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Setor de Compras e Licitaçõ[email protected] – [email protected]
Rua Professor Francisco Manoel do Nascimento, 15 - Camanducaia – MGCEP 37650 000 - Telefone 35 3433 1323 - Fax 35 3433 2100
CNPJ/MF 17.935.396/0001- 61
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RESPOSTA À IMPUGNAÇÃO AO EDITALPROCESSO 230/2015
PREGÃO 143/2015
Trata-se de procedimento licitatório, modalidade Pregão Presencial, cujo objeto é a REGISTRO DE PREÇOS para EVENTUAL E FUTURA CONTRATAÇÃO DE TRANSPORTE ESCOLAR E LINHA ESPORÁDICA – PARA O EXERCÍCIO DE 2016, para atender a Diversas Secretarias;
A licitante DJ TRANSPORTES LOCAÇÃO E TURISMO LTDA, na pessoa de seu representante legal, impetrou Impugnação ao Edital 143/2015, intempestivamente.
DA TEMPESTIVIDADE
A doutrina aponta como pressuposto dessa espécie de recurso administrativo, cuja existência concreta deve ser preliminarmente aferida: a manifestação de tempestividade, a inclusão de fundamentação e de pedido de reforma do instrumento convocatório.
O Decreto nᵒ3555/00, em seu art. 12, assim disciplinou:
Art. 12. Até dois dias úteis antes da data fixada para recebimento das propostas, qualquer pessoa poderá solicitar esclarecimentos, providências ou impugnar o ato convocatório do pregão.
§ 1º Caberá ao pregoeiro decidir sobre a petição no prazo de vinte e quatro horas.
§ 2º Acolhida a petição contra o ato convocatório, será designada nova data para a realização do certame.
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O certame aconteceria no dia 06/01/2016 (quarta-feira) às 9 horas, e a impugnação foi protocolada no dia 04 de Janeiro de 2015 (segunda-feira), ou seja, intempestivamente.
Sobre a contagem dos prazos para impetrar a medida, nos ensina a doutrina:
“Em princípio deve-se ter claro o marco para a contagem da data limite para a oferta de impugnação ou esclarecimentos. Este marco é a data de recebimento das propostas ou da realização da sessão. Este dia está excluído da contagem do prazo, por força do disposto no art. 110 da lei regência do pregão. Daí (para trás), contam-se dois dias úteis (ou três, para esclarecimentos em pregão eletrônico) como limite para o recebimento de impugnações e esclarecimentos.
(...) OmissesDemonstremos a situação como segue, de modo hipotético,
imaginando um calendário qualquer, onde o dia 27 (sexta-feira) seja o dia da sessão do pregão. Se pensarmos em impugnação (prazo de 2 dias úteis), o prazo para sua apresentação será o dia 24 terça-feira. Pelas regras já citada, exclui-se o dia do evento (dia do início da contagem que, no caso, é inversa como dissemos). Os dias úteis são de consequência, 26 e 25. E por certo que tais dias devem ser contados em dias integrais. Então o prazo fatal para impugnar seria o dia 24.”1
Analisando o nosso caso concreto o prazo final para impetrar a impugnação seria o dia 30 de Dezembro de 2015, visto os feriados subsequentes.
DOS FATOS
1 SANTANA, Jair Eduardo. Pregão presencial e eletrônico: sistema de registro de preços: manual de implementação, operacionalização e controle. 4 ed. rev.e atal. Belo Horizonte. Fórum.2014.
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A impugnante alega que a utilização do sistema de registro de preços seria inadequado e que as linhas 1, 2 e 3 necessitariam ser remanejadas na quantidade de lugares nos veículos.
É a síntese dos fatos.
DO MÉRITO
Para responder ao questionamento foi solicitado o auxílio dos envolvidos na contratação, dentre eles a Secretaria de Educação e o Setor de Frotas.
O pedido de impugnação da empresa foi fundamentado em entendimento de uma analista do Tribunal de Contas do Estado de Minas Gerais e não de um Conselheiro, onde apesar de haver esse entendimento, existem correntes divergentes sobre a aplicação dentro do próprio órgão, visto que na III Conferência de Controle Externo, ao se tratar sobre o planejamento o Egrégio Tribunal aconselhou a utilizar o registro de preços, conforme comprova o doc. 01.
