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I DE S I GN

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Design magazine made for the students of ESAD.cr, Portugal.

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I Design. Este foi o tema escolhido para a primeira edição da STRA.Aqui na ESAD.cr presume-se que o amor ao design seja um tema que nos toca a todos. Uns por umas razões e outros por outras. O nosso objectivo é mostrar todas estas opiniões, tanto por parte de alunos que se destacam e por professores que nos inspiram.Existem muitos talentos que ainda não são tão falados como deveriam. Nós queremos mergulhar dentro da instituição, e descobrir tesouros que permanecem escondidos. Quantas vezes imaginaste qual é o portfólio do teu professor de ilustração ou projecto? Encontrarás também artigos, tutoriais e pequenas curiosidades do nosso mundo virado para as artes gráfi cas. Tudo para te ajudar na tua estadia da ESAD.cr.

Welcome to the inside look of your College.

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Como escolher uma FonteAprende como podes facilmente escolher uma fonte para o teu design. pág 8

Alunos extraordináriosConhece alguns dos alunos mais brilhantes da ESAD.CR. pág 14

OpiniõesPerguntamos e pesquisá-mos as melhores temáticas da actualidade no mundo do Design. pág 37

Top 12 AppsAs melhores aplicações para freelancers. pág 41

Professores inspiradoresVê os trabalhos que nunca antes viste de alguns dos professores mais populares e inspiradores. pág 24

TutoriaisAprende a usar as ferramentas gráfi cas com este suplemento destacável de tutoriais. pág 44

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6 Breves notícias

No dia 4 de Julho, estreou-se em Por-tugal o fi lme “Linotype”, com apresen-tação de Henrique Nardi. O fi lme conta a história de Ottmar Mergenthaler e da Linotype com todos seus processos. Este fi lme é o precedente do famoso documentário “Helvetica”http://www.linotypefi lm.com/

A artista Silvia Zacchello resolveu re-clicar e recuperar cadeiras, pintando a tinta acrílica cada uma delas com diversos temas, sendo a sua principal inspiração de fontes vintage e banda desenhada PopArt.http://www.recyclart.org/2011/12/ecovin-

tagechairs/

Quando se começa a criar uma identi-dade visual após o brainstorm é neces-sário um pouco de pesquisa, mas não a pesquisa baseada especialmente no seu objetivo de criação, mas a pesqui-sa ilustrativa. Aqui estão alguns exem-plos que poderam dar-lhe a inspiração que precisa.http://www.linotypefi lm.com/

Ricardo Ameida é publicitário e en-contra-se desempregado. Para chamar atenção ao seu caso e como forma de criticar o desemprego no país decidiu criar uma página no facebook (“Dra-mas de um Publicitário Desemprega-do”) com ilustrações suas, de forma a criar uma basnda desenhada. http://www.facebook.com/dramasdeumpu-blicitariodesempregado

Inspiração para logos

Linotype: O Filme

Banda Desenhada em Cadeiras

Crónicas no Facebook

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7Breves notícias

Dia 29 de setembro de 2012 morreu, em Lisboa, o designer Robin Fior, um pensador livre e culto, que em muito contribuiu para dignifi car a profi ssão e a arte que exerceu durante mais de meia década. Nascido em Londres, ti-nha 77 anos de idade, e vivia por pai-xão em Portugal desde 1972.http://apdesigners.org.pt/?p=1271

Esta ilustração foi realizada por Lind-sey Burrows, inicialmente para um concurso. E é uma das muitas que se podem encontrar no famoso website Design.org, um lugar de grande ins-piração para quem estiver à procura dela.http://design.org/inspiration/ride-or-die

Segundo o “Guia do Estudante Pro-fissões Vestibular 2011” a Pontifí-cia Universidade Católica do Rio de Janeiro foi votada a melhor univer-sidade de Design Gráfico no brazil. Recebendo asssim uma avaliação de 5 estrelas.

Robin Fior, um Grande Designer

Ride or Die

Design Gráfi co no Brazil

Os novos modelos do portátil Maga-lhães, que chegou a mais de 500 mil crianças em Portugal no âmbito do pro-grama e-escolinha, foram distinguidos com três prémios iF Design, um dos ga-lardões mais reconhecidos da indústria.http://tek.sapo.pt/noticias/computadores/por-tateis_magalhaes_ganham_tres_premios_de_de_1285689.html#

Magalhães ganha 3 Prémios

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8 Como escolher uma fonte

Texto: Dan MayerTradutor: Ruben Dias

Imagens: Smashing MagazineComo escolher

uma fontePara muitos principiantes, e mesmo alguns profi ssionais, a tarefa de escolher uma fonte é um processo complicado e longo. Há imensos tipos e famílias por onde escolher. Escolher a fonte certa é um misto entre regras fi xas e intuição livre, e demora anos até que o designer consiga fazer este processo sem difi culdade. Neste artigo vais encontrar cinco guias para te ajudar a encontrar a fonte ideal para o teu trabalho.

Muitos alunos começam por escolher fontes como se es-tivessem a escolher uma música para ouvir: Tentam pro-curar a personalidade de cada fonte e procuram por algo distintivo que expresse o seu gosto estético pessoal, a sua perspetiva e a sua história pessoal. Esta abordagem é pro-blemática, uma vez que coloca demasiada importância na individualidade.Escolher uma fonte deve ser mais como escolher a roupa que vamos vestir pela manhã. Tal como as roupas, há várias distinções entre as várias typefaces. Há roupas apropriadas para diversas ocasiões e o nosso trabalho é criar um equi-líbrio entre a fonte que estamos a usar a a ocasião. Embora escolher a fonte desta forma não seja tão cativante como outras, esta deve ser a base guia da escolha da fonte.A minha peça favorita de roupa pode ser um vestido de renda branco que comprei na Blanco, mas obviamente só o uso em ocasiões especiais. Todos os designers têm fon-tes assim: Fontes com as quais nos identifi camos e que apenas usamos em ocasiões especiais. Mais frequente-mente eu escolho usar calças de ganga dia após dia. Não é que eu goste mais das calças de ganga do que do meu ves-tido. Simplesmente costumo usá-las mais para o dia-a-dia. Tal como o vestido, todos os designers tem um conjunto de fontes que preferem usar como uma jeans confortáveis, que dão para o dia-a-dia. Elas dão com tudo, adaptam-se a qualquer ambiente e tornam-se mais formais ou mais confortáveis conforme a ocasião. Normalmente estas fon-tes têm muitos tamanhos e pesos (light, regular, bold, etc) ou cortes (italic, condensed, etc). As minhas escolhas em particular são a Myriad, Gotham, DIN, Akzidenz Gortesk e a Interstate entre as sem serifa; Mercury, Electra e Perpe-tua entre as com serifa.A analogia da roupa dá-nos uma boa ideia do tipo de ar-

mário que precisamos de criar. O próximo desafi o é criar algum tipo de estrutura pelo qual podemos categorizar os diferentes tipos de fontes que temos contacto. Os type-faces podem ser divididos e subdivididos em dezenas de categorias. Aqui estamos a combinar três tipo diferentes de grupos. Geométrico, Realista e Grotesco, mas há coisas em comum sufi cientes para podermos pensar nelas como uma identidade apenas.

1 2Veste-te para a ocasião. Conhece as famílias de fontes.

GeometricFUTURA

As sem serifas geométricas são aqueles tipos de letras res-trictamente basiados em, lá está, formas geométricas. A le-tra individual deste tipo de letra têm strokes do mesmo ta-manho e evidenciam o tipo de pensamento “menos é mais” no seu design. Bem usadas, as Geométricas são limpas, mo-dernas, universais. Mal usadas, são frias, impessoais e aborrecidas. Uma Geo-métrica clássica é como um aeroporto lindamente desenha-do. É impressionante, moderno e útil. Mas temos de pensar duas vezes se gostávamos de viver lá.

Exemplos de Geometric/Realist/Grotesk Sans:

Helvetica, Univers, Futura, Avant Garde, Franklin Gothic, Gotham.

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9Como escolher uma fonte

Estas são as fontes que derivaram da escrita à mão. Embora limpas e modernas, elas continuam a manter algo de huma-no nas suas raízes.Comparando um “T” de uma Humanista e um “T” de uma Geométrica, podemos notar quanto mais pormenor e idios-sincrasia que o “T” humanista tem. Esta é a essência da fon-te humanista. Enquanto as geométricas estão desenhadas para serem o mais simples possíveis, a forma da letra hu-manista geralmente tem mais detalhe, menos consistência e envolve strokes mais fi nos e mais grossos em algumas zonas, pois são feitas a partir da nossa maneira de escrever, o que de alguma forma é individualizado. Bem usadas, as humanistas têm o melhor dos dois mundos: Moderna mas humana, limpa mas com empatia. Mal usadas, elas pare-cem-se com algo falso e revelam-se como os serventes da insinceridade das corporações.

Exemplos de Humanist Sans:

Gill Sans, Frutiger, Myriad, Optima, Verdana.

Também referidas como venezianas, estas são as nossas mais velhas typefaces, o resultado do desenvolvimento das nossas formas caligráfi cas. As old style são caracterizadas pelo pouco contraste entre strokes fi nos e grossos (uma vez que a tecnologia da época não permitia isso), e as suas for-mas curvas tinham tendência a se encurvar para a direita, tal como na caligrafi a. Bem usadas, estas typefaces são clássicas, tradicionais, bem legíveis. Mal usadas são…bem… clássicas e tradicionais.

Exemplos de Old Style: Jenson, Bembo, Palatino, e — especialmente —

Garamond, que foi considerada tão perfeita na altura da sua criação que

ninguém tentou aperfeiçoa-la durante um século e meio.

Resultado do pensamento iluminista, as letras transicionais (criadas por volta do séc. XVIII) e modernas (criadas no fi m do séc XVIII, não é para ser confundida com modernistas do meio do séc XX) são typefaces que emergiram quando os designers experimentaram fazer as suas letras mais geomé-tricas, mais afi adas e virtuosas do que as faces utilizadas no período Old Style. As letras transicionais foram um marco modesto de desenvolvimento nesta direção. Em termos de modernistas, os tipógrafos foram por uma via de demons-tração de virtuosismo em termos de strokes mais fi nos e mais grossos – Muito deste desenvolvimento produzido por dois rivais, Bodoni e Didot. Bem usadas, letras transi-cionais e modernas parecem fortes, com estilo, dinamicas. Mal usadas, não se parecem com nada disto. Demasiado barrocas para serem clássicas, demasiado comuns e vulga-res para serem verdadeiramente modernas.

Exemplos de transitional typefaces: Times New Roman, Baskerville.

Exemplos de Modern serifs: Bodoni, Didot.

Tambem conhecidas por egípcias, a slab serif é uma fonte que está a entrar muito em voga nos dias de hoje. Estas letras têm os strokes como as letras sem serifa (como pouco contraste e com formas simples) mas com serifas solidas, retangulares e duras. As slab Serifs são um caso isolado no sentido em que transmitem algo muito especifi co, mas, muito contraditório: As vezes o génio, às vezes o durão; às vezes o bully, às vezes o nerd. Bem usadas podem adicionar aquele toque distintivo a qualquer coisa, mas mal usadas podem tornar-se facilmente muito evidentes no ambiente errado.

