software livre: por que usar?

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Curso de Bacharelado em Sistemas de Informação 1 Software Livre: Por que usar? José do Nascimento Sousa 1 , Diego Pereira de Sousa 2 , Elizabeth d´Arrochella Teixeira 3 Brasília, DF - junho/2011 Resumo: Este trabalho apresenta o conceito histórico e o desenvolvimento do Software Livre, bem como as licenças no qual é distribuído, além da diferença entre esse tipo de sistema em relação ao software de código aberto, domínio público e também modelos de distribuição. Suas vantagens e dificuldades encontradas na utilização deste software que está sendo disseminado na área da Tecnologia. Palavras-chave: Sistemas de Informação. Software Livre. UNIX. GNU GPL. Open Source. Software em domínio público. 1. Introdução Segundo Almeida (2000) com o passar do tempo a sociedade está cada vez mais dependente do uso de computadores, essa dependência se deve ao fato de que com o uso de sistemas de informação, suas rotinas passaram a ser mais fáceis e ágeis, tornando automatizado o que antes era feito manualmente. O grande problema é o alto custo atribuído aos softwares mais utilizados, chamados de Software Proprietário (Software pago). Grandes empresas praticamente monopolizam seus sistemas operacionais, obrigando assim pessoas a pagarem fortunas pelos seus programas e se tornarem dependentes de suas atualizações. Ainda segundo Almeida (2000) para um mundo onde essa dependência não para de crescer, é imprescindível que tenhamos em mãos uma alternativa para suprir nossas necessidades, e é ai que entra os chamados Softwares Livre. Segundo Hexsel (2002) desde 1997 o uso do Software Livre tem aumentado, assim como reportagens freqüentes na mídia não especializada. O fenômeno é apresentado como novidade, mas na verdade o processo de desenvolvimento de programas para serem distribuídos como software livre tem sua origem na década de 60. Desde então seu desenvolvimento foi crescente, com períodos de maior produtividade em meados da década de 80, com o movimento que defende o uso do software livre e assim até os dias de hoje. Segundo Campos (2006), software livre é aquele cujo autor distribui e outorga a todos a liberdade de uso, cópia, alteração e redistribuição de sua obra sem restrições. 1 Aluno do curso de Bacharel em Sistemas de Informação, [email protected] 2 Aluno do curso de Bacharel em Sistemas de Informação, [email protected] 3 Mestra em Gestão do Conhecimento e Tecnologia da Informação, Professora no curso de BSI da Faculdade Alvorada, [email protected]

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Este trabalho apresenta o conceito histórico e o desenvolvimento do Software Livre, bem como as licenças no qual é distribuído, além da diferença entre esse tipo de sistema em relação ao software de código aberto, domínio público e também modelos de distribuição. Suas vantagens e dificuldades encontradas na utilização deste software que está sendo disseminado na área da Tecnologia

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Software Livre: Por que usar?

José do Nascimento Sousa1,

Diego Pereira de Sousa2, Elizabeth d´Arrochella Teixeira3

Brasília, DF - junho/2011

Resumo: Este trabalho apresenta o conceito histórico e o desenvolvimento do Software Livre, bem como as licenças no qual é distribuído, além da diferença entre esse tipo de sistema em relação ao software de código aberto, domínio público e também modelos de distribuição. Suas vantagens e dificuldades encontradas na utilização deste software que está sendo disseminado na área da Tecnologia. Palavras-chave: Sistemas de Informação. Software Livre. UNIX. GNU GPL. Open Source. Software em domínio público. 1. Introdução

Segundo Almeida (2000) com o passar do tempo a sociedade está cada vez mais dependente do uso de computadores, essa dependência se deve ao fato de que com o uso de sistemas de informação, suas rotinas passaram a ser mais fáceis e ágeis, tornando automatizado o que antes era feito manualmente. O grande problema é o alto custo atribuído aos softwares mais utilizados, chamados de Software Proprietário (Software pago). Grandes empresas praticamente monopolizam seus sistemas operacionais, obrigando assim pessoas a pagarem fortunas pelos seus programas e se tornarem dependentes de suas atualizações.

Ainda segundo Almeida (2000) para um mundo onde essa dependência não

para de crescer, é imprescindível que tenhamos em mãos uma alternativa para suprir nossas necessidades, e é ai que entra os chamados Softwares Livre.

Segundo Hexsel (2002) desde 1997 o uso do Software Livre tem aumentado, assim como reportagens freqüentes na mídia não especializada. O fenômeno é apresentado como novidade, mas na verdade o processo de desenvolvimento de programas para serem distribuídos como software livre tem sua origem na década de 60. Desde então seu desenvolvimento foi crescente, com períodos de maior produtividade em meados da década de 80, com o movimento que defende o uso do software livre e assim até os dias de hoje. Segundo Campos (2006), software livre é aquele cujo autor distribui e outorga a todos a liberdade de uso, cópia, alteração e redistribuição de sua obra sem restrições.

