social networks in economics apresentação em 24092013
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Objetivo do artigo
Discutir o impacto das relações sociais para a ação econômica, focado, principalmente, no mercado de trabalho.
Estrutura do artigo1. Introdução2. As consequências da estrutura social
2.1 O desemprego e a desigualdade salarial2.1.1 Evidência: redes sociais no mercado de trabalho2.1.2 Os modelos teóricos
2.2 Aprendizagem social e difusão2.3 A identificação dos efeitos da rede
3. As origens da estrutura social4. Para uma teoria social geral (rumo a uma teoria social geral)
4.1 A coevolução da estrutura e comportamento sociais4.2 Escolha individual, redes e mercados
5. Observações finais
Apresentação
1. Introdução
Há um grande corpo de trabalho na economia que analisa grupos de negócios nos
países em desenvolvimento, crime e interação social, identidade social e pessoal, e
redes, por exemplo, Akerlof (1997), Akerlof e Kranton (2000), Alesina e Spolaore
(2003), Ghatak e Kali (2001), Glasear e Scheinkman (2002), Kali (1999), Kranton
(1996), Rauch e Casella (2001) e Taylor (2000).
A pesquisa é direcionada para uma economia na qual a estrutura social é
matematicamente
modelada como uma rede / gráfico e o foco está na compreensão da relação entre
as características da rede, tais como centralidade, número e distribuição de
conexões; enfim, ela está centrada no comportamento individual e nos resultados
econômicos agregados, frutos deste.
2. As consequencias da estrutura social
Na última década, os economistas têm analisado o papel das redes
sociais na compreensão de uma variedade de questões.
Neste artigo, são discutidas duas questões muito importantes:
o emprego e a desigualdade
e
as questões da difusão e da inovação.
2. As consequências da estrutura social
2.1 O desemprego e a
desigualdade salarial
Os trabalhadores não sabem quais
empresas têm vagas, e encontrar o trabalho certo,
leva tempo e esforço; logo:
Trabalhadores preferem trabalhos que atendam às suas habilidades e preferências
de localização, enquanto as empresas se interessam em contratar trabalhadores
que têm a capacidade adequada para o trabalho. Nesse processo de
contratação/procura por emprego surgem as seguintes questões:
As empresas não sabem quais trabalhadores
estão à procura de um emprego ;
logo:
procuram anúncios
em jornais e revistas
através de
conexões de
amigos
fazem anúncio
s
solicitam indicaçõe
s
Como avaliar a capacidade de uma pessoa? Ela geralmente sabe
mais sobre sua própria capacidade, se comparado a um
potencial empregador.
Os trabalhadores investem em
certificados, cursos de qualificação, como pontos positivos.
As empresas solicitam
indicações e cartas de
recomendação.
Estas observações levantam a questão: como o padrão de contatos sociais afeta o fluxo de informações sobre empregos?
O fluxo de informações entre as pessoas
influenciará a rapidez com que os
trabalhadores e os trabalhos se encaixam.
Os padrões de conexões sociais
também vão determinar quem
tem as informações e quando isso acontece.
Como resultado tem-
se um impacto sobre a distribuição
de rendimentos e desigualdade
global em uma
sociedade.
2.1 O desemprego e a
desigualdade salarial
2. As consequências da estrutura social
o que por sua vez molda o nível de
emprego
o que por sua vez, pode determinar
quem consegue ou não emprego
2.1.1 Evidência: redes sociais no mercado de trabalho
2. As consequências da estrutura social
O trabalho empírico sobre os impactos das fontes de informações sobre
empregos e sobre os trabalhadores tem uma história longa e distinta.
As primeiras contribuições a este corpo de trabalho incluem Rees (1966),
Myers e Shultz (1951), Rees e Schultz (1970) e Granovetter (1974).
Neste artigo verifica-se que as redes sociais são usadas
extensivamente para um grande número de profissões e níveis de
habilidade e também nos mercados de trabalho em um grande número
de países .
