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A profilaxia contra raiva deve ser iniciada o mais precocemente possível. Sempre que houver indicação, tratar o paciente em qualquer momento, INDEPENDENTEMENTE do tempo transcorrido desde a exposição. A história vacinal do animal agressor NÃO constitui elemento para dispensa da profilaxia. Não se indica o uso de soro anti-rábico para pacientes considerados imunizados por profilaxia anterior, exceto nos casos de imunodeprimido ou quando houver dúvidas sobre a profilaxia anterior. O soro anti-rábico pode ser aplicado limitado ao máximo em até 7 dias da aplicação da primeira dose de vacina. Após esse prazo, o soro não poderá ser aplicado. A vacina não tem contra-indicação (gravidez, lactação, doença intercorrente ou outros tratamentos). Sempre que possível, recomenda-se a interrupção da profilaxia com imunossupressores, ao iniciar o esquema de vacinação. Não sendo possível, tratar a pessoa como imunodeprimida (soro+vacina). Havendo interrupção da profilaxia, completar as doses de vacinas prescritas anteriormente e não iniciar nova série. INFORMAÇÕES GERAIS SOBRE A PROFILAXIA 1 2 3 4 5 6 7 Lavar, imediatamente, o ferimento com água corrente e sabão comum ou detergente. A seguir, aplicar anti-sépticos que inativem o vírus, tais como produtos à base de polivinilpirrolidona-iodo, o polvidine, ou gluconato de clorexidine ou álcool iodado. A mucosa ocular deve ser lavada com água corrente ou solução fisiológica. Contato com utensílios contaminados com secreções de animais suspeitos e/ou lambedura de pele íntegra, apenas lavar o local com água e sabão ou detergente. Não se recomenda a sutura do(s) ferimento(s). Quando for absolutamente necessário, aproximar as bordas com pontos isolados. Nesse caso, o soro anti-rábico, se indicado, deverá ser infiltrado no local, 1 hora antes da sutura. Proceder à profilaxia do tétano segundo esquema preconizado. O período de observação de 10 dias é restrito a cães e gatos. Considera-se suspeito todo cão ou gato que apresentar mudança brusca de comportamento e/ou sinais e sintomas compatíveis com a raiva tais como salivação abundante, dificuldade para engolir, mudança nos hábitos alimentares e paralisia das patas traseiras. Agressão por outros animais domésticos (boi, cavalo, jumento, porco, carneiro, bode) deverá ser avaliada e, se necessário, deverá ser indicada a profilaxia, lembrando que não se indica a observação desses animais com o objetivo de definir conduta para o ser humano. Está indicado a profilaxia, sistematicamente, para todos os casos de exposição por animais silvestres, mesmo quando domesticados ou domiciliados. Nas agressões por morcegos, deve-se proceder a soro-vacinação, IMEDIATA - INDEPENDENTEMENTE, do tipo do morcego agressor, do tempo transcorrido e da gravidade da lesão. Em se tratando de uma reexposição, seguir as orientações específicas, conforme cada caso. Salvaguardadas as condições epidemiológicas da região, para animais de baixo risco, tais como, ratazana de esgoto (Rattus norvegicus), rato de telhado (Rattus rattus), camundongo (Mus musculus), cobaia ou porquinho-da-índia (Cavea porcellus), hamster (Mesocricetus auratus) e coelho (Oryetogalus cuniculus), pode-se não indicar a profilaxia. TIPO DE EXPOSIÇÃO CONTATO INDIRETO ACIDENTES LEVES Ferimentos superficiais, pouco extensos, geralmente únicos, em tronco e membros (exceto mãos e polpas digitais e planta dos pés); Podem acontecer em decorrência de mordeduras ou arranhaduras causadas por unhas ou dentes; Lambedura de pele com lesões surpeficiais. ACIDENTES GRAVES Ferimentos na cabeça, face, pescoço, mão, polpa digital e/ou planta do pé; Ferimentos profundos, múltiplos ou extensos, em qualquer região do corpo; Lambedura de mucosa; Lambedura de pele onde já existe lesão grave; Ferimento profundo causada por unha de gato. CONDIÇÃO DO ANIMAL AGRESSOR: CÃO OU GATO SEM SUSPEITA DE RAIVA NO MOMENTO DA AGRESSÃO 1 Lavar com água e