1 Aluno do curso de Bacharel em Sistemas de Informação, [email protected]

2 Aluno do curso de Bacharel em Sistemas de Informação, [email protected]

3 Mestra em Gestão do Conhecimento e Tecnologia da Informação, Professora no curso de BSI da Faculdade

Alvorada, [email protected]

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Segundo Hexsel (2002) a liberdade para usar, copiar, modificar e redistribuir software confere uma série enorme de vantagens sobre o software proprietário. A mais importante delas é a disponibilidade do código fonte, porque isto evita que os usuários se tornem reféns de tecnologias proprietárias. Além desta, as vantagens técnicas são também consideráveis. Ainda segundo Hexsel (2002) a liberdade de uso e alteração só é viabilizada pela distribuição dos programas na forma de texto legível por humanos, ou seja, pelo seu código fonte e em formato que pode ser executado por um computador, o autor do programa também outorga a liberdade para que outros programadores possam modificar o código original e redistribuir versões modificadas. 2. Tema e Justificativa Esse artigo tem como base, trazer informação sobre o software livre, conceitos, tipos de licenças, suas vantagens, sua aplicação em empresas privadas e órgãos do governo. Em suma, mostrar por meio dessas informações, o porquê de usar software livre. 3. Objetivos Mostrar os conceitos do Software livre, os tipos de licenças e suas aplicações. Relatar os benefícios e resultados perante a nova tendência que de acordo com Carvalho (2002), em seu artigo “Na trilha do Free Software”, está ganhando mais adeptos, tanto para usuários comuns, universidades e empresas. Serão mostradas, também, diferenças entre software livre e código aberto, além da diferença com o software de domínio público. 4. O Software Livre 4.1. Pequeno histórico De acordo com Luz (2007) na década de 50 e 60, praticamente não se considerava a hipótese de vender softwares, eles eram gratuitos e livremente distribuídos em formato fonte, pois existiam poucos computadores no mundo e o valor real estava na máquina em si e não nos programas. Com o grande crescimento da informática, criação de empresas de TI e a demanda que surgiu com a disseminação dos computadores, fizeram com que esse método de desenvolvimento baseado na liberdade e cooperação não fosse suficiente, e assim as empresas do setor começaram a vender os softwares separados das máquinas, gerando uma indústria bilionária que começou a buscar mecanismos de proteção de propriedade intelectual como direitos autorais e patentes, para se proteger da acirrada concorrência e garantir suas vantagens competitivas. Em 1969, foi desenvolvido pela AT&T, o sistema Unix. O uso deste sistema era gratuito para o uso acadêmico, sendo cobrado apenas uma taxa para o uso comercial. Assim, ele cresceu rapidamente. Entretanto, no início dos anos 80, a AT&T mudou sua política de comercialização e restringiu a liberdade de modificação do código fonte e o termo Unix passou a ser reservado unicamente para a sua

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própria versão. Do outro lado, em resposta, diversas empresas de TI como IBM, HP e Sun começaram a desenvolver suas próprias versões proprietárias que eram e são distribuídas em código binário.

Segundo CAMPOS (2006) o movimento que defende o uso dos softwares

livre começou na década de 80 com o Projeto GNU fundado por Richard Stallman. De acordo com Hexsel (2002) Stallman, frustrado com a crescente

comercialização dos softwares, pediu demissão do Massachusetts Institute of Technology (MIT), onde trabalhava como programador, para trabalhar no desenvolvimento de um sistema operacional completo a ser distribuído como software livre. Este sistema seria chamado de GNU (GNU‟s not Unix, é isofônico à palavra Inglesa new) e seria composto por um sistema operacional e uma série de aplicativos e utilitários. O projeto GNU foi desenvolvido no ambiente Unix porque este era o sistema tecnicamente mais avançado e estava disponível para várias plataformas. Em 1984, Stallman publicou o Manifesto GNU, onde definiu o que se entende por software livre e solicitou a participação de outros programadores na enorme tarefa a que se propunha. Ainda segundo Hexsel (2002) origina-se a partir do Projeto GNU a Free Software Foundation (FSF), liderada por Stallman. No início da década de 90, já tinha sido desenvolvido a maior parte das ferramentas de apoio, faltando o núcleo do sistema operacional. Neste mesmo período, Linus Torvalds, disponibiliza na internet o código fonte de um núcleo de sistema operacional, desenvolvido por ele, batizado de Linux. Torvalds solicita a colaboração de outros programadores para que estes desenvolvessem as partes ainda faltantes. A resposta foi entusiástica e em menos de dois anos Linux já havia se tornado um sistema razoavelmente estável. Os esforços da FSF e da comunidade Linux foram conjugados e o sistema GNU/Linux passou a ser distribuído e desde então vem sendo continuamente desenvolvido e aperfeiçoado. Também nos anos 90, segundo Silva (2009) o software livre passou a ser uma alternativa popular para servidores Web, o Servidor Apache tornou-se o servidor Web mais utilizado. Sistemas baseados no Linux, com servidor Apache, SGBD MySQL e PHP tornaram-se conhecidas como sistemas LAMP. (Open Source).

Em 1997, Eric Raymound publicou o artigo “A Catedral e o Bazar”, uma análise reflexiva sobre os princípios do software livre. Conforme Silva (2009) relata que o artigo influenciou fortemente a decisão da Netscape de, em 1998, disponibilizar seu navegador (hoje conhecido como Mozilla Firefox) como software livre.

