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Sugestões para o aperfeiçoamento do sistema brasileiro de concessão de patentes de invenção Estudo sobre as vantagens para a inovação trazidas pelo PPH (Patent Prosecution Highway) Atualizada até fevereiro de 2017

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Page 1: Sugestões para o aperfeiçoamento do sistema …lickslegal.com/pdf/PPHbooklet_pt.pdfA produtividade do INPI é extremamente baixa: um examinador produz em média trinta e cinco decisões

Sugestões para o aperfeiçoamento do sistema brasileiro de concessão de patentes de invençãoEstudo sobre as vantagens para a inovação trazidas pelo PPH (Patent Prosecution Highway)

Atualizada até fevereiro de 2017

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO ........................................................................................................................................ 2Gráfico 1: Comparativo do tempo médio do exame por autarquia de patente ..............................3

O SISTEMA DE PATENTES BRASILEIRO – VISÃO GERAL .............................................................. 4

DEPÓSITOS DE PEDIDOS DE PATENTE NO INPI ............................................................................ 5Gráfico 2: Depósitos de pedidos de patente no INPI de 2000 a 2016 e a previsão do INPI para os depósitos até 2022 ....................................................................................6Gráfico 3: Tempo médio de tramitação de um pedido de patente no INPI por área tecnológica.........................................................................................................................7

O BACKLOG DO INPI ............................................................................................................................ 8Gráfico 4: Comparativo dos depósitos de patente, decisões e backlog ............................................8Gráfico 5: A progressão do backlog de patentes do INPI .....................................................................9

AS DIFICULDADES OPERACIONAIS, GERENCIAIS E ADMINISTRATIVAS DO INPI .............. 10

SUGESTÕES PARA O APERFEIÇOAMENTO DO SISTEMA BRASILEIRO DE CONCESSÃO DE PATENTES DE INVENÇÃO ............................................................................ 10

LIMITAÇÕES DO PROGRAMA-PILOTO BRASIL-EUA DE PPH ................................................... 11Gráfico 6: Em média apenas 3,52% dos pedidos depositados são elegíveis para o atual programa-piloto de PPH ..................................................................................................... 12Gráfico 7: Próximo de ZERO - Apenas 0,009% do backlog do INPI é atingido pelo PPH ......... 13Tabela: 20 pedidos aceitos no PPH até 11/11/2016 ............................................................................. 14

O PATENT PROSECUTION HIGHWAY - PPH ................................................................................. 15

A RESOLUÇÃO P-56/2016 ARGENTINA ........................................................................................ 16

CONCLUSÃO ........................................................................................................................................ 17

© 2016, Licks AdvogadosÉ permitida a reprodução parcial ou total desta obra, desde que citada a fonte. Otto Licks, Tatiana Machado e Roberto Rodrigues

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INTRODUÇÃO

No momento em que o Brasil supera incertezas po-líticas e trabalha para sobrepujar dificuldades econô-micas,é consenso que o país precisa de medidas de estímulo ao crescimento econômico. Uma das maio-res contribuições pode vir do investimento privado estrangeiro direto (IED). O recém-criado Programa de Parcerias de Investimentos – PPI1 sinaliza a direção. Igualmente importantes são os investimentos estran-geiros diretos onde não há interação contratual entre o Estado e a iniciativa privada, dependentes do am-biente de competitividade e da inovação tecnológica. Aqui, uma das mais importantes medidas de estimulo ao crescimento econômico é a efetividade das nor-mas que regulam a propriedade intelectual, especial-mente o sistema de patentes de invenção.

Para se diminuir o impacto negativo aos investimen-tos estrangeiros diretos no Brasil, é necessária a rá-pida melhora da performance do Instituto Nacional da Propriedade Industrial – INPI. Responsável pelas patentes de invenção, o INPI é uma autarquia federal brasileira criada em 1970 (pelo General Médici), que tem por finalidade principal executar as normas que regulam a propriedade industrial no país. As normas mais importantes estão nos Decretos 81.742 (Trata-do de Cooperação em Matéria de Patentes – PCT) de 1978; 1.263 (Convenção de Paris) e 1.355 (TRIPS/OMC), ambos de 1994, e na Lei 9.279, de 1996 (Lei que regula direitos e obrigações relativos à Proprie-dade Industrial – LPI). O Presidente da autarquia, in-dicado pelo Ministro da Indústria, Comércio Exterior e Serviços, é de livre nomeação e exoneração do Pre-sidente da República. A atual presidência é ocupada pelo Prof. Luiz Otavio Pimentel, desde 11 de agosto de 2015, indicado pelo então Ministro Armando de Queiroz Monteiro Neto e nomeado pela ex-Presiden-te Dilma Rousseff.

A principal função executada pelo INPI é a concessão de patentes de invenção e de modelos de utilidade, e o registro de desenhos industriais e de marcas. No exercício dessa função, a atuação do INPI tem sido censurada pelos usuários, pela excessiva demora no exame dos pedidos e pela qualidade das decisões administrativas. Inclusive, virou fato comum usuários recorrerem ao Poder Judiciário buscando a revisão de

atos que denegam o título de propriedade industrial. No Tribunal Regional Federal da 2ª Região há, inclu-sive, duas turmas especializadas em propriedade in-dustrial, e na Seção Judiciária do Rio de Janeiro, qua-tro varas especializadas – tudo em função da enorme quantidade de ações judiciais ajuizadas contra o INPI (267 nos últimos 12 meses, só no Rio de Janeiro).

Atualmente há mais de 10.000 ações pendentes en-volvendo o INPI no Judiciário brasileiro.

O registro de programas de computador, indicações geográficas, topografia de circuitos integrados, e con-tratos de licença também são atribuições do INPI.

A dificuldade do INPI em concluir o processamento de pedidos de patentes é reconhecidamente o maior problema do sistema de propriedade intelectual do Brasil. Atualmente, o INPI leva em média onze anos para decidir se concede ou não um pedido de patente.

É notório que o INPI não tem conseguido cumprir satisfatoriamente sua função institucional, causando danos aos usuários, ao interesse social e ao desenvolvimento técnico e econômico do País. Três consequências dessa carência do INPI são i) a quanti-dade de pleitos não decididos pela autarquia (backlog); ii) o tempo que o INPI leva para decidir qualquer pleito dos usuários (pendency); e iii) a diferença nos padrões de operação, gerência, administração e governança da atividade que a autarquia exerce, quando comparada com órgãos públicos que desempenham atividades semelhantes em outros países ou, até mesmo, com outras instituições públicas brasileiras.

