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Sociedade de Abastecimento de Água e Saneamento S/A
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TÍTULO: “Implantação do Sistema de Gestão da Qualidade ISO 9001:2000 em
Empresas Públicas – Estudo de Caso SANASA”
TEMA: Institucionalização do Setor. Organização e Gestão dos Serviços Autônomos
de Saneamento. Formulação e Implantação de Políticas Públicas
AUTORES
Alessandro Siqueira Tetzner
Sônia Maria dos Santos Souza
RESPONSÁVEL PELA APRESENTAÇÃO ORAL
Alessandro Siqueira Tetzner
CURRICULO
Formação: Engenheiro Civil pela Pontifícia Universidade Católica de
Campinas - PUCCAMP (1994/1998).
Pós-Graduação: Lato Sensu em Gestão de Negócios pela Universidade São
Francisco – USF (2003/2004).
Cursos de Extensão: Formação em Black Belt – Estratégia Seis Sigma
MOTOROLA UNIVERSITY (2003/2004).
Cargo Atual: Engenheiro II – Gerência de Qualidade e Relações
Institucionais.
MATERIAL DE APOIO PARA A APRESENTAÇÃO
Projetor multimídia com computador.
Programa Power Point.
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INTRODUÇÃO
O presente trabalho visa divulgar a adoção de um Sistema de Gestão da Qualidade
em Empresas Públicas que atuam no Setor de Saneamento, utilizando para este
propósito o Estudo de caso da Sociedade de Abastecimento de Água e Saneamento
S/A – SANASA, empresa de economia mista situada no Município de Campinas no
Estado de São Paulo. Campinas está localizada nas bacias dos Rios Piracicaba,
Capivari e Jundiaí, com aproximadamente 1.002.359 habitantes (dez/04).
A empresa conta com um quadro de 1.618 colaboradores (dez/04) e possui um
Sistema de Distribuição de Água com 3.397,40 km de redes (dez/04) e um Sistema
de Esgotamento Sanitário com 3.053,13 km de redes (dez/04).
OBJETIVO
O objetivo é demonstrar o estudo de caso da Sanasa na Implantação do Sistema de
Gestão da Qualidade através da utilização da NBR ISO 9001:2000. A aplicação dos
conceitos desta norma direcionou o desenvolvimento das atividades buscando
demonstrar a capacidade em fornecer de forma coerente, produtos e serviços que
atendam aos requisitos dos clientes e aos requisitos regulamentares aplicáveis.
METODOLOGIA
É primordial que a adoção de um Sistema de Gestão seja uma decisão estratégica
da organização, assim como a definição do representante responsável em assegurar
que os processos necessários sejam estabelecidos, implementados, mantidos e
monitorados.
Para que isso ocorra, torna-se necessária a adoção de princípios de gerenciamento
como:
• liderança, que é evidenciada pela promoção e manutenção do
envolvimento e comprometimento dos colaboradores;
• abordagem de processos com o controle dos procedimentos
visando o aumento da satisfação do cliente;
• melhoria contínua beneficiando ações que agreguem valores
aos clientes internos, externos e fornecedores com tomadas de
decisões baseadas em fatos reais;
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O projeto e a implementação de um sistema de gestão da qualidade de uma
organização são influenciados por várias necessidades, objetivos específicos,
produtos fornecidos, processos empregados, tamanho e estrutura da organização e
a definição do escopo para o qual a empresa buscará sua certificação.
Devem ser realizadas palestras e visitas internas visando a sensibilização e
divulgação de informações, para que posteriormente possam ser elaborados: o
mapa de processos (anexo I), o mapa de interação entre os processos (anexo II), as
atividades chaves, objetivos, metas e indicadores de desempenho (anexo III).
Após este mapeamento, o escopo de certificação para o sistema de gestão da
qualidade da empresa pode ser definido e documentos como manual da qualidade e
a política da qualidade podem ser elaborados.
A fim de atender os requisitos da norma NBR ISO 9001:2000, designam-se grupos
de trabalho responsáveis pela discussão e elaboração de procedimentos de controle
de:
• documentos e registros que irão assegurar a
manutenção/atualização e distribuição de forma controlada dos
documentos e registros;
• requisitos regulamentares realizando a Identificação dos
Requisitos Legais aplicáveis aos produtos e serviços;
• fornecedores para garantir a qualidade dos produtos adquiridos
conforme requisitos especificados;
• ações preventivas que eliminam as causas de não-
conformidades potenciais;
• corretivas que eliminam as causas e repetição das não-
conformidades encontradas;
• identificação de produtos não conformes através de
procedimento padrão de inspeção e atividades necessárias para
assegurar que os produtos estejam conforme requisitos
especificados.
Para assegurar que os resultados planejados tenham sido implementados com
eficácia, são realizadas auditorias que podem ser internas e/ou externas.
As auditorias internas são realizadas pela própria organização ou em seu nome,
para propósitos internos efetuando o último ajuste antes da auditoria externa,
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identificando a conformidade da organização quanto ao cumprimento dos requisitos
normativos.
