sobrecarga em cuidadores de idosos: proposiÇÃo de ... guedes de brito montoya.pdf · carolina...

73
SOBRECARGA EM CUIDADORES DE IDOSOS: PROPOSIÇÃO DE TECNOLOGIA EDUCACIONAL CAROLINA GUEDES DE BRITO MONTOYA Niterói-RJ Outubro 2017 Rua Rua Dr. Celestino, 74 24020-091 - RJ Brasil Tel (21) 2629-9484

Upload: others

Post on 01-Feb-2020

6 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

SOBRECARGA EM CUIDADORES DE IDOSOS: PROPOSIÇÃO DE

TECNOLOGIA EDUCACIONAL

CAROLINA GUEDES DE BRITO MONTOYA

Niterói-RJ

Outubro

2017

Rua Rua Dr. Celestino, 74

24020-091 - RJ – Brasil

Tel (21) 2629-9484

CAROLINA GUEDES DE BRITO MONTOYA

SOBRECARGA EM CUIDADORES DE IDOSOS: PROPOSIÇÃO DE TECNOLOGIA

EDUCACIONAL

Dissertação apresentada ao Curso de Mestrado

Profissional Enfermagem Assistencial da

Escola de Enfermagem Aurora de Afonso

Costa da Universidade Federal Fluminense,

como requisito parcial para obtenção do título

de Mestre.

Linha de Pesquisa: Processos de Cuidar em Enfermagem

Orientadora: Prof.ª Dr.ª Selma Petra Chaves Sá

Niterói-RJ

Outubro

2017

Rua Rua Dr. Celestino, 74

24020-091 - RJ – Brasil

Tel (21) 2629-9484

CAROLINA GUEDES DE BRITO MONTOYA

SOBRECARGA EM CUIDADORES DE IDOSOS: PROPOSIÇÃO DE TECNOLOGIA

EDUCACIONAL

Dissertação apresentada ao Curso de Mestrado

Profissional Enfermagem Assistencial da

Escola de Enfermagem Aurora de Afonso

Costa da Universidade Federal Fluminense,

como requisito parcial para obtenção do título

de Mestre.

BANCA EXAMINADORA:

Profª. Drª. Selma Petra Chaves Sá (Presidente) – EEAAC/UFF

Profª. Drª. Mirian da Costa Lindolpho (1º Examinador) – EEAAC/UFF

Profª. Drª. Ana Maria Domingos (2º Examinador) – EEAN/UFRJ

Profa Dra Ana Inês Sousa- ( Suplente)- EEAN/UFRJ

Geilsa Valente- ( Suplente) – EEAAC/UFF

Niterói-RJ

Outubro

2017

M798 Montoya, Carolina Guedes de Brito.

Sobrecarga em cuidadores de idosos : proposição de

tecnologia educacional / Carolina Guedes de Brito

Montoya. – Niterói: [s.n.], 2017.

73f.

Dissertação (Mestrado Profissional em Enfermagem

Assistencial) – Universidade Federal Fluminense, 2017.

Orientador: Profª Selma Petra Chaves Sá.

1. Enfermagem. 2.Cuidadores. 3. Enfermagem

Geriátrica. 4. Orientação. 5. Geriatria. 6. Qualidade de

Vida. 7. Idoso. I. Título.

CDD 610.7365

À minha amada família, com carinho.

AGRADECIMENTOS

À Deus, por estar sempre ao meu lado, pelo Seu amor e infinita misericórdia.

À minha filha Maria Luiza, por me inspirar a cada dia, por iluminar minha vida com seu

sorriso e seu amor.

À minha mãe Estelita, pelo imenso amor, incentivo e sabedoria de vida. Que eu seja uma mãe

tão boa para Maria Luiza, quanto você é para mim.

Ao meu marido Guilhermo Danilo, pelo amor, companheirismo, disposição, preocupação e

apoio em todas as horas. Meu parceiro para tudo.

À minha orientadora, Profª. Drª. Selma Petra Chaves Sá, pelos ensinamentos, paciência,

alegria, foco e determinação. Momentos difíceis eu enfrentei e sem seu apoio e perseverança

essa conquista não seria possível. Meu respeito, admiração e consideração.

À Profª Mirian da Costa Lindolpho, pela parceria, dedicação, determinação e agilidade.

Acredite, sem o seu apoio eu não teria chegado até aqui.

Aos idosos, por emprestarem suas vidas para serem fonte do meu aprendizado.

Aos membros da Banca Examinadora, pela disponibilidade, carinho e contribuições, minha

gratidão.

Aos familiares e amigos que torcem por mim.

RESUMO

Objetivos: descrever o perfil sóciodemográfico e de saúde e os impactos objetivos da

sobrecarga, em cuidadores de idosos; analisar os impactos objetivos da sobrecarga em

cuidadores de idosos que podem interferir no cuidado do idoso e o autocuidado do cuidador;

elaborar uma tecnologia educacional a partir dos déficits identificados na escala de sobrecarga

a partir das demandas dos cuidadores. Método: pesquisa descritiva, transversal. Respeitados

os critérios de inclusão e exclusão participaram do estudo 50 cuidadores de idosos que

participam de todas as atividades do Programa EASIC/UFF. Foram identificados no EASIC

da Universidade Federal Fluminense as pessoas que já trabalham como cuidador ou são

cuidadores familiares. Após a identificação destes cuidadores e aprovação pelo comitê de

ética em pesquisa foi realizado contato para convite à participação no estudo. Como campo de

pesquisa, foram utilizadas as dependências do Centro de Atenção à Saúde do Idoso e seus

Cuidadores CASIC/UFF, em Niterói, RJ. A produção de dados ocorreu de setembro a outubro

de 2016, e de abril a junho de 2017. Os dados sóciodemográficos e clínicos e os escores

obtidos da escala de sobrecarga de Zarit foram organizados e tabulados em planilhas no

Microsoft Excel e submetidos à análise descritiva. Resultados: Com relação aos aspectos

sociodemográficos percebeu-se que dos 50 cuidadores da amostra, 90% são mulheres; 34%

dos cuidadores têm de 52 a 61 anos; 30% tem ensino médio completo; 36% possuem uma

renda familiar mensal de 1 a 2 salários mínimos; e 78% são cuidadores familiares. Da escala

Zarit, de sobrecarga vivida pelo cuidador foi possível identificar que 42% dos cuidadores

apresentavam grau moderado de sobrecarga. Como produto elaborou-se um manual com

orientações de enfermagem ao cuidador de idosos. Conclusão: pode-se concluir que o

cuidado ao idoso pode levar à sobrecarga moderada a saúde dos cuidadores resultando na

diminuição da sua qualidade de vida. Destaca-se a relevância do produto desta pesquisa que

constitui uma importante estratégia de educação em saúde, fornecendo orientações

direcionadas à realidade dos cuidadores de idosos. O trabalho contribui com a enfermagem

gerontológica e para a produção da tecnologia educacional direcionada aos cuidadores.

Descritores: Enfermagem, Cuidadores, Enfermagem Geriátrica, Orientação, Geriatria,

Qualidade de Vida, Idoso.

ABSTRACT

Objectives: to describe the sociodemographic and health profile and the objective impacts of

overload in caregivers of the elderly; analyze the objective impacts of overloading on

caregivers of the elderly that may interfere with the care of the elderly and caregiver self-care;

to elaborate an educational technology from the deficits identified in the scale of overload

from the demands of the caregivers. Method: descriptive, cross-sectional research. In

compliance with the inclusion and exclusion criteria, 50 elderly caregivers participating in all

activities of the EASIC / UFF Program participated in the study. People who already work as

caregivers or are family caregivers were identified in the EASIC of the Federal University of

Fluminense. After the identification of these caregivers and approval by the research ethics

committee, contact was made to invite the study participation. As a research field, the

facilities of the Center for Health Care of the Elderly and their Caretakers CASIC / UFF, in

Niterói, RJ, were used. Data production occurred from September to October 2016 and from

April to June 2017. The sociodemographic and clinical data and scores obtained from the

Zarit overload scale were organized and tabulated in spreadsheets in Microsoft Excel and

subjected to descriptive analysis. Results: Regarding the sociodemographic aspects, it was

noticed that of the 50 caregivers of the sample, 90% are women; 34% of caregivers are 52 to

61 years old; 30% have completed high school; 36% have a monthly family income of 1 to 2

minimum wages; and 78% are family caregivers. From the Zarit scale, of overload

experienced by the caregiver, it was possible to identify that 42% of the caregivers presented

moderate degree of overload. As a product, a manual with nursing orientations was developed

for caregivers of the elderly. Conclusion: it can be concluded that care for the elderly can

lead to a moderate burden on caregivers' health, resulting in a reduction in their quality of life.

It is important to highlight the relevance of the product of this research, which is an important

strategy for health education, providing orientations directed to the reality of caregivers of the

elderly. The work contributes to gerontological nursing and to the production of educational

technology directed to caregivers.

Descriptors: Nursing, Caregivers, Geriatric Nursing, Orientation, Geriatrics, Quality of Life,

Aged.

LISTA DE TABELAS

Tabela 1: Possíveis Benefícios e Riscos de Pesquisas aos Participantes................................. 30

Tabela 2: Perfil Sóciodemográfico dos Cuidadores de Idosos. CASIC, UFF. Niterói,

2017...........................................................................................................................................33

Tabela 3: Perfil de Saúde dos Cuidadores de Idosos, segundo enfermidades relatadas, segundo

o sexo. CASIC, UFF. Niterói, 2017..........................................................................................34

Tabela 4: Frequência da Classificação da Sobrecarga Zarit nos Cuidadores de Idosos. CASIC,

UFF. Niterói, 2017....................................................................................................................37

SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO

1.1 Apresentação do Tema, 12

1.2 Problema de Pesquisa, 14

1.3 Objetivos, 14

1.5 Justificativa,15

1.6 Relevância, 16

2. REVISÃO DE LITERATURA

2.1 Panorama do Envelhecimento, 17

2.1.1 Políticas públicas de atenção à saúde do idoso, 18

2.1.2 Senescência e Senilidade, 19

2.2 O Cuidador, 20

2.2.1 Caracterização do cuidador de idosos, 20

2.2.2 A regulamentação da profissão de cuidador, 21

2.2.3 O ato de cuidar, 22

2.2.4 Sobrecarga dos Cuidadores, 23

2.3 Tecnologia Educacional, 24

3. METODOLOGIA

3.1 Tipo de Estudo, 27

3.2 Local de Estudo, 27

3.3 População e Amostra, 28

3.4 Critérios de Elegibilidade do Estudo, 28

3.4.1 Critérios de inclusão, 28

3.4.2 Critérios de exclusão, 28

3.5 Coleta de Dados, 28

3.5.1 Formulário Sociodemográfico e de Saúde, 29

3.5.2 Escala de sobrecarga de Zarit, 29

3.6 Tratamento de Dados, 29

3.7 Aspectos Éticos, 30

3.8 O Produto, 31

3.8.1 Sistematização do conteúdo, 31

3.8.2 Seleção de Ilustrações, 32

3.8.3 Validação do Manual, 32

4. RESULTADOS E ANÁLISE

4.1 Perfil Sóciodemográfico e de Saúde do Cuidador, 33

4.2 Resultados da Escala de Sobrecarga de Zarit, 36

5. TECNOLOGIA EDUCACIONAL, 39

6. CONCLUSÃO, 59

7. REFERÊNCIAS, 60

8. ANEXOS

ANEXO A, 70

ANEXO B, 73

12

1. INTRODUÇÃO

1.1 APRESENTAÇÃO DO TEMA

Nas últimas décadas, até a atualidade, houve uma modificação no padrão demográfico

brasileiro, o que configurou uma mudança marcante na história da população. Observou-se

uma queda expressiva nas taxas de fecundidade, marcada por um fenômeno denominado de

transição da fecundidade. Este fenômeno em conjunto com a redução nos níveis de

mortalidade, levou a alterações significativas nas taxas de crescimento e na estrutura etária

das populações, configurando o processo de transição demográfica.1 Nesse processo, a

expectativa de vida vem crescendo, e com isso o envelhecimento passa a ter um papel de

destaque na população.