2.1.1 Evidência: redes sociais no mercado de trabalho
2. As consequências da estrutura social
O autor buscou analisar o uso de contatos pelos empregados e pelos
empregadores.
No que diz respeito à utilização de contatos pessoais por trabalhadores, a
literatura concentrou-se em três temas:
1. Em que medida os trabalhadores dependem de fontes pessoais
de informação na obtenção de empregos?
2. Como o uso de contatos pessoais varia de acordo com a
natureza do trabalho e com os países?
3. Quão produtiva é a utilização de contatos em termos de salários
e empregos obtidos?
2.1.1 Evidência: redes sociais no mercado de trabalho
2. As consequências da estrutura social
Rees (1966), Myers e Shultz (1974) e Granovetter (1974)
examinaram extensivamente o uso de conexões sociais na
obtenção de informações sobre empregos.
Myers e Shultz (1951), em um estudo sobre trabalhos têxteis,
mostrou que quase 62% dos entrevistados obtiveram o seu
primeiro emprego através de contatos pessoais, em contraste com
apenas 15% que obtiveram o seu trabalho através de agências e
anúncios.
2.1.1 Evidência: redes sociais no mercado de trabalho
2. As consequências da estrutura social
O trabalho empírico sobre as variações no uso de contatos entre os tipos
de postos de trabalho sugere que os contatos pessoais são usados com
menos frequência para empregos de maior salário: existe uma
correlação negativa entre idade, educação e posição e a probabilidade
de encontrar um emprego através de contatos pessoais.
Um certo número de artigos estuda a eficácia de contatos pessoais
tanto no que diz respeito ao sucesso em encontrar um trabalho, bem
como no que diz respeito aos salários obtidos. Os estudos usam
métodos diferentes e têm preocupações diferentes, por isso é difícil
compará-los diretamente.
2.1.1 Evidência: redes sociais no mercado de trabalho
2. As consequências da estrutura social
No entanto, uma série de estudos mostra que os contatos pessoais são
uma forma eficiente de encontrar emprego: a maior proporção de postos
de trabalho encontrados por meio de contatos são suscetíveis de
contratação
(Blau e Robins, 1990; Holzer, 1988).
No que diz respeito à relação dos salários em trabalhos encontrados
através de contatos pessoais, a evidência está bem distinta.
2.1.1 Evidência: redes sociais no mercado de trabalho
2. As consequências da estrutura social
Em trabalho mais recente, Pellizzari (2004) constata que a correlação
pode ser distinta e apresenta dados sobre diferentes países.
• Áustria, Bélgica, Holanda – existe uma bonificação salarial para
trabalhos encontrados através de contatos pessoais;
• Grécia, Itália, Portugal e Reino Unido – existe uma
“penalização” salarial para trabalhos obtidos através de contatos.
Os primeiros trabalhos de Ullman (1966) sugeriram que existe uma
relação positiva entre salários e contratação através de contatos.
2.1.1 Evidência: redes sociais no mercado de trabalho
2. As consequências da estrutura social
Estudo realizado por Holzer (1987) constatou que mais de 35% das
empresas entrevistadas preencheram sua última vaga via indicações.
Campbell e Marsden (1990) em seu estudo em 53 estabelecimentos em
Indiana (Estados Unidos) descobriram que cerca de 51% dos empregos
foram preenchidos através de indicações.
Passando para o outro lado do mercado, também há evidências de
empregadores usando referências em sua seleção.
2.1.1 Evidência: redes sociais no mercado de trabalho
2. As consequências da estrutura social
O trabalho empírico sobre o papel das redes sociais em redes de
trabalho é bem resumido por Granovetter (1994):
“... apesar da modernização, da tecnologia e do ritmo
vertiginoso da mudança social, uma constante no mundo
é onde e como passamos nossas horas de trabalho, na
maior parte da vida para a maioria dos adultos, o que
depende muito da maneira como estamos inseridos em
redes de contatos sociais.”
