sua perfeita fidelidade

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  • Eric & Leslie Ludy

    SUAPERFEITAFIDELIDADEA H istria de N ossa Corte

    Prefcio de Craig Hill

    Digitalizado por Shelex

    www.semeadoresdapalavra.net

    Nossos e-books so disponibilizadosgratuitamente, com a nica finalidade deoferecer leitura edificante a todos aquelesque no tem condies econmicas para

    comprar.Se voc financeiramente privilegiado, entoutilize nosso acervo apenas para avaliao,e, se gostar, abenoe autores, editoras e

    livrarias, adquirindo os livros.

    SEMEADORES DA PALAVRA e-books evanglicos

  • Contedo

    Prefcio ....................................................................................10A Histria de nossa corte .....................................................12Alm dos pensamentos... ......................................................69Conversa de Moo .................................................................72Conversa de Moa .................................................................83Conversa Franca.....................................................................98

  • Palavras dos Leitores:A Histria de Eric e Leslie um conto de fadas na vida real, uma

    inspirao e um exemplo de fidelidade de Deus. Eles provaram que ospadres elevados e a pacincia de esperar o cumprimento da vontadeperfeita de Deus produzem um fruto lindo. Eles trouxeram-me uma razopara crer e esperar, mais uma vez, pelo Seu tempo.Lvia Stecker, 18, Colville, WA

    O livro da famlia Ludy sobre sua corte bblica d-nos uma ativarealista para viver essa fase do namoro experimentada pela maioria de nhoje em dia.Sean McNeil, 18, Aluno da Universidade Liberty, em VA

    A estria de Eric e Leslie uma prova de que o romance bblicopuro tangvel e verdadeiramente libertador. tambm uma segurana eum encorajamento queles dentre ns que tomaram a estrada estreita deDeus da pacincia e, por alguma razo, perderam um pouco da confianaabsoluta de que, se tivermos prazer no Senhor, Ele nos dar os desejos denossos coraes!Ryan Gold, 21, Englewood, CO

    Foi com lgrimas nos olhos que li Sua Perfeita Fidelidade. J tinhaouvido falar sobre fazer a corte... mas nunca ouvira o testemunho deningum que tivesse vivido de fato esta experincia. A estria de Eric eLeslie foi realmente encorajadora!Meredith Jordan, 14, Colorado Springs, CO

    Esse livro tem sido um encorajamento incrvel e uma bno paramim. Ele confirmou em meu corao que meu compromisso de esperar noSenhor por meu cnjuge (e no namorar) ser recompensador e tambmpreenchido pela criatividade de Deus.Molly Gold, 17, Englewood, CO

  • Sobre os Autores

    Eric e Leslie Ludy casaram-se em dezembro de1994. Por exercerem um ministrio especfico com muitosjovens, presenciando as tremendas presses que ajuventude est enfrentando hoje em dia, desenvolveramum desejo profundo de compartilhar com eles o amor deCristo e verdade.

    Atravs de comunicaes escritas, de palestras e derelacionamentos pessoais eles tm se esforado paradesafiarem os jovens a viverem num nvel mais alto depureza e compromisso com o Senhor. Eles compartilhamo testemunho de suas vidas com a esperana de que issoseja usado por Deus para levar encorajamento juventude. Eric e Leslie tm feito palestras em igrejas,encontros de jovens e conferncias em todos os EstadosUnidos. Eles tambm compem msicas e ministramjuntos atravs delas.

    Eric e Leslie moram em Longmont, no Colorado.Esto fazendo um curso que os capacitar para arealizao de seu projeto de, no futuro, trabalharem comomissionrios na rea mdica, bem como contribuir paraaperfeioar seus dons de escreverem e comporemmsicas para este ministrio.

  • Agradecimentos

    Agradecemos especialmente a...Marlet Bagnull, por sua viso firme e confiante da vitria,por sua grande capacidade de em edio e composiotipogrfica, por seu encorajamento e criatividade quetransformaram um pequeno livreto em um livro e por suadevoo inesgotvel para ver este projeto chegar ao fim.Ao...Mark Ludy, por seu corao de servo e por seu humorimenso; por oferecer-nos seus talentos artsticos parausarmos e abusarmos deles; por continuar a sorrir mesmoquando isto parecia humanamente impossvel.E ao...Paul Verschoof e Craig Hill por acreditarem o suficienteneste projeto dando-lhe asas e provendo-lhe foras paravoar.

  • Este livro dedicado,com amor e grat ido,s nossas famlias

    aos nossos melhores amigos,que nos tm amado incondicionalmente

    e feito sacrifcios incontveispara enriquecerem nossas vidas.

    Sem elesessa estria jamais poderia ter acontecido.

    Aos Ludys:Win, Barb, Krissy e Mark;

    E aos Runkles:Rich, Janet, David e John.

    Palavras no so suficientes para agradecer-lhes!Ns amamos vocs!

  • Senhor, tu s o meu Deus;exaltar-te-ei a t i,

    e louvarei o teu nome,porque tens feito maravilhas,

    e tens executado os teus conselhosantigos, fiis e verdadeiros.

    Isaas 25:1

  • PrefcioNestes tempos em que se d grande importncia aos

    prazeres passageiros, realizao e satisfao pessoal, umaalegria animadora e rara encontrar um casal to jovem comuma compreenso profunda do amor verdadeiro e do romancereal. Eric e Leslie Ludy formam esse casal a quem Deus deu odiscernimento e a viso para alm de suas idades.

    Conheo a famlia de Leslie por quase dez anos, pois Leslie,no incio de sua adolescncia, era uma das babs preferidas denossos filhos. Mesmo sendo to novinha, reconheci que Deusencontrara em Leslie uma jovem atravs de quem Ele poderiapintar um quadro visvel de Seu amor e alegria para com aspessoas. Quando mais tarde conheci o Eric pude ver que oquadro de Deus seria completado no apenas atravs de umapessoa individualmente, mas atravs de um relacionamentoentre um homem e uma mulher.

    Embora Sua Perfeita Fidelidade seja de fato a histria deamor e romance entre um moo e sua futura noiva, , acima detudo, a histria do amor e da fidelidade de Deus em relao aqualquer um que deixar que Ele seja Deus. Muitos jovenspensam que deixar Deus controlar seus relacionamentos com osexo oposto deve ser chato, castrador, sem graa e socialmentearrasador. Eric e Leslie, atravs de suas vidas e de suasprodues escritas, demonstram, com grandeza, que opropsito de Deus para tudo em nossas vidas no limitar ouesconder nosso prazer romntico ou sexual mas, pelocontrrio, aumentar nossa satisfao e levar-nos ao ponto maisalto do amor, da satisfao, da excitao e do prazer.

    Deus nos d um parceiro no casamento porque Ele te umdestino nico para ns como casal. Maior ainda que o prazer

  • do romance e do amor a alegria ou a satisfao de encontrare realizar, como casal, propsito para o qual fomos criados.Longe de ser chata, a vida mais excitante que se poder viver aquela planejada por Deus para ns.

    Alguns jovens ao lerem este livro podero pensar: Deusnunca poderia fazer por mim o que ele fez por Eric e pelaLeslie. Eles no passaram pelo que j passei. Cresceram emuma famlia ideal, com pais cristos que nunca se divorciaram,nunca envolveram-se com drogas ou lcool ou abusaram deseus filhos de alguma forma. Embora seja verdade que Eric eLeslie foram abenoados com famlias maravilhosas, orelacionamento de amor, romance, propsitos e satisfao no apenas resultado do background familiar ou de circunstnciaspassadas.

    Todos ns j fomos machucados por outras pessoas e jfizemos escolhas erradas no passado. No deixe que algo quevoc tenha feito ou que alguma pessoa tenha feito contra voccontrole as escolhas que precisa fazer para o futuro. Um abusosofrido no passado no pode ser uma desculpa para a suainfelicidade presente! Deus o/a ama e deseja revelar-lhe Suaperfeita fidelidade, se voc permitir.

    Sua Perfeita Fidelidade no um livro apenas para jovenssolteiros. para ser igualmente aproveitado e valorizado pormoos e velhos, casados e solteiros. Ao ler este livro vocsentir prazer e encorajamento. Eu o recomendo para todas aspessoas.

    Craig HillPastor

  • Histriade

    Nossa Corte

  • Lgrimas e um sorriso________ Eric ________

    Lembro-me de um pequeno poema que escrevi para Leslie,o qual ela abriria e leria na manh do dia de nosso casamento.Nele tentei articular minha excitao inexprimvel por entrarem uma aliana para a vida toda com ela por ser um com ela efinalmente beijar aqueles lbios que tinha conhecido, dos quaistinha mantido uma distncia dolorosa, por trs anossurpreendentes.

    Ambos havamos esperado ansiosamente pelo momentoque ela caminharia at mim, ao lado de seu pai, vestida nomais puro branco e carregando o buqu da nova vida. Omomento simbolizava tanto para ns, no apenas pelasalegrias da pacincia e da orao recompensadas, mas tambmpela esperana com a qual ambos antecipvamos, do fundo denosso ser... o retorno iminente, triunfante de Cristo para SuaNoiva cintilante. Era o momento sobre o qual havamosconversado e pelo qual havamos orado por muitos meses,desejando que ele fosse no apenas um momentocompartilhado entre ns, mas uma revelao profunda doretorno glorioso de nosso futuro Noivo.

    Eu acabara esse poema com a promessa de que quando elacaminhasse pela ala central da igreja, eu estaria esperando-acom lgrimas e com um sorriso. Bom, l fiquei eu, no final daala central, naquela noite inesquecvel de dezembro,esperando a entrada da princesa.

    O trompete soou e todos se levantaram. Com tanta alegriaem meu corao, l estava eu chorando. Eu no podia v-laainda e fazia fora para apresentar um sorriso em meu rostocheio de lgrimas. Lgrimas e um sorriso era o que havia

  • prometido para Leslie mas, se ela entrasse agora, veria apenaslgrimas.

    Fiz fora para expressar fisicamente a alegria em meucorao pois minha princesa logo passaria pelo arco enfeitado.De repente, no exato momento em que vi minha linda noiva, apaz indescritvel de Deus derramou-se no santurio iluminado luz de velas. Um sorriso tomou conta de minha face molhadade lgrimas.

    Com uma msica escrita por Leslie h dois anos, a qualhavamos intitulado Cano do nascer do sol, eu saudei-a:

    O trompete a chama, Noiva Radiante.Vestida no branco mais puro e cintilanteAlegra este momento, banhado na luz das estrelas,A linda princesa de Cristo brilhando tanto assimBelos olhos de esmeralda, venham at mim, Noiva Radiante.Um pai entrega sua filha nesta noite. que prmio... minha Noiva Radiante!

    A igreja estava cheia de emoo e o sorriso de Deus pareciabanhar nossas almas com Seu Prazer. O acontecimentodaquela noite foi gravado em nossos coraes pelo dedo deDeus adornando para sempre nossas mentes com o significadoda obedincia vontade de nosso Senhor. Como OswaldChambers proclamou poderosamente em seu O Maximo demim pelo melhor dEle:

    Toda vez que vontade de Deus est naascendente, toda compulso acaba. Quando escolhemosdeliberadamente obedece-lo, ento Ele pegar a estrelamais distante e o ltimo gro de areia para auxiliar-noscom todo o Seu grandioso poder.

  • Ns jamais nos esqueceremos de Sua perfeita fidelidade.Essa estria verdadeiramente um monumento de pedraslevantado com o propsito de lembrarmo-nos do trabalhoglorioso de nosso Rei fiel. Ele prometeu... e Ele cumpriu. uma estria de amor... O amor de Cristo, por Ele mesmo.

