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  • Exerccios prticos OAB/EXAME UNIFICADO Resolvidos pela OAB

    Peas prtico-profissionais OAB/EXAME UNIFICADO Resolvidas

    Modelos de peas prticas

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    WANDER GARCIA

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    SOBRE O COORDENADOR E AUTORWANDER GARCIA @wander_garcia um dos maiores especialistas em Exame de Ordem do Pas. No seu currculo constam passagens pelos principais cursos preparatrios e a publicao de obras de referncia: Professor e Coordenador do IEDI, preparatrio on-line para Exame de Ordem e Concursos Pblicos

    www.iedi.com.br. Professor do Complexo DAMSIO, nos Cursos Preparatrios para a OAB e Concursos. Nessa instituio,

    alm de professor, foi Diretor Acadmico de todos os cursos preparatrios. Professor da Rede LFG, nos Cursos Preparatrios para a OAB, Concursos e na Ps-Graduao. Professor do xito/Proordem. Doutor e Mestre pela PUC/SP. Autor de mais de 20 obras de referncia na preparao para Concursos Pblicos e OAB. Advogado e Procurador do Municpio de So Paulo.

    SOBRE AS AUTORASTERESA MELOProfessora do IEDI, Procuradora Federal e Assessora de Ministro do STJ. Autora e co-autora de vrias obras jurdicas, com destaque para o livro Como Passar na OAB 1a Fase, da Editora Foco.

    BRUNA VIEIRA @profa_brunaAdvogada, Professora do IEDI, PROORDEM, LEGALE, ROBORTELLA e XITO, palestrante e professora de ps-graduao em Instituies de Ensino Superior, autora de diversas obras de preparao para Concursos Pblicos e Exame de Ordem, pelas editoras SARAIVA e FOCO. Ps-graduada em Direito.

    ARIANE FUCCI WADYGraduada em Direito pela Pontifcia Universidade Catlica de So Paulo (2000). Especialista em Direito Processual Civil (PUC-SP). Advogada, professora de ps-graduao e Curso Preparatrio para Concursos - PROORDEM - UNIT Educacional e Professora/Tutora de Direito Administrativo e Constitucional - Rede de Ensino Luiz Flvio Gomes e IOB/Marcato.

    SOBRE O COORDENADOR E AUTORWANDER GARCIA @wander_garcia um dos maiores especialistas em Exame de Ordem do Pas. No seu currculo constam passagens pelos principais cursos preparatrios e a publicao de obras de referncia: Professor e Coordenador do IEDI, preparatrio on-line

    para Exame de Ordem e Concursos Pblicos www.iedi.com.br.

    Professor do Complexo DAMSIO, nos Cursos Preparatrios para a OAB e Concursos. Nessa instituio, alm de profes-sor, foi Diretor Acadmico de todos os cursos preparatrios.

    Professor da Rede LFG, nos Cursos Preparatrios para a OAB, Concursos e na Ps-Graduao.

    Professor do xito/Proordem. Doutor e Mestre pela PUC/SP. Autor de mais de 20 obras de referncia na preparao

    para Concursos Pblicos e OAB. Advogado e Procurador do Municpio de So Paulo.

    SOBRE AS AUTORASTERESA MELOProfessora do IEDI, Procuradora Federal e Assessora de Mi-nistro do STJ. Autora e co-autora de vrias obras jurdicas, com destaque para o livro Como Passar na OAB 1a Fase, da Editora Foco.

    BRUNA VIEIRA @profa_brunaAdvogada, Professora do IEDI, PROORDEM, LEGALE, ROBOR-TELLA e XITO, palestrante e professora de ps-graduao em Instituies de Ensino Superior, autora de diversas obras de preparao para Concursos Pblicos e Exame de Ordem, pelas editoras SARAIVA e FOCO. Ps-graduada em Direito.

    ARIANE FUCCI WADYGraduada em Direito pela Pontifcia Universidade Catlica de So Paulo (2000). Especialista em Direito Processual Civil (PUC-SP). Advogada, professora de ps-graduao e Curso Preparatrio para Concursos - PROORDEM - UNIT Educa-cional e Professora/Tutora de Direito Administrativo e Consti-tucional - Rede de Ensino Luiz Flvio Gomes e IOB/Marcato.

    www.editorafoco.com.br

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    PRTICA CONSTITUCIONAL E ADMINISTRATIVA

    SHORT VIDEOS Vdeos de curta durao com dicas de DISCIPLINAS SELECIONADAS desta obra. Acesse o link: www.editorafoco.com.br/short-videos

    ATUALIZAO em PDF e VDEO disponvel no site da Editora: www.editorafoco.com.br

    * As atualizaes em PDF e Vdeo sero disponibilizadas sempre que houver necessidade, em caso de nova lei ou deciso juris-prudencial relevante.

    * Acesso disponvel durante a vigncia desta edio.

    2a FASE

    2a FA

    SE

    NOVIDADES:20175 edio

    20175 edio

    OAB

    NA

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    NA

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    Vdeos de dicas dos TEMAS SELECIONADOS

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    PRATICA ADM-CONST_2017.indd 1 13/04/17 15:59

  • 2017 Editora Foco

    Coordenador: Wander Garcia Autores: Wander Garcia, Teresa Melo, Bruna Vieira e Ariane Wady

    Editor: Roberta DensaDiretor Acadmico: Leonardo Pereira

    Revisora Snior: Georgia DiasProjeto Grfico e Capa: R2 Editorial

    Diagramao: Ladislau LimaImpresso e acabamento: EDELBRA

    Dados Internacionais de Catalogao na Publicao (CIP)

    (Cmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)

    2017

    Todos os direitos reservados Editora Foco Jurdico Ltda.

    Al. Jpiter, 542 American Park Distrito Industrial CEP 13347-653 Indaiatuba SP

    E-mail: [email protected] www.editorafoco.com.br

    ndices para catlogo sistemtico:

    1. Prtica administrativa : Exame de Ordem : Ordem dos Advogados do Brasil : Direito

    administrativo 35(81)(079.1)

    2. Prtica constitucional : Exame de Ordem : Ordem dos Advogados do Brasil : Direito

    constitucional 342(079.1)

    Como passar na OAB : 2 fase : prtica constitucional e administrativa / Wander Garcia ... [et al.] ; coordenao Wander Garcia. 5. ed. Indaiatuba, SP : Editora Foco, 2017. Outros autores: Teresa Melo, Bruna Vieira, Ariane Fucci Wady

    ISBN: 978-85-8242-188-8

    1. Direito administrativo 2. Direito administrativo Brasil 3. Direito constitucional 4. Direito constitucional Brasil 5. Ordem dos Advogados do Brasil Exames, questo etc. I. Garcia, Wander. II. Melo, Teresa. III. Vieira, Bruna. IV. Wady, Ariane Fucci.

    17-03337 CDU-35(81)(079.1)

    Impresso no Brasil (04.2017) Data de Fechamento (03.2017)

    DIREITOS AUTORAIS: proibida a reproduo parcial ou total desta publicao, por qualquer forma ou meio, sem a prvia autorizao da Editora Foco, com exceo do teor das questes de concursos pblicos que, por serem atos oficiais, no so protegidas como Direitos Autorais, na forma do Artigo 8, IV, da Lei 9.610/1998. Referida vedao se estende s caractersticas grficas da obra e sua editorao. A punio para a violao dos Direitos Autorais crime previsto no Artigo 184 do Cdigo Penal e as sanes civis s violaes dos Direitos Autorais esto previstas nos Artigos 101 a 110 da Lei 9.610/1998.

    NOTAS DA EDITORA:

    Atualizaes do Contedo: A presente obra vendida como est, atualizada at a data do seu fechamento, informao que consta na pgina II do livro. Havendo a publicao de legislao de suma relevncia, a editora, de forma discricionria, se empenhar em disponibilizar atualizao futura. Os comentrios das questes so de responsabilidade dos autores.

    Bnus ou Captulo On-line: Excepcionalmente, algumas obras da editora trazem contedo extra no on-line, que parte integrante do livro, cujo acesso ser disponibilizado durante a vigncia da edio da obra.

    Erratas: A Editora se compromete a disponibilizar no site www.editorafoco.com.br, na seo Atualizaes, eventuais erratas por razes de erros tcnicos ou de contedo. Solicitamos, outrossim, que o leitor faa a gentileza de colaborar com a perfeio da obra, comunicando eventual erro encontrado por meio de mensagem para [email protected]. O acesso ser disponibilizado durante a vigncia da edio da obra.

    PRATICA CONSTITUCIONAL E ADMINISTRATIVA.indb 2 13/04/2017 21:11:20

  • Caro leitor,

    Com intuito de atualizao e treinamento do bacharel em direito para a realizao da prova de segunda fase da OAB, a Editora Foco, por meio de seus autores, preparou essa nova edio do manual PRTICA ADMINISTRATIVA E CONSTITUCIO-NAL, trazendo algumas importantes novidades.

    O manual contm tanto as peas prticas, como as questes cobradas nas provas de segunda fase, desde 2010 at o ltimo exame (XXII Exame de Ordem Unifi cado), aplicado no fi nal de 2016, nas reas de Direito Administrativo e Direito Constitucional.

    Alm disso, todo o contedo se encontra em consonncia com o Novo Cdigo de Processo Civil, havendo remisses aos artigos do Novo Cdigo nas citaes jurisprudenciais, e substituio dos artigos do antigo Cdigo de Processo Civil pelos dispositivos do Novo Cdigo de 2015, proporcionando segurana ao candidato quanto sua preparao em relao legislao ora vigente.

    com grande satisfao, que lhes apresentamos essa importante obra, funda-mental para aprovao na segunda fase do Exame de Ordem, nas reas de Direito Administrativo e Constitucional.

    Sucesso!

    Os autores

    APRESENTAO

    Como ter aCesso aos Captulos on-line?

