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Ano XIII # 196 | Outubro 2011 INSS 2178-5481 9912263550 Balde Cheio Programa auxilia pequenos produtores a alcançarem melhores resultados Balde Cheio Programa auxilia pequenos produtores a alcançarem melhores resultados Produtores cobram agilidade do Governo para limitar a importação do produto Importação de leite Produtores cobram agilidade do Governo para limitar a importação do produto Importação de leite Goiás se destaca como um dos maiores confinadores. Estado abate 40 milhões de cabeças/ano Rebanho fechado Goiás se destaca como um dos maiores confinadores do País. Estado abate 40 milhões de cabeças/ano Rebanho fechado SUCESSÃO FAMILIAR SUCESSÃO FAMILIAR Produtores preparam os filhos para assumirem as rédeas da propriedade e, assim, dar continuidade ao trabalho da família no campo e evitar o êxodo rural. Produtores preparam os filhos para assumirem as rédeas da propriedade e, assim, dar continuidade ao trabalho da família no campo e evitar o êxodo rural.

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Outubro/2011 CAMPO | 1www.senargo.org.br

Ano XIII # 196 | Outubro 2011

INSS

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9912263550

Balde CheioPrograma auxilia pequenos produtores a alcançarem melhores resultados

Balde CheioPrograma auxilia pequenos produtores a alcançarem melhores resultados

Produtores cobram agilidade do Governo para limitar a importação do produto

Importação de leiteProdutores cobram agilidade do Governo para limitar a importação do produto

Importação de leite

Goiás se destaca como um dos maiores confinadores. Estado abate 40 milhões de cabeças/ano

Rebanho fechadoGoiás se destaca como um dos maiores confinadores do País. Estado abate 40 milhões de cabeças/ano

Rebanho fechado

SUCESSÃO FAMILIARSUCESSÃO FAMILIARProdutores preparam os filhos para assumirem as rédeas da propriedade e, assim, dar continuidade ao trabalho da família no campo e evitar o êxodo rural.

Produtores preparam os filhos para assumirem as rédeas da propriedade e, assim, dar continuidade ao trabalho da família no campo e evitar o êxodo rural.

2 | CAMPO Outubro/2011 www.sistemafaeg.com.br

Outubro/2011 CAMPO | 3www.senargo.org.br

PALAVRA DO PRESIDENTE

José Mário SchreinerPresidente do Sistema

FAEG/SENAR

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A procura pela sustentabilidade e pelo aumento da produtividade são alguns dos principais objetivos dos produtores rurais. Outra preocupação do homem do campo

é garantir sua continuidade no segmento e manter a propriedade nas mãos da família por gerações seguidas. Precisamos estimular em nossos herdeiros o interesse para os trabalhos na zona rural. Dessa forma, garantimos uma sucessão harmoniosa e tranquila.

Muitos pais já iniciaram esse trabalho de despertar nos filhos,

ainda pequenos, o gosto pela atividade agrícola. Trabalho este que rende resultados extraordinários. Os herdeiros, quando chegada a hora de assumir a administração da propriedade, se mostram em alguns casos, ainda mais tecnificados e preparados para alcançar resultados melhores no ganho de produtividade e transferência de tecnologia.

É importante que o produtor pai perpetue no filho algumas

características de sua gestão na propriedade como credibilidade, perseverança, carisma e liderança, mas é imprescindível respeitar as características e vocação de cada herdeiro. Dessa forma, os filhos garantem a continuidade dos trabalhos desenvolvidos na propriedade aplicando um novo estilo de gestão rural ainda mais inovador e produtivo.

Continuidade garantida

A revista Campo é uma publicação da Federação da

Agricultura e Pecuária de Goiás (FAEG) e do Serviço Nacional

de Aprendizagem Rural (SENAR Goiás), produzida pela Gerên-

cia de Comunicação Integrada do Sistema FAEG/SENAR, com

distribuição gratuita aos seus associados.Os artigos assinados

são de responsabilidade de seus autores.

CAMPO

COnselhO editOriAl

Bartolomeu Braz Pereira;

Claudinei Rigonatto; Eurípedes Bassamurfo da Costa

editores: Francila Calica (01996/GO) e

Rhudy Crysthian (02080/GO)

reportagem: Karine Rodrigues (01585/GO) e

Rhudy Crysthian (02080/GO)

Fotografia: Jana Tomazelli Techio, Mendel Cortizo

e Raphaela Boghi

revisão: Cleiber Di Ribeiro (2227/GO)

diagramação: Rowan Marketing

impressão: Gráfica Talento tiragem: 12.500

Comercial: (62) 3096-2200

[email protected]

diretOriA FAeG

Presidente: José Mário Schreiner

Vice-presidentes: Mozart Carvalho de Assis; José Manoel

Caixeta Haun. diretores-secretários: Bartolomeu Braz

Pereira, Estrogildo Ferreira dos Anjos. diretores-tesoureiros:

Eurípedes Bassamurfo da Costa, Nelcy Palhares. Suplentes:

Wanderley Rodrigues de Siqueira, Flávio Faedo, Daniel

Klüppel Carrara, Justino Felício Perius, Antônio Anselmo de

Freitas, Arthur Barros Filhos, Osvaldo Moreira Guimarães.

Conselho Fiscal: Rômulo Pereira da Costa, Vilmar Rodrigues

da Rocha, Antônio Roque da Silva Prates Filho, César Savini

Neto, Leonardo Ribeiro. suplentes: Arno Bruno Weis, Pedro

da Conceição Gontijo Santos, Margareth Alves Irineu Luciano,

Wagner Marchesi, Jânio Erasmo Vicente. Delegados repre-

sentantes: Alécio Maróstica, Dirceu Cortez. Suplentes: Lauro

Sampaio Xavier de Oliveira, Walter Vieira de Rezende.

COnselhO AdMinistrAtiVO senAr

Presidente: José Mário Schreiner

Titulares: Daniel Klüppel Carrara, Elias D’Ângelo Borges,

Osvaldo Moreira Guimarães, Tiago Freitas de Mendonça.

suplentes: Bartolomeu Braz Pereira, Silvano José da Silva,

Alair Luiz dos Santos, Elias Mourão Junior, Joaquim Saêta

Filho. Conselho Fiscal: Maria das Graças Borges Silva, Edmar

Duarte Vilela, Sandra Pereira Faria do Carmo. suplentes:

Henrique Marques de Almeida, Wanessa Parreira Carvalho

Serafim, Antônio Borges Moreira. Conselho Consultivo: Bairon

Pereira Araújo, Maria José Del Peloso, Heberson Alcântara,

José Manoel Caixeta Haun, Sônia Maria Domingos Fernandes.

Suplentes: Theldo Emrich, Carlos Magri Ferreira, Valdivino

Vieira da Silva, Antônio Sêneca do Nascimento, Glauce

Mônica Vilela Souza.

superintendente: Marcelo Martins

FAeG - senAr

Rua 87 nº 662, Setor Sul CEP: 74.093-300

Goiânia - Goiás

Fone: (62) 3096-2200 Fax: (62) 3096-2222

site: www.faeg.com.br

e-mail: [email protected]

Fone: (62) 3545-2600- Fax: (62) 3545-2601

site: www.senargo.org.br

e-mail: [email protected]

Para receber a Campo envie o endereço de entrega para o

e-mail: [email protected].

Para falar com a redação ligue:

(62) 3096-2208 - (62) 3096-2248

(62) 3096-2115.

4 | CAMPO Outubro/2011 www.sistemafaeg.com.br

PAINEL CENTRAL

www.sistemafaeg.com.br

“Nosso sonho é poder atender 1,3 milhão de produtores de leite. Pelo menos dar a oportunidade para escolherem o caminho”

Prosa Rural

Herdeiros de sucesso

Processamento caseiro de milho

Artur Chinelato, pesquisador da Embrapa

Sudoeste, destaca os benefícios para o produtor

que participa do Programa Balde Cheio.

Filhos assumem o lugar dos pais, melhoram a rentabilidade e aumentam a produtividade no campo

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Visando o processamento industrial do grão, o Senar em Goiás oferece diversos treinamentos que exploram a versatilidade do milho.

Outubro/2011 CAMPO | 5www.senargo.org.brwww.senargo.org.br

Balde CheioPequenos produtores contam com o programa Balde Cheio para gerar renda e aumentar a produtividade do gado

O produtor de leite Sinval de Carvalho, de Bela Vista de Goiás, já repassa ao filho de dois anos o interesse pela vida no campo. Foto produzida por Mendel Cortizo.

Agenda Rural 06

Fique Sabendo 07

Cartão Produtor 12

Delícias do Campo

Campo Aberto

33

38

Perto do fimComissão de Ciência e Tecnologia do Senado

aprova, por 17 x 5, texto substitutivo do Código

Florestal. Matéria segue para outras comissões

da Casa.

13

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Engorda fechadaGoiás se destaca como um dos maiores

confinadores do País. Mercado pode crescer

ainda mais.

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Campo Responde 32

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Balde CheioPrograma auxilia pequenos produtores a alcançarem melhores resultados

Balde CheioPrograma auxilia pequenos produtores a alcançarem melhores resultados

Produtores cobram agilidade do Governo para limitar a importação do produto

Importação de leiteProdutores cobram agilidade do Governo para limitar a importação do produto

Importação de leite

Goiás se destaca como um dos maiores confinadores. Estado abate 40 milhões de cabeças/ano

Rebanho fechadoGoiás se destaca como um dos maiores confinadores do País. Estado abate 40 milhões de cabeças/ano

Rebanho fechado

SUCESSÃO FAMILIARSUCESSÃO FAMILIARProdutores preparam os filhos para assumirem as rédeas da propriedade e, assim, dar continuidade ao trabalho da família no campo e evitar o êxodo rural.

Produtores preparam os filhos para assumirem as rédeas da propriedade e, assim, dar continuidade ao trabalho da família no campo e evitar o êxodo rural.

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6 | CAMPO Outubro/2011 www.sistemafaeg.com.br

AGENDA RURAL

1Início do recebimento dos trabalhos

para o Concurso Agrinho 2011 – sede

do Senar, em Goiânia.

Informações: (62) 3545-2600

Dia de Campo do Projeto Jardim do

Aprender, em Alexânia.

Informações: (62) 3336-2248

4 a 8Congresso Brasileiro de Buiatria, em

Goiânia.

Informações: (62) 3521-1000

Audiência Pública de Aquicultura

e Pesca com o deputado Hélio de

Sousa – Assembleia Legislativa de

Goiás, em Goiânia

Informações: (62) 3221-3106

Reunião da Comissão Nacional de

Cereais, Fibras e Oleaginosas – sede

da CNA, em Brasília.

Informações: (61) 2109-1490

6XIV Seminário de Pecuária de Leite

de Goiás - Goiás Mais Leite, Oliveira’s

Place, em Goiânia.

Informações: (62) 3096-2200

71ª Conferência Estadual sobre

Transparência e Controle Social

(Regiões Centro e Norte), no Sindicato

Rural de Rialma.

Informações: (62) 3323-1527

93ª Exposição Agropecuária de

Nerópolis.

Informações: (62) 3513-3062

OutubrO

114ª Etapa do PER, no Sindicato Rural

de Anápolis.

