stálin e a revolução chinesa

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    Stlin e a Revoluo Chinesa

    Chen Po-Ta

    (Vice-Presidente do Departamento deInformaes do Comit Central do

    Partido Comunista Chins)

    Primeira Edio: ......Fonte: Problemas - Revista Mensal de Cultura Poltica n 23 - Dez de 1949.Transcrio e HTML: Fernando A. S. ArajoDireitos de Reproduo: A cpia ou distribuio deste documento livre e

    indefinidamente garantida nos termos da GNU Free Documentation License.

    I - A Ajuda Terica e Prtica de Stlin

    Por ocasio das solenidades realizadas em Ienan em comemorao do 60.

    aniversrio de Stlin, o camarada Mao Ts-Tung declarou:

    "Stlin o lder da revoluo mundial. Trata-se de uma questo de

    suma importncia. um grande acontecimento o fato de a humanidade

    possuir Stlin. Uma vez que o temos, as cousas podem marchar bem.Como vocs todos sabem, Marx j morreu e tambm Engels e Lnin.

    Se Stlin no existisse, quem haveria para nos orientar? Mas desde que

    o temos trata-se efetivamente de um acontecimento feliz.

    Atualmente existe no mundo uma Unio Sovitica, um Partido

    Comunista e um Stlin. Sendo assim, as questes mundiais podem

    marchar bem".

    O camarada Mao Ts-Tung fez ver aos camaradas do nosso Partido Comunista

    Chins:

    " nosso dever aplaudi-lo, apoi-lo e aprender com ele. Devemos

    aprender com ele em dois sentidos: a sua teoria e a sua obra".

    O camarada Mao Ts-Tung explicou os mritos de Stlin no desenvolvimento do

    marxismo-leninismo. Esclareceu que a direo de Stlin na ultimao da construo

    socialista na Unio Sovitica constitua "matria de monumental significao". Tornou

    claro que Stlin tem auxiliado a causa do povo chins tanto com a teoria quanto com a

    ajuda material. Declarou o camarada Mao Ts-Tung:

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    "No passado, o marxismo-leninismo deu uma direo terica

    revoluo mundial. Agora, alguma cousa mais foi acrescentada, isto ,

    uma ajuda material pode ser dada revoluo mundial. Este um

    grande mrito deStlin."

    Passaram-se mais dez anos e agora comemoramos o 70. aniversrio do

    camarada Stlin. Esta efemride tem lugar depois que a humanidade passou pelas

    lutas da segunda guerra mundial e os povos do mundo, liderados pela Unio Sovitica,

    derrotaram os trs Estados imperialistas fascistas, a Alemanha, a Itlia e o Japo.

    Ocorre aps o aparecimento no mundo de muitas novas Democracias Populares.

    Ocorre depois que o povo chins derrotou o imperialismo japons, prosseguindo na

    luta para desbaratar o governo contra-revolucionrio do Kuomintang e para expulsar

    as foras invasoras do imperialismo americano, do que resultou o estabelecimento da

    Repblica Popular da China. Ocorre na ocasio em que a Unio Sovitica se tornouincomparavelmente forte no mundo, enquanto que o sistema imperialista mundial,

    liderado pelo imperialismo americano, est cambaleante. A srie de grandes

    acontecimentos histricos dos ltimos dez anos no pode ser separada do nome

    de Stlin. Com maior razo, esses acontecimentos no podem ser separados da obra

    de Stlin ou da ajuda de Stlin aos povos de todos os pases. Os fatos histricos

    mundiais dos ltimos dez anos provaram mais uma vez que Stlinno somente a

    bandeira de vitria do povo sovitico, mas tambm da humanidade progressista de

    todo o mundo. Provaram tambm o que o camarada Mao Ts-Tung assinalou h dez

    anos:

    "Stlin o lder da revoluo mundial.

    Trata-se de uma questo de suma importncia. na realidade um grande

    acontecimento o fato de a humanidade possuirStlin. Uma vez que o temos, as cousas

    podem marchar bem". O fato de a humanidade possuir um Stlin " realmente um

    acontecimento feliz".

    O aniversrio de Stlin uma "data da humanidade" para todos os pases.

    Constitui uma felicidade para o povo chins a prpria possibilidade de celebrar,juntamente com o povo sovitico e toda a humanidade progressista, o 70. aniversrio

    natalcio da maior figura que a histria, contempornea nos apresenta, desse mestre

    de gnio, cujos conhecimentos so os mais universais e cujas realizaes tm sido as

    mais vastas para a causa da libertao da humanidade, desde Marx, Engels eLnin.

    Esta celebrao um brinde libertao dos povos e esperana e futuro da

    humanidade.

    Entretanto, ns, o povo chins, temos razes especiais para saudar Stlin. Essas

    razes so: a estreita afinidade deStlin com a revoluo chinesa: a sua preocupao

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    pelo destino do povo chins; e as suas grandes contribuies tericas s questes da

    revoluo chinesa.

    II - Confirmadas Todas as Previses de Stlin

    Na base de uma anlise concreta das condies reais da China, Stlin, este grande

    cientista do materialismo dialtico, o mestre da revoluo mundial, elabora, na poca

    da primeira Grande Revoluo da China, uma srie de questes concernentes

    revoluo chinesa, s quais ofereceu solues verdadeiramente brilhantes. Com sua

    contribuio, Stlin liquidou a absurda possibilidade de uma China dominada pelos

    contra-revolucionrios trotsquistas e ajudou o Partido Comunista Chins a tomar o

    caminho do bolchevismo. As muitas contribuies de Stlin sobre a China, durante

    esse perodo, so exemplos da integrao da teoria revolucionria com a prtica

    revolucionria; constituem uma parte importante do tesouro da teoria marxista-

    leninista que diz respeito ao destino da humanidade. Essas contribuies

    de Stlin eram corretas no somente naquela poca, mas tambm se revelaram

    totalmente justas pela prtica da revoluo chinesa durante estes tumultuosos vinte

    anos.