    Entre no sitewww.editorafoco.com.br

    clique emAtualizaes

    e baixe o arquivoCaptulos on-line

    PRATICA CONSTITUCIONAL E ADMINISTRATIVA.indb 3 13/04/2017 21:11:21

  • PRATICA CONSTITUCIONAL E ADMINISTRATIVA.indb 4 13/04/2017 21:11:21

  • ORIENTAES AO EXAMINANDO ....................................................... XI

    1. ProViMENtoS cFoAb 144/2011, 156/2013 E 174/2016: o NoVo ExAME DE orDEM ...............xi

    2. PoNtoS A SErEM DEStAcADoS No EDitAl Do ExAME ..........................................................xiV2.1. Materiais/procedimentos permitidos e proibidos ..............................................................xiV

    2.2. legislao nova e legislao revogada ................................................................................xV

    2.3. critrios de correo ...........................................................................................................xV

    3. DicAS DE coMo EStuDAr .........................................................................................................xVi

    3.1. tenha calma ......................................................................................................................xVi

    3.2. tenha em mos todos os instrumentos de estudo e treinamento .................................... xVii

    3.3. 1 Passo leitura dos enunciados das provas anteriores .............................................. xVii

    3.4. 2 Passo reconhecimento das leis .............................................................................. xViii

    3.5. 3 Passo Estudo holstico dos exerccios prticos (questes discursivas) ................... xViii

    3.6. 4 Passo Estudo holstico das peas prticas (peas prtico-profi ssionais) ..................xix

    3.7. 5 Passo Verifi car o que faltou ........................................................................................xix

    3.8. Dicas fi nais para resolver os problemas ..............................................................................xx

    3.9. Dicas fi nais para o dia da prova ..........................................................................................xx

    PRTICA CONSTITUCIONAL

    EXERCCIOS PRTICOS.................................................................... 3

    1. PoDEr coNStituiNtE ................................................................................................................... 3

    2. DirEitoS E GArANtiAS FuNDAMENtAiS ..................................................................................... 5

    3. orGANiZAo Do EStADo ........................................................................................................... 8

    4. ADMiNiStrAo PblicA .......................................................................................................... 12

    5. orGANiZAo DoS PoDErES ..................................................................................................... 135.1. Poder legislativo ................................................................................................................ 195.2. Poder Judicirio .................................................................................................................. 435.3. controle de constitucionalidade .......................................................................................... 465.4. Funes essenciais Justia .............................................................................................. 83

    6. tributAo E orAMENto ....................................................................................................... 85

    7. DirEitoS PolticoS ................................................................................................................... 86

    SUMRIO

    PRATICA CONSTITUCIONAL E ADMINISTRATIVA.indb 5 13/04/2017 21:11:21

  • 8. Ao PoPulAr ........................................................................................................................... 90

    9. Habeas Data .............................................................................................................................. 91

    10. MANDADo DE SEGurANA ......................................................................................................... 93

    11. SEGuriDADE SociAl .................................................................................................................. 94

    12. DiSPoSiES coNStitucioNAiS GErAiS .................................................................................. 95

    PEAS PRTICO-PROFISSIONAIS ..................................................... 99

    1. iNtroDuo................................................................................................................................ 99

    2. ElAborAo DE PEAS ProcESSuAiS ................................................................................... 102

    MANDADo DE SEGurANA colEtiVo coM PEDiDo DE liMiNAr ......................................... 104

    MANDADo DE SEGurANA coM PEDiDo DE liMiNAr ........................................................... 109

    Habeas Data ............................................................................................................................ 113

    rEcurSo orDiNrio coNStitucioNAl EM MANDADo DE SEGurANA ............................. 116

    rAZES DE rEcurSo orDiNrio coNStitucioNAl ............................................................. 117

    Ao orDiNriA coM PEDiDo DE tutElA ANtEciPADA ....................................................... 120

    PEAS PROCESSUAIS MODELOS COMPLEMENTARES .......................... 153

    ExcEo DE iMPEDiMENto ............................................................................................................... 153

    1. Estrutura bsica ................................................................................................................ 153

    2. Modelo Exceo de impedimento .................................................................................. 153

    ExcEo DE iNcoMPEtNciA ........................................................................................................... 154

    ExcEo DE SuSPEio .................................................................................................................... 154

    1. Estrutura bsica ................................................................................................................ 154

    2. Modelo Exceo de Suspeio ....................................................................................... 155

    rEcoNVENo ................................................................................................................................... 156

    1. Estrutura bsica ................................................................................................................ 156

    2. Modelo reconveno ..................................................................................................... 156

    iMPuGNAo Ao cuMPriMENto DE SENtENA ............................................................................. 158

    1. Estrutura bsica ................................................................................................................ 158

    2. Modelo impugnao ao cumprimento de Sentena ....................................................... 158

    PEtio iNiciAl DE ExEcuo coNtrA A FAZENDA PblicA ....................................................... 159

    1. Estrutura bsica ................................................................................................................ 159

    2. Modelo Petio inicial de Execuo contra a Fazenda Pblica ....................................... 160

    Vi

    PRATICA CONSTITUCIONAL E ADMINISTRATIVA.indb 6 13/04/2017 21:11:21

  • PRTICA ADMINISTRATIVA

    EXERCCIOS PRTICOS................................................................. 163

    1. PriNcPioS E AtoS ADMiNiStrAtiVoS ................................................................................... 163

    2. EStruturA DA ADMiNiStrAo E ENtES DE cooPErAo ................................................. 172

    3. AGENtES PblicoS .................................................................................................................. 176

    4. iMProbiDADE ADMiNiStrAtiVA .............................................................................................. 186

    5. bENS PblicoS ......................................................................................................................... 190

    6. rESPoNSAbiliDADE Do EStADo .............................................................................................. 196

    7. iNtErVENo NA ProPriEDADE ............................................................................................. 206

    8. licitAo E coNtrAto ............................................................................................................ 215

    9. SErVioS PblicoS ................................................................................................................. 229

    10. PArcEriA Pblico-PriVADA ................................................................................................... 236

    11. PoDEr DE PolciA .................................................................................................................... 238

    12. coNtrolE DA ADMiNiStrAo .............................................................................................. 240

    PEAS PRTICO-PROFISSIONAIS .................................................... 245

    MoDElo: MANDADo DE SEGurANA ....................................................................................... 246

    MoDElo: PEtio iNiciAl DE Ao iNDENiZAtriA Por rESPoNSAbiliDADE ExtrAcoNtrAtuAl Do EStADo .............................................................................................. 253

    MoDElo: coNtEStAo ........................................................................................................... 258

    MoDElo: AGrAVo DE iNStruMENto ...................................................................................... 260

    MODELOS DE PEAS E ESTRUTURA BSICA ....................................... 295

    1. PEtio iNiciAl ........................................................................................................................ 2951.1. EStruturA bSicA ........................................................................................................ 2951.2. MoDElo PEtio iNiciAl ............................................................................................ 296

    2. coNtEStAo ........................................................................................................................... 2982.1. EStruturA bSicA ........................................................................................................ 2982.2. MoDElo coNtEStAo ............................................................................................... 299

    3. rEcurSoS ................................................................................................................................. 3003.1. AGrAVo DE iNStruMENto............................................................................................. 3003.2. APElAo ........................................................................................................................ 304

    3.3. rEcurSoS ExtrAorDiNrio E ESPEciAl .................................................................... 306

    Vii

    PRATICA CONSTITUCIONAL E ADMINISTRATIVA.indb 7 13/04/2017 21:11:21

  • 3.4. rEcurSo orDiNrio coNStitucioNAl ....................................................................... 310

    4. Ao rESciSriA ..................................................................................................................... 312

    4.1. EStruturA bSicA ........................................................................................................ 312

    4.2. MoDElo PEtio iNiciAl DE Ao rESciSriA ....................................................... 313

    5. AES ESPEcFicAS .................................................................................................................. 315

    5.1. DESAProPriAo ........................................................................................................... 315

    5.2. MoDElo PEtio iNiciAl DE Ao DE DESAProPriAo ....................................... 315

    5.3. EStruturA bSicA coNtEStAo EM Ao DE DESAProPriAo ...................... 317

    5.4. MoDElo coNtEStAo EM Ao DE DESAProPriAo ......................................... 318

    5.5. EStruturA bSicA PEtio iNiciAl DE Ao DE iNDENiZAo Por DESAProPriAo iNDirEtA .......................................................................................... 321

    5.6. MoDElo PEtio iNiciAl DE Ao DE iNDENiZAo Por DESAProPriAo iNDirEtA .......................................................................................................................... 322

    6. Ao DE cobrANA .................................................................................................................. 325

    6.1. EStruturA bSicA ........................................................................................................ 325

    6.2. MoDElo PEtio iNiciAl DE Ao DE cobrANA ................................................... 326

    7. Ao DE rESPoNSAbiliDADE ExtrAcoNtrAtuAl ................................................................ 328

    7.1. EStruturA bSicA ........................................................................................................ 328

    7.2. MoDElo PEtio iNiciAl DE Ao iNDENiZAtriA rESPoNSAbiliDADE ciVil ExtrAcoNtrAtuAl ........................................................................................................ 329

    8. MANDADo DE SEGurANA ....................................................................................................... 333

    8.1. MANDADo DE SEGurANA iNDiViDuAl ...................................................................... 333

    8.2. MANDADo DE SEGurANA colEtiVo ......................................................................... 338

    9. Ao PoPulAr .......................................................................................................................... 340

    9.1. EStruturA bSicA ........................................................................................................ 340

    9.2. MoDElo PEtio iNiciAl DE Ao PoPulAr ........................................................... 341

    10. Habeas Data ............................................................................................................................ 344

    10.1. EStruturA bSicA ....................................................................................................... 344

    10.2. MoDElo PEtio iNiciAl DE Habeas Data ............................................................. 345

    11. Ao ciVil PblicA ................................................................................................................. 348

    11.1. EStruturA bSicA ....................................................................................................... 348

    11.2. MoDElo PEtio iNiciAl DE Ao ciVil PblicA .................................................. 348

    12. Ao DE iMProbiDADE ............................................................................................................ 350

    Viii

    PRATICA CONSTITUCIONAL E ADMINISTRATIVA.indb 8 13/04/2017 21:11:21

  • 12.1. EStruturA bSicA PEtio iNiciAl EM Ao DE iMProbiDADE ......................... 350

    12.2. MoDElo PEtio iNiciAl DE Ao DE iMProbiDADE ............................................. 351

    12.3. MoDElo DEFESA PrViA EM Ao DE iMProbiDADE .............................................. 353

    12.4. EStruturA bSicA coNtEStAo EM Ao DE iMProbiDADE ............................ 359

    12.5. MoDElo coNtEStAo EM Ao DE iMProbiDADE ............................................... 359

    13. ProcESSoS ADMiNiStrAtiVoS ............................................................................................... 361

    13.1. MoDElo rEcurSo EM ProcESSo licitAtrio....................................................... 361

    13.2. MoDElo iMPuGNAo EM ProcESSo licitAtrio ................................................ 362

    14. PArEcEr .................................................................................................................................... 363

    14.1. EStruturA bSicA ....................................................................................................... 363

    14.2. MoDElo PArEcEr ....................................................................................................... 363

    15. DEFESA DA ADMiNiStrAo .................................................................................................... 364

