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r^ppjgffií Anno IV Segunda-feira 28 e Terça 29 de Maio 1877 N. 131 CONDIÇÕES DA ASSIGNATURA CORTE E NICTHEROY De hoje até o fun do anno 10*3009 IPJ ___iy^ CONDIÇÕES DA ASSIGNATURA PARA. AS PROVÍNCIAS De hoje ató o fim do anno 14#000 Numero avulso 40 rs. Numero avulso 40 rs. ÓRGÃO DOS INTERESSES DO COMMERCIO, DA LAVOURA E DA INDUSTRIA ' 8 71'. -'_*? COMPLETA NEUTRALIDADE U LUTA DOS PARTIDOS POLÍTICOS Rio de Janeiro ESCRIPTORIO E REDACCÃO RUA DO OUVIDOR Ií. 84 Summario Instrucção publica. Breves considerações sobre as sec.as _»• Norte pelo Dr. Bezerra de Menezes. Chronica parlamentar. Exterior.—Correspondências de Pariz e Portugal. Noticias. Avisos. Commercio. Imeditoriaes. Folhetim.— Os noivos, por Manzoni. 32*": "L~as*_i*-__cção publica Dous illustrados collegas refériraui-se em termos differentes ao nosso artigo so- fere a instrucção publica. Um reconhece, como nós, a necessidade suprema de fundar em novas bases a ver- dadeira instrucção elementar. Outro, sem contestar essa necessidade, julgou comtudo que éramos tambem rhe- toricos na propaganda que apenas "enee- tamos. Um e outro tem razão e ambos podem, afiliando a nossa debilidade, concorrer cojn suas luses para dotarmos o paiz com tur. grande melhoramento. A nossa aspiração, aqui o confessamos cm publico, é que o redactor do Globo seja o ultimo rethorico da sua geração e do seu tempo. Victima elle próprio da falsa educação da sua época, o que deseja è preparar para seus filhos um porvir mais glorioso e mais fecundo em aperfeiçoamentos mo- raes do que aquelle que lhe coube em sorte. E' para isso que elle combate doctri- naftdo e que batalha escrevendo. Semeia idéas na esperança de que ellas germinem. E si não pode elle,pela sua própria deh- ciência, servir de modelo aos homens da geração futura pôde, pela sua própria inferioridade, advertil-os e prcmunil-os contra a humilhação resultante dessa mesma inferioridade. Para isso pouco exforço será neces- sario. Nada temos qne inventar no assumpto e muito nos offerece o mundo civilisado para aprendermos e corrigirmos o nosso vicioso systema de educação e de ins- trucção.' O que vemos á roda de nós en triste- ce-nos peio presente e assusta-nos pelo futuro. E' necessário que tenhamos a coragem de o dizer : Tanto o nivel da educação como o da instrucção estão baixando de um modo que, si não arripiarmos carreira, vamos dotar o paiz com uma geração frivola, desacizada e immoral, quo será impotente e nullà para fundar ou consolidar o re- gimen da liberdade e para cimentar o progresso da nossa pátria infeliz. Cabeças ocas e corações mirrados —eis o que podem produzir a superficialidade no ensino e a indifferença egoistica si não a criminosa tolerância para com os vicios que sollicitam por todos os modos a mocidade do nosso tempo. Apezar das reformas e dos longos e minuciosos regulamentos, o que obser- FOLHETIM escripta em italiano por A.<___XA^S>ISE JIA"\ZO!\I OS NOIVOS XI Nestes ponto., certos buracos no vai- lado â maneira de degráos, indicavam que tinham servido a outros caminhan- fes para seguirem o caminho pelo campo. Subiu-os Lourenço, e chegando ao sitio mais elevad., viu diante de si esse grande edificio da cathedral de Milão, chamado Decomo, que pela distancia não parecia fundado no meio de uma cidade, mas sim n'um deserto. Esquecendo-se por um instante dos seus males, parou a con- templar aquella oitava maravilha, de gue tanto tinha ouvido fallar desde a sua infância ; porém voltando depois a vista para traz, vio no horizonte aquella cor- dilheira de montanhas, e .distinguindo entre ellas o Resegon pela sua elevação, gelou-se-lhe o sangue nas veas ; esteve olhando por algum tempo coín tristeza para tão queridos sitios, e suspirando profundamente proseguio o seu caminho. Passado pouco tempo começou a disco- hrir as torres, as cúpulas, e os telhados; desceu então para a estrada, andou mais um bom pedaço, e quando observou que estava muito perto da cidade, chegou-se a uua caminhante, e saudando-o o melhor que. soube, chamou a sua attenção dizen- do-lhe: « Perdoe Vmc. Senhor —-v Que queres, amigo ? •—« Poderá Vmc. indicar-me o caminho ! ¦• vamos é, que se apoderou de odos os espíritos a vertigem do açodamento pela conquista dos gráos universitários e pelos privilégios inherentes aos pergaminhos. Procuram-nos todos, não com a idéa de antecipar os conhecimentos in dispen- saveis ao homem culto, mas como o meio de mais depressa se habilitarem para os empregos públicos, para as posições po- litieas que são, no nosso paiz, a indus- tria preferida e mais generalisada. Pelo lado da educação affrouxam-se cada vez mais os vínculos moraes que determinam, tanto no lar doméstico quan- to na sociedade, o espirito da familia e o espirito da colleetividade social. As puras tradições do lar e as virtudes inherentes a esse estado esvaecem-se cada dia mais abafadas pela athmosphera de um mercantilismo grosseiro. E si no espirito da juventude, são tar- dias a reflexão e o critério, em compensa- ção desenvolvem-se precocemente na sua natureza virgem—o calculo frio e egois- tico, os aj)etites desordenados pelos gozos prematuros, desde o bem estar material ató á posse dos titulos e das altas posições sociaes. Em todas as espheras do nosso mundo social o característico é esse—o açoda- mento, o delírio pelos cargos ou pelas po- sições culminantes—desde o amanuense de secretaria que se julga com direito a ser desde logo director geral e desde o deputado quasi beocio que se julga com direito ao posto de presidente do con- selho. O essencial é subir—não pelo trabalho, pelo estudo, e pelo mérito provado ; mas pelo titulo do nascimento ou do patrona- to. pela influencia da familia e dos amigos poderosos ou pela doeilidade acomodada a todas as condescendeneias, a tedos os servilismos. Uma geração amassada com esse barro impuro, doctrinada pelo exemplo da per- versão, estimulada pela âpparente feli- cidade de tantos aventureiros favore- cidos, pôde produzir fructos ainaldi- coados, que hão de ser o opprobrie da sua época e o testemunho da nossa im- providencia e relaxação. O meio de obstar a essa vergonha ê cui darmos da educação moral dos nossos fita lhos e da sua instrucção elementar soli- damente fundada em bases firmes. Não é obra para um dia; mas é esse um trabalho fecundo e digno da sollici- tudo da geração actual. E todos nós quantos, por fortuna ou por desgraça, manejamos uma penna e dispomos de um jornal, temos o rigoroso dever de affrontar esse trabalho. Prestem-nos os illustrados collegas o forte apoio da sua cooperação nessa obra de regeneração social que talvez este ultimo exforço da rethorica do nosso tempo seja productivo de grandes resul- lados para beneficio da geração por vir S_B.»«_-es coíisádera-ções s<»fc*5'e a. secca f*i« .Sorte, jpelo Dr. Bezerra de lc- "•iííxes. Ficou dito : A causa das seccas do Norte é a falta de vapores próprios— é consequentemente a falta de grandes massas d*agua que os produsam. mais eurto para o convento dos Capu- çhinhos, onde está o padre Boáventura A pessoa a quem Lourenço se dirigiu era um habitante abastado daquellas immediaçoes, que tendo-ido pela manha a Milão, aos seus negócios, regressava com toda a pressa sem ter leito cousa alguma, e desejando tanto achar-se em sua casa, que de bom grado teria evi- tado esta demora; todavia, sem mani- festar impaciência, respondeu com agra- do : meu amigo, ha mais de nm con- vento de capuchinhos ; é preciso que me digas qual procuras. Puxou então Lou- renço pela carta do padre Christovão e a entregou ao cavalheiro, que lendo no sobrescripo « Porta Oriental », tornou a entregar-lh" a dizendo tens fortuna, o convento que buscas, está perto; de- ves tornar por essa vereda da esquer- da, um pouco mais adiante encontra- rás um edificio mui comprido e baixo, que é o Lazareto; e, seguindo o fosso que o cerca, irás parar á Porta Orien- tal; entra por ella. e a tresentos ou quatrocentos passos, verás uma praça com alamos e o convento : é impossível que te enganes. Vai com Deus. e acom- panhando estas ultimas palavras com uma cortezia, proseguiu o seu caminho. Ficou Lourenço admirado de vèr o modo com que os" milanezes tratavam os forasteiros, porém ignorava que este era um dia fora do commum, em que os se- nhores mais orgulhosos e desattentos, procuravam patentear attenção e popu- íaridade. Seguiu o caminho que lhe indi- caram, e achou-se na Porta Oriental. E" necessário ter presente que todo aquelie espaço era então mui differente do que hoje ém dia é. Entrou pois Lon-. renço e passou jaara diante sem que os guardas lhe dissessem uma palavra, cousa que muito estranhou, porque aos poucos da sua terra, que podiam gabar-se de ter entrado em Milão, ouvira contar o seu espanto acerca de registos, imperti- Logo, o meio de acabar com similhante flagello não pôde ser outro sinao o de fa- zer-se, na zona comprehendida pelo S. Francisco e Parahyba, grandes depo- sitos d'agua, que nivelem, sob esse ponto de vista, como sob o ponto de vista meteo- rologico são niveladas, as províncias da Parahyba, do Rio Grande do Norte e do Ceará, com as do Maranhão e do Pará—e do Amazonas. Eis o remédio do grande mal; eis a medida do futuro, qne abrirá aquella região, talvez a mais fértil do Brazil, ricos e esperançosos horisontes. Nem foi outro © âlvitre lembrado por Leyps para remover as seccas da Arge- lia ; alvitre que teve execução, por causa da guerra da Prússia, que embaraçou-lhe a iniciação e deixou-o, como em esqueci- mento. Leyps propunha formar no centro ao Sahara um immenso lago, cuja bacia tendo nivel inferior ao do Oceano, rece- beria deste os precisos sortimentos, por meio de um canal. È, além de ser esse modo, reconhe- cido ultimamente pelos homens proíissio- naes, como o remédio efficaz do mal das seccas nas regiões como a nossa ; temo3 ahi dous factos, um que poucos conhe- cem. e outro que é bem conhecido, e que provam, com a experiência, a ver- dade do principio em questão. O primeiro deu-se no Ceará, e por isso tem uma significação especial. O finado senador Alencar, desejoso de ser útil á sua provincia natal, aproveitou o ensejo de presidil-a, creio que em lbob, para lhe prestar o maior serviço que lhe podia ella dever—a debellação das seccas. Comprehendendo, ao que parece, do mesmo modo que eu comprehendo, a ver- dadeira causa daquelle phenomeno, appli- cou sua attenção para o mesmo fim que eu proponho —creação de fontes para vapores próprios. Nesse intuito, propoz e alcançou da assembléa provincial uma lei, pela qual a provincia garantia 5. por braça linear de açude de pedra e cal; e 2$500 por braça de açude de terra. Os habitantes dos sertões, levados por esse interesse, que nao valia pouco, por- que, tendo pedreiras de cal á porta e por toda a parte, faziam sem dispendio os açudes e recebiam a contribuição da pro- vincia, receberam a idéa com satisfação, e poseram mãos á obra. Lembro-me : que em pouco tempo a estatística official consignava a creação de 600 ou 800 açudes, que valiam pela creação de outros tantos lagos perennes de 1 o 2 kilometros de extensão e de 2 e 8 metros de profundidade. Duas represas traziam tres grandes vantagens.que certamente nao escaparam á grande intelligencia daquelle illustra- do e benemérito brazileiro: davam os vapores para as chuvas, seu fim prin- cipal—forneciam água em abundância para os animaes de creação, a que não se dava antes "delia—e fertilisavam as margens dos rios, acima e abaixo, onde mesmo pelo tempo secco, se faziam gran- des plantações âe cereaes e fruetas. Com a retirada de Alencar, seus sue- cessores, estranhos á provincia, e só- mente oécupados com a politica, abando- ti aram a nobre idéa a seu destino, e a lei das subvenções ou foi revogada, ou dei- xou de tor execução. A idéa, porém, tinha feito caminho, como sóe acontecer a tudo o que é. de si grande ; e a creação dos açudes continuou mesmo sem subvenção; porque o povo, embora não . omprehendesse o intuito scientifico, experimentou, entretanto, a grande utilidade que lhe ella trazia, sob os outros dous pontos de vista indicados. Sinão cortv o mesmo ardor, ao menos com incessante desenvolvimento, foi a iniciativa particular levantando novos açudes, ao ponto de quasi nao haver fazenda que não tenha ura, como nos diz o illustrado e incansável Sr. senador Pompèo. Este é o facto; agora-seus effeitos. Apezar de não comprehender aquella medida sinão uma das seis provincias da zona árida batida pelas seccas, o que quer dizer: que seus effeitos perdem-se na immensidade da mesma zona ; Apezar de. mesmo na província, onde teve applicação, não comprehender, como é fácil julgar, sinão a millesima parte da sua extençao ; Notou-se, entretanto, o seguinte : Do meado do século passado para cá, que é o periodo sobre que se tem conhe- cimento seguro, houve, além dos annos escassos de chuvas, estas seccas, bem carácterisadas: 1772, 1778, 1792, 1809, nencias e yexações que tinham de soffrer os que vinham de fôra. A rua estava tão deserta, que se nãò ouvira certo snsur- ro ao longe, que indicava um grande movimento, lhe pareceria ter entrado numa cidade abandonada. Andando mais para diante sem poder imaginar o que seria, observou no chão certos riscos brancos cemo de neve ; porém, como a neve não fôrma riscos nem esta era a sua estação, chegou-se a um delles, olhou, apalpou e vio que era farinha. «Muita abundância, disse comsigo, deve de i haver em Milão, quando se desperdiçam desta fôrma os bens de Deus. E dizem- nos que em todas as partes ha caréstia ! E" para que nós os aldeões não façamos motim. » Passou ainda mais adiante, e chegando a certa distancia de uma colum- na, que existia naquelle tempo, divisou junto delia outro objecto ainda mais estranho, isto é, espalhadas nos degráos do pedestal certas cousas, que nau eram seixos, e que vistas em casa de um pa- deiro, se tomariam por pães. Não se atreveo Lourenço a dar crédito aos seus próprios olhos, "porque na ver- dade nao era este sitio mui a propósito para isso. « Vejamos, disse elle, o que vem a ser isto,» e chegando-se á columna, abaixou-se,apanhou uma das ditas cousas, e vio que era um excellente pão redondo, e dessa qualidade não o costumava co- mer, senão em certos dias. « E' pao de- veras »', disse então em voz alta; tão grande era a sua "admiração! E deste modo o semeao nesta terra fe neste anno? E não se incómmodam em apanhal-o, quando lhes cahe ? Em que terra estou eu!» Com dez milhas de caminho no corpo e com o fresco da manhã, este pão lhes despertou a vontade iâe comer apôs da admiração.^ cf Se o apanharei l dizia comsigo. que o deixaram aqui à disposição dos cães, não será melhor que o coma um 1817, 1825, uma outra cuja data me esca- pou e 1845. Por este quadro vê-se que os interval- los de uma a outra secca eram diminutos, regulavam de 6 a 14 annos. Pois bem ; vieram as medidas de Alen- car; e, comquanto em proporções mini- mas, a provincia começou a ter suas estações mais regulares—seus invernos mais longos e nutridos e as seccas se espaçaram tanto, que de 1845 para cá, é a deste anno a primeira que apparece. E assim mesmo, o povo explica o phe- nomeno actual pelo arrazamento dos açudes, causado pelas descommunaes enchentes do anno passado. O que seria, si, em vez de 2,00o açudes o Ceará contasse 10, ou 100 veze: esse numero, para o que tem proporções, visto ser todo o seu solo cortado de rios; o que explica o facto da compacidade de sua população ? O que seria, si, em vez de appli- car-se aquella medida ao Ceará, se ti- vesse feito extensiva à todo o sertão da Bahia, de Pernambuco, da Parabyba, do Rio Grande do Norte, e do Piauhy ? Si isso fosse, dar-se-hia o mesm© que no Maranhão, no Pará, e no Amazonas, onde, apezar de um clima ardente, nunca faltam as chuvas; devido ás grandes massas d'aguas que possuem. O segundo facto é o do Arthois em França. Essa antiga provincia da velha monar- chia dos Capetos soffria os mesmos rigo- res das nossas provincias do Norte. Não tinha fontes de evaporação que lhe dessem athmosphera aguosa própria; vivia de chuvas de "empréstimo; era o sa- hara da França. O governo daquella grande nação, com prehendendo a causa do mal, empenhou- se em removel-a; e nesse intuito, mandou abrir, em larga escala, .poços artesianos, e, á favor delles, fez vasta plantação de arvoredos. Hoje a Arthois é o celleiro da França. Fica, pois, fora de duvida : que o meio mais efficaz de debellar as seccas do Norte, é crear ahi, na mais larga escala, grandes depósitos d'agua, como imagi- noue deu principio de execução o Sena- dor Alencar; e mais fazer acompanhar essa medida de outras, que garantam a conservação das mattas existentes, e que promovam a plantação de novas, na maior proporção possivel, como fez ogo- verno francez no Arthois e como o im- mortal José Bonifácio praticou, eom van- tajosissimo resultado em Portugal. Sã© estes incontestavelmente os meios. Agora o modo de executal-as. E' obvio, pelo nosso systema adminis- trativo, que ás municipalidades cabe o encargo de realizar, em seus respectivos territórios, as duas grandes medidas sal- vadoras. ?Mas tambem é obvio, pelo systema de centralisaçào que tem suffócado todas as forças vivas do paiz, que aqueilas corpo- rações, ainesquinhadas material e moral- mente, não têm sinao a força precisa para completarem sua própria ruina. Ao governo, pois, e a elle, que tem chamado á si todo o poder e vitalidade da nação, e sem cujo bafejo nada vinga, e si vinga não fruetifica, cabe de rigor aquelle grande e nobre encargo. Entretanto, força é confessar: nem o governo dispõe dos recursos necessários a tamanha empreza ; nem que dispozesse, pôde prover daqui á execuçoo do grande plano. os poderes locaes, que são os mais interessados, poderão convenientemente desempenhar a difficil missão. A meu ver, diante desse desencontro entre o poder real e a verdadeira compe- tencia, ha um meio para chegarmos ao fim que desejamos ; e a coalisao dos poderes geral, provincial e municipal. Faça-se uma lei incumbindo ao gover- no do paiz, e das provincias, e as cama ras municipaes da magna tarefa. Preservam-se as attribuições de cada um na matéria.Determine-se donde devem sahir os recursos e a parte que deve cada um ter, quer na sua applicação, quer na execução das outras medidas para o mes- mo fim. E tudo irá bem, dando quem pôde dar e trabalhando quem não tem o que dar. Sobretudo, não se esqueça o elemento, talvez,mais poderoso de successo,a inicia- tiva individual, de que tão benéfico re- sultado tirou o senador Alencar. Com effeito, não é preciso demonstrar a impossibilidade para o estado de arbo- christão ? Além de que, se vier seu dono, pagar-lho-hei, e está tudo acabado.» Ba- ciocinando desta maneira, _ metteu na algibeirao que tinha na ms>o, apanhou mais dous, guardou um na outra algi- beira, e começando a comer o terceiro, continuou a andar cada vez mais incerto e ancioso de saber que novidade era esta. A poucos passos vio vir gente do interior da cidade : os primeiros eram um homem e uma mulher com um rapaz atraz de si. Todos tres levavam uma carga que pa- recia superior ás suas forças, e era estra- nha a sua figura. Tanto os farrapos que os cobriam, como as suas caras estavam enfarinhadas, divisando-se apenas a al- teração, e a côr infiammada dos seus sem- blantes. O modo de andar era não penoso por causa do peso, mas tambem lbe notava certa difficuldade como de membros ma- goados, e doridos. Levava o homem pen- durado ao pescoço um grande sacco de farinha com alguns_buracos por onde ella sahia a cada tropeçao, dos que freqüente- mente dava; porém mais rara era ainda a figura da mulher. Tinha, segundo pa- recia, uma corpulencia desmarcada com dous compridissimos braços que a ampa- ravam com trabalho, e pareciam duas azas dobradas desde o pescoço até ao centro de uma enorme redoma. Debaixo deste informe corpo sabiam duas pernas nuas até ao joelho, que ca^ minhavam vacillantes. Olhou Lourenço com attenção, e vio que este grande corpo era formado |>elas saias, que levava le- vantadas quasi até ao pescoço, e tão chei- as de farinha, que de quando em quando eahia alguma. O rapaz levava à cabeça, segura cam ambas as mãos, uma canastra de pão, e «como tinha as pernas mais eur- tas que seus pais, ficava de quando em quando para traz; e 'sendo-lhé preciso correr para os alcançar, lfeé Mam cahin- i do os pães* da canastra. (Go_ntimia\ risar somente, quando não fosse preciso alargar tambem, a grande zona entre o S. Francisco e a Parahyba. Assim como não é preeiso demonstrar quão fácil se lhe tornará realisar esses dous immensos serviços, entrando, ape- nas, como auxiliar do particular. Mas, qual o melhor modo de alargar a zona batida pelas seccas, em razão da falta d'aguas de represa ou de correntes perennes ? Será a creação de açudes, segundo o plano Alencar; ou será a abertura de poços artesianos, segundo o plano fran- cez ? Em meu fraco entendimento, julgo : que nao ha vacillar na escolha. A zona em questão presta-se á creação de açudes por toda a parte, om numero infinito, e com insignificante despeza; entretanto que o poço artesiano será de muito mais difficil e dispendiosa cons- trucção, porque terá de descer muito no seio da terra para encontrar a corrente liquida subterrânea daquellas paragens Um açude todo o fazendeiro está no caso de fazer; o poço pôde ser feito por quem tenha habilitações especiaes. Um açude pôde ser feito em dias ; um poço precisa ás vezes de annos. Póde-se cobrir a zona em questão, com açudes em 10 ou 20 annos; para ehe- gar-se ao mesmo resultado por meio de poços será preciso o decuplo desse tempo. O açude produz uma massa dágua ex- tensa, larga e profunda ; o poço produz, apenas, uma corrente, como um ribeiro, que naquellas regiões áridas desappa- recerá não longe do ponto, onde se acha collocado. no Arthois empregou-se de prefe- rencia o poço, a razão é simples; foi por- que a zona árida alli era diminuta, e por conseguinte, para destruir a acção da cauza das seccas bastava a arborisacão. No Brazil as condicçoes são completa- mente differentes. nor C»rres_íoní_eaicii_ especial para o Pariz, lij de Abril de 1877 Summario.— Effeitos produzidos na Alie- manha.—A imprensa allemã ameaça.— O anhelado pretexto. —O bispo de"Ne- vers viola a lei Impunidade Os missionários adrágonados.— Os offi- ciaes pregadores. Circular do miais- tro dos cultos. A que se reduz na trança a liberdade de reuniões —O que é preciso para fazer-se uma confe- rencia. A conferência do ex-padre Ja- cintho—Immenso povo—Fora Loysonr A nossa zona árida é, talvez, maior que toda a França ; e portanto a arborisacão somente não equilibrará as suas con- dicções meteorológicas com os dos res- tantes do paiz ; e portanto com as grandes massas d'agua, que os poços não dão, pouco ou nada se colherá da arbori- saçao. A preferencia, pois, ao systema dos açudes é condicção indispensável de exi- to, além de ser de economia e de prompta oxeeuçao. Quando muito, empreguem-se os poços onde de todo em todo não houver proba- bilidade de levantar açudes : mas isso creio bem que náo se dará sinão em muito poucos pontos. Termino aqui as ligeiras considerações, que de momento colleccionei neste pe- queno trabalho, com o simples e único propósito de ser útil a innumeros des- graçados, provocando a discussão dos meios de alliviar-lhes os soffrimentos e de livral-os, por ventura, de futuras ca- larnidades. Antes, porém, de depor a pena, peço venia ao leitor para dizer duas palavras mais, sem referencia ás seccas, mas de algum interesse para o meu Ceará, torrão abençoado de que o braço intelligente e infatigavel de seus filhos tem feito uma nova Hollanda. E" a expansão de minha alma pela terra que me guarda o berço junto aos túmulos de meus venerandos pães Formará este appendice a terceira parte do pequeno .trabalho que tenho trazido ate aqui, e que dedico especial- mente ao meu illustrado o virtuoso irmão, o Dr. Manoel Soares da Silva Bezerra. (Continua). CSiPííssici. 2»i__*!aiiiGii_ar GAMARA DOS DE?.TADOS Depois de approvada a acta e lido o ex- pediente_entra em discussa o parecer da commissào de commercio e industria, concedendo privilegio a T. Nittishep para introduzir um systema de calçados de madeira. O Sr. barão de S. Domingos.—Defende a commissào das aceusações do Sr. Cesa- ri© Alvim. A discussão fica adiada pela hora. Orçamento da justiça. O Sr. ministro da justiça.—Concorda com a opposição na importância da ido- neidade damagistratura.mas aponta mais uma causa do estado em que ella se acha entre nós : a falta de vantagens male- riaes: occupa-se de alguns ramos de sua administração e declara espozar as prin- cipaes idéas emittidas no relatório de seu antecessor. O Sr. Cezario Alvim.—Falia como membro da opposição, combatendo o orador precedente. O Sr. Andrade Figueira.—Faz sentir á câmara que a questão financeira deve predominar sobre todas as outras, situação actual. Insiste nos cortes despezas. A discussão fica adiada pela hora. na das SENADO Occupou hontem a tribuna, orando so- bre a resolução prerogativa do orçamen- to, o Sr. senador Correia. O orador desenvolveu algumas theses, relativas aos impostos directos e indire- ctos, e entende que sem autorisação do parlamento não pôde o governo do Bra- zil cobrar impostos. Referindo-se a uma das proposições do discurso do Sr. Zacarias acha o orador preferível a idéa do Sr ministro da fa- zenda quando opina pela preferencia da amortisação da nossa divida fundada. Apoz o discurso do_Sr Correia votou-se o art. da resolução e entrando em dis- cussão o art. o mesmo Sr. Correia pede algumas explicações ao Sr. ministro da fazenda sobre o sentido do mesmo ar- tigo, isto é, si os mil contos pedidos são para oceorrer a pagamentos de exercicio Sente-se, nesta linguagem da folha ita- liana, fermentar a antiga cólera que des- portou no coração dos subditos de Victor Manuel a condueta de Napoleão III. quo por tanto tempo impediu a unidade da Itália, mandando oecupar Roma por um exercito francez. Na situação actual da Uiiiropa todo aquelle que cria e fomenta uma agitação qualquer não faz mais do que complicar a posição da França, em em relação ás potências estrangeiras, não commette somente uma falta, uma levian- dade, commette um crime, atraiçôa a pátria. Eu desejava que houvesse alguma exa- geração em minhas apreciações ; mas infelizmente isso não se ; os crimine*- sos manejos do partido ultràmontano despertaram a attenção de nossos visi- nhos de alem Rheno, gente qua não dor- me,sempre alerta para apanhar pretextos. A Gazeta da Allemanha do Norte publicou um artigo que bem prova que os ultramontanos trabalham pela Aliema- nha Extrahio dessa folha as passagens mais significativas : a Estas manifestações, diz o jornal berhnense referindo-se á allocução do papa, eccoaram logo pela Franca". Unia folha catholica desse paiz, incumbio-se de annunciar ha tempos, que o conãot- tiere do Vaticano, o general Charette, apresentara ao papa um álbum contendo a assignatura de trinta mil francezes, que se declararam promptos a derramar seu. sangue « pela igreja catholica e polo poder temporal do papa». Trinta mil homens, um corpo de exercito inteiro e completo, levantado no coração da Frangé e organizado para fins aggressivos, isto e, para immiscuir-se nos negócios in- ternos de um paiz estrangeiro que en- fretem actualmente relações amistosas com a D rança! « Pôde ser que o corpo de exercito de Charette exista mais na imaginação de seu fundador do que em realidade; mas o- que é certo ó que manifestações deste ge- nero sao permütiãas e acceita polo Vali- cano, e em si este facto é gravíssimo. Mais características tornam-se estas ma- infestações se attender-se para a represen- tação que agora fazem os chefes do parti- do ultràmontano, e ma qual convida-se o governo e o parlamento francez a empre- gar todos os meios ao seu alcance para restabeler o poder pontifício... « Por interesse do mundo civilisado cumpre que fique bem definido o caracter desta leva de escudos. Nós, em opinião própria, nunca duvidamos, ao contrario acreditamos sempre que um partido na b rança favorece a explosão de uma guerra no Oriente, afim de, no meio do desça- labro geral, conseguir todos os seus fins. Esta representação na qual se apro- veila da sombra projectada pela guerra que do Oriente marcha sobre a Europa para exhortar-se o governo francez a. hostilizar a Itália; essa representação que o Universo publica, é um symptoma tao grave que é impossível que a Europa nao sinta todo o seu alcance e nào preste toda a consideração aos signaes que o acompanham. « A Allemanha térn encarado as com- plicações orientaes com a calma e con- fiança que lhe dao a situação de seus in- teresses, que não sao directamente com- prometíidos, e a sua força militar solida o experimentada. «A sua acção politica teve em mira uma mediação amigável entre as grandes po- tencias com as quaes ella entrotêm es- treitas relações e os homens de Estado que dirigem a politica allemã podem di- zer com satisfação comsigo mesmo e ao povo allemão,neste momento gravíssimo <jue o seu difficil trabalho não foi pelo menos improficuo. « Si, porém, abiincar provocam-se com- plicações entre a Franca e a Itália, a Allemanha achar-se-hia em um estado de cousas bem differente, em um estado de cousas ao qual se alíudio de modo nao equivoco em um telegramma mais de uma vez citado nestes últimos annos e dirigido a 18 de Janeiro de 1874 ao em- baixador da Allemanha, em Pariz. pelo chanceller do império. » Desculpein-me a citação prolixa ; ella e, porem, indispensável para demonstrar a gravidade do perigo que corre n Franca por causa desses fanáticos que sacrificam a rir, a pátria do Vaticano. Elles conchegam a Itália da Allemanha, que a acolhe com os braços abertos; por elles consolida-se a alliança de Itália com a inimiga França, e são elles os próprios que dao a Bismarck o pretexto tão desejado para cahir sobre a Franca, que nao se restabeleceu ainda dos dês- astres de 1871! A linguagem claríssima é positiva da imprensa aliema nao bastou para tornar mais prudente o partido clerical. Um bispo, o de Novers, dirigio ao presidente da republica duas cartas pedindo-lhe que interviesse a favor do Santo Padre ; car- tas essas que reproduzem as aceusações calumniosas do Vaticano ¦ contra o"go- verno da Itália, e encerram a mais vehe- mente e acrimoniosa censura ao governo francez, concluindo o prelado por dizer que corre aos eatholicos o dever de ma- nifestarem-se em favor das perogativas do papa. Por que não aconselha logo *oma cruzada ? , 9 DÍ|P° de Nevers. sem duvida, tinha todo o direito de escrever ao marechal de p»i« «ut^AJAJLci. d j;tigo_icuwj_ ue eAerciciu wu»» " uuenu ue escrever ao marechal de findo ou para todo o exercicio da lei, ou Mac-Mahon taes disparates, mas não de si sn nara. n semestiv» a. mtp- oa «aforo a "nnMi/»íi»l v»« \-i«™ «%,«...,!.>.. ,ii^*..:i.„.-_ . si para o semestre a que se refere st proposta. O Sr. ministro da fazenda declarou que o credito pedido é para ó semestre. Yòtada a resolução em discussão passou a 3*, tendo requerido o Sr. Cruz Machado dispensa interstício, afim de .ser dada a matéria para a ordem do dia seguiate. publicai*os, nem mandar distribuir t suas cartas pelos fieis de sua diocese. No qne diz respeito a pastoraes, seja ãual fôr a sua fôrma, ha certas formal.- ades que devem sor respeitadas. O bispo nao lhes deu a Merecida importância, e violou fonnalmemte a lei. O conselho de ministros comprehendeu o escândalo, mas em vea de tomar uma resoljrção. V«-.«*í-« ....''''."« V ¦t *\:;:*' "V:':*"V; ¦