Examples of Slab Serifs:

Clarendon, Rockwell, Courier, Lubalin Graph, Archer.

HumanistMYRIAD PRO

Old StyleBEMBO

TransitionBASKERVILLE Modern

BODONI

Slab SerifROCK WE LL

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10 Como escolher uma fonte

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Não sejas tímido. Agora que já é compreensível e já conhecemos as nossas famílias de fontes, e alguns exemplos clássicos de casa, te-mos de decidir como juntar e combinar, e mais importan-te, quando juntar e combinar. A maior parte das vezes uma typeface satisfaz todas as necessidades, especialmente se é uma das nossas “calças de ganga” com vários tamanhos e pesos. Se chegarmos ao ponto de querermos adicionar mais uma typeface, é sempre bom reger-nos por uma regra simples: Mantém-na exatamente o mesmo, ou muda-a com-pletamente. Isto é um princípio no design, e o seu nome é correspondência e contraste. Um bom exemplo para ver esta regra em ação é a de pegar todas as moedas que recolheram numa viagem pelo mundo e coloca-las todas em uma mesa. Se pegarmos em duas moedas idênticas, elas vão parecer bem juntas porque elas combinam (Correspondência). Por outro lado, se escolhermos uma moeda muito diferente de outra, elas também fi cam bem pois existe contraste entre elas. O que não fi ca tão bem é quando se paga numa moe-da que tem quase a mesma cor e o mesmo tamanho, mas é ligeiramente diferente. Isto cria uma relação visual apreen-siva porque coloca uma questão, ainda que de maneira sub-consciente, se aquelas letras são a mesma fonte ou não, e esse processo distrai-nos do ato de simplesmente ver. Quando combinamos várias typefaces nós queremos que elas coexistam confortavelmente.

Evita asHELVETICA NEUE

Pequenas diferençasHELVETICA NEUE

“Chega destas fontes com aspeto convencional!” é o que tu estás a pensar. “Preciso de algo para o meu fl yer rave! E para o meu menú de um restaurate Thai! E os meus car-tões de natal!” Ou seja, tudo o que temos falado até agora são fonts de corpo de texto. Ou seja, podíamos criar um menu ou um jornal com eles. Mas na analogia apresentada no ponto um, estas são os nossos jeans. Então e o vestido de renda? Periódicamente vão existir momentos que neces-sitam de uma fonte que transmita personalidade, seja essa personalidade uma festa num armazém, um restaurante Thai ou o Pai Natal. E isso traz-nos o vasto mundo das le-tras display, que incluem a Comic Sans e outras com efeitos e coisas do género. Display é apenas outro modo de dizer “Use com moderação”. Aplicado a uma headline, uma fonte display pode adicionar aquele toque pessoal e com perso-nalidade a um design, mas esse efeito pode acabar rapida-mente se for usada em demasia.Mais uma analogia com roupa. Vamos chamar a isto o prin-cipio do cinto cor-de-rosa. O cinto age como um pormenor e é chamado ainda mais a atenção por causa dos jeans. Mas se nos deixarmos levar e vestirmo-nos completamente de cor-de-rosa, acabaríamos por tornamo-nos em algo com-pletamente fora de gosta e ridículo. Este principio deve ser usado em typefaces também. As fontes display com muita personalidade devem ser usadas em pequenas doses. Se aplicarmos a nossa fonte display super cool em todo o texto do nosso design, o fator estético do design é completamente gasto e pior, o texto é ilegível.

Usar com moderação.

Infelizmente, não é tão fácil como parece. Não podemos simplesmente pegar em duas fontes completamente dife-rentes e esperar harmonia. Não há verdadeiramente uma razão para a qual duas fontes se complementam uma a ou-tra. Elas simplesmente o fazem. Mas se precisas de um guia para a tua escolha podes usar esta regra: Muitas vezes, duas fontes vão funcionar bem se tiverem algo em comum mas em tudo o resto são muito diferentes. Este aspeto comum entre eles pode ser visual (um altura ou um stroke pareci-do) ou pode ser cronológica. Typefaces que foram feitas no mesmo período de tempo tem tendência a funcionar bem…especialmente se foram criadas pelo mesmo designer.

Nós fomos criadas...PERPETUA

...por Eric GillGILL SANS

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11Como escolher uma fonte

5 Não há regrasAsserio, se procurar-mos o sufi ciente vamos encontrar um menu só com font display que vai parecer espetacular. Ou um texto escrito em duas fontes parecidas que fi cam muito bem. No fi m, só existem convenções, e não regras rígidas no design de como usar fontes, assim como não há regras de como nos devemos vestir de manhã. Dá jeito experimentar tudo só para ver como fi ca.

Esperamos que estes cinco princípios te tenham dado al-gum guia de como selecionar, aplicar e misturar fontes. No fi m, para escolher fontes apenas é necessário uma boa compreensão delas e uma boa intuição, e como qualquer habilidade, necessita de prática. Com todos os tipos de le-tra que existem hoje em dia é fácil esquecermo-nos de que não há nada como uma letra mais clássica quando é sabida onde usar. A quantidade nunca substitui a qualidade.

Conclusão

I love youHELVETICA NEUE ULTRA LIGHT

I hate youHELVETICA NEUE BLACK

Typography InspirationUma ilustração tipográfi ca num belo retro style porSam Bevington, um ilustrador e designer de Inglaterra.

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12 Notícias

Texto: Tom SarraipoImagens: Microsof.com

Surface:

O iPad da Microsoft?O Microsoft Surface é o novo tablet da empresa que deu o Windows ao mundo. A Microsoft lançou na segunda-feira, dia 18 de junho, o seu novo “brinquedo” e aquele que muitos já consideram o principal concorrente do iPad da Apple.

O “iPad da Microsoft”, ou melhor, o “Microsoft Surface”, foi criado para correr o novo sistema operativo da Mi-crosoft, o Windows 8. Na apresentação do novo equipamento, Steve Ballmer afi rmou que o novo tablet Microsoft Surface foi criado com o novo sistema operativo em mente, porque queriam “que o Windows 8 tivesse o seu pró-prio dispositivo”.

Foram apresentadas duas versões do Surface. O tablet da Microsoft tem um modelo com um processador da ARM e uma versão do Windows denominada Windows RT. A outra versão do tablet Surface corre o Windows 8 Pro, e está

equipado com chips Core da Intel de 3ª geração.As grandes novidades do Surface com-parativamente ao iPad, são o ecrã com tecnologia Gorilla Glass, supostamen-te mais resistente, e uma capa que se “transforma” em teclado. O Surface vem ainda com um apoio integrado, o que permite usá-lo como um compu-tador portátil.A versão Windows RT do tablet da Mi-crosoft Surface foi lançada em No-vembro, juntamente com o sistema operativo Windows 8. Já as previsões para o lançamento da versão do Surfa-ce com Windows Pro 8, apontam para janeiro de 2013.

Versão Surface Windows RTPeso: 676 gEspessura: 9,33 mmMemória: 32 Gb ou 64 GbPorta USB 2.0MicroSDMicro HD VideoInclui Offi ce

Versão Surface Windows 8 ProPeso: 903 gEspessura: 13,5 mmMemória: 64 Gb ou 128 GbPorta USB 3.0MicroSDXCMini DisplayPort VideoStylus PenNão inclui Offi ce

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13Notícias

Texto: Sara CarqueijeiroImagens: Flicker.com

Design Gráfi co em Portugal

O LivroMargarida Fragoso é a autora deste livro que foi editado especialmente para os profi ssionais da nossa área. Galardoado com o prémio João Branco em 2008, este livro é tido como um bom exemplo para os estudantes e profi ssionais de Design nos dias de hoje.

Este é certamente um livro de refe-rência para quem faz do design a sua vida. Margarida Fragoso, traça a evo-lução da comunicação visual partin-do, dos variados contextos de confi -guração social, cultural, económica e política. Segue-se uma parte dedicada à evolução da expressão visual pro-priamente dita, em Portugal. Fala-se do realismo ingénuo e da infl uência

francesa do fi nal do séc. XIX, do ad-vento da estética modernista e da art déco. Com os meados do séc. XX chega a exploração gráfi ca, a aber-tura à criatividade, o “modernismo ofi cializado” de António Ferro, e o Novo Modernismo de Sebastião Rodrigues. O tempo do pós-se-gunda guerra mundial assiste à emergência do neorrealismo, sur-realismo e grafi smo irónico que culminam com o todo o ecletismo do fi nal do século. A obra inclui ainda, na terceira parte, doze en-trevistas a alguns dos principais protagonistas desta evolução do design: José Pedro Martins Bara-ta, António Garcia, António Ruella Ramos, Carlos Rocha, Francisco Providência, Henrique Cayatte, Jorge Silva, José Brandão, José Cândido, Luís Filipe de Abreu, Maria Keil e Patrícia Reis. As úl-timas páginas são dedicadas às técnicas fundamentais de pro-dução do material impresso e de di-fusão da imagem. De realçar ainda as páginas centrais, onde é possível en-contrar, a cores, algumas da imagens mais marcantes do design do séc. XX.“Design gráfi co em Portugal”, edi-tado pelos Livros Horizonte, foi ga-lardoado com o Prémio João Branco em 2008, uma iniciativa conjunta da Universidade de Aveiro e da família de João Branco, a cada dois anos, que visa contribuir para a promoção e o desenvolvimento da investiga-

ção científi ca em qualquer domínio da área do design, distinguindo um trabalho de investigação pelo seu carácter inovador, realizado por por-tugueses ou investigadores residen-tes em Portugal. Margarida Fragoso, desde sempre ligada à Faculdade de Arquitetura da Universidade Técni-ca de Lisboa, é uma autora com uma vasta obra publicada nos campos do design, cultura visual, identidade cul-tural, história das ideias, acessibili-dades e condição humana.

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14 Entrevistas

I

UA STRA andou à procura de jovens prodígios da nossa escola. Elogiados por professores e alunos, são das primeiras inpirações que os jovens estudantes têm. Muitos deles já trabalham como freelancers e acreditam que este país tem muito por onde melhorar. Conhece aqui um pouco mais destes alunos extraordinários.

Alunos extraordinários

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15Entrevistas

David Almeida, ex- estudante de Design Gráfi coe Multimédia na ESAD.cr

Actualmente trabalha como Freelancer, em Lisboa.

A maior diferença sentida em viver nas caldas foi a possibilidade de trabalhar em grupo com pessoas que acha interessantes.

As suas referências são Luca Barcelona, The fi n studio, Felipe Siebert e Juan Rayos.

Almeida

Quais são os teus principais sonhos e expectativas para o futuro?O meu sonho quando era pequeno era ser mergulhador, agora não tenho muitos sonhos... Apenas fazer o que gosto com pessoas de quem gosto e com algum sucesso profi ssional, so-cial e económico.