    Quando o esprito revolucionrio do povo chins pela primeira vez se

    revelava, Stlin j percebera que a revoluo chinesa continha uma fora ilimitada.

    Recentemente, por ocasio das solenidades' comemorativas da Revoluo de

    Outubro,Malenkov teve oportunidade de mencionar uma previso de Stlin, feita em

    1925:

    "As foras do movimento revolucionrio na China so ilimitadas. Ainda

    no se manifestaram devidamente. Mas ainda se manifestaro no

    futuro. Os governantes do Oriente e do Ocidente que no virem essas

    foras e no contarem com elas no necessrio grau, sofrero as

    consequncias disso"(1).

    Esta previso de Stlin estava baseada numa anlise, entre outras., das condies

    polticas e econmicas da China e na posio das foras componentes da sociedadechinesa. Baseava-se tambm na anlise, entre outras, das condies polticas e

    econmicas do mundo e na posio das vrias foras mundiais.

    Com relao China Stlin fez esta importante anlise, em novembro de 1926,

    quando escreveu sobre as perspectivas da revoluo chinesa:

    "O papel de iniciador e de dirigente da revoluo chinesa, o papel de

    dirigente do campesinato chins, caber inevitavelmente ao

    proletariado chins e ao seu partido".

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    Esta anlise de Stlin foi feita em relao fraqueza da burguesia nacional da

    China. Trata-se de uma anlise da maior importncia. Porque se o proletariado chins

    estava em condies de assumir a liderana da revoluo chinesa, ento os

    camponeses chineses e as demais camadas populares poderiam desenvolver em grau

    mximo a sua fora revolucionria sob a direo do proletariado chins. E uma vez queisto seja realizado pelo povo deste pas, que compreende quase um quarto da

    populao do globo, a face do mundo estar necessariamente mudada.

    No mbito mundial, evidente que Stlin se baseou na famosa lei descoberta

    por Lnin a respeito do desenvolvimento econmico e poltico desigual dos pases

    capitalistas e do aguamento excepcional de suas contradies na era do imperialismo.

    Partindo dessa lei, Stlin predisse que a revoluo chinesa tinha a possibilidade, em

    seguida Revoluo de Outubro na Rssia, de continuar a ruptura da frente

    imperialista no Oriente. Stlin baseou as suas concluses tambm na existncia daUnio Sovitica e no seu poder. Como assinalou na sua obra "Sobre as Perspectivas da

    Revoluo Chinesa":

    "Ao lado da China existe e se desenvolve a Unio Sovitica, cuja

    experincia revolucionria e ajuda no podem deixar de facilitar as

    lutas do proletariado chins contra o imperialismo e contra os restos

    feudais e medievais na China".

    Originando-se a sua previso de uma base cientfica slida, Stlin viu o carter

    extraordinariamente profundo da luta do povo chins. Por isso, em todas as etapas da

    revoluo chinesa e por maiores que fossem os obstculos opostos sua marcha,

    estava convencido de que a revoluo finalmente avanaria e obteria a vitria.

    Depois que Chiang Kai-Shek traiu a revoluo em 1927, Stlin refutou a absurda

    confuso que a camarilha trotsquistafazia da revoluo chinesa com a

    "forma kemalista da revoluo" da Turquia. Stlin analisou a diferena entre a China e

    a Turquia e sustentou que a possibilidade de uma "forma kemalista de revoluo" no

    existia na China. Disse Stlin:

    "Na China o imperialismo tem que derrotar o corpo vivo da China

    nacional, dilacerando-o em pequenos pedaos e desmembrando, pela

    fora, provncias inteiras afim de manter as suas velhas posies, ou

    pelo menos uma parte delas.

    "Da se conclui que, embora na Turquia a luta contra o imperialismo

    possa terminar com a inacabada revoluo anti-imperialista

    dos kemalistas, na China ela deve adotar um carter claramente

    nacional e popular e deve avanar por etapas at que atinja a condio

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    de uma luta desesperada contra o imperialismo, abalando os prprios

    alicerces do imperialismo atravs de todo o mundo"(2).

    Stlin assinalou ainda:

    "Na China, ou um Mussolini chins da categoria de um Chang Tso-Lin e

    de um Chang Tsung-Chang vencer e ser em seguida derrotado pelo

    surgimento da revoluo agrria, ou Wuhan lograr a vitria

    (Stlin refere-se aqui ao Wuhan do tempo em que era revolucionrio

    C.P.T.). Chiang Kai-Shek e sua camarilha, ao tentar encontrar uma

    terceira posio entre esses dois campos, inevitavelmente morder o

    p da derrota, participando da sorte de Chang Tso-Lin e Chang Tsung-

    Chang"(3).

    Quando Wang Ching-Wei, seguindo as pegadas de Chiang Kai-Shek, tambm traiu

    a revoluo, Stlin continuou a refutar a camarilha trotsquista que via nisso a derrota

    da revoluo chinesa. Afirmou ento que no havia qualquer possibilidade para a

    existncia do reformismo na China. Disse Stlin:

    "Entre os prprios militaristas, velhos e novos, a guerra est acesa e

    este fato no pode deixar de enfraquecer o poder da contra-revoluo,

    arruinar o campesinato e aumentar o seu descontentamento".

    "Na China no h ainda nenhum grupo ou governo capaz de executarreformas anlogas s que Stolypin ps em prtica e que sirvam como

    pra-raios classe dominante".

    "No fcil conter e suprimir os milhes de camponeses que tomaram

    posse das terras dos latifundirios".

    "O prestgio do proletariado entre as massas trabalhadoras aumenta dia

    a dia e a sua fora est longe de ser destruda"(4).

    O desenvolvimento dos acontecimentos a pedra de toque das previses.