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Page 1: Summario nor - :::[ BIBLIOTECA NACIONALmemoria.bn.br/pdf/369381/per369381_1877_00131.pdf · um dia fora do commum, em que os se-nhores mais orgulhosos e desattentos, procuravam patentear

r^ppjgffií

Anno IV Segunda-feira 28 e Terça 29 de Maio dê 1877 N. 131

CONDIÇÕES DA ASSIGNATURACORTE E NICTHEROY

De hoje até o fun do anno 10*3009

IPJ ___iy^ CONDIÇÕES DA ASSIGNATURAPARA. AS PROVÍNCIAS

De hoje ató o fim do anno 14#000

Numero avulso 40 rs. Numero avulso 40 rs.ÓRGÃO DOS INTERESSES DO COMMERCIO, DA LAVOURA E DA INDUSTRIA

' 8 71'. -'_*?

COMPLETA NEUTRALIDADE U LUTA DOS PARTIDOS POLÍTICOS Rio de Janeiro ESCRIPTORIO E REDACCÃO — RUA DO OUVIDOR Ií. 84

SummarioInstrucção publica.Breves considerações sobre as sec.as

_»• Norte pelo Dr. Bezerra de Menezes.Chronica parlamentar.Exterior.—Correspondências de Pariz

e Portugal.Noticias.Avisos.Commercio.Imeditoriaes.Folhetim.— Os noivos, por Manzoni.

32*":"L~as*_i*-__cção

publicaDous illustrados collegas refériraui-se

em termos differentes ao nosso artigo so-fere a instrucção publica.

Um reconhece, como nós, a necessidadesuprema de fundar em novas bases a ver-dadeira instrucção elementar.

Outro, sem contestar essa necessidade,julgou comtudo que éramos tambem rhe-toricos na propaganda que apenas "enee-

tamos.Um e outro tem razão e ambos podem,

afiliando a nossa debilidade, concorrercojn suas luses para dotarmos o paiz comtur. grande melhoramento.

A nossa aspiração, aqui o confessamoscm publico, é que o redactor do Globoseja o ultimo rethorico da sua geração edo seu tempo.

Victima elle próprio da falsa educaçãoda sua época, o que deseja è prepararpara seus filhos um porvir mais gloriosoe mais fecundo em aperfeiçoamentos mo-raes do que aquelle que lhe coube emsorte.

E' para isso que elle combate doctri-naftdo e que batalha escrevendo.

Semeia idéas na esperança de que ellasgerminem.

E si não pode elle,pela sua própria deh-ciência, servir de modelo aos homens dageração futura pôde, pela sua própriainferioridade, advertil-os e prcmunil-oscontra a humilhação resultante dessamesma inferioridade.

Para isso pouco exforço será neces-sario.

Nada temos qne inventar no assumptoe muito nos offerece o mundo civilisadopara aprendermos e corrigirmos o nossovicioso systema de educação e de ins-trucção. '

O que vemos á roda de nós en triste-ce-nos peio presente e assusta-nos pelofuturo.

E' necessário que tenhamos a coragemde o dizer :

Tanto o nivel da educação como o dainstrucção estão baixando de um modoque, si não arripiarmos carreira, vamosdotar o paiz com uma geração frivola,desacizada e immoral, quo será impotentee nullà para fundar ou consolidar o re-gimen da liberdade e para cimentar oprogresso da nossa pátria infeliz.

Cabeças ocas e corações mirrados —eiso que podem produzir a superficialidadeno ensino e a indifferença egoistica sinão a criminosa tolerância para com osvicios que sollicitam por todos os modosa mocidade do nosso tempo.

Apezar das reformas e dos longos eminuciosos regulamentos, o que obser-

FOLHETIM

escripta em italiano por

A.<___XA^S>ISE JIA"\ZO!\I

OS NOIVOSXI

Nestes ponto., certos buracos no vai-lado â maneira de degráos, indicavamque tinham servido a outros caminhan-fes para seguirem o caminho pelo campo.Subiu-os Lourenço, e chegando ao sitiomais elevad., viu diante de si esse grandeedificio da cathedral de Milão, chamadoDecomo, que pela distancia não pareciafundado no meio de uma cidade, massim n'um deserto. Esquecendo-se porum instante dos seus males, parou a con-templar aquella oitava maravilha, degue tanto tinha ouvido fallar desde a suainfância ; porém voltando depois a vistapara traz, vio no horizonte aquella cor-dilheira de montanhas, e .distinguindoentre ellas o Resegon pela sua elevação,gelou-se-lhe o sangue nas veas ; esteveolhando por algum tempo coín tristezapara tão queridos sitios, e suspirandoprofundamente proseguio o seu caminho.

Passado pouco tempo começou a disco-hrir as torres, as cúpulas, e os telhados;desceu então para a estrada, andou maisum bom pedaço, e quando observou queestava muito perto da cidade, chegou-sea uua caminhante, e saudando-o o melhorque. soube, chamou a sua attenção dizen-do-lhe: « Perdoe Vmc. Senhor

—-v Que queres, amigo ?•—« Poderá Vmc. indicar-me o caminho

!

¦•

vamos é, que se apoderou de odos osespíritos a vertigem do açodamento pelaconquista dos gráos universitários e pelosprivilégios inherentes aos pergaminhos.

Procuram-nos todos, não com a idéade antecipar os conhecimentos in dispen-saveis ao homem culto, mas como o meiode mais depressa se habilitarem para osempregos públicos, para as posições po-litieas que são, no nosso paiz, a indus-tria preferida e mais generalisada.

Pelo lado da educação affrouxam-secada vez mais os vínculos moraes quedeterminam, tanto no lar doméstico quan-to na sociedade, o espirito da familia e oespirito da colleetividade social.

As puras tradições do lar e as virtudesinherentes a esse estado esvaecem-se cadadia mais abafadas pela athmosphera deum mercantilismo grosseiro.

E si no espirito da juventude, são tar-dias a reflexão e o critério, em compensa-ção desenvolvem-se precocemente na suanatureza virgem—o calculo frio e egois-tico, os aj)etites desordenados pelosgozos prematuros, desde o bem estarmaterial ató á posse dos titulos e dasaltas posições sociaes.

Em todas as espheras do nosso mundosocial o característico é esse—o açoda-mento, o delírio pelos cargos ou pelas po-sições culminantes—desde o amanuensede secretaria que se julga com direito aser desde logo director geral e desde odeputado quasi beocio que se julga comdireito ao posto de presidente do con-selho.

O essencial é subir—não pelo trabalho,pelo estudo, e pelo mérito provado ; maspelo titulo do nascimento ou do patrona-to. pela influencia da familia e dos amigospoderosos ou pela doeilidade acomodadaa todas as condescendeneias, a tedos osservilismos.

Uma geração amassada com esse barroimpuro, doctrinada pelo exemplo da per-versão, estimulada pela âpparente feli-cidade de tantos aventureiros favore-cidos, só pôde produzir fructos ainaldi-coados, que hão de ser o opprobrie dasua época e o testemunho da nossa im-providencia e relaxação.

O meio de obstar a essa vergonha ê cuidarmos da educação moral dos nossos fitalhos e da sua instrucção elementar soli-damente fundada em bases firmes.

Não é obra para um dia; mas é esseum trabalho fecundo e digno da sollici-tudo da geração actual.

E todos nós quantos, por fortuna oupor desgraça, manejamos uma penna edispomos de um jornal, temos o rigorosodever de affrontar esse trabalho.