A Netscape, Raymound e outros passaram a buscar alternativas para aproximar a indústria do software comercial aos princípios do software livre. Foi assim que em Fevereiro de 1998 fundou-se a Open Source Initiative (OSI).

Stallman e a FSF discordaram da abordagem da nova organização por achar que a filosofia da liberdade e os valores sociais defendidos haviam sido deixados de lado em favor de um modelo centrado nos benefícios práticos da adoção do modelo livre.

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No entanto, Stallman considera a OSI uma aliada na luta contra o software proprietário.

4.2. O que é software Livre?

Hexsel (2002) destaca que software livre é aquele em que o usuário pode usar, copiar e distribuir, pode ser o original ou com alterações gratuitamente ou com custos. O ponto fundamental para ser livre é ter seu código fonte acessível para análises, alterações e distribuição pelos seus usuários.

Hexsel (2002) ainda ressalta a importância de não confundir software livre com software grátis, pois, a liberdade associada ao software livre de copiar, modificar e redistribuir, independe de gratuidade. Existem programas que podem ser obtidos gratuitamente, mas que não podem ser modificados, nem redistribuídos. Portanto, o usuário pode ter pago para receber cópias de software livre, ou pode ter obtido cópias sem nenhum custo. Mas independente de como foi obtido a cópia, o usuário sempre tem a liberdade de copiar e modificar o software, ou mesmo de vender cópias.

Software Livre é uma questão de liberdade, não de preço. (Silva, 2009, p.4).

De acordo com Campos (2006) um software só pode ser considerado livre se possuir 4 tipos de liberdade, são elas: Liberdade Nº 0 - A liberdade de executar o programa, para qualquer propósito. Liberdade Nº 1 - A liberdade de estudar como o programa funciona, e adaptá-lo para as suas necessidades. Liberdade Nº 2 - A liberdade de redistribuir cópias de modo que você possa ajudar ao seu próximo. Liberdade Nº 3 - A liberdade de aperfeiçoar o programa, e liberar os seus aperfeiçoamentos, de modo que toda a comunidade se beneficie. Para as liberdade 1 e 3 o acesso ao código fonte é um pré-requisito. Segundo Campos (2006) o usuário deve ter a liberdade de fazer modificações e usá-las privativamente no seu trabalho ou lazer, sem nem mesmo mencionar que elas existem. Se o usuário publicar as modificações, não é obrigado a avisar a ninguém em particular, ou de nenhum modo em especial. Ainda segundo Campos (2006) a liberdade de utilizar um programa significa a liberdade para qualquer tipo de pessoa, física ou jurídica, utilizar o software em qualquer tipo de sistema computacional, para qualquer tipo de trabalho ou atividade, sem que seja necessário comunicar ao desenvolvedor ou a qualquer outra entidade em especial.

4.2.1 O que é Código Aberto (Open Source)? Segundo a OSI, open source não significa apenas acesso ao código-fonte. Os principais termos de distribuição de software open-source deve cumprir os seguintes critérios: 1. Redistribuição livre A licença não deve restringir nenhuma parte de vender ou doar o software como um

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componente de uma distribuição agregada de software contendo programas de várias fontes diferentes. A licença não deve exigir um royalty ou outra taxa para tal venda. Justificativa: Ao restringir a licença para exigir redistribuição livre, nós eliminamos a tentação de jogar fora muitos ganhos a longo prazo, a fim de fazer alguns dólares a curto prazo de vendas. Se não fizéssemos isso, haveria muita pressão para colaboradores de defeito. 2. Código-fonte O programa deve incluir código fonte e deve permitir a distribuição em código fonte, bem como em formato compilado. Onde alguma forma de um produto não é distribuído com código fonte, deve haver um meio bem divulgado de obter o código-fonte de não mais do que um custo de reprodução razoável de preferência, o download via Internet sem custos. O código fonte deve ser a forma preferida no qual um programador modificaria o programa. Código fonte deliberadamente ofuscado não é permitido. Formas intermediárias como a saída de um pré-processador ou tradutor não são permitidas. Justificativa: É necessário acesso a un-obfuscated código fonte, porque você não pode evoluir programas sem modificá-los. Uma vez que nosso propósito é fazer com que a evolução fácil, exigimos que a modificação ser feita fácil. 3. Obras derivadas A licença deve permitir modificações e trabalhos derivados e deve permitir que estes sejam distribuídos sob os mesmos termos que a licença do software original. Justificativa: A simples capacidade de ler fonte não é suficiente para suportar análise independente pelos pares e de selecção evolutiva rápida. Para a evolução rápida para acontecer, as pessoas precisam ser capazes de experimentar e modificações redistribuir. Ainda segundo a OSI existem mais 7 termos de distribuição do Open Source, sendo eles: Integridade do autor do código-fonte; Não discriminação contra pessoas ou grupos; Não discriminação contra áreas de atuação; Distribuição da licença; Licença não específica a um produto; Licença não restritiva a outros programas; Licença neutra em relação à tecnologia. 4.3. Software Livre (Free Software) X Código Aberto (Open Source)

Para Filho et al (2005) os princípios do software livre (SL) quanto ao de código aberto (CA), fundamentam-se nas premissas básicas que são a de liberdade de expressão, acesso à informação e do caráter eminentemente coletivo do conhecimento, o software é mais uma forma de representar e organizar o conhecimento, sendo assim é um bem comum que deve ser construído e disponibilizado democraticamente, e não privatizado, ou seja, sua difusão e uso devem ser livres.