    A partir de 1927, uma srie de acontecimentos ocorreu na China: Chiang Kai-

    Shek se tornou o Mussolini da China em substituio a Chang Tso-Lin e Chang Tsung-

    Chang; guerras de rapina tiveram lugar entre os novos e velhos senhores da guerra

    do Kuomintang; a revoluo agrria chinesa adquiriu um carter de franca luta

    armada; todas as tentativas de "reformismo" por parte do regime contra-

    revolucionrio do Kuomintang fracassaram redondamente; a China foi completamente

    saqueada, em primeiro lugar pelos imperialistas japoneses e depois pelos imperialistas

    americanos; o povo chins empreendeu uma luta de vida ou de morte contra os

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    imperialismos japons e americano; estas batalhas abalaram os alicerces do

    imperialismo em todo o mundo; Chiang Kai-Shek teve a mesma sorte de Chang Tso-Lin

    e Chang Tsung-Chang, tendo sido expulso da cena poltica contra-revolucionria. Esta

    srie de acontecimentos confirmou plenamente as previses feitas por Stlin h mais

    de 20 anos.

    As previses de Stlin infundiram coragem ao povo chins durante a sua luta

    nestes vinte anos tumultuosos. Demonstraram claramente que a cincia revolucionria

    uma forca irresistvel. Revelaram, ao mesmo tempo, a maneira vergonhosa pela qual

    os trotsquistas e todos os lacaios contra-revolucionrios apoiavam Chiang Kai-

    Shek e Wang Ching-Wei.

    III - O Carter e a Ttica da Revoluo Chinesa

    Em maio de 1927 Stlin fez a seguinte generalizao a respeito do problema do

    carter da revoluo chinesa:

    "A atual revoluo chinesa uma confluncia de duas correntes de dois

    movimentos revolucionrios o movimento contra as sobrevivncias

    feudais e o movimento contra o imperialismo. A revoluo chinesa

    democrtico-burguesa a confluncia da luta contra os restos feudais e

    da luta contra o imperialismo"(5).

    Stlin chegou a esta concluso atravs de uma aguda anlise da sociedadechinesa. Tratava-se de uma concluso de grande significao histrica em relao s

    questes da revoluo chinesa. Como Stlin assinalou:

    "Tal o ponto de partida de toda a poltica do Comintern sobre as

    questes da revoluo chinesa" naquela poca.

    Os trotsquistas justamente nessa ocasio se opunham a esta linha. Pensavam que

    a questo da China com relao aos pases estrangeiros era apenas uma questo

    alfandegria, negando dessa maneira a natureza anti-imperialista da revoluochinesa. Negavam a influncia preponderante dos restos feudais chineses, da no

    reconhecendo a natureza anti-feudal da revoluo chinesa.

    Stlin fez notar que o ponto de vista mantido por Trotsky e seus sequazes era o

    ponto de vista contra-revolucionrio de Chang Tso-Lin e Chiang Kai-Shek. Como todos

    sabem, foi precisamente porque os trotsquistas chineses se baseavam em toda a

    teoria contra-revolucionria de Trotsky e, ao mesmo tempo, nos pontos de vista

    contra-revolucionrios de Trotsky em relao China, que eles tomaram o caminho da

    contra-revoluo junto com os trotsquistas de outros pases.

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    Disse Stlin:

    "A revoluo democrtico-burguesa na China dirigida no somente

    contra os restos feudais. ao mesmo tempo dirigida contra o

    imperialismo"

    (6)

    .

    Somente quando a natureza da revoluo tiver sido determinada na base das

    condies sociais da China poder o nosso Partido avaliar corretamente as mudanas

    concretas nas relaes de classe em qualquer situao histrica concreta, de maneira a

    determinar as tarefas especficas da revoluo, organizar a frente revolucionria,

    conduzir a revoluo para diante e criar a possibilidade da revoluo chinesa se

    transformar, sob a hegemonia do proletariado chins, de revoluo democrtico-

    burguesa em revoluo socialista.

    O oportunismo de Chen Tu Hsiu em 1927 se ops precisamente a essa anlise

    dialtica de Stlin. O oportunismo de Chen Tu-Hsiu se aliou posteriormente

    ao trotsquismo contra-revolucionrio; este ponto conhecido de todos e no mais

    trataremos dele.

    Deve ser assinalado aqui que durante os vinte anos tumultuosos que nos separam

    de 1927, os erros surgidos tanto pelooportunismo de direita como pelo de "esquerda"

    dentro do nosso Partido constituam, em primeiro lugar, violaes desta anlise

    dialtica de Stlin a respeito da natureza da revoluo, tanto pela subestimao do seu

    aspecto anti-feudal quanto de seu carter anti-imperialista.

    Por exemplo, durante o perodo da guerra civil de dez anos, os camaradas que

    cometeram erros causados pelooportunismo de "esquerda" de h muito haviam

    subestimado o aspecto anti-imperialista. Desprezaram o que Stlinassinalara:

    "A revoluo democrtico-burguesa chinesa caracterizada pelo

    aguamento da luta contra o imperialismo"(7).

    Portanto, no foram capazes de utilizar a situao para organizar uma frente anti-imperialista, com o objetivo de coorden-la com as lutas da revoluo agrria e vencer

    o isolamento em que se encontravam. Durante este perodo tambm prematuramente

    advogaram as aventuras de levar prtica "a transformao em uma revoluo

    socialista".

    Citemos outro exemplo. Durante a Guerra Anti-Japonesa os camaradas que

    haviam antes cometido erros causados pelooportunismo de "esquerda" se lanaram

    ao extremo oposto, aos erros provenientes do oportunismo de direita. Os seus pontos

    de vista eram exatamente iguais aos mantidos em 1927 pelo oportunismo de Chen Tu-

    Hsiu, no sentido de que desprezaram o aspecto da oposio ao feudalismo.

