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7/14/2019 STF Art. 103 http://slidepdf.com/reader/full/stf-art-103 1/24 CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL  TÍTULO IV - Da Organização dos Poderes CAPÍTULO III - DO PODER JUDICIÁRIO Seção II - DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL  Art. 103. Podem propor a ação direta de inconstitucionalidade e a ação declaratória de constitucionalidade: (Redação da EC 45/2004) “(...) os municípios não figuram no rol de entidades legitimadas para a propositura de ação direta de inconstitucionalidade perante esta Corte previsto nos arts. 103, da Constituição, e 2º, da Lei n. 9.868/99.” ( ADI 4.654, Rel. Min. Gilmar Mendes, decisão monocrática, julgamento em 28-11-2011, DJE de 2-12-2011.)  “Legitimidade ativa para a propositura da ação direta de inconstitucionalidade por omissão. A presente ação direta de inconstitucionalidade por omissão foi proposta pela Assembleia Legislativa do Estado de Mato Grosso, em face da suposta inatividade do legislador quanto ao dever de elaborar a lei complementar federal a que alude o art. 18, § 4º, da CR. A primeira questão que deve ser analisada diz respeito à legitimidade ativa da requerente para a propositura da ação, a qual foi contestada pelas informações prestadas pelo presidente da República e pelo Congresso Nacional. Todos hão de concordar que, no tocante à ação direta de inconstitucionalidade por omissão, a fórmula escolhida pelo constituinte, já do ponto de vista estritamente formal, não se afigura isenta de críticas. O art. 102 da Constituição, que contém o elenco das competências do STF, não contempla a ação direta por omissão, limitando-se a mencionar a ação direta de inconstitucionalidade de lei ou ato normativo federal ou estadual e a ação declaratória de constitucionalidade de lei ou ato normativo federal (art. 102, I, a, com redação da EC 3/1993). No art. 103, caput , fixam-se os entes ou órgãos legitimados a propor a ação direta de inconstitucionalidade. Parece evidente que essa disposição refere-se à ação direta de inconstitucionalidade de lei ou ato normativo estadual ou federal, prevista no art. 102, I, a, já mencionado. Se tivermos o cuidado de investigar o direito comparado, haveremos de perceber que o constituinte português de 1976 tratou de forma diversa os processos de controle abstrato da ação e da omissão, também no que concerne ao direito de propositura. Enquanto o processo de controle abstrato de normas pode ser instaurado mediante requerimento do presidente da República, do presidente da Assembleia, do primeiro-ministro, do provedor da República, de um décimo dos deputados à Assembleia da República (art. 201, 1, a), o processo de controle abstrato de omissão, propriamente dito, somente pode ser instaurado a requerimento do presidente da República e do provedor de Justiça (art. 283). Ressalte-se que a afirmação segundo a qual os órgãos e entes legitimados para propor a ação direta de inconstitucionalidade de lei ou ato normativo, nos termos do art. 103, caput , estariam igualmente legitimados a propor a ação direta de inconstitucionalidade por omissão prepara algumas dificuldades. Deve-se notar que, naquele elenco, dispõem de direito de iniciativa legislativa, no plano federal, tanto o presidente da República como os integrantes da Mesa

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CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL TÍTULO IV - Da Organização dos Poderes

CAPÍTULO III - DO PODER JUDICIÁRIOSeção II - DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL

 

Art. 103. Podem propor a ação direta de inconstitucionalidade e aação declaratória de constitucionalidade: (Redação da EC 45/2004)

“(...) os municípios não figuram no rol de entidades legitimadas para apropositura de ação direta de inconstitucionalidade perante esta Corteprevisto nos arts. 103, da Constituição, e 2º, da Lei n. 9.868/99.” (ADI 4.654,Rel. Min. Gilmar Mendes, decisão monocrática, julgamento em 28-11-2011,DJE de 2-12-2011.) “Legitimidade ativa para a propositura da ação direta deinconstitucionalidade por omissão. A presente ação direta deinconstitucionalidade por omissão foi proposta pela Assembleia Legislativa doEstado de Mato Grosso, em face da suposta inatividade do legislador quantoao dever de elaborar a lei complementar federal a que alude o art. 18, § 4º,da CR. A primeira questão que deve ser analisada diz respeito à legitimidadeativa da requerente para a propositura da ação, a qual foi contestada pelasinformações prestadas pelo presidente da República e pelo CongressoNacional. Todos hão de concordar que, no tocante à ação direta deinconstitucionalidade por omissão, a fórmula escolhida pelo constituinte, já doponto de vista estritamente formal, não se afigura isenta de críticas. O art.

102 da Constituição, que contém o elenco das competências do STF, nãocontempla a ação direta por omissão, limitando-se a mencionar a ação diretade inconstitucionalidade de lei ou ato normativo federal ou estadual e a açãodeclaratória de constitucionalidade de lei ou ato normativo federal (art. 102, I,a, com redação da EC 3/1993). No art. 103, caput , fixam-se os entes ouórgãos legitimados a propor a ação direta de inconstitucionalidade. Pareceevidente que essa disposição refere-se à ação direta de inconstitucionalidadede lei ou ato normativo estadual ou federal, prevista no art. 102, I, a, jámencionado. Se tivermos o cuidado de investigar o direito comparado,haveremos de perceber que o constituinte português de 1976 tratou de formadiversa os processos de controle abstrato da ação e da omissão, também no

que concerne ao direito de propositura. Enquanto o processo de controleabstrato de normas pode ser instaurado mediante requerimento dopresidente da República, do presidente da Assembleia, do primeiro-ministro,do provedor da República, de um décimo dos deputados à Assembleia daRepública (art. 201, 1, a), o processo de controle abstrato de omissão,propriamente dito, somente pode ser instaurado a requerimento dopresidente da República e do provedor de Justiça (art. 283). Ressalte-se que aafirmação segundo a qual os órgãos e entes legitimados para propor a açãodireta de inconstitucionalidade de lei ou ato normativo, nos termos do art.103, caput , estariam igualmente legitimados a propor a ação direta deinconstitucionalidade por omissão prepara algumas dificuldades. Deve-senotar que, naquele elenco, dispõem de direito de iniciativa legislativa, noplano federal, tanto o presidente da República como os integrantes da Mesa

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do Senado Federal e da Mesa da Câmara dos Deputados (CF art. 61). Assim,salvo nos casos de iniciativa privativa de órgãos de outros poderes, como é ocaso do STF em relação ao Estatuto da Magistratura (art. 93, caput , CF/1988),esses órgãos constitucionais não poderiam propor ação deinconstitucionalidade, porque, como responsáveis ou corresponsáveis pelo

eventual estado de inconstitucionalidade, seriam eles os destinatáriosprimeiros da ordem judicial de fazer, em caso de procedência da ação. Todavia, diante da indefinição existente, será inevitável, com base mesmo noprincípio de hermenêutica que recomenda a adoção da interpretação queassegure maior eficácia possível à norma constitucional, que os entes ouórgãos legitimados a propor a ação direta contra ato normativo – desde quesejam contempladas as peculiaridades e restrições mencionadas – possaminstaurar o controle abstrato da omissão. Não há como deixar de reconhecer,portanto, a legitimidade ativa da Assembleia Legislativa do Estado de MatoGrosso para propor a presente ação direta de inconstitucionalidade poromissão.” (ADI 3.682, voto do Rel. Min. Gilmar Mendes, julgamento em 9-5-2007, Plenário, DJ de 6-9-2007.) "Legitimidade. Ativa. Inexistência. Arguição por Descumprimento de PreceitoFundamental (ADPF). Prefeito municipal. Autor não legitimado para açãodireta de inconstitucionalidade. Ilegitimidade reconhecida. Negativa deseguimento ao pedido. Recurso, ademais, impertinente. Agravo improvido.Aplicação do art. 2º, I, da Lei federal 9.882/1999. Precedentes. Quem não temlegitimidade para propor ação direta de inconstitucionalidade, não a tem paraação de descumprimento de preceito fundamental." (ADPF 148-AgR, Rel.Min. Cezar Peluso, julgamento em 3-12-2008, Plenário, DJE de 6-2-2009.)

 "O requisito da pertinência temática – que se traduz na relação decongruência que necessariamente deve existir entre os objetivos estatutáriosou as finalidades institucionais da entidade autora e o conteúdo material danorma questionada em sede de controle abstrato – foi erigido à condição depressuposto qualificador da própria legitimidade ativa ad causam para efeitode instauração do processo objetivo de fiscalização concentrada deconstitucionalidade." (ADI 1.157-MC, Rel. Min. Celso de Mello, julgamentoem 1º-12-1994, Plenário, DJ de 17-11-2006.) "Os legitimados para propor arguição de descumprimento de preceito

fundamental se encontram definidos, em numerus clausus, no art. 103 da CR,nos termos do disposto no art. 2º, I, da Lei 9.882/1999. Impossibilidade deampliação do rol exaustivo inscrito na CF. Idoneidade da decisão de nãoconhecimento da arguição de descumprimento de preceito fundamental."(ADPF 75-AgR, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, julgamento em 3-5-2006,Plenário, DJ de 2-6-2006.) "Incidência imediata do efeito vinculante das atuais súmulas do STF após EC45/2004. Argumento incabível." (AI 414.207-AgR-ED, Rel. Min. GilmarMendes, julgamento em 2-5-2006, Segunda Turma, DJ de 26-5-2006.) “É de exigir-se, em ação direta de inconstitucionalidade, a apresentação, peloproponente, de instrumento de procuração ao advogado subscritor da inicial,

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com poderes específicos para atacar a norma impugnada.” (ADI 2.187-QO,Rel. Min. Octavio Gallotti, julgamento em 24-5-2000, Plenário, DJ de 12-12-2003.) “Recurso interposto por terceiro prejudicado. Não cabimento. Precedentes.

