software livre na administração pública - a difícil quebra de um paradigma

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” FACULDADE INTEGRADA AVM Software Livre na Administração Pública – A Difícil Quebra de um Paradigma Por: José Antonio Fernandes Alves Orientador Prof. Marcelo Saldanha Rio de Janeiro 2011

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Monografia que trata da perspectiva e da evolução do processo de substituição de software proprietário por software livre na administração pública.

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Page 1: Software Livre na Administração Pública - A difícil quebra de um paradigma

UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

FACULDADE INTEGRADA AVM

Software Livre na Administração Pública – A Difícil Quebra de um

Paradigma

Por: José Antonio Fernandes Alves

Orientador

Prof. Marcelo Saldanha

Rio de Janeiro

2011

Page 2: Software Livre na Administração Pública - A difícil quebra de um paradigma

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

FACULDADE INTEGRADA AVM

Software Livre na Administração Pública – A Difícil Quebra de um

Paradigma

Apresentação de monografia à Universidade Candido

Mendes como requisito parcial para obtenção do grau de

especialista em Gestão Pública

Por: José Antonio Fernandes Alves

Page 3: Software Livre na Administração Pública - A difícil quebra de um paradigma

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AGRADECIMENTOS

Ao final deste trabalho, agradeço acima de

tudo a Deus, pela oportunidade, pela

inspiração na escolha do tema e pela energia

para seguir até o fim.

Agradeço muito à minha esposa Isa e ao

meu filho Rafael, pelo apoio e compreensão,

a meus pais pelo exemplo de vida e ao meu

orientador Marcelo Saldanha pelo incentivo e

pelas intervenções precisas.

Não posso deixar de agradecer àquele sem o

qual provavelmente este tema nem existiria,

e quem sabe permaneceríamos sem ao

menos poder sonhar com os ideais do

software livre: Richard Stallman, que há

quase 30 anos deu início à luta pela

liberdade de estudar, copiar, distribuir e

aperfeiçoar o código fonte de todo software

produzido.

Page 4: Software Livre na Administração Pública - A difícil quebra de um paradigma

4

DEDICATÓRIA

Este trabalho é dedicado a todos aqueles

profissionais que defendem os ideais do

Software Livre, a despeito do poderio econômico

dos que são contrários a esta forma de produção

e distribuição de software.

Page 5: Software Livre na Administração Pública - A difícil quebra de um paradigma

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RESUMO Por vezes sentimos que aquilo que fazemos

não é senão uma gota de água no mar.

Mas o mar seria menor se lhe faltasse uma gota.

Madre Teresa de Calcutá

Nesta monografia, o texto evidencia como, no cenário atual, o software livre

deve ser considerado como alternativa ao software proprietário, e o gestor público

deve reconhecer esta mudança de paradigma, revendo seus critérios para o gasto

público com a manutenção ou investimento em software, tendo em conta os

princípios contidos no art. 37 da Constituição Federal.

O texto alerta para a transformação histórica que estamos vivendo, uma

transição das “sociedades industriais” para as “sociedades de informação”, a

denominada "Revolução Informacional Tecnológica", mas que talvez por fazer

parte desta história, muitos não tenham o distanciamento necessário para

perceber que nesse cenário a soberania e autonomia dos países dependem da

educação e da apropriação do conhecimento científico e tecnológico e não

simplesmente do uso passivo da tecnologia vendida por outros.

Neste sentido, o texto mostra que a filosofia do software livre estabelece um

novo paradigma perfeitamente adequado a esses novos conceitos, e que o

software proprietário está anacrônico e, numa visão de médio a longo prazos,

prejudicial ao desenvolvimento de quem dele permanecer dependente.

Nesta pesquisa, ficam confirmadas as dificuldades encontradas no

processo de migração para o software livre, e sugeridas medidas para que a

transição se dê de forma segura, consciente e minimizando os transtornos aos

usuários.

Finalmente, o texto ressalta os princípios constitucionais de legalidade,

impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência que devem ser observados

pela administração pública direta e indireta de quaisquer dos Poderes da União,

dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios.

Page 6: Software Livre na Administração Pública - A difícil quebra de um paradigma

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METODOLOGIA

Como fontes de estudo para um embasamento histórico e conceitual, foram

consultados os livros:

1) BRANCO, Marcelo D'Elia. Software Livre na Administração Pública Brasileira. 2004. Disponível: <url:http://www.softwarelivre.org/downloads/> Acesso: 01/05/2011.

2) vários autores. Software Livre Cultura Hacker e Ecossistema da

Colaboração. 2009. Disponível:<url:http://softwarelivre.org/livro/> Acesso:

03/05/2011.

3) SENGE,Peter. A Quinta Disciplina. Editora Qualitymark, 1995

Para a captação das mais recentes idéias e sugestões, foram analisados os

depoimentos e documentos de vários profissionais com experiência em Software

Livre, tais como:

- Depoimento do assessor de informática na prefeitura de Rio das Ostras,

quando o município se tornou referência nacional em adesão ao Software Livre.

- Depoimento do sócio da empresa cooperativa COLIVRE, especializada

em prestação de serviços, desenvolvimento de sistemas e cooperação, utilizando

software livre em todas as instâncias.

- "Adoção do Software Livre na Administração Pública: estudo de caso na

UFRN" (url:http://www.simpep.feb.unesp.br/anais/anais_13/artigos/1054.pdf)

- "O Impacto da Migração do Microsoft Office para o OpenOffice em uma

instituição de Ensino Superior do Sul de Minas"

(url:http://issuu.com/arlufla/docs/mono-edernascimento)

Como são idéias e conceitos bastante recentes, muitos ainda em

desenvolvimento, não haveria melhor fonte de consulta que a própria internet.

Dentre os sites consultados, particularmente referentes às políticas públicas

e orientações institucionais emanadas pelo governo federal, destacam-se:

• Software Livre no Governo do Brasil.<url:http://www.softwarelivre.gov.br>

• Governo Eletrônico.<url:http://www.governoeletronico.gov.br/acoes-e-

projetos/software-livre>

• Inclusão Digital no Governo Federal.<url:http://www.inclusaodigital.gov.br>

Page 7: Software Livre na Administração Pública - A difícil quebra de um paradigma

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 8

CAPÍTULO I – Fundamentação Teórica 10

CAPÍTULO II – O Estado da Arte 17

CAPÍT ULO III – Algumas Iniciativas Bem Sucedidas 24

CAPÍTULO IV – Resistências à Implantação Identificadas 32

CAPÍTULO V – Proposta 33

CONCLUSÃO 36

BIBLIOGRAFIA 41

WEBGRAFIA 42

ANEXOS 45

ÍNDICE 56

FOLHA DE AVALIAÇÃO 58

Page 8: Software Livre na Administração Pública - A difícil quebra de um paradigma

8

INTRODUÇÃO

Mais difícil do que convencer alguém

a aceitar novos conceitos

é convencer alguém

a se livrar dos velhos conceitos.

John Maynard Keynes

O tema desta monografia é a adoção dos padrões abertos como

prioridade na aquisição de software pela Administração Pública, em consonância

com o Governo Federal na busca pela eficiência, independência, domínio da

tecnologia, soberania e economia a médio e longo prazos.

A questão central consiste em: como modificar o padrão de

comportamento dos usuários de software proprietário (da Microsoft p/ ex.), para

entenderem os valores e a vantagens do software livre baseado no Linux?

O tema sugerido é muito oportuno e fundamental para todos os

governantes brasileiros, bem como para a população em geral, uma vez que o

mundo todo passa por uma transformação histórica desde o final do século XX,

que Corinto Meffe denominou "Revolução Informacional Tecnológica".

Reconhecendo essa revolução, o Governo Federal tem estabelecido

diretrizes que não deixam dúvida quanto ao seu posicionamento em relação à

migração para o software livre, como por exemplo:

i) Guia Livre, documento elaborado pelo Grupo de Trabalho Migração

para Software Livre, dirigido aos gerentes de Tecnologia da Informação de todo o

Governo Federal, além dos governos estaduais e municipais.

ii) Diretrizes do e-Gov Brasileiro, destacando-se: “O Software Livre é

um recurso estratégico para a implementação do Governo Eletrônico”.

iii) Instrução Normativa n° 1, de 17/01/2011, que dispõe sobre os

procedimentos para o desenvolvimento, a disponibilização e o uso do portal

Software Público Brasileiro.

Page 9: Software Livre na Administração Pública - A difícil quebra de um paradigma

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iv) Documento de Brasília, publicado no DOU em 19/11/2009, elaborado

para firmar um compromisso entre as organizações signatárias do protocolo, pela

utilização do formato ODF como padrão para o armazenamento de documentos

internos e para a troca entre as organizações.

Estas e outras diretrizes e ações realizadas pelo Governo Federal, não

podem ser ignoradas pelos outros níveis de governo.

Assim, esta monografia busca trazer esclarecimentos e informações

atualizadas para este tema tão recente, além de identificar algumas das

dificuldades e possíveis soluções para a adoção de software livre na

administração pública, modificando a cultura do usuário em relação ao uso de

software proprietário.

Page 10: Software Livre na Administração Pública - A difícil quebra de um paradigma

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CAPÍTULO I - FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Se eu tenho uma maçã e você tem uma maçã, e nós as trocarmos,

cada um continua com uma maçã.

Se eu tenho uma idéia e você tem uma idéia, e nós as trocarmos,

cada um fica com duas idéias."

George Bernard Shaw

1) CONCEITOS

È necessário esclarecer alguns conceitos básicos que permeiam todo o

trabalho, tais como software proprietário, software livre, software de código aberto,

software grátis, licenças de uso e copyleft.

Software proprietário, ou não livre, é aquele cuja cópia, redistribuição ou

modificação são em alguma medida restritos pelo seu criador ou distribuidor. A

expressão foi cunhada em oposição ao conceito de software livre. (Wikipédia)

No caso do software livre, o usuário recebe o direito de usá-lo, copiá-lo,

estudá-lo, modificá-lo e redistribuí-lo, sem limitação, com pequenas variações

conforme a licença de uso livre adotada.

De acordo com a definição da Free Software Foundation, para ser

considerado software livre, pressupõe-se que o usuário tenha simultaneamente

quatro tipos de liberdade:

• A liberdade de executar o programa, para qualquer propósito

• A liberdade de estudar como o programa funciona, e adaptá-lo para

as suas necessidades. Acesso ao código-fonte é um pré-requisito para esta

liberdade.

• A liberdade de redistribuir cópias de modo que você possa ajudar ao

seu próximo.

• A liberdade de aperfeiçoar o programa, e liberar os seus

aperfeiçoamentos, de modo que toda a comunidade se beneficie. Acesso ao

código-fonte é um pré-requisito para esta liberdade.

Page 11: Software Livre na Administração Pública - A difícil quebra de um paradigma

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O conceito de software de código aberto surgiu para tentar minimizar a

resistência dos usuários ao software livre, quando em 1998 um grupo de pessoas

e empresas ligadas ao movimento de software livre decidiu criar a Open Source

Initiative, que cunhou o termo “código aberto” (open source), para apresentar o

mesmo software livre ao mercado, porém com um discurso puramente técnico

sem utilizar conceitos éticos e ideológicos.