A organização deve realizar auditorias internas, levando em consideração a situação
e importância dos processos e as áreas envolvidas, bem como os resultados de
auditorias anteriores. A seleção dos auditores e a execução das auditorias devem
assegurar objetividade e imparcialidade do processo de auditoria.
As auditorias externas são realizadas por organizações externas independentes
credenciadas, que fornecem certificação ou registro de conformidade com requisitos
entre outros de acordo com os procedimentos estabelecidos na norma NBR ISO
9001:2000.
Para que possamos determinar o estágio em que os requisitos do sistema de gestão
da qualidade encontram-se na empresa, são realizadas as auditorias que têm o
papel de verificar a eficácia do sistema de gestão da qualidade implantado e para
identificar oportunidades de melhoria.
Como resultado das auditorias internas e/ou externas todas as não conformidades
identificadas são encaminhadas aos setores responsáveis para identificação da
causa raiz dos problemas e o apontamento das ações necessárias para sua
correção. Podem ainda ser evidenciadas oportunidades de melhoria e também de
aplicação de ações preventivas. Na auditoria é checada a eficácia das não
conformidades anteriores.
DIFICULDADES ENCONTRADAS
A implantação de um Sistema de Gestão da Qualidade requer o envolvimento e o
comprometimento de todos os funcionários da empresa. É imprescindível o apoio da
alta direção, caso contrário não existirá o envolvimento necessário de todos os
setores para a execução dos trabalhos.
Para iniciar o processo é primordial a formação da equipe que coordenará os
trabalhos. A escolha desta equipe deve ser focada nas pessoas que tenham
facilidade em interagir com todos na empresa e que tenham pré-disposição a
aprender sobre todos os processos, com capacidade de ouvir e incentivar os demais
funcionários através de formação dos grupos que irão trabalhar com alguns dos
requisitos normativos, voluntários e todos os demais colaboradores através dos
treinamentos e reuniões de divulgação.
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No caso de estudo Sanasa, notou-se certa dificuldade em definir o escopo da
certificação e os mapas de interação entre os processos.
Após vários estudos e com o levantamento de dados do diversos setores da
empresa definiu-se com sucesso e ousadia o escopo para a empresa, sendo este:
“Projeto, Implantação e Manutenção de Redes de Distribuição de Água, de
Coleta e Afastamento de Esgoto; Tratamento de Água e Esgoto; Atendimento e
Comercialização da Distribuição de Água, Coleta e Afastamento de Esgoto no
Município de Campinas – S.P.”.
Outro ponto que demandou muito trabalho e empenho foi a elaboração do mapa dos
processos e do mapa de interação dos processos, pois, ambos retratam uma
posição panorâmica da empresa, permitindo mesmo que de forma macro, uma
visualização de todas as atividades chaves, entradas, saídas, objetivos, metas e
indicadores.
Através da utilização de ferramentas da qualidade difunde-se uma nova visão na
empresa, ou seja, todos colaboram no processo, as dificuldades de outras áreas
passam a ser gerenciadas dentro de um contexto global, sendo solucionadas em
conjunto, com mais equipes, observando e adotando sugestões de melhoria, até a
possibilidade de verificação da eficácia da ação tomada.
Dentre todas as dificuldades encontradas, sem dúvida, a maior delas está em lidar-
se com o lado humano. É o momento de quebrar os paradigmas, de aceitar as
mudanças e de se comprometer com o dia-a-dia da empresa.
Nesta etapa requer um trabalho contínuo e incansável junto aos colaboradores, junto
aos gestores. E para perpetuar estas ações foram criados relatórios de não-
conformidades os quais podem ser abertos por qualquer colaborador na empresa.
Cabe ao setor de gestão da qualidade avaliar os problemas encontrados e deliberar
sobre a posterior continuidade de cada assunto aplicando a metodologia PDCA:
• Planejamento (P): Que é o estabelecimento de metas e de métodos utilizáveis
para alcançá-las empregando para isso um sistema de padrões, definindo
também os itens que serão controlados;
• Execução (D): Executam-se os processos conforme planejado, com pessoal
adequadamente qualificado. É feita coleta de dados para a etapa de
verificação.
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• Verificação (C): Os dados coletados são analisados para verificar o grau de
cumprimento planejado;
• Ação (A): Fazem-se as correções necessárias para que os problemas
detectados na etapa de verificação não se repitam, atuando nas causas
fundamentais destes problemas.
Outro ponto importante é também tornar acessível, relatórios de ações preventivas,
através dos quais são apontadas soluções para problemas que poderão ocorrer e
por não terem ocorrido ainda acabam gerando uma economia para a empresa.
Quanto aos grupos requisitos de Controle de Requisitos Regulamentares, Controle
de documentos e Registros da Qualidade, Controle de Fornecedores, Controle de
Produtos não Conformes e Ações Corretivas e Ações Preventivas, a dificuldade
apresentada é a manutenção destes grupos já que são atividades paralelas à rotina
de trabalho de cada um.