2.1.2 Os modelos teóricos
2. As consequências da estrutura social
Dois modelos teóricos que investigam as consequências do uso de
redes sociais no emprego e na desigualdade:
• Modelo de Transmissão [Calvo-Armengol e Jackson (2004)]: O
interesse é na transmissão de informação sobre vagas de
emprego através de redes sociais.
• Modelo de Seleção Adversa na contratação e
recrutamento [Montgomery (1991)]: Centra-se na utilização de
referências por parte das empresas para contratação de
trabalhadores, cuja capacidade é desconhecida.
2.1.2 Os modelos teóricos
2. As consequências da estrutura social
O processo de perda de emprego, a chegada de informações sobre o novo trabalho,
a transmissão desta informação através da rede e da correspondência do
trabalhador a este trabalho define um processo dinâmico, cujo resultado está
resumido em termos de estatuto laboral dos indivíduos em diferentes pontos no
tempo.
O interesse está em compreender como as propriedades da rede social
afetam as perspectivas de emprego dos indivíduos.
Informações sobre novos postos de trabalho chegam
aleatoriamente aos
indivíduos.
Se estão empregados e não precisam do trabalho, eles enviam essa informação para seus amigos e conhecidos que estão
desempregados.
Se perdem o emprego logo em seguida, buscam verificar se a vaga ainda está disponível.
Se estão desempregados buscam participar do processo seletivo.
Modelo de Transmissão
2.1.2 Os modelos teóricos
2. As consequencias da estrutura social
Modelo de Transmissão
A análise deste modelo produz duas principais percepções.
A primeira percepção é de
que a situação de emprego
dos indivíduos em uma
rede social é
positivamente
correlacionada.
A outra visão é de que a
probabilidade de
encontrar um emprego,
diminui com a duração
do desemprego.
2.1.2 Os modelos teóricos
2. As consequências da estrutura social
Modelo Seleção Adversa
5. Esta diferença na expectativa pode levar algumas empresas a usarem indicações,
enquanto outras vão para o mercado.
1. Ponto de partida: a ideia de que os
trabalhadores sabem sobre sua própria
capacidade, enquanto potenciais empregadores
não sabem disso. 2. No entanto, trabalhar em uma empresa revela
informações sobre a capacidade do
trabalhador para a empresa. 3. Se uma empresa
precisa contratar um novo trabalhador, ela
pode colocar um anúncio nos jornais e/ou
perguntar aos seus empregados atuais se
conhecem alguém adequado para
recomendar para o trabalho.
4. O trabalho empírico sugere que há uma
semelhança considerável dos atributos entre os
trabalhadores que se conhecem (ver, por
exemplo, Rees, 1966, e Marsden, 1988). Isso reforça a ideia de que uma empresa com um
trabalhador de alta capacidade espera que os seus trabalhadores atuais recomendem
alguém de alta capacidade, em média, em comparação com uma empresa cujo
atual empregado tem baixa capacidade.
6. Se algumas empresas contratam através de
indicações e estas escolhem trabalhadores
com maior capacidade, em média, então, a capacidade dos
trabalhadores que estão no mercado será menor.7. Estas diferenças se
refletem nos salários que os diferentes trabalhadores recebem. O modelo analisa essas ideias e traz à tona as implicações agregadas
das relações sociais de desigualdade salarial e dos
lucros da empresa.
2.1.2 Os modelos teóricos
2. As consequencias da estrutura social
Modelo Seleção Adversa
A análise deste modelo produz duas ideias-chave:
Os trabalhadores com mais
contatos vão ganhar um
salário maior e as empresas
que contratam através de
contatos (através dos seus
atuais trabalhadores com
alta qualidade) lucrarão
mais.