A estimativa é que a população idosa mais do que triplique nas próximas quatro

décadas, passando de 20 milhões em 2010 para cerca de 65 milhões em 2050.2 Essa mudança

na estrutura etária do país representa uma variação significativa na demanda por serviços de

saúde, por exemplo, o contingente de idosos, que em 2000 representava 10% da população,

deverá chegar a 49% em 20502.

Durante o envelhecimento, os idosos podem apresentar diversas doenças, muitas delas

crônicas não transmissíveis como Diabetes Mellitus e Hipertensão. Estudos apontam que 90%

dos idosos têm pelo menos uma doença crônica3. Patologias que apresentam como fator de

risco a idade, como o Alzheimer, tendem a aumentar a taxa de prevalência depois que o

sujeito passa dos 65 anos4. Esse aumento proporciona consequências o que demanda a busca

do serviço de saúde, acarretando gastos diretos e indiretos muito elevados.

Pesquisadores afirmam que três fatores podem aumentar o número de senis que irão

necessitar de cuidados a longo prazo, um se refere ao crescimento do número de idosos, o

segundo, a mudança no perfil familiar e dos valores sociais, e por último à extensão a mulher

de fatores de risco, que até então acometiam mais os homens, como álcool e o estresse no

trabalho.2 Os autores também abordam que haverá um aumento no número de pessoas que

serão cuidadas por cuidadores não familiares, os formais, que irá duplicar até 2020 em

comparação ao ano de 2010, sendo em 2040 cinco vezes maior.

Contudo, estudo realizado com cuidadores familiares aponta alguns desafios que

precisam ser superados. A amostra foi composta por 100 idosos e seus cuidadores. Os

resultados evidenciaram que 67% dos cuidadores residiam com os idosos, eram

13

predominantemente do sexo feminino, sendo 20% cônjuges de ambos os sexos. Os achados

permitiram identificar a necessidade de redirecionar as políticas públicas e sociais a favor da

rede de apoio à população idosa mais envelhecida, extensiva às famílias cuidadoras.5

Outro estudo define o cuidador como sendo aquele que irá cuidar de acordo com os

objetivos traçados por familiares ou instituições, cuidando da saúde, da qualidade de vida, das

necessidades básicas, da educação, fornecendo lazer para pessoa cuidada.6

O papel do cuidador na sociedade torna-se cada vez mais importante na medida em

que a demanda por este cuidado ou serviço aumenta. Ao assumir os cuidados com o idoso, o

cuidador imagina ser capaz de realizá-los, mas com o passar do tempo ele começa a se

descuidar das suas necessidades pessoais, simultaneamente ao processo gradativo de

envelhecimento do idoso, que exige cada vez mais atenção e demanda de cuidado do

cuidador.

Nessa perspectiva, a questão do cuidador familiar se torna mais delicada, pois o

envolvimento emocional acarreta em situações adversas e por vezes desagradáveis. Com isso

ele se sente sozinho, e tem a necessidade de compartilhar a responsabilidade com outras

pessoas.

Outro ponto a se destacar nessa problemática refere-se a contratação de um cuidador

formal pelo familiar do idoso. Frequentemente o contratante exige do cuidador formal a

execução de afazeres domésticos além das atividades de cuidado ao idoso, cabendo, portanto,

ao contratado, esclarecer as atribuições inerentes à sua ocupação no momento do acordo7.

Os cuidados ao idoso demandam ações que muitas vezes levam o cuidador ao estado

de esgotamento. Uma forma de transposição desse estado é a procura de estratégias de

enfrentamento. Aqueles que não recorrem à rede de apoio tendem a ter uma redução na sua

qualidade de vida.

A qualidade de vida é definida como uma percepção individual da posição do

indivíduo na vida, no contexto de sua cultura e sistema de valores nos quais ele está inserido e

em relação aos seus objetivos, expectativas, padrões e preocupações8.

Assim, é fundamental que o profissional de saúde esteja atento a essa temática afim de

auxiliar os cuidadores no enfrentamento das dificuldades inerentes ao processo de cuidar. Para

isso, este profissional deve imbuir-se de estratégias que auxiliem a sua prática.

Pesquisas realizadas mostram que há uma necessidade de educação em saúde dos

cuidadores e deixam claro que o cuidador precisa ter subsídios para cuidar do idoso ou do seu

familiar como, entendimento das necessidades humanas básicas, adaptações e mudanças que

14

ocorrem ao longo da vida em todas as dimensões, biológica, psicológica, social, cultural e

espiritual. Os autores fazem uma observação, ainda, acerca da necessidade e da vontade dos

cuidadores em obter orientações sobre a vida diária do idoso, as doenças, os medicamentos, a

dieta e o exercício. Porém, o grau de instrução interferiu diretamente na adesão ao processo de

educação em saúde, reforçando a necessidade e a importância da educação em saúde para os

cuidadores quanto para a população idosa.9

A partir do que foi exposto, podemos concluir a importância da educação em saúde na

vida os cuidadores, levando informação que irá refletir positivamente no cuidado ao idoso.

Através disso, percebe-se a necessidade da criação de uma tecnologia educacional (TE),

facilitando esse cuidado.

Tecnologia educacional “é um conjunto de conhecimentos e princípios científicos que

se aplicam ao planejamento, à construção e utilização de um equipamento em um

determinado tipo de atividade” e também relaciona educação e tecnologia como

indissociáveis, para ele “a maioria das tecnologias é utilizada como auxiliar no processo

educativo”.10

Podemos inferir que há uma lacuna entre o nível de conhecimento e a formulação de

TE para os cuidadores de idosos. Pesquisadores afirmam que há uma deficiência de suporte

para os cuidadores formais, mas sobretudo para os cuidadores familiares leigos, sendo

necessário a implantação de projetos de educação, em vista do aumento do número de senis e

de suas complicações.9

A partir das considerações acima, emergiu o problema de pesquisa abaixo

apresentado.

1.2 PROBLEMA DE PESQUISA

Quais os impactos objetivos da sobrecarga em cuidadores de idosos e como o

enfermeiro pode intervir enquanto educador, para minimizá-los?

1.3 OBJETIVOS

Descrever o perfil sóciodemográfico e de saúde e os impactos objetivos da sobrecarga em

cuidadores de idosos.

15

Analisar os impactos objetivos da sobrecarga em cuidadores de idosos que podem

interferir no cuidado do idoso e o autocuidado do cuidador;

Elaborar uma tecnologia educacional a partir dos déficits identificados na escala de

sobrecarga a partir das demandas dos cuidadores.

1.4 JUSTIFICATIVA

Com o intuito de contextualizar as temáticas abordadas, foi realizada uma busca na

base de dados Lilacs (Literatura Latino Americana em Ciências da Saúde), e foram utilizados

os descritores cuidadores, enfermagem geriátrica e idoso. Os critérios de inclusão foram:

textos completos, no idioma português e um recorte atemporal. Como resultado da busca

foram encontrados 53 estudos e selecionados oito.

O presente estudo se justifica em vista do aumento do envelhecimento populacional,

que vem se tornando um desafio para saúde pública. Nesse contexto, os cuidadores têm

função de destaque, tornando-se necessário a preservação do seu estado físico, mental e social

para que o cuidado com o idoso seja efetivo.

O tempo absorvido com o cuidado do idoso provoca redução do lazer, do convívio

com a família e os amigos, afeta a vida particular dos cuidadores, assim uma necessidade

imprescindível é o reconhecimento do abandono de si em razão da sobrecarga de atividade.

Estudos confirmam que a exaustão e a doença se tornam uma incidência inevitável na vida

dos cuidadores11

.

Para pesquisadores, as atribuições delegadas ao cuidador, na grande maioria das vezes

sem o direcionamento adequado de profissionais capacitados, e as mudanças na vida diária

refletem em impactos na qualidade de vida do cuidador. 12

A qualidade de vida do cuidador está entrelaçada com a sobrecarga do seu trabalho,

depois de um tempo longo cuidando do idoso no domicílio, na grande maioria das vezes,

esses sofrem com queda na vida social e familiar, desgaste, fadiga, problemas laborais e

alteração do nível físico e mental. Em vista disso, podemos perceber o quão importante é a

assistência à saúde; o apoio físico e emocional; e o acompanhamento com uma equipe

multiprofissional, que vise planejar intervenções que possam contribuir com a qualidade de

vida.

16

Diante deste panorama, autores afirmam que as políticas públicas de saúde devem

priorizar as condições de saúde dos idosos, assim como a de seus cuidadores, que na maioria

dos casos são seus próprios familiares.13

Contudo, isto representa um desafio para os gestores

uma vez que há falta de integração entre o sistema único de saúde, o sistema único de

assistência social e a previdência social. Essa falta de integração é percebida, ainda, dentro de

cada um desses sistemas. Isso gera a ineficiência em suprir a demanda da população idosa e

seus cuidadores.

1.5 RELEVÂNCIA

Este trabalho é relevante, pois contribui para a saúde dos cuidadores, visto o reduzido

número de publicações sobre esta temática quando comparado ao número de pesquisas que

investigam a saúde dos idosos. É necessário que os cuidadores enxerguem seu papel

fundamental no cuidado e não negligenciem a própria vida. A enfermagem atua em diversos

campos, e um deles é o da educação, área imprescindível que pode auxiliar no diagnóstico de

possíveis riscos e promover/prevenir a saúde dessa população. Este campo de atuação

associado à temática em discussão tem, ainda, por finalidade, fornecer orientações tanto para

o cuidado com o idoso, quanto para o seu autocuidado. Estudar esse grupo é extremamente

relevante para evitarmos o adoecimento de mais pessoas, e orientá-los com o objetivo de

terem um alto padrão de qualidade de vida, refletindo da mesma forma no cuidado ao idoso.

Esse estudo pode contribuir com: o serviço de assistência, com a produção de uma

tecnologia educacional com cuidados básicos para idosos, que irá facilitar a orientação do

cuidador e a sua compreensão; a pesquisa, onde podemos entender melhor como é a vida do

cuidador e quais os impactos são os mais relevantes para desenvolver estratégias que

minimizem esses danos; o ensino, como parte de aprendizado para os alunos sobre

intervenções de enfermagem.

17

2. REVISÃO DE LITERATURA

2.1 PANORAMA DO ENVELHECIMENTO

Uma das maiores conquistas culturais de um povo em seu processo de humanização é

o envelhecimento de sua população, refletindo uma melhoria das condições de vida14

.

Pesquisadores discutem que, a população brasileira vem sofrendo uma transição como

consequência das mudanças nas taxas de mortalidade e fecundidade.15

Antes tínhamos um

regime de altas taxas de fecundidade e mortalidade e atualmente temos uma diminuição dos

níveis de mortalidade, seguido pela diminuição dos níveis de fecundidade.

Até a década de 1950, a estrutura etária do País efetivamente se assemelhava a uma

pirâmide (base larga, com muitas crianças e jovens, e pico estreito, com poucos idosos), em

decorrência das taxas de fecundidade de mais de 6 filhos por mulher. Nesse período, havia

uma necessidade demográfica de direcionamento das políticas sociais para a população

jovem, por exemplo, em políticas relacionadas à educação e saúde infantil.15

Analisando historicamente, evidenciou-se ao final do século XX uma nova

configuração no padrão demográfico brasileiro, resultante das acentuadas mudanças nos

níveis de fecundidade e de mortalidade que ocorreram nas últimas décadas e, sobretudo, da

aceleração no declínio da taxa de fecundidade a partir de meados da década de 1970. Este

processo de queda da fecundidade deu-se de forma generalizada, atingindo indistintamente

todas as regiões e estratos sociais, a ponto de, no ano 2000, existirem poucas diferenças entre

os valores observados para essas taxas nas Grandes Regiões brasileiras16

.

Atualmente, quando a taxa de fecundidade encontra-se abaixo de 2 filhos por mulher,

e a longevidade aumenta continuamente, há uma maior pressão demográfica para que as

políticas sociais sejam redirecionadas para os adultos e, principalmente, aos idosos. Ressalta-

se, contudo, que nem sempre as políticas sociais consideraram as transições demográficas,

uma vez que existem diversos outros fatores – políticos, sociais e institucionais – que têm sido

considerados num contexto de disputas de interesses, especialmente frente ao Estado e os

recursos destinados a essas políticas1.

