solon

19
“Leis são como teias de aranha: boas para capturar mosquitos, mas os insetos maiores rompem sua trama e escapam”. 638 a.C / 558 a.C Sólon

Upload: romeu-da-silveira

Post on 30-Jun-2015

433 views

Category:

Education


5 download

DESCRIPTION

Biografia do Solon- Grécia Antiga

TRANSCRIPT

Page 1: Solon

“Leis são como teias de aranha: boas para capturar mosquitos, mas os

insetos maiores rompem sua trama e escapam”.

638 a.C / 558 a.C

Sólon

Page 2: Solon

Sólon (Busto no Museu Nacional de Nápoles.)

1010 a.C. Para defenderem-se dos povos da região, as 12 tribos hebraicas unificadas elegem um rei, Saul.

Com a morte de Salomão (filho de Davi), ocorre o Cisma Hebreu (Judá/Israel) que enfraquece a unidade hebraica permitindo a conquista pelo Império Babilônico em 586 a.C.  

900 a.C. Os celtas chegam à Gália e Elias profetiza em Israel.

883 a.C. Início da Civilização Assíria com a fundação da cidade de Assur, na Mesopotâmia. O apogeu ocorre durante o reinado de Sargão II, com a conquista da cidade egípcia de Tebas.

800 a.C. Nasce Homero

Os etruscos fixam-se na Toscana.

790 a.C. Etíopes conquistam o Egito e fundam a XXV dinastia.

776 a.C. Os gregos organizam a primeira Olimpíada na cidade de Olímpia, onde constroem um estádio para 40 mil pessoas e um hipódromo. Durante a competição instituem a "trégua sagrada" – interrupção das guerras entre as cidades.

Page 3: Solon

Sólon

753 a.C. Inicia o Império Romano, com a fundação lendária de Roma no encontro de três povos da península Itálica: etruscos, de origem asiática, gregos e povos itálicos, de origem indo-européia.

638 a.C. Nascimento de Sólon.

623 a.C. Nascimento de Ezequiel.

621 a.C. A prosperidade mercantil de Atenas coloca em conflito os ricos comerciantes, e os latifundiários. Nesse contexto surgem os legisladores Drácon e Sólon, encarregados de reformar as leis atenienses para aliviar a tensão política e manter a continuidade de poder dos latifundiários.

594 a.C. Reformas de Sólon que abranda as leis draconianas.

586 a.C. Dominados pelos babilônios, os hebreus são deportados e escravizados no episódio conhecido como primeiro cativeiro da Babilônia.

561 a.C. Nasce Confúcio

564 a.C. Apogeu de Lao Tse, fundador do taoísmo.  

Page 4: Solon

Sólon

563 a.C. Nascimento de BUDA

539 a.C. Início do Império Persa, estendendo-se do Egito até a Índia, sob a liderança de Ciro II, com a derrota dos medos (do planalto do Irã).

Criam-se estradas pavimentadas e implantam uma economia monetária com sistema de pesos e medidas e instituem impostos fixos.

546 a.C. Conquista da Jônia por Ciro, rei da Pérsia.

507 a.C. Reformas de Clístenes.

Page 5: Solon

Sólon

“Na Grécia Antiga, a partir do séc. VIII a.C., no fim de um longo período denominado como a Idade de Ulisses, pois nos é apresentada por meio das narrativas épicas da Ilíada e Odisséia, a realeza homérica entra em crise, cedendo espaço à aristocracia, que progressivamente se apropria das prerrogativas do poder, relegando aos descendentes da realeza apenas funções religiosas.

Nesse período, o poder é repartido entre membros da elite militar e agrária, descendentes da nobreza homérica, que desmembram o poder em três funções:

Militar: - exercida pelo polemarco

Administrativa: - pelo arconte

Religiosa: - exercida pelo arconte basileus – ou o rei destituída de seus poderes políticos.”

(Aristóteles, A Constituição de Atenas, III.) 

Page 6: Solon

Sólon

“Nesse primeiro passo, mesmo que ainda nas mãos da aristocracia, o poder começa a sair da esfera do privado – onde se localizava sob controle do rei – e avança no sentido do estabelecimento da ordem pública. O poder não é mais a pessoa; agora, o poder é a função.