Prestem-nos os illustrados collegas oforte apoio da sua cooperação nessaobra de regeneração social que talvez esteultimo exforço da rethorica vã do nossotempo seja productivo de grandes resul-lados para beneficio da geração por vir

S_B.»«_-es coíisádera-ções s<»fc*5'e a. seccaf*i« .Sorte, jpelo Dr. Bezerra de lc-"•iííxes.

Ficou dito :A causa das seccas do Norte é a falta de

vapores próprios— é consequentemente afalta de grandes massas d*agua que osprodusam.

mais eurto para o convento dos Capu-çhinhos, onde está o padre Boáventura ?»

A pessoa a quem Lourenço se dirigiuera um habitante abastado daquellasimmediaçoes, que tendo-ido pela manhaa Milão, aos seus negócios, regressavacom toda a pressa sem ter leito cousaalguma, e desejando tanto achar-se emsua casa, que de bom grado teria evi-tado esta demora; todavia, sem mani-festar impaciência, respondeu com agra-do : meu amigo, ha mais de nm con-vento de capuchinhos ; é preciso que medigas qual procuras. Puxou então Lou-renço pela carta do padre Christovão ea entregou ao cavalheiro, que lendo nosobrescripo « Porta Oriental », tornou aentregar-lh" a dizendo :« tens fortuna, oconvento que buscas, está perto; de-ves tornar por essa vereda da esquer-da, um pouco mais adiante encontra-rás um edificio mui comprido e baixo,que é o Lazareto; e, seguindo o fossoque o cerca, irás parar á Porta Orien-tal; entra por ella. e a tresentos ouquatrocentos passos, verás uma praçacom alamos e o convento : é impossívelque te enganes. Vai com Deus. e acom-panhando estas ultimas palavras comuma cortezia, proseguiu o seu caminho.

Ficou Lourenço admirado de vèr omodo com que os" milanezes tratavam osforasteiros, porém ignorava que este eraum dia fora do commum, em que os se-nhores mais orgulhosos e desattentos,procuravam patentear attenção e popu-íaridade. Seguiu o caminho que lhe indi-caram, e achou-se na Porta Oriental.

E" necessário ter presente que todoaquelie espaço era então mui differentedo que hoje ém dia é. Entrou pois Lon-.renço e passou jaara diante sem que osguardas lhe dissessem uma palavra,cousa que muito estranhou, porque aospoucos da sua terra, que podiam gabar-sede ter entrado em Milão, ouvira contar oseu espanto acerca de registos, imperti-

Logo, o meio de acabar com similhanteflagello não pôde ser outro sinao o de fa-zer-se, na zona comprehendida peloS. Francisco e Parahyba, grandes depo-sitos d'agua, que nivelem, sob esse pontode vista, como sob o ponto de vista meteo-rologico são niveladas, as províncias daParahyba, do Rio Grande do Norte e doCeará, com as do Maranhão e do Pará—edo Amazonas.

Eis o remédio do grande mal; eis amedida do futuro, qne abrirá aquellaregião, talvez a mais fértil do Brazil,ricos e esperançosos horisontes.

Nem foi outro © âlvitre lembrado porLeyps para remover as seccas da Arge-lia ; alvitre que teve execução, por causada guerra da Prússia, que embaraçou-lhea iniciação e deixou-o, como em esqueci-mento.

Leyps propunha formar no centro aoSahara um immenso lago, cuja baciatendo nivel inferior ao do Oceano, rece-beria deste os precisos sortimentos, pormeio de um canal.

È, além de já ser esse modo, reconhe-cido ultimamente pelos homens proíissio-naes, como o remédio efficaz do mal dasseccas nas regiões como a nossa ; temo3ahi dous factos, um que poucos conhe-cem. e outro que já é bem conhecido, eque provam, com a experiência, a ver-dade do principio em questão.

O primeiro deu-se no Ceará, e por issotem uma significação especial.

O finado senador Alencar, desejoso deser útil á sua provincia natal, aproveitouo ensejo de presidil-a, creio que em lbob,para lhe prestar o maior serviço que lhepodia ella dever—a debellação das seccas.

Comprehendendo, ao que parece, domesmo modo que eu comprehendo, a ver-dadeira causa daquelle phenomeno, appli-cou sua attenção para o mesmo fim queeu proponho —creação de fontes paravapores próprios.

Nesse intuito, propoz e alcançou daassembléa provincial uma lei, pela quala provincia garantia 5. por braça linearde açude de pedra e cal; e 2$500 por braçade açude de terra.

Os habitantes dos sertões, levados poresse interesse, que nao valia pouco, por-que, tendo pedreiras de cal á porta e portoda a parte, faziam sem dispendio osaçudes e recebiam a contribuição da pro-vincia, receberam a idéa com satisfação,e poseram mãos á obra.

Lembro-me : que em pouco tempo aestatística official consignava a creaçãode 600 ou 800 açudes, que valiam pelacreação de outros tantos lagos perennesde 1 o 2 kilometros de extensão e de 2 e8 metros de profundidade.

Duas represas traziam tres grandesvantagens.que certamente nao escaparamá grande intelligencia daquelle illustra-do e benemérito brazileiro: davam osvapores para as chuvas, seu fim prin-cipal—forneciam água em abundânciapara os animaes de creação, a que nãose dava antes "delia—e fertilisavam asmargens dos rios, acima e abaixo, ondemesmo pelo tempo secco, se faziam gran-des plantações âe cereaes e fruetas.

Com a retirada de Alencar, seus sue-cessores, estranhos á provincia, e só-mente oécupados com a politica, abando-ti aram a nobre idéa a seu destino, e a leidas subvenções ou foi revogada, ou dei-xou de tor execução.

A idéa, porém, tinha feito caminho,como sóe acontecer a tudo o que é. de sigrande ; e a creação dos açudes continuoumesmo sem subvenção; porque o povo,embora não . omprehendesse o intuitoscientifico, experimentou, entretanto, agrande utilidade que lhe ella trazia, sobos outros dous pontos de vista indicados.

Sinão cortv o mesmo ardor, ao menoscom incessante desenvolvimento, foi ainiciativa particular levantando novosaçudes, ao ponto de quasi nao haverfazenda que não tenha ura, como nos dizo illustrado e incansável Sr. senadorPompèo.

Este é o facto; agora-seus effeitos.Apezar de não comprehender aquella

medida sinão uma das seis provinciasda zona árida batida pelas seccas, o quequer dizer: que seus effeitos perdem-sena immensidade da mesma zona ;

Apezar de. mesmo na província, ondeteve applicação, não comprehender, comoé fácil julgar, sinão a millesima parte dasua extençao ;

Notou-se, entretanto, o seguinte :Do meado do século passado para cá,

que é o periodo sobre que se tem conhe-cimento seguro, houve, além dos annosescassos de chuvas, estas seccas, bemcarácterisadas: 1772, 1778, 1792, 1809,

nencias e yexações que tinham de soffreros que vinham de fôra. A rua estava tãodeserta, que se nãò ouvira certo snsur-ro ao longe, que indicava um grandemovimento, lhe pareceria ter entradonuma cidade abandonada. Andando maispara diante sem poder imaginar o queseria, observou no chão certos riscosbrancos cemo de neve ; porém, como aneve não fôrma riscos nem esta era a suaestação, chegou-se a um delles, olhou,apalpou e vio que era farinha. «Muitaabundância, disse comsigo, deve de

i haver em Milão, quando se desperdiçamdesta fôrma os bens de Deus. E dizem-nos que em todas as partes ha caréstia !E" para que nós os aldeões não façamosmotim. » Passou ainda mais adiante, echegando a certa distancia de uma colum-na, que existia naquelle tempo, divisoujunto delia outro objecto ainda maisestranho, isto é, espalhadas nos degráosdo pedestal certas cousas, que nau eramseixos, e que vistas em casa de um pa-deiro, se tomariam por pães.

Não se atreveo Lourenço a dar créditoaos seus próprios olhos,

"porque na ver-

dade nao era este sitio mui a propósitopara isso. « Vejamos, disse elle, o quevem a ser isto,» e chegando-se á columna,abaixou-se,apanhou uma das ditas cousas,e vio que era um excellente pão redondo,e dessa qualidade não o costumava co-mer, senão em certos dias. « E' pao de-veras »', disse então em voz alta; tãogrande era a sua "admiração! E destemodo o semeao nesta terra fe neste anno?E não se incómmodam em apanhal-o,quando lhes cahe ? Em que terra estoueu!» Com dez milhas de caminho no corpoe com o fresco da manhã, este pão lhesdespertou a vontade iâe comer apôs daadmiração. ^

cf Se o apanharei l dizia comsigo. Jáque o deixaram aqui à disposição doscães, não será melhor que o coma um

1817, 1825, uma outra cuja data me esca-pou e 1845.

Por este quadro vê-se que os interval-los de uma a outra secca eram diminutos,regulavam de 6 a 14 annos.

Pois bem ; vieram as medidas de Alen-car; e, comquanto em proporções mini-mas, a provincia começou a ter suasestações mais regulares—seus invernosmais longos e nutridos — e as seccas seespaçaram tanto, que de 1845 para cá,é a deste anno a primeira que apparece.

E assim mesmo, o povo explica o phe-nomeno actual pelo arrazamento dosaçudes, causado pelas descommunaesenchentes do anno passado.

O que seria, si, em vez de 2,00o açudeso Ceará contasse 10, ou 100 veze: essenumero, para o que tem proporções, vistoser todo o seu solo cortado de rios; o queexplica o facto da compacidade de suapopulação ?

O que seria, si, em vez de só appli-car-se aquella medida ao Ceará, se ti-vesse feito extensiva à todo o sertão daBahia, de Pernambuco, da Parabyba, doRio Grande do Norte, e do Piauhy ?

Si isso fosse, dar-se-hia o mesm© queno Maranhão, no Pará, e no Amazonas,onde, apezar de um clima ardente, nuncafaltam as chuvas; devido só ás grandesmassas d'aguas que possuem.

O segundo facto é o do Arthois emFrança.

Essa antiga provincia da velha monar-chia dos Capetos soffria os mesmos rigo-res das nossas provincias do Norte.

Não tinha fontes de evaporação quelhe dessem athmosphera aguosa própria;vivia de chuvas de

"empréstimo; era o sa-hara da França.

O governo daquella grande nação, com •prehendendo a causa do mal, empenhou-se em removel-a; e nesse intuito, mandouabrir, em larga escala, .poços artesianos,e, á favor delles, fez vasta plantação dearvoredos.

Hoje a Arthois é o celleiro da França.Fica, pois, fora de duvida : que o meio

mais efficaz de debellar as seccas doNorte, é crear ahi, na mais larga escala,grandes depósitos d'agua, como imagi-noue deu principio de execução o Sena-dor Alencar; e mais fazer acompanharessa medida de outras, que garantam aconservação das mattas existentes, e quepromovam a plantação de novas, namaior proporção possivel, como fez ogo-verno francez no Arthois e como o im-mortal José Bonifácio praticou, eom van-tajosissimo resultado em Portugal.

Sã© estes incontestavelmente os meios.Agora o modo de executal-as.

E' obvio, pelo nosso systema adminis-trativo, que ás municipalidades cabe oencargo de realizar, em seus respectivosterritórios, as duas grandes medidas sal-vadoras.

?Mas tambem é obvio, pelo systema decentralisaçào que tem suffócado todas asforças vivas do paiz, que aqueilas corpo-rações, ainesquinhadas material e moral-mente, não têm sinao a força precisa paracompletarem sua própria ruina.

Ao governo, pois, e só a elle, que temchamado á si todo o poder e vitalidadeda nação, e sem cujo bafejo nada vinga,e si vinga não fruetifica, cabe de rigoraquelle grande e nobre encargo.

Entretanto, força é confessar: nem ogoverno dispõe dos recursos necessáriosa tamanha empreza ; nem que dispozesse,pôde prover daqui á execuçoo do grandeplano.

Só os poderes locaes, que são os maisinteressados, poderão convenientementedesempenhar a difficil missão.

A meu ver, diante desse desencontroentre o poder real e a verdadeira compe-tencia, só ha um meio para chegarmosao fim que desejamos ; e a coalisao dospoderes geral, provincial e municipal.

Faça-se uma lei incumbindo ao gover-no do paiz, e das provincias, e as camaras municipaes da magna tarefa.

Preservam-se as attribuições de cadaum na matéria.Determine-se donde devemsahir os recursos e a parte que deve cadaum ter, quer na sua applicação, quer naexecução das outras medidas para o mes-mo fim.

E tudo irá bem, dando quem pôde dare trabalhando quem não tem o que dar.

Sobretudo, não se esqueça o elemento,talvez,mais poderoso de successo,a inicia-tiva individual, de que tão benéfico re-sultado tirou o senador Alencar.

Com effeito, não é preciso demonstrara impossibilidade para o estado de arbo-

christão ? Além de que, se vier seu dono,pagar-lho-hei, e está tudo acabado.» Ba-ciocinando desta maneira, _ metteu naalgibeirao que já tinha na ms>o, apanhoumais dous, guardou um na outra algi-beira, e começando a comer o terceiro,continuou a andar cada vez mais incertoe ancioso de saber que novidade era esta.A poucos passos vio vir gente do interiorda cidade : os primeiros eram um homeme uma mulher com um rapaz atraz de si.Todos tres levavam uma carga que pa-recia superior ás suas forças, e era estra-nha a sua figura. Tanto os farrapos queos cobriam, como as suas caras estavamenfarinhadas, divisando-se apenas a al-teração, e a côr infiammada dos seus sem-blantes.

O modo de andar era não só penoso porcausa do peso, mas tambem lbe notavacerta difficuldade como de membros ma-goados, e doridos. Levava o homem pen-durado ao pescoço um grande sacco defarinha com alguns_buracos por onde ellasahia a cada tropeçao, dos que freqüente-mente dava; porém mais rara era aindaa figura da mulher. Tinha, segundo pa-recia, uma corpulencia desmarcada comdous compridissimos braços que a ampa-ravam com trabalho, e pareciam duasazas dobradas desde o pescoço até aocentro de uma enorme redoma.

Debaixo deste informe corpo sabiamduas pernas nuas até ao joelho, que ca^minhavam vacillantes. Olhou Lourençocom attenção, e vio que este grande corpoera formado |>elas saias, que levava le-vantadas quasi até ao pescoço, e tão chei-as de farinha, que de quando em quandoeahia alguma. O rapaz levava à cabeça,segura cam ambas as mãos, uma canastrade pão, e «como tinha as pernas mais eur-tas que seus pais, ficava de quando emquando para traz; e 'sendo-lhé

precisocorrer para os alcançar, lfeé Mam cahin-

i do os pães* da canastra.(Go_ntimia\

risar somente, quando não fosse precisoalargar tambem, a grande zona entre oS. Francisco e a Parahyba.Assim como não é preeiso demonstrar

quão fácil se lhe tornará realisar essesdous immensos serviços, entrando, ape-nas, como auxiliar do particular.Mas, qual o melhor modo de alargar azona batida pelas seccas, em razão dafalta d'aguas de represa ou de correntesperennes ?

Será a creação de açudes, segundo oplano Alencar; ou será a abertura depoços artesianos, segundo o plano fran-cez ?

Em meu fraco entendimento, julgo :que nao ha vacillar na escolha.

A zona em questão presta-se á creaçãode açudes por toda a parte, om numeroinfinito, e com insignificante despeza;entretanto que o poço artesiano será demuito mais difficil e dispendiosa cons-trucção, porque terá de descer muito noseio da terra para encontrar a correnteliquida subterrânea daquellas paragensUm açude todo o fazendeiro está nocaso de fazer; o poço só pôde ser feitopor quem tenha habilitações especiaes.

Um açude pôde ser feito em dias ; umpoço precisa ás vezes de annos.

Póde-se cobrir a zona em questão, comaçudes em 10 ou 20 annos; para ehe-gar-se ao mesmo resultado por meio depoços será preciso o decuplo desse tempo.

O açude produz uma massa dágua ex-tensa, larga e profunda ; o poço produz,apenas, uma corrente, como um ribeiro,que naquellas regiões áridas desappa-recerá não longe do ponto, onde se achacollocado.

Só no Arthois empregou-se de prefe-rencia o poço, a razão é simples; foi por-que a zona árida alli era diminuta, e porconseguinte, para destruir a acção dacauza das seccas bastava a arborisacão.

No Brazil as condicçoes são completa-mente differentes.

norC»rres_íoní_eaicii_ especial para o

Pariz, lij de Abril de 1877Summario.— Effeitos produzidos na Alie-manha.—A imprensa allemã ameaça.—O anhelado pretexto. —O bispo de"Ne-vers viola a lei — Impunidade — Osmissionários adrágonados.— Os offi-ciaes pregadores. — Circular do miais-tro dos cultos. — A que se reduz natrança a liberdade de reuniões —O

que é preciso para fazer-se uma confe-rencia. — A conferência do ex-padre Ja-cintho—Immenso povo—Fora Loysonr

A nossa zona árida é, talvez, maior quetoda a França ; e portanto a arborisacãosomente não equilibrará as suas con-dicções meteorológicas com os dos res-tantes do paiz ; e portanto com as grandesmassas d'agua, que os poços não dão,pouco ou nada se colherá sô da arbori-saçao.

A preferencia, pois, ao systema dosaçudes é condicção indispensável de exi-to, além de ser de economia e de promptaoxeeuçao.

Quando muito, empreguem-se os poçosonde de todo em todo não houver proba-bilidade de levantar açudes : mas issocreio bem que náo se dará sinão emmuito poucos pontos.Termino aqui as ligeiras considerações,que de momento colleccionei neste pe-queno trabalho, com o simples e únicopropósito de ser útil a innumeros des-graçados, provocando a discussão dosmeios de alliviar-lhes os soffrimentos ede livral-os, por ventura, de futuras ca-larnidades.

Antes, porém, de depor a pena, peçovenia ao leitor para dizer duas palavrasmais, sem referencia ás seccas, mas dealgum interesse para o meu Ceará, torrãoabençoado de que o braço intelligente einfatigavel de seus filhos tem feito umanova Hollanda.

E" a expansão de minha alma pela terraque me guarda o berço junto aos túmulosde meus venerandos pães

Formará este appendice a terceiraparte do pequeno .trabalho que tenhotrazido ate aqui, e que dedico especial-mente ao meu illustrado o virtuosoirmão, o Dr. Manoel Soares da SilvaBezerra.

(Continua).

CSiPííssici. 2»i__*!aiiiGii_arGAMARA DOS DE?.TADOS

Depois de approvada a acta e lido o ex-pediente_entra em discussa o parecer dacommissào de commercio e industria,concedendo privilegio a T. Nittishep paraintroduzir um systema de calçados demadeira.

O Sr. barão de S. Domingos.—Defendea commissào das aceusações do Sr. Cesa-ri© Alvim.

A discussão fica adiada pela hora.Orçamento da justiça.O Sr. ministro da justiça.—Concordacom a opposição na importância da ido-

neidade damagistratura.mas aponta maisuma causa do estado em que ella se achaentre nós : a falta de vantagens male-riaes: occupa-se de alguns ramos de suaadministração e declara espozar as prin-cipaes idéas emittidas no relatório deseu antecessor.

O Sr. Cezario Alvim.—Falia comomembro da opposição, combatendo oorador precedente.

O Sr. Andrade Figueira.—Faz sentirá câmara que a questão financeira devepredominar sobre todas as outras,situação actual. Insiste nos cortesdespezas.

A discussão fica adiada pela hora.

nadas

SENADO

Occupou hontem a tribuna, orando so-bre a resolução prerogativa do orçamen-to, o Sr. senador Correia.

O orador desenvolveu algumas theses,relativas aos impostos directos e indire-ctos, e entende que sem autorisação doparlamento não pôde o governo do Bra-zil cobrar impostos.

Referindo-se a uma das proposições dodiscurso do Sr. Zacarias acha o oradorpreferível a idéa do Sr ministro da fa-zenda quando opina pela preferencia daamortisação da nossa divida fundada.