Como te sentes por teres interrom-pido a tua vida académica?Não penso muito sobre isso... Foi uma decisão que infelizmente tive de tomar, mas o percurso académico poderá ser

sempre completo. Foi uma boa expe-riência principalmente social, conheci pessoas com quem me identifi co bas-tante e outras nem por isso, fez-me defi nir mais o meu “eu”. Foi um cho-que muito grande nos primeiros dias de escola. Não estudava há 5 anos e durante todo esse tempo estive num atelier que era pouco liberal principal-mente no que toca às abordagens, com algumas pessoas com o qual não me identifi cava e vivia na casa dos meus pais E de um momento para o outro estou num lugar diferente, com muitas

Nome: David AlmeidaIdade: 24Emprego: FreelancerLocalidade: LisboaHobbies: Surf

David

David Almeida, ex-aluno da ESAD.Cr viu-se obrigado a interromper o seu curso de Design Gráfi co mas ainda assim não desistiu e trabalha atualmente como freelancer. Durante o período em que frequentou a ESAD.Cr sempre foi conhecido pelo seu design, que se destacava dos outros. Muitos até o consideravam o melhor aluno da turma. É também conhecido por ajudar sempre os colegas dando dicas para os seus projetos e por ser sempre muito frontal nas suas opiniões.

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16 Entrevistas

pessoas novas e a viver sozinho, sou livre das abordagens que posso ter e passo a ser freelancer e gerir os meus projetos. Isso foi a principal experiên-cia que eu retirei desse tempo, não fo-ram aulas, nem cadeiras, nem as festas. Foi toda a experiência que fez com que eu hoje seja uma pessoa diferente.

Como consegues dar continuidade aos teus sonhos?Como respondi na primeira pergunta não tenho muitos sonhos, em conti-nuidade a primeira reposta, profi s-sionalmente e economicamente ten-to gerir da melhor maneira os meus clientes e fazer com que eles se sintam satisfeitos com os meus serviços. Ten-to também estar envolvido em alguns projetos de autor onde posso “soltar mais a franga” e tirar maior satisfação técnica ou conceptual. Socialmente esforço-me para me fazer acompanhar de pessoas que eu admiro, e vice-ver-sa, e tento tirar as melhores experiên-cias das mesmas, viver bastante e ver muitas coisas, passa muito por viver o dia a dia da melhor maneira para que possa ter um bom futuro ou pelo me-nos ter histórias para contar.

Dentro do design qual é a área que mais te desperta interesse?Branding, não pela marca em si, mas por todos os materiais que derivam dela, se fores a ver uma boa marca abrange uma grande parte das áreas do design. Por exemplo uma marca na

industria alimentar além do logo e as peças derivantes do mesmo, poderás ter de desenvolver package, algumas brochuras sobre o produto onde neste momento estás a fazer editorial, pode-rá ter recurso a uma tipografi a dese-nhada para a mesma, pode também ter de haver recurso à ilustração, e mui-tas outras áreas ou a outras técnicas. Isto claro que é desenvolvido por uma equipa inteira mas é a área onde penso que haja mais diversidade.

Quais são as tuas referências no design?Eu tento que as minhas referências não venham inteiramente do design, por o simples motivo de não cair em abor-dagens muito idênticas, mas tenho al-guns estúdios, artistas e designers que me inspiram muito. Luca Barcelona é um king. Fico parvo com o trabalho dele. The fi n studio é o meu estúdio e eleição não só por a qualidade do tra-balho que eles desenvolvem mas tam-bém por a área que os clientes deles abrangem, Felipe Siebert é um shaper brasileiro com muito bom gosto e com um conceito da sua marca que eu me identifi co bastante, Juan Rayos é um fotógrafo / fi lmmaker que eu apre-cio muito, desde as suas abordagens à fotografi a até ao vídeo. Tenho muitos mais coletivos ou indivíduos que me servem de referência mas estes são os que mais destaco neste momento.

Como profi ssional, o que pensas do futuro de um designer no nosso país?Acho que não há muito futuro para os designers que ainda não estão no mercado. Infelizmente o mercado está saturado e neste estão profi ssionais muito bons e são pessoas que não são

profi ssionais o que se torna bastante difícil de entrar e de furar a não ser que tenhas bons conhecimentos ou és um génio. Este é um dos motivos. O outro é atual crise económica e a forma como somos governados neste momento não tens sequer ministério da cultura não havendo ministério da cultura, vai haver cada vez menos orçamento para os movimentos artís-ticos porque nem sequer são qualifi -cados como necessários. E a economia no geral faz com que haja cada vez me-nos investimentos nas marcas, se não há poder de compra, não há marcas novas e as que existem não mudam a sua maneira de comunicar com isto cada vez haverá menos trabalho para os designers e fará com que o desem-prego na nossa área aumente.

Como te defi nes como designer?Nunca pensei nisso, sou um pouco re-grado. Talvez tivesse de arriscar mais, tento ser versátil e ter diversos tipos de abordagens porque também gosto muito de técnicas diferentes, tenho muito caminho pela frente e muito para aprender mas desde de cedo que faço para que as minhas abordagens sejam maduras.

“Luca Barcelona é um king. Fico parvo com o trabalho dele.”

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17Entrevistas

André

RamalhoAndré Ramalho frquenta o 2º ano do curso de Design Gráfi co na ESAD.cr. Desde muito cedo que começou a fazer alguns trabalhos gráfi cos, principalmente sites e blogs. Aos 14 anos criou um site que contou com 22.000 usuários registados no seu forúm integrado e contava com 3.000 visitantes diários. Desde então têm criado vários projectos que contam com blogs de cinema e design, para além dos seus trabalhos de freelancer.

Nome: André RamalhoIdade: 22 AnosEmprego: FreelancerHabilitações Literárias: 12º Ano /CET Ilustração Gráfi ca /Licenciatura em Design Gráfi coLocalidade: Caldas da RainhaHobbies: Fotografi a, Vídeo-Jogos, Filmes

Com que idade começaste a desen-volver trabalhos de Design Gráfi co e Webdesign?Comecei a desenvolver sites aos 14 anos, não tendo qualquer intenção de explorar os aspectos gráfi cos dos mesmos, era algo que pouco ligava na altura, sendo que a criação de sites fo-ram no sentido de explorar o grande mundo da internet. A certa altura achei que frequentar sites não chegava, e que seria interessante criar alguns também.Foi depois normal que passado algum

tempo, depois de ter experiência na criação de sites, que o interesse em melhora-los visualmente surgiu e foi ai que o meu interesse pelo design grá-fi co e webdesign surgiu também.

Qual foi o primeiro trabalho que fi zeste?O primeiro trabalho remunerado que fi z, foi desenvolver o site do Hotel “Carvalho Araújo” situado no Gerês. Isto em 2009, quando frequentava o secundário, por intermédio de um pro-fessor que conhecia alguns sites feitos

André Ramalho, actualmente estudante de 2º ano de Design Gráfi co na ESAD.cr

O seu primeiro site foi criado quando apenas tinha 14 anos.

O site contou com 22.000 contas registadas e 3.000 visitantes diários.

O seu primeiro trabalho remunerado foi para um hotel no gerês.

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18 Entrevistas

por mim (criados como hobbie), e que tinha como amigo o dono do hotel em questão. Foi interessante, pois tive pela primeira vez a oportunidade de li-dar com um cliente real, que tinha opi-niões e exigências, e por vezes formas de ver as coisas diferentes de mim.

Que tipo de sites fazes com mais fre-quência?Os sites que geralmente faço, são para pequenos estabelecimentos como res-taurantes e pequenas empresas. No en-tanto, estou disponível para fazer qual-quer tipo de site, mais recentemente fi z o site para a loja “Dirty Drip”, uma loja que abriu há pouco tempo em Torres Novas, que se destina a vender roupa e acessórios de streetwear com um esti-lo muito próprio. O site que criei para loja, destina-se a funcionar como loja online, onde os clientes podem efetuar encomendas sem ser necessário des-locarem-se à loja fi sicamente. Foi um novo desafi o, pois tratou-se de um site muito mais complexo em termos de funcionamento interno, para que toda a contabilidade e encomendas fossem de fácil acesso e gestão.

Tencionas abrir um atelier teu futu-ramente?Sim, tenho intenções de o fazer. Sem-pre trabalhei como freelancer a partir de casa, mas tenho interesse em abrir um atelier onde possa trabalhar em grupo de forma a desenvolver traba-lhos maiores e mais aliciantes, mas de certa forma, manter na mesma a minha independência como trabalhador.

Que expectativas tinhas sobre a li-cenciatura de Design Gráfi co? E fo-ram cumpridas?Frequentei multimédia no secundá-rio e depois um curso de Ilustração Gráfi ca de ano e meio na ESAD, e du-rante esse espaço de tempo, dentro e fora das aulas, tive oportunidade para aprender bastante, o que tornou a mi-nha passagem pela licenciatura menos enriquecedora, no sentido que muitas

das coisas que foram ensinadas eu de certa forma já sabia/conhecia. No en-tanto, outras áreas como paginação e tipografi a, são áreas que aprendi bastante durante a licenciatura, pois são áreas que ainda não tinha explo-rado devidamente. Mas respondendo à questão, tinha expectativas de apren-der um pouco de tudo sobre as áreas que englobam o design gráfi co, e até ao momento essas expectativas foram cumpridas, visto que o curso tem uma grande variedade de disciplinas e do-centes bastante experientes.

A tua intenção foi sempre seguir De-sign Gráfi co ou tiveste dúvidas re-lativamente a seguir Design de Mul-timédia?Tive bastante dúvidas se deveria se-guir Design Gráfi co ou Design de Multimédia no segundo ano. Por um lado seguir design de multimédia, ti-nha mais haver com áreas ligadas ao webdesign e ao design para de inter-faces, algo que me interessa bastante, mas por outro lado, acho que a expe-riência em seguir design gráfi ca seria mais enriquecedora, no sentido que iria aprender mais.Depois outros factores com a troca de horário (passar para o horário diurno) visto o curso de multimédia só decor-rer durante o dia, também infl uencia-ram de certa forma esta decisão.

“Tive bastantes dúvidas se deveria seguir Design Gráfi co ou Multimédia no segundo ano.”

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19Entrevistas

RitaCandeiasRita Candeias, partilha connosco o seu gosto pela ilustração, no entanto, o desenho nunca foi o seu forte. Por causa da faculdade veio-se obrigada a treinar e tentar afundar os seus conhecimentos quanto a desenho/ilustração. O seu estilo é bastante próprio e é identifi cável através das suas cores que são sempre vermelho, branco e preto.

Desde quando surgiu o teu interesse por ilustração?Antes de eu começar a desenvolver estas ilustrações, eu nunca tinha tido propriamente um interesse dominante pelo desenho. Acho até, que começou devido à minha imensa difi culdade em desenhar ou projectar para o papel aquilo na minha mente faz/fazia senti-do enquanto forma; aliada à ambição e obrigação que incuti em mim, a partir do momento em que soube, que o de-senho iria ser uma ferramenta impor-tante para os meus trabalhos.Como no segundo ano de universi-dade tive Ilustração, sempre imaginei que seria daquelas cadeiras em que eu não iria ter o aproveitamento que

queria. Então a partir daí comecei a praticar mais, e mais. Pode-se dizer que a minha aliança com o desenho, começou como uma espécie de rela-ção amor-ódio.

Quais as fontes de inspiração do teu trabalho?Sinceramente a nível de ilustração não tenho muitas referências ou pelo menos, uma referência que me inspi-re por completo. Considero que este “universo” que criei iniciou-se de uma forma bastante experimental e de al-guma forma niilista. E assim perma-neceu, ainda que completo e maduro, para aquilo que é. As referências que tenho são maioritariamente de pes-

Nome: Rita CandeiasIdade: 21 AnosLocal de Trabalho: Casa/EscolaHabilitações Literárias: Ensino SecundárioReside: Vendas Novas / Caldas da RainhaHobbies: Ver e analisar fi lmes, ou dar um simples passeio.