Um aumento maior de conexões sociais
aumenta a desigualdade nos salários. Este
é um reflexo do efeito chamado efeito-
limão: um aumento nas relações sociais
significa que mais trabalhadores com altas
habilidades são contratados através de
indicações, e isso diminui a qualidade de
trabalhadores que entram no mercado
aberto, desse modo, diminuindo seus
salários (relativamente).
2.1.2 Os modelos teóricos
2. As consequencias da estrutura social
O foco em modelos de rede está em compreender como os
trabalhadores que se equivalem nas habilidades, dons e
preferências, podem, contudo, ter sucesso ou não devido a
diferenças em suas conexões sociais.
2.2 Aprendizagem Social e Difusão
Essas ideias inspiraram uma ampla literatura sobre o papel da estrutura social na formação de difusão e inovação.
As pesquisas sobre os determinantes da difusão sugerem que o fator crítico na
difusão de uma nova tecnologia é a incerteza sobre a sua rentabilidade. (profitability)
No entanto, se a tecnologia em questão é complicada e envolve recursos
substanciais – como a adoção de colheitas ou de prescrição de medicamentos –,
então é provável que uma pessoa tenha maior crença em informações vindas
através de amigos próximos, colegas e vizinhos.Assim, os padrões de interação entre os indivíduos são plausíveis ao
desempenhar um papel fundamental na escolha individual e, portanto, também
dar forma a inovação em um nível agregado.
Informações através de governos e empresas reduzem essa incerteza.
2. As consequencias da estrutura social
2.2 Aprendizagem Social e Difusão
2. As consequencias da estrutura social
O principal achado é que uma rede de informações em que os indivíduos
aprendem as ações ideais e ganham as recompensas máximas tem duas
propriedades gerais.
A primeira propriedade é a independência local.
Independência local capta a idéia de que os indivíduos têm diferentes fontes de informação e que essas
diferentes fontes são relativamente importantes se comparadas a fontes
comuns de informação. Independência local facilita a
experimentação e coleta de novas informações.
A segunda propriedade é a existência de
links que funcionam como pontes entre as diferentes fontes de
informações. Esses links facilitam a difusão de
informações úteis através de uma
sociedade.
2.3 A identificação dos efeitos da rede
(The identification of network effects)
2. As consequencias da estrutura social
Por que a identificação dos efeitos das redes sociais é difícil?
Alternativa AAs redes sociais – p. ex., há maior
informação no país A sobre o país B, ou menores custos de adaptação em um novo país - são uma interpretação
natural para tal correlação positiva observada.
Suponha que o fluxo de trabalhadores que imigraram do país A para o
país B é positivamente correlacionado com o estoque de trabalhadores
do país A no país B.Alternativa B
Os trabalhadores de A têm habilidades específicas, que são especialmente
requeridas no país B. Um maior grupo existente reflete essa melhor qualidade
de correspondência entre o país de origem A e o país de destino B e implica
um maior fluxo.
Identificação de efeitos de rede, portanto, levantam problemas delicados de inferência, mesmo em
contextos simples.
3 As origens da estrutura social
A formação de redes é um processo complicado e é claramente sujeito a uma
variedade de forças tecnológicas, econômicas e sociais.
Esta riqueza do processo significa que, ao longo dos anos, um número de
abordagens diferentes têm sido usadas no estudo da formação de redes.
E nesse contexto, o que tem diferenciado a abordagem econômica é sua ênfase
em incentivos individuais na tomada de decisões para a formação de ligações e,
portanto, no entendimento de como uma rede surge de ações individuais
propositais. O papel central da escolha individual requer, explicitamente, levar em conta as
preferências, o conhecimento e a racionalidade dos indivíduos.