Apoz o discurso do_Sr Correia votou-seo art. 1° da resolução e entrando em dis-cussão o art. 2° o mesmo Sr. Correia pedealgumas explicações ao Sr. ministro dafazenda sobre o sentido do mesmo ar-tigo, isto é, si os mil contos pedidos sãopara oceorrer a pagamentos de exercicio

Sente-se, nesta linguagem da folha ita-liana, fermentar a antiga cólera que des-portou no coração dos subditos de VictorManuel a condueta de Napoleão III. quopor tanto tempo impediu a unidade daItália, mandando oecupar Roma por umexercito francez. Na situação actual daUiiiropa todo aquelle que cria e fomentauma agitação qualquer não faz mais doque complicar a posição da França, emem relação ás potências estrangeiras, nãocommette somente uma falta, uma levian-dade, commette um crime, atraiçôa apátria.

Eu desejava que houvesse alguma exa-geração em minhas apreciações ; masinfelizmente isso não se dá ; os crimine*-sos manejos do partido ultràmontanodespertaram a attenção de nossos visi-nhos de alem Rheno, gente qua não dor-me,sempre alerta para apanhar pretextos.A Gazeta da Allemanha do Nortepublicou um artigo que bem prova que osultramontanos trabalham pela Aliema-nha Extrahio dessa folha as passagensmais significativas :

a Estas manifestações, diz o jornalberhnense referindo-se á allocução dopapa, eccoaram logo pela Franca". Uniafolha catholica desse paiz, incumbio-sede annunciar ha tempos, que o conãot-tiere do Vaticano, o general Charette,apresentara ao papa um álbum contendoa assignatura de trinta mil francezes, quese declararam promptos a derramar seu.sangue « pela igreja catholica e polopoder temporal do papa». Trinta milhomens, um corpo de exercito inteiro ecompleto, levantado no coração da Frangée organizado para fins aggressivos, istoe, para immiscuir-se nos negócios in-ternos de um paiz estrangeiro que en-fretem actualmente relações amistosascom a D rança!

« Pôde ser que o corpo de exercito deCharette exista mais na imaginação deseu fundador do que em realidade; mas o-que é certo ó que manifestações deste ge-nero sao permütiãas e acceita polo Vali-cano, e já em si este facto é gravíssimo.Mais características tornam-se estas ma-infestações se attender-se para a represen-tação que agora fazem os chefes do parti-do ultràmontano, e ma qual convida-se ogoverno e o parlamento francez a empre-gar todos os meios ao seu alcance pararestabeler o poder pontifício ...« Por interesse do mundo civilisadocumpre que fique bem definido o caracterdesta leva de escudos. Nós, em opiniãoprópria, nunca duvidamos, ao contrarioacreditamos sempre que um partido nab rança favorece a explosão de uma guerrano Oriente, afim de, no meio do desça-labro geral, conseguir todos os seus fins.Esta representação na qual se apro-veila da sombra projectada pela guerraque do Oriente marcha sobre a Europapara exhortar-se o governo francez a.hostilizar a Itália; essa representaçãoque o Universo publica, é um symptomatao grave que é impossível que a Europanao sinta todo o seu alcance e nào prestetoda a consideração aos signaes que oacompanham.

« A Allemanha térn encarado as com-plicações orientaes com a calma e con-fiança que lhe dao a situação de seus in-teresses, que não sao directamente com-prometíidos, e a sua força militar solidao experimentada.

«A sua acção politica teve em mira umamediação amigável entre as grandes po-tencias com as quaes ella entrotêm es-treitas relações e os homens de Estadoque dirigem a politica allemã podem di-zer com satisfação comsigo mesmo e aopovo allemão,neste momento gravíssimo<jue o seu difficil trabalho não foi pelomenos improficuo.

« Si, porém, abiincar provocam-se com-plicações entre a Franca e a Itália, aAllemanha achar-se-hia em um estadode cousas bem differente, em um estadode cousas ao qual já se alíudio de modonao equivoco em um telegramma mais deuma vez citado nestes últimos annos edirigido a 18 de Janeiro de 1874 ao em-baixador da Allemanha, em Pariz. pelochanceller do império. »

Desculpein-me a citação prolixa ; ellae, porem, indispensável para demonstrara gravidade do perigo que corre nFranca por causa desses fanáticos quesacrificam a rir, a pátria do Vaticano.Elles conchegam a Itália da Allemanha,que a acolhe com os braços abertos; porelles consolida-se a alliança de Itáliacom a inimiga dá França, e são elles ospróprios que dao a Bismarck o pretextotão desejado para cahir sobre a Franca,que nao se restabeleceu ainda dos dês-astres de 1871!

A linguagem claríssima é positiva daimprensa aliema nao bastou para tornarmais prudente o partido clerical. Umbispo, o de Novers, dirigio ao presidenteda republica duas cartas pedindo-lhe queinterviesse a favor do Santo Padre ; car-tas essas que reproduzem as aceusaçõescalumniosas do Vaticano ¦ contra o"go-verno da Itália, e encerram a mais vehe-mente e acrimoniosa censura ao governofrancez, concluindo o prelado por dizerque corre aos eatholicos o dever de ma-nifestarem-se em favor das perogativasdo papa. Por que não aconselha logo*oma cruzada ?

, 9 DÍ|P° de Nevers. sem duvida, tinhatodo o direito de escrever ao marechal dep»i« «ut^AJAJLci. d j;tigo_icuwj_ ue eAerciciu wu»» " uuenu ue escrever ao marechal defindo ou para todo o exercicio da lei, ou Mac-Mahon taes disparates, mas não desi sn nara. n semestiv» a. mtp- oa «aforo a "nnMi/»íi»l v»« \-i«™ «%,«...,!.>.. ,ii^*..:i.„.-_ . si só para o semestre a que se refere stproposta.

O Sr. ministro da fazenda declarou queo credito pedido é só para ó semestre.Yòtada a resolução em 2» discussão

passou a 3*, tendo requerido o Sr. CruzMachado dispensa dé interstício, afim de.ser dada a matéria para a ordem do diaseguiate.

publicai*os, nem mandar distribuir tsuas cartas pelos fieis de sua diocese.No qne diz respeito a pastoraes, sejaãual

fôr a sua fôrma, ha certas formal.-ades que devem sor respeitadas. O bisponao lhes deu a Merecida importância, e

violou fonnalmemte a lei. O conselho deministros comprehendeu o escândalo,mas em vea de tomar uma resoljrção.

V«-.«*í-« ....''''."«

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Page 2: Summario nor - :::[ BIBLIOTECA NACIONALmemoria.bn.br/pdf/369381/per369381_1877_00131.pdf · um dia fora do commum, em que os se-nhores mais orgulhosos e desattentos, procuravam patentear

A.y-y

O GLOBO — Rio, Segunda-feira 28 e Terça 29 de Maio de 1877v_m-i.--r-ta,'.:j^;ay.r

•«enérgica, decidio qne fosse reprehehdidopor uma circular confidencial o bispoculpado.

Esta medida não satisfez a opinião pu-Mica, que acredita ser indispensável queo governo prove ao paiz que possue auto-ridade bastante para obrigar os ultra-montanos a respeitar a lei. Um artigodo código penal, o art. 24, pune comdesterro o sacerdote qne commette o de-licto que o bispo de Nevers commetteu;um exemplo frisante teria sido aeceitosatisfactoriamente.

Um processo que se intentasse contraesse prelado, teria aquietado a conscien-cia publica.

Esse processo, porém, nao sé deu e opartido ultramontano, audaz pela' impu-nidade, continuará, sem duvida alguma,a fazer todas as vontades á Allemanhã l

No entanto vio-se o ministro dos cultosforçado a lembrar aos bispos o respeitodevido á lei, por facto muito menos im-portante. Já lhes fallei de uma vastaassociação, ramificada por todaa Françao. chamada a Associação dos clubs catho-ticos. Existe em cada cidade uma juntaorganizada para exercer influencia cleri-cal sobre os operários; a alma de tãopoderosa sociedade é o clero. Congrega-se os operários, fazem-lhes conferências,proporcionam-lhes certas distracçoes; detempos a tempos oradores desconhecidoschegam ás cidades, proferem discursos, eassim excita-se a curiosidade popular-os filhos das Gallias são doudos pelapalavra.

Dessesofficiaes,

oradores, alguns ha que sãoe um delles é conhecido nosso,

o Sr. de Muis, deputado, e que já deixouo exercito : um outro, que tem o mesmonome do Sr. deCisey, gosa também degrande reputação no mundo ultramon-tano, passa por ser muito eloqnente, mas,quanto a mim, confesso que nunca o ouvifallar. Estes missionários adragonados,com sua queda a pregadores, não con-tentes com fallar nos clubs, pediram aosbispos aulorisação para fazer conferen-cias nas cathedraes (ao contrario do queacontece nas outras seitas, só os bispos-dispõem das igrejas episcopaes, metro-politanas).

Alguns prelados acceitaram com sofire-guidão o oílerecimento que jse lhes fazia,e vio-se subir ao púlpito, não um monge,nao um abbade, mas um official de cou-raceiros o hussares.

As devotas, que applaudiam a meta-morphose, puzeram em moda o exercicio,de fôrma que andam agora os bispos adisputar este ou aquelle couraceiro, esteou aquelle hussar ou dragão, mais da de-voçao das beatas senhoras.

O ministro não acha a cousa das me-lhores, e lembrou aos prelados que asigrejas deviam ser exclusivamente consa-gradas ao serviço do culto; e, para dourara pilula, que aliás nada tinha de amarga,significou aos bispos que se elles consen-tissem leigos tratando em igrejas de quês-toes religiosas, seria difficil ao governoimpedir que os mesmos leigos tratassemde matéria também religiosa nas con-ferencias ou outras reuniões publicas.E assim é ! é tão restricta a liberdadede que gozamos na França, que não po-dem ser realisadas conferências publicassem autorização especial do ministro dointerior. Um orador quer fazer uma con-ferencia, ou em proveito de uma obrade caridade, para auxiliar a creaçãode uma bibliotheca publica, chame-seesse orador Victor Hugo ou Luiz Blanc,é obrigado a ir â repartição da policia so-licitar uma autorização; é preciso quedeclare sobre que ponto vai dissertar;que fica sendo o responsável pelo que porventura se dè na reunião publica.

Si o orador não é do peito, ahi vemuma recusa: si o presidente desagrada,recusam ainda; si não lhes tôa bem oassumpto, recusa no caso. E ainda mais,a autoridade não dá satisfações, não mo-tiva o seu acto ! Ora ahi está o regimendraconiano debaixo do qual vivemos, atéque lembre-se a câmara" de confeccionarsobre o dh*eito de reunião uma leipara o senado repellil-a !

Nunca o ministro, nem mesmo actual-mente, concede autovisação para se tratarde assumptos religiosos nas conferen-cias. O ex-padre Jacintho, que casando-se passou a ser o Sr. Loysen, não obtevelicença para dissertar sobre matéria re-ligiosa e teve de contentar-se com a pei-missão de discutir sobre pontos demoral.

O padre Jacintho foi outr'ora um dospregadores de mais fama ; em outrotempo acudia á igreja do Notre Damemultidão immensa, ávida de ouvir-lhe cssermões A sua amizade com Montalem-bert, a sua eloqüência por todos apre-ciada, o furor que produzio a sua sepa-ração do grêmio da igreja romana, tudoconcorreu para dar ao Si-. Loysen umacelebridade excepcional: de fôrma que,domingo 15 de Abril, povo enorme agglo-merou-se para assistir ã conferência an-nunciada no Circo de Inverno.

Cumpre dizei- que o publico liberalaproveitaria a oceasião de lavrar solemneprotesto contra as exorbitâncias do cleroultramontano e a audácia, crescente sem-pre, do partido clerical. Foi um verda-deiro triumpho para o Sr. Loysen. Sernduvida alguma muito concorreu para issoo orador; mas o facto é que o publico que-ria também manifestar-se altamente con-tra as tramas tenebrosas e traições dosultramontanos.

Em um momento dado,quando a assem-hléa inteira, calma, silenciosa, pareciapender das palavras do orador, eis senãoquando ouvio-so um «fóra Loysen» bradoúnico, partido do meio da multidãoattenta. Todos, em movimento exponta-neo voltaram-se para o pont® donde rom--pera aquelle grito quebrando o geral si-lencio, e um brado de indignação seguio-se aquelle outro.

O insultador, amedrontado pela pro-cella que elle via desenrolar-se sobre suacabeça, quiz comtudo resistir-lhe ; masfulminou-o o olhar daquelle povo inteirofremente de indignação ; sentio urna ver-

tonto eambalean-ainda « fóra Lov-

tigem, empaliideceu, edo, lá se foi gritandosen 1 »

(Continua.)

P«_'l --ga.

(cartaLisboa, 5 de Maio de 1S77.

Tem-se fallado e muito nestes últimosdias em crise ministerial e diversas cau-sas tòin sido geralmente apontadas comodando origem á pretendida crise.

O mallogro do empréstimo para a conso-l_4açao da divida nuctuante, de que nosoceuparaos na nossa ultima missiva ; a li-cença para o Exm. Patriarcha e demaisbispos dó reino poderem tomar parte naperegrinação á Roma; a concessão do sub-sidio de 8:000$ pedido pelo primeiro, afimde oceorrer ás despesas com o barrete car-dinalicio que se diz irá receber da SantaSé, a continuação dosestudos do caminhode ferro do Algarve, cujas despezas nãoestão autorisadas em lei; e finalmente, a

que se diz, demonsira o so

casiões difficeis, taes como as que d'ummomento se podem apresentar, dado ocaso de uma guerra geral na Europa,taes são em resumo as causas apresen-tadas e que têm posto em verdadeiro al-voroço os politicos da terra.

Que o Exm. Patriarcha e seus collègasda igreja luzitana desejam tomar partena fallada peregrinação é cousa fóra detoda a duvida, assim como o é também ofacto do subsidio para as despezas dobarrete cardinalicio que pretende o distineto prelado alcançar.

Ninguém ignora por outro lado que,tratando-se do assumpto em conselho deministros, houve divergência e séria, naosó quanto á licença impetrada, que al-guns ministros julgam desaçertada, pelocaracter politico que necessariamente to-mará a peregrinação, cujos fins nao sãodesconhecidos nem oceultados pelos seuspromovedores; como e ainda maior arespeito do subsidio, que a todos parecia,como de facto parece, antes concedidopara ajudar a excursão e a engrossar ocofre que tem de ser offerecido ao prisio-neiro do Vaticano.

Ora, as estreitas relações que existementre os governosdePortugal e da Itália,o facto de assentar-se no throno portuguezuma princeza filha do actual imperadorda Itália, contra quem e contra cujo go-verno e politica é principalmente dirigi-da a manifestação que se encobre com omodesto titulo de peregrinação; são mo-tivos assaz fortes para que o governo ouparte delle reluete em assentir que, poralguma maneira, por um acto ainda queaparentemente innocénte , venham-se áamortecer e espirar essas relações, aomesmo tempo que grande desgosto ad-virá indebitavelmente á consorte do mo-narcha.

Consta que finalmente chegara o gabi-nete á accordo, concedendo a impetradalicença, mas recusando o desejado subsi-dio ; com espressa recommendação de senao ingerirem os prelados portuguezes emmanifestações alheias aos fins de umaromaria puramente religiosa. Diz-se quechegara afinal o governo á esse accordocom receio de que tomássemos preladoslicença por suas próprias mãos, nao res-tando ao governo meios de contôl-os,salvo á estabelecer a luta que infeliz-mente ainda hoje existe nesse imperio,luta quetalvez não encontre outra solu-çao^ senão na completa e absoluta sepa-ração da igreja e do estado.

Que a continuação das despezas comos estudos do caminho de ferro do Al-garve deu sobeja razão á profunda di-vergencia entre os Srs. ministros da fa-zenda o obras publicas é facto inconteste,assim como também o é o não compareci-mento do Sr. Caídos Bente á sua secre-taria durante cs dias em que se discutioo assumpto em conselho de ministros.

A proposta que tratava do assumptonao teve com efieito tempo sufficientepara ser convertida em leis, e isto por ha-ver o ministro das obras publicas abando-nado a sua discussão para ir receber osvivas dos seus committentes no interior.

Como Cerbéro ás portas do thesourooppoz-se o Sr. Carlos Bento á sahidados dinheiros firmando-se na falta de leique o obrigasse á continuação de tão avul-tada despeza. Insistio o Sr. Barros eCunha e d'ahi a divergência e o pedidode demissão do ministro da fazenda porvêr que o seu collega, aliás o stygmati-sador das despezas

"illegaes, era" secun

dado pelo Sr. presidente do conselho.Cedeu afinal, o Sr. ministro da fazenda,

corno era aliás esperado.Quanto ao ultimoboato, de todo o mais verosimil e o maisrasoavel. attenta á tibieza dos actuaesministros, deu-lhe ao que parece, origem,nao tanto o facto de conferenciar porlargo tempo com o Sr. marquez d'Ávila,o ex-presidente do conselho do ultimogabinete; mas. a conferência que em se-guida teve o mesmo personagem comS. M. El-rei.

Nada porém surdio de taes conferen-cias e lá se foi para o estrangeiro o emi-nente estadista, dizem uns que em viagemde recreio, outros que incumbido de altamissão diplomática.

Como se ve, pois, deram em agua debarralla os boatos espalhados e que tantosusto causaram á certa gente.

As desavenças porém continuam, todasé verdade causadas pelo Sr Barros eCunha ; mas é de crer que tudo se arrangeda melhor lórrna e que continue o gabi-neto Ávila até qne a força das circums-tancias o obrigue a entregar o poder ápessoal mais idôneo.

Como quer, porém que seja, o certo éque na presente conjunetura, quando láfóra todos se preparam para aliar a es-pada, máü grado os protestos de neutra-lidade, quando aqui mesmo as circums-tancias são das mais criticas, quando asfinanças definham, quando o cambiosobe, quando a exportação da moedatende a crescer, quando finalmente pejamtantas nuvens negras sobre as já precarias condições monetárias da nossa praça;mister era" que á frente dos públicos he-gocios estivesse um governo capaz deprevenir essas difficuldades, arrostal-ase vencel-as quando porventura se mos-trassem insuperáveis.

O horisonte se nos afigura carregado eDeus queira inspirar ao timoneiro da náonovos meios a empregar para escapar datormonta, uma vez que foi tão infeliz naescolha dos auxiliares para tão arriscadaviagem.

— Foi finalmente em parte alterado ovexatório decreto sobre exames de prepa-ratorios, que tantos clamores levantaraem todo o continente. Depois de muitasreclamações já dos bispos, já dos muitospais, já finalmente dos alumnos, houvepor bem o governo attender á tão justasqueixas, e isto mesmo depois de variasconsultas e officios trocados entre diver-sas repartições.

sem nenhuma inscripçâo ou emblemaallegorico; foi collocado em um carrofúnebre e coberto com a bandeira franceza, sobre a qual pozeram umá coroa deperpétuas.

Vem aqui de molde, pela celebridadede que sempre foi cercado em sua vida,trascrever alguns trechos da trabalhosavida de Bonhommes, de cujo fallecimentose tem oecupado todos os jornaes.A sua biographia é muito curiosa eencerra um episódio notável do governode D. Miguel, que foi uma vergonha parao nome portuguez.

Por causa de Bonhomme veio a Lisboaem 1831 uma esquadra franceza que seapoderou dos navios naeionaes que esta-vam no Tejo, e levou avultadas quantiascomo indemnisaçoes.

Governava então o paiz, como é sabido,o infante D. Miguel. Na quinta-feirasanta de 1823, vários estudantes © entreelles Bonhomme que passava por ser dosmais extravagantes, fizeram conjuneta-mente com ninas mulheres, toda a qua-lidade de irreverências na Sé Gathedralde Coimbra, sendo encontrados deitadosna capella do Santissimo, segundo constado respectivo processo, uns em mangasde camisa, outros nas escadas, as mu-lheres rebuçadas nas capas dos estudan-tes, os vestidos destas sobre o altar, etodos na maior irreverência estando en-cobertos com as cortinas que nesse diase achavam corridas.

No dia immediato repetiram-se novasscenas de falta de respeito na igreja,sendo encontrada a pia baptismal cheiade pedras. O juiz de fóra mandou pro-ceder á uma devassa que deu em resul-tado ser preso no dia 18 de Setembro, emLisboa, na calçada da Estrella, Bo-nhomme, que fòra estudante do primeiroanno juridico da universidade e quandopreso, professor de francez na capital.