    15.1. MoDElo iNForMAES EM MANDADo DE SEGurANA .......................................... 364

    15.2. MoDElo PEDiDo DE SuSPENSo DE liMiNAr ou DE SEGurANA ......................... 366

    Sumrio On-Line

    PRTICA CONSTITUCIONAL

    EXERCCIOS PRTICOS.................................................................... 7

    1. PoDEr coNStituiNtE ................................................................................................................... 7

    2. DirEitoS E GArANtiAS FuNDAMENtAiS ..................................................................................... 9

    3. orGANiZAo Do EStADo ......................................................................................................... 25

    4. ADMiNiStrAo PblicA .......................................................................................................... 30

    5. orGANiZAo DoS PoDErES ..................................................................................................... 31

    5.1. Poder legislativo ................................................................................................................ 34

    5.2. Poder Judicirio .................................................................................................................. 44

    5.3. controle de constitucionalidade .......................................................................................... 50

    5.4. Funes essenciais Justia .............................................................................................. 68

    6. tributAo E orAMENto ....................................................................................................... 70

    7. DiSPoSiES coNStitucioNAiS GErAiS .................................................................................. 71

    ix

    PRATICA CONSTITUCIONAL E ADMINISTRATIVA.indb 9 13/04/2017 21:11:21

  • PEAS PRTICO-PROFISSIONAIS ..................................................... 73

    1. ElAborAo DE PEAS ProcESSuAiS ..................................................................................... 73

    MoDElo ESQuEMtico Do MANDADo DE SEGurANA ........................................................... 74

    MANDADo DE SEGurANA coM PEDiDo DE liMiNAr ............................................................. 76

    MANDADo DE SEGurANA coM PEDiDo DE liMiNAr ............................................................. 80

    rEclAMAo coNStitucioNAl coM PEDiDo DE liMiNAr .................................................... 85

    MANDADo DE SEGurANA colEtiVo coM PEDiDo DE liMiNAr ........................................... 91

    rEclAMAo coNStitucioNAl coM PEDiDo DE liMiNAr .................................................... 97

    MANDADo DE SEGurANA coM PEDiDo DE liMiNAr ........................................................... 102

    Ao DirEtA DE iNcoNStitucioNAliDADE coM PEDiDo DE MEDiDA cAutElAr ............... 108

    MANDADo DE iNJuNo ........................................................................................................... 113

    MANDADo DE SEGurANA coM PEDiDo DE liMiNAr ........................................................... 119

    Ao PoPulAr coM PEDiDo DE tutElA ANtEciPADA .......................................................... 124

    PRTICA ADMINISTRATIVA

    EXERCCIOS PRTICOS................................................................. 131

    1. PriNcPioS E AtoS ADMiNiStrAtiVoS ................................................................................... 131

    2. EStruturA DA ADMiNiStrAo E ENtES DE cooPErAo ................................................. 133

    3. AGENtES PblicoS .................................................................................................................. 140

    4. iMProbiDADE ADMiNiStrAtiVA .............................................................................................. 163

    5. bENS PblicoS ......................................................................................................................... 169

    6. rESPoNSAbiliDADE Do EStADo .............................................................................................. 172

    7. iNtErVENo NA ProPriEDADE ............................................................................................. 186

    8. licitAo E coNtrAto ............................................................................................................ 197

    9. SErVioS PblicoS ................................................................................................................. 206

    10. PoDEr DE PolciA .................................................................................................................... 209

    11. coNtrolE DA ADMiNiStrAo .............................................................................................. 215

    x

    PRATICA CONSTITUCIONAL E ADMINISTRATIVA.indb 10 13/04/2017 21:11:21

  • PEAS PRTICO-PROFISSIONAIS .................................................... 219

    MoDElo: MANDADo DE SEGurANA ....................................................................................... 220

    MoDElo: PArEcEr .................................................................................................................... 224

    MoDElo: PEtio iNiciAl DE Ao ANulAtriA DE Ato ADMiNiStrAtiVo cuMulADA coM obriGAo DE FAZEr, coM PEDiDo DE tutElA ANtEciPADA............................ 229

    MoDElo: PEtio iNiciAl DE Ao DE DESAProPriAo iNDirEtA. ................................. 235

    MoDElo: PEtio iNiciAl DE Ao PoPulAr. ...................................................................... 240

    MoDElo: MANDADo DE SEGurANA coM PEDiDo DE liMiNAr............................................ 245

    MoDElo: Habeas Data ............................................................................................................ 250

    MoDElo: Ao ANulAtriA DE Ato DEMiSSrio cuMulADA coM rEiNtEGrAo No cArGo ........................................................................................................................ 254

    MoDElo: rEcurSo orDiNrio EM MANDo DE SEGurANA ................................................ 258

    MoDElo: MANDADo DE SEGurANA ....................................................................................... 261

    MoDElo: APElAo .................................................................................................................. 266

    MoDElo: MANDADo DE SEGurANA ....................................................................................... 271

    MoDElo: MANDADo DE SEGurANA ....................................................................................... 279

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    xi

    PRATICA CONSTITUCIONAL E ADMINISTRATIVA.indb 11 13/04/2017 21:11:21

  • PRATICA CONSTITUCIONAL E ADMINISTRATIVA.indb 12 13/04/2017 21:11:21

  • ORIENTAESAO EXAMINANDO

    1. Provimentos CFOAB 144/2011, 156/2013 e 174/2016: o Novo Exame de Ordem

    O Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), publicou em novembro de 2013 o Provimento 156/2013 que alterou o Provimento 144/2011, estabelecendo as normas e diretrizes do Exame de Ordem. Confira o texto integral do provimento, com as alteraes dadas pelos provimentos 167/2015 e 172 e 174/2016:

    PROVIMENTO N 144, de 13 de junho de 2011, com as alteraes dada pelos Provimentos 156/2013 e 174/2016.Dispe sobre o Exame de Ordem.

    O CONSELHO FEDERAL DA ORDEM DOS ADVOGADOS DO BRASIL, no uso das atribuies que lhe so conferidas pelos arts. 8, 1, e 54, V, da Lei n. 8.906, de 4 de julho de 1994 Estatuto da Advocacia e da OAB, tendo em vista o decidido nos autos da Proposio n. 2011.19.02371-02, resolve:

    CAPTULO IDO EXAME DE ORDEM

    Art. 1 O Exame de Ordem preparado e realizado pelo Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil CFOAB, mediante delegao dos Conselhos Seccionais. 1 A preparao e a realizao do Exame de Ordem podero ser total ou parcialmente terceirizadas, ficando a cargo do CFOAB sua coordenao e fiscalizao. 2 Sero realizados 03 (trs) Exames de Ordem por ano.

    CAPTULO II DA COORDENAO NACIONAL DE EXAME DE ORDEM

    Art. 2 criada a Coordenao Nacional de Exame de Ordem, competindo-lhe organizar o Exame de Ordem, elaborar-lhe o edital e zelar por sua boa aplicao, acompanhando e supervisionando todas as etapas de sua preparao e realizao. (NR. Ver Provimento n. 156/2013) Art. 2-A. A Coordenao Nacional de Exame de Ordem ser designada pela Diretoria do Conselho Federal e ser composta por:I 03 (trs) Conselheiros Federais da OAB;II 03 (trs) Presidentes de Conselhos Seccionais da OAB;III 01 (um) membro da Escola Nacional da Advocacia;IV 01 (um) membro da Comisso Nacional de Exame de Ordem;V 01 (um) membro da Comisso Nacional de Educao Jurdica;

    PRATICA CONSTITUCIONAL E ADMINISTRATIVA.indb 13 13/04/2017 21:11:21

  • Prtica Constitucional

    Wander Garcia, Teresa Melo, Bruna Vieira e Ariane Wady

    PRATICA CONSTITUCIONAL E ADMINISTRATIVA.indb 1 13/04/2017 21:11:22

  • PRATICA CONSTITUCIONAL E ADMINISTRATIVA.indb 2 13/04/2017 21:11:22

  • EXERCCIOSPRTICOS

    1. PODER CONSTITUINTE

    (OAB/ Exame Unificado 2016.3- 2 fase) O Presidente da Repblica edita medida provisria estabelecendo novo projeto de ensino para a educao federal no Pas, que, dentre outros pontos, transfere o centenrio Colgio Pedro II do Rio de Janeiro para Braslia, pois s fazia sentido que estivesse situado na cidade do Rio de Janeiro enquanto ela era a capital federal.Muitas crticas foram veiculadas na imprensa, sendo alegado que a medida provisria contraria o comando contido no Art. 242, 2, da CRFB/88. Em resposta, a Advocacia-Geral da Unio sustentou que no era correta a afirmao, j que o mencionado dispositivo da Constituio s constitucional do ponto de vista formal, podendo, por isso, ser alterado por medida provisria.Considerando a situao hipottica apresentada, responda, de forma fundamentada, aos itens a seguir.

    A) Segundo a Teoria Constitucional, qual a diferena entre as denominadas normas materialmente constitucionais e as normas formalmente constitucionais? (Valor: 0,75)

    B) O entendimento externado pela Advocacia-Geral da Unio imprensa est correto, sendo possvel a alterao de norma constitucional formal por medida provisria? (Valor: 0,50)

    Obs.: o examinando deve fundamentar suas respostas. A mera citao do dispositivo legal no confere pontuao.

    GABARITO COMENTADO

    A) O examinando dever responder que as normas materiais possuem status constitucional em razo do seu contedo, pois estabelecem normas referentes estrutura organizacional do Estado, separao dos Poderes e aos direitos e as garantias fundamentais, enquanto as normas em sentido formal s possuem o carter de constitucionais porque foram elaboradas com o uso do processo legislativo prprio das normas constitucionais.

    B) O examinado dever responder que o entendimento externado pela Advocacia Geral da Unio imprensa est incorreto, pois, independentemente da essncia da norma, todo dispositivo que estiver presente no texto constitucional, em razo da rigidez constitucio-nal, s poder ser alterado pelo processo legislativo solene das emendas constitucionais, tal qual previsto no Art. 60 da CRFB/88.