Os idosos são a parte da população brasileira que mais aumenta, com um crescimento

de mais de 4% observado de 2012 a 2022.1 Em 2000 o Brasil tinha 14,2 milhões de pessoas

acima de 60 anos, em 2010 esse número atingiu 19,6 milhões, com uma projeção de 41,5

milhões em 2030 e 73,5 milhões em 2060. Para se ter uma ideia, só no município do Rio de

18

Janeiro são 940.851 idosos e o índice de envelhecimento na região metropolitana do Rio de

Janeiro chega a 80,2.

Os idosos apresentam múltiplas patologias, enfermidades crônicas, o que requer a

busca frequente a especialistas, que proporcionam gastos diretos e indiretos muito elevados. O

que impulsiona a estruturação de políticas e estratégias visando a prevenção e a promoção da

saúde e dos cuidadores.2

O envelhecimento populacional é um desafio para saúde pública, pois tem impactos

relevantes na sociedade. O aumento do número de idosos não deve ser visto como um

problema para a sociedade, e sim como uma conquista, exigindo um olhar especial a esse

grupo, para que eles possam envelhecer com saúde e tranquilidade. Em vista disso, a

construção de políticas públicas específicas para os idosos, é uma das grandes vitórias

alcançadas pela população.

2.1.1 Políticas públicas de atenção à saúde da pessoa idosa: questões à destacar

O Estatuto do idoso17

dispõe que toda pessoa com idade igual ou superior a 60 anos é

idosa. Foi criado a fim de regular os direitos assegurados ao idoso, e define que é obrigação

da família, da comunidade, da sociedade e do Poder Público garantir esses direitos com

absoluta prioridade.

Com o aumento do envelhecimento populacional, o idoso ganhou ênfase nas políticas

públicas do Brasil. Em 1988, a Constituição federal assegurou o direito à seguridade social,

englobando a saúde, previdência e assistência social; em 1994, houve a criação da Política

Nacional do Idoso; em 2003, a criação do Estatuto do idoso17

; e em 2006, a criação da

portaria GM 2.528 de Política Nacional de Saúde da Pessoa Idosa (PNSI)18

.

Pesquisadores citam que a PNSI (2006) assegura os direitos das pessoas idosas,

criando estratégias para promover sua autonomia, integração e participação ativa na sociedade

e ratificando o direito à saúde desde o nível primário até o mais complexo.19

Os estudiosos

comentam ainda que esta política relaciona a saúde do idoso considerando o Pacto pela Saúde

e suas Diretrizes Operacionais para consolidação do SUS (Encontro das Comissões

Intergestores Biparte da Amazônia Legal, 2006), reafirmando a necessidade de enfrentamento

dos desafios impostos por um processo de envelhecimento ora caracterizado por doenças e/ou

condições crônicas não transmissíveis.19

19

O envelhecimento é um processo longo, que pode ser vivido pelo idoso de forma ativa,

ou seja, sendo ele protagonista do seu autocuidado, ou de forma dependente, necessitando de

cuidador. As políticas públicas de atenção ao idoso são ferramentas de prevenção e promoção

à saúde que os gestores locais podem lançar mão, aprimorando o equipamento que já utilizam

e criando novas formas de trabalho. Dessa forma, o sistema público de saúde deve estar

preparado para atender as demandas dos idosos e seus cuidadores.

2.1.2 Senescência e Senilidade

A Organização Mundial de Saúde (OMS) trás a seguinte definição sobre o envelhecer:

Um processo sequencial, individual, acumulativo, irreversível,

universal, não-patológico, de deterioração de um organismo maduro,

próprio a todos os membros de uma espécie, de maneira que o tempo

o torne menos capaz de fazer frente ao estresse do meio ambiente e,

portanto, aumente sua possibilidade de morte20

.

Neste contexto, envelhecer é um processo natural, que consiste na redução gradativa

da reserva funcional que em situações normais não provocam problemas, chamado de

senescência.21

Em situações de doenças e estresse emocional, podem gerar patologias que irá

requerer a busca pela assistência, que é definido como senilidade.

Senescência e senilidade são processos que geram constantes alterações nos idosos,

porém esses distúrbios podem ser minimizados, se forem diagnosticados precocemente,

proporcionando um estilo de vida ativo aos senis.

Os autores afirmam que costumamos cometer dois erros nessa temática; primeiro é

que consideramos que todos os distúrbios que a pessoa idosa sofre é consequência do seu

envelhecimento, o que desfavorece o diagnóstico e o tratamento precoce de doenças. O

segundo é abordar o processo natural de envelhecimento como doença.21

A população idosa vem sofrendo constantes modificações, principalmente na sua

relação com a sociedade, atualmente, o idoso não é mais visto como um total dependente e

incapaz, tendo muitas vezes autonomia suficiente para promover o seu autocuidado e assim

viver com tranquilidade. Em contrapartida, devido a essa longevidade, muitas adquirem

distúrbios biopsicossociais como doenças crônicas, deficiências, fragilização da saúde,

levando ao aumento dos seus medos e anseios, o que demandará o auxílio de uma pessoa, que

favorecerá uma velhice com boa qualidade.

20

No entanto, cotidianamente, os idosos brasileiros vivem angústias com

a desvalorização das aposentadorias e pensões, com medos e

depressão, com a falta de assistência e de atividades de lazer, com o

abandono em hospitais ou asilos, além de enfrentar, ainda, todo o tipo

de obstáculos para assegurar alguma assistência por meio de planos de

saúde. À desinformação, ao preconceito e ao desrespeito aos cidadãos

da terceira idade somam-se a precariedade de investimentos públicos

para atendimento às necessidades específicas da população idosa, a

falta de instalações adequadas, a carência de programas específicos e

de recursos humanos, seja em quantidade ou qualidade22

.

2.2 O CUIDADOR

2.2.1 Caracterização do cuidador de idosos

Conceitualmente, o cuidador é definido como aquele que desempenha a função de

cuidar de pessoas dependentes numa relação de proximidade física e afetiva, podendo ser um

parente, que assume esse papel a partir das relações familiares ou até um profissional,

especialmente treinado para tal fim23

.

Cuidador é um ser humano de qualidades especiais, expressas pelo

forte traço de amor à humanidade, de solidariedade e de doação. A

ocupação de cuidador integra a Classificação Brasileira de Ocupações

– CBO sob o código 5162, que define o cuidador como alguém que

“cuida a partir dos objetivos estabelecidos por instituições

especializadas ou responsáveis diretos, zelando pelo bem-estar, saúde,

alimentação, higiene pessoal, educação, cultura, recreação e lazer da

pessoa assistida”. É a pessoa, da família ou da comunidade, que presta

cuidados à outra pessoa de qualquer idade, que esteja necessitando de

cuidados por estar acamada, com limitações físicas ou mentais, com

ou sem remuneração6.

Existem dois tipos de cuidadores, o cuidador familiar, aquele que tem vínculo afetivo

com o idoso, podendo ser esposa (o), filha (o), Irmã (o).6 É notório, que frequentemente o

cuidador familiar é do sexo feminino por razões culturais. O outro tipo é o cuidador formal,

aquele que é profissional, que é preparado para exercer o cargo de cuidador, mediante uma

remuneração. Esse pode desempenhar suas funções na residência do idoso, em casas de idosos

ou acompanhar os idosos em unidades de saúde como hospitais.

21

O bom cuidador é aquele que observa e identifica o que a pessoa pode

fazer por si, avalia as condições e ajuda a pessoa a fazer as atividades.

Cuidar não é fazer pelo outro, mas ajudar o outro quando ele

necessita, estimulando a pessoa cuidada a conquistar sua autonomia,

mesmo que seja em pequenas tarefas. Isso requer paciência e tempo6.

O cuidador, independente da sua classificação (formal ou familiar), tornou-se um

integrante fundamental nesse processo de envelhecimento dos idosos. Ele será responsável

por desenvolver habilidades e competências para planejar conjuntamente com o idoso as

atividades diárias, realizando as que ele não pode executar, e auxiliando/supervisionando nas

ações em que ele pode fazer o seu autocuidado.

2.2.2 A regulamentação da profissão de cuidador

Para Debret e Oliveira24

, a função de cuidador de idosos é nova no Brasil.

Antigamente essa atuação era chamada de acompanhante, mas atualmente, o papel do

cuidador ganhou destaque, estabelecendo um novo paradigma político, com projetos de ações

e intervenções governamentais e legislativas para sua atuação.

Nosso argumento central é o de que a regulamentação da profissão de

cuidador enfrenta um duplo desafio: (1) encontrar um espaço

profissional que delimite com clareza as fronteiras dessa atividade, de

modo a não confundi-la com as atividades de outros profissionais que

operam em áreas paralelas; e (2) dar dignidade a esse trabalhador,

evitando que suas funções se confundam com a de empregada

doméstica, profissão tida no nível mais baixo na escala das

profissões24

.

A profissionalização do cuidador de idoso vem passando por um longo processo de

aprovação. Ainda segundo esses autores, essa tentativa de regulamentação vem desde 1999,

por uma Portaria (nº 5.153) que constituía o primeiro Programa Nacional de Cuidadores de

Idosos. A partir desse projeto houve a inclusão desse grupo, na Classificação Brasileira de

Ocupações (CBO), sob o código 51626. Em 2012, foi criado o Projeto de Lei (PL) nº 4702, a

fim de regulamentar a profissão, mas alguns pontos deste PL foi questionado pelo COFEN e

por deputados necessitando de revisão em seu texto. Então em 10 de dezembro de 2015 o PL

nº 4702 passou a conter em sua redação a diferença entre os cuidados especializados prestados

por profissionais de Enfermagem, e por cuidadores, deixando claro que o cuidador só está

22

autorizado a administrar medicamentos por via oral e sob orientação de profissionais de

saúde.25, 26

Atualmente, o referido Projeto de Lei segue em tramitação na Câmara dos

Deputados.

2.2.3 O ato de cuidar

O ato de cuidar é muito mais complexo do que se imagina. O cuidador e o idoso são

pessoas que podem apresentar reações e sentimentos diversos e contraditórios como raiva,

angústia, tristeza, entre outros.27

O cuidador deve estar atento e perceber as reações e

sentimentos do idoso, para que o cuidado seja efetivo.

Nesse sentido, as ações de cuidados aos idosos devem estar pautadas

no respeito mútuo entre cuidador e o ser cuidado, na busca pelo bem-

estar, visando um cuidado personalizado, resolutivo e com a

participação efetiva do idoso, embasado nos conceitos da ética,

criando condições para a existência e a melhoria da qualidade de vida

do idoso28

.

O cuidador, muitas vezes leigo, assume funções que não está preparado para oferecer.

Uma forma do cuidador contornar esse problema é buscar informação. Estudiosos afirmam

que: “uma das maneiras mais importantes de ajudar as pessoas é oferecer informação. As

pessoas que possuem informações estão mais bem preparadas para controlar a situação em

que se encontram”.27

O cuidado é visto, muitas vezes, como um dom, que dignifica o

cuidador e o faz sentir melhor. Porém, estes personagens tendem a se

sobrecarregar para que a assistência ao idoso seja prestada de modo

integral, mesmo não tendo uma orientação técnica para que preste um

cuidado de qualidade que não interfira na sua saúde. (Mendes,

Miranda e Borges, 2010, p.416)

Por meio da literatura evidencia-se a carência assistencial ao cuidador, que por desejo

ou obrigação, dispõe-se a cuidar do idoso. Percebe-se ainda, como é importante o suporte de

uma equipe multiprofissional, que enxergue o cuidador como sujeito.

A qualidade de vida é representada como resultado das respostas pessoais de cada

indivíduo a fatores físicos e mentais, que conjuntamente podem contribuir para uma vida

saudável.29

23

O trabalho do cuidador está associado à carga demasiada, na maioria das vezes, isso

gera conflitos ao desempenho do cuidado. O tratamento deve ser integrado com participação

efetiva do idoso pautado em respeito mútuo, viabilizando a qualidade de vida a esse

protagonista, com assistência de profissionais ao mesmo tempo capacitados e desenvolvendo

práticas holísticas28

.

