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Convidado por Emmanuel Macron PS/Paris muda de nome para abranger toda Île-de-France 03 Marcelo veio comemorar o Armistício a Paris Edition nº 346 | Série II, du 14 novembre 2018 Hebdomadaire Franco-Portugais GRATUIT EDITION FRANCE Lusa / António Cotrim 02 PUB O Município de Pombal criou um Gabinete de Apoio ao Emigrante 08 Grupo folclórico de Chaville renasce com ensaiadora de 17 anos 13 ARCOP de Nanterre: Serão à volta do linho foi mais um sucesso 12 15 Sporting Club de Paris Futsal sofre derrota pesada frente ao Garges Câmara de comércio franco-portuguesa abre candidaturas para os Troféus CCIFP 06 PUB

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  • Convidado por Emmanuel Macron

    PS/Paris muda de nomepara abranger toda Île-de-France

    03

    Marcelo veio comemoraro Armistício a Paris

    Edition nº 346 | Série II, du 14 novembre 2018 Hebdomadaire Franco-Portugais

    GRATUITEDITION FRANCE

    Lusa / Antón

    io Cotrim

    02

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    O Município de Pombalcriou um Gabinete deApoio ao Emigrante

    08

    Grupo folclórico deChaville renasce comensaiadora de 17 anos

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    ARCOP de Nanterre:Serão à volta do linhofoi mais um sucesso

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    15

    Sporting Club de ParisFutsal sofre derrota pesada frente aoGarges

    Câmara de comérciofranco-portuguesaabre candidaturaspara os Troféus CCIFP

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  • LUSOJORNAL02 OPINIÃO

    O Orçamento de Estado para 2019(OE2019) não prepara o país para en-frentar o futuro tendo uma marcadatendência eleitoralista ao privilegiaras medidas de curto prazo num mo-mento em que estamos a cerca deum ano das eleições legislativas.É um orçamento que tenta contentartudo e todos ao mesmo tempo, masesquecendo, em grande medidas,todos aqueles que residem fora dePortugal, com o anúncio de medidas,como a alegada isenção de IRS paraas horas extraordinárias e a reduçãodo IVA da eletricidade que, quandoanalisadas com maior cuidado,vemos que têm um impacto positivomuito reduzido na vida da popula-ção.O OE2019 é o último orçamento queo atual Governo apresenta ao país e,no meu ponto de vista, seria a últimaoportunidade para assumir a áreadas Comunidades portuguesas comouma prioridade ou como uma áreaque merece estar incluída nas prin-cipais preocupações nacionais.Num período em que a área das Co-munidades portuguesas enfrentadesafios muito importantes, como asituação na Venezuela ou as conse-quências da saída do Reino Unido daUnião Europeia, deveria o Governoatravés deste Orçamento de Estadodar um sinal claro de que está atentoe empenhado, apresentando os ins-trumentos adequados a prestar-lhestodo o apoio necessário.Com efeito, no que à área da repre-sentação externa diz respeito oOE2019, tal como os Deputados do

    PSD tiveram oportunidade de salien-tar na audição do Ministro dos Negó-cios Estrangeiros, no passado dia 5de novembro, no debate na especia-lidade deste documento, o cresci-mento das verbas destinadas a esteMinistério é, em grande parte, in-fluenciado pelo crescimento doFundo para as Relações Internacio-nais (FRI).O FRI serve, por exemplo, para, em2019, financiar o crescimento daAICEP, essencialmente destinado àparticipação de Portugal na ExpoDubai, sendo assim financiado pelasreceitas dos Consulados ao mesmotempo que o Governo, nas suas prio-ridades políticas para este orça-mento, esquece, quase por completo,a área social das Comunidades comuma redução das verbas destinadasao apoio do associativismo, ao apoiosocial e, por exemplo, para as repa-triações dos nossos nacionais. A afe-tação de tais verbas a outras áreas,como é o caso das residências dasEmbaixadas em detrimento dasChancelarias, é um dos exemplos cla-ros das opções políticas do Governonesta área.Ao mesmo tempo não posso deixarestranhar o valor do Orçamento parao pessoal dos serviços externos (se-melhante ao de 2018) que me pareceser totalmente incompatível com oanúncio do Governo da contrataçãode novos funcionários. Será que es-tamos novamente perante um anún-cio que não terá concretização narealidade tal como nos exercícios or-çamentais de anos anteriores? Será

    que estes funcionários irão apenasocupar as vagas daqueles que vãosaindo das estruturas consulares,muitos deles para aposentação? Aestas perguntas o Governo evitouresponder no debate da Assembleiada República o que nos deixa, comoé evidente, bastante preocupados.Importa ainda referir que a “moder-nização da rede externa”, chavão tãoutilizado por este Governo e tanta vezanunciada, não se coaduna com ofracasso de medidas como a criaçãodos novos “Espaços do Cidadão”, aaplicação do novo sistema informá-tico de gestão consular e a execuçãodo “ato único de inscrição consular”que, independentemente, de ter en-volvido verbas significativas, não temmerecido qualquer informação porparte do Governo. As Comunidadesnecessitam de medidas concretas enão apenas de anúncios destinadosa alimentar a propaganda do Go-verno que infelizmente criam expe-tativas que, na maioria dos casos,têm sido defraudadas.Finalmente, uma palavra para o pro-grama “Regressar” que é um instru-mento de incentivo que se vemjuntar aos já existentes para os resi-dentes não habituais e que atravésda criação de um regime de incenti-vos fiscais, nomeadamente em sedede IRS, pretende promover o re-gresso a Portugal dos Portuguesesque saíram mais recentemente. Masaqui também devemos ser sérios etal como afirmou o líder do PSD“porque é que não devem ser dadostambém àqueles que, entretanto,

    emigraram por força do PS e só em2016 foram mais de 100 mil Portu-gueses que emigraram”?Ora, ao que parece já nem o próprioGoverno acredita no sucesso do pro-grama pois o Primeiro Ministro de-clarou, recentemente, que o mesmopode não ser suficiente para garantiro regresso desses Portuguesesdando razão a todos aqueles que en-tendem que o regresso só se concre-tiza quando estão reunidas ascondições económicas adequadas.Este exercício orçamental do Go-verno foi, realmente, a última opor-tunidade para definir a área dasComunidades portuguesas comouma área chave da nossa política ex-terna e uma prioridade para Portu-gal. Infelizmente, a análise dodocumento permite verificar que asprincipais rúbricas destinadas a su-portar as políticas para esta área go-vernativa não merecem qualquertipo de alteração relevante sendoesta, mais uma oportunidade per-dida à semelhança dos exercícios or-çamentais anteriores, especialmenteagora num momento mais compli-cado devido ao Brexit e à crise que sevive na Venezuela.Teria sido bom que o Governo, aopreparar este Orçamento para 2019,tivesse tido bem presente o exemplodo trabalho e do empenho das nos-sas comunidades, pois quem anda lápor fora sabe bem que o futuro seprepara com trabalho e com açõesconcretas.Assim o entendesse também o Go-verno!

    Orçamento para 2019 mais uma oportunidade perdida para as Comunidades portuguesas

    Opinião de Carlos Gonçalves, Deputado (PSD) eleito pelo círculo eleitoral da Europa

    14 novembre 2018

    LusoJornal. Le seul journal franco-portugais d’information | Édité par CCIFP Editions SAS. N°siret: 52538833600014 | Directeur: Carlos Pereira | Collaboration: Alfredo Cadete, António Marrucho,Céline Pires, Clara Teixeira, Cindy Peixoto (Strasbourg), Conceição Martins, Cristina Branco, Dominique Stoenesco, Eric Mendes, Fátima Sampaio, Gracianne Bancon, Inês Vaz (Nantes), Jean-LucGonneau (Fado), Jorge Campos (Lyon), José Paiva (Orléans), Manuel André (Albi), Manuel Martins, Manuel do Nascimento, Marco Martins, Maria Fernanda Pinto, Mário Cantarinha, Nuno GomesGarcia, Padre Carlos Caetano, Ricardo Vieira, Rui Ribeiro Barata (Strasbourg) | Les auteurs d’articles d’opinion prennent la responsabilité de leurs écrits | Agence de presse: Lusa | Photos: AntónioBorga, Luís Gonçalves, Mário Cantarinha, Tony Inácio | Design graphique: Jorge Vilela Design | Impression: Corelio Printing (Belgique) | LusoJornal. 7 avenue de la porte de Vanves, 75014 Paris. Tel.:01.79.35.10.10. | Distribution gratuite | 10.000 exemplaires | Dépôt légal: novembre 2018 | ISSN 2109-0173 | [email protected] | lusojornal.com

    Regressamos à cadência semanal

    O LusoJornal sempre foi um se-manário. Foi assim que foicriado em 2004. Já lá vão maisde 14 anos.Mas durante um ano tivemos desacrificar a cadência semanalpara desenvolver o LusoJornaldigital, um projeto que está pra-ticamente concluído com su-cesso. Efetivamente chegamosmais rápido e a mais pessoas.Parece que não, mas desde quefoi lançada a versão digital, jáforam publicadas cerca de 3.500notícias e na maior parte dosdias, com cadências da ordemde um artigo por hora!Era o caminho a seguir e tínha-mos de o fazer. Objetivo atin-gido!Mas… sentíamos que a cadênciaquinzenal no jornal não era anossa. Não estávamos em fasecom o nosso ritmo e com oritmo da notícia. Os nossos lei-tores foram-nos chamando aatenção para este aspeto.O LusoJornal contribuiu muito -modéstia à parte - para criarhábitos de leitura na Comuni-dade portuguesa de França epor isso, os nossos leitores ha-bituais reclamavam mais jornal.Que bom termos leitores assim.Que mais se pode desejar aos“fazedores” deste jornal? Não éjá uma forma de recompensasaber que os leitores gostam denos ler?A partir de hoje o LusoJornal re-gressa à cadência semanal.Inicia agora uma nova reflexão:a gestão dos conteúdos entre ojornal em papel e o LusoJornaldigital. O digital será sempre umcanal aberto para as notíciasmais imediatas e o jornal empapel será mais um comple-mento, um desenvolvimento,com mais pedagogia, com en-trevistas maiores.Com o reforço esperado parabreve da equipa de redação, sa-beremos encontrar, a breveprazo, o melhor equilíbrio entreos dois suportes.Se temos leitores, equipa e con-teúdos… o sucesso do LusoJor-nal passa a depender apenasdos anunciantes. Mas se temosleitores, estamos certos que osanunciantes encontrarão inte-resse em seguir caminho con-nosco.Este é o nosso grande desafiopara os próximos meses.Obrigado pela vossa confiança.Porque sabemos que estão con-nosco.

    Por Carlos Pereira Diretor do LusoJornal

    Secção do Partido Socialista portuguêsde Paris muda de nomeA Secção do Partido Socialista portu-guês de Paris mudou de nome epassa a chamar-se a partir de agoraSecção do Partido Socialista portu-guês de Paris e de Île-de-France. Osmilitantes aprovaram por unanimi-dade esta mudança no sábado 3 denovembro.Para mais, a Secção do PS dos Yveli-nes, que coabitava até aqui com a deParis, desaparece para ficar apenasuma única Secção cobrindo toda aregião Île-de-France.“Qualquer Português residente na re-gião parisiense poderá, desde agora,aderir a esta Secção” explica ao Lu-soJornal António Oliveira, Secretário-Coordenador da Secção.Desde há muito que o nome da Sec-ção já não se adaptava à realidade jáque alguns dos seus militantes nãoresidem propriamente em Paris, massim em várias outras cidades da re-gião parisiense, em Île-de-France.