Neste ponto, é oportuno organizar os conceitos:

<http://manual.zenwalk.org/pt/Software_Livre_e_Linux.html>

Software grátis é um serviço de tecnologia gratuito ao usuário.

Normalmente viabilizados por receitas geradas com publicidade, esses softwares

podem ser construídos tanto sobre plataformas livres, como de código aberto, ou

ainda sobre plataformas proprietárias. Exemplos: webmails, armazenamento de

dados na nuvem; ferramentas para publicação de blogs/homepages (Windows

Live Writer, Wordpress.com, Blogspot); ferramenta de compartilhamento de

arquivos e tarefas; etc. (http://revistapegn.globo.com).

Licenças de uso: a fim de garantir a perseverança do espírito do software

livre durante os novos resultados de trabalho colaborativo, modificações,

- Software de Código aberto: qualquer um pode ler o código ; isso não é o mesmo que software livre!

- Software de Código fechado: o código é somente disponível para um pequeno grupo de pessoas.

- Software livre: qualquer pessoa pode estudar, copiar, distribuir e modificar o software (Free Software Foundation). Softwares livres são geralmente acompanhados por uma licença de uso.

- Software proprietário: ao menos um dos direitos mencionados acima não são aplicados ao usuário. Normalmente, é necessário adquirir um direito de licença de uso pagando aos criadores do software.

- Software comercial: software que é vendido ; pode ser tanto livre quanto proprietário.

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redistribuições e nascimento de novos programas, existem licenças nas quais são

definidas as normas de utilização do software. Durante todo o caminho percorrido

pelo movimento software livre, surgiram diversas licenças, de acordo com as

diretrizes defendidas em cada uma, embora possuam em comum, obviamente, as

quatro liberdades anteriormente descritas que definem o software como livre. Em

geral, as licenças se preocupam principalmente em estabelecer regras em

domínios tais como:

• Proteção da autoria do software original; • Maneiras de redistribuição do software; • Formas de distribuição de modificações e seu código fonte; • Não restrição de venda do software; • Instalação em número irrestrito de computadores;

(http://pt.scribd.com/doc/6688758/) As licenças BSD (Berkeley Software Distribution) e GPL (Gnu General

Public License) são as mais comuns para o software livre. A principal diferença é

que a GPL requer que se outro software for criado à partir deste, seja licenciado

sob a mesma licença GPL. Por outro lado, a BSD apenas exige o reconhecimento

dos autores e outras pequenas restrições.

O Linux adota a GPL, uma licença de software livre - o que significa, entre

outras coisas, que todos os interessados podem usá-lo e redistribuí-lo, nos termos

da licença.

Nas licenças copyleft os licenciados precisam fazer referência ao autor da

obra e a usarem o mesmo modelo de licenciamento, caso passem adiante cópias

ou versões alteradas do original. O copyleft funciona como um termo adicional a

uma licença. Muitas licenças de software livre não são copyleft, pois não fazem a

restrição de que o trabalho derivado deva estar sob a mesma licença.

As licenças Creative Commons foram idealizadas para permitir a

padronização de declarações de vontade no tocante ao licenciamento e

distribuição de conteúdos culturais em geral (textos, músicas, imagens, filmes e

outros), de modo a facilitar seu compartilhamento e recombinação, sob a égide de

uma filosofia copyleft. (Wikipédia)

Page 13: Software Livre na Administração Pública - A difícil quebra de um paradigma

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2) HISTÓRIA

Os que não conseguem lembrar-se do passado

estão condenados a repeti-lo.

George Santayana

Na década de 1950 e no começo de 1960 praticamente todo software era

produzido por acadêmicos e pesquisadores corporativos trabalhando em

colaboração. Sistemas operativos eram distribuídos amplamente e mantidos pela

comunidade de utilizadores. Código-fonte era distribuído em conjunto com o

software, pois os utilizadores frequentemente modificavam-no para corrigir falhas

ou adicionar novos recursos

Nos anos 1970, a AT&T distribuiu versões iniciais do Unix sem custos

para pesquisadores governamentais e acadêmicos, mas estas versões não

possuíam permissões para redistribuição ou distribuição de versões modificadas,

e portanto não são consideradas software livre.

No final dos anos 1970 e começo dos 1980, montadoras de computador e

empresas envolvidas com software começaram a cobrar licenças de software e a

impor restrições. Em 1976 Bill Gates entrou na história quando escreveu a sua

agora famosa carta aberta a hobistas, espalhando a mensagem de que aquilo que

os programadores chamavam de "compartilhamento" era, nas palavras dele,

"roubo". Em 1979, AT&T começou a forçar licenças restritivas quando a

companhia decidiu que poderia lucrar através do sistema Unix.

Em 1983, Richard Stallman numa reação histórica a esse processo,

lançou o Projeto GNU para criar um sistema operativo livre de limitações quanto à

utilização de seu código-fonte. Richard Stallman também lançou o Manifesto GNU,

que foi publicado em 1985, para esclarecer o Projeto GNU e explicar a importância

da liberdade no software. Logo após o lançamento, ele cunhou o termo "software

livre" e fundou a Free Software Foundation para promover o conceito e a definição

de software livre.

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Em 1989, a primeira versão da GNU (General Public License) foi

publicada. Vários aplicativos já vinham sendo reunidos pelo Projeto GNU, mas o

projeto ainda carecia da parte central, o núcleo de rotinas que gerencia todo o

resto incluindo os periféricos.

Em 1991, Linus Torvalds da Universidade de Helsinki, Finlândia, lançou o

núcleo Linux, escrito com a ajuda de vários programadores voluntários através da

Usenet (uma espécie de sistema de listas de discussão existente desde os

primórdios da Internet).

Stallman acabou adotando o núcleo Linux como base para completar e

distribuir os programas do projeto GNU. Diversas pessoas e instituições tiveram a

mesma idéia e assim várias distribuições começaram a surgir baseadas no núcleo

desenvolvido inicialmente por Linus.

A combinação do quase completo Sistema operativo GNU e o núcleo

Linux criou o primeiro sistema operativo totalmente livre, o GNU/Linux.

Normalmente vemos o GNU/Linux ser chamado apenas Linux, mas

Stallman é contra esta simplificação da nomenclatura, pois aos poucos se perde o

caráter livre da combinação, pois infelizmente existem outras combinações do

núcleo Linux contaminadas com software não proprietário.

O GNU/Linux permanece software livre sob os termos da GNU GPL, e

muitas empresas oferecem produtos personalizados baseados nele, ou suporte

técnico profissional, em contratos comerciais.

Na metade final dos anos 90, quando muitas companhias baseadas em

sítios na rede estavam começando a aparecer, o software livre se tornou uma

opção popular para servidores. O Apache HTTP Server se tornou o software de

servidor de mais utilizado.

Como exemplos de sistemas muito usados com o Linux na base, além do

Apache fornecendo os serviços de rede, tem-se o motor de banco de dados

MySQL para armazenamento de dados, e a linguagem de programação PHP,

todos combinados se tornaram conhecidos como LAMP, também chamado de

sistema GLAMP. (Wikipedia)

Page 15: Software Livre na Administração Pública - A difícil quebra de um paradigma

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Quando o GNU/Linux foi criado, ele só era rodado pelo modo texto, não

tinha nada gráfico. A interface com o usuário era através de linhas de comando.

Depois que o GNU/Linux começou a ser mais difundido, as comunidades de

programadores se uniram e criaram protocolos, ferramentas gráficas e

gerenciadores de janelas, sendo o KDE e o GNOME os mais usados, facilitando

sobremaneira a utilização do sistema pelo usuário, através de interface gráfica

muito mais amigável. Segundo pesquisa do site BR-Linux (url:http://br-

linux.org/2010/favoritos-2010-br-linux-ambiente-grafico), realizada em 2010, o

GNOME é o ambiente gráfico preferido no Brasil, com 67,4%, e o KDE tem 27,5%

da preferência.

Aliado a diversos outros softwares livres, como o KDE, o GNOME, o

Apache, o Firefox, os softwares do sistema GNU e o OpenOffice.org, o Linux

forma um ambiente moderno, seguro e estável para desktops, servidores e

sistemas embarcados.

Uma distribuição (ou “distro”), é um conjunto de programas, que inclui o

próprio kernel(núcleo) Linux e vários aplicativos, de modo a atender às

necessidades das pessoas. Exemplo: atualmente, quando alguém instala a distro

Ubuntu, também são instalados o gerenciador de arquivos Nautilus, o navegador

Mozilla Firefox, o processador de textos, planilhas, e apresentações

OpenOffice.org, (no Brasil, o BrOffice.org) e vários outros programas.

Atualmente há várias distribuições populares, que têm fóruns ativos onde

se pode fazer perguntas, se houver dúvidas. As distros consideradas mais fáceis e

recomendadas para os novos usuários, em que não é preciso dominar

complexidades do sistema são: Ubuntu, Linux Mint e PCLinuxOS.

Já, OpenSUSE, Fedora, Debian e Mandriva podem ser classificadas como

intermediárias. Por outro lado, Slackware, Gentoo e FreeBSD são as distros

recomendadas para usuários avançados, pois precisam de aprendizagem antes

de poderem ser utilizadas de forma eficaz.

CentOS é adequada para aqueles que preferem a estabilidade,

confiabilidade e suporte a longo prazo. (url:http://www.cultura.ufpa.br)

Page 16: Software Livre na Administração Pública - A difícil quebra de um paradigma

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Em 2007, um consórcio de empresas renomadas no ramo da tecnologia

passam a contribuir para o desenvolvimento do sistema, como a IBM, INTEL,

GOOGLE, NEC, ORACLE, TOSHIBA, YAHOO, NOVELL, HP, PANASONIC, AMD,

SONY, e muitas outras gigantes da tecnologia, coordenadas pelo mesmo Linus,

agora um desenvolvedor reconhecido mundialmente e mais representativo

integrante deste consórcio Linux Foundation.

Page 17: Software Livre na Administração Pública - A difícil quebra de um paradigma

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CAPÍTULO II – O ESTADO DA ARTE

1) Ganhando Mercado

Que o Linux vem ganhando popularidade é indiscutível, porém ainda

persiste o receio em migrar para o Linux pela crença em não existir aplicativos que

atendam todas as necessidades, como os existentes para o Windows ou Mac. O

que não é verdade, pois existem aplicativos sim, tão eficientes ou melhores quanto

os existentes para as outras plataformas. Exemplos disso são os aplicativos de

código aberto que se tornaram sinônimos de qualidade e referência para outros.

(http://worldofbit.com/wob/linux)

“Softwares Linux estão por toda parte: desde dispositivos eletrônicos

comuns no nosso dia-a-dia, como televisores e celulares, até os mais

inesperados, como experimentos na área de robótica e automação. Estima-se que

90% dos supercomputadores mais potentes do mundo também rodem Linux.

Com a vinda de dispotivos móveis que rodam plataformas baseadas em

Linux, as pessoas deixarão de usar PCs e notebooks. Com isso, a Microsoft não

teria mais a posse do único mercado que ainda se mostra líder. Hoje as pessoas

usam mais smartphones do que PCs tradicionais. Nesse caso, o Linux vai muito

bem no mercado com o Android” (http://olhardigital.uol.com.br, 06/04/2011)

“Open Source já é, indiscutivelmente, parte integrante da paisagem da

indústria de software. O modelo continua evoluindo e se disseminando pela

sociedade. Hoje ignorar o Open Source é ignorar a própria evolução da indústria.

