sumário · ... compostagem, adubação verde, calda bordaleza entre outras. 14 certificação...

SumárioPARTE IAssociação dos Produtores Orgânicos de Vila BonitaUma história de muitos .......................................................................................... 03

PARTE IIA Certificação passada a limpo .............................................................................. 25

CAPÍTULO 1: O que é a Certificação?

Um pouco da história ...............................................................................................26Certificando as propriedades rurais ......................................................................26A conquista do selo ................................................................................................... 27

CAPÍTULO 2: Produção Orgânica Certificada

A Agricultura Orgânica agora tem Lei própria ...................................................28Orgânico IBD: aspectos gerais ................................................................................29Passo a Passo rumo à Certificação Orgânica ......................................................30Ferramentas para Certificação Orgânica – documentos básicos ...................31Alguns detalhes sobre a Certificação de Grupos de Produtores ................... 33A Conquista do Certificado Orgânico ...................................................................34

CAPÍTULO 3: Certificação EcoSocial

Diretriz EcoSocial IBD: aspectos gerais ................................................................ 35Passo a passo rumo à Certificação EcoSocial ...................................................... 37Ferramentas para certificação EcoSocial - documentos básicos ...................38Planejando como resolver os problemas ............................................................40Alguns detalhes sobre a Certificação de Grupos de Produtores ...................45A conquista do Certificado EcoSocial ...................................................................47

Certificação Orgânica e EcoSocial - IBD5

Este é o Sítio SOSSÊGO onde moram Sr. José e sua família.


Na propriedade trabalham, além do Sr. José, a esposa D. Rosa e dois filhos. A principal renda da família vem da venda do café que eles produzem há muito tempo. No sítio também tem horta, pomar e algumas cabeças de gado leiteiro.

PB 6


Para auxiliar a renda da família, Sr. José vai à feira todos os domigos para vender o

que produzem na roça.


Mas a situação da família do Sr. José não está boa. O café está sem preço, a terra empobrecida, a floresta desmatada e a água poluída pelo veneno que usa na lavoura.

Isto está acabando com o “sossêgo” do Sr. José.

PB 8


Outro dia chegou no sítio um vizinho contando que ao assistir a uma

reportagem na TV sobre Agricultura Orgânica e Certificação, ficou muito

animado para tentar recuperar a renda da sua propriedade.


Só que para isso acontecer, teriam que se unir numa

Associação. Se os vizinhos estiverem juntos fica mais

fácil vencer as dificuldades.

Sr. José achava que produção orgânica era bobagem, mas sua mulher que ouvia a conversa, se interessou.

PB 10


Sr. José concordou em conhecer mais sobre o assunto: quais produtos poderiam usar na lavoura, como poderiam cuidar das pragas e doenças... quem poderia comprar seus produtos... Quais seriam as vantagens deser orgânico?


Fizeram cursos, reuniões e muitas parcerias, até que, muita coisa mudou na vida do Sr. José, D. Rosa e seus dois filhos...

E foi assim que Sr. José e os vizinhos se juntaram a mais 10

pequenos produtores que também estavam em dificuldades e criaram

a Associação dos Produtores Orgânicos de Vila Bonita.

PB 12


Tudo o que aprenderam sobre os cuidados da lavoura e da terra foram logo colocando em prática: Compostagem, adubação verde, calda bordaleza entre outras.


Mas, pra vender o produto como orgânico, era preciso certificar a propriedade. Afinal, quem compra precisa ter certeza de que o produto é mesmo orgânico. Foi então que procuraram a certificadora.

PB 14


A certificadora diz qual é a regra – a Diretriz – depois, vai todo ano na propriedade pra ver se o produtor está cumprindo essa regra.


Ao chegar em casa, Sr. José explica a todosque além de cuidar bem da lavoura e da terra, para serem certificados, precisavam também cuidar da natureza e das pessoas que trabalham na roça.

Os rios precisam estar protegidos com mata ciliar, a propriedade precisa ter o meio ambiente protegido e as pessoas trabalhando em boas condições de saúde e segurança.

PB 16


Sr. José e amigos, gostaram da idéia de ser “produtor orgânico”E, com tudo isso, a Associação dos Produtores Orgânicos de Vila Bonita foi certificada e todos os seus associados podem usar o “selo orgânico” em seus produtos.


A essa altura, D. Rosa também já tinha se envolvido no trabalho e hoje é secretária da Associação... Os afazeres da casa ela faz a noite, com a ajuda do Sr. José.

PB 18


Na sua lida diária na Associação, D. Rosa percebeu que alguns associados estavam tendo dificuldade pra resolver problemas básicos: transporte dos filhos pra escola, problemas com qualidade da água e verminose, alguns não sabiam ler e escrever... e resolveu ajudar....