Rita Candeias, actualmente estudante de 3º ano de Design Gráfi co na ESAD.cr

Tem como fontes de inpiração o trabalho do John Heartfi eld e da Barbara Kruger.

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20 Entrevistas

soas que não fi zeram da ilustração o seu caminho, para expressarem, ou comunicarem aquilo que pretendem.Eu gosto particularmente de artistas e designers, em que os seus trabalhos no geral tenham um q.b de sátira e iro-nia, mas que no fundo expressem uma mensagem crítica perante a sociedade, ou perante o panorama social que os rodeia. De entre todos, tenho de referir o John Heartfi eld e a Barbara Kruger e ambos utilizam a fotomontagem como ferramenta. São de tempos completa-mente diferentes, com experiências vi-venciadas distintas; mas em ambos os casos, a observação da sociedade, e a crítica social, são pontos que unem as suas visões de algo que é real. A vida.

Quais são as tuas expectativas quan-to ao futuro?Na verdade essa pergunta assusta-me um pouco, porque como estou no úl-timo ano de universidade, não sei bem como me vou iniciar na etapa de maior duração, que é quando entramos no mundo laboral. Quero levar as coisas com calma. Sei que o panorama geral está complicado para quase toda a gente, portanto se tiver de me subme-ter a algo que não esteja relacionado com aquilo que gosto; com aquilo que andei a estudar; não terei quaisquer problemas em entrar por outras vias. Mas é certo que se isso acontecer, tentarei manter aquilo que me motiva realmente como plano B.Sinto que há ainda muita coisa que quero aprender e desenvolver até por-que aquilo que gosto dentro do design é sua vertente multifacetada e sua ver-tente comunicativa que transmite uma mensagem directa para as pessoas, enquanto seres humanos; e não a sua vertente comunicativa cuja mensagem é a venda de um produto, por exemplo.Há muitas mais coisas para além do design propriamente dito, que que-ro conhecer. Principalmente vídeo/cinema; animação (dar vida aos de-senhos); ler muitos livros, nomeada-mente de filosofia, que me ajudam

imenso nos meus projectos e a mim, como pessoa; e a mais recente das “atracções” - Tipografia.

Como defi nes o teu estilo?Eu não consigo defi nir um estilo es-pecífi co para as ilustrações ou para qualquer trabalho que faça. Não tenho uma via estruturada para os projectos que realizo. Por um lado porque gosto imenso de experimentar, misturar, dis-

torcer ou desconstruir os elementos que me são dados no ínicio de algum trabalho. Seja para a universidade, ou por vontade própria, como foi o caso das ilustrações. Não me quero cingir a estilos, ou rotular aquilo que faço, porque há muita coisa por descobrir e caminhos por enveredar. E as ilustra-ções são no fundo, a minha primeira experiência com o desenho, minima-mente mais séria.

Porque divides os teus trabalhos em 4 etapas?Apesar do catálogo ter surgido como resposta a um projecto escolar, eu achei que tinha aqui uma grande

oportunidade de compilar as ilustra-ções que tinha, e aproveitá-las de for-ma a que fi nalmente me fossem úteis para alguma coisa, ao invés de serem apenas resmas de folhas que eu tinha guardado no baú lá de casa.A divisão em quatro etapas, surgiu porque todas aquelas ilustrações re-presentam a meu ver, a evolução de uma fase que tive, e nunca tinha tido antes. E como uma criança, nasceu;

desenvolveu-se e aprendeu; duvidou, na medida em que sentiu que já estava sufi cientemente madura para aquilo que representava; e morreu. A morte é a metáfora que conforta a necessi-dade de evolução para outras coisas - um novo ciclo. A necessidade que eu tenho em experimentar mais ferra-mentas e de desenvolver mais técnicas. Porque na verdade, eu não consigo fazer uma única coisa durante muito tempo, nem consigo imaginar o isso seria. O aborrecimento é algo que me assombra pontualmente, portanto ten-to ser o mais versátil possível.

O teu objectivo de vida sempre foi ser ilustradora?Não. Tal como referi anteriormente a ilustração surgiu na minha vida, devido à junção de duas coisas com-pletamente opostas. A necessidade de desenhar para algo muito especí-fico, e a obrigação que eu coloquei em mim, devido às dificuldades téc-nicas que tinha. Por isso mesmo é que eu acho que toda a gente pode fazer aquilo que quiser, desde que se mantenha uma postura exigente e ao mesmo tempo autodidacta. Ao invés de olhar para uma certa dificuldade, como uma barreira, fazer disso um degrau para a nossa própria evolu-ção. E quando isso acontece, a satis-fação é muito maior.

“Eu não tenho um estilo específi co para as ilustrações ou para outro trabalho que faça.”

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21Entrevistas

MiguelRamosMiguel Ramos encontra-se no 3º ano do curso de Design Gráfi co. Aposta bastante no 3D e o seu registo é conhecido pelos efeitos de néon que dá aos seus trabalhos. Com apenas 23 anos, Miguel já realizou trabalhos bastante conhecidos, mas que infelizmente não tem permissão para os mostrar.

Como concilias o trabalho da facul-dade com o trabalho de freelancer? O estudar á noite ajuda imenso, o tra-balhar de noite (pelo menos no meu caso) permite-me enviar os trabalhos para que os clientes quando abrirem o mail de manha terem as coisas pron-tas. Como estudo no regime nocturno permite-me descansar durante a ma-nha e um bocado da tarde. Houve já casos que tive que me deslocar para lisboa para trabalhar a fulltime e du-rante esse tempo tive que perder aulas. Já fazias trabalhos de design antes de entrares na faculdade?Sim, foi o trabalhar antes de entrar na faculdade que me perimitiu juntar dinheiro para começar a pagar as mi-nhas despesas fora de casa.

Decidiste tirar o curso para apren-deres mais sobre design ou porque, nos tempos que correm, uma licen-ciatura é algo fundamental? Confesso que durante uns anos achei que tirar o curso era estúpido para quem já tinha frequentado o ensino profi ssional ( que era o meu caso ). No inicio de 2009 entrei para o mercado de trabalho na minha área e percebi o funcionamento de muitas coisas, co-mecei a ver que tinha algumas falhas e ao sair da agência onde estive ano e meio vi que poderia ser uma boa opor-tunidade para prosseguir os estudos. Não queria por nada voltar a ambien-

tes e pressões inuteis semelhantes ao local onde estive, ja fazia alguns traba-lhos em freelance e felizmente no mês a seguir à minha saída comecei a ga-nhar clientes novos o que fez com que começasse a juntar dinheiro para a faculdade. Resolvi continuar a estudar maioritariamente para aprender mais, e para abrir portas. Acho que licenciatura (canudo pro-priamente dito) em design só é fun-damental aqui em Portugal pois para tudo o que se faz tem que se ter curso superior (qualquer dia até a senhora que lava as escadas tem que ser licen-ciada) quando o que realmente impor-ta é o portefolio e o trabalho que tens para mostrar com ou sem curso.

Nome: Miguel RamosIdade: 23 AnosLocal de Trabalho: Varia consoante o trabalho, mas maioritariamente em casa Localidade: Algés e Caldas da RainhaHobbies: Graffi ti e música.

Miguel Ramos actualmente estudante de 3º ano de Design Gráfi co na ESAD.cr

Entrou para o mercado de traba-lho em 2009 após ter tirado um curso profi ssional.

Aplica nos seus trabalhos um estilo luminoso, tipo “Neon”.

Vai buscar grande inspiração à arte do Graffi ti.

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22 Entrevistas

Felizmente nas empresas onde existe gente com noção do que isto é sabe que licenciatura não é algo funda-mental, ja vi profi ssionais muito bons sem curso superior como ja vi licen-ciados em faculdades de renome com portfolios que não os iam levar a lado nenhum.

Consegues-te imaginar a fazer de-sign até ao fi m da tua vida ou pre-tendes abordar outras áreas?Quando comecei a estudar design em 2004 não tinha a noção do mundo de variedades que isto era, desde então comecei a ganhar interesse por mui-tas áreas relacionadas com o design. Comecei a ter noção que querer sa-ber fazer de tudo não é possivel, neste momento as áreas que mais me inte-ressam são ilustração e design gráfi co que tento sempre manter como base, mas estou a tentar focar-me mais no Motion e no 3D. Gostava de continuar a trabalhar em coisas relacionadas directamente com design, acho que é mesmo o que eu devia de fazer pela vida fora. Tenho outras áreas de in-

teresse fora do design como a musi-ca mas prefi ro manter isso como um hobbie pois é uma coisa que me satis-faz e completa. Ia me deixar frustrado ter que tocar o que os outros gostam e não o que eu gosto, além de achar que é difi cil seguir carreira em Portugal.

Como caracterizas o design que aplicas nos teus trabalhos?Ultimamente acho que posso dizer que o que faço é design “luminoso”, gosto muito de luzes e nos meus ulti-mos trabalhos tenho vindo a reparar que tento fazer com que certos ele-mentos tenham luz própria, além de outros trabalhos que fiz como neons e coisas onde a luz tem um papel fundamental. Alguns amigos na brin-cadeira dizem que o meu meu estilo é “Néon style”, porque o tipo de aca-bamentos e pós produção que dou a certos trabalhos parece que ficam cheios de brilho e luz.

“Eu não tenho um estilo específi co para as ilustrações ou para outro trabalho que faça.”

Os teus graffi tis inspiram-te para os teus trabalhos ou vice-versa?Diria que o graffi ti em si me inspi-ra para muita coisa do que faço, ha coisas que vou buscar ao graffi ti tal como há coisas que vou buscar ao design quando estou a pintar. E em alguns trabalhos sinto que isso é uma mais valia.Outra coisa que me inspira imenso é estar a ouvir musica quando estou a trabalhar,

Tens algum assunto relevante que queiras partilhar?Saber ter valor próprio e ter modésta é fundamental. Arrogância não leva a lado nenhum, modéstia em demasia também não. Tenho vindo a reparar que é muito importante balancear os dois para não sermos pisados por um lado e não darmos pinta de arrogantes por outro, isso afasta as pessoas e um dia fi camos sozinhos. Queria também dizer que acho uma tristeza este país não apostar em nada na cultura e nas artes, fazendo com que muitas pessoas sejam forçadas a ter que procurar trabalho lá fora para ser devidamente reconhecidas.

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24 Entrevistas

I

T H E MA STRA conversou com alguns dos professores mais inspiradores da ESAD.cr e descubri trabalhos que nunca antes viste, histórias e vivências que só muitos anos de trabalho e dedicação ao Design podem proporcionar.

Professores inspiradores

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25Entrevistas

Fragata

Visto que é professor, a ilustração para si é considerada mais como um hobbie?A ilustração é um hobbie no sentido em que não é a minha base de rendi-mento, é algo que faço com gosto e sempre que surge a oportunidade.

Podemos dizer que nas suas ilustra-ções encontramos traços da sua per-sonalidade? Quais?Uma mistura de gostos, uma procura de território.

Tem paixão por aquilo que faz?Sempre, sempre que é possível ter pai-xão por um trabalho que me proponho fazer.