Para o exercício dessa, escolhe-se por eleição indivíduos que exercerão esses cargos por um período determinado. O poder – a arché – passa então a circular entre a comunidade que possuía plenos direitos de cidadania, que correspondia, pelo menos até finais do séc. VII (no caso ateniense), à elite agrária e militar. Nessa transição entre a monarquia e a nascente pólis aristocrática, surge o conceito de que o poder do Estado devia estar sujeito ao interesse público e que esse público (a comunidade cidadã) devia exercê-lo por si mesmo, e não de legar a uma autoridade real com poderes ilimitados.

Esse público, esse grupo de cidadãos, restringia-se, na cidade arcaica, a um reduzido grupo de cidadãos ricos com monopólio das funções militares, administrativas e religiosas.”

(Vernant, 1989a: 26-72; Meier, 1984: 7-26; Snodgrass, 1986: 101-146; Finley, 1988;Mossé, 1989: 77-98.)

Page 7: Solon

Sólon

“A história política de Atenas, entre o séc. VIII a.C e IV a.C, caracteriza-se por um crescente processo de alargamento das prerrogativas políticas entre o grupo dos homens livres, resultando no regime democrático ateniense, denominado pelos mesmos não como democracia, mas como isonomia – a garantia da igualdade perante a lei.

A peculiaridade desse regime é instaurar um complexo sistema de circulação, rotatividade e controle do poder, assegurando maiores níveis de participação, evitando a concentração de poder e submetendo-o à vontade pública, fazendo com que ele fosse exercido não em nome do interesse de particulares, mas em prol da maioria dos cidadãos – excluídos escravos, estrangeiros e mulheres.”

(Castoriadis, 1986: 51-88; Mossé , 1985: 15-82.)introd. e comentários de Emanuel Bouzon), 3ª ed., Petrópolis: Vozes, 1980.

Leis de Eshnunna. (trad., introd. e comentários de Emanuel Bouzon), Petrópolis: Vozes, 1981.

Page 8: Solon

Sólon

A partir do século VIII a.C, foi instituído o sistema de arcontado e a partir de então, passava a ser governada pelos bem nascidos, os eupátridas que significa "chefe de família nobre". O poder da época dividia-se entre uma espécie de Judiciário e Executivo. Na função de tribunal, havia um conselho de juízes. A este conselho era dado o nome de Aerópago.

No século VIII a.C havia sido introduzido em Atenas o cultivo da vinha e da oliva. A prática deste tipo de agricultura exigia um capital considerável, por necessitar de um longo tempo de maturação. Isto provocou uma verdadeira crise social em Atenas, já que os pequenos e médios agricultores não tinham infra-estrutura para o cultivo destes gêneros. Eles terminavam caindo num círculo vicioso de contrair empréstimos até culminar com a falência.A maioria destes falidos terminava tornando-se escravos, visto que era possível hipotecar a si próprio. Esta situação agravou-se até chegar a um limite que beirava a convulsão social. No século VI a.C, a situação era gravíssima. Foi neste momento que surgiu um movimento no sentido de reformar as instituições atenienses. Este foi o momento de brilho do arconte Sólon.

Page 9: Solon

Sólon

Um dos mais ricos testemunhos acerca de Sólon é A Constituição de Atenas, de Aristóteles.

Na primeira vez que Aristóteles menciona Sólon em seu texto caracteriza o legislador ateniense como aquele que “se tornou o primeiro líder do povo” e, segundo Aristóteles, “escolheram em comum Sólon como mediador e arconte” e ainda apresenta Sólon como “divisor de águas”. Ainda, segundo a tradição, foi um dos Sete Sábios da Grécia considerado "O pai da democracia grega"

“De fato, Sólon introduz a idéia de que a sobrevivência da cidade depende da educação de todos os cidadãos. Sólon acreditava que a saúde de um organismo político depende não só das instituições que o integram, mas também de cada membro da comunidade", afirma Gilda Naécia Maciel de Barros, professora da Faculdade de Educação da USP. "Por isso, ele encontra na formação do caráter um meio mais seguro de garantir a manutenção do equilíbrio social."

Numa época em que a educação era privilégio da elite aristocrática, essas idéias sobre educação não eram menos inovadoras do que as reformas implantadas por Sólon na política e na legislação.

Page 10: Solon

Sólon

O ideal educativo de Sólon é a "excelência espiritual" obtida por cidadãos cultivados, qualquer que seja sua classe social. Esses ideais educativos estão bem presentes nos versos de Sólon publicados no livro de Gilda, como o fragmento 4 no livro Sólon de Atenas — A cidadania Antiga.