Procurou a Prefeitura, o Instituto que Sempre Ajuda e conquistou muitas parcerias. Aos poucos, ela e mais uns

associados que gostaram da idéia, forammelhorando a vida das pessoas.


E ainda foram além, decidiram também cuidar da natureza: coleta de lixo, reciclagem, plantio de árvores,

construção de fossas nas casas...

PB 20


Um dia, ao fazer aquela visitinha anual, a Certificadora conheceu o trabalho que D. Rosa e seus amigos vinham fazendo pelo meio ambiente e pelas pessoas. Daí veio uma grande surpresa:


Esse trabalho pode ser certificado com o selo EcoSocial IBD. Para isso é preciso apenas que as ações da Associação estejam

organizadas dentro do Programa de Certificação EcoSocial oferecido pela certificadora.

PB 22


O consumidor consciente, além decomprar um produto sem veneno,

valoriza também umproduto que ajuda a

conservar a naturezae a vida das pessoas.

Que Maravilha!

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A Associação passa a ser referência na produção orgânica, recebe diversas visitas de produtores de outras cidades, inclusive uma emissora de televisão já apresentou uma reportagem sobre a história de sucesso dos produtores de Vila Bonita.

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Com o selo Orgânico a Associação conquistou novas possibilidades de comercialização e o selo EcoSocial, trouxe, os produtores de Vila Bonita, pra dentro do Mercado Justo.

... E de quebra, D. Rosa, Sr. José, seus dois filhos e amigos têm a certeza de estarem trabalhando por um mundo melhor

para esta e as futuras gerações.

25

Certificação Orgânica e EcoSocial - IBD26 26


CAPÍTULO 1: O que é a Certificação?Um pouco da história

Em 1919, os franceses começaram a perder o mercado de vinho para os produtores da Califórnia, nos Esta-dos Unidos, e de outras regiões. Para recuperar o mercado, eles passaram a vender os seus vinhos com um selo de indicação de origem; o selo indicava que “este vinho foi produzido em vinícola tradicional francesa”. Isso criou uma relação de confiança entre os produtores e os consumidores, garantindo a estes a procedência do vinho que compravam. Nascia aí uma das primeiras iniciativas de certificação no meio rural; hoje, os vinhos franceses são uma referência mundial.

Desde então, muita água passou por debaixo da ponte, mas o fato é que a certificação tornou-se uma ferra-menta importante para comercialização de produtos, garantindo uma relação de confiança entre produtores e consumidores, no sentido da qualidade e da procedência do produto. O consumidor quer ter certeza de que o produto que está comprando possui as características que ele deseja – feito com qualidade, orgânico, biodinâ-mico, ecosocial... – enfim, não quer comprar gato por lebre. E essa garantia vem do processo de certificação.

Certificando as propriedades ruraisCom o tempo, vários tipos de produtos apa-

receram no mercado: light, diet, não-transgê-nico, alternativo, ecológico, orgânico, natural, sustentável etc.

Surgiram então as Diretrizes, que são as regras do jogo – “o que pode e o que não pode ser feito quando se deseja produzir um produto certifica-do”. Se o objetivo é ter um produto natural, deve-se proceder desta e daquela forma. Se a pretensão é de um produto orgânico, deve-se seguir as Dire-


trizes de Produção Orgânica e se for um produto EcoSocial, as Diretrizes EcoSociais.

Quando o produtor faz a opção pelo Orgânico e co-meça a seguir as Diretrizes Orgânicas, ele está em “Conversão”, ou seja, está deixando para trás o tem-po em usava veneno na lavoura, adubo químico, her-bicida, mexia o solo várias vezes ao ano... e muitas outras práticas que, no sistema orgânico, deixará de fazer. Em vez disso, aplicará outras técnicas que aju-darão a enriquecer o solo, preservar o meio ambiente, proteger a saúde de todos.

Para marcar a mudança, quando sai de um sistema e entra no outro, o produtor se matricula numa Certificadora, para ser inspecionado – visitado – por ela. O produtor preenche um formulário, onde diz o que faz na propriedade, e assume o compromisso com a certificadora de cumprir as regras combinadas. A Certificadora fará uma visita, chamada “visita de inspeção”, e verifi-cará no local o que se produz e o que usa de adubos e agroquímicos, além de orientar o produtor sobre as regras da produção orgânica.

1. A duração do “tempo de conversão” vai depender do produto e do Mercado onde se vai comercializar. 2. Para ser certificado somente EcoSocial não há período de conversão.

A conquista do seloPassado o “tempo de conversão1” , se as Di-

retrizes estiverem sendo cumpridas direitinho, a propriedade recebe o “Certificado Anual”, e durante um ano os produtos podem ser vendi-dos como “Orgânicos2” .

Todo ano o Certificado vence e é preciso re-nová-lo. Para isso, um novo contrato é assinado e a propriedade é novamente inspecionada.