Informações: (62) 3311-5055

4ª Etapa do PER Sindical, no Sindicato

Rural de Cocalzinho.

Informações: (62) 3339-1126

134ª Etapa do PER Sindical, no Sindicato

Rural de Alexânia.

Informações: (62) 3336-2248

4ª Etapa do PER Sindical, no Sindicato

Rural de Hidrolândia.

Informações: (62) 3553-1186

14Seleção dos trabalhos enviados para o

Concurso Agrinho 2011, em Goiânia.

Informações: (62) 3096-2200

17Debate sobre mudanças climáticas

- Semana Nacional de Ciência e

Tecnologia, auditório da Faeg, em

Goiânia.

Informações: (62) 3096-2200

4ª Etapa do PER Sindical, no Sindicato

Rural de Niquelândia.

Informações: (62) 3354-4265

184ª Etapa do PER Sindical, no Sindicato

Rural de Crixás.

Informações: (62) 3365-2386

4ª Etapa do PER Sindical, no Sindicato

Rural de Gouvelândia.

Informações: (64) 3653-1200

19VI Feilac (Feira do APLácteo), no

Sindicato Rural de São Luiz de

Montes Belos.

Informações: (64) 3671-1407

4ª Etapa do PER Sindical, no Sindicato

Rural de Itapaci.

Informações: (62) 3361-2849

20Seminário Regional de Legislação

Trabalhista e Previdenciária Rural, no

Sindicato Rural de Goianésia.

Informações: (62) 3353-2559

244ª Etapa do PER Sindical, no Sindicato

Rural de Minaçu.

Informações: (62) 9972-4533

254ª Etapa do PER Sindical, no Sindicato

Rural de Trombas.

Informações: (62) 3374-3074

4ª Etapa do PER Sindical, no Sindicato

Rural de Porangatu.

Informações: (62) 3362-4246

274ª Etapa do PER Sindical, no Sindicato

Rural de Inhumas.

Informações: (62) 3511-1143

Prêmio Goiás Gestão Ambiental,

auditório da Faeg, em Goiânia.

Informações: (62) 3210-1410

4ª Etapa do PER Sindical, no Sindicato

Rural de Nerópolis.

Informações: (62) 3513-3062

28Final das Inscrições do 3º Prêmio

Faeg/Senar de Jornalismo, em Goiânia.

Informações: (62) 3096-2200

0

Aos interessados em participar dos eventos, recomendamos confirmar as informações com os organizadores.

Outubro/2011 CAMPO | 7www.senargo.org.br

FIQUE SABENDO

Carga pesada

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li A Faeg participou, no último dia 9 de setembro, do projeto Carga Pesada, realizado pelo Fórum de Jovens Lideranças Empresariais de Goiás, em um posto de combustíveis da Avenida Pio XII, em Goiânia. O Carga Pesada, em sua quinta edição, comercializou cinco mil litros de gasolina sem impostos, num protesto especial que chamou a atenção da sociedade para a carga tributária inserida no preço final do produto. O litro que é comercializado a um preço médio de R$ 2,68, estava sendo vendido, durante o protesto, a R$ 1,26. Uma redução de 53,3%. A Faeg integra o Fórum Empresarial de Goiás, apoiador do evento que foi coordenado nacionalmente pela Confederação Nacional dos Jovens Empresário (Conaje).

pesquisA

Em setembro, a Comissão Técnica Nacional de Biossegurança aprovou a liberação para cultivo comercial do feijão geneticamente modificado desenvolvido pela Embrapa. O feijão é resistente ao vírus do mosaico dourado, pior inimigo dessa cultura agrícola no Brasil e na América do Sul. A decisão foi um marco para a ciência nacional, pois trata-se da primeira planta transgênica totalmente produzida por instituições públicas de pesquisa

brasileiras.A variedade é resultado de mais de dez anos de pesquisa e foi desenvolvida em parceria por duas unidades da Embrapa: Recursos Genéticos e Biotecnologia (Brasília, DF) e Arroz e Feijão (Goiânia, GO). Batizadas de Embrapa 5.1, a nova variedade garante vantagens econômicas e ambientais, com a diminuição das perdas, garantia das colheitas e redução da aplicação de produtos químicos no ambiente.

Ctnbio aprova feijão transgênico

sensoriamento remoto e a expansão agrícola

Organizado por Bernardo Rudorff, pesquisador do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), o livro mostra quanto o sensoriamento remoto é uma ferramenta importante para avaliar a expansão agrícola e o uso da terra. A obra é dirigida a estudantes, professores, pesquisadores e profissionais que utilizam as técnicas de sensoriamento remoto para o monitoramento regional e global de ecossistemas terrestres, oceanografia e atmosfera. O organizador da obra expõe a experiência de diversos autores adquirida ao longo do desenvolvimento de projetos de pesquisa interdisciplinares que utilizaram os dados do Modis em diversas aplicações ambientais no Brasil. A obra pode ser adquirida em livrarias pelo País ou pelo site da editora: www.parentese.com.br. Ele custa em média R$ 75.

8 | CAMPO Outubro/2011 www.sistemafaeg.com.br

Artur ChinelAtoCoordenador nacional do Programa Balde Cheio

PROSA RURAL

Karine rodrigues | [email protected]

“Balde Cheio” de leite

Carlo

s Cos

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Outubro/2011 CAMPO | 9www.senargo.org.br

O pesquisador da Embrapa Sudoeste não mede o

entusiasmo ao falar do programa Balde Cheio. Programa criado por ele e sua equipe em 1998, hoje chama a atenção de todo o País ao promover uma verdadeira transformação na produção de leite nas pequenas propriedades brasileiras. De jeito simples e direto, ele explica que a metodologia transforma uma propriedade em sala de aula é exigir que o participante do programa tenha empenho, passe por evoluções, ajustes e melhorias. O programa hoje atende produtores de todos os tamanhos, mas a atenção especial é concentrada nos pequenos. Trata-se de um modelo criado para estimular o pecuarista a buscar soluções que o tire da exclusão, gere renda e melhore a qualidade de vida.

revista Campo: Como a metodologia do Balde Cheio foi criada? Artur Chinelato: Nós inventamos essa metodologia de utilizar a propriedade como uma sala de aula prática. Nesses 13 anos, fomos adaptando e assim foi feito o trabalho. No começo havia muitos erros, mas aprimoramos. E continuamos melhorando até hoje. Pois não se trata de um método estático.

revista Campo: Quantos Estados do País trabalham com o programa Balde Cheio? Artur Chinelato: Hoje, o Balde Cheio só não é executado em Roraima. O sucesso do Programa nos outros Estados é relativo. Há lugares onde há mais apoio e o trabalho anda mais rápido, mas há lugares onde se tem menos ajuda e o trabalho segue mais devagar. Porém, todos com resultados. O projeto se desenvolve mais significativamente em Minas Gerais, onde 180 municípios fazem parte do trabalho. Trata-se de um dos estados onde a pecuária de leite é forte. O apoio da Federação da Agricultura e Pecuária de Minas Gerais (Faemg) tem sido essencial para o desenvolvimento do trabalho no Estado. O que é feito em Minas é parecido com o trabalho executado em Goiás. Entretanto, o trabalho em terras goianas é mais recente, que também é coordenado pela Faeg, mas tem menos de um ano. Em Minas o Projeto já registra mais de quatro anos.

revista Campo: Qual o tamanho do Balde Cheio no Brasil?

Artur Chinelato: Hoje, mais de 550 municípios participam do Programa, cerca de 3,8 mil propriedades. Só em Minas Gerais são mais de duas mil propriedades e 600 extensionistas de entidades públicas, privadas, autônomos e em treinamento. É uma multidão de gente, mas quase nada se pensarmos que no Brasil há 1,3 milhão de produtores de leite. Porém, nosso sonho é poder atender a 1,3 milhão de produtores de leite. Pelo menos dar a oportunidade para escolherem o caminho mais vantajoso a seguir. Cada produtor que atingirmos é um a mais que tiramos da zona de exclusão.

revista Campo: Nos estados onde a pecuária de leite não é uma das principais atividades econômicas do segmento rural, como tem sido fazer essas parceiras? Artur Chinelato: É um pouco mais difícil, principalmente quando não se tem o apoio de uma Federação como a Faeg, Faemg ou Faerj, mas o trabalho

Nosso sonho é poder atender 1,3 milhão de produtores de leite. Pelo menos dar a oportunidade para escolherem o caminho”

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é feito do mesmo jeito. Mas isso não nos assusta, porque trabalhar sem dificuldade é quase impossível. O problema é que o trabalho fica um pouco mais lento.

revista Campo: Ao fazer parte do programa Balde Cheio, a propriedade passa a ser monitorada por quatro anos. Esse tempo pode ser aumentado ou reduzido? Artur Chinelato: Não pode ser reduzido de maneira nenhuma, não tem jeito. O monitoramente continuará para sempre, desde que o produtor queira continuar no trabalho. O treinamento do técnico é que dura quatro anos. Ou seja, nesses quatro anos o técnico repassará informações sobre gerenciamento da propriedade, técnicas de manejo e controle zootécnico. É uma faculdade na prática. Mesmo com o término do treinamento, a propriedade pode continuar inserida no Programa. Há o caso de uma propriedade que está com conosco desde 2001. Para o proprietário, o programa não tem fim, para o técnico tem.

revista Campo: O Balde Cheio atende somente pequenos produtores? Artur Chinelato: Não, todo mundo. É que a propriedade em que as aulas práticas são ministradas precisa ser pequena, familiar, com dificuldade financeira, por exemplo, para refletir a realidade de quem está participando do curso. Se a propriedade que abriga as aulas for uma grande e bem-sucedida, a hora que formos levar proprietários pequenos até lá, eles irão falar que só deu certo porque o pecuarista tinha dinheiro. Então perderíamos o exemplo. Queremos que a sala de aula seja familiar para não haver interferência no aprendizado. Se houver uma propriedade onde o dono não mora nela, o técnico

também não mora e o instrutor também não, tudo irá ficar a cargo de uma quarta pessoa para executar o trabalho. Pode haver ruído na comunicação e na execução do trabalho e aquele efeito do aprendizado não vai acontecer. Por isso, a propriedade que é a sala de aula, deve ter menos de 20 hectares e ter dificuldade financeira. Há propriedades, hoje, que produzem 3,5 mil litros/dia que fazem parte do projeto. Tem várias propriedades que produzem dois mil ou mil litros/dia que estão no Balde Cheio.

revista Campo: Nesses 13 anos de Balde Cheio, quais foram as melhorias incorporadas à metodologia do Programa? Artur Chinelato: No começo, agiamos como um professor que passa a tarefa ao aluno, ao final aula, recolhia o caderno, leva tudo para casa, e definia a nota. Era neste momento que errávamos. Pegávamos todas as análises de solo, divisão de pastagens em piquetes de autocad e entregávamos tudo pronto para o

produtor. Estava errado, porque os próprios produtores deviam fazer este trabalho. Foi uma mudança importante da metodologia.

revista Campo: Havia outros erros? Artur Chinelato: Outro erro que cometemos era ter várias salas de aula, não sabíamos o que fazer com cada uma delas. Concentramos em uma só. Outro erro era de ir a cada dois a três meses na propriedade. Isso tirava a iniciativa do técnico que ficava esperando a equipe voltar. O técnico se omitia e não queremos que ele se omita. Queremos que o técnico tome a decisão, esteja ela certa ou errada, mas queremos que ele tome uma iniciativa. Alteramos a frequência para quatro meses. Durante esse período, o técnico terá que tomar algumas atitudes, não poderá deixar as decisões paradas por quatro meses.

revista Campo: O principal objetivo do Balde Cheio é tirar o produtor da zona de exclusão e fazer com que ele seja auto-suficiente? Artur Chinelato: Do ponto de vista do produtor isso é geração de renda, perceber que a propriedade é capaz de produzir muito mais cumprindo a legislação ambiental. Temos que mostrar que o cultivo em áreas como na região amazônica, onde 80% da propriedade deve ser preservada, com o uso de tecnologia adequada e conhecimento específico, é possível multiplicar em seis, sete e até oito vezes a produção. Dessa forma, o produtor irá cumprir a legislação ambiental e ter uma vida melhor. Do ponto de vista técnico, o objetivo é capacitar os profissionais, treiná-los dentro da nossa metodologia para que possam entender o que é produzir leite de uma forma intensiva e sustentável.