Vale ressaltar que existem posicionamentos contrários como o do Tribunal de Contas de Pernambuco que aconselha os transportes escolares a serem feitos por meio do SRP, além de que o próprio Tribunal de Contas de Minas Gerais utiliza o Sistema de Registro de Preço para a contratação de serviços contínuos como demostra o PRC 02/14 ao contrário do entendimento exposto pela impugnante. Há também que se falar no fato de diversos municípios utilizarem do SRP para contratação de transporte escolar, como demonstram alguns editais.
Quanto a possibilidade de utilização do Sistema de Registro de Preços, primeiramente é necessário trazer a baila a letra da lei.
Art. 3º O Sistema de Registro de Preços poderá ser adotado nas seguintes hipóteses:
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I - quando, pelas características do bem ou serviço, houver necessidade de contratações frequentes;
II - quando for conveniente a aquisição de bens com previsão de entregas parceladas ou contratação de serviços remunerados por unidade de medida ou em regime de tarefa;
III - quando for conveniente a aquisição de bens ou a contratação de serviços para atendimento a mais de um órgão ou entidade, ou a programas de governo; ou
IV - quando, pela natureza do objeto, não for possível definir previamente o quantitativo a ser demandado pela Administração.
Os incisos do art. 3º não são cumulativos assim, enquadradas em uma das hipóteses, o registro de preços poderá ser utilizado. O inc. II diz:
II - quando for conveniente a aquisição de bens com previsão de entregas parceladas ou contratação de serviços remunerados por unidade de medida ou em regime de tarefa;
Os serviços em questão são pagos por Quilometragem, que consiste inquestionavelmente em uma unidade de medida, estando assim enquadrado nos termos da legislação, possibilitando assim a utilização do Registro de Preços.
Assim, caso o entendimento é que o inciso IV não se aplique, o transporte escolar se enquadraria no inciso II por ser pago por quilometragem estando enquadrado nas hipóteses de utilização do SRP.
Quanto ao inciso IV, vejamos.
IV - quando, pela natureza do objeto, não for possível definir previamente o quantitativo a ser demandado pela Administração.
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A natureza do objeto em questão consiste no transporte escolar, este que é um serviço extremamente mutável, visto que ser objeto de diversos imprevistos e no caso concreto da administração, estamos buscando meios de se economizar com tais gastos.
Ademais, a estimativa feita para se realizar a licitação é feita antes de se fecharem os períodos de matricula, tomando por base o fechamento do ano anterior e as novas matriculas já realizadas, ficando muitas vezes às margens do que será a realidade no momento da execução dos serviços.
O município de Camanducaia é um dos maiores em extensão territorial do sul do Estado de Minas Gerais, contando com diversos bairros rurais e todos eles muito extensos, com isso é planejado o transporte conforme a realidade ao final do ano anterior, porém com as novas matriculas é possível que crianças moradoras de partes mais remotas de algum bairro não necessite mais do transporte escolar para determinada escola, ou até mesmo o inverso um bairro em que não havia necessidade de circular por tantas estradas vicinais devido a mudança de alunos o transporte passe a circular por uma quilometragem muito maior.
Existem algumas adversidades que fazem com que o transporte precise ser desviado por um caminho maior em situações especificas para que o serviço possa ser realizado, gerando assim um aumento na quilometragem inicialmente prevista.
Durante o ano existem muitas famílias que se mudam na zona rural para que possam manter o seu sustento, como a agricultura é uma atividade sazonal enquanto determinado produto está em sua época de cultivo e colheita a família reside em determinado bairro rural, passada essa época a família muda-se para outro bairro, trabalhando no cultivo de diverso produto. Assim o planejamento muitas vezes fica além ou aquém do realmente executado.
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Com a mudança dos alunos as linhas podem ser prejudicadas, visto que o aumento em de alunos em determinada linha pode fazer com que determinado veículo não comporte mais o transporte, ao exemplo de uma linha com um veículo com capacidade para 30 alunos já estar com sua lotação máxima e uma família com 3 filhos em idade escolar muda-se para o bairro e passa a necessitar do transporte escolar, com isso a descrição do serviço não mais atenderia a necessidade da população e nos termos da lei de licitações não seria possível alterar o veículo que efetua o transporte por outro maior, sob pena de incorrer nos crimes da lei de licitações.