    PRATICA CONSTITUCIONAL E ADMINISTRATIVA.indb 3 13/04/2017 21:11:22

  • PRTICA CONSTITUCIONAL 5 edIO

    (OAB/Exame Unificado 2010.1 2 fase) Em razo de inmeras denncias acerca de favoreci-mentos e dispensas irregulares de licitao na mquina pblica de determinado estado da Federao, a assembleia legislativa tomou a iniciativa de inserir dispositivos na Constituio estadual, esta-belecendo que os convnios celebrados por secretrios de estado e os contratos por estes firmados sero eficazes apenas depois da aprovao do Poder Legislativo. No mesmo sentido, foi inserida na Carta estadual norma que exige autorizao legislativa para que o estado possa contrair dvidas. Inconformado com as aes unilaterais tomadas pela assembleia legislativa, o governador avalia como proceder, juridicamente, para resguardar a independncia e a autonomia do Poder Executivo estadual. Considerando a situao hipottica acima apresentada, discorra, de forma objetiva e devi-damente fundamentada, sobre a legitimidade das iniciativas da assembleia legislativa e indique a medida mais adequada a ser tomada pelo governador do estado para tornar invlidas as normas constitucionais estabelecidas.

    RESOLUO DA qUESTO

    As iniciativas da Assembleia Legislativa constituem indevida interferncia do Poder Legislativo no Poder Executivo, ferindo o princpio da separao de poderes. Como de conhecimento geral, o princpio da separao de poderes estruturado com base na a) espe-cializao funcional e na b) independncia entre os poderes. A especializao funcional diz respeito atribuio de uma funo tpica para cada um dos Poderes, o que no exclui o exerccio de funes atpicas, vale dizer, muito embora a funo tpica (preponderante) do Executivo seja administrar, do Legislativo seja legislar e do Judicirio seja julgar, nada impede que todos os Poderes legislem, administrem e julguem. Em suma: a funo tpica de um Poder atpica do outro. Assim, a separao de Poderes princpio limitador do poder estatal, pois, ao dividir os Poderes, impede-se o exerccio arbitrrio e centralizado de cada um, o que acabou sendo atingido pelo exemplo acima, j que a Constituio Federal no exige autorizao prvia do Legislativo para que o Executivo possa contrair dvidas, nem h norma semelhante acerca da necessidade de aprovao de convnios do Executivo pelo Legislativo. Na hiptese, no foi observado o modelo federal previsto na CF, ferindo-se, tam-bm, o princpio da simetria federativa. Por isso, caberia ao governador propor ADIn contra essas normas da constituio estadual, j que legitimado ativo para o controle concentrado de constitucionalidade perante o STF (art. 103, V, da CF), e as normas estaduais so dotadas de generalidade e abstrao, podendo ser impugnadas via ADIn (art. 102, I, a, da CF).

    GABARITO COMENTADO PELA EXAMINADORA CESPE

    Na hiptese, os dispositivos constitucionais aprovados pela assembleia legislativa ferem frontalmente o princpio da separao de poderes e os contornos constitucionais adotados, no mbito federal, sobre o tema. Com efeito, no cabe, por no haver paralelo com o modelo federal da tripartio de poderes, subordinar a eficcia de convnios celebrados por secretrios de Estado, ou de contratos por estes firmados, aprovao da assembleia legislativa, criando, assim, uma subordinao da ao do Poder Executivo ao Poder Legislativo. De igual modo, a Constituio Federal no exige autorizao legislativa para que o Estado venha a contrair dvidas. Pelo princpio da simetria, o constituinte estadual est obrigado a seguir fielmente as opes de organizao e de relacionamento entre os poderes acolhidos pelo constituinte federal, opes constantemente invocadas em aes diretas de inconstitucionalidade para

    4

    PRATICA CONSTITUCIONAL E ADMINISTRATIVA.indb 4 13/04/2017 21:11:22

  • exerccios prticos

    a invalidao de normas constitucionais e infraconstitucionais dos estados-membros. So precisamente as aes diretas de inconstitucionalidade, a serem ajuizadas perante o Supremo Tribunal Federal, o instrumento adequado para o governador, como legitimado ativo (CF, art. 103, V), enfrentar a situao descrita.

    Observao para a correo: atribuir pontuao integral s respostas em que esteja expresso o contedo do dispositivo legal, ainda que no seja citado, expressamente, o nmero do artigo.

    2. DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS

    (OAB/ Exame Unificado- 2016.2- 2 fase) A Associao Antqua, formada por colecionadores de carros antigos, observando que Mrio, um de seus membros, supostamente teria infringido regras do respectivo Estatuto, designou comisso especial para a apurao dos fatos, com estrita observncia das regras estatutrias. A Comisso, composta por membros de reconhecida seriedade, ao concluir os trabalhos, resolveu propor a excluso de Mrio do quadro de scios, o que foi referendado pela Direo da Associao Antqua.Questionada por Mrio sobre o fato de no ter tido a oportunidade de contraditar os fatos ou apresentar defesa, a Associao apresentou as seguintes alegaes: em primeiro lugar, no seria possvel a Mrio contraditar os fatos ocorridos, j que as provas de sua ocorrncia eram incontestveis; em segundo lugar, os trmites processuais previstos no Estatuto foram rigorosamente respeitados; em terceiro lugar, tratando-se de uma instituio privada, a Associao Antqua tinha plena autonomia para a elaborao de suas regras estatutrias, que, no caso, permitiam a excluso sem oitiva do acusado. Por fim, a Associao ainda alegou que Mrio, ao nela ingressar, assinara um documento em que reco-nhecia a impossibilidade de solucionar possveis litgios com a referida Associao pela via judicial.Inconformado, Mrio o procurou para, como advogado(a), orient-lo sobre as questes a seguir.

    A) O direito ampla defesa e ao contraditrio podem ser alegados quando regras convencionais no os preveem? (Valor: 0,80)

    B) possvel que o Estatuto da Associao Antqua possa estabelecer regra que afaste a apreciao da causa pelo Poder Judicirio? (Valor: 0,45)

    Obs.: o examinando deve fundamentar suas respostas. A mera citao do dispositivo legal no confere pontuao.

    GABARITO COMENTADO

    A) No caso em tela, o direito ampla defesa e ao contraditrio, previsto no Art. 5, LV, da CRFB, consubstancia preceito de ordem pblica e no poderia ser desobedecido, mesmo no mbito das relaes privadas, configurando verdadeiro direito subjetivo de Mrio. Afinal, direitos fundamentais dessa natureza devem ser observados tanto pelo Poder Pblico como pelos particulares. Nessa linha, o sistema jurdico-constitucional brasileiro tem reconhecido a possibilidade de aplicao da teoria da eficcia horizontal dos direitos fundamentais. Em consequncia, as violaes aos direitos fundamentais no ocorrem somente no mbito das relaes entre o particular e o Estado, mas igualmente nas relaes estabelecidas entre pessoas fsicas e jurdicas de direito privado. Assim, em casos anlogos ao descrito, em que um ente submete uma pessoa ao seu poder decisrio,

    5

    PRATICA CONSTITUCIONAL E ADMINISTRATIVA.indb 5 13/04/2017 21:11:22

  • PEASPRTICO-PROFISSIONAIS

    1. INTRODUO

    As peas mais importantes na disciplina de direito constitucional so: a) os remdios constitucionais (ao popular, habeas corpus, habeas data, mandado de segurana, mandado de segurana coletivo e mandado de injuno), b) as aes de controle de constitucionalidade (ao direta de inconstitucionalidade, ao direta de inconstitucionalidade por omisso, ao declaratria de constitucionalidade, ao direta de inconstitucionalidade interventiva, arguio de descumprimento de preceito fundamental) e c) a reclamao constitucional.

    O primeiro passo para ter sucesso na prova prtica se concentrar no objeto de cada uma delas, para realizar a escolha certa pela pea a ser redigida.

    O quadro abaixo visa ajud-lo na primeira etapa do trabalho:

    INSTRUMENTO PROCESSUALFUNDAMENTO

    CONSTITUCIONALOBJETO/HIPTESE DE CABIMENTO

    Ao popular Art. 5, lxxiii, da cFtutela do patrimnio pblico, da moralidade adminis-trativa, do meio ambiente e do patrimnio histrico e cultural.

    Habeas corpus (Hc) Art. 5, lxViii, da cFtutela do direito de locomoo; da liberdade de ir vir e permanecer.

    Habeas data (HD) Art. 5, lxxii, da cFTutela do acesso ou da retificao de informaes relativas pessoa do impetrante.

    Mandado de segurana (MS) Art. 5, lxix, da cFtutela de direito lquido e certo (com exceo dos referentes liberdade de locomoo e ao acesso ou retificao de dados).

    Mandado de segurana coletivo Art. 5, lxx, da cFtutela de direito lquido e certo individual homogneo e coletivo (com exceo dos referentes liberdade de locomoo e ao acesso ou retificao de dados).

    Mandado de injuno (Mi) Art. 5, lxxi, da cF

    tutela de direitos subjetivos inerentes naciona-lidade, soberania e cidadania cujo exerccio encontra-se obstaculizado pela falta de norma infraconstitucional regulamentadora.

    PRATICA CONSTITUCIONAL E ADMINISTRATIVA.indb 99 13/04/2017 21:11:26

  • PRTICA CONSTITUCIONAL 5 edIO

    Ao direta de inconstitucionali-dade genrica (ADin)

    Art. 102, I, a, da CFCabvel contra lei ou ato normativo estadual ou federal em face da Constituio Federal para tutelar a ordem jurdica e a higidez constitucional.

    Ao direta de inconstitucionali-dade por omisso (ADo)

    Art. 102, I, a, da CF

    cabvel contra a omisso total ou parcial de qualquer dos Poderes da Repblica, ou mesmo de rgo admi-nistrativo, em formular medida para tornar efetiva norma constitucional (tutela o prprio ordenamento constitucional, e no interesses e direitos subjetivos).

    Ao declaratria de constitucio-nalidade (ADc)

    Art. 102, I, a, da CF

    Cabvel em favor de lei ou ato normativo federal, visando alterar a presuno relativa de constitucio-nalidade das leis em presuno absoluta, afastando a discusso acerca da aplicabilidade da norma.

    Ao direta de inconstitucionali-dade interventiva

    Art. 36, iii, da cF

    cabvel contra leis, atos normativos ou omisses do estado-membro que violem os princpios constitu-cionais sensveis, ou seja, aqueles listados no art. 34, Vii, da cF.

    Arguio de descumprimento de preceito fundamental (ADPF)

    Art. 102, 1, da cF c/c art. 1, caput e pargrafo nico, da lei 9.882/1999.

    cabvel para evitar ou reparar leso a preceito fundamental resultante de ato do poder pblico ou quando for relevante a controvrsia constitucional sobre lei ou ato normativo federal, estadual, distrital ou municipal, includos os anteriores constituio.

    reclamao (rcl) Art. 102, I, l, da CF

    cabvel para garantir a autoridade das decises do StF ou para preservar a competncia do tribunal.