    Pizza estragada?!________ Eric ________

    Meu corao parou quando vi minha princesa pelaprimeira vez. Quem ela?, perguntei, e ento seu rosto sumiude minha mente. Deitei-me de costas, aninhando-me embaixode meu acolchoado azul, numa noite fria de dezembro. Fiqueide olhos abertos na escurido, olhando o reflexo de uma cruzna parede ao lado de minha cama. As luzes da rua brincavamcom a veneziana formando um T, que via todas as noitesantes de fechar meus olhos. Isso fazia-me lembrar, a cadanoite, de dizer ao meu Senhor que eu confiava nEle. Nessanoite isso prendeu minha ateno dispersiva e serviu como umponto focal para ocupar minha mente com algumas reflexessobre o assunto.

    -Ser que comi alguma coisa estranha nesse jantar? Vamos l,Eric! No leve to a srio sua imaginao fantasiosa. No confie emexperincias estranhas e incomuns, eu rapidamente disse a mimmesmo. Minha mente veio correndo com justificativas paraque eu deixasse de lado o fato desse rosto desconhecido demenina ter aparecido em meus pensamentos e que isso eraapenas uma coisa estranha e sem conseqncias.

    Poucos minutos antes eu estivera orando pela minha futuraesposa, o que eu sempre tentava fazer antes de ir para a cama.Eu tinha a intuio de que Deus escolher uma moa preciosas para mim. Tambm sentia que, se ela estivesse mesmo em

  • algum lugar, eu poderia pedir a Deus para torna-la umamulher linda e virtuosa e prepara-la para minha vida. Nohavia nada diferente nessa noite a no ser o fato de que aoinvs de estar orando de joelhos eu estava orando deitado decostas. Enquanto orava, minha mente divagou pensando emcomo seria esse tesouro e onde ele deveria estar.

    Um quadro rpido, como uma cena de um sonho, pulounos olhos de minha mente, acompanhado de uma mensagemsuave. As palavras no foram faladas mas impressas em meucorao. Eric, esta a sua esposa. Sobressaltado, fixei os olhosno quadro da redeno que iluminava meu quarto escuro deforma diferente.

    Eu realmente gostava do pensamento emocionante desaber que minha esposa estaria em algum lugar do vastouniverso. Estaria ela na China, na Sua, em Nova York ou naminha rua? Somente Deus sabia e Ele no me estava deixandosaber ainda o Seu grande segredo! Seria ela uma ruiva, umaloira ou morena? Eu s podia ter a certeza de que Deusescolheria algum que encaixaria exatamente com o que Elesabia que me deixaria satisfeito.

    Minha memria voltaria para essa estranha muitas vezesno futuro pois eu buscava a vontade perfeita de Deus paraminha vida. Um dia eu veria as impresses digitais enormesde Deus sobre aquela noite escura de dezembro, iluminadaapenas pelo smbolo de Seu grande amor por minha vida.

  • D oces dezesseis anos_____ L esl ie_____

    O ar friozinho da noite de dezembro envolveu levementemeu cabelo escuro em volta do meu rosto. Pensativamentesentei-me em um banco frio para esperar meus amigoschegarem. Faltavam dois dias para meu aniversario dedezesseis anos, algo que eu esperava desde que me conheciapor gente, e um grupo de amigos meus da escola ia levar-mepara uma noite de comemorao na cidade. Eu deveria estarexcitada. Afinal de contas os doces dezesseis anos eram algopelo que eu esperara durante anos. Mas, por alguma razoestranha, minha ansiedade tinha cado num tipo de depressomelanclica.

    -Por que estou me sentindo assim? perguntei a mim mesma.No havia nenhuma resposta lgica. Eu tinha tudo quepoderia desejar como adolescente: uma famlia maravilhosa,muitos amigos, notas boas e uma variedade incontvel deatividades sociais para ocuparem meu tempo. Eu tinhaparceiro para a maioria das danas e era geralmente benquistapor todos. Fazia parte de um grupo de jovens da igreja comaltos padres morais. A maioria de meus amigos declarava-secrist, bem como os moos que eu namorava; alm disso,tomava o cuidado de nunca ir a festas perigosas ou sair coma turma errada. Agora que estava chegando aos dezesseisanos, teria mais coisas ainda para curtir a carta de motorista,baile de estudantes e livros de romances. Essas eram coisascom as quais sempre sonhara e agora elas estavam quase setornando uma realidade.

    Mas, de alguma forma, nessa noite de comemorao noconseguia livrar-me de uma solido que doa dentro de mim.

  • Uma voz em minha mente parecia cochichar ao meu corao:Alguma coisa em sua vida no est certa. Voc est perdendo seutempo. H coisas mais importantes na vida do que encontros commoos, popularidade, danas e festas. Voc est correndo atrs desonhos bobos...

    Uma expresso pesada cobriu meus traos juvenis. Aspalavras penetraram profundamente. Em algum lugar dentrode minha alma eu sabia que elas estavam certas, mas minhamente fazia o mximo para espantar tais pensamentos comjustificativas racionais.

    -O que poderia estar errado em minha vida? Amigas, meninos efestas no so simplesmente parte dessa fase vibrante do segundograu? Espera-se que estes sejam os melhores anos de minha vida!Ser que no posso aproveit-los?

    Minhas meditaes desagradveis foram interrompidasabruptamente pelo som de um carro barulhento entrando naminha rua. Seus passageiros, um grupo de meninas cheias devida, estavam saindo pelas janelas, rindo a toa e acenandopara mim. Forcei um sorriso e determinada a deixar essespensamentos depressivos para trs, corri para me encontrarcom minhas amigas. No deixaria tais reflexes arruinaremmeu aniversrio de dezesseis anos. No entanto, pelo resto danoite e nas semanas seguintes elas no me largariam.

    Ela real?!______Eric ______

    Sem achar que a experincia estranha de dois dias atrs erade Deus, uma vez mais vi essa morena desconhecida. Destavez seus traos juvenis no desapareceram.

    Eu estava sentado, divertindo-me com uma pea de Natalque estava sendo apresentada na igreja que havia comeado afreqentar. J haviam se passado uns dias e eu havia me

  • esquecido do quadro incomum que a pizza estragada tinhacriado em minha mente, isto , ...at que a morena misteriosa edesconhecida entrasse valsando no palco.

    Em minha mente no parava de passar a cena curta danoite escura de dezembro. Mais uma vez senti uma voz suaveque dizia ao meu corao: Eric, esta a sua esposa.

    Ah, no! espera al Minha mente procurou o seu freio epuxou-o. Eu no sabia nada sobre esta moa. Lutando paramanter os pensamentos de acordo com aquilo que agradava aDeus, rapidamente prendi aquele pensamento estranho eesforcei-me para aproveitar o resto da pea. Mas, querendo ouno, em algum cmodo curioso de meu corao, guardeisecretamente o porte e dignidade dessa moa, bem como seustraos lindos que pareciam brilhar enquanto cantava.

    Como moo, eu lutava constantemente com meuspensamentos e mant-los puro era uma luta cansativa. Achei,com honestidade, que aquilo era coisa de minha prpriaimaginao ou ento um engano astucioso do inimigo. Assim,lutei para tornar cativo esse pensamento perigoso vontadede Cristo Jesus.

    Deus estava ensinando-me sobre a pureza que Ele desejavapara minhas reas mais interiores. Ele estava mostrando-mecom suavidade que realmente no importava a purezaapresentada externamente se, em meus pensamentos, eu meentregasse s luxrias de minha carne. Tinha um desejocrescente de salvar no apenas meu corpo exterior para minhaesposa mas tambm minhas emoes. Com certeza no irialevar em considerao essa morena desconhecida s por causade uma estranha coincidncia.

    No final da pea, sa de meu lugar convencido de queaquilo no era de Deus, mas apenas um teste para checar seminha lealdade ainda estava firme para com o meu Senhor.Essa convico tornou-se muito mais forte quando encontreiaquela morena sorridente aps o programa. No palco ela

  • aparentava ser mais alta pois tinha ficado perto de crianasbem novas e tambm muito mais velha devido a maquiagem.Mas aquela atriz talentosa foi imediata e completamenteesquecida como uma futura esposa em potencial quandodescobri, com minha experincia de vinte anos, que ela erauma garota de apenas quinze anos! Com certeza esta coincidnciano era de Deus, minha mente lgica instantaneamenteconcluiu. De fato, Deus nunca me deixaria esquecer disso.

    O moreno desconhecido_____ L esl ie_____

    Na verdade, eu no queria participar do musical de Natal.O elenco era formado principalmente por crianas bem novase no havia mais ningum da minha idade. Nossa igreja erapequena e no tinha tanta gente envolvida em teatro oumsica e, por isso, apesar da minha falta de entusiasmo,comprometi-me com a liderana. Gostava de atuar e cantar,mas a pea dessa igreja pequena no era bem o que eudefiniria como legal. Pior ainda, a apresentao seria um diaantes do meu aniversrio de dezesseis anos. No entanto, j queno tinha escolha, decidi fazer o melhor e cheguei a igreja umahora antes para fazer minha maquiagem.

    Ao preparar-me para entrar no palco, percebi dois amigosmeus da escola sentados bem na primeira fileira. Sabia queeles estavam l para apoiar-me, mas eu estava muitoembaraada por ser vista por eles em uma pea de igreja comum bando de crianas. O fato de sentir-me envergonhadadeixou-me chateada. Por que me preocupo tanto com o que meusamigos pensam de mim?, perguntei a mim mesmaimpacientemente.

  • Uma voz suave de algum lugar l dentro parece querespondeu: Porque voc est numa armadilha. Suas amizades sosuperficiais e sem significado e voc est tentando enquadrar-se nomodelo em que elas a querem enquadrar. Voc no pode viver paraelas e para Deus ao mesmo tempo. Vai precisar escolher entre os dois.

    Eu no sabia de onde tais pensamentos absurdos estavamvindo e tambm nem tive tempo de ponder-los pois a cortinaabriu-se.

    Andei pelo palco cantando minhas msicas tentandoentrar na minha personagem. No entanto, tinha conscinciade que no fundinho de minha mente havia algo que no medeixava entregar-me inteiramente ao meu desempenho. Almde tudo, conjecturei, no quero deixar de parecer legal na frentede meus amigos.

    Foram muitos os cumprimentos e elogios quando a peaterminou. Ao ir para a entrada do templo para encontrar meuspais, fui cumprimentada por um moo alto e bonito, de olhospretos brilhantes e cabelo escuro e crespo.

    -Voc trabalhou bem na pea, disse ele carinhosamente,estendendo sua mo.Meu nome Eric Ludy.

    Aps trocarmos algumas palavras agradveis e batermosum papo rpido, Eric mencionou algo que acendeu meuinteresse imediatamente.

    -Acabei de conversar com sua me e descobri que voc gosta deescrever msica. Acabei de comear a escrever msicas e tenhointeresse em alguma ajuda que voc pudesse me dar. Voc temalgumas que eu possa ouvir?

    Sorri e prometi levar minha fita a igreja na semana seguintepara emprestar a ele. Comecei a perguntar-lhe algo, quandoum membro da igreja interrompeu-me cumprimentando-mepelo meu desempenho na pea. Despedi-me rapidamente domoreno desconhecido e nos dias que se seguiram aqueleencontro ele no voltou a minha mente. No imaginava nadasobre o significado daquela rpida apresentao.Deus estava

  • prestes a virar minha vida de ponta-cabea, embora euestivesse completamente inconsciente das aventurasgratificantes que me esperavam logo a frente.

    T alvez este no seja o meu lugar_____ L esl ie_____

    Meu aniversrio de dezesseis anos veio e se foi. Aexperincia romntica maravilhosa de estar nos docesdezesseis anos com a qual eu sempre sonhara no aconteceu.De fato, s fui ficando cada vez mais deprimida.

