srp - a certeza do seu amor

8/18/2019 Srp - A Certeza Do Seu Amor

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A CERTEZA DO SEU AMOR—SRP

Karina Steel conhece Hassan Hajid, um homem egípcioquinze anos mais velhos que ela e que carrega umadiferença cultural muito grande, pois ele segue os rígidos

costumes árabes.

A atração é forte entre os dois. Karina o resiste, mas odestino faz com que eles se encontrem novamente.

Hassan a conquista, com seu charme e sedução.



Com o passar do tempo Karina descobre que Hassan na verdade é um homem marcado pela dor, e por isso sempre

se esquivou do amor.

Capítulo I

Karina Steel entrou em casa apressada, precisavatrocar de roupa rápido, não queria chegar atrasada a festade sua amiga Raissa. Sua amiga era popular por dar festasque deixavam todos a falar por uma semana. Festasinesquecíveis, talvez por ela descender de árabes. E osegípcios adoram uma festa extravagante.

Hoje a festa era em homenagem ao seu irmão quechegava dos Estados Unidos para car. Segundo ela,Hassan, que signicava bonito em árabe, tinha concluídoseus negócios depois de seis meses afastado, hoje voltavapara Londres.

Hassan era dono de três Hotéis na Inglaterra. E a cada

novo Hotel aberto ele viajava e acompanhava todo oprocesso de construção, a decoração e a contratação defuncionários. Segundo Raissa ele era um solteirãoconvicto, e isso fora um desgosto para o seu falecido pai.Hassan nunca se esforçou para formar uma família hojecom seus quarenta anos. Ele era considerado um

aventureiro em relação às mulheres.



Karina nunca o conhecera, pois sua amizade comRaissa nascera quando ele já viajara para os EUA.

Karina tinha muita curiosidade em conhecê-lo, aoouvir a descrição que ela tinha feito de seu irmão.

Raissa em nenhum momento descreveu sua aparência.Karina sabia que isso estava presente na cultura árabe,pois eles valorizavam a nobreza de um homem e seuspredicados, aprendiam a olhar o coração e não a

aparência, não que a aparência não importasse. Mas comomuitos casamentos antigamente eram arranjados issocou presente anos após anos.

Raissa lhe contara que seu irmão era vibrante einegavelmente charmoso além de excelente companhia.Segundo sua amiga, Hassan ás vezes era rude, egoísta e

desumano quando se tratava de negócios e de mulheres.Não tinha problema nenhum em prejudicar alguém em

benefício da família. Na cultura árabe a família estava emprimeiro lugar, o resto era apenas um detalhe.

Quanto às mulheres, elas eram um simples objeto namão dele, para seus caprichos, ele não costumava seenvolver com elas. Hassan era duro e irascível, não tinhacompaixão nenhuma de terminar o relacionamento comelas.

Raissa conhecia os dois lados do irmão e o amavaassim mesmo. Ela conhecia todas as falhas e fraquezas,medos, mas também a beleza, seu brilhantismo, sua almagentil e segundo ela, o amava com todas as suas forças.



Karina estremeceu, ao imaginar Hassan, ele comcerteza signicava problemas e parecia ser um homemextremamente perigoso.

Depois de tomar um banho e secar os longos cabeloscastanhos dourados com o secador, vestida com umroupão felpudo branco, Karina olhou seu guarda-roupa. Eindecisa experimentou alguns vestidos.

Karina tinha vinte e cinco anos, formada em Design de

Moda, trabalhava para uma Griffe de roupas, a Felicity,onde desenhava modelos exclusivos.

Todos os seus vestidos foram desenhados por ela, osmodelos iam desde vestidos para o dia-dia até os maisrenados, para festas e casamentos.

Karina pegou um tomara que caia preto que aderia aocorpo, marcando o seu busto e cintura que brilhavam porpequeninos paetês, descia com um tecido mais no quese abria deixando leve seu movimento, o comprimentocava um pouco acima dos joelhos.

Foi até o espelho do banheiro observou seus enormesolhos verdes, e aplicou uma sombra marrom, aplicou um

batom vermelho telha.

Estava levemente corada, pois tinha passado o dia à beira da piscina, anal, hoje era Sábado, seu dia de folga.

Por isso resolveu não usar base.

Oito horas, suspirou colocou um sapato scarpin preto.

Usou uma jóia de família adornando o pescoço, era um



colar com pequenas esmeraldas que valorizavam seusolhos verdes, herança de sua avó.

Quando deu oito e vinte desceu as escadas e viu seu paino bar servindo-se de uísque. Se sua mãe o visse bebendo,não ia gostar nenhum pouco, pois seu pai sofria depressão alta.

Jonas era um homem de cinqüenta anos, esbelto,grisalho, cabelos castanhos puxados para o dourado como

os dela e olhos azuis. — Filha, como você está linda! Esse vestido que você

desenhou é lindo.

— E a mulher dentro do vestido? Não está bonita?

Jonas sorriu e aproximou-se dela. Ele observou os

cabelos castanhos escuro brilhante, que enrolavam naspontas e seus luminosos olhos verdes.

— Isso eu não preciso nem dizer. Você sabe que vocêtem a beleza de sua mãe.

— Por falar em mamãe, onde ela está?

— Está entretida lendo algum livro na biblioteca, masdeixa-a, senão ela controla meu aperitivo.

— Papai ela quer o teu bem, e ela está certa.

Jonas deu de ombros e a tou com preocupação.

— Não chegue muito tarde.



— Pode deixar papai, farei como a cinderela. Venho cedopara minha carruagem não se transformar em abóbora.

Jonas sorriu e comentou.

— Sua amiga vem pouco aqui.

— É, ela prefere que eu vá mais à casa dela. A mãe delaquase não para em casa e o i rmão esta sempre viajando.

— E observando a reação de seu pai comentou. — Hojechega o irmão dela, já ouviu falar de Hassan Hajid?

Jonas suspirou.

— Claro. Quem não ouviu falar nele? Ele, com trintaanos, já tinha dois hotéis famosos na Inglaterra. E hojecom quarenta anos ele é o h omem mais respeitado nomundo hoteleiro, ele soube usufruir de seus

conhecimentos do mundo árabe. Você sabia que os hotéisdele são especializados em receber essa gente?

Seu pai quando começava falar não parava mais.Karina olhou seu relógio.

— Papai preciso ir. — Karina deu um beijo no rosto dopai e saiu.



Karina entrou pelos portões da mansão dos Hajid ediante da mansão estacionou num local vago. Não foradifícil encontrar lugar vago, mediante a grandiosidade da

área externa. Que do portão até a entrada tinha uma ruade paralelepípedos iluminadas por postes de luz até umaárea verde coberta de grama seguida por um grandeespaço para estacionar os carros que conduziam por umcaminho até a mansão.

O som da festa já se podia ouvir de fora. A músicaárabe era animada e pelo enfeite de lenços coloridos naentrada, ela já imaginava o que a esperava.

Olhou seu vestido.

Será que estava usando o vestido certo? Ou deveria tercolocado um mais colorido e leve?

Karina entrou no hall da mansão e seguiu até a sala,onde os móveis haviam sido retirados para dar espaçopara as pessoas dançarem e se movimentarem. Karinaavistou várias pessoas elegantemente vestidas. Feliz viuque tinha acertado na escolha do vestido.

A mãe de Raissa, Helena Hajid quando a avistou sedirigia a ela e sorriu. Ela vestia um vestido longo branco

brilhante, ornamentada com várias jóias. Isso fazia parteda cultura árabe, as mulheres valorizavam muito osornamentos, embora Helena fosse inglesa, parecia terassimilado parte da cultura do marido. Helena era umasenhora alta, tinha os cabelos pintados de castanhos



escuros, olhos azuis. Ela deveria ter um sessenta e c incoanos.

Os árabes costumavam preservar a cultura e areligião muçulmana com bastante rigor. Eles esperavamque Rashid, se casasse com uma moça árabe escolhidapor eles, preservando o costume e a cultura.

Rashid Hajid, o pai falecido de Hassan e Raissa,contrariou todos da família egípcia ao casar-se comHelena, e acabou saindo do Cairo e se mudou para aInglaterra, deixando todos seus familiares em nome do

amor.Karina deu-se conta que o amor de Rashid por Helena

fora tão grande ao ponto dele assumi-la, sem se importarcom as diculdades e sua distância da família, emboraeles valorizassem muito a família, o amor de Rashidtranscendeu a tudo isso.

Helena Hajid se aproximou de Karina e disse alto, porcausa do volume da música árabe da festa.

— Karina, que bom que você veio. Raissa já vai descer.Gostou da decoração?

Karina sorrindo observou tudo. No centro dançavam

algumas dançarinas de dança do ventre, todas cobertaspor véus coloridos, uma delas dançava no meio coberta



por véus vermelho forte. As pessoas contagiadas peladança batiam palmas. Toda casa estava enfeitada porfolhagens e véus coloridos, as pilastras estavam

decoradas por tas enroladas da cor dourada.

Karina virou-se para ela e disse alto.

— Está tudo tão lindo! Eu amei a decoração.

Raissa nessa hora apareceu ao lado da senhora Hajid.

— Aí está ela. Vocês agora me dão licença — HelenaHajid, sorrindo se afastou.

— E então gostou? — Raissa perguntou sorrindo.— Meu Deus, eu gostei muito, por isso suas festas são

tão faladas. —Karina exclamou alto.

— Eu sempre te convidei. Você que nunca veio.

Karina sorriu.

— Raissa, você sabe que eu me formei agora. Quando eute conheci, eu estava fazendo as provas nais.

Raissa sorriu e girou o vestido na frente dela.

— Reconhece esse vestido?



Karina sorriu e a tou. Ela usava um vestido que elahavia desenhado, era branco e leve, cheio de véuscoloridos presos ao vestido.

— Ficou lindo em você. Parece que quando desenheiesse vestido eu estava prevendo essa festa.

Raissa balançou os cabelos negros para trás e disse comgosto.

— É verdade.

Karina conheceu Raissa na loja que ela trabalhavacomo designer de moda. Era um dia de verão e a

vendedora não estava conseguindo agradar Raissa naescolha de um vestido. Nessa hora, Karina estava indopara a parte dos fundos da loja, quando passou porRaissa, viu a diculdade da vendedora e a aj udou naescolha do vestido. Escolheu atentando para o corpo deRaissa, que tinha seios pequenos e quadril grande.

Raissa cara tão satisfeita com a ajuda, que elasacabaram conversando.

Karina contou-lhe que ela mesma desenhava os

vestidos da loja. Raissa cara extremamente interessadae Karina passou a desenhar os vestidos e roupasexclusivas para Raissa que valorizavam o corpo e apersonalidade de Raissa, que era uma menina cheia de

vida, embora Karina percebesse que ela era muitocarente.



Raissa enquanto lhe servia um suco de coco comabacaxi, comentou.

— Meu irmão daqui a pouco vai dar seu show à parte.

Elas estavam mais afastadas da música e das danças edava-se para conversar normalmente.

— Como assim?

— O homem egípcio adora se exibir. Ele vai dançar paranós. Ele dança super bem. É uma dança típica da nossaterra, onde o homem convida uma convidada e ele dançapara ela.

Karina sorriu, nunca tinha visto tal coisa. Ia serinteressante observá-lo dançar.

Karina pensava no assunto quando a atmosfera da

festa mudou completamente. A conversa nalizou. E amúsica também, todos aplaudiam alguém.

— Vem, meu irmão chegou.

Karina depositou o copo na mesa ao lado e deixou-seser conduzida por Raissa.

Avistou no centro da festa um homem. Ele era muitoalto, os cabelos eram negros grosso brilhantes, as lateraisgrisalhas, as costas vigorosas.As linhas do rosto eram

bem denidas, dando-lhe um aspecto viril. Vestido comuma roupa negra que parecia uma camisola e um colar deouro no peito. Ele se inclinava agradecendo as palmas.

Onde as pessoas o saudavam com boas vindas, anal afesta era para ele.



Então ele foi se encurvando em todas as direçõesagradecendo as boas vindas, quando ele se encurvou nasua. Os olhos negros dele se encontraram com os seus.

Sentiu os olhos de Hassan Hajid relampejarem. O sorrisodele morreu ao vê-la, por uma pequena fração desegundos, mas logo ele voltou a sorrir.

Ao vê-lo o coração de Karina pulou com batidas fortesno peito e inexplicavelmente, não soube dizer o que lheaconteceu.

Raissa falou-lhe ao ouvido.

— Ele escolherá alguma moça para dançar. Observe.

Hassan estava parado no meio do circulo que havia seformado de pessoas. As moças todas estavamembevecidas ao vê-lo. Hassan observou cada moça,algumas estendiam a mão se oferecendo para serescolhida. Ele foi virando lentamente o corpo olhandocada uma delas, então ele a tou com seus olhos negrosintensos. Karina sentiu o impacto do olhar dele e d euinstintivamente um passo para trás. Ele sorriu ao ver asua reação.

Karina estava tão perturbada que só conseguiu carparada, olhando para ele; esquecida de si mesma,assimilando às linhas fortes e másculas do rosto, os olhosnegros, a boca sensual e bem-feita. Quando caiu narealidade que o encarava enrubesceu e baixou o rosto.

Sentiu um leve toque no braço. Levantou o rosto eprendeu a respiração ao ver Hassan a sua frente.



— Dance comigo— disse ele com tom autoritário, comum ligeiro sotaque.

Espantada, corou, sentindo uma onda de calor subirpelo pescoço e rosto. Os olhos negros a observavam comose estivessem fascinados. Ela tentou arrumar umadesculpa, mas ele pegou sua mão.

Sem palavras ela foi conduzida para o meio do salão,ele sorria para todos. A mão quente dele perturbava-a.Karina não conseguiu evitar um arrepio por todo o corpo.

Hassan o tempo todo sorria, seus dentes brancoscontrastava com o rosto moreno. Ele então se virou para

ela com olhos intensos, o tempo nessa hora parou. Amúsica então começou.

Era uma música envolvente. Hassan passou a baterpalmas e a dançar para ela, o tempo todo a tava, comose a cortejasse, com as mãos na cabeça e com habilidadenos passos. Karina cou sem ação, encantada com a

dança e a maneira sensual que ele se movimentava, entãoele se aproximou dela e o uviu-o dizer.

Bata palmas.

O som começou a povoar sua mente e ela sorriu paraele e começou a bater palmas, enquanto ele dançava aoredor dela. Numa parte da música ele a pegou pela mão,



levantando-as com a dele para cima e p ara baixo, fazendoa dançar indo para frente e para trás.

Ela estava tão hipnotizada por aqueles olhos negrosintensos que não se deu conta que era o centro dasatenções e que as mulheres a olhavam com inveja.

Então ele apegou possessivamente pela cintura eterminou a dança inclinado-a para trás dobrando suaespinha. Ela sentiu um arrepio ao sentir os as mãos

quentes dele que circuncidavam sua cintura. Hassan aendireitou novamente e pegando-a pela mão, a fezinclinar-se agradecendo as palmas dos convidados.

Karina aproveitou a hora que os convidados o cercarame logo que pode se desvencilhou dele, como uma fugitivafoi para um canto da casa, fechou os olhos e apertou a

testa.Sua segurança não durou muito e seu nervosismo

voltou, quando abriu os olhos de novo e viu Hassanobservando-a com um sorriso irônico nos lábios.

Ele a tou demoradamente, os olhos brilhantes einsolentes. Percorreu-a de alto até em baixo sem a menorcerimônia. Desde os cabelos castanhos escuros, soltos atéos ombros, o corpo bem feito, as pernas compridas, cujoscontornos eram acentuados pelo vestido, até os sapatosscarpin.

Naquele instante, Karina odiou-o de todo o coração. Oolhar dele tinha a insolência de alguém que cobiça umobjeto exposto numa vitrine.



Hassan Hajid se aproximou e a indagou.

— Por que você me deixou? — Seus olhos negros seencontraram com os olhos verdes dela. — Ficou tãoperturbada assim com a dança? —Então ele sorriuprovocador. — Ou foi com a minha presença?

O que Raissa lhe disse se materializava bem ali, à suafrente, fazendo-a lembrar-se de tudo... A inconstância dos

sentimentos de Hassan, envolvendo as mulheres por meiode sutilezas. E maior raiva que ela tinha, era de si mesmaque estava se deixando envolver por um homemaventureiro como ele.

Karina sorriu com desdém.

— Os homens egípcios são assim, tão presunçososcomo o senhor? Onde a vaidade está acima de tudo?

As sobrancelhas dele se estreitaram.

— Quem é você para falar do meu povo? — Ele disseduro. — Eu sei que nos atraímos mutuamente. Eu sentiisso e sei que você também sentiu.

Karina apertou a testa com os dedos e inventou umador de cabeça.

— Desculpe-me, mas eu não quis te ofender, mas euestou com dor de cabeça e por isso, estou indo embora.Diga a Raissa que eu não estava me sentindo bem.



Ela tentou passar por ele, mas ele foi muito rápido.E a pegou pelo pulso. Seus olhos se encontraram, o delaassustados e o dele intensos.

— Você tem medo de mim. — Hassan armou.

Karina sabia que isso era verdade, mas achou àprepotência dele tão grande que começou a rir e o tandocom desdém, uma raiva surda começou a crescer dentrodela.

— Pense o que quiser. Adeus.

Hassan a pegou pelo braço e a prensou na parede, suarespiração alterada aquecendo seu rosto.

— Mulher alguma riu de mim. Você está meprovocando com esse sorriso de pouco caso. E pretendo

tirar esse seu sorriso agora mesmo.Karina tou-o assustada, então a boca dele tomou a

sua, num beijo possessivo.

Karina sentiu o poder de sedução e atração que eletinha sobre ela. Ele a puxou para mais perto. Aexperiência era agradável, agradável demais. Havia uma

excitação diferente nela, para se p roteger começou apensar em várias coisas que não fosse ele. Resolveu que omelhor era ngir indiferença.

Amanhã preciso arrumar o vestido rosa, por uns

detalhes pretos.



Prendeu as mãos ao corpo, embora sua vontade fossede passar as mãos pelos cabelos negros dele. Hassanentão a soltou, arfando e a tando com os olhos febris.

Karina limpou a boca e sorriu novamente,perguntando.

— Acabou?

Então ela escutou a voz de Raissa.

— Ah aí estão vocês. — Raissa abraçou o irmão pelacintura e sorrindo para ele perguntou — Você conheceuminha amiga? Fiquei surpresa por escolhê-la para adança.

Hassan se recuperou rápido e sorriu para ela com osdentes muito brancos, contrastando com o rosto moreno.

— Por que surpresa? — Hassan voltou o rosto paraKarina que os tava com um olhar indecifrável.

Raissa sorriu para Karina e se voltou para o irmão.

— Porque eu falei a semana inteira de você para Karina.

Hassan tou Karina com um sorriso irônico, como se

alguma coisa tivesse iluminado sua mente.

— Aposto que falou mal de mim.

Raissa riu do comentário do irmão e disse.

— Só falei a verdade.



Hassan então gargalhou e tou Karina com olhosintensos e disse provocante.

— Então estou frito!

Karina se incomodava com Hassan, tudo nele mexia

com ela: O sotaque às vezes carregado era extremamentesedutor. O mover das mãos morenas, olhar de um felino, ocaminhar de uma pantera. E ela que detestava oscafajestes, se odiava, por um mexer tanto com ela. Até arisada dele era agradável aos seus ouvidos.

Então ela tou Raissa e disse.

— Eu estou indo embora. Estava falando para o seuirmão que estou morrendo de dor de cabeça.

Raissa tou-a desapontada.

— Que pena! Tão rápido. Você quase não aproveitou afesta.

Raissa desprendeu dos braços do irmão e a pegou pelo braço.

— Eu te conduzo até a porta.

Karina sorriu. Um sorriso fraco e ignorando Hassan,saiu com Raissa.



Raissa saiu da mansão com Karina e tou-adesconada.

— Hassan te incomodou?

Karina para evitar explicações disse simplesmente.

— Não. Mas ele comentou que não gostou muitoquando eu o deixei ao acabar a dança.

Raissa riu.

— Do jeito que conheço meu irmão, não deve tergostado mesmo. Um aviso que te dou, tome cuidado comele. — E falando em tom de condência explicou. — Porque você acha que mamãe programou essa festa? Ela nãose conforma de ver Hassan solteiro. Um homem na idadedele precisa ter uma família. Ela tem esperanças queHassan se interesse por alguma garota e se case, e tenhaum varão. Mas pelo que conheço do meu irmão, ela vaiesperar sentada.

— É a natureza dele, ela não deveria impor. É melhor eleser solteiro, do que ser um marido inel.

— Mas aí que está. Papai e mamãe se casaram comseparação de bens. Quando ele estava doente, ele fez umtestamento, que minha mãe só receberia uma parte daherança caso Hassan se case e gere um lho para levar o

nome da família. Meu pai nunca se conformou de Hassannão contrair matrimônio.



— Que absurdo! Mas tem você para gerar lhos.

— A criança não levaria meu sobrenome. O sobrenomequem dá é o homem. Para um egípcio a continuação dageração é muito importante, pois levará nosso nome enosso sangue e a perpetuação da nossa raça não seperderia.

Karina tou-a pensativa e indagou.

— Seu irmão não teria algum motivo oculto para agir

assim?

Raissa a tou tristemente.

— Meu irmão é um mistério. Ás vezes ele passa aimpressão que tem raiva das mulheres.

Karina esfregou os braços nus com frio. — Obrigada Raissa pela festa. Eu estou indo agora. Aqui

fora está frio. Entre e aproveite a festa.

Raissa a abraçou e indagou.

— Amanhã você vem aqui, não vem?

Karina queria evitar Hassan e a convidou.



— Eu sempre venho aqui. Por que você não vai a minhacasa?

— Eu até iria, mas amanhã é Domingo e Hassan caráem casa e ele acabou de chegar. De segunda em diante ele

vai trabalhar e eu vou á faculdade. Só temos Domingopara conversarmos.

Karina suspirou e disse.

— Então aproveita o dia para passar com seu irmão.

— Eu não posso monopolizá-lo o dia inteiro. Karina venha só um pouco aqui.

— Tudo bem, eu virei. Mas só um pouquinho na parte datarde. Ah tive uma ideia! Por que eu não passo aqui parasairmos? Vamos tomar café á tarde juntas! Tem uma

ótima Delicatessen no centro.Raissa sorriu.

— Você está querendo me engordar? Você não sabe oque eu já sofro em casa, evitando os doces que acozinheira faz. Tenho inveja do meu irmão que come oque quiser e não engorda uma grama.

E a tando negativamente disse.

— Não, eu prero que você venha em casa.

Karina suspirou e disse resignada.

— Amanhã á tarde eu virei aqui. Até amanhã.



Karina a beijou e se dirigiu ao seu carro. Enquantodirigia até sua casa, pensou na enrascada que tinha semetido. Precisava evitar Hassan, mas também se ela

casse rejeitando os convites de Raissa, ela iria perceberque Hassan a perturbava.