“Muitos maus são ricos, e bons, pobres;

mas nós com eles não trocaremos 

o valor pela riqueza; o primeiro é sempre sólido, 

mas a riqueza, dos homens ora um ora outro a possui.” 

Poeta, estadista e aristocrata nascido numa família arruinada economicamente em meio ao contexto de valorização dos bens móveis na pólis ateniense, se reconstituiu economicamente através da atividade comercial através do mundo grego. Além de um dos fundadores da democracia ateniense, Sólon foi também o primeiro poeta da Ática. Considerado um dos maiores Sábio da antiguidade conforme uma lista, das muitas que existem, que remonta ao tempo de Platão e contém Tales, Periandro, Pítaco, Bias, Cleóbulo, Quílon.

Page 11: Solon

Sólon

Como legislador em 594 a.C. iniciou uma reforma onde as estruturas social, política e econômica de Atenas que transformaram o mundo grego e abriram o caminho para a instituição da democracia quase um século depois. No século 5 a.C no famoso século de Péricles, o período de maior esplendor da cultura grega, a influência das instituições solônicas ainda se fazia sentir sobre Atenas.

Os poderes do governo foram divididos em quatro corpos políticos: o Arcontado, o Bulé, a Eclésia e o Aerópago.

Arcontado: Só podiam ser eleitos os cidadãos da primeira classe, isto é, os mais ricos.

Bulé: Era um conselho de 400 cidadãos, eleitos entre os membros das primeiras três classes.

Eclésia: Assembléia do povo com vinte mil cidadãos, incluindo-se os que nada possuíam para diminuir o poder do Areópago.

Areópago: Controlado pelos Aristocratas. 

Page 12: Solon

Sólon

Poeta lírico, compôs principalmente elegias morais e filosóficas.As elegias e versos iâmbicos em que apresenta suas realizações políticas refletem grandes ideais patrióticos, filosóficos e morais.

Uma Elegia Moral.

Nossa cidade jamais perecerá pelo desígnio de Zeus

nem pela vontade dos felizes deuses imortais

pois a tão valorosa e protetora filha do poderoso pai,

Palas Atena, tem suas mãos sobre nós.

Mas os próprios cidadãos, em sua imprudência, querem

destruir nossa grande cidade, persuadidos pelas riquezas,

e há também o injusto propósito dos líderes do povo,

para os quais está reservado, por seu

descomedimento, o sofrimento de muitas dores:

pois nem sabem controlar a fartura nem moderar,

em paz, as alegrias do banquete de hoje.

[Sol.Fr. 3.1-10 Diehls]

Page 13: Solon

Sólon

Profundo conhecedor das leis, ele foi convocado como legislador pela aristocracia em meio a tensão social existente na pólis, na qual os demais grupos sociais viam as reformas de Drácon (ocorridas por volta de 621 a.C) como insuficientes.

A literatura “jurídica” era fonte de instrução e prazer. Aprendia-se de cor (recitando em forma de poemas) textos jurídicos, como os poemas de Homero e as leis de Sólon eram ensinadas como poemas.

Durante seu governo, Sólon cancela as dívidas por arrendamento e na sua reforma, proibiu a hipoteca da terra e a escravidão a que eram submetidos os que não pagassem a sexta parte de sua produção pelo arrendamento de terras por endividamento através da chamada lei Seixatéia (seisáktheia ), fixou impostos de acordo com as classes, dividiu a sociedade pelo critério censitário isto é, o exercício dos direitos políticos de acordo com o valor dos impostos pagos.

Dividiu a sociedade em 4 classes, fundada na riqueza individual e não no nascimento: pentakosio médimnoi, hippeis (cavaleiros), zeugitai (camponeses) e tetas. Todas as classes poderiam votar na Assembléia – Eclésia .

Page 14: Solon

Sólon

Criou o tribunal de justiça popular – hélia – cujos membros eram recrutados por sorteio entre os cidadãos. Retirou a poder do aerópago e deu a um conselho de 400 membros. Fixou o direito do estado em castigar todos os delitos, além de estabelecer que as leis devem ser as mesmas para todos.

Fez reformas abrangentes sem conceder aos grupos revolucionários e sem manter os privilégios dos eupátridas.

Cria a Eclésia (assembléia popular). Participaria da Eclésia homem maior de 30 anos, não escravo, ateniense de pai e mãe.

