial de São Paulo

    “O eSocial, assim como diversos outros programas do Fisco, por mais modernos que possam ser para a fiscalização, não leva em consideração a realidade de mais de 90% das empresas brasileiras. O setor Público dispõe de amplos recursos para informati-zar a burocracia, mas não se preocupa com a situação de seus “clientes compulsórios”, que são obrigados a atender a diversos ór-gãos, muitas vezes com informações repe-titivas. Ao invés de simplificar a burocracia, ela está sendo, não apenas informatizada, como ampliada, como se observa no eSocial e no SISCOSERV”, conclui o economista da ACSP.

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    ENTREVISTA

    CLAUDIO FILIPPI: O trabalho de 12 anos como voluntário no Conselho Regional de Contabilidade representa a possibilidade de dar um re-torno à sociedade, de devolver a ela todos os benefícios que a pró-pria sociedade me proporcionou durante a minha vida profissional de várias décadas. Estar na presidência também representa a oportu-nidade de passar um pouco da minha experiência para as entidades de classe e os profissionais da Contabilidade. SESCON-SP: AS DEMANDAS DA CONTABILIDADE NO INTERIOR DO ESTADO SÃO DIFERENTES DA CA-PITAL? OS EMPRESÁRIOS CONTÁBEIS E CONTABILISTAS DO INTERIOR TERÃO ALGUM TRATAMENTO ESPECÍFICO COM ESSA NOVA DIRETORIA?CLAUDIO FILIPPI: Entendo que as demandas de Contabilidade do inte-rior paulista são iguais as existentes na capital. E nós temos nessas cidades Profissionais da Contabilidade com um excelente nível téc-nico para o atendimento a todas as solicitações. A atual gestão do CRC SP considera muito importante o relacionamento do Con-selho com profissionais e empresários contábeis de todo Estado e

    EM ENTREVISTA À REVISTA DO SESCON-SP, O PRESIDENTE DO CRC SP FALA DO SEU HISTÓRICO PROFISSIONAL E DA PLATAFORMA DE GESTÃO DO NOVO CONSELHO DIRETOR

    CLAUDIO AVELINO MAC-KNIGHT FILIPPI, PRESIDENTE DO CRC SP, JÁ FOI CONSELHEIRO DO CRCMG (CONSELHO REGIONAL DE CONTABILIDADE DO ESTADO DE MINAS GERAIS) E PRESIDENTE DO IBRACON (INSTITUTO DOS AUDITORES INDEPENDENTES DO BRASIL – 5ª SEÇÃO). POSSUI O TÍTULO DE PROFESSOR HONORIS CAUSA DA FECAP, É MEMBRO ASSOCIADO E CONSELHEIRO DE ADMINISTRAÇÃO E FISCAL DO IBGC E MEMBRO DAS ACADEMIAS PAULISTA E MINEIRA DE CIêNCIAS CONTÁBEIS E DO INSTITUTO BRASILEIRO DE ATUÁRIA.

    A IMPORTÂNCIA DA EXPERIÊNCIA E DO BOM RELACIONAMENTO CONTÁBIL

    SESCON-SP: QUAL É A PLATAFORMA DE GESTÃO ADOTADA PELA NOVA DIRETORIA?CLAUDIO FILIPPI: Em relação aos serviços prestados na área de Aten-dimento e Registro e demais atividades operacionais, o CRC SP caminha alinhado à velocidade de atendimento exigida hoje pelos profissionais da contabilidade. Fazemos também uso da tecnologia, fundamental hoje no mercado de trabalho. Na área de Fiscalização, estamos privilegiando a orientação aos profissionais. As ações de melhoria da atividade do Conselho estão aliadas às ações realizadas na área de Desenvolvimento Profissional. Nosso objetivo é atualizar os profissionais por meio de treinamentos, palestras, oficinas, bus-cando agregar valor à profissão. SESCON-SP: EM SUA BASE O CRC SP TEM CERCA DE 140 MIL PROFISSIONAIS E MAIS DE 20 MIL EMPRESAS ATIVAS DE SERVIÇOS CONTÁBEIS. SÃO 18 DELEGACIAS REGIONAIS E 125 DELEGACIAS LOCAIS INSTALADAS NAS MAIORES CIDADES PAULISTAS. QUAIS SÃO AS PARTICULARIDADES E DE-SAFIOS DE SE FAZER CONTABILIDADE EM SÃO PAULO E O QUE REPRESENTA PARA O SENHOR ESTAR NA PRESIDêNCIA DO MAIOR CONSELHO REGIONAL DE CONTABILIDADE DO BRASIL?