No dia seguinte Karina acordou dez horas e seguiu até asala. Seu pai estava lendo um jornal enquanto sua mãearrumava as ores num vaso no canto da sala onde cavaum aparador. Audrey era uma mulher de cinquenta anos,e usava os cabelos grisalhos naturais, que davam uma corcinza ao cabelo. Seus olhos eram verdes, iguais de Karina.

— Bom dia.

— Bom dia. — Seu pai e sua disseram em coro.

Jonas a tou e perguntou com interesse.

— Como foi à festa?

Karina disfarçou o nervosismo e respondeu sememoção.

— Foi legal.

Jonas sorriu.

— Já vi que você não gostou. Esse legal, não meconvenceu.

Karina então se sentando a mesa de jantar que estavaarrumada com o café.

Disse desinteressada.



— A maioria das pessoas eu não conhecia. Fiquei maiscom Raissa.

Audrey se aproximou e se sentou em frente à Karina.

— Filha, mas e a festa em si? Dizem que eles caprichamna decoração e que é muito animada.

Karina suspirou.

— Isso é verdade. A decoração era linda. Cheio de véusamarrados, as pilastras enfeitadas com ta dourada,plantas ornamentais altas em cada canto, uma mesaenorme de guloseimas e uma mesa de bebida. Você sabiaque eles não bebem álcool?

Seu pai sorriu surpreso.

— Para mim essa festa seria sem graça então.

Audrey tou o marido com reprovação.

— Você não pode nem pensar em bebida, sua pressãosobe muito.

Seu pai fez uma careta por trás do jornal.

Karina rindo, carregou uma caneca de café e umpedaço de bolo e saiu para os fundos da casa, beirando apiscina se sentou numa espreguiçadeira ao sol.

Pouco tempo depois fechou os olhos e escutou acampainha. Ouviu o abrir e fechar da porta de tela e viu

Vitor se dirigindo a ela.



Vitor era seu amigo desde os tempos de faculdade, jáse conheciam há dois anos. Karina sabia que ele tinhaum interesse por ela além da amizade, mas Karina nuncao iludira. Pelo contrário, ela sempre o incentivava a saircom outras pessoas e a namorar e sempre fora muitoclara com ele, em relação aos sentimentos dela. Onde elaseria apenas uma amiga.

Ele era um rapaz bonito, era alto, forte, bronzeado,tinha ombros largos, cabelos castanhos claros, olhos azuise usava óculos, que lhe dava um ar intelectual.

— Oi Vitor.

Vitor sorriu quando a viu, passou os olhos rapidamentepelo vestido creme que ela usava.

— Vim te convidar para sairmos. Que tal pegarmos umcinema hoje á tarde?

Karina sorriu, bem que poderia sair com ele edesmarcar a ida até a c asa de Raissa.

— Eu tenho um compromisso á tarde. Mas eu não

estou muito a m de ir, vem comigo até a biblioteca queeu vou telefonar e desmarcar.

Karina se levantou e Vitor sorriu satisfeito. Foram juntos até a biblioteca. Karina discou para a casa de

Raissa e quem atendeu foi a empregada. Karina pediupara ela explicar-lhe que houvera um imprevisto e ela não



poderia ir. A empregada anotou o recado e Karina sesentiu aliviada.

Audrey entrou na biblioteca e viu Karina desligando otelefone e Vitor a aguardando no sofá.

— Vitor, por que você não almoça conosco?

Sua mãe era louca para Karina gostar do rapaz, Audreysabia do amor de Vitor por ela. Ele era um ótimo rapaz,trabalhador, sempre fora estudioso e tinha um jeitopacato. Hoje com vinte oito anos, ele era engenheiroeletrônico e trabalhava numa indústria de componenteseletrônicos, como Account Manager.

— Eu aceito, obrigada.

Audrey sorriu satisfeita. Karina sentou-se ao lado delee Vitor lhe perguntou da festa. Karina lhe contou dadecoração, da música, das danças das bailarinas. Masomitiu que ela havia dançado com Hassan e o pequenodesentendimento e o b eijo.

O almoço fora tranqüilo, seu pai também parecia fazer

um complô com sua mãe, na arte de incentivar o namorodos dois. Sempre fora assim eles o tratavam super bem, edeixavam clara a p referência deles.

Karina daria tudo para amar Vitor, infeliz constatouque todos gostavam dele, mas ela nunca conseguira o vercomo um homem. Ele nunca lhe despertou o desejo.Então se lembrou de Hassan, sentiu uma onda de calor,



lembrou-se dos efeitos que ele tinha sobre ela. Ele pareciater uma força invisível que a atraía. Isso nunca lheaconteceu, nunca imaginou na vida que a at ração sexual

por alguém pudesse ser tão grande.

Não poderia ser Vitor, o homem que mexesse com seusneurônios?Por que tinha que ser Hassan? Um homemaventureiro, um colecionador de mulheres? Umconquistador barato?

Mais tarde Karina e Vitor estavam saindo para ir ao

cinema, quando Audrey a chamou.

— Filha telefone. É Raissa.

Karina suspirou e atendeu.

— Karina eu recebi o recado. — Disse chorando. — Euestou tão mal. Você não quer vir aqui?

Karina estranhou Raissa e indagou.

— Raissa você está chorando? O que aconteceu?

— Houve uma confusão aqui em casa hoje de manhã.Mamãe e meu irmão brigaram feio. Isso me deixouextremamente triste. Meu irmão ameaçou voltar para os



Estados Unidos. Mamãe disse a ele que vá. Mas eu nãoquero que ele vá.

— Mas por que eles brigaram?

— A vida toda eles brigam, quando meu pai estava vivoa briga era sempre na ausência dele, mas depois que meupai morreu a rixa entre eles se t ornou aberta.

Karina tentou consolá-la.

— Então daqui á pouco eles fazem as pazes.

— Não. Não acredito, ele saiu batendo a porta de casa.Nunca vi meu irmão daquele jeito, e acho que você estácerta, ele deve ter algum trauma ou motivo para agirassim. Ele não tem uma atitude normal.

Então disse chorosa.

— Por favor, Karina, venha até aqui! Eu preciso falarcom você, se não vou enlouquecer.

Karina suspirou e disse.

— Estou indo para aí agora.

Vitor que a aguardava, fechou a cara.

— Desculpe-me Vitor, mas você ouviu, preciso ir daruma força para a minha amiga.



Vitor disse mal humorado.

— Karina, você percebeu que desde que você conheceuessa sua amiga, você quase não sai da casa dela?

Karina incomodada com o tom dele, explicou de má vontade.

— Vitor, Raissa é muito sozinha. Eles falam tanto emfamília, mas nunca vi família mais desunida. Cada umpara o seu lado. A mãe de Raissa é uma mulher fútil e o

pai que era mais carinhoso e lhe dava atenção, morreu aum ano de câncer. O irmão dela é outro, vive viajando enão consegue dar atenção a ela. Ela só me tem paraconversar.

Vitor suspirou.

— Tudo bem, Karina.E a tando intensamente disse.

— Não sei por que ainda insisto em sair com você.

Karina foi até ele e o tando seriamente num gestoafetuoso o pegou pela mão, acariciando-a, mas logo a

soltou.— Vitor, eu já te disse isso. Você precisa conhecer

gente nova. Namorar, sair mais. Não depender tanto demim para sair.

Vitor a pegou pelo braço e disse impaciente, com osolhos febris a tou.



— Karina, você pensa que eu já não tentei? Mas quandome vejo, estou aqui. Mendigando a sua atenção.

Ele suspirou alto e saiu com passadas largas da sala. Audrey o viu passar por ela como um furacão e

perguntou.

— Vocês brigaram?

— Não mamãe, eu tive que desmarcar o cinema com ele.Surgiu um imprevisto.

— Karina, não vai me dizer que esse imprevisto sechama Raissa?

Karina sorriu.

— Acertou.

Audrey deu um suspiro alto.

— Eu nem vou tentar entender. Eu não sei o que você viu nessa menina mimada.

— Mamãe, você está muito enganada. Raissa não temnada de mimada. Ela é apenas uma menina rica triste esolitária. Ela é cercada por riquezas e f utilidades, mas

não tem carinho e nem amor da família.

Audrey tou-a pensativa.

— Ai, então vai! Você quase me levou a chorar agora.

Karina sorriu e abraçou.

— Mamãe, ela tem tudo, mas não tem a famíliamaravilhosa que eu tenho.



Audrey tou-a emocionada e a abraçou e beijou-lhe orosto.

CAPÍTULO II

Karina chegou à mansão às duas horas da tarde. Osseguranças já a conheciam, ela tinha passagem livre pelacasa.

Karina foi até a porta e tocou a campainha. Então viuHassan abrir a porta com cara de choro. Karina cou semação ao vê-lo. Hassan cou a olhá-la tristemente, nãodizendo nada afastou o corpo para que ela passasse.

Os olhos de Hassan percorreram seu corpo, observou o vestido creme com dourado que ela usava que lhe

moldava o corpo. Ele usava uma calça jeans e uma camisa branca um pouco aberta no peito.

Karina foi logo perguntando.

— E Raissa?

Hassan a tou sério, nem parecia o mesmo homem dafesta de ontem.

— Eu lhe dei um sedativo.

— Você deu um sedativo? Mas ela sabia que eu viriaaqui?

— Eu diluí no suco que ela tomou. Ela estava muitonervosa.



Karina suspirou.

— Então eu não tenho mais nada a fazer aqui.

Ela estava se dirigindo a porta, quando Hassan secolocou a sua frente e com voz de súplica pediu.

— Por favor. Fique. Eu dei bem menos que umcomprimido. Ela, quando acordar, vai querer te ver.

Karina suspirou e se dirigiu ao sofá onde se sen tou.Hassan se sentou ao lado dela. Karina couextremamente perturbada com a presença dele, seucoração batia descompassado e o olhou incomodada.

Inconscientemente seus olhos se atraíram por ele epassou a observá-lo. Notou-lhe a aparência abatida, asruguinhas nos cantos dos olhos negros, o cabelo grisalhonas laterais.

Hassan também a tava intensamente, e num tom de voz melancólico disse-lhe.

— Quero me desculpar por ontem. Eu agi por impulso, você me ofendeu, mas isso não justica o que eu z.

Karina cou sem ação por um momento, ele aperturbava demais e p ara cortar logo o assunto respondeurápido.

— Tudo bem. Não vamos mais falar sobre isso.



Hassan sorriu, Karina cou extasiada com o poder e a virilidade daquele homem a sua frente. Isso fez com que

ela inconscientemente prendesse o ar.

— Quantos anos você tem?

— Vinte cinco.

Hassan sorriu de novo.

— Na minha cultura, você já estaria cando velha paracasar. As moças se casam muito cedo.

Karina o desaou.

— E quanto aos homens? Eles podem se casar com aidade que quiserem? As mulheres o aceitam, mesmosendo velhos?

Hassan sorriu diabolicamente, e aproximou-se dela.Karina cou com as pernas moles.

— Você já reparou que você gosta de me provocar?

Hassan, olhando-a nos olhos, passou o dedo nos lábios vermelhos dela, Karina cou sem ação quando os olhos

dele desceram para a sua b oca.

— Você é linda. Mexeu comigo, no primeiro momentoem que a vi. O que eu senti, nunca me ocorreu. — Elesussurrou-lhe as palavras de um jeito simples e sincerotando a sua boca. Karina abriu a boca para falar, mas elenão permitiu tocando a boca dela com o dedo indicador.

— Não diga nada. — Sussurrou. — Não quebre esse

momento. Apenas diga a verdade, você sentiu o mesmo



Karina desceu os olhos para a boca sensual de Hassan enum ímpeto de paixão, se viu dizendo.

— Eu quero que você me beije.

Hassan mansamente aproximou sua boca da sua e comum gemido tomou seus lábios num beijo intenso, aumidade morna da boca dele, enlouquecendo-a.

Então ele a beijou provocativamente, mordiscando-lheos lábios, para depois beijá-la novamente invadindo

delicadamente sua boca com a língua. As mãos quentesdele deslizavam por suas costas, onde o tecido no nãoconseguia a proteger da sensação maravilhosa de sertocada por ele. Sentindo-se num mundo fascinante, cheiode vida, apertou-o com força, num abraço, como setivesse medo de perdê-lo. Ele era experiente, e como era.

Como um feiticeiro ele sabia envolver uma mulher.Karina sentiu-se totalmente atordoada. Mas logo lhe

apertou no peito o medo, e veio à mente, que ela seriaapenas mais uma coleção das lindas mulheres quepassaram pela vida dele.

Mesmo com o desejo a invadindo e tomando conta deseu corpo, ela num esforço supremo o empurrou e selevantou.

— Por favor, Hassan. Não quero me envolver com você.

Hassan se levantou também e disse persuasivo.



— Não é o que seu corpo diz. Você me deseja. Como eutambém te desejo.

Ele se aproximou dela de uma maneira sutil, como sefosse pegar um passarinho assustado. Karina hipnotizadacou sem ação. Seus olhos estavam presos ao dele,quando ele a envolveu pela cintura. Ele beijou-lhe opescoço. Karina com as pernas moles, não esboçouqualquer reação.

Ele ainda no pescoço delicado e perfumado dela dissenum tom sofrido.

— Deixe-me te conhecer. Prometo para você que nãopassará de beijos inocentes, só pelo prazer de tê-la emmeus braços e de sua companhia.

Karina o afastou e disse rme.

— Não. Eu não quero me envolver com você.

— Karina... — Hassan começou a falar, mas desistiu vendo o rosto fechado de Karina, então ele a soltou e

tou-a com uma expressão indecifrável.

— Quando Raissa acordar, diga-lhe que eu e Helena já

zemos as pazes e que eu não vou deixar a família.

Karina o tou séria.

— Tudo bem, eu digo.

Hassan a olhou longamente e saiu da sala. Karinasuspirou aliviada. Sentou-se no sofá, fechando os olhos.



Meu Deus precisava ser forte. Não era para menosque as mulheres se envolviam com ele saiammachucadas. E ela não queria ser mais uma de suas

aventuras.

Karina estava distraída com uma revista, quando foichamada do alto da escada por Hassan.

— Vem Karina, Raissa quer falar com você.

Karina se levantou e lentamente, subiu as escadas.Quando chegou ao corredor, encontrou os olhos deHassan. Ele lhe disse sério.

— Na minha cultura, nós damos muita importância aonome. Você percebeu que eu só sei que você se chama

Karina, por causa de minha irmã?Que nos esquecemosdas apresentações? — Então Hassan sorriu maroto. —Embora tenhamos passado o carro na frente dos bois.

Karina consentiu séria e disse, ignorando a últimaobservação dele.

— É verdade. Karina Steel é o meu nome.

Ele lhe fez uma mesura e disse em tom irônico.

— Encantado, Hassan Hajid Addull Ala.

Karina ergueu as sobrancelhas e r iu, não se contendopelo nome ser tão grande. Hassan na hora fechou a cara.



Ela disse rápido.

— Desculpe-me.

Hassan ainda furioso se aproximou dela e a p egou pelopulso.

— Nunca se ri do nome de um Egípcio. — Ele a tandointensamente. — O que você ganha em me provocar?

Karina cou sem ação por um momento. Hassancontinuou.

— Que prazer sórdido você tem em me provocar?

Karina então o tou séria. E cansada do jeito deleimponente. Cheio de costumes que não levam a nada. Elalhe disse sem medir as palavras.

— Sinceramente, eu não entendo vocês e a sua cultura.Que cam presos a rituais bobos enquanto a estruturafamiliar esta ruindo a sua volta. Você percebeu comoRaissa precisa do carinho e compreensão? Que ela éassim por ser uma menina carente? E vocês só olham onariz de vocês. Com suas danças exóticas, cheio de

vaidade. Por que vocês não se preocupam com o serhumano, ao invés com o nome e a posição dele?

Hassan cou pálido, enfurecido a pegou pelo braço e alevou a uma porta, ele abriu e a fez entrar num quartoque tinha aparência masculina. Ele como um leão

enjaulado andava de um lado para o outro e lhe disse bemperto de seu rosto, com um forte sotaque.



Raissa estava sentada na varanda do quarto olhandopara o lado da mansão, onde se p odia visualizar a piscina.

— Raissa.

Raissa a chamou.

— Aqui na varanda.

Karina sentou-se ao lado dela numa cadeira reclinávelconfortável. Raissa a tou com lágrimas nos olhos.

— Que bom que você veio. Eu não sei o que deu emmim, mas acho que de tanto chorar me deu sono e eudormi. Desculpe-me.

Karina sorriu compreensiva, lembrando-se docalmante que Hassan havia posto na bebida dela, mas nãodisse nada. Parecia que ele não sabia lidar com os

próprios sentimentos, isso reetia ao lidar com ossentimentos dos outros. Era mais fácil acalmá-la comartíces do que enfrentar o problema.

— Karina, eu me sinto tão sozinha. Mamãe sai todahora, eu não gostaria de car sem Hassan. Ele é o ú nicoque me entende e me dá atenção e carinho.

Karina sorriu para Raissa.

— Ele não vai mais voltar para os Estados Unidos. Eleacabou de me dizer que já resolveu tudo com sua mãe.

Raissa chorou entre as mãos e exclamou abafadocolocando a cabeça e as mãos para o céu.



— Mash'Allah. — Então ela tou em lágrimas. — Passeiseis meses pedindo a Alá para meu irmão voltar. Minhamãe e meu irmão nunca se deram bem.

Karina tou-a séria. Depois das coisas que Hassan lhefalou, entendeu que ele deveria ter um grave motivo paraagir assim.

— Raissa desde quando ele age assim com sua mãe?

— Desde sempre. Desde que me conheço por gente, eles

tem antipatia um pelo outro.

— E seu pai? Como via isso?

Raissa balançou a cabeça.

—Meu pai teve um tempo que não conversava comHassan, ele protegia minha mãe. Ele não gostava de ver o

lar dividido e culpava Hassan por isso.

— Não é estranho um lho não gostar da própria mãe?

Raissa disse em tom de condência.

— Hassan é lho de meu pai com a primeira mulher. Nóssomos meio irmãos. Meu pai vivia no Cairo e casou-se

muito novo. Os casamentos lá são arranjados. QuandoHassan tinha quinze anos de idade, sua mãe morreu docoração. Depois de três anos meu pai conheceu minhamãe. Ele enfrentou toda a família e casou-se com ela ecom o dinheiro que ele tinha conseguido comocomerciante de tapetes, ele veio para a Inglaterra, com

ela e Hassan.



Então com os olhos marejados de lágrimas falou doirmão.

— Hassan sofreu muito, pois não se adaptou. Foimuito rebelde. Ele não queria ter saído do Cairo. Quandoeu nasci Hassan já tinha dezenove anos.

Karina se entristeceu, pensando como Hassan haviasofrido ao vir para a I nglaterra e ter que se adaptar alíngua e a cultura. Talvez por isso ele não gostasse da

madrasta, ele a c ulpava por sair do seu país.Então Raissa suspirou e continuou.

— Meu pai com o dinheiro comprou um hotel pequeno,com o passar do tempo ele comprou um terreno baldio aolado e aumentou o hotel. Hassan estudou Hotelaria e como conhecimento de meu pai e de Hassan na cultura elíngua árabe, eles atraíram os árabes para o hotel. Comtodos os requisitos que um árabe está acostumado.Inclusive as janelas voltadas para Meca, onde nosso povoora direcionados para lá. Então eles juntos aumentaram afortuna, construindo mais hotéis. Hoje os nossos hotéissão conhecidos por todo o Cairo. Agora meu irmão abriu

um nos Estados Unidos. Hoje ele só administra em umescritório aqui mesmo, num hotel em Londres. De vez emquando ele visita cada hotel.

Karina a tou atentamente.

— Raissa. Você me falou que seu pai morreu no anopassado. Você nunca perguntou a ele, por que Hassan nãogostava dela?



— Sim. Mas meu pai nunca me deu explicações, na verdade ele sempre fugiu do assunto. Meu pai amava

muito minha mãe. O homem árabe quando ama sua

mulher, ama pra valer. Eles se entregam de corpo e alma.Ele a venerava. Embora eles se tornem dominadores, commeu pai foi ao contrário, mamãe o dominava. Ela o tinhanas mãos.

— Hassan é muito apegado a religião do seu país?

— Não, ele é apegado à cultura e tradições. Crê em Alá elemos o alcorão. Mas não há nele um fanatismo. Creio queele se desprendeu um pouco da religião, quando veio paracá. Tenho certeza que, se ele estivesse no Cairo, ele seriamais el a religião.

— Na festa que vocês deram. Quem eram aquelas

pessoas se seus familiares caram no Cairo? — São amigos de Hassan e de meu falecido pai. Eleszeram questão de preservar um pouco de nossa cultura.Eles sempre deram importância em manter os laçosligados ao nosso povo, por isso a grande maioria sãopessoas de origem árabe, egípcios, marroquinos,

libaneses. Que são pessoas que passaram pelos nossoshotéis e acabaram se estabelecendo aqui. Outras eramfuncionários dos hotéis e alguns familiares de mamãe quesão ingleses.

Karina agora entendia, por que a cultura árabe era tãopresente em Hassan. E por que ele falava com tanto

orgulho de sua cultura. Anal, ele vivera até dezenove



anos no seu país. E isso explicava por que ele tinha umforte sotaque.

Karina então mudou de assunto, Raissa passou a lhefalar dos estudos, das situações cômicas na faculdade, dealguns professores que gostavam de pegar no pé e deoutros que deixavam o aluno à vontade. Riram juntasmuitas vezes. Karina então olhou o relógio.

— Bom! Agora que você já sabe que Hassan cará aqui

eu vou embora. Amanhã preciso ir cedo à loja.

Raissa a abraçou e entre lágrimas disse.

— Obrigada por ter vindo.

Karina a abraçou apertado e disse.

— Não foi nada.

— A salamo a-leikom. A paz esteja com você.

Raissa a havia lhe ensinado a se despedir em árabe, jáera um costume ela se despedir assim de Raissa

— A leikom es Salam. A paz esteja com você também.

Karina saiu do quarto de Raissa e desceu as escadas.Hassan estava voltado para a janela com a expressãosombria, virou-se para ela quando a ouviu. Ele estavausando uma roupa típica árabe, que parecia um camisolãode linho branco e um cordão de ouro.



O coração de Karina se apertou no peito de vê-lo tãotriste.

— E Raissa? Ele indagou com os olhos ansiosos.

— Ficou bem depois que soube que você não sairá maisdo país. Por que você vai até lá e fala com ela?

— Hoje não, não estou pronto para responder aindagações dela. E por favor, não conte nada a m inhairmã o que aconteceu no quarto.

Uma dor agitou em seu peito em vê-lo tão frágil,fazendo com que ela sentisse uma vontade louca deconhecê-lo melhor.

Mas ela se conteve e se d espediu.

— Bom, estou indo. Amanhã preciso levantar cedo.

Hassan ergueu as sobrancelhas interessado.

— Você trabalha em que? — Formei-me em Design de Moda, desenho roupas para

uma loja de Grife.

Hassan passou os olhos demoradamente por seu vestidose aproximando devagar, como uma pantera negra,espreitando sua presa. Isso fez com que o coração deKarina batesse forte e as pernas amolecessem.