Segundo estimativas do Gartner, em torno de 2013 pelo menos 85% dos

produtos comerciais do mercado embarcarão algum componente Open Source.

Portanto, Open Source deve fazer parte das estratégias das empresas usuárias de

software como das que produzem software.

A explicação é simples: no modelo comercial, todo o custo de

desenvolvimento é do produtor de software, que para recuperar rapidamente este

investimento, precisa vender licenças de uso do seu software. No modelo Open

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Source, fundamentado em desenvolvimento aberto e colaborativo, os custos são

distribuídos por todos os participantes de uma comunidade. Não havendo a

pressão para a recuperação rapida dos custos de desenvolvimento, pode-se

desenhar modelos de negócios mais flexíveis.” (Taurion, Open Source: Evolução e

Tendências. url:http://www.smashwords.com/books .data de acesso:10/05/2011)

Com a criação do Ubuntu, a plataforma tornou-se bem mais amigável e a

compatibilidade com hardware bem mais ampla.

Como mencionado anteriormente, em janeiro de 2007, foi criada a Linux

Foundation, um consórcio sem fins lucrativos apoiada por uma ampla gama de

empresas de tecnologia da informação. O objetivo do consórcio é promover,

proteger e padronizar o Linux.

A dimensão e o peso desta organização sobre o futuro do Linux, pode ser

visto pelos nomes de alguns de seus formadores e sócios: IBM, INTEL,

GOOGLE, NEC, ORACLE, TOSHIBA, YAHOO, FUJITSU, HITACHI, QUALCOMM,

AMD, CISCO, HP, MOTOROLA, NOKIA, NOVELL, PANASONIC, ADOBE, DELL,

LEXMARK, LG, SIEMENS, SONY, SUN, dentre muitos outros.

“Duas dessas gigantes no ramo da tecnologia, a Intel e a Nokia, se uniram

e criaram o Meego, que será uma versão Linux utilizada em seus portáteis daqui

por diante. Isso demonstra a força do sistema e mostra ainda mais uma coisa.

Que futuramente todos utilizarão GNU/Linux no seu dia a dia sem nem se

aperceberem disto.” (Hespanhol, O Papel do GNU/Linux na Atualidade. <

url:http://www.vivaolinux.com.br/> data de acesso: 12/05/2011).

2) Distribuições Linux bem acessíveis

(Folha de S. Paulo, Alexandre Orrico, 13 de abril de 2011)

Mint - O slogan "da liberdade vem a elegância" diz muito sobre essa

"distro". Ganhou muita popularidade nos últimos meses por ser um sistema

realmente intuitivo e preocupado com um design bem feito.

Page 19: Software Livre na Administração Pública - A difícil quebra de um paradigma

19

Fedora - Com o apoio do Red Hat, é uma distro empresarial do Linux

muito bem sucedida. Fedora é a escolha para quem quer versatilidade (serve

tanto para usuários iniciantes quanto para avançados) e estabilidade.

Opensuse - Ideal para ser utilizada por quem divide o computador com

muitas pessoas. Conta com um menu desenvolvido especialmente para facilitar a

administração de múltiplos usuários, configurações de rede e atualizações

diversas.

Ubuntu - A distribuição mais popular . Ficou famosa pelo mote "Linux para

humanos", ou seja, por ter como diretriz principal a simplificação de uso do

sistema. Os menus são limpos e simples e as atualizações, automatizadas.

3) Segurança e Estabilidade

No que diz respeito à segurança, o teste relatado abaixo, que foi publicado

na conceituada revista Computerworld, de março/2008, é bastante significativo:

Na semana do concurso para hackers PWN 2 OWN, na conferência

CanSecWest, muitas empresas tiveram seus sistemas invadidos. Primeiro, foi o

MacBookAir, em dois minutos no segundo dia. Depois, um laptop da Fujitsu,

rodando o Windows Vista em dois dias de trabalho. Mas foi o Linux, rodando em

um Sony Vaio, que se manteve intacto.

Por sua vez, a TippingPoint afirmou, em um post, que o bug encontrado

pelo pesquisador também está presente no Flash Player da Adobe, e a empresa

trabalha em um ajuste.

Apesar de muitos terem tentado invadir o Linux, ninguém o fez, afirma a

diretora de respostas de segurança da TippingPoint, Terri Forslof. “Fiquei surpresa

por ninguém ter conseguido.”

(http://computerworld.uol.com.br/seguranca/2008/03/31/)

4) Aplicação em Business Intelligence

Em 2010 foi publicado na revista Computerworld/EUA um artigo com o

título “Softwares open source chegam à maturidade”, o qual reproduzimos adiante,

Page 20: Software Livre na Administração Pública - A difícil quebra de um paradigma

20

de forma reduzida.

Há três anos, o diretor de TI Jim Wenner procurava por uma solução para

o processo de coleta, organização, análise, compartilhamento e monitoramento de

informações que oferecessem suporte a gestão de negócios, processo este

conhecido por Business Intelligence ou BI. Depois de verificar as opções, Wenner

decidiu-se pela suíte de BI da empresa Pentaho Corporation, uma solução de

código aberto.

Agora, passados dois anos, a parceria entre a Sheetz e o provedor da

suíte de BI permanece em andamento. Wenner diz que houve curvas de

aprendizado que desafiavam a expertise dos desenvolvedores. “Não somos

adoradores de plataforma de código aberto, apenas tentamos lidar com nossos

recursos de maneira sábia”, diz.

Na ótica do diretor de TI da American Nuclear Society, Joseph Koblich, o

incentivador da tranquilidade que gestores de TI têm ao integrar soluções open

source em suas estruturas é o fato de existirem milhares de comunidades em que

se compartilham informações e conhecimento.

(http://computerworld.uol.com.br/gestao/2010/11/24/)

5) Programas CAD

Os programas de CAD são focados em ferramentas para desenho. A

própria sigla CAD destaca o objetivo do software. Ela vem do inglês computer-

aided design, que significa desenho auxiliado por computador.

Os nomes mais comentados no universo CAD são ainda de softwares

proprietários, principalmente o AutoCAD e o MicroStation. Mas isso logicamente

não significa que são as únicas boas opções existentes.

Esta relação é fruto de uma sugestão do engenheiro Arlindo Correia.

(Medeiros, Anderson, 2011, < http://andersonmedeiros.wordpress.com/ >)

QCAD é um dos mais conhecidos softwares gratuitos para CAD. Seu

projeto começou em outubro de 1999.

A geração e reconhecimento de arquivos DXF ocorre sem maiores

Page 21: Software Livre na Administração Pública - A difícil quebra de um paradigma

21

problemas.

LibreCAD é distribuido sob os termos da licença GNU/GPL. Ele gera,

suporta e permite alterações em diferentes formatos de arquivos CAD em 2D. Ele

é baseado no já citado QCad.

DraftSight não é open source mas é de uso livre, gratuito. Recentemente

teve sua versão para sistema Linux liberada. Trabalha com arquivos DWG e DXF

e gera produtos diretamente em PDF.

6) Gerenciadores de Projetos

Existem muitas opções open source, mas nem sempre eles são as opções

mais indicadas. Analise as opções do mercado e utilize-as na fase de teste. Esses

sistemas são feitos para a equipe se comunicar e se atualizar junta, então é

sempre bom levar o software à exaustão de acessos simultâneos, e explorar ao

máximo os recursos de comunicação entre os usuários, para ver se funcionam

mesmo.

Nessa fase de avaliação, alguns itens importantes devem ser observados:

(Guedes,Vanessa,2010, <http://www.profissionaisti.com.br>)

- Usabilidade: é fácil entender o funcionamento do sistema? É possível

sair usando-o de primeira? Ele é óbvio? O fluxo de trabalho é facilmente entendido

só ao tentar usar o software?

- Hierarquia: o modo de permissão de acesso a usuários ao sistema é

adaptável? Corresponde ao modo de trabalhar do grupo? Garante segurança das

informações?

- Informação: o software que você está testando consegue manter a

equipe bem informada de tudo o que está acontecendo? Ele permite que todos os

usuários se situem na exata fase do projeto em que estão? Todos conseguem

ficar atualizados sobre o projeto sem acessarem-no, só com e-mails enviados

automaticamente pelo software?

- Stakeholders: os clientes podem acompanhar os projetos periodicamente

através do sistema?

Page 22: Software Livre na Administração Pública - A difícil quebra de um paradigma

22

- Controle de riscos: é possível prever os riscos do projeto? Há uma

interface de alerta a respeito de alguma indeterminação de retorno financeiro nos

cálculos sobre o investimento do projeto?

- Calendário: é possível criar um cronograma agendado de trabalho que

opere com mudanças freqüentes de prazos? Esse recurso possibilita a

visualização de atrasos e adiantamentos em algum relatório?

Seguem os nomes de alguns gerenciadores, com seus endereços:

Redmine – http://www.redmine.org/

TraceGP – http://www.tracegp.com.br/tracegpsite/tracegp-inicio.htm

OpenProj – http://openproj.org/

Liquid Planner – http://www.liquidplanner.com/

O OpenProj é código aberto, roda em Linux, Windows e Mac, e é capaz de

abrir e salvar os arquivos do MS Project.

Os usuários que buscaram o sistema estão espalhados por 142 países,

incluindo empresas como Bank of America, Hewlett-Packard, General Electric,

IBM, Siemens, Toshiba, Honeywell e Nortel. (< http://openproj.org/openproj>)

7) Suite de Escritório (equivalente ao MS-Office)

BrOffice é a melhor alternativa gratuita para o Office da Microsoft. Ele lê todos os

arquivos dos concorrentes e é suportado por uma comunidade de voluntários,

dispostos a ajudar.

É formado pelos componentes:

� O Writer é o editor de textos

� Calc para planilha eletrônica

� Impress para criar apresentações multimídia eficientes.

� Draw desde diagramas até ilustrações com aparência 3D.

� Math editor de fórmulas, útil para trabalhos científicos.

� Base permite manipular bancos de dados sem dificuldades.

Page 23: Software Livre na Administração Pública - A difícil quebra de um paradigma

23

8) Programas Diversos

comunicadores instantâneos (Messengers) - Live e Skype

compartilhadores p2p - Emule e Ares

antivírus - Avira

compactadores - 7zip

navegadores - Firefox, Opera e Chrome

players de vídeo - Klite Codec Pack

limpadores - Advanced SystemCare, Ccleaner e Glary Utilities

leitores de pdf - Foxit

players de áudio - Klite Codec Pack

gravação de discos - Nero

codecs - Klite Codec Pack

diagnóstico de hardware - CPU-z

conversores de vídeo - Any Video Converter

Estes são apenas uns poucos exemplos de programas deste universo

Linux. Para uma consulta mais completa, existe um imenso repositório de

programas no site sourceforge.net com mais de 400 mil programas disponíveis.

Para se ter uma idéia deste banco de programas, ele recebe mais de 3 milhões de

requisições de downloads em um dia.