    As semanas se passaram, o Natal chegou e antes que eupercebesse um novo ano comeou. Minha fisionomiageralmente alegre estava agora apagada por uma expressotriste. Minha personalidade vibrante, cheia de energia, tinhacado em uma atitude inquieta. Mesmo meus amigos maisdesligados perceberam a mudana.

    -O que est errado com voc, Leslie?, perguntavam com umaleve frustrao. Voc nem parece mais quela garota to divertidaque conhecemos. Est sempre to sria. Precisa se soltar!

    Eu sabia que estava longe de me soltar. Alguma coisaestava acontecendo dentro do meu corao. A verdade que eutentara rejeitar durante os ltimos trs anos tinha finalmentedespontado, encarando-me, e agora no tinha mais jeito deneg-la. Eu simplesmente no pertencia aquele frenesi social.

    Pela primeira vez, desde que entrara no segundo grau,comecei a examinar seriamente meu estilo de vida e oambiente no qual eu estava gastando a maior parte de meutempo. Na verdade meus amigos eram todos cristos epertenciam a grupos de mocidade das igrejas; mas no haviadiferena nenhuma entre a forma como eles viviam e a de

  • todos os colegas no cristos. Mentiras, fofocas e linguagempervertida eram coisas que eu tinha acostumado a ouvir nosltimos anos. Agora, analisando bem a situao, percebi quehavia me comprometido ao permitir que todas estas coisasfizessem parte de minha vida.

    Comecei tambm a notar a horrvel crueldade da estria deficar. Eu assistia impotentemente cada amiga que seapaixonava por meninos que s queriam us-las. Vezesrepetidas minhas amigas saam arrasadas e algumas marcadaspelo resto da vida. Eu sempre fora mais cuidadosa. Tinha meproposto jamais dar-me fisicamente a ningum at o meucasamento. Mesmo assim eu saia de cada relacionamentotemporrio com uma ferida e com o corao machucado.Lutando para entender o porque percebi que quase todos osenvolvidos nesse tipo de relacionamento eram motivados pordesejos egostas, unicamente com o propsito de segurana eprazer temporrios.

    Pela primeira vez em minha vida abri meus olhos eenxerguei quo errado era este comportamento. Por que eutinha entrado neste sistema egosta? Achava que estava tobem mantendo meu compromisso de abstinncia at ocasamento (o que era mais do que a maioria estava fazendo);mesmo assim ainda sentia as feridas profundas de todos osrelacionamentos temporrios nos quais havia me envolvido.Eu havia gasto meu tempo e afetos com vrios moos que nose importavam nem um pouco comigo! Eu sentia a dor dorompimento cada vez que passara na frente de um ex-namorado, na entrada da escola. Nossos olhos se encontravammas no se mantinham firmes e se desviavam.

    Sabia que nunca amara realmente nenhum daquelesmeninos que tinha namorado. Eu sempre achara que essesrelacionamentos temporrios eram s para diverso. Noentanto, se o namoro era assim to inocente, por que eu sentiauma pontada de dor no estmago e meu rosto ficava vermelho

  • cada vez que via um daqueles moos que tinham desaparecidode minha vida to rpido quanto tinham entrado em meucorao? Embora eu nunca tivesse me entregado fisicamente anenhum deles, ainda sentia-me roubada e desonrada como seeles tivessem desvendado uma parte de mim que era para serpreservada... minhas emoes.

    -Por que eu deveria continuar a dar parte do meu corao paraum menino depois do outro?, perguntei a mim mesma.

    Porm, a idia de viver mais dois anos e meio no segundograu sem fazer parte dessa estria de ficar parecia mais doque eu poderia suportar. Mas Deus estava delicadamenteabrindo meus olhos e comecei a sentir-me muitodesconfortvel ao pensar em envolver-me com algum.

    Enquanto andava pelos corredores caticos passando pelomeio do furaco de conversas, risadas e batidas de portas, pelaprimeira vez vi realmente os colegas com quem havia gastoquase todas as horas de meu tempo nos ltimos trs anos. Paraque eles viviam, afinal de contas? Os assuntos maisimportantes de suas vidas eram sobre que menino gosta de talmenina, que amigo esta brigado com quem, e como o time defutebol jogou na ltima sexta-feira.

    Por mais que eu quisesse justificar tais sentimentos, estavaimpotente para faz-lo. Decidi que no iria gastar mais minhavida com tolices, mesmo se isso significasse a perda de todosos meus amigos e de minha popularidade. Eu queria algo maispara minha vida, mas o qu?... No demorou muito para eudescobrir.

  • A mensagem secreta de Deus______Eric ______

    No segundo dia de cada ms de fevereiro, Deus e eufazemos juntos uma pequena comemorao. Veja bem! Foinum dia dois de fevereiro que Deus realmente tocou minhavida e que meu relacionamento pessoal com Ele comeou.

    Cresci num lar cristo maravilhoso e, mesmo assim, poralguma razo fui inclinado a crer, erroneamente, que Deusprecisava mais de mim do que eu desesperadamente d'Ele.Entendia mal a salvao que, para mim, era mais pelo mritoda criao em minha famlia do que por um conhecimentopessoal de Jesus Cristo como meu Senhor e Salvador.

    Foi no dia dois de fevereiro de 1990 que Deus,soberanamente, tocou minha vida com uma revelao dotremendo preo que Ele pagou pelos meus pecados. Ele haviadado a Sua preciosa vida por mim! Percebi que o mnimo queeu podia dar em troca seria minha prpria vida. Desde aqueledia especial, o dois de fevereiro carrega lembranas carinhosasde Deus e de Seu amor por mim.

    Bem..., era ento o dia dois de fevereiro de 1992 e durante odia todo eu ficara na expectativa de alguma coisa especial queDeus certamente faria. Afinal de contas, era o nossoaniversrio!

    Haviam se passado uns dois meses desde aquelacoincidncia estranha envolvendo a morena sorridente.Falando francamente aquilo tinha sado da minha cabea. Lestava eu, sentado a mesa da sala de jantar, na casa da famliaRunkle muitssimo distrado daquela converseira ao meuredor. O dia havia chegado e estava acabando e parecia queDeus havia se esquecido de que era dia de nossacomemorao. Eu lutava para no cair na auto-piedade.

  • Era a primeira vez que nossa famlia reunia-se com osRunkles e tenho certeza de que, embora tentandodesajeitadamente mas bem desanimado por dentro, fui umbom convidado. Eu estava com um sorriso superficial,tentando esconder minha luta interior. Permaneci fechadocomo uma tartaruga.

    Aps o jantar, enquanto orvamos na sala de estar, eupedia a Deus que falasse comigo, que colocasse uma oraoem meu corao, mas nenhuma orao eloqente aconteceu.Abri meus olhos no meio da orao e vi de relance uma moamorena com os olhos fechados enquanto sua cabeaconcordava com a orao numa suplica divina. As imagens dedois meses atrs criaram asas e agitaram-se em meuspensamentos. Mais uma vez a voz suave e delicada falou aomeu corao: Eric, esta a sua esposa.

    -No sei quem esse esprito maligno pensa que , mas ele estlevando isso longe demais, pensei eu. E bem no meio de uma reuniode orao?! Que absurdo ele tentar me distrair com coisa toridcula! Essa menina tem s dezesseis anos, mais nova que meuirmo caula bem uns dois anos. Que futuro!

    Reprimi o pensamento invasor com violncia e tenteiconcentrar-me novamente no meu Senhor. Agora um poucobalanado, fiquei quieto at o resto da reunio, pedindo aDeus para clarear minha mente e manter minhas intenespuras em relao a essa jovem irm no Senhor. Mas Deusainda no havia falado comigo. Vagarosamente enfiei meusbraos no casaco e preparei-me para caminhar no ar vvido danoite aps todos os obrigados e at-logos.

    -Eric, a me da moa morena chamou de repente.Virei-me encontrando seu rosto agradvel lendo

    atenciosamente meu comportamento com bondade epreocupao.

  • -Creio que Deus gostaria que voc soubesse, ela comeou comuma expresso serena, que aquilo que voc ouviu hoje a noite veiomesmo d'Ele.

    Minha mente percorreu minha lista de experincias vividasdurante a noite e no conseguiu encontrar alguma quepudesse receber o status to importante de Mensagem deDeus. Sorri carinhosamente em retorno, sem qualquerresposta.

    -Faz algum sentido para voc?, ela perguntou-me com doura.-Bom, eu...eu vou orar por isso, respondi com inquietao.O dia dois de fevereiro dissolveu-se a meia-noite, incapaz

    de oferecer-me qualquer brotinho mnimo que fosse comocomemorao imediata. Mas, como uma semente escondida naterra escura por um tempo, ele iria oportunamente crescer etornar-se uma flor perfumada exibindo a providnciasurpreendente de Deus.

    R endida totalmente a D eus_____ L esl ie_____

    Durante os primeiros meses de 1992 passei algum tempocom diferentes membros da famlia Ludy. Sempre gostei deestar com eles, talvez por no estarem ligados a minha vidaescolar, de forma alguma. Isso era muito agradvel!

    Os dois moos da famlia, Eric e Mark, eram diferentes detodos os meninos que eu j havia conhecido. Eles tinham vintee um e dezoito anos, respectivamente, e pareciam no ternenhuma das atitudes presunosas ou mentes pervertidas quetodos os meninos conhecidos meus da escola tinham. Pareciaque o Eric e o Mark no mostravam nenhum interesse emnamorinhos mas, pelo contrrio, estavam totalmente;

  • entretidos com seu andar no Senhor. Como resultado, no mesentia pressionada a agir desta ou daquela forma quandoestava junto deles. Podia simplesmente ser eu mesma e tinha acerteza de que eles sempre me tratariam como uma irm maisnova.

    Aps nosso rpido encontro na pea de Natal, Eric e eutnhamos passado algumas tardes juntos trabalhando commsica. Durante anos, a composio de msicas havia sido aforma especial de expressar sentimentos e convices do meucorao. Poucos dos meus amigos sabiam que eu compunha.Eric havia encontrado o mesmo caminho de expresso. Sentia-me totalmente confortvel mostrando minhas msicas paraele. E ele, em resposta, compartilhava as suas comigo. Suasmsicas fluam com paixo e profunda emoo. claro queelas nasciam de uma amizade ntima entre ele e o seu Senhor.Eu estava tanto fascinada quanto inspirada por esse moocristo. Parecia que ele possua algo que eu todesesperadamente queria, um caminhar mais comprometidocom o Senhor e um propsito mais profundo para minha vida.

    Embora Eric nunca tivesse me falado sobre sua experinciana faculdade, eu tinha ouvido de outros que ele fora muitobem sucedido. Tinha tido sucesso acadmico e era muitoquerido pelos colegas. Parecia no haver uma razo lgicapara ele ter desistido do curso. Ento, fiquei sabendo que elehavia deixado tudo por que sentira que Deus o estavadirigindo para misses por um perodo de sua vida. E euouvira algo mais ainda surpreendente sobre esse moofascinante. Tinha decidido deliberadamente no namorar, masconfiar que Deus traria uma esposa para ele.

    -Por que, eu ficava perguntando com muita curiosidade, eledecidiu sair da universidade, desistir de seus amigos e parar denamorar?

  • Certa noite, quando amos para casa juntos, num horriode trafego pesado, aps a aula de canto, ele contou-me aestria de Deus segurando sua vida.

    -Num determinado ano, no feriado de Natal, voltando para casa,ele disse, sofri um grande acidente de carro. Meu colega estavadirigindo a mais de oitenta km por hora em uma nevasca; de repente,batemos no gelo duro, e fomos jogados ao ar em uma montanha,capotamos e camos ao p da montanha. A camioneta acabou, masBob e eu ficamos surpreendentemente sem nenhum machucado.