A título de comparação, segundo dados oficiais de 2014 e 2015, a autarquia europeia de patentes (Eu-ropean Patent Office – EPO) gasta cerca de três anos para decidir um pedido de patente. Já a autarquia norte-americana (United States Patent Office – USP-TO) leva dois anos e meio, a autarquia chinesa (State Intellectual Property Office of the Public Republic of China – SIPO) menos de dois anos, e as autarquias ja-ponesa (Japan Patent Office – JPO) e sul-coreana (Ko-rean Intellectual Property Office – KIPO) menos de um ano e meio.

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O SISTEMA DE PATENTES BRASILEIRO – VISÃO GERAL

A proteção dos inventos e criações industriais, das marcas, dos nomes de empresas e de outros signos distintivos é assegurada pela CF/88 como direito fun-damental, transcrito no inciso XXIX do artigo 5º.

O processo de concessão de uma patente de inven-ção é regulamentado pela Lei nº 9.279/96 (LPI) e por tratados internacionais incorporados ao ordenamen-to jurídico brasileiro. A LPI estabelece, por exemplo, que será patenteável a invenção que atender aos requisitos de patentabilidade – novidade, atividade inventiva e aplicação industrial – e aos requisitos for-mais (artigos 8º e 24 da LPI).

Uma vez presentes todos os requisitos, o INPI deve conceder a patente. O ato administrativo de conces-são de uma patente é vinculado, e não discricionário. Não há espaço para um juízo de conveniência e opor-tunidade por parte do INPI. É o que afirma a jurispru-dência dos tribunais brasileiros:

“É necessário observar, ainda, que ao contrário do sustentado pelo INPI, o ato de concessão de patente não é discricionário, devendo a Administração vincu-lar-se aos critérios delineados na lei. O Judiciário pode

perfeitamente, exercendo um controle de legalidade dos atos administrativos, aferir a observância destes critérios com o auxílio de profissionais habilitados, como ocorreu nos presentes autos”.

(Apelação Cível 9702296218, Tribunal Regional Fe-deral da 2ª Região, Segunda Turma, julgado em 20 de fevereiro de 2002):

“Cinge-se a questão a se definir qual seria o prazo prescricional para a ação promovida pelo titular de pa-tente que pretenda discutir o prazo de validade fixado pelo INPI. Inicialmente, cabe salientar que tal ato de im-pugnação guarda a natureza jurídica de ato administra-tivo (...). Note-se que se trata de ato vinculado, porque todos os seus elementos vêm definidos na lei”.

(Apelação Cível 2008.51.01.817159-7, Tribunal Re-gional Federal da 2ª Região, 2ª Turma Especializada, julgado em 31 de agosto de 2010)

Assim, é vedado ao INPI utilizar da sua função insti-tucional – regulamentada pela LPI e pela lei de criação do INPI (Lei nº 5.648/70) – para fazer escolhas discri-cionárias e dificultar a concessão de patentes com

A produtividade do INPI é extremamente baixa: um examinador produz em média trinta e cinco decisões de mérito em exame técnico de pedidos de patente por ano – menos de três decisões por mês. Conse-quentemente, em 2015 o INPI tinha 211.478 pedidos de patente pendentes de decisão final de primeira instância (configurando o denominado “backlog”). A estimativa do próprio INPI é que esse número chegue a mais de 300.000 pedidos em 2022.

Os problemas do backlog do INPI geram impacto di-reto na economia e no desenvolvimento do país. No relatório “The Global Innovation Index 2016”, recente-mente publicado pela World Intellectual Property Or-ganiation (WIPO) e outros, o Brasil ocupa apenas o 69º lugar no ranking de inovação. O país está atrás de Chile (44º lugar), Costa Rica (45º lugar), México (61º lugar), Uruguai (62º lugar), e Colômbia (63º lugar). O relatório da WIPO ressalta como positivo a força do Brasil atra-vés do impacto de publicações científicas, mas destaca grande fraqueza em gerar um ambiente propício para negócios. O relatório conclui que a situação do Brasil pode melhorar se estabelecer entendimentos de coo-peração, no âmbito da inovação, com outras nações.

No mesmo sentido, relatórios como o “Global Infor-mation Technology Report 2016” também destacam a posição frágil do país para gerar um ambiente pro-pício para inovação, colocando o Brasil na 72ª posi-ção geral e 124ª no quesito “ambiente de negócios e inovação”. A carência de proteção adequada e efetiva

dos direitos de propriedade industrial no país está di-retamente ligada a esse cenário desfavorável.

O INPI não tem logrado exercer a sua função institu-cional de forma eficiente, respeitando o devido proces-so legal administrativo e a garantia de duração razoável do processo. A atuação da Autarquia é muitas vezes questionada quanto a diversos direitos e garantias fun-damentais inscritos no artigo 5º da Constituição Federal de 1988 (CF/88), além dos princípios que regem a atua-ção da Administração Pública, previstos no artigo 37 da CF/88, criando um Estado de Coisas Inconstitucional (ECI) que prejudica não apenas os usuários diretos do sistema de patentes, mas toda a sociedade brasileira.

Outras autarquias de patente na América Latina apoiam seus governos e a iniciativa privada na com-petição por investimentos estrangeiros diretos. Chile, Colômbia e México, por exemplo, implementaram faz tempo formas eficientes de lidar com backlog, pendency e problemas de gestão. Em setembro de 2016, o novo presidente do INPI argentino, Dámaso Pardo (nomeado em julho de 2016), foi muito além, ao estabelecer a Resolução P-56/2016, que, de for-ma simples, incentiva o desvio para a Argentina de investimentos de alto valor agregado originalmente programados para o Brasil. Sem a necessidade de tra-tados ou acordos executivos, a autarquia de patentes argentina estabeleceu um sistema de exame de pedi-dos de patente capaz de garantir decisões rápidas aos que pretendem investir na Argentina.

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É o Estado brasileiro que detém soberania – a qual é una e indivisível.

base em um juízo de conveniência e oportunidade.

É o Estado brasileiro que detém soberania – a qual é una e indivisível. Quando o Estado brasileiro, através do Poder Legislativo e do Poder Executivo (enquanto administração pública direta), faz uma opção política pela promulgação de leis e adesão a tratados inter-nacionais que preveem a proibição à discriminação

de áreas tecnológicas e de empresas estrangeiras para fins de patenteamento, ao INPI cabe velar pelo cumprimento da lei e exercer sua função institucio-nal com impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência. O INPI não pode, por esse motivo, re-tardar o processo administrativo de concessão de patentes de determinadas áreas tecnológicas e de depositantes estrangeiros.