sabão; Observar o animal durante 10 dias após a exposição; Se o animal permanecer sadio no período de observação, encerrar o caso; Se o animal morrer, desaparecer ou se tornar raivoso, administrar 5 doses de vacina (dias 0, 3, 7, 14, e 28). Lavar com água e sabão; Não tratar. Lavar com água e sabão; Observar o animal durante 10 dias após a exposição; Iniciar a profilaxia com duas doses: uma no dia 0 e outra no dia 3; Se o animal permanecer sadio no período de observação, encerrar caso; Se o animal morrer, desaparecer ou se tornar raivoso, dar continuidade a profilaxia, administrando o soro 3 e completando o esquema até 5 doses. Aplicar uma dose entre o 7º e o 10º dia e uma dose nos dias 14 e 28. CONDIÇÃO DO ANIMAL AGRESSOR: CÃO OU GATO CLINICAMENTE SUSPEITO DE RAIVA NO MOMENTO DA AGRESSÃO Lavar com água e sabão; Não tratar. Lavar com água e sabão; Iniciar a profilaxia com 2 doses, uma no dia 0 e outra no dia 3; Observar o animal durante 10 dias após a exposição. Se a suspeita de raiva for descartada após o 10º dia de observação, suspender a profilaxia e encerrar o caso; Se o animal morrer, desaparecer ou se tornar raivoso, da continuidade a profilaxia, administrando soro 3 e completando o esquema até 5 doses. Aplicar uma dose entre o 7º e o 10º dia e uma dose nos dias 14 e 28. Lavar com água e sabão; Iniciar a profilaxia com soro 3 e 5 doses de vacina nos dias 0, 3, 7, 14 e 28; Observar o animal durante 10 dias após exposição; Se a suspeita de raiva for descartada após o 10º dia de observação, suspender a profilaxia e encerrar o caso. Lavar com água e sabão; Não tratar. Lavar com água e sabão; Iniciar imediatamente a profilaxia com soro 3 e 5 doses de vacina administradas nos dias 0, 3, 7, 14 e 28. Lavar com água e sabão; Iniciar imediatamente a profilaxia com 5 doses de vacina administradas nos dias 0, 3, 7, 14 e 28. CONDIÇÃO DO ANIMAL AGRESSOR: CÃO OU GATO RAIVOSO, DESAPARECIDO OU MORTO ANIMAIS SILVESTRES 2 (INCLUSIVE OS DOMICILIADOS) ANIMAIS DOMÉSTICOS DE INTERESSE ECONÔMICO OU DE PRODUÇÃO Nos casos de profilaxia PRÉ-EXPOSIÇÃO e de conduta em possível caso de REEXPOSIÇÃO, bem como demais situações, consultar o Manual de Normas Técnicas de Tratamento Profilático Anti-Rábico Humano. (1) É preciso avaliar, sempre, os hábitos dos cães e gatos e os cuidados recebidos. Podem ser dispensadas da profilaxia as pessoas agredidas por cão ou gato que os quais, COM CERTEZA, não tenham risco de contrair a infecção rábica. Por exemplo: animais que vivem, exclusivamente, dentro do domicílio; não tenham contato com animais desconhecidos; que somente saem à rua acompanhados de seus donos e que não circulem em áreas com presença de morcegos. Em caso de dúvida, iniciar o esquema de profilaxia indicada. (2) Nas agressões por morcegos, deve-se indicar a soro-vacinação independente da gravidade da lesão, ou indicar conduta de REEXPOSIÇÃO. (3) O soro heterólogo deve ser aplicado na(s) porta(s) de entrada, isto é, deve ser infiltrado junto a(s) lesão(ões) na maior quantidade possível da dose recomendada. Quando forem muito extensas ou múltiplas a dose do soro, a ser infiltrada, pode ser diluída em soro fisiológico para que todas as lesões sejam infiltradas. Excepcionalmente, quando não for possível infiltrar toda a dose, a quantidade restante deve ser aplicada via intramuscular, podendo ser utilizada a região glútea. Sempre aplicar o soro em local anatômico diferente do que aplicou a vacina. Quando não se dispuser do soro ou de sua dose total, aplicar inicialmente a parte disponível. Iniciar imediatamente a vacinação e administrar o restante da dose de soro limitado ao 7º dia da aplicação da primeira dose da vacina. PROGRAMA ESTADUAL DE CONTROLE E PROFILAXIA DA RAIVA SOBRE O FERIMENTO SOBRE O ANIMAL AGRESSOR 1 2 3 4 5 1 2 3 4 5 6 Elaboração: Divisão Vigilância Ambiental em Saúde (2011) / Impressão: 2011 / 3ª Edição / Tiragem: 10.000 exemplares. YA-0032-11A Folder Raiva Humana.pdf 1 24/11/11 10:05