Quando ele estava próximo a ela, Hassan passou oindicador por seu braço a tando nos olhos, observando-lhe a reação. Disse provocante.

— Esse vestido, é uma arte sua?

Karina estremeceu sentindo a trilha que o dedo delefazia em seu braço e seus olhos negros a tava comdesejo.

Ela só conseguiu sussurrar.

— Sim, fui eu que desenhei.

Ele disse olhando em seus olhos, os olhos deledesceram para a sua boca.

— As pessoas bonitas cam bem em qualquer vestido.

Karina disse nervosa, pois ele ainda olhava para sua boca.

— Nem sempre, a mulher sempre usa de artíces parase tornar mais bonita.

Ele então voltou para os seus olhos.

— Como?

— Tem mulheres que tem poucos seios e há vestidosque valorizam os seios pequenos, com enchimentos ou

bojo. Há aquelas que têm quadris estreitos, então usamos vestidos que crescem no quadril, dando volume.



Hassan mudou de assunto. Seus olhos faiscavam dedesejo, atraindo Karina com uma força intensa, que ela

jamais vira. Ele disse com voz profunda.

— Por que você não me permite te conhecer melhor e você me conhecer também, quero acabar com essa ideia

que você tem de mim, me dê à chance de mudar.

Os olhos de Hassan brilhavam e percorriam-naobservando cada detalhe do rosto de Karina, como se o

estivesse gravando na memória. Era uma expressão tãointensa que a deixou sem fôlego, em êxtase e com ocoração desgovernado.

— Meu pai não aprovaria. — Karina disse convicta daopinião de seu pai, anal Hassan era, quinze anos mais

velhos que ela e tinha fama de ser mulherengo.

As feições de Hassan se transformaram. Ele a touquase hostil.

— Por que ele não me aprovaria?

Karina resolveu abrir o jogo.

— Olhe sua vida Hassan, você tem quarenta anos e

nunca namorou sério, nunca pensou em se casar. Quetipo de futuro você espera que eu tenha com você?Eu nãoquero ser um mero divertimento para você.

Hassan pegou uma mecha do cabelo dela e a tou comintensidade.

— Mas eu te disse, que mudei de opinião, que pensonum relacionamento sério.



Karina cou tão nervosa que riu, sua reação fez comque Hassan endurecesse o rosto.

— Por que você ri?Eu não estou brincando com você.Nunca falei tão sério em toda a minha vida. — Disse issoa pegando pela cintura. Trazendo-a mais próxima de si.

Karina tentou se explicar.

— Eu tenho essa mania, quando estou nervosa eu dourisada.

A expressão de Hassan se tornou serena, ele a observouatentamente como se quisesse decifrá-la, passou o dedopela boca de Karina e continuou.

— Eu poderia falar com seu pai.

Karina tinha medo de Hassan, não queria de maneira

nenhuma se envolver com ele, embora sua mente diziaisso, seu coração ansiava por ele e seu corpo pedia os

beijos dele.

— Hassan, desculpe-me. Na minha cultura você é muito velho para mim. Por isso papai será contra. Não que eu o

ache.

Hassan sabia que ela também o desejava. Se ela lhedissesse que ela não o queria, ele não desistiria.

Karina enfrentaria os pais por ele caso ela resolvesseassumi-lo, mas ela não conava em Hassan. Essa então,foi à melhor desculpa que encontrou.



Hassan enfurecido a afastou. — Na minha cultura, quanto mais velho o homem, maisdesejável ele é, por ser mais experiente e mais maduro.

— Eu entendo Hassan. Sua cultura está certa. Mas eunão quero desapontar meu pai.

— E se eu disser que falarei com ele.Karina cou aturdida. Seu coração batia no ouvido.

— Como assim, você falará com ele?

Hassan riu misterioso.

— Você não me conhece. Quando quero uma coisa, eu vou até o m.

Karina cou completamente sem ação. Hassanaproveitando-se da sua confusão a pegou pela cinturanovamente.

Uma onda de calor e desejo o invadiu numa vontade

insana de mostrar a Karina o que ela estava perdendo.Ele percebia que Karina tremia em seus braços e isso só oestimulou mais. Ele buscou sua boca com paixão. Seu

beijo foi ardente e cheio de desejo.

Ele parecia louco para tê-la. A maneira sensual comoele a beijava a fez tremer descontroladamente, e ela

acariciou o pescoço de Hassan com seus braços,



agarrando-lhe com força o cabelo. Hassan beijando o seupescoço foi até a concha de seu ouvido e sussurrou.

— Não lute Karina. Você me pertence.

Karina o afastou e o tou com sofrimento.

— Desculpe Hassan, mas eu não cono em você.

Hassan cou a olhá-la sem saber o que dizer. HelenaHajid nessa hora entrou na sala, ela estava cheia desacolas. Ela tou surpresa os dois, que estavam comcaras estranhas. Hassan quando a viu fechou a cara.

— Karina, minha querida, você chegou faz tempo?

— Sim senhora Hajid, eu quei um tempo com Raissa.Estava me despedindo de Hassan quando a senhorachegou.

Ela sorriu e se jogou no sofá, massageando os pés.

— Fez bem, Raissa gosta muito de você.

Karina então disse. — Bem, eu já estou indo.

Hassan se pronticou.

— Vou te acompanhar até lá fora.

Quando eles alcançaram na parte externa da mansão.Karina o observou.



— Por que você não gosta de Helena?

Hassan fechou a cara e disse duro.

— Tenho os meus motivos. — Você está vendo por que eu não cono em você.Porque você não cona em mim.

Hassan a tou longamente.

— Eu não gosto e nem quero falar nesse assunto. —Ele

disse impassível. — Então desista. Eu nunca estaria ao lado de umhomem que tem segredos.

Hassan sorriu-lhe.

— Há um provérbio árabe que diz: "O maior dos erros éa pressa antes do tempo e a lentidão ante aoportunidade" . Eu terei paciência com você.

Karina cou a olhar o rosto duro e decidido dele e seafastou, se dirigiu ao seu carro, bateu a porta e deu meia-

volta, rumando para sua casa.

Meu Deus! Por que ela o deixou beijá-la? Agora Hassansabia que ele a atraía. E pelo visto ele não desistiria. Eela, conseguiria resisti-lo? O pior de tudo é que eleestava a envolvendo de uma maneira tão diabólica.

Murmurou consigo mesma, sentindo o rosto pegando

fogo. Ele parece um feiticeiro!



Ela estava uma fera. Parecia que o sangue que corriaem suas veias estava carregado de impotência.

Karina no dia seguinte chegou ao trabalho cedo.Entrou na loja e foi até os fundos passou pelascostureiras, cumprimentado-as. E se dirigiu a sua sala.Sentou-se em frente sua prancheta e observou o vestidoque tinha desenhado, precisava agora denir o tecido e acor. Mas seus pensamentos estavam em Hassan.

Passou a noite inteira se revirando na cama, quasearrependida de não ter aceitado a oferta deles seconhecerem melhor.

Mas como caria junto de uma pessoa irascível comoele? Que garantias ela tinha que ela não seria mais umcaso de amor passageiro? Então quando ele se cansasse,

simplesmente ele terminaria com ela e ela caria com ocoração partido. Não! Precisava ser rme com ele!

Ele era um homem cheio de mistérios. Mas o pior queseu coração queria se arriscar. Queria se aventurar emconhecê-lo.

Karina afugentou as lembranças de Hassan e seenvolveu com o trabalho. Por incrível que parecesse,conseguiu desenvolver bem os vestidos. Há uma hora adona da loja apareceu.



Tereza era um socialite, casada com um empresário quetinha a loja como um passatempo.

— Bom dia Karina. Como andam as coisas?

— Tudo bem. Gostou do vestido? — Karina lhe mostrouum vestido de noite exclusivo que ela desenhou para umacliente. Você gosta do tecido?

— Karina, o vestido cou lindo... As meninas estãotrabalhando bastante depois que eu te contratei. Os

clientes estão muito satisfeitos e eu estou muitosatisfeita com você Karina.

Karina sorriu-lhe. Ao menos na carreira prossional elanão podia se queixar. Pensava até em guardar dinheiropara abrir sua própria loja. Mas isso era um sonho, muitodistante ainda.

CAPÍTULO III

No nal do dia Karina fechou a loja e se dirigiu ao seucarro, estacionou em casa quando viu uma Mercedespreta estacionada.

Meu Deus será que é o que eu estou pensando?

Karina com as pernas moles e o coração saltando pela boca se dirigiu a porta de sua casa. Virou a chave e

respirou fundo. Passou pelo Hall e prendeu a respiraçãoquando viu Hassan sentado conversando calorosamente

com seu pai. Ele estava vestido formalmente, de terno egravata. Vê-lo ali dono da situação a perturbou.



Sua mãe estava em outro sofá, escutando com atençãoo que Hassan falava.

Audrey levantou-se e foi até Karina.

— Filha, Hassan veio nos visitar. Ele está aguardandosua chegada, para dizer o motivo de sua visita.

Sua mãe então lhe falou ao ouvido. “ Eu e seu pai nãoestamos entendendo nada”.

Karina observou Hassan que a tava com um sorrisoprovocativo nos lábios, parecia estar se divertindo com asua surpresa e confusão. Ao olhar para o rosto decidido earrogantemente masculino de Hassan, entendeu que todaa sua resistência fora inútil. Ele era o ti po de homem quesempre conseguia alcançar aquilo que desejava ter.

Sua mãe a pegou pelo braço e Karina sentou-se ao ladodela, enquanto o olho de seu pai olhava de um para outro,tentando entender a visita de Hassan.

Karina cou apreensiva quando viu Hassan se colocarem pé e tar seus pais, ele a pegou pela mão e a fezlevantar-se do sofá. O coração de Karina quase parou

nessa hora. Ela observou os cabelos dele bem grisalhosnas laterais evidenciando a idade, e cou apreensivaquanto à reação de seu pai. Hassan a olhou longamentedeixando clara a intenção dele.

Hassan então tou seus pais e disse.

— Senhor e senhora Steel. Eu estou aqui para pedir sualha em namoro. — Seu pai se mexeu no sofá



incomodadamente e sua mãe arregalou os olhos. — Euquero dar minha palavra que a r espeitarei. Em meu paísquando um egípcio dá uma palavra, ele a mantém, isso é

questão de honra. Eu sei que nunca passei uma imagemde um homem interessado num compromisso sério, masao conhecer sua lha, pela primeira vez em minha vida,penso em ter um compromisso sério. E se tudo der certo,pretendo me casar com ela, caso ela me aceite. — Entãoele a tou intensamente. — Eu gostaria muito da

oportunidade de conhecê-la melhor. Jonas Steel tou a esposa, que os olhava atônita.

Ele então disse duro para Hassan.

— Sente-se, por favor.

Hassan pegando a mão de Karina e fez sentar-se junto aele no sofá, ela nessa hora estava com as pernas moles eo coração a mil e sem reação sentou-se ao lado de Hassan.Sua mãe então se sentou ao lado de seu pai.

A mente de Karina trabalhava.

Ele passou por cima da vontade dela, pois ela disse

que ela não queria se envolver com ele. Ela poderiaagora dizer-lhe que não o aceitaria, mas o seu coraçãonão dizia a mesma coisa, nem o seu corpo.

Jonas o tou rmemente e disse a Hassan.

— O senhor tem consciência de que é quinze anosmais velhos que Karina? Quando ela estiver com quarentae cinco anos, o senhor estará com setenta anos?



Hassan apertou a mão de Karina com sua mão quente.Ele a observou esperando Karina tá-lo. Quando seusolhos se encontraram ele disse.

— Tenho consciência disso.

Karina tou o rosto decidido de Hassan e depois touseu pai. Karina sabia que seu pai ia fazer-lhe a mesmapergunta. Seu coração que já batia com batidas anormaisse acelerou.

Jonas a tou e disse-lhe com uma expressão grave norosto.

— E você Karina? Você aceitaria um futurocasamento com Hassan nessas condições? Sabendo quão

distante é a cultura e a diferença de idade de vocês?Nessa hora ela tou Hassan. Ele passou a acariciar os

dedos de Karina, com tremor nas mãos onde denunciavaa turbulência que lhe ia à a lma. Karina tou os olhosnegros ansiosos e disse olhando para Hassan.

— Sim papai, eu o aceito, mesmo sabendo da

diferença grande de nossa cultura e idade.

Karina viu nos olhos de Hassan um brilho de emoção.Isso lhe alegrou o coração. Karina voltou sua atençãopara o seu pai que suspirou e levantou-se, seguido porHassan.

— Tudo bem, Hassan Hajid, lembre-se de cumprir suapalavra.



Hassan sorriu satisfeito e como era o costume deHassan ele foi até seu pai e o abraçou, beijando-lhe orosto. Seu pai cou totalmente sem graça. Hassan se

dirigiu a sua mãe respeitosamente deu-lhe a mão, ondeela o felicitou.

Então Hassan se dirigiu a Karina e sorrindo a pegoupela mão. Seus pais os deixaram á sós. Ele a tou com osolhos febris, dizendo-lhe com emoção.

— Eu te conheço há pouco tempo, e parece loucuramas você não sai de meus pensamentos, você faz parte demeus sonhos.

Karina cou admirada com a extensão dossentimentos de Hassan. Ele parecia tão sincero. Ela aindao tou com dúvida nos olhos.

Hassan entendeu seus questionamentos e confessou-lhe.

— Eu nunca disse isso para ninguém, Karina. Hojeposso dizer Ana Behibek , eu te amo na minha língua. Poisnão há explicação para o que está acontecendo em minhaalma. Tenho quarenta anos e nunca vivi isso comninguém.

Karina não disse nada, ele também não saía de seuspensamentos, mas achava cedo para confessar-lhe seussentimentos. Eles tinham muito a se conhecer.

Então a boca máscula desceu mansa contra os lábios

macios e vermelhos de Karina. Enquanto os lábios dele se



aproximavam, os olhos dela fecharam-se lentamente.Então sentiu os lábios dele cobrindo os seus, com umcontato rme e experiente, primeiro roçando, depois

abrindo com ardor. Karina correspondeu ao beijo, suasmãos delicadas espalmaram o peito cheio de pelos negros,sentindo os músculos e o co ração dele batendo forte,através do tecido no da camisa. Com a espinha curvadapara trás, ela sentiu o restante do corpo colado ao dele. Ofogo do desejo espalhou-se por suas veias. Ele

delicadamente a afastou.

Karina cou olhá-lo ainda presa pela cintura pelos braços fortes dele. Ele tou xamente, como se

procurasse ler algo. Karina então o viu se afastar com umsorriso meio triste, dizendo:

— Um dia eu vou ouvi-la dizer que me ama.

Karina cou surpresa com o comentário dele e o viu beijar-lhe a testa.

— Despeça-se dos seus pais por mim. Amanhã eu vireino mesmo horário.



Ela então o viu se dirigir a porta. Karina aturdidasentou-se no sofá.

Meu Deus, Não é que ele conseguiu me fazer aceitá-lo?

Karina então sorriu consigo mesma. Ele parecia muitosincero nas palavras.

No dia seguinte Karina trabalhou até as seis horas danoite, quando ela chegou em casa, viu a Mercedes deHassan estacionada na entrada da casa. Estacionou seu

carro na garagem e se dirigiu ao hall.

Ao entrar na sala avistou Hassan sentado no sofá,conversando com seu pai. Seu pai estava num papoanimado. Hassan ria de alguma coisa que ele falava.Quando Hassan a viu se levantou e foi até ela a tandointensamente. Karina sorriu para ele. Ele lhe beijou atesta. Eles se sentaram no sofá de frente ao seu pai.

— Filha, Hassan estava me dando umas ótimas ideias.Ele vai me ajudar na divulgação das casas para venda, eleestava me dizendo que sempre tem pessoas que tem odesejo de se estabelecer aqui em Londres.

Seu pai era dono de uma imobiliária há mais de dezanos, era pequena e ultimamente as vendas estavamfracas. Karina tou Hassan, e observou o homem quesabiamente sabia como conquistar sua família.

A pergunta era ele fazia isso para ajudar? Ou a nalidade era mesmo conquistá-los?

Seu pai os deixou á sós e Karina perguntou a Hassan.



— Você já jantou?

— Sim, jantei no hotel. Nós jantamos cedo. Depois dasseis horas não costumamos comer mais nada.

— Eu percebi que você gosta muito de preservar suacultura. Sendo assim por que seu pai nunca obrigouHelena usar o véu?

— Por que ele não quis impor esse costume a ela. Anal, nós estamos na Inglaterra, não no Cairo. E os

árabes do Cairo, são menos rigorosos do que no Marrocosou Líbano. E eu e meu pai não éramos muito religiosos.

Karina passou os dedos pela boca bem feita dele, elepegou-lhe os dedos e o s beijou.

— E Raissa está bem?

— Sim, ela tem se esforçado bastante na faculdade. Você sabe que ela vai se formar em hotelaria. Eu co

feliz, pois anal ela quer se envolver com os negócios dafamília.

Hassan a estreitou nos braços e b eijou-lhe os lábiosdelicadamente, porém logo movido por um ímpeto de

desejo, aprofundou o beijo. Karina sentiu seu coraçãoacelerado, e o puxou correspondendo com ardor o beijo.

Nessa hora Karina ouviu alguém fechar a porta deentrada e passos decididos que entravam na sala. Hassantambém se virou para o barulho e Karina viu Vitorentrando na sala.



Ele observou-os surpreso e não escondeu a insatisfaçãoquando a viu, abraçada a Hassan.

Hassan incomodado o tou com cara de poucosamigos.Cada um esperando que o outro tomasse ainiciativa de falar qualquer coisa.

Karina sentiu o clima pesado e se levantou.

— Vitor. Quero te apresentar Hassan Hajid.

Hassan nessa hora se levantou e a pegoupossessivamente pela cintura.

— Sou o namorado dela.

Vitor tou um e depois outro. Vitor por m falouprovocativamente.

— Meu nome é Vitor McGregory, um grande amigo dela.

Karina ainda abraçada a Hassan disse.

— Sente-se. Quer uma bebida?

Vitor sorriu e sentou-se displicentemente no sofá e disseem tom provocativo.

— Quero. O de sempre.Karina cou rubra e falou-lhe duramente.

— Qual é a bebida mesmo?

Vitor não se deu por vencido e disse-lhe.

— Você se esqueceu? Eu adoro o Casablanca que vocêprepara.



Karina tou-o por um momento e observou Hassan, quea olhava com os olhos duros como aço, pareciam balasalmejando-a. Karina então foi até o bar e preparou-lhe a

bebida e lhe entregou. Dirigiu-se mansamente ao sofáonde Hassan estava sentado. Ele passou o braço dele pelasua cintura possessivamente. Nessa hora seu pai passoupela sala e viu Vitor.

— Vitor, que surpresa boa. Vem comigo. Vamosconversar, vou te contar umas idéias que Hassan me deu.

Os olhos azuis de Vitor a tou por trás dos óculos;Pareciam completamente sem vida.

Ele disse educado.

— Com licença.

Hassan então a afastou. Seus olhos eram duros. Asfeições de Hassam estavam totalmente transformadas.Seus olhos faiscavam de ciúme.

— Quem é esse cara? — Ele disse alterado.

— Apenas um amigo.

Hassan a pegou pelo braço seus olhos a tavamduramente.

— Na nossa cultura aprendemos que não existeamizade masculina. E eu percebi o interesse dele por

você, se não fosse assim ele não me olharia tão hostil. Eainda me provocou. — Então ele o imitou. — “O de

sempre”.



Karina riu e tou Hassan. Isso deixou Hassan maisfurioso.

— Karina, por que você gosta de me provocar? Issotem conseqüências sabia?

Antes que Karina reagisse, Hassan diminuiu ainda maisa distância entre os dois corpos. Uma das mãos deslizouem suas costas, puxando-a desesperadamente para o

peito másculo e vigoroso. A outra lhe segurou a nuca eergueu-lhe o rosto ao encontro da boca exigente efaminta, obrigando-a a um beijo possessivo. Não havianenhum sinal de ternura. Ele a apertava cada vez mais,demonstrando uma raiva e uma paixão selvagem e o medopassou a dominá-la. Tentou se livrar daquele abraço, que

a sufocava, como se ele estivesse prestes a e smagá-la.Subitamente, após várias tentativas, conseguiu se soltar.Ficaram parados por um momento, olhando um para ooutro os peitos arfantes. O silêncio que se seguira gritava.

Hassan então riu cínico,

— O que há Karina, você está estranhando minhaatitude?O domínio te aborrece?O que você espera?Que euseja um cordeirinho em suas mãos? Avise seu amigo queseu namorado é Árabe e por isso ele condena amizadesmasculinas.

Uma fúria dolorida fez seu corpo tremer:



—Mas Vitor tem sido... muito delicado comigo —começou, vacilante. Entretanto, a manifestação dedesagrado de Hassan desatou a sua fúria. — Ele é um

cavalheiro, não importa o que você pense!

Hassan apertou os maxilares:

— É um homem. Não posso acreditar que não tenhahavido alguns beijos roubados. — Disse duro, seu rostoparecia uma pedra.

Meu Deus dois dias de namoro com ele e o choque decultura já se fazia presente. Karina pensou consigo.

Independente de seu controle, o rubor tingiu as suasfaces, ao se lembrar da maneira que Vitor tentavaconquistá-la. Sabia que no fundo Hassan estava certo,mas Vitor a respeitava, mesmo desejando-a.

Mas por ela achar a atitude dele machista edominadora disse-lhe.

— Não vai dar certo! Sinto muito Hassan, mas eu nãopretendo terminar uma amizade de dois anos, por causa

de sua prepotência e ignorância. Desculpe masterminamos aqui.— falou, lutando para manter acompostura.

A cada palavra de Karina, Hassan cava mais pálido.Karina o tava com desao, irredutível.



— Não é estranho? — Hassan riu, sem vontade. — Vocêestá mais abalada pelo término da amizade com ele, doque ao terminar comigo.

— Não Hassan. Estou terminando com você pelo choquede nossas culturas. Tem coisas na sua cultura que eununca vou entender e você também não me entenderá.

— Karina! — Seus olhos negros suplicavam e sua guramáscula era sedutora demais...— Não há nada que tenha

me dado mais prazer na vida do que estar com você. —acrescentou, acariciando-lhe suavemente o rosto.

Karina fechou os olhos para fugir daquela imagemsedutora.

— Por favor, vá embora. — O pânico a sufocava. — Porfavor, eu quero que vá... Hassan... — disse, tentandocontê-lo, mas ele já estava perto demais. Seus dedostocaram a seda da camisa dele. Hassan baixou a cabeça e

beijou sua orelha de leve. Karina sentiu-se terrivelmenteexcitada, enquanto ele passava o braço à volta de suacintura e a p uxava para junto de seu corpo.

— Hassan... — disse com voz fraca, quase sem quererabrir os lábios e, desta vez, quando ele baixou a cabeça,seus lábios encontraram os dela.

Sentiu sua cabeça rodar, seus lábios eram uma suavecarícia, fazendo seu coração bater como louco e seu corpo

insatisfeito pedir mais.



— Karina! — disse ele, bem junto de seus lábios.