A única medida legal que a administração poderia tomar é proceder novo processo licitatório, com a utilização de um veículo maior, e excluir aquele item, fazendo novo processo licitatório para nova linha. Para que o município possa usar deste recurso a licitação teria de ter sido feita por intermédio do Sistema de Registro de Preços.
Isso pode ser provado conforme relatório do sistema, onde diversas linhas restaram com saldo, mesmo havendo uma programação prévia.
Para o ano de 2016, visando a melhor fiscalização e acompanhamento da execução dos serviços de transporte escolar, foi estabelecido no edital que as empresas deverão permitir que instalasse rastreadores nos veículos, para que se possa aferir com precisão as rotas percorridas e a quilometragem devidamente executada.
Isto se fez necessário devido a diversas reclamações de desvio de rotas e trocas de veículos, porém a administração não possuía meios de comprovar tais fatos, sendo o uso de tais equipamentos irá sanar estes e outros problemas.
Com o uso dos rastreadores a administração pretende acompanhar e fiscalizar todo o trajeto de perto, reavaliando as rotas atuais e fazendo as alterações
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que forem pertinentes para gerar economia aos cofres públicos e melhorar as condições e a segurança no transporte escolar, com isso podem ocorrer mudanças nos trajetos o que faria com que a linha fosse excluída, para dar lugar a uma nova linha que seria licitada.
Para a melhoria dos serviços e economia de gastos foi contratada uma empresa para realizar o gerenciamento das frotas, dentre os serviços prestados pela empresa está a revisão das linhas de transportes escolar, onde será feito o levantamento para otimizar o transporte, onde a empresa apontará as mudanças que serão necessárias, assim o registro de preços permitira manter as linhas que estiverem corretas e cancelar as linhas que necessitarem de mudanças.
Outro ponto que demonstra a impossibilidade de previsão é o fato de o município pretender comprar veículos para realizar o transporte pelos seus próprios meios, com isso algumas linhas seriam excluídas para que o município realizasse o transporte sem a necessidade de terceirização.
Ocorre atualmente que a frota municipal não é suficiente para atender a toda a demanda, o que faz necessária a contratação do transporte escolar por meio de empresas, o município tem tentado de todas as formas conseguir veículos para diminuir as terceirizações, um dos meios vem sendo a inscrição do município no PAR junto ao FNDE para que consiga recursos financeiros através do Programa Caminhos da Escola.
No ano de 2013 conseguimos receber 03 ônibus por este meio, sendo que no ano 2015 foram inscritos e deferidos os pedidos de mais 07 veículos na tentativa de sermos contemplados, devido a crise econômica que afeta o nosso país e a diminuição de repasses, o município não foi contemplado no ano de 2015, agora aguardamos a abertura do PAR 2016 para tentarmos novamente receber tais veículos já deferidos.
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Caso o município seja contemplado e venhamos a receber o recurso para a aquisição dos ônibus, mais linhas terão de ser cortadas para a execução direta pelo município, motivo pelo qual é necessária a realização pelo SRP.
O município estuda ainda formas de adquirir veículos por meio de recursos próprios, caso consiga seu objetivo, conseguiremos diminuir as linhas e gerar economia.
Expostos todos os fatos, fica claro que o município procura meios de diminuir o transporte terceirizado de alunos para gerar economia de recursos públicos, portanto, algumas linhas podem ser excluídas ou modificadas, as linhas que venham ser modificadas teriam de passar pelo pleito de novo processo licitatório, mas todos estes casos os itens seriam cancelados.
Na contratação sem o Sistema de Registro de Preços o Município seria obrigado a manter o contrato até atingir 75% que poderiam ser suprimidos nos termos da Lei 8.666/93, já com a utilização da Ata de Registro de Preços, decorrente do Sistema de Registro de Preços o município não possui obrigatoriedade de contratar, podendo a qualquer momento cancelar os itens que não possui mais interesse ou que necessitem ser mudados, visto o interesse público e o principio da eficiência.
Analisando a natureza do objeto e as condições fáticas do caso concreto, está nítido que o serviço é de natureza imprevisível, com isso a estimativa pode ser sempre prejudicada, sendo que a estimativa do quantitativo inicial pode ser feita, porém, existem diversas circunstância que fazem ou podem fazer com que a estimativa não seja cumprida.
Vale ressaltar que não há como dizer que a quantidade é determinada, quando o serviço a que se refere o quantitativo é de natureza mutável e imprevisível.