O réo, apezar de declarar que naquelledia não estivera na Sé, foi condemnadoem 11 de Dezembro de 1830 a ser açoutadopelas ruas de Lisboa e depois degradadopor 10 annos para Angola. A execuçãodesta sentença, assim como a condemna-çao por motivos politicos de Mr Sauvi-net e prisão de vários subditos francezespelo governo de D. Miguel, deram causaa que a França fizesse enérgicas recla-mações, que nunca foram attendidas.

A esquadra franceza chegou ao Tejo,onde entrou quasi sem resistência, no dia11 de Julho de 1831, tomando, á pretextode lhe haverem resistido,a náo U.João VI,fragatas — Pérola, Amazona e Diana,corvetas D. João I e Lealdade e briguesInfante D. Sebastião, D. Pedro e Mêmo-ria. Todos estes navios foram levadospara França, com excepção da náo DJoão VI e um pequeno navio, que nestefacto vilipendioso sobberam honrar onome portuguez, safando-se por entre aesquadra franceza pelo Tejo acima.

Ainda nao parou aqui a afronta feita ánação.

O almirante Boussin intimou, alémdisso, que Bonhomme fosse solto e an-nullado o processo, a demissão dos juizesqne proferiram a sentença e do intendente geral de policia ; uma indemnisa-cao de 20,00_> francos ao condemnado ;a soltura com indemnisaçoes de outrossubditos francezes; a annullação de todasas sentenças proferidas contra francezesnos últimos dous anãos, por crimes poli-ticos; e mais, além de outras cousas,800,000 francos, para indemnisar o go-verno francez das despezas da expediçãoa que foi obrigado, por não ter o governode D. Miguel annuido ás primeiras recla-mações.

Era Bonhomme um interessante velho,um verdadeiro typo : tinha perto de 80annos, era baixo, usava barba toda, evestia bizarramente, calçando ou umasalparcatas ou sapatos de linbo Via-se emtoda a parte com o seu bengalão e andan-do desembaraçadamente.

NOVO HORÁRIO PARA A PARTIDADOS TRENS NA ESTRADA DEFERRO D. PEDRO IIO director da estrada de ferro D. Pe-

dro II e a directoria da companhia S.Paulo e Rio de Janeiro, afim de harmo-nisar os interesses das -Tuas estradas eattender á commodidade do publico,accordaram nas bases pára o estabeleci-mento do trafego reciproco, assignandoos respectivos contratos.

Por essas bases,a estação da Cachoeira,ponto terminai das dua.-. estradas, ficasendo de uso commum, mas toda a admi-nistração interna, fiscalisação, policia enomeação de empregados é attribuiçãoda estrada de ferro D. Pedro II. A eonfe-rencia dos volumes de mercadorias de-verá ser feita por empregados especiaesde cada uma das emprezas na oceasiãoda baldeaçao para os armazéns, ou destespara os wagons da companhia S. Paulo eRio de Janeiro, sendo o prazo máximopara o seu transporte de tres dias paracada uma das emprezas, da corte paraS. Paulo e vice-versa.

O tempo máximo do transporte de pas-sageiros por trens directos da corte aS. Paulo não excederá de 16 horas, to-cando 7 horas e 45 minutos para a estradade ferro D. Pedro II e 7 horas e lõ mi-nutos para a de S. Paulo e Rio de Ja-neiro, ficando uma hora de parada naestação da Cachoeira. No caso de haveratrazo em algum dos trens de qualquerdas duas emprezas, a outra esperará atéuma hora para a partida do seu trem.

As tarifas serão, por emquanto, as exis-tentes, até que se possa fazer um estudocompleto para a suá alteração.

Toda a renda proveniente de bilhetesde passageiros, bagagens e encommendas,será sempre cobrada nas estações de pro-cedencia : o frete das mercadorias, porém,será cobrado nas estações de procedênciaou do destino, á vontade do remettente.

A companhia terá na Cachoeira um te-legraphista especial para o seu serviço

A.estrada de ferro D. Pedro II aceitaráas convenções feitas na provincia deS. Paulo entre as administrações de suasestradas de ferro para creação de umacontadoria centrai, que facilite o tran-sito de pasageiros e mercadorias pelasvarias estradas de ferro daquella provin-cia e a liquidação das contas, se julgar,pelo __ exame das bases daquellas con-vençoes que ha vantagem em aceita-las,reservando-se o direito de propor as mo-dificações que forem indispensáveis nassobreditas convenções.

As despezas da estação da Cachoeira epessoal interno delia serão pagas porambas as emprezas, cabendo metade acada uma, Os gastes com a conserção, re-paros e limpezas da estação e das obrasque servirem a ambas as" estradas serãofeitos um terço pela companhia S. Pauloe Rio de Janeiro.

O horário será o seguinte :O trem partirá da corte ás 5 horas da

manhã ; chegará á Cachoeira alguns mi-nutos depois do meio-dia; largará daCachoeira á 1 hora da tarde, e ás S danoite chegará a S. Paulo.

De S. Paulo á cortehorário.

Além deste trem directo deverão havertres mixtos, igualmente erndencia da corte a S. Paulo.

vigorara o mesmo

correspon-

s__a_sc.v. -¦¦iBar«niilL_HmT-_H-'_T-rH»w.''"»««»«ii»<^j-~»-.-i.iiij»i^.ni-»1

Noticias§_ A., a Princeza Imperial Regente

dará audiência no paço da cidade, ho dia30 do corrente, ás 5 horas da tarde.

FȒi'as__ despachados os seguintes re-querimentos.

Pelo ministério da guerra :Silveria Maria do Nascimento, Beneve-

nuto da Silva e Albuquerque, ValdevinoPereira da Silva, Francisco José Pereira

Pei» ministério da justiça prorogou-sepor um mez, coni ordsnado, e licençaultimai nente concedida ao 0." juiz subs-titulo da corte, bacharel Antônio Cândidode Azambuja.

© Sr. deputado Azevedo Monteiro pe-dio-nos para declarar que S. Ex. votou afavor da emenda que reduzia © subsidiodos deputados.

Eis uma ^estatística curiosa sobreadministração nos Estados-Unidos :

ESCOLAS DO ENSINO SECUNDÁRIO

a

Numero de escolasMestresMestras ,. .. AlumnosAlumnasValor dos terrenos, edifícios,

etc., (dollars)Receita annual 6

1.0312.3262.140

46.48551.694

140902540.89S

cias Chagas, João Borjes de Araújo, Ma-noel Hostilio Gonçalves Pinheiro, Bene-dicto Antônio Ferreira Mingote, ThiagoAraripe de Souza Carvalho, FlorencioCanuto Ferreira, Angélica Maria da Con-ceição, João Josó da Rocha, Maria Lucasde Castro, Luiz Ferreira Nery.—Nãotem lugar

João Francisco de Deus Menna Bar-reto.—O supj>licante sentar asua certidão de idade.

João Gonçalves de Oliveira, SebastiãoBispo Martins.—Requeiram pelos canaescompetentes.

Francisco da Rocha Vaz e Henriqueda Costa e Sá. —Sellem os conhecimentos.

Pelo da marinha:Clemente de Cerqueira Lima.—Informe

o Sr. director do collegio navalPelo da agricultura:João Antônio da Costa.—Indeferido.Antônio Joaquim Pereira de Carvalho.—Deferido lavrando-se a portaria depois

da decisão do juizo competente sobre aposse daquelle terreno.

Justino de Almeida Guerra.—Conce-dida até 4 ) dias.

José Serapião dos Santos e Silva eoutro.—Instruam o requerimento nostermos da lei de 28 de Agosto de 1S30.

Gustavo Hugo Elst.—O exclusivo con-cedido ao supplicante comprehende uni-camente o processo de sua invenção.

Cyrillo de Castro & C. —Não tem lugar.Tenente honorário Thomaz Tenorio de

Albuquerque, pedindo ser nomeado aju-dante do director da coioniaIndeferido.

Andrade Bastos e o commanditario Fran-cisco Soares de Castro para negocio dero-ipa feito e officina de alfaiate com ocapital de 25:000^000, sendo do com-manditario 15:000$000, firma de LaurianoCampos & C.

Manoel da Cunha Maia e Antônio daOunha Maia para negocio de cigarros,charutos, fumos etc. com o capital de1:40 '$; firma de CunhaMaia & Irmão.

Francisco José da Fontoura Carvalho eJosé Affonço Guimarães para negocio deobjectos de modas, roupas brancas e defantasia com o capital de 24:00$, firma deCarvalho & C,

Adriano Frederico Corrêa de Castro eAbilio Gonçalves Ramos para negocio deferragem objectos de armarinho e com-missões com o capital de 30:000$ ; firihade Corrêa de Casiro & Ramos.

Manoel José Siqueira de Araújo, JoséCarvalho da Silva, Victorino de SouzaPinto e o commanditario Manoel Joséde Araújo Souza para negocio de cigarrose objectos para fumantes com o capitalde 95:000#SOO, sendo do commanditario5O:üOO$O0O ; sob a firma de Arauio, Souza&C:

Francisco do Rego Bernardo e AntônioJosé de Souza Monteiro para uma fa-brica de cigarros com o capital ne 500$,firma de Rego & Monteiro.

Manoel Rodrigues de Souza Sobrinho eAntônio Rodrigues de Sá Sobrinho paranegocio de molhados, com o capital de4:449#850, firma de Sá Sobrinho & Irmão.

Francisco Antônio Brandi e DomingosAutonio Brandi,para negocio de fazendas,roupas feitas, ferragens, molhados, ge-neros do paiz, etc, com o capital de100:000$; firma de Francisco AntônioBrandi & Primo.

João Gonçalves de Aguiar e AntônioRodrigues dé Carvalho, para negocio defazendas e roupas feitas, com o capital de9:0ü0$ ; firma de Aguiar & Carvalho.

Francisco Moreira Netto, José FigueiraDanemberg e Francisco Soares de Gou-vêa, para um estabelecimento de phar-macia, com o capital de 8:0 ;0$000, firmade Francisco Moreira Netto & O

Domingos Moreira da Fonseca, Fortu-nato Netto Lisboa, Luiz Antônio de Me-nezes e Adrianó*Moreira da Costa Lima,para negocio de fazendas por atacado e a

varejo, com o capital de 110:000$, firmade Fonseca, Lisboa & Menezes.

Antônio Joaquim Augusto da Silva eManoel Corrêa da Silva, para negocio demolhados por atacado, commissões e im-portação, etc, com o capital de 50:noO#,firma de Silva e Corrêa.

João !?Manoel Guedes Braga e José daSilva Costa,para negocio de seceos e mo-lhados, com o capital de 3:50 #, firma deGuedes Braga & Costa.

Antônio Joaquim Lúcio da Câmara,Manoel José de Carvalho Cunha e os com-manditarios Dr. Francisco Azarias deQueiroz Botelho e Ângelo Eloy da Ca-mara, para negocio de commissões de

decomman-

ditarios; firma de L. da Câmara, Cu-nha & C.

Leonardo Pereira Baptista e AntônioJosé de Meira, para negocio de molhadospor atacadoe a varejo com o capital deõ0:<:0 #, firma de Baptista, Meira & C.

José da Ro'cha Vianna e Romao Fer-nandes, para commercio de seceos e mo-lhados com o capital de 5:00)^ ; firma deJosé da Rocha Vianna & C.

Francisco Caldeira Gomes da Silva eManoel Pereira da Silva, para uma lojade barbeiro e cabelleireirofcom o capitalde 4:000$ ; firma de Caldeira & Silva.

Manoel de Sá Pereira Mattos e AntônioBernardino Tavares, para negoeio deseceos e molhados, com o capital de3:000/1000: firma de Mattos & Tavares.

Francisco Pereira Botelho e JoaquimJosé Pereira Braga, para negocio decondução de café, fumo, toucinho e maisgêneros, com o capital de 20:000$, sob afirma de Botelho & Braga.

Antônio Manoel Pereira dos Santos eD. Francisca Leopoldina Pereira dosSantos, para negocio de fazendas e obje-ctos de armarinho, com o capital de12:000$, firma de Pereira dos Santos & C.

A assemblea provincial de Sergipedirigio ao governo uma representaçãopedindo o restabelecimento dos examesgeraes na capital da provincia.

Pelo juizo de orphãos da 2a vara serãovendidas em praça hoje as dividas per-tencentes ao espolio do finado JoaquimJosé Fernandes Pereira.

Comeenu hontem a funecionar a 3aescola pública para meninas da fregueziado Espirito Santo, na rua do Viscondede Sapucahy n. 138 B.

O Sr. Roberto Grey faz hoje leilão defarinha de trigo ; o Sr. Enéas Pontes, debilharesSr. SilvaSr

o Sr. A. Cibrão, de moveis; oGuimarães de um prédio; e o

Silva Braga de fazendas.

_$a igreja da Conceição, em S. Chris-tovão, ás 9 horas, se resará uma missapor alma de D. Maria José dos AnjosMurga; na de S. Francisco de Paula, ás81/2 por Felix José Vieira Guimarães;na de Santa Rita, ás 9, por D. LaurianaLeite de Azevedo.

conta própria ou alheia com o capital160:00 $00 ', sendo metade dos comm.

RIO DA PRATA E PACIFICOForam pouco interessantes as noticias

trasidas do Rio da Prata pelo paqueteSorata da linha do Pacifico.Em Buenos Ayres continuava a agita-

çao politica e tinham apparecido cartazessediciosos convidando o povo a tomararmas.

Eram grandes os prejuizos causadospelas innundações que suecederam ásecca que assolou os campos.

O senado argentino approvou a pro-posta do governo para reintegração desofficiaes compromettidos na rebeilião deSetembro, nos postos que antes oceu-pavam. Esta medida é como se sabe pre-paratoria da execução do plano do pre-sidente Avellaneda, para a consiliaçãodos partidos.

Supponha-se que a câmara dos depu-tados rejeitaria o projecto adoptadopelo senado autorisando a intervençãonacional na provincia de Salta.

Foi nomeado ministro plenipotenciarioda Republica junto ao governo Paraguayoo Sr. Tristao Achaval.

No Estado Oriental nada oceorrera deimportante.

Poi nomeado ministro residente da Re-publica em Pariz o Sr. D. Juan Dias.

Do Paraguay a noticia mais importanteé a da prisão do celebre Rivarola compro-mettido no assassinato do presidenteGill e do irmão des^o ministro da fazenda.

Anglina.—

ESCOLAS PREPARATÓRIASNumero dasProfessores..Alumnos....

EnsinoInstitutos..Professores.Alumnas...

escolas.

11superior para mulheres

91697

.414

2002.285

23.44rj

—- Foi assumpto de todas as conversa-ções, durante do *s longos dias, o enterrodo conhecido francez Edmundo Bonhom-me, o isto porque se dissera que a âüthô-ridade policial, á pedido do parodio daConceição Nova, onde residia o finado,pretendia obstar ao enterro civil do fi-nado.

Com effeito houve a queixa do reverendoparocho e, de facto, o commissario geraldo governo civil tomou algumas providen-cias, não tanto para impedir a eeremonia,como para prevenir algum desaguisadoque, por ventura, podesse ter logar, âvista da grande agglomeraçao de povo nasimmediações da casa d'onde tinha de sa-hir o feretro.

Houve, é certo, plano assentado daparte do parocho em obstar a todo o tran-se o enterro civil, para o que desistia deseus direitos parochiaes, offerecendo-seainda a pagar as despezas que se fizes-sem. Parece até que © Sr. ministro doreino dera ordens no sentido de se fazero enterro, segundo o ritual catholico

Consta, porém, que se ado apresentadauma declaração assignada por Bonhommee por uns quarenta cidadãos, na qualdiziam que eram livres pensadores, quese haviam apartado da igreja catholica,apostólica romana e que desejavam serenterrados civilmente, annuira o pro-prio ministro, principalmente depois quesoube ser o Fallecido cidadão francez e

UN.VERSIDADES E COLLEGIOSNumero de estabelecimentos 3-13Dito de professores 3.783Alumnos 37.9^9Alumnas 9.372Valor dos terrenos, edifícios,

etc. (dollars)Receita annual

3^.170.22334.262.1.0

COLLEGIOS" SCTEXTIFTCOS

EstabelecimentosProfessoresAlumnos

721.SSÍ

16.026FACULDADES DE THEOLOGIA, DE DIRE

DE MEDICINA E DE PHARMACIAEstabelecimentosProfessores 1Alumnos 16

ITO,

21*.831.0.26

© tribunal da Relação funeciona hojedas 10 horas em diante. O juiz da 2a varade orphãos e ausentes dá audiência ás 11horas; o da 1» e 2a vara commercial aomeio dia.

.Iss.^y .Za Corte.—Compareceu a julga-mento Antônio Raymundo Cantanheda,natural do Maranhão, de 5 ' anuos, sol-teiro, praça do 1° batalhão de infantaria,analphebeto; aceusado de ter, no dia 8de Dezembro do anno passado, depois deentrar na taverna da rua da Conceição,esquina da de S. Joaquim, tentou tirardinheiro da gaveta do balcão, e como ocaixeiro o segurasse, o réo, para fugir,deu tres facadas no referido caixeiro.O réo negou o facto.

Estiveram no conselho os Srs. Anto-nio José Ferreira Cavalcauti, João Men-des da Costa, Joaquim Teixeira Leitão,João José de Oliveira Costa, Luiz XavierMartins, Cândido José de Siqueira Cam-pello, Carlos Américo dos Reis, DuarteCaetano do Carmo, Elysio Martins dosSantos Cardoso, Antônio Gomes Lins,Antônio Cypriano Nunes Barbosa e Al-bino José Pinheiro filho.

Foi defendido pelo Dr. Borba Junior econdemnado a 6 mezes e 15 dias de prisãoe custas. Hoje serão julgados SerafimAntônio de Carvalho por crime de roubo eVirgílio Victorino de Faria por offensasphysicas leves.

B:as sociedades sob as firmas Moreira,Cunha & O; F. J. Coutinho & C; ViannaCarvalho & C; Vockerodt & C; Brum& C. suceessores, retiraram-se, da pri-meira, os sócios Joaquim Rodrigues daCruz Costa e Luiz César do AmaralGama, continuando com os outros soba firma de Moreira & Cunha ; da 2» osócio Rodrigo Teixeira de Carvalho,continuando sob a firma deF. J. Couti-nho & Meira ,• da 3a o sócio Dionizio Fer-nandes de Moraes , continuando sob afirma ie Vianna & Carvalho ; da ultima osócio F. Coopp Junior continuando amesma firma.

Ficaram dissolvidas as sociedadescommerciaes que existiram sob as firmasde Augusto da Rocha Romariz & C. (duasfirmas);Pinho &Dumms;AlmeidaFonseca Irmãotelho & Santos.

J. F Pinho e Viuva CochraneC: Pereira & Irmão; Bluza &Braga, Deslandes &C. ; Viuva& Genro: Romand & Brest;

& Menezes : Àntero Bo-

Coiista-nos que nos primeiros dias deJunho deve chegar a esta capital o grandequadro da batalha de Avahy do nossocompatriota Pedro Américo.

São favoráveis as noticias recebidasda Europa, relativamente ao café, quecontinua a sustentar o seu bomsendo o mercado activo. preço

Pr;_o Srpublicadatalada Nonoca

J. Lopes Junior acaba de seruma polka para piano, inti-

A alfândega rendeu; hontem 110:615gS43

A recebedoria 27:500$878A mesa de renáas 365$221

conveniência,. ....___.._ „ _.berano em substituir o actual ministério r estar ha muito affastado da igreja.por outro, cujos membros tenham dado 1 Com effeito 'sahio o enterro da rua do \jpravas de energia e de actiyidade em o> Crucifixo; o caixão era de páo pintado,

3k"o decurso da semana finda ficaramarchivados na Junta Commercial os con-tratos dos Srs :

José Teixeira Mendes e Manoel Mar-tins da Costa, para negocio de seceose molhados, com o capital de 3:5áS$961;firma José Teixeira Mendes & C.