    “Trata-se, portanto, de alterar o nomede maneira a que o nome seja con-forme à realidade dos seus militan-tes e também de dar a possibilidadea todos os que o desejarem, habi-tando na região parisiense, de pode-rem aderir” afirma António Oliveira.Se a mudança de nome se impunhapara alguns, havia, porém, quemevocasse razões históricas. “A Sec-ção de Paris tem uma grande elonga história! Foi fundada nomesmo ano da criação do PartidoSocialista português por Mário Soa-res e seus camaradas, na Alemanha.Um dos fundadores do Partido So-cialista, Tito Morais, foi o primeiromilitante desta Secção. É por essarazão que era primordial para osmilitantes de conservar o nome deParis e que não se criasse uma novaSecção”.António Oliveira defende que “aolongo destes 45 anos, a Secção do PSportuguês de Paris sempre acompa-nhou a vivência dos Portugueses em

    França e foi uma incansável porta-voz das suas revindicações” e evocamesmo como “uma das vitórias al-cançadas ultimamente”, a alteraçãoda Lei eleitoral para os Portuguesesresidentes no estrangeiro que passa-rão a estar inscritos automatica-mente nas listas eleitorais. “Só nãovota, portanto, quem não quer!”Numa nota enviada às redações de-pois da reunião de sábado, AntónioOliveira explica que “em 2019 pode-rão votar para as eleições Europeias,no 26 de maio, e para as Legislativasprovavelmente em outubro. Todos osque estiverem inscritos vão receberuma carta com porte pago. Bastafazer uma cruz no Partido da sua pre-ferência, se for no Partido Socialista,melhor ainda, e enviar por correio.Nada mais fácil”!Os Partidos políticos portuguesesbatem-se contra uma abstençãoenorme nas mesas de voto nas Co-munidades. “Por vezes muitos con-cidadãos pensam que não é impor-

    tante votar porque vivem no estran-geiro e o que se passa em Portugalestá longe das suas preocupações.Isso talvez fosse verdade antiga-mente. Hoje, todos os que o deseja-rem podem estar informados com oque se passa em tempo real. Muitospossuem bens materiais, contas nosbancos, os mais idosos vivem entrecá e lá e as leis que são tomadasdizem-lhes respeito para não falarnos familiares que vivem em Portu-gal” argumenta o Secretário-Coorde-nador da Secção do PS de Paris eÎle-de-France. “Com a alteração dalei, é crucial votar e mostrar o inte-resse pela vida parlamentar. Atéagora estavam recenseados nas lis-tas eleitorais em França 55 mil, com aalteração da lei vão passar a estarinscritos 400 mil. A nível mundial, es-tavam 318 mil e vão passar a estar 1milhão e 400 mil”.Mas António Oliveira vai mais longe efala já de “mais peso eleitoral” dosPortugueses no estrangeiro.

    Por Carlos Pereira

  • LUSOJORNAL DESTAQUE 0314 novembre 2018

    Marcelo ofereceu“Livro do Desassossego”,de FernandoPessoa, à Biblioteca da Paz

    O Presidente Marcelo Rebelo deSousa, ofereceu um exemplar do“Livro do Desassossego”, de Fer-nando Pessoa, à Biblioteca da Paz,uma iniciativa simbólica à margemdo Fórum da Paz de Paris.“O problema que justifica a faltade paz no mundo é o desassos-sego, desassossego dos povos, dosEstados. No diálogo internacional,o desassossego tem um lado bom,que é a preocupação, mas tem umlado mau se não tiver resposta”,explicou o Presidente português.“E é a falta de resposta ao desas-sossego que tem levado a posi-ções unilateralistas, às vezesisolacionistas, que são o contrárioda construção da paz”, acrescen-tou.Marcelo, que falava aos jornalistasapós uma aula aberta com estu-dantes em que fez a defesa domultilateralismo, considerou esseressurgimento do isolacionismo“um recuo”, depois de “décadas aconstruir o multilateralismo”, deque Portugal “é exemplo”, comoilustram as escolhas de AntónioGuterres para Secretário-geral daONU e de António Vitorino para Di-retor-geral da Organização Inter-nacional das Migrações (OIM).“Deitar isso fora é uma loucura,não resolve problema nenhum ecria problemas adicionais”, afir-mou.O Fórum de Paz de Paris, que con-clui as celebrações do centenáriodo Armistício, reuniu 60 chefes deEstado e 30 organizações interna-cionais para discutir ideias para asegurança global.

    António Guterresem Paris

    O secretário Geral da ONU, AntónioGuterres foi um dos convidados deEmmanuel Macron para a cerimó-nia do Centenário do Armistício efoi ele que fez o discurso de aber-tura da Conferência para a paz.

    O Presidente da República, MarceloRebelo de Sousa, participou, no fimde semana passado, nas cerimóniasem Paris do Centenário do fim da IGuerra Mundial, ao lado do Presi-dente francês, Emmanuel Macron, ede mais de 100 Chefes de Estado.O Secretário-geral da ONU, AntónioGuterres, os Presidentes norte-ame-ricano, Donald Trump, e russo, Vla-dimir Putin, a Chanceler alemã,Angela Merkel, e o Rei de Espanha,Filipe VI, estiveram entre os dirigen-tes mundiais presentes na cerimó-nia no Arco do Triunfo, frente aotúmulo do soldado desconhecido.A cerimónia iniciou-se “à 11ª hora,do 11º dia do 11º mês”, como o ces-sar-fogo em 1918, com honras mili-tares e a homenagem aos mortos,seguida do hino nacional de França.Emmanuel Macron discursou na ce-rimónia, que foi marcada por váriosmomentos musicais, como a atua-ção do violoncelista norte-ameri-cano de origem chinesa Yo-Yo Ma eda Orquestra da Juventude da UniãoEuropeia (UE).Após a cerimónia, os Chefes de Es-tado tiveram um almoço oficial noPalácio do Eliseu, e, à tarde, partici-param no Fórum de Paris sobre aPaz, em cuja abertura discursaramAngela Merkel e António Guterres.O Fórum, que concluiu as celebra-ções, reuniu 60 chefes de Estado e30 organizações internacionais paradiscutir segurança global.O Presidente português participou,juntamente com os Chefes de Es-tado da Colômbia, Juan Manuel San-tos, e da Nigéria, MuhammaduBuhari, numa “masterclass”, ou umaaula aberta, com alunos da presti-giada universidade de ciência polí-tica de Paris SciencesPo.No sábado à noite, Marcelo Rebelode Sousa disse que se falou “muitode Portugal” no jantar oferecido porEmmanuel Macron, aos dirigentesmundiais que participam nas cele-brações do centenário do Armistício.“Falou-se muito de Portugal, falou-se muito de Portugal na Europa e

    em África e até na ligação à AméricaLatina”, disse Marcelo aos jornalistasportugueses após o jantar. “E falou-se muito bem e muito do Secretário-geral das Nações Unidas, AntónioGuterres”, acrescentou.Segundo o Presidente, o clima nojantar, realizado no Museu do Quayd’Orsay, foi de “celebrar a paz e nãoa guerra” e pautou-se por “uma dis-tensão” que “não faria imaginar,entre aqueles que ali estão, muitasdas posições duras que de vez emquando têm, no dia a dia”.Entre os presentes no jantar estavao Presidente dos Estados Unidos,Donald Trump, que anunciou quenão participava no Fórum, comquem o Presidente português disseter tido “oportunidade de trocar al-gumas palavras”.Questionado sobre a ausência deTrump, o Presidente afirmou quePortugal não depende de outrospaíses para construir a paz e escu-sou-se a dizer sobre o que falaram,referindo apenas que “o clima foitão bom como tinha sido em Was-hington”, quando visitou a CasaBranca e se reuniu com Trump, nofinal de junho.Questionado sobre se convidouTrump a visitar Portugal, o Presi-dente disse apenas: “Vamos ver, ha-vemos de falar disso um dia”.

    Reforço da defesa europeia “não passa por exército europeu”Em Paris, Marcelo Rebelo de Sousafrisou que o reforço da defesa daUnião Europeia (UE) é complemen-tar à NATO, e não se traduz na cria-ção de um exército europeu.“Portugal entende que é importanteum empenho crescente dos euro-peus em matéria de defesa e segu-rança, indissociável doscompromissos assumidos com os

    nossos aliados transatlânticos, no-meadamente os Estados Unidos daAmérica e o Canadá”, disse MarceloRebelo de Sousa, em resposta auma pergunta sobre a polémicaentre os Presidentes de França, Em-manuel Macron, e dos Estados Uni-dos, Donald Trump. “Ficou claro nodebate parlamentar, em Portugal,que não se trata de um exército eu-ropeu, trata-se, sim, de um reforçodo empenho, e um empenho que écomplementar daquele que é tradu-zido pela Aliança Atlântica dos euro-peus no cenário europeu e noscenários vizinhos”, acrescentou, emdeclarações aos jornalistas portu-gueses.O Presidente frisou que esta é uma“matéria que já foi debatida no Par-lamento português” e em que “háuma posição consensualmenteaceite e apresentada a nível euro-peu”.Questionado sobre se Portugal e aFrança têm posições diferentes,Marcelo recusou comentar o que dizo Presidente francês, insistindo: “Eusó estou a dizer qual é que é a posi-ção portuguesa, a posição portu-guesa é que não se trata de umexército europeu. Isso ficou claro nodebate da Assembleia da Repú-blica”.A polémica entre Trump e Macronestalou na sexta-feira à noite, de-pois de o Presidente norte-ameri-cano, reagindo a declarações dohomólogo francês à rádio Europe 1defendendo a criação de um “exér-cito europeu”, escrever uma mensa-gem na rede social Twitter, em queconsiderava a posição de Macroncomo “muito insultuosa” e alegavaque a Europa queria proteger-se dosEstados Unidos.Entretanto Emmanuel Macron afir-mou que o “exército europeu” quedefende não tem como alvo os Es-tados Unidos e aludiu a uma “con-fusão” na interpretação quedesencadeou a crítica de DonaldTrump.

    Vontade de construir uma Europa diferenteMarcelo Rebelo de Sousa afirmouque as celebrações não são apenas“uma romagem de saudade e de ho-menagem”, mas também “uma von-tade de construir uma Europadiferente”.“Há uma romagem de saudade e dehomenagem e ao mesmo tempouma vontade e construir uma Eu-ropa diferente, uma Europa de paz ede esperança”, disse o Presidente.O Presidente evocou ainda os “mui-tos” portugueses que morreram emFrança para defender “uma Europaaberta, uma Europa sem guerra,nem ódios”.“Os quatro anos [2014-2018] que cor-respondem ao centenário daGrande Guerra foram intensamentevividos porque aqui foram intensa-mente vividos aqueles anos, commais de 50.000 militares portugue-ses que tiveram um papel funda-mental, em situação muito difícil, àsvezes dramática, defendendo nãoapenas a França, a posição de umaaliança em que Portugal se inte-grava, mas uma Europa aberta, umaEuropa sem guerra, nem ódios. Umaguerra que deu origem à paz, e mui-tos Portugueses aqui ficaram”, afir-mou.A visita do Presidente português aParis começou com uma visita aoConsulado Geral de Portugal ondeestá uma exposição da Assembleiada República sobre a Participaçãodos Portugueses na I Guerra. Foi de-pois visitar a exposição “Les contescruels” de Paula Rego no Musée del’Orangerie.Marcelo Rebelo de Sousa vai aindaà Fundação Calouste Gulbenkian -Delegação de Paris visitar a exposi-ção “Gris, vide cris” de Rui Chafes eAlberto Giacometti, com uma visitaguiada pelo artista Rui Chafes e pelacuradora Helena de Freitas.