Temos que mostrar para este produtor que é possível gerar renda, ele ainda vai cumprir a legislação ambiental e ter uma vida melhor”

Outubro/2011 CAMPO | 11www.senargo.org.br

MERCADO E PRODUTO

O Brasil deverá semear na safra 2011/12 uma área de 1ª safra de milho acima dos oito milhões de hectares. Estima-se um crescimento de 5% em relação à safra passada, ganhando área das principais culturas de verão no País neste período. A safrinha, da mesma forma, deverá registrar um ganho de 5,4% na área plantada, ultrapassando o valor de seis milhões de hectares. Esses crescimentos configuram a maior área plantada do grão.

Diante de previsões tão otimistas, o milho se torna um forte candidato a ser um dos principais destaques da próxima safra. Altos preços e uma elevada liquidez são as molas impulsionadoras deste segmento. Fundamentos de mercado interno e externo devem assegurar este cenário, pelo menos, em curto prazo.

Nos EUA, a realidade, é de produtividade reduzida e estoques apertados. No principal país norte-americano, a colheita avança nas regiões produtoras e a baixa produtividade, tão falada nas estimativas de safra, já se confirmou. De acordo com o Departamento de Agricultura dos EUA (USDA, sigla em inglês) a produtividade média americana para a cultura do milho deverá ser de 166 Sc/há, 3% inferior à safra passada e 11% menos que na safra 2009/10.

Tal redução na produção de milho no “corn belt” americano vem de encontro a uma demanda constante, tanto interna como externa. O resultado desta conta é um estoque de passagem de milho apertado, que reflete na menor relação estoque/consumo dos últimos 15 anos, de 5,3%, o bastante para suprir apenas 20 dias de consumo nos EUA.

Diante deste cenário, o mercado responde com elevadas cotações nos principais vencimentos do grão na bolsa de Chicago (CBOT, sigla em inglês). No entanto, a crise econômica mundial continua latente, o que deve proporcionar um fim de ano com certa volatilidade neste mercado.

Este cenário externo propicia um importante

fluxo de exportação do milho brasileiro, o que torna o nosso mercado ainda mais aquecido. De acordo com dados do Ministério de Indústria e Comércio (MDIC), em setembro, o Brasil exportou um total de 1,93 milhões de toneladas, recorde mensal. As expectativas para setembro rondam a casa dos 1,5 milhão de toneladas.

Não obstante, o mercado interno também vem registrando aumento no consumo, principalmente, no que diz respeito ao aumento do confinamento e nas produções de aves. Diante deste panorama de forte demanda, o risco de escassez do cereal é uma constante em algumas regiões do País, já que o estoques governamentais não vêm sendo suficientes para atender toda esta demanda.

Sendo assim, com o início da colheita esperada para o fim de fevereiro de 2012, a forte demanda interna e um aquecido do fluxo de exportação mantêm os preços cada vez mais elevados. Com isso, parte dos produtores tem aproveitado para comercializar a produção antecipadamente, tanto a safra de verão como a safrinha. A antecipação da comercialização da safra de milho é também um fundamento positivo de mercado, já que o produto não deve pressionar o mercado no momento de colheita.

A expectativa do setor se mostra cada vez mais favorável para o milho. As condições de alta no mercado externo, o que sustenta o fluxo de exportação constante, o aquecimento do consumo interno e o grande volume de comercialização antecipada do grão devem registrar um mercado firme, incentivando os números impressionantes da próxima safra.

Devemos ficar atentos ao ambiente econômico mundial, já que tais fatores são fundamentais para a manutenção dos altos preços. As condições econômicas da Itália e da Grécia podem reduzir o movimento de fundos de investimento no mercado de commodities, causando um fluxo de venda em Chicago e refletindo em preços menores no Brasil.

Milho: A estrela da safra 2011/12

leonardo Machado

é assessor técnico

da Faeg para a

área de cereais,

fibras e oleagi-

nosas.

leonardo Machado | [email protected]

Carlo

s Cos

ta

12 | CAMPO Outubro/2011 www.sistemafaeg.com.br

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ORTODONTISTA O ortodontista Guilherme Lino de Andrade também é parceiro do Cartão Produtor e oferece descontos. Ele atende no consultório do Sindicato Rural de Palmeiras de Goiás, uma vez por mês.Fone: (62) 3474-1464 e (62) 9625-0583

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em Piranhas. End.: Av. Brasil Central n° 1.214, Centro - Piranhas (GO)FONE: (64) 3665-1601

CONSULTÓRIO ODONTOLÓGICO – Elvi Jesus de SousaO dentista Elvi, de Piranhas, garante descontos para os portadores do Cartão Produtor em seu consultório.End.: Rua Boa ventura nº 420, Centro – Piranhas (GO)Fone: (64) 3665-1410

CONSULTÓRIO ODONTOLÓGICO Em Porangatu, o dentista Gustavo de Assis oferece descontos para os titulares do Cartão produtor.End.: Rua 03 nº 06, Centro - Porangatu (GO)Fone: (62)3367-2029

PREVCLINT-CLÍNICA ODONTOLÓGICAOutra opção no interior do Estado é a Prevclint, em Quirinópolis. Na Clínica, o titular do Cartão Produtor consegue fazer vários tipos de tratamento dentários com preços diferenciados.End.: Av. José Vicente de Paula nº 93, Centro – Quirinópolis (GO)Fones: (64) 3651-1028 / 3651-2044

A coluna deste mês vem com descontos em produtos e serviços na

área de odontologia para produtores rurais portadores do Cartão

Produtor. Aproveite!

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saúde bucal

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informações sobre como ser um beneficiário do Cartão do produtor podem ser obtidas no site: www.cartaodoprodutor.com.br, na sede do sindicato rural mais próximo ou pelo telefone: (62) 3096-2200

Outubro/2011 CAMPO | 13www.senargo.org.br

Por 17 a cinco, senadores dão parecer favorável ao texto na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania Francila Calica | [email protected]

Código Florestal

Os senadores membros da Comis-são de Constituição, Justiça E Cidada-nia (CCJ) do Senado Federal votaram em setembro a favor do projeto de re-forma do Código Florestal Brasileiro (PLC 30/2011), de relatoria do senador Luiz Henrique da Silveira (PMDB-SC). Foram 17 votos a favor do projeto e cinco contra. Agora, o projeto segue para as Comissões de Ciência e Tecno-logia, Meio Ambiente e Agricultura do Senado. Ao se pronunciar na abertu-ra da sessão, o senador Luiz Henrique da Silveira, pediu aos demais colegas parlamentares que dessem a ele uma prova de confiança, retivessem seus destaques e votassem a matéria ainda durante a sessão.

Em resposta à confiança, o relator prometeu que irá debater pessoal-mente com cada um dos proponentes de emendas apresentadas e desta-cadas, e buscará a melhor forma de abrigar as sugestões dos parlamenta-

res no parecer final. Produtores ru-rais goianos e membros da diretoria da Federação da Agricultura e Pecuá-ria de Goiás (Faeg) acompanharam a votação no Senado.

Segundo a previsão do senador Eduardo Braga (PMDB-AM), pre-sidente da Comissão de Ciência e Tecnologia, e de que analisado pela Comissão, o texto já esteja com as contribuições para o aperfeiçoamen-to da matéria. “Tenho a convicção de que vamos avançar”, frisou ao ressaltar entendimentos para inclu-são de incentivos econômicos e fi-nanceiros visando à manutenção e recomposição de florestas.

Novas sugestõesA proposta poderá receber outras

emendas, uma vez que se abre um novo período para apresentação de suges-tões sempre que o projeto é enviado a uma comissão. O próprio Eduardo Bra-

ga informou que apresentará 12 emen-das, a maioria tratando de incentivos econômicos e financeiros para estimu-lar a preservação de áreas florestadas.

Entre as sugestões do senador está um conjunto de fontes de recursos para remunerar agricultores que man-têm matas nativas em Áreas de Preser-vação Permanente (APPs) e de Reserva Legal (RL) e para financiar a recompo-sição dessas áreas. Ele também quer inserir no novo Código um sistema de Redução de Emissões por Desmata-mento e Degradação, conhecido como (REDD).

Também estão entre as emendas a serem oferecidas por Eduardo Braga a criação de programa para pagamento por serviços ambientais, voltado especialmente para propriedades rurais familiares, e a oferta de crédito com juros reduzidos para esse segmento. (Com informações da

Agência Senado)

Senadora Kátia Abreu apresenta aos senadores detalhes no texto do Código Florestal durante votação da Casa

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CÓDIGO FLORESTAL

14 | CAMPO Outubro/2011 www.sistemafaeg.com.br

AÇÃO SINDICAL

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Faleceu no dia 9 de setembro o pecuarista de leite e extensionista rural em Orizona, José Geraldo da Silva. O corpo foi velado na Câmara Municipal, onde recebeu homenagens pelo trabalho incansável na área de extensão rural. Técnico agrícola, Zé Geraldo também era formado em medicina veterinária pela Universidade Federal de Goiás (UFG). Era aposentado pela Agência Goiana de Assistência Técnica, Extensão Rural e Pesquisa Agropecuária (Emater), onde trabalhou por, praticamente, toda a vida. O pecuarista e extensionista deixou a esposa Sara Soares da Silva e três filhos.

Orizona realizou em setembro a Festa do Leite 2011. Neste ano, o torneio leiteiro, pela terceira vez realizado fora das propriedades, alcançou índices de produtividade bem acima do ano passado. A prova para escolha da maior produção e produtividade individual foi realizada em nove ordenhas. O produtor vencedor foi o proprietário da vaca veruska (foto). O animal produziu uma média de 79.150 kg/dia. A produção total nos três dias de evento foi de 237.450 kg. (Colaborou: Walquíria Caixeta)

O Sindicato Rural de Catalão ofereceu um curso gratuito de informática básica para produtores e trabalhadores rurais da região. As aulas foram realizadas nos dias 26 e 27 de setembro, na sede do Sindicato do município.