DEPÓSITOS DE PEDIDOS DE PATENTE NO INPI

Embora o INPI projete um aumento no número de de-pósitos para os próximos anos, o cenário mais provável à luz dos dados referentes aos últimos cinco anos (2011-2015) é que esse número se mantenha estável. De 2011 para 2015, o aumento no número de depósitos ao ano foi de meros 3,6%, chegando a cair em 2014 e 2015.

O cenário representado no gráfico 2 coloca o Bra-sil na contramão de outros países do mundo. A ní-vel global, o número de depósitos anuais de pedidos de patentes de 2011 para 2014 aumentou 24% (os dados de 2015 ainda não se encontram disponíveis). Neste mesmo período o Brasil experimentou um crescimento modesto de 4,08% nos depósitos anu-ais de pedidos de patente, abaixo até mesmo da taxa de crescimento de depósitos da América Latina e do Caribe, que como um todo foi de 6,47%. Esses dados refletem o baixo interesse da comunidade internacio-nal no Brasil, e geram, como consequência, um cená-

rio pouco propício para inovação e competitividade.

O número de novos pedidos de patentes apresenta-dos no país mantém-se relativamente constante, com uma baixa taxa de crescimento. Não obstante, o ba-cklog do INPI aumenta a uma velocidade assustadora. Entre 2011 e 2015, o número de depósitos experi-mentou um aumento de apenas 3,6%, mas o backlog do INPI cresceu 28,43%.

O enorme acúmulo de pedidos de patentes perante o INPI faz com que o tempo de tramitação desses pedi-dos seja muito superior ao que seria razoável. O tempo médio para decisão de um pedido de patente é de mais de onze anos. Em certas áreas tecnológicas a situação é ainda pior: patentes de telecomunicações demoram mais de quatorze anos para serem decididas. Cerca de 30.000 novos pedidos de patentes são depositados no Brasil todos os anos, chegando a 31.020 em 2016.

Entre 2011 e 2015, o número de depósitos experimentou um aumento de apenas 3,6%, mas o backlog do INPI cresceu 28,43%.

A demora do INPI é ainda mais preocupante quando comparada com a de outros países. A autarquia de pa-tentes europeia (EPO) demora cerca de três anos para decidir um pedido de patente. A autarquia norte-a-mericana (USPTO) leva em torno de dois anos e meio. A autarquia chinêsa (SIPO) precisa de menos de dois anos em média para conceder uma patente. As au-tarquias japonesa (JPO) e sul-coreana (KIPO) utilizam menos de um ano e meio para concluir o processo de tramitação de um pedido de patente.2

Mesmo autarquias de patente de países que apresen-tam índices de desenvolvimento mais próximos do Bra-sil possuem melhores índices de produtividade e, con-sequentemente, um menor backlog do que o Brasil.

A autarquia de patentes indiana (IPO), por exemplo, embora não esteja em uma situação muito melhor,

consegue ser mais eficiente. O IPO recebe mais de 40.000 depósitos de pedidos de patente por ano, e profere decisões técnicas finais para cerca de 14.000 pedidos anualmente. Em 2015 a autarquia indiana-contava com um efetivo de 183 examinadores de patentes e desenhos industriais.3 A média anual de produtividade de cada examinador é, portanto, de 76 decisões de exame por ano, cerca de seis deci-sões por mês – o dobro da média do examinador brasileiro. O backlog da Índia no final de 2015 era de 246.495 pedidos de patente.4 Embora este número seja superior ao brasileiro, a Índia recebe anualmen-te cerca de 10.000 depósitos a mais do que o Brasil (42.763 contra 33.043 em 2015) e conta com menos examinadores (183 contra 193 em 2015).

As autoridades indianas entendem que a eficiência do IPO precisa melhorar e, por isso, vêm adotando

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medidas capazes de reduzir esse tempo de tramita-ção. Uma dessas medidas é a adoção de acordos bila-terais de cooperação com outras autarquias de paten-te, tais como o EPO e o JPO.

A autarquia de patentes russo (Federal Service for In-tellectual Property – Rospatent), por sua vez, recebe uma média de 40.000 depósitos de pedidos de patente por ano (em 2015 foram mais de 45.000 pedidos depo-sitados), e profere mais de 30.000 decisões substanciais por ano deferindo ou indeferindo pedidos de patente de invenção. Não há dados oficiais sobre o tempo mé-dio de tramitação de um pedido de patente naquele país. A Rússia participa desde 2009 do programa de acordos bilaterais de cooperação com outras autarquias de patente, junto com 20 outras autarquias de patente.5

Na América Latina, a Colômbia demora apenas 22 meses para decidir um pedido de patente.6 A Argenti-na, após as alterações implementadas pela Resolução P-56/2016, de 19 de setembro de 2016, deverá ser ainda mais rápida.

No Brasil, a CF/88 assegura a todos, no âmbito judi-cial e administrativo, a razoável duração do processo (artigo 5º, inciso LXXVIII). Não há legislação no País que permita uma demora média de onze anos para a tramitação de um processo administrativo. A atuação do INPI está em dissonância com a prática de outros países e não corresponde a um modelo de Adminis-tração Pública eficiente que se busca implementar no Brasil, em consonância com os princípios do artigo 37, caput, da CF/88.

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PETRÓLEO E ENGENHARIA

QUÍMICA

PETRÓLEENGEN

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PATENTES DE MECÂNICA

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NECESSIDADES HUMANAS

NECESSIHUM

FARMÁCIA IIFARMÁ

POLÍMEROS E CORRELATOS

POLÍMEROS E CORRELATOS

POLÍMERCORRE

PATENTESDE ENGENHARIA

CIVIL

PATENTDE ENGE

C

TECNOLOGIA EM EMBALAGEM

TECNOLOEMBA

10 ANOS

AGROQUÍMICOS E CORRELATOS

AGROQUÍMCORRE

TÊXTEISTÊXT

FARMÁCIA IFARMÁ

11 ANOS

BIOQUÍMICA E CORRELATOSBIOQUÍMCORRE

BIOLOGIA MOLÉCULAS E CORRELATOS

BIOLOGMOLÉCUCORR

ALIMENTOS, PLANTAS E

CORRELATOS

ALIMENTPLANT

CORR

12 ANOS

FÍSICA E ELETRICIDADE

FÍSICAELETRI

COMPUTAÇÃO E ELETRÔNICA

COMPUTAELETR

13 ANOS

TELECOMUNICAÇÕESTELECOMU

14 ANOS

AGRICULTURA E ELEMENTOS DE

ENGENHARIA QUÍMICA INORGÂNICA

AGRICULTUELEMENT

ENGENHARINOR

9 ANOS

METALURGIAE METAIS

METALUE ME

8 ANOS

Gráfico 3

TEMPO MÉDIO DE TRAMITAÇÃO DE UM PEDIDO DE PATENTE NO INPI POR ÁREA TECNOLÓGICA

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O BACKLOG DO INPI

“Backlog” é o termo usado por usuários do siste-ma de patentes e pelo próprio INPI para designar o acúmulo de pedidos de patentes depositados e que aguardam decisão final de primeira instância.