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    "Enxergavam somente a burguesia" e "no conseguiram ver a significao decisiva do

    movimento campons revolucionrio". "No concordaram em apoiar decididamente a

    revoluo no campo, temendo que, pelo fato do campesinato participar da revoluo

    se dividiria a frente nica anti-imperialista".

    Tais pontos de vista errados estavam em contradio direta com os de Stlin,

    porque, segundo Stlin:

    "A frente nica anti-imperialista na China ser tanto mais forte e mais

    poderosa quanto mais cedo e mais amplamente o campesinato chins

    for arrastado revoluo".(8).

    Dado que esta espcie de oportunistas de direita nesse perodo negavam o

    aspecto anti-feudal, naturalmente tambm advogavam, justamente como

    o oportunismo de Chen Tu-Hsiu o fez em 1927, o desprezo da hegemonia do

    proletariado. Percebiam somente um futuro para a burguesia e deixavam de ver o

    futuro para a vitria revolucionria do povo e do socialismo.

    Torna-se bastante claro que a questo da natureza da revoluo chinesa se acha

    ligada questo das tticas concretas em cada fase desta revoluo.

    Qualquer de ns que cometa erros com relao natureza da revoluo

    forosamente cometer erros no que concerne ttica revolucionria concreta.

    Ao refutar o palavreado sem sentido dos trotsquistas sobre a questo

    chinesa, Stlin deixou bastante claros os princpios tticos principais do leninismo.

    "1. O princpio da necessidade de se levar em considerao as

    peculiaridades nacionais e as caractersticas nacionais de cada pas ao

    se elaborar as diretivas do Comintern para o movimento operrio

    daquela nao.

    "2. O princpio da necessidade em que se encontra o Partido Comunista

    de cada pas de utilizar as menores possibilidades de conquistar aliados

    de massa para o proletariado, mesmo que sejam temporrios,

    vacilantes, hesitantes ou no merecedores de confiana.

    "3. O princpio da necessidade de se levar em conta a verdade de que

    somente a propaganda e a agitao no so suficientes para a educao

    poltica das massas de milhes de homens, mas que esta educao

    poltica exige a experincia poltica das prprias massas"(9).

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    Stlin continua a acentuar a combinao dos princpios gerais marxistas-leninistas

    com as caractersticas nacionais. Escreveu ele:

    "No obstante o progresso ideolgico de nosso Partido, infelizmente

    ainda mantm em seu meio certos tipos de "dirigentes" que acreditampiamente ser possvel dirigir a revoluo na China,por assim dizer, por

    telegramas redigidos na base dos princpios gerais bem conhecidos e

    universalmente aceitos oriundos doComintern, e que no emprestam a

    mnima importncia s peculiaridades nacionais da economia chinesa,

    da poltica chinesa, da cultura chinesa, dos costumes e tradies

    chineses. Estes dirigentes se distinguem dos verdadeiros dirigentes pelo

    fato de que sempre tm em seus bolsos duas ou trs frmulas prontas

    e adequadas para todos os pases e "obrigatrias" em todas as

    condies. No se do ao trabalho de levar em considerao o carternacional e as peculiaridades nacionais de cada pas. Para eles no existe

    o problema de ligar os princpios gerais do Comintern s peculiaridades

    nacionais do movimento revolucionrio de cada pas e o problema de

    adaptar os princpios gerais do Comintern s peculiaridades nacionais

    de cada pas.

    "No compreendem que a tarefa principal de direo no momento

    atual, em que os Partidos Comunistas j atingiram a maturidade e se

    tornaram partidos de massa, consiste em descobrir dominar e combinar

    habilmente as peculiaridades nacionais do movimento em cada pas

    com os princpios gerais do Comintern, afim de impulsionar e executar

    na prtica os objetivos bsicos do movimento comunista.

    "Da resulta a tentativa de estereotipar as tarefas de direo para todos

    os pases. Da resulta a tendncia a aplicar mecanicamente certas

    frmulas gerais sem se levar em conta as condies concretas do

    movimento revolucionrio de cada pas. Da resulta o infindvel conflito

    entre as frmulas e o movimento revolucionrio em cada pas,

    resultado essencial da liderana desses infelizes dirigentes"(10).

    Stlin levantou particularmente a questo da natureza da revoluo chinesa para

    explicar o problema da ttica em tal revoluo, e assim procedendo refutou o

    palavreado trotsquista destitudo de sentido acerca da natureza e da ttica da

    revoluo chinesa. Stlin ligou o problema da natureza da revoluo chinesa ao de sua

    ttica, assinalando e generalizando as peculiaridades nacionais desta revoluo.

    O ponto de vista de Stlin exposto aqui , para usar as palavras do camarada Mao

    Ts-Tung, o da unio da verdade universal do marxismo-leninismo com a prticaconcreta da revoluo chinesa.

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    Desde 1927 que os erros dos dogmticos em nosso Partido, que so tambm

    os oportunistas de "esquerda" ou de direita, consistiam precisamente no

    esquecimento das lies contidas na refutao de Stlin aos trotsquistas.

    Pensavam que, para dirigir a revoluo chinesa, era suficiente ter nos bolsos duasou trs frmulas prontas, "adequadas" a qualquer pas e "obrigatrias" sob quaisquer

    condies. Para eles no importava a considerao das peculiaridades nacionais da

    China, e nem existiam as caractersticas nacionais. Em vista dessa posio falsa muitos

    conflitos surgiram entre as suas numerosas frmulas mecanicamente aplicadas e a

    prtica da revoluo na China.

    Nossos dogmticos se restringiam a frmulas abstratas e simples analogias

    histricas, e no partiam da situao concreta da China. Da, sobre a questo da

    natureza da revoluo chinesa, de vez em quando inevitavelmente cometiam um erro

    ou outro. Tambm por esta razo, no sabiam combinar os princpios com a

    flexibilidade exigida pelas mudanas da situao concreta. Afim de derrotar um

    inimigo poderoso no podiam levar prtica o que Stlin afirmara:

    " necessrio possuir-se uma poltica do proletariado flexvel e

    ponderada, e ser-se hbil na utilizao de qualquer brecha nas fileiras

    do inimigo e na conquista de aliados para a nossa causa"(11).