    A convite do Presidente Emmanuel Macron

    Marcelo Rebelo de Sousa participou nasCerimónias dos 100 anos do Armistício

    LJ / António Borga

    LJ / António Cotrim

    LJ / António Borga

  • LUSOJORNAL04 DESTAQUE

    «Le Portugaldans la GrandeGuerre»: trois jours derefléxion à Paris

    Un Colloque international sur«Le Portugal dans la GrandeGuerre - vivre l’expérience li-mite», rassemble actuellementà Paris des dizaines de spécia-listes de la participation du Por-tugal à la I Guerre Mondiale. LeColloque a eu lieu à la Maisonde la Recherche de l’UniversitéSorbonne Nouvelle (USN) et à laDélégation de Paris de la Fonda-tion Calouste Gulbenkian.Lors de la scéance d’ouvertureont pris la parole SébastienVelut (V-P Affaires Internationa-les, USN), Olinda Kleiman (CRE-PAL), Carlos Matos Gomes(écrivain et chercheur), João Pi-nharanda (Camões-Centro Cul-tural Português Paris) et MariaAntónia Pinto de Matos (Museuda Presidência da República).Ont intervenu Luís Alves deFraga (IHC-NOVA FCSH), AnicetoAfonso (IHC-NOVA FCSH), ElsaSantos Alípio (Museu da Presi-dência da República - IHC-NOVAFCSH), Yves Léonard, RicardoMarques (Expresso), Jorge SilvaRocha (CEI-ISCTE/IUL), IsabelLousada (CICS.Nova-FCSH), He-lena da Silva (IHC-NOVA FCSH),Leonor Buescu (FLUL), Ana PaulaPires (IHC-NOVA FCSH), Maria Bene-dita Basto (Crimic, Sorbonne Uni-versité), Ana Maria Martinho(Cham-FCSH/Nova), Noémia MalvaNovais (IHC-NOVA FCSH), José Mi-guel Sardica (FCH-UCP), Olinda Klei-man (sous réserve), de FranciscoGonçalves (postdoctorant, CREPAL),Yves Desfossés (Ministére de la Cul-ture, DRAC Grand-Est), Carlos Sil-veira (IHA/NOVA FCSH), EduardoManuel Alves Duarte (FBAUL-CIEBA).Maria Antónia Pinto de Matos aprésidée la scéance de bilan deces trois journées avec les contri-butions de Luís Alves de Fraga sur«Les répercussions de la GrandeGuerre sur le Portugal du XXèmesiècle» et de Carlos Matos Gomessur «Le Portugal: une GrandeGuerre de 90 ans».La première journée a cloturépar une table ronde animée parDominique Stoenesco avec Ani-ceto Afonso, Carlos MatosGomes et Nuno Gomes Garcia.Et lors de la deuxième journée,les participants vont visiter l’ex-position «Le Portugal et laGrande Guerre», guidés par leConseiller culturel de l’Ambas-sade du Portugal, au ConsulatGénéral du Portugal à Paris.

    O Presidente da República, MarceloRebelo de Sousa, defendeu no do-mingo, o multilateralismo como“única forma de resolver os proble-mas do mundo”, numa aula abertapara alunos de Ciência Política noFórum de Paz de Paris.“É impossível falar de governaçãosem escolher entre unilateralismo emultilateralismo. Eu sou pelo multi-lateralismo, porque acredito que omultilateralismo é a única forma deresolver problemas no mundo”,disse.O Presidente falou da importância dasociedade civil neste processo, afir-mando que “uma sociedade civilmais forte” é indissociável de “insti-tuições internacionais duradouras” edefendeu a importância de reforçara ONU e a União Europeia (UE).Questionado sobre que reformas são

    necessárias por um dos alunos naaudiência, o Presidente portuguêsexplicou que, na ONU, o Conselho de

    Segurança “não corresponde à reali-dade hoje”, ao não ter na sua com-posição permanente nem África, nem

    a América Latina, nem a Índia.Quanto à União Europeia, Marcelocitou o aprofundamento da UniãoEconómica e Monetária (UEM), afir-mando que “sem isso, haverá semprecrises” e uma “política comum, aindaque mínima, sobre migrações e refu-giados”, frisando que ambas “exigemconvicções europeias e ideais euro-peus”.Recuperando a defesa do multila-teralismo, o Presidente concluiuafirmando que “as instituições in-ternacionais precisam de refor-mas, mas não podem nunca seresquecidas ou substituídas”.O Fórum de Paz de Paris, que concluias celebrações do centenário do Ar-mistício, reuniu 60 Chefes de Estadoe 30 organizações internacionaispara discutir ideias para a segurançaglobal na Grande Halle de La Villette.

    Aula aberta no Fórum da Paz de Paris

    O Presidente da República portu-guesa visitou, desde que chegou aParis, a exposição sobre a participa-ção do Corpo Expedicionário Portu-guês na I Guerra Mundial, patente aopúblico nos salões Eça de Queirósdo Consulado Geral de Portugal emParis.Marcelo Rebelo de Sousa estava

    acompanhado pelo Embaixador dePortugal em França, Jorge Torres Pe-reira, e pelo Ministro da Defesa. Foirecebido pelo Cônsul Geral de Por-tugal em Paris, António de Albuquer-que Moniz, e a exposição foiapresentada pelo Conselheiro Cul-tural da Embaixada de Portugal,João Pinharanda.

    Cônsul de Lyon em Palestra sobre ArmistícioO Cônsul-Geral de Portugal em Lyon,Luís Brito Câmara, participou ontemnuma Palestra sobre a GrandeGuerra e o Armistício de 11 de no-vembro de 1918, que se realizou noGoethe Institut, em Lyon, junta-mente com representantes dos Ins-titutos europeus em Lyon (InstitutoCamões de Portugal, Goethe Institutalemão, Instituto Cervantes espa-nhol, Instituto italiano, Polónia).O encontro reuniu mais de 100 ou-vintes e permitiu abordar a PrimeiraGuerra Mundial e o Armistício naperspetiva nacional de cada paísque participou, designadamente navertente política, financeira, social ecultural. A apresentação foi seguidade debate e perguntas e permitiuuma interação dinâmica sobre even-tos históricos cruciais que contribuí-ram após 1918 para redesenhar aEuropa e que provocaram o surgi-mento de regimes extremistas apartir dos anos vinte.

    O Cônsul Geral de Portugal em Lyonreferiu a participação portuguesa noconflito, com o Corpo ExpedicionárioPortuguês de 55.000 homens “e osacrifício de quase 9.000 homens naBatalha de la Lys em abril 1918”.Informou que Portugal irá participarna cerimónia de comemorações queterão lugar em Paris no próximo dia

    11 de novembro, nomeadamentecom o Presidente da República eque uma Cerimónia sobre o Armis-tício teve lugar em Lisboa, a 4 de no-vembro, com a presença das maisaltas autoridades portuguesas e umdesfile militar de todos os ramosdas Forças Armadas de 4.500 ele-mentos.

    Luís Brito Câmara relembrou a situa-ção de “enorme instabilidade polí-tica e financeira portuguesa após ofim da Grande Guerra, a influênciada revolução em 1910 que procla-mou a República e a chegada aopoder, em 1928, de um ditador queinstaurou uma ditadura de extremadireita que apenas teve fim em 1974,com a Revolução do 25 de Abril”.O diplomata sublinhou ainda a im-portância que têm acontecimentoshistóricos do passado sobre o pre-sente e o futuro, e neste contexto,salientou ser “essencial conhecer-sebem a História, designadamente aHistória europeia, para se evitar im-passes e situações de conflito”. Su-geriu aos presentes que lessem olivro “Os Sonâmbulos” de Christop-her Clark, que explica de forma sur-preendente como é que os paíseseuropeus acabaram por estar envol-vidos na Primeira Guerra Mundialsem se terem apercebido disso.

    14 novembre 2018

    O Presidente da República portu-guesa, Marcelo Rebelo de Sousa,visitou no sábado à tarde, a expo-sição “Les contes cruels” de PaulaRego, patente ao público noMusée de l’Orangerie, em Paris.Marcelo Rebelo de Sousa, sempreacompanhado pelo Embaixadorde Portugal em França, Jorge Tor-

    res Pereira, visitou a exposição,depois de ter estado no Consu-lado de Paris, onde visitou umaoutra exposição sobre a partici-pação dos Portugueses na IGuerra Mundial, e antes de ter vi-sitado a exposição de AlbertoGiacometti e Rui Chafes na Fun-dação Calouste Gulbenkian.

    Lusa / António Cotrim

    Lusa / António Cotrim Lusa / António Cotrim

    Marcelo visitou exposição dePaula Rego em l’Orangerie

    Marcelo visitou exposição noConsulado português em Paris

    Presidente português defende multilateralismo

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  • LUSOJORNAL06 EMPRESAS

    Governo prepara maisinspeções emempresas comtrabalhadoresno estrangeiro

    O Secretário de Estado das Comu-nidades disse que o Governo pre-para-se para aumentar o númerode ações inspetivas a empresascom trabalhadores deslocados noestrangeiro, no seguimento deuma reunião com a CGTP.“Foi-nos sugerido que pudésse-mos transmitir ao Ministério doTrabalho a importância de, pre-ventivamente, realizar iniciativasinspetivas relativamente a empre-sas que têm trabalhadores emmobilidade ou destacados no es-trangeiro”, disse José Luís Carneiroà Lusa, no final de uma reuniãocom a CGTP.“Assumi o compromisso de dialo-gar com o Ministério do Trabalhoem vista a aprofundar e ampliaressas iniciativas de caráter inspe-tivo visando evitar situações deexploração laboral que possamsubsistir na mobilidade ou no des-tacamento de trabalhadores”,acrescentou o governante.Em causa está a situação repor-tada pela CGTP sobre trabalhado-res portugueses no Luxemburgo,que terão sido aliciados por em-presas com melhores condiçõesdo que aquelas que acabam porviver quando chegam ao país.“As empresas vão para o Luxem-burgo e não respeitam as conven-ções coletivas, por exemplo naconstrução civil, prometem muitacoisa aqui em Portugal e entramdepois em situações muito máspara as pessoas”, confirmou omembro da direção da maior con-federação sindical do Luxem-burgo, Carlos Pereira. “O Secretáriode Estado abriu as portas para de-nunciarmos as situações e disseque ele pessoalmente ocupar-se-á disso”.Em causa “estão empresas portu-guesas que alugam força de traba-lho ou outras de construção civilpara fazer o trabalho de outrasempresas luxemburguesas emetem as pessoas em situaçõesextremamente difíceis”, disse osindicalista, que é também Vice-Presidente da Caixa de Pensões doLuxemburgo.