Conforme o grafico 4 abaixo mostra, o backlog (linha ver-melha) é criado e alimentado constantemente uma vez que o INPI trabalha em menos pedidos de patente do que a quantidade de depósitos anuais (linhas verde e azul).

Em 2015, este número era de 211.478 pedidos. A previsão do INPI é que a situação piore nos próximos

anos, com um aumento de 46% no backlog entre 2015 e 2022:

COMPARATIVO DOS DEPÓSITOS DE PATENTE, DECISÕES E BACKLOG

Gráfico 4

A previsão do INPI é que a situação piore nos próximos anos, com um aumento de 46% no backlog entre 2015 e 2022.

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AS DIFICULDADES OPERACIONAIS, GERENCIAIS E ADMINISTRATIVAS DO INPI

Qual seria a explicação para esse cenário? Conforme demonstrado, o INPI recebe menos pedidos do que a média mundial e, até mesmo, do que a latino-ame-ricana e caribenha. Não obstante, o backlog cresce a cada ano a uma velocidade assustadora.

Segundo dados de 2015, a autarquia brasileira conta com 193 examinadores de patente ativos, que produzi-ram cada um uma média de trinta e cinco decisões em exame técnico por ano. Ou seja, uma média de menos de três decisões por mês. Essa produtividade extrema-mente baixa, demonstra a necessidade de reforma da in-fraestrutura, do aumento no número de examinadores, e da implementação de novos procedimentos que pos-sam ajudar o INPI a ser mais produtivo. Em virtude desse cenário o INPI contratou 70 novos examinadores em ju-nho de 2016, e outros 30 em novembro do mesmo ano.

Conforme relatório elaborado pela Confederação Na-cional da Indústria (CNI), publicado em 2014,7 a pro-porção entre o número total de pedidos pendentes e o número de examinadores no Brasil é de 960, ao passo que nos Estados Unidos é de 77, e no Japão, 186.

Contudo, esses dados não podem ser usados como uma desculpa para a demora da tramitação dos pedidos de patente perante o INPI. Afinal, embora a relação pe-didos pendentes/examinador indique uma carga maior de trabalho para o examinador brasileiro, a situação se

inverte quando analisamos a relação pedidos deposita-dos anualmente/examinador. Neste ponto, em 2012, por exemplo, enquanto que os 225 examinadores brasi-leiros receberam 33.569 pedidos de patente (vide Grá-fico 2 na pagina 6), os 1.713 examinadores na autarquia japonesa receberam 342.796 novos pedidos de paten-te. Assim, enquanto que, em 2012, o INPI recebeu 149 novos pedidos de patente/examinador, o JPO recebeu 200 novos pedidos de patente/examinador.8

A carga de trabalho nova que chega anualmente para o examinador de patentes brasileiro é muito inferior à carga de trabalho que os examinadores europeus, nor-te-americanos e japoneses recebem. Não seria corre-to dizer que o examinador brasileiro tem uma carga de trabalho superior. Se a relação pedidos de patente pendentes por examinador é mais elevada no Brasil, o problema reside na baixa produtividade dos examina-dores do INPI que gera um efeito “bola de neve”.

Outra dificuldade refere-se à análise dos dados rela-tivos aos recursos financeiros do INPI. Em 2014, o INPI auferiu R$268.201.54,00 em receitas de serviços, e a sua dotação orçamentária prevista na Lei Orçamentá-ria Anual (LOA) daquele ano foi de R$ 403.436.523,00. Vale ressaltar que de 2013 para 2014 a dotação orça-mentária anual do INPI subiu 22,5%, muito embora a autarquia não tenha aumentado o quadro de exami-nadores ou melhorado a prestação de serviços.

A carga de trabalho nova que chega anualmente para o examinador de patentes brasileiro é muito inferior à carga de trabalho que

os examinadores europeus, norte-americanos e japoneses recebem. Não seria correto dizer que o examinador brasileiro tem uma carga de trabalho

superior. Se a relação pedidos de patente pendentes por examinador é mais elevada no Brasil, o problema reside na baixa produtividade dos examinadores

do INPI que gera um efeito “bola de neve”.

SUGESTÕES PARA O APERFEIÇOAMENTO DO SISTEMA BRASILEIRO DE CONCESSÃO DE PATENTES DE INVENÇÃO

O Brasil vive desafios na economia. O investimento es-trangeiro no país reduziu: enquanto que em 2014 o Brasil atraiu US$97 bilhões, em 2015 esse número caiu drasti-camente para US$75 bilhões, e estima-se que em 2016 será de apenas US$60 bilhões.9 A retomada do cresci-mento econômico nacional depende de um ambiente interno favorável para os investimentos estrangeiros. Um sistema de patentes eficiente e que privilegia a inovação é um importante indicador deste cenário favorável.

O Governo Federal deve buscar medidas que melho-rem a gestão da máquina pública sem um aumento desmedido de gastos, garantindo melhor custo-bene-fício. A necessidade de racionalização dos gastos faz com que a ampliação dos investimentos do Governo Federal na estruturação do INPI seja dificultada. Con-tratar mais examinadores, aumentando a folha de pa-gamento da autarquia, não é uma medida imediata. Ainda, de nada adiantará contratar mais examinadores

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se a produtividade por examinador não for melhorada.

Entretanto, há excelentes alternativas que poderiam ser adotadas para tentar melhorar esse cenário com o menor dispêndio de gastos públicos possíveis.

A primeira alternativa – que vem sendo implemen-tada com elevada taxa de sucesso em outros países e também pelo Brasil – é a expansão do Patent Prosecu-tion Highway – o PPH.

A outra alternativa, que seria complementar ao PPH, é adotar sistema semelhante ao da Argentina, esta-belecido através da recente Resolução P-56/2016. Essa solução poderia ser adotada no Brasil através de mera Resolução ou Instrução Normativa que permi-tiria que o examinador de patentes nacional fizesse uso, de forma ainda mais ampla do que no PPH, do trabalho já produzido em outros países. Com isso, o sistema atacaria o ponto principal do problema da de-mora dos exames de pedidos de patentes: enquanto que o PPH foca em pedidos que ainda estão penden-tes na maioria das autarquias do mundo, de modo a reduzir, através da troca de informações, o tempo de tramitação de pedidos de patente (pendency) em

diversos países ao mesmo tempo, a Resolução ou Instrução Normativa nos termos aqui descritos per-mitiria alcançar os pedidos de patente que já foram objeto de decisão de mérito na maioria dos outros países, contribuindo para a redução do backlog como objetivo principal. A redução do pendency em países com considerável backlog será uma consequência da resolução deste problema.