CAPÍTULO 2: Produção Orgânica CertificadaA Agricultura Orgânica agora tem Lei própria...

Em 23 de dezembro de 2003, o Brasil ganhou a Lei Nacional dos Orgânicos, a Lei no 10.831, que “Dispõe sobre a agricultura orgânica e dá outras providências”. É um marco histórico no movimento brasileiro de agricultura orgânica, pois até o momento todos os trabalhos no Brasil eram orientados somente por normas e diretrizes internacionais3 . Como essas normas mudam conforme o país em que foram feitas, a certificação no Brasil dei-xava todo mundo “desnorteado”, porque cada um seguia um rumo. Era necessário uma regra igual para todos os produtores e certificadoras que atuam no Brasil. Diz a Lei brasileira, em seus dois primeiros artigos:

Art. 1o Considera-se sistema orgânico de produção agropecuária todo aquele em que se adotam técnicas es-

pecíficas, mediante a otimização do uso dos recursos naturais e socioeconômicos disponíveis e o respeito à inte-gridade cultural das comunidades rurais, tendo por objetivo a sustentabilidade econômica e ecológica, a maximi-zação dos benefícios sociais, a minimização da dependência de energia não-renovável, empregando, sempre que possível, métodos culturais, biológicos e mecânicos, em contraposição ao uso de materiais sintéticos, a elimina-ção do uso de organismos geneticamente modificados e radiações ionizantes, em qualquer fase do processo de produção, processamento, armazenamento, distribuição e comercialização, e a proteção do meio ambiente.

§ 1º A finalidade de um sistema de produção orgânico é:

I – a oferta de produtos saudáveis isentos de contaminantes intencionais;II – a preservação da diversidade biológica dos ecossistemas naturais e a recomposição ou incremento da

diversidade biológica dos ecossistemas modificados em que se insere o sistema de produção;III – incrementar a atividade biológica do solo;IV – promover um uso saudável do solo, da água e do ar, e reduzir ao mínimo todas as formas de conta-

minação desses elementos que possam resultar das práticas agrícolas;V – manter ou incrementar a fertilidade do solo a longo prazo;VI – a reciclagem de resíduos de origem orgânica, reduzindo ao mínimo o emprego de recursos não-renováveis;

3. IFOAM (Federação Internacional), NOP-USDA (Estados Unidos), CEE2092/91 (Europa), JAS (Japão) e outras.


VII – basear-se em recursos renováveis e em sistemas agrícolas organizados localmente;VIII – incentivar a integração entre os diferentes segmentos da cadeia produtiva e de consumo de produtos

orgânicos e a regionalização da produção e comércio desses produtos;IX – manipular os produtos agrícolas com base no uso de métodos de elaboração cuidadosos, com o pro-

pósito de manter a integridade orgânica e as qualidades vitais do produto em todas as etapas. § 2º O conceito de sistema orgânico de produção agropecuária e industrial abrange os denominados:

ecológico, biodinâmico, natural, regenerativo, biológico, agroecológicos, permacultura e outros que atendam os princípios estabelecidos por esta Lei.

Orgânico IBD: aspectos geraisA Norma (Diretriz) de Qualidade Orgâ-

nico IBD mostra as regras básicas para um produto ser certificado como Orgânico IBD4, explica como deve ser feita a conversão das propriedades, os insumos que podem e os que não podem ser usados na agricultura or-gânica, como deve ser o rótulo dos produtos, as condições para usar o selo e tudo mais que é necessário para uma produção orgânica.

Fala sobre a adubação orgânica, a impor-tância da produção animal juntamente com a produção vegetal, o manejo integrado para que propriedade funcione como um organismo agrícola, como deve ser feito o controle de pragas e doenças. As Diretrizes mostram também os aspectos sociais e am-bientais importantes dentro do sistema or-gânico de produção.

4. Essas Diretrizes são gerais e baseadas nas normas da IFOAM e Mercado Comum Europeu. Para mercados específicos o IBD deve ser consultado.


As normas do IBD explicam como devem ser usadas ou produzidas as sementes e mudas, mostram as regras para a criação e para os produtos de origem animal, para processamento, armazenagem, transporte e empacotamento da produção. Há diretrizes também para apicultura (mel), aqüicultura (peixe, camarão etc), extrativismo (castanha, babaçu, palmito etc), cosméticos, têxteis (roupas, tecidos etc), cogumelos, res-taurantes e serviços de alimentação, entre outros.

Passo a Passo rumo à Certificação Orgânica

O que o produtor deve fazer antes da PRIMEIRA INSPEÇÃO:

Ele escolhe a área e os produtos da propriedade que quer certificar; Solicita à certificadora informações sobre os custos e as providências que deve tomar; Então, a Certificadora envia ao produtor o orçamento e a proposta de trabalho; Se o Produtor estiver de acordo, ele assina o contrato com certificadora; Depois, ele mostra o manejo orgânico que usa na propriedade, preenchendo um formulário da

certificadora.