Por exemplo:
4 Para uma teoria social geral (rumo a uma teoria social geral)
Ao nascer, os indivíduos herdam uma variedade de relações sociais, que incluem os pais, a família e o círculo social imediato de
seus pais. Quando o indivíduo cresce, alguns laços herdados são mantidos, enquanto outros
se dissolvem lentamente, e novos laçosserão formados.Estas escolhas acontecerão junto a outras escolhas em relação ao
comportamento ao longo de uma gama de diferentes dimensões.A liberdade com que um indivíduo
pode exercer essas escolhas diferentes variam entre sociedades e
ao longo do tempo. É provável que em sociedades tradicionais com pouca mobilidade geográfica e econômica, a gama de opções seja mais limitada do que nas sociedades modernas. Estas diferenças no espaço para a escolha moldará
sua escolha e, por sua vez, terá uma influência sobre a forma como a estrutura social evolui ao longo do
tempo.
4 Para uma teoria social geral (rumo a uma teoria social geral)
As recentes pesquisas em economia fizeram importantes progressos
na compreensão dos processos através dos quais a escolha é
moldada e, que por sua vez, impacta a estrutura social e as
instituições.
São discutidos dois modelos recentes para ilustrar o alcance desta
nova linha de pesquisa:
A coevolução da estrutura social e comportamento
e
Escolha Individual, redes e mercados
4 Para uma teoria social geral (rumo a uma teoria social geral)
4.2 Escolha Individual, Redes e Mercados
Pequenos custos para formar ligações
Grandes custos para formar ligações
X
Esta seção considera um modelo dinâmico em que os indivíduos escolhem ações
para interação com os outros, bem como com quem irão interagir. O interesse está
em compreender como o comportamento individual e a estrutura social co-
evoluem com o tempo.
O comportamento dos atores depende do custo da formação de links, nesta
abordagem.O interesse é a natureza dos resultados de longo prazo, quando a probabilidade
destes erros é pequena.
4 Para uma teoria social geral (rumo a uma teoria social geral)
4.2 Escolha Individual, Redes e Mercados
O centro da análise é a questão de como
um elo de colaboração entre
duas empresas altera os incentivos de outras empresas para formar vínculos
de colaboração.
Suponha um modelo simples para surgimento de uma rede de colaboração entre empresas:
1. As empresas competem em um mercado e o que define sua maior quota no mercado e seus lucros são os menores
custos de produção.
2. A colaboração entre as empresas é uma forma de compartilhar conhecimentos e habilidades e isso reduz os
custos de produção.
3. Assim, uma colaboração entre duas empresas as torna relativamente mais competitivas vis-à-vis com outras
empresas.
4. Por outro lado, a colaboração com outras empresas envolve recursos e isto é caro.
5. Assim, uma empresa compara os custos e retornos de colaboração ao decidir sobre quantas ligações vão se formar.
Pequenos custos para formar ligações
4 Para uma teoria social geral (rumo a uma teoria social geral)
4.2 Escolha Individual, Redes e Mercados
Estas externalidades para formação de um link de colaboração surgem das
desvantagens que a empresa sofre em competir com empresas com custos
mais baixos.
Os efeitos econômicos dos diferenciais de custos dependerá da natureza da
concorrência no mercado.
Assim, um ponto importante é que existe um fluxo de duas vias de influência
entre os mercados e as redes: a natureza da concorrência no mercado e os
incentivos para a colaboração.
Pequenos custos para formar ligações
4 Para uma teoria social geral (rumo a uma teoria social geral)
4.2 Escolha Individual, Redes e Mercados
No caso da concorrência de preço:
Suponha-se que existe um custo reduzido mas positivo que têm de ser suportado por
ambas as firmas, caso optem por fazer parcerias. Em um mercado por
concorrência de preços, as empresas tendem a não formar nenhuma parceria, pois a concorrência é muito grande e as empresas podem não recuperar os custos
da parceria.
Modelo de Goyal e Joshi (2003).
Considerando dois modelos clássicos de competição oligopolística:
Assim, a forma de concorrência de mercado (preço ou quantidade)
molda os incentivos para formar laços de colaboração que, por sua vez,
moldam
a natureza da competição.