Não conseguia resistir a Hassan, ele não precisavaforçá-la. Tudo o que ela queria era corresponder, e seussuspiros eram de prazer e não de protesto.

Com movimentos lentos, ele a beijou no pescoço eafastou o alça de seu vestido desnudando seus ombros, oslábios úmidos e quentes beijaram-lhe mordiscando-anuma carícia sensual. Karina se agarrava a ele totalmente

dominada.Karina já havia esquecido as divergências de opiniões e

passou os braços por trás de seu pescoço, beijando-lhe a boca avidamente. O calor dos lábios dele acabaram de

acender a chama do amor dentro dela. Quase sem sabermais o q ue fazia, colou-se ao corpo forte

— Karina. “Ana Behibek ”... na minha língua signica.“eu te amo” !— Sua conssão saiu cheia de emoção. —

Pretendo lhe dizer isso por toda vida.

— Oh, Hassan.— murmurou, fechando os olhos deprazer.

Hassan beijava-a com ardor, enquanto suas mãospercorriam a curva da cintura, descendo pelos quadris.

Hassan então lhe falou na concha do ouvido.

— Você afastará seu amigo em nome do nosso amor.

Karina fechou os olhos enquanto lágrimas desciam por

seu rosto.



Amava Hassan. Mas aceitaria sua atitude tãodominadora?

Karina afastou-o arrasada. Hassan também cou tensoesperando a sua decisão. Ele encolheu-se quando a mãode Karina pousou sobre o músculo duro de seu maxilar.

— Se você me ama realmente, você respeitará minhacultura, você aceitará minhas amizades e você conaráem mim.

— Em minha casa, você disse que gostaria de saber porque eu não gosto de minha madrasta. O que eu vou tedizer, eu só disse ao meu pai. Embora fora como se eunão tivesse dito nada. Pior. Por causa disso eu sofriperseguição dele e de minha madrasta.

Um estremecimento convulsivo percorreu o corpo deHassan, ele então com os olhos vidrados confessou-lhecom um forte sotaque aquilo que ele guardava a setechaves.

— Quando eu tinha vinte dois anos de idade, eu medirigi à biblioteca, a porta estava entreaberta. Helenaestava ao telefone com um homem, eu sabia que era umhomem, pois eu ouvi a maneira doce e sensual que elafalava com ele, ela sussurrava. Aquilo cou na minhamente. Na época meu pai havia me dado uma moto. Umdia Helena saiu e eu a segui. Então eu a vi estacionarnuma rua sem saída. Lá saiu um homem de um carro e aabraçou, ele a conduziu para o carro dele e eu os segui,

então eles entraram em um motel. Aquilo me deixou



enfurecido. Esperei ela chegar em casa e esperei omomento certo para falar com ela. Quando eu vi quetodos haviam saído eu a procurei e contei tudo que eu vi.

Eu disse claramente que iria contar para o meu pai. Elariu de mim e disse para eu contar. Sai resoluto e procureimeu pai no escritório do hotel. Meu pai simplesmentefechou os ouvidos para a verdade e acusou-me de nãogostar de Helena. Perguntou se eu tinha provas, se eutinha testemunhas. Eu enfurecido eu exclamei palavrões

em árabe. Ele então me deu uma surra com uma régua demadeira grossa. Imagine eu, um homem de vinte e doisanos levar uma surra por dizer a verdade. Então eu saí delá e fui para casa, z minhas malas e me instalei no nossohotel, quei lá uma semana. Depois dessa semana, meupai veio se retratar comigo e prometeu-me que nuncamais iria me bater. Raissa nessa época tinha um ano deidade. Meu pai deixou tudo para trás por causa de Helenae ela não soube valorizar. Nem sei se Raissa é lha demeu pai. Eu cresci com ódio do amor, vi como meu paicou cego para a verdade. E prometi a mim mesmo queevitaria esse sentimento.

Karina o tou com lágrimas nos olhos, o tempo todoque ele falava, ela sentia como tinha sido difícil para eleexpor sua vida e seus sentimentos, ele então baixou acabeça, Karina percebeu que ele chorava.

— Hassan... — Karina falou baixinho. Hassan estava

inerte ali, com os ombros caídos e não expressava



qualquer reação, como se estivesse envolto em tristeslembranças.

Karina se ajoelhou e se enou no meio das canelasdele e levantou o rosto dele com as mãos.

— Hassan, já passou. Foi à escolha de seu pai, issonão tem que abalar você. Nem todos são como ela.

Hassan a tou como se não tivesse a ouvido.

— Quando vocês olham o mundo árabe, quem esta defora de qualquer outro país, apenas vê um povo emconito, guerras, bombardeios e homens bombas. Mesmoque você nunca tenha pisado no país árabe, pois o que amídia traz xa nos olhos e na mente. Nós somos o povomais emotivo do m undo é o povo árabe sim, o sentimentodo amor pra nos é algo muito grande e muito respeitoso,uma das coisas que a gente respeita muito é o sentimentode uma pessoa, fazendo de tudo para não feri, não magoare damos a nossa vida pelo este sentimento de amor, podeser amor da partia, amor da família cada um tem a suaimportância e seu respeito.

Hassan a tou como intensidade nessa hora, elepassou-lhe a falar-lhe com emoção.

— Amor entre o homem e a mulher, este sentimentoque hoje em dia quase não tem valor no ocidente ou pelomenos tem outra maneira de ver-lo. Nos árabes quando

bate este sentimento dentro de nós seja homens oumulheres ele muda completamente o nosso dia-dia. Hojeeu sei o que é o amor, tenho este frio na barriga quando



te vejo, tenho insônia de car pensando em você. Ficopercorrendo os livros de poesia e das musicas românticaspara alimentar a minha alma e aumentar o sentimento de

amor dentro de meu coração, e como diz quando amamossomos sim capaz de fazer o impossível para alcançar esteamor e pela a pessoa amada. Quando amamos não éapenas sexo e diversão, mas é um sonho, uma expectativado futuro em querer que este pessoa compartilhe a vidacom você e com isso acabe preservando o sentido bonito

deste sentimento puro.Hassan não escondia as lágrimas.

— Eu não tenho vergonha de chorar, de externar tudoo que sinto. O homem egípcio não tem vergonha dechorar. Sei hoje que feri o coração de muitas mulheres,pois eu era imune ao amor. Tive mulheres que mearmavam que me amavam, mas como eu não sabia o queera o amor, não tinha dó quando eu as descartava casoelas não me agradassem mais. Então te conheci e vi meumundo virar de cabeça para baixo. E pela primeira vez me

vi amando. Você me fez ver o mal que eu causei a essasmulheres, jamais imaginei que esse sentimento fosse tão

forte. Mas mesmo diante desse sentimento tão poderoso,eu não quero ser como meu pai, prero a morte, a estarcego por amor a você. Eu me pergunto será que vocêsabe o que é o amor? Os ocidentais sabem?

Hassan então a afastou, levantando-se e a d eixou.Karina ouviu o som da porta de entrada abrir e fechar e

os faróis do carro dele iluminar a j anela da sala.



Karina enxugou as lágrimas e foi até o quarto, onde se jogou na cama e chorou. Sentia-se inquieta, amedrontada

pelas próprias emoções, o coração tumultuado, quase semfôlego.

Passou a amar Hassan com todas as forças de seucoração. No fundo ele era um homem traumatizado, eagora que ela sabia dos sentimentos profundos de Hassan

por ela, precisava declarar-lhe que o amava também.Precisava fazê-lo acreditar que amor verdadeiro tambémfazia parte do mundo ocidental. E que ela o amava namesma proporção que ele.

No dia seguinte Karina chegou do trabalho e entrouem casa, e constrangida se deparou com Vitor sentado no

sofá. Ele ao vê-la, deu um sorriso satisfeito.Nessa hora seu pai e sua mãe entraram na sala. Toda

quarta feira eles iam ao cinema

— Filha, eu e sua mãe já estamos indo. Veja se Vitor bebe alguma coisa, eu ainda não ofereci nada a ele.

— Tudo bem papai, bom divertimento para vocês.Karina os viu sair e tou Vitor, apreensiva.

— Você bebe alguma coisa?

— Não.

— Então o que você quer falar comigo?



Vitor estranhou-lhe a atitude, ergueu as sobrancelhasde forma interrogativa.

— O que é isso Karina? Você nunca me tratou dessaforma. Você se esquece dos amigos agora que está comesse namorado árabe que tem quase idade para ser seupai?O que eu te z? Por que isso agora?

Karina falou-lhe rude.

— Eu não gostei da forma que você conduziu a conversa

quando eu estava com Hassan, você fez com que elepensasse que éramos íntimos. E não é verdade.

— Somos íntimos, na amizade.

— Vitor, ele é Árabe, ele não entende muito a amizadede um homem com uma mulher. Ele crê que sempre tem

algum interesse além da amizade. Talvez ele esteja certo,pois eu sei que você alimenta esperanças que algum diaeu venha a gostar de você como homem.

— Realmente Karina, eu sempre te amei. E quei loucode ciúme ao vê-lo ao seu lado. Eu estou convivendo com

você há dois anos, esperando pacientemente que você

olhe para mim da mesma forma que você olhou para ele.O tom áspero fez com que ela se assustasse. Os olhos

voaram para o rosto dele, assustados.

— Hassan está certo, não tem como mantermos a nossaamizade.



Ele investiu sobre ela e agarrou-a com um sorriso detriunfo. Karina gritou “ não” Apertando-a com toda forçanos braços, curvou-se para tomar sua boca.

Então Karina ouviu a voz dura e cheia de sotaque deHassan. Karina percebia quando Hassan estava nervosoele carregava no sotaque e quase falava o árabe.

— Se fosse você eu não faria isso.

Vitor tou Hassan que já dobrava as mangas da camisadesaando-o para a luta. Vitor a soltou. Karina trêmula epálida sentou-se no sofá. Quando ela se recuperou elatou Hassan que tava Vitor, ambos se duelavam comolhares. Karina então se levantou e disse de formaautoritária.

— Vitor, por favor, vá embora e não volte mais. Eu amoHassan. Você não tem sabido separar as coisas. É melhorque você não volte mais.

Vitor voltou seu rosto para ela e a olhou longamentedizendo. — Não venha chorar no meu ombro, quando ele

te usar e t e descartar.Hassan riu dizendo rme.

— Isso nunca irá acontecer.

Vitor o tou com ódio e disse como aviso.

— Vamos ver. — Dizendo isso saiu com passadas largas

batendo a porta de entrada.



Karina tou Hassan que a olhava friamente, seu peitoarfava, com uma raiva que parecia difícil de ele conter.Ela passou os olhos pelos cabelos negros brilhantes, à

boca sensual e os olhos negros que lembravam a de umapantera negra.

Karina caminhou até ele com o coração acelerado,seus olhos se encontraram. Ela venceu o pequeno espaçoque os separava e o abraçou, sentiu Hassan estremecer,ela pousou a cabeça no peito dele.

Ele enfurecido a afastou e disse-lhe de forma dura.

— Eu co pensando se eu não tivesse chegado átempo. Você talvez fosse violentada. Esse é seu amigo?Que te força fazer coisas que você não quer?

Karina o tou, magoada com a rejeição dele e a f orçadas palavras dele.

— Ele fez como você, ou você se esqueceu que me beijou a força na sua festa?

Hassan empalideceu e a olhou duro.

— Você naquele dia me ofendeu e eu já te pedidesculpas. Nunca precisei beijar ninguém a força. Mastambém nunca ninguém riu de mim ou me provocou.



Karina o abraçou novamente e disse apertada a ele.

— Hassan. —Ela se afastou vendo que ele tinha osolhos xos em seus lábios. — Vamos esquecer esseincidente. Ele não virá mais aqui.

Hassan a apertou nos braços e buscou seus lábios beijando-a. O desejo mútuo era tão forte, que ambos se

renderam aos sentidos. Ela sentia o rápido pulsar docoração de Hassan. Acariciou as costas sobre o tecido no

da camisa dele, fazendo-o estremecer. Ela não era maisresponsável pelo que fazia seus braços em volta dopescoço de Hassan, segurando sua cabeça e trazendo seupescoço para ela mordiscar com os lábios. Ela queria quecontinuasse e, se pensasse o que estava provocando, nãose importava. Não naquela hora, pelo menos. Seu corpopedia satisfação e seu raciocínio estava inteiramentedominado pelo desejo.

Hassan ofegante a a fastou. — Karina, por favor, você sabe o que vai acontecer se

continuarmos. Eu dei minha palavra ao seu pai de terespeitar até o matrimônio. E os meus princípios melevam a agir assim. — Então ele riu amargo. — Não que eume importasse antes. Hoje pela primeira vez olho uma

mulher com a intenção de aprofundar o relacionamento.



Hassan recebeu seu abraço, mas ele já estava com orosto duro, já tinha se fechado, como se estivesseofendido. Ele a afastou e foi embora sem lhe dirigir a

palavra. Isso deixava Karina uma fera. Ela nunca sabiacomo agir com ele, e ele tinha atitudes que adesnorteava. Era difícil entendê-lo por mais que seesforçasse.

No dia seguinte Hassan, chegou o mesmo horário e jáa esperava quando ela voltou do trabalho. Karina O viu nosofá conversando com seu pai. Seu pai ao vê-la sorriupara ela e a o lhe dar um beijo na testa se a fastou,deixando-a, a sós com Hassan.

Ele estava lindo. Usava um terno preto sem gravata ecamisa branca um pouco aberta no peito de onde seavistava a corrente do medalhão de ouro e os pelosnegros. Ela sabia que ele estava vindo direto do hotel paraa casa dela, onde ele tinha um escritório, que segundoRaissa era como se fosse um quartel general, onde eleadministrava tudo de lá

Hassan tou Karina seus olhos desceram pelo corpo,fazendo-a estremecer. Os olhos dele passaram pela peleaveludada de seu pescoço, descendo pelos seios macios,cintura e pernas, ele continuou com sua lenta inspeçãoaté chegar aos pés Karina cou ali, parada, sentindo-seimpotente.

Os olhares se encontraram. O negro dos olhos dele sesuavizou. Ele caminhou lentamente em direção a ela, lhetirou a alça da bolsa dos ombros e colocou no sofá. Com a



ponta do dedo, Hassan tocou-lhe o queixo e inclinou acabeça. Karina ansiava pelo beijo dele, os lábios seroçaram, ternamente, suavemente, provocando uma

reação que crescia dentro dela, despertando as células,descontrolando o coração, aquecendo o sangue,queimando as veias.

Karina entreabriu a boca para receber todo o calor e aternura que ele transmitia. As emoções explodiram eKarina correspondeu, enlaçando-o pelo pescoço,enterrando os dedos nos cabelos dele, trazendo-o maiscontra seu corpo. A explosão era de puro excitamentototal sincronia, cheios de desejo.

— Karina — ele gemeu com voz enrouquecida, aindacom os lábios se tocando os dela.

Hassan a afastou gentilmente, pegou-a pela mão e a fezsentar-se no sofá, ele sentou-se ao lado dela.

— Hoje contei a Raissa que estamos namorando. Elaparecia uma fera. — Hassan sorriu, fazendo Karina caextasiada ao ver o lindo sorriso dele, sorriso de meninofeliz, mas que tinha um grande poder de sedução. Hassan

continuou — Falou-me para eu me afastar de você. Queeu ia te fazer sofrer, que eu não me ligava para ninguém,e ela não queria te ver machucada. Chamou-me de todotipo de nome. Tirou-me do sério. Mas no m protelei, seique sempre passei essa imagem mesmo.

Karina sorriu e o provocou.

— E ela, está certa sobre você?



— Só diga essas palavras quando elas forem verdadeno seu coração.

Quando Hassan saiu, Karina triste sentou-se no sofá.E cou a pensar na atitude de Hassan. Ele não acreditavaque ela o amava. Desde o dia que ela o rejeitou por causada amizade de Vitor ele havia se fechado com ela. Karinaprecisou passar pelo constrangimento de ser atacada por

Vitor, para enxergar que Hassan estava certo. A verdadeera que ela sempre temeu Hassan, pelo seu espíritoaventureiro, e recebeu uma espécie de choque pelo jeitodominador e pela diferença de cultura.

Depois de algum tempo que Hassan havia ido embora,Karina estava com o estômago meio embrulhado pelonervosismo, seus pais a chamaram para jantar, mas foifortemente rejeitado por ela, mais tarde ela passou nacozinha e preparou um chocolate quente e comeualgumas bolachas de leite.

Dirigiu-se a sala e se jogou no sofá fechando os olhos.O som de uma porta se fechando chamou-a de volta aopresente. Ela levantou o rosto e viu Vitor entrando.

Apreensiva ela o tou. Vitor usava jeans e camisetapreta. Ele estava abatido com olheiras escuras. Karinanervosa esperou que ele falasse. Ele sentou-se ao ladodela e a tou atormentado e disse num tom abafado.



— Vim para te pedir desculpa. Não gostaria de perdersua amizade.

Karina o tou tristemente.

—Vitor, nós não temos condições de sermos amigos.Seus sentimentos são muito profundos em relação a mim.

— Karina. Nós sempre fomos amigos e eu sempre terespeitei.

—Vitor. Tudo mudou, eu mudei. Hoje pela primeira vezna vida eu amo.

Vitor empalideceu.

— O que ele tem que eu não tenho? Dinheiro? É isso?

Karina reetiu lentamente sobre o signicado do queacabara de ouvir. E quando o cérebro voltou a funcionarcom normalidade, sentiu dor e decepção.

— Vitor, eu pensei que eu te conhecia, mas vi que meenganei com você. Se você pensa assim de mim, é maisum motivo para você nunca mais me ver.

Vitor se levantou. Parecia que uma faca fora atirada no

peito dele. Seu rosto contraiu-se em agonia, e sua vozsoou com uma profunda desolação.



— Dois anos eu quei do teu lado, dois anos deconvivência e tudo que compartilhamos sumiu. Assim...Como se fosse nada. Então era isso o que eu signicava

para você? Nada? Como você quer que eu reaja?

— Vitor. Eu sempre te aconselhei a sair, conheceralguém. Nossa amizade não te fará bem. Não me fará bem.Será que você não percebe que é impossível sermosamigos nessas condições? Se meu namoro não der certocom Hassan, eu não pretendo continuar nossa amizade.Hoje eu vejo que você o tempo todo não soube separar ascoisas.

Uma risada cínica saiu da garganta de Vitor. Nosolhos, uma expressão de incredulidade.

— Eu que me enganei com você, nunca imaginei que

nós fossemos acabar assim.Karina o tou tristemente, estava esgotava e sabia

que suas palavras seriam em vão. Vitor com passadaslargas saiu batendo a porta.

Seu pai entrou na sala e a ol hou com estranheza.

— Que barulho foi esse?Karina enxugando as lágrimas explicou.

— Vitor veio aqui e eu tive que dar um basta emnossa amizade. Ele saiu furioso, batendo a porta.

Jonas sentou-se ao seu lado.



— Eu e sua mãe somos culpados por ele agir assim. Você sabe que sempre alimentamos esperanças que vocês

se entendessem com um relacionamento mais sério. No

fundo, nós sonhávamos com o casamento de vocês.

— Papai você entende que não tem como manter aamizade com ele? Ele não sabe separar as coisas. EHassan não entende a amizade masculina.

— Eu me preocupo com você, eu ainda acho que

Hassan não é o melhor para você.O Coração de Karina se apertou no peito e ela

perguntou.

— Por que você acha isso papai? Por causa da idadedele?

— Karina, antes fosse à idade. Ele é um homempossessivo. Não sei se é a cultura dele, mas eu reconheçoum, quando vejo.

Karina deitou-se pensativa, inquieta virou-se de umlado para o outro na cama. As palavras do seu paimartelavam em sua cabeça.

Hoje tinha certeza dos sentimentos de Hassan, mas eHassan tinha certeza dos sentimentos dela por ele?Tinha medo que isso fosse se voltar contra ela, em formade possessividade e ci úme. Ela já teve experiências ruinscom seu antigo namorado e não queria passar por issonovamente.



No dia seguinte Karina chegou do trabalho e sentiufalta de Hassan, já estava acostumada em vê-lo sempredepois do trabalho.

Será que ele estava pensando nela? Perguntava-se.

Ele não lhe dissera quanto tempo ia car afastado e nahora que ele lhe disse que ia viajar, seu coração estavatão tumultuado que se esqueceu de perguntar. Amanhãiria ver Raissa, e se informaria quando ele voltaria.

CAPÍTULO IV

Enm, Sábado. Karina levantou-se cedo. Vestiu umacalça branca e uma blusa azul céu. Prendeu os cabelosnum coque e seguiu até a sala. Pegou o telefone e discouo número de Raissa. A empregada atendeu. Karinaesperou na linha até ouvir a voz de Raissa.

— Karina? Que bom que você ligou. Estou até agoradesnorteada com a conssão de meu irmão. É verdadeque vocês estão saindo juntos? Karina eu te falei tantosobre ele. Você tem certeza que você não sairá magoada?

— Raissa, eu estou indo para aí. Posso?

— Claro! Você sabe que você tem entrada livre.



— Estão depois nos falamos.

Nessa hora seu pai entrou na sala.

— Levantou-se cedo. — Eu vou à casa de Raissa agora. Eu não virei para

almoçar, e se Hassan estiver lá talvez eu volte tarde.Então não me espere.

Pouco tempo depois Karina entrou na mansão Hajid elogo foi recebida por Raissa que a abraçou. Ela lhe pegoupela mão ansiosa em ouvi-la com relação ao seurelacionamento com o irmão. Karina se deixou serconduzida até o quarto dela e juntas se sentaram nacama.

Karina lhe contou que ambos estavam atraídos um

pelo outro e que Hassan foi até sua casa e a ped iu emnamoro para o seu pai, contou-lhe da promessa que elefez aos seus pais que a respeitaria até o casamento e queHassan lhe dissera que a amava e que ela pela primeira

vez amava.

Raissa começou a chorar. E olhando para cima disse:

Insha'Allah!, mamãe vai car nas nuvens.O coração de Karina se apertou no peito.

— Raissa, por favor, não comente nada com ela. Aindaé começo. Estamos nos conhecendo.

— Tudo bem. Minha mãe quase não conversa comigo

mesmo. Mas eu estou tão feliz por vocês.



Karina tou-a apreensiva.

— E Hassan, quando ele chega de viagem?

— Ele chegou ontem de madrugada exausto, aindanão acordou. — Raissa reparou na calça branca queKarina usava. — Você não poderá usar calças compridascom Hassan, ele detesta.

— Não acredito!

— Deixa ele te ver com essa calça, e você verá.

Karina suspirou. As duas ouviram uma batida naporta, Raissa foi até ela e a abriu.

Uma empregada estava com uma bandeja com o café.Karina e Raissa se sentaram a mesa na sacada do quartoonde a empregada havia depositado a bandeja. Karina

respirou o ar puro da sacada e observou a bela vista do jardim e da piscina.

Elas deliciadas comeram, os quitutes e o café com leitecremoso. Karina então distraída olhou novamente para apiscina e viu Hassan, só de sunga dar um mergulho.Karina prendeu a respiração quando viu o corpo grande,

musculoso. Quando ele saiu da água, ela reparou noquadril estreito e nos ombros largos. Ele então levantouos olhos para a sacada onde elas estavam e seus olhos seencontraram, caram a se olhar por um tempo, Karinaenrubesceu e virou o rosto, tando Raissa.