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Ainda segundo Filho et al (2005) mesmo SL e CA fazerem parte do mesmo tema que é a produção e uso de software não proprietário, são categorias distintas. Tanto um quanto o outro, são ativos que podem ou não ser monetizados e transacionados nos mercados, dependendo da situação. Uma vez que software livre não diz respeito à gratuidade, mas sim à liberdade. Liberdade essa que é basicamente a de modificar, reproduzir e utilizar livremente, desde que não se restrinja o uso e a capacidade de uso por outrem, sendo assim, enquanto a idéia de SL está vinculada a questões de garantia e perpetuação das liberdades citadas, as de CA estão mais ligadas a questões práticas de produção e negócio, como a agilidade no desenvolvimento do software através de comunidades abertas. Se um desenvolvedor criar um software utilizando trechos de software apresentado originariamente com uma licença de código aberto, poderá a seu critério, usar qualquer outra licença, inclusive “fechar” o código que é a não outorga dos direitos de origem (liberdade de utilização, cópia, modificação e redistribuição). Agora, se o trecho for de um software tido originariamente como livre (como a General Public License GPL), isso não ocorrerá, pois os direitos originais outorgados aos usuários devem supostamente ser propagados para as novas versões e trabalhos derivados criados a partir daquele original, impede, em tese, que se “feche” o código (FILHO et al, 2005).

Dizemos em tese porque nada impede que o próprio autor resolva, em algum momento, colocar seu desenvolvimento em uma outra licença, menos restritiva que aquela inicialmente registrada. O direito de autor sempre se sobrepõe, pelo menos no plano legal, aos muitos tipos de licenças que hoje são utilizadas em SL/CA. (FILHO et al, 2005, pg.4).

Para Campos (2006) o movimento Free Software e o movimento Open Source são como dois campos políticos dentro da comunidade de software livre, que mesmo discordando dos princípios básicos, concordam (mais ou menos) nas recomendações práticas. Assim, podem de fato, trabalharem juntos em diversos projetos específicos. O movimento Software Livre não ver o movimento Open Source como um inimigo e sim como parceiro contra o software proprietário. 4.4. Software livre X Domínio público

Campos (2006) fala que software livre é diferente de software em domínio público em dois casos. O primeiro, quando utilizado em combinação com licenças típicas (como as licenças GPL e BSD), garante os direitos autorais do programador/organização. O segundo caso acontece quando o autor do software renuncia à propriedade do programa e todos os direitos associados, e este se torna bem comum. Segundo Hexsel (2002) o software em domínio público (SDP) é um software sem copyright e ressalta que alguns tipos de cópias ou versões desses softwares podem não ser livres, pois, o autor do SDP permite que sejam impostas restrições adicionais na redistribuição do original ou de trabalhos derivados.

4.5. Licenças de Software Filho et al (2005) assim como software proprietário, o software livre também é baseado em licenças. Estas licenças têm a força de um contrato de adesão que para

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o usuário utilizar o software e os códigos, deve concordar e aceitar estas licenças. O usuário compromete-se a respeitar regras propostas pelo titular do software e pode ser processado no caso de descumpri-las (isto não o coloca na ilegalidade, a não ser que ele transgrida leis relacionadas ao direito de autor, ou de uma licença associada a patentes). São essas regras que definem se o software é livre, código aberto ou não-livre (proprietário). 4.5.1. Licenças freqüentemente utilizadas.

4.5.1.1. GPL – Licença Pública Geral GNU Conforme Hexsel (2002) a maioria das licenças de software livre são desenvolvidas para restringir a liberdade de uso e do compartilhamento. Já a Licença Pública Geral GNU tem como alvo garantir essa liberdade de compartilhar e alterar softwares de livre distribuição, tornando-os assim livres de fato para qualquer usuário. Este tipo de licença se aplica na maioria dos softwares existentes da FSF. Ainda segundo Hexsel quando falamos de softwares de livre distribuição, estamos nos referindo sobre liberdade e não a preço. A Licença Pública foi feita para afirmar a liberdade de distribuição de cópias de softwares, mas é possível cobrar por isso se for do interesse do distribuidor, o qual recebeu os códigos fonte e o modificou, código esse que pode ser reutilizado ou alterado para a criação de um novo programa. Mas para evitar o perigo de distribuidores obterem patentes individuais e se tornarem donos efetivos desse tipo de código foram feitas declarações expressas de que qualquer solicitação de patente deve ser feita permitindo o uso por qualquer indivíduo, sem a necessidade de licença de uso. 4.5.1.2. Licença BSD De acordo com Sabino e Kon (2009) a BSD License foi a primeira licença de software livre escrita, e a mais usada até hoje. Foi criada na Universidade da Califórnia em Berkeley para o sistema operacional da faculdade originado do UNIX chamado então de Berkeley Software Distribution. Esta licença é usado em muitos softwares licenciados de modo permissivo. Ainda conforme Sabino e Kon os principais motivos pelo qual a Licença BSD ter sido tão conhecida e usada, foi pela simplicidade de seu texto e pelo fato de ter sido adotado por um projeto amplamente disseminado. As únicas exigências desta licença são que o nome do autor original não seja utilizado em trabalhos derivados sem permissão, visando proteger sua reputação, dado que o autor pode não ter relação alguma com as modificações realizadas, e no caso de redistribuição do código fonte ou binário, modificado ou não, é necessário que seja mencionado o copyright original e os termos da licença.