No caso da concorrência por quantidade
Por outro lado, em um mercado com concorrência por
quantidade, cada empresa irá formar um vínculo com cada uma das empresas e a rede
será formada.
Pequenos custos para formar ligações
4 Para uma teoria social geral (rumo a uma teoria social geral)
4.2 Escolha Individual, Redes e Mercados
Estas descobertas produzem informações importantes:
Pequenos custos para formar ligações
Uma consequência importante é que o resultado de uma competição por
quantidade vai expor maiores quantidades e preços mais baixos, em
comparação com o resultado através da concorrência de preços!
A escolha individual em relação
a quantidades / preços é
formada por instituições e redes
de colaboração.
Essas instituições e a rede
são, por sua vez,
decisivamente moldadas
pela escolha individual.
4 Para uma teoria social geral (rumo a uma teoria social geral)
4.2 Escolha Individual, Redes e Mercados
A chave da compreensão aqui é que os retornos marginais de um link
adicional para uma empresa estão crescendo em suas próprias ligações e
estão diminuindo nos links de outras empresas.
Num contexto em que o custo de um novo link é constante ou apenas
está aumentando lentamente, sucede que uma rede de equilíbrio tem a
arquitetura do grupo dominante: há um grupo de empresas ligadas
fortemente e o restante das empresas estão isoladas.
Além disso, é possível mostrar que as empresas com mariores
graus na rede têm uma maior participação de mercado e lucros
mais elevados em relação às empresas isoladas.
Grandes custos para formar ligações
4 Para uma teoria social geral (rumo a uma teoria social geral)
4.2 Escolha Individual, Redes e Mercados
Outro aspecto importante é que o histórico das
colaborações passadas podem também desempenhar
um papel importante na formação do desempenho das
colaborações existentes, bem como o padrão de novas
colaborações, o que impacta a rede.
Grandes custos para formar ligações
4 Para uma teoria social geral (rumo a uma teoria social geral)
4.2 Escolha Individual, Redes e Mercados
Estas considerações são elementos-chave no trabalho de Granovetter (1985) sobre
o enraizamento social da atividade econômica. Em termos gerais, três questões
foram investigadas nesta pesquisa
Os trabalhos empíricos sobre a terceira questão tem enfrentado problemas de
medição: é muitas vezes difícil distinguir claramente a entrada de recursos em
projetos específicos e de forma semelhante; também é difícil avaliar os efeitos de
determinados projetos no desempenho da empresa. A discussão aqui, portanto,
concentrar-se-á nas primeiras duas perguntas.
1ª Que tipos de empresas estabelecem acordos de colaboração
e com quem?
2ª Como o padrão existente de laços de colaboração
relaciona-se com a estrutura de governança de uma nova parceria/colaboração - há um
contrato formal ou são usados acordos de
compartihamento por pesquisa?
3ª Quais os efeitos da posição da empresa na
rede sobre o seu desempenho: como é a
posição dos parceiros na rede relacionados ao
desempenho de um elo de colaboração?
4 Para uma teoria social geral (rumo a uma teoria social geral)
4.2 Escolha Individual, Redes e Mercados
O histórico de colaboração desempenha um papel
importante na determinação da probabilidade de uma
firma entrar uma nova colaboração, bem como a
identidade dos novos parceiros. Em particular, as
empresas que tiveram mais alianças no passado, e
foram mais bem localizadas na antiga rede de
colaborações são mais propensas a entrar em novos
empreendimentos de colaboração (Gulati 2007; Powell,
Koput e Smith-Doerr, 1996).
1ª Que tipos de empresas estabelecem
acordos de colaboração e com
quem?
Duas empresas com um histórico de colaboração mútua são mais propensas a ter
novos projetos de colaboração no futuro. De modo semelhante, as empresas
atualmente não conectadas são mais suscetíveis a entrar em um novo projeto de
cooperação, se elas são relativamente próximas umas das outras na rede de
relações de colaboração existentes.