Através do estabelecimento da Resolução P-56/2016, a Argentina demonstrou sua compreensão adequada sobre o funcionamento do sistema de patentes e so-bre a importância em valorizar o cenário de inova-ção para promover o crescimento econômico. A Re-solução P-56/2016 da Argentina assemelha-se, aliás, ao Ato Normativo nº 152/99, editado pelo INPI em 1999, e que dispunha sobre a apresentação da có-pia da patente correspondente ao pedido nacional e que foi concedida em outro país, enquanto subsídio para o exame a ser realizado pelo examinador brasi-leiro. Infelizmente, o Brasil não deu continuidade à evolução do seu sistema de patente da forma como a Argentina fez através da nova Resolução P-56/2016. O risco para o Brasil será o de perder tecnologias e inovação para o mercado argentino.

LIMITAÇÕES DO PROGRAMA-PILOTO BRASIL-EUA DE PPHPedidos aceitos no programa até esta data representam

apenas 0,008% do backlog do INPI

Em novembro de 2015, o Brasil anunciou a adoção, através de um Memorando de Entendimento (MOU), de um programa-piloto com os EUA para implementar um acordo de exame compartilhado prioritário, Patent Prosecution Highway - PPH. O projeto iniciou-se em ja-neiro de 2016 através da Resolução nº 154/2015.10 Em-bora a notícia seja um significativo avanço para mitigar os efeitos do backlog, o PPH adotado pelo Brasil limitou--se ao setor de petróleo e gás, além de estabelecer que o INPI examinará no máximo 150 pedidos de patente na forma desta resolução, e que tenham sido depositados após 1º de janeiro de 2013. Tais limitações prejudicam a dimensão e inviabilizam os objetivos do PPH.

A finalidade do PPH é proporcionar uma melhora na eficiência da tramitação de um pedido de patente,

reduzindo a demora, e otimizando o dispêndio de re-cursos das autarquias de patente. A existência de uma busca prévia confiável permite diminuir o tempo gas-to com o exame técnico contribuindo para o aumento da produtividade – o que já se identificou como sendo um dos principais problemas enfrentados pelo INPI.

No caso do acordo estabelecido com os EUA, a limi-tação do PPH brasileiro apenas ao setor tecnológico de petróleo e gás acaba não beneficiando a indústria e a economia como um todo, nem contribui para me-lhorar o cenário nacional de inovação e atrair investi-mentos. Conforme pode ser visto no gráfico abaixo, o número de pedidos depositados anualmente no setor tecnológico de petróleo e gás no Brasil é uma peque-na parcela do número total de pedidos:

A limitação do PPH brasileiro apenas ao setor tecnológico de petróleo e gás acaba não beneficiando

a indústria e a economia como um todo, nem contribui para melhorar o cenário nacional de inovação e atrair investimentos.

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25.885

28.099

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13

Entre 2013 e 2016,11 os pedidos do setor de petró-leo e gás representaram, em média, 3,52% do total de pedidos depositados anualmente. Ainda, a maior parte do backlog do INPI está nos pedidos de patente depositados antes de 2013 (data referência do pro-jeto-piloto Brasil-EUA), que estão há anos na fila do INPI, sem uma perspectiva de decisão. Pedidos estes que certamente já foram examinados e concedidos

em outros países. Consequentemente, não é surpre-endente que o número de pedidos de patente que são elegíveis para o PPH segundo os critérios fixados pelo INPI representam apenas 1,9% do backlog total do PPH. Como se esse número já não fosse irrisório o suficiente, até hoje o INPI somente aceitou aplicar o projeto-piloto para 26 pedidos de patente, os quais representam 0,008% do backlog total do INPI.

PRÓXIMO DE ZEROApenas 0,009% do backlog do INPI é atingido pelo PPH

Limitado a 2013 e a um setor tecnológico apenas, o PPH piloto não contribui para melhorar o INPI. A am-pliação do escopo do PPH para outros setores da tecno-logia, bem como a assinatura de PPH com outros países

são passos essenciais para reduzir o backlog do INPI e para atrair investimentos produtivos e tecnologicamen-te de vanguarda para o país. O projeto-piloto com os Estados Unidos não é capaz de atender essa finalidade.

Gráfico 7

1,8%(4,659)

98,2%(256,376)

0,009%(26 Pedidos aceitos no PPH)

AMPLIAÇÃO

Backlog (exceto Óleo, Gás ou Petroquímica)

Backlog dos pedidos elegíveis para o PPH - Óleo, Gás ou Petroquímica

Pedidos aceitos no PPH

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26 PEDIDOS ACEITOS NO PPH ATÉ 11/11/2016

Número do pedido Título Depositante Resultado

do exameNúmero da prioridade

BR 10 2013 008358-5 Métodos e parelhos para cimentação de poços Key Energy Services, LLC. (US) Pendente US 13/506,227

BR 10 2016 007667-6Succinimidas substituídas com hidroxialquila e combustíveis contendo as mesmas

Afton Chemical Corporation (US) Patente concedida US 14/855,631

BR 11 2014 028843-7Processo para purificação de corrente de hidrocarboneto aromático incluindo remoção seletiva de estireno

ExxonMobil Chemical Company, Inc (US) Patente concedida US 61/653,688

BR 11 2014 029190-0

Elementos de corte para ferramentas de perfuração de solo, ferramentas de perfuração de solo que incluem tais elementos de corte e métodos relacionados

Baker Huges Incorporated (US) ,Element Six Limited (IE)

Patente concedida US 13/477,905

BR 11 2015 005927-9Processo para redução de cloreto em produtos de hidrocarbonetos usando um catalisador líquido iônico

Chevron U.S.A. Inc. (US) Patente concedida US 13/715,873

BR 10 2013 018178-1 Separação de campo de onda por inversão de domínio misto PGS Geophysical AS (NO) Pendente US 13/552,611

BR 10 2013 019971-0 Sistema e método de um sistema de monitoramento de reservatório PGS Geophysical AS (NO) Pendente US 13/568,773

BR 10 2016 000836-0Aditivos de combustível para tratar depósitos internos de injetores de combustível

Afton Chemical Corporation (US) Patente concedida US 14/667,062

BR 11 2014 033014-0 Processo para isomerização de xileno e catalisador para o mesmo ExxonMobil Chemical Patents, Inc (US) Patente

concedida US 61/695,493

BR 11 2015 001611-1

Tensor de corrente de ancoragem em circuito e método para executar tensão junto a uma linha de âncora submersa