4.5.1.3. A Licença MIT Conforme Sabino e Kon (2009) esta licença também é permissiva assim como a BSD. Ela foi desenvolvida pelo Massachusetts Institute of Technology (MIT), e

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também é conhecida como licença X11 ou X, por ter sido redigida para o X Window System, também desenvolvido pelo MIT em 1987. Seu texto é mais livre sobre os direitos que são transferidos, afirmando que qualquer pessoa que obtém uma cópia do software e seus arquivos de documentação associados, tem total direito de usar, copiar, modificar, mesclar, publicar, distribuir, sublicenciar e/ou vender cópias do software. Para tanto, existem algumas condições que incluem manter o aviso de copyright e uma cópia da licença em todas as cópias ou porções substanciais do software. Ainda segundo Sabino e Kon esta licença ainda possui uma cláusula que fala da ausência de garantias e responsabilidades parecendo à da licença BSD, protegendo assim os detentores do direito autoral de qualquer processo judicial relacionado ao software. 4.5.1.4. Licença Apache

De acordo com Sabino e Kon (2009), a licença apache hoje se encontra na

versão 2.0, e é utilizado por um dos projetos mais conhecidos de software livre, o servidor Web Apache. Esta também é uma licença permissiva, e na versão 1.1 possuía o texto bem parecido com o do BSD, porém dando ênfase à proteção da criação da marca apache. As condições para redistribuição do trabalho e seus derivados são: • incluir uma cópia da licença; • incluir avisos em todos os arquivos modificados informando sobre a alteração; • manter na fonte de trabalhos derivados todos os avisos de direitos autorais, patentes e marcas registradas que são pertinentes; • se o trabalho incluir um arquivo texto chamado “NOTICE”, então qualquer trabalho derivado distribuído deve incluir os avisos pertinentes contidos nesse arquivo da forma como está detalhado na licença.

4.5.1.5. Licença Mozilla

Ainda segundo Sabino e Kon (2009) A Mozilla Public License, ou MPL, foi

desenvolvida por uma das executivas da Netscape, Mitchell Baker. A licença Mozilla é considerada bem escrita e serviu como modelo para muitas licenças de software livre comerciais.

Conforme Sabino e Kon na licença Mozilla, as delimitações são bastante

claras: o código que é coberto pela licença deve ser redistribuído pelos termos da licença Mozilla, mas também pode ser utilizado em trabalhos maiores, que podem estar sob outra licença.

As definições dessa licença são as seguintes, mas algumas delas merecem atenção especial:

uso comercial - significa qualquer distribuição ou outra forma de deixar o software disponível, não se limitando ao uso por empresas;

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contribuidor - recebe uma definição especial nessa licença, diferindo-o tanto do desenvolvedor inicial como também dos usuários comuns que estão usando o projeto;

executável - é definido de forma ampla, como qualquer coisa que não é o código fonte;

código fonte - é definido em mais detalhes do que encontramos nas licenças vistas anteriormente. São permitidos patches e também comprimir o arquivo, desde que o software para descompressão esteja largamente disponível gratuitamente. 4.6. Conceitos de distribuição de Softwares Definições de algumas distribuições de softwares segundo Silva (2009):

Programas Shareware - São softwares que tem uso liberado para avaliação, o registro é pago; Exemplo: Winrar, programa para compactar arquivos.

Softwares Demo - São programas de uso limitado, são disponibilizados, normalmente para avaliação e/ou demonstração do produto; Exemplo: O termo é bastante usado nos contextos da música e dos jogos.

Adware – São softwares com uso condicionado a exibição de propagandas e anúncios; Exemplo: CoolSMS Freeware - São softwares de uso gratuito. Não permite modificação, já que o código-fonte não é disponibilizado; Exemplo: Format Factory e atubeCather.

Semi-livre - São softwares onde se permite a cópia, modificação e distribuição para fins não lucrativos. Exemplo: As primeiras versões do Internet Explorer da Microsoft, algumas versões dos browsers da Netscape e o StarOffice;

Código Aberto – É o termo utilizado pela Open Software Initiative (OSI) para denotar algo semelhante ao software livre; Exemplo: Mozilla Firefox.