    Durante a guerra civil de dez anos, nossos dogmticos advogaram a derrota de

    todos, ou como o camarada Mao Ts-Tungos ridicularizou:

    "No podeis derrotar os que esto no poder, e por isso sentis a

    necessidade de derrotar os que no esto no poder. Ainda no se

    acham no poder, e no obstante ainda quereis derrot-los".

    Mas, em outra situao histrica, por exemplo, durante a Guerra Anti-Japonesa,

    puseram-se a advogar a unio com todos, negando a existncia de trs grupos

    esquerda, centro e direita nas fileiras da Frente nica Anti-Japonesa e negando que

    deva haver uma diferena na ttica do nosso Partido em relao a estes trs grupos.Tambm pela mesma razo no puderam estabelecer ligaes reais com as massas de

    acordo com as questes concretas, mas ao invs disso exigiam sucessivamente a

    execuo compulsria de ordens por parte das massas. Stlin afirmou:

    " necessrio que as massas reconheam, atravs de suas prprias

    experincias, que a direo do Kuomintangno merece confiana e que

    sua natureza reacionria e contra-revolucionria".

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    Mas, nossos dogmticos se esqueceram dos ensinamentos de Stlin e julgaram

    que bastava a compreenso do problema por alguns dirigentes para que as massas

    executassem as suas palavras de ordem. Stlin afirmou:

    "A Revoluo feita no somente por um grupo avanado, nosomente pelo Partido, no somente por indivduos, mesmo que sejam

    "grandes homens", mas acima de tudo e fundamentalmente pela massa

    de milhes de homens do povo".

    Mas, nossos dogmticos se esqueceram dos ensinamentos de Stlin e

    acreditaram que a revoluo poderia acima de tudo e fundamentalmente ser

    conduzida pelo seu grupo de dogmticos, que se apresentavam a si mesmos como

    "figuras proeminentes".

    Os acontecimentos desenrolados na China durante os ltimos trinta anos

    demonstraram o carter extremamente tortuoso e complicado da revoluo chinesa.

    Tambm revelaram que foi particularmente a intrincada e complexa interpenetrao

    das lutas anti-imperialistas e anti-feudais em particular que deu origem a estas

    caractersticas. Estes fatores colocaram na ordem do dia uma srie de problemas

    relativos ttica da revoluo, frente nica e relao existente entre a revoluo

    nas reas rurais e urbanas. Ao mesmo tempo deram origem questo da estratgia

    fundamental na luta militar.

    Justamente como o declarou Stlin:

    "Na China, a revoluo armada combater a contra-revoluo armada".

    Que reas deveriam ento constituir os pontos-chave de ataque nas lutas

    armadas em diferentes pocas? Durante a ofensiva podem se dar ainda aes

    defensivas ou retiradas? Como deveriam se ligar entre si a ofensiva, a defensiva ou

    retirada ?Como a defensiva ou a retirada deveriam se transformar na ofensiva?Cada

    um de ns sabe que esta serie de problemas constituam a maior parte da longa luta

    do camarada Mao Ts-Tung contra o oportunismo que s vezes se manifestava naforma de aventurismo e em outras ocasies na forma de derrotismo. Todos os

    oponentes do camarada Mao Ts-Tung foram tambm oponentes de Stlin.

    Em 1927, depois que Chiang Kai-Shek cometera o seu ato de traio em Changai,

    os problemas estratgicos da luta revolucionria se colocaram na ordem do dia.

    Os trotsquistas nessa poca pregavam a ofensiva contra Changai. Stlin se ops a tal

    aventurismo. Declarou Stlin naquela ocasio:

    "Changai o centro mundial da interpenetrao de importantes

    interesses de grupos imperialistas".

  • 8/3/2019 Stlin e a Revoluo Chinesa

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    Stlin defendeu:

    "a constituio de fora militar suficiente, o pleno desenvolvimento da

    revoluo agrria, a intensificao do trabalho de sapa na retaguarda e

    vanguarda das foras de Chiang Kai-Shek e, em seguida, o levantamentode todo o problema de Changai"(12).

    Isso porque:

    "o fato de no se evitar uma batalha decisiva sob condies

    desfavorveis (quando pode ser evitada) significa facilitar a causa dos

    inimigos da revoluo"(13).

    Entretanto, durante o transcurso da guerra civil de dez anos os

    nossos oportunistas de "esquerda" advogaram o lanamento de semelhante ofensiva,simples, aventureira e cega, contra as grandes cidades, em situao desigual. Sob

    condies assim desfavorveis, eles eram por uma luta decisiva contra o inimigo.

    Stlin afirmou:

    "Alguns camaradas pensam que uma ofensiva em todas as frentes

    constitui no momento presente o sintoma bsico de se ser

    revolucionrio. No, camaradas, isto no verdade. Uma ofensiva em

    todas as frentes no momento presente (aps a traio da revoluopor Chiang Kai-Shek C. T. P.) uma estupidez, Isto no ser

    revolucionrio. Nunca confundam estupidez com a condio de

    revolucionrio"(14).

    Entretanto, no perodo de dez anos da guerra civil, os nossos oportunistas de

    "esquerda" advogaram o lanamento de uma ofensiva em todas as frentes, no

    levando em conta nenhuma de suas condies, dessa maneira confundindo a

    estupidez com a condio de revolucionrio.

    Disse Stlin:

    "O movimento revolucionrio no pode ser considerado como um

    movimento que surja em constante ascenso. Trata-se de uma

    concepo livresca e irreal da revoluo. Esta sempre marcha em

    ziguezague. Em alguns lugares lana ofensivas e destri o sistema

    antigo, enquanto que em outros lugares sofre derrotas parciais e

    obrigada a retroceder"(15).