Page 24: Software Livre na Administração Pública - A difícil quebra de um paradigma

24

CAPÍTULO III - Algumas Iniciativas Bem Sucedidas

Ele não sabia que era impossível.

Foi lá e fez.

Jean Cocteau

1) Site de acompanhamento de gastos públicos desenvolvido com

tecnologias livres

(<BR-linux.org,06/05/2011>)

O site paraondefoiomeudinheiro.com.br, lançado no final de abril/2011,

tem como objetivo mapear os gastos públicos do governo federal, e criar um mapa

visual mais simples para o entendimento da sociedade. Para elaboração deste site

foi utilizada apenas tecnologias livres e o código é aberto, os dados também são

todos extraídos do portal da transparência do próprio governo federal.

2) Consórcio BDJur, rede de informações digitais do Judiciário

(<http://www.stj.jus.br/publicacaoseriada/ >)

O projeto Consórcio BDJur consta de uma base de dados de

informações jurídicas, decisões, votos, artigos e palestras. A partir da

Biblioteca Digital do STJ, já instalada em rede, em 17 de dezembro de

2004, o Consórcio BDJur armazena os repositórios de informação

digital da área jurídica, com acesso imediato às jurisprudências e decisões

de 141 órgãos associados do Poder Judiciário.

Depois de estudos minuciosos, o Dspace, software livre, foi o programa

escolhido para o Consórcio BDJur.

3) Solução Livre para Certificação Digital adotada pela CEF

Em 27/01/2011, a CEF apresentou seu novo sistema de

Autoridade Certificadora, utilizando software livre, desenvolvido pela própria AC

Page 25: Software Livre na Administração Pública - A difícil quebra de um paradigma

25

Caixa Livre.

4) Acordo de cooperação tecnológica, assinado pela prefeitura de

São Paulo, do Programa SIGA/SP, com o Ministério da Saúde

(<http://www.jusbrasil.com.br/>)

A Prefeitura de São Paulo cedeu a base do programa do Sistema

Integrado de Gestão de Atendimento de São Paulo (SIGA/SP) ao Ministério da

Saúde. A partir de agora o software desenvolvido e implantado pela Secretaria

Municipal de Saúde estará a serviço do Brasil.

Desenvolvido com arquitetura tecnológica aberta, livre de licenças.

5) Programa Telecentros

(http://www.prefeitura.sp.gov.br/cidade/secretarias/)

O Programa Telecentros é o maior programa de inclusão digital do mundo

em uma mesma localidade.

Ele integra a política de inclusão digital da Prefeitura de São Paulo e tem

se revelado um mecanismo eficiente na capacitação profissional, na revitalização

dos espaços públicos, na democratização do uso de computadores com software

livre e acesso à internet. Hoje são 320 unidades funcionando na cidade.

Atualmente, são 1,7 milhão de usuários cadastrados em São Paulo.

6) Linux faz 20 anos e fica mais fácil de usar

(<http://www.serpro.gov.br/serpronamidia/>)

Sistema que nasceu em 1991 roda nos servidores que suportam os sites

Amazon, Facebook, Twitter e Google.

O sistema operacional Linux está em 95% dos supercomputadores do

mundo e roda nos servidores que suportam os sites Amazon, Facebook, Twitter e

Google, apenas para citar alguns exemplos.

O programa equipa ainda câmeras fotográficas, esteiras de corrida, caixas

eletrônicos de bancos e é o motor do sistema para smartphones mais utilizado do

Page 26: Software Livre na Administração Pública - A difícil quebra de um paradigma

26

planeta, o Android.

7) Guarda Francesa troca Windows por Linux

(<http://www.serpro.gov.br/serpronamidia/>)

A Gendarmerie National francesa diz ter poupado milhões de euros ao

trocar o Windows pelo Linux.

A polícia nacional francesa trocou o Windows pelo Ubuntu Linux. A

transição começou em 2005, quando substituiu o Microsoft Office pelo OpenOffice.

A transição continuou de forma gradual com a adoção de outras

aplicações open-source, como o Firefox e o Thunderbird. Depois do lançamento

do Windows Vista, a Gendarmerie decidiu trocar o Windows pelo Ubuntu.

Em 2009, já existiam cinco mil estações de trabalho com o Ubuntu

instalado.

O objetivo passa, ainda, por ter toda a organização a funcionar com Linux

até 2015.

O uso de software open-source permitiu à Gendarmerie reduzir o seu

orçamento em 70 por cento, e poupar 50 milhões de euros em programas

licenciados e custos de manutenção.

8) IIII Fórum de Software Livre do Comando da Aeronáutica

((((http://www.softwarelivre.gov.br/noticias/)

Em 2008, no I Fórum de Software Livre do Comando da Aeronáutica, foi

assinado acordo de colaboração entre o Exército e a Aeronáutica para o

desenvolvimento de tecnologia e disponibilização do Sistema Gerenciador

Eletrônico de Documentos, o Sicadex.

Na abertura do evento, o diretor-presidente do Serpro, Marcos Mazoni,

disse: “O acesso à tecnologia, o compartillhamento do conhecimento, a adoção de

padrões abertos e a difusão de soluções em software livre são ações que

pavimentam o caminho para a inovação, a independência tecnológica e o

desenvolvimento econômico e social do país".

Para Eduardo Bueno, do MEC, o "software livre é uma questão de

Page 27: Software Livre na Administração Pública - A difícil quebra de um paradigma

27

soberania. O ministério trabalha com esta tecnologia há bastante tempo. Exemplo

são as práticas pedagógicas nas escolas públicas com a entrega de

computadores com software livre, desde 1995".

Rogério Santanna, secretário da SLTI, disse: cada vez mais a sociedade

moderna depende dos sistemas de informações, por isso é importante que eles

sejam abertos, com o objetivo de termos uma sociedade mais transparente e

democrática".

9) Trechos do Discurso do Presidente da República, Luiz Inácio

Lula da Silva, durante abertura do Congresso Internacional Software Livre e

Governo Eletrônico. Escola de Administração Fazendária (Esaf) – Brasília-

DF, 26 de agosto de 2009.

(http://softwarelivre.org/portal/geral/confira-a-integra-do-discurso-de-lula-

no-consegi)

Em meio a um mundo dominado pelo individualismo competitivo, pelas

barreiras cada vez mais elevadas de acesso à propriedade intelectual e pela

busca de lucros a qualquer custo, a comunidade do software livre conseguiu

mostrar a todos nós que ainda há espaço para a cooperação, o trabalho

colaborativo e a democratização do conhecimento. Os frutos desse tipo de ação

mostraram que ela está longe de ser uma coisa apenas de sonhadores. Muito pelo

contrário: é do trabalho em rede e do compartilhamento que estão surgindo, em

todo o mundo, as ferramentas e tecnologias mais avançadas e úteis para esta

nova etapa digital.

Quando a comunidade do software livre passou a trabalhar em parceria

com o Estado, trouxe com ela, mais do que a excelência tecnológica, também o

seu espírito inovador e solidário. E recebeu, em troca, um impulso ainda maior

para a sua atuação e afirmação em todo o mundo.

Neste sentido, o que estamos debatendo neste Congresso Internacional

de Software Livre e Governo Eletrônico vai muito além das questões tecnológicas.

Page 28: Software Livre na Administração Pública - A difícil quebra de um paradigma

28

Estamos, sim, tratando do acesso e compartilhamento do conhecimento, expresso

na forma de programas livres, de conteúdos que podem ser apropriados por todos

os cidadãos e do desenvolvimento colaborativo.

As maiores instituições do nosso país, como o Exército Brasileiro, a

Marinha, a Aeronáutica, a Caixa Econômica Federal e o Banco do Brasil – apenas

para citar algumas delas – já usam plataformas e aplicativos livres. Da mesma

forma, contamos com o maior programa de distribuição e capacitação educacional

em Linux do mundo: o Proinfo, do nosso Ministério da Educação. Estou falando

de uma iniciativa que já distribuiu, em quatro anos, quase 400 mil computadores

para escolas públicas da educação fundamental. E que, até 2010, chegará ao total

de 70 mil escolas e mais de 800 mil computadores, atendendo a 93% dos alunos

da rede pública.

É importante lembrar, contudo, que não somos apenas usuários do

software livre, estamos desenvolvendo e compartilhando soluções. Os conteúdos

didáticos que dão suporte a este imenso programa de informatização das escolas

podem ser usados e modificados por qualquer cidadão. E o mesmo ocorre com os

aplicativos voltados à gestão pública. Assim, importantes programas criados no

Brasil, para uso do governo federal, podem ser modificados para uso em

organizações da sociedade civil, em prefeituras e estados, ou mesmo fora do

nosso país.

É o caso de uma das últimas ferramentas que desenvolvemos, o

Demoiselle, que poderá ser utilizado por qualquer cidadão para o desenvolvimento

de sistemas na Internet.

Esta solução, assim como todas as outras desenvolvidas pelo Governo

Federal, estão disponíveis no Portal do Software Público Brasileiro, mantido pelo

Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, lançado em 2007.

Entre os benefícios do Portal do Software Público e dos ambientes

vinculados a ele está uma série de programas voltados às mais de 5.560

prefeituras municipais do nosso país. É o caso de aplicativos criados para a

gestão escolar, a gestão municipal e o atendimento ao público, entre outros.

Page 29: Software Livre na Administração Pública - A difícil quebra de um paradigma

29

10) Trechos da Carta aberta ao TRT/RJ sobre a troca de suíte de

escritório

(http://www.hardware.com.br/comunidade/broffice-trt/1122382/1.html)

(Jomar Silva -Diretor- ODF Alliance América Latina - em 24 janeiro 2011)

“Foi com perplexidade e tristeza que li a notícia de que o TRT/RJ está

trocando a suíte de escritório em software livre BrOffice pelo software proprietário

MSOffice, alegando “…limitações, principalmente em relação ao intercâmbio de

informações e arquivos com órgãos do Poder Judiciário e instituições públicas…”

e ainda que “ …O MS Office é um padrão mundial…”.

Não vou comentar aqui sobre a decisão de não utilizar um Software Livre,

desrespeitando a atual política definida pelo Governo Federal de utilização

prioritária de Software Livre, mas faço questão de registrar meu questionamento

sobre a alegada “falta de compatibilidade” dos arquivos gerados pelo BrOffice.

Gostaria de iniciar esclarecendo aos responsáveis por tal decisão no

TRT/RJ de que os documentos gerados pelo BrOffice são gerados no padrão ODF

(OpenDocument Format), que além de ser um Padrão Aberto, é ainda uma Norma

Internacional – ISO/IEC 26.300 (portanto um VERDADEIRO “Padrão

Internacional”) e uma Norma Brasileira, a NBR ISO/IEC 26.300:2008.

A adoção crescente do ODF no Brasil pode ser vista pela lista de

signatários do Protocolo Brasília: SERPRO, Caixa Econômica Federal, Banco do

Brasil, Ministério das Relações Exteriores, Marinha, Exército, Aeronáutica,

DATAPREV, Correios, INPE, INPI, Itaipu Binacional, ITI, SLTI, CELEPAR,

Petrobrás e Cobra Tecnologia, entre outras.