RESULTADOS OBTIDOS
O sistema de controle de documentos implantado permite de forma eficaz, localizar
qualquer norma, procedimento, manual, controlando a distribuição, alteração e a
aprovação, impedindo que documentos obsoletos sejam utilizados.
A política da qualidade consolida ainda mais na empresa a consciência dos
colaboradores quanto ao cumprimento do papel diário.
A medição dos processos através de indicadores de desempenho permite a
visualização quanto ao cumprimento das metas determinadas.
Considerável aumento de interatividade entre os processos, possibilitando
adequação dos procedimentos e a realização de trabalhos que contribuem para a
missão da empresa.
Todas as atividades que fazem parte dos processos passam a ser analisadas por
uma coordenação que vendo a empresa na particularidade de cada processo e no
todo consegue acompanhar o desenvolvimento dos mesmos além de provocar a
abertura de relatórios de não conformidades que registram as causas dos problemas
e sua solução. Verifica se as soluções indicadas foram implementadas com um
resultado eficiente.
A empresa passa a ser acompanhada de maneira constante, através de auditorias
internas, auditorias externas, visitas às áreas pela equipe de coordenação do
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sistema de gestão da qualidade, que também recebe consulta de toda a empresa e
apontamentos para o bom desenvolvimento da mesma.
Todos os processos têm em comum a preocupação do atendimento aos clientes
quer sejam eles internos ou externos.
TRABALHOS FUTUROS
Um dos pontos fortes de um sistema de gestão da qualidade é a melhoria contínua
que é potencializada através da manutenção do sistema implantado. É necessário
constantemente analisar o cenário da empresa e desenvolver melhorias,
principalmente quando um ponto torna-se ideal. Nesta ocasião passa-se a atuar em
outros pontos, outros projetos. Sempre haverá pontos a serem melhorados,
oportunidade de aplicação de novas tecnologias, novas metas a serem alcançadas,
economias a serem feitas.
A manutenção do sistema implantado torna-se um grande desafio como trabalho
futuro e para tanto serão utilizadas ferramentas da qualidade como PDCA – planejar,
executar, verificar e agir, CEP - controle estatístico de processos, FMEA - análise do
modo e falha dos processos, mapa de cima para baixo, diagrama SIPOC, diagrama
causa e efeito, gráficos de Pareto e histograma.
RESULTADOS E CONCLUSÕES
É importante ressaltar que a normatização dos processos é cada vez mais utilizada
como uma ferramenta para se alcançar a redução de custos da produção e garantir
a qualidade do produto final, mantendo o sistema existente e implantando melhorias
contínuas.
A certificação é parte integrante do objetivo “Implantação e Manutenção de
Certificações de Gestão”, diretriz “Relações Éticas e Capacitação Profissional”,
perspectiva “Aprendizado e Crescimento” do Planejamento Estratégico 2004-2010
da SANASA, cuja visão é a de que a empresa seja reconhecida como uma das
melhores e mais respeitadas no país, na área de Saneamento.
Apesar do curto espaço de tempo, cerca de 5 (cinco) meses de trabalho de
implantação, a SANASA obteve a certificação ISO 9001:2000 com o escopo que
englobou toda a empresa, através de auditoria externa realizada em setembro de
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2004 por órgão responsável e devidamente credenciado ao Instituto Nacional de
Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial - INMETRO.
Dentre os principais benefícios alcançados, tem-se a disseminação da cultura de
inter-relacionamento entre os processos e suas atividades, a redução do tempo de
atendimento nos serviços prestados aos clientes, resultando no aumento da
satisfação.
O monitoramento dos processos através de indicadores de desempenho indica as
ações que devem ser priorizadas para que as metas e objetivos estabelecidos sejam
cumpridos. A padronização dos procedimentos garante a unicidade de atendimento,
em toda a organização, principalmente nos pontos descentralizados.
A importância deste trabalho consiste ainda na preocupação com a manutenção e
evolução do Sistema, otimizando as atividades e valorizando o que a empresa tem
de mais importante, a responsabilidade perante a saúde dos seus consumidores e a
valorização e respeito junto a seus colaboradores.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
• NBR ISO 19011:2002 - Diretrizes para Auditorias de Sistema de Gestão da
Qualidade e/ou Ambiental, ABNT – Associação Brasileira de Normas
Técnicas.
• NBR ISO 9000:2000 – Sistema de Gestão da Qualidade – Fundamentos e
Vocabulário, ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas.
• NBR ISO 9001:2000 - Sistema de Gestão da Qualidade – Requisitos, ABNT –
Associação Brasileira de Normas Técnicas.
• Planejamento do Sistema de Medição do Desempenho – Relatório do Comitê
Temático, Fundação para o Prêmio Nacional da Qualidade.
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ANEXO I – MAPA DE PROCESSOS
ANEXO II – MAPA DE INTERAÇÃO DOS PROCESSOS
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ANEXO III – INDICADOR DE DESEMPENHO (referência 2004)