    Obs. 1: a reclamao prevista tambm para outros tribunais (por exemplo, para o STJ: art. 105, I, f, da cF).

    Obs. 2: a reclamao para garantir a eficcia das smulas vinculantes regida pela lei 11.417/2006.

    Determinada a petio a ser redigida, leia os artigos da Constituio referentes pea pro-cessual e, caso existentes, tambm os dispositivos da lei especfica que regulamenta o disposto na CF. Esteja atento para a legitimidade (ativa e passiva), para o rgo competente para proces-samento e julgamento da ao e para outros requisitos formais que a lei imponha.

    No se esquea de que, mesmo na hiptese de a matria ser regulada por lei especfica, os dispositivos do Cdigo de Processo Civil so subsidiariamente aplicveis.

    Por isso, no demais relembrar que a elaborao de peties iniciais deve observar o dis-posto no art. 319, do CPC, que enumera seus requisitos formais (observaes entre colchetes):

    Art. 319. A petio inicial indicar:I o juzo a que dirigida;

    100

    PRATICA CONSTITUCIONAL E ADMINISTRATIVA.indb 100 13/04/2017 21:11:26

  • PEAS PRTICO-PROFISSIONAIS

    II os nomes, os prenomes, o estado civil, a existncia de unio estvel, a profisso, o nmero de inscrio no Cadastro de Pessoas Fsicas ou no Cadastro Nacional da Pessoa Jurdica, o endereo eletrnico, o domiclio e a residncia do autor e do ru;

    III o fato e os fundamentos jurdicos do pedido;IV o pedido com as suas especificaes;V o valor da causa;VI as provas com que o autor pretende demonstrar a verdade dos fatos alegados;VII a opo do autor pela realizao ou no de audincia de conciliao ou de mediao. 1 Caso no disponha das informaes previstas no inciso II, poder o autor, na petio

    inicial, requerer ao juiz diligncias necessrias a sua obteno. 2 A petio inicial no ser indeferida se, a despeito da falta de informaes a que se

    refere o inciso II, for possvel a citao do ru. 3 A petio inicial no ser indeferida pelo no atendimento ao disposto no inciso II

    deste artigo se a obteno de tais informaes tornar impossvel ou excessivamente oneroso o acesso justia.

    No relato dos fatos tente reproduzir ao mximo os eventos narrados pelo examinador, at porque o candidato deve se ater estritamente a eles (sem inventar nenhum outro), sob pena de anulao da prova. Lembre-se de adaptar o texto (por exemplo: em vez de Jos, diga autor, apelante, impetrante etc.).

    Perceba que a causa de pedir (causa petendi) no a simples indicao do dispositivo legal ou constitucional aplicvel, mas sim a aplicao da norma ao caso concreto, que leva ao reconhecimento do direito pleiteado.

    Lembre-se, tambm, de que a prova documental deve instruir a petio inicial, nos termos do art. 320, do CPC, sendo certo que no cabe dilao probatria em mandado de segurana. Alis, a propsito do mandamus, no se esquea de que atualmente regulado pela Lei 12.016/2009, que revogou a legislao anterior (notadamente a Lei 1.533/1951). Verifique, ao estudar para o exame, que seu compndio de legislao possui a lei nova do mandado de segurana.

    Outro dado muitssimo importante: no Exame da OAB no assine a petio, nem aponha qualquer sinal que possa ser considerado identificador (iniciais, rubrica, smbolos etc.), sob pena de anulao da prova.

    Isso significa tambm que o candidato no pode inventar nenhum dado que no tenha sido fornecido pelo examinador, como nome das partes, RG, CNPJ, endereos, nmero de registro do advogado na OAB etc.

    Ao realizar os exerccios voc perceber que muitas dessas observaes j so adotadas sem qualquer esforo. Outras voc passar a seguir com a prtica aqui proposta e, ao final, ir se sentir muito mais confiante e preparado para a prova.

    Por isso, mos obra.

    101

    PRATICA CONSTITUCIONAL E ADMINISTRATIVA.indb 101 13/04/2017 21:11:26

  • PRTICA CONSTITUCIONAL 5 edIO

    2. ELABORAO DE PEAS PROCESSUAIS

    (OAB/Exame Unificado 2010.1 2 fase) O secretrio de administrao do estado-membro Y, com a finalidade de incentivar o aprimoramento profissional de certa categoria de servidores pblicos, criou, por meio de lei especfica, tabela de referncias salariais com incremento de 10% entre uma e outra, estando a mudana de referncia baseada em critrios de antiguidade e merecimento. O pagamento do mencionado percentual seria feito em seis parcelas mensais e sucessivas. Os servi-dores que adquiriram todas as condies para o posicionamento na referncia salarial subsequente j haviam recebido o pagamento de trs parcelas quando sobreveio a edio de medida provisria revogando a sistemtica estabelecida na lei. Assim, no ms seguinte edio dessa medida, o valor correspondente quarta parcela foi excludo da folha de pagamento. Em decorrncia dessa excluso, os servidores requereram Secretaria Estadual de Planejamento e Gesto a respectiva insero na folha de pagamento, sob pena de submeter a questo ao Poder Judicirio. Em resposta, o secretrio indeferiu o pedido, fundado nos seguintes argumentos:

    a) em razo da revogao da lei, promovida pela medida provisria, os servidores no mais teriam direito ao recebimento do percentual;

    b) seria possvel a alterao do regime remuneratrio, em face da ausncia de direito adqui-rido a regime jurdico, conforme j reconhecido pelo Supremo Tribuna Federal;

    c) os servidores teriam, na hiptese, mera expectativa de direito, e no direito adquirido;d) no cabe ao Poder Judicirio atuar em rea prpria do Poder Executivo e conceder o rea-

    juste pleiteado, sob pena de ofensa ao princpio constitucional da separao dos poderes.

    Em face da situao hipottica apresentada, na qualidade de advogado(a) contratado(a) pelo sin-dicato dos servidores, redija a medida judicial cabvel para impugnao do ato da autoridade que determinou a excluso do pagamento dos servidores dos percentuais previstos em lei, destacando os argumentos necessrios adequada defesa dos interesses de seus clientes.

    ORGANIzAO DE IDEIAS

    Observando o quadro presente na Introduo, a pea a ser elaborada o mandado de segurana, pois os servidores tiveram seu direito lquido e certo ao recebimento do percentual atingido pelo ato do Secretrio Estadual de Planejamento e Gesto.

    Note que o mandado de segurana pode ser impetrado por pessoa fsica ou jurdica (art. 1 da Lei 12.016/2009).

    Para elaborao da pea essencial que o candidato leia atentamente a Lei 12.016/20009, que regula o mandado de segurana, bem como o quadro esquemtico do mandado de segurana, reproduzido nos comentrios primeira questo (2006.1).

    Aplicando as noes ao caso concreto, temos que:a) Legitimidade ativa Sindicato dos servidores (mandado de segurana coletivo).b) Legitimidade passiva Secretrio de Planejamento e Gesto do Estado Y.c) Pessoa jurdica que a autoridade coatora integra Estado Y.d) Ato coator ato que suspendeu o pagamento das parcelas 4, 5 e 6. e) Mrito inconstitucionalidade do ato por violao do direito adquirido (art. 5, XXXVI,

    da CF) e da irredutibilidade de vencimentos dos servidores pblicos (art. 37, XV, da CF).

    102

    PRATICA CONSTITUCIONAL E ADMINISTRATIVA.indb 102 13/04/2017 21:11:26

  • PEAS PRTICO-PROFISSIONAIS

    f) Competncia jurisdicional Juiz de Direito da Vara Cvel da Comarca da Capital do Estado Y (a questo no menciona a existncia de foro privilegiado para secretrios de estado).

    g) Outros requisitos formais observncia do prazo de decadncia; prova pr-constituda; pedido de liminar; pedido de notificao da autoridade coatora para prestar informaes; pedido de cincia da pessoa jurdica para ingressar no feito; pedido de intimao do MP; pedido de prioridade de julgamento (aps deferida a liminar); pedido de ratificao da liminar e de julgamento de procedncia do pedido principal; valor da causa.

    Eis a estrutura argumentativa (silogismo):

    1. FATO: lei especfica do Estado Y cria tabela de referncias salariais com incre-mento de 10% entre uma e outra, baseada em critrios de antiguidade e mereci-mento. Servidores que adquiriram as condies legais para o enquadramento na tabela comeam a receber o adicional, pago parceladamente em 6 vezes. Aps edio de medida provisria que revogou a lei, o pagamento das parcelas subse-quentes foi suspenso e o pedido administrativo de continuidade do pagamento das parcelas faltantes foi indeferido;2. DIREITO: Art. 5, XXXVI, da CF: a lei no prejudicar o direito adquirido, o ato jurdico perfeito e a coisa julgada; Art. 37, XV, da CF: o subsdio e os vencimentos dos ocupantes de cargos e empregos pblicos so irredutveis, res-salvado o disposto nos incisos XI e XIV deste artigo e nos arts. 39, 4, 150, II, 153, III, e 153, 2, I;3. CONCLUSO: logo, invlida a suspenso do pagamento do percentual de 10% pela Administrao Estadual, com fundamento em medida provisria, pois o valor j havia sido incorporado ao patrimnio jurdico dos servidores e sua suspenso corresponde reduo salarial.

    ELABORAO DA PEA PRTICO-PROFISSIONAL

    [O que estiver entre colchetes constitui observao no deve constar da pea.]

    incio da pea

    Excelentssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da ... Vara Cvel da Comarca da Capital do Estado Y.

    [Deixe espao de aproximadamente 10 cm para eventual despacho ou deciso do juiz.]

    Sindicato dos Servidores Pblicos do Estado Y, estabelecido em (endereo), inscrito no CNPJ sob o nmero ..., por seu advogado que firma a presente (procurao anexada), com escritrio para recebimento de intimaes em (endereo art.106, I, do CPC), vem presena de Vossa Excelncia, respeitosamente, impetrar o presente

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    PRATICA CONSTITUCIONAL E ADMINISTRATIVA.indb 103 13/04/2017 21:11:26

  • PRTICA CONSTITUCIONAL 5 edIO

    MANDADO DE SEGURANA COLETIVO COM PEDIDO DE LIMINAR

    em face do Secretrio Estadual de Planejamento e Gesto, nos termos do artigo 5, inciso LXIX, da Constituio Federal, e do art. 1 da Lei n 12.016/2009, pelas razes a seguir aduzidas:

    1. DOS FATOS

    O secretrio de administrao do estado-membro Y, com a finalidade de incentivar o aprimoramento profissional de certa categoria de servidores pblicos, criou, por meio de lei especfica, tabela de referncias salariais com incremento de 10% entre uma e outra, estando a mudana de referncia baseada em critrios de antiguidade e merecimento.