    “A CONTABILIDADE, POR SI SÓ, JÁ É IMPORTANTE PARA OS EMPRESÁRIOS. OS PROFISSIONAIS CONTÁBEIS SÃO OS RESPONSÁVEIS POR ALIMENTÁ-LOS COM INFORMAÇÕES IDôNEAS QUE SÃO A BASE PARA A MANUTENÇÃO E SUCESSO DOS NEGÓCIOS. IMAGINANDO QUE AS OPERAÇÕES INTERNACIONAIS AUMENTARÃO, CONCLUíMOS TAMBÉM QUE SERÁ FUNDAMENTAL O CONHECIMENTO DOS NEGÓCIOS E DOS TRIBUTOS DE MANEIRA INTERNACIONAL. HAVERÁ TAMBÉM A NECESSIDADE DE ACOMPANHAR DE PERTO AS OPERAÇÕES PARA TER BONS CONTROLES”, clAudio Avelino MAc-Knight Filippi, preSidente do crc Sp

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    ENTREVISTA

    se manterá próximo a esse público com o apoio de autoridades dos municípios, lideranças e entidades contábeis, instituições de ensino e delegacias do CRC SP. O objetivo desse relacionamento é ouvir a todos e receber sugestões visando sempre agregar valor à profissão. SESCON-SP: ENTRE OS ASSUNTOS QUE DEVEM NORTEAR A CONTABILIDADE NOS PRÓXIMOS ANOS, QUAIS MERECEM DESTAQUE? POR QUê?CLAUDIO FILIPPI: A Contabilidade, por si só, já é importante para os empresários. Os profissionais contábeis são os responsáveis por alimentá-los com informações idôneas que são a base para a manu-tenção e sucesso dos negócios. Imaginando que as operações inter-nacionais aumentarão, concluímos também que será fundamental o conhecimento dos negócios e dos tributos de maneira internacional. Haverá também a necessidade de acompanhar de perto as operações para ter bons controles. SESCON-SP: A RECEITA FEDERAL ADIOU A IMPLANTAÇÃO DO ESOCIAL APÓS MUITA PRESSÃO DO EMPREENDEDORISMO E DAS ENTIDADES DE CLASSE. A CONTABILIDADE TALVEZ TENHA SIDO A CLASSE QUE MAIS INFLUENCIOU NESSE PROCESSO. COMO O SENHOR ENXERGA IMPORTÂNCIA DOS EMPRESÁRIOS E PROFISSIONAIS DE CONTABILIDADE NA DEFESA DOS INTERESSES SOCIAIS E EMPRESARIAIS?CLAUDIO FILIPPI: O bom relacionamento entre as entidades contábeis, as reivindicações e as participações em conjunto em algumas ativi-dades gera mesmo bons resultados para todos os públicos – Pro-fissionais da Contabilidade, empresários e a sociedade. O objetivo do contato das entidades de classe com órgãos do governo é chegar

    num entendimento sobre as mudanças e as novidades do mercado, como o eSocial. É necessário tornar mais fácil e prática a implanta-ção das exigências do governo, a partir do conhecimento da neces-sidade dos empresários. SESCON-SP: REGIDO PELO CFC – CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE, O CRC SP PRETENDE ATUAR DE QUE MANEIRA PARA QUALIFICAR O ENSINO DAS CIêNCIAS CONTÁBEIS PELO BRASIL?CLAUDIO FILIPPI: O CRC SP está sempre disposto a colaborar com a re-visão de currículos das universidades. Além disso, realiza um traba-lho intenso de desenvolvimento profissional, oferecendo atividades técnicas para alunos de universidades. SESCON-SP: HOJE, O EXAME DE SUFICIêNCIA CUMPRE PLENAMENTE O SEU PAPEL? O QUE FALTA PARA SUA IMPORTÂNCIA SER RECONHECIDA?CLAUDIO FILIPPI: O exame é um passo necessário para que possa ser estabelecido, na área de Contabilidade, um nível mínimo de capaci-tação técnica para exercer a profissão. SESCON-SP: COMO O SENHOR Vê O RELACIONAMENTO COM O SESCON-SP?CLAUDIO FILIPPI: O nosso relacionamento com a entidade é importante, porque ele corresponde às trocas de experiências e informações e a colaboração que uma pode oferecer à atividade da outra, sempre em benefício ao profissional da contabilidade.