Quando olhou de novo, ele havia saído. Karina pediupara usar o banheiro de Raissa. Em frente ao espelho



escovou os dentes e passou um batom, dando um levecolorido nos lábios, respirou fundo e saiu.

Quando saía do banheiro, percebeu que Raissa já haviadescido, estava para abrir a porta, quando ela se abriu eHassan a tou com aqueles belos olhos negros. Ele usavauma roupa típica árabe dar cor marrom e um cordão deouro. Seu cabelo molhado acentuava-lhe a cor negra.

Karina sorriu para ele. Hassan a mediu dos pés a

cabeça, seus olhos se demoraram na sua calça branca.Seus olhos se encontraram e ele caminhou até ela e aabraçou. Beijou-a com tanta força que sua cabeçainclinou-se para trás. As mãos de Hassan estavam frias eacariciantes, subindo pelo ombro dela. Ele soltou-lhe oscabelos que caíram como cascata nos ombros. Ele lhedisse na concha do ouvido . Eu os prero soltos .

Quando ele parou de beijá-la não a soltouinteiramente.

— Acho você irresistível — disse-lhe, rouco.

E a tando nos olhos, atento a sua reação, disse.

— Eu não gosto de te ver com calça. Gostaria que você não mais as usasse.

Karina indagou com desao.

— Por quê?

Ele então de modo provocante, passou o dedo

indicador nos lábios dela e desceu os lábios no seu rosto,conforme ele mordiscava-lhe a boca, a maçã do rosto o



pescoço, ele falava. — É um traje masculino. Gosto de te ver feminina para mim.

Podia-se dizer que ela estava começando a conhecerHassan.

Toda vez que ele queria convencê-la de algo ele usavade sedução com ela. Não tinha como lhe negar, aquilo queele desejava, só para vê-lo feliz, pois era maravilhoso tê-lonos braços dela.

Ele ainda a beijava provocativamente quando Karinasussurrou.

— Eu só usarei saias e vestidos, se isso lhe agrada.

Hassan ao ouvir suas palavras tomou-lhe a boca e a beijou apaixonadamente. Karina não pensava em mais

nada, ergueu os braços e o puxou para si. Ouviu a portado quarto sendo aberta, mas nem se deram ao trabalho de ver quem era. Hassan ofegante a afastou delicadamente e

a fez sentar-se de frente para ele na cama de Raissa.

Ele tirou uma caixinha de veludo preta e abriu. Seusolhos se encontraram com os dela. Os dele ansiosos e

intensos, os dela apreensivos. — Quero te pedir em casamento. Você aceita se casar

comigo? — Ao ouvir seu pedido, os olhos de Karinaabriram atônitos.

Meu Deus! Rápido demais! O que seus paisachariam? Ela o conhecia o suciente?Estaria somente



adiantando o inevitável? Uma coisa era certa, o coraçãodela pertencia a ele.

Karina o tava em dúvida, ela o amava. Parecialoucura aceitar-lhe o pedido. Hassan nitidamente nãogostou de sua demora em aceitar.

Ela sabia que na cultura dele isso era normal, oscasamentos eram rápidos. Hassan quase vivia na erafeudal. Mas ela o amava. Karina passou os olhos pelorosto arrogante e bem feito de Hassan que estava tenso

pela sua relutância, percebia-se isso pelo franzimento dassobrancelhas e pelo enriquecimento dos lábios de Hassan.

— Eu aceito seu pedido, Hassan.

Hassan ainda segurava a caixinha do anel na mão, masao ouvir que ela aceitava seu pedido, ele movido pelaalegria a beijou apaixonadamente, fazendo-a se i nclinarna cama de Raissa, seus lábios quentes desceramprovocativamente para o seu pescoço, e sussurrou. AnaBehibek! Karina sorriu feliz, sabia que ele lhe disse “eu teamo”. Karina o abraçou, ele lhe beijou todo rosto. Elasabia que Hassan estava feliz. O rosto dele irradiavafelicidade. Ele então a fez sentar-se e e ntão lhe colocou oanel no dedo, dizendo algumas palavras em árabe e a



beijou ternamente nos lábios. Karina ainda em choquenem se deu o trabalho de perguntar o que ele havia ditopara ela.

Hassan saiu do quarto com Karina e comunicou afamília do seu casamento, que seria marcado no mêsseguinte. Karina apreensiva sabia que tudo estavacorrendo muito rápido, mas seu amor por Hassan era tãogrande e a t entação era tão grande, que entendeu aurgência dele. Anal ele já tinha quarenta anos, era umhomem maduro, rico, e eles se amavam. Não havia porque esperar.

Após Hassan chamar Helena e Raissa na sala ecomunicar-lhes de seu casamento relâmpago com Karina,ela surpresa viu Raissa dar um grito histérico de alegria,Helena bateu palmas e as empregadas foram chamadas,até o jardineiro foi chamado. Eles deram gritos de alegria.Karina fora abraçada por Raissa que a observava com umsorriso de orelha a orelha.

Karina sabia que essa alegria não seria semelhantena sua casa, quando seus pais cassem sabendo.

Mais tarde Karina fora para casa seguida pelaMercedes de Hassan, que estacionou logo atrás de seucarro. Karina tremia.

Após ela fechar a porta do carro, Hassan a pegou pelacintura. E juntos seguiram até sua casa. Antes deentrarem, Hassan a segurou e a v irou para ele.

— Por que você está nervosa?



— Hassan, eu te conheço há tão pouco tempo. Meuspais não entenderam como sua família.

Hassan a tou compreensivo.

— Minha família é Raissa. Helena cou feliz, poisela precisa que eu gere um lho para ela receber aherança.

— Eu sei, Raissa me contou.

— Karina Ana Behibek! Eu te amo, desde o momentoem que a vi. Eu sei que parece loucura eu ter a certezadesse amor em tão pouco tempo.

Hassan a tou com olhos febris.

— Mas eu tenho quarenta anos, nada me impede decasar com você. Sou solteiro, sou rico, sou maduro,

experiente e sei o que quero. Por que preciso esperar?

— Hassan, na sua cultura, eu sei que vocês nãoprecisam de tempo para conhecer uma pessoa, pois oscasamentos são arranjados, mas meus pais talvez nãoentendam. Com certeza eles pensarão de forma diferente.

Hassan a tou atormentado.

— Você se arrependeu de ter aceitado meu pedido?

Karina o abraçou e beijou-lhe delicadamente oslábios.

— Não Hassan, eu te amo.



Hassan a tou demoradamente e sorriu.

— Então vamos enfrentá-los.

Karina suspirou e se virou. Hassan pousoupossessivamente a mão na cintura dela e seguiram para aporta de entrada. Enquanto Karina procurava a chave,uma voz lhe falava na cabeça.

Ele não acredita no seu amor. Ele está se casandocom você baseado no sentimento dele. Mas ele não

acredita no amor ocidental.

Karina rodou a chave na fechadura com essespensamentos na cabeça.

Ao abrir a porta, não viu ninguém na sala. Saiu pelacasa chamando os pais, que logo apareceram.

Karina pegou a mão de sua mãe e a fez sentar-se nosofá. Seu pai tando Hassan que os olhava com um olharenigmático se sentou, observando os dois.

Karina sentou-se e esperou Hassan falar.

Hassan se levantou e tando os pais de Karina disse.

— Senhor e Senhora Steel, eu e Karina resolvemosnos casar.



Karina nessa hora viu seu pai empalidecer, e tou aesposa que chocada tava Karina que muda só observava.Seu coração dava a impressão que ia parar no peito, suas

mãos tremiam, mas amava Hassan e enfrentaria os paisse fosse preciso.

— Mas vocês acabaram de se conhecer! — Seu paifalou exaltado.

— Na minha cultura, muitas vezes nem conhecemos a

noiva e nos casamos. Eu amo sua lha.Seu pai se virou para Karina.

— Mas e ela? Você tem certeza que ela te ama?

Hassan empalideceu. Karina então se levantou e aabraçou Hassan, segurando o rosto de Hassan entre os

dedos o tou nos olhos e disse apaixonadamente.

—Eu

amo Hassan com todas as forças de meu coração.

Seu pai resignado perguntou.

— Quando será o casamento?

Hassan se virou para o futuro sogro e disse.

— No mês que vem.

Seu pai empalideceu.

— Mas tão cedo!

— Senhor Steel, eu já tenho quarenta anos, sou rico enão vejo o porquê esperar. Eu amo sua lha.



O pai de Karina resignado olhava para os dois e selevantou para cumprimentá-los.

Hassan o abraçou, quando ele ia beijá-lo, o pai deKarina o afastou, Hassan deu de ombros e cumprimentoua senhora steel com um aperto de mão.

Jonas se virou para a esposa.

— Vem Audrey, vamos deixá-los as sós.

Audrey ainda enxugava as lágrimas, Karina sabia quenão era de felicidade.

Hassan então a abraçou e lhe fez uma promessa.

— Nunca meus lábios beijaram mulher alguma que nãoseja você. Ana Behibek!Hayati!

Hassan então a tou sério e lhe disse um poema. Comum sotaque carregado.

Deixa-me olhar nos teus olhos, como se neles pudesseencontrar um novo mundo. E decerto encontrarei, poiseste é um dos milagres do Amor, que nos faz ver o mundo

através dos olhos de quem se ama.

Deixa-me mergulhar na luz do teu sorriso, como seassim pudesse compensar a escuridão que às vezes seesconde em mim. E encontrar os caminhos que me

possam levar àquele que desejo ser.

Deixa-me beber o som da tua voz, como se assim me pudesse embriagar e esquecer, por eternos instantes, a



tristeza da solidão que ameaça devorar-me quando penso que te posso perder.

Eis que te elegi como meu sonho maior. E necessitosegurar-me em tuas mãos, para que não me possa tragara voragem da inquietude. Porque apenas a força de umsonho pode trazer paz à nossa alma.

Perco-me na música inquietante dos teus gemidos esussurros, nas horas secretas em que o d esejo se a possa

de nós, unindo os nossos corpos e as nossas almas. E, nosilêncio que se segue, percebo em cada bra de meu sera plenitude que nos envolve.

Encontro, em cada curva do teu corpo, uma novaestrada para a paixão que nos torna parte deste mundo.E na ternura de nossas mãos entrelaçadas descubro um

mundo de paz e encantamento, que nos eleva ao coraçãodo Universo.

Na música do teu sorriso, canta a minha própriaalegria; que se esvai na cachoeira dolorosa do pranto, à

primeira lágrima que escorre pelo teu rosto delicado. Àquele que demasiado ama, não pertencem às próprias

emoções.

A poesia existe nos teus movimentos ou no instantemágico em que te aperto docemente contra o peito.

Não me peças que te repita o meu amor a cada momento. Pois, se não o sabes descobrir no brilho dos meus olhos,

na intensidade da minha paixão ou no carinho dos meusbeijos, não é nas minhas palavras que o encontrarás.



Vê: a lua se levanta, enquanto se deita o sol. E,entretanto, nos poucos instantes em que se encontramno horizonte, o crepúsculo derrama sobre o mundo o seu

encanto único, fruto das luzes que se misturam.

Porque é este o sagrado mistério do amor: cada um deve perder-se de si mesmo, para que ambos se encontrem na plenitude. E um não poderá seguir sobre os passos do

outro, nesta estrada em que é preciso caminhar de mãosdadas.

Portanto, minha amada não me pergunte sobre o futuro;dele, há de dispor o tempo. Nem indagues sobre o meu

passado, que se perdeu no lago sem m doesquecimento.

Deixa-me pensar que só existe o p resente: o instante em

que nos teus lábios colho um doce beijo, em teu corpomergulho num prazer innito e em tua alma encontro ametade esquecida de minha própria alma.

E deixa-me erguer, com todas as bras do meu ser, umcanto innito de gratidão por te haver encontrado. Umcanto intenso e pleno de Vida, que se reita em cada

estrela e reverbere junto ao próprio Coração do Universo.

Hassan a tava com os olhos cheio de lágrimas.Karina emocionada o abraçou e apertada a ele, disse comlágrimas nos olhos.

— Oh Hassan, eu sei que você não acredita no meuamor. O que posso fazer para você acreditar que te amo?



Hassan a afastou correndo os olhos por seu rosto edisse emocionado.

— Eu não sei, talvez com o tempo. — Ele então atou intensamente. — Oásis que nos ajudam a atravessaros trechos desérticos da vida... Seja o meu Oásis, é só oque eu te peço.

Karina o abraçou e apoiou a cabeça no peito dele.

— Eu serei o seu Oásis meu amor.

A resposta dele foi apertá-la nos braços, inclinandosua cabeça e com sua língua abrindo seus lábios macios esaboreando até o mais fundo que um beijo permitia.Karina viu-se abraçada ao pescoço dele, aceitando tudo,como se fosse direito de Hassan tomá-la toda para si,como se lhe pertencesse para sempre. Ele a afastou eKarina hipnotizada pela força do olhar dele, deixou que aos olhos dele febris traçassem um caminho de fogo porseu corpo. Pararam na curva empinada dos seios,desceram pela cintura, quadris, e coxas. Ele então aabraçou e disse em seu ouvido. Eu não vejo à hora de tê-la pra mim.

No domingo, Hassan buscou Karina em sua casa e alevou para a sua mansão, passaram o dia juntos.

Hassan era um homem romântico e maravilhoso, elelhe falou de sua vida até os dezenove anos, contou-lhe desuas travessuras, que na época alimentava o desejo decasar-se com alguém de sua raça, mas logo veio para aInglaterra, então nessa hora o rosto dele havia cado



sombrio, ele então mudou de assunto e perguntou deKarina, sobre a vida dela até o dia em que ele a conheceu.

Karina contou-lhe da infância feliz, do amor de seuspais, do sonho de cursar uma faculdade de moda, do seuantigo namorado. Nessa hora Hassan havia endurecido asionomia de seu rosto, Karina fez que não percebeu econtinuou, contou-lhe o motivo da separação de como eleera possessivo e ciumento. E para evitar maioresconstrangimentos não lhe contou da sua amizade com

Vitor.

Hassan então com o rosto sombrio lhe perguntou.

— Karina, você é virgem?

Karina cou atônita com a pergunta dele e seperguntou: E se não fosse, qual seria a reação dele?

— Sou.

Hassan nessa hora a olhou com alívio e sua expressãorelaxou.

Passaram o dia de mãos dadas, entre beijos e sorrisos.Muitas vezes Karina o pegava pensativo, com o rostosombrio. Isso a deixava, preocupada.

Hassan no fundo era um homem traumatizado.Perdera a mãe muito cedo. Deixou seus costumes paratrás, seu país, teve que aprender uma língua

completamente diferente, embora ele tivesse se adaptado bem. E o pior de tudo fora descobrir o adultério da



mulher que levou seu pai a deixar tudo isso para trás. Emesmo seu pai sabendo do adultério preferiu fechar osolhos para a verdade em nome de um amor não

correspondido.

Na hora do almoço, fora servido um verdadeiro banquete. Karina nunca havia comido com Raissa, o

máximo que comera algumas vezes fora no café da manhãou da tarde.

Karina então se surpreendeu com a quantidade decomida servida. Isso a deixou, apreensiva .

E quando casasse, como seria? Como administrariaum lar cheio de rituais e costumes?

Primeiro fora servida a entrada, cujos pratos eram detomates, pepinos, azeitonas, acompanhados com pão.Então as empregadas serviram o prato principal, a saladatabule, purê de berinjela (babaganoush), purê de grão-de-

bico com óleo de gergelim (homus), croquetes de grão-de- bico com fava (falafel), abobrinhas recheadas com carne

moída, coalhada seca (laban), folhas de repolho recheadas,arroz ou lentilhas, carne de cordeiro e frango.

A bebida servida fora chá de hortelã gelado, que Hassanexplicou para ela que era bom para a digestão.

As sobremesas eram doces variados regados ao mel erecheados com nozes, amêndoas, damasco e tâmaras. E

por m fora servido o café árabe que Karina já havia



costumado tomar na casa de Raissa que era encorpado eforte.

Karina pouco comeu, Raissa com alegria olhava paraela e Hassan, como se mal acreditasse em seus olhos.Helena também pareceu satisfeita. Hassan cara o tempotodo calado, e Karina percebeu que ele ignoravacompletamente a presença de Helena a mesa.

Quando nalizado o almoço Hassan a puxou para o

jardim, que era uma parte valorizada na casa, muito bemcuidado, cheio de árvores oridas e ores por todos oslados. Ele a fez sentar-se num banco a sombra e a tou.

— Karina, amanhã nós sairemos para você visitar anossa casa.

Karina arregalou os olhos surpresa.

— Eu a comprei há um tempo, como investimento. Nãogostaria que nós vivêssemos sobre o mesmo teto deHelena e nem sobre qualquer inuência que seja. Seremosapenas eu e você.

Karina sentou-se no colo dele e o abraçou.

— Hassan, amanhã eu gostaria que meus paisconhecessem sua família.

— Você quer dizer Raissa? Helena não é minha família.Ela só está no mesmo teto que nós por causa de meu pai,que deixou a casa para uso dela. Mas logo que casarmos e

você gerar um lho. Pretendo logo dar a parte dela enunca mais quero vê-la na minha frente.



— E se tivermos uma menina?

Hassan disse convicto.— Sei que será um menino.

— Hassan você é Deus por acaso?

Hassan fechou os olhos e suspirou.

— Se for uma menina, nós teremos outros lhos, até você gerar um menino.

O coração de Karina quase parou. Ela cou pálida.Hassan vendo-a daquele jeito a beijou nos lábios,mordiscando-os. E novamente ele pelo poder de seduçãotentava moldá-la. Karina fechou os olhos, seu coraçãomesmo sofrido, passou a bater descompassado peloscarinhos de Hassan. Ela tentou não pensar no assunto etomou a boca de Hassan e o beijou. Hassan com um leveestremecimento aprofundou o beijo, Karina passou osdedos pelos cabelos dele e o abraçou, pousou a cabeça noombro dele e t rêmula, deixou as lágrimas caírem. Hassana afastou e a observou.

— Por que choras?

Karina enxugou as lágrimas e baixou o rosto.

— Por que eu tenho medo. Medo de não me adaptar, asua vida, as suas exigências, a sua cultura... São tantosmedos.



— Habibi, Ana Behibek!Hayati! O amor vence tudo. Eufarei de tudo para te fazer feliz. Eu te prometo, a palavrade um árabe é sagrada, mas isso desde que você não vá

contra os meus princípios.

Karina o abraçou...

Capítulo V

Na segunda, Karina levantou-se cedo e mais tardetelefonou para a loja avisando que não poderia trabalhar.

Hassan chegou nove horas da manhã, ele pareciatambém estar ansioso para mostrar-lhe a casa. Karinahavia colocado um vestido vermelho com detalhes empreto. Hassan estava vestido com uma calça jeans ecamiseta branca entreaberta no peito moreno, onde seentrevia os pelos e o m edalhão de ouro. Ambos seolharam com admiração.



Hassan, Karina cou a tá-lo enquanto ele falava com ela.Nervosa apertava as mãos.

Hassan depois que dispensou a empregada voltou suaatenção para ela. Karina estava pálida e trêmula.

— Que foi? Não gostou?Se você não gostou e mudo todaa decoração!

Karina forçou um sorriso e abraçou o corpo tenso deHassan e falou apertada a ele.

— Lógico que eu gostei, é que a casa lembra o quãodistante está a nossa cultura e modo de vida. Mas eu meadaptarei. Hassan o que a empregada falava para você?

— Nós vamos comer aqui, eu pedi para ela fazer umacomida inglesa. Ela veio me informar que o almoço estará

pronto ao meio dia.Hassan suspirou e a afastou.

— Vamos conhecer o nosso quarto, a cozinha e asdemais dependências, você conhecerá depois. Você nãoprecisará cozinhar, aquela empregada que você viu, éCosima, ela é u ma espécie de governanta e cozinheira.

Você não terá que se preocupar com nada em relação àcasa, terá passadeiras, arrumadeiras.

— E quanto ao meu trabalho Hassan?

— Você não precisará trabalhar.

— Mas eu não quero ser uma dondoca do lar.

Hassan fechou os olhos e d isse.



— Vamos conhecer o quarto, tudo isso nós acertaremosdepois.

Karina deixou ser conduzida por Hassan, juntossubiram as escadas e entraram em um grande corredorforrado por um carpete fofo bege, onde podia-se ver váriasportas. Hassan e ela seguiram por esse corredor e eleabriu a terceira porta á esquerda.

Karina ao olhar o interior do quarto ela prendeu o ar.

Parecia que ela tinha entrado no quarto do Ali Babá. Oquarto era enorme com uma cama de casal gigante comum dossel dourado e trabalhado, o lençol era de sedadourada o outro da cor preta em formato de leque estavaenfeitando o meio da cama. Uma sacada grande comportas de vidro que permitiam a entrada da claridade noquarto. Cortinas brancas leves escondiam o forro grosso

branco atrás, que se puxado ocultava a claridade doquarto. Ele então a fez entrar no quarto abriu uma portaonde ela viu um closet, onde ela poderia por vestidos,sapatos e b olsa, jóias. Tudo no seu devido lugar. Ele entãogentilmente a puxou e a levou até uma porta grande quedava em um banheiro de mármore creme, banheira de

hidromassagem, num canto um jardim de inverno enoutro canto uma parede tomada de espelhos até o teto.Uma pia de mármore da mesma cor do piso e a torneiraera em ouro em formato de leão com a boca aberta.

Nessa hora Hassan rodeou sua cintura e a p uxou aoencontro do corpo musculoso. Ele levou os lábios ao

pescoço dela, traçando uma trilha sensual com a língua.



Mais essa! O que seu pai iria achar vendo-a se casarcomo uma mulher árabe?

Hassan e ela desceram as escadas e ele a fez sentar-seno sofá da sala.

