sou um passageiro seguro

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CONCURSO CRESCER EM SEGURANÇA 1999 TEXTO DE APOIO À EXPLORAÇÃO PEDAGÓGICA DO TEMA DEPARTAMENTO DE PEDAGOGIA “SOU UM PASSAGEIRO SEGURO”

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Page 1: Sou um passageiro seguro

CONCURSO

CRESCER EM SEGURANÇA 1999

TEXTO DE APOIO À EXPLORAÇÃO PEDAGÓGICA DO TEMA

DEPARTAMENTO DE PEDAGOGIA

“SOU UM PASSAGEIRO SEGURO”

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É nos primeiros anos de vida que a criança deve iniciar o contacto com noções no domínio da segurança rodoviária. Assim, consolidará mais facilmente essas noções, alcançando gradualmente um pleno desenvolvimento cognitivo, afectivo e psicomotor. O presente Concurso tem por finalidade incentivar um maior empenhamento dos educadores e um desencadear contínuo de acções pedagógicas de Educação Rodoviária escolar. O tema deste ano “Sou um passageiro seguro” é extremamente importante, se atendermos a que muitas crianças se deslocam de e para o jardim de infância, regularmente, de transporte (particular ou escolar). Deste modo, é ao assumir o papel de passageiro que a criança experiencia os seus primeiros contactos com o ambiente rodoviário. Além dos comportamentos no transporte em automóvel, a criança tem de interiorizar também os comportamentos correctos na utilização do transporte escolar. De facto, neste transporte, ela descobre um novo espaço de liberdade, onde tende a adoptar comporta-mentos de grupo frequentemente incorrectos. Para a abordagem desta temática, há que trabalhar os seguintes aspectos: * Transporte Escolar

Normalmente no veículo a presença de um vigilante assegura uma viagem sem incidentes. Contudo, é conveniente, para uma melhor compreensão e interiorização dos comportamentos correctos, focar os seguintes pontos: Antes da viagem, a criança deve:

esperar a chegada da carrinha com calma, longe da faixa de rodagem e sem realizar brincadeiras que possam originar que ela ou um colega entrem inadvertidamente na faixa de rodagem.

entrar no veículo devagar e sem empurrar os colegas, para evitar que alguém sofra uma queda. Deve entrar apenas quando for a sua vez (respeito pelos outros).

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Durante a viagem, deve:

ir sentada;

não viajar de pé ou sentada nos braços dos bancos, pois, em caso de travagens bruscas, não tem onde se agarrar, podendo cair e sofrer lesões ou traumatismos graves;

não pôr a cabeça nem os braços fora das janelas.

não perturbar o condutor: as brincadeiras, jogos e conversas que possam levar à sua distracção são de evitar.

No fim da viagem, deve:

levantar-se apenas, quando o veículo estiver parado. Só assim será seguro, caminhar no interior deste transporte, sem se magoar.

ter cuidado com a abertura da porta, para não se aleijar.

* Transporte Particular

Em veículos de duas rodas

A criança deve compreender as razões pelas quais, nesta faixa etária (3-6 anos), não pode viajar em veículos de 2 rodas. Nos ciclomotores e motociclos, é proíbido o transporte de passageiros com menos de 7 anos, inclusivé. Poder-se-á relacionar esta proibição com a dificuldade que a criança tem em segurar-se e manter-se sentada no veículo (tem menos força que um adulto para se segurar convenientemente). Este condicionalismo, aliado à velocidade, provoca mais facilmente o desequilíbrio, originando a queda da criança (que pode sofrer ferimentos graves). Nas bicicletas, aliado aos aspectos já referidos, há a acrescentar que, como não têm assento para o passageiro, o transporte de uma criança pode causar situações de instabilidade mais notórias.