Como é feita a INSPEÇÃO:

Certificadora marca o dia da visita de inspeção; O inspetor visita a propriedade, para ver se o manejo está de acordo com as Diretrizes; O inspetor deixa com o produtor um resumo das conclusões da inspeção.

O que acontece DEPOIS DA INSPEÇÃO:

O inspetor escreve o relatório da inspeção, mostrando os pontos fortes e o que pode melhorar no pro-jeto orgânico daquela propriedade; A Certificadora estuda o relatório da inspeção, orienta o produtor sobre os produtos e as áreas que

serão certificadas e, se for o caso, mostra o que deve ser mudado; O Produtor faz as mudanças necessárias e informa a certificadora; Assim que a propriedade estiver produzindo de acordo com as normas, a Certificadora emite o Certifi-

cado Orgânico e o Produtor pode vender a sua produção com o selo “Orgânico”.


Ferramentas para Certificação Orgânica – documentos básicos

O produtor deve anotar, durante o ano, o que planejou e o que de fato realizou, com a lavoura ou a criação. Esses dados devem ser guardados e apresentados à certificadora, sempre que ela solicitar. Veja abaixo alguns exemplos de anotações que devem ser feitas:

Plano de manejo da propriedade:

O produtor precisa planejar como cuidará de sua lavoura durante o ano e anotar esse plano no papel.

Mapa ou croqui da propriedade:

É preciso ter um mapa ou desenho da pro-priedade, mostrando as áreas de lavoura, pas-to, aguadas, mata, rios, estradas, terreiros, galpões, residências e outras construções. Se não tiver um mapa, pode ser um desenho feito à mão mesmo.

Registros de compra de insumos:

Os insumos usados no ano agrícola devem ser anotados. Adubos, produtos para controle de pragas e doenças e outros produtos permiti-dos para a produção orgânica, devem ser com-prados com notas fiscais ou recibos, que devem ser guardados pelo produtor.

Registro de aplicação de insumos (Diário agrícola):

Os tratos culturais também devem ser anotados. Por exemplo, se foi usada cama de frango compostada, o produtor deve registrar: Aplicação de 20 litros de cama de frango compostada, em 21 de setembro, nos canteiros de horta do talhão 3. O produtor deve guardar a nota fiscal ou recibo de compra desse adubo. Se o produtor utilizar produto existente na propriedade, como esterco de gado, urina de vaca etc, ele apenas anota a data de uso.


Registro de venda de produtos orgânicos:

Quando a certificadora faz a inspeção anual, ela faz uma previsão ou verificação da produção a ser vendida como orgânica, que fica registrada. Assim, a certificadora tem anotado que a propriedade “X” possui 100 sacas de café orgânico em estoque.

Sempre que o produtor fizer uma venda, o comprador vai pedir o “Certificado do Produto”, e nessa hora o produtor solicita da certificadora um “Certificado de Transação”, que garante que o seu produto é orgânico. Assim, a certificadora sabe quanto foi vendido e quanto resta do produto orgânico.

Registros de estoque de produtos orgânicos (se houver estocagem na propriedade):

O proprietário deve manter anotado o estoque de produtos orgânicos.

Registros de beneficiamento de produtos orgânicos (se houver beneficiamento na propriedade).

Se houver beneficiamento do produto orgânico, esse procedimento deve ser registrado pelo produtor. Por exem-plo, lavagem e secagem de café, processamento de legumes para vender em supermercados, descascamento de cas-tanha, entre outros.

Certificação de Grupos de Produtores

A certificação de grupos segue o mesmo roteiro desA certificação de um grupo de produtores segue o mesmo roteiro, com a vantagem de se inspecionar apenas uma parte de todos os produtores do gru-po (amostragem), sempre que houver um “Sistema de Controle Interno” aprovado pela certificadora. É um sistema de certificação mais econômico.

Os produtores que quiserem a certificação em grupo, devem prestar atenção aos seguintes pontos:


l Organização Social:

Os produtores devem se reunir em um grupo formalizado (Associação, Cooperativa etc.). Essa etapa deve acontecer logo no início do processo de certificação.

l Sistema de Controle Interno:

Os agricultores em um grupo, geralmente têm realidades de produção diferentes. Cada um tem um jeito de plantar e cuidar da roça, do apiário, da criação. Precisam se organizar para que todos os participantes do grupo conheçam e apliquem as mesmas Diretrizes Orgânicas. Afinal, quem está sendo certificado é o grupo e não as propriedades individuais. Como na historinha da Parte I, quem recebe o certificado orgânico não é o Sr. José e sim a Associação dos Produtores Orgânicos de Vila Bonita.