— A cultura árabe é uma das mais ricas e originais domundo. As festas impressionam pela beleza e pelapreservação das tradições. Das celebrações, o casamentoé, sem dúvida, a festa mais bonita e mágica, que combina

cores, rituais simbólicos, danças envolventes e mesafarta. O cortejo árabe é marcado pelas simbologias, e asfestas costumam durar três dias. Cada um é marcado poruma prática diferente. O primeiro dia é reservado para acerimônia ocial, quando acontece a troca de alianças e ocontrato de casamento entre os noivos. O segundo édedicado à noiva e nele, a mulher é produzida para ocasamento. São feitas as famosas tatuagens de henna nospés e nas mãos, que simbolizam o amor e a alegria. Deacordo com as tradições árabes, elas trazem fortuna efelicidade aos pares. No terceiro e último dia, é realizadaa festa de casamento. Na data, geralmente são convidadasmuitas pessoas e a comida é abundante. Como o consumo

de bebida alcoólica não é permitido, é comum queexistam muitos doces e sucos gelados. O momento maismarcante da festa de casamento árabe é a chegada danoiva. Quando o salão está cheio, ela aparece sentada emum trono suspenso. Para completar, os convidados jogampétalas de rosa sobre ela. A cerimônia de casamento é

marcada pelas danças típicas, que animam muito osconvidados. Os noivos costumam apreciar a festa em dois



tronos, um ao lado do outro, enquanto todos curtem acomemoração. Após o coquetel de recepção dosconvidados, homens com espadas adentram o salão, com

a tradicional dança das espadas. Eles são seguidos por bailarinas, que realizam a Dança do Candelabro com

castiçais na cabeça e velas acesas. Além de visualmente bonita, esta dança tem o signicado de iluminar o

caminho e trazer prosperidade ao casal. Ao nal dadança, geralmente os noivos apagam todas as velas do

candelabro das bailarinas para receber sorte. Os trajes das bailarinas são determinados pelo casal. Em geral são

discretas, como vestidos que cobrem todo o corpo ou o véu sobre a tradicional roupa de dança do ventre. Depois

de uns 3 minutos de música, os noivos são recebidospelos convidados, e realizam a primeira dança do casal aosom de música árabe e um clima de muita alegria. Aotérmino do jantar, a banda árabe dá prosseguimento afesta e é realizada a tradicional dança das cadeiras ou adança onde os convidados levantam os noivos.

Karina o tou quase em choque, era tantos detalhesque ela já tinha se esquecido de tudo. Hassan vendo a suareação sorriu.

— Não se preocupe. Tudo será arrumado por Raissa epor minha gente, amigos que z na administração dohotel.

— Hassan. Não poderíamos fazer alguma coisa maissimples?

Hassan se levantou nervoso.



—Karina. Fui criado nesse meio até dezenove anosassimilando a cultura, fazendo dela, verdade para a minha

vida. Não quero que ela se perca.

Karina se levantou e abraçou o corpo tenso deHassan. Ele a envolveu nos braços e beijou-lhe os lábios.Disse rouco enquanto a beijava. Por favor, Karina.

Karina o afastou e deu de ombros.

— Tudo bem Hassan. Se isso te deixa feliz.

Nessa hora a empregada entrou na sala e chamouHassan e em árabe falou alguma coisa.

Hassan falou com a empregada e se dirigiu paraKarina.

— Vamos à varanda, a comida será servida.

Karina foi conduzida por uma porta lateral e prendeu arespiração ao ver o imenso jardim ao redor da varada,uma mesa havia sido arrumada com uma toalha de renda

branca, porcelanas azuis, copos de cristal, ores miúdasazuis céu e guardanapo combinando da cor brancamesclado com azul. A empregada serviu assado de carne,

ervilhas couve e cenouras, torta de purê de batata e arroz branco e suco de abacaxi com hortelã.

Mais tarde Hassan estacionou o carro em frente àcasa dela. Karina se virou para ele.

— Amanhã você vem me ver?

— Claro. Albi ma-ic. Meu coração está com você.



Karina se posicionou no colo dele e passou o dedo nóslábios bem feitos dele e subiu o olhar para os olhos negroscheios de desejo.

— Depois do meu trabalho? — Ela perguntou.

O corpo de Hassan enrijeceu nitidamente.

— Quero que você peça demissão. Você não precisarátrabalhar. Você terá uma conta, você terá tudo quedesejar.

Karina ao ouvir suas palavras o tou triste. Tentouargumentar com ele.

— Hassan. Não é pelo dinheiro, mas é uma realizaçãopessoal.

— Por que, estar ao meu lado não é bom o suciente?

— Hassan você vai trabalhar o dia inteiro. O que eufarei com meu tempo?

— Logo nós teremos lhos, seu tempo durante o diaserá para eles e a n oite para mim.

Hassan a beijou, um beijo provocante, inclinando sua

cabeça e com sua língua abrindo seus lábios macios esaboreando até o mais fundo que um beijo permitia.Karina viu-se abraçada ao pescoço dele, aceitando tudo,como se fosse direito de Hassan tomá-la toda para si,como se lhe pertencesse para sempre.

Ele a afastou e seu rosto tinha se t ransformado agora

num rosto duro e decidido. Ele indagou.



pescoço dele, tirou as mechas de cabelo da testa e,audaciosa, foi descendo as mãos pelo peito que apareciapela camisa aberta.

Os lábios dele desenhavam uma trilha que vinha dopescoço, pulava a boca e encontrava os olhos, e depois aponta do nariz. Levantou seus cabelos e mordiscou asorelhas. Ela se arrepiou toda e ergueu os lábios, à procurade um beijo.

Ele riu de sua ansiedade, mas não era um riso decaçoada, e, sim, de prazer.

Os dias que se seguiram Hassan sempre a esperava dotrabalho. Conversavam até tarde, trocavam beijosapaixonados no sofá. Karina notou que Hassan nunca alevou para almoçar ou jantar fora. Nem para o cinema ou

teatro.Ela se p erguntava: Era a sua cultura que o levava a

agir assim? Ou por ele ter tido uma vida de sacrifícios enão estava acostumado a sair?

Mas Hassan preenchia sua vida, e ela nunca comentouisso. Seu prazer era estar nos braços dele.

E se ele se contentava em estar ao lado dela? Por queela o questionaria?

Nos nais de semana Hassan a levava para a casadele. Eles passavam o dia nos jardins da casa, na

biblioteca ouvindo música árabe, que ele traduzia para

ela. Todas as músicas que Hassan ouvia tinham um fundo



romântico. Era sempre o homem se declarando para suaamada.

Numa manhã de domingo, Hassan fora buscá-la emcasa. Karina havia posto um vestido tomara que caia

branco, leve para o verão. Hassan na hora fechou a cara ecou tenso. Karina não entendeu sua reação eaproximou-se dele e inocentemente indagou.

— Hassan o que houve?

— Troque de vestido.

Karina ergueu as sobrancelhas e questionou.

— Por quê?

— Seus ombros cam nus.

Karina riu de nervosa.

— Mas o dia que fui até sua festa eu usava um assim.

— Eu sei, mas antes você não era minha noiva. Troque Karina!

Então Hassan sentou-se no sofá e disse calmamente.

— Eu espero. — Hassan irredutível havia fechado osolhos, esperando ela trocar o vestido.

Karina suspirou. Ficou a olhá-lo sem ação.

Meu Deus! Estou parecendo um cordeirinho na mãodele. Era certo isso?

Nessa hora seu pai entrou, Karina disse.



— Papai, faça companhia a Hassan que eu vou metrocar.

— Mas você não está pronta? Sujou o vestido?

Karina ignorou as perguntas de seu pai e disse rápido.

— Papai eu já volto.

Karina colocou um vestido azul claro com tons brancos. Ele ia bem acima dos joelhos. Seguiu até a sala e

tou Hassan que conversava com seu pai, ele quando a viu a mediu, e pelo visto o vestido de novo não o agradou.

Ele levantou-se e pediu licença a seu pai e a puxou para a biblioteca. Sentaram-se no sofá um de frente para o

outro, quando ela se sentou, o vestido subiu, revelandosuas pernas.

— Karina, você viu a altura desse vestido. Suas pernasestão todas de fora.

Karina fechou os olhos e contou até dez. Quando osabriu tou o rosto duro de Hassan.

— Você não vai me fazer trocar de roupa de novo. Vai?Por que se for, eu prero não sair e car por aqui.

Então ela o tou séria.

— Hassan. Nós não vamos a lugar nenhum. Nós estamossempre em uma ambiente familiar. Por que a implicânciacom o vestido? Se quem me verá, será apenas Raissa esua Madrasta, isso se ela estiver em casa?



metade esquecida de minha própria alma. Quando estoucom você Karina, me esqueço de tudo.

Ela então se sentou no colo dele e Hassan beijou-lhe aslágrimas e com um gemido buscou sua boca. Ele foi tãodelicado, que ela quase chorou novamente. Seus corposarfaram no mesmo ritmo. Ele então aprofundou o beijo,procurando, explorando, até deixá-la louca de desejo.

Karina o afastou e cou em seus braços com a cabeça

apoiada no peito dele. Ela então o tou nos olhos. — Vou avisar papai que não vamos sair.

Eles acabaram passando o domingo na sua casa, ela oconduziu ao jardim, onde eles se sentaram ao sol. Hassanfechou os olhos. Karina observou o rosto moreno acamisa preta aberta no peito, os cabelos negros grisalhos,o queixo arrogante, os cílios longos e a boca sensual.

Suspirou e pensou consigo.

Estava perdida! O amava com todas as forças de seucoração.

Karina de olhos fechados, pensou em Raissa. Ela iria

estranhar o fato de Hassan não levá-la para a mansão.

Se bem que Raissa, depois que a viu namorando oirmão dela, nunca mais a cobrou para carem juntas.

Ela deveria conhecer o jeito dominador do irmão.Sorriu consigo.



Sentiu Hassan ao seu lado, Karina então abriu os olhos,e tou o rosto sombrio de Hassan.

— Por que você sorriu?

Karina o tou confusa.

Ele estava incomodado com seu sorriso, ou eraimpressão dela?

— Estava pensando em Raissa que vai estranhar determos cado por aqui. Ela ultimamente não tem meprocurado para conversar e sorri pensando que eladeveria saber o irmão que tem. Que está sempre do m eulado, não dando espaço para ela.

Hassan a tou como se a en tendesse e beijou-lhe oslábios. Karina o abraçou apertado.

Meu Deus como amava esse homem! Sabia que muitascoisas nele ainda era um mistério a ser desvendado.

CAPÍTULO VI

O casamento...

O mês passou rápido o dia do seu casamento chegou.Dias antes ela tinha se despedido do emprego e já haviamudado suas roupas para a nova casa.

Seu casamento levaria três dias.



O segundo dia então chegou. Esse dia era dedicado àela. Karina passou o dia se produzindo para o casamento.Foram feitas as famosas tatuagens de henna nos pés e nas

mãos, que simbolizam o amor e a alegria. De acordo comas tradições árabes, elas trazem fortuna e felicidade aospares.

Nesse dia ela não poderia ver Hassan, ele só a veriaamanhã no dia do casamento. Karina mal dormiu nessedia diante da expectativa de vê-lo no dia seguinte.

No terceiro e último dia, foi realizada a festa decasamento. Karina o tempo todo cou no quarto,esperando a hora de por o vestido.

Quando chegou a hora Raissa a ajudou. O vestido era branco e extremamente pesado. Cheio de pedras

incrustadas e comprido. Seu cabelo fora ajeitado numcoque alto, onde as laterais foram soltas em leves cachos.

Karina já ouvia a música na casa e as pessoas sefalarem, Raissa disse que nunca vira Hassan tão nervosoe ansioso para vê-la.

Havia muitas pessoas no salão, que fora decorado compalmeiras, véus coloridos. Podiam-se ver duas mesas,uma de salgados e outra de doces e outra mesa no cantode bebidas não alcoólicas.

Quando Karina desceu com cuidado as escadas todosgritaram de alegria, do alto ela viu Hassan que estavalindo com roupa típica árabe num tom dourado, oscabelos negros brilhavam. Ele a tava com olhos febris.



Karina desceu as escadas de vagar com a ajuda de Raissaque segurava a extensão de seu vestido. Fora colocadanum trono suspenso e se abriu caminho onde os

convidados jogam pétalas de rosa sobre ela, dando gritosde alegria. Hassan sentou-se em um trono e ela descendoda cadeira suspensa se d irigiu a ele. Seus olhos seencontraram. Os olhos de Hassan a tavam com tantaalegria que Karina cou perdida neles. Ele deu-lhe a m ãoe Karina estendeu a mão trêmula enfeitada com a henna

e sentou-se ao lado dele.Seus pais estavam num canto com Raissa e pareciam

se divertir. Karina viu também alguns de seus parentesespalhados pelo salão.

Hassan o tempo todo a tava, Karina sorria para ele epara todos. E juntos acompanharam toda a festa.

Após o coquetel de recepção dos convidados, homenscom espadas adentram o salão, com a tradicional dançadas espadas. Eles foram seguidos por bailarinas, querealizam a Dança do Candelabro com castiçais na cabeçae velas acesas.

Hassan então lhe explicou seu signicado. — Esta dança tem o signicado de iluminar o

caminho e trazer prosperidade ao casal. Ao nal dadança, apagaremos todas as velas do candelabro das

bailarinas para recebermos sorte. Após isso dançaremos juntos.



Quando nalizou a dança as bailarinas abaixaram oscandelabros e Hassan e Karina, sopraram as velas. Hassana puxou então para o meio do salão onde passaram por

baixo das espadas suspensas. Todos esperavam que elesdançassem.

Embalados pela música árabe Karina tava Hassan quedançava com ela. Ela emocionada lembrou-se do dia que oconhecera, onde ela dançara a primeira vez com ele. Eleestava emocionado também, Karina imaginou que eletambém estivesse se lembrando desse momento.

Ao término do jantar, a banda árabe deuprosseguimento à festa e Karina e Hassan foram erguidosem cima de cadeiras onde os convidados se moviam comeles conforme a música.

Karina então se despediu dos pais e d e algunsparentes que foram no casamento. Hassan a pegou pelamão e foram a uma limusine que os esperava. Karina tevediculdade para sentar-se, tamanho era a grossura e ocomprimento da cauda do vestido.

Quando eles chegaram à casa deles, todos os

empregados os aguardavam. Hassan falou em árabe paratodos, apresentando Karina. Eles com muita alegria areceberam.

Karina estava extremamente nervosa. Hassan aajudou com o vestido na subida das escadas, ele abriu aporta do quarto. Seu quarto que estava iluminado por três



candelabros e cheio de pétalas de rosa que faziam umatrilha até a cama.

Hassan fechou a porta e virou-se para Karina que oesperava.

Eles cederam então a tudo o que estivera a se guardardesde o momento em que se conheceram. Ela afundou-senele, sentindo o calor do seu corpo, e ele soltou-lhe amão. Então, envolvendo-a lentamente nos seus braços,

puxou-a para si e beijou-a suavemente nos lábios. Depoisde se afastar ligeiramente para olhá-la, beijou-a de novosuavemente. Ela devolveu-lhe o beijo, sentindo a mão delepercorrer as suas costas e a parar no seu cabelo, onde eleenterrou os dedos.

Eles permaneceram abraçados, beijando-se a luz das

velas durante muito tempo, nenhum deles preocupadosem apressar as coisas. Tinham ambos, esperadodemasiado tempo por aquele momento, e quandonalmente se afastaram, caram a olhar um para o outro.Parecia que estavam a sonhar.

Hassan beijou-a de novo com mais fervor desta vez, e

Karina sentiu o corpo tremer de antecipação, ela passouas mãos pelo peito dele, sentindo os músculos rmes porcima da roupa que ele usava, entregando-se à sua própriasensualidade. Ele foi até suas costas e abriu o vestido.Olhando-a nos olhos tirou-lhe o vestido fazendo-o deslizarpelo corpo de Karina, ela encostou-se a ele, ouvindo o

vestido cair no chão.



Hassan a afastou e tirou sua roupa, e a carregou para acama, a depositando levemente. Karina estremeceu emcontato com a seda fria, mas logo ele a envolveu. Ela

beijou-lhe o peito, depois o pescoço, estremecendoquando as mãos dele passaram pelas suas costas e tirouseu sutiã, fazendo-a conter a r espiração. Quando o sutiãfoi retirado, ele abraçou-a e puxou-a para si, sentindo ocalor da pele dela contra a sua. Beijou-a no pescoço emordiscou-lhe o lóbulo da orelha enquanto as suas mãos

traçavam o contorno da espinha dela. Ela abriu os lábios,sentindo a ternura do contato dele. Continuando a beijá-la até encontrar seus seios. Ele inclinou-se e beijou-osternamente, um de cada vez, e ela inclinou a cabeça paratrás, sentindo a respiração aquecida e a u midade da bocadele onde quer que ela a t ocasse.

Ela estava quase sem fôlego. Olhando-o de novo nosolhos, ela passou-lhe o dedo pela cintura, roçandosuavemente, ela passou as mãos pelo peito dele de novo,agora úmido com a transpiração, e sentiu as mãos deledeslocarem-se levantando ligeiramente as nádegas, eladespia a calcinha, despiu-as, uma perna de cada vez,enquanto as mãos dele continuavam a explorar o corpodela. Ela acariciou-lhe as costas e mordeu-lhe suavementeno pescoço, escutando a sua respiração a acelerar equando caram nalmente nus, os seus corposaproximaram-se. Ele soltou-lhe os cabelos que caíramsobre o travesseiro.

Ela estava bela à luz das velas. Ele passou-lhe alíngua por entre os seios, pela barriga dela abaixo,



passando pelo umbigo e de novo para cima. O cabelo dela brilhava a luz das velas, e a sua pele era macia e

convidativa quando se abraçaram um ao outro. Ele sentiu

a mão dela nas costas, puxando-o para mais perto dela.

Hassan continuou a beijar-lhe o corpo, sem apressar omovimento, despertando-lhe uma sensação erótica napele dela. Ele continuou até ela não suportar mais, entãoele subiu e fez a mesma coisa aos seios.

Ela puxou-o de volta para si, arqueando as costasenquanto ele se movia lentamente para cima dela. Eleentão se encaixou nela, ela o apertou ao sentir dor, ele

beijou-lhe ternamente, quando eles nalmente se uniramcomo num só. Ela fechou os olhos com um suspiro.Beijando-se, zeram amor com um fervor que estiverasufocado durante os últimos dias. Os seus corposmoviam-se em harmonia, ela sentiu o seu corpo começara vibrar com a urgência crescente de algo maravilhoso.Quando nalmente aconteceu, enterrou os dedos nascostas dele. Hassan quando a sentiu que ela estavasatisfeita se rendeu ao prazer e a agarrou com rmezaquando acabaram.

Karina adormeceu nos braços dele, sentindo-semaravilhosamente bem, e Hassan cou a vê-la dormir aseu lado. Antes de adormecer disse em árabe “AnaBehibek”.

Karina acordou e viu Hassan de bruços, a luz doquarto já entrava pela janela. Karina sentou-se assustadaem ver as costas dele. Elas eram marcadas por pequenas



cicatrizes. Pareciam ser muito antigas. Karina o abraçou.Hassan se virou e seus olhos negros se encontraram comos dela. Ele sorriu e a beijou ternamente. Karina ainda

abalada pelo que viu o abraçou.

Hassan a afastou gentilmente, mas quando eleobservou seu rosto triste ele se sentou nervoso eperguntou.

— O que houve? Eu te machuquei? Você se

arrependeu de se casar comigo? — Suas costas Hassan são cheias de cicatrizes. Eu

quei abalada ao vê-las.

Hassan suspirou alto e a abraçou, ele estavatrêmulo. Karina o abraçou e buscou sua boca, Hassan a

beijou apaixonadamente a acariciando, eles seenvolveram num desejo sem m. Fizeram amornovamente, num frenesi de paixão. Quando sesatiszeram se abraçaram.

Karina sem esquecer o que viu perguntou.

— Por que suas costas são marcadas por cicatrizes?

Hassan a tou pensativamente.

— Eu fui um menino muito levado.

— Hassan, você não baterá assim em nosso lho? Vai?



— Não, lógico que de vez em quando umas boaspalmadas não mata ninguém, mas não será da mesmaforma que eu apanhei. Meu pai me batia muito com vara.

— Então seu rosto cou sombrio. — Muitas destas marcasque você viu, eu arranjei no dia que falei de Helena parameu pai. Ele pegou uma régua de madeira e eu protegi acabeça, mas minhas costas foram alvejadas.

Karina o abraçou e disse logo.

— Não vamos nos lembrar disso. Eu estou comfome e você?

Hassan sorriu, abraçando-a.

— Poderia comer um carneiro inteiro.

Hassan se levantou e puxou-a para o banheiro, juntos prepararam a hidromassagem. Eles entraram na

água morna, Hassan delicadamente lavava o corpo daesposa que lhe deu as costas, segurando os cabelos paracima. Depois foi a vez de Karina que lavou as costas delee seu peito musculoso, onde podiam-se ver vários pelosgrisalhos. Ela sorriu ao ver o peito dele quase branco.

Hassan levantou seu queixo e a tou com

estranheza.



— Por que você está rindo?

— Por que você é muito charmoso, com esses pelos brancos no peito.

Karina o encarou.

Hassan toda vez que ele não a entendia, eledesconava dela.

— Hassan, você percebeu que aquilo que você nãoentende em mim, você me olha com desconança,sempre se preparando para o mal? Seja quando eu sorrioou nas minhas lágrimas? — Karina estava nervosa, emmeio a toda aquela confusão de pensamentos.

Hassan evitou sua pergunta e se levantou. Karinapela primeira vez o viu fugir de uma conversa.

Isso não era nada bom.

Ela ainda o tava quando ele se vestiu com umroupão branco felpudo e se voltou para ela, com o delanas mãos.

— Vem Karina, a água já está fria. Você pode cardoente.

Karina se levantou e cobriu os seios com o braço.Hassan tirou seu braço e a o lhou com reprovação.



Karina sorriu e o abraçou, juntos desceram até a sala.Hassan a conduziu até a varanda. Ele a fez sentar-se namesa arrumada com as louças.

— Vou avisar Cosima para servir café.

Karina cou a olhar para o jardim. Um tempo depoisHassan sentou-se de frente a ela. Cosima se aproximoucom um carrinho onde estava depositado, todo tipo depães, e doces, o café árabe e leite. Depois que ela colocoutudo na mesa ela saiu.

— Hassan, como eu vou me comunicar com ela quando

você não estiver aqui?

Hassan que se servia do café, sorriu.

— Ela fala a sua língua, mas quando eu estou aqui écostume ela se dirigir a mim, que na minha cultura sou ochefe da casa. Mas na minha ausência ela estará à sua

disposição.Karina suspirou aliviada.

— Hassan e meu carro?Preciso pegar na casa de meupai.

Hassan a tou sério.



Karina o tou surpresa, uma sensação estranha invadiuseu coração.

O que ela esperava?Ela estava o conhecendo agora.Ele fora criando cheio de ritos e t radições.

— Hassan quanto ao carro, eu não gostaria de ter ummotorista.

Hassan fechou a cara, suas costas caram tensas.

— É para sua segurança. Lembre-se que você estácasada com um homem rico. Eu não caria tranqüilo com

você andando por aí.

Ele então passou o dedo indicador pela boca de Karina.

— Eu tirei essa semana para car com você. Eu sei que vocês ingleses estão acostumados a depois do casamento

sair em lua de mel. Por isso eu aluguei uma casa numapraia particular em Brighton, partiremos amanhã, porisso arrume suas malas.

Karina ergueu as sobrancelhas surpresas e o abraçoufeliz.

Capítulo VII



No dia seguinte Hassan estacionou em frente a umacasa grande, que se situava em uma rua de terra batidaafastada da civilização. Hassan pedira a Cosima para

arrumar caixas com alimento. Segundo ele, elescozinhariam.

O intuito de Hassan era de eles poderem carsozinhos. Karina ajudou Hassan com as caixas. A casa eralinda, a parte de trás da casa era toda de vidro, onde sepodia ver a praia particular, onde o mar era azul e a areia

branca. O clima estava nublado, não ajudava muito, massó pelo falto de estar com Hassan, era a única coisa queimportava.