A vaca veruska também foi a campeã de ordenha do II Torneio Leiteiro e II Encontro e Exposição dos Produtores Rurais de Arenópolis e Região. O animal produziu 79.150 litros/dia. A media geral do torneio foi de 56.676 litros/dia. Os eventos foram promovidos em agosto pelo Sindicato Rural de Arenópolis, Associação de Produtores Zé Manoel, Associação de Produtores (APRRA), Agrodefesa e Agência Goiana de Assistência Técnica, Extensão Rural e Pesquisa Agropecuária (Emater), com o apoio da Faeg e da CNA

A nova diretoria do Sindicato Rural de Paraúna foi empossada em agosto. A solenidade foi realizada na sede do Sindicato e contou com a presença dos eleitos para o conselho fiscal e delegados representantes. Flávio Augusto Negrão de Moraes foi reeleito presidente da entidade, Pedro Hugo Moraes Rezende é o secretário e Felismar Martins Caetano o atual tesoureiro. (Colaborou: Sônia Gomes Lemes)

nota de falecimento

Festa do leite

Curso de informática

Campeã do torneio leiteiro

Posse de titulares e suplentes

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Outubro/2011 CAMPO | 15www.senargo.org.br

CezAriNA

itumBiArA

Ceres

CromÍNiA

JoViÂNiA

Produtores rurais de Itumbiara e da região Sul do Estado se reuniram para pedir socorro às autoridades judiciais devido ao aumento de roubos e furtos nas fazendas. Representantes do Judiciário, da Policia Militar, Civil, Florestal e autoridades políticas ouviram do presidente do Sindicato Rural de Itumbiara, Rogério de Oliveira, o projeto de segurança que a entidade preparou para dar proteção às áreas rurais. Todas as autoridades se prontificaram a ajudar a solucionar o problema que assola os produtores da região. A meta agora é promover outras reuniões para colocar as ideias do projeto em prática. (Colaborou: Tom de Oliveira)

O Sindicato Rural de Cezarina também está com nova diretoria para o triênio 2011/14. O presidente João Batista Franco encabeça a o grupo que vai defender os interesses dos produtores da região. A posse foi no dia 12 de setembro.

O Sindicato Rural de Ceres está de cara nova. A diretoria da entidade reformou toda a fachada e o interior do imóvel onde funciona o Sindicato. Ceres é um dos primeiros municípios a contar com Sindicato na região Norte de Goiás. A entidade é uma importante ferramenta de defesa e apoio dos produtores daquela faixa do Estado.

O Sindicato Rural de Cromínia realizou em setembro um encontro com produtores rurais. O evento comemorou também o Dia do Produtor Rural. Na ocasião, a diretoria do Sindicato apresentou uma prestação de contas do andamento das obras da nova sede da entidade. O novo prédio está previsto para ser inaugurado em janeiro de 2012, juntamente com a posse da nova diretoria. (Colaborou: Mábia Regina da Cunha).

Os ex-presidentes do Sindicato Rural de Joviânia foram homenageados pela atual diretoria da Casa. A solenidade foi realizada em setembro no Salão Paroquial Dom Miguel Pedro Mundo. Os antigos presidentes receberam uma placa e assistiram a um vídeo institucional do Sindicato. O evento foi em comemoração aos 25 anos da entidade. (Colaborou: Sheyla Silva Passos)

segurança no campo

nova diretoria

Fachada renovada

Comemoração ao dia do Produtor

homenagem aos antigos presidentes

CAiApÔNiA

Caiapônia foi palco mais uma vez de um mega leilão de gado de corte. A 9° edição do leilão na cidade foi realizado no final de setembro e contou com a participação de produtores rurais interessados em comercializar seu rebanho. Durante as negociações, o produtor teve a oportunidade de vender ou arrematar animais com preços de mercado. O evento foi no Tatersal do Parque de Exposições José Abreu.

Mega leilão de Gado de Corte

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16 | CAMPO Outubro/2011 www.sistemafaeg.com.br

Programa do Sistema Faeg/Senar e Embrapa promove a sustentabilidade no campo, fomenta o conhecimento,

gera renda e aumenta a produtividade do gado Karine rodrigues | [email protected]

Renda que vem do leite

BALDE CHEIO

Outubro/2011 CAMPO | 17www.senargo.org.br

Com objetivo de tornar a pro-dução de leite, mais viável e rentável, pesquisadores da

Embrapa Sudeste criaram o progra-ma Balde Cheio. O programa visa dar sustentabilidade ao pecuarista de lei-te e fazer com que ele permaneça na propriedade, se mantenha na ativida-de e, até mesmo, dar condições para que as novas gerações se identifiquem com o trabalho e se mantenham na zona rural. Tudo feito respeitando a legislação ambiental e preservando o meio ambiente.

O produtor rural, Antônio Eduardo Sobrinho, proprietário do Sítio Pri-mavera, no município de Morrinhos, era um tímido pecuarista de leite que tentava produzir para o consumo e o pouco que sobrava era destinado à venda. Há 11 meses, ele passou a fazer parte do seleto grupo de 172 pe-cuaristas de leite que integram o pro-grama Balde Cheio em Goiás.

Antônio era motorista de cami-nhão e voltou para as origens ru-rais há sete anos quando retomou a atividade de produzir leite. Há oito meses, o Sítio Primavera foi alçado à unidade demonstrativa do Progra-ma. Devido ao empenho do produ-tor em seguir todas as orientações técnicas do Balde Cheio, a produção passou de 110 litros/dia para até 200 litros diários, ordenhando 12 vacas, Girolando e Holandesa. A meta é al-cançar 500 litros/dia. O número de animais também já aumentou, pas-sou para 17 cabeças. A propriedade possui 22 hectares, destes, somente 17 hectares são utilizados na ativi-dade, os demais são reserva. Como a quantidade de gado é pequena, somente 0,8 hectare é irrigado para produção do capim.

Uma parcela importante do traba-lho na propriedade é realizada por Maria Aparecida Mendes Eduardo, esposa de Antônio. É ela quem faz a ordenha dos animais e os conduz para o pasto. A participação da fa-

mília é fundamental para atender às regras do Balde Cheio.

As melhorias nas finanças de Antô-nio ocorreram rapidamente. Na mes-ma intensidade, aumentou o trabalho, a atenção no manejo do gado e cuida-do com o pasto. Todas as benfeito-rias feitas na área foram sem finan-ciamento externo, só com capital do pecuarista. A renda da família passou de R$ 2,6 mil por mês – quando ade-riram ao programa -, para R$ 4.560 mil, em agosto deste ano.

AlimentaçãoAntes, as vacas eram alimentadas

com capim e ração. O produtor refor-mou o pasto, mudou o capim comum para mombaça e passou a utilizar irri-gação na área. Ele faz registros diários do clima como anotações de pluvio-metria e temperaturas máxima e mí-nima. Também anota os eventos para controle zootécnico como parição, período de cio e cobertura, e contro-le leiteiro – quanto cada vaca produz por dia. O plano é intensificar a área de pastagem e diminuir o número de animais no cocho.

A meta é ousada, mas o Engenhei-ro Agrônomo e Técnico Especialista (Consultor) do programa Balde Cheio do Sistema Faeg/Senar, Carlos Eduar-do Freitas de Carvalho afirma ser pos-sível e explica que a ideia é utilizar ao máximo as áreas pequenas com vacas boas, viabilizando o pasto produtivo. A média é de dez vacas por hectare, mas já houve experiências de colocar até mais de 12 animais neste mesmo espaço. Em cada hectare de momba-ça se faz até 26 piquetes. Os animais ficam um dia em cada piquete.

Hoje, o produtor Antônio está sa-tisfeito e entusiasmado com os resul-tados que já obteve e se prepara para alcançar novas metas. “Está valendo à pena. Faria tudo de novo e quanto às anotações, elas acabam virando rotina, são fonte de observação cons-tante e aprendizado”, ressalta.

O pecuarista, Antônio Sobrinho está satisfeito com os resultados obtidos na propriedade depois de entrar no programa Balde Cheio

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18 | CAMPO Outubro/2011 www.sistemafaeg.com.br

O Balde Cheio consiste na ado-ção de técnicas de manejo de pas-tagem, controle zootécnico e ges-tão da propriedade, aplicadas com a orientação de um técnico. Ele foi criado em 1998 pelos pesquisa-dores da Embrapa Sudeste, Artur Chinelato e Luiz Monteiro Novo, e pelo professor Vidal Pedroso de Faria, da Escola Superior de Agricultura Luiz Alves de Queiroz (Esalq), para dar condições ao pro-dutor de ser mais autossuficiente, melhorar a renda e assim sair da zona de exclusão da atividade. (leia mais sobre o Balde Cheio em en-trevista com o criador o Programa,

Artur Chinelato, à página 8).Do ponto de vista técnico, o

programa leva novos conceitos ao pecuarista de leite unindo pesqui-sa e extensão. Em Goiás, o Balde Cheio começou a ser executado em novembro de 2010, para dar continuidade ao trabalho dos pro-dutores que estavam no Programa Gestão da Pecuária Leiteira do Sis-tema Faeg/Senar. Hoje, já são 11 grupos de produtores participan-tes. Estes grupos estão situados nos municípios de Bela Vista de Goiás, Mossâmedes, Morrinhos, Jataí, Itaberaí, Firminópolis, Rio Verde, Alexânia, São João da Pa-

raúna e Santa Helena de Goiás. Em cada município, a parceria do

Sistema Faeg/Senar para contrata-ção do técnico treinado na metodo-logia do Balde Cheio é feita com a prefeitura municipal, cooperativas e universidade. Os primeiros grupos do Balde Cheio foram formados nos municípios de Mossâmedes, Nique-lândia e Morrinhos. A previsão para 2012 é de formar 30 grupos.

ParticipaçãoSegundo o coordenador do Pro-

grama Balde Cheio do Sistema Faeg/Senar, Marcos Bragança, não é qualquer produtor que pode fazer

Sem derramar

Antônio Sobrinho e Carlos Eduardo de Carvalho no pasto irrigado para manutenção dos animais

BALDE CHEIO

Outubro/2011 CAMPO | 19www.senargo.org.br

Para formar uma nova parceria, a entidade interessada deve entrar em contato com a coordenação do programa no Sistema Faeg/Senar, que avalia a possibilidade de adesão;

Feito isso, um técnico especialista do Sistema capacita o técnico extensionista disponibilizado pelo parceiro;

Entidade, técnico treinado e o grupo formado por produtores escolhem juntos a propriedade que servirá como unidade demonstrativa e sala de aula e assinam um termo de compromisso.

Fonte: Faemg

Para Participar

ENTIDADESPARCEIRAS

CAPACITAÇÃODE TÉCNICOS

VISITAANUAL

VISITASTRIMETRAIS

ASSISTÊNCIATÉCNICA E GERENCIAL

DE QUALIDADE

COORDENADOR

SUPERVISOR

COORDENADOR

TÉCNICO

SUPERVISORES

REGIONAIS

UNIDADEDEMONSTRATIVA

UNIDADE ASSISTIDA

UNIDADE ASSISTIDA

UNIDADE ASSISTIDA

CONVITES A TÉCNICOSE PRODUTORES DA REGIÃO

SISTEMA

COORDENAÇÃO GERAL

COOPERATIVAS, ASSOCIAÇÕES,SINDICATO RURAL, PREFEITURAE TÉCNICOS VINCULADOS

parte do programa. “É preciso ter engajamento, ser compro-metido e consciente de que precisa seguir os processos e orientações para melhorar”, explica.