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    Mas, durante o perodo de dez anos da guerra civil, nossos oportunistas de

    "esquerda" julgavam que o movimento revolucionrio no pode ter outra forma seno

    a de um movimento em constante ascenso, e que no podia absolutamente marchar

    em ziguezague. Partindo dessa premissa, chegaram concluso de que, uma vez que a

    ofensiva era necessria, s poderia tomar o carter de uma ofensiva em todas asfrentes; ou, como a denominavam, "um ataque em grande escala". Se algum se

    manifestava pela necessidade de um ataque em determinado lugar, enquanto em

    outro se tornava aconselhvel uma retirada, ento afirmavam que isto era

    "oportunismo".

    Stlin declarou:

    "No podemos empreender a realizao de todas as tarefas de uma s

    vez, pois tal esforo nos esgotaria"(16).

    Mas, durante os dez anos da guerra civil, quando nossa fora revolucionria ainda

    era bastante insuficiente, osoportunistas de "esquerda" advogavam justamente tal

    ao que deveramos levar a cabo a execuo de todas as tarefas de "aniquilar

    todos" e "atacar em todas as frentes" e de uma s vez todas as tarefas da revoluo

    democrtico-burguesa e da revoluo socialista. Se algum criticasse tal ao, dizendo

    que nos "arriscaramos a esgotar todas as nossas foras", ento os nossos dogmticos

    no deixavam de rotular tal pessoa como oportunista.

    claro que desde 1927 os camaradas do nosso Partido que, um aps o outro,cometeram vrias espcies de errosoportunistas contra a linha correta do

    camarada Mao Ts-Tung assim procederam porque todos eles haviam relegado ao

    esquecimento todas as lies contidas na refutao de Stlin aos trotsquistas, em

    1927. Assim agiam sem levar em conta se a questo envolvia a natureza da ttica da

    revoluo, se era poltica ou militar. Todos esses erros ocasionaram nossa revoluo,

    no curso do seu desenvolvimento, uma srie de amargos revezes.

    IV - Aplaudir, Apoiar e Aprender com Stlin

    O Camarada Mao Ts-Tung est certo. Sob a sua direo, o nosso Partido,

    percorrendo caminhos tortuosos, finalmente venceu tanto as dificuldades objetivas

    como os erros subjetivos, e conduziu a revoluo vitria. Isto aconteceu porque as

    opinies do camarada Mao Ts-Tung a respeito da natureza e da ttica da revoluo

    chinesa eram idnticas s de Stlin. Alm disso, ele desenvolveu a teoria

    de Stlin sobre a revoluo chinesa no curso da prtica concreta de tal revoluo.

    Durante a primeira Grande Revoluo (Nota da redao: a revoluo de 1925-27)

    o camarada Mao Ts-Tung sustentou com firmeza que o proletariado deve dirigir omovimento campons revolucionrio contra o feudalismo afim de apoiar a luta contra

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    o imperialismo, colocando-se assim em oposio ao oportunismo de direita de Chen

    Tu-Hsiu.

    Durante a guerra civil de dez anos, embora colocado no meio do movimento

    revolucionrio agrrio daquela poca o camarada Mao Ts-Tung nem por um instantese esqueceu deste fator poltico extremamente importante, o anti-imperialismo,

    travando luta contra o oportunismo do "esquerda".

    Ao formular planos estratgicos para o estabelecimento de bases revolucionrias,

    assim como ao determinar as maneiras de proceder com relao s diversas classes,

    tal como a conquista das classes mdias, etc, o camarada Mao Ts-Tungsempre levou

    em considerao o fator representado pelo imperialismo.

    Durante a guerra de resistncia contra o Japo, o camarada Mao Ts-

    Tung acreditava que o proletariado e sua vanguarda deviam mobilizar as massas

    camponesas, de modo que a Guerra Anti-Japonesa pudesse contar com uma base de

    massa suficientemente ampla e assim ter a possibilidade de terminar com uma vitria

    do povo. Nesse sentido conduziu uma luta bastante tenaz contra o oportunismo de

    direita.

    A Histria ps prova o seguinte: Foram acertadas as lutas dirigidas em todos os

    perodos revolucionrios pelo camaradaMao Ts-Tung, cujos pontos de vista

    concordavam com os de Stlin. Particularmente as lutas relativas linha do Partido

    que tiveram lugar no comeo e no meio da Guerra Anti-Japonesa tiveram efeitodecisivo sobre toda a situao da atual vitria da revoluo chinesa.

    Devemos, entretanto, tornar bastante claro um fato. Por um perodo bastante

    prolongado, tanto antes de 1927 quando Chen Tu-Hsiu estava no poder, como depois,

    os oportunistas, intencionalmente ou no, criavam toda uma srie de obstculos

    circulao, dentro do Partido Chins, dos inmeros trabalhos de Stlin sobre a questo

    chinesa. Juntavam-se a isso as dificuldades apresentadas pelo idioma e o bloqueio

    contra-revolucionrio. Por estas razes, havia muitos camaradas em nosso Partido que

    eram de fato os dirigentes da revoluo chinesa mas que no tinham oportunidade defazer um estudo sistemtico das muitas obras de Stlin sobre China. O camarada Mao

    Ts-Tung era tambm um deles.

    Foi somente aps o movimento de renovao ideolgica de 1942 que numerosas

    obras de Stlin sobre a China foram sistematicamente editadas pelo nosso Partido.

    Recentemente, em seguida a uma deciso do camarada Mao Ts-Tung, o livro "Lnin e

    Stlin sobre o Problema da China" foi editado, tornando-se uma das doze obras que os

    nossos quadros devem estudar.

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    Um grande mal foi causado ao nosso Partido pelos oportunistas que, no interesse

    da difuso dos seus prprios conceitos e propostas erradas, intencionalmente ou no,

    impediam a divulgao das obras de Stlin sobre a China.