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A profilaxia contra raiva deve ser iniciada o mais precocemente possível.

Sempre que houver indicação, tratar o paciente em qualquer momento, INDEPENDENTEMENTE do tempo transcorrido desde a exposição.

A história vacinal do animal agressor NÃO constitui elemento para dispensa da profilaxia.

Não se indica o uso de soro anti-rábico para pacientes considerados imunizados por profilaxia anterior, exceto nos casos de imunodeprimido ou quando houver dúvidas sobre a profilaxia anterior.

O soro anti-rábico pode ser aplicado limitado ao máximo em até 7 dias da aplicação da primeira dose de vacina. Após esse prazo, o soro não poderá ser aplicado.

A vacina não tem contra-indicação (gravidez, lactação, doença intercorrente ou outros tratamentos). Sempre que possível, recomenda-se a interrupção da profilaxia com imunossupressores, ao iniciar o esquema de vacinação. Não sendo possível, tratar a pessoa como imunodeprimida (soro+vacina).

Havendo interrupção da profilaxia, completar as doses de vacinas prescritas anteriormente e não iniciar nova série.

INFORMAÇÕES GERAIS SOBRE A PROFILAXIA1

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Lavar, imediatamente, o ferimento com água corrente e sabão comum ou detergente. A seguir, aplicar anti-sépticos que inativem o vírus, tais como produtos à base de polivinilpirrolidona-iodo, o polvidine, ou gluconato de clorexidine ou álcool iodado.

A mucosa ocular deve ser lavada com água corrente ou solução fisiológica.

Contato com utensílios contaminados com secreções de animais suspeitos e/ou lambedura de pele íntegra, apenas lavar o local com água e sabão ou detergente.

Não se recomenda a sutura do(s) ferimento(s). Quando for absolutamente necessário, aproximar as bordas com pontos isolados. Nesse caso, o soro anti-rábico, se indicado, deverá ser infiltrado no local, 1 hora antes da sutura.

Proceder à profilaxia do tétano segundo esquema preconizado.

O período de observação de 10 dias é restrito a cães e gatos.

Considera-se suspeito todo cão ou gato que apresentar mudança brusca de comportamento e/ou sinais e sintomas compatíveis com a raiva tais como salivação abundante, dificuldade para engolir, mudança nos hábitos alimentares e paralisia das patas traseiras.

Agressão por outros animais domésticos (boi, cavalo, jumento, porco, carneiro, bode) deverá ser avaliada e, se necessário, deverá ser indicada a profilaxia, lembrando que não se indica a observação desses animais com o objetivo de definir conduta para o ser humano.

Está indicado a profilaxia, sistematicamente, para todos os casos de exposição por animais silvestres, mesmo quando domesticados ou domiciliados.

Nas agressões por morcegos, deve-se proceder a soro-vacinação, IMEDIATA - INDEPENDENTEMENTE, do tipo do morcego agressor, do tempo transcorrido e da gravidade da lesão. Em se tratando de uma reexposição, seguir as orientações específicas, conforme cada caso.

Salvaguardadas as condições epidemiológicas da região, para animais de baixo risco, tais como, ratazana de esgoto (Rattus norvegicus), rato de telhado (Rattus rattus), camundongo (Mus musculus), cobaia ou porquinho-da-índia (Cavea porcellus), hamster (Mesocricetus auratus) e coelho (Oryetogalus cuniculus), pode-se não indicar a profilaxia.

TIPO DE EXPOSIÇÃO

CONTATO INDIRETO

ACIDENTES LEVES• Ferimentos superficiais, pouco extensos, geralmente únicos, em tronco e membros (exceto mãos e polpas digitais e planta dos pés);• Podem acontecer em decorrência de mordeduras ou arranhaduras causadas por unhas ou dentes;• Lambedura de pele com lesões surpeficiais.

ACIDENTES GRAVES• Ferimentos na cabeça, face, pescoço, mão, polpa digital e/ou planta do pé;• Ferimentos profundos, múltiplos ou extensos, em qualquer região do corpo;• Lambedura de mucosa;• Lambedura de pele onde já existe lesão grave;• Ferimento profundo causada por unha de gato.

CONDIÇÃO DO ANIMAL AGRESSOR:CÃO OU GATO SEM SUSPEITA DE RAIVA NO MOMENTO DA AGRESSÃO1

• Lavar com água e sabão;• Observar o animal durante 10 dias após a exposição;• Se o animal permanecer sadio no período de observação, encerrar o caso;• Se o animal morrer, desaparecer ou se tornar raivoso, administrar 5 doses de vacina (dias 0, 3, 7, 14, e 28).