    O pagamento do mencionado percentual seria feito em seis parcelas mensais e sucessi-vas. Os servidores que adquiriram todas as condies para o posicionamento na referncia salarial subsequente, como o caso dos membros do sindicato impetrante, j haviam recebido o pagamento de trs parcelas quando sobreveio a edio de medida provisria revogando a sistemtica estabelecida na lei.

    Assim, no ms seguinte edio dessa medida, o valor correspondente quarta parcela foi excludo da folha de pagamento. Em decorrncia dessa excluso, os servidores requereram Secretaria Estadual de Planejamento e Gesto a respectiva insero na folha de pagamento, sob pena de submeter a questo ao Poder Judicirio. Em resposta, o secretrio indeferiu o pedido, fundado nos seguintes argumentos (doc. em anexo):

    a) em razo da revogao da lei, promovida pela medida provisria, os servidores no mais teriam direito ao recebimento do percentual;

    b) seria possvel a alterao do regime remuneratrio, em face da ausncia de direito adquirido a regime jurdico, conforme j reconhecido pelo Supremo Tribuna Federal;

    c) os servidores teriam, na hiptese, mera expectativa de direito, e no direito adquirido;d) no cabe ao Poder Judicirio atuar em rea prpria do Poder Executivo e conceder o

    reajuste pleiteado, sob pena de ofensa ao princpio constitucional da separao dos poderes.

    Como ser visto a seguir, o ato administrativo que indeferiu o pagamento inconstitu-cional e deve ser declarado nulo, restabelecendo-se o pagamento do percentual de 10% na forma da Lei estadual.

    2. DO DIREITO

    Conforme estabelecido na Constituio de 1988, a lei no pode atingir o direito adqui-rido, o ato jurdico perfeito e a coisa julgada (art. 5, XXXVI, da CF).

    No caso em anlise o direito adquirido dos servidores ao pagamento do percentual de 10% foi atingido, pois quando da publicao da medida provisria que revogou o aumento o direito ao seu recebimento j havia sido incorporado ao patrimnio jurdico dos servidores.

    Com efeito, a Administrao Estadual j havia reconhecido que os servidores faziam jus ao acrscimo pecunirio, tanto que j vinham recebendo as parcelas na forma da lei. Repita-se, por relevante: o percentual j lhes havia sido deferido, apenas a forma de pagamento era feita parceladamente, por razes financeiras.

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  • PEAS PRTICO-PROFISSIONAIS

    Dessa forma, negar o pagamento do percentual aos servidores que j haviam adquirido o direito sua percepo na forma da lei vigente poca corresponde a diminuir seus ren-dimentos, em afronta tambm ao princpio da irredutibilidade de vencimentos, presente no art. 37, XV, da CF.

    Diante do exposto, os membros do sindicato impetrante tm direito lquido e certo ao recebimento do percentual de 10% na forma da lei instituidora, pois preencheram todos os requisitos ao seu recebimento na poca em que a lei estava em vigor, no podendo ser afetados pela revogao de suas disposies, sob pena de violao do princpio da irredu-tibilidade salarial.

    3. DA LIMINAR

    Como acima exposto, o ato da autoridade coatora de indeferir o pagamento do percen-tual de 10% j incorporado ao patrimnio dos servidores inconstitucional e, por isso, no pode produzir efeitos. Caso a liminar no seja concedida, os impetrantes sero privados do recebimento de parcelas de natureza alimentar e devero suportar sozinhos o nus do tempo do processo quando seu direito lquido e certo.

    Sendo assim, a associao impetrante requer que seja deferida a medida liminar antes mesmo da notificao da autoridade coatora, nos termos do art. 7, III, da Lei 12.016/2009, tendo em vista a relevncia do fundamento (fumus boni iuris, representado pela inconstitu-cionalidade do ato administrativo, que viola o direito adquirido art. 5, XXXVI, da CF e a irredutibilidade de vencimentos art. 37, XV, da CF) e o perigo na demora da deciso (periculum in mora que, caso proferida apenas ao final, impede a percepo de valores de natureza alimentar).

    4. DO PEDIDO

    Por todo o exposto, obedecido o prazo decadencial de 120 dias (art. 23 da Lei 12.016/2009), a impetrante requer que seja:

    a) deferida a medida liminar, inaudita altera pars, at a deciso final do presente man-dado de segurana para determinar que a autoridade coatora restabelea o pagamento do percentual das parcelas 4, 5 e 6 aos associados da impetrante (art. 7, III, da Lei 12.016/2009);

    b) determinada a notificao da autoridade coatora, enviando-lhe todas as cpias dos documentos que instruem a inicial, para que preste todas as informaes necessrias, no prazo de 10 dias (art. 7, I, da Lei 12.016/2009);

    c) dada cincia ao Estado Y, por intermdio de sua procuradoria, enviando-lhe cpia da inicial para que, querendo, ingresse no feito (art. 7, II, da Lei 12.016/2009);

    d) ouvido o representante do Ministrio Pblico para que opine no prazo de 10 dias (art. 12 da Lei 12.016/2009);

    e) reconhecida a prioridade do julgamento da causa, caso deferida a liminar (art. 7, 4, da Lei 12.016/2009);

    f) ao final, confirmada a liminar deferida, concedendo-se definitivamente a segurana pleiteada para que o ato de suspenso do pagamento seja declarado nulo por violar princpios e preceitos constitucionais.

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    PRATICA CONSTITUCIONAL E ADMINISTRATIVA.indb 105 13/04/2017 21:11:26

  • PRTICA CONSTITUCIONAL 5 edIO

    [Obs.: toda a prova deve ser juntada inicial, pois o direito lquido e certo e no se admite dilao probatria. No h condenao em honorrios advocatcios em mandado

    de segurana: Smulas 512/STF 105/STJ.]

    Todas as provas necessrias para a configurao da liquidez e da certeza do direito alegado encontram-se anexadas petio inicial (protocolada em duas vias art. 6 da Lei 12.016/2009), satisfazendo o requisito da prova pr-constituda para impetrao do mandado de segurana.

    D causa o valor de R$ ... (valor por extenso), conforme previso do art. 291, do CPC.Termos em que pede deferimentoCapital do Estado Y, data ... .Advogado ...OAB ...

    [No assine, rubrique ou, de outra forma, identifique sua prova!]

    GABARITO COMENTADO PELA BANCA EXAMINADORA CESPE

    Deve-se elaborar mandado de segurana, com fundamento no art. 5, LXIX, da CF, bem como no art. 1 da Lei n 12.016/2009, em face da autoridade mxima do rgo. Aps breve relato da situao ftica, devem ser apontados os seguintes argumentos fundamentais: a) A autoridade coatora o secretrio de Administrao, devendo tambm ser notificado o estado Y, como pessoa jurdica qual a autoridade coatora est vinculada; b) De fato, a teor de entendimento consolidado na jurisprudncia, o servidor pblico no tem direito adquirido a regime jurdico. Assim, a administrao pblica pode promover, legitimamente, alteraes na composio dos vencimentos dos servidores, inclusive mediante a excluso de vantagens, gratificaes ou reajustes; c) Na ocasio da edio da medida provisria, os servidores j haviam adquirido todas as condies para o recebimento do percentual relativo a referencia salarial subsequente, tanto que j vinham percebendo o pagamento de forma parcelada. Por conseguinte, os servidores j haviam adquirido, por fora da legislao especfica, o direito ao recebimento do percentual. O pagamento que foi efetuado de forma parcelada, ou seja, o direito ao recebimento do percentual j havia integrado o patrimnio dos servidores, quando da edio da medida provisria, muito embora a implementao estivesse sendo feita de modo parcelado. Logo, no poderia tal espcie legislativa desrespeitar direito j incorporado ao patrimnio, sob pena de afronta ao disposto no art. 5, XXXVI, da Constituio Federal, segundo o qual a lei no prejudicara o direito adquirido. Pode, todavia, a administrao retirar o beneficio para os servidores que ainda no completaram tal direito; d) A subtrao das parcelas a que fariam jus os servidores tambm implica afronta ao disposto no art. 37, XV, da Constituio Federal, segundo o qual os vencimentos dos ocupantes de cargos e empregos pblicos so irredutveis. Isso porque, como o direito j havia sido incorporado ao patrimnio dos servidores, sua excluso configura clara afronta ao princpio da irredutibili-dade de vencimentos. O entendimento do Supremo Tribunal Federal pacfico nesse sentido. Assim, apesar de ser constitucional a modificao do regime remuneratrio dos servidores, tal alterao no pode ocorrer de forma alheia a observncia dos comandos constitucionais, em especial da vedao de decesso remuneratrio; e) Esto presentes os requisitos indis-

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    PRATICA CONSTITUCIONAL E ADMINISTRATIVA.indb 106 13/04/2017 21:11:27

  • PEAS PROCESSUAISMODELOS COMPLEMENTARES

    ExCEO DE IMPEDIMENTO

    1. ESTRUTURA BSICA

    rEQuiSitoS Art. 146, do cPc. A exceo processada em apenso.

    ENDErEAMENto Juzo ou Tribunal que efetivou a citao.

    iDENtiFicAo Do ProcESSo indicao das partes, do nmero do processo e do nome da ao.

    trAtAMENto DAS PArtESExcipiente (quem prope a exceo) e excepto (que no caso da exceo de impedimento o prprio juiz)

    FuNDAMENtoS FticoS E JurDicoSNarrar o ocorrido, mas sem debater o mrito da ao, apenas desen-volvendo os fundamentos jurdicos com base em uma das hipteses do art. 144, do cPc.

    PEDiDoo excipiente dever pedir o recebimento e processamento da exce-o para que o juiz se declare impedido e remeta os autos ao seu substituto legal.

    ProVASo excipiente dever protestar pela produo de provas capazes de comprovar os fatos alegados.

    2. MODELO ExCEO DE IMPEDIMENTO

    Excelentssimo Senhor Doutor Juiz De Direito Da ... Vara ... Da Comarca De ... .

    Pular 10 linhas

    ________________(qualificao do ru nome, estado civil, profisso, endereo, CNPJ, endereo), vem mui respeitosamente a presena de Vossa Excelncia, por meio de seu advo-gado e bastante procurador que esta subscreve (doc. 01 mandato), com fundamento no art. 146, do CPC, oferecer EXCEO DE IMPEDIMENTO, nos termos dos fundamentos de fato e de direito a seguir aduzidos:

    PRATICA CONSTITUCIONAL E ADMINISTRATIVA.indb 153 13/04/2017 21:11:29

  • PRTICA CONSTITUCIONAL 5 edIO 154

    I DOS FATOS

    Trazer um resumo dos fatos.