Os trabalhos empíricos
sugerem duas afirmações:
4 Para uma teoria social geral (rumo a uma teoria social geral)
4.2 Escolha Individual, Redes e Mercados
Um trabalho empírico examinou a natureza dos contratos e as estruturas de
governança que definem os laços de colaboração entre as empresas. Este trabalho
sugere que os acordos de colaboração tornam-se menos formais se os parceiros são
incorporados em redes sociais de vínculos de colaboração anteriores (Gulati, 2007).
Sugere-se, então, que exista o crescimento da confiança através da participação de
empresas em uma rede social de relações de colaboração.
2ª Como o padrão existente de laços de
colaboração, relaciona-se com a estrutura de governança de uma
nova parceria/colaboração - há um contrato formal ou são usados acordos de compartihamento
por pesquisa?
Teóricos organizacionais têm examinado as
implicações das várias ligações entre
empresas para a organização e governança
de uma empresa; ver, por exemplo, Gulati
(2007), Podolny e Page (1998).
4 Para uma teoria social geral (rumo a uma teoria social geral)
4.2 Escolha Individual, Redes e Mercados
A construção gradual de confiança em relações bilaterais também foi estudada na
teoria econômica; ver, por exemplo, Ghosh e Ray (1996). No entanto, nestes
modelos, um indivíduo apenas toma parte em uma interação, em qualquer ponto
no tempo; se esta relação se rompe, então não há fluxo de informação através de
diferentes parcerias.
Em contraste com a configuração acima, o fluxo de informações entre as empresas
(tanto sobre as habilidades, bem como sobre as ações) é um elemento-chave no
processo.
O estudo formal da evolução das relações de rede em um contexto
caracterizado por assimetrias de informação parece ser um problema em
aberto.
5 Observações Finais
O estudo das relações sociais tem sido uma das áreas mais ativas de pesquisa em
economia nas duas últimas décadas.
Os economistas têm sido bem sucedidos nos estudos de desenvolvimento de
conceitos para a interação em pequenos grupos (teoria dos jogos) e interação
entre os grandes grupos (mercados competitivos e de equilíbrio geral).
As redes sociais parecem recair entre esses dois extremos.
Para o autor, esta tensão entre o grande e o pequeno é fundamental para a
compreensão do comportamento na interseção dos mercados e redes sociais...
... e oferece um terreno fértil para o trabalho teórico emocionante nos
próximos anos.
5 Observações Finais
Há um grande corpo de evidências para a correlação entre as redes sociais de um
lado, e o comportamento individual e os resultados, por outro lado.
No entanto, o estabelecimento de um nexo de causualidade a partir de redes
sociais tem se mostrado muito difícil.
A identificação de efeitos de rede é um importante programa de investigação em
curso na economia, mas também em muitas outras disciplinas, tais como saúde,
estratégia de negócios, teoria de organização e sociologia.
A disponibilidade de grandes conjuntos de dados em redes, bem como o
comportamento - ao longo do tempo - em conjunto com melhorias contínuas na
computação oferecem a perspectiva de grande progresso sobre esta questão
crítica.
Obrigada!
Sai Baba
“O mundo inteiro é como uma universidade, ensinando-nos constantemente.
Quando fazemos negócio, há algo para aprender. Mesmo quando cultivamos a
terra, há algo para aprender. Sem qualquer diferença de casta ou credo, título ou
status, a árvore compartilha seus frutos com todos e proclama a igualdade de
cada um. As montanhas nos ensinam que não devemos ter apego excessivo ao
nosso corpo, mostrando como elas podem ficar pacientemente na chuva, sol e
frio. Quando alguém morre, aprendemos que o mundo não é permanente; família
é apenas uma ilusão. Em todos os lugares há algo para aprendermos.”