    La Chambre de commerce et de l’in-dustrie franco-portugaise (CCIFP) or-ganise, les 1 et 2 décembre, sonDîner annuel de Gala à l’Hôtel Evade Faro, au Portugal et a ouvert lescandidatures pour les TrophéesCCIFP 2018.Le Dîner de Gala a lieu une fois surdeux au Portugal «car nous avonsdes membres de France et du Por-tugal» explique le Président CarlosVinhas Pereira.«C’est une opportunité exception-nelle de nous retrouver entre nous,avec nos conjoints et amis pour unesoirée de convivialité et pleine desurprises, pour la troisième fois auPortugal, dans le magnifique HôtelEva de Faro» dit l’invitation de laCCIFP. «Vous pourrez ainsi plus faci-lement rencontrer nos membres auPortugal qui se joindront à nous,ainsi que les personnalités poli-tiques qui seront au rendez-vouspour une chaleureuse soirée de ré-ception».Pendant les deux jours, la CCIFP an-nonce la visite à des entreprises dela région, un accueil à la Mairie deFaro, un cocktail déjeunatoire dansles cloîtres du Musée Municipal,mais également des visites cultu-relles et un déjeuner à la PousadaPalácio d’Estoi.Les entreprises peuvent d’ores etdéjà postuler aux différents Tro-phées CCIFP qui seront remis lorsde ce Dîner de Gala. Les candida-tures sont ouvertes jusqu’au 22 no-

    vembre.Pour le Trophée Caixa Geral de De-pósitos Jeune Entreprise 2018, lescritères d’admissibilité sont: la loca-lisation du siège social ou de l’éta-blissement doit être située enFrance ou au Portugal, l’entreprisedoit être inscrite au Registre duCommerce et des Sociétés (RCS) etavoir moins de 5 ans. La CCIFP vaévaluer la qualité et l’originalité duproduit, du process ou du service,les résultats, la création d’emplois,le potentiel d’évolution et l’attracti-vité du secteur.Le Trophée Banque BCP Produit del’Année 2018 vise à récompenser unproduit portugais ou franco-portu-

    gais qui s’est distingué en Francecette année. Cette évaluation estfondée sur le modèle des 5 forcesde Michael Porter, il prend notam-ment en compte les variables sui-vantes: ventes, croissance,distribution, concurrence…Le Trophée Alves Ribeiro Innovation2018 récompense les projets inno-vants qui se distinguent par la qua-lité de leur démarche, leursrésultats. Les critères de sélectionsont: avoir un produit innovant (pro-cédé, service, produit...), innovationde moins de 3 ans et résultats.Cette année il y a un tout nouveauTrophée Tradi-Art Meilleur ActeurImmobilier Portugais pour la meil-

    leure communication d’offres dusecteur immobilier portugais en2018.Les Trophées CCIFP mettent en com-pétition des entreprises engagéesdans le commerce bilatéral indé-pendamment du secteur d’activité.Toutes les entreprises outre leurstatut de membre ou non membrede la CCIFP peuvent se candidater.

    Chambre de commerce et d’industrie franco-portugaise (CCIFP)7 avenue de la Porte de Vanves75014 ParisInfos: [email protected]

    Par Carlos Pereira

    Remise des Trophées lors du Dîner de Gala à Faro

    Conférence de l’architecte Nuno Valentim àUniversité Jean Monnet de Saint EtienneDans le cadre des commémorationsde l’Année Européenne du Patri-moine Culturel, le Lectorat et Grouped’Études de Portugais de la FacultéArts, Lettres et Langues de l’Univer-sité Jean Monnet (UJM), en partena-riat avec l’Institut Camões, leDépartement des Patrimoines etPaysages Culturels de la Faculté deSciences Humaines et Sociales deUJM et l’École Nationale Superiord’Architecture ont organisé hier, lemercredi 7 novembre, à 18h00, unerencontre avec l’architecte portugaisNuno Valentim, en salle 003 de laMaison de l’Université de l’UJM.Nuno Valentim Lopes, est né à Portoen 1971 et a étudié à l’Université duPorto, où il a obtenu une Licence enArchitecture de la Faculté d’Architec-ture (FAUP), un Master en Réhabili-tation du Patrimoine Construit de laFaculté d’Ingénierie et finalement leDoctorat en Architecture avec lathèse «Projet, Patrimoine Architec-tonique et Régulation Contempo-raine - Sur Pratiques deRéhabilitation dans le PatrimoineCourant». Il exerce son activité pro-fessionnelle dans le domaine del’architecture et de la réhabilitationdepuis 1994 et a collaboré avec JoséGigante de 1995 à 2004.

    Nuno Valentim est professeur à laFAUP depuis 2015 et, depuis 2017(avec Francisco Barata) il est égale-ment enseignant au CEAPA - Coursd’Études Avancées en Patrimoine Ar-chitectonique. Il intègre actuelle-ment le Conseil Scientifique de laFAUP, la Commission Scientifique duProgramme de Doctorat en Architec-ture de la FAUP et la CommissionTechnique Scientifique de la Résolu-tion du Conseil des Ministres «Réha-biliter comme Règle». Il est un desauteurs du Manuel de Support auProjet de Réhabilitation de Bâti-ments Anciens sur la coordinationdu Professeur Vasco Peixoto de Frei-tas (2012).Parmi ses différentes œuvres, il estl’auteur du projet de réhabilitationde la Maison Andresen/Gallérie dela Biodiversité, du Jardin Botaniquede Porto, du Centre CommunautaireSaint Cyril, du siège de la ConférenceÉpiscopale Portugaise, de l’amplifi-cation du Lycée Français Internatio-nal de Porto, et du projet derestauration et modernisation duMarché de Bolhão. Il a réalisé denombreuses conférences et a ex-posé et publié des œuvres dans uncadre national et international (Por-tugal, Espagne, Italie, Royaume-Uni,

    Macau, Brésil).Parmi les nombreux prix qu’il areçus, on peut distinguer le Prix MiesVan Der Rohe - Prix Européenned’Architecture Contemporaine avecles œuvres de réhabilitation de laMaison Andresen/Gallérie de la Bio-diversité, du Jardin Botanique dePorto, de la Maison Salabert/E-Lear-ning Café et Serres de Franz Koepp;Prix IHRU/Nuno Teotónio Pereira etle Prix National de Réhabilitation Ur-baine, avec l’œuvre de réhabilitationdes «Auberges Nocturnes de Porto»(2017, co-auteur Frederico Eça etMargarida Carvalho); le prix João deAlmada avec le projet de réhabilita-tion du Bâtiment de 1928 de la rueAlexandre Braga, de l’architecteMarques da Silva (2014, co-auteuravec Francisco Barata et José LuísGomes CEFA UP), etc.La conférence de Nuno Valentimavait comme sujet «Architecture etPatrimoine: sans cloche de verre.Quel apport de l’architecture au pa-trimoine?»«On vit un moment singulier pourl’intervention dans le patrimoine ar-chitectonique - qui découle de lacroissance presque inattendue destravaux dans la construction exis-tante, après quelques années de dé-

    sert, d’efforts isolés et même du peud’attention portée à ce défi» dit unenote des organisateurs. «L’urgencede l’élargissement du débat appellel’architecture et les architectes à uneresponsabilité augmentée dans cescirconstances, sous peine que la dis-cipline ne devienne obsolète par lamanipulation idéologique, tech-nique ou économique. Ces visionspartielles sont incapables de travail-ler la richesse et la complexité desréalités dans lesquelles nous de-vons œuvrer».«L’architecture - du projet à la ré-flexion sur les pratiques (écoles in-cluses) - joue un rôle déterminant:dans le débat stratégique et poli-tique, dans la forme concrète d’ac-tion et dans l’évaluation/productionde connaissance du travail». Pourcela, cette conférence a représentéune opportunité de, par le biais despratiques (de projet, recherche etcollaboration…), documenter leslignes de travail, la réflexion et lecombat que les interventions dansle patrimoine des villes exigent.Une exposition «Regards sur le Pa-trimoine Culturel Lusophone» a étéexposée parallèlement à cet événe-ment dans le Hall de la Maison del’Université.

    14 novembre 2018

    Appel aux candidatures pour les Trophées CCIFP

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  • LUSOJORNAL08 COMUNIDADE

    Academia doBacalhau deRouen quer veleiros portugueses na Armada 2019A Academia do Bacalhau de Rouenacaba de lançar uma petição parasolicitar a presença de veleirosportugueses na Armada 2019 e du-rante o seu jantar mensal, entre-gou um donativo à associaçãoACLPAR de Petit Quevilly.A Academia lançou uma petiçãopara fazer pressão junto do Go-verno português de forma a queos navios militares portuguesesparticipem na «Armada deRouen» entre os dias 6 e 16 dejunho de 2019. Este evento é con-siderado como o mais prestigiosoencontro internacional de barcosà vela e já contou com a presençado Presidente da República fran-cesa e da Rainha da Dinamarca.“Ora, até à data de hoje não estáconfirmada a presença de ne-nhum dos veleiros portuguesespara a Armada 2019. Sendo que afesta nacional portuguesa é a 10de junho, a vinda dos veleiros mi-litares será a ocasião ideal parapartilhar este evento” diz umanota da Academia do Bacalhau deRouen, presidida por Helena deOliveira.A Academia do Bacalhau de Rouenfoi oficializada em 2013 precisa-mente a bordo do Navio Escola Sa-gres II. “Como pelo passado,Portugal deverá obrigatoriamenteestar representado a um alto nívelneste evento. Os 48000 Portugue-ses que vivem na Normandia etodos os outros que vivem emFrança, aguardam este momentocom ansiedade e saudade, umavez que estes barcos representamo nosso paίs”.Os organizadores anunciam que apetição vai ser entregue no dia 31de janeiro na Embaixada de Por-tugal em Paris.

    Donativo à ACLPARCerca de 40 pessoas participaramem mais um jantar da Academiado Bacalhau de Rouen, organizadono passado dia 26 de outubro, nasinstalações da Associação da Cul-tura e Recreio dos Portugueses daAglomeração de Rouen (ACLPAR),mais propriamente em Petit Que-villy.Fiel aos seus princípios de Ami-zade e Solidariedade, a Academiado Bacalhau de Rouen contribuihá 3 anos para o desenvolvimentoda ACLPAR e entregou um donativode 700 euros àquela coletividade.O jantar foi animado com um jogoà volta da bandeira portuguesa, oque permitiu a uns reatualizaraquilo que já sabiam sobre os sím-bolos da identidade portuguesa ea outros descobrir completamenteos seus significados.O próximo jantar da Academia doBacalhau de Rouen vai ter lugar nopróximo dia 8 de dezembro, noHalle du Pont-Roulant, em Déville-lès-Rouen.

    O Secretário de Estado das Comuni-dades Portuguesas participou nasemana passada numa cerimóniade assinatura de um Protocolo como município de Pombal para a cria-ção de um Gabinete de Apoio aoEmigrante (GAE) neste concelho.José Luís Carneiro revelou que “60 a70%” dos emigrantes regressam aPortugal em menos de um ano, des-tacando o papel dos GAE. “É cadavez mais um fluxo migratório nãotanto para ficar no país de acolhi-mento ou no país da oportunidade.Cada vez mais regressam à semana,ao mês, de três ou três meses ou deseis em seis meses. É relevante que,entre 60 a 70% destas saídas voltama Portugal em períodos inferiores aum ano”, sublinhou.O Secretário de Estado insistiu que“há uma tendência para o movi-mento circular”, ou seja, “para quecidadãos saiam do país” para “opor-tunidades de emprego, muitas dasvezes, de investigação, de conheci-mento ou por razões culturais, cien-tíficas e técnicas, e que voltam aopaís em períodos inferiores a umano”.Os Gabinetes de Apoio ao Emi-grante, salientou, são um “ponto deapoio daqueles que querem prepa-rar uma saída para o estrangeiro”,pois podem ajudar a esclarecer“questões de natureza laboral” ou“informar as empresas sobre os de-veres para com os trabalhadores eos assuntos fiscais dos países de

    acolhimento do seu investimento”.São também "estruturas cada vezmais importantes para apoiar aque-les que querem regressar”, frisou.José Luís Carneiro reforçou ainda opapel da diáspora na promoçãodas exportações nacionais. “Os dezpaíses de destino da emigraçãoportuguesa que se estão a conso-lidar nos últimos cinco, seis, seteanos são oito europeus e Angola eMoçambique. E se verificarmosquais os países onde as exporta-ções portuguesas mais têm cres-cido reparamos que são os paísesonde temos grandes diásporasportuguesas”.O mesmo se passa com os paísesonde Portugal mais compra e o Se-cretário de Estado acredita que o tu-