Para que esse sistema de certificação em grupo dê certo, é preciso organi-zar um “Sistema de Controle In-terno”. Isso não é difícil: são alguns produtores do grupo, treinados pelo IBD, que orien-tam os outros produtores so-bre a certificação, verificam se todos cumprem as Diretri-zes, através de visitas às pro-priedades, e anotam o que viram nessas visitas. Depois, a certificadora examina es-sas anotações, para ver como está se desenvolvendo a produção orgânica naquele grupo.

Antes de inspecionar o grupo (reunido em uma Associação ou Cooperativa), a certificadora verifica se o Controle Interno está funcionando bem. Em caso positivo, apenas uma parte dos os produtores é inspecionada.


A Conquista do Certificado Orgânico

Para todo esforço há recompensa. Uma longa caminhada aconteceu, desde que o produtor, ou o grupo, de-cidiu produzir “orgânico”: chamou a certificadora, se ajustou às regras de produção orgânica, anotou tudo o que fez, foi inspecionado ... Ufa! E o Certificado?

Aí ele chega ... A Certificadora entrega o Certificado Orgânico Anual, que é usado pelo produtor ou pelo grupo, juntamente com o “selo orgânico”, em suas vendas.


CAPÍTULO 3. Certificação EcoSocialDiretriz EcoSocial IBD: aspectos gerais

As diretrizes EcoSociais são um progresso no trabalho do IBD e uma resposta ao consumidor, porque ele dá, cada vez mais, importância às questões sociais, ecológicas e de Comércio Justo. Esse consumidor prefere com-prar produtos de origem ética e responsável.

O EcoSocial IBD é uma Certificação que garante que as pessoas trabalham em boas condições de saúde e de segurança, que a empresa investe recursos para melhorar as condições de vida e de trabalho dos seus funcioná-rios, que o meio ambiente está sendo cuidado e garante muitas outras coisas ligadas ao social e ao ambiente.

É uma certificação que completa a certificação orgânica dos produtores - ORGÂNICO IBD (IFOAM, NOP, JAS, ECC) e DEMETER - ou pode ser aplicada sozinha a empresas e produtores que trabalham com produtos convencionais (não orgânicos).

Para serem certificados, os produtores devem cumprir as regras mínimas listadas na norma e pelo menos duas metas de progresso ligadas ao desenvolvimento ambiental e duas ligadas ao humano e ao social. Não quer dizer que tudo já deve estar pronto na propriedade para que ela seja certificada. Mas o produtor precisa mostrar as suas ações em benefício do ambiente e dos trabalhadores.

Veja abaixo alguns pontos que são verificados nas inspeções EcoSociais. Alguns pontos são os mí-nimos, outros são as metas de progresso.


Bom gerenciamento dos recursos hídricos (rios, aguadas etc)

Progresso

CRITÉRIOS DE DESENVOLVIMENTOHUMANO E SOCIAL

Cumprir a legislação trabalhista brasileira e estar regularizado nos órgãos oficiais

Mínimo

AMBIENTALCumprir a legislação ambiental brasileira e

estar regularizado nos órgãos oficiaisMínimo

Preservar as áreas naturais protegidas (APPs, RLs e Unidades de Conservação)

Mínimo

COMÉRCIO JUSTO

Ser justo nos relacionamentos comerciais

Mínimo

Negociações abertas, transparentes e duradouras entre as partes interessadas

Mínimo

Apoio ao trabalho sindicalizado

Mínimo

Garantir a segurança e as boas condições de saúde no trabalho

Mínimo

Manejo correto dos recursos naturais (matas, florestais, aguadas, solo etc)

Mínimo

Premiação do empreendimento pela prática do Comércio Justo

Mínimo

Sobre-preço ou prêmio usados para reforçar os benefícios sociais e ambientais da propriedade

Mínimo

Benefícios iguais para os trabalhadores fixos e temporários

Progresso

Participação nos resultados

Progresso

Bom gerenciamento de resíduos sólidos (lixo doméstico, sobras de processamento etc)

ProgressoCapacitação dos funcionários

Progresso

Bom gerenciamento de efluentes líquidos (chorume, vinhaça, lodo de esgoto etc)

Progresso

Orientação para organizar grupos de produtores (Sistema de Controle Interno)

Progresso

Bom gerenciamento de efluentes gasosos (gases ou fumaça que podem poluir etc)

Progresso

Capacitação técnica de grupos de produtores;Progresso

Manter e melhorar a biodiversidade e bancos de sementesProgresso

Proibição do trabalho infantil

Mínimo

Cuidado com prejuízos ambientais do manejoagrícola ou extrativista

Progresso

Proibição do trabalho forçado

Mínimo

Não usar ou trabalhar com transgênicos (OGM);Mínimo

Respeitar as diferenças sociais, religiosas, políticas e de raça; não fazer diferença entre

homens e mulheres (não discriminar)Mínimo

Proibição do uso do fogo para queimadas

Progresso

Apoiar a educação básica e fundamentalProgresso

Produção agropecuária sustentávelProgresso

Melhoria nas condições de moradia, alimentação e saúde

Progresso

Auxílio à mulher trabalhadora e apoio à gestante e à que está amamentando

Mínimo

Apoio ao idosoProgresso

Prevenção de vícios e apoio aos usuários de fumo, álcool e drogas

Progresso


O acompanhamento do EcoSocial na propriedade é realizado por uma Comissão Gerenciadora, formada por:

Proprietário ou diretor da associação;Funcionário, colaboradores ou associados;Um representante do IBD.