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    GESTÃO

    BRASIL E CONTABILIDADEOutro estudo da Robert Half mostra que os CFOs brasileiros são os mais otimistas em relação ao aumento de suas equipes de conta-bilidade e finanças.

    Questionados sobre a expectativa de expansão de seus quadros, 62% dos diretores financeiros brasileiros responderam que preten-dem criar novas vagas nas áreas financeira e contábil. Na média glo-bal, apenas 37% confirmaram a abertura de posições.

    Para Fernando Mantovani, diretor da operação da Robert Half no Brasil, essa expectativa de contratação mostra que, mesmo em um momento de incerteza econômica mundial, as empresas do País es-tão investindo e apostam em um cenário mais positivo no futuro.

    O desenvolvimento de novos projetos (73%) foi o principal motivo apontado pelos CFOs brasileiros para o aumento na contratação. Expansão de serviços e produtos (47%) e entrada em novos merca-dos (40%) ocuparam o segundo e terceiro lugares da pesquisa.

    O Brasil também ocupa o primeiro lugar do ranking de preocupa-ção com a perda de profissionais para outras empresas. Metade dos CFOs do País afirmou estar muito preocupados e 45% disseram estar preocupados em perder seus talentos para o mercado.

    Para 56% das companhias brasileiras ainda é muito desafiador en-contrar profissionais qualificados. “A oferta desses perfis é menor que a demanda e, por isso, é difícil encontrar colaboradores com competências específicas, como fluência em inglês”, afirma Manto-vani. Segundo o levantamento, as empresas não buscam apenas qua-lidades técnicas, mas também habilidades comportamentais como boa comunicação, trabalho em equipe e perfil de liderança.

    DURANTE O EXPEDIENTE, CONVERSAS DE CORREDOR E INTERNET SÃO OS PRINCIPAIS ‘LADRÕES DE TEMPO’, APONTA ESTUDO DA ROBERT HALF

    Uma pesquisa realizada pela Robert Half aponta que navegar na in-ternet e socializar com colegas são os principais ladrões de tempo dos funcionários durante o trabalho. Mais de 30% dos entrevistados afirmaram que o principal motivo para a distração de seus colaboradores é a utilização da internet para fins pessoais, incluindo redes sociais, e 27% responderam ser as fa-mosas conversas de corredor.

    Na opinião da gerente da divisão de Finanças e Contabilida-de da Robert Half no Brasil, Marcela Esteves, essa distração pode influenciar e prejudicar a produtividade individual e da equipe. Por esse motivo, é importante saber equilibrar as obri-gações profissionais e pessoais para que não seja desperdiçado mais tempo do que o necessário. “Se alguém está gastando mais horas do que deveria para resolver questões pessoais é preciso identificar os motivos. Muitas vezes o profissional pode estar apenas desmotivado e precisando de projetos novos e mais de-safiadores”, alerta.

    Ainda de acordo com o estudo, ligações telefônicas ou e-mails pes-soais, reuniões e e-mails corporativos também foram apontados pelos entrevistados como motivos para o desperdício de tempo de seus funcionários, e apareceram no ranking com 20%, 11% e 7% respectivamente.

    PESQUISA REVELA AS PRINCIPAIS DISTRAÇÕES NO AMBIENTE DE TRABALHO

    “SE ALGUÉM ESTÁ GASTANDO MAIS HORAS DO QUE DEVERIA PARA RESOLVER QUESTÕES PESSOAIS É PRECISO IDENTIFICAR OS MOTIVOS. MUITAS VEzES O PROFISSIONAL PODE ESTAR APENAS DESMOTIVADO E PRECISANDO DE PROJETOS NOVOS E MAIS DESAFIADORES”, MArcelA eSteveS, gerente dA diviSão de FinAnçAS e contAbilidAde dA robert hAlF no brASil.

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    TECNOLOGIA

    dimensão do impacto desse incidente, com os usuários exigindo mais ferra-mentas e serviços para proteger seus dados, e novas empresas também de-vem surgir para atender a essa demanda. No entanto, os cybercriminosos podem inundar o mercado com programas ma-liciosos mascarados de ferramentas e serviços de privacidade/segurança.