Gostaria ainda de sugerir aos membros do TRT/RJ que entrem em contato

com o TRT da 13° região, pois eles utilizam com sucesso o BrOffice e o padrão

ODF e até onde sei é o único TRT onde 100% dos processos são eletrônicos no

Brasil.”

11) Rio das Ostras tem sua própria distribuição do pingüim - a Tatuí

(http://issuu.com/revistainfo/docs/jan2005)

Page 30: Software Livre na Administração Pública - A difícil quebra de um paradigma

30

Em 2001, quando a prefeitura carecia de novos micros e da atualização do

parque (eram 120 PCs e cinco servidores), o assessor de informática Vinícius

Marini, de 29 anos, calculou que seriam necessários 450 mil reais só para cobrir

as licenças de software dessa estrutura. O prefeito foi convencido: Rio das Ostras

seria toda software livre.

Desde então, o time de Marini segue unificando sistemas e levando a

dupla OpenOffice e Linux para os desktops da prefeitura. São 587 PCs e 23

servidores. Quase metade já fala a língua do pingüim. Nasceu ali, na assessoria

de informática, a distribuição Tatuí, que já gerou o Tatuí Educacional, versão

didática usada, principalmente, por telecentros e escolas. No escritório, muitos

migraram para o Linux em troca de monitores LCD na mesa de trabalho. “Não é

fácil convencer. A questão é cultural”, diz Marini, que hoje anda pelo país com

palestras sobre a experiência da cidade.

12) Rio das Ostras usa solução da Microsoft

(< http://br-linux.org/>)

Trechos da troca de postagens entre o editor do BR_Linux.org e o

secretário de Ciência e Tecnologia da prefeitura de Rio das Ostras, sobre a

mudança de opção do município de software livre para software proprietário em

2006:

“Lendo o Jornal online Primeira Hora aqui da minha região, vi a

notícia da implementação da "Prefeitura Eletrônica" do município de Rio das

Ostras... a empresa que forneceu a solução, TIPLAN, é parceira e fornecedora de

soluções Microsoft. Não é no mínimo estranho como um órgão público que iniciou

diversas ações pró software livre, ter ido numa direção totalmente oposta? Com a

palavra os envolvidos!”

Resposta: Veja no comentário abaixo, do Secretário de Ciência e

Tecnologia do município de Rio das Ostras, uma descrição do estado atual do uso

de software livre naquela prefeitura.

Page 31: Software Livre na Administração Pública - A difícil quebra de um paradigma

31

“Continuamos com Software Livre: Concordo com vc quanto a utilizar

soluções com tecnologia livre, que ñ é um bom caminho utilizar o .NET pois

também ñ gosto e pertenço a antiga equipe da Assessoria de Informática da

Prefeitura de Rio das Ostras hoje Secretaria de Ciência e Tecnologia.

A aquisição deste sistema de tributos on-line foi feito pela Secretaria de Fazenda

de nosso Município através de uma licitação que consta preço e técnica,

infelizmente o preço bateu a técnica e tivemos que aceitar.

Mas nossa Prefeitura ainda opta pelo Software Livre pois todos os sistemas que

são desenvolvidos dentro dela são feitos em PHP e PostgreSQL rodando em

servidores com o nosso querido Debian.

Neste caso ñ tivemos como evitar.

É complicado mesmo entender porque as prefeituras ñ fazem soluções em

conjunto, mas aí entra a política, as verbas, tributos, etc. ...”

13) Migração nos Municípios

(< http://www.gesac.gov.br/noticias/>)

Nos úlimos anos, pequenos municípios, como Guapimirim no

nortecatarinense, tiveram experiências bem sucedidas na migração para software

livre, com economias significativas em seus orçamentos, acompanhadas de

crescimento sócio-cultural.

Já em 2004, o ITI (Instituto Nacional de Tecnologia da Informação) e a

SOFTEX (Sociedade para Promoção da Excelência do Software Brasileiro)

apresentaram, durante a 10ª edição do CONIP - Congresso de Informática

Pública, o primeiro estudo sobre o uso do software livre por prefeituras brasileiras.

A pesquisa qualitativa analisou 13 estudos de caso em municípios

distribuídos em sete estados. E constatou que o Software Livre viabiliza

economicamente a informatização de pequenas prefeituras e pode gerar impactos

positivos como maior inclusão digital e ampliação da cidadania.

Page 32: Software Livre na Administração Pública - A difícil quebra de um paradigma

32

CAPÍTULO IV – RESISTÊNCIAS À IMPLANTAÇÃO

IDENTIFICADAS

“De um modo geral, constata-se a existência de uma corrente contra a

adoção de software livre, que põe em cheque a qualidade dos aplicativos livres e

enfatizam a ausência de uma figura empresarial única e exclusiva que,

supostamente, lhe garantirá a solução de qualquer problema.“

(http://www.administradores.com.br)

Outra dificuldade do processo de migração era a escassez de

documentação e suporte de alguns programas e ferramentas livres.

O impacto causado na rotina de trabalho dos usuários foi outra dificuldade

encontrada em experiências mal planejadas.

A maioria dos profissionais de informática disponíveis no mercado de

trabalho, ainda tem formação e experiência técnica principalmente baseada em

software proprietário. A formação adequada, em ambiente Linux, é um fator crítico

para o sucesso ou fracasso da mudança.

Além das dificuldades acima, há ainda a clássica resistência à mudança

por parte dos usuários e também do corpo técnico, perfeitamente compreensível

após anos de domínio da cultura submetida ao software proprietário.

Page 33: Software Livre na Administração Pública - A difícil quebra de um paradigma

33

CAPÍTULO V – PROPOSTA: Recomendações para

Minimizar a Resistência

Quando o assunto é filosofia de desenvolvimento de software,

principalmente envolvendo relação Software Livre X Software Proprietário, existem

sempre os extremistas. Comumente encontrarmos artigos, principalmente na

internet, completamente tendenciosos. Pessoas que simplesmente abominam

ferramentas pagas e outras que não podem nem ouvir falar de software livre.

(http://www.jack.eti.br/www/?p=9)

O antídoto para o comportamento extremista é a informação. Investir

maciçamente em treinamento, palestras e divulgação de informações, é um

pressuposto indispensável para o período que antecede o processo de mudança

propriamente dito.

“O usuário mais comum, que precisa navegar na internet, editar texto e

trabalhar com planilhas, não vai migrar sem um motivo forte, porque sempre

trabalhou com Excel, Word e Internet Explorer.

A migração implica em um esforço relativamente alto, de forma que muitos

dirigentes (empresa pública ou privada) não tendem a observar isto como um

investimento a médio e longo prazo, e sim como um custo.

Para a o gestor em posição de direção, o foco é controle de gastos. Para o

gestor em nível de média gerência, o foco é gestão e para o usuário final o

importante é desempenho.

Ocorre que técnicos priorizam segurança.

Diante deste desafio, devem-se amadurecer os discursos com muito

esclarecimento, casos de sucesso e abordagens menos arrojadas, pois as

pessoas são resistentes a mudanças, mesmo que estas sejam para melhor.

A abordagem e discurso devem traduzir para cada grupo de pessoas os

benefícios da adoção de tais produtos.

Deve existir uma etapa longa de conhecimento das necessidades de cada

Page 34: Software Livre na Administração Pública - A difícil quebra de um paradigma

34

grupo, devem ser identificadas as expectativas e informada a limitação de cada

solução e principalmente deve haver um comprometimento na manutenção,

ensinamento e suporte do projeto desejado.

Claro que aliado a tudo isto, o fator mais importante de todos, deve-se

somar a capacitação do Gestor de TI bem como o comprometimento do Gestor

responsável pela mudança. Sem estes fatores favoráveis qualquer projeto estará

fadado ao fracasso. “(<http://under-linux.org/f141/>)

A Prefeitura de Indaiatuba, São Paulo, optou pela utilização de

ferramentas baseadas em Software Livre no projeto de modernização da área de

informática. Sua experiência bem sucedida serve como exemplo do planejamento

cuidadoso para a implantação de software livre, superando as dificuldades e

quebrando as resistências.

Adiante está reproduzida uma das tabelas elaboradas pela equipe:

Planejamento para a implantação de Software Livre (Prefeitura de Indaiatuba)

Objetivo Requisitos Software Utilizado

Criação de um ambiente de rede separado da rede interna, ou seja, uma zona desmilitarizada (DMZ)

Um equipamento configurado p/ desempenhar o papel de firewall, voltado p/ a Internet. Um equipamento configurado p/ o papel de firewall, p/rede interna.

S.O. GNU/Linux IPTABLES. Snort.

Implantação de servidor de DNS, para a resolução interna de nomes e cache Server

Um equipamento configurado com um servidor de nomes, acessvel apenas a partir da rede interna e da DMZ.

S.O. GNU/Linux Servidor DNS BIND

Disponibilização de acesso à Internet aos funcionários

Um equipamento com o servidor Proxy configurado de forma que apenas usuários autenticados tenham acesso à Internet.

S.O. GNU/Linux ProxySquid SARG(gerador de relatórios )

Criação do sistema de correio eletrônico, email, da Prefeitura

Um equipamento configurado com o servidor de emails, sendo que apenas os autenticados possam enviar e receber mensagens. Registro do domínio “indaiatuba.sp.gov.br” junto aos órgãos competentes.

S.O. GNU/Linux Servidorde email Postfix ServidorPOP3/IMAP uwIMAP.

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35

Criação de portal de serviços e informações da Prefeitura para a Internet e Intranet

Um equipamento configurado como servidor WEB, que permita a divulgação de conteúdo dinâmico. Registro do domínio “www.indaiatuba.sp.gov.br” junto aos órgãos competentes.

S.O. GNU/Linux ServidorWEB Apache Servidorde bancos de dadosySQL LinguagemPHP

Implantação de servidor de BD p/ os sistemas internos bem como àqueles a p/ Internet

Um equipamento configurado com um servidor de BD SQL.

S.O. GNU/Linux Servidorde bancos de dados PostgreSQL

O documento “Guia Livre – Referência de Migração para Software Livre do

Governo Federal”, no seu item 6.2 intitulado “Gerenciando a Migração”, sugere os

passos detalhados que devem compor um processo de migração cuidadoso e

seguro. Em seguida está mostrado um resumo em forma gráfica dos passos

sugeridos: Criação de equipe

habilitada com apoio

gerencial

Entendimento do

ambiente alvo

Revisão da arquitetura

base e aplicativos

utilizados

Entendimento da

“filosofia” do Software

Livre

Realização de auditorias

nos sistemas existentes:

características, dados e

segurança

Definição de um cenário

detalhado para a

migração

Integrar o usuário ao

processo através de

informação e

sensibilização

Realizar projetos piloto

para o cenário definido

Page 36: Software Livre na Administração Pública - A difícil quebra de um paradigma

36

CONCLUSÃO

Migrar o sistema operacional envolve uma série de custos que extrapolam

em muito o da licença. É indispensável considerar investimentos em treinamento

dos usuários e do pessoal de suporte e o custo social gerado por possíveis

insatisfações com as mudanças. (< www.linuxtotal.org>)

Assim, a migração deve ser vista como um investimento, e não como uma

simples substituição, para que se avalie com mais clareza os verdadeiros

benefícios, que estão além do curto prazo.