Se na mesma propriedade houver várias produções diferentes, esses diferentes setores devem estar repre-sentados na Comissão.

Passo a passo rumo à Certificação EcoSocialO que fazer antes da primeira inspeção:

O Produtor escolhe a área da propriedade e os produtos que quer certificar; Solicita informações à certificadora sobre custos e atividades para a certificação; Então, a Certificadora envia para o produtor o orçamento e a proposta de trabalho, detalhando os

custos e as fases da certificação da propriedade; Concordando com a o orçamento e a proposta, o Produtor assina o contrato com certificadora; Depois, é formada a Comissão Gerenciadora do EcoSocial. Essa Comissão é formada pelos represen-

tantes dos diversos setores da produção. Veja exemplos no próximo capítulo. A Comissão Gerenciadora verifica se a propriedade está cumprindo os Critérios Mínimos Sociais,

Ambientais e de Comércio Justo. A Comissão descreve como está a situação social e a situação ambiental da propriedade. Para isso,

basta seguir o modelo fornecido pelo IBD. Este é o chamado Diagnóstico Social e Ambiental. O resultado do Diagnóstico é entregue à Certificadora.

Terminando o Diagnóstico, a Comissão Gerenciadora já pode ver quais são os principais problemas sociais e ambientais na propriedade. A Comissão deve discutir na empresa, com o maior número possível de interessados, para escolher as duas prioridades sociais e as duas ambientais que serão trabalhadas durante o ano de certificação. Essas prioridades são o que se chama de Critérios de Progresso.

Agora é hora de preencher os Questionário do Produtor (QP). Esse QP é o formulário de matrícula para o produtor entrar no EcoSocial IBD. Ele envia ao IBD o QP preenchido junto com o Diagnóstico.


Como é a inspeção:

Estando matriculado e com o contrato assinado, a Certificadora marca a visita de inspeção;O inspetor da certificadora visita a propriedade, para ver se a propriedade está em de acordo com as normas

– verifica o funcionamento da Comissão Gerenciadora, o cumprimento dos critérios mínimos e de progresso.

Depois da inspeção:

O Inspetor escreve um relatório da inspeção, mostrando os pontos fortes e o que pode melhorar no projeto EcoSocial inspecionado;

A Certificadora estuda o relatório da inspeção e envia ao produtor a decisão sobre a certificação (quais os produtos e as áreas que serão certificados e o que deve ser feito para isso);

Se a propriedade estiver cumprindo direitinho as normas, a Certificadora entrega o Certificado Eco-Social, que é anual;

Com isso, o Produtor já pode vender sua produção com o Selo EcoSocial.

A cada ano, a propriedade deve ser novamente inspecionada pela certificadora e, se tudo estiver conforme as Diretrizes, o Certificado EcoSocial é renovado.

Ferramentas para certificação EcoSocial – documentos básicosConheça um modelo de Comissão Gerenciadora:

Imagine uma Cooperativa de Produtores Orgânicos de Hortaliças. Nesse grupo, há 20 pequenos produtores, 30 trabalhadores contratados nas propriedades, 5 funcionários da cooperativa, 2 vendedores e 1 motorista que faz a entrega.

A Comissão Gerenciadora verifica os problemas sociais e ambientais, lista os mais importantes e ajuda o grupo a escolher quais serão trabalhados durante o ano. É interessante ter nessa Comissão:

1 ou mais produtores; 1 ou mais trabalhadores da roça;


1 representante da cooperativa ou setor de vendas.1 ou mais mulheres de produtores: no caso dos pequenos produtores, normal-

mente as suas mulheres e seus filhos acabam participando da produção, e por isso ajuda muito quando elas participem da Comissão.

Conheça o Roteiro para realizar o Diagnóstico Social e Ambiental da Propriedade:

Como já vimos, para obter o Selo EcoSocial, o proprietário rural ou grupo de produtores precisa dizer ao IBD quais são as condições sociais e ambientais das propriedades.

Sabemos que para poder melhorar alguma coisa, é preciso saber o quê precisa ser melhorado e quais são os problemas sociais e ambientais na propriedade. É para isso que existe o Diagnóstico, também chamado de Marco Zero.