    rismo terá o mesmo reflexo. “Estouà espera dos dados do Turismo dePortugal, mas estou convencido queos números do turismo mostrarãoque uma parte significativa daque-les que nos visitam tem na diás-pora portuguesa a primeira fontede promoção externa do nossopaís”, revelou José Luís Carneiro.Para José Luís Carneiro, este Gabi-nete de Apoio ao Emigrante “traduz-se na chave de uma porta que estána Direção Geral dos Assuntos Con-sulares e Comunidades Portuguesas(DGACCP), que faz a relação destemunicípio com esta rede consular ediplomática” que existe em “350 re-presentações consulares e diplomá-ticas em todo o mundo”.O governante reforçou que, em três

    anos, o Governo criou 44 Gabinetesde Apoio ao Emigrante, existindo,neste momento 144, dos quais qua-tro estão em “grandes freguesias”.“Conseguimos cumprir um outroobjetivo, que era o de alargar osGabinetes a todo o território nacio-nal”, disse, ao referir que este ser-viço dá também resposta do“ponto de vista empresarial e eco-nómico”, porque “os GAE de novageração articulam-se também como Gabinete de Apoio ao Investidorda Diáspora, que faz a articulaçãocom a AICEP [Agência para o Inves-timento e Comércio Externo dePortugal]”.“Os Gabinetes de Apoio ao Emi-grante assentam em dois princípios:disponibilidade e proximidade, e de‘A a Z’ trata de tudo o que tem a vercom a emigração”, rematou José LuísCarneiro.O Presidente da Câmara de Pombal,Diogo Mateus (PSD), desafiou o Se-cretário de Estado a realizar algunsencontros da diáspora na região deLeiria, no âmbito da Comunidade In-termunicipal de Leiria. “Não temossó essa ligação riquíssima a muitosempresários, como eles mantêmuma ligação de proximidade com omunicípio”, salientou.“Este é um primeiro passo que pre-cisamos de concretizar, abrindo ra-pidamente o Gabinete. Mas é oprimeiro e não o último. Será o iní-cio de uma relação de grande su-cesso”, concluiu.

    José Luís Carneiro esteve na assinatura do Protocolo

    O Tribunal de Guimarães condenouontem a penas de sete e oito anos deprisão dois Franceses acusados doassalto a um banco naquela cidade,registado em 16 de janeiro de 2014.Considerados altamente perigosospelas autoridades, os arguidos foramcondenados, cada um, por um crimede roubo e seis de sequestro, estesrelacionados com os funcionários eclientes do banco que fecharam àchave durante cerca de 15 minutos.O tribunal destacou o “elevado graude ilicitude e de profissionalismo”com que os arguidos atuaram, tendousado, nomeadamente, bloqueado-res de chamadas telefónicas.Segundo o coletivo de juízes, os ar-guidos revelaram ainda conhecimen-tos acerca da abertura dos cofres dosbancos e distribuíam previamente astarefas entre eles, tendo tido ainda ocuidado de não deixarem vestígios.Atuaram munidos de “um objeto se-melhante a uma arma de fogo”,sendo que no dia a seguir ao crime apolícia encontrouno automóvel queutilizaram apenas uma réplica.Os arguidos conseguiram levar docofre-forte e do multibanco mais de82.000 euros, 8.100 dólares norte-americanos, 3.000 ienes japonesese 100 dólares canadianos.Antes de saírem, fecharam os fun-cionários e os clientes na copa da

    agência bancária e levaram o grava-dor das imagens do sistema de vi-deovigilância, que foi encontradono dia seguinte.Além de roubo e sequestro, os ar-guidos foram ainda condenadospor um crime de falsificação, porusarem documentos de identifica-ção falsos.Um deles foi também condenadopor condução perigosa, crime co-metido durante a fuga à GNR, emfevereiro de 2013, quando os argui-dos entraram em território nacionalatravés da fronteira de Elvas/Caia e

    não respeitaram a ordem de para-gem dada pelos militares.Os dois estavam ainda acusados deum roubo tentado, relacionadocom um alegado “carjacking”, maso tribunal não deu este crime comoprovado.Naturais da Córsega, França, os ar-guidos optaram por não prestar de-clarações, tendo o julgamentodecorrido sob fortes medidas desegurança, dado o “nível de perigo-sidade alto” dos arguidos.No julgamento, uma inspetora daPolícia Judiciária sublinhou “o à

    vontade e a tranquilidade” com queos arguidos atuavam, permane-cendo dentro do banco cerca demeia hora, até “esvaziarem” as cai-xas, o dispensador de ATM e o cofre.O tribunal deu como provado que,como consta no despacho de acu-sação do Ministério Público (MP), osarguidos, “juntamente com outrosindivíduos, todos residentes na ilhade Córsega, em França, constituí-ram um grupo com o objetivo deobterem dinheiro em instituiçõesbancárias sediadas em Portugal, asquais planearam assaltar, com usode armas de fogo, que utilizariamem caso de necessidade”.Tinham identidades falsas e utiliza-vam máscaras, perucas e veículosfurtados com matrículas falsas.Os arguidos já tinham sido conde-nados, em 2015, por assaltos a doisbancos em Évora e um em Setúbal,em penas de 20 e 15 anos de prisão,que o Supremo Tribunal de Justiça(STJ) viria a reduzir penas para 15 e10 anos, respetivamente.Em 2005, um deles foi condenado,pelo Tribunal de Viseu, à pena má-xima (25 anos de prisão), por cincoassaltos à mão armada a bancosnaquele concelho e ainda emCoimbra e Aveiro, cometidos em2003. Após recurso, o STJ reduziu apena para 16 anos.

    14 novembre 2018

    Dois assaltantes Franceses condenadosa prisão por assaltos em Guimarães

    Turismo do Norte / PPacheco

    Pombal criou um Gabinete de Apoio ao Emigrante

  • LUSOJORNAL CULTURA 09

    La Librairie Portugaise et Brésilienneaccueillait, mercredi 6 novembre, lepoète Natan Barreto pour la présen-tation de son recueil de poèmes«Um quintal e outros cantos» (éd.Editus-Université d’État de SantaCruz, 2018). La rencontre était animéepar la journaliste et écrivaine MazéChotil.C’est à Paris que Natan Barreto a dé-couvert l’Europe, il y a plus de vingtans, avant de s’installer à Londres oùil vit actuellement. Né dans la ban-lieue de Salvador de Bahia, précisé-ment à Periperi - le jardin (quintal) deson enfance et de son adolescence -Natan Barreto est professeur del’école primaire et traducteur. Il a étéégalement modèle et acteur. En poé-sie, il a publié cinq recueils et obtenu,en 2017, le Prix Sosígenes Costa pourle présent volume. Quelques-uns deses poèmes font partie de l’antholo-

    gie bilingue «Poets adrift: first antho-logy of brazilian diaspora poetry/Poetas à deriva: primeira antologiada poesia da diáspora brasileira»(2013), réunissant six poètes brési-liens.Répondant aux questions de MazéChotil sur son itinéraire personnel etpoétique, Natan Barreto évoque lon-guement et avec beaucoup de sen-sibilité les souvenirs de sa maisonnatale à Periperi, qui était aussi uneécole puisque sa mère y enseignaitaux enfants du quartier. C’est danscette maison et son jardin (le « quin-tal») entouré de sept manguiers qu’ilrevient souvent, d’où le livre «Entremangueiras: a vida de Eunice Palma»(2011).«Um quintal e outros cantos» estavant tout un livre de mémoires d’untemps vécu ou que le poète réin-vente: «O tempo tece em nós tantosretalhos, / talha momentos, que de-pois ecoa, / esculpe culpas, que em

    silêncio soa - / mistura em nossamente os seus atalhos » (vers extraitsdu poème «Memória»).Au passage, on notera le goût dupoète pour la sonorité des mots et lamélodie des vers, comme dans cetautre poème, «A viagem de quemvolta»: «E a quem partiu, a volta

    resta, / para que seja descoberto oresto / do que ficou para trás e aindapresta: / olhar, palavra, som, silêncio,gesto». Cette attirance pour la réso-nance du mot et pour le rythme duvers, dit-il, lui vient notamment deschansons populaires brésiliennesqu’il aimait entendre.

    Cependant, dans le titre de ce recueilil y a aussi le mot «cantos», qui per-met à l’auteur de jouer avec son dou-ble sens (chants, lieux). Et ces autreslieux ce sont tous ceux que NatanBarreto a parcourus et dont il gardedes souvenirs tantôt joyeux tantôtamers, comme cette chambre qu’ilavait occupée à Rio et qu’il décou-vrira bien plus tard qu’elle se trouvaittout près de la fameuse librairie Tra-vessa, à Botafogo, là-même où il a ré-cemment présenté le présent recueil.Ou ces souvenirs de moments de so-litude dans rue de Harlem, ou encorede son séjour à Paris où il était mo-dèle dans une école de beaux-arts,de cet amour fleurissant à Amster-dam ou d’un autre amour finissantdans le Minas Gerais…La soirée s’est prolongée par deséchanges entre le poète et le publicet par de nombreuses lectures depoèmes extraits de «Meu quintal eoutros cantos».

    Par Dominique Stoenesco

    Littérature brésilienne

    14 novembre 2018

    Gérard Bloncourt vient de nous quit-ter, mais il nous laisse des images de60 ans de travail, 60 ans d’histoire del’immigration, sur les ouvriers, sur lesPortugais de France...La dernière exposition de ses photosencore de son vivant… se termineraau-delà de son existence... à Noël.L’exposition a lieu à la Maison duProjet de la Lainière, à Roubaix, et estissue de la découverte d’une photo-graphie réalisée en 1955 à la sortie dela Lainière. Une image de photo-graphe, un document étonnant. Puisa eu lieu la rencontre avec l’auteurGérald Bloncourt, qui vient de nousquitter à l’âge 92. Il a permis l’accès àune partie émergée et numérisée dufonds documentaire qu’il a constituéau cours de ses années de photo-journaliste.La sélection des photographies a étéeffectuée en hommage à GéraldBloncourt. L’inauguration de l’expo-sition ayant eu lieu le samedi 20 oc-

    tobre. Dommage que les organisa-teurs aient programmé le vernissage,le même jour et à la même heure quela réouverture du Musée de la Piscineà Roubaix, dans lequel on peut voirune exposition de céramique portu-gaise d’Hervé di Rosa.En entrant, face à nous, dans la salle

    d’exposition, en transparence dansles carrés de lumière, quatre photo-graphies situent l’époque et le lieu:Roubaix années 60. Tout à droite, versle haut, dans l’axe du bâtiment de lalainière encore debout, apparaît laphotographie de la sortie des salariésen 1955, où l’on aperçoit le même bâ-

    timent à l’arrière-plan. Comme untransfert des temps, un aller-retourvers le futur. À notre gauche, sur legrand mur, trois photographies sontplacées, de même taille et au mêmeniveau que l’horloge. Trois images to-tems de l’œuvre de Gérard Bloncourtsur la condition ouvrière.Les photos présentées vont de 1955à 1976. Des ouvriers, des lieux de vie,des lieux qui ont vécu et qui depuissont fermés pour quelques-uns d’en-tre eux.On peut apprécier des photos de laRedoute à Roubaix, des immigrésdans les cokeries d’Alfortville, des mi-neurs de glaise à Provins, des mi-neurs de charbon, coron etchevauchement à Waziers, le bidon-ville d’immigrés portugais dans la ré-gion parisienne, la sidérurgie deLongwy en Lorraine, les dockers dansle port du Havre, la photo d’un mee-ting à Renault Billancourt, en 1968…La dernière photo a été prise en 1976et représente la salle d’habillage desmineurs, les vêtements sont hissés

    au plafond. Une image qui dans la ré-gion où elle a été prise, est une imagede musée. Image qu’on peut voir sil’on visite les anciennes mines de Le-warde.Il y a une photo qu’en dit long sur unétat d’esprit. On voit une salle avecdes femmes ouvrières, au-dessousde la porte les dires écrits: «On nediscute pas avec une cliente. C’estelle qui a toujours raison». Autrestemps, autres mœurs?Il y a dans l’exposition de GérardBloncourt des visages, des corps, deslieux, des souvenirs... il y a de l’art...l’art de Gérard Bloncourt...L’exposition est visible jusqu’à Noël,dans un lieu du passé, la défunte Lai-nière... dans un lieu du futur, la Mai-son du Projet de la Lainière, premierbâtiment Cradie To Cradie (label pourles produits réutilisables), les habi-tants étant invités à avoir une nou-velle relation avec leur quartier.Maison du Projet de la Lainière149 rue d’Oran59150 Wattrelos