Seahorse Equipment Corp (US) Patente concedida

US 61/678,889 US 61/675,650

BR 11 2015 002284-7 Sistema de separação multifásica ExxonMobil Chemical Patents, Inc (US) Patente concedida US 61/711,132

BR 11 2015 005874 4

Unidade de pescoço de ganso, e, método para acoplar uma coluna de tubos ascendentes a uma sonda de perfuração fora da costa

National Oilwell Varco, L.P. (US) Patente concedida US 61/704,179

BR 11 2016 007692-3 Componente de leito de reator para fixar unidades rígidas ExxonMobil Chemical Patents, Inc (US) Pendente US 14/097,827

BR 10 2013 000290-9 Carro de resfriamento de coque Suncoke Technology andDevelopment LLC (US)

Patente concedida US 13/730,598

BR 11 2015 006941-0

Sistema de guia de acionamento de topo, e, método para montar um sistema de guia de acionamento de topo

National Oilwell Varco, L.P. (US) Arquivado US 13/645,98

BR 11 2015 008014-6 Sistema e método de perfuração de duplo gradiente National Oilwell Varco, L.P. (US) Patente

concedida US 61/713,972

BR 11 2014 022151-0

Ferramenta de abrasão de fundo de poço e método para determinação de desgaste de uma ferramenta de abrasão de fundo de poço

Baker Hughes Incorporated (US) Patente concedida US 61/616,161

BR 10 2014 017479-6 Modificadores de atrito de álcool de amida óleos lubrificantes Afton Chemical Corporation (US) Arquivado US 13/945,082

BR 10 2013 032934-7 Óleo de lubrificação compreendendo óleo base e pacote aditivo Afton Chemical Corporation (US) Arquivado US 13/725,482

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O PATENT PROSECUTION HIGHWAY - PPH

O PPH é um acordo técnico (bilateral ou multilateral) com o escopo de dividir informações e relatórios de busca de anterioridade entre países signatários.12 O objeto é evitar que uma autarquia de patentes tenha que repetir o exato mesmo trabalho já realizado por uma outra autarquia antes. Com isso, um relatório de busca que já tenha sido elaborado pela autarquia de patentes de um país signatário pode ser aproveitado pela autarquia de patentes de outro país signatário. Evita-se, assim, uma repetição do trabalho de busca e acelera-se o exame e a decisão sobre a concessão de uma patente de invenção.

O PPH não implica uma vinculação da autarquia de pa-tentes nacional às conclusões de exame técnico da au-tarquia de patentes estrangeira. Há completa indepen-dência para esse fim. A autarquia nacional pode, com base no relatório de busca de anterioridade e nas in-formações compartilhadas pela autarquia de patentes estrangeira, chegar a uma conclusão diferente quanto à patenteabilidade do invento e, consequentemente, sobre a concessão, ou não, da patente de invenção.

Com o passar dos anos, diversos países perceberam que a capacidade de exame de pedidos de patente não acompanharia o crescimento no depósito de novos pedidos. Nem a melhoria de infraestrutura ou aumen-to da quantidade de examinadores com conhecimen-to adequado seria suficiente para evitar um backlog geral e uma demora na tramitação dos pedidos de pa-tente. Hoje a autarquia de patentes dos EUA (USPTO)

demora em média três anos para finalizar o exame de um pedido de patente,13 demora esta que já é tida por considerável pela indústria norte-americana.14

Diante desta constatação, em 2006, os Estados Uni-dos e o Japão criaram um programa-piloto de PPH.15A ideia seria evitar a redundância de buscas de anterio-ridades para pedidos depositados em diferentes paí-ses, e aproveitar o exame desses pedidos de forma harmonizada e independente.

Cerca de 10 anos após a implementação do primeiro PPH EUA-Japão o sistema foi expandido e adotado por diversos outros países. Atualmente há 41 países inse-ridos em algum acordo PPH.16

Como mencionado, em novembro de 2015, o Bra-sil anunciou a adoção, através de um Memorando de Entendimento (MOU), de um programa-piloto com os EUA para implementar um acordo de PPH. O projeto iniciou-se em janeiro de 2016 através da Resolução nº 154/2015.17 Embora a notícia seja um significativo avanço para mitigar os efeitos do backlog, o PPH ado-tado pelo Brasil limitou-se ao setor de petróleo e gás, além de estabelecer que o INPI examinará no máximo 150 pedidos de patente na forma desta resolução, li-mitações essas que acabaram por prejudicar a dimen-são e os próprios objetivos do PPH.

A finalidade do PPH é proporcionar uma melhora na eficiência da tramitação de um pedido de patente, reduzindo a demora, e otimizando o dispêndio de re-

Número do pedido Título Depositante Resultado

do exameNúmero da prioridade

BR 12 2016 015199-9

Processo para isomerização de corrente de alimentação de hidrocarboneto aromático esgotada de para-xileno

ExxonMobil Chemical Company, Inc (US) Patente concedida US 61/695,493

BR 10 2013 032930-4

Composições de óleo de motor, e métodos para melhorar a fricção da película fina e da camada limite em um motor

Afton Chemical Corporation (US) Pendente US 13/725,216

BR 10 2013 032980-0

Composições de óleo de motor, e métodos para melhorar a fricção da película fina e da camada limite em um motor

Afton Chemical Corporation (US) Pendente US 13/725,216

BR 10 2013 033017-5

Composições de óleo de motor, e métodos para melhorar a fricção da película fina e da camada limite em um motor

Afton Chemical Corporation Pendente US 13/725,290

BR 10 2013 033043-4 Composições aditivas com um modificador de fricção e um detergente Afton Chemical Corporation (US) Pendente US 13/725,411

BR 11 2015 005793-4Atenuação de vibração induzida por vórtices de treliça de armação com placas verticais

Technip France Pendente US 61/701,876

BR 11 2016 016005-3 Sistema de separação polifásico ExxonMobil Upstream Research Company Pendente US 62/126,148

US 61/985,873

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A RESOLUÇÃO P-56/2016 ARGENTINA

O PPH se apresenta como a solução ideal para dois (ou mais) países cujos escritórios de patente já ope-ram de forma razoavelmente eficiente, e que são capazes de, efetivamente, realizar uma colaboração bilateral para reduzir ambos os tempos de demora da tramitação dos pedidos de patente (pendency).

Mas, porque o INPI não produz informação em um tempo razoável, quando ele conclui a busca de ante-rioridades para um pedido de patente, outros escritó-rios já encerraram, há muito, o exame de mérito do pedido correspondente. Por isso, além de cogitar a celebração de acordos de PPH, o INPI precisaria igual-mente solucionar com urgência o problema do seu enorme backlog. Para isso, a medida mais adequada para o país seria a edição de uma Resolução ou Ins-trução Normativa semelhante à Resolução P-56/2016, recentemente editada na Argentina.