    Entretanto, a despeito de tal situao, o camarada Mao Ts-Tung teve acapacidade de chegar s mesmas concluses deStlin sobre muitos problemas

    fundamentais, atravs de sua prpria elaborao independente, baseado nos

    fundamentos da cincia revolucionria de Marx, Engels, Lnin e Stlin, mantendo,

    assim, a correo de sua anlise e a das contribuies dos seus companheiros de luta.

    Foi durante a Guerra Anti-Japonesa que o camarada Mao Ts-Tung teve ensejo de

    estudar com mais vagar as obras deStlin. Leu e analisou com o maior entusiasmo

    todas as obras de Stlin que puderam lhe chegar s mos. Como todos ns o sabemos,

    o camarada Mao Ts-Tung, em artigo publicado na "Nova Democracia", tornou claro

    que as obras de Stlin lhe tinham sido um importante fator de esclarecimento. O

    camarada Mao Ts-Tung explicou que a tese correta, enunciada pelos comunistas

    chineses, ao declarar que a revoluo chinesa parte da revoluo socialista mundial,

    foi calcada sobre a teoria de Stlin. Foi na base desta teoria de Stlin que o

    camarada Mao Ts-Tung desenvolveu a idia da hegemonia do proletariado. Em sua

    bem conhecida obra militante, desferiu poderosos golpes contra o sonho reacionrio

    do estabelecimento de uma ditadura burguesa na China, ao mesmo tempo em que

    vibrava ataques fatais nos oportunistas infiltrados nas fileiras do Partido e que

    tentavam fazer o proletariado marchar reboque da burguesia.

    Desde o incio da Guerra Anti-Japonesa, o camarada Mao Ts-Tung gastava

    sobremodo de ponderar, em seus escritos, sobre as famosas palavras de Stlin no

    sentido de que

    "a caracterstica da revoluo chinesa est no fato de que se trata de

    um povo armado combatendo uma contra-revoluo armada" e que "a

    questo colonial e semi-colonial em essncia a questo camponesa".

    Na base das condies chinesas, o camarada Mao Ts-Tung examinou acorrelao existente entre estas duas famosas afirmativas de Stlin e desenvolveu-as.

    Condenou severamente os oportunistas infiltrados em nosso Partido durante a Guerra

    Anti-Japonesa que tinham desprezado este princpio fundamental e a poltica de que

    deve caber ao proletariado a direo da guerra camponesa.

    Afim de nos capacitar para a conquista de nossa vitria revolucionria, o

    camarada Mao Ts-Tung lanou um movimento de renovao ideolgica dentro do

    nosso Partido em 1941-42. Ao mesmo tempo no se cansava de citar, repetidas vezes,

    as afirmaes de Stlin sobre a relao existente entre a teoria e a prtica, e que se

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    encontram em seu trabalho, "Sobre os Fundamentos do Leninismo" a obra-prima que

    armou ideolgicamente os bolcheviques no mundo inteiro.

    O camarada Mao Ts-Tung declarou:

    "Mais uma vez Stlin quem tem razo ao dizer: "A teoria se torna sem

    sentido se no for ligada prtica revolucionria". Naturalmente

    tambm estava certo ao afirmar: "A prtica tateia no escuro se o seu

    caminho no for iluminado pela teoria revolucionria".

    O camarada Mao Ts-Tung se utilizou da primeira afirmao de Stlin para

    combater os dogmticos existentes em nosso Partido, assim como lanou mo da

    segunda para combater os praticistas em nosso Partido.

    O camarada Mao Ts-Tung selecionou as obras de Stlin que tratam dos doze pr-requisitos necessrios bolchevizao e os seis pontos que figuram nas concluses da

    "Histria do Partido Comunista (bolchevique) da URSS" por consider-los os

    documentos bsicos para o movimento de renovao ideolgica de nosso Partido.

    Afim de permitir aos nossos camaradas uma anlise mais profunda desses dois

    documentos de autoria de Stlin, o camarada Mao Ts-Tung discutiu-os amplamente

    em prolongada interveno, em que fez a afirmativa de que esses dois documentos

    so idnticos: representavam ambos uma exposio sucinta da experincia marxista-

    leninista sobre os problemas de direo revolucionria durante o perodo de um

    sculo. Forneceu uma explanao minuciosa desses dois documentos, baseado naexperincia de nosso Partido durante vinte anos tumultuosos, estabelecendo uma

    diferena clara entre o verdadeiro marxismo-leninismo e o falso marxismo-leninismo.

    Durante o movimento de renovao ideolgica, estes dois documentos vibraram

    golpes certeiros no dogmatismo e no praticismo.

    Em seu artigo sob o ttulo "Reformemos a Nossa Maneira de Estudar" o

    camarada Mao Ts-Tung assinalou a necessidade urgente de se usar a grande obra

    de Stlin "Histria do Partido Comunista (bolchevique) da URSS" como texto principal

    para um estudo do marxismo-leninismo em nosso Partido. Escreveu o camarada MaoTs-Tung:

    "A "Histria do Partido Comunista (bolchevique) da URSS", constitui a

    mais perfeita sntese e smula do movimento comunista mundial

    durante o ltimo sculo. um modelo da unio da teoria com a prtica

    e o nico modelo perfeito em todo o mundo. Examinando a maneira

    utilizada por Lnin e Stlin na combinao da verdade universal do

    marxismo-leninismo com a prtica concreta da revoluo sovitica,

    desenvolvendo desse modo o marxismo, podemos saber como deve serdesenvolvido o trabalho na China".

  • 8/3/2019 Stlin e a Revoluo Chinesa

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    O camarada Mao Ts-Tung discpulo e companheiro de armas de Stlin. Foi

    capaz de se tornar um discpulo eminente deStlin e o lder da revoluo vitoriosa da

    China porque o seu mtodo de trabalho e sua ideologia so os mesmos de Stlin.