Pelas resistências identificadas ao longo do estudo, vimos que o gestor

público encontrará muitas dificuldades em qualquer projeto de migração de

software proprietário para software livre. No entanto, em sua maioria, as entidades

públicas cujas atuações serviram de referência para as recomendações descritas

no item anterior, superaram todas as dificuldades e tiveram sucesso nos seus

projetos.

No cenário atual o usuário individual habituado ao paradigma do software

proprietário, arca com um custo pela licença de uso ou apela para a pirataria. Para

o gestor público, dada a impossibilidade da segunda hipótese, por tratar da coisa

pública (Lei no. 10.695/03 – direito autoral), o gestor de boa fé se viu obrigado a

gastar parte importante do orçamento público na aquisição de tais licenças, e

permanecer dependente dos interesses mercadológicos do fabricante.

Não se sabe o quanto o setor público desperdiçou com o chamado

software proprietário ao longo dos últimos anos.

Enquanto não havia alternativas, tal desperdício foi justificável.

No entanto hoje, sistemas operacionais baseados em Linux devem ser o

objetivo de todo gestor público. (Leme,Fernando,2009)

A administração pública é regida pelos princípios da legalidade,

impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência.

Page 37: Software Livre na Administração Pública - A difícil quebra de um paradigma

37

Os princípios constitucionais são as diretrizes norteadoras, aplicáveis em

qualquer situação com fins de coordenar, direcionar, condicionar ou integrar a

criação, interpretação ou aplicação das demais normas. [MOTTA (1999)]. Dessa

maneira, as leis, decretos, portarias, resoluções afetas à Administração Pública,

têm sua fundamentação baseada nos princípios destacados.

O princípio da eficiência, de acordo com o Tribunal de Contas da União, é

a relação entre os produtos (bens e serviços) gerados por uma atividade e os

custos dos insumos empregados em um determinado período de tempo.

O princípio da economicidade (derivado do princípio da eficiência), de

acordo com o Tribunal de Contas da União, refere-se à capacidade de uma

instituição gerir adequadamente os recursos financeiros colocados à sua

disposição. Geralmente, essa dimensão é mais detidamente examinada em

auditorias de conformidade, na verificação da regularidade de procedimentos de

compras.

O princípio da razoabilidade prevê que as tomadas de decisões devem

contribuir efetivamente para o satisfatório atendimento dos interesses públicos,

buscando coerência lógica nas medidas administrativas. Assim, o administrador,

diante da diversidade de ações enfrentadas, deve analisar cada caso e encontrar

a melhor solução, agindo como a sociedade esperaria que agisse um

administrador ético.

O princípio da razoabilidade não é encontrado literalmente expresso na

Constituição da República, tendo sua fundamentação implícita. Em algumas

Constituições Estaduais, entretanto, já possui referência direta, a exemplo de

Minas Gerais [MOTTA (1999)].

As diretrizes gerenciais, da mesma maneira que as normas vigentes

devem manter congruência com os princípios constitucionais da Administração

Pública.

Nesse contexto, destaca-se a importância de qualquer tomada de decisão

dentro do ambiente público, em particular, a simples escolha de um software.(<

www.darlen.eti.br/down/monografia_daniel_darlen.pdf>)

Page 38: Software Livre na Administração Pública - A difícil quebra de um paradigma

38

Assim, a adoção do software livre por parte do estado é amparada

principalmente pelos princípios acima definidos, tendo em vista a melhor aplicação

dos recursos públicos, a independência tecnológica, a segurança da informação e

a promoção dos desenvolvimentos tecnológico e social.

No cenário dos dias atuais, e para frente, fica cada vez mais difícil

justificar a opção pelo software proprietário devido à existência de software livre

com funções equivalentes, sob risco de lesão ao patrimônio público.

São necessárias justificativas concretas e muito bem documentadas, a fim

de não abrir espaço para uma ação popular, ou questionamento do Tribunal de

Contas. (<http://www.alsl.tambis.org/>)

O documento de referência de migração para software livre do Governo

Federal, Guia Livre, deve ser incluído e observadas as suas orientações, em

qualquer trabalho de migração a ser desenvolvido em qualquer esfera de governo.

Nesse cenário, a filosofia do Software Livre surge como oportunidade para

disseminação do conhecimento e nova modalidade de desenvolvimento

tecnológico, em função do novo paradigma que se estabelece na relação de quem

produz o software (sejam empresas, sejam programadores autônomos) com a

tecnologia propriamente dita.

O Software Livre cumpre, ainda, as determinações do Governo Eletrônico,

bem como os padrões estabelecidos pela e-PING.

(http://www.governoeletronico.gov.br/anexos/guia-livre-versao-1.0)

Finalmente, com relação à adoção do software livre e de sua filosofia de

desenvolvimento e aperfeiçoamento de forma aberta e coletiva, permitindo o

domínio da tecnologia e a adequação do produto às nossas necessidades, está

inteiramente de acordo com as idéias ensinadas por Peter Senge nos últimos

anos.

Lembrando que Peter Senge é considerado o grande especialista em

aprendizado organizacional da atualidade, ligado ao Massachusetts Institute of

Page 39: Software Livre na Administração Pública - A difícil quebra de um paradigma

39

Technology. É autor do livro A Quinta Disciplina, considerado um dos cinco

maiores livros de negócios de todos os tempos pelo Financial Times.

Ele não faz qualquer referência explícita ao software livre, mas pela leitura

de seus textos podemos identificar pontos em comum entre as suas idéias e a

forma de trabalho colaborativo proposto pela Free Software Foundation, onde as

pessoas expandem continuamente a sua capacidade de criar os resultados que

desejam, aprendendo e desenvolvendo juntas.

Para os objetivos deste trabalho, na leitura das idéias de Peter Senge,

devemos fazer uma correspondência para governos quando ele se refere a

empresas.

Adiante segue trecho de entrevista dada por Peter Senge a Mercedes

Reincke, podendo-se encontrar a entrevista completa no endereço

http://www.perspectivas.com.br/g13.htm:

“As, empresas da América Latina não tiveram acesso aos mercados

internacionais durante anos e, agora, com a abertura econômica e a globalização,

precisam aprender tudo muito rapidamente. Essa é uma transição altamente

importante. Os executivos e os empresários de países latino-americanos

compreendem, pelo que têm me dito alguns deles, que precisam enfrentar uma

espécie de desafio mental e mudar os modelos tradicionais, paternalistas e

hierárquicos que regeram suas organizações durante muito tempo.

De agora em diante é quase impossível que uma só pessoa defina o que

está acontecendo e diga aos outros o que deve ser feito, como também não é

mais possível apenas obedecer às ordens. As pessoas precisam usar sua

capacidade de raciocínio e, por isso, é necessário acumular conhecimentos em

todos os níveis da organização. Em minha opinião, essa é a mudança mais

fundamental que muitas empresas em países como o Brasil e a Argentina devem

promover.

Há uma espécie de modelo de empresa cujos funcionários chegam todas

as manhãs, trabalham, voltam para casa no fim da tarde e isso é tudo. Eles não se

comprometem com o negócio. Esse modelo de companhia não consegue competir

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40

no mercado globalizado. Ou passa a investir em pessoas inteligentes e motivadas

em muitos níveis ou não vai para a frente. Passar a investir em pessoas é uma

mudança extremamente significativa, principalmente para empresas com atuação

em mercados que costumavam ser altamente protegidos “

Ainda, em seu livro “A Quinta Disciplina”, Senge diz:

“As organizações que aprendem são formadas por pessoas que

expandem continuamente, a sua capacidade de criar os resultados que desejam,

onde se estimulam padrões de comportamento novos e abrangentes, a aspiração

coletiva ganha liberdade, e as pessoas exercitam-se, continuamente, em aprender

juntas. Essas organizações só podem ser construídas quando entendermos que o

mundo não é feito de forças separadas e que, no mundo de hoje, a capacidade de

aprender contínua e rapidamente é a única vantagem competitiva sustentável.”

Felizmente, ao encerramento deste trabalho, mais precisamente no dia

20/05/2011, saiu na imprensa uma notícia auspiciosa para o Estado do Rio de

Janeiro, de que o deputado Robson Leite conseguiu aprovar na Assembléia

Legislativa projeto de lei que prevê a adoção do padrão aberto, ODF, para a

criação, armazenamento e divulgação de documentos nos espaços e órgãos

públicos estaduais, restando apenas a sanção do governador Sérgio Cabral. Este

projeto pode ser visto no Anexo III.

Outro importante projeto é o PL 2269/1999, do deputado federal Walter

Pinheiro, cuja ementa é “dispõe sobre a utilização de programas abertos pelos

entes de direito público e de direito privado sob controle acionário da

administração pública”, cujo andamento pode ser visto no Anexo II.

Page 41: Software Livre na Administração Pública - A difícil quebra de um paradigma

41

BIBLIOGRAFIA

BRANCO, Marcelo D'Elia. Software Livre na Administração Pública Brasileira. 2004. Disponível: <http://www.softwarelivre.org/downloads/> acessado em 01/05/2011.

Vários autores. Software Livre Cultura Hacker e Ecossistema da

Colaboração. 2009. Disponível: <http://softwarelivre.org/livro/> acessado

em 03/05/2011.

SENGE,Peter. A Quinta Disciplina. Editora Qualitymark, 1995

Page 42: Software Livre na Administração Pública - A difícil quebra de um paradigma

42

WEBGRAFIA

Adoção do Software Livre na Administração Pública: estudo de caso na

UFRN.<http://www.simpep.feb.unesp.br/anais/anais_13/artigos/1054.pdf>

acessado em 12/05/2011

Advocacia e Aspectos Legais do Software Livre.

<url:http://www.alsl.tambis.org>. acessado em 05/05/2011

Anderson Medeiros. <url:http://andersonmedeiros.wordpress.com>.

acessado em 13/05/2011

As Cinco Disciplinas – Peter Senge.

<url:http://www.perspectivas.com.br/g13.htm>. acessado em 09/05/2011

Confira a íntegra do discurso de Lula no Consegi – PSL Brasil

.<http://www.softwarelivre.org/portal/geral/confira-a-integra-do-discurso-

de-lula-no-consegi>. Acessado em 10/05/2011

Debates. <url:http://under-linux.org/f141>. Acessado em 01/05/2011

Favoritos 2010 BR-LINUX: Ambiente Gráfico. <url:http://br-

linux.org/2010/favoritos-2010-br-linux-ambiente-grafico>. acessado em

18/05/2011

Gerenciadores de Projetos: Como, Onde e Qual usar.

<url:http://www.profissionaisti.com.br/category/gerencia-de-projetos>.

acessado em 10/05/2011

Jusbrasil – Notícias Jurídicas – Notícias do Direito.

Page 43: Software Livre na Administração Pública - A difícil quebra de um paradigma

43

<url:http://www.jusbrasil.com.br>. acessado em 13/05/2011

Linux levado a sério desde 1996 – BR-Linux.org. <url:http://br-linux.org/>.

acessado em 16/05/2011

MANUAL DO ZENWALK LINUX – Software Livre e Linux.