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Em automóvel Como passageiro de automóvel, a criança deve compreender que, para sua segurança, a entrada e saída do veículo deve ser efectuada pelo lado do passeio. O lado da faixa de rodagem representa um perigo sempre eminente, pela presença dos veículos em circulação. O modo como a criança viaja no automóvel deve constituir matéria de destaque no processo educativo, dada a necessidade de contrariar a eventual relutância da criança em aceitar o uso de dispositivos que, embora lhe proporcionem mais segurança, limitam consideravelmente a sua liberdade de movimentos. Daí que haja necessidade de uma acção pedagógica insistente e prolongada. Assim, a criança deve assumir que, tem de usar prioritariamente um dispositivo de retenção aprovado, adequado à sua idade, peso e estatura. Este protege-a em caso de choque ou travagem repentina, evitando que ela seja projectada contra o interior do veículo ou contra os passageiros da frente. Aliado a estes dispositivos, a criança pode ainda utilizar um protector de impacto. Este envolve o cinto do automóvel e distribui pelo tórax e abdómen da criança as forças verificadas durante a desaceleração do veículo evitando assim lesões graves. A criança deve, então, viajar: No banco da retaguarda

Prioritariamente usando uma cadeira de apoio ou um banco elevatório, sendo segura pelo cinto de segurança. ♦ A cadeira de apoio ou o

banco elevatório posicionam a criança, permitindo o ajus-tamento do cinto à sua estatura. Estes dispositivos são fixos pelo cinto de segu-rança instalado no veículo.

Usando apenas o cinto de segurança, na ausência destes dispositivos.

Sem utilizar o cinto ou qualquer um dos dispositivos acima referidos... apenas se não houver cintos instalados nos bancos da retaguarda, nos transportes públicos ou em situações excepcionais.

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No banco da frente

Utilizando os dispositivos de retenção referidos.

Só pode viajar no banco da frente sem utilizar estes dispositivos de retenção, se o veículo não tiver banco da retaguarda. Neste caso, tem de usar o cinto de segurança instalado no banco.

Algumas das situações, a seguir, discriminadas podem surgir, sobretudo, no caso do transporte sem dispositivos e devem ser abordadas, pois podem contribuir grandemente para colocar em perigo os outros utentes e a própria criança. Para evitar situações de perigo, a criança não deve:

Mexer no trinco da porta, porque esta pode abrir-se;

Pôr os braços fora da janela;

Perturbar o condutor:

- desviando a sua atenção para determinados estímulos que são fortes para si (um amigo, um parente, uma loja de brinquedos, um animal...);

- distraindo-o através do seu próprio movimento (brincar,

jogar, gritar ou praticar gestos de ternura pode levar o condutor a efectuar movimentos bruscos);

- reduzindo a sua visibilidade, (obstruindo o vidro da

retaguarda, por exemplo, com os seus brinquedos). Ao chegar ao destino, caso saiba sair sozinha do veículo, deve fazê-lo apenas quando este tiver parado completamente e depois de um adulto lhe dar indicação de que pode sair. Antes de abrir a porta, deve olhar e ouvir com atenção, para se assegurar que não vai perturbar a circulação dos peões. O tratamento pedagógico deste tema deve envolver a consciencialização da criança para a responsabilidade que:

tem para consigo própria (atitude de autoprotecção)

deve ter para com os outros (adopção de comportamentos que não interfiram negativamente na segurança dos outros).

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Neste sentido, há que empreender actividades que, com base em demonstrações claras e bem concretizadas, clarifiquem à criança os perigos que podem advir dos seus comportamentos incorrectos. A exploração pedagógica deve ser feita por duas fases: 1º - observar e discutir sobre diversas situações de transporte de passageiros,

aproveitando para comunicar e incutir na criança os comportamentos correctos; 2º - aplicar na prática estes conhecimentos (desenhos, colagens, histórias...). No âmbito desta temática, sugerem-se, algumas actividades que podem promover-se com o objectivo de dinamizar acções educativas: 1 - Realizar actividades no domínio da expressão plástica.

Actividades de desenho e colagem

* Fornecer desenhos de automóveis e autocarros escola- res sem passageiros e pedir às crianças para colarem

ou desenharem crianças, com comportamentos correctos e com comportamentos incorrectos.

* Elaborar desenhos ou cartazes alusivos ao tema

Actividades de coloração.

* Fornecer desenhos sobre situações de transporte, onde a

segurança e a insegurança estejam presentes. Pedir às crianças para colorirem, por exemplo, de vermelho, os passageiros que viajam incorrectamente e, de verde, os que viajam em segurança.

2 - Realizar actividades no domínio da linguagem oral e abordagem à escrita.

Elaborar um quadro, no qual diariamente as crianças assinalem, por meio de uma cruz ou de um desenho, o meio de transporte utilizado, na ida e regresso do jardim de infância.