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O termo da lei é claro, deve-se observar a natureza dos serviços, e como foi demonstrado pelas circunstâncias atuais para a esta administração os serviços de transporte escolar são imprevisíveis e mutáveis, assim não é possível definir previamente os quantitativos.
Outro ponto relevante para aplicação do Sistema de Registro de Preços é a questão orçamentária, a licitação feita com tal prerrogativa permite que os empenhos sejam feitos por estimativa, como os recursos para o pagamento do transporte escolar são recebidos de forma parcelada, no começo do ano não há saldo financeiro para que os empenhos sejam feitos em sua totalidade, assim é possível se empenhar o saldo financeiro existente no momento da contratação e depois realizar pequenos empenhos conforme o restante dos recursos vão sendo recebidos.
Com isso é possível atender a Lei de Responsabilidade Fiscal, evitar o fracionamento de despesas, diminuir os custos com processos desnecessários, gastos com publicações e manter um contrato maior com um preço menor do que se fazer 02 contratos com o preço maior durante o ano.
Assim demonstra ser a medida mais econômica e segura, atendendo aos princípios que regem as licitações públicas.
A doutrina fala sobre a aplicação do Sistema de Registro de Preços:
“O SRP é utilizado para a aquisição futura de objetos individualmente maios simples de uso comum da Administração e que não necessitem de descrições complexas, sendo procedida de ampla pesquisa de mercado. Será adotado preferencialmente nos seguintes casos:
a) Aquisição de bens, produtos e serviços, para os quais, pelas suas características, haja necessidade frequente de suas contratações;
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b) For mais conveniente a aquisição de bens ou de produtos com previsão de entregas parceladas ou contratação de serviços necessários à Administração para o desempenho de suas atribuições;
c) For conveniente a aquisição de bens ou de produtos ou a contratação de serviços para atendimento a mais de um órgão ou entidade, ou a propaganda de governo;
d) Se, em razão da natureza do objeto, não for possível definir previamente o quantitativo a ser demandado pela Administração;
e) Em razão da otimização dos estoques, e f) Idem no tocante aos orçamentos”2
No entendimento doutrinário qualquer serviço essencial para que o município efetue as suas atribuições seria passível de ser feito pelo Sistema de Registro de Preços, o que acontece no caso em tela visto que o transporte escolar é de atribuição do município, além dos casos de otimização de orçamentos.
Quanto ao questionamento dos veículos e a capacidade de alunos, primeiramente é necessário esclarecer que o período de matriculas não está fechado, não podendo a empresa fazer tais afirmações, em contato com a escola Araucária, a mesma enviou a lista de alunos que utilizarão o transporte escolar até o presente momento, onde contam:
Linha 01 - 19 alunos Linha 02 - 26 alunos Linha 03 - 09 alunos
As informações enviadas pela escola são condizentes com os relatórios de transportes enviados pelas empresas que prestavam os serviços em 2015, dentre elas a impugnante, estando assim corretas as informações.
2 SANTANA, Jair Eduardo. Pregão presencial e eletrônico: sistema de registro de preços: manual de implementação, operacionalização e controle. 4 ed. rev.e atal. Belo Horizonte. Fórum.2014.
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Assim não há necessidade de reduzir números de lugares nas linhas, pois todos os pontos estão com margem de segurança para novas matriculas e nem de ampliar as linhas visto que todas as quantidades de lugares estão de acordo com a necessidade da comunidade.
DECISÃO
Assim o presente pedido de impugnação não será conhecido ante a sua intempestividade, julgando pela Improcedência do pedido, sendo mantido o Edital no Sistema de Registro de preços por se tratar de serviço remunerado conforme a unidade de medida e pelo serviço por sua natura imprevisível prejudicando a fixação prévia de quantitativos, quanto a distribuição das linhas 01, 02 e 03 entendemos pela manutenção da descrição por ser condizentes com a realidade do município e a necessidade da comunidade, com base nos Princípios da Economicidade e Eficiência, visto que se alterado o edital, causaria prejuízo a administração e aos alunos que necessitam de transporte escolar.
Retome-se o Edital 143,/15 com a nova publicação, respeitando-se os prazos legais.
Intime-se.
Camanducaia 07 de Janeiro de 2016.
José de OliveiraPregoeiro Municipal
Edmar Cassalho Moreira Dias
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Prefeito Municipal