No passado, o INPI já editara um ato normativo que autorizava o depositante de um pedido de patente a apresentar cópia da patente correspondente conce-dida por outro escritório de patente, para ser usada como subsídio ao exame no território brasileiro. Tra-tava-se do Ato Normativo nº 152/99.

A Resolução P-56/2016 argentina prevê, de forma ino-

vadora, a faculdade do escritório de patente argentino de dar por cumpridos os requisitos de patenteabilida-de e por cumprida a busca de anterioridades quando a prioridade invocada pelo pedido de patente argenti-no tiver sido concedida em outro país que realize exa-me de mérito e exija o cumprimento dos mesmos re-quisitos da patenteabilidade aplicados na Argentina.

A nova resolução argentina tem a capacidade de contribuir para a melhor do sistema de patentes da-quele país de forma efetiva, sem comprometer a so-berania nacional. Esta é exercida pelo Poder Legislati-vo no momento em que edita uma lei estabelecendo os requisitos para fins de concessão de uma patente – ato vinculado praticado pela administração pública mediante a verificação de presença de tais requisitos, sem espaço para um juízo de conveniência e oportu-nidade. Assim, o respeito à soberania nacional está presente na medida em que a Resolução P-56/2016 prevê, de forma expressa, que a patente estrangeira somente poderá ser aproveitada para o exame do pe-dido de patente argentino se aquele tiver sido sub-metida a um exame de mérito que tenha verificado a presença dos mesmos requisitos de patenteabilidade que são previstos na legislação argentina.

Ainda, a referida resolução estabelece que o es-

cursos das autarquias de patente. A existência de uma busca prévia confiável permite diminuir o tempo gas-to com o exame técnico contribuindo para o aumento da produtividade – o que já se identificou como sendo um dos principais problemas enfrentados pelo INPI.

No caso do acordo estabelecido com os EUA, a limi-tação do PPH brasileiro apenas ao setor tecnológico de petróleo e gás acaba não beneficiando a indústria e a economia como um todo, nem contribui para melhorar o cenário nacional de inovação e atrair investimentos estrangeiros.

Nesse sentido, a ampliação do escopo do PPH para ou-tros setores da tecnologia, bem como a assinatura de PPH com outros países são passos essenciais para redu-zir o backlog do INPI e para atrair investimentos produti-vos e tecnologicamente de vanguarda para o país.

O PPH traz também impactos positivos para os in-ventores brasileiros. A economia processual que o PPH traz através da cooperação gera economia finan-ceira para os depositantes brasileiros que querem uti-lizar o PPH em um outro país.18

Através do PPH, tão logo um pedido é decidido em um dos países participantes, o depositante do pedido apresenta no outro país participante o resultado das buscas, bem como todos os comentários feitos pelo

examinador estrangeiro durante o exame técnico do seu pedido, facilitando o trabalho do examinador na-cional sem comprometer a sua autonomia e retirar a sua independência técnica.

Observa-se que o INPI já vem tentando há alguns anos implementar medidas para acelerar a tramita-ção dos pedidos de patentes no Brasil e reduzir seu backlog. Isso vem sendo feito através de resoluções específicas19 que permitem o exame acelerado para: (i) produtos, processos farmacêuticos, equipamentos e materiais relacionados à saúde pública (resolução PR nº 80/2013);20 (ii) tecnologias voltadas para o meio ambiente, chamadas patentes verdes (Resolução n° 175/2016);21 (iii) patentes cujo depositante seja ido-so acima de 60 anos ou o objeto do pedido esteja sendo reproduzido por terceiros sem autorização (resolução nº 151/2015);22 (iv) pedidos depositados inicialmente no INPI e depois em outras autarquias (resolução INPI PR nº 153/2015);23 (v) pedidos depo-sitados por micro empresas ou empresas de pequeno porte (resolução INPI PR nº 160/2016)24.

Embora essas medidas tenham prestado certa con-tribuição para o sistema de patentes, elas não foram capazes de por si só solucionar o grave problema da demora do INPI, razão pela qual o PPH se mostra o melhor caminho, em razão de seu custo-benefício e de suas vantagens.

Page 18: Sugestões para o aperfeiçoamento do sistema …lickslegal.com/pdf/PPHbooklet_pt.pdfA produtividade do INPI é extremamente baixa: um examinador produz em média trinta e cinco decisões

17

CONCLUSÃO

Há uma tendência mundial de busca de soluções criativas que desburocratizem a administração pú-blica. Nessa medida, uma das vias mais utilizadas é a da cooperação internacional como forma de aliar es-forços para reduzir custos e aumentar a eficiência no exercício das funções públicas.

O Brasil já segue este caminho em diversas áreas. O Poder Judiciário e o Ministério Público Federal, por exemplo, são frequentes usuários de mecanismos de cooperação internacional que contam, inclusive, com previsão no novo Código de Processo Civil brasileiro (Lei nº 13.105, de 2015). Tais mecanismos preveem formas de cooperação entre jurisdições estrangeiras para prática de atos jurídicos, desde que respeitem os requisitos legais, e que vão muito além da sim-ples homologação de decisões judiciais estrangeiras. Ninguém poderia afirmar que a soberania nacional é ameaçada pela prática destes atos de cooperação.

É de todo o interesse que a administração pública brasileira busque a otimização da sua atuação e ado-te mecanismos de cooperação internacional aptos a melhorar a relação custo-benefício na prestação do serviço público.

Recentemente a Agência Nacional de Vigilância Sa-nitária (ANVISA) assinou um Memorando de Entendi-mentos com a Organização Central da Índia de Controle de Qualidade de Medicamentos (CDSCO) para coope-ração em regulação de produtos. As agencias deverão compartilhar experiencias, melhores praticas e trocar informações acerca de requisitos regulatórios.25

A proteção adequada e efetiva da propriedade in-dustrial é fundamental para que o Brasil retome o crescimento econômico e se torne um país moderno e integrado na economia global. Neste contexto, o INPI se transforme em uma autarquia de patente do nível dos países desenvolvidos, com um exame efi-ciente e de qualidade dos pedidos submetidos à sua apreciação, independente de interesses setoriais.

Atualmente, é imperativo a adoção de acordos de PPH abrangentes, para lidar com o pendency, sem restrições e com o maior número de países possível – mecanismo que vem sendo adotado por inúmeros países ao redor do mundo, com uma alta taxa de su-cesso. Limitar o PPH a áreas da tecnologia e a prazos determinados não atenderá ao interesse nacional, pois não irá alcançar a sua finalidade.