A cozinha era maravilhosa, toda equipada. Karinaarrumou todos os alimentos na geladeira e nos armários.Cosima havia posto muitos alimentos prontos econgelados, doces e salgados. Ela e Hassan não iriamcozinhar tão cedo.

Hassan estava suando depois de ajudá-la com as caixase colar as malas no quarto.

— Enquanto você faz um café, eu vou tomar um banho.

Karina sorriu e viu Hassan se afastar. Ela pegou acafeteira e abriu o pote de café. Fez o café do seu jeito,Hassan se quisesse da maneira dele, ele teria que se



contentar com o café dela. Ela não tinha a m ínima idéiade como fazer o café ao gosto árabe.

Dez minutos depois, Karina já havia arrumado a mesa,quando Hassan voltou. Ele estava com uma calça jeans euma camisa branca, com os cabelos negros molhados pelo

banho. Karina sorriu quando o viu. Ele foi até ela e a beijou. Sentaram-se a mesa e Hassan experimentou o

café, ele fez uma careta. Karina riu.

— Karina, que café fraco! Preciso te ensinar fazer café.Karina tomou o café, mas estava acostumada com seu

chafezinho.

Depois que comeram, Hassan a ajudou a tirar a mesa.Karina sabia que Hassan fazia isso para agradá-la, pois nasua cultura, isso era tarefa da mulher. Depois dearrumarem a cozinha, Hassan sorriu para ela.

— Vamos caminhar na praia? — Ele olhou seu vestido. — Nem precisa se trocar. Só tirar as sandálias.

Hassan estendeu a mão e Karina feliz a pegou. Juntosseguiram até a praia, margeando o mar andaram de mãos

dadas. Karina pensativa lembrou-se que tinha que tomaro anticoncepcional. Quando voltasse não podia esquecer.



Hassan caminhava olhando o mar, com o pensamentolonge. Chegaram até o nal da praia, onde havia umaspedras. Hassan subiu e a ajudou subir. Karina viu que a

praia continuava depois das pedras, as pedras faziam umadivisória natural, transformando a praia do seu chalé emuma praia particular.

Lá encontraram um rapaz loiro, que deveria ter unstrinta anos e estava sentado numa pedra. Hassan quandoo viu fechou a cara. Karina ignorou o rapaz e fechou osolhos, sentindo o vento no rosto.

Então ouviu a voz do rapaz.

— Olá, vocês estão usando o chalé?

Sentiu na hora Hassan pegar possessivamente suacintura. Karina tou o rapaz que os tavaamistosamente. Hassan respondeu seco.

— Sim, estamos.

Karina contornou a situação.

— Somos recém casados, estamos em lua de mel.

O rapaz sorriu e os tou compreensivo. Karina sorriupara ele. Sentiu Hassan puxá-la.

— Então adeus. — Disse o rapaz ao notar Hassan puxá-la.

— Adeus. — Karina respondeu.



Hassan desceu as pedras e a ajudou descer. Hassan e elacaminharam emudecidos. Karina tou o marido sementender.

Ele estava enciumado?Era isso?

Quando eles entraram no chalé. Hassan a tou com orosto tomado de cólera.

— Eu não gostei do modo que você sorriu para ele.Lembre-se que você agora me pertence. É a mim que vocêdeve agradar e dirigir a palavra. Eu não quero ver vocêrindo com intimidade para homem algum. Seus sorrisossão para mim. Você me entendeu?

Hassan arfava e t ranspirava. Karina nunca o tinha vistoassim tão bravo, nem no dia da confusão com Vitor.

— Hassan, por que tudo você vê maldade? Eu só estavasendo simpática.

Hassan apertou seu braço e a trouxe de encontro ao seucorpo.

— Karina, não discuta. Lembre-se que você agora mepertence. Eu prero morrer a fechar os olhos como fezmeu pai. Nunca serei como ele, por isso você terá que teratitudes de uma mulher casada.

Hassan a soltou e entrou no corredor que levava ao

quarto. Karina trêmula, sem ainda entender o que tinha



acontecido, sentou-se no sofá. Era o segundo dia decasados e Hassan já estava brigando com ela.

Karina abriu a porta de vidro da sala e resolveucaminhar sozinha na praia. Suas lágrimas corriam livrespelo seu rosto.

Hassan era doente, traumatizado. Isso para ela eramuito claro. Ele não acreditava no se amor, ela quemudou sua vida por causa dele.

Será que ele não enxergava isso? Mudou seu guarda-roupa. Não poderia mais dirigir. Deixou seu emprego.Nem a escolha e a decoração da casa eles zeram

juntos.

Isso só conrmava que ela tinha acertado em tomar oanticoncepcional. Não se arriscaria a ter um lho, numcasamento tão conturbado.

Karina quando chegou, encontrou Hassan andando deum lado para o outro, como um leão enjaulado, ele falavaem árabe consigo mesmo.

Quando ele a viu chegar a tou totalmente perturbado.

E lhe falou num sotaque carregado. — Você está pedindo mesmo, não é?

Seria imaginação, ou havia uma nota cruel na vozdele?

— Pedindo o quê? – perguntou, um pouco assustada.



Durante um longo momento Hassan continuou imóvel,olhando-a xamente. Um arrepio percorreu o corpo deKarina, quando percebeu que não teria nenhuma chance

de defesa, se ele resolvesse dominá-la pela força.

Em pânico, tentou recuar, mas era tarde demais.Hassan avançou sobre ela e a boca d ele cobriu a sua comtanta força e rapidez, que não teve a mínima chance deescapar, muito menos de esconder sua resposta instintivaao beijo. As mãos e a boca do marido percorriam cadacentímetro de sua pele, com uma habilidade e umasegurança tão grandes, que não teve dúvidas de que elesabia exatamente o que ela queria...

Ele a pegou no colo e como pena, a levou para oquarto e a jogou na cama, seu corpo foi aprisionado pelodele, e a sensação de perda que teve, por ele não ser maiscapaz de lhe dar ternura, desapareceu quando uma ondade prazer tomou conta de seu ser.

Não importava se e le a maltratava, se gritava, xingava,odiava. Não importava se ele a impelia para os limites dodesespero, desde que, em instantes fugazes, oferecessecarinhos apaixonados. Para ela bastava car perto dele.Sentir aquele magnetismo estranho, respirar o mesmo ar.



Mas quando a paixão acabou e Hassan a deixou denovo, sem uma palavra, cou sozinha com as lágrimasque queimavam suas faces e caíam suavemente sobre o

travesseiro, e uma dor tão grande que era quase palpável.

Karina se levantou e foi até sua mala, pegou a cartelado anticoncepcional e foi até o banheiro e tomou um.Suspirou aliviada.

Quando voltou ao quarto, Hassan estava sentado na

cama. Quando ele a viu, ele se levantou e a abraçou.Karina chorou em seus braços. Alá, Aasef!

Hassan se deu conta que falava em árabe e a apertounos braços e r epetiu.

— Perdoe-me!

Karina baixou o rosto, Hassan levantou-lhe o rostomolhado pelas lágrimas. Os olhos dele estavam úmidos.

— Karina você me perdoa?Eu te amo tanto! Eu temachuquei?

— Você me machucou com suas palavras.

Hassan a afastou e riu cruel.

— Se você está pensando que vou te pedir perdãopelas minhas palavras, pode esquecer. Eu sei o que digo.De agora em diante você já sabe. Não dirigirá a palavra anenhum homem estranho.

— Hassan eu não sou Helena. Eu nunca agiria como

ela. É isso que você tem medo?



— Esqueça Helena, pense no que eu te disse. Estamosresolvidos?

Karina deu-lhe as costas e se dirigiu a sala. Hassan aseguiu, fora de si, pegando-a pelo braço. E disse enroladoquase em árabe.

— Jamais me dê às costas!

Karina voltou-se para o homem que amava com umtraço de esperança no coração. Procurou nele algum sinal

de arrependimento, mas não havia nenhum.

— Você percebeu que hoje é o nosso segundo dia decasamento e já estamos brigando? Aonde isso vai noslevar?

— Karina. O que eu estou te pedindo de tão difícil

para você? Você prefere me contradizer a respeitar odesejo de seu marido? Que amor é esse que você diz ter?

Ela não respondeu. Não conseguiria. A seu redor, omundo desabava. Amava Hassan, e ele a tratava como sea tivesse encontrado na rua!

— Hassan, eu estou cansada. Não quero brigar,

desculpe-me, mas eu vou me deitar. Cosima colocou bastante comida pronta em potes, está na geladeira. Se você quiser almoçar, sirva-se. Eu estou sem fome.

As lágrimas que Karina segurara por tanto tempoameaçaram rolar. Para que Hassan não presenciasse acena, ela girou nos calcanhares e saiu da sala. Foi para o



quarto e se jogou na cama. Chorou amargamente. Depoisde tanto chorar pegou no sono.

Quando acordou viu Hassan deitado ao seu lado com o braço nos olhos. Ele não percebera que ela havia

acordado. Karina o abraçou. Hassan estremeceu e tirou o braço do rosto. Karina se ergueu e o tou. Os olhos deles

se encontraram, ela percebeu que Hassan estava triste.

Os olhos negros de Hassan desceram para a sua boca.Karina o beijou ternamente. Hassan a virou na cama e seinclinou sobre ela beijando-a sofregamente e num sotaquecarregado falou-lhe.

Karina, minha vida! Eu te amo tanto!

— Eu te amo Hassan.

— Então você respeitará minha opinião?

Karina corrigiu.

— Você quer dizer sua imposição?

— Que seja Karina! — Hassan a tando nos olhos disse-lhe estudando-lhe a reação. — Tudo bem, minhaimposição!

— Se isso te deixa feliz, sim eu respeitarei. — Karinadisse com ódio de si mesma, por ser tão vulnerável a ele,e por amá-lo tanto.



Hassan então a abraçou falando-lhe palavras em árabe.

Karina não sabia até que ponto Hassan agia pela suacriação, onde ditava a conduta da esposa. Ou se ele eraum homem traumatizado, quando viu seu pai serenganado pela esposa, e ainda sim, amá-la cegamente.

Na semana que se seguiu, o sol apareceu. Karinausufruiu da companhia de Hassan, que se tornou ohomem apaixonado e terno de antes e se não fosse à

briga, ela chegaria à conclusão de que a vida era perfeitaA rotina deles consistia em:

Depois de tomarem o café entravam juntos no mar.Hassan sempre a admirava quando a via de maio.

Depois que eles chegavam da praia, tomavam banho

juntos e logo em seguida faziam amor. Karina então faziao almoço, enquanto ouvia Hassan conversar com ogerente que administrava o hotel.

A tardezinha eles caminhavam pela praia, mas nuncamais subiram nas pedras depois do ocorrido.

Á noite eles conversaram bastante. Hassan todos os

dias contava-lhe com nostalgia da sua vida no Cairo. Elereforçou aquilo que ela já sabia: De como ele gostava deseu povo, e de como ele se orgulhava de sua cultura.

Na véspera da partida para casa deles. Hassan a toucom intensidade.

— Não vejo a hora de termos um menino. Quero que elese chame Zar, que signica vitorioso.



Karina nessa hora disfarçou o nervosismo e o abraçou.Sentia-se culpada por não contar-lhe que estava evitandolhos, mas precisava desse tempo de adaptação.

No dia seguinte chegaram à noitinha em Londres. Osempregados pegaram as malas do carro. Karina e Hassantomaram banho juntos, mas cansados logo dormiram.

No dia seguinte Karina abriu os olhos e viu uma rosano travesseiro de Hassan, com um bilhete que dizia.

Karina

Quando o amor o chamar se guie, embora seuscaminhos sejam agrestes e escarpados. E quando elevos envolver com suas asas. Cedei-lhe, Embora aespada oculta na sua plumagem possa feri-vos. Equando ele vos falar. Acreditai nele. Embora a suavoz possa despeda ar vossos sonhos como o ventodevasta o jardim. !ois da mesma forma que o amor

vos coroa, assim ele vos cruci"ca. E da mesma formaque contribui para o vosso crescimento, trabalhapara vossa poda.

E espero em Al#, que voc$ me ame um dia damesma forma que eu te amo.

%assan



Cosima a tou por um tempo e assentiu. Karinasentou-se a mesa, lá na cozinha mesmo. Cosima arepreendeu.

— Eu te sirvo na varanda.

Karina sorriu.

— Vou comer aqui mesmo.

Cosima, então tirou o café do carrinho e o leite.Colocou alguns pães e patê de azeitona, mel e queijo.Karina se serviu, e comeu pensativa.

Precisava falar com seus pais!

Depois do café seguiu até o telefone e ligou para casados pais. Essa hora seu pai estava na imobiliária. Sua mãeatendeu. Karina conversou com ela por uns instantes,

contou-lhe da lua de mel, mas omitiu a cena de domínio eciúme de Hassan.

Karina foi até o quarto e vestiu a abaya por cima domaio e foi até a piscina. Tirou a abaya e passou protetor ese estirou no sol. Mais tarde deu um mergulho na águagelada, cou um tempo perdida em pensamentos boiando.

Mais tarde saiu da água e colocando a abaya entrou nacasa. Dirigiu-se ao quarto e tomou um banho, vestiu um

vestido de algodão pérola e desceu para a sala.

Cosima a vendo, perguntou-lhe se podia servir oalmoço. Karina assentiu e estava se dirigindo a varanda

quando com alegria viu Raissa entrar. As duas seabraçaram.



— Raissa, que bom que você veio. Hoje você não foi àfaculdade?

— Não, eu não via a hora de conversar com você. E a viagem, foi boa?E Hassan foi um bom marido?

Karina contou-lhe dos dias que passaram juntos econtou-lhe do ocorrido nas pedras.

— Karina. Meu irmão não está sabendo lidar com osentimento do amor. Tenho certeza que no fundo, ele não

queria estar preso a você.

Karina tou-a pensativa e pediu para Raissa esperá-lae se dirigiu ao quarto, pegando o poema de Hassan,entregou para Raissa ler.

— Raissa o poema é lindo, mas ao mesmo tempo ele

mostra um lado do amor que eu não conheço, emboracom Hassan eu estou começando a conhecer. Você leu aparte da espada oculta na plumagem? Como se o amorfosse traiçoeiro.

— Karina. Isso comprova o que eu te falei, não deveestar sendo fácil para ele, que nunca se envolveu com

ninguém está preso a você. Hassan sempre fugiu do amor.Meu pai amava tanto minha mãe que se deixou sermoldado por ela. Meu irmão sempre o considerou umfraco, e vivia me dizendo que estava imune a essesentimento. Ele na verdade está com medo, de ser comomeu pai. Por isso tenha paciência com Hassan.



— Raissa, será que ele não percebe que eu estou meanulando por ele? Eu deixei meu trabalho! Quer maiorprova de amor que isso?

Raissa suspirou. Karina continuou.

— Eu acho que por mais que eu me esforce, sempre ele vai ser inseguro. Por isso, eu estou me prevenindo, ainda

não quero ter lhos. Só terei um lho quando Hassan

conar em mim, quando ele acreditar no meu amor.

— Hassan sabe que você está evitando lhos?

— Claro que não. Com Hassan, não tem conversa. Ele brigaria comigo e ignoraria minha opinião. Ele iria acabar

me fazendo engravidar.

— Karina, o simples fato de você pedir isso a ele, lhegeraria uma grande insegurança. E o pior será se eledescobrir que você evita lhos, ele nunca mais iráacreditar no seu amor.

— Não, eu sei. Eu tomo o remédio escondido.

— Por quanto tempo, você pretende evitar?

— Já te disse Raissa, até ver que Hassan cona emmim e quero que ele esteja certo do meu amor por ele, ereconheça que eu deixei muita coisa por ele.

Cosima então as chamou. Karina e Raissa comeramna varanda da casa, desfrutaram do Khoresh de karafsl,



que era um guisado de carne com salsão, arroz branco elegumes cozidos, com suco de abacaxi e hortelã.

Quando Raissa foi embora, Karina foi até o quarto ecou deitada na cama pensativa. Em algum lugar, por trásdaquela barreira que Hassan levantava, existia um homemque no fundo queria conar na esposa e acreditar no seuamor. Aquele homem existia, mas para encontrá-lo elaprecisava derrubar o muro que os separava.

Mas como faria Hassan acreditar no seu amor?

Quando o relógio marcou quatro e dez da tarde, Karinaainda estava deitada na cama, quando a porta do quartose abriu e Hassan entrou. Ele usava um terno preto, comcamisa branca e gravata vermelha, que estava afrouxadano colarinho. Seu coração disparou no peito e feliz viuquando ele sorriu para ela e sentou-se na cama.

Karina sentou-se rápido e o abraçou, suas bocas seprocuraram sôfregas. Ela se sentia mole como geléia.Enou as mão por dentro do terno e sentiu a força dacarne rija do peito do marido, sentindo os músculospoderosos se movendo debaixo das palmas de suas mãos.O cheiro do corpo dele era embriagador, e despertava suasemoções, enchendo-a de desejo. Hassan se afastou com arespiração acelerada.

Tirou uma caixa do bolso de veludo e lhe entregou.Karina sabia que se t ratava de alguma jóia cara, e



aprendeu que não podia protestar quando o via gastarcom ela.

Ela abriu a caixinha e viu que eram brincos delicadosde águas marinhas.

Hassan então disse.

— Para combinar com o colar que eu te dei.

Karina sorriu e o beijou dizendo.

— É lindo Hassan, obrigado.

— Você terá oportunidade de usá-los amanhã. Fomosconvidados a jantar na casa de um grande amigo meu. Euo conheço há anos, Wolf Wagner ajudou a mim e a meupai na época quando entrávamos para o ramo hoteleiro.

Karina assentiu apreensiva. Hassan então sorriu

dizendo. — Vou tomar um banho, me espere.

Momentos depois, lutando para recobrar o ar, Karinaobservou-o caminhar para ela com os cabelos molhados,maravilhada com o corpo nu de Hassan. Ele a ajudou atirar o vestido, os lábios dele tomaram os seus numapaixão urgente. Karina sentiu o coração dele se acelerar



debaixo de sua mão. No momento seguinte, Hassanempurrou-a para trás, fazendo com que se recostasse nostravesseiros, ao mesmo tempo em que sua boca se

apossava da dela num beijo possessivo, intenso,apaixonado. Hassan passou a beijar-lhe o pescoço emurmurar palavras em árabe.

Mais tarde tomaram café juntos, um café reforçado,pois Hassan não comia mais nada depois das seis horas.Karina já estava pegando esse ritmo. Depois Hassan alevou até o quarto e deitaram-se na cama, onde ele lheperguntou do seu dia.

Karina lhe contou todo o seu dia e d a visita de Raissa.Karina então o fez falar do seu trabalho. Ele contou-lheum pouco de sua rotina, mas logo mudou de assunto.

— Você já conheceu os outros quartos? — Não.

— Há um quarto vago, quero que você o decore parareceber o nosso lho. Já contratei o motorista. Elecomeçará depois de amanhã, ele te levará a essas lojasque decoram quarto de crianças. Quero que você escolha

o berço, os móveis o papel de parede e que tudo seja aoseu gosto.



— Hassan, ainda é cedo para decorar o quarto. Espereeu engravidar. — Karina disse-lhe com um aperto nopeito.

— Como cedo, Karina? Nós não estamos tomandoprecaução alguma. Logo você estará gerando um lhomeu.

Karina não queria gerar expectativa em Hassan emrelação à gravidez. Se ela arrumasse o quarto, isso só ia

deixá-lo mais ansioso para que ela engravidasse e elaprecisava desse tempo. Não que duvidasse do amor deHassan ou do seu amor, mas era uma forma de conhecê-lomelhor, poder estar envolvida com ele, criar laços, fazê-lose sentir seguro em relação ao seu amor por ele.

Diante de tudo isso Karina insistiu.

— Hassan, ainda sim eu quero esperar a conrmaçãoda gravidez.

Hassan suspirou e disse resignado.

— Tudo bem, eu só pensei que seria uma forma deocupar seu dia com os preparativos da chegada dele.

— Eu sei meu amor. Mas tem nove meses para nósnos programarmos.

Hassan a abraçou, e beijou-lhe os lábios. Dizendopalavras em árabe. Karina o olhava sem entender, ele

sorriu e repetiu sussurrando-lhe as palavras: As coisas



mudaram desde que eu a amo. Eu me tornei umacriança me arriscando com o perigo.

— Por que perigo Hassan? Se eu te amo? Não é umrisco você me amar, pois eu te amo com a mesmaintensidade que você me ama.

Hassan a tou como se não acreditasse em suaspalavras.

— Vocês ocidentais não sabem o que é o amor. —

Hassan disse certo de suas palavras e depois disse comternura. — Mas eu vou te ensinar.

No dia seguinte Karina não alterou sua rotina, massabia que hoje á noite Hassan ia buscá-la para irem nesse

jantar. Hassan havia comprado para ela, vários vestidoslongos, de festas.

Será que ela iria participar sempre de festas?Teriauma vida social ativa?

Tinha medo de perguntar a Hassan. Tinha medo que eleachasse que ela tivesse interesse por esse tipo de vida,passando a imagem de insatisfação pela rotina que ela

levava.Mas pelo jeito ela teria uma vida social intensa. Já

que ele vivia lhe dando jóia e um guarda-roupa devestidos .



Karina tomou um banho secou os cabelos com secador,fez uma maquiagem leve e colocou um vestido longopreto, percebeu que ele não era nada chamativo e nemprovocante. Pelo contrário, tinha lhe aumentado cincoanos de vida de tão sóbrio.

Ela então colocou o colar e os brincos que ele lhe deu.Calçou um sapato de salto alto e passou um perfume nospulsos e no vão dos seios.

Quando Hassan chegou, ela já estava pronta, sentadanuma espreguiçadeira na sacada do quarto. Hassan entrou

no quarto chamando-a. Karina foi até ele, ele satisfeito amediu dos pés a cabeça. Ele com os cabelos desalinhados,com uma aparência cansada. Como se ele tivessepreocupado.

— Vou só tomar banho e me trocar e iremos. Espere-mena sala.

Karina foi até ele e o abraçou. Hassan a beijou nopescoço e a a fastando-a disse impaciente.

— Vai Karina.

Karina desceu as escadas e ela o esperou no sofá dasala. Vinte minutos depois Hassan desceu, com um terno

cinza e camisa branca que contrastava com o corpomoreno. Não usava gravata, ele tinha deixado um pouco



Karina sorriu timidamente para o marido. A senhoraentão se apresentou.

— Meu nome é Linda Wagner.

— Karina Hajid e é um prazer em conhecê-la. — DisseKarina educada, estranhando falar o seu sobrenome decasada.

A senhora os conduzira para uma grande sala, ondehavia um senhor grisalho meio gordo e com um terno

preto ele estava sentado no sofá, ao lado dele um rapaz deuns vinte cinco anos, que parecia lho deles.

O senhor ao vê-los se levantou e foi seguido pelo moço

que estava com ele.

— Meu nome é Wolf Wagner, prazer em conhecê-lasenhora Hajid. Esse é meu lho que estava estudando nosEstados Unidos, Willian Wagner.

Karina sorriu e tou o marido que a observava.