<url:http://manual.zenwalk.org/pt/Software_Livre_e_Linux.html>.

acessado em 07/05/2011

Ministério das Comunicações – GESAC – Inclusão Digital Para Todos.

<url:http://www.gesac.gov.br/noticias/>. acessado em 14/05/2011

O Impacto da Migração do Micrsoft Office para o OpenOffice em uma

instituição de Ensino Superior do Sul de Minas.

<http://issuu.com/arlufla/docs/mono-edernascimento> acessado em

01/05/2011

O Portal da Administração.<url:http://www.administradores.com.br>.

acessado em 18/05/2011

Olhar Digital .<url:http://olhardigital.uol.com.br>. acessado em 15/05/2011

Portal Inclusão Digital. <url:http://www.inclusaodigital.gov.br>. acessado

em 02/05/2011

Prefeiturade São Paulo.

<url:http://www.prefeitura.sp.gov.br/cidade/secretarias>. acessado em

12/05/2011

Publicações Seriadas do Superior Tribunal de Justiça.

<url:http://www.stj.jus.br/publicacaoseriada>. acessado em 10/05/2011

Page 44: Software Livre na Administração Pública - A difícil quebra de um paradigma

44

Revista Pequenas Empresas & Grandes Negócios.

<url:http://revistapegn.globo.com>. acessado em 13/05/2011

Serena Open Source and Hosted Project Management Software.

<url:http://openproj.org/openproj>. acessado em 11/05/2011

Software Livre no Governo do Brasil.

<url:http://www.softwarelivre.gov.br>.acessado em 01/05/2011

Software Livre, Programa de Governo Eletrônico Brasileiro – Sítio Oficial.

<url:http://www.governoeletronico.gov.br/acoes-e-projetos/software-livre>.

Acessado em 02/05/2011

TCO na relação software proprietário X software livre.

<url:http://www.jack.eti.br/www/?p=9>. Acessado em 15/05/2011

Universidade Federal do Pará - Software Livre – Distribuições.

<url:http://www.cultura.ufpa.br>. acessado em 18/05/2011

Viva o Linux – A Maior Comunidade Linux da América Latina.

<url:http://www.vivaolinux.com.br/>. acessado em 15/05/2011

World of Bits Linux .<url:http://worldofbit.com/wob/linux>. acessado em

18/05/2011

Page 45: Software Livre na Administração Pública - A difícil quebra de um paradigma

45

ANEXOS

Índice de Anexos

Anexo I – Exemplos de Aplicativos para Linux

Anexo II – Projeto de Lei – Uso de Software Livre pela Administração Pública

Anexo III – Formato ODF nos documentos na Administração Pública

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ANEXO I

EXEMPLOS DE APLICATIVOS PARA LINUX

SOFTWARE DE ANIMAÇÃO

Blender 3D: Blender 3D é de alta qualidade, utilizado para criar animação

3D de alta qualidade, sendo um dos mais utilizados dentre os aplicativos de

animação para o Linux. O software é totalmente gratuito, com ampla

documentação disponível online gratuitamente.

Pencil (2D): Pencil é um programa animação 2D gratuito destinado a fazer

tradicional animações extraídas de mão. As animações são traçadas sobre

"páginas" individuais e, em seguida, elaboradas em conjunto de um tipo de

flipbook digital.

KPovModeler: KPovModeler é um programa para fazer composição /

modelagem do tipo POV-Ray: um excelente complemento para Blender 3D, e

destinado ao KDE.

Stopmotion: Stopmotion é um programa que permite a captura e ou

combinar fotos juntas para criar um bom vídeo de animação stopmotion. Não só

funciona bem para Claymation e similares, mas também pode ser usado para criar

timelapse vídeos.

Synfig (2D): Synfig é um pacote software livre de animação 2D. Uma

ferramenta software livre/ open source para a produção de filmes de animação

com menos pessoas e recursos.

Anime Studio 5 (2D) (199,99 dólares): Anime Studio 5 é uma poderosa

aplicação comercial para a criação de animações 2D com a capacidade de

importação / exportação de imagens OBJ, efeitos especiais scripting, animação

layered, animação vetorial, cronograma e controles avançados.

SOFTWARE PARA ÁUDIO

Audio CD Extractor (ripper): Disponível através do Adicionar / Remover

Aplicações no Ubuntu, CD Audio Extractor (anteriormente conhecido como Sound

Page 47: Software Livre na Administração Pública - A difícil quebra de um paradigma

47

Juicer), é um CD Ripper fácil de usar, destinados a fazer copias de CDs musicais

rápido e simples.

Audacity (gravador): Audacity é um excelente, software livre gravador /

editor de áudio para quase todos os tipos. Pode gravar múltiplos canais, dividir

canais, mesclar áudio, e um vasto conjunto de outras funcionalidades. Suporta

gravação de entradas e placa de som.

Sound Converter: Esta é uma aplicação para o GNOME que aceita uma

ampla gama de diferentes formatos de áudio e converte-los para mp3, wav, flac,

ou ogg.

Last Exit (player): Last Exit é um player autônomo para Last.fm que

permite que você adicione suas estações e estações de pesquisa especificas,

seleciona estação de vizinhos ou apenas navegar. Você pode definir preferências,

proteger com senha e salvar as alterações.

Hipo iPod Management Tool: Se você tem um iPod da Apple

“obviamente” , o iPod Hipo Management é uma ferramenta inestimável que

permite aos usuários administrar seu dispositivo.

Utube-Ripper: Se deparou com um vídeo no YouTube que você deseja

salvar em seu disco rígido? Com Utube Ripper, você pode baixar e guardar o

vídeo inteiro, ou o áudio somente. Muito elegante e fácil de usar.

Freqtweak: Segundo a Adicionar / Remover Aplicações,” FreqTweak é

uma ferramenta para manipulação espectral de áudio em tempo real. Oferece

vários algoritmos de processamento de áudio e domínio da freqüência e uma

interface (GUI) altamente interativa para manipular os filtros para cada um.

Também proporciona alta resolução espectral. “

SOFTWARE PARA VÍDEO

VLC: VLC é, sem dúvida o mais popular player de vídeo em qualquer

sistema operacional. Suporta quase todos os tipos de vídeo disponível, oferece a

capacidade de alterar configurações de áudio, escolha canais áudio (headphones,

full bass, etc.), mudar aspecto em relação ao vídeo e muito mais. O programa é

leve e fácil de usar.

Page 48: Software Livre na Administração Pública - A difícil quebra de um paradigma

48

AcidRip: AcidRip é pura e simplesmente uma ferramenta para copiar um

DVD para um arquivo de vídeo digital, com codecs como o XviD, x264, MPEG, e

mais disponíveis. Ele permite que você controle o tamanho do arquivo,

configurações de áudio, qualidade, região, etc

Avidemux: Avidemux é um excelente editor de vídeo. Você pode

adicionar filtros, meticulosamente manipular áudio e vídeo, combinar VOBs,

combinar vídeos, e muito mais.

DVD::RIP: Enquanto AcidRip é a melhor ferramenta para usar, se você

quiser criar um vídeo diretamente a partir de um DVD, DVD:: RIP é o ideal se você

deseja converter um ISO ou VOB. Basta iniciar o programa, carregue o arquivo, e

então escolher as definições de vídeo e transcodifique para um arquivo AVI ou

outro formato.

Gnome Subtitles: Editar, adicionar e manipular legendas de um vídeo

utilizando este programa gratuito.

iriverter: iriverter é um frontend para o MEncoder que torna simples para

converter vídeos para uma vasta gama de dispositivos portáteis, incluindo o

Creative Vision M e iRiver player. Vídeo único ou conversões em lote podem ser

feitas.

Wink: Wink é um programa de vídeo gratuito para criar vídeo screencasts;

um excelente programa para a criação de vídeos tutoriais e apresentações, com a

possibilidade de adicionar caixas explicação para o vídeo.

XBMC Media Center: XBMC é um premiado media center para múltiplas

plataformas, e é totalmente suportado no Ubuntu. O programa é sofisticado e de

alta qualidade, e é um media player que permite organizar e reproduzir vídeos,

música e fotos, incluindo preview das capas dos álbuns.

PROCESSAMENTO GRÁFICO

GIMP: GIMP é a alternativa Linux para o Adobe Photoshop. É um

avançado programa criação e edição de imagem, com um engine de animação e

uma vasta gama de plugins / filtros / pincéis. Pode fazer quase tudo que o

Photoshop pode fazer, mas que exigem uma técnica aprimorada para aprendê-la,

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49

a fim de explorar suas características.

Hugin: Hugin é um criador de panoramas de alta qualidade. Combina

duas ou mais fotos e em um panorama. Mistura cores para fazer costuras entre as

fotos de maneira imperceptível.

Comix: Comix é um visualizador de livro em quadrinhos para Linux. É de

alta qualidade, funciona sem problemas, e oferece todos os componentes

necessários para a visualização de quadrinhos digital, incluindo apoio páginas

duplas, zoom, rotação, espelhamento, moda tela cheia, modo caber a tela,

melhora a imagem, mudar a qualidade de imagem, e favoritos.

FlickrUploader: Flickr Uploader é um programa desktop que torna fácil a

instantaneamente enviar as imagens para sua conta do Flickr.

Inkscape: Inkscape é um sofisticado programa de gráficos vetoriais

semelhante ao Adobe Illustrator.

Phatch Photo Batch Processor: Phatch é um processador de fotos em

lotes, tornando fácil para redimensionar, recortar, rodar, adicionar cantos

arredondados, mudar perspectiva, ou um vasto conjunto de outras funcionalidades

em poucos minutos.

QCAD: QCAD é um aplicativo parecido com o AutoCAD da AutoDesk. Ele

oferece a capacidade de criar e arquivos com suporte para o autoCAD e similares

ESCRITÓRIO

xpdf: xpdf é uma suíte de ferramentas PDF, incluindo um visualizador leve

com suporte para o padrão, TrueType e Type 1 fonts, ferramentas da conversão

para converter arquivos em diversos formatos, e suporte para múltiplos idiomas.

AbiWord: AbiWord é um popular, leve e ainda sofisticado processador de

textos que trabalha muito bem em Linux. É melhor para aqueles que necessitam

criar documentos, mas não exigem uma enorme quantidade de recursos

KAddressBook: KAddress é um gerenciador de contactos pessoais e

endereço.

KOrganizer: KOrganizer é um aplicativo de calendário e programação

com a habilidade para monitorar datas importantes, adicionar notas e exportar

Page 50: Software Livre na Administração Pública - A difícil quebra de um paradigma

50

arquivos.

GnuCash: GnuCash é um software de gestão financeira adequado para

uso pessoal ou uso comercial. Têm suporte para vários tipos de arquivo, como

ficheiros do tipo Quickbooks. Conta com monitoramento constante de que for

necessário, incluindo os investimentos e gastos.

xCHM: xCHM é um visualizador de arquivos do tipo HTML CHM,

adequadas para visualização ebooks HTML e arquivos grandes no formato CHM.

UTILIDADES

GPSDrive: Um sistema de navegação concebido para trabalhar com um

receptor GPS. Oferece a capacidade de zoom e exibir mapas baixados ou

gerados, conforme necessário, através OpenStreetMap.

Gnome Partition Editor: O Partition Editor permite facilmente manipular

partições com suporte para múltiplas estruturas de arquivos.