Software Livre - O software pode ser utilizado livremente. Seus usuários podem ter acesso ao código-fonte, alterá-lo e distribuí-lo livremente. (Silva, 2009, p.18) “O software é livre, que é diferente de software gratuito!”; Exemplo: GNU/Linux e OpenOffice.

Domínio Público - São softwares sem copyright. Software Proprietário – “É aquele cuja cópia, redistribuição ou modificação são em alguma medida proibidos pelo seu proprietário. Para usar, copiar ou redistribuir,

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deve-se solicitar permissão ao proprietário, ou pagar para poder fazê-lo” (Hexsel, 2002, p.7). Exemplo: Windows e Office. Software Comercial - “É o software desenvolvido por uma empresa com o objetivo de lucrar com sua utilização. Note que „comercial‟ e „proprietário‟ não são o mesmo. A maioria do software comercial é proprietário mas existe software livre que é comercial, e existe software não-livre não-comercial” (Hexsel, 2002, p.6). Exemplo: Líder e Dexion. Softwares para acessória contábil. 4.7. Vantagens do Software Livre Segundo Hexsel em entrevista a revista Veja, Portal DGol (2005) algumas das vantagens seria o custo de aquisição quase zero, custo de atualização, consertos e remendos também quase zero. A segurança, do ponto de vista de vírus etc, é maior. A vantagem mais importante é que professores podem mostrar o código fonte dos softwares para os alunos, deixar que eles modifiquem, melhorem e entendam os programas, que aprendam com o trabalho dos outros. Isso não tem preço, porque se pode aprender e melhorar em cima do que é aprendido, e deste aprendizado vem a independência (pessoal e nacional). Na Tabela 1, estão mais algumas vantagens do SL / CA, segundo seus respectivos autores;

Tabela 1: Vantagens dos softwares livres (com adaptações) Fonte: Garcia et al (2010)

Dimensão Aspectos destacam Autores

Custo

O software livre aproveita equipamentos tidos como obsoletos.

Cerioni (2003)

Pode ser gratuito para ser usado. Gay (2007)

Proporciona vantagens econômicas. Didio (2005)

Customização

É possível adaptar o programa conforme necessidades.

Gay (2007)

É um produto com flexibilidade. Serrano, Guerreiro & Caldeira (2004)

Facilidade/praticidades

Verificam-se organizações virtuais. Reis (2003)

Existe liberdade de executar o programa e estudar como ele funciona.

Gay (2007)

Possui sistema e aplicativos geralmente configuráveis. Alencar (2008)

Liberdade de ação

Pode ser aprimorado e personalizado. Cerioni (2003)

É permitido acesso ao código-fonte. Saleh (2004)Gay (2007)

Possibilita aperfeiçoar o programa. Gay (2007)

Oferece liberdade importante para a sociedade. Silveira (2007)

Segurança Há menor vulnerabilidade a invasões e vírus. Hexsel (2002)

Social

Encontra-se o produto em permanente construção coletiva.

Castells (1999)

Permite cooperação e compartilhamento. Hexsel (2002)

Gera beneficio para toda a comunidade. Hexsel (2002)

Oferece contribuição à sociedade. Serrano, Guerreiro & Caldeira (2004)

Favorece a inclusão digital. Silveira (2005)

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4.7.1. Motivações para uso de Software Livre na Esfera Governamental

Segundo Silva (2009) a motivação para o uso de softwares livre na esfera governamental seria: Integração da política de inclusão digital, de informatização das bibliotecas públicas e a adoção de TI como instrumento didático-pedagógico à estratégia de desenvolvimento tecnológico nacional; Menor custo para o Estado, pois este não irá desembolsar fortunas com licenças uma vez que estas são livres; Incentivo ao surgimento de empresas locais capacitadas a configurar e desenvolver soluções adequadas aos interesses das empresas e órgãos públicos locais; Não utilizar dinheiro público para formar e alfabetizar digitalmente os cidadãos em uma linguagem proprietária de um monopólio privado transnacional. 4.7.2. Motivações Apontadas para o Uso de Software Livre Ainda segundo Silva (2009) os motivos para o uso de software livre seriam as razões técnicas que é a flexibilidade e liberdade de adaptação, segurança, privacidade, transparência, melhor aderência a padrões (interoperabilidade), qualidade (estabilidade, confiabilidade, disponibilidade) e maior escalabilidade. Também tem as razões econômico-financeiras, ou seja, redução de custos de hardware, software e maior autonomia de fornecedor. Desta forma, as principais motivações para o uso do SL/CA seria então, a redução de custo, seguida de maior flexibilidade de adaptação, maior qualidade, maior autonomia do fornecedor e maior segurança. 4.7.3. Custos

Da Silva e Ribeiro (2010) tendo como base empresas privadas e órgãos públicos de pequeno e médio porte para obtenção de valores e porcentagens, foi feito uma comparação de custos ao implantar o sistema de código livre à sistemas proprietários. Em empresas de pequeno porte onde foram empregados Softwares livres para Desktops, a economia chegou a 63%. Em empresas de médio porte, usando servidores que dispensam licenças anuais, obteve se uma economia maior quando em comparação ao uso de ferramentas proprietárias. Na Tabela 3, são mostrados os valores para uma empresa com um parque computacional de 25 máquinas.