Prefere ilustração através do dese-nho ou do computador?Agrada-me a mistura.

Porquê?A mistura potencia o erro e o erro po-tencia a criação de algo que me sur-preenda enquanto autor.

Nome: Nuno FragataIdade: 36Habilitações Literárias:Licenciatura em Design e Tecnologias Gráfi cas, Licenciatura em Artes Plásti-cas, mestrado em Artes plásticas.Localidade: Caldas da RainhaHobbies: Trabalhar por gosto (pin-tura, ilustração, design...)

Nuno

Nuno Fragata ilustrador e professor na Escola Superior de Artes e Design de Caldas da Rainha, de várias disciplinas tais como História do Design, Ferramentas Digitais, Meios de Impressão, Ilustração, etc. É acessível e mostra-se sempre disponível para auxiliar os alunos e ajudar a arranjar soluções para as dúvidas que vão surgindo.

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Desde o início que quis fazer ilus-tração, ou teve outros planos?Aos 8 anos de idade olhei para um livro de BD do Tio Patinhas e pensei: “Quero desenhar assim…”, aos 13 olhei para os super-heróis da Marvel e pensei: “Quero desenhar assim…”, e foi por aí. Hoje olho para o trabalho de alguém como o Chris Ware e penso: “Aquilo é que é.”

Que tipo de ilustrações prefere?Gosto de pensar a ilustração consoan-te o desafi o, consoante o texto, espero que o desafi o me leve ao lado visual.

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AntónioCostaAntónio Costa, antigo director criativo da Brandia e actual professor na ESAD.Cr é rigoroso e exigente quanto aos seus alunos e respectivos trabalhos. Apesar de tudo, é inovador nos seus briefi ngs e cativa os alunos com o seu sarcástico sentido de humor.

Quais os projectos que mais gostou de fazer?De um modo geral os projectos que tive oportunidade de trabalhar na Zook, até há cerca de 6 anos, foram marcantes. Por representarem uma espécie de mundo novo, recheado de novos sen-tidos e signifi cados, de novas exigên-cias técnicas, temporais e conceptuais. Foi um período de grande crescimento a diversos níveis, em suma uma grande escola. Devo muito ao melhor director de arte que já tive, o Paulo Medeiros, que de vez em quando dormia sestas debaixo da secretária porque certa-mente trabalhava mais do que devia. Actualmente, em regime de freelancer, os projectos mais inspiradores são aqueles em que o cliente marca a sua exigência, em que o diálogo constante e estimulante resultam em propostas

inesperadas. Também gosto de pôr os clientes a desenhar e a pensar sobre o que fazem, e como o fazem, e os resul-tados podem ser surpreendentes. Ge-ralmente os projectos mais compensa-dores são os que são construídos com clientes inteligentes, sensíveis, e com quem aprendo as especifi cidades das suas áreas de negócio - a Corticeira Amorim foi um desses casos. A OZ do Champallimaud mostrou-me o pior lado, mas foi muito importante como aprendizagem. Garanto no entanto que a ESAD é um dos meus melhores pro-jectos, revelando-se muito gratifi cante humanamente, e em termos da refl e-xão sobre o tema geral da criação vi-sual. Signifi ca também o privilégio de poder intervir no modo como o aluno apreende, pensa e regista o meio que o envolve.

Nome: AntónioIdade: 37 AnosHabilitações Literárias: Licenciatura em Design Gráfi coLocalidade: LeiriaHobbies: Faço algumas incursões por montes e serras, à redescoberta de uma certa portugalidade perdi-da, e uso a fotografi a como registo dessa realidade.

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O que acha que está mal nos designers e no design de hoje em dia?Penso que a qualidade de trabalho tem evoluído muito nos últimos vinte anos, não signifi ca isto que a área seja menos hostil, mais esclarecida, e eticamente mais madura - basta ver o que o mercado dá em troca de um estágio a um recém formado, uma vergonha! Enfi m, há uma série de agências e ateliês que estão no mercado e que testemunham esta ten-dência, pela qualidade dos projectos desenvolvidos e pelo reconhecimento que têm granjeado cá e além fronteiras. O que me parece mal é não acreditar que o design torne a vida das pessoas melhor, nem sequer as faz mais felizes - o que por si só é uma gigantesca pretensão, e no entanto está sempre a prometer isto. Está mal o facto de os designers venderem o seu talento a marcas que não têm problemas

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30 Entrevistas

em devastar grandes áreas de fl oresta, empregar mão de obra infantil, e emi-tirem toneladas de CO2 por dia para a atmosfera. Está mal o designer que não sabe ou não quer pensar.

Já alguma vez encontrou inspiração num trabalho de um aluno para umtrabalho seu?A inspiração encontra-se nos mais di-versos momentos e situações. O fac-to de dar aulas dá-me o privilégio de contactar com excelentes trabalhos e soluções que me motivam, mas não ao ponto de decalcar essas soluções no meu trabalho - mais rapidamente con-vido o aluno para desenvolver aquilo no contexto do cliente. A assimilação de infl uências não é um processo consciente de apreensão e de replica-ção imediata, é muito mais vasta e si-lenciosa. Acentuada pela globalização da internet e de inúmeras plataformas de partilha que homogeneizam o tra-balho e as referências dos designers.

Faça uma ‘short list’ de designers profi ssionais que considera impor-tantes ou uma referência para jo-vens designers.Quando se começa nesta área está-se muito predisposto para os formatos e soluções vibrantes e menos para os conteúdos. Neste sentido nomes como Neville Brody, David Carson, Joshua Davis - lá fora, e Alva, This is Pacifi ca ou Maga em Portugal. Com o tempo percebemos que é fundamen-tal dar sentido e signifi cado autêntico aos conteúdos e então fi camos mais atentos ao trabalho como Silva!De-signers, Robert L. Peters, Depois há os transversais: em Portugal temos os R2, Martino&Jana, Ricardo Mealha. Lá fora

temos Chermayeff & Geismar, a Penta-gram, a Landor. Presentemente nomes como James Victore, Jonathan Harris, Borja Martinez, Umeric, Daniel Eatock, Uzik ou Ritxio Stariz produzem traba-lho que me inspira de algum modo. É fundamental conhecer também o pas-sado, e nomes como Sebastião Rodri-gues, Manuel Rodrigues, Victor Palla, ou Alvin Lustig e Paul Rand lá fora são incontornáveis. Há muito mais nomes e referências, estes são apenas alguns.

Na sua opinião, hoje em dia, é mais vantajoso trabalhar numa agênciaou como freelancer?As duas experiências têm associa-das vantagens diversas, bem como desvantagens. Tive a oportunidade de aprender muito numa agência, de trabalhar em grupo, de me superar, de trabalhar a exigência, de crescer profi ssionalmente, e de aprofundar relações. Ou seja isso determinou e forjou o modo de pensar e produzir o design que faço actualmente enquanto free-lancer. Claro que o nível de stress numa agência é muito intenso, algo que não acontece quando se trabalha como free-lancer. Também neste últi-mo formato se pode concretizar mais fi nanceiramente do que num ateliê ou agência. De qualquer modo deveria ser obrigatório que um estudante fi nalista pudesse experienciar um ano de agên-cia e só depois avançar para outro re-gime. Claro que há excepções - os R2 no Porto são uma delas, não fi zeram esse trajecto e são excepcionais, mas porque já eram muitos bons.

Agora que tem a vida minimamente orientada, acha que já alcançou to-dos os seus objectivos?

Teríamos que perceber o que signifi ca exactamente o sentido da expressão “vida orientada” e tudo o que implica. Mas não creio que a vida fi que orien-tada nunca, a partir do momento em que a concepção for essa penso que se começa a estagnar, a morrer de al-gum modo. Da mesma maneira que não acredito que se alcancem todos os objectivos, porque estes mudam em função do caminho percorrido. Acre-dito sim que ainda tenho muita coisa para experimentar e muitos projectos na gaveta que têm de ganhar forma um dia destes!

Que mensagem/conselho gostaria de dar aos iniciantes em design?Acredito que boas pessoas fazem me-lhor design. Tenho confi rmado esta ideia aqui e ali através das pessoas com quem me vou cruzando e que operam nesta área, mas também atra-vés dos próprios alunos, e aqui é im-portante que a formação dos mesmos contemple capacidades técnicas, con-ceptuais e competências pessoais de inter-relacionamento. Naturalmente que há bons designers que são péssi-mos comunicadores e que não são ca-pazes de funcionar em grupo, porque não desenvolveram as suas capacida-des neste contexto. Que têm limitações de relacionamento que os desqualifi ca no ensino por exemplo, mas que no entanto têm visibilidade.De uma modo geral penso que um designer deverá possuir uma cabe-ça criativa, interessar-se por todas as áreas da criação: da arquitectura, à joelharia, passando pela moda, artes plásticas, ou seja, tudo o que com-preenda a expressão visual! Também deverá estar atento à realidade do dia-a-dia, ler bastante, e cultivar a disci-plina e o prazer.

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31Entrevistas

JoãoCatarinoJoão Catarino, professor de Tipografi a na ESAD.Cr é bastante conhecido pelas suas ilustrações e pelos seus livros publicados.É um professor é bastante descontraído e casual.

O que lhe despertou interesse na tipo-grafi a para querer seguir essa área?É preciso esclarecer que não segui es-pecifi camente tipografi a, nem a tipo-grafi a se pode considerar uma área a que esteja especialmente ligado.Interesso-me por tipografi a pelo gosto que tenho pela a letra enquanto dese-nho, pela sua evolução formal e o seu desempenho que se confunde com a história da nossa civilização.

Para si tipografi a é simplesmente criar fontes ou é algo mais?Se assim fosse a vossa cadeira de tipo-grafi a resumia-se ao ensino de criação de fontes.

Acha apelativo composições gráfi -cas feitas unicamente com tipogra-fi a? Porquê?Obviamente que pode ser ou não ape-lativo dependendo do contexto e da forma como a composição tipográfi ca é apresentada.

Costuma juntar a tipografi a nas suas ilustrações?Sim, dependendo naturalmente do seu contexto, mas de facto posso forçar o propósito porque gosto de desenhar letras em articulação com a ilustração.

Prefere Ilustração ou tipografi a?Prefi ro ilustração.

Nome: João CatarinoIdade: 47 AnosHabilitações Literárias: Licenciatura em Design de ComunicaçãoLocalidade: LisboaHobbies: Surf

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32 Entrevistas

Já criou alguma fonte tipográfi ca?Não.

As suas viagens infl uenciam as suas inspirações?Sempre! Volto sempre particularmente inspirado, as viagens servem também para relativizar problemas, hierarqui-zar prioridades e repensar os nossos ritmos e as nossas rotinas. O renovar de referências que se vivem numa viagem são uma enorme fonte de inspiração.

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33Entrevistas

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35Design Gráfi co

Texto: : QuidNoviImagens: Giogo Torres

O Curso de

Design Gráfi coNos mais diversos ramos, a qualidade dos produtos é também atestada e avaliada pela sua imagem. Ao designer gráfi co, também conhecido como designer de comunicação, cabe interpretar grafi camente uma ideia ou um conjunto de informações, de modo a que os dados sejam transmitidos de uma forma simples e incisiva, através de uma imagem que seja atractiva.