Virtual Box OSE: Virtual Box é uma aplicação de máquina virtual,

permitindo que você execute diferentes SO's dentro da sua máquina Linux.

ClamAV: Clam AV é um excelente antivírus para o Linux.

Gmount-ISO: Gmount é um frontend para o Terminal que permite de

maneira fácil montar uma imagem (ISO) de DVD ou CD.

INTERNET

Opera: Opera é um dos melhores navegadores existentes.

Mozilla Firefox: Firefox é o mais popular navegador da Internet para o

Linux, que oferece estabilidade, de amplo apoio, e uma enorme quantidade de

plugins.

Thunderbird: Thunderbird um popular cliente de e-mail do Mozilla

Foundation. Oferece múltiplo acesso às contas, IMAP e SMTP, proteção de

senha, livros de endereço, e muito mais.

SeaMonkey: SeaMonkey é um navegador baseado no Firefox.

Evolution: Evolution muito semelhante ao Microsoft Outlook.

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ANEXO II – Projeto de Lei – Uso de Software Livre pela Administração Pública

Proposição: PL-2269/1999 Avulso

Autor: Walter Pinheiro - PT /BA

Data de Apresentação: 15/12/1999

Apreciação: Proposição Sujeita à Apreciação Conclusiva pelas Comissões - Art. 24 II

Regime de tramitação: Ordinária

Situação: CTASP: Aguardando Parecer.

Ementa: Dispõe sobre a utilização de programas abertos pelos entes de direito público e de

direito privado sob controle acionário da administração pública.

Explicação da Ementa: Obriga os órgãos da administração publica utilizarem software com

codigo livre ou aberto.

Indexação: Obrigatoriedade, orgão publico, empresa estatal, sociedade de economia mista,

empresa publica, utilização, programa livre de computador, licença, propriedade industrial,

propriedade intelectual.

Despacho:

11/2/2000 - DESPACHO INICIAL A CCTCI, CTASP E CCJR (ARTIGO 54 DO RI) -

ARTIGO 24, II.

Pareceres, Votos e Redação Final

CCTCI (CIÊNCIA E TECNOLOGIA, COMUNICAÇÃO E INFORMÁTICA)

PAR 1 CCTCI (Parecer de Comissão)

PRL 1 CCTCI (Parecer do Relator) - Luiza Erundina

Substitutivos

CCTCI (CIÊNCIA E TECNOLOGIA, COMUNICAÇÃO E INFORMÁTICA)

SBT 1 CCTCI (Substitutivo) - Luiza Erundina

Apensados

PL 3051/2000

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PL 4275/2001

PL 7120/2002

PL 2152/2003

PL 3280/2004

PL 3070/2008

Requerimentos, Recursos e Ofícios

CCTCI (CIÊNCIA E TECNOLOGIA, COMUNICAÇÃO E INFORMÁTICA)

REQ 227/2005 CCTCI (Requerimento) - Marcelo Barbieri

REQ 215/2009 CCTCI (Requerimento) - Luiza Erundina

Última Ação:

Data

19/4/2011 - Comissão de Trabalho, de Administração e Serviço Público (CTASP) - Designada

Relatora, Dep. Manuela D'ávila (PCdoB-RS)

Andamento

Obs.: o andamento da proposição fora desta Casa Legislativa não é tratado pelo sistema,

devendo ser consultado nos órgãos respectivos.

Data

15/12/1999 PLENÁRIO (PLEN)

APRESENTAÇÃO DO PROJETO PELO DEP WALTER PINHEIRO.

11/2/2000 PLENÁRIO (PLEN)

LEITURA E PUBLICAÇÃO DA MATERIA. REP: DCD 11 04 00 PAG 15152 COL 01.

11/2/2000 Mesa Diretora da Câmara dos Deputados (MESA)

DESPACHO INICIAL A CCTCI, CTASP E CCJR (ARTIGO 54 DO RI) - ARTIGO 24, II.

11/2/2000 Comissão de Ciência e Tecnologia, Comunicação e Informática (CCTCI)

Recebido pela CCTCI

6/4/2000 Comissão de Ciência e Tecnologia, Comunicação e Informática (CCTCI)

RELATOR DEP NÁRCIO RODRIGUES.

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Data

13/4/2000 Comissão de Ciência e Tecnologia, Comunicação e Informática (CCTCI)

APRESENTAÇÃO DE EMENDA PELO DEP BABA.

17/4/2001 Mesa Diretora da Câmara dos Deputados (MESA)

Apense-se a esta o PL-4275/2001.(DESPACHO INICIAL)

... No período de 2002 a 2010 foram cerca de 41 andamentos registrados e

que foram retirados daqui para não sobrecarregar o texto ...

31/1/2011

Mesa Diretora da Câmara dos Deputados (MESA)

Arquivado nos termos do Artigo 105 do Regimento Interno da Câmara dos

Deputados. Publicação no DCD do dia 01/02/2011 - Suplemento ao nº

14.(publicação)

15/2/2011

Mesa Diretora da Câmara dos Deputados (MESA)

Desarquivado nos termos do Artigo 105 do RICD, em conformidade com o despacho

exarado no REQ-44/2011.(íntegra)

19/4/2011 Comissão de Trabalho, de Administração e Serviço Público (CTASP)

Designada Relatora, Dep. Manuela D'ávila (PCdoB-RS)

20/4/2011 Comissão de Trabalho, de Administração e Serviço Público (CTASP)

Prazo para Emendas ao Projeto (5 sessões ordinárias a partir de 25/04/2011)

5/5/2011 Comissão de Trabalho, de Administração e Serviço Público (CTASP)

Encerrado o prazo para emendas ao projeto. Não foram apresentadas emendas.

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Anexo III – Formato ODF nos documentos na

Administração Pública

PROJETO DE LEI Nº 152/2011 – aprovado em maio/2011 na ALERJ e em vias de

aprovação pelo governador Sérgio Cabral, por ocasião do fechamento desta

monografia.

Autor(es): Deputado ROBSON LEITE

EMENTA:

DISPÕE QUE OS ÓRGÃOS E ENTIDADES DA ADMINISTRAÇÃO

PÚBLICA DIRETA, INDIRETA, AUTÁRQUICA E FUNDACIONAL DO

ESTADO DO RIO DE JANEIRO, BEM COMO OS ÓRGÃOS AUTÔNOMOS

E EMPRESAS SOB O CONTROLE ESTATAL ADOTARÃO,

PREFERENCIALMENTE, FORMATOS ABERTOS DE ARQUIVOS PARA

CRIAÇÃO, ARMAZENAMENTO E DISPONIBILIZAÇÃO DIGITAL DE

DOCUMENTOS.

A ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO

RESOLVE:

Art. 1º. Os órgãos e entidades da Administração Pública Direta,

Indireta, Autárquica e Fundacional do Estado do Rio de Janeiro, bem como

os órgãos autônomos e empresas sob o controle estatal adotarão,

preferencialmente, formatos abertos de arquivos para criação,

armazenamento e disponibilização digital de documentos. Art. 2º. Entende-

se por formatos abertos de arquivos aqueles que: I – possibilitam a

interoperabilidade entre diversos aplicativos e plataformas, internas e

externas; II – permitem aplicação sem quaisquer restrições ou pagamento

de royalties; III – podem ser implementados plena e independentemente por

múltiplos fornecedores de programas de computador, em múltiplas

plataformas, sem quaisquer ônus relativos à propriedade intelectual para a

necessária tecnologia; Art. 3º. Os entes, mencionados no art. 1º desta lei,

deverão estar aptos ao recebimento, publicação, visualização e

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preservação de documentos digitais em formato aberto, de acordo com a

norma ISO/IEC 26.300 (Open Document format – ODF). Art. 4º. Esta Lei

entrará em vigor na data de sua publicação. Plenário Barbosa Lima

Sobrinho, 02 de março de 2011 Deputado Robson Leite

JUSTIFICATIVA

O presente projeto de lei visa recomendar a adoção de um padrão na

criação e na distribuição de documentos públicos do Estado brasileiro,

utilizando-se do formato OpenDocument Format – ODF, pois o padrão

aberto é um requisito para que o Software Livre seja realmente livre sua

totalidade. Os padrões de interoperabilidade, que preconizam a

possibilidade de troca de dados e conteúdos oriundos de sistemas de

informação diversificada são essências tanto no segmento privado como

público. Com esta utilização e padronização efetiva, provocará avanços

significativos na utilização do software livre no país. Para demonstrarmos

nossa atualização como mundo da informática, devemos observar o

exemplo do governo francês, que já recomendou que todas as publicações

de seus documentos públicos devem estar disponíveis em formato ODF de

acordo com o relatório do Primeiro Ministro da França, e sugere ainda aos

seus parceiros europeus que também o façam, quando da troca de

documentos em nível europeu. No Brasil, o Estado do Paraná foi pioneiro

em aprovar uma lei de teor similar que já começou a dar resultados

econômicos e de apropriação social do conhecimento tecnológico aberto.

Diante do exposto, solicito o apoio dos meus pares, para aprovação do

Projeto de Lei que dispõe sobre a padronização dos documentos públicos

do Estado do Rio de Janeiro em formato OpenDocument Format – ODF.

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ÍNDICE

INTRODUÇÃO 8

CAPÍTULO I

Fundamentação Teórica 10

1.1) Conceitos 10

1.2) História 13

CAPÍTULO II

O Estado da Arte 17

2.1) Ganhando Mercado 17

2.2) Distribuições Linux bem acessíveis 18

2.3) Segurança e Estabilidade 19

2.4) Aplicação em Business Intelligence 19

2.5) Programas CAD 20

2.6) Gerenciadores de Projeto 21

2.7) Suite de Escritório 22

2.8) Programas Diversos 22

CAPÍTULO III

Algumas Iniciativas Bem Sucedidas 24

3.1) Site de Acompanhamento de Gastos Públicos 24

3.2) Consórcio BDJUR 24

3.3) Solução Livre para Certificação Digital na CEF 24

3.4) Acordo de Cooperação Tecnológica 25

3.5) Programa Telecentros 25

3.6) Linux faz 20 anos 25

3.7) Guarda francesa troca Windows por Linux 25

3.8) I Fórum de S.L. do Comando da Aeronáutica 26

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3.9) Trechos do discurso do presidente Lula 27

3.10) Trechos da carta aberta do TRT/RJ 28

3.11) Rio das Ostras tem sua própria distribuição 29

3.12) Rio das Ostras usa solução da Microsoft 30

3.13) Migração nos Mnicípios 31

CAPÍTULO IV

Resistências à Implantação Identificadas 32

CAPÍTULO V

Proposta: Recomendações para minimizar a resistência 33

CONCLUSÃO 36

BIBLIOGRAFIA 41

WEBGRAFIA 42

ANEXOS 45

ÍNDICE 56

FOLHA DE AVALIAÇÃO 58

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FOLHA DE AVALIAÇÃO

Nome da Instituição: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES - FACULDADE

INTEGRADA AVM

Título da Monografia: Software Livre na Administração Pública – A Difícil Quebra

de um Paradigma

Autor: José Antonio Fernandes Alves

Data da entrega:

Avaliado por: Conceito: