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ELEVEMOS O CERRO DA CABEÇA (MONCARAPACHO) A GEO-MONUMENTO

SOMOS OLHÃO!MOVIMENTO DE CIDADANIA ACTIVA

O Cerro da Cabeça é um sitio de alto valor paisagístico e científico, como é reconhecido pela Resolução do Conselho de Ministros nº 76/00, de 5 de Julho, que o classifica.


O Cerro da Cabeça é uma elevação com cerca de 250 metros de altitude, formada por dorsos de superfícies arredondadas, relevos cónicos e pedunculados, torres, arcos e blocos. É o sitio onde se encontra o mais espectacular megalapiás do Algarve.


Lapiás é uma formação típica de relevos cársticos, produzida pela dissolução superficial de rochas calcárias ou dolomiticas.


Megalapiás é um tipo característico de lapiás que é caracterizado por formas variadas com dimensões bastante consideráveis, claramente superior a qualquer outro tipo de lapiás.


As estruturas do megalapiás tomam aspectos variados: grandes dorsos de superfícies lisas e arredondadas, relevos cónicos ou pedunculados como o da gravura ao lado.


Associadas a estas formações rochosas estão grutas, algumas delas, as mais profundas do Algarve, como são os casos da Algar Maxil, Algar Medusa e Algar dos 60, respectivamente com mais de 95, 74 e 70 metros de profundidade.


Estas grutas são pródigas em estalactites e estalagmites que, ao longo dos tempos, tem sido vandalizadas pela acção do homem.

São conhecidas mais de 50 cavidades no Cerro da Cabeça.


Nestas grutas existem colónias de espécies em vias de extinção, como o morcego, reconhecida a sua existência pelo ICNB e com legislação que os protege. No entanto, essas mesmas colónias tem vindo a diminuir.


Contrariamente ao que muita gente pensa, os morcegos são inofensivos e até são muito úteis pois alimentam-se de insectos, estes, prejudiciais às culturas. No entanto ainda hoje se faz a associação destes animais a Drácula e daí a sua triste “fama”. Mas, se estes animais existem é porque nesses sítios é possível a existência humana e sendo parte integrante de todo um ecossistema.


O Cerro da Cabeça, no entanto, não é só a formação rochosa, nem grutas, nem os morcegos. Há mais para além dessas coisas. Há a flora, que também possui características próprias, plantas que vivem entre as rochas, plantas rupícolas como a marioila, a douradinha, o rosmaninho, o carrasco, a orquídea, o espargo ou a roselha-maior.


Além destes aspectos, há que ter em conta o Sistema Aquífero do Peral – Moncarapacho, que abrange todo o Cerro da Cabeça e as áreas adjacentes.

O Sistema Aquífero do Peral – Moncarapacho é limitado a Sul pelos Sistemas Aquíferos de São João da Venda – Quelfes e Luz de Tavira. A Norte é feito com formações impermeáveis. A Este e Oeste é limitada por calcários argilosos e marga do Peral também pouco permeáveis e precisamente por isso toda aquela zona não deve ser impermeabilizada.


A Rede Natura 2000 é uma rede europeia criada pela Directiva Comunitária 92/43/CEE sobre a conservação dos habitats naturais de fauna e flora silvestres (mais conhecida como Directiva Habitats), de 21 de Maio de 1992.

A formação da rede estava previsto para Junho de 2004. Os Estados Membros tinham de seleccionar os sítios naturais do seu território que iam formar a rede, e ter em Junho de 1995 uma lista nacional de lugares previstos para a formação da Rede Natura 2000.

Em Junho de 1998 deveria completar-se a 2ª fase do estabelecimento da Rede Natura 2000, a selecção final dos lugares, que logo integrariam a Rede Natura 2000, sob a designação definitiva de Zonas Especiais de Conservação (ZEC)


Rede Nacional de Áreas Protegidas (Dec. Lei 19/93 de 23 de Janeiro)

Artº 8º - Entende-se por monumento natural uma ocorrência natural contendo um ou mais aspectos que, pela sua singularidade, raridade ou representatividade em termos ecológicos, estéticos, científicos e culturais, exigem a sua conservação e a manutenção da sua integridade.

Artº 9º -Paisagem protegida1—Entende-se por paisagem protegida uma área com

paisagens naturais, seminaturais e humanizadas, de interesse regional ou local, resultantes da interacção harmoniosa do homem e da Natureza que evidencia grande valor estético ou natural.


Pelas características que o Cerro da Cabeça possui o Somos Olhão defende que o mesmo deve passar a ser considerado como Monumento Natural, tentando assim que acabem as ameaças ambientais que tem sido desferidas nos últimos anos. Os principais factores de ameaça, reconhecidos pelo ICNB são a implantação de infra-estruturas (sobretudo através da construção civil), as actividades turísticas e a extracção de inertes.


De acordo com o Dec. Lei 380/99 de 22 de Setembro, da I Série, o Plano Director Municipal – PDM é um instrumento de Ordenamento do Território de natureza regulamentar, em que a sua elaboração é obrigatória e da responsabilidade dos municípios.

O PDM tem como finalidade estabelecer o modelo de estrutura espacial, assente na classificação do solo, consubstanciando-se numa síntese da estratégia de desenvolvimento e ordenamento local, integrando as opções e outros ditames de âmbito nacional e regional.


Pela Resolução do Conselho de Ministros nº 50/95 foi ratificado o PDM de Olhão, que diz:

Artº 14º nº1 – As zonas sujeitas a condicionamentos especiais, devidamente delimitadas na planta de condicionamentos especiais são as seguintes:

A) zonas de maior sensibilidade paisagísticaNº 2 – a valorização do património ambientalArtº

24 nº3 – Fora dos espaço urbanos e urbanizáveis não são permitidas novas edificações que provoquem ou aumentem a edificação dispersa nos termos do disposto no artº 26 do PROT – Algarve.


Na imagem está representada a zona de Reser va Agrícola que consta do PDM de Olhão, zona que se reporta ao Cerro da Cabeça e áreas envolventes.


Nesta imagem temos a zona de Reserva Ecológica que abrange a área do Cerro da Cabeça e as áreas envolventes.


O mapa síntese do PDM abrangendo Moncarapacho e o Cerro da Cabeça onde aparece delimitada a zona de infiltração máxima de águas.

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