Guilherme Sauerbronn , FredericoSauerbronn, Jorge Sauerbronn e CarlosDumans, para negocio de gêneros na-cionaes e estrangeiros, commissões, etc,com o capital de 40:000$; firma de Sauer-bronnn & Dumas.

Lino Pereira de Mello e Victorino Vi-cente de Almeida Bastos, para negocio defazendas e officina de alfaiate, com oca-

«c ta- a a-, t - - Pitai de 6:008$; fii-ma de Lino & Vieto-O Sr. Dias da Silva Junior, propneta- rino.rio da typographia Carioca, acaba de Felix Moutinho Ribeiro e Justino Joséfazer mais um presente de livros sendo : Lopes, para negocio de molhados a reta-oO volumes diversos ao cluh da Lavoura lho, com o capital de 8:000$; firma deem S. José do Barreiro em S. Paulo,e 50 j Moutinho & Lopesao club Alpha nã provincia do Paraná.. Lauriano Campos, Francisco José de'

Pos* uma carta particular, sabemos queo distineto pintor brasileiro Pedro Ame-rico, tendo ido a Urbino, foi alli alvo deestrondosas manifestações e de finosobséquios, como homenagem ao seu ta-lento. Mais de trezentos artistas o rece-beram com uma banda de musica; asmoças de Urbino mandaram-lhe um im-menso ramo de lyrios e rosas, e os typo-graphos uma coroa de louros naturaes;

Além disso, foi-lhe offerecido um es-plendido banquete, a que assistiram va-rios personagens politicos.

F«l recolhido ao hospital da Misericor-dia Martin Sehwart, encontrado cahidona rua, enfermo.

Foi-am prezos, na rua de D. Manoel,Antônio dos Santos, na "rua de S. Pedro,Francisco da Silva Monteiro; na do Ge-neral Câmara, José Antônio por quebrarss venezianas da caza n. 164; na rua daPrinceza, John Armand por ferir comuma faca a Guilherme Hassenon e porjogarem capoeira em frente a uma bandade muzica, Rufino F. Borges, HenriqueA. dos Santos e Manoel P. de OliveiraCosta,

Falléeeu em Roma õ cardeal Tre visa-nato, patriarcha de Veneza e que era con-siderado em certos círculos, como o fu-turo successor de Pio IX.

No Chile dera-se, pela retirada do mi-nistro da fazenda o Sr. Rafael Sotomayor,uma crise ministerial, que não fora resol-vida até partir o paquete

Eram verdadeiramente vigorosos osesforços empregados pelo ministro dajustiça e instrucção publica, o Sr. Amu-nategui, para o fim de desenvolver oensino elementar na republica.

Além do Lycêo das Moças ha poucoinaugnrado ém Valparaizo, creava-semuitas escolas e algumas destas consa-gradas ao estudo de artes e officios tantopara homens como para senhoras.

Ultimamente considerando esse mesmoministro^ que os preceptores das escolasruraes sao os agentes mais efficazes paraderramar o ensino da agricultura, aea-bava de crear na escola normal de pro-fessores um curso theorico-pratieo deagricultura em que devia ensinar-se noIo anno agricultura geral, e especial-mente arboricultura e horticultura, eno 2o zootechnica geral e especialmenteveterinária, apicultura, serculturae cria-çao de aves domesticas.

No Peru, segundo noticias telegraphi-cas, alguns partidários de D. NicolâsPierola conseguiram alliciar a officiali-dade e a tripolaçao do monitor encoura-çado Iluascar, o qual seguira viagempara o Sul.

O governo fizera partir vários naviosde guerra em perseguiçãa do monitor eprevenira as autoridades do littoral.

Continuava no Equador a agitaçãopromovida pelos reaccionarios e ultra-montanos que procuravam crear todosos embaraços ao governo liberal do ge-neral Veiniemilla.

O arcebispo de Quito foi effeetivamentoenvenenado com strichinina lançada nocalix consagrado com que o respeitávelprelado celebrava o sacrifício da missa.

Esse acto de_ferocidacle selvagem e cujoautor ainda nao foi descoberto, excitara aindignação geral e era explorado pelosjesuítas em damno dos liberaes, a quemattribuiam tao espantoso crime.

No dia das exéquias solem nes cartazesaffixados em todas as paredes convida-vam os fanáticos a empunhar o punhalbemdito e a ferir em desaggravo dare-ligiao os reprobos designados. O go-verno tomou as suas medidas, masin-dependentemente disso o povo nenhumsignal deu de querer transformar-se emuma horda de assassinos religiosos, e odia passou-se tranquillo.

O presidente da republica, generalVeintimilla, dirigio esta proclamação aopovo:« Equatorianos. A 6 de Agosto de 1875,quando nesta cidade se perpetrou o crimede assassinar o primeiro magistrado darepublica, a caiumnia assignalou o par-tido liberal como autor do attentado;bem sabeis, porém,- que os principaescidadãos deste departamento, que hojeconstituem .a maioria governativa, eentro elles aquelle que vos dirige agoraa palavra, nos achávamos então no os-tracismo. Bem sabe também a nossaconsciência quaes foram os que armaramo braço do assassino.

« No 1° do passado presenciou os ca ci-dade o selvagem espectaculo de amotinar-se tumultuosa plebe, com tendências ho-micidas contra a minha pessoa, porque aautoridade impedira as predicas anarchi-cas de mal aconselhado franciscano.

«E quatro dias ha, concidadãos, per--'petrou-se ainda nesta mesma cidade umcrime monstruoso, crime sem exemplonos annaes do mal, de envenenar o vir-tuoso, o immaculado metropolitano daarchidiocese. Pessoalmente tenho invés-tigado, pessoalmente investigo e pessoal-mente prescrutarei sem descanso os fiosda satânica trama que manchará indele-velmente os fastos da nossa nacionali-dade.

« Entretanto, permitti-me que yos digaque nunca jamais a historia assignalou oveneno nas mãos da liberdade. E' armaessa que preparam e empregam os Orsinie os Medicis. Os que se alistam e mili-tam nas fileiras liberaes brandem o ferro,fulminam com o pelouro, mas brandem ofulminam com a fidalguia com que o fize-mos em Guaranda e Gatte para offerecer,como naquelles campos offerecemos, de-pois da victoria, a nossa fraternidade eos nossos braços aos vencidos.

. <_' E'- fóra de duvida que o crime foi com-binado mui de antemão e com premedita-çao barbara. Depois do escandaloso sue-cesso dp l.o de Março, dia por dia, se

Í

annunciava a queda do governo, e até seagourou por toda a republica que nãoteria existência politica o partido liberalsonão até domingo de Paschoa. Na sexta-

Page 3: Summario nor - :::[ BIBLIOTECA NACIONALmemoria.bn.br/pdf/369381/per369381_1877_00131.pdf · um dia fora do commum, em que os se-nhores mais orgulhosos e desattentos, procuravam patentear

PlsSeSSl-^;- -.-.'< Pl_P?s_s

O GLOBO — Rio, Segunda-feira 28 e Terça 29 de Maio de 1877

feira Santa em quasi todas as ruas dacidade, incitando aija popular, amanhe-«eram grandes letreiros, em que se pediaa nossa morte, a do ministro geral e a datotalidade do partido. Na mesma Sexta-feira Santa perpetra se o montruoso crime •Em que dial No maior do mundo christão.Em que lugar! No tabernaculo doSenhor. Em que vehiculo ! No calix con-sagrado. Em que substancia! Naquella

3ue se converte no sangue do Nosso Re-

emrtor. Altar, calix e vinho que nãosão guardados pelos empregados gover-nativos, nem estão ao seu alcance.

« Pelo contrario, nos momentos docruento sacrilégio a nossa attitude erainerme, pois que para o acto da adoraçãoda cruz, os militares desafivelam dacintura as espadas, e os quartéis estãosem os seus cbefes naturaes, que assis-tem na igreja á augusta ceremonia. Si oveneravel prelado houvesse expirado aospés do altar, teriamos sido immoladosirremediavelmente.

« O crime que se imputa rechaçadopelo innocente, vai ferir de morte o cui-pado. O partido que ãispõe ãa força edo poder, não ha mister attentaãos paraimpor o seu predomínio. Tão pouco exe-cuta o mal.senão quem delle tira proveito,e que proveito viria ao partido que mehonro de reger, da desapparição do evan-gelico prelado que foi o meu mais leal ami-go desde a infância,do imparcial defensordas tendências da revolução de Setembro,e que até ao momento mesmo que enviousua alma ao céo foi o mediador da paz eda caridade entre os prelados e o sa-cerdocio e a personalidade da minha-administração na situação creada poralguns escriptores mal inspirados e es-tranhos ao circulo governativo ? A liisto-ria, esse juiz imparcial, que recolhe ossuccessos do presente para levar a ver-dade ao futuro, dirá aos séculos porvirem quaes os autores do criminoso es-candalo que desdobra fúnebre sudariodo Carahi ao Maçará, fazendo-nos derra-mar lagrimas e arrancando-nos accentosde desolação. »

Na Colômbia continuava a guerra civilou antes religiosa.

_ Os Estados rebeldes tem soflrido con-tinuados revezes, mas infelizmente asvictorias das forças federaes não tem sidobastante decisiva.

Dos estragos causados pelo terremototanto no Chile como na Bolívia e Peru,continuam a chegar, pelo telegraphotransadino, os mais horrorosos porme-nores.

Incêndio. N. 179. — Directoria geraldo corpo de bombeiios.—Rio de Janeiro,em 98 de Maio de 1877.

Illm. e Exm Sr.—Participo a V. Ex.,que hontem, ás 7 horas e 25 minutos danoite, recebeu este corpo, pelo bombeiroJosé da Gosta Ferreira, aviso de incêndiono prédio n. 2 B da rua do Sacramento.

Immediatamente seguio o material: epessoal de promptidão; e, por encontrarjá exttneto o fogo, deixou de trabalhar,regressando logo após para o quartel.

O prédio é propriedade de AntonioLuiz Gonçalves Vianna e João Antonia.de Oliveira Guimarães e está seguro",ignorando-se a companhia e a quanti-|-O facto deu-se no compartimento do pá^vimento térreo desse sobrado, onde éestabelecido, com deposito de pão, JosóPereira Barbosa ; e teve origem, segundoconsta, no descuido deste em deixar uma-vela com o pavio em ignição, junto auma porção de papeis de embrulho aosquaes communicou o fogo.

Presentido pela fumaça foi denunciadoá guarda do corpo, que se achava de ser-viço na igreja do Sacramento, por um in-dividuo que nao aeclarou seu nome; e,acudindo uma das praças apitou paracomparecerem os rondantes, aos quaesentregou aguarda da porta, tendo antesmandado um seu companheiro ao quartelavisar o coi*po.

O dono da casa que, havia poucos ins-tantes, sahirá deixando fechada a porta,compareceu logo e abrindo-a, entroucom autoridades policiaes que o auxilia-ram a extinguir o fogo.

A repetição destes factos, originadosda incúria ou pouco caso, censurável,dos donos ou locatários de prédios, põeem sério risco a vida e propriedade alheiae a repressão, por meio de medidas coer-citivas, seria muito para desejar.

Compareceram o Dr. 2° delegado de po-licia e o alferes commandante do 1° dis-tricto da guarda urbana.

Deus guarde a V. Ex.—Illm. e Exm.Sr. conselheiro Dr. Thomaz José Coelhode Almeida, ministro e secretario de es-tado dos negócios da agricultura, com--mercio e obras publicas.—O capitão JoãoSoares Neiva, director geral interino.

I*-.© dÉsa 30 do corrente mez, termina acobrança dos impostos relativos ás penasd'agua, seges, carros, carroças, etc., doexercicio do 1876—1877.

Os collectados que não satisfizerem osseus débitos até aquella data, incorrerãoem multa.

Publicon-se hontem o primeiro nu-mero de um periódico hebdomadário sa-tyrico e litterario intitulado O cidaãão.

con ef

Rio de Janeiro, 28 de Maio de 1877.Cotações ofáiciaes

Apólices . —Geraes de 6 «-/„ a.. 1:0258000Idem do empréstimo de 1868 a 1:0908000AccõÉs.—-Banco Ind. e Mferc. a 1758000.1 dem da Comp. Locomotara a 1208000Idem da Comp. Garantia a... 1158000

. Idem das Docas D. Pedro II 3o8000Presidente, J. A. A. Souto.Secretario. Alfreão ãe Barros.

%:\ hora. official da Bolsa^VENDERAM-SE

80 Apólices geraes de 6 °/o ; 12 ditas doempréstimo de 1868 ; 50 acções do BancoIndustrial e Mercantil ; ÍOO ditas dasDocas D. Pedro II ; 20 da CompanhiaLocomotora e 5 da Companhia Garantia,a cotação official.

APRESENTARAM-SEVendedores Compradores

apólices geraesG. 6o/o. 1:0228000

Os fundos brazüeiros em Londres ti-veram alta de preço. Os acontecimentosdo Oriente devem de ter influído paraisso á vista da vacillação que se observanos fundos europeus.

A' ultima data ficaram os nossos titu-los cotados a 90 1/2.

IMMIGRAÇÃODiz o Deutsch Zeitung que, para a

viagem eaccommodação dos immigran-tes allemães que pensam vir estabele-cer-se no Paraná, ainda não adoptou ogoverno providencia alguma.

A mesma folha estranha que © governoimperial guarde sobre este assumpto im-

Senetravel sigyllo como si se não tratasse

e um negocio importante para o paiz... insistência com que o nesso collegaallemão, a quem reputamos bem infor-mado, trata da vinda provável, si nãocerta de tão considerável numero de emi-grantes, exige de nós que também inter-roguemos o governo sobre esse assumpto.

Pelo que nos consta, o governo imperial,lsnge de esperar por esses emigrantes,pretende que elles cá não virão.

E diz-se até que ordens foram expedidasaos cônsules brazüeiros para fazer sentiraos emigrantes que o Brazil não pôde nemestá disposto a fazer sacrifícios para au-xilia-los na sua tentativa.

Venham, porém, ou não os referidosemigrantes, com auxilio do governo ousem elle, parece-nos indispensável que ogoverno se prepare para nao ser surpre-hendido por uma grande massa ^.e emi-grantes que, a julgarmos pela acçao e pelaprevidência official, até aqui demonstra-da, hão deter sobejos motivos de descon-tentamento, pela completa ausência demedidas^acertadas para a sua recepção ecollocacão.

MSio-Grande ülo SuS. — Folhas até 23do corrente:

Noticia o Artista, ter-se travado, nanoite de 16 do corrente, em uma das ruasdo Rio-Grande, um conflicto entre váriossubditos portuguezes e o e:.-cabo do 3° deinfantaria, Marreres de Salles, que sahioferido da luta.

Refere mais a mesma folha que na noitede 17 o rio que banha a cidade, transbor-dou de fórma a inundar algumas ruas eestabelecimentos commerciaes e fabris.

No dia 19 evadiram-se da cadèa civildo Alegrete os réos José Isidro dos San-tos, o galé Claro Francisco da Rocha ePolydoro Ferreira da Silva, condemna-dos á morte pelo jury de Itaqui. Esteul-timo foi afinal capturado pelo Sr. PioAntenio dos Santos e entregue á autori-dade.

Vai ser submettido a con selho o alferesManoel Pedro de Escobar Bueno quecommandava a guarda da cadèa.

Do Jornal, folha dessa mesma locali-dade transcrevemos o seguinte :

« Tem chovido nestes últimos dias ex-traordinariamente, os rios transbordame estendem-se a grandes distancias pelasvárzeas ; é uma innundaçao, sobre a ter-ri vel secca, o que consideravelmente ag-grava os nossos males.

« Parece que uma fatalidade nos per-*=f.. « Já não resta duvida que a pobreza

Ji-ai sentir ©s effeitos da fome.« Que nao so faça esperar a interven-

ção do governo. »Em SanfAnna do Livramento foi

assassinado o soldado Fontoura, praçado 3o regimonto, por um cabo do mesmo,que logrando evadir-se, foi mais tardepreso.

Falleceu na citada localidade o capi-tão Antonio Penteado, alli estabele-cida.

Os jornaes de Pelotas noticiam umgrave conflicto havido entre- dous solda-dos do 3o batalhão de guarda á cadèa,O jogo foi causa do soldado AntonioFrancisco de Souza, conhecido por Guarany, desfechar sobre seu camarada An-tonio Pereira da Cruz um golpe de refle.O aggressor logrou evadir-se.

Refere o Echo do Sul, folha da cidadedo Rio Grande:

« Na fundição dos Srs. Isaguirre & Fi-lho, deu-se hontem um desastre que podiaser origem de terriveis conseqüências.

E' o caso que na occasião em que sefundia o tamborete inferior de uma dasdragas da companhia Desobstrução daFóz de S. Gonçalo, o contacto do ferroem liquido com a terra humida, em con-seqüência da enchente e das muitas chu-vas, produzio uma terrivel explosão, emque só a um milagre se deve attribuir acircumstancia de ninguém ficar ferido.

Com a forca da explosão foi o ferro comque se pretendia fundir o tamborete e -osobjectos que prendiam a fôrma, arremes-sados á grande distancia, sem attingiremfelizmente a nenhuma das pessoas quealli se achavam, nem o incêndio quelogo se manifestou tomou maiores pro-porções, graças ao prompto auxilio detrinta e tantos operários empregadosnaquelle importante estabelecimento.

Serenados os ânimos, continuaram ostrabalhos, fundindo-se ainda durante odia, doze peças. »

O Artista refere o seguinte lamentávelacontecimento:

« O Sr. Dionisio Oliveira, do CerroLargo, teve a desgraça de perder no ter-mo de 24 horas tres de seus filhos.

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608000

FsSra tia BolçaO mercado de cambio esteve pouco

activo, sem alteração nas taxas. SobreLondres realisaram-se pequenas transac-ções em papel bancário a 24 d. e em papelparticular a 24 1/8 e 213/16. Sobre Françasaccou-se a 400 rs. por fr. papel bancário-

Venderam-se pequenos lotes de apoli-ees geraes de 6 % a 1:0258-

As vendas de café foram insignificantes.Nã© houve fretamentos.

IMPORTAÇÃOManifestos -*•

VAPOR INGLEZ —SORATA— DO RIO DA PRATABatatas: 375 caixas a Fulqui Vignolo

& C. ..Frutas verdes : 25 caixas aos mesmos e

12 á ordem.

Um dos amigos daquelle Sr. PasqualZetado, com o fim de consolar o coraçãodo atribulado pai acercou-se delle ere-cebeu tantas punhaladas que sahio semvida.

Este suecesso lamentável attribue-seao effeito da dôr, que tirara a Dionysio ouso de razão.»

Falleceram na cidade do Rio-Grande oSr. Ernesto Bomann e a Exma. Sr. D. Ma-ria de Saulis Motta., esposa do commen-dador José Ferreira da Silva Motta.

A miséria e a falta de trabalho estãoactualmente opprimindo ás classes tra-balhadoras da Europa e dos Estados-Unidos.

Nesta republica ha mais de dous mi-lhoes de operários sem trabalho.

Na Inglaterra além do pauperismo qb-serva-se actualmente grande estagnaçãonas industrias mineiras; e de ViennadAustria escrevem ao Deutech Zeitungo seguinte:

« A miséria dos trabalhadores tomacada vez maiores proporções e o futuronos inspira bastante cuidado. Na Bohe-mia os lenhadores prestam-se a puxar ascarroças em substituição dos cavallospara poderem ganhar a subsistência. EmVienna o trabalho escasseia de um modoassustador. Os ourives e os artezaos offe-recem-se para varrer as ruas e muitasindustrias estão paralysadas. Na fron-teira um pouco de sal e um pedaço de paoé a alimentação de muita gente. »

Matt-o-G^osso. — Recebemos folhasdesta procedência.

O Liberal de Cuyabá noticia o se-guinte :

« No lugar denominado Bority, appa-receram os selvagens, onde roubarameatacaram fogo ás casas do sitio do Sr. Joãode Almeida Lara, distante 12 léguas destacidade, retirando-se espavoridos o Sr.Lara e sua familia.