    5. Sistema com Windows XP ou Java 6 serão mais abertos a ataquesA Microsoft irá acabar com o suporte para Windows XP em abril, e a Oracle fará o mesmo com o Java 6, e os softwa-res não terão mais patches ou correções.Dica: usuários devem desinstalar os sof-twares de seus sistemas e atualizar as versões mais modernas.

    6. Golpes de engenharia social serão mais difíceis de identificarEm 2013 aumentou o número de ata-ques direcionados, principalmente con-tra grandes empresas. Para fugir do sen-so comum, os cybercriminosos podem usar técnicas de engenharia social.

    7. A ‘Internet das Coisas’ está segura por enquanto, mas isso não é motivo para relaxarA tendência é que os usuários fiquem mais conectados com acessórios como Google Glass e relógios inteligentes, o que potencializa a criação de um cená-rio onde cybercriminosos infectam os computadores utilizados pelos usuá-rios. Segundo a Trend Micro, isso pode acontecer daqui a alguns anos, pois os gadgets ainda não atingiram a massa.

    Dica: qualquer dispositivo conecta-do deve estar seguro.

    *Com informações Trend Micro e Symantec

    Dados do final de 2013 apontam que 22 milhões de pessoas tinham sido vítimas de ameaças virtuais nos últimos 12 meses no Brasil. O valor dos crimes cibernéticos no período foi superior a R$ 18 bilhões, sendo que 45% dos adultos tiveram uma experi-ência de crime virtual e comportamento de risco no último ano.

    Os números também apontam que 49% dos usuários de smartphones e 61% dos de tablets têm sistema de segurança on-line instalado em seus equipamentos, mesmo assim, 57% dos usuários de smartphone do Brasil foram vítimas de crime virtual móvel.

    Os dados são alarmantes, mas conhecer a fonte de perigo pode ser de grande ajuda. Conheça sete situações em que o usuário deve esta atento:

    1. Serviços bancários móveis serão mais perigososEm 2013, uma em cada cinco pessoas utilizaram o serviço pelo celular. Até 2017 é esperado que o número de adep-tos ao mobile banking supere um bi-lhão. Mas, os cybercriminosos também devem aumentar as formas de ataque, fazendo com que algumas medidas de segurança, como a verificação de duas etapas, se tornem ineficientes.

    USUÁRIOS PRECISAM ESTAR ATENTOS A DETALHES COMO ATUALIZAÇÃO DE SOFTWARES, E DE SOLUÇÕES DE SEGURANÇA PARA DISPOSITIVOS CONECTADOS

    SETE MOTIVOS PARA SE PREOCUPAR COM A SEGURANÇA ON-LINE

    Dica: contatar seu banco para mais opções de segurança.

    2. Há uma chance maior de baixar apli-cativos maliciososAs chances são maiores para os usuários do Android. Os cybercriminosos de-senvolverão mais aplicativos maliciosos na plataforma, aumentando a ‘oferta’ de conteúdo impróprio para três milhões.

    Dica: fazer downloads apenas das lojas de aplicativos oficiais e prote-ger os dispositivos.

    3. Gamers são mais vulneráveis a um tipo completamente novo de ameaçaO Steam Machine, um console da Val-ve, executado no Linux, está previsto para ser lançado este ano, e os crimino-sos virtuais podem criar uma ameaça, infectar gamers com o malware bitcoin--mining, pois os jogadores costumam “turbinar” seus sistemas para extrair o cryptocurrency.

    Dica: adotar soluções de segurança para games

    4. Ferramentas e serviços de privacidade terão alta demandaEdward Snowden e a NSA fizeram da privacidade um grande problema no final de 2013. Neste ano, teremos a

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    CARREIRA

    ESPECIALISTA EM COACHING ENSINA A IDENTIFICAR QUEM POSSUI O PODER DE PERSUASÃO E DÁ DICAS DE COMO DESENVOLVER O PRÓPRIO POTENCIAL

    O processo de convencer pessoas é, sem dúvida, um dos pilares para o sucesso profissional. Mas o poder de persuasão também pode gerar muitos benefícios na vida pessoal.

    “Não é apenas no mundo corporativo que saber persuadir é fundamental. Pessoas com essa capacidade se relacionam melhor e isso gera bem estar”, diz o presidente da SLA Coaching - Sociedade Latino Americana de Coaching, Sulivan França.