    II DO DIREITO

    Expor as razes que fundamentam o pedido, com fundamento no art. 144 do CPC.

    (Citar a lei, amarrada com os fatos, bem como legislao, doutrina e jurisprudncia)

    III DO PEDIDO

    Ante o exposto, o presente para requerer que Vossa Excelncia se digne em reconhe-cer o impedimento, determinando-se a remessa dos presentes autos ao substituto legal, ou, se assim no entender Vossa Excelncia, que determine a sua remessa ao E. Tribunal de Justia (ou Tribunal Regional Federal ou Superior Tribunal de Justia), nos termos do art. 146, 1, do CPC.

    Protesta pela produo de prova documental e pericial, e de todos os meios probatrios em direito admitidos, ainda que no especificados no Cdigo de Processo Civil, desde que moralmente legtimos (CPC, art.369).

    Termos em que, pede deferimento.Local ..., data...Advogado ... OAB ....

    ExCEO DE INCOMPETNCIA

    A exceo de incompetncia deve ser alegada como preliminar de contestao, conforme disposto no art.64, CPC, que assim dispe: a incompetncia, absoluta ou relativa, ser alegada como questo preliminar de constestao.

    Portanto, no temos mais uma pea prpria (em separado) para esse instituto, estando revogados os arts.308 a 311, do Cdigo de Processo civil de 1973.

    ExCEO DE SUSPEIO

    1. ESTRUTURA BSICA

    rEQuiSitoS Art. 146, do cPc. A exceo processada em apenso.

    ENDErEAMENto Juzo ou Tribunal que efetivou a citao.

    iDENtiFicAo Do ProcESSo indicao das partes, do nmero do processo e do nome da ao.

    trAtAMENto DAS PArtESExcipiente (quem prope a exceo) e excepto (no caso da exceo de suspeio o prprio juiz).

    PRATICA CONSTITUCIONAL E ADMINISTRATIVA.indb 154 13/04/2017 21:11:29

  • Prtica Administrativa

    Wander Garcia, Teresa Melo, Bruna Vieira e Ariane Wady

    PRATICA CONSTITUCIONAL E ADMINISTRATIVA.indb 161 13/04/2017 21:11:29

  • PRATICA CONSTITUCIONAL E ADMINISTRATIVA.indb 162 13/04/2017 21:11:29

  • EXERCCIOSPRTICOS

    1. PRINCPIOS E ATOS ADMINISTRATIVOS

    (OAB/ Exame Unificado 2016.3 2 fase) Jos Maria, aprovado em concurso pblico para o cargo de Auditor Fiscal do Ministrio da Fazenda, foi convocado a apresentar toda a sua documentao e os exames mdicos necessrios at o dia 13 de julho. Aps a entrega dos documentos, Jos Maria foi colocado em treinamento, e, passadas duas semanas, iniciou o exerccio de suas atividades funcionais, que consistiam no processamento de pedidos de parcelamento de dbitos tributrios. Ocorre que, meses depois, a Administrao percebeu que Jos Maria no havia, formalmente, sido nomeado e nem assinado o termo de posse.Responda, fundamentadamente, aos itens a seguir.

    A. Os atos praticados por Jos Maria podem gerar efeitos em relao a terceiros? (Valor: 0,75)B. A Administrao pode exigir de Jos Maria a devoluo dos valores por ele percebidos ao

    longo do tempo em que no esteve regularmente investido? (Valor: 0,50)

    Obs.: o examinando deve fundamentar suas respostas. A mera citao do dispositivo legal no confere pontuao.

    GABARITO COMENTADO

    A) A resposta positiva. A situao descrita configura exemplo de atuao de um agente de fato, isto , aquele que desempenha atividade pblica com base na presuno de legitimidade de sua situao funcional. Os atos praticados por agentes de fato podem ser convalidados, a fim de se evitarem prejuzos para a Administrao ou a terceiros de boa-f.

    B) A resposta negativa. Ainda que ilegtima a investidura, o agente de fato tem direito percepo de sua remunerao porque agiu de boa-f e as verbas recebidas tinham carter alimentar, sob pena de enriquecimento sem causa da Administrao Pblica.

    (OAB/ Exame Unificado- 2015.2 2 fase) A lei federal n 1.234 estabeleceu novas diretrizes para o ensino mdio no pas, determinando a incluso de Direito Constitucional como disciplina obrigatria. Para regulamentar a aplicao da lei, o Presidente da Repblica editou o Decreto n 101 que, a fim de atender nova exigncia legal, impe s escolas pblicas e particulares, a instituio de aulas de Direito Constitucional, de Direito Administrativo e de Noes de Defesa do Consumi-dor, no mnimo, de uma hora semanal por disciplina, com professores diferentes para cada uma.

    PRATICA CONSTITUCIONAL E ADMINISTRATIVA.indb 163 13/04/2017 21:11:29

  • PRTICA ADMINISTRATIVA 5 eDIo

    Com base na hiptese apresentada, responda, fundamentadamente, aos itens a seguir.

    A) Considerando o poder regulamentar, conferido Administrao Pblica, de editar atos normativos gerais para complementar os comandos legislativos e permitir sua aplicao, vlido o Decreto n 101, expedido pelo Chefe do Poder Executivo? (Valor: 0,75)

    B) O ato expedido pelo Chefe do Poder Executivo est sujeito a controle pelo Poder Legislativo? (Valor: 0,50)

    Obs.: o examinando deve fundamentar suas respostas. A mera citao do dispositivo legal no confere pontuao.

    GABARITO COMENTADO

    A) A resposta negativa. O poder regulamentar conferido Administrao tem carter complementar lei, a fim de permitir sua aplicao. O poder regulamentar destina--se, portanto, a explicitar o teor das leis, preparando sua execuo, no podendo criar obrigao nova, no prevista na lei. O Art. 84, IV, da CRFB/88, d a exata dimenso dessa prerrogativa: expedir decretos e regulamentos para sua fiel execuo.

    B) A resposta positiva. O Congresso Nacional tem competncia constitucional para sustar os atos normativos do Poder Executivo que exorbitem do poder regulamentar, conforme previso do Art. 49, V, da CRFB/88.

    DISTRIBUIO DOS PONTOS

    ITEM PONTUAO

    A. No, pois o poder regulamentar conferido Administrao tem carter com-plementar lei, a fim de permitir sua aplicao, no podendo criar obrigao nova, no prevista na lei (0,65), conforme Art. 84, IV, da CRFB. (0,10)

    0,00 / 0,65 / 0,75

    b. Sim, pois o congresso Nacional tem competncia constitucional para sustar os atos normativos do Poder Executivo que exorbitem do poder regulamentar (0,40), conforme previso do Art. 49, V, da CRFB. (0,10)

    0,00 / 0,40 / 0,50

    (OAB/Exame Unificado-2015-2fase) O Ministrio X efetua a doao de um imvel em rea urbana extremamente valorizada, para que determinada agncia de turismo da Europa construa a sua sede no Brasil. Meses depois, o Ministro revoga o ato de doao, ao fundamento de que ela era nula por no se enquadrar nas hipteses legais de doao de bens pblicos. A empresa pede a reconsiderao da deciso, argumentando que no existe qualquer ilegalidade no ato.Considerando a situao hipottica descrita acima, responda, justificadamente, aos itens a seguir.

    A) H, de fato, alguma ilegalidade na doao constante do enunciado? (Valor: 0,60)B) juridicamente correta a revogao da doao fundamentada na ilegalidade vislumbrada

    pelo Ministro? (Valor: 0,65)

    164

    PRATICA CONSTITUCIONAL E ADMINISTRATIVA.indb 164 13/04/2017 21:11:29

  • exerccios prticos

    GABARITO COMENTADO

    A questo versa o contedo de dois pontos do programa: os atos administrativos e o seu desfazimento (esperando-se do examinando que consiga distinguir a anulao e a revogao) e os bens pblicos e a forma de sua transferncia a terceiros.

    A) A resposta afirmativa. A alienao de bens imveis pertencentes Unio depender de autorizao legislativa para rgos da administrao direta e entidades autrquicas e fundacionais, e, para todos, inclusive as entidades paraestatais, depender de avaliao prvia e de licitao na modalidade de concorrncia, dispensada esta no caso de doao, permitida exclusivamente para outro rgo ou entidade da administrao pblica, de qualquer esfera de governo (Art. 17, I, da Lei de Licitaes).

    B) No correta a revogao da doao com fundamento na sua ilegalidade, uma vez que a revogao fundamentada em motivos de convenincia e oportunidade. Diante de vcios de legalidade, a Administrao pode anular os seus atos, conforme entendimento doutrinrio tradicional, expressado jurisprudencialmente na Smula n 473 do STF.

    DISTRIBUIO DOS PONTOS

    ITEM PONTUAO

    A. Sim, a doao direta de bens pblicos imveis, na esfera da Unio, permitida exclu-sivamente para outro rgo ou entidade da administrao pblica, de qualquer esfera de governo (0,50) (Art. 17, i, b, da lei n 8.666/93) (0,10).

    Obs.: a mera citao do dispositivo legal no confere pontuao.

    0,00 / 0,50 / 0,60

    b. No, diante de vcios de legalidade Administrao resta anular os seus atos, com base no princpio da autotutela, j que a revogao ocorre nos casos de convenincia e oportunidade (0,55). Enunciado da Smula n 473 do StF ou Art. 53, da lei n. 9784/99. (0,10)

    Obs.: a mera citao do dispositivo legal no confere pontuao.

    0,00 / 0,55 / 0,65

    (OAB/ Exame Unificado-2015.2- 2fase) A Lei n XX, de maro de 2004, instituiu, para os servidores da autarquia federal ABCD, o adicional de conhecimento e qualificao, um acrscimo remuneratrio a ser pago ao servidor que, comprovadamente, realizar curso de aperfeioamento profissional. Com esse incentivo, diversos servidores passaram a se inscrever em cursos e seminrios e a ter deferido o pagamento do referido adicional, mediante apresentao dos respectivos certificados.Sobre a hiptese, responda aos itens a seguir.A) A Administrao efetuou, desde janeiro de 2006, enquadramento equivocado dos diplomas

    e certificados apresentados por seus servidores, pagando-lhes, por essa razo, um valor superior ao que lhes seria efetivamente devido. Poder a Administrao, em 2015, rever aqueles atos, reduzindo o valor do adicional pago aos servidores? (Valor: 0,60)

    B) Francisco da Silva, servidor da autarquia, vem percebendo, h 6 (seis) anos o referido adicional, com base em um curso que, deliberadamente, no concluiu (fato que passou des-percebido pela comisso de avaliao responsvel, levada a erro por uma declarao falsa assinada pelo servidor). A Administrao, percebendo o erro, poder cobrar do servidor a devoluo de todas as parcelas pagas de forma errada? (Valor: 0,65)

    Responda justificadamente, empregando os argumentos jurdicos apropriados e a fundamentao legal pertinente ao caso.