« Mais adiante roubaram uma outracasa reduzindo-a também á cinzas. »

« No dia 27 do passado, ás 3 horas datarde mais ou menos, cahio o fluido elec-tricô no acampamento do batalhão S°, norancho do soldado Antonio de tal, quedormia na cama e ficou carbonisado, e asua companheira paraguaya, que se acha-va deitada em uma rede, ficou muito of-fendida, conservando ainda a vida, devi-da á coragem de um soldado que entrouno rancho para salval-a do incêndio, li-mitando-se este ao rancho de capim davictima, por terem os soldados deseober-to com prestteza os ranchos lateraes.Consta-nos que a paraguaya falleceu. »

Refere a mesma folha ter-se dado, a 2Sdo passado, um conflicto em uma rua dacidade de Cuyabá, entre operários muita-res e praças de policia, resultando sahirferido da lueta um soldado do batalhão 21.

—Falleceu no Jaboticabal (Araguaya) oantigo capitão Cândido Pereira, deixandouma fortuna de mais de 500 contos adqui-ridos naquelle sertão. Deixou muitos es-cravos livres.

Elle tinha 134 annos de idade e aindamontava e corria a cavallo ; lia e escre-via sem oceulos com facilidade, e gozavaoptima saude. Despendeu mais de 100contos em benefícios públicos.

Falleceram em Cuyabá, no dia 5 docorrente, o tenente-coronel honorário doexercito João de Albuquerque e Silva,collector do rnorcado do 1° districto destacidade, e no hospital da Misericórdia oalienado Joaquim Gandia Nunes.

r¥a ultima resenha da viagem imperialpublicada por uma folha diária destacapital, ^diz-se que S. M. o Imperadorfora vêr no Trocadero o espaço reser-vado á secção do Brazil na próxima Ex-posição de" Pariz.,

Isso para nós quer dizer que S. Ma-gestade tem deliberado que o Brazil sejarepresentado nessa grande festa indus-trial.

Ignoramos si Sua Magestade já man-dou suas ordens ao governo imperialpara que se prepare convenientemente,afim de nao ser obrigado a tomar as suasprovidencias á ultima hora, como é onosso costume, obrigando o paiz, poressa negligencia official, a representarum papel secundário mandando parcasamostras dos seus produetos.

Em tempo fizemos sobre este assumptoalgumas reflexões. Mas constou-nos queo governo imperial, attenta a penúria dothesouro publico, estava deliberado anao promover a representação do Brazilnessa festa internacional.

Vendo, porém, agora que Sua Mages-tade quer que o Brazil concorra, ousamosin que rir do Sr. ministro da agriculturase já tomou as providencias necessárias.

A Exposição deve ser inaugurada emMaio do anno próximo futuro. Attenden-do-se ás distancias e á desidia habitualdos delegados do governo e do própriopovo, parece-nos escasso o tempo paraas medidas que são indispensáveis.

Paraná. — Recebemos folhas destaprovincia.

Em Corytiba tem sido alvo de felicita-ções por parte das câmaras de varias lo-calidades o presidente Lamenha Lins.

Em viagem pelas colônias do Estado,

BRIGT9E INGLEZ — UNDAUNTED — DE CADIZ

Sal: 212 lastres a Fiorita <__ Tavolara.

Entradas de vários gênerosE.F.D.P.II.

Café :Dia 26... K. 7S.643Dia 27... » 128.282Desde l.o » 4.457.046Idem 1876 » 5.104.910

Fomo :Dia 26... KDia 27... »Desde 1.» »Idem 1S76 »

ToucinhoDia 26... KDia 27... »Desde 1.° »Idem 1876.»

Aguardente :Dia 26... P. —Dia 27... —Desde l.o 13Idem 1876» .. 35

Cab. B.ãentro.

2.779.5161.334.785

28.920

1.270.860704.937

3.2824.621

200.257272.162

2.28394

177.308238.483

20.312178.692

90.26010.S45

1.066685

Entradas por cabotagemdia 28 de Maio

Aguardente lõAlgodão 1.570Assucar 555Farinha 2.625Fumo 3.336Meios de solla......... 380Milho 274Toucinho .... 28.3*20

CAFÉ .

De Imbetiba....'. 172.866De Santos] ...:.. 35.480 ¦

no

pipas,kilogr.saccas

»Mlogr.

»saccoskilogr.

kilogs.»

208.346

percorreu o Sr. Dr. Alfredo RodriguesFernandos Chaves, inspector geral dacolonisação, as colônias vizinhas de Co-rytiba, de onde partio a 2 de Maio paraMorretes.

A 5 do corrente achava-se de volta ácapital o presidente da provincia apósuma visita á colônia da Nova Itália,ultimamente fundada em Morretes.

Perante numeroso eoncurso de pessoasgradas installou-se no dia 3 do corrente,na cidade de Corytiba, a escola gratuita« Apóstolo da Caridade », dirigida pelosirmãos Schleders, offereeendo por essaoccasião a loja maçonica Apóstolo ãaCaridade os seus recursos para a manu-tenção de tão útil quão grandiosa em-preza.

Desde o dia 5 acha-se em Antonina oSr. barão de Teflé, que já deu começo aostrabalhos para os quaes o enviou emcommissáo o governo.Fallecerom em Curitiba a 12 do cor-rente a Exma. Sra. D. Maria ConceiçãoSaldanha Castro, esposa do Sr FlorianoBerlintes de Castro ; no dia 15 o Sr.Antonio Francisco Corrêa, portuguez,que a annos reside na provincia, e a 17 ocapitão Tiburcio Borges de Macedo, umdos chefes do partido liberal, na capitalda provincia.

As folhas que recebemos de Santa Ca-tharina carecem de interesse.

Fallecêra, no dia 24 do corrente, o Sr.Ignacio José de Abreu, commerciante dapraça do Desterro.

O Dr. Alfredo Valdetaro mudouprovisoriamente a sua residência para arua D. Mariana ri. 10.'

A' la "Ville de Paris.— Este impor-tante estabelecimento de roupas finaspara homens e meninos,mudon-se do n.35aa rua do Ouvidor para o n. 41, onde es-pera continuar a mercer a preferencia deseus amigos e freguezes, e do respeitávelpublico, assegurando-lhes vender porpreços moderadíssimos.

Imperial _Lyeê"u de Artes e Ofli-cios.—Hoje, 29 do corrente, continuaráo Sr. Dr. Adolpha Del-Vecehio o seucurso de chimica industrial..

S Mbdelegaçia da freguezia daLagêa.—Acha-se no exercicio do cargode subdelegado desta freguezia o Sr. An-tonio José Marques, o qual despacha, emsua residência á rua da Passagem n. 80,onde dará audiência ás quintas-feiras,ás 5 horas da tarde.

emtoriaes

Editaes

S. Paulo.—A 23 chegaram a capitalda provincia os deputados geraes, conse-lheiros Affonso Celso e Martin Fran-cisco.

Com a epigraphe — Scenas da escra,-viãão publica o seguinte a Provincia ãeS Paulo.

« Foram ultimamente arrematadosaqui, em praça, uns escravos, por umfazendeiro. Antes de seguirem para a fa-zenda de seu novo senhor, um dos es-cravos, ainda rapaz, matou a escrava suamulher, e cravou em si diversas facadas.A mulher falleceu immediatamente, e oassassino apreseutou-se em uma fazendapróxima a esta localidade, narrando ofacto e pedindo soecorro. Nesta data(25 de Maio) ainda está vivo, e acha-serecolhido á prisão.

O movimento do hospital da Santa Casade Mizericordia e enfermarias annexas nodia 25 de Maio de 1S77 foi o seguinte :

Existiam. 1271Entraram 24Sahiram 23Falleceram 15Existem 1252

dia 26Existiam ..Entraram..Sahiram ...Falleceram.Existem....

12524839

1258

meteorologia.—Imperial Observato*rio Astronômico, 25 de Maio.Hor. Th. cent. Tli. Fah. Bar. a O. P. A.

7.m 15,0 59,00 761,274 8,0610.*** 17,1 62.78 762,839 10,48l.t 19,6 67,28 761,531 12,494.t 18,8 65,84 760,161 10,24

Céo, limpo e azulado com pequenoscíitus dispersos, serras e montes leve-mente nublados e nevoades e horizontemais eu menos eneinerado. Sopra NE.fraco pela manhã, NO. regular á 1 hora eSSE. fraco ás 4 da tarde.

©ia 26

Hor. Th. cent. Th. Fah. Bar. a #. P. A.

7.*b 15,9 60.63 761,535 9,2710-*? 17,5 63,56 762,157 10,01l.t 18,0 64,50 761,093 11,644.t 19,3 63,74 760,837 11,95

Céo em cirro-eumulus e stractus, serrase montes nublados em cumulus, e hori-zonte nublado e nevoado. Aragem fracade NO. pela manhã e SE. fraco á tarde.

Avisos

S. Jȋo do Prineipe

AOS EXMS. SRS. MINISTROS DA JUSTIÇA, PRE-SIDENTE DA PROVÍNCIA, «. ITEFE DE POLI-GIA, JUIZ DE DIREITO E MUNICIPAL DOTERMO.

Esperamos de S. Ex. providencias afimde cessarem os abusos escandalosos quetêm-se dado neste infeliz municipio, dosquaes temos exarado alguns delles noGlobo de 8 do corrente, e que até hojenao têm sido remediados, como sejam :

A desobediência formal da velha ca-mara ao entregar á nova eleita o seumandado ha muito tempo findo, e comelle o grande saldo que deve existir nocofre da mesma, que consta tem sido em-pregado em satisfazer a necessidades ecaprichos.

A nomeação do delegado de policiapor este termo, que acha-se completa-mente acephalo, ha mais de mez, porfalta do proprietário que morreu e sup-plentes que não tem, dando lugar a istoo andar a guarda municipal sem director,e prestando-se a fazer guarda ãe honraem bailes particulares com caracter po-litico, como aconteceu no dia 5 do cor-rente mez.

O quartel da mesma guarda acha-setransformado em casa de jogo e pagodes,tendo-se dado, ha poucos dias, um gran-de jantar de annos por um preso queacha-se cumprindo sentença! ! !...

Parece incrível, mas é verdade, tão ver-dade como o ter escripto o promotor pu-blico a defeza dos réos de falsidade dasactas da eleição do Passa-Tres, e estaremp_?r pagar-se as despezas do baile, que sedizia monstro, mas que appareceu rati-nho rachitico e eníézadinho.

De novo pedimos ás autoridades com-petentes providencias para os abusosrelatados.

A verdade.

Bifas

Em continuação ao nosso artigo de 23do corrente, temos a informar a S Ex. oSr. ministro da guerra (apezar de S. Ex.não se importar com estas cousas), que,os Srs. Fiscal, Agente e Secretario doLaboratório do Campinho, continuam aonerar os pobres operários do estabeleci-mento, com a sua loteria, conforme provaa supplica que os referidos operários fi-zeram a S. Ex. no Jornal ão Commerciode 25, 28 e 27 deste, assignado Monsóta,um operário maneta que está appiicadoao serviço de passar bilhetes do Club ãoCampinho, por ordem dos Srs. Ajudantee Agente do referido laboratório.

Pelo que fica exposto comprehendeperfeitamente S. Ex. o estado de desrno-ralisação em que estão para com seussubordinados os Srs. Ajudante e Agentedaquelle estabelecimento, os quaes col-ligados com o Secretario, mettem o nomedo tal Monsóta na féria, e é pago comoque estivesse ao serviço da laboratório.

Saiba mais S. Ex. o Sr. ministro daguerra que esse tal Monsóta é o ajudantedo Sr. Agente.

Amanha voltaremos.Justiça.

O Club dos Políticos encerra breve-mente, na sua secretaria, o quadro dossócios installadores.

O Club 'dos Politicos tem os seusestatutos impressos em folheto.

Motel .União, em <_fni__ de Fora.— Adirectoria da companhia União & Indus-tria recebe propostas para o arrenda-mento deste importante hotel.

Secretaria do Club dos Politicos,rua Sete de Setembro n. 74, sobrado.

EXPORTAÇÃOEmbarcações despachadas no

dia 28New-York e eseallas — Vapor inglez La-

piace, 825 tons., consigs. Norton Megan& Youle: não fechou o manifesto.

Rio da Prata — Vapor inglez Teniers,1,033 tons., consigs. Norton Megan &Youle : nao fechou o manifesto.

Rio Doce — Patacho nacional Linhares,72 tons., consig. J. J. de Oliveira Mat-tos : manifestou vários gêneros.

Aracaju — Escuna hollandeza AnnettaNannenga, 158 tons., consigs. ArthurMoss & C.; segue em lastro.

Portos do Norte—Patacho inglez Alton,277 tons., consigs. Arthur Moss & C;segue em lastro.

Marselha e eseallas—Vapor francez Poi-tou, 137 tons., consigs. E J. Albert SsC.; não fechou o manifesto.

Pernambuco—Barca portugueza Alegria,345 tons., consig. Monteiro Braga &Filhos : manifestou vários gêneros.Rio de S. Francisco do Sul—-Patacho na-cional Minerva, 220 tons., consigs.Liberato & Irmão: manifestou váriosgêneros.

Despachos de exportação no dia 28Canal—No patacho dinamarquez Argo,

E. J. Albert & C, 983 couros salgadosn© valor de 8:817^(000. ,..; ,. t

-«a*--*

Movimento do portoSAHIDAS NÒ DIA 27

Liverpool e eseallas—Paquete inglez -So-rata, comin. : Cohlan; passageiros-,além dós já^ublieácíps; seguiram maisos seguintes rfiándéUno Barbosa deCarvalho e sua iiralhér, os pòrfegüézesJosé Maria de Moraes Teixeira Pinto,

Parahyba dp Sul

Á S. A. IMPERIAL

Sereníssima Senhora.—Os orphãos deD. Carolina Pereira Nunes estão amça-dos de recorrerem á caridade publica,visto que ha seis annos nao se tem ter-minado o inventario. E tendo D. CarolinaNunes deixado uma fazenda montada,em que se têm 'colhido annualmente deza doze mil arrobas de café, nao só naose sabe para,fonde tem ido sua importan-eia. como consta existirem dividas novalor de mais de 50:00 ífíOüO !! !

Tatvez que o correspondente da côrtepossa fornecer esclarecimentos que evi-tem prejuízos aos enteados do

Ex-capinheiro. (.*ngaa—laznBqimg——a

Joaquim de Alvellos, Antonio de Al-vellos, o italiano padre Ferdinando deS. Giorgio e mais 71 em transito.

Rio da Prata — Vapor inglez Taniers,1,033 tons. , comm. Robert Yaxley ,equip. 38: c. vários gêneros, passagsos francezes Victorine Mullen e lir-mão; o hespanhol Salvador Bernardase mais 23 passageiros em transito.

Aracaju—Brigue escuna allemão Alice,183 tons., consig. o capitão : segue emlastro.

Liverpool e escalas paquete inglez Sorata,2,612 tons., consig. a companhia do Pa-cifico : nao fechou o manifesto.

Thome—Barca ingleza Ferehs of Forlhs,839 tons., consig. a Estrada de FerroD. Pedro II: segue em lastro.

Barra Velha — Hiate Maria Rosa, 30tons., m. Honorato Francisco da Rosa;equip. 4 : lastro de arêa.

Cabo Frio—Patacho Vampiro, 108 tons ,m. Manoel Tavares de Oliveira, equip.7 : c. vários gêneros.

Rio Grande por Santa Catharina—Pa-tacho Conceição, 176 tons., tons., m.Fernando Martins de Castro, equip. 8 :c. vários gêneros.

^ ENTRADAS NO DIA 28

Montevideo e escalas —• 6 ds. (89 hs. deParanaguá), paquete nacional Rio deJaneiro, comm. Antonio Affonso daCosta; passags. commendador AntonioJosé Gonçalves Bastos e sua mulher,João Baptista Pimenta e sua mulher,tenente-coronel Júlio AnacletoF. Frotae sua familia, João Antohio Nasci-

. mentoe sua famüia, D. ConstançaRasgado. J. <F. Oliveira Primo, Henri-que Schumach, Satyro Antiqueras,Numa Pereira de Lima, Cândido-Joséde Alehcastro, Joaquim Antônio Dias,Antônio Costa, Antônio Vieira Mon-teiro de Oliveira. Alfredo Gonçalves

f Moreira é 1 criado, Frederico Chris-toffe e sua mulher, D. Amalia La-

.EditalO tenente Vicente Fernandes Ennes,

juiz de paz da freguezia de S. João Bap-tista de Nova-Friburgo. Faço saber quepor parte de Augusto de Souza Brandãome foi feita uma petição pela qual mepedia que o admittisse a justificar a au-sencia e incerteza da residência de Fran-cisco José de Magalhães, e, justificadoquanto bastasse, lhe mandasse passarcarta de editos para ser citado para vir ã,primeira audiência deste juizo e que sefizer passados trinta dias para se conci-liar com elle dito Augusto de Souza Bran-dao, acerca do pagamento de quatro con-tos de réis e j uros de dez por cento ao anno,constante de uma letra por elle aceita em9 de Janeiro de 1865 á prazo de seis me-zes. E porque justificou o deduzido emsua petição, lhe mandei passar a pre-sente minha carta de editos de trintadias, pela qual cito, chamo e requeiro aFrancisco José de Magalhães, afim deque venha á primeira audiência destejuizo que se fizer findo o dito termo, con-ciliar-se com o referido Augusto doSouza Brandão a respeito do expedidoem sua petição, sob pena de revelia:sendo as audiências na casa da câmaramunicipal desta villa nas quartas-feirasás 11 horas da manha. E para quo che-gue á noticia de todos mandei passar opresente, que será afixado nos lugares§ublicos

e do costume. Freguezia de. João Baptista de Nova Friburgo, 21

de Abril de 1877. E eu João José ZamithJúnior escrivão interino que o escrevi.—Vicente Fernandes Ennes. {.

EditalDE 30 DIAS PARA VENDA DE ESCRAVOS

O Dr. Antonio Paulino Soares de Sou-za, juiz substituto da l.a vara do com-mercio nesta cidade do Rio de Janeiro eseu municipio, etc.

Faço saber aos que o presente editalvirem que tendo de ser vendidos os es-cravos : Benedicto, crioulo preto, naturalde Pernambuco, de idade 45 annos presu-miveis, rendido de uma verilha, do ser-viço de padaria, avaliado em 900jj : An-tonio, de nação cabinda, de idade 40annos presumíveis, defeituoso da pernaesquerda, avaliado em 9ü0#; em cumpri-mento do disposto no decreto n. 1,696 do15 de Seiembro de 1869, convido as pes-soas que os pretenderem, a trazerem aeste juizo suas propostas em cartas fe-chadas para serem abertas na primeiraaudiência depois dos 30 dias da data dapublicação do presente edital, afim dese effectuar a venda com o proponenteque maior vantagem offerecer Cujos es-cravos sao pertencentes ao espolio dofinado Gustavo Bousquet, e podem servistos á rua do Ouvidor n. 140. E paraconstar se passou o presente e mais doisde igual teor que serão publicados e afã-xados na fórma da lei pelo porteiro dosauditórios que de assim o haver cumpri-do lavrará a competente certidão paraser junta aos autos. Dado e passadonesta cidade do Rio de Janeiro, aos 28dias do mez de Maio de 1877. Eu Bene-d icto de Almeida Torres, escrivão o sub-sçreyi. — Antonio Paulino Soares áeSouza.

eciaraçoesCompanhia Estrada de Ferro de

Rezende ã, ArêasOs Srs. accionistas desta Companhia

que ainda nao realisaram a üa entradadas acções que subscreveram, na razãode 10 % ou 20$ por acçao, sao convida-dos de o fazer com a possivel brevidade,no escriptorio dos Srs. Finnie, Irmãos& C, á rua da Quitanda n: 89. Rio deJaneiro, 23 de Maio de 1877.—AntônioKozma, presidente interino. (•

Sociedade de Beneficência dos Ar-tistas de Construeçâo I\Taval

RUA DA SAUDE N. 61 (SOBRADO)

De ordem do Illm. Sr. presidente con-vido aos Srs. sócios quites á reunirem-se em assembléa geral no dia 31 do cor-rente, às 10 horas da manhã, de confor-midade com o § 1" art. 22 dos estatutos ;para ouvirem a leitura do relatório e ado balanço geral. Maio 28 de 1877.—O1° secretario, José Josephino ãa Silva. (.