    Par António Marrucho

    Duarte, devenu l’un des fers de lanouvelle génération fadiste (il est néen 1980), nous avait impressionné ceprintemps dernier sous les frondai-sons de la roseraie de Fontenay-aux-Roses. Une belle présence scéniqueet vocale sans chiqué, un trio de mu-siciens soudés comme rarement onen voit.Souvent présent sur les scènes fran-çaises dans tout le pays, Duarte re-vient dans la capitale le vendredi 23novembre pour un concert dans lavénérable et prestigieuse Salle Ga-veau, plus habituée aux harmoniesde la musique classique qu’à celle dufado, et bénéficiant d’une haute qua-lité acoustique. Intitulé «Mistérios de

    Lisboa», titre éponyme d’un fadoécrit par Duarte, ce concert propo-sera quelques titres de son dernierCD, «Só a cantar», qui vient de sortiren France, mais aussi d’autres titres,souvent nouveaux, qu’il a en majoritéécrits, et parfois composés. Une trèsbelle soirée en perspective.L’apparence décontractée, nonfeinte, de Duarte, se conjugue avecun activisme étonnant. Hors le fado,quoique, Duarte est psychologue cli-nicien, spécialisé dans le traitementdes phénomènes de dépendance,métier qu’il continue d’exercer («j’yentends des tranches de vie quim’enrichissent»).Issu de la rude école du «SenhorVinho», la meilleure maison de fadode Lisboa, il continue de s’y produire

    régulièrement. Ceci en plus desconcerts qu’il donne dans le monde(presque) entier. Et, comme indiquéplus haut, non content de chanter lefado et de parfois s’accompagner à laviola, il est aussi, à l’instar de sonjeune collègue Marco Oliveira, en-tendu récemment, et avec bonheur, àParis, auteur et compositeur: sur sonCD, il signe la quasi-totalité des texteschantés, et la musique de trois chan-sons.On y trouve bien sur des textes surl’amour, mais aussi un hommage àRimbaud, un autre sur les méfaitsdes ragots (dit-on «fake news» au-jourd’hui?), deux fados très virulentssur les méfaits de la commercialisa-tion du fado, qui cherche à le forma-ter et à lui enlever son authenticité.

    Duarte est aussi très attaché aux mu-siques du fado castiço, très présentesdans le CD, sans oublier des réfé-rences à la musique alentejana, endigne enfant de cette province.Duarte choisit avec soin ses musi-ciens dans la crème du fado lisboète(Paulo Parreira, Rogério Ferreira, Da-niel Pinto, Pedro Amendoeira sur leCD) et nous retrouverons Salle Ga-veau le trio qui nous enthousiasma àFontenay: l’avisé Pedro Amendoeiraà la guitarra, le tonique Luís Filipe àla viola et le métronomique CarlosMenezes à la viola baixa.Conclusion: une superbe soirée à nepas manquer, et après, tout l’hiverpour écouter au coin du feu (ou ail-leurs si vous préférez) les fados du CDde Duarte.

    Par Jean-Luc Gonneau

    Le jardin merveilleux et autres lieux du poète bahianais Natan Barreto

    Dominique Stoenesco

    LJ / António Marrucho

    Philippe Metsas

    La dernière exposition de Gérard Bloncourt

    Duarte: nouveau CD et un concert salle Gaveau

  • LUSOJORNAL10 CULTURA

    Filomena Molder diz queexposição deRui Chafes eGiacometti écombate entreambos

    A filósofa portuguesa Maria Filo-mena Molder, presente em Paris,disse que a exposição “Gris, Vide,Cris”, que junta obras de Rui Chafese Alberto Giacometti, na capitalfrancesa, representa um combateentre os dois artistas.“Gris, Vide, Cris” “não é coletiva, não éum dueto, nem uma exposição temá-tica”, é sim um “combate” entre osdois artistas, disse Maria FilomenaMolder, na terça-feira da semana pas-sada, numa das sessões do programaparalelo que acompanha esta mostrada delegação francesa da FundaçãoCalouste Gulbenkian, em Paris, ondefica até meados de dezembro.“O combate está em o Rui Chafesaproximar-se de alguém que eleadmira muito, com o qual tem pro-fundas afinidades, mas que nãopertence à mesma família. Giaco-metti achava que a escultura eraum meio e, no caso do Rui, essa dis-tinção não aparece. As suas escul-turas são enxames de sensações”,disse a filósofa, em declarações àLusa, no final da conferência “Untrou dans la neige”, promovida àvolta da exposição “Gris, Vide, Cris”.Fazendo a oposição entre a filosofiae a arte, Maria Filomena Molderconsiderou que “o filósofo anda àvolta do abismo e que o artista seatira do abismo”, encontrando estanoção de abismo na forma comoRui Chafes construiu as suas obrasem ferro à volta das delicadaspeças de Giacometti. “Rui Chafesdescobriu uma nova forma de verGiacometti, elas devem ser vistas defrente e não ao redor. É uma expe-riência de abismo”, afirmou.Mas a filósofa recusa a ideia de diá-logo na exposição dos dois artigos.“Só se pode dialogar se os dois es-tivessem vivos” e se Giacometti ti-vesse discutido com Rui “que peçasgostava de mostrar”. “É uma expo-sição sobre o sentimento de vene-ração de Rui Chafes pela obra deGiacometti”, indicou a filósofa res-saltando que o facto de o artistaportuguês fazer uma exposição“com um dos maiores artistas doséculo XX” marca uma nova fasepara Chafes.“Quem não venera e não sente quehá uma coisa maior quando secruza com uma montanha, a formacomo Rui vê Giacometti, pode serdestruído pela grandiosidade.Quem sente a veneração pode serelevado e estabelece uma certaigualdade com o seu objeto de ve-neração”, argumentou Molder.A filósofa deu como exemplo aspeças “Lumière”, onde um túnel deferro tortuoso leva a uma esculturade quatro centímetros de Giacometti,e “La nuit”, onde o artista portuguêsprolongou uma das versões de “ONariz” de Giacometti, através de umamáscara de ferro pontiaguda.

    Sexta-feira, dia 23 de novembro, às21h00, os músicos brasileiros Guingae Márcio Faraco darão um concertona sala New Morning em Paris.Para Guinga, apesar da sua notorie-dade internacional e uma carreira jálonga, este será o seu primeiro con-certo em Paris. Guinga tem 68 anose para além de compositor e guitar-rista, é considerado pelos seuspares como um génio da composi-ção, um prodígio da harmonia emguitarra e uma fonte de inspiraçãopara muitos músicos. Sérgio Mendesdescreve-o da seguinte forma: “écomo se Villa-Lobos encontrasseCole Porter”. A organização do con-certo descreve-o como “o filho re-

    belde de Villa Lobos, Tom Jobim eDuke Ellington, (...) uma ponte singu-lar entre a música erudita e a músicapopular”.As suas canções foram gravadas porcantoras como Elis Regina, MariaJoão, Esperanza Spalding, Leila Pi-nheiro, Paula Santoro, Mônica Sal-maso entre outras. Várioscompositores e arranjadores comoSérgio Mendes ou Michel Legrandinterpretaram as suas obras comuma orquestra sinfónica ou em ver-são para discoteca.Nas suas músicas cantadas Guingacolaborou com alguns dos melhoresletristas como Paulo César Pinheiro,parceiro de Baden Powell, AldirBlanc, que escreveu com João Boscoou ainda Chico Buarque.

    Este concerto é a oportunidade paramostrar ao público em França o seuálbum estreado na Europa “Roen-dopinho” da editora Acoustic MusicRecords.Márcio Faraco, nascido no Brasil em1963, em contrapartida, já deu váriosconcertos em França, tendo atuadono New Morning já por diversasvezes. Virá desta vez apresentar al-guns dos títulos do seu novo álbumem preparação e também os seussucessos. É um guitarrista reconhe-cido, um compositor criativo e umcantor.Instalou-se na Europa em 1992, viveatualmente em Paris e está frequen-temente em tournée pelo mundofora, tanto em França como em ou-tros países europeus, como no

    Japão, nos Estados Unidos ou no Ca-nadá. O seu talento foi reconhecidoem 2000 através do seu primeiroálbum «Ciranda» da Universal Jazz.Agora já com sete álbuns na sua dis-cografia continua uma carreira mu-sical coerente em que textos emelodias caminham entre o sambae a bossa nova passando pelo Jazz.O New Morning é uma das salas deJazz de maior renome internacional,inaugurada a 16 de abril de 1981, jáviu passar pelo seu palco nomescomo Dizzi Gillespie, Art Blakey, MilesDavis, Chet Baker, Gil Scott Heron ouPrince.

    New Morning7 & 9 rue des Petites Ecuries75010 Paris

    Por Luísa Semedo

    Música brasileira

    Única presença portuguesa nagrande mostra da fotografia mun-dial, Paris Photo, a Galeria CarlosCarvalho, sediada em Lisboa, apos-tou em obras de cinco artistas por-tuguesas para continuar aimpressionar este salão internacio-nal e mostrar “um trabalho de qua-lidade”.A 22ª edição do Paris Photo reuniu,até domingo, 11 de novembro, noGrand Palais, em Paris, 199 galeriasde fotografia de 28 países, no que éconsiderado um dos mais prestigia-dos salões de fotografia no Mundo.Portugal esteve representado atra-vés da Galeria Carlos Carvalho quemarcou presença numa das alasmais movimentadas da mostra.“Desta vez trazemos cinco artistas epeças diferenciadas. Queremosmanter um trabalho de qualidade.Esta é uma feira mítica, incontorná-vel e a mais importante a nível mun-dial”, disse Carlos Carvalho, emdeclarações à Lusa.“Pantheon III”, de Daniel Blaukuks,“Beirut 06”, de José Maçãs de Carva-lho, “Cinema Karl Marx”, de Mónicade Miranda, “Binding #7”, de NoéSendas, e “To Find/To Search/To Re-cover”, de Tiago Casanova, são as

    principais propostas desta galerialisboeta, na capital francesa.Esta é a sexta participação da gale-ria portuguesa no Paris Photo enada é deixado ao acaso. “A escolhadas peças que trazemos é um longoprocesso de diálogo com os artistase entre nós, a equipa. Do tipo demoldura ao posicionamento nostand, tudo é estudado ao milíme-tro. As peças têm uma ligação formale criámos harmonia entre os artistaspara que elas não se anulem”, afir-mou Carlos Carvalho.