    Segundo o especialista, quem não tem essa competência costuma ser visto como anti-pático. “Determinadas pessoas simplesmen-te não são agradáveis, mas não se trata de antipatia, elas apenas não conseguem per-suadir os demais. Este é um traço comum entre profissionais que trabalham mais com a lógica do que com a inteligência emocio-nal. Há ainda aqueles que são inflexíveis e intolerantes”, diz.

    França afirma que a habilidade de conven-cimento é essencial para profissionais de diversas áreas, especialmente empresários de todas as áreas, publicitários, médicos, vendedores e advogados.

    De acordo com ele, é primordial saber se a pessoa tem poder de persuasão. Para isso, França traça o perfil desses profissionais. “Geralmente essas pessoas gostam de escu-tar, ou seja, elas não apenas ouvem o que os demais têm a dizer como também perma-necem o tempo todo atentas aos sinais que a face, a expressão corporal e a forma de se comunicar transmitem”, afirma o presiden-te da SLA Coaching.

    PODER DE PERSUASÃO É ESSENCIAL PARA O SUCESSO PROFISSIONAL

    “EM UM MUNDO PROFISSIONAL COMPETITIVO, EXISTEM PESSOAS BOAS, ÓTIMAS E EXCELENTES. AS BOAS TÊM CONTEÚDO REDUzIDO, MAS SABEM PERSUADIR. AS

    ÓTIMAS TÊM CONTEÚDO, MAS NÃO SABEM PERSUADIR. JÁ OS PROFISSIONAIS EM ESTADO DE EXCELÊNCIA TÊM TUDO AO SEU ALCANCE: CONTEÚDO E PODER DE PERSUASÃO”, SulivAn FrAnçA, preSidente dA SlA coAching - SociedAde

    lAtino AMericAnA de coAching

    Para não ter a persuasão “bloqueada”, é pre-ciso ser flexível e tolerante. “Se um cliente fala de um valor cuja importância para ele é perceptível, é possível mostrar outro ponto de vista, mas de forma sutil e sempre respei-tando diferentes opiniões”, comenta.

    “Em um mundo profissional competitivo, existem pessoas boas, ótimas e excelentes. As boas têm conteúdo reduzido, mas sabem persuadir. As ótimas têm conteúdo, mas não sabem persuadir. Já os profissionais em estado de excelência têm tudo ao seu alcan-ce: conteúdo e poder de persuasão”, ensina o especialista.

    COACHINGPara crescer na carreira, além de ter um gran-de poder de persuasão, é necessário dedica-ção e preparo. Por isso, muitos profissionais vêm cada vez mais recorrendo ao coaching.

    O processo, difundido em primeiro lugar nos EUA, mas já consolidado no Brasil há alguns anos, colabora para o desenvolvi-mento de competências e para alcançar ob-jetivos, como se tornar um líder.

    De acordo com Sulivan França, o planejamen-to é fundamental para o sucesso na carreira.

    “O Coaching Executivo é o mais indicado

    nesses casos. Ele ajuda empresários e profis-sionais a tomar decisões, agir rapidamente e ser flexível, características fundamentais para o sucesso profissional, especialmente em cargos de chefia”, indica.

    Além de potencializar as qualificações dos clientes, o coaching conduz o coachee a identificar elementos que estão bloqueando a capacidade de alcançar metas. “É um pro-cesso altamente eficaz e que é adotado cada vez internamente por empresas”, explica.

    ALCANÇANDO METASTodas as pessoas vislumbram as conquistas que desejam, as metas que querem alcançar, os sonhos ainda não realizados. Os objeti-vos são os mais diversos, mas, além de so-nhar, é preciso se organizar e trabalhar para que tudo se torne realidade.

    “O planejamento é fundamental para o suces-so em qualquer área. É necessário ter percep-ção de futuro, foco e objetivo, além de agir”.

    Estruturar o que deve ser feito, entretanto, muitas vezes faz com que o projeto nem saia do papel. “Em alguns casos, o que fal-ta é o apoio de um profissional que faça a pessoa pensar, analisar o que realmente de-seja e trabalhar. E é aí que entra o coach”, finaliza França.