Embargos de declaração opostos pela OAB. Legitimidade. Questão de ordemresolvida no sentido de que é incabível a interposição de qualquer espécie derecurso por quem, embora legitimado para a propositura da ação direta, nelanão figure como requerente ou requerido.” (ADI 1.105-MC-ED-QO, Rel. Min.Maurício Corrêa, julgamento em 23-8-2001, Plenário, DJ de 16-11-2001.) Nomesmo sentido: ADI 1.105-ED-segundos, Rel. Min. RicardoLewandowski, julgamento em 1º-8-2011, Plenário, DJE de 30-8-2011.“Ação direta de inconstitucionalidade. Processo de caráter objetivo. Inclusão

de entidade privada no polo passivo da relação processual. Inadmissibilidade.(...) Não se discutem situações individuais no âmbito do controle abstrato denormas, precisamente em face do caráter objetivo de que se reveste oprocesso de fiscalização concentrada de constitucionalidade. O círculo desujeitos processuais legitimados a intervir na ação direta deinconstitucionalidade revela-se extremamente limitado, pois nela só podematuar aqueles agentes ou instituições referidos no art. 103 da Constituição,além dos órgãos de que emanaram os atos normativos questionados. A tutela jurisdicional de situações individuais – uma vez suscitada controvérsia deíndole constitucional – há de ser obtida na via do controle difuso deconstitucionalidade, que, supondo a existência de um caso concreto, revela-se acessível a qualquer pessoa que disponha de legítimo interesse (CPC, art.3º).” (ADI 1.254-AgR, Rel. Min. Celso de Mello, julgamento em 14-8-1996,

Plenário, DJ de 19-9-1997.) “A legitimidade ativa da confederação sindical, entidade de classe de âmbitonacional, Mesas das Assembleias Legislativas e governadores, para a açãodireta de inconstitucionalidade, vincula-se ao objeto da ação, pelo que devehaver pertinência da norma impugnada com os objetivos do autor da ação.Precedentes do STF: ADI 305/RN (RTJ 153/428); ADI 1.151/MG (DJ de 19-5-1995); ADI 1.096/RS (Lex-JSTF , 211/54); ADI 1.519/AL, julgamento em 6-11-1996; ADI 1.464/RJ, DJ de 13-12-1996. Inocorrência, no caso, de pertinênciadas normas impugnadas com os objetivos da entidade de classe autora daação direta.” (ADI 1.507-MC-AgR, Rel. Min. Carlos Velloso, julgamento em

3-2-1997, Plenário, DJ de 6-6-1997.) “O princípio da indisponibilidade, que rege o processo de controleconcentrado de constitucionalidade, impede a desistência da ação direta jáajuizada. O art. 169, § 1º, do RISTF-80, que veda ao PGR essa desistência,aplica-se, extensivamente, a todas as autoridades e órgãos legitimados pelaConstituição de 1988 para a instauração do controle concentrado deconstitucionalidade (art. 103).” (ADI 387-MC, Rel. Min. Celso de Mello, julgamento em 1º-3-1991, Plenário, DJ de 11-10-1991.) Redação Anterior:Art. 103. Podem propor a ação de inconstitucionalidade:I - o Presidente da República;

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II - a Mesa do Senado Federal;III - a Mesa da Câmara dos Deputados;IV - a Mesa de Assembléia Legislativa ou da Câmara Legislativa do Distrito

Federal; (Redação da EC 45/2004) 

"É de se reconhecer a legitimidade ativa ad causam da Câmara Legislativa doDistrito Federal, dado que a presente impugnação tem por alvo dispositivosda LC 101/2000. Dispositivos que versam, justamente, sobre a aplicação doslimites globais das despesas com pessoal do Poder Legislativo distrital." (ADI 3.756, Rel. Min. Ayres Britto, julgamento em 21-6-2007, Plenário, DJ de 19-10-2007.) “Legitimidade ativa para a propositura da ação direta deinconstitucionalidade por omissão. A presente ação direta deinconstitucionalidade por omissão foi proposta pela Assembleia Legislativa doEstado de Mato Grosso, em face da suposta inatividade do legislador quantoao dever de elaborar a lei complementar federal a que alude o art. 18, § 4º,da CR. A primeira questão que deve ser analisada diz respeito à legitimidadeativa da requerente para a propositura da ação, a qual foi contestada pelasinformações prestadas pelo presidente da República e pelo CongressoNacional. Todos hão de concordar que, no tocante à ação direta deinconstitucionalidade por omissão, a fórmula escolhida pelo constituinte, já doponto de vista estritamente formal, não se afigura isenta de críticas. O art.102 da Constituição, que contém o elenco das competências do STF, nãocontempla a ação direta por omissão, limitando-se a mencionar a ação diretade inconstitucionalidade de lei ou ato normativo federal ou estadual e a ação

declaratória de constitucionalidade de lei ou ato normativo federal (art. 102, I,a, com redação da EC 3/1993). No art. 103, caput , fixam-se os entes ouórgãos legitimados a propor a ação direta de inconstitucionalidade. Pareceevidente que essa disposição refere-se à ação direta de inconstitucionalidadede lei ou ato normativo estadual ou federal, prevista no art. 102, I, a, jámencionado. Se tivermos o cuidado de investigar o direito comparado,haveremos de perceber que o constituinte português de 1976 tratou de formadiversa os processos de controle abstrato da ação e da omissão, também noque concerne ao direito de propositura. Enquanto o processo de controleabstrato de normas pode ser instaurado mediante requerimento dopresidente da República, do presidente da Assembleia, do primeiro-ministro,

do provedor da República, de um décimo dos deputados à Assembleia daRepública (art. 201, 1, (a)), o processo de controle abstrato de omissão,propriamente dito, somente pode ser instaurado a requerimento dopresidente da República e do provedor de Justiça (art. 283). Ressalte-se que aafirmação segundo a qual os órgãos e entes legitimados para propor a açãodireta de inconstitucionalidade de lei ou ato normativo, nos termos do art.103, caput , estariam igualmente legitimados a propor a ação direta deinconstitucionalidade por omissão prepara algumas dificuldades. Deve-senotar que, naquele elenco, dispõem de direito de iniciativa legislativa, noplano federal, tanto o presidente da República como os integrantes da Mesado Senado Federal e da Mesa da Câmara dos Deputados (CF, art. 61). Assim,salvo nos casos de iniciativa privativa de órgãos de outros poderes, como é ocaso do STF em relação ao Estatuto da Magistratura (art. 93, caput , CF/1988),

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esses órgãos constitucionais não poderiam propor ação deinconstitucionalidade, porque, como responsáveis ou corresponsáveis peloeventual estado de inconstitucionalidade, seriam eles os destinatáriosprimeiros da ordem judicial de fazer, em caso de procedência da ação. Todavia, diante da indefinição existente, será inevitável, com base mesmo no

princípio de hermenêutica que recomenda a adoção da interpretação queassegure maior eficácia possível à norma constitucional, que os entes ouórgãos legitimados a propor a ação direta contra ato normativo – desde quesejam contempladas as peculiaridades e restrições mencionadas – possaminstaurar o controle abstrato da omissão. Não há como deixar de reconhecer,portanto, a legitimidade ativa da Assembleia Legislativa do Estado de MatoGrosso para propor a presente ação direta de inconstitucionalidade poromissão. Quanto às supostas irregularidades formais da representação daAssembleia apontadas pelas informações prestadas pelo presidente daRepública e pelo Congresso Nacional, ressalto trecho do cuidadoso parecerelaborado pelo PGR, Dr. Antonio Fernando Barros e Silva de Souza: ‘A alegadailegitimidade ativa do Presidente da Assembleia Legislativa do Estado do MatoGrosso, decorrente de não haver nos autos deliberação da Mesa daquelecolegiado dando-lhe poder para ajuizar a presente ação direta, bate-se com apresunção de legitimidade que acompanha a iniciativa. Entre forma esubstância, havemos de a esta preferir sempre que, na dúvida entre ambas,seja o meio adequado para atingir a finalidade do instituto jurídico. O princípioda supremacia da Constituição é o objetivo das ações de fiscalização abstratade constitucionalidade, havendo de nortear a exegese.’ De toda forma, apetição inicial está devidamente instruída com cópia do art. 24 daConstituição estadual, que, em seu § 1º, dispõe que ‘o Presidente

representará a Assembleia Legislativa em Juízo e fora dele e presidirá assessões plenárias e as reuniões da Mesa do Colégio de Líderes’. Assim, não háóbices de ordem formal ao pleno conhecimento da presente ação direta deinconstitucionalidade por omissão.” (ADI 3.682, voto do Rel. Min. GilmarMendes, julgamento em 9-5-2007, Plenário, DJ de 6-9-2007.) “A legitimidade ativa da confederação sindical, entidade de classe de âmbitonacional, Mesas das Assembleias Legislativas e governadores, para a açãodireta de inconstitucionalidade, vincula-se ao objeto da ação, pelo que devehaver pertinência da norma impugnada com os objetivos do autor da ação.Precedentes do STF: ADI 305/RN (RTJ 153/428); ADI 1.151/MG (DJ de 19-5-

1995); ADI 1.096/RS (Lex-JSTF , 211/54); ADI 1.519/AL, julgamento em 6-11-1996; ADI 1.464/RJ, DJ de 13-12-1996. Inocorrência, no caso, de pertinênciadas normas impugnadas com os objetivos da entidade de classe autora daação direta).” (ADI 1.507-MC-AgR, Rel. Min. Carlos Velloso, julgamento em3-2-1997, Plenário, DJ de 6-6-1997.)Redação Anterior:IV - a Mesa de Assembléia Legislativa;V - o Governador de Estado ou do Distrito Federal; (Redação da EC 45/2004) 

“Descabe confundir a legitimidade para a propositura da ação direta deinconstitucionalidade com a capacidade postulatória. Quanto ao governadordo Estado, cuja assinatura é dispensável na inicial, tem-na o procurador-geral

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do Estado.” (ADI 2.906, Rel. Min. Marco Aurélio, julgamento em 1º-6-2011,Plenário, DJE de 29-6-2011.)

