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Page 1: Sucessão afeta 900 PME por dia - foreigners.textovirtual.comforeigners.textovirtual.com/empresas-familiares/62/3449/ve-2013-02... · res de cada país: do português “Pai rico,

EMPRESAS FAMILIARES

Vinhos do Tejo à “conquista” do mercado russoOs vinhos do Tejo pretende conquistar o mercado russo e consolidar as exportações para aquele país. A Comissão Vitivinícola Regional do Tejo vai levar 14 produtores à capital russa, no âmbito da Prodexpo. “Este mercado emergente está a ser trabalhado pela comissão, em conjunto com os produtores, desde 2009 e as vendas têm crescido de uma forma consistente, sendo que, no ano passado, houve um aumento de 38%, face ao exercício anterior”.

Pareceres médico-legais são cada vez mais procuradosOs Portugueses manifestam um sentimento de desconfiança crescente sobre decisões no âm-bito da saúde individual e sobre as avaliações médico-legais, nomeadamente avaliações dos danos corporais realizadas por algumas entidades. Neste contexto, a Best Medical Opinion, primeira empresa a disponibilizar pareceres médicos em Portugal, tem assistido a um forte crescimento na procura dos seus serviços.

20 SEXTA-FEIRA, 8 DE FEVEREIRO 2013

É ideia generalizada de que as em-presas familiares enfrentam grandes dificuldades em assegurarem a sua continuidade nas mãos da família fun-dadora. Esta situação aparece refletida em estudos, que indicam que somente 20% das empresas conseguem manter--se na mesma família por mais de 60 anos e que cerca de 50% falham na passagem do testemunho geracional (“Keeping the Family Business Heal-thy”, John Ward), e em ditados popula-res de cada país: do português “Pai rico, filho nobre, neto pobre” ao americano “de escravo a escravo em três gerações”.

Uma análise da União Europeia de 2006 (“Transmissão de empre-sas – Continuidade pela renovação”) refere que “um terço dos empresários da União Europeia abandonará a ati-vidade nos próximos 10 anos. … este abandono afectará anualmente 690 mil PME e 2,8 milhões de empregos”.

Ao conjugar-se estes números com o de metade falhar no processo de suces-são, constata-se que diariamente estão em risco mais de 900 empresas e 3750 empregos, só na UE.

Este antepassado mais remoto do Protocolo Familiar, ou de qualquer uma das suas variantes, como é o caso do Protocolo de Governo Empresarial Familiar, deve ser um motivo de or-gulho dos portugueses e, em especial, alvo de reflexão por parte dos líderes das empresas familiares e de qualquer elemento integrado numa família em-presária.

Sucessão afeta 900 PME por dia

Empreender arriscando a montar um negócio é uma decisão pessoal.

Em algum momento da vida, é natural uma pessoa ser assaltada pelo desejo de “montar um negócio”. As circunstâncias poderão ser muito diversas e vão desde o detetar que existe determinado produto ou serviço que não é disponi-bilizado ao mercado, nas condições por este exigi-das ou merecidas, até uma “imposição” por circuns-tâncias mais ou menos controláveis, como têm sido por exemplo situações de reforma antecipada ou desemprego.

Perante estas circuns-

tâncias, e com maior ou menor troca de infor-mação com amigos e fa-miliares (normalmente grandes incentivadores), ou pessoas mais inde-pendentes (estes mais cautelosos e racionais), vai chegar o momento de dar o passo definitivo e avançar para a sua imple-mentação: este momento da verdade é uma opção individual.

A partir deste embarque, tal como qualquer capitão, irão ser múltiplos os mo-mentos em que será con-frontado com a necessida-de de tomar muitas outras decisões: desde simples e operativas a mais comple-

xas e estratégicas.A conjugação de todas

estas opções irá redondar num determinado resul-tado que, periodicamente, deve ser analisado e alvo de avaliação: os objetivos pretendidos foram alcan-çados?

Consequentemente , o (in)sucesso poderá ter muitas causas, mas será sempre associado às suas posições.

Não é, pois, de admirar que o estudo da Edelman tenha apontado o indi-vidualismo como uma caraterística inerente ao empresário – por necessi-dade e não por narcisismo, gostaria eu de salientar.

O empresário familiar é muito individualista

ANTÓNIO NOGUEIRA DA COSTAConsultor Empresas [email protected]

REFLEXÕES SOBRE EMPRESAS FAMILIARES

Especialistas na consultoria a Empresas Familiares e elaboração de Protocolos Familiares Santiago – Porto www.efconsulting.es

A Galucho, fundada em 1921, é o maior fabricante português de material de preparação e trabalho do solo, de transporte e de movimentação de produtos agrícolas. Após a morte do pai em 1967, os cinco irmãos assumiram a empresa: 20% cada e função de sócio gerente. Divergências relativamente a atos de gestão, levaram os irmãos a associarem-se e a excluírem da sociedade o João Justino, que ficou, contudo, com a sua posição proprietária.Em 2006, após controlar mais de 52% do capital por comprar posições a dois dos irmãos, regressa e altera a filosofia idêntica à da indústria automóvel: baseada na gestão da marca e na conceção do produto, entretanto implementada pelos irmãos e sobrinhos. “... a Galucho tem de voltar a ser aquilo que

era. Temos de produzir aqui todos os acessórios ... só assim é que poderemos apanhar o comboio da competitividade” (Revista “Exame” nº 312, abril de 2010). É assim definida e implementada uma nova visão estratégica que certamente definirá um futuro distinto para esta importante player europeia na sua área de negócio.

Pacto sucessório é “vacina” para a continuidade da empresa familiar A boa notícia, anunciada na

intervenção efetuada no Con-gresso das Empresas Familiares subordinada ao tema “Empre-sa Familiar: Assegurar a conti-nuidade para Vencer e manter a Família Unida”, é que existe uma “vacina” para prevenir ou ajudar a criar resistência a esta situação: tem origens ibéricas, remonta ao Século XI e supor-ta-se no “Pacto Sucessório”. Os primos Borgonha, Enrique e Raimundo, nossos antepas-sados ibéricos, foram provavel-mente os pioneiros nos proto-colos familiares (afinal, não foi só a globalização que demos ao mundo):

“Eu, Enrique, … juro … após o falecimento do rei Afonso, estarei preparado para, de todo o modo e com fidelidade, como único se-nhor, a ti defender toda esta terra do rei Afonso contra qualquer homem e mulher e a aumentá-la.

Juro também que, se vier a possuir o tesouro de Tole-do antes de ti, dar-te-ei duas

partes e conservarei para mim a terceira.

E eu, conde Raimundo … juro também que, após a morte do rei Afonso, te hei--de dar Toledo e toda a terra que lhe subjaz; e toda a terra que agora possuis, por mim concedida, tê-la-ás com a condição de seres a partir de agora meu homem e tê-la--ás de mim, o teu senhor; e depois de a ti as ter dado, tu deixar-me-ás todas as terras de Leão e de Castela. E se al-guém a mim ou a ti quiser re-sistir e nos provocar injúria, nós empreenderemos guerra contra ele em conjunto ou individualmente, até que ele pacificamente devolva aquela terra a mim ou a ti e depois eu oferecer-ta-ei.

Juro também que, se eu ti-ver o tesouro de Toledo antes de ti, dar-te-ei a terça parte e guardarei para mim as duas partes remanescentes.

(Fonte: O “pacto sucessório”revisitado: o texto e o contexto, Abel Estefânio, Medi-evalista [Em linha]. Nº10, julho 2011).

D. Enrique de Borgonha.