    165

    PRATICA CONSTITUCIONAL E ADMINISTRATIVA.indb 165 13/04/2017 21:11:29

  • PEASPRTICO-PROFISSIONAIS

    (OAB/Exame Unificado 2010.1 2 fase) O Ministrio Y publicou edital para provimento de 20 vagas para determinado cargo previsto em lei prpria, tendo o concurso prazo de validade de noventa dias.

    Passados sessenta dias da publicao do edital e publicada a lista dos aprovados, o ministro res-ponsvel assinou portaria de homologao do resultado do concurso, convocando os 20 primeiros colocados para, no prazo de dez dias, apresentarem documentos para fins de nomeao. Mauro, candidato regularmente inscrito no certame e aprovado em 15. lugar, apresentou a documentao requerida. Findo o prazo e passados quinze dias, foi publicada nova portaria, por meio da qual foram nomeados apenas os 10 primeiros colocados, sendo a posse marcada para quatorze dias aps a publicao da nomeao.

    Inconformado com o ocorrido, Mauro procurou auxlio de profissional da advocacia para a defesa de seus direitos.

    Considerando a situao hipottica acima apresentada, na qualidade de advogado(a) constitudo(a) por Mauro, redija a pea processual mais adequada ao caso, abordando, alm das questes de direito processual e material indispensveis defesa dos interesses de seu cliente, os seguintes aspectos:

    foro competente; legitimidade passiva; mrito da demanda.

    (Prova aplicada em 25/07/2010)

    RESOLUO DA PEA PRTICO-PROFISSIONAL

    1) Pea: Mandado de Segurana; a pea encontra fundamento no art. 5, LXIX, da CF, e nos arts. 1 e 5, III, da Lei 12.016/09; h ato de autoridade, ilegalidade e existncia de prova pr-constituda.

    2) Endereamento: Excelentssimo Senhor Presidente do Colendo Superior Tribunal de Justia. (Art. 105, I, b, da CF).

    PRATICA CONSTITUCIONAL E ADMINISTRATIVA.indb 245 13/04/2017 21:11:33

  • PRTICA ADMINISTRATIVA 5 eDIo

    3) Partes:a) impetrante: Mauro;b) impetrado: Ministro da...

    4) Tese 1: direito nomeao por restar vinculada a competncia para nomear os vinte primeiros aprovados depois que estes receberam convocao solicitando a entrega de documentos.

    5) Tese 2: direito nomeao dos aprovados no limite das vagas previstas no edital, em obedincia aos princpios da proteo da confiana, da boa-f e da segurana jurdica.

    6) Pedidos: concesso de segurana para determinar autoridade coatora a nomeao do impe-trante para o cargo em cujo concurso pblico foi aprovado; deve-se fazer pedido de liminar, trazendo como relevante fundamento (fumus boni iuris) as duas teses e como periculum in mora o fato de que a nomeao dos dez primeiros candidatos aprovados iminente.

    7) Observaes: a) prazo para o mandado de segurana: est dentro do prazo de 120 dias, pois a

    portaria que no nomeou Mauro (ato coator) foi publicada h menos de 14 dias, segundo o que se presume da leitura do enunciado da questo;

    b) outras peas: a pea indicada o mandado de segurana; claro que cabe, tam-bm, ao, pelo rito ordinrio, com os mesmos pedidos; o problema que este rito no tem todas as vantagens do mandado de segurana (exemplo: o pedido liminar, numa ao pelo rito ordinrio, tem que preencher os requisitos da tutela antecipada; a apelao do Poder Pblico, no mesmo rito, tem duplo efeito etc.), e os elementos trazidos no problema no requerem dilao probatria, de modo que o mandado de segurana , de fato, a melhor medida.

    MODELO: MANDADO DE SEGURANA

    [O que estiver entre colchetes apenas nota do autor no deve constar da pea.]

    incio da pea

    EXCELENTSSIMO SENHOR PRESIDENTE DO COLENDO SUPERIOR TRIBU-NAL DE JUSTIA

    [Deixe espao de aproximadamente 10 cm para eventual despacho ou deciso do juiz.]

    Mauro ..., estado civil ..., profisso ..., com residncia e domiclio ..., portador do RG ... e do CPF ..., por seu advogado que firma a presente (procurao anexada doc.1), com escritrio para recebimento de intimaes na ... (art.106, I, do CPC), vem, presena de Vossa Excelncia, respeitosamente, impetrar contra o Senhor Ministro da ... o presente

    MANDADO DE SEGURANA COM PEDIDO DE LIMINAR

    nos termos do artigo 5, inciso LXIX, da Constituio Federal e da Lei n 12.016/2009, pelas razes a seguir aduzidas:

    246

    PRATICA CONSTITUCIONAL E ADMINISTRATIVA.indb 246 13/04/2017 21:11:33

  • PEAS PRTICO-PROFISSIONAIS

    I DOS FATOS

    O Ministrio Y publicou edital para provimento de vinte vagas para o cargo de ..., tendo o concurso prazo de validade de noventa dias (doc. 2).

    Passados sessenta dias da publicao do edital e publicada a lista dos aprovados, a autoridade coatora assinou portaria de homologao do resultado do concurso, convocando os vinte primeiros colocados para, no prazo de dez dias, apresentarem documentos para fins de nomeao (doc. 3).

    O impetrante, candidato regularmente inscrito no certame e aprovado em 15. lugar, apresentou a documentao requerida (doc. 4).

    Findo o prazo e passados quinze dias, foi publicada nova portaria, por meio da qual foram nomeados apenas os dez primeiros colocados, sendo a posse marcada para quatorze dias aps a publicao da nomeao (doc. 5).

    Inconformado com o ocorrido, o impetrante ingressa com o presente mandado de segu-rana com pedido de liminar para que seja determinada sua imediata nomeao.

    II DO DIREITO

    1. Do cabimento do mandado de segurana

    1.1. Existncia de ato de autoridade

    A conduta ora impugnada nomeao de apenas dez aprovados, desconsiderando o impetrante, 15 colocado e convocado para a apresentao de documentos com vistas sua nomeao num concurso cujo edital previa vinte vagas ato de autoridade pblica, no caso, ato emanado pelo Ministro da ..., indicado como autoridade coatora.

    Dessa forma, o mandado de segurana cabvel quanto a esse aspecto (art. 5, LXIX, da CF e art. 1 da Lei 12.016/09).

    1.2. Existncia de prova pr-constituda

    Os fatos que do suporte ao direito alegado pelo impetrante esto comprovados de plano, por meio da prova documental ora juntada, consistente nos seguintes documentos: a) cpia integral do edital, no qual consta a existncia de vinte vagas a serem providas; b) cpia do ato de homologao do concurso e da convocao dos vinte primeiros colocados para apresentao de documentos com vistas nomeao, incluindo o impetrante; c) cpia do ato de nomeao, que contemplou apenas os dez primeiros colocados.

    Assim, tambm est cumprido o requisito de prova pr-constituda, essencial para o cabimento do mandado de segurana.

    1.3. Respeito ao prazo decadencial de 120 dias

    O prazo decadencial para ingressar com o presente mandamus tambm requisito que est cumprido. Isso porque a conduta impugnada nomeao de apenas dez aprovados, desconsiderando o impetrante deu-se h menos de 120 dias, prazo decadencial previsto na lei para a impetrao do mandado de segurana.

    Assim sendo, o requisito temporal tambm est ordem.

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    PRATICA CONSTITUCIONAL E ADMINISTRATIVA.indb 247 13/04/2017 21:11:33

  • PRTICA ADMINISTRATIVA 5 eDIo

    1.4. Inexistncia de outros impedimentos legais ou jurisprudenciais para a propo-situra do mandado de segurana

    Por fim, no se configura no presente caso quaisquer outros impedimentos legais (arts. 1 e 5 da Lei 12.016/09) e jurisprudenciais ao manejo do presente remedido constitucional.

    Destarte, tambm no h requisito negativo a impedir a proposio da presente garantia constitucional.

    2. Da legitimidade ativa e passiva

    A legitimidade ativa est em ordem, pois o impetrante defende, em nome prprio, direito prprio decorrente da violao de princpios da Administrao Pblica.

    A autoridade coatora tambm est corretamente indicada, uma vez que foi o Ministro da ... que praticou o ato ora impugnado, de modo que est atendida a regra no sentido de que autoridade coatora aquela que tenha praticado o ato impugnado ou da qual emane a ordem para a sua prtica (art. 6, 3, da Lei 12.016/09).

    Alis, nos termos do art. 105, I, b, da CF, a competncia para conhecer de mandado de segurana contra ato de Ministro de Estado desse C. Superior Tribunal de Justia.

    3. Do direito lquido e certo violado

    3.1. Do direito nomeao do impetrante em face da competncia vinculada da autoridade coatora

    Conforme narrativa feita na exposio dos fatos, o impetrante, aprovado na 15 colocao de um concurso criado para preencher vinte cargos, foi formalmente convocado pela Administrao Pblica para apresentar documentao com vistas sua nomeao para o cargo respectivo.

    Feita a convocao, a competncia administrativa, que poderia ser considerada dis-cricionria, passou a ser competncia vinculada, eis que a Administrao, ao convocar o impetrante, acabou por demonstrar a existncia de necessidade premente de contratao de pessoal, bem como dos demais requisitos para tanto, tais como existncia de cargos vagos e disponibilidade financeira.

    Nesse sentido, era de rigor que a autoridade coatora nomeasse os vinte candidatos convocados para a apresentao de documentos, o que, naturalmente, inclua o impetrante, 15 colocado no certame, fundamento que, por si s, impe que seja o presente mandamus concedido para o fim de determinar a nomeao do impetrante.

    3.2. Do direito nomeao do impetrante em face da sua aprovao no limite das vagas previstas no edital

    No bastasse o fundamento apresentado no item anterior, o fato que a jurisprudncia de nossos tribunais superiores pacfica, hoje, no sentido de que o candidato aprovado no limite das vagas previstas no edital tem direito nomeao.

    Esse entendimento tem como fundamento os princpios da proteo da confia