Sociedade HSrazileira Ensaios-Litterarios

RUA DO HOSPÍCIO n. 174

Convido os Srs. sócios para reunirem-se em asssemblóa geral extraordinária,quarta-feira 30 do corrente, ás 7 horas danoite. — O presidente, J. H. ãe OliveiraGomes Braga.

ckman, Adolpho Palmeira Fontoura,Dr. Severino Alvares de Carvalho esua familia, Manoel José Soares, Fran-cisco Moreira da Silva, Frederico Gui-marães de Oliveira e lirmã, BonifácioJosé Villela, Bernardo José Machado,Antonio Bernardino Oliveira, AntonioBernardino dos Santos Sobrinho,Fran-eiseo Xavier Gomes, José Joaquim daCosta, J. Mendes Ribeiro de Camargo,José Lourenço da Costa e 1 creado,major Frederico Augusto FontouraLima, 2» tenente José Carlos PintoJúnior, Maria Rita, Leopoldina, li-berta ; 1 sargento, 19 praças de pret,1 mulher e 3 creanças de uma das pra-ças, 2 ex-praças, 1 artífice, 5 praçasdo batalhão naval; os allemães RobertoMuster e sua familia, Francisco Ro-berto Prens, Carlos Deudt: os france-zes Henrique Gugin, Jean BortrandBares e sua familia, Michel Fouret,Henri Figuiere, Sugloir Francois ,Predhomme Louis, Otto Ruttenberg esua mulher; os portuguezes João JosóPereira, Francisco Tavares de Pinho,Manoel da Silva Pinto, Antonio Joa-quim de Avelez, Antonio RodriguesArvellos, Joaquim Arvellos, ErnestoMorant e 1 escravo a entregar.

Paraty por Angra—9 hs. Vapor Para-tyense, 146 tons., m. Joaquim Gomesde Oliveira, èquip. 21: c. vários gene-ros a Domingos Antonio de Góes Pa-checo, passags. Manoel Pereira da As-sumpçao, Porfirio José Ferreira, Eli-ziario Angélico de Oliveira e 1 filhomenor, Joaquim Francisco do Nasci-mento, Maria C. da Conceição, J. PedroGomes de Castro, Júlio César de Cas-tro Villas Boas, D. Senhorinha Faustade Albuquerque, Pedro de Alcântara,Francisco Xavier Simões, D. FranciscaMaria de Nepomoceno e 3 filhos me-ho*es; Claucfiha Maria da Conceição,Manoel Dias de Amorim e 2 escravosa entregar.

;.^_.frV...—_-;-- .-ii- -

Page 4: Summario nor - :::[ BIBLIOTECA NACIONALmemoria.bn.br/pdf/369381/per369381_1877_00131.pdf · um dia fora do commum, em que os se-nhores mais orgulhosos e desattentos, procuravam patentear

ÍÍÍÍ^^;~!§'

4 O GLOÍBO~Rio, Seg-ünda-feira 28 e Terça 29 de Maio dé 1877

ilII DUS TRI ALCapital. .'.¦¦;'. §11.Ia serie reaJisada. I

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• antiga-:: e ao es-.-.•íiações!'scrivao

Caixa H*epositaa*iaDA FHNDANO ANNO DB 1859

Continua a receber dinheiro em contacorrente por cadernetas, pela fórma e con-diçõesde seuregulamento,sendo os jurospagos au accumulados nos semestrescivis, á razão de 6 °/0 ao anno.

Também recebe quantia superior a100# por letras a prazos, pelas seguintestaxas :

per

dos

De 1 a S mezes 5 •/«De 4 a 9 » 7 %De IS a 12 » 8 %

@ jura ó pago adiantado e o selloconta do estabelecimento.

Desconta letras do thesouro ebancos.

Faz empréstimos sob cauça© de ap ©li-ces geraes ou provinciaes.

121 RUA DE S. PEDRO 124

ÍSí>Si* *- -;ki(.-i •--.

, EM 3BJ.Z D15 FORAA Directoria da Companhia União e

Industria até o dia 27 de Junho próximofuturo,recebe propostas para contratar oarrendamento do hotel üNi.vo,vasto esta-belècimento situado na cidade de Juiz deFora, próximo a estação do Rio Novocom muitos aposentos" confortáveis, sa-lões para leitura, piano e bilhar, banhei-ros com agua quente e fria, e bonitosjardins e parques.

Aos Srs. pretendentes se darão todosos esclarecimentos no referido hotel emJuiz de Fora, ou no escriptorio central árua do Visconde de Inhaúma n. 40, paraonde devem ser dirigidas todas as pro-postas em cartas fechadas, as quaesserão abertas a 28 do referido mez aomeio dia.

Rio de Janeiro, 28 de Maio de 1877.—Joaquim de Mello Franco, Director se-cretario. (•

' *LÍ.mi . — ..\ ¦¦ ¦ ¦ ¦¦--,.-..- — _.¦¦..— ¦,.¦¦

lustrada de Ferro D. Pedro IIDe ordem do Sr. director se faz pu-

blico que recebem-se até o dia 31 do cor-rente propostas para o fornecimento deestopa branca ou de côr.

Os Srs. proponentes indicarão o preçoe á quantidade, que poderão fornecer pormez, e ajuntarão amostras ás suas pro-postas.

Convida-se as fabricas nacionaes detecidos de algodão a concorrer.

Secretaria da directoria da Estrada deFerro D. Pedro II, em 12 de Março de1877.— O secretario, Manoel FernandesFigueira. (.

ArrendamentoDe ordem de S. Ex. o.Sr. ministro dos

da fazenda, faço publico queo dia 11 de Junho futuro, rece-bem-se nesta secretaria de estadopropostas em carta fechada para o ar-rendamento do prazo de terra n. 23,pertencente á fabrica de pólvora da Es-trella, nõs limites da fazenda Cordoaria,no sitio do'Riacho de Oliveira, á direitada sahida da estrada nova da Serra daEstrelia.

Secretaria de Estado dos negócios dafazenda, em 11 de Maio de 1877.—JoséSeveriano ãa Rocha. (.

negóciosate o dia

Banco Mercantil de Santos4* GIIAMADA DE CAPITÃES

Os Srs. accionistas do Banco Mercantede Santos são convidados a realisar, dodia 20 a 30 de Junho próximo futuro, a 4achamada de capitães á razão de 10 % ou20/j, por acção.

As entradas das acçoes, registradas nes-ta praça, deverão ser realizadas na the-souraria do Banco, e as das aeções regis-tradas na praça do Rio de Janeiro, nathesouraria do Banco Industrial e Mer-cantil do Rio de Janeiro.

®s Srs. accionistas, no acto de realisa-rem as entradas, deverão apresontar ascautelas que representam as chamadasanteriores, afim de serem substituídas poraeções do Banco, de conformidade com oart. 5° # 1» dos novos estatutos.

Santos, 18 de Maio de 1877. —PeloBanco Mercantil de Santos, C. E. Corbert,sub-gerente. ;

de paquetes allemães entre Ham-burgo e a America do Sul

© PAQUETE AEEEMÂO

MDSTJIM1Nsahirá ao dia 31 do corrente para

BahiaS. Vicente

LisboaHamburg-o

BANHOS QUENTESBANHOS FRIOSBANHOS DE CHUVABANHOS Hã*: FABELL OBANHOS HE BARÈGEBANHOS PERFU3IAOOSBANHOS aBEBlClNAES

ÂSSIGNÂTURAS COM GRANDEABATIMENTO.

ACEIO E PBOHPTIDÃO NO SER-VIÇO.

Toda a roupa do nso dos banhos élavada no mesmo estabelecimento.

Os assignantes têm direito a nmagaveta especial para guardar osaccessorios de toilette e as mesmastoalhas, que são marcadas.

MATA-SAUVAS

194 RUA DO ©UYIDOR 194

0 ADVOGADO João do Monte, mudou

seu escriptorio para a rua Nova doOuvider n. 22.

Ml i•"*"Precisa-se áe uma, com urgência, ua-gando-se generosamente. Annunciem poresta folha para ser procurada.

CARTASDI

Extincção completa dos formigueiros,com pouca despeza e pouco trabalho, esem perigo algum no transporte ou naapplicação ;¦ deposito geral, rua da Qui-anda n. 113, 1» andar

m i

Nesta typographia imprimem-se a qual-quer hora do dia ou da noite.

Mucio Teixeira convida a seus pa-rentes e amigos a ouvirem uma missaqne manda resar sabbado, 2 de Ju-nho ,na igreja de SanfAnna, por al-ma da sua sempre pranteada Mai

D. maria José Ribeibo Tk-cxeira, falleci--da em Porto Alegre, a 17 do corrente mez.

Amanhã primeiro anniversario dofallecimento de Custodio Franciscode Almeida, dir-se-ha na matriz deSanta Rita, ás 8 1/2 da manha, umamissa por sua alma mandada dizer

por sua mãe e irmãos.m*m*mmiaBmwaB*mí»*mma «m«™aw*^

200Ü DE GRATIFICAÇÃOFugio a Pedro Custodio de

Campos, fazendeiro na fre-guezia do Monte Verde, mu-nicipio de S. Fidelis, no dia17 do corrente, o escravo

_ Eliseu, de 26 annos de idadecôr preta, alto, cheio de cor-

po, rosto redondo, imberbe, olhos peque-nos e tem falta de um dente na frente ; foivestido de roupa de algodão, ehapéo delebre, levou uma faca de cabo de prata,sabe ferrar e é tocador de tropa. Estecrioula foi comprado a Custodio de SouzaPinta, que o trouxe da provincia de Goyaz;gratifica-se com a quantia acima a quemo apprehender e leval-o a seu senhoracima indicado, ou apresentai o no Riode Janeiro aos Srs. Ramos & C, á tra-vessa de Santa Rita n. 80. (* ;

S&$K*

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#&»

IilllJ.ll'REMÉDIO SANTO iíi

PARAnão sentirem frio, é comprar nm

chalinho de lã de malha, meder-no por ". 3ÍÍ0OO

PARAse livrar de alguma constipaçao, é

comprar uma capinha de la.comborlas, por 8S00O

PARAse livrar de uma carga de defíuxo

na sahida de algum baile,é com-sahida de baile por.. lOgOOOprar uma

O A¦jOKt-*"" W » RA

DO

Este vapor não recebe passageiros.Para fretes, e carga trata-se com os

consignatarios

38 Rua do General Câmara 38

" CHARGEURS RiSÜlSSOCIEDADE ANONYMA

Companhia Franceza de Navegaçãoa Vapor

O VAPORillIfillÜ{esperado do Havre eom escalas até hoje

29 do carrente. sahirá para .

SANTOSdepois da indispensável demara.

Para fretes e passagens, trata-se comos consignatarios Augusto Leuba & C.

48 RUA DA ALFÂNDEGA 48

ARROIO DOS RATOSA companhia intitulade The Rio Grande Collieres Limited não tendo realisado

a compra da propriedade conhecida sob a denominação de Minas de Carvão, per-

evitar alguma carga de tosse quetanto prejudica os pulmões, écomprar um paleté de casimirad© côr ricamente enfeitado, por12#, 14$ 160800Para não apanhar humidade nos pésé comprar meias de lã.E para se livrarem de muitas outras

causas, assim como sezões, etc, é com-prar flanellas^baetas, cobertores e muitasfazendas de la, por preços baratissimos,que encontrarão na casa do autor destesremédios :

ééééé é éééééé22 22 22 22 2222 Rua do Carmo 22Casa do Ayrosa11

MUDANÇAJosé de Souza Lima, commissario de

café, partecipa aos seus freguezes e ami-gos, que mudou-se para á rua Munici-pai n. 17. ^)

Sociedade Brasileira de Benefi»cencia

RUA DO SACRAMENTO **<*. 12

Tendo o lllm. Sr. Dr. João d© Nascimento Guedes, prestimoso sócio effectivodesta associação c distineto medico alio-patha, residente á rua da Alfândegan. 314, com consultório á rua da Lampa-dosa n. 10, se offerecido expontânea egenerosamente para tratar dos sóciosdesta sociedade que enfermarem, e o con-selho administrativo tendo acceitado taogeneroso offerecimento, assim o commu-nico, de ordem da directoria, aos interes-sados, prevenindo-lhes que deverão pre-munir-se de uma guia passada pela se-cretaria, quando tenham de recorrer aomesmo illustrissimo senhor doutor.—01° secretario, G. Braga.

Real Companhia de Paquetes aVapor de Southampton

© PAQUETE A VAPOR

tencente á companhia Imperial Brasilian Collieres Limited, o abaixo assignadoestá encarregado pelos liquidantes desta ultima companhia (que funcciona sob asordens do Tribunal de Chancellaria), da venda da mesma em particular.

A propriedade consiste de uma mina perfeitamente equipada com caminho deforro eom todos os pertences, edifícios para as machinas, ditos para moradia, offi-cinas, escriptorios, machinas, ferramentas, campo, etc., como segue :

Um caminho de ferro de 13 1/2 kilometros (ou 8 1/2 milhas inglezas" de eom-primenta, bitola de 42 pollegadas, unindo as minas com um trapiche na margem do;rio Jacuhy, os trilhos sao do peso de 60 libras por jarda."üma locomotiva pesando 14 toneladas.

20 wagons que transportam cada um 4 toneladas.Uma mesa giratória, duas machinas para pesar.Um guindaste de força que levante 5 toneladas ou 350 arrobas.Duas machinas a vapor horizontaes de 12 pollegadas, sendo de alta pressão e

de força de 40 cavallos." -Uma dita dita de força de 25 cavallos.Uma caldeira de duas chaminés para a mesma. #Um possante martello a vapor, foles de patente, serra circular a vapor, torno

caaa parafuso de cortar de 10 pollegadas. ,-„-,-,.,. • -, "üm quarto de milha de trilhos ou 44» jardas, leves, pesando 29 libras pardas,

cabos de aco e de ferro, correntes, alviões, ferramenta para ferreiro e carpinteiro,objeetos dè" escriptorio e outros muitos que se não menciona.

Um campo cercado com 53,987 braças quadradas situado sobre o rio Jacuhy,cam casas de moradia. - ,

Todo o material mencionado acima esta em bom estado de conservação. ._E' esta uma excellente opportunidade para a formação de uma companhia no

paiz que obteria esa eondieções muito favoráveis uma propriedade em que se temgasto quasi mil contos de réis. . .

Chama-se a attenção dos Srs. pretendentes para o seguinte que e da maiorimportância. ,

« Quem comprar as minas e propriedade acima mencionadas obtém ao mesmotempo o privilegia de explorar qualquer minerai.que appareça den tro dos limites dosmunicípios deS. Jeronymo e Triumpho,durante as próximos 2.; annos. _

Os pretendentes para toda ou para parte da propriedade terão a nondade dedirigir-se ao abaixo asignado. W. IVeeme : agente dos liquidantes da CompanhiaImperial Brasilian Collieres Limited.

Porto Alegre, S de Maio de 1877.Endereço:

Cuidado do Sr. k. Dillon —RuaSete de^SeteHafere n. 61.

esperado aqui no dia 31sahirá para

do corrente,

:Montevidéo e Buenos-Ayresdepois da indispensável demora.Recebe-se carga no dia 1 de Junho.Para fretes, passagens e mais informa-

ções, trata-se na agencia.49 Rüa Primeiro de Março 49

E. "W. MAY, agente.

N. B. — A bagagem dos Srs. passagei-ros póde ser segurada no escriptorio daagencia.

A Mi D4 ZIZINHAPOLKA PARA PIANO

PORJOSÉ PEREIRA DA SILVEIRA

Publicau-se a 3a ediçãodesta linda o interessantepolka, que tantos applau-sos tem merecido e conti-núa a merecer. Continíiá ávenda em casa da ViuvaCanongia, rua do Ouvidor

103, e na dos Srs. Narcizo & ArthurNapoleão, rua dos Ourives n.

Quem deixará de tocai" A Irmã ..daZizinha ?

Preço 1S999

ãs Dr. MOMBB BARRETTO

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106 RUA DA CARIOCA ioa:J§|. Consultas das 11 ás 2 horas da s*;

§ tarde.Chamados a qualquer hora. ^

¦_ m

Remedio efficaz não só para curar qualquer ataque de erysipela, como para im-,pedir o seu reapparecimento. Approvado pelo Governo Imperial, acha-se a dispo-sição dó publico, com instrucções datadas e rubricadas pelo Autor, os attestado!de" pessoas notáveis, e Medicos.de grande reputação.

DEPOSITO TÔNICORua do Ouvidor 7S (placa), em casa de Bernardo Ribeiro da Cunha. I

outras provincias sao indicados pelas respectivas gazetas.

OFFICINA DE OBRASDO

Companhia União dos LavradoresA.directoria da. companhia União dos

Lavradores cop-vida aos Srs. accionistasa realizarem a 2a prestação de suas aeçõesna razão; de_25 o/o, no prazode 30 dias, acontar dé 6 do próximo mez de Junho a5 de Julho, na conformidndè do art. 7°dos estatutos.;,Rio de Janeiro, 19 de Maio de 1877. —

Dr, Joaquim José de Campos ãa Costa.ãi. Medevrose Albuquerque,presidente.—J.òsé Bernardo.ãa Silva Moreira,director.

Sociedade Concórdia FluminenseBTJÍ4. DA PRAIKHA In. 138 •

D^ ordem do lllm. Sr. Presidente con-Vido aasSfs. sócios quites ãe suas entra-das a réu-riirem-se ém assembléa gétat nódia 30 do cétrehte, às 6 horas dá tarde.

Sara elegerem a nova "administração.-^-

1° secretario, J. F. Lúcio das Chagas.

I

COGRPAGNiE DES MESSAGEMES HâBiTilESAGENCIA

Rua Primeiro de Março 52'O

O PAQUETE

SEST^BGkJiUE-,commandante" Gron., da linha directa, sahirá para Lisboa, Vigo e Bordéos,

tocando somente em Dakar, no dia 1 de? Junho, ás 4 horas da tarde.

O PAQUETE

GI RONDEcommandante Bclabane, da linha circular, esperado|de.Bordéos e escalas até

ó dia 11 de. Jttüho, sahirá para Mt*»ntè^d-So/«.Bnenos»»Ayres ,depois da: indispensável'."*liH*aèi»..-"..'

Para fretes, passagens e mais infaromac^es, trata-se na agencia, e para carga,com o Sr. H. David, corretor< dà

"companhia, á rua- dó Visconde de Itaberany

n.3, Io^adar,. — BERTOLI3I1, agente. '".:"T "y

g-l,q:bc3Esta officina, montada com todo o material necessário, encarrega-se de todos

os trabalhos, taes como: livros, facturas, canhecimehtas, recibos, avulsos deetc, garantindõ-se perfeição n© -trabalho e^theatro, etc.

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84 RÜAL. DO TOUVIDOR 84OPODELOOe DE GUACO

Inventado e preparado por A. G. de Araújo PennaApprovado pela Junta Central de Hygiene Publica, au-;f*^i%^l°-t^^0n^fialr Premiado nas exposiçõesdoBi^il del875,do Ohüedomesmo anuo e de *aüádel-

phia de 1876;^prescnpto pelos médicos como poderoso emr^^ remédio de appücaçãó tópica cantra o EHEUMA-TISMO agudo e chronico, nevralgias^ queimaduras, incha-§oes, tumores, etc. . . v;

. Ácautele-sé é publico cantra^ grosseiras e fráuáulen*tas imitações. ; = -Y*; Oligiümo Opodeldoe de^^€cuacò tãraz á marca re-

^strada do inventor, e veade^se unicamente ae. labora--torio da '-.-'*';;-=•-¦¦: -.- -ry- ¦¦¦*¦¦- - -x. ;.-..v --x;:-.r^ .-f...:..-

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