"Representação processual. Processo objetivo. Governador do Estado. Arepresentação processual do governador do Estado no processo objetivo se

faz por meio de credenciamento de advogado, descabendo colar apessoalidade considerado aquele que, à época, era o chefe do PoderExecutivo. Representação processual. Processo objetivo. Governador doEstado. Atua o legitimado para ação direta de inconstitucionalidade quermediante advogado especialmente credenciado, quer via procurador doEstado, sendo dispensável, neste último caso, a juntada de instrumento demandato." (ADI 2.728-ED, Rel. Min. Marco Aurélio, julgamento em 19-10-2006, Plenário, DJ de 5-10-2007.) "Legitimidade. Governador de Estado. Lei do Estado. Ato normativoabrangente. Interesse das demais Unidades da Federação. Pertinênciatemática. Em se tratando de impugnação a diploma normativo a envolveroutras Unidades da Federação, o governador há de demonstrar a pertinênciatemática, ou seja, a repercussão do ato considerados os interesses doEstado." (ADI 2.747, Rel. Min. Marco Aurélio, julgamento em 16-5-2007,Plenário, DJ de 17-8-2007.) No mesmo sentido: ADI 2.549, Rel. Min.Ricardo Lewandowski, julgamento em 1º-6-2011, Plenário, DJE de 3-11-2011. “Lei editada pelo Governo do Estado de São Paulo. Ação direta deinconstitucionalidade proposta pelo governador do Estado de Goiás. Amianto

crisotila. Restrições à sua comercialização imposta pela legislação paulista,com evidentes reflexos na economia de Goiás, Estado onde está localizada amaior reserva natural do minério. Legitimidade ativa do governador de Goiáspara iniciar o processo de controle concentrado de constitucionalidade epertinência temática.” (ADI 2.656, Rel. Min. Maurício Corrêa, julgamentoem 8-5-2003, Plenário, DJ de 1º-8-2003.) "Os Estados-membros da Federação não estão no rol dos legitimados a agircomo sujeitos processuais em sede de controle concentrado deconstitucionalidade, sendo indevida, no modelo de processo objetivo, aintervenção de terceiros subjetivamente interessados no feito. Precedente:

ADI 2.130-AgR, Rel. Min. Celso de Mello, DJ de 14-12-2001." (ADI 3.013-ED-AgR, Rel. Min. Ellen Gracie, julgamento em 31-5-2006, Plenário, DJ de 4-8-2006.) “Ação direta de inconstitucionalidade ajuizada por governador de Estado.Decisão que não a admite, por incabível. Recurso de agravo interposto pelopróprio Estado-membro. Ilegitimidade recursal dessa pessoa política.Inaplicabilidade, ao processo de controle normativo abstrato, do art. 188 doCPC. Recurso de agravo não conhecido. O Estado-membro não possuilegitimidade para recorrer em sede de controle normativo abstrato. O Estado-membro não dispõe de legitimidade para interpor recurso em sede decontrole normativo abstrato, ainda que a ação direta de inconstitucionalidadetenha sido ajuizada pelo respectivo governador, a quem assiste a prerrogativa

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legal de recorrer contra as decisões proferidas pelo relator da causa (Lei9.868/1999, art. 4º, parágrafo único) ou, excepcionalmente, contra aquelasemanadas do próprio Plenário do STF (Lei 9.868/1999, art. 26).” (ADI 2.130-AgR, Rel. Min. Celso de Mello, julgamento em 3-10-2001, Plenário, DJ de 14-12-2001.)

 "Tratando-se de impugnação de ato normativo de Estado diverso daquelegovernado pelo requerente, impõe-se a demonstração do requisito‘pertinência’." (ADI 902-MC, Rel. Min. Marco Aurélio, julgamento em 3-3-1994, Plenário, DJ de 22-4-1994.) “Ação direta de inconstitucionalidade. Legitimidade ativa. Impossibilidade deo governador do Estado, que já figura como órgão requerido, passar àcondição de litisconsorte ativo. Medida cautelar não requerida pelo autor.Pedido ulteriormente formulado pelo sujeito passivo da relação processual.Impossibilidade.” (ADI 807-QO, Rel. Min. Celso de Mello, julgamento em 27-5-1993, Plenário, DJ de 11-6-1993.) “Ação direta de inconstitucionalidade. Questão de ordem. Governador deEstado. Capacidade postulatória reconhecida. Medida cautelar. Deferimentoparcial. O governador do Estado e as demais autoridades e entidadesreferidas no art. 103, I a VII, da CF, além de ativamente legitimados àinstauração do controle concentrado de constitucionalidade das leis e atosnormativos, federais e estaduais, mediante ajuizamento da ação diretaperante o STF, possuem capacidade processual plena e dispõem, ex vi daprópria norma constitucional, de capacidade postulatória. Podem, em

consequência, enquanto ostentarem aquela condição, praticar, no processode ação direta de inconstitucionalidade, quaisquer atos ordinariamenteprivativos de advogado.” (ADI 127-MC-QO, Rel. Min. Celso de Mello, julgamento em 20-11-1993, Plenário, DJ de 4-12-1992.) Vide: ADI 2.906, Rel.Min. Marco Aurélio, julgamento em 1º-6-2011, Plenário, DJE de 29-6-2011. "A representação partidária perante o STF, nas ações diretas, constituiprerrogativa jurídico-processual do Diretório Nacional do Partido Político, queé – ressalvada deliberação em contrário dos estatutos partidários – o órgão dedireção e de ação dessas entidades no plano nacional." (ADI 779-AgR, Rel.Min. Celso de Mello, julgamento em 8-10-1992, Plenário, DJ de 11-3-1994.)

 

Redação Anterior:V - o Governador de Estado;VI - o Procurador-Geral da República;VII - o Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil;

“Ação direta de inconstitucionalidade. Imposto Provisório sobreMovimentação Financeira (IPMF). EC 3, de 17-3-1993, e LC 77, de 24-7-1993.Legitimidade ativa e medida cautelar. Nos termos do inciso IX do art. 103 daCF, tem legitimidade o Conselho Federal da OAB, para propor ação direta deinconstitucionalidade.” (ADI 949-MC, Rel. Min. Sydney Sanches, julgamentoem 22-9-1993, Plenário, DJ de 12-11-1993.)

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 VIII - partido político com representação no Congresso Nacional;

"Partido político. Legitimidade ativa. Aferição no momento da suapropositura. Perda superveniente de representação parlamentar. Não

desqualificação para permanecer no polo ativo da relação processual.Objetividade e indisponibilidade da ação." (ADI 2.618-AgR-AgR, Rel. Min.Gilmar Mendes, julgamento em 12-8-2004, Plenário, DJ de 31-3-2006.) Nomesmo sentido: ADI 2.427, Rel. Min. Eros Grau, julgamento em 30-8-2006,Plenário, DJ de 10-11-2006; ADI 1.396-MC, Rel. Min. Marco Aurélio, julgamento em 7-2-1996, Plenário, DJ de 22-3-1996; ADI 1.096-MC, Rel. Min.Celso de Mello, julgamento em 16-3-1995, Plenário, DJ de 22-9-1995. “Legitimidade de agremiação partidária com representação no CongressoNacional para deflagrar o processo de controle de constitucionalidade emtese. Inteligência do art. 103, VIII, da Magna Lei. Requisito da pertinênciatemática antecipadamente satisfeito pelo requerente." (ADI 3.059-MC, Rel.Min. Ayres Britto, julgamento em 15-4-2004, Plenário, DJ de 20-8-2004.) "A perda superveniente da bancada legislativa no Congresso Nacionaldescaracteriza a legitimidade ativa do partido político para prosseguir noprocesso de controle abstrato de constitucionalidade, eis que, para esseefeito, não basta a mera existência jurídica da agremiação partidária, sobrequem incide o ônus de manter, ao longo da causa, representação parlamentarem qualquer das Câmaras que integram o Poder Legislativo da União. Aextinção anômala do processo de fiscalização normativa abstrata, motivada

pela perda superveniente de bancada parlamentar, não importa em ofensaaos postulados da indisponibilidade do interesse público e da inafastabilidadeda prestação jurisdicional, eis que inexiste, em favor do partido político queperdeu a qualidade para agir, direito de permanecer no polo ativo da relaçãoprocessual, não obstante atendesse, quando do ajuizamento da ação direta,ao que determina o art. 103, VIII, da CF." (ADI 2.202-AgR, Rel. Min. Celso deMello, julgamento em 27-7-2003, Plenário, DJ de 29-8-2003.) "Ação direta de inconstitucionalidade: legitimação ativa dos partidos políticosrepresentados no Congresso Nacional: perda intercorrente da representaçãoparlamentar que precedentes do STF têm entendido redundar no prejuízo da

ação: orientação, de qualquer sorte, inaplicável à hipótese em que a extinçãoda bancada do partido é posterior ao início do julgamento da ação direta."(ADI 2.054-QO, rel. p/ o ac. min. Sepúlveda Pertence, julgamento em 20-3-2003, Plenário, DJ de 17-10-2003.)“Ilegitimidade ativa ad causam de Diretório Regional ou Executiva Regional.

Firmou a jurisprudência desta Corte o entendimento de que o partido político,para ajuizar ação direta de inconstitucionalidade perante o STF, deve estarrepresentado por seu Diretório Nacional, ainda que o ato impugnado tenhasua amplitude normativa limitada ao Estado ou Município do qual seoriginou.” (ADI 1.528-QO, Rel. Min. Ellen Gracie, julgamento em 24-5-2000,Plenário, DJ de 23-8-2002.) 

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“É de exigir-se, em ação direta de inconstitucionalidade, a apresentação, peloproponente, de instrumento de procuração ao advogado subscritor da inicial,com poderes específicos para atacar a norma impugnada.” (ADI 2.187-QO,Rel. Min. Octavio Gallotti, julgamento em 24-5-2000, Plenário, DJ de 12-12-2003.)

 “Partido político. Ação direta. Legitimidade ativa. Inexigibilidade do vínculode pertinência temática. Os partidos políticos, desde que possuamrepresentação no Congresso Nacional, podem, em sede de controle abstrato,arguir, perante o STF, a inconstitucionalidade de atos normativos federais,estaduais ou distritais, independentemente de seu conteúdo material, eis quenão incide sobre as agremiações partidárias a restrição jurisprudencialderivada do vínculo de pertinência temática.” (ADI 1.407-MC, rel. min. Celsode Mello, julgamento em 7-3-1996, Plenário, DJ de 24-11-2000.) “Legitimidade ativa ad processum e ad causam. Partido político.Representação. Capacidade postulatória. Art. 103, VIII, da CF de 1988. Nãosendo a signatária da inicial representante legal de partido político, nãopodendo, como vereadora, ajuizar ação direta de inconstitucionalidade e nãoestando sequer representada por advogado, faltando-lhe, ademais,capacidade postulatória, não tem legitimidade ativa ad processum e adcausam para a propositura.” (ADI 131-QO, Rel. Min. Sydney Sanches, julgamento em 20-11-1989, Plenário, DJ de 7-12-1989.) IX - confederação sindical ou entidade de classe de âmbito nacional.

Nota: O Plenário do STF, no julgamento da  ADI 3.153-AgR, retomou oentendimento de que as “associações de associações” de âmbito nacional possuem legitimidade para propor ação direta de inconstitucionalidade.