O Diagnóstico é feito com um Roteiro Básico, for-necido pelo IBD.

Certificação Orgânica e EcoSocial - IBD 39


PROBLEMAS SOCIAIS

Analfabetismo entre os adultos.

Falhas no atendimento à saúde.

Não há treinamento para melhorar a produção

Transporte ruim das áreas de produção dos cooperados até a cooperativa

PROBLEMAS AMBIENTAIS

15 propriedades não possuem Reserva Legal.

Em 10 propriedades possuem rios sem mata ciliar.

O lixo fica esparramado nas propriedades.

Em 6 propriedades, as casas não têmm fos-sas sépticas.

A água dos rios está contaminada por vermes.

Planejando como resolver os problemas

As dicas a seguir servem para qual-quer tipo de Cooperativa. Para a certifi-cação de produtor individual, a Comis-são Gerenciadora também pode usar essas dicas, para ter o maior número possível de pessoas envolvidas nas de-cisões do EcoSocial.

Vamos continuar com o exemplo da Cooperativa de Produtores Orgânicos de Hortaliças. Ao terminar o Diagnóstico, a Comissão vê que as propriedes têm os se-guintes problemas sociais e ambientais:


EXERCÍCIO 1: ESCOLHENDO AS METAS

As pessoas envolvidas na produção se reúnem e escrevem, numa lousa ou folha grande de papel, ou mesmo no chão se for o caso, todos o problemas sociais e ambientais que existem nas propriedades. Antes escolher os que vão ser trabalhados primeiro, pergun-ta-se se alguém quer colocar mais algum problema e caso alguém queira, ele deve ser anotado junto com os demais.

Em seguida, faz-se uma tabela como a que está abaixo. Cada participante é convidado a votar em dois problemas sociais e dois ambientais.

É hora de escolher as duas metas sociais e as duas ambientais para trabalhar durante o ano. Veja alguns exercícios1 que ajudam nessa escolha:

PRIORIDADES SOCIAIS:

Problema

Analfabetismo entre os adultos

Falhas no atendimento à saúde

Não há treinamento para melhorar a produção

Transporte ruim das áreas de produção dos cooperados até

a cooperativa

Prioridade

XXXXXX

XXXXXXXX

XXX

XXXXX

Total

6

8

3

5

Categoria de Prioridade

2

1

4

3

1. Esses exercícios são baseados na publicação “Diagnóstico Rural Participativo. Um guia prático” de Miguel Expósito Verdejo, publicado pelo Programa de Apoio a Agricultura Familiar / Ministério do Desenvolvimento Agrário.


Esse resultado mostra que o grupo escolheu como Prioridades Sociais as falhas no atendimento à saú-de e o analfabetismo entre adultos.

Passamos então para os problemas ambientais. Temos que lembrar que ter Reservas Legais e Mata Ciliar na beira dos rios são exigências legais e por isso esses itens não entram na votação, pois são obriga-tórios. Tem de haver um planejamento a propriedade cumprir essa lei. Assim, entrariam como possíveis prioridades ambientais:

PRIORIDADES AMBIENTAIS

Problema

Lixo esparramado nas propriedades.

6 casas sem fossas sépticas.

Água dos rios contaminada por vermes.

Prioridade

XXXXXX

XXXXXX

XXXXXXXXX

Total

7

6

9

Categoria de Prioridade

2

3

1

Portanto, a Cooperativa apresentou como Prioridades Ambientais: Programa para recompor a Reserva Le-gal, Programa para Recuperar as Matas Ciliares, Programa para o Lixo e Programa para Despoluir a Água para consumo das casas.

Agora, os participantes começam a pensar sobre as causas e as conseqüências dos problemas escolhidos por eles. Isso ajuda a planejar como solucioná-los. Veja como:


EXERCÍCIO 2: PENSANDO NOS PROBLEMAS Suas causas e conseqüências...

Desenha-se uma árvore, colocando cada problema como um tronco. Na discussão, vão sendo preen-chidas fichas (quadrados de cartolina) com as possíveis causas (são as raízes) e efeitos (ga-lhos) do problema, que vão sendo colocados na árvore.

Com isso tudo desenhado, se discute se são mesmo a causa ou o efeito, e se necessário, trocam-se raízes por galhos ou vice-versa. Quando todo o grupo estiver de acordo com a colocação das fichas, estas são colocadas na árvore.

Finalmente, o grupo discute quais as causas que podem ser eliminadas ou controladas pelo próprio grupo ou pela empresa.

Com esse exercício, todos os participantes pensaram nas causas e nas conseqüências dos problemas que existem nas propriedades.

Agora chegou a hora de pensar como é que todos podem contribuir para acabar com esses problemas. Veja uma dica de exercício para aprender a planejar:


RESPONSÁVEIS

Sr. Antônio e D. Sebastiana.