O papel do cuidador muitas vezes é desvalorizado, não sendo oferecidas oportunidades

de treinamento e apoio. O desgaste emocional e físico é citado pelos autores como uma

associação de despreparo dos cuidadores familiares que assumem o cuidado do idoso.30

Aprimorar os conceitos dos que orientam os cuidadores de idosos, é

fato relevante que o cuidado do biopsicossocial esteja sempre atrelado

a técnica. O cuidado não é apenas para tratar, manter a vida e lutar

contra o irreversível, mais faz parte do desenvolvimento do bom

profissional31

.

Dedicar-se ao cuidado com o idoso durante um longo período, exige atenção

constante, ocasionando possíveis malefícios à saúde, principalmente para aqueles que são

responsabilizados totalmente pelo cuidado do indivíduo, sem ter com quem dividir, o

cuidador se sente sobrecarregado, o que prejudica o autocuidado.31

As sobrecargas físicas e emocionais sofridas pelo cuidador de idosos é resultado de

diversas carências como falta de conhecimento, de suporte das políticas públicas e de apoio de

profissionais capacitados que poderiam minimizar esses sofrimentos com orientações a esse

cuidador.

Esses cuidadores são desprovidos de orientações e suporte assistencial. Para isso, os

profissionais devem refletir sobre o processo de envelhecimento, englobando tanto a

qualidade de vida do idoso com a do cuidador, que coloca a sua saúde em risco para cuidar do

outro.30

2.2.4 Sobrecarga dos Cuidadores

A rede de apoio de saúde ao idoso e seus cuidadores, no município de Niterói ainda

não está completamente estabelecida e integrada, segundo os princípios e diretrizes que

norteiam o Sistema Único de Saúde. Dessa forma, essa população enfrenta uma condição de

vulnerabilidade social, estando à margem da atenção em saúde de qualidade. Para agravar o

quadro, como não há um grande investimento na atenção primária, “porta de entrada” do

24

SUS, nem no referido município e nem no Estado do Rio de Janeiro, na maioria dos casos,

quando o idoso e o cuidador conseguem acessar o sistema, a condição de saúde deles já está

bem debilitada, necessitando de um nível maior de complexidade32

.

Neste contexto, o cuidador depara-se com muitas dificuldades, principalmente aquele

que é familiar do idoso, pois não se preparou para a execução do cuidado, e nas adversidades

do dia-a-dia pode acumular uma sobrecarga tamanha que seja difícil de superar ou dar

continuidade ao cuidado do seu idoso.33

“A sobrecarga do cuidador pode ser definida como um conjunto de problemas físicos,

psicológicos, emocionais, sociais e financeiros vivenciados por aqueles que cuidam de

pacientes com algum tipo de comprometimento”.33, 34,35

Sá e Bom

33 em seu estudo identificaram as principais necessidades a serem trabalhadas

com os cuidadores. Essas necessidades foram apontadas de forma ampla, os cuidadores

relatam que não são orientados para promover o cuidado e possuem dificuldade no sentido de

saber mais sobre a doença e os aspectos gerais que circundam o idoso cuidado.

Na mesma pesquisa, foi encontrado um dado importante em relação às comorbidades

que afetam os cuidadores. Identificou-se a maior prevalência de patologias

musculoesqueléticas, apontadas por eles como “problema de coluna”. As autoras concluiram

que esse dado pode estar associado ao procedimento de mudança de posição ou transferência

do paciente sem uma orientação sobre a forma correta de sua realização.33

Ainda na mesma investigação, apontou-se a relevância de outro dado, quando

analisada a regressão na aplicação da escala de Zarit e SF-36, evidenciou-se a melhora da

qualidade de vida e diminuição da sobrecarga quando o cuidador exerce outra atividade, seja

profissional ou de lazer, fora do domicílio do idoso.33

Outro estudo identificou que alguns dos cuidadores pesquisados eram dependentes

funcionais, tinham alterações cognitivas, sintomas depressivos, altos níveis de estresse,

sobrecarga e apresentaram atitudes negativas em relação à velhice. Muitos desses cuidadores,

não recebiam ajuda para cuidar do idoso dependente.35

2.3 TECNOLOGIA EDUCACIONAL

A tecnologia educacional (TE) é tudo aquilo que o educador faz a cada dia para

enfrentar o problema de ter de ensinar ou orientar a um grupo de pessoas, determinados

conteúdos com determinadas metas.36

A tecnologia é resultado de processos concretizados a

25

partir da experiência cotidiana, com a finalidade de provocar intervenções sobre uma

determinada situação prática.37

Nietsche38

relata que a tecnologia educacional pode ser entendida com a formulação

ou não um produto, e tem a finalidade de gerar intervenções sobre determinada situação

prática. Assim sendo, a TE, é utilizada para gerar conhecimento, utilizando os espaços

educativos incluindo a vida diária, a educação formal e informal, preparando assim os

indivíduos para o trabalho. Para ele, aplicar a TE, o educador (profissional de saúde) deve ser

um facilitador e o educando (clientela) um sujeito participante desse processo em que ambos

utilizem da sensibilidade e da criatividade na busca de conhecimento pessoal e profissional.

Percebe-se que o uso de tecnologia educacional não trata apenas da construção e do

uso de equipamentos, mas também de processos tecnológicos.39

O processo tecnológico pode

evidenciar o “saber fazer e o saber usar o conhecimento e equipamentos em todas as situações

do cotidiano”. Este processo pode facilitar o processo de ensino-aprendizagem,

proporcionando ao educando um saber que favorece a construção e reconstrução do

conhecimento.39

Podemos perceber que uma tecnologia educacional não é apenas a criação e o uso de

equipamentos, nesse processo destaca-se o saber fazer e o saber usar o conhecimento e

equipamentos em todas as situações do cotidiano, podendo elas serem rotineiras ou não. A

tecnologia educacional é um instrumento facilitador, proporcionando o aluno a construir e

reconstruir o conhecimento.39

O uso da tecnologia pode contribuir para uma restruturação na vida dos sujeitos,

porém não necessariamente ocorre mudança de consciência, porque para isso devemos levar

em consideração outros aspectos do indivíduo, como aspecto social, éticos, moral, espiritual,

estético, filosofia. Sendo assim a TE não é o único elemento que provoca mudança apenas se

associado a outros componentes da vida dos sujeitos.37

Contudo, os autores comentam que diferentes tipos de TE’s podem ser utilizadas para

educação em saúde com a comunidade (educação comunitária), e nessa área há algumas

modalidades de TE em que se destacam: as TE táteis e auditivas, as TE expositivas e

dialogais, as TE impressas e as TE áudio-visuais. Dentre as TE impressas pode se criar

folderes, cartazes, cartilhas, manuais, cadernos de orientação ou apostilas.40

Neste contexto, optou-se neste estudo em utilizar um manual com orientações de

enfermagem ao cuidador de idosos, pela viabilidade de recursos financeiros e considerado o

tempo estipulado no cronograma da pesquisa para sua elaboração. Destaca-se que este tipo de

26

tecnologia educacional é recomendado como instrumento facilitador na prestação do cuidado

ao cliente, que neste estudo é o idoso. Por isso foi escolhida como ferramenta de intervenção

para auxiliar os cuidadores no cuidado ao idoso, consequentemente, promovendo uma melhor

qualidade de vida.

27

3 METODOLOGIA

3.1 TIPO DE ESTUDO

Trata-se de pesquisa descritiva, transversal para estudo do perfil sóciodemográfico e

de saúde e dos impactos da sobrecarga em cuidadores de idosos com vista à elaboração de

uma Tecnologia Educacional que favoreça o cuidado.

Estudos transversais são aqueles que produzem “instantâneos” da situação de saúde de

uma população ou comunidade com base na avaliação individual do estado de saúde de cada

um dos membros do grupo.41

Pesquisas descritivas pretendem descrever os fatos e fenômenos

de determinada realidade.42

3.2 LOCAL DO ESTUDO

Como campo de pesquisa, foram utilizadas as dependências do Programa de Extensão:

A Enfermagem na Atenção à Saúde do Idoso e seus Cuidadores (EASIC /UFF), atual Centro

de Atenção à Saúde do Idoso e seus Cuidadores (CASIC), em Niterói, RJ. Este centro presta

atendimento ambulatorial multiprofissional a idosos e seus cuidadores e sua equipe é

composta pelas especialidades de: enfermagem, medicina cardiologista, nutrição, fisioterapia,

serviço social, fonoaudiologia, farmácia e psicologia.44

Também oferece atendimento através

de terapias alternativas como: acupuntura, auriculoterapia, esparadrapoterapia e massoterapia

para atendimentos individuais. Oferece, ainda, oficinas em grupo para cuidadores,

estimulação cognitiva de idosos, informática, música, educação em saúde e diabetes,

fisioterapia e psicologia. Aos idosos acamados ou com grande dificuldade de locomoção é

realizada visita domiciliar por enfermeiro, assistente social e nutricionista.44

O CASIC é

vinculado ao Departamento de Fundamentos de Enfermagem e Administração da

Universidade Federal Fluminense, localizado à Avenida Jansen de Mello 174, Centro, Niterói,

RJ. Campus Mequinho.

O Programa de Extensão: A Enfermagem na Atenção à Saúde do Idoso e seus

Cuidadores (EASIC) da Universidade Federal Fluminense possui por objetivo desenvolver

práticas sociais de atenção primária em saúde, priorizando a prática de educação em saúde

junto aos idosos e seus familiares. Promove atividades como: consulta de enfermagem,

oficinas de suporte a idosos e seus cuidadores e o PRÓ-CUIDEM - Programa de Orientação

28

aos Cuidadores de Idosos com demência - com o objetivo de disponibilizar orientações

informações e suporte aos cuidadores acerca da patologia, tratamento e seus cuidados e a

oficina de suporte aos cuidadores de idosos com demência.40

3.3 POPULAÇÃO E AMOSTRA

Os participantes da pesquisa foram 50 cuidadores de idosos que participam de todas as

atividades do CASIC e estão inclusos no EASIC/UFF. Identificou-se dentre os cuidadores os

que eram formais e os que eram cuidadores familiares, e destes os que realizavam o cuidado

ao idoso há pelo menos 6 meses. Após a identificação destes cuidadores foi realizado convite

à participação no estudo por livre demanda. Consequentemente, participaram das entrevistas

todos os cuidadores de idosos que aceitaram responder as questões da coleta de dados e a

aplicação da escala e formulários da pesquisa.

3.4 CRITÉRIOS DE ELEGIBILIDADE DO ESTUDO

3.4.1 Critérios de inclusão

Ser cuidador formal ou familiar de idosos;

Cuidadores com idade superior a 18 anos de ambos os sexos com escolaridade acima

de quatro anos e que realizem o cuidado há mais de 6 meses.

Cuidadores que participam das atividades do Programa EASIC/UFF.

3.4.2 Critérios de exclusão

Analfabetismo;

Presença de dificuldade visual e auditiva.

3.5 COLETA DE DADOS

Estes instrumentos foram aplicados aos cuidadores que compareceram ao Centro de

Atenção à Saúde do Idoso e seus Cuidadores (CASIC /UFF), em Niterói, RJ para realizarem o

29

acompanhamento de suas condições de saúde e das condições de saúde dos idosos que os

mesmos prestam cuidado. Procedeu-se a leitura do Termo de Consentimento Livre e

Esclarecido, sendo incluídos os cuidadores que aceitaram participar da pesquisa. Os dados

foram coletados a partir da aplicação do questionário sobre o perfil sóciodemográfico e de

saúde (ANEXO D) do cuidador; e da aplicação da escala de sobrecarga Zarit (ANEXO B).

A produção de dados ocorreu de setembro a outubro de 2016, e de abril a junho de

2017.

3.5.1 Formulário Sociodemográfico e de Saúde

Este formulário aborda questões pertinentes ao cuidador: dados pessoais (parentesco

com o idoso, idade, sexo, cor, residência, bairro e cidade, prática religiosa, situação conjugal,

profissão, telefone para contato), grau de escolaridade, reside com o idoso, valor da renda

individual e familiar, atividade profissional atual, problemas de saúde, o tempo de atuação

como cuidador e número de horas gastas por dia cuidando do idoso.