    Também presentes na aberturadesta mostra de fotografia estive-ram três dos artistas representados:Daniel Blaufuks, Noé Sendas e TiagoCasanova.O primeiro, Blaufuks, que esteve du-plamente representado, marcandopresença também com uma peça nagaleria francesa Jean-Kenta Gaut-hier, considerou, em declarações àLusa, a Paris Photo como “um lugarde encontros com o Mundo inteiro”.“É o momento alto do ano e um mo-mento de reunião com pessoas que

    só vejo uma vez por ano, pessoasque já conheço, mas também pes-soas que vou descobrir”, disse o ar-tista, Prémio BES Photo 2006, que jávai na sua quarta presença nestamostra da capital francesa.Noé Sendas foi outro repetente. Tra-balhando a imagem como escultor,o artista encomendou durante vá-rios meses o mesmo livro e fez vá-rias colagens, algumas montadasem peças de madeira, que expõepela primeira vez nesta edição docertame. “Tenho uma experiênciamuita boa na Paris Photo, há vendas,mas há um interesse grande de pes-soas que ao longo do ano entramem contacto connosco para desen-volver novos trabalhos”, revelouSendas à Lusa.Já Tiago Casanova, prémio BES Re-velação 2012, expos no Paris Photopela primeira vez. “Claro que há oobjetivo comercial, mas o objetivopessoal é conhecer pessoas, mos-trar o meu trabalho, falar com cura-dores e diretores de museus quepossam estar interessados no quefaço, e ver também os trabalhos dosoutros”, disse o artista à Lusa.A edição de 2017 da Paris Photo con-tou com a presença de mais de 64mil pessoas e com números recor-des de vendas.

    Por Catarina Falcão, Lusa

    14 novembre 2018

    Catarina Falcão, Lusa

    Guinga e Márcio Faraco em concertono New Morning

    Galeria Carlos Carvalho apresentoupropostas “diferenciadas” na Paris Photo

  • LUSOJORNAL CULTURA 11

    Fotógrafo AndréCepeda vai“estar com a arquitetura” em Paris até fevereiro de 2019Uma instalação de seis fotografiasem vinil do artista André Cepedaestá no Atelier Martel, em Paris, atéao dia 08 de fevereiro de 2019.O artista português disse à Lusaque não queria “impor” as suasobras ao atelier de arquitetura, massim “estar com a arquitetura” atra-vés de uma série de transparênciasque deixam descobrir as suas ima-gens.A exposição abriu no dia 12 de no-vembro, mediante visita pedidacom antecedência, nas novas ins-talações do Atelier Martel, um co-nhecido gabinete de arquitetura dacapital francesa.O encontro entre o artista e um dosarquitetos do atelier, Marc Chassin,aconteceu há alguns anos e a ami-zade manteve-se, materializando-se agora nesta exposição. “O Marcjá me tinha desafiado para fazeruma exposição e agora eles [arqui-tetos do atelier] encontraram umnovo espaço, que ainda está muitoem bruto. Mandou-me as imagens,perguntou-me se eu queria exporaqui e eu aceitei”, explicou AndréCepeda, em declarações à Lusa.André Cepeda é fotógrafo e jáexpôs no Museu Nacional de ArteContemporânea - Museu do Chiado(MNAC), no Kasseler Fotoforum, emKassel, na Alemanha, no Museu Be-rardo, entre outras instituições, econta com várias residências artís-ticas em Bruxelas, São Paulo eBrooklyn.Para esta mostra na capital fran-cesa, o artista português usou vinilautocolante para cobrir os vidrosdo atelier, uma técnica que já que-ria experimentar “há algum tempo”.“Esta relação de transparência coma fotografia, em que se vão desco-brindo as imagens dependendo daluz, não marca muito o espaço. Émais estar com a arquitetura doque impor as obras neste espaço”,afirmou o artista.Quanto às imagens escolhidas, oartista conhecido pelas suas foto-grafias fortes e de cariz social, disseque a seleção foi específica paraajudar a descobrir o espaço do ate-lier, mas que foram feitas em locaise alturas diferentes.O Atelier Martel promove regular-mente, nos seus escritórios, expo-sições temporárias de três meses,criando uma extensão dos edifí-cios e projetos que desenha. “Nósintegramos artistas em todos osnossos projetos e, como é óbvio,queremos praticar isso na nossaprópria casa. Convidamos trêsvezes por ano vários artistas paraexporem dentro do nosso ateliere, sempre que uma exposiçãoacaba, nós sentimos um verda-deiro vazio durante algumas se-manas, até vir a próxima”, disse oarquiteto Marc Chassin à Lusa.Esta instalação conta com o apoiodo Camões - Instituto da Coope-ração e da Língua de Portugal.

    O Comissário de exposição e en-saísta António Pinto Ribeiro pronun-ciará, quinta-feira, dia 22 denovembro, às 19h00, uma conferên-cia intitulada “Podemos descolonizarmuseus?” na delegação em Paris daFundação Calouste Gulbenkian.Esta conferência está inserida nociclo «Atlas des mots et des imagesdes dé-colonisations» proposto porMaria Benedita Basto, Maître de con-férences em Estudos Lusófonos naSorbonne e Teresa Castro, Maître deconférences em estudos cinemato-gráficos e audiovisuais na SorbonneNouvelle.A partir dos anos 60 o “deseurocen-trismo” da produção do conheci-mento e a revisão dos cânones e dasepistemologias iniciadas com os Es-tudos culturais aos quais sucederamos diferentes pós-colonialismos eestudos de género provocaram umarevolução que podemos comparar àrevolução coperniciana. Neste con-texto que a epistemologia e a mu-seografia de deslocaram paracompreender que os museus, nãosendo somente coleções, mas fun-damentalmente dispositivos narra-tivos, confrontam-se ao facto de

    terem o dever de serem pós-colo-niais. Esta situação obriga-nos arever as narrativas ou pelo menos aincorporar as tensões entre antigase novas histórias e a refletir à formacomo estas coleções e estas relí-quias chegaram aos museus euro-peus e norte-americanos e enfimpara redefinir o conceito de museuà luz do “pan-africanismo” e do“pensamento ameríndio”. Nesta con-ferência serão apresentados várioscasos de estudo de museus e dassuas tentativas ou incapacidades aserem pós-coloniais.

    António Pinto Ribeiro, residiu emvários países africanos e europeus,é licenciado em Filosofia, pela Uni-versidade Clássica de Lisboa, mes-tre em Ciências da Comunicação,pela Faculdade de Ciências Sociaise Humanas da Universidade Novade Lisboa e doutorado em Estudosde Cultura (“A representação deÁfrica através da literatura de via-gens europeia e norte americana, de1958 a 2012”) pela Faculdade de Ciên-cias Humanas da Universidade Cató-lica. É investigador associado doCentro de Estudos Sociais da Univer-

    sidade de Coimbra no âmbito doqual é programador cultural do pro-jeto “MEMOIRS - Filhos de império epós-memórias europeias” (finan-ciado pelo Conselho Europeu de In-vestigação). Desenvolve atividadesde programação, de curadoria e con-sultadoria cultural. Atualmente é Co-missário geral de “Passado ePresente - Lisboa Capital Ibero-Ame-ricana de Cultura 2017”. Foi Diretorartístico e curador responsável emvárias instituições culturais portu-guesas, nomeadamente da Funda-ção Calouste Gulbenkian (2009 e2015) e da Culturgest (1993-2014). Nocampo académico, é professor con-vidado em várias universidades na-cionais e internacionais. Os seusprincipais interesses desenvolvem-se na área da arte contemporânea,especificamente artes africanas esul-americanas. Das suas publica-ções destacam-se: o seu último livrode autor “Miscelânea” (2015), a orga-nização da obra coletiva “Grandes Li-ções” (2013) e ainda a organização dojornal “Próximo Futuro/ Next Future”(2015-2019).

    Fundação Calouste Gulbenkian39 boulevard de la Tour Maubourg75007 Paris

    Por Luísa Semedo

    Por António Pinto Ribeiro

    Obra preparatória da encomenda de D. João V exposta pela primeira vez em ParisA obra preparatória de Agostino Ma-succi (1691-1758) para a capela-morda Sé de Évora, encomendada por D.João V, foi vista pela primeira vez, emParis, no salão Fine Arts que decorreuentre 07 e 11 de novembro, no Car-rousel du Louvre.A obra, proveniente de um colecio-nador português, foi apresentadaao público pela Galeria Mendes,uma das 40 galerias representadasno certame. “Este quadro tem umaqualidade pictórica e artística exce-cional”. “É um pintor que tinha asmaiores encomendas internacio-nais e também as maiores enco-mendas para as grandes igrejasitalianas”, disse à Lusa PhilippeMendes, dono da galeria e lusodes-cendente.O galerista referiu que esta obra re-presentando a Assunção da VirgemNossa Senhora, “tem a concentraçãoda grande pintura italiana desse pe-ríodo”, fazendo referência às cores,ao estilo barroco e rococó. A tela dedimensão média que mostra comdetalhe a ascensão da Virgem e osdoze apóstolos, foi possivelmente“feita para mostrar ao Embaixador dacorte em Roma ou mesmo enviadapara Portugal para aprovação do rei”,o progresso do trabalho do pintor.A obra final do mestre italiano, degrandes dimensões, instalada na Séde Évora, faz parte de um conjuntode várias obras encomendadas pelacorte portuguesa. Outros exemplosde obras de Masucci em Portugal

    podem ser encontrados na Igreja deS. Roque, em Lisboa, e no Palácio deMafra, onde a sua representação daSagrada Família seria uma das pintu-ras favoritas do rei.Philippe Mendes gostaria que estaobra voltasse para Portugal e quefosse vista por todos num museu.“Este quadro para a História portu-guesa é importantíssimo. É esta pin-tura romana que vai influenciartodos os pintores nesse período emPortugal como Pedro Alexandrino,André Gonçalves ou Vieira Lusitano”,indicou Philippe Mendes, acrescen-tando que todos os restantes estu-dos para as grandes telas de Masuccise encontram em museus e funda-

    ções italianas.No entanto, o lusodescendente nãoestá otimista. “O grande problemados museus portugueses é que nãosão reativos. É uma questão de orga-nização administrativa e burocrática.O processo de aquisição por ummuseu português pode demorarmuito tempo, e o mercado da artenão funciona assim”, assinalou Phi-lippe Mendes, admitindo que o qua-dro já está a suscitar interesse emcoleções privadas em Portugal, mastambém nos conservadores france-ses e italianos que já a viram.Com quase dez anos de existência, aGaleria Mendes, que se concentra napintura europeia do século XVI ao sé-

    culo XIV, tem vindo a apostar cada vezmais na pintura portuguesa. “Tentoter obras com relação a Portugal paraposicionar-me não só no mercado,mas como um defensor da culturaportuguesa aqui em França”, disse ogalerista à Lusa, acrescentado que,salvo raras exceções, a pintura por-tuguesa ou ligada a Portugal conti-nua a ser “desconhecida” em França.A apresentação neste certame eraum objetivo para Philippe Mendes.“Aqui estão representados as maio-res galerias e é uma feira muito ex-clusiva. Aqui estão os melhores, e oscritérios de aprovação das obras sãomuito estritos”, revelou o galerista.A exclusividade do certame foi con-firmada à Lusa por Louis de Bayser,membro do Comité de Organizaçãoda Fine Arts. “O critério principal é aqualidade. Temos ‘stands’ com tiposde pintura muito diferentes, mas aqualidade está sempre ao mesmonível. Somos exigentes”, afirmou Bay-ser. O salão dedicado exclusivamenteà pintura, desenho e escultura contacom a presença de 40 galerias euro-peias e norte-americanas e recebeuno ano passado cerca de 7.000 visi-tantes.Nesta segunda edição, algumas dasobras à venda são de Delacroix, Pi-casso ou Rodin. Para além do espaçoprincipal no Carrossel du Louvre, osalão promove ainda durante estasemana visitas aos depósitos de es-cultura do Louvre, da cidade de Parise visitas guiadas na Capela Expiató-ria, na Casa-Museu Victor Hugo e noMuseu Condé, em Chantilly.