"Ação direta de inconstitucionalidade: legitimação ativa: ‘entidade de classede âmbito nacional’: compreensão da ‘associação de associações’ de classe:revisão da jurisprudência do Supremo Tribunal. O conceito de entidade declasse é dado pelo objetivo institucional classista, pouco importando que aeles diretamente se filiem os membros da respectiva categoria social ouagremiações que os congreguem, com a mesma finalidade, em âmbitoterritorial mais restrito. É entidade de classe de âmbito nacional – como tal

legitimada à propositura da ação direta de inconstitucionalidade (CF, art. 103,IX) – aquela na qual se congregam associações regionais correspondentes acada unidade da Federação, a fim de perseguirem, em todo o País, o mesmoobjetivo institucional de defesa dos interesses de uma determinada classe.Nesse sentido, altera o Supremo Tribunal sua jurisprudência, de modo aadmitir a legitimação das ‘associações de associações de classe’, de âmbitonacional, para a ação direta de inconstitucionalidade." (ADI 3.153-AgR, Rel.Min. Sepúlveda Pertence, julgamento em 12-8-2004, Plenário, DJ de 9-9-2005.) No mesmo sentido: ADI 2.797 e ADI 2.860, Rel. Min. SepúlvedaPertence, julgamento em 15-9-2005, Plenário, DJ de 19-12-2006. Emsentido contrário: ADI 23, Rel. Min. Moreira Alves, julgamento em 2-4-1998, Plenário, DJ de 18-5-2001.

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"Ação direta de inconstitucionalidade. Lei federal 11.516/2007. Criação doInstituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade. Legitimidade daAssociação Nacional dos Servidores do Ibama. (...) A democracia participativadelineada pela Carta de 1988 se baseia na generalização e profusão das viasde participação dos cidadãos nos provimentos estatais, por isso que é de se

conjurar uma exegese demasiadamente restritiva do conceito de ‘entidade declasse de âmbito nacional’ previsto no art. 103, IX, da CRFB. A participação dasociedade civil organizada nos processos de controle abstrato deconstitucionalidade deve ser estimulada, como consectário de uma sociedadeaberta dos intérpretes da Constituição, na percepção doutrinária de PeterHäberle, mercê de o incremento do rol dos legitimados à fiscalização abstratadas leis indicar esse novel sentimento constitucional. In casu, a entidadeproponente da ação sub judice possuir ampla gama de associados,distribuídos por todo o território nacional, e que representam a integralidadeda categoria interessada, qual seja, a dos servidores públicos federais dosórgãos de proteção ao meio ambiente." (ADI 4.029, Rel. Min. Luiz Fux, julgamento em 8-3-2012, Plenário, DJE de 27-6-2012.) “União Geral dos Trabalhadores (UGT). (...) Mantida a decisão dereconhecimento da inaptidão da agravante para instaurar controle abstratode normas, visto não se amoldar à hipótese de legitimação prevista no art.103, IX, ‘parte inicial’, da CF. Muito embora ocorrido o reconhecimento formaldas centrais sindicais com a edição da Lei 11.648/2008, a norma não teve ocondão de equipará-las às confederações, de modo a sobrelevá-las a umpatamar hierárquico superior na estrutura sindical. Ao contrário, criou-se ummodelo paralelo de representação, figurando as centrais sindicais como

patrocinadoras dos interesses gerais dos trabalhadores, e permanecendo asconfederações como mandatárias máximas de uma determinada categoriaprofissional ou econômica.” (ADI 4.224-AgR, Rel. Min. Dias Toffoli, julgamento em 1º-8-2011, Plenário, DJE de 8-9-2011.) “A Associação Nacional dos Magistrados Estaduais (ANAMAGES) não temlegitimidade para propor ação direta de inconstitucionalidade contra normade interesse de toda a magistratura. É legítima, todavia, para a propositura deação direta contra norma de interesse da magistratura de determinadoEstado-membro da Federação.” (ADI 4.462-MC, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgamento em 29-6-2011, Plenário, DJE de 16-11-2011.)

“O fato de a associação requerente congregar diversos segmentos existentesno mercado não a descredencia para a propositura da ação direta deinconstitucionalidade – evolução da jurisprudência. (...) Surge a pertinênciatemática, presente ajuizamento de ação direta de inconstitucionalidade porassociação, quando esta congrega setor econômico que é alcançado, emtermos de tributo, pela norma atacada.” (ADI 3.413, Rel. Min. MarcoAurélio, julgamento em 1º-6-2011, Plenário, DJE de 1º-8-2011.) “Caracterização da Abimaq como entidade de classe de âmbito nacional. Onovo estatuto social prevê que a associação é composta apenas por entidadessingulares de natureza empresarial, com classe econômica bem definida, nãomais restando caracterizada a heterogeneidade de sua composição, queimpedira o conhecimento da ADI 1.804/RS. Prova, nos autos, da composição

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associativa ampla, estando presente a associação em mais de nove Estadosda federação. Cumprimento da exigência da pertinência temática, ante aexistência de correlação entre o objeto do pedido de declaração deinconstitucionalidade e os objetivos institucionais da associação.” (ADI 3.702,Rel. Min. Dias Toffoli, julgamento em 1º-6-2011, Plenário, DJE de 30-8-2011.)

 “Carece de legitimação para propor ação direta de inconstitucionalidade, aentidade de classe que, embora de âmbito estatutário nacional, não tenharepresentação em, pelo menos, nove Estados da federação, nem representetoda a categorial profissional, cujos interesses pretenda tutelar.” (ADI 3.617-AgR, Rel. Min. Cezar Peluso, julgamento em 25-5-2011, Plenário, DJE de 1º-7-2011.) No mesmo sentido: ADI 4.230-AgR, Rel. Min. Dias Toffoli, julgamento em 1º-8-2011, Plenário, DJE de 14-9-2011. “A Associação dos Delegados de Polícia do Brasil tem legitimidade para apropositura da ação direta, pois constitui entidade de classe de âmbitonacional, congregadora de ‘todos os delegados de polícia de carreira do país,para defesa de suas prerrogativas, direitos e interesses’ (inciso IX do art. 103da CF).” (ADI 3.288, Rel. Min. Ayres Britto, julgamento em 13-10-2010,Plenário, DJE de 24-2-2011.) No mesmo sentido: ADI 3.469, Rel. Min.Gilmar Mendes, julgamento em 16-9-2010, Plenário, DJE de 28-2-2011.Vide: ADI 3.153-AgR, Rel. Min. Sepúlveda Pertence, julgamento em 12-8-2004, Plenário, DJ de 9-9-2005. “(...) o âmbito temático da presente arguição de descumprimento de preceitofundamental, que impugna – além da ‘interpretação judicial dada pelo TSE ao

texto do § 9º do art. 14 da CF, com a redação dada pela EC deRevisão 4/1994’ (...) – também a LC 64/1990, especificamente no ponto emque esta exige, para efeito de reconhecimento de inelegibilidade, trânsito em julgado para determinadas decisões (art. 1º, I, d, e e h, e art. 15), ou, então,que acolhe ressalva alegadamente descaracterizadora da situação deinelegibilidade a que se refere o art. 1º, I, g, dessa mesma LC 64/1990 (...).Reconheço, preliminarmente, legitimidade ativa ad causam da entidade declasse ora arguente, considerado o que estabelece o art. 2º, I, da Lei9.882/1999, c/c o art. 103, IX, da CF. Com efeito, esta Suprema Corte járeconheceu que a Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB) dispõe dequalidade para agir em sede jurisdicional concentrada (RTJ 161/3 – RTJ

199/427-429). Cabe registrar, ainda, que a AMB satisfaz, plenamente, aexigência jurisprudencial concernente à pertinência temática, consideradas,de um lado, as finalidades institucionais dessa entidade de classe de âmbitonacional e, de outro, o próprio conteúdo material da postulação por eladeduzida.” (ADPF 144, voto do Rel. Min. Celso de Mello, julgamento em 6-8-2008, Plenário, DJE de 26-2-2010.)"Ação direta de inconstitucionalidade: legitimidade ativa: ‘entidade de classede âmbito nacional’ (art. 103, IX, CF): compreensão da ‘associação deassociações’ de classe. Ao julgar, a ADI 3.153-AgR, 12-8-2004, Pertence,Informativo STF 356, o Plenário do Supremo Tribunal abandonou oentendimento que excluía as entidades de classe de segundo grau – aschamadas ‘associações de associações’ – do rol dos legitimados à ação direta.Ação direta de inconstitucionalidade: pertinência temática. Presença da

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relação de pertinência temática, pois o pagamento da contribuição criadapela norma impugnada incide sobre as empresas cujos interesses, a teor doseu ato constitutivo, a requerente se destina a defender." (ADI 15, Rel. Min.Sepúlveda Pertence, julgamento em 14-6-2007, Plenário, DJ de 31-8-2007.) 

"Ilegitimidade ativa da autora, entidade que não reúne a qualificaçãoconstitucional prevista no art. 103, IX, da CF. A heterogeneidade dacomposição da autora, conforme expressa disposição estatutária,descaracteriza a condição de representatividade de classe de âmbitonacional: Precedentes do STF." (ADI 3.381, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgamento em 6-6-2007, Plenário, DJ de 29-6-2007.) No mesmosentido: ADI 3.805-AgR, Rel. Min. Eros Grau, julgamento em 22-4-2009,Plenário, DJE de 14-8-2009. "A Associação-Embargante apresenta, após o julgamento da ação direta deinconstitucionalidade que dela não conheceu em face de sua ilegitimidadeativa, seu novo Estatuto Social para, diante da nova composição de seuquadro associativo, superar a ilegitimidade originária. Impossibilidade de seapreciar a alegada legitimidade em razão de sua nova configuração emmomento posterior ao julgamento da presente ação direta deinconstitucionalidade." (ADI 1.336-ED-ED, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgamento em 9-8-2006, Plenário, DJ de 18-5-2007.) “O Tribunal iniciou julgamento de duas ações diretas de inconstitucionalidadeparcial omissiva e positiva ajuizadas pela Confederação Nacional dasProfissões Liberais (CNPL) e pelo Conselho Federal da OAB contra dispositivos

da Lei 9.868/1999, que dispõe sobre o processo e julgamento da ação diretade inconstitucionalidade e da ação declaratória de constitucionalidadeperante o STF. Preliminarmente, o Tribunal rejeitou a alegação deilegitimidade ativa da CNPL, por entender que a legitimação em tese para aação direta conferida às confederações sindicais e entidades nacionais declasse, na medida em que as inclui no rol dos sujeitos do processo de controleabstrato de constitucionalidade, constitui prerrogativa, cujo exercício e cujadefesa se inserem, por si mesmos, no âmbito dos fins institucionais dacorporação, não havendo, assim, como negar a relação de pertinência entreestes fins e o questionamento da higidez constitucional da lei que dispõesobre o processo de ação direta e, por conseguinte, o exercício da

prerrogativa constitucional de sua instauração. (ADI 2.154 e ADI 2.258, Rel.Min. Sepúlveda Pertence, julgamento em 14-2-2007, Plenário, Informativo 456.) "Ação direta de inconstitucionalidade: legitimidade ativa: ‘entidade de classede âmbito nacional’ (art. 103, IX, CF): Associação Nacional dos Membros doMinistério Público (CONAMP). Ao julgar, a ADI 3.153-AgR, 12-8-2004, Pertence,Informativo STF 356, o Plenário do Supremo Tribunal abandonou oentendimento que excluía as entidades de classe de segundo grau – aschamadas ‘associações de associações’ – do rol dos legitimados à ação direta.De qualquer sorte, no novo estatuto da Conamp – agora Associação Nacionaldos Membros do Ministério Público – a qualidade de ‘associados efetivos’ ficouadstrita às pessoas físicas integrantes da categoria, – o que bastaria a