3.5.2 Escala de Sobrecarga Zarit

A escala Zarit (Zarit Burden Interview) tem por objetivo avaliar a sobrecarga dos

cuidadores de idosos. Ela foi validada na Espanha e no Brasil. Apresenta 22 questões que

avaliam o impacto do cuidado nas esferas física, psicológica e social, cuja pontuação pode

variar de 0-4.45

O somatório destas questões é de 88 pontos e foi estabelecido um ponto de

corte para definir a sobrecarga do cuidador. Quanto maior a pontuação, maior a sobrecarga.

Sendo assim, classifica-se sobrecarga severa o escore entre 61-88; moderado a severo de 41-

60; moderado a leve entre 21-40 e ausência de sobrecarga escores inferiores a 21.

3.6 TRATAMENTO DE DADOS

Os dados sóciodemográficos e clínicos e os escores obtidos da escala de sobrecarga de

Zarit foram organizados e tabulados em planilhas no Microsoft Excel e submetidos à análise

descritiva.

30

3.7 ASPECTOS ÉTICOS

O projeto de pesquisa foi encaminhado ao Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) do

Hospital Universitário Antônio Pedro (HUAP) através da Plataforma Brasil, atendendo aos

princípios da Resolução 466, de 12 de outubro de 2012 do Conselho Nacional de Saúde

(CNS) e aprovado com CAAE nº 19784013.3.0000.5243 e Parecer nº 458.860.

Foi apresentado ao cuidador o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido, sendo o

início da investigação condicionado a este consentimento. É conveniente esclarecer que não

houve incentivo financeiro à participação dos pacientes.

Admite-se nesta pesquisa um risco mínimo, que segundo pesquisadoras, é aquele que

não ultrapassa o risco comumente encontrado na vida cotidiana.41

A proporção risco-benefício

foi considerada em termos dos riscos serem compatíveis com o benefício à sociedade e à

enfermagem em termos de qualidade dos dados produzidos. Com base nessas autoras41

, lista-

se aqui os possíveis riscos e benefícios deste estudo:

Tabela 1: Possíveis Benefícios e Riscos de Pesquisas aos Participantes. (continua)

Benefícios Riscos

Acesso a uma intervenção potencialmente

benéfica, que sem a pesquisa, não estari

disponível;

Tédio;

Sensação de conforto por poder discutir

sua situação ou problema com uma pessoa

objetiva e compreensiva;

Sofrimento emocional, resultante de

autoexposição, introspecção, medo do

desconhecido, desconforto diante de

estranhos, medo de eventuais repercussões,

raiva ou constrangimento por causa do tipo

de pergunta feita;

Aumento do conhecimento de suas

condições pela oportunidade de

introspecção e pela interação direta com

os pesquisadores;

Perda de tempo.

Satisfação de saber que a informação

fornecida pode ajudar outras pessoas com

problemas semelhantes.

Fonte: Polit DF, Beck CT. Fundamentos de pesquisa em enfermagem: avaliação de evidências

para a prática da enfermagem. 7 ed. Porto Alegre: Artmed, 2011. 151-152

31

3.8 O PRODUTO

O produto é um Manual de Orientações de Enfermagem para o Cuidador de Idosos,

com itens selecionados após a obtenção e análise dos dados, a partir das demandas

apresentadas pelos cuidadores, acerca da sobrecarga, resultante do impacto do cuidado no seu

cotidiano. Utilizou-se ainda, algumas referências bibliográficas a fim de propor estratégias de

enfrentamento que auxiliem a superação de dificuldades impostas no dia-a-dia para os

cuidadores.

O conteúdo consta da definição sobre o que é sobrecarga, e em seguida lista as

principais estratégias de enfrentamento que o cuidador pode utilizar, listadas na seguinte

sequência: acionando a rede de apoio, estabelecendo um programa regular de tarefas, falar dos

meus problemas, adaptando a casa para o idoso, mantendo o idoso ativo, a importância de se

cuidar. Utilizou-se também, imagens retiradas da internet, com cunho meramente ilustrativo, e

com as fontes devidamente referenciadas.

Escolheu-se fazer um manual por ser este um instrumento atrativo, objetivo, não muito

extenso, mas que orienta significativamente o leitor sobre o tema a que se propõe, por ser,

ainda, de fácil compreensão e por atender às necessidades específicas de uma determinada

situação de saúde estimulando as pessoas a lê-lo.46

3.8.1 Sistematização do conteúdo

Na etapa inicial houve a preocupação em fazer a adequação da linguagem. Esta

adequação caracteriza-se pela identificação dos termos técnicos e a transformação deles para a

linguagem popular, de forma a facilitar a compreenssão dos cuidadores de idosos.

“O cuidado em relação à adequação da linguagem, no sentido de

facilitar sua compreensão, é importante nos trabalhos relacionados à

educação e promoção da saúde. Nesse sentido, devem ser

preferencialmente utilizadas palavras de uso popular, sobretudo as

coloquiais. O emprego de termos técnicos deve se restringir ao

estritamente necessário e, neste caso, os devidos esclarecimentos

devem ser feitos mediante a utilização de exemplos.46

32

3.8.2 Seleção de Ilustrações

A fim de tornar a leitura dinâmica e atrativa para o leitor optou-se por inserir no

manual imagens retiradas da internet, com cunho ilustrativo e que estivessem dentro do

contexto apresentado. Cada figura teve a sua fonte devidamente referenciada no conteúdo do

manual.

3.8.3 Validação do Manual

A validação deste material será realizada pela pesquisadora em investigação futura.

33

4. RESULTADOS E ANÁLISE

Ao analisar os dados, interpretando e comparando os achados foi possível agrupá-los

de acordo com a semelhança, e assim elaborar os resultados. Optou-se por realizar nesta

pesquisa a análise descritiva que tem por finalidade descrever e resumir os dados.47

4.1 PERFIL SÓCIODEMOGRÁFICO E DE SAÚDE DO CUIDADOR

A amostra foi composta por 50 cuidadores atendidos no CASIC. A tabela 2, a seguir,

traz o Perfil Sóciodemográfico dos participantes.

Tabela 2: Perfil Sóciodemográfico dos Cuidadores de Idosos. CASIC, UFF. Niterói, 2017.

Variáveis Nº %

Sexo Feminino 45 90

Idade

52 | 61 (anos)

17 34

Escolaridade

Médio completo

15 30

Renda Individual 14 28

Renda Familiar

1 | 2 (salários mínimos)

18 36

Tipo de Cuidador

Familiar

39 78

Religião

Católica

20 40

Jornada Dedicada

12 | 24 (horas)

17 34

Tempo de Atuação do Cuidador

4 | 7 (anos)

12 24

Estado civil

Casado(a) 24 48

Fonte: A autora.

A tabela 3, abaixo, mostra o perfil de saúde do cuidador com a distribuição de

frequências referentes ao número de enfermidades relatadas pelo cuidador, às enfermidades

prevalentes e à prevalência das enfermidades para ambos os sexos.

34

Tabela 3: Perfil de Saúde dos Cuidadores de Idosos, segundo enfermidades relatadas,

segundo o sexo. CASIC, UFF. Niterói, 2017.

Variáveis Nº %

Número de Enfermidades relatadas pelo cuidador 15 30

Enfermidades Prevalentes

Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS), problemas de coluna e

artrose 23 46

Prevalência das enfermidades segundo sexo

Feminino - HAS

Masculino - Artrose

23

27

46

54

Fonte: A autora.

A partir da análise dos resultados percebeu-se que, dos 50 participantes 90% são do

sexo feminino, reforçando assim o papel da mulher, que desde muito nova já lhe é atribuído o

cuidado da casa e da família, o que corrobora com pesquisadores, ao dizerem que no âmbito

familiar, desde os primórdios, são as mulheres as responsáveis pelo papel de cuidar.48

O

mesmo achado é confirmado em outros estudos, dentre os quais avaliou-se a qualidade de

vida e a sobrecarga de trabalho em cuidadores de idosos. 49

Nessa pesquisa observou-se que a maior parte dos cuidadores, 34%, tem idades entre

52 a 61 anos. Para Papaléo50

, o ato de cuidar não é um papel fácil, requer muitas mudanças

na vida do cuidador. Em muitos casos, esse pode ser uma pessoa em processo de

envelhecimento, frágil, propenso a doenças, que sem o apoio adequado pode vir a se tornar

um idoso que irá necessitar de um cuidador.

Além disso, a partir desse achado pode-se inferir que a idade avançada corresponde

ao período da vida, em que surgem as doenças crônicas não transmissíveis, e o organismo

encontra-se num estágio avançado do processo de envelhecimento. Autores afirmam que,

quando o cuidador é um idoso, a situação é ainda mais preocupante porque ambos podem

expor limitações que dificultam o cuidado, interferindo diretamente na qualidade de vida tanto

do idoso cuidador como do próprio idoso. 51

Em relação ao nível de escolaridade, houve o predomínio do ensino médio completo

(30%), o que foi similar em outro estudo que identificou entre os cuidadores avaliados o

percentual de escolaridade.52

Essa condição evidencia um grau de conhecimento, entre os

35

cuidadores, que favorece a compreensão de determinadas questões, contudo isso não impede

que tenham dificuldades em compreender questões mais complexas.

Pesquisadores afirmam que, o baixo nível escolar pode diminuir a qualidade dos

cuidados prestados, além de ser um obstáculo para a educação em saúde.53

Assim, é

necessária uma atenção especial dos profissionais de saúde, com o intuito de ensiná-los a

evitar possíveis danos à saúde do idoso.

A renda familiar mensal encontrada na amostra foi de 1 a 2 salários mínimos para 36%

dos cuidadores, sendo similar ao estudo desenvolvido por Lindolpho40

que identificou que

42,40% dos cuidadores recebiam menos de 3 salários como renda familiar mensal.

Para Carvalho e Escobar54

, o cuidador formal está sendo cada vez mais requisitado no

mundo contemporâneo e principalmente pelas famílias que não conseguem suprir o cuidado

ao idoso, e quando esse cuidar se delonga, esse cuidador pode sofrer abalos em sua saúde,

devido à sobrecarga do trabalho. No entanto, nesta investigação os dados encontrados

evidenciam uma maior prevalência de cuidadores familiares (78%) na comparação com os

cuidadores formais (22%).

Ainda 64% dos cuidadores residiam com o idoso. Estudo desenvolvido por

Lindolpho40

com cuidadores de idosos portadores de Doença de Alzheimer com o objetivo de

analisar a relação existente entre os traços de personalidade e o autocuidado em cuidadores de

idosos com demência de Alzheimer, e a influência de fatores intervenientes nesta associação,

apontou que residir com o idoso influencia no traço de personalidade neuroticismo

diminuindo o poder para o autocuidado.

Na amostra deste estudo observou-se que 34% dos cuidadores possuíam o tempo de

atividade entre 12 a 24 horas, achado similar ao estudo de Coelho55

,em que os participantes

exerciam o trabalho por mais de 12 horas. Em outra pesquisa identificou-se que realizar o

cuidado com o idoso durante um longo período, exige atenção constante, ocasionando

possíveis malefícios a saúde, principalmente para aqueles que são responsabilizados

totalmente pelo cuidado do indivíduo, acarretando na sobrecarga do cuidador.56

Com relação à religião 74% declararam professarem algum tipo de religião. O Brasil é

um país onde a religião sempre foi muito difundida, fazendo parte da vida diária dos

brasileiros. Antigamente, a religiosidade fazia parte do processo de socialização dos

indivíduos. Atualmente, a religião é mantida pelas necessidades dos povos de acreditarem em

um bem maior, e que precisam dessa crença para superar situações cotidianas.

36

Através da pesquisa de Moreira57

, acredita-se que a religião pode amenizar o

sofrimento físico e mental, aumentando o bem-estar e reduzindo os casos de tristeza e

angústia, corroborando com ele, Koeing58

diz que as práticas e crenças religiosas podem

influenciar na saúde psíquica, ter impacto no bem-estar emocional e como consequência

ajudar no enfrentamento de situações adversas.