    -Quando o policial chegou e examinou o acidente, apontou paramim e disse: -No era para voc estar aqui agora. No sei como vocest vivo.

    -Eu sabia que Deus tinha salvado minha vida naquele dia. Amensagem falada ao meu corao foi: A vida frgil; d a sua paraMim.

    Percebi que mesmo declarando-me cristo e vivendo no padrocristo eu estava vivendo apenas por mim mesmo. Vi que havia feitotodos os planos para minha vida sem consultar a Deus. Depoisdaquilo resolvi que, em vez de tentar encaixar Deus em minha vida,eu daria minha vida completamente a Ele.

    No muito depois do acidente Eric comeou a crescerrapidamente na intimidade com o Senhor. Sentiu Deuschamando-o da medicina para misses. As pessoas disseramque ele estava jogando sua vida fora, perdendo seus talentos.Mas ele sabia que tinha ouvido o chamado de Deus. Mesmoque sair da universidade fosse uma das coisas mais difceis desua vida, aquele passo radical de obedincia representou umaconverso total em seu caminhar cristo.

    O testemunho de Eric teve um grande impacto em meucorao. Eu via que ele era um moo cheio de dons com acapacidade de realizar qualquer coisa que quisesse; e eleestava totalmente rendido a Deus.

    -Esta a chave de estar totalmente rendido ao Senhor, eudisse para mim mesma. Eu sabia que era isso que queria para

  • minha vida; mas eu ainda no tinha muita certeza de comofaz-lo. Tinha orado muitas vezes, confessado a Deus, que Eleera o Senhor de minha vida, mas sabia que no estavarealmente vivendo naquele nvel de um caminhar dirio eprofundo com Ele. Parecia impossvel crescer na intimidadecom Ele enquanto minha vida inteira era consumida com umcrculo vicioso de amigos, namorados, trabalho de escola efestas.

    Como eu poderia escapar dessa armadilha e tornar-mecomo Eric, nesse nvel de no viver para min mesma mas paraDeus?

    A rrancada de minha frieza_____ L esl ie_____

    Pouco depois daquela memorvel conversa no carro, decidificar uma semana fora da escola e ir para uma base missionriaem Tyler, no Texas, com Eric, Mark e meu irmo, David.Aquela semana, longe do telefone e da rotina diria da escolatornou-se a virada de minha vida crist.

    Sozinha em meu quarto de hotel, ao orar sobre todas estascoisas que estavam acontecendo em minha vida, ficou muitoclaro o que eu deveria fazer. Deus estava exigindo que eu noapenas desse tudo que havia em meu corao para Ele, maspara viver meu compromisso, ele estava pedindo-me para darum passo radical de obedincia em minha vida - o qual notinha muita certeza de estar pronta para dar. Sabia que, parasegui-Lo completamente, teria que desistir da escola e sairdaquele envolvimento corrupto e perturbador. Teria queacabar o segundo grau em casa! *

  • -Sair da escola?, pensei com incredulidade. Como Deus podepedir-me para deixar a escola? Tomar esta deciso significa que noapenas perderei meus amigos e destruirei minha reputao comotambm terei que gastar o resto da minha adolescncia sem fazernada, olhando pela janela, sozinha e deprimida.

    Nada parecia pior do que deixar a escola de segundo graue tornar-me uma estudante em casa... algo de que eu mesmacaoava. Mesmo que minha mente protestasse, meu coraosabia que este era o desejo de Deus para mim.

    Numa sexta-feira noite, cheguei em casa daquela viagempara o Texas e disse aos meus pais que Deus havia faladocomigo e que no deveria voltar mais para a escola. Elesficaram chocados, para dizer o mnimo, mas aps orarem arespeito sentiram que era o certo.

    Nunca mais voltei para a escola. Meus amigos ouviram dealgum da escola o que eu decidira fazer. Instantaneamentequase que a maioria deles desapareceu de minha vida como senunca tivesse existido. Eles estavam prontos para seesquecerem de mim se no fizesse mais parte daquelegrupinho. Isto no me surpreendeu; apenas tornou-me maisconsciente de quo superficial a maioria de minhas amizadeshavia sido.

    Desde aquele dia em que sa da escola nunca mais fui amesma. Aquele passo de obedincia parece que abriu umleque de aventuras sem fim com o Senhor, as quais eu nuncasoubera existir at ter sado do meu espao confortvel.

    Meu pensamento inicial de que saindo da escola estariadestinada a uma vida de isolamento pattico foicompletamente destrudo logo nas primeiras semanas em quefiquei em casa. Descobri que no tinha tempo de ficar solitriaou entediada pois Deus estava ocupado trabalhando em meucorao. Ele estava limpando-me de toda aquela sujeira queeu permitira que entrasse em minha vida na escola, e

  • ajustando os caminhos mundanos sem doutrinas em minhamente, com os Seus caminhos perfeitos.

    A espera versus o romance_____ L esl ie_____

    Uma das primeiras reas a serem trabalhadas em minhavida foi a do namoro. Na escola, o namoro havia sido sempreum tipo de jogo e diverso para mim. Eu achava que tudoaquilo era normal, apenas namoros casuais, at que, quandotivesse idade suficiente para considerar o casamentoseriamente, encontrasse o homem certo e ficasse apaixonadapor ele. Deus mostrou-me quo errado era esse padro mental.

    Vi que estivera envolvida nessa estria de namoro somentepor razes egostas, sem levar em conta, de forma alguma,meu futuro marido ou as futuras esposas de meus namorados.Paquerando e ficando com meninos, e assim chamando aateno deles para mim, estava roubando para mim as afeiesque pertenciam s suas futuras esposas. Ao oferecer minhasemoes a um menino depois do outro, estava expondo algoque deveria ser preservado para meu marido. Eu havia feitoum compromisso de abstinncia mas no entendia averdadeira pureza.

    Comecei a ver que a pureza verdadeira est enraizada nocorao; significa que cada pensamento, atitude ou emooque eu permitisse deveria honrar meu futuro marido e agradara Deus.

    Desde ento decidi abandonar todos os relacionamentos denamoro e confiar que Deus, em seu tempo perfeito, traria meumarido para mim. Enquanto isso, assumi um compromissocom meu futuro marido que eu procuraria fazer a ele o bem e

  • no o mal todos os dias de minha vida, conforme a mulher deProvrbios 31 havia feito.

    claro que no assumi esse compromisso sem hesitar.Muitas dvidas povoaram minha mente. E se Deus no otrouxer mesmo para mim? Ou pior ainda: E se Deus trouxeralgum que no me atraia nem um pouco? A nica resposta para ircontra esses pressentimentos agourentos foi uma paz interiorna alma e uma voz que disse: Confie em Mim.

    Pedi que Deus me ajudasse a livrar minha mente dosrelacionamentos com o sexo oposto e descansar n'Ele eainda, para ficar to envolvida em meu relacionamento comEle de forma que nunca sentisse falta dos namoros dos quaishavia desistido. Ele fez exatamente isso. Durante os mesesseguintes muitos moos de Deus apareceram em minha vida.Pela primeira vez, fui capaz de ter amizades puras commeninos, protegidas dos motivos anteriores. Eu estava livre dapreocupao de eles gostarem ou no de mim; eramsimplesmente irmos mais velhos para mim. Minha amizadecom Eric continuou a aprofundar-se. Ele era sempre umtremendo encorajamento para mim no meu caminhar com oSenhor. Parecia que Deus estava dando-nos um aconchegoespiritual especial e ns conseguamos compor msicas eministrarmos juntos.

    A maior parte do tempo em que ficvamos um com o outroera tambm na companhia das duas famlias, quando nosreunamos para a comunho. Nesse envolvimento deliberdade crist, at mesmo nossas famlias podiam ver nossaamizade crescer baseada num alicerce de pureza.

    Nesse tempo ambos havamos desenvolvido convicesfortes sobre o relacionamento com o sexo oposto e tomvamosmuito cuidado para que mesmo nossos amigos ou amigasfossem da maior pureza. Parece que tnhamos um acordomudo de que, indiferente do quanto nos divertssemos nacompanhia um do outro, no cruzaramos o limite o qual

  • nossas emoes poderiam extravasar de alguma forma,destruir nossa amizade e desonrar nossos futuroscompanheiros.

    Posso dizer honestamente que embora adorasse estar como Eric e curtisse muito a comunho que tnhamos, jamaispensei que nosso relacionamento poderia ir alm da amizade.Ele era cinco anos mais velho do que eu e considerado pormim como um irmo mais velho.

    Bobeira do Marky______Eric ______

    Eu costumava pensar: Ela est em algum lugar. Ser que estpensando em mim? Escrevia cartas para ela, mesmo msicas e todanoite propunha-me a entreg-la ao Trono da Graa e pedir que Cristotrabalhasse em sua vida moldando-a conforme a sua vontade.

    Eu era constantemente inquietado pelo pensamentodesafiador de que, se desejava que minha futura esposapermanecesse inocente e pura para mim, mais ainda eladesejaria que minha inocncia e pureza fossem preservadaspara ela. Depois de um longo perodo sem viver assim, decidiviver como se ela estivesse assistindo minha vida, e perguntar-me a mim mesmo: Se minha futura mulher pudesse me ver agora,ela estaria tranqila com a forma como me relaciono com essa moa?

    Os meses se passaram e meu irmo e eu havamos nostornado amigos ntimos de Leslie. Eu conhecia muitas moascrists, mas poucas, pouqussimas tinham tanta vibrao epaixo pelas coisas do Senhor quanto aquela morenasorridente. Estava intrigado com essa menina e semprepensava que um dia ela seria a esposa de meu irmo maisnovo ou, possivelmente, de David, meu melhor amigo, que eusabia amar tambm ao Senhor. Queria o melhor para ela e

  • sabia que tanto Marky (um nome carinhoso do meu irmo),quanto David seriam um marido tremendo.

    Sentia-me responsvel diante de Deus em ser o exemplo deum homem de Deus para a vida deles. Quando Marky disse-me que achava que eu ia me casar com a Leslie, minharesposta lvida, defensiva e totalmente sincera foi: No, eu achoque voc que vai se casar com a Leslie! Durante meses eu havialutado para manter meus pensamentos e motivaes absolutamentepuros em relao a essa menina e, com certeza, no ia aceitarnenhuma bobeira do meu irmozinho.

    Lgrimas misteriosas______Eric ______

    Leslie e sua me Janet tinham se juntado nossa famliapara um projeto missionrio de uma semana no centro deNova Orleans. A semana transcorria bem e parecia queestvamos banhados por um balsamo, com sorrisos e umamsica em nossos coraes. Mas algo estava meperturbando...meu relacionamento com essa menina inocente.

    Estvamos passando um tempo grande juntos, trabalhandocom msicas, tendo lies de canto, indo para a mesma igreja eat mesmo estudando Histria. Eu comeava a pensar quetalvez estivssemos passando muito tempo um com o outro.Se minha esposa estivesse para entrar em minha vida bemagora, como ela se sentiria em relao a grande quantidade detempo que eu estava gastando com essa menina? Maisimportante ainda, se o marido de Leslie entrasse na vida delaagora, estaria bem em relao ao tempo que ela passavacomigo?

  • Minha mente estava perplexa: Como iria lidar com isso? E mepunia com acusaes. Como podia devotar tanto tempo e com tantaintensidade a uma menina de dezesseis anos?

    Quando estvamos voltando de Nova Orleans para casa,em um mini-van, percebi que estava na hora de acertar estaquesto. Todos os outros estavam dormindo atrs no carro. Omomento era propcio pois eu dirigia e Leslie estava sentadaao meu lado.

    -Leslie? gaguejei timidamente.Seus olhos voltaram-se para mim e sua voz suave fez umagradvel: Sim?