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Com o emprego de softwares livres em servidores, foi obtida uma economia de 68%. Os números e valores são de uma empresa de médio porte com 25 máquinas, sendo uma utilizada para o servidor de aplicativos.

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Dificuldades encontradas no uso do Software Livre De acordo com Sabino e Kon (2009), as principais dificuldades no uso do software livre por empresas e usuários, é a questão da falta de garantia do software oriundo de algumas licenças. Dificuldade de adaptação de usuários acostumados em plataformas mais conhecidas e alguns Drives não atendem a certos dispositivos do computador. 4.8. Aplicações do Software livre Segundo Silva (2009) o mercado de SL/CA virou negócio da dimensão de bilhões de dólares. A exemplo disso, o sistema operacional Linux com um mercado que hoje é uma das grandes renovações da indústria de software em todo o mundo. A criação em 2000 do Open Source Development Labs (OSDL) por empresas como IBM, HP, NEC, CA e Intel reforça essa questão. Hoje, o OSDL conta com 75 empresas, dentre elas nomes como Alcatel, Bull, Ericsson, Mitsubhsi, Nokia, Novell, Unilever e Fujitsu.

Segundo o site do Governo Federal, o Portal Brasil (2010), Banco do Brasil, Embrapa, Ministério das Comunicações, Educação e Desenvolvimento Agrário, Marinha e Exército do Brasil, Serpro e Dataprev, são algumas das empresas públicas e órgãos de governo que aderiram ao programa de Software Livre

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brasileiro. Eles não apenas participam de um grupo cada vez maior de uso e compartilhamento de soluções, como suas experiências já trazem resultados efetivos de sucesso.

O Banco do Brasil optou por adotar o sistema operacional GNU/Linux na infra-estrutura de Internet/Intranet a mais de oito anos, sendo um dos pioneiros no uso desses sistemas, conta com o maior parque de soluções nesta plataforma na América Latina. São 5 mil servidores de agência baseados em plataformas aberta, 100 mil estações de trabalho com BrOffice e mais de 2 mil telecentros que promovem a inclusão digital em todo o pais. Essa iniciativa gerou uma economia de cerca de R$ 110 milhões de Reais e também a independência tecnológica proporcionada pela substituição de programas proprietários, Portal Brasil (2010).

Ainda segundo o Portal Brasil (2010), outro caso de sucesso é o da Caixa Econômica que utiliza as plataformas livres nas mais de 500 milhões de transações de negócios, como crédito, depósitos, financiamentos, saques e pagamento do Bolsa Família, ela também usa a tecnologia aberta na base de sustentação das 10 mil casas lotéricas e ações de responsabilidade social e empresarial.

Portal Brasil (2010) fala que além da economia gerada, os gestores dessas instituições vêem na adoção do Software Livre caminhos mais efetivos de evolução tecnológica.

Segundo Souza (2004) o Metrô de São Paulo Substituiu os softwares pagos para escritório o Microsoft Office pelo Star Office, deixou de gastar R$1.000.000,00 com a renovação de licenças das mais de 5.000 cópias em uso.

4.9. Crescimento do uso do SL no Brasil De acordo com artigo publicado no Linux Magazine, o Software Livre continua ganhando mais adeptos nos PCs corporativos brasileiros. Esses números vêm de uma pesquisa do Instituto Sem Fronteiras (ISF) feito em 2007 com 1.090 empresas, patrocinado por empresas como Itautec, IBM, Intel e Red Hat. A pesquisa mostrou que 47% das empresas entrevistadas utilizam algum aplicativo em Software Livre nos PCs. Levando em conta aquelas que já utilizavam essa tecnologia há um ano, 46% disseram ter aumentado seu uso e 51% mantiveram, e somente 3% estão usando menos Software Livre do que há um ano. Como mostra na Figura 1.

Figura 1: Uso do Software Livre. Fonte: Linux Magazine (2007).

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Segundo o Linux Magazine o estudo revelou ainda que empresas que já utilizavam Software Livre em seus computadores há 12 meses, houve um crescimento de 12,4% na adoção. Sendo assim o crescimento médio da adoção do SL nas empresas brasileiras de 5,4 no ano de 2006. O Gráfico 1, mostra o crescimento na adoção do SL nas empresas.

Gráfico 1: Adoção de Software Livre em PCs na empresa em 2006. Fonte: Linux Magazine(2007).