Dentre todas as informações colhidas, destaca-se a variável: tempo de exercício da

função. Estima-se que dentre os participantes, 24% tem o tempo de trabalho com essa

profissão de 4 a 7 anos. Para Gaioli59

, os cuidadores que possuem experiência nessa área e

que trabalham a mais de dois anos, as funções foram se tornando desgastantes. Eles relataram

oscilação no seu estado emocional e fadiga.

Muitas vezes ao se tornar cuidador, o indivíduo se sobrecarrega fisicamente e

mentalmente. Na maioria dos casos os cuidadores já possuíam doenças preexistentes, e em

vista disso, investigamos a situação do cuidador quantos as suas enfermidades. Desses 10%

não relataram nenhuma doença, 30% declararam pelo menos uma enfermidade, similar ao

estudo de Lindolpho40

que em sua amostra de cuidadores de idosos com Doença de Alzheimer

encontrou que 54,20% possuíam de 1 a 2 enfermidades. As doenças mais prevalentes foram

Hipertensão Arterial Sistêmica, “problemas de coluna” e artrose. Ao assumir essa função, sem

o apoio e as informações adequadas, o cuidador pode sofrer esforços que agravam o seu

estado de saúde.

4.2 RESULTADOS DA ESCALA DE SOBRECARGA ZARIT

Esta escala tem por objetivo mensurar a sobrecarga vivida pelo cuidador. Destaca-se a

seguir, na tabela 4, a distribuição dos participantes segundo a classificação de sobrecarga para

os cuidadores de idosos de um modo geral, e para cada tipo de cuidador (formal ou familiar)

destacando-se as que apresentaram maior percentual.

37

Tabela 4: Distribuição dos participantes de acordo com a Classificação da Sobrecarga Zarit.

CASIC, UFF. Niterói, 2017.

Variável N %

Cuidadores

Ausência de sobrecarga

Sobrecarga moderada

Sobrecarga moderada a severa

Sobrecarga severa

Total

Cuidadores Familiares

13

21

10

6

50

26

42

20

12

100

Ausência de sobrecarga

Sobrecarga moderada

Sobrecarga moderada a severa

Sobrecarga severa

Total

Cuidadores Formais

7

19

9

5

40

17,5

47,5

22,5

12,5

100

Ausência de sobrecarga

Sobrecarga moderada

Sobrecarga moderada a severa

Sobrecarga severa

Total

7

2

1

0

10

70

20

10

0

100

Fonte: A autora.

Comparando-se a diferença por sexo identificou-se que 32% das mulheres

apresentaram sobrecarga moderada, enquanto que apenas 6% dos homens apresentaram o

mesmo nível de sobrecarga. Esse achado foi o mais expressivo em relação aos outros níveis

de sobrecarga. No nível de moderada a severa registrou-se 14% para as mulheres e 4% para os

homens. Apenas 8% das mulheres participantes apontaram sobrecarga severa, e um número,

ainda menor, 2% das mulheres, declararam não apresentarem sobrecarga.

Um estudo transversal com amostra de 60 cuidadores de idosos realizado por

Stackfleth et al60

com o objetivo de avaliar a sobrecarga dos cuidadores de idosos fragilizados

evidenciou que a maioria dos cuidadores eram do sexo feminino. O estudo identificou, ainda,

38

que o nível de sobrecarga do cuidador aumenta de acordo com maior o grau de dependência

funcional do idoso.

Acerca do tipo dos cuidadores, se familiar ou formal, observou-se que 80% eram

cuidadores familiares e 20% formais. Os cuidadores familiares apresentaram 47,5% de

sobrecarga moderada comparativamente aos 20% dos cuidadores formais, conforme é

mostrado na tabela 4.

Observou-se ainda, nesta pesquisa, que 42% dos cuidadores, de um modo geral,

apresentam sobrecarga moderada. Resultados superiores foram encontrados por Lindolpho40

em seu estudo que possuía como objetivo analisar a relação existente entre os traços de

personalidade e o autocuidado em cuidadores de idosos com Doença de Alzheimer e a

influência de fatores intervenientes nesta associação, identificou sobrecarga moderada em

46% dos cuidadores.

Estudo epidemiológico, descritivo e transversal desenvolvido por Loureiro et al

61 com

objetivo de estimar a prevalência de sobrecarga entre os cuidadores familiares de idosos

dependentes, residentes no município de João Pessoa, encontrou em seus resultados alta

prevalência de sobrecarga entre os cuidadores (84,6%).

Portanto, os resultados desse estudo corroboram outras pesquisas apontando a

necessidade dos profissionais de saúde, especialmente o enfermeiro, em desenvolver

estratégias que facilitem a atuação do cuidador, seja ele familiar, ou formal. Essas estratégias

têm como objetivo reduzir ou eliminar a sobrecarga, proporcionando assim uma melhor

qualidade de vida para o cuidador, e uma maior qualidade do serviço prestado ao idoso.

39

5. TECNOLOGIA EDUCACIONAL

40

41

42

43

44

45

46

47

48

49

50

51

52

53

54

55

56

57

58

59

6. CONCLUSÃO

Essa pesquisa teve como objetivos descrever o perfil sóciodemográfico e de saúde e os

impactos objetivos da sobrecarga em cuidadores de idosos; analisar os impactos objetivos da

sobrecarga em cuidadores de idosos, que interferem no padrão de qualidade de vida com vista

a elaboração de material didático, que favoreça o cuidado com o idoso e o autocuidado do

cuidador; e elaborar uma tecnologia educacional a partir dos déficits identificados na escala de

sobrecarga a partir das demandas dos cuidadores. Os objetivos foram criados no intuito de

responder ao problema de pesquisa: Quais os impactos objetivos da sobrecarga em cuidadores

de idosos e como o enfermeiro pode intervir enquanto educador, para minimizá-los?

Dentre os resultados identificados sobre o perfil sociodemográfico e de saúde dos

cuidadores destacou-se a predominância de mulheres que realizam o cuidado, em sua maioria

familiares do idoso, com jornada de trabalho diária de 12 a 24 horas e que atuam há mais de

quatro anos como cuidadoras. Dentre as doenças mais prevalentes identificou-se a

Hipertensão Arterial Sistêmica, problemas de coluna e Artrose.

Desta forma, a partir da análise dos resultados deste estudo, pode-se concluir que o

cuidado ao idoso pode levar à sobrecarga moderada a saúde dos cuidadores resultando na

diminuição da sua qualidade de vida. Os achados associados a revisão de literatura para a

construção do manual, nos leva à reflexão sobre possíveis estratégias que podem ser utilizadas

pelos cuidadores para o enfrentamento das dificuldades e da sobrecarga advindas do cuidar.

Desse modo, destaca-se a relevância do produto desta pesquisa que constitui uma

importante estratégia de educação em saúde, fornecendo orientações direcionadas à realidade

dos cuidadores de idosos.

As limitações do estudo se mostraram na impossibilidade de validação do manual,

tendo em vista o cronograma de realização desta pesquisa. Assim a posterior validação deste

material será realizada pela pesquisadora em futura investigação.

O trabalho contribui com a enfermagem gerontológica e a produção da tecnologia

educacional para os cuidadores onde são apresentadas estratégias de enfrentamento para

aumentar a qualidade de vida e, consequentemente, minimizar a sobrecarga.

60

7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

1. Brasil. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Mudança Demográfica no Brasil no

início do século XXI: Subsídios para projeções da população. Rio de Janeiro, n.3, 2015.

Disponível em: http://biblioteca.ibge.gov.br/visualizacao/livros/liv93322.pdf. Acesso em: 13

de Setembro de 2017.

2. Brasil. Agência Nacional de Saúde Suplementar. Idoso na saúde suplementar: uma urgência

para a saúde da sociedade e para a sustentabilidade do setor. Rio de Janeiro, 2016.p.132.

disponível em:

http://www.ans.gov.br/images/stories/Materiais_para_pesquisa/Materiais_por_assunto/web_fi

nal_livro_idosos.pdf. Acesso em: 13 de Setembro de 2017.

3. Ramos, Luiz Robert. Fatores determinantes do envelhecimento saudável em idosos

residentes em centro urbano: Projeto Epidoso, São Paulo. Cad. Saúde Pública, Rio de Janeiro,

19(3):793-798, mai-jun, 2003. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/csp/v19n3/15882.pdf.

Acesso em: 13 de Setembro de 2017.

4. Nasri F. O envelhecimento populacional no Brasil. Einstein: V.6, supl.1, p.4-6, 2008.

Disponivel em: http://apps.einstein.br/revista/arquivos/PDF/833-

Einstein%20Suplemento%20v6n1%20pS4-6.pdf. Acesso em: 13 de Setembro de 2017.

5. Gonçalves LTH, Leite MT, Hildebrandt LM, Bisogno SC, Biasutz S, Falcade BL. Convívio

e cuidado familiar na quarta idade: qualidade de vida de idosos e seus cuidadores. Rev. bras.

geriatr. gerontol. 2013;16(2):315- 25. Disponível em:

http://www.scielo.br/pdf/rbgg/v16n2/11.pdf. Acesso em: 13 de Setembro de 2017.

6. Brasil. Ministério do Trabalho e Emprego. Classificação brasileira de ocupações 5162-10.

Disponível em: < mtecbo.gov.br>. Acesso em: 18 de Junho de 2016.

7. Brasil. Ministério da Saúde. Guia prático do cuidador. Brasília. Ministério da Saúde, 2008.

Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/guia_pratico_cuidador.pdf. Acesso

em: 13 de Setembro de 2017.

61

8. Fleck MPA. O instrumento de avaliação de qualidade de vida da Organização Mundial da

Saúde (WHOQOL-100): características e perspectivas. Ciencia e Saúde coletiva, 5(1): 33-38,

2000. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/csc/v5n1/7077.pdf. Acesso em: 13 de

Setembro de 2017.

9. Martins JJ, Albuquerque GL, Nascimento ERP, Barra DCC, Souza WGA, Pacheco WNS.

Necessidades de educação em saúde dos cuidadores de pessoas idosas no domicílio. Texto

Contexto Enferm. 2007 Abr-Jun; 16 (2): 254-62. Disponível em:

http://www.scielo.br/pdf/tce/v16n2/a07v16n2.pdf. Acesso em 13 de setembro de 2017.

10. Kenski VM. Educação e tecnologia: o novo ritmo da informação. Campinas: Papirus,

2012, 141p. disponível em: http://www.scielo.br/pdf/bolema/v29n51/1980-4415-bolema-29-

51-0428.pdf. Acesso em: 13 de Setembro de 2017.

11. Portella MR. Atenção integral no cuidado familiar do idoso: desafios para a enfermagem

gerontológica no contexto da estratégia de saúde da família. Revista Brasileira de Geriatria e

Gerontologia, Rio de Janeiro, v. 13, n. 3, p.501-506, 2010. Disponível em:

http://www.scielo.br/pdf/rbgg/v13n3/a15v13n3.pdf. Acesso em: 13 de Setembro de 2017.

12. Amendola F, Oliveira MAC, Alvarenga MRM. Qualidade de vida dos cuidadores de

pacientes dependentes no programa de saúde da família. Texto Contexto Enferm,

Florianópolis, 2008 Abr-Jun; 17(2): 266-72. Disponível em:

http://www.scielo.br/pdf/tce/v17n2/07.pdf. Acesso em: 13 de Setembro de 2017.

13. Cerqueira, ATAR, Oliveira NIL. Programa de apoio a cuidadores: uma ação terapêutica e

preventiva na atenção à saúde dos idosos. Psicologia, São Paulo, v. 13, n. 1, p. 133-150, 2002.

Disponivel em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-

65642002000100007&lng=en&nrm=iso&tlng=pt. Acesso em: 13 de setembro de 2017.

14. BRASIL (Juiz de Fora). Secretaria de Direitos Humanos (Org.). O Envelhecimento no

Brasil. Disponível em: http://www.ufjf.br/ladem/2014/10/01/o-envelhecimento-no-brasil/,

2014.

62

15. Lebrão ML. O envelhecimento no Brasil: aspectos da transição demográfica e

edpidemiológica. Saúde coletiva. São Paulo, v.4, n 17, p.135-140, 2007. Disponível em:

https://www.nescon.medicina.ufmg.br/biblioteca/imagem/2559.pdf. Acesso em: 13 de

Setembro de 2017.

