sociologia da moda

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Sociologia da Moda Georg Simmel (1858-1918) Jean Baudrillard (1929-2007) Michel Maffesoli (1944) 2011 Fabio Parode

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Moda

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Sociologia da Moda

Georg Simmel (1858-1918)

Jean Baudrillard (1929-2007)

Michel Maffesoli (1944)

2011

Fabio Parode

Michel Maffesoli um dos fundadores do estudo sociológico sobre

o cotidiano, é conhecido por suas análises sobre pós-

modernidade, imaginário, tribos urbanas. Atualmente é professor

da Universidade Paris-Descartes. Construiu uma obra em torno

da questão da ligação social comunitária e a prevalência do

imaginário nas sociedades pós-modernas.

Georg Simmel, apresentou em 1908 sua "Soziologie“, aprofundando a análise das

formas de sociedade e dos objetos da sociologia, como a dominação, o conflito, o

segredo, os círculos sociais e a pobreza. Também fez estudos sobre a vida grupal

e a individualidade, a vida urbana e moda. É considerado um dos precursores da

microssociologia.

Jean Baudrillard, sociólogo francês

Buscou compreender a realidade

Contemporânea a partir da noção de signos

E produção de virtualidades que afetam a sociedade no quadro da cultura do consumo.

sociedade como campo de

tensões e interações

• Segundo Simmel, a sociedade funciona

como campo onde configuram-se

tensões e interações. Essas

configurações, a dimensão das

relações sociais, é perceptível em todos

os artefatos, inclusive, na moda.

Quais os fatores de

socialização? • Aqui se coloca uma dicotomia entre individual

e coletivo. O que é da ordem do conjunto e o que é da ordem da unidade. Uma dialética se constitui nessa interação, revelando diferenças e similaridades. O espaço, o tempo e os bens para a sobrevivência, em suas diferentes modulações, são alguns dos fatores de socialização, diga-se, de disputa e concorrência.

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Foto: Francesco Scavulo - 1962, NY (Antonia, Hong Kong)

Moda como fator de

socialização • No quadro efervescente da sociedade, das

disputas pelos espaços de maior conforto e

prazer, os indivíduos utilizam-se de

estratégias para qualificarem suas

performances, tornando-se mais hábeis

quanto à concorrência. Essas estratégias são

projetadas sob a forma de representações,

através de diferentes linguagens, entre elas,

a da moda.

Moda como fator de

socialização • Nesse sentido, considera-se a moda como

linguagem dentro de um contexto que releva

da sistemática do jogo, das posições e

contraposições, das estratégias e dos

embates. Nessa perspectiva de agregação

de valor simbólico, a moda funciona como

agente de socialização, diga-se de

comunicação. Ela permite leituras possíveis.

“individualização”

• Os indivíduos conscientes de sua necessidade de sobrevivência nesse contexto de concorrência, buscam, para além da diferenciação, a construção de corporeidades mais afirmativas e fortes. Para isso, não apenas individualizam-se como aos poucos, vão agregando-se a

grupos, aos seus pares.

“antropologia”

• Nesse sentido, o estudo sobre o homem em

seu habitat, em seu território, diante de seus

desafios, sejam externos a comunidade ou

internos, e a consequente projeção de seu

modus operandi através de estratégias,

utilização dos artefatos e das diferentes

armas, não é apenas objeto de interesse da

antropologia, mas também da moda.

crítica da modernidade

• época assinalada pela progressiva e

dramática libertação do indivíduo

Na modernidade

• conflitos

• diferentes formações sociais

• Ideia de progresso tecnológico

• positivismo triunfante e otimista

• desenvolvimento industrial

Tese de Simmel

• Sobre a moda: “função de “válvulas de

segurança”, que lhes permitem baixar

o vapor e suportar o peso rígido das

relações sociais.”

“filosofia da vida”

• caracteriza a vida um dualismo

entramado de oposições entre

particular e universal, igualdade e

diferenciação, imitação e distinção,

sujeição e auto-afirmação, coesão e

separação.

Sobre nossa natureza

• nossa natureza precisa tanto do movimento

como do repouso, da produtividade como da

receptividade.”

• “A vida é, pois, a oscilação entre estes dois

pólos, entre a unidade do todo e o ser-para-

si de cada elemento do mundo, entre

hereditariedade e variabilidade, entre a

ordem social e o destino individual.”

Condição subjetiva do sujeito

• “a angústia de permanecer sozinho no

seu agir e a dor da responsabilidade.”

Moda como imitação

• “imitação de um modelo dado e

satisfaz assim a necessidade de apoio

social, conduz o indivíduo ao trilho que

todos percorrem, fornece um

universal”

• “satisfaz igualmente a necessidade de

distinção”

Classes sociais e moda

• “as modas são sempre modas de classe,

porque as modas da classe superior se

distinguem das da inferior e são

abandonadas no instante em que esta última

delas se começa a apropriar.”

• “a tendência para a igualização social se une

à tendência para a diferença e a diversidade

individuais num agir unitário.”

Onde se situa Simmel ?

• “entre o progressivismo liberal e o pessimismo cultural.”

• “multiplicam-se progressivamente as esferas sociais, um indivíduo pode ser membro de muitos círculos bem definidos que se concatenam e co-implicam à maneira de círculos concêntricos, nenhum destes controla já a sua personalidade total.”