A participação não é mais por nascimento, agora ela é censitária ou seja, de acordo com o rendimento anual. Sólon concedeu aos mais pobres a participação nas assembléias e nos tribunais,

Reduziu o montante dos juros e desvalorizou a moeda, aboliu o direito de primogenitura, admitiu o direito sucessório das mulheres, institui o testamento, abolia a escravidão por dívida e a venda e filhos como escravos.

Page 15: Solon

Sólon

Suas atitudes, no entanto, desagradaram a aristocracia, que não queria perder seus privilégios oligárquicos, e ao povo, que desejava mais que uma política censitária, a promoção de uma reforma agrária.

Não são poucas as objeções feitas ao governo de Sólon.

Há, principalmente tendo em vista as reformas de Clístenes, uma dificuldade em se considerar o arcontado soloniano uma democracia, pois o direito de assumir os cargos políticos é proporcional ao nível censitário, e, embora tenha abolido a escravidão por dívidas, não fez a partilha de terras, mas limitou a aquisição de terras.

Segundo a tradição, foi também responsável pela reconquista da ilha de Salamina, que estava dominada pelos megarenses.

Page 16: Solon

Sólon

Foi o responsável por legalizar, pela primeira vez na história, alguns aspectos da prostituição.A medida visava facilitar os impulsos sexuais do homem, uma vez que o adultério era castigado com a pena de morte.

As prostitutas eram escravas estrangeiras, pois as mulheres livres de Atenas não podiam entrar nessa vida.As prostitutas gregas eram divididas de acordo com seus dotes físicos, intelectuais e habilidades amorosas. Algumas eram respeitadas e famosas. "As únicas mulheres da sociedade ateniense que podiam administrar seus próprios negócios e andar pela rua em qualquer lugar e a qualquer hora", conforme texto da historiadora. A prostituição foi reconhecida oficialmente a partir do século III a.C.

Instituiu ele também a limitação da quantidade de terras que cada indivíduo deveria possuir -reforma agrária-, o ensino obrigatório de um ofício às crianças e a instituição de um tribunal supremo em que o júri deveria ser composto por sorteio. Este regime foi chamado do plutocracia (governo dos ricos).

Page 17: Solon

Sólon

A plutocracia ateniense não cessou os conflitos sociais, apenas amenizou-os muito temporariamente.

Como o critério de riqueza passou a definir direitos, os novos ricos ascenderam ao mando ateniense, o que desagradou aos aristocratas, que reagiram tomando o poder pela força (ilegalmente) e instalando a tirania.

Depois de instituir o seu governo, Sólon foi numa espécie de auto-exílio, viajando pelo Egito, o Chipre e a Lídia para evitar cair na tentação de tomar o poder de Atenas e se tornar num tirano (elevado ao poder por meios ilegais). Ainda no século VI, no ano de 560 aC, um tirano assume o poder em Atenas. Seu nome é Pisístrato.

Pisístrato é um reflexo das lutas sociais que vinham se desenvolvendo. Seu governo baseava-se nas classes médias e baixas.

Este tirano exilou vários aristocratas e confiscou vários latifúndios, distribuindo-os aos sem-terra. Seus atos tirânicos, paradoxalmente, alicerçaram a futura democracia ática, amenizando as diferenças sociais em Atenas.

Page 18: Solon

Sólon

Pisístrato demonstrou muito respeito por Sólon, embora ainda não se saiba se foi graças à sua intervenção política ou ao caso amoroso dos dois.

Pisístrato administrou com justiça e acerto, respeitando as leis de Sólon e procurando melhorar as condições dos menos favorecidos.

A ele se atribui a iniciativa de determinar a compilação das obras de Homero.

Pouco tempo depois do seu regresso, em 558, antes de morrer, Sólon tentou se opor à tirania de Psístrato e nesse tempo, segundo a sua própria frase, tornou-se feliz:

“Que nenhum homem seja dito feliz antes da sua morte. Até lá não é feliz, apenas afortunado.”

Herodoto, História, Livro I

Page 19: Solon

Sólon

BIBLIOGRAFIA:

http://greek.hp.vilabol.uol.com.br/Atenas-espart.htm

http://www.culturabrasil.pro.br/politicanagrecia.htm

http://www.usp.br/jorusp/arquivo/1999/jusp488/manchet/rep_res/rep_int/cultura1.html

http://64.233.167.104/search?q=cache:BTNCT37FeIcJ:www.tj.rs.gov.br/institu/memorial/RevistaJH/vol2n3/04-