Sr. Pedro

Quem coordena é a D. Ana e todos ajudam.

Quem coordena é o Mário e a Vitória, filhos do Sr. Ânge-lo, com a ajuda de todos.

PRAZO

Daqui duas semanas.

Semana que vêm.

No próximo sábado será o primeiro mutirão

No próximo sábado.

CAUSA

MUITOCONSUMO

PREFEITURA NÃO VEM RECOLHER

FALTAM DEPÓSITO DE LIXO NAS PROPRIEDADES

AÇÕES

Dar uma palestra sobre necessidade de consumo e geração de lixo. Junto com a palestra, que será no Salão Paroquial, será servido chá e bolo da D. Sebastiana.

A Cooperativa vai agendar uma reunião com o Secretário de Serviços Urbanos para entregar um ofício com o nome de todas as propriedades que precisam de coleta de lixo.

Realizar dois mutirões por mês para ir construindo depósitos para os lixos recicláveis.

Começar a coleta seletiva nas casas: na palestra do Sr. Antônio vão ensinar como faz; durante os mutirões vão ser pintados latões pra lixo reciclável e rejeito. O lixo orgânico não é problema porque já vai pras criações.

Os participantes precisam ver o que fazer para eliminar cada causa, quem vai fazer e quanto tempo vai demorar. Veja como é simples:

EXERCÍCIO 3: RESOLVENDO OS PROBLEMAS

Para cada causa de problema, se pensa como resolvê-la e quem serão os responsáveis.Por exemplo, foram descobertas três causas para o problema “lixo esparramado nas propriedades”:

MUITO CONSUMO;PREFEITURA NÃO VEM RECOLHER;FALTAM DEPÓSITOS DE LIXO NAS PROPRIEDADES.


Vai se fazendo assim, até que todas as causas do problema sejam trabalhadas, uma por uma. Ah! Não es-queça que nesses exemplos foi trabalhado só um dos problemas ambientais, o “lixo esparramado pelas pro-priedades”. Agora, tem que trabalhar os outros problemas ambientais e os sociais. O bom é que no final do trabalho, se terá um Planejamento completo de como resolver os problemas escolhidos como prioridade.

Detalhes sobre a Certificação de Grupos de ProdutoresA certificação em grupo deve seguir os mesmos passos e as mesmas ferramentas descritas acima. Existe,

como na Certificação Orgânica, a possibilidade de inspecionar a cada ano apenas uma parte dos produtores do grupo, se existir o Sistema de Controle Interno2 aprovado pelo IBD. Assim fica bem mais econômico.

Além dos passos acima, os produtores que quiserem a certificação em grupo devem prestar atenção nos seguintes pontos:

Organização Social dos Produtores:

Os produtores se reúnem em uma Associação, Cooperativa etc. Isso deve ser feito logo no início, antes do primeiro passo do roteiro acima.

Participação Social: conhecendo e trabalhando juntos pela solução dos problemas.

Para a certificação EcoSocial de um grupo, é preciso conhecer a condição social e ambiental de cada propriedade, pois cada uma é de um jeito. Quantas pessoas trabalham em cada propriedade? Elas estão registradas e trabalham em boas condições de saúde e de segurança? Como está a água dos rios, eles têm mata ciliar? As propriedades estão muito desmatadas? E o lixo que é produzido, onde é depositado? As casas têm fossa?

O grupo precisa conhecer a condição de cada propriedade, para que todos possam decidir quais são os principais problemas socioambientais e trabalharem para resolvê-los.

Para isso, é muito importante para o EcoSocial dar certo em um grupo de produtores que exista a participação.

2. Na prática é um conjunto de associados que desempenha as funções de orientar os agricultores quanto à certificação, verificar se os mesmos vêm cumprindo as Diretrizes através de visitas periódicas, registrar essas visitas para que a certificadora possa averiguar o andamento das propriedades.


A Direção da Cooperativa não deve decidir sozinha quais são as metas sociais e ambientais a serem trabalhadas pelos associados. A Direção pode até escolher as metas certas, mas a decisão terá mais valor e tudo será mais bem resolvido se todos participarem dessa escolha. Quando as pessoas sentem que fazem parte das decisões, elas tra-balham muito mais motivadas.


A conquista do Certificado EcoSocial

Voltando à nossa historinha do come-ço, da Associação dos Produtores Orgâ-nicos de Vila Bonita, lembra? Então, D. Rosa e seus amigos que já vinham tra-balhando pelo social e pelo ambiental, também formaram a Comissão Geren-ciadora da Associação, fizeram o diag-nóstico, verificaram os critérios míni-mos e ajudaram os associados a esco-lherem os programas de progresso... colocaram tudo pra funcionar nos moldes do EcoSocial do IBD. Veja só o certificado deles...

Realização:

sumário · ... compostagem, adubação verde, calda bordaleza entre outras. 14 certificação...

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