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satisfazer a antiga jurisprudência restritiva. Ação direta deinconstitucionalidade: pertinência temática. Presença da relação depertinência temática entre a finalidade institucional da entidade requerente ea questão constitucional objeto da ação direta, que diz com a demarcaçãoentre as atribuições de segmentos do MPU – o Federal e o do Distrito Federal."

(ADI 2.794, Rel. Min. Sepúlveda Pertence, julgamento em 14-12-2006,Plenário, DJ de 30-3-2007.) "Ação direta de inconstitucionalidade. Confederação dos Servidores Públicosdo Brasil (CSPB). Ausência de legitimidade ativa ad causam por falta depertinência temática. Insuficiência, para tal efeito, da mera existência deinteresse de caráter econômico-financeiro. Hipótese de incognoscibilidade.Ação direta não conhecida." (ADI 1.157-MC, Rel. Min. Celso de Mello, julgamento em 1º-12-1994, Plenário, DJ de 17-11-2006.) “Patente a legitimidade da Associação dos Magistrados do Brasil (AMB) parapropor ação declaratória de constitucionalidade. Primeiro, por se tratar deentidade de classe de âmbito nacional. Segundo, porque evidenciado oestreito vínculo objetivo entre as finalidades institucionais da proponente e oconteúdo do ato normativo por ela defendido (inciso IX do art. 103 da CF, comredação dada pela EC 45/2004.)” (ADC 12-MC, Rel. Min. Ayres Britto, julgamento em 16-2-2006, Plenário, DJ de 1º-9-2006.) No mesmo sentido:ADI 1.578, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgamento em 4-3-2009, Plenário, DJEde 3-4-2009. “A Associação Nacional dos Defensores Públicos (ANADEP) dispõe de

legitimidade ativa ad causam para fazer instaurar processo de controlenormativo abstrato em face de atos estatais, como a legislação pertinente àDefensoria Pública, cujo conteúdo guarde relação de pertinência temáticacom as finalidades institucionais dessa entidade de classe de âmbitonacional.” (ADI 2.903, Rel. Min. Celso de Mello, julgamento em 1º-12-2005,Plenário, DJE de 19-9-2008.) "A agravante busca demonstrar sua legitimidade ativa mesclandoindevidamente duas das hipóteses de legitimação previstas no art. 103 da CF.Porém, sua inequívoca natureza sindical a exclui, peremptoriamente, dasdemais categorias de associação de âmbito nacional. Precedentes: ADI 920-

MC, Rel. Min. Francisco Rezek, DJ de 11-4-1997, ADI 1.149-AgR, Rel. Min. IlmarGalvão, DJ de 6-10-1995, ADI 275, Rel. Min. Moreira Alves, DJ de 22-2-1991 eADI 378, Rel. Min. Sydney Sanches, DJ de 19-2-1993. Não se tratando deconfederação sindical organizada na forma da lei, mas de entidade sindical desegundo grau (federação), mostra-se irrelevante a maior ou menorrepresentatividade territorial no que toca ao atendimento da exigênciacontida na primeira parte do art. 103, IX, da Carta Magna. Precedentes: ADI 1.562-QO, Rel. Min. Moreira Alves, DJ de 9-5-1997, ADI 1.343-MC, Rel. Min.Ilmar Galvão, DJ de 6-10-1995, ADI 3.195, Rel. Min. Celso de Mello, DJ de 19-5-2004, ADI 2.973, Rel. Min. Joaquim Barbosa, DJ de 24-10-2003 e ADI 2.991,Rel. Min. Gilmar Mendes, DJ de 14-10-2003." (ADI 3.506-AgR, Rel. Min. EllenGracie, julgamento em 8-9-2005, Plenário, DJ de 30-9-2005.) No mesmo

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sentido: ADI 4.361-AgR, Rel. Min. Luiz Fux, julgamento em 1º-12-2011,Plenário, DJE de 1º-2-2012. “Ação direta de inconstitucionalidade. Ausência de legitimidade ativa deCentral Sindical (CUT).” (ADI 1.442, Rel. Min. Celso de Mello, julgamento

em 3-11-2004, Plenário, DJ de 29-4-2005.) “Ação direta de inconstitucionalidade. Ilegitimidade ativa. Tendo em vistaque o teor original do art. 241 da Constituição – no qual precipuamente sebaseou esta Corte para considerar que os delegados de polícia constituíamuma classe para o efeito de propositura de ação direta deinconstitucionalidade – foi substituído, por força da EC 19/1998, por outro quetrata de matéria completamente diversa, não mais há apoio constitucionalpara que essa categoria de servidores públicos possa ser considerada classepara o efeito referido.” (ADI 1.869-MC, Rel. p/ o ac. Min. Moreira Alves, julgamento em 2-9-1998, Plenário, DJ de 31-10-2003.)“A associação de classe, de âmbito nacional, há de comprovar a pertinênciatemática, ou seja, o interesse considerado o respectivo estatuto e a normaque se pretenda fulminada.” (ADI 1.873, Rel. Min. Marco Aurélio, julgamento em 2-9-1998, Plenário, DJ de 19-9-2003.) “Transformação de cargos de assistente jurídico da AGU em advogado daunião. (...) Preliminar de ilegitimidade ativa ad causam afastada por tratar-sea Associação requerente de uma entidade representativa de uma categoriacujas atribuições receberam um tratamento constitucional específico,elevadas à qualidade de essenciais à Justiça.” (ADI 2.713, Rel. Min. Ellen

Gracie, julgamento em 18-12-2002, Plenário, DJ de 7-3-2003.) “Central Única dos Trabalhadores (CUT). Falta de legitimação ativa. Sendoque a autora constituída por pessoas jurídicas de natureza vária, e querepresentam categorias profissionais diversas, não se enquadra ela naexpressão – entidade de classe de âmbito nacional –, a que alude o art. 103da Constituição, contrapondo-se às confederações sindicais, porquanto não éuma entidade que congregue os integrantes de uma determinada atividadeou categoria profissional ou econômica, e que, portanto, represente, emâmbito nacional, uma classe. Por outro lado, não é a autora – e nem elaprópria se enquadra nesta qualificação – uma confederação sindical, tipo de

associação sindical de grau superior devidamente previsto em lei (CLT arts.533 e 535), o qual ocupa o cimo da hierarquia de nossa estrutura sindical e aoqual inequivocamente alude a primeira parte do inciso IX do art. 103 daConstituição.” (ADI 271-MC, Rel. Min. Moreira Alves, julgamento em 24-9-1992, Plenário, DJ de 6-9-2001.) No mesmo sentido: ADI 1.442, Rel. Min.Celso de Mello, julgamento em 3-11-2004, Plenário, DJ de 29-4-2005. "Ação direta de inconstitucionalidade. Legitimidade ativa ad causam.CF/1988, art. 103. Rol taxativo. Entidade de classe. Representaçãoinstitucional de mera fração de determinada categoria funcional.Descaracterização da autora como entidade de classe. Ação direta nãoconhecida. (...) A CR, ao disciplinar o tema concernente a quem pode ativar,mediante ação direta, a jurisdição constitucional concentrada do STF,

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ampliou, significativamente, o rol – sempre taxativo – dos que dispõem datitularidade de agir em sede de controle normativo abstrato. Não sequalificam como entidades de classe, para fins de ajuizamento de ação diretade inconstitucionalidade, aquelas que são constituídas por mera fração dedeterminada categoria funcional. Precedentes." (ADI 1.875-AgR, Rel. Min.

Celso de Mello, julgamento em 20-6-2001, Plenário, DJE de 12-12-2008.) Nomesmo sentido: ADI 4.473-AgR, rel. min. Dias Toffoli, julgamento em 20-6-2012, Plenário, DJE de 1º-8-2012; ADI 1.788, rel. p/ o ac. min. Nelson

 Jobim, julgamento em 5-3-1998, Plenário, DJ de 17-3-2006; ADI 846-MC,Rel. Min. Moreira Alves, julgamento em 8-9-1993, Plenário, DJ de 17-12-1993. “Cumpre reconhecer, desde logo, que a presente ação direta foi ajuizadapela Confederação Nacional do Transporte e pela Confederação Nacional daIndústria, que constituem entidades sindicais de grau superior, com regularexistência jurídica desde 1954 (CNT) e 1938 (CNI), respectivamente,satisfazendo, em consequência, a regra inscrita no art. 103, IX, da CartaPolítica, que atribui legitimidade ativa às confederações sindicais para ainstauração do controle abstrato de constitucionalidade.” (ADI 1.480-MC,Rel. Min. Celso de Mello, julgamento em 4-9-1997, Plenário, DJ de 18-5-2001.)“A jurisprudência desta Corte se firmou no sentido de que as denominadas‘associações de associações’ não constituem entidade de classe, não tendo,assim, legitimidade para propor ação direta de inconstitucionalidade.Precedentes do STF. Falta a Adepol, em face dessa orientação, a legitimidadeativa ad causam, porque, além de ser ela uma associação de associações,

admitem seus estatutos como sócios beneméritos ou honorários pessoasfísicas ou jurídicas absolutamente estranhas à categoria funcional, desde quelhe façam doações ou lhe prestem relevantes serviços.” (ADI 23, Rel. Min.Moreira Alves, julgamento em 2-4-1998, Plenário, DJ de 18-5-2001.) Emsentido contrário: ADI 3.153-AgR, Rel. Min. Sepúlveda Pertence, julgamento em 12-8-2004, Plenário, DJ de 9-9-2005. Vide: ADI 3.288, Rel.Min. Ayres Britto, julgamento em 13-10-2010, Plenário, DJE de 24-2-2011. “O STF, em inúmeros julgamentos, tem entendido que apenas asconfederações sindicais têm legitimidade ativa para requerer ação direta deinconstitucionalidade (CF, art. 103, IX), excluídas as federações sindicais e os

sindicatos nacionais.” (ADI 1.599-MC, Rel. Min. Maurício Corrêa, julgamento em 26-2-1998, Plenário, DJ de 18-5-2001.) No mesmo sentido:ADI 4.361-AgR, Rel. Min. Luiz Fux, julgamento em 1º-12-2011, Plenário, DJEde 1º-2-2012. “Ausência de comprovação do registro do estatuto como entidade sindicalsuperior no Ministério do Trabalho, em data posterior à alteração dosestatutos, conforme determinado por despacho. Ação direta deinconstitucionalidade não conhecida por ausência de legitimidade ativa adcausam da entidade autora.” (ADI 1.565, Rel. Min. Néri da Silveira, julgamento em 23-10-1997, Plenário, DJ de 17-12-1999.) No mesmosentido: ADI 3.805-AgR, Rel. Min. Eros Grau, julgamento em 22-4-2009,Plenário, DJE de 14-8-2009.