    -Ahn..., eu no sabia como falar isso. Como eu poderiaexpressar a essa menina delicada que eu achava que talvez nodevssemos gastar tanto tempo juntos? Ahn..., continuei. Fizuma orao rpida comigo mesmo, pedindo a ajuda de Deus,percebendo que se Ele estava pondo isto no meu corao, Eletambm daria uma forma de me expressar para Leslie.

    Senti como se tivesse comeado com um trovo e sabia bemque isto poderia machucar seu corao. Mas ao continuarparece que a conversa transformou-se numa chuva macia,numa ministrao. Percebi que ela tambm tinha a mesmapreocupao. Ambos queramos ser muito cuidadosos emnossos relacionamentos que no o de casamento, e parecia queela estava at bem tocada com o fato de me preocupar com seufuturo marido. No final, decidimos que gastaramos umasemana buscando a direo de Deus a respeito do nossorelacionamento.

    Enquanto conversvamos, duas coisas interessantesaconteceram. E s mais tarde pudemos admirar esses fatoscomo sendo o trabalho de Deus guiando-nos em seu caminhoperfeito.

    Havia uma fita tocando no carro, oferecendo um fundomusical dramtico para nossa conversa. Era desconhecida enem mesmo prestei ateno ao fato de ela estar sendo tocada.

  • Bem no meio de nossa conversa a msica mudou e, quandocomeou novamente, de repente comecei a chorar.

    Lgrimas escorriam pelo meu rosto enquanto Leslie ficouparada pensando no que ela poderia ter falado que pudesse terme tocado to profundamente. Nenhum de nos dois falou, e osdois pares de ouvidos aguaram-se para ouvirem a msica queacompanhava as lgrimas misteriosas brotando de meus olhose escorrendo pelo meu rosto.

    O nome da msica era Que linda! Ela era inteira sobre anoiva radiante de Cristo. Achei aquilo bem estranho esupliquei a Deus que no deixasse a Leslie pensar o que euestava pensando. Ela sabia muito bem que eu no choravafacilmente. A msica terminou e as lgrimas tambm.Nenhum de nos dois discutiu o assunto; simplesmentecontinuamos como se nada tivesse acontecido.

    No muito depois daquele estranho incidente, falei algopara minha querida amiga que desejaria no ter falado e nemmesmo sabia porque havia feito aquilo.

    -Acho que eu deveria falar com o seu pai, soltei desejandopoder enfiar de volta estas palavras pela garganta.

    Antes que eu desse mais um fora, animadssima elarespondeu: Eu tambm acho que voc deveria.

    Mais tarde descobri que ela tambm tinha se sentidoincomodada aps ter concordado to precipitadamente, semnem mesmo entender porque achava aquilo uma boa idia. Seachvamos ou no, isto era idia de Deus e a Semana dosobrenatural comeava oficialmente.

  • Semana do sobrenatural______Eric ______

    Nomes so como cola. Depois de um determinado tempono podem mais ser trocados. Para o agrado de Leslie, o nomedeste dia continua como Semana do Sobrenatural, semanaem que Deus comeou a fazer algumas coisas realmenteextraordinrias.

    Foi uma semana gasta na busca de correo, mas poralguma razo no senti nenhuma vez o espinho pontudo dareprimenda amorosa de meu Pai celeste.

    A sexta-feira, dia de aula de canto, minha e de Leslie,chegou. No tnhamos nos visto durante a semana e foi legalestarmos juntos de novo. Eu no tivera nenhuma granderevelao de Deus, nenhuma viso sobre como lidar comnosso relacionamento, assim dei uma desviada daqueleassunto.

    Eu tinha que ensaiar uma msica para um casamento nosbado e decidimos que seria mais fcil Leslie ir comigo para oensaio do que eu lev-la embora para casa antes e, s depois,voltar para o meu compromisso. Havia poucas pessoas nacapela onde seria o casamento; assim, sentamo-nos num bancoesperando minha vez de testar o microfone. Chamaram umamoa antes de mim para que ela cantasse sua msica. Leslie eeu ficamos sentados olhando a beleza singular da pequenacapela onde aconteceria a cerimnia do casamento.

    Quando a moa comeou a cantar, meu corao disparou,minha lngua secou e minhas costas arrepiaram-se. Olhei bempara a frente e orei: No deixe a Leslie pensar o que eu acabei depensar. Ali estvamos ns numa capela de casamento, nasemana em que havamos decidido orar sobre nossorelacionamento e essa moa que no sabe absolutamente nadasobre nossa situao est cantando bem a msica que me fez

  • misteriosamente chorar no carro quando voltvamos de NovaOrleans para casa!

    Que linda! foi cantada e meu corao palpitou. Noconversamos a respeito, lgico, mas isso ficou para sempreem nossas memrias.

    A noiva no espelho_____ L esl ie_____

    Para mim, a Semana do Sobrenatural, como Ericnomeou-a com tanta determinao, foi mais do quesobrenatural. Foi totalmente chocante!

    Durante a semana, enquanto orava pela minha amizadecom o Eric e buscava a correo e a direo de Deus, muitosfatos incomuns aconteceram. Embora estivesse pedindo a Elepara me mostrar como me afastar de nosso relacionamentopara manter-me separada para meu marido, a nica respostaque recebia era uma percepo: Este relacionamento vem de Mim.Ele bom. Eu coloquei voc e o Eric juntos com um propsito.

    Nada disso fazia sentido para mim. Seriam apenas minhasemoes falando em minha mente para enganar-me? Ser queeu havia dado uma parte do meu corao para este homem eassim estava impossibilitada de ouvir a voz de Deus sobre essaquesto? Simplesmente no conseguia entender o que oSenhor estava tentando me dizer e, assim, continuei a orar.

    Mais perto do final da semana, ouvia uma fita de TwilaParis, enquanto limpava meu quarto. Quando a msica Quelinda! tocou, isto chamou minha ateno. Ela falava da noivaradiante de Cristo. Tinha sido com essa msica que Ericchorara misteriosamente em nosso retorno de Nova Orleanspara casa. O que significava isso?

  • Ao virar-me, andando no quarto, vi meu reflexo no espelhogrande da penteadeira. Minha blusa vermelha e minha calajeans transformaram-se num lindo vestido branco de noiva. Via mim mesma como uma noiva, com lgrimas de alegriabrilhando nos olhos. Estava radiante de felicidade, pois destedia em diante meu destino seria realizado: ser colocada aolado de um homem a quem eu fora criada para servir. Aquilotirou-me o flego. Nunca antes havia enxergado to bem o queera o casamento.

    A msica acabou juntamente com meus sonhos. Ser queDeus estava tentando falar-me atravs disso? Eu no pensavamuito em casamento pois achava que s muitos anos depois que Deus iria revelar-me quem seria meu marido. Agora,durante essa Semana do Sobrenatural, justamente quandoeu orava pela minha amizade com Eric, por que eu noconseguia tirar o assunto de casamento da minha cabea?

    Engasgado______Eric ______

    Com as palmas das mos suadas e borboletas levantandovo em meu estmago, encontrei-me com o senhor RichRunkles, pai de Leslie, acrescentando um toque finalapropriado quela Semana do Sobrenatural. Tenho certezade que estava saindo fumaa das minhas orelhas quandodecidi o que ia falar a ele. L estava eu, entrando sem pedirlicena em sua agenda ocupada e sem nem mesmo ter certezada razo daquilo. Minha lngua estava um pouco mais pesadae os lbios sem aquela umidade natural. Senti como se aquelehomem de Deus estivesse lendo-me como um jornal e eu erauma daquelas piadas em quadrinho que tentam fazer graamas so uma bomba.

  • Durante a semana eu tinha buscado a correo de Deus. Eus sabia que iria finalmente receber uma dose de convico. Erecebi. Havia imperceptivelmente construdo uma amizadecom uma menina cinco anos mais nova do que eu. Nesseprocesso havia passado muito tempo com ela. Esperava aenxurrada de reprimenda enquanto o senhor Rich ponderavacalmamente todas as questes e dvidas honestas de meucorao jovem. Ento, o raio atingiu o alvo.

    -Eric, veio sua rplica grave, voc tem alguma idia da maneirapela qual eu fiquei sabendo que o seu relacionamento com minha filha puro?

    Minha mente lutou para conseguir o domnio e conseguipelo menos um sorriso sereno, mas fiquei petrificado com apossibilidade de ele falar alguma coisa. Ento ele continuoucom a frase de ouro, que certamente jamais me esquecereienquanto viver: Por que se no fosse, Deus me falaria.

    Meu corao parou e fiquei esttico. Fui atingido pelarevelao da autoridade dada por Deus a um pai, sobre suafilha. Tremi ao pensar que poderia estar invadindo ou mesmotratando-a como se isto no existisse. Leslie era o seu tesouro.Era seu dever sagrado proteg-la e prov-la com o bem estar.Bem no ponto onde ele poderia me falar para dar o fora ,encontrei-o encorajando nossa amizade, ao invs de reprimi-la.

    -Eric, ele comeou de novo, voc sabe como eu fiquei sabendoque a sua amizade com a Leslie de Deus? Por que desde que ficaramamigos eu a vejo crescendo e cada vez mais perto de Deus.

    A ducha de repreenso arrasadora esperada por mim,surpreendentemente, nunca aconteceu. Ele ensinou-me sobresua filha ao invs de dar-me sermes sobre a que distncia eudeveria manter-me dela. Enquanto conversvamos vi o quantoele entendia sua filha e quanto ele a amava. Comecei aentender que havia uma redoma de proteo sobre Leslie que,nem eu nem qualquer outro homem, deveria jamais arriscar-sea invadir. Durante aquela tarde memorvel percebi que havia

  • uma porta de entrada apropriada na vida daquela menina. Eela encontrava-se no homem diante de quem eu tremiadurante todo o meu perodo de almoo.

    Rich parecia saber mais do que aquilo que demonstrava,mas ficava contente em deixar-me procurar as respostas, aoinvs de simplesmente entreg-las a mim de bandeja. Pareciaque ele entendia minhas preocupaes e me encorajava acontinuar a procurar o melhor de Deus. Mas ele deu umavirada no que falava, fazendo-me pensar se ele havia mesmoentendido alguma coisa do que eu tinha acabado de falar.

    -Eric, eu dou a minha bno para voc manter o relacionamentocom minha filha de qualquer forma que Deus guiar voc.

    Houve uma pausa desconfortvel enquanto tentei digerirsuas ltimas palavras. Ele no sabia que eu no estavainteressado em aprofundar meu relacionamento com suafilha? Achei que tinha ficado claro que Leslie e eu tnhamosuma grande diferena de idade, de cinco anos e que havia algoterrivelmente errado nisso tudo... no havia?

    A bno do senhor Rich foi muito mais significativa doque eu percebera naquele tempo. Logo eu ficaria grato peloque Deus havia providencialmente concludo naquelaSemana do Sobrenatural.

    beira do l imite_____ L esl ie_____

    No posso dizer-lhe o dia ou a hora exata em que opensamento veio pela primeira vez minha mente. Pareciaque eu sempre soubera disso, embora nunca tivesse entendido;ele acercou-se de mim, sem que eu percebesse, como uma

  • lembrana infantil, h muito tempo esquecida e que de repenteaparece. Eric o seu futuro marido.

    Eu mal me atrevi a levar em considerao tal especulaoto forte. Ao mesmo tempo parece que eu no conseguialivrar-me de acreditar nela. Sabia que Eric tinha estado commeu pai, mas que era simplesmente para um conselho sobrenossa amizade e talvez assuntos com os quais Eric estivesselidando. O que fora to diferente no encontro dele com meupai? Tentei racionalmente no aumentar a proporo dasituao, mas os acontecimentos das semanas seguintesserviram apenas para aumentar minhas ansiedades eperplexidades.

    -Papai? aventurei-me um dia, quando meu pai voltou deum encontro com o Eric. Sobre o que o senhor e o Eric falaramhoje?

    -Se o Eric quiser que voc saiba, ele mesmo vai lhe falar, foi suaresposta evasiva mas, ao mesmo tempo, bondosa. Sua respostaapenas aumentou minha dvida e curiosidade. Quanto maiseu orava sobre o assunto mais certeza eu tinha de que Deusestava me mostrando que Eric era meu futuro marido. MasEric no tinha me dito nada que indicasse que ele sentia essamesma direo. E se eu me abrisse emocionalmente com ele edescobrisse que no era com ele que iria passar o resto deminha vida?

    Com certeza no ia tocar neste assunto com Eric. No meimportava de parecer boba tomando a iniciativa que era delepor direito, mas, mais importante ainda, que eu estavasempre cuidadosa com o limite que eu prometera jamaiscruzar. Sabia que para Eric e para mim mesma, somentediscutir a possibilidade de um relacionamento alm do que jtnhamos, seria tomar uma estrada sem retorno. Estvamosdestinados a escolher entre duas opes: nos casar ou trocarnossa amizade pura por uma amizade marcada pelodesconforto. Como eu valorizava tanto nosso relacionamento,

  • era terrvel para mim pensar em destru-lo por um enganobobo.

    Eu sei!!______Eric ______

    -Eu sei!, disse em estado de choque para mim mesmo. Eusei! No tenho a mnima idia do porqu de subitamentesaber. Mas eu sabia! Sentei-me escrivaninha e empouqussimos momentos, como um vu retirado de meusolhos, pude ver de repente as impresses digitais de Deussobre todo o relacionamento de Leslie comigo. Num momentoeu estava cego e no seguinte pude ver perfeitamente. Eu sei!repeti com admirao solene. Eu sei!

    Como no consegui enxergar isso durante os mesesanteriores? No tive uma resposta a no ser pelo fato de que,durante esse tempo, Deus capacitou-nos a construirmos umaamizade verdadeira.

    As mes parecem ter aquele pressentimento intuitivo sobrecoisas do tipo romance. No mesmo tempo da chamada dela,minha me tinha tentado expressar-me que sentia que Leslie eeu ramos feitos um para o outro. Quando ela disse issocoloquei-me fortemente na defensiva contra aquela linha depensamento e respondi numa exploso: Se Deus quiser que eume case com Leslie Runkles, Ele ter que enviar um anjo do cu paramostrar-me claramente.

    S posso atribuir graa soberana de Deus o fato de que eutivesse passado de uma declarao dessa para a conscinciaplena de que Leslie algum dia seria minha noiva. No fuivisitado por um anjo, mas parece ter sido visitado por algomaior ainda. Parece que Deus tinha iluminado os ltimos anosde minha vida, permitindo-me ver Sua mo suave no cuidado

  • providencial. Ao colocar essa rea de minha vida em primeirolugar, ...a volta do Colorado para estudar canto, a imagemmental dessa linda morena quando orava pela minha esposa, apea de Natal, o dois de fevereiro desencorajador, todo ocaminho at o encontro estranho com o senhor Rich aochegarmos de volta de Nova Orleans, ...Deus trabalhara tosuavemente em minha vida que eu poderia estar sempre certode Seu trabalho perfeito em juntar-nos, Leslie e eu.

    Nossa idade sempre tinha sido uma questo meio difcil,mas agora isso parecia simplesmente desaparecer. Comeara aperceber, de uma forma profunda, porque Deus havia meguiado para falar com o senhor Rich. Esse tesouro tremendoque era Leslie, to delicada e linda, fora confiado a ele. Era suaresponsabilidade proteger o tesouro e prover suasnecessidades fsicas, espirituais e emocionais. Ele tinha a chaveda autoridade espiritual sobre sua vida e Deus estavamostrando-me quo sagrada era essa redoma queverdadeiramente a protegia. Se Deus ia abenoar nossorelacionamento, ento eu teria que entrar nessa redoma pelaporta apropriada...atravs da bno do pai dela.

    Engasgado mais uma vez!!______Eric ______

    Finalmente o momento que eu tinha antecipado durantetoda minha vida, com uma mistura de excitao e apreensochegou. No treinei em frente ao espelho ou ensaiei aspalavras como todos os homens dos filmes em branco e pretoque eu assistira. O senhor Rich esperou-me no restaurante dafamlia Perkins. Para conseguir um horrio com o senhor Rich preciso estar disposto a encontr-lo bem de manh, antes queele se dirija para o trabalho. Assim, l estvamos ns, ...antes

  • do sol nascer. Cara, ele ia ficar surpreso com o que viria juntocom seus ovos com bacon! Seus olhos se abaixaram ao sorver ocaf enquanto esforava-se ao Maximo para escutar o que eutinha para dizer.

    -Senhor Rich, eu disse num chiado, enquanto engolia o ar etentava falar ao mesmo tempo. Creio que Deus mostrou-me que aLeslie a minha futura esposa.

    Foi pura adrenalina que impulsionou-me. Desde quandoDeus mostrara-me que era a Leslie, eu tinha ficado como umhomem quando tem uma misso e precisa fazer tudo direito.Sentira que o mais sbio a fazer seria submeter o assunto aosenhor Rich e orar sobre isso com ele. Talvez ele pudesse sentirisso de maneira diferente, mas eu apostava que ele sentiria omesmo.

    Foi interessante o efeito rejuvenescedor que esta simplesfrase causou sobre as sobrancelhas cadas dele. Depois dealguns momentos, quando seu corao voltou ao normal, eledisse: Sabe Eric, a Janet e eu temos orado pelo marido da Lesliedurante quatorze anos, pedindo a Deus que pudssemos reconhec-loquando ele finalmente aparecesse. Ambos j temos sentido por algumtempo que voc.

    Qualquer moo que j tenha se aventurado a fazer aproposta a um pai sobre a possibilidade de casar-se com suafilha pode certamente entender o alvio e a emoo que vieramcom essas palavras.

    O senhor Rich era um homem a quem eu respeitavaprofundamente, mas eu no tinha mesmo acesso a sua vidaocupada de trabalho e ministrio. Bem..., naquela manh bemcedo, compartilhada com a garonete do restaurante Perkins,encontrei a chave de ouro. Quando se comea a mexer com afilha do senhor Rich, mexe-se com as cordas de seu corao.Era verdadeiramente o desejo divino de Deus que eu ganhasseo corao de Leslie, entrando primeiro pelo homem que aconhecia melhor do que qualquer outro homem na face da

  • terra. Primeiramente, fiquei bem intimidado ao pensar emconversar coisas to preciosas e ntimas ao meu corao comum homem que eu pouco conhecia. Mas, durante nossosencontros seguintes nossa amizade cresceu e aprofundou-se.Depois de um tempo descobri que um dos meus melhoresamigos era o pai de Leslie.

    Oraes e pepperoni______Eric ______

    Durante meses Leslie e eu havamos tido umrelacionamento marcado pela amizade simples e pela alegriaadvindas do fato de ambos sermos adoradores de Cristo.Agora, algo diferente estava acontecendo entre ns.Subitamente, tornara-se difcil olhar nos olhos um do outroporque nossos olhos denunciavam as emoes de dentro denossos coraes. As horas que passvamos juntos tornaram-sequase desconfortveis pois ambos sentamos o impulso deexpressar um desejo profundo por uma vida compartilhadajuntos... mas no falamos uma palavra.

    As semanas se passaram desde o dia em que falei com osenhor Rich sobre casar-me um dia com Leslie, mas eu estavaesperando por Deus para mover-me em direo acompartilhar com ela. Sabia que essas palavras alterariamnosso relacionamento para sempre. Eu aprendera a ser umbom amigo, um irmo mais velho sempre pronto a proteg-lae defend-la, mas eu no sabia mesmo como ir alm disso. Eupodia sentir Leslie chorando por trs de seu comportamentoestico, pela necessidade de ouvir alguma expresso verbal decompromisso com a vida dela. Muito hesitante para no agirprecipitadamente, pedi a meu pai e ao senhor Rich sepodamos ir os trs comer uma pizza e conversarmos.

  • A pizza estava tima, mas essa noite ser lembrada pormuito tempo pelas oraes e no pelo pepperoni. Naquelanoite, todos concordamos de que era tempo de compartilharcom Leslie. Sentimos que Deus estava abrindo um tempo depreparao para um eventual noivado. Nenhum de ns jamaisouvira algo parecido antes, mas sentimos que era direo deDeus.

    Os dois pais impuseram suas mos sobre mim eabenoaram o novo relacionamento que estava brotando; Asoraes foram lindas e pareciam acontecer na ordem perfeita.Parecia simplesmente inacreditvel estar numa unidade toperfeita com os dois homens que tinham a autoridadeespiritual sobre a vida de Leslie e sobre a minha prpria vida.Era como se Deus estivesse sorrindo e dizendo: Isto e certo!

    As palavras mais preciosas para o meu corao naquelanoite foram ditas pelo senhor Rich: Eric, nesta noite dou-lhe aminha bno para ganhar o corao de minha filha para ocasamento.

    No sei porque Deus tinha posto um cadeado em minhaboca por tantas semanas e eu no tinha falado nada com aLeslie; mas jamais duvidaria que foi desejo de Deus impedir-me at que eu pudesse ouvir aquelas palavras. Com aspalavras do senhor Rich parece que veio mesmo uma grandebno de Deus. Agora era o meu tempo de cruzar o limite norelacionamento com Leslie.

    A col ina verde_____ L esl ie_____

    As semanas se passaram e nada tinha acontecido. Eric e euestvamos sempre juntos trabalhando com msica ou

  • estudando Histria; mas eu sabia que alguma coisa entre nsestava ficando sem ser conversado. Estaria Deus falando algopara ele sobre nosso relacionamento?

    Eu no tinha a menor idia do que ele e meu pai haviamdiscutido ou como ele sentia que o Senhor estava dirigindo ascoisas em relao a nossa amizade e isso me frustrava.Cheguei a um ponto de minhas emoes em que eu senti quesimplesmente queria saber de tudo. O Eric seria meu futuromarido ou no? Se no seria, era preciso deixar de v-lo, poisminhas emoes estavam ficando em frangalhos.

    Finalmente aconteceu. Eric veio at minha casa e pediu-mepara fazer uma caminhada com ele. Disse que haviaconversado com nossos pais na noite anterior e que agoraprecisava discutir algo comigo.

    -Finalmente!, disse para mim mesma com alivio. Talvez istoajude a clarear o que tem acontecido comigo ultimamente.

    Sentados lado a lado ao p de uma colina toda verde, sob osol quentinho de agosto, Eric falou palavras significativas, asquais eu precisara ouvir por tantas semanas.

    A conversa naquela colina verdinha fez maravilhas paraacalmar meus pensamentos ansiosos. Famoso por fazer isso,Eric comeou sua fala com um solilquio de dez minutos, paradramatizar o assunto. Mas, ao chegar no ponto-chave, percebique o prprio Deus havia mostrado a ele durante as ltimassemanas que era eu a moa com quem deveria se casar. Almdisso, ele estivera encontrando-se com meu pai para discutirtudo que Deus estava falando para ele e sobre o fato de meuspais tambm sentirem que um dia Eric e eu nos casaramos.Isto deu-me uma grande segurana e confirmou que todasaquelas coisas estranhas que eu havia sentido sobre Deusmanifestar-se a mim desde a Semana do Sobrenatural eramrealmente da parte d'Ele.

  • U ma faml ia grande e fel iz_____ L esl ie_____

    Poucos dias aps nossa conversa na colina verdinha, Eric eeu, reunidos com todos os membros de nossas famlias,tivemos um tempo de louvor e regozijo pelo que Deus haviafeito. Ficamos maravilhados com a fidelidade de Deus quandocada membro das duas famlias contou, um de cada vez, asformas diferentes pelas quais Deus havia mostrado a eles quenosso relacionamento vinha d'Ele. Parecia ser um lao sagradoentre as duas famlias. No final da noite, sabamos que todoshavamos nos tornado uma grande famlia devido ao belotrabalho que Deus fizera entre ns.

    Concordamos em manter esse relacionamento novo queDeus havia dado a Eric e a mim s entre nossas duas famliaspor certo tempo, por ser sagrado e por ser to novo e diferente.Provou-se ser esta uma deciso sbia. Foi um lao especialentre os dez membros de nossas famlias por mais de um ano,e isto tornou-nos to unidos quanto nada mais poderia tornar.

    P reparaopara o noivado_____ L esl ie_____

    Eric e eu sabamos que iria demorar bastante para queambos estivssemos prontos para o casamento. Eu aindaestava no ltimo ano do segundo grau e tinha muito aindapara aprender antes de ser capaz de cuidar de uma casa. Ericainda estava buscando direo para seu futuro nas reas dechamado, educao e finanas. Ele estava planejando vivermais alguns meses na escola missionria.

  • Meu pai havia ensinado ao Eric e a mim sobre os trsestgios em um relacionamento: espiritual, emocional e depoiso casamento fsico. Estvamos agora no tempo de trabalharnossa unidade espiritual que ainda precisava aprofundar-se ecrescer. Ele aconselhou-nos que a unio emocional deveria virs depois do noivado e que este deveria ser curto porque asemoes levam a unidade fsica que deveria acontecer apenasno casamento.

    Eric e eu concordamos que estvamos na estao depreparo para o noivado, quando Deus j comeava aaprofundar nossa unidade espiritual. Sabamos queprecisvamos ser muito cuidadosos para no despertarmos asemoes antes do tempo, o que deveria acontecer um poucoantes da poca do casamento, isto , no final do noivado. Porisso, propusemo-nos a entregar nossas emoes a Deus.Sabamos. que s Ele poderia control-las. Ns jamaispoderamos fazer isso em nossa fora, mas pela Sua graacontinuaramos com uma amizade baseada na pureza apesarda nova revelao de nosso futuro casamento.

    Entregar nossas emoes para Deus foi uma das coisasmais sbias que fizemos em nosso relacionamento. Estvamoslivres para crescer em nosso caminhar individual com oSenhor sem sermos distrados por sentimentos fortes um pelooutro.

    Decidimos que seria sbio tambm como um testemunhode entregar as emoes a Deus, controlarmos a nossa afeiofsica, mesmo coisas simples como abrao ou beijo. Precisoadmitir que se algum me dissesse um ano antes que eu nobeijaria meu marido at o dia do casamento, eu teria choradoou dado risada. Jamais ouvira algo to extremo ou fora darealidade. Mas tambm a, com Deus no comando de cada reade nosso relacionamento, no foi to difcil assumir essecompromisso. Com Deus no controle de nossas emoes,ramos capazes de caminharmos numa amizade mais

  • profunda, mantendo a maior pureza. Sabamos que nossorelacionamento fsico aps o casamento seria muito mais lindocomo resultado disso tudo.

    Eric foi embora para passar um ano em uma escolamissionria. Fiquei em casa e terminei o segundo grau,focalizando minha vida em meu relacionamento com Deus ecom minha famlia. Durante esse perodo escrevemos cartasum ao outro contando as formas diferentes como estvamoscrescendo cada vez mais no Senhor. Isso aproximou-nos tantocomo jamais poderia ter acontecido se no estivssemosseparados.

    Depois de Eric retornar da escola missionria, surgiu umaoportunidade de ele lecionar Histria e Literatura para umgrupo de crianas que estudam em casa, em um estado nomuito perto do nosso. Embora soubesse que isso significavaque estaramos separados por mais um ano, senti-me em pazdeixando-o ir e sabendo que Deus nos colocaria juntos no Seutempo perfeito. O fato de minhas emoes estarem nas mosde Deus e no controle d'Ele tornou isso mais fcil para mim.Minha amizade com os diferentes membros de sua famliacontinuou a crescer, bem como a dos meus pais e dois irmos.Foi um tempo especial de inocncia e excitao. Quando Ericvoltava para casa nas frias, nossas famlias encontravam-seem muitas reunies alegres e divertidas. Essa grande famliaao redor de Eric e de mim, com amor e comunho, trouxeestabilidade e vida ao nosso relacionamento.

    Ela no uma zagueira forte______Eric ______

    Eu tinha aprendido como ser um amigo, mas estava bemamedrontado ao pensar em tentar conquistar o corao de

  • uma menina para o casamento. Eu sabia a estratgia paraganhar uma competio atltica, mas esse era um jogointeiramente novo! Esse jogo envolvia uma moa nova,delicada e frgil, no um zagueiro forte que pode receberalgumas pancadas e nem sentir nada.

    Minha me tinha sempre me prevenido a nunca dizer auma menina que eu a amava a no ser que eu planejasse casar-me com ela. Eric, como homem, voc simplesmente no entende oque as palavras podem causar a uma mulher, ela aconselhava-mecomo apenas uma me carinhosa poderia fazer.

    Eu ansiava fazer isso do jeito de Deus. Assim, ajoelhava-mesuplicando que Deus me desse sabedoria celestial paramostrar-me como ir adiante. Eu apenas sabia muito bemquantas vezes errara em relacionamentos anteriores. Tinhasido sempre do meu jeito; agora eu queria muito que fosse dojeito de Deus.

    Ao compartilhar com Leslie tudo que Deus havia feito,descrevendo todas as impresses digitais agradveis que Deushavia colocado sobre nossas vidas juntas, reencontrei-mesendo muito discreto em relao aos meus sentimentos paracom ela. Descobri que ela era uma moa linda em tudo, mas euestava hesitante em falar muito, pois lembrava-me que minhame havia falado que Leslie daria muito valor a tudo que eudissesse. Decidi guardar certas palavras para ocasiesespeciais. Diz-las de uma forma que ela sempre saberia queeu havia guardado essas palavras para ela.

    Senti que Deus havia me dado um tesouro de purezaquando nasci. Este tesouro de pureza seria um presente que eupoderia um dia oferecer a minha esposa no dia do nossocasamento. Eu seria um smbolo de devoo e lealdade paraela. Ela poderia ter a certeza de que se eu havia guardado estetesouro bonito e polido para ela nos anos anteriores, eu iriasempre mant-lo polido e brilhante durante toda nossa vidajuntos.

  • No tinha sido um sbio mordomo deste tesouro de purezaat quando percebi quo valioso e importante era manter-mesagrado para minha futura esposa. Houve muitas lgrimasderramadas por algumas decises tomadas, as quais eudesejava de alguma forma apagar de minha estria. Pela graade Deus eu havia conservado-me virgem fisicamente, masmentalmente e emocionalmente tinha me dado de muitasmaneiras.

    Compartilhei dolorosamente a Leslie todas as vezes em quetinha oferecido o tesouro que pertencia a ela, por direito dela,para uma outra menina, que era apenas um fantasma emminha memria. Achava que agora isto poderia fazer a Lesliedesconfiar de mim e desistir. Ao contrrio, isto aproximou-nosmais e parece que criou em Leslie um grande respeito pelocompromisso de pureza que agora eu assumira.

    Por seu prprio desgnio, Deus deixou-nos longe um dooutro enquanto o cimento de nosso relacionamento infantilestava ainda duro. Fui para uma escola missionria no Texas.Aquilo que parecia ser incompatvel com o que Deus estavafazendo entre ns tornou-se um fator solidificador de nossorelacionamento. Aprendemos a expressar nossos coraes umao outro por cartas. Era definitivamente mais fcil manter oaspecto fsico de nosso relacionamento em segredo enquantoestvamos a centenas de quilmetros de distncia um do outroe concentrarmo-nos no alicerce de uma amizade para a vidatoda.

    Nossas famlias tinham concordado que nosso namorodeveria ser um segredo entre ns at que Deus guiasse de umaoutra forma. s vezes era difcil no falar sobre tudo que Deusestava fazendo com aqueles que haviam crescido comigo noTexas, mas percebi que este segredo floresceriamaravilhosamente em meu corao enquanto eu o tratassecomo um buqu precioso do cu.

  • Passei dois anos em lugares diferentes, longe de casa.Depois do Texas fui para Michigan lecionar, aumentandoainda os quilmetros que nos separavam. As horas passadasum com o outro eram como doces que saborevamos e com osquais nos alegrvamos com tudo que tnhamos em ns, atque precisvamos nos separar novamente. Cada vez que via aLeslie ela havia se tornado mais linda e cada vez que eu partia,mais e mais apreciava a jia sem preo que Deus haviacolocado em minha vida.

    Quando havia se passado dois anos, uma inquietudecomeou a crescer em mim ao pensar em ficar mais um anolonge de Leslie. Ela, nossos pais e eu havamos sentido queDeus deixaria claro quando eu estivesse maduro para proporcasamento. No sabamos muito bem como Deus faria isso,mas sentimos que todos ns, de alguma forma, saberamosqual seria a hora de dar mais um passo adiante.

    Na primavera de 1994 voltei para o Colorado. Leslie e euhavamos sentido que era hora de compartilhar nossorelacionamento com o corpo de Cristo em nossa cidade.Depois de compartilharmos, parece que um manancial deemoo foi misteriosamente aberto entre ns. Agora, mais doque nunca sentimos um rio de amor transbordando entrenossos coraes. Deus havia trancado nossas emoes portanto tempo e Ele, por alguma razo, havia julgado este tempoo mais oportuno para liber-las.

    Eu precisava sair na manh seguinte para Michigan, masachava que no conseguiria deixar a moa a quem eu tantoamava. Lembro-me de soluar no carro enquanto voltava naestrada 1-76 em direo a Nebraska. Parecia injusto Deusliberar algo to lindo e ento separar-nos de novo.

  • A figura que no era a pequena sereia______Eric ______

    Eu no tinha como saber exatamente, mas ficavaimaginando se estaria chegando a hora. Uma grandeexpectativa enchia meu corao e parecia abrandar a dor dadistncia de Leslie pois eu sabia que possivelmente a hora donoivado estava chegando.

    Minha irm e eu estvamos lecionando juntos emMichigan. Morvamos juntos em um trailer fora da cidade.Toda noite orvamos por Leslie e pelo nosso relacionamento epara que eu tivesse a sabedoria de Deus para saber quandodar mais um passo.

    Havia uma coisa que minha irm e eu compartilhvamos eque ningum mais sabia, inclusive Leslie. Concordvamos emorar toda noite para que Deus sobrenaturalmente desse asalianas. Eu queria muito dar um anel de noivado para Lesliequando propusesse casamento mas no tinha condiesfinanceiras para comprar um. Assim Krissy e eudeterminamos pedir a Deus para prover, miraculosamente,esse smbolo de compromisso.

    Enquanto dirigia para Michigan no final de semana notinha conseguido deixar de perguntar: Senhor, est chegando ahora? Pedi que Deus mostrasse de Sua forma especial quandotudo estivesse por acontecer. Agora Ele estava pronto paradeixar isso muito claro ao meu corao.

    Naquela segunda-feira bem cedo eu estava no banheiroaprontando-me para trabalhar. Uma expectativa tremendaborbulhou dentro de mim como champanhe crescendo paraexplodir quando a presilha solta. Eu no sabia se cantava ougritava, mas senti necessidade de fazer alguma coisa. Krissyestava no quarto ao lado, em sua hora de devoo.

  • - Krissy! gritei com um fervor que com certezasobressaltou-a. Um o qu? fraco atravessou a parede. Suaresposta no combinou com a excitao que me envolvia.

    - Krissy! Krissy! Venha aqui! eu gritei.Houve um barulho no quarto e, em seguida, ouvi o som da

    porta rangendo e abrindo. O que , Eric? ela perguntoupreocupada.

    Expliquei a ela minha grande alegria e expectativatremenda. Ela graciosamente agradeceu-me por compartilharaquilo com ela e voltou para seu tempo com o Senhor o qualtinha sido interrompido com tanto barulho.

    Dei uma voltinha no banheiro, dando um chutinho a cadapasso. Dei uma fofeada extra no cabelo e uma escovadela amais no dente como se acompanhado por uma msica.Naquele momento meio teatral, procurei minha loo mas noa encontrei. Ento lembrei-me de que no a tinha tirado dobolso do meu palet depois da viagem.

    Meu palet estava no cmodo da frente e assim fui lbusc-lo. Enfiei a mo procura da colnia mas s encontreium envelope. Fora dele estava escrito: Para o Eric Ludy.Achei que deveria ser mais um presente daquelas menininhasbonitinhas com quem eu trabalhava. Elas estavam sempredesenhando garatujas ou pintando a Pequena Sereia paradarem para mim.

    Dei um sorriso largo ao procurar a loo no outro bolso.Encontrei-a e voltei para o banheiro, bebendo a beleza da vidacomo um copo grande de gua gelada em um dia quente devero.

    No banheiro minha curiosidade venceu. Fui atrs dopresente que acabara de descobrir para saber quem era acriana to atenciosa. Minhas sobrancelhas levantaram-se emeu corao disparou quando abri e encontrei no uma

  • garatuja de arte, mas um grande mao de papeis verdinhosonde estava gravado In God We Trust.*

    - Krissy! gritei demonstrando urgncia.Ela veio em meu auxlio, abrindo a porta rapidamente de

    novo e encontrou-me com um olhar estatelado,espantadssimo e emocionado com uma expresso deindagao ansiosa.

    -O que isto? perguntou corajosamente.Tudo que pude fazer foi apontar com o dedo. Eu no havia

    contado o dinheiro; s havia colocado-o no balco como sefosse radioativo. Krissy pegou-o com a mo aberta e contou-oem voz alta. Ambos ficamos encarando um ao outro peloespelho.

    -Para que voc acha que este dinheiro?-No tenho idia nenhuma! falei rapidamente calculando

    quanto seria o dzimo.-Espera a! ela exclamou. H alguma coisa escrita nesta folha de

    papel.Na folha de papel que envolvera o dinheiro havia uma dica

    interessante.-Est escrito: Ele Jeov Jir, e... olha! H uma figura de

    uma... sua voz alterou-se. Ento baixinho e com dramaticidadeacrescentou, ... uma aliana!

    Quase dois anos haviam se passado desde o dia em que eufalara com o senhor Rich que queria casar-me com sua filha.Ser que esta era a forma de Deus mostrar-me que estava nahora? Conversando com meus pais e com os pais de Leslieficou confirmado que era a hora exata.

    Leslie tinha crescido sempre sonhando com o dia de seucasamento, imaginando como seria seu vestido de noiva ecomo arrumaria seu cabelo. Eu cresci imaginando como iria

    * (*) N.T.: Esta declarao, que significa "Ns confiamos em Deus", est gravadanas cdulas de dlares americanos.

  • pedir meu amor em casamento e como a levantaria do chocomo um esperado cavaleiro em sua armadura brilhante. Eutinha muitas idias romnticas crescendo dentro de mim masnenhuma poderia expressar a Leslie verdadeiramente oquanto eu tinha prazer nela. Eu queria que minha noivasentisse que era a mulher mais amada no mundo inteiro. Nosabia como fazer isto mas uma coisa eu sabia... tinha que ser amaior e melhor surpresa.

    A grada-te do Senhor_____ L esl ie _____

    Dois anos haviam se passado desde minha decisomonumental de sair da escola, mas pareciam mais de dez.Deus tinha me transformado tanto e feito coisas to boas emminha vida desde ento que eu quase nem me lembravadaquela vida.

    Agrada-te do Senhor e ele satisfar aos desejos do teu corao.(Salmo 37:5)

    -Que verdade! disse, enquanto lia os Salmos numa horadevocional certa manh. Este versculo adorvel fazia-merefletir sobre tudo que tinha acontecido em minha vida nosltimos anos.

    Quando lembrava-me da solido e isolamento queesperava sofrer como resultado de ter dado meus anos deadolescncia a Deus s conseguia rir. Tudo o que Deus haviafeito desde que eu decidira entregar cada rea de minha vida aEle suplantava todos os meus antigos ideais sobre oromantismo dos doces dezesseis anos e bailes de estudante.Ele tinha restaurado minha inocncia e mostrado-me para queEle tinha criado minha juventude - para ser um tempo de

  • descoberta, de aprendizado sobre Seus caminhos e proveito davida com a verdadeira pureza de corao e de preparo para oque Ele havia planejado para eu ser. Entendi que ao dar minhavida a Ele, meus sonhos haviam se tornado realidade e muitomais lindos ainda do que eu pudera imaginar. No apenasisso, mas eu tive certeza de que eles continuariam a serrealidade enquanto meu prazer estivesse no Senhor.

    Enquanto os dias de nosso namoro rapidamente sepassavam, eu s conseguia ficar admirada com o incrvelpresente de Deus para mim: Eric. Lembrava-me dos medos jh muito esquecidos de que Deus desse um marido que nome atrasse. Agora, numa percepo madura, ficava pensandocomo pudera ter expectativas to baixas para com Deus. Ericera muito mais do que eu jamais desejara em um marido. Euno era apenas atrada pelo seu fsico mas, mais importante,por seu corao de Deus. Ele era um homem de integridade ehonra, e seu propsito em nosso relacionamento era conduzir-me cada vez mais para perto de Jesus. Eu podia sentir ochamado bondoso de Deus em sua vida e sentia-me honradapor ter sido escolhida para ficar ao seu lado.

    -Deus, exclamei agradecida, se esta a maneira que o Senhorescolheu para abenoar-me, ento o Senhor deve preocupar-se maiscom esta rea de minha vida do que eu!

    Atravs de apenas um passo de obedincia, Deus mostrou-me que lindos presentes ele deseja conceder a seus filhos sens apenas confiarmos n'Ele.

  • E xpectativa_____ L esl ie_____

    Com as semanas e meses de meus dezoito anos passando,comecei a perceber a imagem do casamento sendo delineadano horizonte. Minha amizade com Eric tinha sido um tempolindo, mas ambos estvamos sentindo que logo seria tempo dedarmos mais um passo... o noivado.

    Eric ainda estava em Michigan lecionando Histria eLiteratura. Estvamos em abril. Sabia que no o veria at ofinal do ano letivo, mas secretamente eu me entretinha com aesperana de que talvez durante o vero Eric sentisse a direode Deus para finalmente ficarmos noivos. Estava comeando asentir-me cansada. O que haveria pela frente? Se no fossecasamento, seria algo como universidade ou escolamissionria, mas nada disso parecia agradvel.

    Certa noite, sentada em minha cama, deliciando-me com abrisa quentinha da primavera atravs de minha janela aberta esorvendo o brilho do pr-do-sol nas montanhas rochosas, fuiestranhamente possuda por um choro sbito de alegria eantecipao. O sentimento ficou em mim durante toda a noitee nos dias seguintes. Eu no tinha como saber, mas ficavaimaginado se Deus estava para fazer alguma coisa incrvel emminha vida. Mas, o qu? No devia ser nada com meurelacionamento com Eric pois ele estava a mais de mil enovecentos quilmetros longe. Eu no o veria at pelo menosdois meses. O que mais poderia ser?

    Minha vida parecia estar numa pausa. Eu ainda estavaenvolvida com msica mas no era a mesma coisa sem o Ericpara cantar junto. Havia sentido recentemente uma direopara um curso na rea mdica, talvez enfermagem, mas ainda

  • estava incerta com respeito ao tempo em que deveria faz-lo.Alm do mais, isto no me interessava tanto no momento.Durante os dias seguintes continuei a orar a Deus para que Elecomeasse a desembaralhar as coisas para mim. Eu poucosabia que mudanas drsticas estavam muito prximas deacontecerem.

    A melhor surpresa_____ L esl ie_____

    Deus inventou o romance. Quando ouvi pela primeira vezeste paradoxo, achei uma profanao. Eu nunca havia pensadoem Deus e romance juntos... at ento. Minhas idias sobreromance verdadeiro foram completamente transformadas. Jfazia tempo que havia abandonado as idias bobas e vaziasaprendidas sobre romance. Agora eu estava comeando aentend-lo de uma forma inteiramente nova - a forma de Deus.Sua idia sobre romance, logo aprendi, era cheia de pureza einocncia. Era o tipo mais pleno que jamais existira.

    Eu tinha sempre sonhado com o momento em que oprncipe encantado me pediria em casamento. Tinha sonhadocom todos os tipos possveis de cenrios para esseacontecimento importante - uma linda ponte numa noitequente de vero, sobre um riozinho calmo; um restauranteelegante e caro, apos uma refeio suntuosa; talvez numacarruagem branca andando em uma rua iluminada e brilhante,no centro da cidade, no feriado de Natal.

    No interessava o cenrio, eu estava determinada sobreduas coisas: esperava que fosse romntico e que meu sonhadoprncipe encontrasse uma forma de fazer-me surpresa. Emboraminha mente estivesse cheia de sonhos interminveis sobre

  • como seria a noite de meu noivado, nunca poderia terimaginado nada que pudesse sequer chegar perto da noite emque o Eric pediu-me em casamento.

    -Crianas, amanh noite vamos ter um jantar especial e vamostirar fotografias, papai anunciou. Vamos dar um presente para aLeslie o qual estamos esperando h anos para dar a ela.

    Meus dois irmos mais novos e eu levantamos nossascabeas do jogo com que estvamos nos divertindo no cho dasala de estar.

    -Que presente? perguntamos juntos. Meus pais no faziamsurpresas com freqncia a ns e o que era estranho queestvamos no meio de abril - longe de qualquer aniversrio oudo Natal.

    Meus pais ficaram de boca fechada. Esperem para ver, foramas nicas palavras.

    O dia seguinte estava escuro e nublado mas havia umaexcitao no ar. Passei a manha escrevendo mensagens e atarde com uma amiga que no via h algum tempo.

    -No posso imaginar qual seja o presente, disse para minhaamiga depois de explicar o que meus pais haviam planejadopara aquela noite.

    -Ah, talvez seja um carro novo, ela deu seu palpite comesperana.

    Um carro novo parecia um pouco forado, mas noconseguia imaginar outro presente para meus pais fazeremtanto segredo e assim conclui o assunto. Quando cheguei emcasa, mame estava ocupada preparando um jantar gostoso nacozinha. Ofereci-me para ajud-la.

    -No! Voc precisa ficar pronta. Vamos tirar fotografias por issofique bem vestida. Por que voc no pe aquele vestido novo queacabamos de comprar ?

    Com expresso de dvida subi a escada. Enquanto estavano banheiro enrolando meu cabelo castanho comprido, meusirmos subiram correndo as escadas, rindo e empurrando um

  • ao outro como se tivessem acabado de ouvir alguma novidadede hilariante. Pensei vagamente sobre o que poderia t-losdeixado to agitados.

    Quando acabei de aprontar-me desci as escadas e minhafamlia comentou quo linda eu estava com o meu vestidonovo. Bom, se ficou to bonito como vocs esto falando, espero que oEric faa alguma coisa especial para mim, pois assim terei uma outradesculpa para us-lo!

    Nesse momento, David, meu