    Aplicou os mtodos de Stlin ao estudo de Stlin, os mtodos dos marxistas criadores

    a quem Stlin se referiu em seufamoso artigo escrito para comemorar o 50.aniversrio natalcio de Lnin:

    "Este grupo no elabora as suas diretivas e ensinamentos na 'base de

    analogias e paralelos histricos, mas de um estudo das condies do

    meio. No baseia suas atividades sobre citaes e mximas, mas sobre

    experincias prticas, submetendo cada passo prova da experincia,

    aprendendo com os seus prprios erros e ensinando outros a construir

    uma vida nova. Isto, de fato, explica porque no h discrepncia entre a

    teoria e a prtica nas atividades deste grupo, e porque os ensinamentosde Marx conservam inteiramente a sua fora viva e revolucionria".

    este precisamente o motivo por que os pensamentos e ensinamentos

    de Stlin "conservam inteiramente a sua fora viva e revolucionria" quando chegam

    s mos do camarada Mao Ts-Tung.

    H algumas pessoas em nosso Partido que, a exemplo dos dogmticos

    mencionados anteriormente, talvez subjetivamente desejem estudar Stlin, mas usam

    um mtodo anti-stalinista ao faz-lo. Justamente como afirmou o camarada Mao Ts-

    Tung:

    "O seu mtodo de estudar Marx, Engels, Lnin e Stlin ope-se

    diretamente a Marx, Engels, Lnin e Stlin. O seu mtodo igual ao dos

    dogmticos mencionados no artigo de Stlin sobre o 50. aniversrio

    natalcio deLnin.

    "Tal mtodo no baseia as suas atividades na experincia, no que o

    trabalho prtico ensina, mas em citaes das obras de Marx. No tira os

    seus ensinamentos e diretivas da anlise da realidade concreta, mas deanalogias e paralelos histricos. A contradio entre a teoria e a prtica

    a principal doena deste grupo. Da essa desiluso e perptua

    maldio ao destino que o tempo a cada passo revela".

    Os ensinamentos, teorias e mtodos de Stlin, depois de apresentados e

    aplicados pelo camarada Mao Ts-Tung, ampliaram imensamente a viso poltica e

    ideolgica dos comunistas chineses. Elevaram a conscincia marxista-leninista dos

    comunistas chineses e auxiliaram o nosso Partido a adquirir fora ideolgica capaz de

    derrotar todos os inimigos contra-revolucionrios e outros inimigos que constituamum obstculo marcha do movimento revolucionrio.

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    J conquistamos uma vitria revolucionria. Temos que continuar a ser vitoriosos.

    Mas como podemos assegurar as nossas contnuas vitrias? Como o camarada Mao

    Ts-Tung nos tem explicado frequentemente: Devemos ser capazes de aprender.

    Devemos ser capazes de aprender com Stlin a bandeira da grande vitria da

    humanidade, o nosso mestre. Devemos ser capazes de aprender com o grande PartidoComunista da Unio Sovitica. Alm disso, a exemplo do camarada Mao Ts-Tung,

    devemos aplicar em nossos estudos o mtodo de Marx, Engels, Lnin e Stlin. Em

    suma, devemos utilizar o mtodo de combinar a teoria com a prtica.

    Repitamos uma vez mais o que o camarada Mao Ts-Tung afirmou h dez anos

    passados, por ocasio das solenidades comemorativas do 60. aniversrio de Stlin:

    "Devemos aplaudi-lo, apoi-lo e aprender com ele".

    Aprender com Stlin esta ainda a nossa concluso principal ao celebrarmos o

    70. aniversrio de Stlin.

    Para a felicidade e futuro da humanidade, viva o supremo, glorioso e

    grande Stlin!

    Notas de rodap:

    (1) Jorge Malenkov "O 32. Aniversrio da Grande Revoluo Socialista de Outubro" PROBLEMAS, n. 22, pg. 22 Rio. (retornar ao texto)

    (2) J. Stlin "Palestra com os Estudantes da Universidade Sun Yat-Sen". (retornar aotexto)

    (3) J. Stlin "Palestra com os Estudantes da Universidade Sun Yat-Sen". (retornar aotexto)

    (4) J. Stlin "Comentrios Sobre Questes do Momento: O Problema da

    China". (retornar ao texto)

    (5) J. Stlin "Sobre a Revoluo Chinesa e as Tarefas da InternacionalComunista". (retornar ao texto)

    (6) J. Stlin "A Revoluo Chinesa e as Tarefas da InternacionalComunista". (retornar ao texto)

    (7) J. Stlin "A Revoluo Chinesa e as Tarefas da InternacionalComunista". (retornar ao texto)

    (8) J. Stlin "Sobre as Perspectivas da Revoluo Chinesa". (retornar ao texto)

  • 8/3/2019 Stlin e a Revoluo Chinesa

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    (9) J. Stlin "Comentrios Sobre Questes do Momento: O Problema daChina". (retornar ao texto)

    (10) J. Stlin "Comentrios Sobre Questes do Momento: O Problema daChina". (retornar ao texto)

    (11) J. Stlin "Comentrios Sobre Questes do Momento: Sobre o Problema daChina". (retornar ao texto)

    (12) J. Stlin "Palestra com os Estudantes da Universidade Sun Yat-Sen". (retornar aotexto)

    (13) J. Stlin "Problemas da Revoluo Chinesa". (retornar ao texto)

    (14) J. Stlin "Palestra com os Estudantes da Universidade Sun Yat-Sen". (retornar ao

    texto)

    (15) J. Stlin "Palestra com os Estudantes da Universidade Sun Yat-Sen". (retornar aotexto)

    (16) J. Stlin "Palestra com os Estudantes da Universidade Sun Yat-Sen". (retornar aotexto)

    ***

    "A existncia do capitalismo sem opresso nacional to inconcebvel quanto o a existncia do socialismo sem a emancipao das naes oprimidas, sem a liberdade

    nacional". Stlin