Hassan então disse:

— O prazer é nosso em aceitarmos o convite.

Logo eles foram conduzidos a uma mesa grande na salade jantar, onde um lustre belíssimo e enorme iluminava asala.



A mesa fora muito bem decorada, com vasos,porcelanas brancas com desenhos azuis e copos decristais.

Karina sentou-se ao lado do marido. O senhor Wolfsentou-se na cabeceira, sua esposa sentou-se de frentepara Karina e o lho dela ao lado dela e de frente paraHassan.

O jantar fora para ela nervoso, pois Karina sentiu o

tempo todo, os olhos de Hassan sobre ela, como se eleestudasse todos os seus movimentos. E para completarseu mal estar, o rapaz parecia estudá-la também.

Karina não sabia se o f ato de Hassan ser quinze anosmais velhos que ela, levou o rapaz a agir dessa maneira.

Karina comeu em silêncio o carneiro assado, com arroz branco que eles serviram.

Hassan deu atenção a Wolf relembrando os velhostempos, quando Hassan ainda começava no ramohoteleiro, mas Karina sentia que em nenhum momentoHassan relaxou e o tempo todo a estudou.

Quando o jantar nalizou, eles foram até a sala. Asenhora Wagner sentou-se com ela e conversaram sobre

cinema, viagens e assuntos banais. Hassan sentou-se em



outro sofá e conversava com Wolf. O lho deles havia sedespedido e se recolhido.

Na volta para casa, Karina sentiu Hassan tenso e muitocalado. Karina fechou os olhos no carro e só abriu aosentir que chegava em casa.

Hassan desceu do carro, antes que ele lhe abrisse aporta Karina desceu e foi até ele.

Quando eles entraram em casa, Hassan continuava

calado, juntos subiram para o quarto. Karina entrou nocloset e tirou as jóias em frente ao espelho, tirou ossapatos e o vestido os guardou. Colocou um roupão

branco e ia se dirigir ao banheiro quando viu Hassan. Eleainda não havia se t rocado. Então ele a o lhou com cólerae explodiu.

— Aquele rapaz me incomodou, ele não tirava os olhosde você. Eu me segurei para não lhe dizer aquilo quepensava. Sempre me aventurei com as mulheres, masnunca olhei para nenhuma mulher comprometida oucasada. A sua raça me enoja.

Karina cou sem ação, então viu Hassan levantar dacama e olhar pela janela. Ela suspirou, nem se deu otrabalho de falar. Entrou no banheiro e tirou a maquiagemcom algodão embevecido em loção, depois tomou um

banho rápido.



Quando ela entrou no quarto, vestida com o roupão branco, Hassan não estava mais lá. Karina colocou os

chinelos e foi atrás dele pela casa.

O achou na biblioteca, sentado no sofá com umagarrafa de uísque na mão e um copo em outra. Karinacou sem ação, sabia que Hassan não costumava beber.Ele quando a viu tomou a bebida num gole só. Karinatirou das mãos dele a garrafa e o copo, colocando em umamesinha. E se agachou agarrando os seus joelhos

— Hassan, vamos para a cama. Vem meu amor.

— Não me chame de meu amor. Vocês não sabem o queé o amor.

Karina observou o perl másculo, os traços familiares,os lábios que habitualmente estavam distendidos numsorriso, e tentou encontrar um indício qualquer decarinho, de afeição, qualquer coisa que pudesse diminuira sensação de rejeição.

Levantou-se ofendida, e disse renunciada.

— Vá para o inferno. — Estava furiosa, dessa vez não ia

car provando seu amor.Hassan se levantou, e puxou seus cabelos para trás

fazendo-a inclinar a cabeça. Lágrimas de raiva efrustração desceram pelos seus olhos.

Hassan, como se percebesse o que fez, soltou-lhe oscabelos e beijou-lhe o pescoço. Pela primeira vez Karina o



resistiu empurrando-o antes que ela se inamasse pelodesejo.

— Não. — Karina disse rme.

Virou-se e começou a caminhar rapidamente saindoda biblioteca e passando pela sala. Estava quase subindoos degraus para ir para o quarto, quando ouviu a voz deleàs suas costas. — Karina. — Ele disse num tom sofrido.

Karina se voltou para Hassan. O rosto dele estavaatormentado, a dor que Karina viu nos olhos dele era tãogrande que ela cou sem ação. Ela baixou os olhos, poisnão conseguia ver-lhe o sofrimento. Ele se aproximoudela lentamente.

Hassan a abraçou falando palavras em árabe, como seele esquecesse que ela não conhecia a língua, e a beijousofregamente. Karina estava mole, o coração acelerado.Hassan a pegou no colo, Karina deixou-se car, exaustapela carga de emoção que o marido era capaz de provocar.Era como se o peso do mundo desabasse sobre suacabeça, cada vez que discutiam.

Hassan subia as escadas e a depositoudelicadamente na cama, os ombros eram realçados pelacamisa branca de corte perfeito, e os cabelos negros sob aluz da lua que entrava pela janela zeram com quesentisse vontade de tocá-lo. A fraqueza de sempreretornou com intensidade incontrolável, e Karina teve de



fechar os olhos para conter as lágrimas, com raiva deamá-lo e desejá-lo tanto.

Ele a beijou delicadamente nos lábios. Seus lábios seabriram ansiosos pelo beijo dele. Ele abriu seu roupão esuas mãos passeavam por toda a extensão do corpofeminino, lhe dando uma sensação de prazer e atraçãocada vez mais forte. O mundo estava reduzido aos dois, àssensações físicas que, agora, eram absolutamenteincontroláveis. A dor da última hora desaparecera de suamemória, e por um breve momento Karina pôde fechar osolhos para tudo que não fosse Hassan.

Sentia o corpo trêmulo em conseqüência do contatocom o dele. Assim que percebeu que as resistências deKarina cediam, a voz de Hassan voltou a ser um sussurroe, com o mesmo poder de sedução de sempre, murmurouem seu ouvido. Áfuan habibi, yá iuni, yá álbi, yá hayet.

Karina o apertava e envolvida pelas sensações queele lhe despertava, chamava o nome dele. Hassan seafastou e se livrou das roupas. Seu corpo nu roçou nodela e ele a penetrou, Karina o envolveu com suas pernase eles se mexeram juntos na mesa sintonia, ele a levou aoclímax, Hassan então se rendeu e gemendo chegou àsatisfação.

Ele ofegante a beijava com doçura. Karina o abraçousentindo os lábios dele se moverem pelo seu rosto, ondeele lhe beijou o nariz, os olhos e a b oca.



Hassan deitou-se ao seu lado e a puxou para os seus braços e juntos dormiram abraçados.

Karina quando acordou viu que Hassan ainda estavaao lado dela e olhou o relógio e viu que passava das dezhoras, ele não fora trabalhar. Karina observou as costasdo marido marcadas por cicatrizes, e constatou que a

vida lhe tinha deixado marcas piores na alma. Queriatanto ajudá-lo. Amava-o com todas as forças do seucoração. Amava quando ele se doava, mostrando segentil, romântico, caloroso.

Deprimida com as lembranças de ontem à noite.Karina foi até o closet e no seu esconderijo tomou oanticoncepcional, colocou um vestido de algodão branco eum tamanquinho.

Quando voltou para o quarto viu Hassan, que estavadeitado na cama de lado, e olhava em sua direção, comuma das mãos suspendendo a cabeça na cama, ele a tousério e bateu no colchão num gesto para ela deitar-se aoseu lado.

Karina foi até ele e se sen tou. Hassan a puxou e

beijou-lhe os lábios e a fez deitar-se no seu peito. Ele ledisse.

— Hoje não irei trabalhar, vou receber o motorista eapresentá-lo para você. Podemos passar o dia juntos.

Karina se sentou e o tou. O motorista deveria ser osolhos dele, com certeza ele iria ter um relatório completo



sempre que ela saísse. Isso era claro para ela em ver o jeito possessivo de Hassan.

— Podemos ir hoje à casa de meus pais?

Hassan sorriu.

— Claro. Podemos ir com meu carro. O motorista virásomente hoje à t arde.

Karina sorriu.

— Então vou avisá-los que iremos para o almoço. Penaque não veremos papai, ele estará na imobiliária.

Hassan então a tou sério e disse.

— Sobre ontem à noite. Você foi perfeita, se queinervoso, foi com a atitude do rapaz. Mas sei que você nãodeu conança nenhuma para ele.

Karina o abraçou, Hassan a fez deitar no travesseiroe beijou-lhe o pescoço, dizendo “ Seu cheiro é tão bom ”. E

buscou sua boca, beijando-a com paixão.

Mais tarde Hassan estacionava em frente à casa deseus pais. Karina desceu e se aproximou de Hassan e de

mãos dadas foram até a entrada.

Karina tocou a campainha e sua mãe logo abriu e aabraçou feliz e chorosa.

Hassan a cumprimentou e entrou com Karina. Seu pai,ao saber que ela ia até sua casa, apareceu para o almoço.Karina feliz o recebeu.



O almoço fora perfeito. Hassan a tratou o tempo todocarinhosamente e deu toda a atenção aos seus pais.

Na parte de tarde, já em casa, o motorista seapresentou. Era um senhor de uns sessenta anos decabelos grisalhos e so rriso bondoso. Karina não seadmirou nada, por Hassan ter escolhido um homem bemmais velho para levá-la.

Capítulo VIII

Três meses depois...

Os três meses que se seguiram, passaram de umamaneira estranha. Sabia que seu casamento estava

correndo bem, pois ela e Hassan nunca mais saíram.Karina sempre saia com seu cão guia, e o máximo que iaera ou a casa de sua mãe, a casa de Raissa ou aoShopping, comprar alguma coisa.

Tom, seu motorista era o seu cão-guia, que estavasempre atento a tudo que ela fazia e ela sabia que ele

dava o relatório completo a Hassan de suas saídas.

Karina sentada na espreguiçadeira na varanda doquarto observava do alto a piscina. Hassan estranhava ofato dela não engravidar e j á falava dela visitar o médicopara saber se ela tinha alguma coisa de errado. Karina riupensando nisso. Ele não sabia que ela tomava pílula paraevitar.



Por que esse mundo era tão machista? Por que ele pensava que a culpada era ela de não engravidar? E se

ele tivesse problema?

Karina levantou da espreguiçadeira e entrou noquarto, se dirigiu ao closet e viu que seu remédio estavaacabando. Ia pedir para Tom levá-la ao shopping, lá tinhauma farmácia e compraria o remédio.

Tom estacionou no subterrâneo do Shopping. Eles

pegaram o elevador juntos. Tom nunca lhe dirigiu apalavra, Karina sabia que isso era recomendação deHassan. Ela se sentia uma mulher árabe, presa acostumes e t radições por causa o marido. Só faltava elausar a burca, ou o véu.

Quando o elevador abriu Tom lhe deu uma distância

segura, mas ela sabia que em nenhum momento sairia dosseus olhos. Mas pelo menos ele estaria a uma boadistância dela.

Karina entrou na farmácia e comprou a o remédio e ocolocou na bolsa. Quando saía da farmácia, viu Vitor queao vê-la se dirigiu para ela e lhe sorriu.

Karina apreensiva tou Tom que a observava.

Vitor quando estava próximo a ela lhe disse num tomprovocativo.

— Olá Karina, hoje está sem seu carrasco?

— Oi Vitor. Olhe eu estou com pressa.

Vitor, então a parou com as palavras.



— Eu estou namorando.

Karina o tou feliz e sorriu para ele.

— Que bom Vitor, eu co feliz por você. Fico felizque esteja apaixonado.

Vitor riu, e a olhou com intensidade.

— Da maneira que eu gostei de você, acho que não vou gostar de mais ninguém.

Karina tou Tom nessa hora que ainda a observava.

— Vitor, o amor é assim, ás vezes vem devagar. Adeus, eu preciso ir.

— Eu muitas vezes alimentei ao seu lado essaesperança e deu no que deu.

Karina o tou impaciente.

— Vitor, o que passou, passou. Hoje eu sou umamulher casada. Adeus.

Vitor a pegou pelo braço. Karina foi então puxada.

— Karina por que você está me dispensando todahora. Estamos nos falando como amigos.

Tom nessa hora se colocou ao seu lado. E disse aKarina.

— Algum problema senhora Hajid?



— Não importa Hassan. Já passou, ele não irá maisme importunar.

— Para o diabo! — ele exclamou — O motoristaescutou você chamá-lo de Vitor.

— Se você já teve seu relatório por quer vocêpergunta?

Hassam fechou os punhos.

— Isso não ca assim, eu quebro a cara dessedesgraçado que...

— Hassan, não vale à pena. Ele não me fez nada.

Hassan lançou um olhar cheio de desprezo econtinuou a falar, como se não tivesse sido interrompido.

— Vou mandar meus homens lhe dar uma lição queele não esquecerá.

Karina então fechou os ouvidos e gritou.

— Pare!Pare!Hassan, se você levantar o dedo contraele, nosso casamento acabou. Eu não agüento mais esseseu jeito possessivo e dominador.

Hassan avançou ameaçador sobre ela, agarrando-apelos ombros. Karina emudeceu, não dando importânciaao que ele faria. Sua última esperança desapareceu deuma vez por todas. A dor que sentia no coração era bemmaior do que qualquer sofrimento que ele inigisse aoseu corpo.



— Você ainda o protege. Prefere protegê-lo do quemanter nosso casamento.

— Hassan você é doente!

Hassan a apertou mais.

— Doente é você, que não serve nem para gerarlhos. — Hassan na hora se arrependeu do que havia dito.

Karina com o corpo todo tremendo e as emoções àor da pele. Deu-se conta pelas palavras de Hassan queseu casamento era uma linha tênue que entre o amor e oódio. Como ele escreveu no poema, a espada escondidanas plumas. Precisava aceitar o fato de que tudo haviaterminado entre eles dois.

Hassan quando viu Karina pálida e arrasada,

percebeu que a estava perdendo. Que ela não era culpadadaquele rapaz ter se aproximado dela. E ele não poderiater dito aquelas palavras sobre ela não gerar lhos, oproblema poderia estar nele e não nela.

Diante disso tudo Hassan disse sofrido.

— Por Alá, me desculpe Karina. Eu vou deixar por

isso mesmo. Prometo para você que não tocarei num odo cabelo dele. Anal, Tom estava lá, e ele estará sempreao seu lado, guardando-a para mim.

Karina fechou os olhos, Hassan a abraçou. Beijando-lhe sofregamente todo o seu rosto, ele declarou-lhe AnaBehibek e continuou repetindo, Ana Behibek, AnaBehibek, Ana Behibek.



Karina se deixou ser abraçada envolvida pelos braços dele, que a embalava como uma criança lhe

dizendo eu te amo em árabe. Karina soltou um soluço e

escondeu o rosto na camisa de Hassan.

Hassan cou muito tempo assim abraçado a ela,tentando acalmá-la. Quando Karina estava mais calma,Hassan a afastou e disse-lhe, com os olhos ansiosos.

— Perdoa-me?

Karina o abraçou e disse chorosa.

— Eu te amo, gostaria tanto que você acreditasse emmim. Seria tudo tão diferente se você acreditasse no meuamor por você.

Hassan a afastou.

— Sempre tive uma reserva com seu povo. Mas aospoucos tenho acreditado no seu amor. Tenha paciênciacomigo Karina. Eu também quero acreditar no seu amor.Mas algo dentro de mim me condena quando eu começo aacreditar, uma voz me acusa de estar sendo bobo eludibriado por você.

Karina se pôs de joelhos na cama e cou na linha dosolhos dele, o pegou pelo rosto com as duas mãos e disse-lhe:

— Hassan. Eu deixei tudo por você. Será que vocênão vê?Deixei meu emprego. Deixei minhas vestimentas,deixei de dirigir meu carro. O que mais você espera de



mim? Nem vida social eu tenho. Isso não prova meuamor?

Hassan a abraçou. E disse com voz embargada.

— Prova Karina, você é muito diferente de Helena.Com meu pai foi ao contrário, ele cedeu tudo por ela, elanunca mudou a vida por causa dele.

— Hassan, por que ela se casou com seu pai? Seu painão era rico no início.

Hassan sorriu.

— Quem disse que meu pai não era rico no Cairo?Meu pai tinha uma casa grande e uma loja grande detapete, que eram herança de meus avós, que quando eles

viram que meu pai ia se casar com Helena, ameaçaram

deserdá-lo. Meu pai então deixou tudo para trás. Ele sótrouxe o dinheiro que tinha, que fora o suciente paraabrir um negócio e se m anter. Ela casou-se com ele semsaber disso. Ela casou-se com ele pensando que estavadando um golpe num árabe rico. Mas meu pai no fundodesconava dela, por isso eles se casaram com separaçãode bens. Ela se revoltou e o resto, você já sabe.

Hassan a beijou nos lábios, Karina retribuiu o beijo equando eles se afastaram, Karina perguntou-lhe.

— Ela deve estar ansiosa para que eu lhe dê um lho,para ela receber sua parte na herança.

Hassan sorriu, um sorriso triste.



— O desgosto de meu pai era me ver solteiro, elesabia que Helena era ambiciosa e ai fazer de tudo paraque eu casasse e gerasse um lho. Por isso esse

testamento maluco. E ela conseguiu não foi? Foi porcausa da festa que ela organizou que eu te conheci.

Karina o abraçou e beijou-lhe os lábios com paixão, Elagemeu de prazer, mas o som que saiu de sua gargantamisturou-se com a respiração quente dele. Hassan aafastou de si, os olhos negros e profundos xos em seurosto corado, nos lábios vermelhos e n os olhos lânguidose ternos, cheios de excitação.

— Eu farei um exame para ver se eu tenhoproblemas. Para entender por que você não consegueengravidar.

O coração de Karina quase saiu do peito, ela o toupálida. Hassan a observou, sem entender sua reação.Karina sabia que ela não podia esconder-lhe a verdade.Ele precisava saber que ela evitava ter lhos. Ela nãopoderia submetê-lo a humilhação de fazer o exame edepois car sabendo que o tempo todo ela evitou lhos.Sabia que agora estaria pondo em risco seu casamento.Mas não podia deixar de contar-lhe.

Hassan sentou na cama lentamente, arrumando ocabelo. A Lua iluminava seu peito, onde uma medalha deouro estava meio escondida pelos pêlos escuros. Karina oamava, tinha medo de falar-lhe o que ia ao seu íntimo...Mas agora era a h ora da verdade, era a h ora de serarrancada de um sonho para a fria e dura realidade!



— Hassan o problema não é com você.

Hassan a olhou sem entender.

— Como você sabe, se você não fez nenhum exame?Karina se sentou na cama e o tou e disse séria.

— Eu tomo anticoncepcional.

Karina viu quanto suas palavras o abalaram, perplexa;ele parecia estar vendo um fantasma, pois estava pálido edesgurado. Tremia como se sentisse frio e respirava comdiculdade. Por m ele exclamou!

— Alá!

Ele se levantou e deu-lhe as costas. Karina observousuas costas largas, que subiam e desciam com arespiração irregular. Karina cobriu o rosto com as mãos.

O silencio reinou. Karina não ousava olhá-lo.

Sentiu pelo movimento da cama, que ele havia sesentado perto dela.

Hassan tirou-lhe as mãos do rosto e levantou o queixodela e a fez tá-lo.

— Por quê? Por que você não quer gerar um lho

meu?



— Por que eu queria esse tempo para nós, porque euquero que esse lho nasça em um ninho de amor. Ondemeu marido cona em mim e tem a certeza do meu amor

por ele, como eu tenho a certeza do amor dele por mim.

Hassan a abraçou, Karina aturdida não entendeu maisnada. Esperava tudo dele, mas não essa atitude. Eleestava reagindo totalmente diferente do que ela esperava.

Hassan com os olhos marejados de lágrimas a tou.

— Isso só prova que você me ama.

Karina o tou sem entender. E com todo o seu coraçãoconrmou.

— Eu te amo, e sempre te amarei e morrerei dizendoque te amo. Mas eu não esperava essa reação de você. Eu

achei que você ia brigar comigo. — E o tando confusaindagou. — Por que o fato de eu evitar lhos prova que eute amo?

— Por que na clausula do casamento, você não podereceber nada se não gerar um lho ou lha. Você precisaser mãe de um lho meu, para ter direito a minha

fortuna. E você preferiu me conquistar e fazer-meenxergar que você me ama, do que garantir o seu futuro.

Karina o abraçou chorando.

— Oh Hassan, como eu te amo.

Hassan enquanto chorava disse-lhe “Hoje, eu tenho

certeza disso”.



Karina o tava chorando, pois sabia que agora a barreira que parecia intransponível desabara, e nunca

mais nada se colocaria entre os dois.

Epílogo

Karina estava com Zar no colo quando Hassanchegou do trabalho. Ele sorriu quando a viu, pegou o lhono colo e o beijou. Com o lho nos braços, beijou Karina.

Quando Zar já estava dormindo, Karina o colocouno berço e o observou. Ele era um menino lindo, cabelosnegros e olhos negros igual ao pai. Seu lho completaraum ano e um mês de idade.

Logo depois que ela lhe declarara aquele dia queevitava lhos e H assan lhe declarara que tinha certeza doseu amor, Karina havia parado com o remédio.

Depois de um mês, constatou que estava grávida, paragrande alegria dela e de Hassan. Karina lembrou-se queHassan ao ouvir a notícia chorou convulsivamente. Enesse dia haviam se amado loucamente, felizes com acerteza das profundezas do amor um do outro.



Hassan mudara muito com ela. Ela se sentia mais livre.Ela tinha voltado a dirigir e pela primeira vez Hassanpassou a conar nela.

Embora ele ainda zesse cenas de ciúme,principalmente quando saíam juntos e algumengraçadinho a olhava. Ele logo a pegavapossessivamente pela cintura e mostrava que ela lhepertencia.

Mais tarde na cama Hassan beijou a esposa provando adoçura de seus lábios, Karina feliz o abraçou ecorrespondeu com paixão. Karina afastou-o.

Os olhos negros de Hassan a tavam esperando que elalhe falasse, pois ele percebeu que ela hesitara.

— Eu estou grávida.

— Mash'Allah!

Então, os dois começaram a rir, abraçados, como sefossem os únicos donos de toda a felicidade que existia nomundo.

Karina no dia seguinte acordou e sobre o travesseiro

encontrou uma rosa vermelha com um poema. Com ocoração aos pulos ela leu.

Karina

Estar ao seu lado, é deixar que meu corpo entreem harmonia com o Universo. É respirar, tendo a



certeza de que cada instante, bem vivido com você,é eterno.

Ser transparente é dizer num toque o que preciso,

no olhar, o que sinto, é estar com você em silêncio, eestar comigo sabendo que não sou uma pessoa s ,mas duas. !odos os momentos ao seu lado são"otogra"ados por meu cora#ão, morada segura, ondes o amor habita. Somos importantes um para ooutro. E é o romantismo que nos une e nos leva a ser completos e um.

Eu te amo, sem você eu não existo.

$assan

Karina abraçou o travesseiro sentindo o cheiro deHassan, agora ele estava no trabalho, mas a t ardezinha

srp - a certeza do seu amor

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