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    OPINIÃO

    nhora on-line sequer está prevista no Código Tributário Nacional.Muitas vezes o Fisco cobra tributo que sabe de antemão ser indevi-do, mas mesmo assim o cobra. Para ele nada acontece, enquanto que o contribuinte, para se defender, deve garantir o juízo, na maioria das vezes com dinheiro. Até mesmo para a garantia por meio da carta de fiança, são tantas as exigência e objeções do Fisco, infeliz-mente aceitas pelos juízes, que muitas vezes passam-se anos sem a que carta de fiança seja aceita. É, de fato, um verdadeiro cerco.Recentemente, por meio da Portaria da Procuradoria Geral da Fa-zenda Nacional –PGFN nº 164, de 27 de fevereiro de 2014, foi modificada a regulamentação para o oferecimento e a aceitação do seguro garantia judicial nas execuções fiscais e nos parcelamento administrativos de débitos inscritos em dívida ativa da União e do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS). Novamente são impostas diversas exigências pelo Fisco Federal para que o contri-buinte se valha desta espécie de garantia. Mas, a aberração maior está no fato de que a aceitação do seguro garantia judicial em execu-ções fiscais não permite a emissão de certidão positiva com efeitos de negativa de débitos e não afasta a adoção de providências com vistas à cobrança da dívida não garantida, tais como, a inclusão ou manutenção do devedor no CADIN.

    Ora, este é outro cerco desmedido ao contribuinte, o de impedir a emissão de certidões negativas ou positivas com efeitos de ne-gativa. As pessoas físicas ou jurídicas não realizam negócios sem estas certidões, paralisam as suas vidas. O seguro garantia, portan-to, não valerá para nada. Esta questão terá que ser apreciada pelo Poder Judiciário.

    A luta contra a ditadura fiscal deve ser contínua, pois ela está che-gando ao seu ápice e gerando efeitos nefastos para o Brasil.

    O CERCO AO CONTRIBUINTE BRASILEIRO

    ANA PAULA ORIOLA DE RAEFFRAy

    É advogada, sócia do Raeffray Brugioni Advogados, mestre e doutora em Direito das Relações Sociais pela PUC de SP

    O contribuinte brasileiro está se transformando em um acossado, pois a cada dia que passa está sendo impedido paulatinamente o seu acesso ao Poder Judiciário para discutir qualquer matéria tributária. Não há como, por exemplo, discutir uma atuação indevida perante o Poder Judiciário sem que se tenha que garantir a ação. Ou seja: só se pode litigar com o Fisco se for ofertada garantia de que, no final da ação, se o contribuinte foi vencido, o tributo será pago.

    A situação se complica diante do fato de que a garantia prioritaria-mente deve ser em dinheiro, havendo muita resistência, seja dos juí-zes, seja do próprio Fisco, em aceitar outras garantias, exceto a carta de fiança. Logo, esta situação, de fato, inibe o debate das questões tributárias e fiscais, fazendo muitas vezes com que o contribuinte pague autuações descabidas, as quais poderiam ser revistas pelo Po-der Judiciário.

    Esta situação cria uma desigualdade desesperadora entre o contri-buinte e o Fisco, a qual, se não for debelada, estabelecerá no país uma ditadura fiscal sem precedentes, haja vista que muito é exigi-do do contribuinte – uma carga fiscal que aumentou mais de 60% (sessenta por cento) nos últimos dez anos – e muito pouco lhe é entregue em contrapartida, na forma de benefícios sociais.

    Atualmente, nas execuções fiscais das quais o contribuinte pretende se defender, a penhora on-line de dinheiro é amplamente utilizada pelos juízes, sendo certo que de uma hora para outra, uma pessoa física ou uma pessoa jurídica tem seus recursos financeiros retirados de suas contas bancárias, para garantir o Fisco, mesmo que a exigên-cia tributária seja indevida. Agora, se o contribuinte quiser receber de volta o tributo que lhe foi cobrado indevidamente, então que en-tre na fila dos precatórios e aguarde longos anos. Além do que a pe-

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    QUALIDADE DE VIDA

    um cirurgião-dentista sem demora para chegar ao diagnós-tico correto do problema. Esse tipo de sintoma pode estar associado a doenças como sinusite, artrite, gengivite, bru-xismo, ou ainda a uma disfunção da articulação temporo-mandibular. 6. Fratura: Com o aumento da expectativa de vida e a in-corporação de novos hábitos alimentares, os dentes vêm sendo cada vez mais exigidos. Como os dentes trincados ou fraturados apresentam sintomas diversos, é importante procurar um especialista na presença de dor ao mastigar, dor ao entrar em contato com bebidas muito quentes ou muito frias, ou ainda dor localizada. Como o desconforto vem e vai, e nem sempre o problema é visualizado no raio-X, esse tipo de diagnóstico depende em grande parte da regularida-de com que se consulta o dentis