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 “A legitimidade ativa da confederação sindical, entidade de classe de âmbitonacional, Mesas das Assembleias Legislativas e governadores, para a açãodireta de inconstitucionalidade, vincula-se ao objeto da ação, pelo que devehaver pertinência da norma impugnada com os objetivos do autor da ação.

Precedentes do STF: ADI 305/RN (RTJ 153/428); ADI 1.151/MG (DJ de 19-5-1995); ADI 1.096/RS (Lex-JSTF , 211/54); ADI 1.519/AL, julgamento em 6-11-1996; ADI 1.464/RJ, DJ de 13-12-1996. Inocorrência, no caso, de pertinênciadas normas impugnadas com os objetivos da entidade de classe autora daação direta).” (ADI 1.507-MC-AgR, Rel. Min. Carlos Velloso, julgamento em3-2-1997, Plenário, DJ de 6-6-1997.) "Recentemente, em 31-8-1994, o Plenário desta Corte, ao julgar pedido deliminar, na ADI 1.114 (Rel. Min. Ilmar Galvão) proposta pela mesmaConfederação Nacional dos Trabalhadores Metalúrgicos (CNTM), em que estaarguia a inconstitucionalidade do art. 21 da Lei 8.906/1994 (Art. 21 – ‘Nascausas em que for parte o empregador, ou pessoa por este representada, oshonorários de sucumbência são devidos aos advogados empregados’), nãoconheceu da ação, por entender que não ocorria o requisito da pertinênciaobjetiva, uma vez que a circunstância de a referida Confederação contareventualmente com advogados em seus quadros não satisfaz esse critério dapertinência – que se traduz, quando o legitimado ativo e ConfederaçãoSindical ou entidade de classe de âmbito nacional, na adequação temáticaentre as suas finalidades estatutárias e o conteúdo da norma impugnada –,revelando apenas a existência de eventual interesse processual de agir, deíndole subjetiva, que não se coaduna com a natureza objetiva do controle

abstrato." (ADI 1.123-MC, Rel. Min. Moreira Alves, julgamento em 1º-2-1995, Plenário, DJ de 17-3-1995.) No mesmo sentido: ADI 1.194, Rel. p/ oac. Min. Cármen Lúcia, julgamento em 20-5-2009, Plenário, DJE de 11-9-2009; ADI 1.873, Rel. Min. Marco Aurélio, julgamento em 2-9-1998,Plenário, DJ de 19-9-2003; ADI 1.114-MC, Rel. Min. Ilmar Galvão, julgamento em 31-8-1994, Plenário, DJ de 30-9-1994.“Legitimidade ativa, ad processum e ad causam. Confederação Democráticados Trabalhadores do Serviço Público Federal (CONDSEF). Não tendo a autoraregularizado sua representação no processo, não pode ser conhecida a açãoque propôs. Mesmo que superada essa questão, faltaria à proponentelegitimidade ativa ad causam, por não ser confederação sindical, mas, sim,

entidade civil, que não pode ser considerada entidade de classe, para osefeitos do art. 103, IX, da CF, por não ter como associados os própriosservidores públicos federais, mas, sim, as pessoas jurídicas que osrepresentam, correspondendo, pois, a uma ‘associação de associações’.” (ADI 914-MC, Rel. Min. Sydney Sanches, julgamento em 12-11-1993, Plenário, DJde 11-3-1994.)

“Preliminarmente, não tenho como legitimadas à ação as Federaçõessindicais autoras (Federação Nacional dos Estivadores, Federação Nacional doConferentes e Consertadores de Carga e Descarga Vigias Portuários – Trabalhadores de Bloco e Arrumadores, e Federação dos Portuários). Cuida-sede entidades sindicais que não atendem ao requisito do inciso IX do art. 103da Constituição, porque seu nível não é de confederação sindical. São

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entidades sindicais de segundo grau. Nesse sentido, as decisões do Plenáriona ADI 433/DF, ADI 853-6/DF e ADI 868-4/DF.” (ADI 929-MC, voto do Rel. Min.Néri da Silveira, julgamento em 13-10-1993, Plenário, DJ de 20-6-1997.) Nomesmo sentido: ADI 4.224-AgR, Rel. Min. Dias Toffoli, julgamento em 1º-8-2011, Plenário, DJE de 8-9-2011.

“Legitimidade ativa. Confederação Sindical. Confederação Geral dos Trabalhadores (GGT). Art. 103, IX, da CF. A CGT, embora se autodenomineConfederação Geral dos Trabalhadores, não é, propriamente, umaconfederação sindical, pois não congrega federações de sindicatos querepresentem a maioria absoluta de um grupo de atividades ou profissõesidênticas, similares ou conexas.” (ADI 928-MC, Rel. Min. Sydney Sanches, julgamento em 1º-9-1993, Plenário, DJ de 8-10-1993.)

“Legitimação: entidade nacional de classe: conceito. Não constitui entidadede classe, para legitimar-se a ação direta de inconstitucionalidade (CF, art.103, IX), associação civil (Associação Brasileira de Defesa do Cidadão), votadaà finalidade altruísta de promoção e defesa de aspirações cívicas de toda acidadania.” (ADI 61, Rel. Min. Sepúlveda Pertence, julgamento em 29-8-1990, Plenário, DJ de 28-9-1990.)§ 1º - O Procurador-Geral da República deverá ser previamente ouvido nasações de inconstitucionalidade e em todos os processos de competência doSupremo Tribunal Federal.

“O Supremo Tribunal reconheceu a legitimidade ativa autônoma do Ministério

Público estadual para ajuizar reclamação no Supremo Tribunal, sem que seexija a ratificação da inicial pelo PGR.” (Rcl 7.101, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgamento em 24-2-2011, Plenário, DJE de 9-8-2011.) No mesmo sentido:Rcl 7.358, Rel. Min. Ellen Gracie, julgamento em 24-2-2011, Plenário, DJE de3-6-2011. Em sentido contrário: Rcl 6.541 e Rcl 6.856, Rel. Min. EllenGracie, julgamento em 25-6-2009, Plenário, DJE de 4-9-2009.

"(...) entendo que o Ministério Público do Estado (...) não possui legitimidadepara propor originariamente Reclamação perante esta Corte, eis que‘incumbe ao PGR exercer as funções do Ministério Público junto ao STF, nostermos do art. 46 da LC 75/1993’ (Rcl 4.453-MC-AgR-AgR/SE, de minha

relatoria, DJE 059, de 26-3-2009). Entretanto, a ilegitimidade ativa foicorrigida pelo PGR que ratificou a petição inicial e assumiu a iniciativa dademanda." (Rcl 6.541 e Rcl 6.856, Rel. Min. Ellen Gracie, julgamento em25-6-2009, Plenário, DJE de 4-9-2009.) Em sentido contrário: Rcl 7.101,Rel. Min. Cármen Lúcia, julgamento em 24-2-2011, Plenário, DJE de 9-8-2011. "Ausência de legitimidade do MPT para atuar perante a Suprema Corte.Atribuição privativa do PGR. (...) Incumbe ao PGR exercer as funções doMinistério Público junto ao STF, nos termos do art. 46 da LC 75/1993.Existência de precedentes do Tribunal em casos análogos. O exercício dasatribuições do MPT se circunscreve aos órgãos da Justiça do Trabalho,consoante se infere dos arts. 83, 90, 107 e 110 da LC 75/1993. Agravo

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regimental interposto pelo MPT contra decisão proferida em reclamaçãoajuizada nesta Casa. Processo que não está sujeito à competência da Justiçado Trabalho, mas sim do próprio STF, motivo por que não pode o MPT neleatuar, sob pena de usurpação de atribuição conferida privativamente aoPGR.” (Rcl 4.453-MC-AgR-AgR e Rcl 4.801-MC-AgR, Rel. Min. Ellen

Gracie, julgamento em 4-3-2009, Plenário, DJE de 27-3-2009.) No mesmosentido: Rcl 7.318-AgR, rel. min. Dias Toffoli, julgamento em 23-5-2012,Plenário, DJE de 26-10-2012; Rcl 6.239-AgR-AgR, Rel. p/ o ac. Min. RosaWeber, julgamento em 23-5-2012, Plenário, Informativo 667 ; Rcl 4.980-MC-AgR, Rel. Min. Cezar Peluso, julgamento em 17-2-2010, Plenário, DJE de 9-4-2010; Rcl 5.543-AgR, Rcl 4.931-AgR, Rcl 5.079-AgR e Rcl 5.304-ED, Rel.Min. Celso de Mello, julgamento em 23-9-2009, Plenário, DJE de 23-10-2009;Rcl 6.482-MC-AgR-AgR, Rel. Min. Eros Grau, julgamento em 23-9-2009,Plenário, DJE de 16-10-2009; Rcl 5.381-ED, Rel. Min. Ayres Britto, julgamento em 20-5-2009, Plenário, DJE de 21-8-2009; Rcl 4.091-AgR, Rcl 4.592-AgR, Rcl 4.787-AgR, Rcl 4.924-AgR, Rcl 4.989-AgR e Rcl 7.931-AgR, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgamento em 3-6-2009, Plenário, DJE de 4-9-2009. Vide: Rcl 6.541 e Rcl 6.856, Rel. Min. Ellen Gracie, julgamento em25-6-2009, Plenário, DJE de 4-9-2009. “PGR. Audição. O preceito inserto no § 1º do art. 103 da CF há de merecerinterpretação teleológica. Visa ao conhecimento da matéria pelo MinistérioPúblico, não implicando, necessariamente, seja-lhe enviado automaticamentetodo e qualquer processo. O pronunciamento do órgão pode ocorrer naassentada em que apreciado o recurso. Precedente: RE 177.137 -2/RS,relatado pelo Ministro Carlos Velloso perante o Pleno, em 24-5-1995.” (AI 

158.725-AgR-ED, Rel. Min. Marco Aurélio, julgamento em 18-12-1995, Segunda Turma, DJ de 8-3-1996.) 