16. Sabroza, PC. Concepções sobre Saúde e Doença. Curso de Especialização de Gestão em

Saúde . Educação A Distância/ Escola Nacional de Saúde Pública. Disponível em:

file:///C:/Users/Carolina/Desktop/Concep%C3%A7%C3%B5es_sobre_sa%C3%BAde_e_doe

n%C3%A7a.pdf. Acessado em: 01 de Maio de 2017.

17. Brasil. Estatuto do idoso. Lei nº 10.741. Disponível

em:http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2003/L10.741.html. Acesso em: 13 de Setembro

de 2017.

18. Brasil. Política Nacional de Saúde da Pessoa Idosa. 2006. Disponível em:

http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2006/prt2528_19_10_2006.html. Acesso em: 13

de Setembro de 2017.

19. Lima TJV, Arcieri RM, Garbin CAS, Moimaz SAS. Humanização na Atenção à Saúde do

Idoso. Saude soc., São Paulo , v. 19, n. 4, p. 866-877, Dez. 2010. Disponível em:

https://www.revistas.usp.br/sausoc/article/viewFile/29709/31584. Acesso em: 21 de Setembro

de 2017.

20. Oganización Panamericana de La Salud. Guia Clínica para Atención Primaria a las

Personas Mayores. 3. ed. Washington, DC, 2003. Disponível em:

http://www.sld.cu/galerias/pdf/sitios/gericuba/introduccion.pdf. Acesso em: 13 de Setembro

de 2017.

21. Brasil. Ministério da Saúde. Envelhecimento e saúde da pessoa idosa. Departamento de

Atenção Básica. – Brasília, 2007. Disponível em:

http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/abcad19.pdf. Acesso em: 13 de Setembro de 2017.

63

22. Parahyba MI, Simões CCS. A prevalência de incapacidade funcional em idosos no

Brasil. Ciência & Saúde Coletiva, Rio de Janeiro, v. 11, n. 4, p. 967-974, out.-dez. 2006.

Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/csc/v11n4/32333.pdf. Acesso em: 13 de Setembro de

2017.

23. Wanderley MB, Blanes D. Publicização do papel do cuidador domiciliar. São Paulo: IEE,

PUC, 1998. Disponível em: http://www.ts.ucr.ac.cr/binarios/congresos/reg/slets/slets-016-

123.pdf. Acesso em: 13 de Setembro de 2017.

24. Debert GG, Oliveira AM. A profissionalização da atividade de cuidar de idosos no Brasil.

Revista Brasileira de Ciência Política, [s.l.], n. 18, p.7-41, dez. 2015. Disponível em:

http://www.scielo.br/pdf/rbcpol/n18/2178-4884-rbcpol-18-00007.pdf. Acesso em: 13 de

Setembro de 2017.

25. Brasil. Projeto de Lei N.º 4.702, de 2012. Disponível em:

http://www.camara.gov.br/sileg/integras/1053572.pdf. Acesso em: 13 de Setembro de 2017.

26. Conselho Federal de Enfermagem. Câmara aprova regulamentação da profissão de

cuidador, Dez 2015. Disponível em:

http://www.seet.org.br/upload/file/ca79c11d529ef3e39f2410d563c69995.pdf. Acesso em: 13

de Setembro de 2017.

27. Brasil. Ministério da Saúde. Cuidar Melhor e Evitar a Violência: Manual do Cuidador da

Pessoa – Brasília: Secretaria Especial dos Direitos Humanos, Subsecretaria de Promoção e

Defesa dos Direitos Humanos, 2008. Disponível em: http://www.sdh.gov.br/assuntos/pessoa-

idosa/legislacao/pdf/manual-do-cuidadora-da-pessoa-idosa. Acesso em: 13 de Setembro de

2017.

28. Nascimento LC, Moraes ER, Silva JC, Veloso LC, Vale ARM. Cuidador de idosos:

conhecimento disponível na base de dados LILACS. Rev. bras. enferm., Brasília , v. 61, n.

4, p. 514-517, Ago. 2008. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/reben/v61n4/19.pdf.

Acesso em: 13 de Setembro de 2017.

64

29. Farquhar, apud, Ferreira CG, Alexandre TS, Lemos ND. Fatores Associados à Qualidade

de Vida de Cuidadores de Idosos em Assistência Domiciliária. Saúde Sociedade, São Paulo,

v. 20, n. 2, p.398-409, 2011. Disponivel em: http://www.scielo.br/pdf/sausoc/v20n2/12.pdf.

Acesso em: 13 de Setembro de 2017.

30. Mendes GD, Miranda SM, Borges MMMC. Saúde do Cuidador de Idosos: um Desafio

para o Cuidado. Revista de Enfermagem Integrada, Ipatinga, v. 3, n. 1, p.408-421, ago. 2010.

Disponível em: https://www.unilestemg.br/enfermagemintegrada/artigo/v3/04-saude-

cuidador-idosos-desafio.pdf. Acesso em: 13 de Setembro de 2017.

31. Maffioletti VLR, Loyola CM, Nigri F. Os sentidos e destinos do cuidar na preparação dos

cuidadores de idosos. Ciênc. saúde coletiva, Rio de Janeiro , v. 11, n. 4, p. 1085-1092, Dez.

2006. Disponivel em: http://www.scielo.br/pdf/csc/v11n4/32344.pdf. Acesso em: 13 de

Setembro de 2017.

32. Abrahão AL, Souza AC, Dutra SRA, Senna MAA, Camuzi RC, Fernandes FLF. Redes de

atenção articulando ensino e serviço na saúde: estudo descritivo. Online braz j nurs [Internet].

2013. Disponível em:

http://www.objnursing.uff.br/index.php/nursing/article/viewFile/4549%2A/pdf_2. Acesso em:

13 de Setembro de 2017.

33. Bom FS, Sá SPC. Oficina para cuidadores de idosos como tecnologia educacional:

contribuições da enfermagem gerontológica. Niterói: [s.n.], 2016. 175 f. Dissertação

(Mestrado Profissional em Enfermagem Assistencial) - Universidade Federal Fluminense,

2016. Disponível em:

http://www.repositorio.uff.br/jspui/bitstream/1/2547/1/Fayanne%20Schaustz%20Bom.pdf.

Acesso em: 13 de Setembro de 2017.

34. Vitalino PP, Zhang J, Scanlan JM. A one-year randomized controlled psychosocial

intervention study among family carers of dementia patients – effects on patients and carers.

Psychol Bull. 2003;129(6):946-72. Disponivel em:

https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/17986818. Acesso em: 13 de Setembro de 2017.

65

35. George LK, Gwyther LP. Caregiver well being: a multidimensional examination of family

caregivers of demented adults. Gerontologist. 1986;26:253-9

36. Rezende F. As novas tecnologias na prática pedagógica sob a perspectiva construtivista.

Ensaio -Pesquisa em Educação em Ciências. 2000; 2(1): 1-18. Disponível em:

http://www.scielo.br/pdf/epec/v2n1/1983-2117-epec-2-01-00070.pdf. Acesso em: 13 de

Setembro de 2017.

37. Nietsche EA, Teixeira E, Medeiros HP. Tecnologias cuidativo-educacionais: uma

possibilidade para o empoderamento do (a) enfermeiro (a)?. Porto Alegre: Moriá, 2014.

38. Nietsche EA, Backes VMS, Colomé

CLM, Ceratti

RN, Ferraz F. Tecnologias

educacionais, assistenciais e gerenciais: uma reflexão a partir da concepção dos docentes de

enfermagem. Rev Latino-Am Enfermagem. 2005; 13(3): 344-352. Disponível em:

http://www.scielo.br/pdf/rlae/v13n3/v13n3a09.pdf. Acesso em: 13 de Setembro de 2017.

39. Junior PRR, Corrente JE, Hattor CH, Oliveira IM, Zancheta D, Gallo CG, Miguel JP,

Galiego ET. Efeito da capacitação dos cuidadores informais sobre a qualidade de vida de

idosos com déficit de autocuidado. Ciênc. saúde coletiva. 2011; 16(7): 3131-3137. Disponível

em: http://www.scielosp.org/pdf/csc/v16n7/13.pdf. Acesso em: 13 de Setembro de 2017.

40. Lindolpho, Mirian da Costa. Personalidade e autocuidado de cuidadores familiares de

idosos com Doença de Alzheimer: implicações para a enfermagem. 2017. 180 f. Tese

(Doutorado em Enfermagem) – Faculdade de Enfermagem, Universidade do Estado do Rio de

Janeiro, Rio de Janeiro, 2017.

41. Polit DF, Beck CT. Fundamentos de pesquisa em enfermagem: avaliação de evidências

para a prática da enfermagem. 7 ed. Porto Alegre: Artmed, 2011. 151-152.

42. Sitta EI, Arakawa AM, Caldana ML, Peres SHCS. A Contribuição de Estudos

Transversais na Área da Linguagem com Enfoque em Afasia. Rev. CEFAC, São Paulo.

Disponivel em: http://www.scielo.br/pdf/rcefac/2010nahead/14-10.pdf. Acesso em: 21 de

Setembro de 2017.

66

43. Gerhardt TE, Silveira DT. Métodos de pesquisa. Coordenado pela Universidade Aberta do

Brasil – UAB/UFRGS e pelo Curso de Graduação Tecnológica – Planejamento e Gestão para

o Desenvolvimento Rural da SEAD/UFRGS. – Porto Alegre: Editora da UFRGS, 2009. 120

p. Disponível em: http://www.ufrgs.br/cursopgdr/downloadsSerie/derad005.pdf. Acesso em:

21 de Setembro de 2017.

44. Ciconelli, Rozana Mesquita; Ferraz, Marcos Bosi; Santos, Wilton; Meinão, Ivone;

Quaresma, Marina Rodrigues. Tradução para a língua portuguesa e validação do questionário

genérico de avaliação de qualidade de vida SF-36 (Brasil SF-36). Rev. bras.

reumatol;39(3):143-50, maio-jun. 1999. Disponível em:

http://www.ufjf.br/renato_nunes/files/2014/03/Valida%C3%A7%C3%A3o-do-

Question%C3%A1rio-de-qualidade-de-Vida-SF-36.pdf. Acesso em: 13 de Setembro de 2017.

45. Nardi EFR, Sawada NO, Santos JLF. Associação entre a incapacidade funcional do idoso

e a sobrecarga do cuidador familiar. Rev. Latino-Am. Enfermagem. 21(5):[08 telas] set.-out.

2013. Disponivel em: http://www.scielo.br/pdf/rlae/v21n5/pt_0104-1169-rlae-21-05-

1096.pdf. Acesso em: 13 de Setembro de 2017.

46. Hoyashi, CMT. Ensino de enfermagem: proposta de um manual de práticas. Volta

Redonda: UniFOA, 2011. 61 f.: il Dissertação (Mestrado Profissional). Disponível em:

http://web.unifoa.edu.br/portal_ensino/mestrado/mecsma/arquivos/27.pdf. Acesso em: 21 de

Setembro de 2017.

47. Davila, VHL. Estatística Descritiva. Aula1-aula5. Disponível em:

http://www.ime.unicamp.br/~hlachos/estdescr1.pdf. Acesso em: 21 de Setembro de 2017.

48. Santos SMA, Rifiotis T. Cuidadores familiares de idosos dementados: uma reflexão sobre

a dinâmica do cuidado e da conflitualidade intra-familiar. Laboratório de Estudo das

Violências. Florianópolis: UFSC, 2006. Disponível em:

http://www.academia.edu/3059020/Cuidadores_familiares_de_idosos_dementados_uma_refle

x%C3%A3o_sobre_a_din%C3%A2mica_do_cuidado_e_da_conflitualidade_intra-familiar.

Acesso em: 13 de Setembro de 2017.

67

49. Oliveira APP. O cuidado familiar na perspectiva de cuidadores de idosos com demência

de Alzheimer. [Tese] Doutorado em Ciências. Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de

Ribeirão Preto. Universidade de São Paulo. Ribeirão Preto, 2009.