• Lavar com água e sabão;• Não tratar.

• Lavar com água e sabão;• Observar o animal durante 10 dias após a exposição;• Iniciar a profilaxia com duas doses: uma no dia 0 e outra no dia 3;• Se o animal permanecer sadio no período de observação, encerrar caso;• Se o animal morrer, desaparecer ou se tornar raivoso, dar continuidade a profilaxia, administrando o soro3 e completando o esquema até 5 doses. Aplicar uma dose entre o 7º e o 10º dia e uma dose nos dias 14 e 28.

CONDIÇÃO DO ANIMAL AGRESSOR:CÃO OU GATO CLINICAMENTE SUSPEITODE RAIVA NO MOMENTO DA AGRESSÃO

• Lavar com água e sabão;• Não tratar.

• Lavar com água e sabão;• Iniciar a profilaxia com 2 doses, uma no dia 0 e outra no dia 3;• Observar o animal durante 10 dias após a exposição.• Se a suspeita de raiva for descartada após o 10º dia de observação, suspender a profilaxia e encerrar o caso;• Se o animal morrer, desaparecer ou se tornar raivoso, da continuidade a profilaxia, administrando soro3 e completando o esquema até 5 doses. Aplicar uma dose entre o 7º e o 10º dia e uma dose nos dias 14 e 28.

• Lavar com água e sabão;• Iniciar a profilaxia com soro3 e 5 doses de vacina nos dias 0, 3, 7, 14 e 28;• Observar o animal durante 10 dias após exposição;• Se a suspeita de raiva for descartada após o 10º dia de observação, suspender a profilaxia e encerrar o caso.

• Lavar com água e sabão;• Não tratar.

• Lavar com água e sabão;• Iniciar imediatamente a profilaxia com soro3 e 5 doses de vacina administradas nos dias 0, 3, 7, 14 e 28.

• Lavar com água e sabão;• Iniciar imediatamente a profilaxia com 5 doses de vacina administradas nos dias 0, 3, 7, 14 e 28.

CONDIÇÃO DO ANIMAL AGRESSOR:CÃO OU GATO RAIVOSO, DESAPARECIDO OU MORTOANIMAIS SILVESTRES2 (INCLUSIVE OS DOMICILIADOS)ANIMAIS DOMÉSTICOS DE INTERESSE ECONÔMICO OU DE PRODUÇÃO

Nos casos de profilaxia PRÉ-EXPOSIÇÃO e de conduta em possível caso de REEXPOSIÇÃO, bem como demais situações, consultar o Manual de Normas Técnicas de Tratamento Profilático Anti-Rábico Humano.

(1) É preciso avaliar, sempre, os hábitos dos cães e gatos e os cuidados recebidos. Podem ser dispensadas da profilaxia as pessoas agredidas por cão ou gato que os quais, COM CERTEZA, não tenham risco de contrair a infecção rábica. Por exemplo: animais que vivem, exclusivamente, dentro do domicílio; não tenham contato com animais desconhecidos; que somente saem à rua acompanhados de seus donos e que não circulem em áreas com presença de morcegos. Em caso de dúvida, iniciar o esquema de profilaxia indicada.

(2) Nas agressões por morcegos, deve-se indicar a soro-vacinação independente da gravidade da lesão, ou indicar conduta de REEXPOSIÇÃO.

(3) O soro heterólogo deve ser aplicado na(s) porta(s) de entrada, isto é, deve ser infiltrado junto a(s) lesão(ões) na maior quantidade possível da dose recomendada. Quando forem muito extensas ou múltiplas a dose do soro, a ser infiltrada, pode ser diluída em soro fisiológico para que todas as lesões sejam infiltradas. Excepcionalmente, quando não for possível infiltrar toda a dose, a quantidade restante deve ser aplicada via intramuscular, podendo ser utilizada a região glútea. Sempre aplicar o soro em local anatômico diferente do que aplicou a vacina. Quando não se dispuser do soro ou de sua dose total, aplicar inicialmente a parte disponível. Iniciar imediatamente a vacinação e administrar o restante da dose de soro limitado ao 7º dia da aplicação da primeira dose da vacina.

PROGRAMA ESTADUAL DE CONTROLE E

PROFILAXIA DA RAIVA

SOBRE O FERIMENTO SOBRE O ANIMAL AGRESSOR1

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