Filmar a chegada das crianças à escola.

* Ver e analisar o filme, no sentido de detectar comportamentos incorrectos e

discuti-los. Após algum tempo, repetir este procedimento, para averiguar se houve alteração de comportamentos.

Trabalhar a expressão oral com base em gravuras ou em filmes utilizados nas sessões iniciais.

Blá Blá Blá Blá, Blá

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Conceber e narrar histórias sobre este tema, da autoria da educadora e/ou com a contribuição das crianças.

Animar sessões, em que se peça às crianças que indiquem o modo como viajam em automóvel e discutir com o grupo se o transporte é feito correcta ou incorrectamente.

3 - Realizar actividades no domínio da expressão dramática.

Promover um “Role-play” que evidencie o factor visibilidade, como elemento fundamental a uma condução segura:

♦ conceber, na própria sala com a ajuda de cadeiras, um espaço que as

crianças assumirão como o interior de um automóvel; ♦ uma criança, a quem será fornecido um espelho, representará o papel de

condutor. ♦ à sua retaguarda, sentar-se-ão as restantes crianças, em várias filas, umas

atrás das outras.

O jogo consiste em pedir à criança-condutor que indique colegas, objectos, etc, que se encontram à sua retaguarda, e que consegue ver reflectidos no espelho, quando as crianças, que se encontram na primeira fila, estão sentadas. Deve comparar depois essa situação com aquilo que vê ou não vê, quando essas crianças se levantam. Todas as crianças devem assumir o papel de condutor e vivenciar as duas situações distintas.

Desenvolver actividades que demonstrem a eficácia da utilização do cinto de segurança ou outro acessório:

♦ colocar um boneco, sem qualquer tipo de acessório de segurança, num

carrinho. Empurrá-lo e pará-lo bruscamente. ♦ repetir esta operação, mas colocando o boneco preso ao banco, utilizando um

pequeno cinto, um fio ou uma corda. ♦ observar e discutir com as crianças os resultados obtidos.

4 – Outras Actividades

Observar, se possível, em trânsito real, situações de transporte em segurança versus transporte em insegurança (3-6 anos).

♦ passageiros de veículos de 2 rodas ♦ passageiros no banco traseiro que não prejudicam

a visibilidade do condutor; ♦ objectos ou passageiros que comprometem essa

mesma visibilidade, através do vidro da retaguarda; ♦ entrada e saída de passageiros dos veículos (auto-

móveis e transportes públicos ou escolares).

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5 – Ensinar e construir com as crianças, jogos e actividades passíveis de realizar

principalmente em viagens longas, como por exemplo:

JOGO DAS CRIANÇAS TRANSPORTADAS COM SEGURANÇA

Este jogo concretiza-se na procura de crianças da faixa etária em questão transportadas incorrectamente em automóvel. Quando detectadas situações de transporte incorrecto, devem ser dadas soluções para ultrapassar a insegurança presenciada. No caso de haver mais de uma criança a participar no jogo, será vencedora aquela que assinalar um maior número de situações em que as crianças são transportadas incorrectamente e que indicar as respectivas soluções de transporte correcto.

6 – Os jogos seguintes têm por objectivo manter as crianças entretidas, a fim de não

perturbarem o condutor:

JOGO DAS CORES

Número de jogadores: qualquer número Supervisão: um adulto ou um jovem para marcar a pontuação. Desenvolvimento: Cada criança escolhe uma cor e anuncia cada vez que vir um automóvel dessa mesma cor. O “supervisor” do jogo dispõe de uma folha, onde assinala o número de veículos encontrados por cada criança. Será vencedora aquela que, ao fim de determinado tempo estipulado, tiver detectado na estrada o maior número de automóveis da cor escolhida.

JOGO DOS VEÍCULOS

Este jogo é uma repetição do anterior, com a diferença de que a criança terá de detectar diferentes tipos de veículos, com excepção de automóveis. Terá, portanto, que assinalar, entre outros, bicicletas, motociclos, veículos de tracção animal, autocarros.

Será vencedora a criança que detectar um maior número de diferentes tipos de veículos.

Outra modalidade deste jogo pode consistir na procura de determinados objectos presentes na via pública.