Esta profi ssão, que está em fase de expansão, tem como uma das suas regras mais elementares a necessidade de inovar, mas sem difi cultar a leitura.Estes profi ssionais devem ser perfeccionistas, já que os pormenores podem marcar a diferença na apresentação gráfi ca e na transmissão da ideia. Para além disso, é tam-bém importante que tenham poder de concentração e capa-cidade de observação. A faculdade de perceber no dia-a-dia a forma como as pessoas interagem e como se podem sentir mais atraídas por uma determinada imagem pode ajudar o designer gráfi co, por exemplo, a escolher ou trabalhar uma simples fotografi a, de modo a que nesse trabalho específi co funcione bem e transmita o pretendido.Intimamente relacionado com design gráfi co está cada vez mais o web design. Apesar de ainda ser uma realidade o fac-to de numa mesma empresa um designer trabalhar diversas vertentes (com suportes como o papel, CD-Rom, internet, etc.), também é verdade que a internet exige competência acrescidas, já que este é um meio diferente que pressupõe uma linguagem própria. Para além de todas as competên-cias que se exigem a um designer gráfi co, o web designer deve estar consciente da estética, necessidades e objectivos

da comunicação na Internet. Não será errado dizer que hoje em dia já não se espera apenas que um site seja um cartão de visita, deve dar algo mais e ser mais interactivo. Mas esta é uma faceta que pode também estar condicionada pelo que o cliente quer fazer e pelo dinheiro que quer despender no projecto. Sendo os responsáveis pela criação gráfi ca de

sites, que podem servir desde particulares, até empresas e passando por instituições, aos designer cabe a elaboração do projecto gráfi co adequado à linguagem da internet, ten-do em conta que a home page é muito importante, porque é a porta de entrada, mas também que os acessos que ela permite devem proporcionar uma navegação rápida (nem todas as pessoa estão dispostas a despender de muito tem-po para navegar) e atractiva.

Rápida e SimplesFrequentemente, quem navega na Internet gosta de aceder à informação de forma rápida e simples, embora aliada à estética. Isto é importante, porque o que se vê acaba por condicionar a imagem com que se fi ca da empresa ou da instituição apresentada, principalmente quando a oferta é cada vez maior e, particularmente, quando quem navega entra no site para se confrontar pela primeira vez com a empresa. A primeira imagem é muito importante.Estes profi ssionais são, por norma, os responsáveis pela manutenção dos sites. Convém, também nesta tarefa, que

“Uma qualidade necessária é a capacidade para trabalhar em equipa. ”

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36 Design Gráfi co

a linguagem utilizada seja actual, na forma e no conteúdo. Importa que estes profi ssionais sejam criativos, inovado-res, tenham espírito de iniciativa e habilidade para o dese-nho. O interesse pelas novas tecnologias, a sensibilidade artística e estética, bem como a paciência são característi-cas fundamentais.As conversas que estabelecem com os clientes são deter-minantes para conseguirem captar essa mesma identidade/perfi l que deve ser transmitido, mesmo que seja através de um cartaz. Para além disso, e não menos importante, é que a mensagem seja passada aos públicos-alvos. Devem ter a consciência que determinados sites se dirigem a um públi-co com necessidades muito específi cas, mas que outros são normalmente consultados por indivíduos dos mais diver-sos quadrantes e que a informação deve chegar a todos.É ainda fundamental que estes profi ssionais estejam a par

do que as empresas concorrentes fazem, para conseguirem diferenciar-se e fazer valer a proposta a apresentar.Relativamente a propostas, convém dizer que o designer possua mais do que uma para apresentar ao cliente de modo a que o trabalho avance mais rapidamente.Estes profi ssionais devem também estar preparados para que o seu trabalho, que também envolve criatividade, seja muitas vezes preterido pelo cliente ou pelo menos sujeito a alterações. Isto, a não ser que quando confrontado com es-tas situações seja capaz de argumentar e negociar a manu-tenção da sua ideia. Por isto mesmo, devem ter capacidade para receberem críticas.Convém dizer que, neste tipo de actividade, umas vezes a ideia é apresentada pelo cliente, cabendo ao designer a exe-cução da mesma ou, então, é-lhe dada a liberdade de cria-ção do projecto, que pode, como referido, sofrer alterações.Comunicar efi cientemente é um requisito fundamental, já que o designer precisa de entender e fazer-se entender com o cliente (que muitas vezes não sabe transmitir correcta-mente o que quer, cabendo ao designer entendê-lo) e na forma como transmite a mensagem.Estes profi ssionais, no decorrer da evolução da sua carrei-ra ou quando têm empresas próprias devem também estar habilitados para elaborar orçamentos e negociar.Uma qualidade necessária é a capacidade para trabalhar em equipa. Muitas vezes, é importante saber ouvir a opi-nião de um colega que pode ser útil para a execução de um determinado projecto, por muito simples que possa pare-cer. Para além disso, também têm que privar com pessoas com formações diferentes, dependendo do sítio onde tra-balham.Em determinadas situações, o humor pode revelar-

se um recurso importante, pelo que esta também pode ser uma das facetas do trabalho dos designers que actuam na comunicação.Esta é uma profi ssão exigente a diversos níveis, pois é bas-tante absorvente e, muitas vezes, signifi ca muitas horas de trabalho, dependendo dos projectos que se estão a realizar. Assim, é preciso saber lidar com uma situação que de resto é comum a diversas profi ssões, o stress. O tempo para a elaboração do projecto pode ser menor do que o profi s-sional quer, pelo que é importante que conviva com estas situações para dar a volta, com a qualidade exigida. Uma boa formação de base, capacidade de trabalho e proporcio-nar alguma calma e segurança ao ambiente de stress podem ajudar a salvar algumas situações.É aconselhável que estes profi ssionais tenham noções bá-sicas de fotografi a, das melhores formas de enquadramento e até das técnicas de as trabalhar em computador. A arte, nas suas diversas vertentes, é outro dos saberes que deve interessar a estes profi ssionais.É importante referir ainda que devem ter noções de outras áreas, que não a sua formação base, pois isso é importante para conseguirem transmitir a ideia, ou seja, traduzi-la em

imagem. Em teoria, podem ter que trabalhar com sectores tão diversos como a medicina, a publicidade, o ambiente ou o ensino.

EmpregoEstes profi ssionais podem trabalhar numa área vasta, mas mesmo assim, a competitividade é muito elevada. Podem es-tabelecer-se por conta própria, e muitos optam por criar as suas próprias empresas, mas também exercer por conta de outrem. Esta é muitas vezes a realidade, pois a constituição de uma empresa implica investimentos avultados, designa-damente a nível informático (desde o próprio equipamento aos programas), técnico e humano. Sem dúvida, o que acontece é que, por norma, as diferentes empresas e entidades que necessitam destes serviços re-correm a profi ssionais externos, em vez de contarem com designers permanentes, que podem signifi car mais um pos-to de trabalho e custos acrescidos. Num âmbito geral, quer trabalhem por conta própria ou por conta de outrem estes profi ssionais actuam em ateliers de design e de publicida-de, em empresas de comunicação social (jornais, revistas e televisão) e de multimédia, em gráfi cas e em editoras, por exemplo.No entanto, e apesar desta larga oferta de trabalho, este é um sector competitivo, que continua a ser afectado pelos períodos de recessão económica (por exemplo, quando a publicidade tende a diminuir). Muitas vezes, à semelhança do que acontece a outras profi ssões da área de comunica-ção, os cortes começam por aqui. De qualquer modo, não será excessivo dizer que esta é uma profi ssão de futuro, que oferece possibilidades de expansão.

“Comunicar efi cientemente é um requisito fundamental.”

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37Opiniões

Opinião:

Corel ou Illustrator?A STRA perguntou ao blog Portefolio Design, um conhecido blog de design do Brasil, qual dos programas preferia utilizar, Corel ou Ilustrator? Eis a resposta.

Particularmente, prefi ro o Illustra-tor. Apresenta-se como um aplicativo mais maduro e sofi sticado. Também apresenta ferramentas que tornam o meu trabalho muito mais efi ciente. O CorelDRAW possui um gerenciamento de perfi l de cores com muitas falhas e poucas pessoas a sabem confi gurar. Além disso, mostra-se muito mais pe-sado e não tem uma área de trabalho muito intuitiva. Além de muitos bugs que não são corrigidos com as novas versões. O importante é que eu sempre salvo os arquivos em EPS e PDF, não só em .ai. Existem vários mitos, mas o CorelDRAW abre arquivos do Illustra-tor e importa arquivos PDF. Entretanto,

o Illustrator só abre arquivos do Corel salvos até com a versão 10, o que é um ponto contra o Illustrator.Infelizmente, a maioria dos “pseudo designers” que trabalham em gráfi ca rápida ainda usam somente o Corel-DRAW e não possuem um conheci-mento aprofundado nem mesmo dessa ferramenta. Por isso, designers que usam Illustrator vêem-se muitas vezes ‘obrigados’ a instalar o CorelDRAW para poder abrir arquivos mandados por pseudo profi ssionais.

Rodrigo Portefolio

Opinião STRAEmbora sejam ambos programas excepcionais de vectorização, ambos têm falhas e vantagens. Dizer que um programa é utilizado apenas por principiantes pois ele é mais acessivel é o mesmo que dizer que designers apenas têm Macintosh’s, e quem têm um PC é um principiante. Não é a ferramenta que importa, mas sim o designer. Em aspectos técnicos, acho que o Corel têm muitas falhas e ainda têm muitos bugs, mas tem uma UI mais intuitiva que o Adobe Ilustrator, embora ambos sejam bastante personalizaveis.

Ruben Dias

“O CorelDRAW possui um gerenciamento de perfi l de cores com muitas falhas e poucas pessoas a sabem confi gurar.”

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38 Opiniões

A Adobe lançou ofi cialmente a nova versão do maior editor de imagens de todos os tempos. O Photoshop CS6 (Creative Suite 6) já está disponível para pré-venda no mercado internacional.

Com o lançamento, muitos recursos excelentes foram disponibilizados – ou melhorados – para os designers profi ssionais. Uma das principais novidades é a Ado-be Creative Cloud, um serviço (pago) em nuvens que permite a sincroniza-ção de arquivos em tempo real. Isso signifi ca que os assinantes vão poder desfrutar de ferramentas de edi-ção nos mais diversos equipamentos – computadores e tablets com iOS ou Android –, tendo os arquivos atualiza-dos automaticamente. Confi ra as prin-cipais novidades do aplicativo:A versão CS6 do Adobe Photoshop é programada especialmente para ter alguns recursos processados direta-mente na GPU – graças ao “Mercury Graphics Engine”. Com esta ferramenta, o editor de ima-gens é muito mais rápido no processa-mento de fi ltros e aplicação de másca-ras, por exemplo.Com a nova versão do Adobe Pho-toshop, os usuários vão poder realizar pequenas e rápidas edições de vídeos com o software. Logicamente, há muito menos recur-sos para isso do que os existentes no Adobe Premiere, mas o sistema pode ser ideal para quem precisa realizar apenas rápidas edições e criações de clipes simplifi cados.

Tom Sarraipo

Opinião:

AdobePhotoshop CS6

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39Opiniões

A STRA perguntou à Magikal Design se nos podiam dar umas dicas de como fazer logotipos de qualidade. Eis o que eles acham que é realmente importante.