Ainda segundo Pesquisa Linux Magazine houve um crescimento do SL como Sistema Operacional e como Aplicativo: SL como sistema operacional: Pela informação de que 1% das empresas usuárias de programas de Código Aberto emprega essa tecnologia integralmente em seus computadores. Segundo estudo, “transpondo este percentual para o número de empresas existentes no Brasil, estamos falando de números absolutos consideráveis.” Comparando esses dados com os de números de funcionários das empresas, o ISF verificou que as maiores empresas (com mais de 1.000 funcionários) são as principais usuárias de Software Livre como sistema operacional para PCs no país. SL como aplicativo: Das empresas pesquisadas, 53% não empregam aplicativos de Código Aberto, o que indica um mercado usuário de 47% no país. O número de empresas que dizem utilizar somente aplicativos de Código Aberto também surpreende especialistas, atingindo 8% de todas as pesquisadas. O estudo atribui

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esse alto valor aos aplicativos apontados como principais incentivadores do uso do Código Aberto: Firefox e OpenOffice.org. 4.9.1. Crescimento do Software Livre nas médias e grandes companhias Segundo a 5ª Pesquisa Sobre uso das Tecnologias da Informação e da Comunicação no Brasil (TIC Empresas 2009), realizada pelo Centro de Estudos Sobre as Tecnologias da Informação e da Comunicação (CETIC.br) citada por MELO (2010) mostra que o uso de software livre nas médias e grandes empresas aumentou em 2009. A pesquisa foi feita com 3,7 mil empresas com mais de 9 funcionários em todo o território nacional, aponta que a porcentagem de organizações de grande porte (empresas com mais de 250 colaboradores) que utiliza programas de código aberto passou de 61% em 2006 – para 65%. No caso das médias companhias (100 e 249 colaboradores), o índice passou de 44%, registrado em 2007 e 2008, para 48% em 2009. O resultado encontrado nesses dois segmentos de corporações difere da média observada na pesquisa. Entre as empresas que possuem computador 97% das entrevistadas , 26% utilizam software livre, abaixo dos 28% de 2008. Ainda segundo a pesquisa citada por MELO (2010) o segmento de atividades imobiliárias continua a ser o que registra maior proporção de companhias adeptas do sistema operacional gratuito (35%).

Gráfico 2: Porcentagem de empresas de médio e grande porte adeptas do SL em 2009.

Fonte: MELO (2010).

5. Conclusão Concluiu-se que o software livre tem grande importância para o mercado de Tecnologia, no tocante ao desenvolvimento e inclusão de pessoas e/ou empresas que se prendem aos softwares proprietários, permitindo assim novos modelos de negócios e principalmente reduz gastos. O software livre é uma ótima ferramenta para a formação de profissionais na área de TI, uma vez que estes terão oportunidades de ver, analisar, estudar e criar suas próprias versões de software. De forma macro-econômica, a migração para software livre é importante para o país, uma vez que é gigantesco o custo por pagamento de licenças por empresas

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brasileiras e a adoção de software livre faz com que os valores pagos em licenças sejam transferidos para serviços e desenvolvimento dentro do pais. Mesmo com um grande marco no desenvolvimento, ainda não é bem visto, assim como todo novo paradigma. O que torna difícil uma previsão de como ele terá se desenvolvido no mercado daqui a alguns anos. Após esse estudo sobre o software livre, fica por conta de o usuário testar esses tipos de softwares e tirarem suas próprias conclusões. 6. Referências Bibliográficas ALMEIDA, Rubens Queiroz de. Por que usar software livre? Artigo publicado originalmente na primeira edição da Revista do Linux. Data de Publicação: 16 de Janeiro de 2000 Disponíveis em: <http://www.dicas-.com.br/arquivo/por_que_usar_software_livre.php >. Acesso em: 30 de março de 2011. CAMPOS, Augusto. O que é software livre. BR-Linux. Florianópolis, março de 2006. Disponível em <http://br-linux.org/linux/faq-softwarelivre>. Acesso em: 03 de Abril de 2011. CARVALHO, Alexandre. Na Trilha do Free Software. Diponível em: www.timaster.com.br/revista/materias/main_materia.asp?codigo=609 Acesso em: 04 de junho de 2001 Da SILVA, Alberto. RIBEIRO, Thiago. Migração do software Proprietário para o software livre em órgãos públicos e empresas privadas. Engenharia de Computação em Revista, 2010. Instituto de Estudos Superiores da Amazônia, Av. Governador José Malcher 1148, Belém Pará. Disponível em: < http://www3.iesam-pa.edu.br/ojs/index.php/computacao/article/view/475/425 >. Acesso em: 03 de abril de 2011. FILHO, Sergio Salles. Stefanuto, Giancarlo Nuti. Lucca, José Eduardo De. Alves , Angela Maria. O impacto Software Livre e de Código Aberto (SL/CA) nas Condições de Apropriabilidade na Indústria de Software Brasileira. Tema: Propiedad industrial e intelectual; Información en C&T. XI Seminário Latino-Iberoamwricano de Gestion Tecnológica ALTEC 2005. Dispocnível em: < http://www.softex.br/portal/softexweb/uploadDocuments/_observatorio/altec_apropriabilidade_sl.pdf >. Acesso em: 16 de maio de 2011 GARCIA, Mauro Neves. Santos, Silvana Mara Braga dos. Pereira, Raquel da Silva. Rossi, George Bedineli. Software livre em relação ao software proprietário: aspectos favoráveis e desfavoráveis percebidos por especialistas. Free software in connection with the proprietary software: favorable and unfavorable aspects perceived by experts. Data de aprovação: 06/12/2010. Disponível em: <http://seer.uscs.edu.br/index.php/revista_gestao/article/view/1061/847>. Acesso em: 09 de abril de 2011.

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