• “visão metafísica de Schiller ou de Nietzsche.”

Moda-discurso e sociedade

• “que o leva a anunciar novas prisões”

• “os indivíduos permanecem enredados

e como que congelados nas suas

funções sociais.”

significado da moda:

• “como forma de vida”

• “distinções de classe”

• “jogo da incessante imitação de uma

classe por outra”

• “inserção dos indivíduos num grupo”

• “efervescência sem rumo”

efemeridade

• “simples variação”

• “desprovida de motivação, entregue

apenas à vertigem do movimento”

• “vive do capricho e da extravagância”

A ideia de ciclo

• “vive do transitório, do fugitivo, do

contingente; persiste destruindo, mas

é simultaneamente recuperação lúdica

de formas do passado”

Sua condição trágica

• “possui o atrativo singular do limite, o

atrativo simultâneo do começo e do

fim, da novidade e, ao mesmo tempo,

da caducidade.”

• “é o infinito ilimitado”

• “a ausência de medida”

Moda é sintoma

• sintoma de quê?

Foto: Hiro Wakabayashi, 1963, NY

Filosofia da Moda

• A vida como dualismo

• “multiplicidade de forças”

• “além da manifestação real”

• “tensão”; “luta”

• movimento e repouso

Fusão e ruptura

• fusão com o nosso grupo social e o

esforço individual para dele sair

• “Moda como uma forma particular de

unir o interesse pela duração, pela

unidade e pela igualdade com o

interesse pela mudança, pelo

particular, pelo único.”

Edipo- antiêdipo

• “tendência psicológica para a imitação.”

• “Proporciona ao indivíduo o sossego de não permanecer sozinho no seu agir”

• “liberta assim o indivíduo da dor da escolha”

Moda como produto social

• “um produto do grupo”

• “receptáculo de conteúdos sociais.”

A imanência da moda

• “satisfaz igualmente a necessidade de

distinção, a tendência para a

diferenciação, para mudar e se

separar.”

As diferenças sociais na moda

• é produto da divisão de classes

• é formadora de um círculo social

fechado e, ao mesmo tempo, isolado

dos outros.

• “Unir e diferenciar são as duas funções

básicas que aqui se unem de modo

inseparável”

O Jogo social na moda

• Quando as Classes inferiores rompem a

hegemoniedade das classes superiores,

simbolizada na moda, estas desviam-se desta

moda e viram-se para outra, graças à qual

de novo se diferenciam das grandes massas,

e na qual o jogo mais uma vez se inicia.

Fuga e imitação

• quanto mais se aproximam os círculos

tanto mais desatinada é a caça da

imitação pelos de baixo e a fuga para a

novidade pelos de cima

Delimitação e discriminação

• “modas fortemente discriminantes,

pelas quais cada grupo assinala tanto o

isolamento para dentro como a

diferença para fora.

Como uma moldura

• Tal como a moldura de um quadro dá à

obra de arte o caráter de um todo

unitário, a moda dá ao indivíduo o seu

caráter de pertencimento a um grupo

Foto: Norman Parkson, 1960, sobrevoando Paris.

Tese de Baudrillard

• A moral dos objetos: há valor de troca

simbólico nos objetos.

• “uma verdadeira teoria dos objetos e do

consumo fundar-se-á não numa teoria

das necessidades e de sua satisfação,

mas em uma teoria da prestação social

e da significação.”

A troca simbólica

• função social

• prestígio

• distribuição hierárquica

• imposição cultural

• Instituição

• dilapidação e acumulo

O mais profundo está na pele

• a aparência, a superficialidade, a

“profundidade da superfície” estão na

ordem do dia, será que é preciso

deixar-se ofuscar por ela, ou ao

contrário, apreciar, com serenidade o

trágico social que isso induz?

Pós-modernidade

• “eflorescência de mitos, uma

multiplicidade de imaginários

dificilmente explicáveis pelo simples

procedimento racionalista.”

• Relativizar o poder da razão e

concordar com o poder da imagem

sobre a moda

• “estar-junto”

• “a forma é formadora.”

• “entre a forma exterior e a força

interior.”

• “a pele de um indivíduo”

• “representar“

Skinhead

Punk

Moda-design

Moda • “reencantamento”

• “existência cotidiana como forma de arte.”

• “Apolo e Dionísio”

• “lama e de alma”

• “a imagem serve de pólo de agregação às diversas “tribos”

• uma dimensão “afetual”

• “jogo de atração-repulsão que modela a sociedade.”

• indispensável ilusão do corpo

• “para ser, a vida deve parecer”

EMOS

PUNKS GAYS SKYN

TATOO

BLACK

• Alexander McQueen (cristiane)

• Dior(Tanara)

• Chanel(Raquel)

• Gautier

• David LaChapelle (Amanda)

• Serge Lutens

• Galiano (Ianny)

• Gianni Versace

• Viviene Westwood (denise)

• Prada(Tanise)

• Yves Saint Laurent(Anne)

• Emmanuel Ungaro (Bruno)

• Valentino

• Yohji Yamamoto(MelaniaeJanaina)

• Guy Bordin

• Lady Gaga

• Madona(gabriela)

Bibliografia

MAFFESOLI, Michel. No fundo das aparências. Vozes: Rio de Janeiro, 1996.

SIMMEL, Georg. Filosofia da moda e outros escritos. Edições Texto & Grafia: Lisboa,

2008.