Com o avanço e desenvolvimento dos softwares gráficos, a expansão da Internet e a facilidade de obter-se informação de uma forma geral, obter ideias para criação de um lo-gotipo ou encontrar caminhos para produzi-lo tornou-se uma tarefa re-lativamente simples. Pensa-se que para criar um logotipo basta apenas ter um certo domínio do Corel Draw, do Photoshop, do Illustra-tor ou outro programa qualquer; criar uma bolinha, triângulo ou uma forma abstrata num destes softwares e digitar o nome da empresa logo abaixo. Bem, é necessário muito mais do que isso – é necessário ter uma grande percepção da necessidade da empresa, dosando as cores, a tipografi a e o estilo da arte.Todos estes elementos são necessários e precisam estar relacionados de for-ma harmoniosa entre si. Não adianta, por exemplo, ter um logotipo com boa tipografi a e formato mas com cores destoantes. Há cores que provocam tristeza, refl exão, fome, alegria, ins-tigam a inteligência, a concentração, entre dezenas de estímulos diferentes. Ao criar uma marca ou uma identidade visual, é preciso conhecer estas cores e saber quais não podem estar juntas, ou quais são as mais indicadas para o objectivo da empresa.Além da necessidade e objectivos, há também a acessibilidade. O logotipo precisa de ser legível e expressar a sua ideia principal em todas as hipóteses,

tanto num jornal cinza, como num Ou-tdoor grande e colorido. Precisa de ser versátil: não apresentar problemas ao ser inserido numa página de um site, num cartão de visitas, ou num carimbo de escritório.Portanto, quando necessitar de um logo-tipo, tenha estes factores em mente. Afi -nal, a criação de logotipos de qualidade é uma tarefa oferecida por poucos.

Diego Medeiros / Magikal Design

Opinião STRAA criação de logotipos é mesmo algo muito interessante e difícil de fazer. Aqui na ESAD.cr já conheci muitas pessoas que adoravam faze-los e outras que o odiavam fazer. Eu desde pequeno que sempre achei interessante haver um simbolo que identifi casse uma pessoa ou uma empresa, e sempre os fui fazendo para mim. No inicio no paint, depois no photoshop e por fi m no illustrator. Hoje em dia, mantenho-me com o AlegreDias mas concordo plenamente no que foi dito por Diego Medeiros. Os logos são uma cara da empresa, e isso tem de se saber transmitir.

Ruben Dias

“é necessário ter uma grande percepção da necessidade da empresa, dosando as cores, a tipografi a e o estilo da arte.”

Opinião:

Logotiposde Qualidade?

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40 Notícias

Lançamento de novo Logo

Microsoft mais sólido Depois de 25 anos com o mesmo logo, a Microsoft decidiu adoptar um novo design. A fonte preta e a bandeira dividida em 4 quadrados de cor deram lugar a um logo mais simples.

O novo logo da Microsoft é composto por 2 elementos: um quadrado dividi-do em 4 partes (vermelho, verde, azul e amarelo) e o nome da marca, Micro-soft, em cinza. Segundo o responsável pela gestão da marca, Jeff Hansen, as 4 cores representam a variedade de pro-dutos que a Microsoft comercializa.Os logos da Microsoft já passaram por várias mudanças. O seu primeiro logo data de 1975 e transparece os tempos do disco. Depois disso, o logo pouco variou até atingir a forma com a qual permaneceu durante 25 anos.Novos produtos da MicrosoftEsta mudança pretende marcar uma nova era na história da Microsoft, numa altura em que a empresa já fez alguns lançamentos:

Windows 8O novo sistema operativo para PC que promete quebrar barreiras face a sistemas operativos anteriores. Com um design totalmente renovado, o Windows 8 vai fazer com que os uti-lizadores tenham de aprender a usar o PC novamente. De entre as novidades, salientam-se os novos movimentos possíveis de fazer com o rato tátil do computador: arrastar para a esquerda, para a direita, para baixo e fazer zoom.

SurfaceO tablet da Microsoft que conta com um ecrã de 10.3 polegadas e teclado integrado. A primeira versão ainda não vai correr com a versão completa do Windows 8, mas sim com uma ver-são deste sistema operativo chamada Windows RT. Prevê-se que a versão RT de 32 e 64 GB esteja disponível este outono e tenha um preço comparável ao dos outros tablets do mercado. Três meses depois espera-se a versão do Surface 64 e 128 GB, a operar com o

Windows 8 completo, que deverá cus-tar mil dólares.

Offi ce 13Apelidado como Offi ce 365, o novo Offi ce da Microsoft já circula em ver-são beta desde 2010. O lançamento da versão completa está previsto para este Inverno. Uma das maiores novi-dades é a integração do Offi ce com a núvem e software wireless.

Windows Phone 8De uma parceria entre a Microsoft e a Nokia, surge o Windows Phone 8. Se-gundo rumores, o nome de código pelo qual o telemóvel circula é Phi. Mais pormenores podem vir a ser conheci-dos no evento mundial da Nokia que se avizinha.

Xbox 720Rumores apontam para que o seu lan-çamento se dê no Natal de 2013. Pre-vê-se que custe 299 dólares e que su-porte Blu-Ray e DVR.

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41Top 12 Apps

Texto: Sara Carqueijeiro

mais populares dos freelancersAs 12 AppsJá se perguntou quais são os aplicativos e softwares mais populares entre os freelancers? Com a enorme coleção de ferramentas de tecnologia foi realizada uma pesquisa para as encontrar, não deixando dúvidas de que os freelancers dependem fortemente de aplicativos em nuvem, o que lhes permite fazer backup de seu trabalho, e torná-lo mais fácil de coordenar e colaborar.

1Dropbox

É um serviço oferecido pelo Google que gera estatísticas detalhadas sobre as visitas a um website. É o mais am-plamente utilizado website serviço de estatísticas.

2Hootsuit

É um sistema de gerenciamento de Mídia social para a gestão de marca, criada por Ryan Holmes, em 2008. A interface do usuário do sistema assu-me a forma de um painel, e suporta integrações de redes sociais para o Facebook, Twitter, Google+, Fours-quare e MySpace, entre outras.

É um serviço de hospedagem de arqui-vos operado pelo Dropbox, Inc., que oferece armazenamento em nuvem e sincronização de arquivos. Dropbox permite aos usuários criar uma pasta especial em cada um dos seus compu-tadores, que a Dropbox sincroniza de seguida, de modo a que parece ser a mesma pasta, independentemente do computador em que é visto.

3Analytics

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42 Top 12 Apps

6Prezi

É um software cloud-based de apre-sentação e ferramentas de contar his-tórias para explorar e compartilhar ideias sobre uma tela virtual. Prezi distingue-se pela sua interface Zoo-ming User, que permite aos usuários fazer zoom in e zoom out dos seus meios de apresentação.

8Joomla

É um sistema de gerenciamento de con-teúdo para publicação de dados na World Wide Web e um modelo de visão de con-trolo de um quadro de aplicações Web que também pode ser usado de forma independente.

9Go To Meeting

É um serviço Web-hosted criado e publi- citado pela Citrix Online. É um soft ware de remote meeting, partilha de desktop, e video conferência que permite aos seus utilizadores encontrarem-se com os seus clientes e colegas via Internet em tempo real.

10Basecamp

É uma ferramenta web-based de ge-renciamento de projeto desenvolvido pela 37signals e lançado em 2004.

Evernote4 5

GmailÉ um conjunto de softwares e servi-ços projetados para tomar notas e de arquivamento. A “nota” pode ser um pedaço de texto formatado, uma pá-gina completa ou trecho página, uma fotografi a, um memorando de voz ou um manuscrito “tinta” nota. As notas podem também ter anexos de arquivo, e podem ser classifi cados em pastas. Evernote suporta um número de pla-taformas de sistema operacional, e também oferece sincronização online e serviços de backup.

É um serviço gratuito de e-mail de publicidade apoiada fornecida pelo Google. Foi lançado como somente por convite em versão beta a 01 de abril de 2004 e tornou-se disponível para o público em geral em 7 de feve-reiro de 2007, embora ainda em esta-do beta na época. O serviço foi atua-lizado do estado beta em 7 de julho de 2009, junto com o resto da suíte Google Apps.

7MailChimp

É um fornecedor de e-mail de marke-ting e permite aos clientes criar, con-trolar e enviar e-mails e mensagens de mídia social.

11iCloud

iCloud é um serviço de armazena-mento em nuvem e computação em nuvem que Apple Inc. lançou em 12 de outubro de 2011. A julho de 2012, o serviço tem mais de 150 milhões de usuários.

12Posterous

Posterous é uma plataforma de blo-gging simples iniciada em maio de 2008, fi nanciado pela Y Combinator. A sua base é em San Francisco e foi adquirida pelo Twitter em 12 de mar-co de 2012

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44 Entrevistas

I

T H I SA melhor seleção de tutoriais de Adobe Photoshop, Adobe Illustrator e Adobe InDesign.

Tutoriais

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45Tutoriais

Photoshop

Quando falamos em trocar algum elemento de uma imagem, o que logo vem à cabeça são recortes, seleções e máscaras. Porém, podemos obter o mesmo resultado sem perder muito tempo com seleções, apenas trabalhando o recurso Blend Options.

O primeiro passo vai ser inserir a imagem do pôr-do-sol no mesmo arquivo da foto da menina no banco, num layer acima:

Estas serão as duas imagens que vamos utilizar:

Agora, vamos duplicar a foto da menina e ar-rastá-la acima do layer do pôr-do-sol. Use as te-clas de atalho Cmd/Ctrl + J para duplicar, e Cmd/Ctrl + ] (fecha colchete) para enviá-la para cima.

Com a cópia selecionada, vamos editar as suas opções de mesclagem, por meio da opção Blending Options.

Para fi nalizar, puxe o segundo slider um pouco mais para a esquerda, mas isso deve variar de acordo com cada imagem. Veja como a folhagem parece estar bem isolada.

Então, para que essa transição ocorra de forma mais suave e subtil, tem de pressionar a tecla Alt/Option e mover apenas uma parte do slider.

Na opção Blend If Gray, mova o slider branco, que esconde as áreas claras da imagem. Todo o céu branco da foto irá desaparecer aos poucos e vai revela o layer de baixo. Porém, ao mover o slider assim, a sua transição fi ca dura, e cria arcos brancos em redor das folhas.

Mudar o Céu Sem Seleções

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46 Tutoriais

Ainda pode mover a camada do pôr-do-sol, ajustando-a da melhor maneira, sem prejudi-car a montagem

Para fi nalizar, pode adicionar uma moldura e um fi ltro de cor, para balancear a imagem de modo geral.

Aqui está nosso resultado, em poucos passos e sem recorte algum.

Efeito BokehPara conseguir o efeito Bokeh podemos criar esse efeito misturando duas imagens: uma que contenha pontos de luz, como uma cidade, e outra do modelo, que pode ser tirada em estúdio para um melhor recorte.

Para adicionar o Bokeh, vamos utilizar um novo fi ltro presente a partir da versão CS6, o Fields Blur

Inserindo o desfoque das opções padrões, te-mos apenas um desfoque comum. Para inserir o efeito Bokeh, utilize a aba chamada Blur Eff ects, na qual vamos trabalhar a intensidade do efeito.