Paralelamente, o Brasil precisa adotar, com urgên-cia, um sistema capaz de competir com a Resolução P-56/2016 da Argentina, que seguramente vai utili-zar o Mercosul para exportar para o Brasil produtos de alto valor agregado que poderiam estar fazendo o caminho inverso.

***

Este documento foi elaborado internamente pelo Li-cks Advogados. As opiniões e ideais nele expressas são de responsabilidade dos seus autores e não refletem necessariamente a opinião de nossos clientes.

critório de patentes argentino pode dispensar essa prática quando existir fundamentação técnico-legal, ou mediante razões de defesa nacional, segurança interna, emergência sanitária, ou outras razões de ordem pública.

A edição de uma Resolução e/ou Instrução norma-tiva capaz de concorrer com a P-56/2016 argentina seria a solução para o problema do backlog no INPI. Permitiria, com isso, que o examinador brasileiro aproveitasse não apenas a busca de anterioridades feita por outros escritórios, mas também o resultado de exame de mérito, os quais poderiam ser revisados e, quando pertinentes, adotados como fundamenta-ção para o deferimento ou indeferimento do pedido de patente. Essa medida não retiraria a autonomia e a independência do examinador brasileiro, mas lhe con-

feriria um novo instrumento capaz de revolucionar a eficiência do INPI. Para esse fim, é relevante apontar que o Brasil é signatário do Acordo TRIPS – incorpo-rado no ordenamento jurídico brasileiro através do Decreto 1.355/94 – que uniformiza os requisitos de patenteabilidade adotados pelos países-membros. Com isso, o examinador brasileiro inevitavelmente faz uma verificação dos mesmos critérios analisados pe-los examinadores estrangeiros. Nesse contexto, não se justificaria dizer que a utilização do resultado do exame de mérito realizado por outro escritório de pa-tente, com uma base normativa absolutamente igual à brasileira, poderia ferir, de alguma forma, a sobera-nia nacional. Este tipo de afirmação não é compatível com aqueles que acreditam na necessidade de um INPI moderno e eficiente, capaz de abrir espaço para um cenário de inovação e de investimentos de ponta.

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1 http://www2.planalto.gov.br/acompanhe-planalto/noticias/2016/09/entenda-o-programa-de-parcerias-de-investimentos2 IP5 2014 Report e EPO Annual Report 2015 Quality Indicators (https://www.epo.org/about-us/annual-reports-statistics/annual-report/2015/statistics/quality-indicators.html).3 http://ipindia.nic.in/cgpdtm/AnnualReport_English_2014_2015.pdf 4 http://dipp.nic.in/English/questions/30112015/lu165.pdf 5 http://www.rupto.ru/about/reports/2015_3?lang=en 6 http://www.inpi.gov.br/noticias/conheca-os-desafios-e-perspectivas-da-propriedade-industrial-na-america-do-sul 7 Propriedade intelectual: as mudanças na indústria e a nova agenda. Disponível em http://arquivos.portaldaindustria.com.br/app/conteudo_24/2014/07/22/484/V39_Propriedadeintelectual_web.pdf8 https://www.jpo.go.jp/shiryou_e/toushin_e/kenkyukai_e/pdf/annual_report2013/part5.pdf9 http://www.brasil.gov.br/economia-e-emprego/2016/01/economia-do-brasil-atraiu-us-75-bi-em-investimento-estrangeiro-em-201510 Resolução 154/2015, publicada na RPI 2348 do INPI. Disponível em http://www.inpi.gov.br/noticias/inpi-formaliza-regras-e-pph-comeca-a-funcionar-dia-11-de-janeiro/norma-pph.pdf11 Os dados relativos aos pedidos depositados nos oito primeiros meses de 2016 foram publicados pelo INPI em seu relatório CNI/MEI de 30 de setembro de 2016.12 Conforme definição do site do INPI: “O Patent Prosecution Highway (PPH) é um projeto no qual um pedido de patente cujo membro de mesma família tenha sido deferido na Autarquia de Primeiro Exame (OEE) é elegível para ser priorizado na Autarquia de Segundo Exame (OLE) com um procedimento simples, a pedido do requerente. O PPH, através do uso de todas as informações relacionadas com a pesquisa ou exame do OEE, auxilia os depositantes em seus esforços para obter direitos patentários mais estáveis e de modo mais eficiente em diversos países. Além disso, o projeto almeja reduzir a carga de pesquisa/exame e melhorar a qualidade do exame das principais autarquias de patente no mundo.” Disponível em http://www.inpi.gov.br/menu-servicos/patente/projeto-piloto-pph13 Para mais informações: https://www.uspto.gov/dashboards/patents/main.dashxml14 http://www.ipwatchdog.com/2013/02/14/the-rce-backlog-a-critical-patent-office-problem/id=35431/15 https://www.uspto.gov/web/offices/com/sol/og/2006/week24/patpilt.htm16 https://alianzapacifico.net/wp-content/uploads/2016/06/3-Guias-PPH-MX-AP.pdf17 Resolução 154/2015, publicada na RPI 2348 do INPI. Disponível em http://www.inpi.gov.br/noticias/inpi-formaliza-regras-e-pph-comeca-a-funcionar-dia-11-de-janeiro/norma-pph.pdf18 KEYACK, A. The Impact of ‘Patent Prosecution Highway’ (PPH) Agreements in the Efficiency of International Patent Application Examination. In: SIMPÓSIO BRASIL-EUA. Direito de patentes e transferência de tecnologia como ferramentas para o desenvolvimento de negócios. São Paulo: Finnegan/IPT/Leonardo & Licks Advogados, 2012. p. 143-178.)19 http://www.inpi.gov.br/menu-servicos/patente/acelere-seu-exame20 http://www.inpi.gov.br/legislacao-arquivo/docs/resolucao_80-2013_-_exame_prioritario_saude.pdf21 http://www.inpi.gov.br/portal//menu-servicos/arquivos-dirpa/resol175de05nov2016_PATENTES2396.pdf 22 http://www.inpi.gov.br/menu-servicos/arquivos-dirpa/normativa151_2015_PRIORITARIO.pdf23 http://www.inpi.gov.br/menu-servicos/arquivos-dirpa/copy_of_PrioridadeBRResolucaov20160107enviadapRPI.pdf 24 http://www.inpi.gov.br/menu-servicos/arquivos-dirpa/Resolucao160ExamePrioritarioPME.pdf25 http://portal.anvisa.gov.br/documents/33788/3072251/MOU+%C3%8Dndia+(Eng).pdf/1e3a1bb4-0eca-4340-8bf4-7dd7235a3067

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