    Por Catarina Falcão; Lusa

    14 novembre 2018

    A descolonização dos museus será temade discussão na Gulbenkian em Paris

  • LUSOJORNAL12 ASSOCIAÇÕES

    Tony Carreirafaz pausa “por tempo indeterminado”na carreira musical

    Tony Carreira atua no sábado emGuimarães, ainda no quadro dascomemorações de 30 anos de car-reira, mas depois vai fazer umapausa “no seu percurso musical”,por tempo indeterminado. O cantoreditou na sexta-feira “As cançõesdas nossas vidas”, álbum gravadoem janeiro em dois espetáculosacústicos, no Theatro Circo deBraga, no qual Tony Carreira revisitarepertório antigo.O disco, de acordo com a editoradiscográfica Sony, “resume o seupercurso musical” e inclui “êxitosmarcantes, como ‘A Vida Que Eu Es-colhi’, ‘Sonhos de Menino’, ‘Sem TiEu Não Sei Viver’, ‘Ai destino, ai des-tino’, ‘Depois de Ti (Mais Nada)’,entre muitos outros”.Em ano de comemorações, o mú-sico anunciou que decidiu fazeruma pausa “no seu percurso musi-cal”.A subida ao palco do Casino Penin-sular da Figueira da Foz, a 05 demarço de 1988, para participar noPrémio Nacional de Música, é con-siderado o início da carreira de An-tónio Manuel Mateus Antunes (TonyCarreira), do Armadouro, no conce-lho da Pampilhosa da Serra, e queesteve vários anos emigrado emFrança.Tony Carreira, de 54 anos, começoua cantar em França, para a comuni-dade portuguesa, na banda “Ir-mãos 5”.Em 1988, já a solo, editou o primeiro‘single’, depois da participação noFestival da Canção da Figueira daFoz.O primeiro álbum do cantor, “Nãovou deixar de te amar”, data de1991.Ao longo da carreira, editou 28 ál-buns, 20 dos quais de originais, equatro DVD, nos quais ficaram re-gistados, entre outros, concertos noOlympia, em Paris, e na AlticeArena, em Lisboa. O cantor consegui alcançar, deacordo com informação disponibi-lizada no seu site, a marca de “60discos de platina e mais de quatromilhões de discos vendidos”. Nosúltimos 30 anos, “esgotou, em vá-rias ocasiões, alguns dos mais im-portantes e carismáticos recintosde espetáculos do Mundo, como osincontornáveis Olympia e Zenithem Paris, o imponente EmperorsPalace na África do Sul, o marcanteQueen Elizabeth nos Estados Uni-dos, ou a mítica Brixton Academyem Londres, só para citar os maismarcantes”.

    A associação ARCOP de Nanterre or-ganizou no sábado passado um“Serão à volta do linho”. O eventocontou com a participação do grupode cavaquinhos da ARCOP e dogrupo Raízes e Tradições.Manuel Brito, Presidente da associa-ção, garante ao LusoJornal que “estaé a primeira vez que se realiza esteSerão à volta do linho na associação,mas também é a primeira vez queum evento desta natureza é organi-zado na região parisiense”.“Com o apoio dos sócios desta as-sociação, fizemos um serão muitobonito, mesmo eu fiquei impressio-nado” confessa Manuel Brito.“Isto nasceu das senhoras da asso-ciação, mas o material veio todo dePortugal. Tivemos reunião de Dire-ção antes das férias e combinámosque durante as férias cada um trou-xesse material de Portugal, para ter-mos tudo o que é necessário”.Até sementes vieram de Portugal efoi semeado um talhão de linho quefoi exposto no dia do Serão. “É im-pressionante como é desta erva quesai todo o material de artesanato,roupa, toalhas,… Estamos todos en-cantados” assume Manuel Brito.Tudo foi muito pedagógico. Quemnão conhecia o ciclo do linho, ficoua conhecer. “Aprendemos muita

    coisa” diz o Presidente da ARCOP. “Éum orgulho enorme. É para isto queservem as associações, para guardaras tradições. Foi um evento realcomo se passava no tempo dosavós”.Depois do jantar, o grupo Cantares eTrabalho deu vida aos instrumentos,reconstituindo o ciclo do linho. Afesta acabou com um convívio deconcertinas para todos, ao som deViras, Chulas e Canas Verdes.No domingo, a mesma associaçãoorganizou um Festival de folclorecom 7 grupos: Minhotos de Viana do

    Castelo de Vitry-sur-Seine, As Mar-gens do Lima de Choisy-le-Roi,Flores de Portugal de Ballancourt,Estrelas de Portugal de Cergy-Pontoise, ACCP Raízes do Minhode Puteaux, Estúrdia do AltoMinho de Ormesson-sur-Marne e,claro, o grupo folclórico da ARCOPde Nanterre.No próximo domingo, dia 11 de no-vembro, a associação organiza omagusto de S. Martinho e oferececastanhas e água-pé, na sede da co-letividade, 20 rue de Suresnes, emNanterre. No dia 9 de dezembro or-

    ganiza a habitual Festa de Natal paraagradecer aos sócios que trabalhamdurante o ano “Este é o salário quenós damos a todos”.Nos dias 12 e 13 de fevereiro, a asso-ciação vai comemorar os 25 anos dogrupo de folclore que representaPonte da Barca.Nos dias 12, 13 e 14 de abril, sempreno Domingo de Ramos, a ARCOP or-ganiza mais uma edição da Feira eFesta de Produtos portugueses.No fim de julho, a associação orga-niza um piquenique de verão paraagradecer o apoio dos voluntários.

    Por Mário Cantarinha

    Iniciativa foi mais um sucesso

    Casa de Portugal em Champigny deveabrir portas em novembro de 2019A Casa de Portugal em Champigny-sur-Marne, uma cidade histórica daemigração portuguesa nos arredoresde Paris, deverá abrir portas em no-vembro de 2019, mas a associaçãoportuguesa local procura agoraapoios para as obras.A casa, que começou a ser renovada,foi cedida este ano pela Mairie à As-sociação Portuguesa Sociocultural eRecreativa de Champigny-sur-Marne(APSCR) por um período de 40 anos,tendo o município prometido tam-bém uma ajuda de 60.000 eurospara as obras, mas a associaçãoainda está a angariar fundos para areconstrução.“A Câmara ajudou a gente. Deu-nosa casa e deu-nos 60.000 euros. Tive-mos ajudas de outros empresáriosmas esse dinheiro chega apenaspara as grandes obras. Agora, anda-mos a bater à porta de quem nospossa ajudar para reconstruir essacasa para que a gente possa festejaro nosso aniversário dentro dela. Erao nosso sonho. Penso que daqui aténovembro de 2019 esteja pronta”,disse à Lusa Manuel Marques, Tesou-reiro da associação.A APSCR nasceu em 21 de novembrode 1973 para ajudar “os Portuguesesque vinham, a maior parte, a salto enão tinham apoio nenhum em ladonenhum”.“A nossa associação dava-lhes

    apoio, por exemplo, para tratar depapéis, precisávamos de carta detrabalho e ‘carte de séjour’, precisá-vamos de tudo e era um sítio ondeeles se podiam dirigir e tinham apoiodas pessoas que cá estavam e que játinham papéis”, recordou o emi-grante de 67 anos.Manuel Marques acrescentou que,nessa altura, foi formado um grupofolclórico que ainda existe, o ‘Sauda-des de Portugal’.O português oriundo de Rio de Cou-ros, em Ourém, também deixouPortugal clandestinamente - “asalto”, na expressão popularizadapelo filme “A Salto” de Christian deChalonge, em 1967 - e entrou na as-sociação sete anos depois, tendoconhecido, de perto, o maior bairrode lata da região de Paris nos anos60 em Champigny. “Nunca vivi nosbairros de lata mas conheci-oscomo os meus dedos. Era lá onde agente se encontrava, os amigostodos. Ia-se beber uma cerveja,comer uns tremoços, pronto, aquilofazia lembrar o nosso Portugal. Ia-se até às barracas para conversarum bocado e para reviver os nossostempos”, descreveu Manuel Mar-ques.Daí que ter uma Casa de Portugal emChampigny-sur-Marne é “muito sim-bólico” para a emigração portu-guesa, que vai ter um espaço paraconviver no número 19 da rue duMonument.

    A associação vai colocar no espaçoas atividades que até agora desen-volve em salas emprestadas pelomunicípio, como as aulas de portu-guês para crianças e adultos e os en-saios do grupo folclórico. Depois, háos torneios de sueca, as festas por-tuguesas e a vontade de ter um es-paço para “viver e promover acultura portuguesa”.António Lopes, Presidente da APSCR,sublinhou à Lusa que, por exemplo,em 2008, foi graças a esta associa-ção que a cidade de Champigny pas-sou a ter uma instalação do artistaRui Chafes em homenagem à emi-gração portuguesa, lembrando queo escultor entrou recentemente paraa coleção do Centro Pompidou emParis e que a delegação francesa da

    Gulbenkian tem patente uma expo-sição dele e de Alberto Giacometti.Em 2016, uma outra associação, LesAmis du Plateau, dirigida pelo em-presário Valdemar Francisco, inaugu-rou um outro monumento emhomenagem ao antigo autarca LouisTalamoni pela ajuda prestada aosemigrantes no bairro de lata e quefoi inaugurada pelo Presidente epelo Primeiro-Ministro portugueses.A Associação Portuguesa Sociocultu-ral e Recreativa de Champigny-sur-Marne venceu, este ano, o prémioCap Magellan-Les Amis du Plateaupara a Melhor Iniciativa Cidadã, naNoite de Gala oferecida pela autar-quia parisiense à comunidade por-tuguesa, na Câmara Municipal deParis.

    Por Carina Branco, Lusa

    14 novembre 2018

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    ARCOP de Nanterre organizou um“Serão à volta do linho”

  • LUSOJORNAL ASSOCIAÇÕES 13

    Associação deBrignais temnova Direção

    A Associação cultural e desportivados Portugueses de Brignais (69)anunciou a nova Direção eleita nodia 8 de setembro 2018. Após “cer-tas dificuldades” e uma reuniãoextraordinária, onde os sóciosforam todos convocados para elei-ções antecipadas, e de onde saiua atual Direção, a associação volta,de novo, aos projetos e já temeventos agendados.A nova Direção eleita é constituídapor Ferreira Lima (Presidente),Telmo Castedo (Vice-Presidente),Mireille Castedo (Secretária) e LuísBecas (Tesoureiro). No grupo defolclore “Províncias de Portugal”nada mudou e o responsável é oensaiador Alexandre Neto.A próxima atividade da associaçãoestá agendada para o dia 17 de no-vembro, na sala do ginásio, cedidapela Mairie de Brignais. São as tra-dicionais “Rusgas” minhotas ondese vão reunir vários grupos de fol-clore da região, onde haverá bebi-das e petiscos à portuguesa.

    A Associação Cultural dos Portugue-ses de Chaville organizou no do-mingo passado mais uma edição doseu Festival de folclore português noGymnase Colette Besson, Stade LéoLagrange, naquela cidade dos arre-dores de Paris.Para além do grupo da casa - oBorda d’Água de Chaville - participa-ram ainda os grupos Estrelas Doura-das de Versailles, Amizades eSorrisos de Clamart e Herdeiros doAlto Minho de Neuilly-Plaisance. Ogrupo Saudades da Nossa Terra deAubergenville, anunciado pela orga-nização, teve um impedimento enão participou.A ACP de Chaville foi criada em 1979e um ano depois começou a organi-zar este Festival de folclore que jávai na 38ª edição. “Há 38 anos quetemos folclore português em Cha-ville” confirma o Presidente Amân-dio do Carmo que diz ter “herdado”a presidência da associação do seufundador Francisco Pereira. “Fran-cisco Pereira esteve muitos