“(...) o Tribunal decidiu, por unanimidade, que nos julgamentos das açõesdiretas de inconstitucionalidade não está impedido o Ministro que na condiçãode Ministro de Estado, haja referendado a lei ou o ato normativo objeto daação. Também por unanimidade o Tribunal decidiu que está impedido nasações diretas de inconstitucionalidade o Ministro que, na condição de PGR,haja recusado representação para ajuizar ação direta deinconstitucionalidade.” (ADI 55-MC-QO, Rel. Min. Octavio Gallotti,

 julgamento em 31-5-1989, Plenário, DJ de 16-3-1990.) § 2º - Declarada a inconstitucionalidade por omissão de medida para tornarefetiva norma constitucional, será dada ciência ao Poder competente para aadoção das providências necessárias e, em se tratando de órgãoadministrativo, para fazê-lo em trinta dias.

“Legitimidade ativa para a propositura da ação direta deinconstitucionalidade por omissão. A presente ação direta deinconstitucionalidade por omissão foi proposta pela Assembleia Legislativa doEstado de Mato Grosso, em face da suposta inatividade do legislador quantoao dever de elaborar a lei complementar federal a que alude o art. 18, § 4º,da CR. A primeira questão que deve ser analisada diz respeito à legitimidade

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ativa da requerente para a propositura da ação, a qual foi contestada pelasinformações prestadas pelo presidente da República e pelo CongressoNacional (...). Todos hão de concordar que, no tocante à ação direta deinconstitucionalidade por omissão, a fórmula escolhida pelo constituinte, já doponto de vista estritamente formal, não se afigura isenta de críticas. O art.

102 da Constituição, que contém o elenco das competências do STF, nãocontempla a ação direta por omissão, limitando-se a mencionar a ação diretade inconstitucionalidade de lei ou ato normativo federal ou estadual e a açãodeclaratória de constitucionalidade de lei ou ato normativo federal (art. 102, I,a, com redação da EC 3/1993). No art. 103, caput , fixam-se os entes ouórgãos legitimados a propor a ação direta de inconstitucionalidade. Pareceevidente que essa disposição refere-se à ação direta de inconstitucionalidadede lei ou ato normativo estadual ou federal, prevista no art. 102, I, a, jámencionado. Se tivermos o cuidado de investigar o direito comparado,haveremos de perceber que o constituinte português de 1976 tratou de formadiversa os processos de controle abstrato da ação e da omissão, também noque concerne ao direito de propositura. Enquanto o processo de controleabstrato de normas pode ser instaurado mediante requerimento dopresidente da República, do presidente da Assembleia, do primeiro-ministro,do provedor da República, de um décimo dos deputados à Assembleia daRepública (art. 201, 1, a), o processo de controle abstrato de omissão,propriamente dito, somente pode ser instaurado a requerimento dopresidente da República e do provedor de Justiça (art. 283). Ressalte-se que aafirmação segundo a qual os órgãos e entes legitimados para propor a açãodireta de inconstitucionalidade de lei ou ato normativo, nos termos do art.103, caput, estariam igualmente legitimados a propor a ação direta de

inconstitucionalidade por omissão prepara algumas dificuldades. Deve-senotar que, naquele elenco, dispõem de direito de iniciativa legislativa, noplano federal, tanto o presidente da República como os integrantes da Mesado Senado Federal e da Mesa da Câmara dos Deputados (CF, art. 61). Assim,salvo nos casos de iniciativa privativa de órgãos de outros poderes, como é ocaso do STF em relação ao Estatuto da Magistratura (art. 93, caput , CF/1988),esses órgãos constitucionais não poderiam propor ação deinconstitucionalidade, porque, como responsáveis ou corresponsáveis peloeventual estado de inconstitucionalidade, seriam eles os destinatáriosprimeiros da ordem judicial de fazer, em caso de procedência da ação. Todavia, diante da indefinição existente, será inevitável, com base mesmo no

princípio de hermenêutica que recomenda a adoção da interpretação queassegure maior eficácia possível à norma constitucional, que os entes ouórgãos legitimados a propor a ação direta contra ato normativo – desde quesejam contempladas as peculiaridades e restrições mencionadas – possaminstaurar o controle abstrato da omissão. Não há como deixar de reconhecer,portanto, a legitimidade ativa da Assembleia Legislativa do Estado de MatoGrosso para propor a presente ação direta de inconstitucionalidade poromissão. Quanto às supostas irregularidades formais da representação daAssembleia apontadas pelas informações prestadas pelo presidente daRepública e pelo Congresso Nacional, ressalto trecho do cuidadoso parecerelaborado pelo PGR, Dr. Antonio Fernando Barros e Silva de Souza: ‘A alegadailegitimidade ativa do presidente da Assembleia Legislativa do Estado do MatoGrosso, decorrente de não haver nos autos deliberação da Mesa daquele

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colegiado dando-lhe poder para ajuizar a presente ação direta, bate-se com apresunção de legitimidade que acompanha a iniciativa. Entre forma esubstância, havemos de a esta preferir sempre que, na dúvida entre ambas,seja o meio adequado para atingir a finalidade do instituto jurídico. O princípioda supremacia da Constituição é o objetivo das ações de fiscalização abstrata

de constitucionalidade, havendo de nortear a exegese.’ De toda forma, apetição inicial está devidamente instruída com cópia do art. 24 daConstituição estadual, que, em seu § 1º, dispõe que ‘o Presidenterepresentará a Assembleia Legislativa em juízo e fora dele e presidirá assessões plenárias e as reuniões da Mesa do Colégio de Líderes’. Assim, não háóbices de ordem formal ao pleno conhecimento da presente ação direta deinconstitucionalidade por omissão. (...) Nos casos de omissão dos órgãosadministrativos que interfira na efetividade de norma constitucional,determinar-se-á que a administração empreenda as medidas necessárias aocumprimento da vontade constitucional, devendo verificar-se a execução daordem judicial no prazo de trinta dias. As formas expressas de decisão, sejano caso de omissão legislativa ou de omissão administrativa prevista no art.103, § 2º, da Constituição, parecem insuficientes para abarcar o complexofenômeno da omissão inconstitucional. No que concerne à omissãoadministrativa, deverá o órgão administrativo ser cientificado para atuarem trinta dias. Considerando o quadro diferenciado que envolve a omissão deato administrativo, afigura-se algo ilusório o prazo fixado. Se se tratar deedição de ato administrativo de caráter regulamentar, muito provavelmenteesse prazo há de revelar-se extremamente exíguo. Em outros casos, quedemandem realização de medidas administrativas concretas (construção deescolas, hospitais, presídios, adoção de determinadas políticas complexas,

etc.), esse prazo mostra-se ainda mais inadequado.” (ADI 3.682, voto doRel. Min. Gilmar Mendes, julgamento em 9-5-2007, Plenário, DJ de 6-9-2007.) "Ação direta de inconstitucionalidade por omissão. Inatividade do legisladorquanto ao dever de elaborar a lei complementar a que se refere o § 4º do art.18 da CF, na redação dada pela EC 15/1996. Ação julgada procedente. A EC15, que alterou a redação do § 4º do art. 18 da Constituição, foi publicada nodia 13-9-1996. Passados mais de dez anos, não foi editada a lei complementarfederal definidora do período dentro do qual poderão tramitar osprocedimentos tendentes à criação, incorporação, desmembramento e fusão

de municípios. Existência de notório lapso temporal a demonstrar ainatividade do legislador em relação ao cumprimento de inequívoco deverconstitucional de legislar, decorrente do comando do art. 18, § 4º, daConstituição. Apesar de existirem no Congresso Nacional diversos projetos delei apresentados visando à regulamentação do art. 18, § 4º, da Constituição, épossível constatar a omissão inconstitucional quanto à efetiva deliberação eaprovação da lei complementar em referência. As peculiaridades da atividadeparlamentar que afetam, inexoravelmente, o processo legislativo, não justificam uma conduta manifestamente negligente ou desidiosa das CasasLegislativas, conduta esta que pode pôr em risco a própria ordemconstitucional. A inertia deliberandi das Casas Legislativas pode ser objeto daação direta de inconstitucionalidade por omissão. A omissão legislativa emrelação à regulamentação do art. 18, § 4º, da Constituição, acabou dando