A escolha do pecuarista e da propriedade tem que atender critérios estabelecidos pelo programa criado pela Embra-pa Sudeste. A prioridade é atender as propriedades fa-miliares de baixa renda que não têm acesso à assistência técnica e com menos de 20 hectares produtivos. O que não exclui grandes e médias

propriedades de participarem do Programa, conforme o pes-quisador Artur Chinelato, um dos criadores do programa.

O técnico especialista do Sistema Faeg/Senar, Carlos Eduardo, quem capacita os extensionistas diz que para entrar e permanecer no pro-grama, o produtor precisa cumprir algumas obrigações de trabalho como abrir a pro-priedade para visitação, fazer no mínimo uma vez por ano os exames de brucelose e tu-berculose nos animais, fazer o descarte de animais em

caso positivo de uma das do-enças e respeitar os acertos combinados com o técnico responsável pelo grupo.

Em Morrinhos, o técnico responsável pelos grupos da região é o médico vete-rinário Wesley de Melo. Ele acompanha os produtores mensalmente monitorando e orientando conforme a meto-dologia do programa. A cada três meses é a vez de Carlos Eduardo visitar os grupos e as propriedades, também como determinam as regras do pro-grama.

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20 | CAMPO Outubro/2011 www.sistemafaeg.com.br

Na medida que a busca por melhores pastos se intensifica, confinadores ganham mercado com o uso de pouco espaço. Estado é o maior confinador do Paísrhudy Crysthian | [email protected]

Produtor de uma qualidade melhor de carne bovina e com animal mais pesado, a engorda de gado em sistema de confina-mento abre um nicho que gira em torno de US$ 3 bilhões ao ano. O Brasil produz cer-ca de dois millhões de cabeças em sistema fechado ao ano. No total, abate mais de 40 milhões de cabeças anualmente.

Nesse “mar” de boiada, Goiás se destaca como líder na produção de bovinos confi-nados. Com 800 mil cabeças neste sistema, o Estado possui também os melhores resul-tados em controle e rastreabilidade dos re-banhos que entram e saem das fronteiras. Goiás abriga ainda o quarto maior rebanho bovino do País, com aproximadamente 21 milhões de cabeças.

Os números são da Associação Nacio-nal de Confinadores (Assocon) e mostram ainda que os Estados Unidos confinam mais de 95% do gado abatido, enquanto a Argentina, que já chegou a alimentar sua boiada apenas com o capim, hoje confi-na cerca de 60% das reses que vão para o abate.

De acordo com o diretor da Assocon, Dante Pazzanese Lanna, tanto os EUA como a Argentina não vão ter mais espaço para incrementar a oferta de carne diante do consumo que irá crescer nos próximos anos, impulsionado pela melhoria de renda nos países emergentes. Dessa forma, a enti-dade estima que o confinamento de bois no Brasil deve se estabilizar no curto prazo e crescer em um horizonte mais longo.

Interconf 2011O analista técnico da Assocon, Bruno de

Andrade mostra que segundo uma simula-ção feita pela Associação em Goiás, o custo operacional efetivo de um confinamento é em média de R$ 1.637 mil/animal. Sua ren-tabilidade, ainda segundo a simulação, gira em torno de 3,69%.

Preocupados em melhorar a rentabilida-de do setor e tratar de temas relacionados à gestão integrada na propriedade, a As-socon realizou, em setembo, em Goiânia, a 4ª Conferência Internacional de Confina-dores (Interconf). O evento teve, entre os assuntos principais das plenárias, pales-tras sobre a experiência bem sucedida de Goiás com o uso da GTA Eletrônica.

Goiás é líder em rebanho fechado para engorda

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Outubro/2011 CAMPO | 21www.senargo.org.br

De pai para filho…

Pais, preocupados com a continuidade da atividade agrícola e a permanência das

propriedades em posse das famílias, despertam nos filhos o interesse pelo trabalho no campo

rhudy Crysthian | [email protected]

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oSUCESSÃO FAMILIAR

22 | CAMPO Outubro/2011 www.sistemafaeg.com.br

Garantir a continuidade de um negócio rural é muitas vezes um assunto delicado, pois

geralmente alguns herdeiros vêem dificuldades em dar sequência aos trabalhos dos pais. Em segmentos específicos como o agronegócio, os filhos encontram mais dificuldades em assumir as rédeas da proprieda-de devido a sua forma de educação aplicada ao longo da constituição familiar. Geralmente, os filhos vão estudar em grandes centros, fazem universidade e estágios e, dificil-mente, retornam à vida no campo.

Para alguns herdeiros, os atrati-vos da vida profissional na cidade se mostram mais chamativos que os trabalhos na zona rural. A vida na fazenda requer dedicação exclusiva e integral, muitas vezes, com pouco tempo para família ou para outras atividades. Atentos a esse êxodo dos filhos para a cidade, muitos pais começam a despertar nos herdeiros o interesse e compromisso com o trabalho no campo.

Seja em propriedades pequenas

ou grandes, quando a questão é su-cessão familiar, a preocupação é a mesma: como preparar os filhos de maneira mais apropriada para as-sumirem o controle dos negócios. “Primeiramente, deve-se saber se os filhos possuem o mesmo sonho do fundador. Caso tenham, é preciso manter a cultura que o pai possui e implantou em seu negócio”, orienta o especialista em sucessão familiar da DS Consultoria Empresarial e Educacional, Domingos Ricca.

Preocupado com o futuro dos filhos e com a permanência da propriedade na família, o produtor de soja, milho e sorgo do Sudoeste goiano, José Ro-berto Brucceli, despertou nos filhos, desde crianças, o gosto e interesse pelo trabalho no campo. Ele conta que colocava as crianças nos trato-res e colheitadeiras enquanto traba-lhava, aplicava atividades lúdicas e até usava de métodos pedagógicos, mesmo sem orientação profissional sobre o assunto, para despertar nos filhos o gosto pelas atividades de-senvolvidas na propriedade.

O empenho do produtor deu certo, hoje, três dos quatro herdeiros da fa-mília trabalham com ele na proprie-dade. Brucceli só enxerga vantagens em manter a fazenda em posse dos herdeiros. “Dessa forma, mantemos nosso patrimônio histórico e finan-ceiro na família. O produtor tem co-nhecimento para transferir para os filhos e sabe a melhor forma de não deixar essa história acabar em apenas uma geração”, diz.

As raízes da família na agricultura são ainda mais profundas. Os avôs de Brucceli eram cafeicultores em São Paulo e, desde então, os herdeiros mantêm a família no campo. “Quan-do os filhos, na ocasião da morte dos pais, vendem a propriedade, inter-rompem a continuidade da atividade no campo e dificilmente conseguem resgatar futuramente”, acredita.

O especialista em sucessão fami-liar, Domingos Ricca, completa que o produtor pai deve perpetuar no filho algumas características na gestão da fazenda como credibilidade, perseve-rança, carisma e liderança. “Indepen-

A família Brucceli trabalha unida para manter a propriedade nas mãos dos

futuros herdeiros. Pai carregava os filhos nos tratores quando eram crianças

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Outubro/2011 CAMPO | 23www.senargo.org.br

dente do ramo de atividade, todo e qualquer sucessor, seja filho ou filha, terá que conhecer bem seu próprio negócio e possuir liderança. O herdei-ro não deve se tornar sucessor apenas por possuir o mesmo sobrenome que o fundador. Ele precisa ter o sonho de seguir o negócio, além de estar capacitado para assumir o lugar do pai, perpetuando sua personalidade e cultura”, destaca.

Filhos Para um dos filhos do Brucceli, Ivan

Bruccelli, os herdeiros devem se ater para outras nuances da vida no cam-po. “Para trabalhar com agricultura devemos entender que não se trata apenas de herdar um pedaço de ter-ra e esperar o lucro em toda safra. O novo empreendedor rural precisa es-tudar e se preparar para manter a ati-vidade viva e sustentável. Dessa for-ma, conseguimos inclusive aumentar a produtividade que nossos pais con-seguiam nas propriedades”, ensina.

Ele conta que quando o patriarca implanta uma cultura individualista na família, buscando apenas o resul-tado financeiro da atividade, os fi-lhos acabam por optar por outra pro-fissão, mesmo porque nem sempre a atividade é lucrativa a todo momento, já que o agronegócio passa por cons-tantes variações na economia. Outro fator que pode desestimular a perpe-tuação da propriedade por parte dos descendentes é a maneira como o pai conduz o dia a dia da família.

Segundo ele, os pais que trabalham no campo têm uma carga horária ex-tremamente exaustiva e o filho não pode se assustar. “Nossos pais traba-lham quase 20 horas por dia e muitas vezes deixam de investir na proprie-dade para levar a família para a cidade e formar os filhos”. Ivan afirma que, dessa forma, os filhos acabam se dis-tanciando da realidade da fazenda e se desinteressando pelo segmento. “Eu acredito mais na união da famí-lia, os filhos podem e devem estudar

para garantir melhores resultados no campo, aprimorarem a utilização de novas tecnologias na propriedade, mas os pais não podem deixar isso se transformar em distanciamento e desinteresse”, completa.

Hoje, com dois filhos, de quatro e seis anos, Ivan tenta adotar as mesmas técnicas utilizadas pelo seu pai para estimular nos pequenos o interesse e

gosto pelo trabalho na fazenda. “Eu faço as mesmas coisas que meu pai fa-zia comigo e com meus irmãos quan-do éramos crianças, levo os meninos para andar de colheitadeira, passear no trator, explico como é a vida de um produtor rural, deixo a criançada solta para brincar à vontade e, assim, eles vão conhecendo aos poucos como é a vida de um trabalhador rural”, declara.

Na visão do especialista em su-cessão familiar da DS Consultoria Empresarial e Educacional, Domin-gos Ricca, todo fundador, seja de uma empresa rural ou de qualquer outro segmento que tenha sua fa-mília trabalhando junto, deseja que seu negócio seja perpetuado. “Dessa forma, a família deve tentar manter a propriedade após sua au-sência, com o mínimo de conflitos

ou brigas. A vantagem está em um trabalho consolidado, no qual já se conhece a cultura e a forma de ad-ministrar do fundador, sendo mais fácil levar adiante seu carisma e sua liderança”, orienta.

Para ele, quando a família possui mais de um herdeiro, o ideal é não repartir o patrimônio. “Juntos, os filhos são mais fortes. Com a se-paração da propriedade, os filhos

Herdeiros juntos potencializam resultados

Os irmãos Sinval e Valdivino administram a propriedade que herdaram do pai, em Bela Vista de Goiás. Eles afirmam dever ao patriarca o gosto pelo trabalho no campo

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24 | CAMPO Outubro/2011 www.sistemafaeg.com.br

O produtor de Firminópolis, região Central de Goi-ás, Danilo Tomazelo, fez o caminho inverso de muitas famílias oriundas do campo. Ele despertou no pai o interesse pelo agronegócio e agora se prepara para

assumir a direção da pequena propriedade. No local, são produzido leite, suínos e avicultura de subsistên-cia.