50. Papaléo NM, Luders SLA, Klein EL. Demência II: Impacto sobre cuidador, família e

sociedade. In PAPALÉO NETTO, M. Tratado de Gerontologia. 2ª Ed. São Paulo: Editora

Atheneu, 2007. p. 339-349

51. Luchesi BM. Idosos Cuidadores de Idosos: atitudes em relação à velhice, sobrecarga,

estresse e sintomas depressivos. Ribeirão Preto, 2015. [Tese de doutorado]. Escola de

Enfermagem de Ribeirão Preto/ USP.

52. Araujo JS, Vidal GM, Brito FN, Gonçalves DCA, Leite DKM, Dutra CDT, Pires CAA.

Perfil dos cuidadores e as dificuldades enfrentadas no cuidado ao idoso, em Ananindeua, PA.

Rev. Bras. Geriatr. Gerontol., Rio de Janeiro, 2013; 16(1):149-158. Disponível em:

http://www.scielo.br/pdf/rbgg/v16n1/a15v16n1.pdf. Acesso em: 13 de Setembro de 2017.

53. Santos AA, Pavarini SCI, Barham EJ. Percepção de idosos pobres com alterações

cognitivas sobre funcionalidade familiar. Texto Contexto Enferm, Florianópolis, 2011 Jan-

Mar; 20(1): 102-10. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/tce/v20n1/12.pdf. Acesso em:

13 de Setembro de 2017.

54. Carvalho JÁ, Escobar KAA. Gac: uma reflexão sobre as contribuições do grupo de apoio

ao cuidador da associação dos aposentados e pensionistas de volta redonda - aap-vr. Revista

Científica do ITPAC, Araguaína, v.7, n.3, 2014. Disponível em:

http://www.itpac.br/arquivos/Revista/73/artigo8.pdf. Acesso em: 13 de Setembro de 2017.

55. Coelho ER, Sacerdote DS, Cardoso LTS, Barreto, RMCS, Souza RC. Perfil

sociodemográfico e necessidades de educação em saúde entre cuidadores de idosos em uma

unidade de saúde da família em Ilhéus, Bahia, Brasil. Rev Bras Med Fam Comunidade. Rio

de Janeiro, 2013 Jul-Set; 8(28):172-9. Disponível em:

https://www.rbmfc.org.br/rbmfc/article/view/rbmfc8%2828%29496. Acesso em: 13 de

Setembro de 2017.

68

56. Gonçalves LTH, Alvarez AM, Sena ELS, Santana LWS, Vicente FR. Perfil da família

cuidadora de idosos doente/fragilizado do contexto sociocultural de Florianópolis, SC. Rev.

Texto e Contexto, Florianópolis, v. 15, n. 4, out./dez. 2006. Disponível em:

http://www.scielo.br/pdf/tce/v15n4/v15n4a04.pdf. Acesso em: 13 de Setembro de 2017.

57. Almeida AM, Pinsky I, Zaleski M, Laranjeira R. Envolvimento Religioso e fatores

sociodemográficos: resultados de um levantamento nacional no Brasil. Revista de Psiquiatria

Clínica, 2010;37(1):12-5. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/rpc/v37n1/a03v 37n1.pdf .

Acesso em: 09 de abril de 2011.

58. Koening HG. Espiritualidade no cuidado com o paciente: por quê, como, quando e o quê.

FE Editora Jornalística Ltda., São Paulo, SP, 2005, p. 18-29.

59. Gaioli CCLO, Furegato ARF, Santos JLF. Perfil de cuidadores de idosos com doença de

Alzheimer associado à resiliência. Texto Contexto Enferm, Florianópolis, 2012 Jan-Mar;

21(1): 150-7. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/tce/v21n1/a17v21n1.pdf. Acesso em:

12 de Setembro de 2017.

60. Stackfleth R, Diniz MA, Fhon JRS, Vendruscolo TRP, Fabrício-Whebe SCC, Marques S,

Rodrigues RAP. Sobrecarga de trabalho em cuidadores de idosos fragilizados que vivem no

domicílio. Acta paul. enferm., São Paulo , v. 25, n. 5, p. 768-774, 2012 . Disponível em:

http://www2.unifesp.br/acta/pdf/v25/n5/v25n5a19.pdf. Acesso em: 13 de Setembro de 2017.

61. Loureiro, LSN, Fernandes MGM, Marques S, Nóbrega MML, Rodrigues RAP.

Sobrecarga de cuidadores familiares de idosos: prevalência e associação com características

do idoso e do cuidador. Rev Esc Enferm USP 2013; 47(5):1133-40. Disponível em:

http://www.scielo.br/pdf/reeusp/v47n5/pt_0080-6234-reeusp-47-05-1129.pdf. Acesso em: 13

de Setembro de 2017.

62. Reberte LM. Celebrando a vida: construção de uma cartilha para a promoção da saúde da

gestante. São Paulo, 2008. 130p. Dissertação (Mestrado) – Escola de Enfermagem da

Universidade de São Paulo. Disponivel em:

file:///C:/Users/Carolina/Dropbox/enfermagem/MESTRADO%20UFF/2017/Minha%20disser

69

ta%C3%A7%C3%A3o/sistematiza%C3%A7%C3%A3o%20cartilha%20USP.pdf. Acesso

em: 21 de Setembro de 2017.

63. Vivan AS, Argimon IIL. Estratégias de enfrentamento, difi culdades funcionais e fatores

associados em idosos institucionalizados. Cad. Saúde Pública, Rio de Janeiro, 25(2):436-444,

fev, 2009. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/csp/v25n2/22.pdf. Acesso em: 13 de

Setembro de 2017.

64. Sá SPC, Sales BC. Cuidadores de idosos com demência: avaliação e enfrentamento das

dificuldades no cuidado. Trabalho de Conclusão de Curso. Escola de Enfermgem.

Universidade Federal Fluminense, 2014. Disponível em:

http://www.repositorio.uff.br/jspui/handle/1/2878. Acesso em: 13 de Setembro de 2017.

70

8. ANEXO

ANEXO A

UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE

ESCOLA DE ENFERMAGEM AURORA DE AFONSO COSTA

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENFERMAGEM

MESTRADO PROFISSIONAL ENFERMAGEM ASSISTENCIAL

Projeto de Pesquisa: “O impacto objetivo do cuidado ao idoso na qualidade de vida, na

sobrecarga e nas estratégias de enfrentamento sofridos pelos cuidadores e o papel do

enfermeiro”

ESCALA DE ZARIT

1. O (a)senhor(a) sente que

NOME DO IDOSO(a) pede

mais ajuda do que ele(a)

necessita?

Nunca

Raramente

Algumas vezes

Frequentemente

Sempre

10

3

4

1

1

2. O(a) senhor(a) sente que

por causa do tempo que o

senhor(a) gasta com o(a)

NOME DO IDOSO(a) não

tem tempo suficiente pra si

mesmo?

Nunca

Raramente

Algumas vezes

Frequentemente

Sempre

7

0

1

2

10

3. O(a) senhor(a) se sente

estressado(a) entre cuidar de

NOME DO IDOSO(a) e suas

outras responsabilidades com

a família e o trabalho?

Nunca

Raramente

Algumas vezes

Frequentemente

Sempre

5

1

7

2

4

4. O(a) senhor(a) se sente

envergonhado(a) com o

comportamento de NOME

DO IDOSO(a)?

Nunca

Raramente

Algumas vezes

Frequentemente

Sempre

18

1

0

0

0

5. O(a) senhor(a) se sente irritado(a) quando o(a) NOME DO IDOSO(a) está por perto?

Nunca

Raramente

Algumas vezes

Frequentemente

Sempre

14

3

1

0

1

6. O(a) senhor(a) sente que NOME DO IDOSO(a) afeta

negativamente seus relacionamentos com outros

membros da família ou amigos?

Nunca

Raramente

Algumas vezes

Frequentemente

Sempre

12

2

3

1

1

7. O(a) senhor(a) sente receio pelo futuro de NOME DO

IDOSO(a)?

Nunca

Raramente

Algumas vezes

Frequentemente

6

1

3

1

71

Sempre

8

8. O(a) senhor(a) sente que NOME DO IDOSO(a) depende

do senhor?

Nunca

Raramente

Algumas vezes

Frequentemente

Sempre

1

0

3

1

12

9. O(a) senhor(a) se sente tenso quando NOME DO IDOSO(a)

está por perto?

Nunca

Raramente

Algumas vezes

Frequentemente

Sempre

10

2

3

3

1

10. O(a) senhor(a) sente que a sua saúde foi afetada por causa

do seu envolvimento com NOME DO IDOSO(a)?

Nunca

Raramente

Algumas vezes

Frequentemente

Sempre

6

0

5

3

1

11. O(a) senhor(a) sente que não tem tanta privacidade

como gostaria por causa do(a) NOME DO IDOSO(a)?

Nunca

Raramente

Algumas vezes

Frequentemente

Sempre

13

1

1

0

4

12.O(a) senhor(a) sente que sua vida social tem sido

prejudicada em razão de ter de cuidar de NOME DO IDOSO(a)?

Nunca

Raramente

Algumas vezes

Frequentemente

Sempre

8

0

2

4

4

13. O(a) senhor(a) não se sente a vontade para receber visitas em casa por causa de NOME

DO IDOSO(a)?

Nunca

Raramente

Algumas vezes

Frequentemente

Sempre

13

1

1

1

2

14. O(a) senhor(a) sente que NOME DO IDOSO(a) espera que

o(a) senhor(a) cuide dele(a) como se fosse a única pessoa

de quem ele(a) pode depender?

Nunca

Raramente

Algumas vezes

Frequentemente

Sempre

3

0

0

1

14

15. O(a) senhor(a) sente que não tem dinhero suficiente para cuidar de NOME DO

IDOSO(a) somando-se as suas outras despesas?

Nunca

Raramente

Algumas vezes

Frequentemente

Sempre

5

0

5

2

6

16. O(a) senhor(a) sente que será incapaz de cuidar de

NOME DO IDOSO(a) por muito mais tempo?

Nunca

Raramente

Algumas vezes

Frequentemente

Sempre

10

1

6

0

0

17. O(a) senhor(a) sente que Nunca 9

72

perdeu o controle da sua vida desde a doença de NOME DO

IDOSO(a)?

Raramente

Algumas vezes

Frequentemente

Sempre

1

5

1

2

18. O(a) senhor(a) gostaria de simplesmente deixar que outra pessoa cuidasse de NOME DO

IDOSO(a)?

Nunca

Raramente

Algumas vezes

Frequentemente

Sempre

14

1

1

3

0

19. O(a) senhor(a) se sente em dúvida sobre o que fazer por

NOME DO IDOSO(a)?

Nunca

Raramente

Algumas vezes

Frequentemente

Sempre

8

2

9

0

1

20. O(a) senhor(a) sentr que deveria estar fazendo mais por

NOME DO IDOSO(a)?

Nunca

Raramente

Algumas vezes

Frequentemente

Sempre

5

0

4

0

5

21.O(a) senho(a)r sente que poderia cuidar melhor de

NOME DO IDOSO(a)?

Nunca

Raramente

Algumas vezes

Frequentemente

Sempre

4

0

7

1

3

22. De uma maneira geral, quanto o(a) senhor se sente

sobrecarregado(a) por cuidar de NOME DO IDOSO(a)?

Nunca

Raramente

Algumas vezes

Frequentemente

Sempre

7

2

2

1

6

73

APÊNDICE B

UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE

ESCOLA DE ENFERMAGEM AURORA DE AFONSO COSTA

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENFERMAGEM

MESTRADO PROFISSIONAL ENFERMAGEM ASSISTENCIAL

Projeto de Pesquisa: “O impacto objetivo do cuidado ao idoso na qualidade de vida, na

sobrecarga e nas estratégias de enfrentamento sofridos pelos cuidadores e o papel do

enfermeiro”

QUESTIONÁRIO SÓCIO DEMOGRÁFICO E DE SAÚDE

Questões Respostas

Nome

Idade

Sexo

Bairro

Cidade

Religião

Estado civil

Tipo de cuidador (familiar ou formal?)

Mora com o idoso?

Profissão

Escolaridade

Renda individual

Renda familiar

Enfermidades

Há quanto tempo é cuidador?

Quantas horas diárias dedica-se ao cuidado com

o idoso?

Há quanto tempo cuida de algum idoso?

Qual a sua jornada de trabalho?

Conhece o estatuto do idoso?