Agora, inserimos a imagem recortada da modelo, clicando e arrastando para a aba do arquivo da cidade.

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Então, teremos o seguinte arquivo, no qual de-vemos trabalhar agora as cores da imagem para ambientar a modelo no fundo:

Como o fundo tem um tom de roxo e rosa, vou inserir esse tom na modelo, através da edição do canal VERDE da imagem, por meio do recurso Curves:

A cor oposta ao verde é o magenta, que é o que eu quero trazer para a imagem:

E eu quero que esse fi ltro atue apenas no layer da modelo, e não no fundo. Então, para isso, vou criar um Clipping Mask, clique com o botão direito no layer de ajuste do fi ltro, e es-colho a opção Create Clipping Mask.

Para deixar a cor um pouco mais viva, e inserir o tom do fundo na modelo, vou duplicar o layer do Bokeh, jogá-lo para o topo de todos os layers, e colocá-lo em modo Overlay, 20 ou 30%. A baixa porcentagem não deixa a cor ser muito signifi -cativa, porém insere um tom leve.

E, para fi nalizar, vamos inserir uma moldura: faço um desenho aleatório com o Lasso Tool e inverto a seleção.

Com a seleção ativa, vamos inserir um layer de ajuste com o recurso Curves, escurecendo e suavizando E o resultado fi nal:

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Illustrator

Este tutorial trata-se de um processo de design do logotipo para a realização de um projeto do estilo cubista feita de muitas facetas vectoriais detalhadas. Vale a pena começar qualquer projeto de design de logotipo com um esboço

Um Logo Design de Estilo Cubista

Depois de desenhar a siloueta do corvo, e de-senhar o seu contorno com a ferramenta cane-ta utilizando simplesmente clica, desenhamos linhas de intersecção entre cada ponto de canto do contorno.

Adicionamos uma gama de linhas de inter-secção até que o desenho é feito de muitas fac-etas. Seleccione todas as linhas que se cruzam e pressione CMD 8 (para Mac) ou Ctrl + F8 (para Windows) para criar um caminho composto.

Seleccionamos as duas linhas de caminhos com-postos e o esboço geral e carregue na opção “Di-vide” a partir da paleta “Pathfi nder” com o botão direito do rato para desagrupar os objetos.

Confi guramos uma série de blocos de cor para formar uma paleta simples de forma a preencher as formas individuais do seu projeto cubista com estas cores.

Uma vez que todos os segmentos tenham sido preenchidos, vamos empacotar esta versão da cor lisa do logotipo com os arquivos fi nais. Fize-mos uma cópia das amostras e substituímos o enche de cada bloco com gradientes subtis.

Substituímos todos os segmentos de cores pla-nas, com o seu homólogo gradiente, e então, passamos por cada forma individual com a fer-ramenta “Gradient” para ajustar a direcção do fl uxo do gradiente.

O símbolo do logotipo principal tem que es-tar completo para que possamos agora passar para a escolha do tipo de letra. Uma série de “sans-serif” concorrentes foram defi nidos para comparar a sua forma global.

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Um claro vencedor de todas as fontes é a Futura. As suas pontas afi adas se relacionar bem com as linhas limpas utilizadas na criação do símbolo corvo.

Em seguida posiciona-se o símbolo do corvo de costas para o tipo o que deixa um espaço estran-ho entre os dois elementos, enquanto que o peito e a cabeça naturalmente rodeiam a primeira letra quando é colocado no sentido oposto. Para que fi que tudo equilibrado, aumenta-se o espaçamen-to entre cada letra para coincidir com os espaços entre os dois objectos.

O logotipo da cor completa será o projecto prin-cipal utilizado na maioria das situações, mas vale sempre a pena criar versões lisas e mono-cromáticas para utilizar em tamanhos pequenos ou quando invertido num fundo preto.

Este tutorial trata-se de um processo da criação de uma fi ta gráfi ca colorida para o design de um logotipo. O objectivo do tutorial é dar uma visão em como realmente fazer o processo completo do logotipo.

Um Logo de uma Fita Gráfi ca

Crie um novo documento e desenhe quatro quadrados na artboard. Dê a cada um uma cor de preenchimento para criar uma paleta de cores simples.

Seleccione a “rectangle tool” e clique na art-board. Nas opções, escreva as dimensões. Copie o quadrado e cole à frente. Carregue em “Enter” para que o comando Move introduza mais 5 milímetros.

Dê a cada um dos quadrados, uma cor de preen-chimento de acordo com a paleta e em seguida, alonga-os, arrastando a alça mais baixo vertical-mente, mantendo “Shift”.

Prima “Shift” e gire o objeto a 45 graus. Copie e cole cada conjunto e posicione-os formando um quadrado. Queremos que uma extremidade seja dobrada sob a forma anterior, encurte as formas e crie a borda integral a partir de duas peças.

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50 Tutoriais

Então, teremos o seguinte arquivo, no qual de-vemos trabalhar agora as cores da imagem para ambientar a modelo no fundo.

Alterne para “Outline mode” e faça zoom para verifi car o alinhamento dos elementos. Faça as emendas necessárias para se sobrepor as linhas correctamente.

Faça duplicados das quatro cores, e substitua os preenchimentos com gradientes. Mas ajuste as alças do gradiente de luz com tons mais escuros.

Seleccione todos os objetos com o mesmo preenchimento de cor e depois use a “Eyedrop-per tool” para mudar para o gradiente. Repita esse processo para as quatro cores. Para alterar a direcção dos gradientes com a “Gradient tool” seleccione todas as formas e clique e arraste para ajustar o ângulo de inclinação.

Os gradientes subtis já trazem design à vida, em comparação com as cores lisas sólidas.

Noutro lugar da artboard, crie um rectângulo com as dimensões de 20x5mm. Dê a este novo rectângulo, um preenchimento de gradiente de preto para transparente, e ajuste a transparência para o Multiply a 30%.

Copie, gire e posicione este novo rectângulo cuidadosamente no lugar onde cada aresta cru-za o próximo para criar sombras subtis. Isto irá ajudar a adicionar profundidade e um toque de realismo.

E o resultado fi nal: agora o logotipo parece es-tar a fl utuar no espaço em vez de estar sentado numa superfície plana.

Use o mesmo preto de preenchimento transpar-ente para criar um círculo, mas altere o gradi-ente de “linear” para “radial”. Esmague este cír-culo e posicione-o abaixo do logotipo para dar a impressão de tridimensionalidade.

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51Tutoriais

InDesign

A grande maioria dos designers acreditam ter uma boa tipografi a, contudo, na nossa experiência é algo que é desenvolvido através do tempo e experiência. Neste artigo seguiremos uma série de passos simples para alcançar uma tipografi a clara simples e estruturada no Adobe InDesign.

Criando uma Baseline Grid

O primeiro passo é a escolha do tipo de letra. Neste exemplo escolheu-se um tipo de letra sim-ples e standard Helvetica Neue. Foi colocado no tamanho de 10pt com leading a 12pt. É impor-tante, desde já, considerar a legibilidade. O próximo passo é a escolha de quantas colunas se querem incorporar na página. Colunas são im-portantes pois dotam a página de mais estrutura e tornam um documento impresso mais conveni-ente para leitura, optando assim por 4 colunas. É comum que o espaço entre colunas seja metade da largura da margem.Como já anteriormente dito, acredita-se que a estrutura é a chave para uma boa tipografi a, e estas quatro colunas e margens providenciarão a estrutura para todo o documento. Imagens e citações deverão todas submeter-se a esta grelha.Colocou-se assim uma grelha vertical. O próximo passo será estabelecer uma grelha horizontal ou baseline grid, na qual todo o texto se fi xará. Isto é um factor chave para boa tipografi a e o InDe-sign é um óptimo software uma vez que dispõe de todas as ferramentas para simplifi car este pro-cesso. Já escolhemos o tamanho do nosso lead-ing (12pt) portanto estabeleceremos uma grelha que refl icta isto. Vá ao menu da barra superior InDesign>Preferences>Grid. O seguinte menu deverá surgir.

Inicie a grelha a 10mm de acordo com as suas mar-gens. Coloque o valor da opção Increment Every box a 12pt, de acordo com a tipografi a do leading. Pressione OK. A grelha está agora formada, e para torná-la visível, vá ao menu da barra superior no-vamente, e vá a View>Grids>Show Baseline Grid. Irá agora observar linhas guia horizontais ao longo da página com o mesmo leading da letra. Agora fi xe a letra à grelha. Vá até ao menu de “Parágrafo”, WIndow>Type and Tables>Paragraph. Selecione a opção de letra e clique no botão “Alinhar com Baseline Grid” no canto inferior direito. Iremos agora adicionar um leading.

A chave aqui é colocar um leading que se alinhe naturalmente com a já colocada baseline grid. O título foi colocado a 95pt com um leading de 72pt. Basicamente, o leading escolhido é um múltiplo do de 12pt já atríbuido à nossa baseline grid. Se o topo das letras tal como o “h” estiver a sobrepor-se a uma curva inferior de um “g”, tal poderá reduzir a legibilidade e também cortar parte do aspecto estético. Não se esqueça de clicar em Alinhar à baseline grid no menu de formatação de parágrafo novamente. Selecione também um “text wrap” para que o texto não se sobreponha ao título mas, ao invés, fl ua à sua volta. Adicionaremos agora um parágrafo introdutório exactamente da mesma forma. Desta vez selec-cionar-se-á um leading de 24pt, novamente um múltiplo da grelha de 12pt.

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Como se pode ver, tudo está perfeitamente alin-hado, dotando a página de uma estrutura cuidada. Na maioria dos casos tentar-se-á manter o alinha-mento de forma consistente., embora neste caso tenhamos sido um pouco criativos e feito com que a introdução e o título estejam alinhados para que se adaptem ao corpo de texto e se crie uma linha central perfeita.

É, portanto, este o processo, pelo qual deambulá-mos já o sufi ciente. Esperamos que tenha gostado deste tutorial. A Tipografi a é uma disciplina massiva, e este artigo inclui apenas algumas das coisas que nos ajudaram . Diga-nos se foi útil e como poderemos melhorá-lo!

Normalmente, quando se defi ne os estilos de parágrafo, deve-se especifi car um tamanho de fonte. Se deseja reduzir o seu layout inteiro em 20%, tem de ir para cada estilo manualmente e alterá-lo.

Estilos com Base em Percentagens

Crie um estilo de base (exemplo : 10pt Helvetica - chamada 100%). Crie um novo estilo de parágrafo com base no estilo de 100%, mas em “Formatos dWe caráter avançado” mude a escala horizontal e vertical. Isso faz o estilo de uma determinada percentagem maior ou menor do que a base.Adicionaremos agora um parágrafo introdutório exactamente da mesma forma. Desta vez selec-cionar-se-á um leading de 24pt, novamente um múltiplo da grelha de 12pt.

Crie estilos que são 150%, 200%, 1000% e 80% do tamanho da base

Agora que todos os estilos são completos, pode facilmente escalar todo o layout, alterando o estilo de parágrafo base por um ponto ou dois e redefi nir o estilo.

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Design Porno

Red Supergiant CD cover Miss Lava / Artwork & Design by José Mendes (Maga Atelier)

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Design Porno

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Impressões de alta qualidade.