Em 1999, o patriarca da família, José Altamiro Au-

podem fazer concorrência entre si. Sem a repartição, eles irão tomar decisões em conjunto, fortifican-do o empreendimento. A divisão dos lucros deve ser clara e levar em consideração a participação de cada um”, acredita.

Os irmãos, Sinval Vilson de Car-valho e Valdivino Joarez de Car-valho, herdeiros da fazenda São José, em Bela Vista de Goiás, região Central do Estado, tomaram uma decisão quando o patriarca da fa-mília faleceu em 1986, não dividir a propriedade. Os dois trabalham juntos e ajudavam a família des-de crianças. “Sempre moramos na fazenda. Nosso pai nos ensinava a cuidar do gado e dos animais des-

de pequenos. Não sabemos se ele se preocupava com a continuidade da atividade, mas os ensinamentos dele despertaram em nós o gosto pela atividade”, garantem.

Hoje, Sinval já carrega o filho de dois anos para os trabalhos no cur-ral e no pasto. A forma de ensinar os filhos ativou não só o interesse dos irmãos, mas também o lado em-preendedor e estratégico de Sinval e Valdivino. Depois que assumiram a propriedade, os dois praticamente deram um novo fôlego à atividade. Lá, eles produzem leite. Quando o patriarca da família era vivo, eram produzidos diariamente 25 litros de leite com um rebanho de 17 animais em lactação. Hoje, com 36 vacas, os

irmão conseguem uma margem de 500 litros/dia. “Devemos ao nosso pai toda afinidade adquirida pelo trabalho rural, mas procuramos sempre melhorar e modernizar nos-so trabalho”, destaca Sinval.

Ele conta que até tentou desistir da vida no campo, mas logo percebeu que, manter a propriedade ativa se-ria muito mais lucrativo que trabalhar de empregado na zona urbana. “Em 2002 o cenário para o produtor de leite estava muito desfavorável. Então eu me mudei para a cidade e deixei meu irmão sozinho, mas logo vi que o melhor mesmo era cuidar da pro-priedade”, lembra. Sinval é casado e pai de uma criança, ele pretende esti-mular no filho o gosto pelo trabalho.

À frente da propriedade dos pais filhos inovam

Danilo e seu pai, José Altamiro, trabalham juntos na pequena propriedade em Firminópolis

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Outubro/2011 CAMPO | 25www.senargo.org.br

GrAFiCA tAlentO

gusto, adquiriu uma pequena pro-priedade. Quando viu a possibi-lidade de se firmar no segmento Danilo começou a estimular no pai a ideia de usar o espaço para gerar renda. “Meu pai não acreditava que tínhamos espaço para trabalhar, ele usava a terra apenas como uma op-ção de lazer”, lembra.

Aos 17 anos, Danilo iniciou um curso de zootecnia já de olho em fazer a área render lucro para a fa-mília. Logo o pai de Danilo, que tinha um emprego na cidade, per-cebeu a iniciativa do filho, aumen-tou a propriedade e se tornou um pequeno produtor.

Hoje, os dois juntos tocam a pe-quena propriedade e Danilo tam-bém presta consultoria para outros produtores. “Eu acredito que os fi-lhos devem aproveitar a juventude para se especializar e se informar sobre a atividade que pretendem se dedicar, tanto para ajudar os

pais quanto para assumir a pro-priedade”, aconselha.

Com conhecimento técnico e inovação, Danilo conseguiu me-lhorar os resultados da fazenda e aumentar a produtividade do leite. Antes, eram produzidos 20 litros de leite por dia, com um pequeno rebanho de sete cabeças. Hoje, o jovem produtor extrai até 140 li-tros de leite/dia, com apenas seis vacas em lactação.

Segundo ele, os herdeiros pre-cisam se informar e não limitar sua margem de inovação na pro-priedade para melhorar os resul-tados obtidos pelos pais e manter a propriedade sustentável por ou-tras gerações. “Nós jovens preci-samos ficar atentos também para não cairmos em erros do passa-do, muitas vezes cometidos pelos nossos pais por falta de conheci-mento. É importante buscar a sus-tentabilidade contínua no campo”,

sentencia. Faeg Jovem

Com o objetivo de promover o desenvolvimento de novas lide-ranças rurais no Estado, tanto para atuarem à frente das proprie-dades agrícolas quanto para assu-mirem postos de lideranças do segmento, a Federação da Agri-cultura e Pecuária de Goiás (Faeg) criou um novo braço na entidade, a Faeg Jovem.

A novidade está estimulando e apoiando o surgimento e a for-mação de novos empreendedo-res rurais, fortalecendo a cultura empreendedora dentro do meio agrícola. A idéia também é de-senvolver competências em jovens produtores e possíveis sucessores da gestão dos negócios em empre-sas rurais familiares. Para assim, contribuir para a inovação, melho-ria da gestão e aumento da compe-titividade das propriedades rurais.

26 | CAMPO Outubro/2011 www.sistemafaeg.com.br

Brasileiros querem limitar a entrada de leite em pó argentino e uruguaio no

Brasil para evitar surto de importação e desequilíbrio no mercado interno

Karine rodrigues | [email protected]

Leite estrangeiro

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IMPORTAÇÃO

Gilson Costa diz que importações desestimulam o pecuarista a aumentar a produção

Outubro/2011 CAMPO | 27www.senargo.org.br

O impasse sobre a importação de leite da Argentina e do Uruguai deve chegar ao fim

neste mês. Em abril deste ano, termi-nou o acordo comercial firmado en-tre Brasil e Argentina para importa-ção do produto, que previa a compra mensal de 3,3 mil toneladas de leite em pó. Desde então, os acertos estão sendo feitos a cada seis meses. Nos primeiros oito meses de 2011, a Ar-gentina exportou para o Brasil 56 mil toneladas do produto e superou as 52 mil toneladas recebidas durante todo o ano de 2010. No caso dos queijos ocorreu o mesmo, foram importadas 21 mil toneladas ano passado, ante as 20 mil toneladas nos oito primei-ros meses deste ano.

O governo brasileiro tem pressa em acertar a situação para evitar surtos de importação e para que haja um flu-xo regular da oferta de matéria-prima. Segundo informações do Ministério da Agricultura Pecuária e Abasteci-mento (Mapa), o setor privado bra-sileiro está incomodado devido ao forte aumento no volume dos impor-tados. O novo acordo com a Argenti-na vai acertar o limite de importação até o final do primeiro semestre de 2012. O trabalho se estende também para inclusão de queijos no acordo.

A importação de leite em pó gera

problemas econômicos e sociais, não apenas para os produtores. O supe-rintendente do Senar Goiás, Marcelo Martins, explica que a restrição da Ar-gentina a produtos brasileiros se es-tende aos 577 itens. “Queremos reci-procidade da Argentina e do Uruguai em relação às exportações”, explica.

O presidente da Comissão Nacional de Pecuária de Leite da CNA, Rodri-go Alvim, que participa das reuniões de negociação com a Argentina, diz que os argentinos estão insistindo para fazer o acordo. “A reclamação deles é que perderam espaço para os uruguaios uma vez que aumentaram o volume de exportações para o Bra-sil, no espaço deixado pelos porte-nhos”, ressalta Alvim.

Tanto os uruguaios quanto os ar-gentinos estão dispostos a negociar cotas de importação de leite, porém, reclamam que as licenças de impor-tação não foram liberadas. Alvim ex-plica que essa liberação está inviável, pois se somadas somente as expor-tações do Uruguai para o Brasil de leite e queijo, por mês, chegam a 1,6 mil toneladas. Juntos ambos os paí-ses sulamericanos têm vendido para o Brasil quase cinco mil toneladas de leite e queijo todo mês.

No caso da Argentina, o acordo fei-to até abril desse ano considerou a

média das exportações de cinco anos anteriores ao contrato. A média era de 1,5 mil tonelada mês e na negociação foram autorizadas 3,3 mil toneladas, ou seja mais que o dobro do que eles haviam vendido para os brasileiros até a formalização do acordo.

O volume médio importado da Argentina no período de setembro 2010 a agosto de 2011 foi de 3.685 mil toneladas. A Comissão Nacional de Pecuária de Leite da CNA está tratando do assunto em conjunto com o Ministério das Relações Ex-teriores (MRE) e com o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abasteci-mento (Mapa).

FixadoO acordo antigo feito com a Argen-

tina previa a importação de 3,3 mil toneladas de leite em pó com valor de importação indexado com o preço praticado na Oceania, cuja divulgação das informações de preços ocorrem a cada 15 dias e balizam os preços do leite em pó no mundo inteiro. De acordo com Martins, os preços pra-ticados na Oceania são muito próxi-mos do adotados pelo Mercosul. As discussões estão sendo conduzidas pela CNA e Ministério da Indústria e Comércio (MDIC).

Conforme Marcelo Martins, o Bra-

importação de leite em pó: Fonte: Secex/MDIC/Elaboração: CNA

2010Período Mundo Argentina Uruguai Mil US$ Tonelada Mil US$ Tonelada Mil US$ Tonelada Jan/10 14.292 4.490 10.463 3.165 3.829 1.325 Fev/10 12.700 3.922 8.066 2.347 744 275 Mar/10 6.868 2.080 5.728 1.680 0 0 Abr/10 18.082 5.720 14.356 4.570 3.455 1.050 Mai/10 13.162 4.145 8.290 2.670 4.795 1.450 Jun/10 15.969 4.839 6.106 1.864 8.341 2.475 Jul/10 14.862 4.658 9.375 2.825 1.854 500 Ago/10 8.843 2.456 7.706 2.106 492 150 Set/10 8.867 2.538 7.419 2.088 1.265 400 Out/10 8.477 2.379 6.555 1.829 1.740 500 Nov/10 18.697 5.706 12.829 3.956 5.686 1.700 Dez/10 32.105 9.168 12.928 3.818 18.671 5.200 Total / 10 172.923 52.102 109.821 32.919 50.871 15.025 Média/10 14.410 4.342 9.152 2.743 4.239 1.252

28 | CAMPO Outubro/2011 www.sistemafaeg.com.br

sil tem um grande mercado consu-midor de leite, fator que torna re-corrente a condição de importador de lácteos. A produção e o consumo brasileiro são da ordem de 30 bilhões de litros/ano. A valorização do real ante o dólar e o peso favorecem o incremento das importações argen-tinas, cujo surto ocorreu em 2009. Diante desse quadro foi necessário fazer um acordo de cotas e preços com Argentina para conter a expan-são das importações. Com o Uru-guai, não há acordo de cotas, somen-te limitação informal.

Essas importações deprimem o pre-ço do leite para o produtor gerando instabilidade de preço e de produção, no segundo momento gera elevação de preços aos consumidores. “Não podemos receber todo excedente de produção da Argentina e do Uru-guai”, explica Martins. Goiás tem 60 mil produtores de leite, o Brasil tem 1,3 milhão de produtores e a maioria são de pequenas propriedades que vivem da atividade, a principal fonte de renda da família.