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ensejo à conformação e à consolidação de estados de inconstitucionalidadeque não podem ser ignorados pelo legislador na elaboração da leicomplementar federal. Ação julgada procedente para declarar o estado demora em que se encontra o Congresso Nacional, a fim de que, em prazorazoável de dezoito meses, adote ele todas as providências legislativas

necessárias ao cumprimento do dever constitucional imposto pelo art. 18, §4º, da Constituição, devendo ser contempladas as situações imperfeitasdecorrentes do estado de inconstitucionalidade gerado pela omissão. Não setrata de impor um prazo para a atuação legislativa do Congresso Nacional,mas apenas da fixação de um parâmetro temporal razoável, tendo em vista oprazo de 24 meses determinado pelo Tribunal nas ADI 2.240, 3.316, 3.489 e3.689 para que as leis estaduais que criam municípios ou alteram seus limitesterritoriais continuem vigendo, até que a lei complementar federal sejapromulgada contemplando as realidades desses municípios." (ADI 3.682, Rel.Min. Gilmar Mendes, julgamento em 9-5-2007, Plenário, DJ de 6-9-2007.) "Constitucional. Ação direta de inconstitucionalidade por omissão. Inciso II do§ 1º do art. 61, c/c inciso X do art. 37, todos da CF de 1988. Mora do chefe doPoder Executivo federal, que não chegou a se consumar. A ação direta deinconstitucionalidade foi proposta em 14-9-2004, quando ainda restavam trêsmeses para o presidente da República exercitar o seu poder-dever depropositura da lei de revisão geral (art. 1º da Lei federal 11.331/2001). Ação julgada improcedente, dado que prematuramente ajuizada." (ADI 3.303, Rel.Min. Ayres Britto, julgamento em 27-9-2006, Plenário, DJ de 16-3-2007.) "Não sendo possível, pela via do controle abstrato, obrigar o ente público a

tomar providências legislativas necessárias para prover omissão declaradainconstitucional – na espécie, o encaminhamento de projeto de lei de revisãogeral anual dos vencimentos dos servidores públicos –, com mais razão nãopoderia fazê-lo o Poder Judiciário, por via oblíqua, no controle concreto deconstitucionalidade, deferindo pedido de indenização para recompor perdassalariais em face da inflação." (RE 485.087-AgR, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgamento em 21-11-2006, Primeira Turma, DJ de 7-12-2006.) "Reclamação: ususrpação da competência do STF (CF, art. 102, I, 1): açãopopular que, pela causa de pedir e pelo pedido de provimento mandamentalformulado, configura hipótese reservada à ação direta de

inconstitucionalidade por omissâo de medidas administrativas, de privativacompetência originária do Supremo Tribunal: Procedência." (Rcl 1.017, Rel.Min. Sepúlveda Pertence, julgamento em 7-4-2005, Plenário, DJ de 3-6-2005. "Desrespeito à Constituição. Modalidades de comportamentosinconstitucionais do Poder Público. (...) Salário mínimo. Satisfação dasnecessidades vitais básicas. Garantia de preservação de seu poder aquisitivo.(...) Salário mínimo. Valor insuficiente. Situação de inconstitucionalidade poromissão parcial. (...) Inconstitucionalidade por omissão. Descabimento demedida cautelar. A jurisprudência do STF firmou-se no sentido de proclamarincabível a medida liminar nos casos de ação direta de inconstitucionalidadepor omissão (RTJ 133/569, Rel. Min. Marco Aurélio; ADI 267/DF, Rel. Min. Celso

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de Mello), eis que não se pode pretender que mero provimento cautelarantecipe efeitos positivos inalcançáveis pela própria decisão final emanada doSTF. A procedência da ação direta de inconstitucionalidade por omissão,importando em reconhecimento judicial do estado de inércia do Poder Público,confere ao STF, unicamente, o poder de cientificar o legislador inadimplente,

para que este adote as medidas necessárias à concretização do textoconstitucional. Não assiste ao STF, contudo, em face dos próprios limitesfixados pela Carta Política em tema de inconstitucionalidade por omissão (CF,art. 103, § 2º), a prerrogativa de expedir provimentos normativos com oobjetivo de suprir a inatividade do órgão legislativo inadimplente.Impossibilidade de conversão da ação direta de inconstitucionalidade, porviolação positiva da Constituição, em ação de inconstitucionalidade poromissão (violação negativa da Constituição)." (ADI 1.439-MC, Rel. Min.Celso de Mello, julgamento em 22-5-1996, Plenário, DJ de 30-5-2003.) “O desrespeito à Constituição tanto pode ocorrer mediante ação estatalquanto mediante inércia governamental. A situação de inconstitucionalidadepode derivar de um comportamento ativo do Poder Público, que age ou editanormas em desacordo com o que dispõe a Constituição, ofendendo-lhe,assim, os preceitos e os princípios que nela se acham consignados. Essaconduta estatal, que importa em um facere (atuação positiva), gera ainconstitucionalidade por ação. Se o Estado deixar de adotar as medidasnecessárias à realização concreta dos preceitos da Constituição, em ordem atorná-los efetivos, operantes e exequíveis, abstendo-se, em consequência, decumprir o dever de prestação que a Constituição lhe impôs, incidirá emviolação negativa do texto constitucional. Desse non facere ou non praestare,

resultará a inconstitucionalidade por omissão, que pode ser total, quando énenhuma a providência adotada, ou parcial, quando é insuficiente a medidaefetivada pelo Poder Público.” (ADI 1.458-MC, Rel. Min. Celso de Mello, julgamento em 23-5-1996, Plenário, DJ de 29-9-1996.) No mesmo sentido:ADI 1.439-MC, Rel. Min. Celso de Mello, julgamento em 22-5-1996,Plenário, DJ de 30-5-2003.

“Impossibilidade jurídica do pedido de conversão do mandado de injunçãoem ação direta de inconstitucionalidade por omissão.” (MI 395-QO, Rel. Min.Moreira Alves, julgamento em 27-5-2002, Plenário, DJ de 11-9-1992.) 

“Inconstitucionalidade por omissão. Bancada paulista na Câmara Federal.Elevação imediata para setenta deputados federais. Função do STF nocontrole concentrado de constitucionalidade. Sua atuação como legisladornegativo. CF (art. 45, § 1º). Regra que não é autoaplicável. Moraconstitucional. Impossibilidade de elevação automática da representaçãoparlamentar.” (ADI 267-MC, Rel. Min. Celso de Mello, julgamento em 25-10-1990, Plenário, DJ de 19-5-1995.)"A audiência do advogado-geral da União, prevista no art. 103, § 3º, da CF de

1988, é necessária na ação direta de inconstitucionalidade, em tese, denorma legal, ou ato normativo (já existentes), para se manifestar sobre o atoou texto impugnado. Não, porém, na ação direta de inconstitucionalidade, poromissão, prevista no § 2º do mesmo dispositivo, pois nesta se pressupõe,

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exatamente, a inexistência de norma ou ato normativo.” (ADI 23-QO, Rel.Min. Sydney Sanches, julgamento em 4-8-1989, Plenário, DJ de 1º-9-1989.) § 3º - Quando o Supremo Tribunal Federal apreciar a inconstitucionalidade,em tese, de norma legal ou ato normativo, citará, previamente, o Advogado-

Geral da União, que defenderá o ato ou texto impugnado.

“Consoante dispõe a norma imperativa do § 3º do art. 103 da CF, incumbe aoadvogado-geral da União a defesa do ato ou texto impugnado na ação diretade inconstitucionalidade, não lhe cabendo emissão de simples parecer, aponto de vir a concluir pela pecha de inconstitucionalidade.” (ADI 3.413, Rel.Min. Marco Aurélio, julgamento em 1º-6-2011, Plenário, DJE de 1º-8-2011.) "O munus a que se refere o imperativo constitucional (CF, art. 103, § 3º) deveser entendido com temperamentos. O advogado-geral da União não estáobrigado a defender tese jurídica se sobre ela esta Corte já fixouentendimento pela sua inconstitucionalidade.” (ADI 1.616, Rel. Min.Maurício Corrêa, julgamento em 24-5-2001, Plenário, DJ de 24-8-2001.) “Ação direta de inconstitucionalidade. Preliminar: exigência de defesa do atoou texto impugnado pelo advogado-geral da União. (...) A Constituição exigeque o advogado-geral da União, ou quem desempenha tais funções, faça adefesa do ato impugnado em ação direta de inconstitucionalidade.Inadmissibilidade de ataque à norma por quem está no exercício das funçõesprevistas no § 3º do art. 103.” (ADI 242, Rel. Min. Paulo Brossard, julgamento em 20-10-1994, Plenário, DJ de 23-3-2001.) No mesmo sentido:

ADI 3.522, Rel. Min. Marco Aurélio, julgamento em 20-10-1994, Plenário, DJde 12-5-2006. "A função processual do advogado-geral da União, nos processos de controlede constitucionalidade por via de ação, é eminentemente defensiva. Ocupa,dentro da estrutura formal desse processo objetivo, a posição de órgãoagente, posto que lhe não compete opinar e nem exercer a funçãofiscalizadora já atribuída ao PGR. Atuando como verdadeiro curador (defensor legis) das normas infraconstitucionais, inclusive daquelas de origem estadual,e velando pela preservação de sua presunção de constitucionalidade e de suaintegridade e validez jurídicas no âmbito do sistema de direito, positivo, não

cabe ao advogado-geral da União, em sede de controle normativo abstrato,ostentar posição processual contrária ao ato estatal impugnado, sob pena defrontal descumprimento do munus indisponível que lhe foi imposto pelaprópria CR." (ADI 1.254-AgR, Rel. Min. Celso de Mello, julgamento em 14-8-1996, Plenário, DJ de 19-9-1997.) No mesmo sentido: ADI 2.906, Rel. Min.Marco Aurélio, julgamento em 1º-6-2011, Plenário, DJE de 29-6-2011. 

“Finalmente, e para referir mais uma distinção que se registra entre ocontrole abstrato de inconstitucionalidade por ação e a fiscalizaçãoconcentrada de inconstitucionalidade por omissão, cabe asseverar que oadvogado-geral da União só deverá intervir, para a defesa objetiva do atonormativo impugnado, naqueles casos em que a ação direta houver sido

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ajuizada para impugnar determinado comportamento estatal positivo detransgressão ao texto da Constituição. Tratando-se, contudo, de ação diretamotivada por situação de inconstitucionalidade por omissão, nada pode justificar a intervenção processual do advogado-geral da União, a quem nãocabe justificar a inércia do Poder Público no adimplemento de uma

determinada prestação constitucional positiva.” (ADI 1.439-MC, voto do Rel.Min. Celso de Mello, julgamento em 22-5-1996, Plenário, DJ de 30-5-2003.)

“A audiência do advogado-geral da União, prevista no art. 103, § 3º, da CF de1988, é necessária na ação direta de inconstitucionalidade, em tese, denorma legal, ou ato normativo (já existentes), para se manifestar sobre o atoou texto impugnado – não, porém, na ação direta de inconstitucionalidade,por omissão, prevista no § 2º do mesmo dispositivo, pois nesta se pressupõe,exatamente, a inexistência de norma ou ato normativo.” (ADI 23-QO, Rel.Min. Sydney Sanches, julgamento em 9-8-1989, Plenário, DJ de 1º-9-1989.) § 4º - (Revogado).

Redação Anterior:§ 4.º A ação declaratória de constitucionalidade poderá ser proposta peloPresidente da República, pela Mesa do Senado Federal, pela Mesa da Câmarados Deputados ou pelo Procurador-Geral da República. (EC nº 03/93).