Na ponta

Quem mais sofre com essas impor-tações são produtores que se sentem desestimulados a produzir para con-correr com o leite importado. Produ-tor rural há 33 anos, Gilson Costa, também engenheiro agrônomo, afir-ma que as importações atrapalham muito os produtores. O impedimento

não é direto, mas existem gargalos como leis ambientais e trabalhistas que oneram em demasia o produtor que fica sem ter condições de fazer mais cortes nos gastos e, assim, po-der competir com o produto estran-geiro.

Ele explica que a mão de obra para trabalhar com leite é muito especiali-zada e que está cada vez mais difícil encontrar quem queira lidar com o produto. Trata-se de um serviço pesa-do que precisa ser feito todos os dias, inclusive finais de semana e feriados. Os produtores afirmam que mesmo oferecendo qualificação e benefícios, muitos desistem do ofício.

Gilson explica que apenas 15% dos produtores produzem 80% do leite consumido em Goiás e o pequeno

produtor não consegue abastecer o País. “É necessário mudar o foco de ação e partir para o médio e grande produtor. O preço do leite não está ruim, o custo Brasil é que está muito alto e a margem muito baixa”, relata.

O produtor acrescenta que quando se fala em gado leiteiro o foco é só no leite, mas as pessoas se esquecem que o pecuarista precisa manter outras estruturas, como a casa, o caminhão, formar pasto, plantar para fazer silagem, arborizar a fazenda para cumprir a legislação ambiental, além de fazer cerca e curral. “Se continuar assim, de que os produtores vão viver? Tudo vai parar no Brasil e vamos em breve ver nas gôndolas caixa de leite “made in Argentina e made in Uruguai”, destaca Gilson.

Marcelo Martins acredita que as importações de leite deprimem o preço do produto no Brasil. Para ele, o País não pode absortver todo o excedente de produção do leite da Argentina e do Uruguai

Jan/11 32.886 9.213 18.846 5.353 13.693 3.750 Fev/11 33.451 9.267 20.150 5.546 12.051 3.325 Mar/11 18.237 5.002 13.062 3.527 5.176 1.475 Abr/11 29.529 7.869 14.648 3.821 13.492 3.650 Mai/11 31.411 7.727 14.438 3.476 12.405 3.075 Jun/11 23.788 5.772 16.166 3.806 4.057 1.050 Jul/11 23.077 5.565 13.354 3.226 6.878 1.621 Ago/11 23.217 5.626 15.474 6.776 4.945 1.221 Total/11 215.596 56.041 126.135 32.532 72.697 19.167 Média/11 26.950 7.005 15.767 4.066 9.087 2.396

2011Período Mundo Argentina Uruguai Mil US$ Tonelada Mil US$ Tonelada Mil US$ Tonelada

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importação de leite em pó: Fonte: Secex/MDIC/Elaboração: CNA

IMPORTAÇÃO

Outubro/2011 CAMPO | 29www.senargo.org.br

SISTEMA EM AÇÃO

O presidente do Conselho Fis-cal do Senar Central, Ryan Carlo Rodrigues dos Santos

e outros quatro componentes esti-veram em Goiás para presenciar os cursos e as atividades promovidas pelo Serviço Nacional de Aprendiza-gem Rural (Senar), em Goiás. Durante a visita, acompanhados do Superin-tendente do Senar Goiás, Marcelo Martins e da equipe técnica, o grupo de conselheiros que veio de Brasília

e Tocantins visitou o Sindicato Rural de Bela Vista de Goiás, a fazenda Vi-tória, também situada no mesmo mu-nicípio, e o Centro de Treinamento do Laticínio Piracanjuba – o Pró Campo.

Segundo Marcelo Martins, a ideia era trazer os conselheiros ao campo para que pudessem conhecer a estru-tura de trabalho do Sindicato Rural e vissem como é feito o planejamento quadrimestral das ações do Senar, no Estado. Um dos objetivos da visi-

ta também foi apresentar como são ministrados os treinamentos da enti-dade. Em Goiás, o Senar não possui um centro de treinamento próprio, fato que segundo martins, faz com que a proximidade com o produtor aumente. “Assim vamos conhecen-do melhor a realidade de cada região e desenvolvendo cursos adaptados à realidade de cada lugar”, explicou.

Ainda na sede do Sindicato Ru-ral de Bela Vista, o grupo conheceu

Conselheiros do Senar Central visitam Bela Vista de Goiás e conhecem ações desenvolvidas pelo

Senar no interior do Estado Karine rodrigues | [email protected]

Aperfeiçoamento da atividade agropecuária

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Conselheiros e alunos do treinamento de casqueamento de bovinos na Fazenda Vitória em Bela Vista de Goiás

30 | CAMPO Outubro/2011 www.sistemafaeg.com.br

produtoras rurais que fazem parte do programa Com Licença Vou à Luta. As seis mulheres apresentaram o tra-balho de artesanato que começaram a produzir depois de participarem dos treinamentos de Promoção So-cial do Senar Goiás. Elas produzem tapetes, colchas, toalhas de mesa, peças decorativas e doces, tudo ga-rante e aumenta a renda da família. De acordo com Martins, o programa

Com Licença Vou à Luta foi um divi-sor de águas nas propriedades goia-nas, onde as mulheres participaram, pois contribuiu decisivamente no processo de gerenciamento de todas as atividades da propriedade.

O presidente do Sindicato Rural de Bela Vista de Goiás Wanderley Rodri-gues de Siqueira, explicou que o Sin-dicato é uma entidade simples, não tem muitos recursos, mas que se bem

aproveitadas as oportunidades que o Senar oferece, é possível movimen-tar a região. “O Senar é uma pedra preciosa que temos nas mãos e que representa muito para o Sindicato”, ressaltou. O segmento rural de Bela Vista é composto, prioritariamente, por pequenos produtores e a pecuá-ria de leite é forte na região.

A mobilizadora do Senar Goiás em Bela Vista de Goiás, Auriluce da Cruz, diz que o trabalho de reunir e motivar os produtores a partici-parem do curso não é fácil, porém, muito gratificante, segundo ela. A mobilizadora explicou que os treina-mentos são agendados sob deman-da, mas é feita uma triagem de quem realmente tem o perfil e interesse na atividade. “O melhor salário do mo-bilizador é quando ele volta ao lugar onde foi feito o treinamento e vê que o sucesso foi alcançado,” explica.

Comitiva O presidente da Federação do Ama-

pá e conselheiro fiscal do Senar Cen-tral, Iraçú Colares, disse que a ideia de propiciar aos membros do conse-lho uma visita o trabalho executado pelo Senar nos municípios foi formi-dável. Iraçú acredita que há um des-compasso na legislação brasileira que impede os jovens menores de 18 anos de serem treinados, para dar conti-nuidade na atividade desenvolvida pelos pais. “Isso evitaria que muitos filhos de produtores abandonassem o trabalho no campo, pois teriam conhecimento técnico para lidar na propriedade. Creio que nós do Senar temos que tentar promover mudanças na legislação”, sugeriu.

O coordenador orçamentário do MAPA e representante do Ministé-rio no Conselho, Alberto Bellinello, explicou que o aparelho público tem que ir onde o povo está. Ele ressaltou também que não há necessidade de o Senar Goiás ter um centro de trei-namento, uma vez que as parcerias são bem sucedidas e os treinamentos atendem o público-alvo.

Visita do Conselho Fiscal do Senar Central ao centro de treinamentos Pró-Campo

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SISMETA EM AÇÃO

Outubro/2011 CAMPO | 31www.senargo.org.br

Os conselheiros do Senar Central participaram de algumas lições do trei-namento de Casqueamento Preventivo de Bovinos. A turma de oito alunos, sob a instrutoria de Gaspar Belarmino de Oliveira Júnior, aprendeu durante as 24 horas de curso, a controlar e eli-minar as perdas decorrentes das afec-ções de casco, a dominar as técnicas de casqueamento em peças anatômi-cas, avaliar aprumos e os defeitos nos bovinos, conter e casquear os bovinos.

Questionados sobre os motivos que os levaram a fazer o curso de casqueamen-to, seis alunos são produtores e traba-lhadores rurais que estavam à procura de aprimoramento da técnica de casque-amento e dois alunos estavam em busca de novos conhecimentos para mudar de profissão. Um aluno é empresário e dono de restaurante, quer deixar o estresse da cidade e ir morar no campo. Outro aluno trabalha na construção civil e pretende alcançar mais qualidade de vida, por isso, busca no campo essa tranquilidade.

No centro de treinamento Pró-Campo do Laticínio Piracanjuba, a comitiva foi recebida pelo diretor-geral do Laticínio Luiz Magno de Carvalho, que apresentou o histórico do centro que possui apenas um ano e meio de existência. A unidade que possui um total 18 hectares, destes, 14 hectares são produtivos. No local já foram realizados 703 treinamentos de produtores e são captados diariamente mil litros de leite. De acordo com Luiz Magno, a parceria com o Senar Goiás é muito forte e essencial para manter os treinamentos do centro.

A mobilização dos produtores para os cursos é compartilhada entre a equipe do centro de treinamento e a mobiliza-dora do Sindicato Rural de Bela Vista. Outro serviço prestado pelo Pró-Campo aos produtores rurais da região e egres-sos dos cursos é exame de carrapatos re-alizado pela equipe de médicos veteriná-rios que lauda e receita o medicamento adequado. Tudo feito gratuitamente.

Treinamento garante qualificação

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Instrutores do Senar, em Goiás, fazem demonstração prática de treinamentos oferecidos para produtores

32 | CAMPO Outubro/2011 www.sistemafaeg.com.br

CAMPO RESPONDE

Preciso saber se é legal condenarem minha área, registrada antes da Lei de 1965, como uma APP. Será que eu posso reflorestar com cultura de eucaliptos grandes? Esta área confronta-se com um rio onde a metragem de APP é de 100 metros. A terra mencionada sempre foi de lavoura e nunca avancei às margens do rio. Só que pelos anos 1980 foi construída uma barragem. Isto elevou a lâmina d’água em vários metros e está provocando o desbarrancamento contínuo das margens. Só em minha área frontal se perderam pelo menos 20 metros.Paulo Renato Ruschel

A legislação ambiental não permite recompor Áreas de Preservação Permanente (APPs) com espécies exógenas como o eucalipto. Em relação à barragem construída, deve solicitar formalmente ao órgão ambiental providências e informação do procedimento que deve adotar para não ser prejudicado. Se for o caso, ser indenizado de alguma forma pela empresa que construiu a barragem. Pelo adiantado do problema o ideal é contratar um advogado.

ConSultoRA: MARCElo lESSA, assessor técnico da Faeg para a área de meio ambiente.

Envie suas dúvidas para [email protected]. Não se esqueça de colocar seu nome completo, a região onde mora e a cultura que produz. Envie-nos também fotos do assunto que pretende obter resposta.

Há possibilidade de produção de soja na região Nordeste do Estado, especificamente no municí-

pio de Flores de Goiás?Wagner Gualberto de Brito

Existe sim a possibilidade do cultivo da soja nesta região. Porém, alguns cuidados devem ser tomados.

Primeiramente, as exigências hídricas devem ser observadas, a soja necessita entre 450 e 800 mm/ciclo de água, dependendo das condições climáti-cas, do manejo da cultura e da duração do ciclo.

Esta disponibilidade é importante, principalmen-te, em dois períodos de desenvolvimento da soja: germinação-emergência e floração-enchimento de grãos. Posteriormente, as condições de temperatura

do local a ser cultivado devem ser observadas, é recomendável temperaturas do ar entre 20° C e 30°

C. Em sua região devemos ter cuidado com tempera-turas acima de 40° C.

ConSultoR: lEonARDo MACHADo, assessor técnico da Faeg para a área de cereais, fibras e

oleaginosas.

João

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Eudi

son/

SXC.

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Outubro/2011 CAMPO | 33www.senargo.org.br

DELÍCIAS DO CAMPO

Receita elaborada por Ângelo Armando de Paula, instrutor de Cozinha Rural do Senar, em Goiás.

torta de abacate, abacaxi e morangos

MOdO de FAzer:

Para a calda, coloque o açúcar e a água em uma panela e leve ao fogo até engrossar. Despeje na forma e disponha as rodelas de abacaxi e reserve. Bata no liquidificador o abacate, o óleo, o açúcar, os ovos e o leite. Acrescente a farinha de trigo e, por último, o fermento em pó. Despeje sobre a calda com o abacaxi e leve ao forno até assar. Retire do forno, desenforme e decore com os morangos.

diCA:

O abacaxi e o morango podem ser substituídos por outras frutas de sua preferência.

inGredientes:

1 abacate inteiro ou 1 xícara de chá de abacate picado300 mls de leite ou água1 xícara de chá de óleo1 e 1/2 xícara de chá de açúcar2 xícaras de chá de farinha de trigo3 ovos inteiros2 colheres de sopa de fermento em póRodelas de abacaxiMorangos para decorar

inGredientes PArA CAldA:

1 e 1/2 xícara de chá de açúcar 1/2 xícara de chá de água

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Envie sua sugestão de receita para [email protected] ou ligue (62) 3096-2200.

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20

34 | CAMPO Outubro/2011 www.sistemafaeg.com.br

CASO DE SUCESSO

“O curso sobre piscicultura salvou minha proprie-dade”. O alívio estam-

pado no rosto do produtor rural e pai de três filhos, Justiniano Nunes Neto, 49, de São Miguel do Araguaia, revela uma falha crucial que muitos produtores cometem na hora de de-finir estratégias de plantio, mudança de cultura ou mesmo diversificação da atividade: a falta de planejamen-to. Este ano, ele começou a trabalhar com peixes e cometia vários tipos de erros como exceder a quantidade de animais por tanque, tratamento ina-propriado para água, mistura inefi-

ciente de ração, entre outros. Quando passou a perceber que os

peixes começavam a morrer, fato que estava minando os lucros futuros da propriedade, Justiniano tratou logo de pedir auxílio ao Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar), em Goiás. O Sindicato Rural de São Mi-guel do Araguaia levou o treinamento de piscicultura para a região e capaci-tou uma turma inteira de produtores rurais que tinha interesse em traba-lhar com peixes.

Ele trabalhava inicialmente com fa-bricação caseira de doces, mas a pro-dução estava tomando muito o tempo

e o trabalho da família e não estava mais tão vantajosa. “Eu sempre quis trabalhar com cria e comercialização de peixes, mas comecei da forma errada. Ainda bem que o Senar me ajudou a reverter as falhas a tempo”, comemora.

Acertos Corrigidos os erros, o produtor co-

meçou a contabilizar os acertos. Ade-quou a quantidade ideal de peixes por tanque, fez as correções nutricionais na água e passou a observar onde eram as minas de nascente de água. “Começamos a trabalhar com peixe

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Outubro/2011 CAMPO | 35www.senargo.org.br

Sem conhecimento técnico, produtor rural do município de São Miguel do Araguaia quase perdeu todo o

investimento por se aventurar em uma cultura sem estar preparado. Treinamento do Senar garantiu a

renda da família e a sustentabilidade da propriedade

rhudy Crysthian | [email protected]

Peixe fresco o ano todo

Justiniano nunes neto, do município de São Miguel do Araguaia, aprendeu no Senar a trabalhar com peixe. A cul-tura é hoje a principal renda da família.

Como participarOs interessados em treinamentos e cursos do Senar Goiás no muni-cípio de São Miguel do Araguaia devem entrar em contato com o Sindicato Rural pelo telefone: (62) 3364-11102.

sem orientação alguma. Com a ajuda do Senar pudemos definir melhor os rumos da cultura em nossa região”, destaca. Justiniano vive em um as-sentamento com outras 122 famílias em áreas de sete alqueires cada.

AlunosAo todo, 16 pessoas participaram

do treinamento oferecido pelo Senar na região. “Os resultados do curso foram tão satisfatórios que quere-mos trazê-lo novamente, porque têm mais pessoas querendo partici-par e alunos do curso anterior que pretendem repetir as aulas para dis-

cutir com os instrutores do Senar os problemas que estamos enfrentando com a criação de peixe”, disse. Ele pretende começar a comercializar os peixes até o fim do ano. Dessa for-ma, Justiniano quer incrementar, e com o tempo substituir, a renda do doce pelo peixe.

Justiniano conta que há um gru-po de chineses interessados em fir-mar uma parceria comercial entre os produtores da região. “Eles têm uma demanda de 100 mil quilos do produto todo mês. Se alcançarmos essa produção podemos nos tornar fornecedores fixos deste grupo”.

Paul

o Co

sta/

Flic

kr

36 | CAMPO Outubro/2011 www.sistemafaeg.com.br

CURSOS E TREINAMENTOS

eM seteMbrO, O senAr PrOMOVeu

227 CURSOS E TREINAMENTOS DE FORMAÇÃO PROFISSIONAL RURAL

23

Na área de

agricultura

Em ativida-

de de apoio

agrossilvipas-

toril

67

Na área de

silvicultura

6

Na área de

agroindústria

4

Na área de

aquicultura

4

Na área de

pecuária

93

Em atividades

relativas à

prestação de

serviços

30

sua majestade O MilhO

Cristiano Ferreira da Silveira | [email protected]

:

*

Outubro/2011 CAMPO | 37www.senargo.org.br

70 CURSOS E TREINAMENTOS NA ÁREA DE PROMOÇÃO SOCIAL

30

Alimentação

e nutrição

Organização

Comunitária

6

Saúde e

Alimentação

6

Prevenção

de acidentes

6

Artesanato

22

PRODUTORES E

TRABALHADORES

RURAIS

CAPACITADOS

3433

O milho se tornou importante no Brasil ao virar complemento da base alimentar in-dígena, ao lado da mandioca. Hoje, sua

produção é voltada para a indústria alimentícia e de ração animal. Visando o beneficiamento deste cereal tão popular e consumido, o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar), em Goiás, oferece o treinamento de Processamento Caseiro do Milho.

Além de trabalhar com todos os subprodutos do grão como fubá, amido, milharina entre outros, beneficia a matéria-prima seca para a fabricação da verdadeira farinha de milho, um resgate da utili-zação do produto por povos antigos, aliando às téc-nicas do novo processamento de moagem, lavagem e torração da farinha.

O treinamento foca também essa versatilidade do grão, transformando-o em inúmeras receitas doces e salgadas, algumas até consideradas ícones da culinária goiana. Do milho verde temos a pa-monha, o curau, o sorvete, o bolo e a “xica doida”. Do fubá, surgem pratos como o pão, a polenta e as broas.

Do amido são produzidos os deliciosos sequil-hos. Dos flocos de milho a milharina e o cuscuz. Da farinha também são produzidos o cuscuz paulista, o mungunzá, um cozido de feijão e canjica amarela, uma iguaria da culinária brasileira.

Para mais informações sobre os treinamentos e cursos oferecidos pelo Senar, em Goiás, o contato é pelo telefone (62) 3545-2600 ou pelo site www.senargo.org.br *Cristiano Ferreira da Silveira

é tecnólogo em gastronomia e instrutor de Cozinha Rural do Senar, em Goiás.

Jhon

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38 | CAMPO Outubro/2011 www.sistemafaeg.com.br

CAMPO ABERTO

Com um rebanho bovino em torno de dez milhões de cabeças, a pecuária de corte de alto padrão genético é a principal atividade econômica na região do Vale do Araguaia (GO). Solo arenoso, vegetação do tipo Cerrado, pastagens do gênero brachiaria, topografia plana e condições climáticas favoráveis, quente e úmida, predominam na região. Essas características viabilizam a criação de bovinos, principalmente, da raça nelore. Uma característica marcante do local é a existência de poucos mananciais hídricos, na forma de rios e córregos, impondo assim restrições iniciais na destinação da área à bovinocultura extensiva. Com o constante aumento do rebanho bovino, essa situação foi superada pela prática de construir bebedouros artificiais denominados de cacimbas, poços cavados no solo, geralmente em baixadas úmidas, nos quais a água se acumula.

No período das águas, de novembro a abril, as cacimbas enchem com águas da chuva e do lençol freático. Em época de seca, de maio a outubro, com aumento da temperatura, a consequente redução do volume de água e o acumulo de matéria orgânica provocam a diminuição

de oxigênio e favorecem o desenvolvimento do Clostridium botulinum, com formação de toxinas, que ao serem ingeridas pelos animais, causam botulismo de origem hídrica, denominado vulgarmente como “Mal das Cacimbas”.

Uma pesquisa realizada no período da seca de 1997 a 2001, em 300 cacimbas de 130 propriedades, em 12 municípios da região do Vale do Araguaia, revelou a presença de toxina botulínica. O estudo que desenvolvemos se enquadrou dentro das linhas de pesquisas prioritárias da Escola de Veterinária da Universidade Federal de Goiás (UFG). O trabalho foi realizado em curso de Pós-Graduação, em nível de doutorado, junto ao Departamento de Medicina Veterinária Preventiva e Saúde Animal da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da Universidade de São Paulo, São Paulo - SP.

A pesquisa permitiu chegarmos a algumas conclusões como: em amostras de sedimentos de 300 cacimbas, foi possível detectar toxinas botulínicas C ou D ou pertencentes ao complexo CD. Caso não sejam adotadas providências cabíveis, tais como vacinar o gado contra

o botulismo ou modificar o sistema de bebedouro dos animais, a tendência é que haja, possivelmente, um incremento da mortalidade dos animais provocada pela intoxicação botulínica.

Considerando os resultados obtidos na pesquisa, é recomendável que os pecuaristas tomem providências como vacinar os bovinos e cremar os animais mortos pela doença. As cacimbas devem, preferencialmente, serem substituídas por depósitos d’água ligeiramente superiores ao nível do solo, de modo que os animais sejam impedidos de entrarem na água, a qual deverá ser obtida de poços artesianos. Caso não seja possível essa substituição, deve haver um controle mais eficiente das cacimbas, que precisam ser limpas constantemente, dentre outras práticas.

Se os pecuaristas optarem pela continuidade do uso das cacimbas, é mais indicado que elas sejam construídas de forma circular, de maneira a compactar o solo em sua periferia, evitando assoreamento e impedindo que os animais fiquem atolados e, dessa forma, facilitando a sua distribuição ao redor das cacimbas.

Cuidado! Águas de cacimbas podem transmitir botulismoAires Manoel de Souza | [email protected]

Aires Manoel de

souza é veteri-

nário e professor

associado da Es-

cola de Veteriná-

ria da Universi-

dade Federal de

Goiás (UFG)

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